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Este texto é exclusivo para mostrar algumas das várias das aplicações do PCI Express.
Neste conteúdo não vamos dar enfoque para o OCuLink (conexão PCIe cabeada do tipo
híbrido Óptico-Cobre), ao menos por enquanto. Mas, como todo conteúdo do HC,
existirão atualizações para incluir mais e mais informações, e numa dessas, quem sabe...
Vamos começar por aquela que é uma das mais notáveis, importantes e comuns em
placas-mãe de PCs domésticos:
Muito provável que quando alguém fala "PCI Express", a primeira coisa que vem na
mente são os slots da imagem abaixo
Imagem 1 - Conector PCIe x16 (laranjado) e conector PCIe x1 (branco)
Disponível nas versões x1, x4, x8 e x16, muito raramente na versão x32, os slots PCI
Express se tornaram onipresentes em placas-mãe de PCs e servidores.
Sua modularidade permite praticamente qualquer tipo de adaptador. Podemos encontrar
desde placas adaptadoras PCIe x1 com interfaces RS-232, LPT ou USB, passando por
placas com interface de rede Gigabit, SSDs e o mais popular: as placas de vídeo!
Veja abaixo uma placa PCIe x1 com portas DE9 e DB25 para interfaces RS-232, RS-
485 e RS-422:
É importante ressaltar que, se você conectar uma placa PCIe x1, por exemplo,
num slot x4, x8 ou x16, ela vai funcionar normalmente. Ao contrário também pode
funcionar: por exemplo, se você conectar uma placa PCIe x16 num slot x4, esta
placa irá funcionar normalmente, mas limitada pela taxa de transferência de
apenas 4 lanes. Placas maiores que o slot podem funcionar em placas-mãe que
possuem slots vazados, como pode-se ver abaixo:
Imagem 3 - Um slot PCIe vazado permite a conexão de placas com conexão mais larga
As placas e slots são totalmente compatíveis entre as revisões: uma placa-mãe com
slot PCIe 1.0 ou 2.0 vai funcionar com uma placa expansível PCIe 3.0, só que esta
conexão será limitada pela taxa de transferência das versões anteriores.
Resumindo: você pode conectar qualquer placa PCIe, independente da revisão em
qualquer placa-mãe que tenha slot PCIe de qualquer revisão, o único detalhe é a
limitação da taxa de transferência.
A versão 3.0 já inclui o sistema de codificação 128B/130B (padrão da versão) e
também o 8B/10B das versões anteriores.
Para finalizar este assunto de compatibilidade, veja abaixo a tabela com os tamanhos
(em milímetros) e a quantidade de pinos dos slots PCI Express x1 ao x16:
Veja agora o vídeo abaixo com o diagrama e imagens do slot PCI Express, com
toda a sua pinagem:
Vídeo disponível no canal Hardware Central no You Tube
Abaixo, separei um esquema elétrico de slot PCIe para entender melhor o que está
escrito nesse texto e no vídeo linkado. O diagrama é da fabricante Gigabyte.
Agora, separei dois esquemas elétricos das saídas e entradas do controlador PCI
Express no chipset da placa-mãe. Os diagramas escolhidos também são da
fabricante Gigabyte. Observe:
Esquema elétrico da GBT GA-M59SLI Rev.: 1.01 (Controlador PCIe do chipset nVidia
MCP55)
Esquema elétrico da GBT GA-M61PM Rev.: 1.00 (Controlador PCIe do chipset nVidia
MCP61)
Para que se entenda melhor, como foi dito, 1 lane possui dois pares de trilhas: um
para enviar e outro para receber informações, portanto, eles são chamados de TX
(Transceiver) e RX (Receiver).
Essas são características do padrão de sinalização LVDS, que você pode conhecer
melhor CLICANDO AQUI!
No caso do PCIe 1.0, o multiplicador é de 25 vezes, já que 25 vezes 100 MHz é igual
a 2,5 GHz. No PCIe 2.0 o multiplicador é de 50 vezes e no PCIe 3.0 é 80 vezes. Na
revisão 4.0 o multiplicador é de 160 vezes.
Os pinos Ground são os aterramentos entre dos pares diferenciais. Para cada polo
positivo há um polo negativo. No padrão PCIe, para cada par diferencial há um
par de aterramento.
As linhas de tensão 12 Volts e 3.3 Volts fornecem energia para a placa conectada à
uma potência máxima de 75 Watts (no caso de slots x16), até 10 Watts para slots x1
e até 25 Watts para o x2, x4 e x8.
CURIOSIDADE: Todas as placas PCI Express podem consumir até 3 Amperes em +3,3
Volts (9,9 Watts). A corrente em +12 V e a potência total que eles podem consumir
depende do tipo de placa:
→ As placas x1 são limitadas a 0,5 A a +12 V (6 W) e 10 W combinados.
→ As placas x4 e maiores são limitadas a 2,1 A a +12 V (25 W) e 25 W combinadas.
→ Uma placa x1 de tamanho normal pode chegar aos limites de 25 W após a
inicialização e configuração do software como um "dispositivo de alta potência".
→ Uma placa gráfica x16 de tamanho normal pode consumir até 5,5 A em +12 V (66
W) e 75 W combinados após a inicialização e configuração do software como um
"dispositivo de alta potência".
Alimentação Extra
CURIOSIDADE: Algumas placas usam dois conectores de 8 pinos, mas isso ainda não
havia sido padronizado em 2018, portanto essas placas não possuem o logotipo oficial
PCI Express até a padronização. Esta configuração permite 375 W no total (1x75 W +
2x150 W). O conector PCI Express de 8 pinos não pode ser confundido com o conector
EPS12V (que é usado principalmente para alimentar CPUs multi-core), afinal de contas
são duas conexões de energia completamente diferentes em suas especificações. Os
conectores de alimentação são variantes dos conectores da série Molex Mini-Fit Jr.
Os conectores Molex utilizados para alimentação extra no padrão PCI Express são dos
seguintes modelos:
Tabela 2
Um novo conector de alimentação extra para o PCIe 5.0 foi definido para operar em
conjunto com o slot, fornecendo até 600W de potência para GPUs. Apesar disso, a dona
nVidia já implementou um conector muito semelhante nas suas RTX30xx, em 2020.
Rumores indicaram que ela apenas se adiantou, fazendo a implementação parcial ainda
na revisão 4.0 do PCIe, como podemos ver na imagem abaixo:
Imagem 6 - Perceba que acima dos dois conectores de 150W há um outro de 12 pinos
Esse design de cabo implementado nas RTX30xx chama-se Molex Micro-Fit 3.0,
possuindo 12 pinos e sendo pouca coisa maior que um conector de 8 pinos (150W)
comum.
O conector estipulado para o PCIe 5.0 possui quatro pinos a mais, dispostos logo abaixo
do conector principal, sendo três deles (S0, S1 e S2) para sinais de controle e um pino
(S3) para uso futuro (não definido):
Diagrama 1 - Novo conector de alimentação extra para slots PCIe 5.0
Pra finalizar este tópico, confira a tabela com o consumo máximo teórico de placas de
vídeo, de acordo com suas configurações de conectores, compilada pela plataforma
Video Cardz:
Note que uma placa de vídeo PCIe 5.0 poderá ter até 1275 Watts de potência se utilizar
dois conectores de 12 pinos para alimentação extra!
Os poréns do CROSSFIRE e do SLI
Há placas mãe que possuem, por exemplo, 2 slots PCIe do tamanho x16, mas se
duas placas de vídeo forem conectadas, eles vão funcionar em modo x8. Você deve
observar isso ao comprar uma placa com vários slots PCIe x16, pois as vezes, a
placa-mãe possui suporte à tecnologia nVidia SLI ou AMD CrossFire, mas não há
tantos lanes disponíveis no chipset, fazendo com que a fabricante distribua os
disponíveis em dois ou mais slots x16. Nestas placas pode haver chips chaveadores
que ao ser detectado duas placas de vídeo, automaticamente distribuem 8 lanes
para cada uma. Veja abaixo a imagem de duas placas com os CIs chaveadores:
Imagem 7 - Uma DFI LANPARTY e uma Asus A8N-SLI Premium com CIs
chaveadores.
Existem técnicas mais baratas para distribuir os lanes entre os slots PCIe. Pode se
utilizar conjuntos de jumpers entre os slots, ou o famoso cartão SLI Selector (que
já é algo do passado) ou um cartão terminador (utilizado principalmente em
placas-mãe com suporte ao CrossFire). No auge do SLI, era comum apenas a
utilização dos CIs chaveadores.
Para ver mais sobre os jumpers, o Cartão Terminador, o SLI Selector e os CIs
chaveadores, CLIQUE AQUI!
Mas qual o motivo das fabricantes não colocarem slots do tamanho x16 com
conexão x16? Como foi dito acima, cada lane possui 4 trilhas, ou seja, um slot x16
possui 64 trilhas, e isso requer muito espaço na placa. Dois slots x16 requerem 128
trilhas.
Os controladores PCIe também não estão preparados. O chipset nVidia 650i SLI,
por exemplo, suporta no máximo 18 lanes, sendo que 16 deles devem ser
direcionados à um slot PCIe x16 ou dois slots PCIe x16 com conexão x8. Esse é o
motivo pelo qual as fabricantes colocam slots PCIe com tamanho x16, mas que
trabalham no modo x8.
Atualmente, CPUs como as da linha Intel Core i, tem em média 40 lanes, tornando
possível a colocação de dois slots x16 com conexão x16. O chipset AMD 990FX,
para CPUs da série FX, também suporta dois slots x16 nativos, só que as placas
que utilizam este chipset ou as placas que utilizam todos os lanes dos processadores
mais modernos da Intel são bem mais caras.
A quantidade de slots PCIe x16 e x8 depende do chipset utilizado e da fabricante
querer aproveitar a maioria dos lanes para implementar a tecnologia nVidia SLI
ou AMD CrossFire.
Desde a era "GTX 1080" (arquitetura Pascal, lançada em 2016) o SLI e o
CrossFire já não faziam mais muito sentido. O desempenho das placas já era
bastante elevado (o custo também era, e permanece até hoje), e convenhamos:
fazer SLI com duas GTX 1060Ti, por exemplo, não era tão atrativo, sendo mais
viável ir direto pra uma 1080. Em pleno 2022 nem se fala mais em SLI ou
CrossFire.
E o slot PCIe... Do que é feito?
Muitos LCPs podem ter como base um Poliéster aromático, porém, existem aqueles
baseados em amidas aromáticas, como é o caso do PPA (Poli P-fenileno Amida), que
também pode ser utilizado na confecção de carcaças de slots.
Últimos anos, com a popularização de placas de vídeo tão grandes e massudas como um
tijolo, a fixação delas em um simples slot de plástico ancorado na placa-mãe apenas
pelos próprios pontos de solda dos terminais e um par de presilhas de metal - ou
grampos do próprio plástico da carcaça - não é o suficiente, surgindo soluções como
esta da AsRock:
Folder 1 - Slot PCIe x16 principal envolto em chapa de Aço-Carbono
Note que o uso de LCP não foi excluído, mas sim mantem-se como carcaça isolante que
prende os terminais elétricos do slot. A estrutura de LCP é simplesmente envolta numa
chapa de Aço-Carbono profundamente estampada, admitindo o formato do slot. Note
que há também um pequeno componente de Aço que faz parte da alavanca que trava a
placa-filha conectada ao slot, no lado direito.
Outra característica deste slot apresentado pela fabricante, é que ele promete reduzir
interferências eletromagnéticas (EMI) através desta capa de Aço. Isto é possível, pois
ele não está apenas soldado na PCB, mas sim soldado nas respectivas trilhas de sinal
negativo do circuito.
Outra solução, um tanto mais barata, é aquela apresentada pela GigaByte:
Na fabricação do slot, as duas lâminas são colocadas junto ao LCP derretido, que passa
por um processo de cura, solidificando-se. As duas lâminas, travadas dentro do plástico,
servem como dois pontos extras de ancoragem, pois suas pontas atravessam o PCB e
são soldados do outro lado.
Os terminais destes slots PCIe podem ser feitos a base de ligas de Cobre com algum tipo
de galvanização:
→ Bronze fosforado com dupla galvanização a frio (Estanho sobre Níquel);
→ Bronze fosforado com dupla galvanização a frio (Ouro sobre Níquel);
→ Bronze fosforado galvanizado a frio com Estanho ou Ouro;
→ Cobre puro (CU1100) galvanizado a frio com Estanho ou com Ouro (como é o caso
dos pinos de processadores).
A própria AsRock faz marketing de seus produtos premium expondo a espessura da
camada de Ouro utilizada na galvanização dos terminais elétricos do slot PCIe principal:
São 15 microns de espessura de Ouro num slot PCIe x16, que possui seus 164 pinos.
Esta galvanização a frio dá aos contatos uma película de poucos átomos de espessura de
Ouro. :v
Para finalizar: Os contatos de uma placa de expansão PCIe são feitos de quê?
Em geral, a placa de circuito impresso pode ter uma ou mais camadas, todas feitas em
FR4, isto é, cada camada é composta por uma fina folha de poliepóxido reforçado com
um tecido de lã de vidro (fibra de vidro).
As trilhas são feitas de Cobre puro (CU1100) depositado sobre a superfície polimérica.
Já os contatos elétricos da placa-filha podem ser feitos de Cobre puro galvanizado com
Ouro, como vemos na imagem abaixo:
O MXM de primeira geração (PCI Express 2.0, referido também como "MXM 2.1" ou
"MXM 2.1 HE") possui as seguintes características principais:
Tabela 4 - As versões do MXM de primeira geração
O MXM 4 não teve muita presença no mercado. O MXM-3 teve uma versão com 230
pinos e outra com 232, denominada "MXM-HE". Esses dois contatos extras são para
alimentação elétrica.
Notebooks com slots MXM-HE podem acomodar placas dos outros padrões (com
exceção de casos de incompatibilidades diversas, causadas por problemas por parte do
BIOS ou diferenças no formato da placa, por exemplo), mas notebooks menores,
equipados com slots MXM-1 ficam restritos apenas a placas MXM-1.
Como os próprios fabricantes produzem as placas MXM (a nVidia e a ATi / AMD
apenas fornecem os chips) existem ainda casos de placas fora do padrão de tamanho e
sistema de dissipação, que não podem ser utilizadas em outros modelos.
Com isso, o usuário acaba ficando restrito a algumas poucas opções de placas, para as
quais o sistema de refrigeração é dimensionado. Você não pode substituir diretamente
uma GeForce Go 7300 em um ultraportátil por uma GeForce Go 7950 GTX, por
exemplo.
Veja abaixo o desenho de um módulo MXM-2 para ter uma noção do hardware:
Diagrama 3 - O formato e a organização dos chips em uma placa MXM
Módulos gráficos menores podem ser inseridos em slots maiores, mas os dissipadores
de calor MXM 1 e MXM 2 não se encaixam no 3 e superiores ou vice-versa. A
plataforma Alienware m5700 usa um dissipador de calor que se adapta às placas 1, 2 e 3
sem modificação.
Apesar de cada um dos dois fabricantes defender seu padrão, fabricantes independentes
podem muito bem produzir placas MXM com chipsets ATi / AMD e de fato isso
acontece, embora de forma esparsa.
O MXM de segunda geração (PCI Express 3.0, referido também como "MXM 3.0" ou
"MXM 3.1") chegou ao mercado na versão 3.1 em meados de 2012 trazendo dois
modelos de placas:
Na imagem abaixo, uma placa MXM de segunda geração com 85x105 mm (tipo B):
Imagem 10 - Placa MXM de segunda geração
Alimentação elétrica
→ É composta por linhas de 5 Volts (pinos 1, 3, 5, 7 e 9), bem como linhas de 3,3 Volts
(pinos 240, 242, 278 e 280);
→ Uma ligação direta com a bateria do notebook é feita atavés dos pinos E1, E2, E3 e
E4. A tensão de bateria nos notebooks pode variar de modelo para modelo, no entanto,
sempre será entre 7 e 20 Volts, não mais e nem menos que isto;
Interface PCIe
DisplayPort
HDMI ou DVI
→ Existe a possibilidade de se operar com a interface HDMI também, tanto que há um
pino chamado "HDMI_CEC", que quando utilizado habilita o conjunto de comandos
CEC (Consumer Electronics Control - Controle de Eletrônicos de Consumo), que é
exclusivo do HDMI, feito para permitir a utilização de apenas um controle remoto para
todos os dispositivos conectados;
→ Quando utilizada a interface HDMI ou DVI, qualquer uma das quatro portas DP
pode implementa-las, no entanto, podem ser habilitadas as portas "DP_E" e "DP_F",
sendo que ambas possuem também seus respectivos detectores ("DP_E_HPD" e
"DP_F_HPD"). O nome "DP" mantém-se pois podem ser utilizadas como DisplayPort
também;
→ Um conector Dual-Link DVI-D requer o uso de mais de uma porta DP para compor
a conexão, como mostra o exemplo de implementação abaixo:
O display do notebook é ligado na placa-mãe, que por sua vez está recebendo dados de
imagem vindos da GPU no slot MXM. Estes dados podem ser enviados ao monitor
através de pares diferenciais LVDS, ou pares diferencias TMDS (mesmo sistema
utilizado na interface HDMI e DVI), ou então a embedded DisplayPort (eDP).
Para isso, a porta de vídeo para o ecrã pode ser incorporada aos conectores "DP_E" e
"DP_F" utilizando-se da sinalização de controle "PNL_PWR_EN" (Panel Power
Enable), "PNL_BL_EN" (Panel Backlight Enable) e "PNL_BL_PWM" (Panel
Backlight PWM - "Pulse Width Modulation"), bem como o canal composto por
DDC_DAT e DDC_CLK (caso a interface não seja a eDP). O canal de informações
DDC pode ser feito através de um par DP_x_AUX (clock) / DP_x_AUX# (Data).
→ Note que há 14 pinos reservados (sem uso, não conectados - N/C) e os OEMs, que
podem ser utilizados pelo designer para trazer outras funcionalidades exclusivas. De
qualquer forma, os 8 pinos OEM, em geral, devem ser N/C também.
→ São 5 pinos JTAG (Joint Test Action Group) para teste de hardware e até extração de
firmware. É uma interface serial síncrona duplex com linha de reset, linha de seleção de
modo de teste e uma linha para habilitar operações;
→ PRSNT_R# e PRSNT_L# são para detecção de módulo (se ele está inserido na placa
e se elé do tipo A ou B, por isso duas linhas dedicadas). Note os slots PCIe comuns
possuem alguns detectores de presença, porém, além de detectar a placa conectada
fazem a identificação da largura da conexão (x1, x4, x8 ou x16);
→ WAKE#: É uma saída de drenagem aberta que foi criada como um mecanismo para
a conexão PCIe (e o módulo como um todo) despertar de um estado de suspensão ou
desligamento suave (via software, e não hardware). Ele está diretamente relacionado ao
ACPI (Advanced Configuration and Power Interface) e serve para "acordar o
dispositivo" (sair de Stand By, a grosso modo).
Por padronização, para iniciar e completar um evento WAKE, o módulo deve declarar
WAKE# e então esperar que PEX_RST# seja desativado, o que sinalizará o fim da parte
física do evento WAKE;
→ GPIO: São as linhas de propósito geral, que podem ter utilidade definida pelo
designer do circuito;
→ PWR_Good: O módulo irá ativar este sinal quando todos o circuito de alimentação
estiver dentro da tolerância exigida. É necessário um resistor pull-up de 100 kiloOhms
na placa-mãe se o recurso for implementado;
→ PWR_EN: Ativação de energia do módulo MXM. O sistema deve ativar este sinal
para ligar o módulo. Pode ser ativado somente depois que todos as trilhas de
alimentação estiverem dentro da tolerância especificada;
→ PWR_LEVEL: Sinaliza o módulo para mudar para um estado de energia mais baixo.
O módulo MXM deve reduzir a potência em 50 ms. É necessário que o módulo tenha
um pull-up de 100 kiloOhms ligando esta linha na alimentação de 3,3 Volts. Os níveis
de potência podem ser configurados por software;
→ TH_PWM: Este sinal PWM pode ser usado para controlar uma ventoinha montada à
solução térmica do módulo;
→ SM_Bus / I³C: Interface para troca de informações sobre o hardwrae do módulo com
a placa-mãe. É por aqui que o GPU-Z ou o MSi Afterburner vão saber as especs. de sua
plaquinha de vídeo :v. Um resistor pull-up ligando esta linha na alimentação de 3,3 V é
necessário na placa-mãe, bem como um pull-up de 100 kiloOhms para 3,3 V no módulo
MXM.
Um módulo MXM versão 3.1 deve portar um sensor térmico, compatível com o
MAX6649 ou LM99, por exemplo. E, através do SMBus o sistema deve efetuar a
leitura da temperatura do die da GPU.
E o Slot MXM... Do que é feito?
Para que possamos trabalhar este tema, pegamos um datasheet de slot MXM de primeira
geração e resumimos suas informações no infográfico abaixo:
Os pinos são de uma liga de Cobre (podendo ser Bronze Fosforado, por exemplo)
galvanizada com Níquel e Ouro, já a superfície de solda é galvanizada com Níquel e
Estanho. A caracaça é o famigerado LCP (Liquid Crystal Polymer). Em resumo, é a
mesma composição dos outros tipos de slots detalhados aqui.
Com o eminente potencial da conexão ponto-a-ponto PCI Express, surgiram versões
dedicadas para dispositivos mais compactos, portáteis. Uma delas, lançada por volta
de 2007, é a ExpressMini (também conhecida como MiniPCI Express), utilizada
normalmente em notebooks para conectar placas Wi-Fi, 3G, LTE e outros
componentes. Veja a imagem de um dispositivo Express Mini abaixo:
Este slot foi desenvolvido para substituir o padrão Mini PCI, que estava
desatualizado na época. O slot Express Mini possui apenas 1 lane, portanto, é uma
conexão x1. Veja abaixo a comparação entre uma placa Mini PCI e uma Express
Mini:
Imagem 12 - Comparação entre cartões Mini PCI e Express Mini
Tabela 9
A interface SATA Express (também conhecida como U.2 ou SFF-8639) é uma conexão
mais utilizada em servidores, e como o próprio nome sugere, é uma combinação do
padrão SATA com o PCI Express, havendo também interface SAS. Se ficou confuso e
curioso, vai achar as respostas para esta salada de frutas CLICANDO AQUI!
Imagem 14 - Note que o último item da lista é uma GPU GTX1050Ti conectada ao slot
PCIe x16
Para saber mais sobre a arquitetura de placas-mãe Intel e AMD, CLIQUE AQUI!
Note, na tabela acima, a existência de duas linhas de calibração exclusivas pro A-Link,
com terminações resistivas (análogas aquelas utilizadas no padrão DDR1).
O A-Link Express faz uso do mesmo clock de referência (100 Mhz) dos outros lanes do
chipset intermediário.
Com revisão 1.0 lançada pela PCI-SIG em Dezembro de 2013, de acordo com a revisão
SATA 3.2 (também de 2013) e PCI Express 3.0 (de 2010), o padrão M.2, conhecido
inicialmente como "Fator Forma de Próxima Geração" (Next Generation Factor Form,
abreviado por NGFF) veio para substituir o mSATA, que utiliza um conector igual ao
do ExpressMini (já explicado anteriormente neste texto).
Sua função inicial foi manter o padrão Serial ATA, todavia, melhorando o
aproveitamento de espaço (mais memória em menos área) e trazendo uma
compatibilidade com diversas outras interfaces, permitindo as mais diversas
implementações. Para além de tudo isso, o PCI-SIG criou, literalmente, um alfabeto de
variações do M.2, onde a quantidade de pinos e tamanho de slot se manteve, alterando-
se a posição da chave, como podemos ver no diagrama abaixo:
destacado em amarelo, os slots mais utilizados pela indústria "B" e "M", seguido das
variações "A" e "E". Apenas estas quatro variantes do slot são especificadas, as demais
ainda aguardam aplicação:
Tabela 12 - Vários slots M.2 ainda não possuemn aplicações práticas e um deles (o slot
G) não tem pinagem padronizada
CURIOSIDADES:
→ Linhas para GPIO trabalham entre 0v e 1,8v;
→ Linhas para interface LTE operam entre 0v e 1,8v;
→ Pinos de controle de PCIe (RST, REQ# e WAKE#) operam com 3,3 V;
→ A interface UIM (User Identificable Module) serve para identificar cartões SIM
(aqueles de operadoras de telefonía);
→ O lane PCIe 1 pode operar como interface USB 3.0, já que suas especificações
eletrônicas são idênticas (sinal LVDS e etc...);
→ O lane PCIe 0 pode operar como interface SATA, já que suas especificações
eletrônicas são idênticas (sinal LVDS e etc...);
Note que há pinos "Config_x". Eles servem justamente para indicar o que foi conectado
ao slot M.2:
Tabela 15 - Indentificação do dispositivo conectado ao slot M.2
Para fins de exemplo, veja abaixo a pinagem de um SSD PCIe para slot M.2 (chave M)
e note que são poucos os terminais utilizados para este fim:
Tabela 16 - SSD SATA da Micron com muitos dos pinos sem uso
O padrão M.2 permite módulos mais longos e componentes nas duas faces da PCB. A
espessura máxima permitida dos componenetes é de 1,5 mm por lado e a espessura do
PCB é de 0,8 mm ± 10%. Cartões M.2 podem fornecer maiores capacidades de
armazenamento, bem como dobrar a capacidade de armazenamento dentro do espaço
ocupado pelos dispositivos mSATA.
Um módulo M.2 é retangular, sendo instalado no conector correspondente fixado na
MoBo e um único parafuso de montagem prende o cartão no lugar. Um orifício de
montagem semicircular sempre está presente na borda oposta ao conector. Veja a
imagem abaixo:
E o slot M.2... Do que é feito?
Imagem 20 - Os materiais utilizados na confecção de um slot M.2
O padrão técnico ExpressCard especifica o design do slot integrado na PCB e das placas
de expansão a serem inseridas nos slots.
Um slot ExpressCard possui um lane PCI Express, uma USB 2.0 (incluindo Hi-Speed).
Já a USB 3.0 (SuperSpeed) é suportada apenas na especificação 2.0 do formato. Os
cartões podem ser projetados para usar qualquer um desses padrões, sendo, de qualquer
maneira, hot-pluggable (identificação imediata pelo PC). Existem dois formatos de
cartão, cujas medidas são mostradas abaixo:
Imagem 22 - Formatos de cartão ExpressCard
Note que a geração anterior CardBus / PC Card é um tanto maior e possui mais pinos.
E o slot ExpressCard... Do que é feito?
Imagem 23 - Cartão ExpressCard com três portas USB 3.0 posicionadas para ficarem na
lateral do notebook
E quem diria que o textinho lançado em 2018 chegasse nesse nível. Esperamos um dia
lançar o Capítulo 4, e creio que logo virá, afinal o PCIe 6.0 já teve suas especs lançadas
em 2022, utilizando modulação PAM (ao invés da NRZ) e já foi dada a largada para a
criação do PCIe 7.0, com expectativa de lançamento para meados de 2025.
Se gostou do artigo, tem alguma sugestão, se viu alguma inconsistência ou erro de
gramática, entre em contato com o Hardware Central pelo e-mail
hardwarecentrallr@gmail.com.
REFERÊNCIAS e CRÉDITOS