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Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed
Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed
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contidas nesse material.
ILUSTRAÇÕES E PROJETO GRÁFICO
Aspirantes 2010:
(Autor desconhecido)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................ - 01
GLOSSÁRIO ................................................................................. - 54
REFERÊNCIAS ............................................................................. - 63
INTRODUÇÃO
02
CAPÍTULO 1
1
RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Manual de Salvamento em Altura. 1ª edição, 1991, p. 81.
03
mesmos.
4-Nunca alterar os procedimentos
operacionais, sem prévio conhecimento
dos integrantes da guarnição.
5-todas as amarrações e fixações de
equipamentos, devem ser muito bem
checadas e vigiadas.
6-Sempre que se estiver trabalhando
em locais elevados, como por exemplo,
peitoris de janelas e parapeitos de
edifícios, o homem deve estar preso a
um ponto fixo, por meio de um cabo
solteiro ou fita tubular.
7-Os elementos da guarnição que
estiverem empenhados no controle de
velocidade das cordas de descida ou
cordas guias, sempre deverão usar
luvas e posicionarem-se de maneira a
dar sustentação às mesmas.
8-Nas transposições de cabos Atividade de rapel
realizada com segurança
horizontais ou inclinados além do
equipamento que deslizará sobre a corda, o homem deverá estar garantido por
um sistema em separado.
9-Não deve ser permitida a ajuda ou interferência da vítima no processo de
salvamento, a não ser em situações extraordinárias.
04
CAPÍTULO 2
NÓS E AMARRAÇÕES
05
2.1 - NÓS DE EXTREMIDADES
Nó Simples
É o mais simples de todos os nós, sendo mais conhecido por “Nó Cego”.
Será utilizado como base para o Nó de Fita.
Pode ser usado também para melhorar a pegada numa corda quando
esta é utilizada como apoio para a escalada a determinado ponto (“LEPAR”).
Para tanto, um dos métodos de confecção dos nós na corda é pelo processo de
“fradear a corda”.
Nó em Oito
Também conhecido por “Alemão”. Será usado como base para a Aselha
em Oito pela Ponta ou para confecção da Aselha Dupla em Oito.
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Nó de Frade
Utilizado basicamente para “falcaçar” as pontas das cordas.
Também serve como base para o Assento Americano quando passamos
o cabo solteiro em volta da cintura e damos as duas voltas com a corda, que nada
mais é do que o nó em questão.
Nó Direito
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Nó de Escota Simples
Seu uso destina-se a união de cordas de mesmo diâmetro ou de
diâmetros diferentes. Normalmente o utilizamos quando precisamos içar uma
corda até determinado ponto através do uso de uma retinida que é lançada até o
chão.
Nó de Escota Dupla
Tem a mesma finalidade do Nó de Escota Simples, com a única e
principal diferença de aumentar a segurança evitando-se que o nó se desfaça.
Em cordas molhadas é o ideal.
Vale ressaltar que no MABOM o desenho do nó de Escota Dupla é
diferente de todas as outras bibliografias estudadas. Nele é previsto que a corda
envolva duas vezes a alça da outra corda e o chicote posteriormente sendo
introduzido entre as voltas de corda. O “correto”, segundo a maioria dos autores,
é o nó da ilustração abaixo onde o chicote passa duas vezes dentro da alça.
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Nó de Fita
Também conhecido como “Nó Duplo”, é utilizado na maioria das vezes
para unir as pontas de fitas tubulares e/ou planas, formando anéis de fitas. Serve
também para unir cordas, mas é pouco utilizado para esse fim.
Em nosso caso específico utilizaremos tal nó para unir pedaços de fitas
formando anéis que serão utilizados como “estropos” que poderão ser usados
nas ancoragens.
Nó Pescador Simples
É confeccionado basicamente fazendo-se um nó simples sobre outra
corda e vice-versa.
Utilizado para unir cordas de mesmo diâmetro e nos arremates quando
não for possível realizar o nó Pescador Duplo devido ao comprimento
insuficiente do chicote.
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Pescador Duplo
Nó de arremate. É o mais utilizado e confiável. Serve também para unir
cordas de mesmo diâmetro. Será usado principalmente para unir as pontas dos
cordins formando “cordeletes”.
Uma vez acochado fica difícil de descoxar. Recomenda-se então que,
quando for unir duas cordas de mesma bitola, faça-se primeiro um Nó Direito ou
Escota Dupla e, depois sim, o Pescador Duplo, como arremate.
Alguns autores sugerem a união das pontas do cordim através do
nó em Oito induzido, como se fosse o Nó de Fita, para facilitar a soltura
após o uso.
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2.3 - NÓS ALCEADOS
São aqueles nós que formam uma ou mais alças para empregos
diversos, como por exemplo, o uso em estribos.
Nó Aselha Simples
Nada mais é do que um Nó Simples realizado com o seio de uma corda.
Destina-se a ancorar a corda em determinado objeto pontiagudo ou na
confecção de estribos.
Seu inconveniente é o fato de que, após submetido a tensão, fica difícil
de desfazer-se.
Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).
Nó Aselha em Oito
Confeccionado como o Nó em Oito (ou Alemão), só que pelo seio de uma
corda.
Sua vantagem em relação ao Nó de Aselha Simples é que possui fácil
soltura depois de submetido à tensão.
Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).
É um dos nós mais utilizados nos “encordoamentos” às cadeirinhas
(baudrier) por ser um dos mais seguros.
Alguns o citam como sendo Aselha Dupla, o que parece incorreto, pois
após confecção tem-se apenas uma alça.
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Nó Aselha Dupla
A doutrina de um modo geral não apresenta uma definição exata do que
seja uma Aselha Dupla. Assim sendo, iremos considerar tal nó como sendo
aquele que proporciona duas alças para serem empregadas em trabalhos
diversos e usaremos como bibliografia a Apostila do Estágio Básico do
Combatente de Montanha, 2ª edição, 2000, do 11º Batalhão de Infantaria de
Montanha do Exército Brasileiro.
Tal nó é feito tendo como base a Aselha em Oito.
Sua principal vantagem é o fato de possuir duas alças, que podem ser
usadas em ancoragens onde haja dois pontos de fixação da corda ou para
termos uma ancoragem mais sólida quando formos rapelar com corda dupla.
Também é denominado de Aselha Dupla em Oito.
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Nó Aselha em Oito Direcional
Trata-se de um nó de Aselha que após concluído deixa uma alça paralela
à corda, o que facilita o tracionamento da corda através da técnica do Polipasto
em “Z” (sistema de redução de forças também conhecido por “Nó Paulista” ou
“Nó de caminhoneiro” que proporciona um vantagem mecânica de 3:1).
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Nó Lais de Guia Duplo
Muito utilizado nos encordoamentos, pois mesmo após ser submetido à
tensão possui fácil soltura. Por isso deve ser obrigatoriamente arrematado,
preferencialmente com o Nó de Pescador Duplo.
Quando feito pelo seio é conhecido entre os bombeiros como Balso pelo
Seio de Duas Alças.
Nó Borboleta
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2.4 - NÓS DE ARREMATE
Como o próprio nome indica, são aqueles nós utilizados para arrematar
outros nós evitando que se desfaçam e, portanto, aumentando a segurança.
Nó de Pescador Simples
Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção
ou emenda.
Nó de Pescador Duplo
Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção
ou emenda.
Uma observação a se fazer é que quando se utiliza apenas uma das
partes do nó como arremate, pode ser denominado de “Meio Pescador Duplo”.
Nó Cote
Nada mais é do que um Nó Fiel confeccionado com o chicote da corda
que sobra do nó principal feito na outra corda.
Detalhe: quando o desenho do nó assemelha-se ao Nó Boca de Lobo, o
nó não deve ser considerado como Cote.
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2.5 - NÓS DE ANCORAGEM
Nó Boca de Lobo
Quando feito pela ponta deve ser arrematado sob pena de desfazer-se
quando submetido à tensão.
Seu uso mais comum é pelo seio da corda ou fita.
É utilizado para fixação dos anéis de fita à cadeirinha.
Seu ponto negativo é que, ao ser submetido à tensão, realiza um “efeito
guilhotina” sobre si mesmo, reduzindo em muito a resistência da corda (cerca de
55%).
Pelo Seio
Pelo chicote
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Nó Fiel
Trata-se do nó mais conhecido no CBMMG e a prova de adestramento
no tocante a confecção de nós reside justamente no fato do bombeiro conseguir
confeccioná-lo em condições mais adversas possíveis, como de olhos
vendados, na perna, etc.
É um nó muito utilizado no montanhismo, porém alguns profissionais o
contra indicam sob a alegação de que depois de confeccionado e sob tensão, as
cordas se sobrepõem fazendo um “efeito guilhotina” (mordendo). Não obstante
isso é um nó extremamente confiável e de fácil confecção, podendo inclusive ser
feito num mosquetão com apenas uma das mãos, caso a outra esteja ocupada.
Sendo confeccionado e tencionado sobre uma superfície lisa e
cilíndrica, pode correr com carga aproximada de 400 kgf. Daí a importância do
arremate quando o nó for feito pela ponta.
Pelo seio
Pelo chicote
Nó de Aselha Dupla
Ver nós alceados.
Nó Prusik
Erroneamente chamado de Nó Prússico, é o nó autoblocante mais
antigo que existe e seu nome foi emprestado de seu inventor, um “músico”
chamado Karl Prusik. Trata-se de um nó muito utilizado em “auto-resgates”.
Sua vantagem reside no fato de que pode ser confeccionado até mesmo
com uma só mão e que se trava em qualquer direção que for puxado.
Alguns autores recomendam apenas duas voltas em sua confecção. Por
questões de segurança, padronizaremos, no mínimo, três voltas.
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Nó Machard
Também muito fácil de ser confeccionado, substitui à altura o Nó Prusik.
Embora fique travado em ambas as direções, é classificado como nó
unidirecional (deve ser tracionado no sentido oposto à alça).
Nó Blocante Clássico
Também conhecido como French Prusik, Machard pelo Seio ou
Machard Bidirecional.
É um nó muito fácil de ser confeccionado e de ser afrouxado após
receber carga.
Sua característica principal é a de aumentar em 200% a carga de ruptura
do cordelete, uma vez que este é utilizado de forma que fique dobrado, ou seja, o
mosquetão é introduzido nas duas alças. Com isso, um cordelete que tenha CR
de 750 kgf, p.ex., passa a suportar carga de 1500 kgf, desde que o nó seja
confeccionado com um número de voltas suficiente.
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2.7 - NÓ DE SEGURANÇA
Nó UIAA
De tão confiável, recebeu o nome da União Internacional das
Associações de Alpinismo.
Também conhecido por Nó Dinâmico, serve como freio durante a
segurança na escalada ou durante um rapel de emergência.
Seu inconveniente é que o princípio de funcionamento baseia-se no
atrito gerado pela fricção de duas partes da mesma corda numa peça metálica.
Com isso, num uso constante, a corda poderia vir a se romper (isso no caso
específico do rapel). Lembre-se que ele é para uma emergência.
Assento Americano
Como já foi citado, trata-se de um arranjo de corda ou fita que substitui a
cadeirinha em casos de emergência.
Para sua confecção normalmente utilizamos um pedaço de corda de
aproximadamente 4,50 m de comprimento por mais ou menos 10 mm de
diâmetro, o qual denominamos Cabo Solteiro.
Um aspecto importante a ser observado é que ao final da confecção do
assento ele deve ser finalizado com um Nó Direito e arrematado com dois Nós de
Pescador Duplo somente na corda onde for realizado o nó de junção (Nó Direito).
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Continuação das fotos do assento Americano
Assento Austríaco
É confeccionado através de um anel formado unindo-se as pontas do
cabo solteiro com o Nó de Pescador Duplo.
Apesar de menos confortável que o Assento Americano, principalmente
para os homens, é uma opção rápida num caso de emergência.
23
2.9 - NÓ DE REFORÇO
Nó utilizado para reforçar uma corda que esteja com algum dano
provocado por atrito ou corte.
No CBMMG existe a cultura de se utilizar o Nó Catau, porém, é um nó
não muito confiável.
Nó Borboleta
É um nó que forma uma alça isolando a parte danificada da corda e
permitindo seu uso sem risco algum.
Apresenta-se melhor do que o Nó Aselha pelo seu desenho que permite
que as pontas da corda fiquem na mesma direção quando sob tensão.
Também será utilizado como nó alceado, para tracionamento de Cabos
Aéreos e Tirolesas.
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2.10 - NÓ DE TRACIONAMENTO
Nó Paulista
Nó bastante conhecido dos caminhoneiros por facilitar o arranjo da
carga na carroceria do caminhão.
Como o atrito de corda com corda não é recomendável, deve-se
confeccionar o nó utilizando mosquetão ou o freio em oito.
25
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS
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3.1 - CADEIRINHA
1
Um bombeiro equipado, de acordo com a NFPA 1983/2001, pesa 300 lb (trezentas libras), o que dá
aproximadamente 136 kgf (cento e trinta e seis quilogramas-força). O fator de segurança adotado é de 15:1, ou
seja, o equipamento deve suportar 15 vezes o peso do usuário. Destarte, a cadeirinha, para preencher tais
exigências, deveria ter uma carga de ruptura (CR) de, no 2038 kgf, para um bombeiro e, aproximadamente 4000
kgf para ele e vítima. 27
Os cuidados básicos que devemos ter ao usar tal equipamento são:
a)vesti-la corretamente;
b)observar se os tirantes foram passados corretamente nas fivelas;
c)evitar que a corda entre em atrito com a cadeirinha durante o rapel;
d)não deixá-la exposta ao sol quando não estiver sendo utilizada;
e)realizar as ancoragens (encordoamento) nos locais corretos da
cadeirinha.
28
3.2 - CAPACETE
Destina-se a proteção da cabeça contra quedas de objetos ou em caso
do socorrista perder o equilíbrio e cair batendo a cabeça em algum lugar. Não
deve possuir abas, pois limita o campo de visão.
Como ocorrem com a maioria dos equipamentos utilizados em
Salvamento em Altura, os capacetes adquiridos pelo CBMMG são fabricados
para escalada e, por isso, não podem ser expostos a temperaturas elevadas,
como acontece nos incêndios, nem são isolantes elétricos. Algumas empresas
especializadas em equipamentos para bombeiros têm trabalhado no sentido de
fabricar capacetes que atendam especificamente ao nosso trabalho sem
atrapalhar a atividade em altura.
3.3 - LUVAS
As luvas servem para proteger as mãos do calor gerado pelo atrito com a
corda durante o rapel. As específicas para uso em técnicas verticais são
confeccionadas em “vaqueta” com proteção extra na palma da mão, onde o
contato com a corda é maior. Algumas já vêm de fábrica com as pontas dos
dedos cortados para não atrapalhar o tato, principalmente no manuseio de
equipamentos como mosquetões e durante a confecção de nós e amarrações. O
corte é feito apenas para que a falangeta do dedo fique à mostra e não todo o
dedo, o que facilitaria a queimadura por atrito. Tal situação, no entanto, tem
causado algumas queimaduras de 2º grau em alguns militares, motivo pelo qual
é desaconselhável cortar os dedos das luvas.
29
3.4 - MOSQUETÕES
São conectores metálicos que se destinam a prender equipamentos e
prover a segurança do socorrista durante as atividades em altura. Normalmente
são feitos em duralumínio, um tipo de liga metálica cujas características
principais são leveza e alta resistência à ruptura. O problema do mosquetão é
que não é muito resistente à torção e, por isso, não pode sofrer esforço na radial e
tão somente em seu sentido longitudinal.
Um cuidado principal que deve ser observado ao se utilizar mosquetões
é de não esquecer a trava aberta. No mercado existem mosquetões com travas
automáticas nos quais há o travamento tão logo o gatilho se feche. Deve-se
evitar a todo custo que peças metálicas caiam ao chão, pois podem sofrer micro-
fissuras invisíveis a olho nu e, com o tempo, ao receber carga, a peça pode vir a
partir-se causando graves acidentes.
Embora no mosquetão venha impressa em seu corpo a carga de ruptura
(CR) fornecida pelo fabricante, que normalmente é superior a 2000 kgf (20 kN), é
bom considerar uma margem de segurança utilizando um fator de segurança (fs)
aplicando, pelo menos, 5 vezes menos força no equipamento. Assim, se a cr for
de 2000 kgf, por exemplo, poder-se-ia aplicar uma força de até 400 kgf para
trabalhar com segurança. Esta então seria a carga de trabalho (ct) e o fs seria “5”.
MOSQUETÃO DE MOSQUETÃO DE
HMS OVAL
ALUMÍNIO “D” AÇO “D”
GRIGRI OITO
3. 6 - CORDA
Por corda entende-se o conjunto de fios torcidos de determinado
comprimento e diâmetro e que serve a um fim. Quando esse fim é específico
passa a ter a denominação de “cabo”. Um exemplo é o “Cabo Solteiro”, que tem
comprimento aproximado de 4,50 m e destina-se basicamente à confecção de
assentos improvisados.
Atualmente o CBMMG possui nas viaturas da Prontidão de Incêndio (PI)
apenas cordas semi-estáticas. Já em alguns batalhões, nas Companhias
Escolas (Cia Esc) existem algumas cordas dinâmicas.
Como todo equipamento de bombeiro, as cordas deveriam ter uma certa
resistência ao calor. Porém, como são feitas de materiais sintéticos,
normalmente não suportam altas temperaturas. Sua exposição ao calor então
deve ser evitada ao máximo e durar o tempo suficiente para a realização do
salvamento.
Os materiais de confecção das cordas podem ser NYLON, POLIÉSTER
e POLIPROPILENO, de acordo com o uso a que se destina.
No CBMMG, a maioria das cordas é de Nylon e Poliéster.
32
As cordas podem ser ESTÁTICAS, SEMI-ESTÁTICAS ou DINÂMICAS.
Como praticamente não encontramos cordas estáticas, que seriam aquelas que
não teriam elasticidade alguma, vamos nos ater aos outros tipos.
CORDA SEMI-ESTÁTICA: é aquela que tem uma elasticidade de 1 a 2%
em relação ao seu comprimento. É utilizada para montagens de Tirolesas e
Cabos Aéreos.
33
3.7 - CORDINS
São cordas de diâmetro menor, cerca de 6 a 8 mm com
aproximadamente 1,50 m de comprimento que, uma vez emendadas com Nó
Pescador Duplo, preferencialmente, tornam-se “cordeletes”, que são usados
para confecção de nós autoblocantes, utilizados na auto-segurança,
tracionamentos de cabos etc.
Os cuidados com o uso e conservação são os mesmos das cordas.
3.8 - FITAS
São realmente “fitas” confeccionadas em material de alta resistência à
tração e à abrasão. Podem ser costuradas de fábrica (mais confiáveis e
resistentes) ou podem ser emendadas com o Nó de Fita.
Seu emprego operacional é vasto e depende da necessidade e
criatividade do socorrista. Basicamente são usadas nas solteiras, nas
equalizações e nos estropos (ou “strop”).
Como se trata de material têxtil, os cuidados para conservação devem
ser os mesmos citados para as cordas.
4.1 - PRONTIDÃO
É o método padrão utilizado no CBMMG uma vez que facilita o
lançamento da corda quando tiver que ser utilizada.
No Manual de Bombeiros (MABOM) o processo de se enrolar cordas
prevê o uso do pé, ou seja, a corda entra em contato com possíveis sujeiras que
estiverem presentes na sola da bota. Tais impurezas podem vir a danificar a
corda.
Para evitar tal situação recomendamos que a corda seja enrolada nos
braços de outro bombeiro, evitando, com isso, que a corda se suje.
35
Passo a passo do método de enrolar corda tipo prontidão
38
4.5 - MOCHILA
Método muito utilizado pelos militares possuidores do Curso de
Salvamento em Altura (CSAlt) durante as operações de rapel tático para resgate
de pessoas em tentativa de auto-extermínio. Nada mais é do que uma corrente
simples feita sobre a própria corda que deve ficar apoiada nos ombros. Tal
processo de enrolar corda permite que o militar desça de rapel sem que a corda
fique à vista da vítima. Deve-se iniciar o processo confeccionando um nó
volumoso ao final da corda de forma que não passe pelo freio em oito, para evitar
acidentes caso o “rapelista” vá até o final da corda.
39
CAPÍTULO 5
EQUILÍBRIO NO PÓRTICO
Pórtico do 1ºBBM
40
Não existe uma fórmula para realizar com sucesso tal atividade. A
orientação básica é de olhar para o local onde se está pisando, manter o
equilíbrio e prosseguir a travessia.
“A orientação básica é olhar para o local onde se está pisando, manter o equilíbrio e prosseguir a travessia.”
41
Durante os treinamentos são instaladas cordas de segurança, porém,
em ocorrências, num caso de emergência, o bombeiro poderá ter que realizar
transposição de obstáculos semelhantes ao Pórtico numa situação em que o uso
de segurança fique prejudicado ou não surta o efeito esperado em caso de
queda.
Para a escalada de uma estrutura metálica existem técnicas de
segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões até
mesmo “escalar como se estivesse guiando uma via em rocha”.
As atividades de ambientação a serem executadas no pórtico irão variar
de acordo com o nível de habilidade dos alunos, podendo ser travessia com os
olhos vendados, transposição com outro militar às costas, transposição pela
técnica do “carrinho de mão” (um colega usa as mãos para a transposição
enquanto seu dupla o sustenta pelos pés), travessia de costas etc.
“(...) existem técnicas de segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões
até mesmo “escalar como se tivesse guiando uma via em rocha”.”
42
CAPÍTULO 6
ROTAS DE FUGA
Oitava
44
Virada do bombeiro
Virada de bandeira
45
Não existe uma mais fácil do que a outra. Tudo vai depender do condicionamento
físico e do preparo técnico do bombeiro.
6.2 - TIROLESA
Quando der tempo, a descida das vítimas deve ser comandada, ou seja,
realizada por bombeiros. No caso de EMERGÊNCIA, a vítima deve ser colocada
no cabo, presa ao mosquetão e descida pela força da gravidade.
No caso do bombeiro, a descida deve ser controlada com as mãos, que
devem estar calçadas com luvas.
6.3 - RAPEL
Capacete Luvas
Cinto 1,2 e 3
47
Corda no freio em oite e mosquetão travado
Ancoragem
ATENÇÃO SEGURANÇA!
48
Rapel de Patamar em Patamar
Rapel em Negativo
50
CAPÍTULO 7
ESCALADA EM ROCHA
Agarra Apoio
ACOCHAR - Apertar.
ALÇA - Anel que se obtém permeando a corda e unindo suas extremidades sem
cruzá-las.
ASCENSÃO - Subida.
AUTOBLOCANTE - Que bloqueia por si só. Termo usado para nos referirmos
aos nós que se apertam quando submetidos à tração, por exemplo, Prusik,
Machard, Backman entre outros.
BACK UP - Termo inglês que significa voltar atrás, ter uma segunda chance. Na
escalada e em técnicas verticais o termo é muito usado para significar
“redundância”, ou seja, sempre necessitamos ter pronto um segundo sistema de
segurança separado do primeiro.
BAIXA - Termo militar que significa não estar em condições de trabalhar por
motivos diversos (baixado: problema de saúde) ou que saiu do serviço
(demissão).
BM - Bombeiro Militar.
CABO AÉREO - Corda tracionada entre dois pontos de ancoragem e que serve
para transposição de tropa, equipamentos e/ou feridos. No Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais padronizou-se com os usos e costumes que cabo aéreo é
na horizontal. Na diagonal torna-se Tirolesa.
CABO SOLTEIRO - Pedaço de corda que não tem aplicação especial. Serve
para segurança e assentos. (Manual de Fundamentos de Bombeiro - MABOM)
55
pode suportar, dentro de uma margem de segurança. É o resultado de uma
fórmula na qual dividimos a Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurança
(FS).
CORDA DINÂMICA - Corda fabricada com uma “elasticidade” natural que pode
variar de 6 a 10% do seu comprimento com vista a absorver o impacto causado
pela queda de quem estiver escalando, evitando danos à ancoragem, ao
equipamento e/ou ao corpo do escalador. Sua “alma”, ou “miolo” é constituída de
fios torcidos que funcionam como “molas” ao receberem tensão.
CORDA SEMI-ESTÁTICA - Corda que está no meio termo entre uma corda
estática e uma dinâmica. Estica-se cerca de 1 a 2% do seu comprimento e deve
suportar queda de fator até 1 (um) para receber a certificação UIAA. É usada em
técnicas verticais para içamento de cargas, em sistemas de redução, tirolesas
entre outras.
ESTROPO - Arranjo feito com anéis de fita (ou cordas) e mosquetão, onde
fixamos uma corda durante a ancoragem. O anel de fita é permeado uma ou mais
vezes e passado em volta do ponto de ancoragem. Normalmente é usada para
proteger a corda evitando seu contato direto com o ponto de ancoragem. A
palavra realmente significa, segundo Edil Dalbian Ferreira em seu Dicionário
para Bombeiros, “cabo de ferro em forma de anel, o qual prende o remo à
forqueta ou tolete”. Alguns manuais usam o termo inglês “strop”, que significa, ao
pé da letra, uma tira usada para afiar navalhas.
FALCAÇA - Arremate que se faz na extremidade da corda para que ela não se
desfie. Em corda de nylon a falcaça pode ser feita a fogo.
FITA EXPRESSA - Mesmo que anel de fita. Termo normalmente utilizado para os
anéis de fita previamente costurados pela fábrica. A palavra “expressa”, por
analogia, deriva do fato das fitas estarem à mão, em condições de “pronto
emprego”.
FITA PLANA - Fita que não é tubular, ou seja, não é “oca”. Trata-se de uma fita
única costurada.
FITA TUBULAR - Fita “oca”. Quando apertamos suas bordas ela fica com o
formato de um “tubo”, daí o nome.
GUIAR - Ato de escalar uma via primeiro, liderando o grupo, basicamente usando
costuras, por onde será passada a corda.
MORDER - É prender, por oclusão, alguma parte da corda em outra parte dela ou
superfície rígida.
RETINIDA - É uma corda fina utilizada para trabalhos especiais, como, por
exemplo, içar a ponta de uma corda de bitola maior.
VAQUETA - Tipo de couro com o qual são fabricadas luvas utilizadas no rapel.
VIA - É o caminho para se escalar a via. Quem conquista e fixa as proteções nas
vias estabelece um caminho “obrigatório” para escalá-la; desviar de tal caminho
é abrir outra via ou não fazer a via original. É o mesmo que “rota”.
REQUIÃO, Cristiano. Cordas & Nós para Montanhistas. 1ª ed., Rio de Janeiro:
2002.