Você está na página 1de 74

AUTORIZAÇÃO PARA USO:

Aos usuários deste material é permitida a sua cópia parcial ou total, desde
que tenha finalidade meramente informativa e educativa.
É permitida a utilização desta apostila pelas instituições militares coirmãs,
desde que para fins de instrução.
Não é permitida a reprodução parcial ou total dessa apostila com finalidade
comercial, não sendo, portanto, permitida a comercialização desse material sem a
prévia autorização do autor.
Não é permitido aos usuários realizar modificações no texto e/ou figuras
contidas nesse material.
ILUSTRAÇÕES E PROJETO GRÁFICO

Aspirantes 2010:

Cad BM Ayres Luciano Da Silva Cad BM Jonas Braga Linke


Cad BM Bruno França Gonçalves Cad BM José Adilson Toledo
Cad BM Caetano Barbosa Amaral Cad BM Leonardo Piekarz
Cad BM Christian Coelho Cordeiro Cad BM Lucas Alves Pacheco
Cad BM Cristiano Antônio Soares Cad BM Magno Eloizio Da Silva
Cad BM Débora Cristina C. Brandão Cad BM Marcia Martins Correia
Cad BM Dilson Veloso Dias Júnior Cad BM Nágela Lamim Da Silva
Cad BM Douglas Morau Briel (ES) Cad BM Natanael Silva De Oliveira (ES)
Cad BM Eduardo Felipe A. Dos Santos Cad BM Olintos A. Cury De Almeida
Cad BM Eduardo Rodrigo Simões Cad BM Rafaella Romer T. Gomes
Cad BM Elias Simão Cad BM Raphael Nardoto Barboza (ES)
Cad BM Eliseu Washington G. Marques Cad BM Roberto Sales Marangon
Cad BM Fabiane Cruz P. Da Silva (ES) Cad BM Rodolfo Kroehling De Moura
Cad BM Fabricio Eduardo Dalfior Cad BM Rodrigo Das Mercês Gomes
Cad BM Fabrício Nelson Lacerda Cad BM Shirley De Carvalho Neves
Cad BM Gustavo Moraes Falcão Cad BM Vinícius Bonfim Fulgêncio
Cad BM Heitor H. Lube Da Silva (ES) Cad BM Wanderson Lopes De Castro
Cad BM Johnny Franco De Oliveira Cad BM Wilker Tadeu Alves Da Silva
Dedico esta singela apostila a
todos os militares do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais e
de instituições co-irmãs que cumprem
o juramento de abrir mão da própria
vida para que os outros possam viver.
AGRADECIMENTOS

Aos meus alunos dos diversos cursos, em especial o Curso de


Salvamento em Altura (CSAlt), os quais através da incessante busca do
conhecimento e do brilho nos olhos, característicos de quem acredita que
todo salvamento pode ser possível, sempre me incentivaram a escrever algo
com o intuito de somar conhecimento, ainda que fosse da maneira mais
simplória.
Aos Cadetes do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares
(CFO BM), Aspirantes de 2010, pelo empenho em ilustrar esta apostila e de
ceder suas imagens para que sirvam de fonte de consulta de outros
militares, lançando uma semente para o engrandecimento do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Ao Sr. Coronel BM Roberto Lopes de Oliveira Filho, atual Diretor de
Ensino do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, pelas tentativas de
reconhecer minhas apostilas como trabalho técnico profissional e pela
inclusão delas como fonte de consulta dos diversos concursos internos,
quando era o Diretor de Recursos Humanos
“É melhor acender uma vela que amaldiçoar a escuridão”.

(Autor desconhecido)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................ - 01

CAPÍTULO 1 – SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES ................................ - 03

CAPÍTULO 2 – NÓS E AMARRAÇÕES .................................................. - 05


2.1 - Nós de Extremidades ......................................................... - 06
- Nós Simples ................................................................ - 06
- Nó em Oito .................................................................. - 06
- Nó de Frade ................................................................ - 07
2.2 - Nós de Junção ou Emenda ................................................ - 07
- Nó Direito .................................................................... - 07
- Nó de Escota Simples ................................................. - 08
- Nó de Escota Dupla .................................................... - 08
- Nó de Fita .................................................................... - 09
- Nó Pescador Simples .................................................. - 09
- Nó Pescador Duplo ..................................................... - 10
2.3 - Nós Alceados ..................................................................... - 11
- Nó Aselha Simples ...................................................... - 11
- Nó Aselha em Oito ...................................................... - 11
- Nó Aselha Dupla ......................................................... - 12
- Nó Aselha em Oito Direcional ..................................... - 13
- Nó Lais de Guia Simples ............................................. - 13
- Nó Lais de Guia Duplo ................................................ - 14
- Nó Borboleta ............................................................... - 24
2.4 - Nós de Arremate ................................................................ - 15
- Nó de Pescador Simples ............................................. - 15
- Nó de Pescador Duplo ................................................ - 15
- Nó Cote ....................................................................... - 15
2.5 - Nós de Ancoragem ............................................................ - 16
- Nó Boca de Lobo ........................................................ - 16
- Nó Fie .......................................................................... - 17
- Nó Lais de Guia Duplo ................................................ - 17
- Nó de Aselha Dupla ..................................................... - 12
2.6 - Nós Autoblocantes .............................................................. - 18
- Nó Prusik ..................................................................... - 18
- Nó Machard ................................................................ - 19
. - Nó Blocante Clássico .................................................. - 19
2.7 - Nó de Segurança ................................................................ - 20
- Nó UIAA ....................................................................... - 20
2.8 - Assento improvisados e Ataduras de Peito ........................ - 20
- Assento Americano ..................................................... - 21
- Assento Austríaco ....................................................... - 22
- Atadura de Peito Padrão EB. ....................................... - 22
. - Atadura de Peito Padrão Espeleólogos ....................... - 23
2.9 - Nó de Reforço .................................................................... - 24
- Nó Borboleta ................................................................ - 24
. 2.10 - Nó de Tracionamento ....................................................... - 25
- Nó Paulista .................................................................. - 25

CAPÍTULO 3 – EQUIPAMENTOS ................................................. - 26


3.1 - Cadeirinha .......................................................................... - 27
3.2 - Capacete ............................................................................ - 29
3.3 - Luvas .................................................................................. - 29
3.4 - Mosquetões ........................................................................ - 30
3.5 - Freios .................................................................................. - 31
3.6 - Corda .................................................................................. - 32
3.7 - Cordins ............................................................................... - 34
3. 8 -Fitas .................................................................................... - 34
CAPÍTULO 4 – PROCESSOS DE ENROLAR CORDAS .............. - 35
4.1 - Prontidão ............................................................................ - 35
4.2 - Corrente Dupla ................................................................... - 36
4.3 - Corrente Tripla .................................................................... - 37
4.4 - Andino ................................................................................. - 38
4.5 - Mochila ............................................................................... - 39

CAPÍTULO 5 – EQUILÍBRIO NO PÓRTICO ................................. - 40

CAPÍTULO 6 – ROTAS DE FUGA ................................................ - 43


6.1 - Cabo Aéreo ......................................................................... - 43
6.2 - Tirolesa ............................................................................... - 46
6.3 - Rapel .................................................................................. - 47
- Rapel de Patamar em Patamar ................................... - 49
- Rapel em Negativo ...................................................... - 49
- Rapel com Auto-segurança ......................................... - 49

CAPÍTULO 7 – ESCALADA EM ROCHA ...................................... - 51

GLOSSÁRIO ................................................................................. - 54

REFERÊNCIAS ............................................................................. - 63
INTRODUÇÃO

Dentre as inúmeras atividades realizadas pelo Corpo de Bombeiros


Militar de Minas Gerais (CBMMG) encontram-se os trabalhos em altura, que
estão ligados à área de salvamento, denominada na corporação como
SALVAMENTO EM ALTURA.
Como característica marcante de tal atividade temos o fato do bombeiro
ter que atuar em um ambiente de trabalho incomum para o ser humano que é
“terrestre” por natureza. Mister se faz então que se adapte e, para isso, precisa
treinar muito, até que aprenda a “controlar” o medo, que deve sempre existir,
caso contrário o profissional de
salvamento pode vir a sofrer sérios
acidentes ou colocar a vida de outros
em perigo.
No Manual de Atividades de
Bombeiro (MABOM), utilizado no
CBMMG, temos na p. 111 o conceito
de “altura” bem como as atividades
que pertencem a esse grupo.
Vejamos:
“Como “altura” incluímos
todos os locais de trabalho em que o
Atividades de salvamento em altura no 2ºBBM
homem não possa estar apoiado
diretamente sobre o plano do terreno.
Assim consideramos pertencer a este grupo:
a)Os trabalhos desenvolvidos em torres, árvores e lado externo das
edificações;
b)Os trabalhos em que o homem opera suspenso no ar, preso apenas
por cabos e cordas;
c)Os trabalhos em encostas íngremes do terreno, com auxílio de cabos
e cordas;
d)Os trabalhos em profundidades, tais como poços, valas e similares.”
01
Por outro lado, também temos exemplos trágicos resultantes de
acidentes gerados, em sua maioria, por negligência ou por emprego de técnicas
que, posteriormente foram comprovadas como inadequadas.
Destarte, o objetivo desta apostila é apresentar a primeira parte da
matéria de Salvamento em Altura referente ao primeiro ano do Curso de
Formação de Oficiais BM (CFO BM) conforme plano de disciplina a qual também
serve para aqueles militares que têm o primeiro contato com técnicas verticais de
salvamento, como os alunos do Curso de Formação de Soldados Bombeiros
Militares (CFSd BM).
O objetivo desse primeiro módulo será a preparação técnica, física e
psicológica dos alunos para atuarem fora do plano do terreno, fazendo com que
tenham contanto com tarefas básicas executadas pelo Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais nas atividades de Salvamento em Altura.
Por fim, não podemos nos esquecer da máxima que deve imperar
durante todo o treinamento e no atendimento a ocorrências:

SEGURANÇA ACIMA DE TUDO.

Procedimentos de segurança para a realização das atividades de salvamento em altura

02
CAPÍTULO 1

SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES

“Nas operações de bombeiro, é


essencial dedicarmos um cuidado especial à
segurança. Não se pode conceber a realização
de um trabalho ou instrução seguros quando
estes se realizam em torno de equipamentos
cuja segurança é duvidosa ou mesmo, quando o
próprio bombeiro despreza princípios de
segurança. Escreveu o Cel Kassad Falcão:
“Trabalhar com consciência, precisão e método é Figura 03 – Atividades de salvamento
realizadacom segurança
trabalhar com segurança”. (Manual de
Atividades de Bombeiros – MABOM, 1ª edição, 1985, p. 112).
Para realizarmos atividades de resgate de vítimas utilizando técnicas de
Salvamento em Altura faz-se necessário observarmos a todo instante alguns
princípios básicos de segurança. Tais princípios, de tão básicos, muitas vezes
são ignorados pelos socorristas fazendo com que aqueles que tinham a missão
de salvar vidas passem a precisar do salvamento, tornando-se vítimas (isso
quando não acontece o pior).
Seguem abaixo as maneiras mais comuns
de se garantir a segurança nas operações de
Salvamento em Altura1:
1-Nunca se deve permitir que apenas um elemento
execute a operação.
2-Os equipamentos devem ser checados e
avaliados antes e depois de qualquer tipo de
trabalho.
Checagem de equipamento
antes da realização da
3-Após a colocação ou vestimenta de qualquer
atividade de salvamento em altura
equipamento, deve-se fazer uma checagem dos

1
RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Manual de Salvamento em Altura. 1ª edição, 1991, p. 81.
03
mesmos.
4-Nunca alterar os procedimentos
operacionais, sem prévio conhecimento
dos integrantes da guarnição.
5-todas as amarrações e fixações de
equipamentos, devem ser muito bem
checadas e vigiadas.
6-Sempre que se estiver trabalhando
em locais elevados, como por exemplo,
peitoris de janelas e parapeitos de
edifícios, o homem deve estar preso a
um ponto fixo, por meio de um cabo
solteiro ou fita tubular.
7-Os elementos da guarnição que
estiverem empenhados no controle de
velocidade das cordas de descida ou
cordas guias, sempre deverão usar
luvas e posicionarem-se de maneira a
dar sustentação às mesmas.
8-Nas transposições de cabos Atividade de rapel
realizada com segurança
horizontais ou inclinados além do
equipamento que deslizará sobre a corda, o homem deverá estar garantido por
um sistema em separado.
9-Não deve ser permitida a ajuda ou interferência da vítima no processo de
salvamento, a não ser em situações extraordinárias.

Lembre-se: A GRAVIDADE NÃO DORME.

04
CAPÍTULO 2

NÓS E AMARRAÇÕES

Não há como falar em Salvamento em Altura sem pensar nas cordas.


Por conseqüência, não há como pensar nelas sem falar dos nós e amarrações.
Por “nó” entendemos todo e qualquer arranjo feito com cordas, fitas ou
similares e que se destina a um fim, ainda que apenas de decoração. Como
profissionais de salvamento, no entanto, interessam-nos apenas aqueles nós
que têm alguma utilidade prática, conhecidos como “nós de trabalho”. Os
“decorativos” não serão estudados e podem ser encontrados nos diversos livros
de “nós” à venda em livrarias
As principais características dos nós são: FÁCIL CONFECÇÃO,
CONFIABILIDADE e FÁCIL SOLTURA. Assim, quando da utilização dos
diversos modelos de nós, devemos nos preocupar, sempre, em fazer o mais fácil
e confiável não esquecendo que após os trabalhos teremos que recuperar a
corda, e, por isso, o nó deverá ser fácil de desfazer-se. Não podemos esquecer
que a “rapidez” também deve ser levada em consideração. Por isso não adianta
treinarmos nós muito complicados.
Nas próximas páginas apresentaremos então alguns dos principais nós
utilizados no CBMMG, com o respectivo método de confecção.
É bom salientar que a nomenclatura utilizada foi baseada no linguajar
técnico de nossos bombeiros, o qual foi difundido através dos anos. Com isso,
caso alguém adquira um livro sobre “nós”, observará com facilidade que os
nomes podem divergir de um autor para outro.
Em caso de dúvida quanto às terminologias utilizadas, consulte o
glossário, ao final desta apostila.

05
2.1 - NÓS DE EXTREMIDADES

São os nós confeccionados nas extremidades das cordas, com


finalidades diversas, tais como arremate ou preparação para outros nós.
Nessa categoria temos os seguintes nós: SIMPLES, EM OITO e
FRADE.

Nó Simples
É o mais simples de todos os nós, sendo mais conhecido por “Nó Cego”.
Será utilizado como base para o Nó de Fita.
Pode ser usado também para melhorar a pegada numa corda quando
esta é utilizada como apoio para a escalada a determinado ponto (“LEPAR”).
Para tanto, um dos métodos de confecção dos nós na corda é pelo processo de
“fradear a corda”.

Nó em Oito
Também conhecido por “Alemão”. Será usado como base para a Aselha
em Oito pela Ponta ou para confecção da Aselha Dupla em Oito.

06
Nó de Frade
Utilizado basicamente para “falcaçar” as pontas das cordas.
Também serve como base para o Assento Americano quando passamos
o cabo solteiro em volta da cintura e damos as duas voltas com a corda, que nada
mais é do que o nó em questão.

2.2 - NÓS DE JUNÇÃO OU EMENDA

Nós utilizados para unir as pontas das cordas.

Nó Direito

Utilizado para unir cordas de mesmo diâmetro. Deve obrigatoriamente


ser arrematado, pois quando “frouxo” desfaz-se com relativa facilidade. Será
utilizado como finalização do Assento Americano.

07
Nó de Escota Simples
Seu uso destina-se a união de cordas de mesmo diâmetro ou de
diâmetros diferentes. Normalmente o utilizamos quando precisamos içar uma
corda até determinado ponto através do uso de uma retinida que é lançada até o
chão.

Nó de Escota Dupla
Tem a mesma finalidade do Nó de Escota Simples, com a única e
principal diferença de aumentar a segurança evitando-se que o nó se desfaça.
Em cordas molhadas é o ideal.
Vale ressaltar que no MABOM o desenho do nó de Escota Dupla é
diferente de todas as outras bibliografias estudadas. Nele é previsto que a corda
envolva duas vezes a alça da outra corda e o chicote posteriormente sendo
introduzido entre as voltas de corda. O “correto”, segundo a maioria dos autores,
é o nó da ilustração abaixo onde o chicote passa duas vezes dentro da alça.

08
Nó de Fita
Também conhecido como “Nó Duplo”, é utilizado na maioria das vezes
para unir as pontas de fitas tubulares e/ou planas, formando anéis de fitas. Serve
também para unir cordas, mas é pouco utilizado para esse fim.
Em nosso caso específico utilizaremos tal nó para unir pedaços de fitas
formando anéis que serão utilizados como “estropos” que poderão ser usados
nas ancoragens.

Nó Pescador Simples
É confeccionado basicamente fazendo-se um nó simples sobre outra
corda e vice-versa.
Utilizado para unir cordas de mesmo diâmetro e nos arremates quando
não for possível realizar o nó Pescador Duplo devido ao comprimento
insuficiente do chicote.

09
Pescador Duplo
Nó de arremate. É o mais utilizado e confiável. Serve também para unir
cordas de mesmo diâmetro. Será usado principalmente para unir as pontas dos
cordins formando “cordeletes”.
Uma vez acochado fica difícil de descoxar. Recomenda-se então que,
quando for unir duas cordas de mesma bitola, faça-se primeiro um Nó Direito ou
Escota Dupla e, depois sim, o Pescador Duplo, como arremate.
Alguns autores sugerem a união das pontas do cordim através do
nó em Oito induzido, como se fosse o Nó de Fita, para facilitar a soltura
após o uso.

10
2.3 - NÓS ALCEADOS

São aqueles nós que formam uma ou mais alças para empregos
diversos, como por exemplo, o uso em estribos.

Nó Aselha Simples
Nada mais é do que um Nó Simples realizado com o seio de uma corda.
Destina-se a ancorar a corda em determinado objeto pontiagudo ou na
confecção de estribos.
Seu inconveniente é o fato de que, após submetido a tensão, fica difícil
de desfazer-se.
Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).

Nó Aselha em Oito
Confeccionado como o Nó em Oito (ou Alemão), só que pelo seio de uma
corda.
Sua vantagem em relação ao Nó de Aselha Simples é que possui fácil
soltura depois de submetido à tensão.
Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).
É um dos nós mais utilizados nos “encordoamentos” às cadeirinhas
(baudrier) por ser um dos mais seguros.
Alguns o citam como sendo Aselha Dupla, o que parece incorreto, pois
após confecção tem-se apenas uma alça.

11
Nó Aselha Dupla
A doutrina de um modo geral não apresenta uma definição exata do que
seja uma Aselha Dupla. Assim sendo, iremos considerar tal nó como sendo
aquele que proporciona duas alças para serem empregadas em trabalhos
diversos e usaremos como bibliografia a Apostila do Estágio Básico do
Combatente de Montanha, 2ª edição, 2000, do 11º Batalhão de Infantaria de
Montanha do Exército Brasileiro.
Tal nó é feito tendo como base a Aselha em Oito.
Sua principal vantagem é o fato de possuir duas alças, que podem ser
usadas em ancoragens onde haja dois pontos de fixação da corda ou para
termos uma ancoragem mais sólida quando formos rapelar com corda dupla.
Também é denominado de Aselha Dupla em Oito.

12
Nó Aselha em Oito Direcional
Trata-se de um nó de Aselha que após concluído deixa uma alça paralela
à corda, o que facilita o tracionamento da corda através da técnica do Polipasto
em “Z” (sistema de redução de forças também conhecido por “Nó Paulista” ou
“Nó de caminhoneiro” que proporciona um vantagem mecânica de 3:1).

Nó Lais de Guia Simples


Trata-se de um dos nós mais antigos utilizados por escaladores os
quais, antes do invento das cadeirinhas, o atavam ao peito para se “protegerem”
em caso de queda (ficavam pendurados pelo peito numa posição bem incômoda
e que impunha um risco de vida caso não fossem resgatados rapidamente).
Não sendo arrematado torna-se um nó perigoso sendo apontado como o
“culpado” por alguns acidentes em altura. A prova disso é que foi substituído pelo
Nó Aselha em Oito pela ponta na fixação de corda na cadeirinha
(encordoamento).
Sua principal vantagem é possuir fácil soltura mesmo depois de
submetido a grandes tensões.

13
Nó Lais de Guia Duplo
Muito utilizado nos encordoamentos, pois mesmo após ser submetido à
tensão possui fácil soltura. Por isso deve ser obrigatoriamente arrematado,
preferencialmente com o Nó de Pescador Duplo.
Quando feito pelo seio é conhecido entre os bombeiros como Balso pelo
Seio de Duas Alças.

Nó Borboleta

Será utilizado no tracionamento de cordas através do princípio do Nó


Paulista, por ser fácil de desfazer-se depois de submetido à tensão.
Ver nó de reforço.

14
2.4 - NÓS DE ARREMATE

Como o próprio nome indica, são aqueles nós utilizados para arrematar
outros nós evitando que se desfaçam e, portanto, aumentando a segurança.

Nó de Pescador Simples
Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção
ou emenda.

Nó de Pescador Duplo
Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção
ou emenda.
Uma observação a se fazer é que quando se utiliza apenas uma das
partes do nó como arremate, pode ser denominado de “Meio Pescador Duplo”.

Nó Cote
Nada mais é do que um Nó Fiel confeccionado com o chicote da corda
que sobra do nó principal feito na outra corda.
Detalhe: quando o desenho do nó assemelha-se ao Nó Boca de Lobo, o
nó não deve ser considerado como Cote.

15
2.5 - NÓS DE ANCORAGEM

São os nós mais importantes a serem utilizados uma vez que é na


ancoragem que depositamos nossa vida.
Com treinamento e prática é possível confeccionar os nós aqui
apresentados tanto pelo seio quanto pela ponta (induzidos).

Nó Boca de Lobo
Quando feito pela ponta deve ser arrematado sob pena de desfazer-se
quando submetido à tensão.
Seu uso mais comum é pelo seio da corda ou fita.
É utilizado para fixação dos anéis de fita à cadeirinha.
Seu ponto negativo é que, ao ser submetido à tensão, realiza um “efeito
guilhotina” sobre si mesmo, reduzindo em muito a resistência da corda (cerca de
55%).

Pelo Seio

Pelo chicote

16
Nó Fiel
Trata-se do nó mais conhecido no CBMMG e a prova de adestramento
no tocante a confecção de nós reside justamente no fato do bombeiro conseguir
confeccioná-lo em condições mais adversas possíveis, como de olhos
vendados, na perna, etc.
É um nó muito utilizado no montanhismo, porém alguns profissionais o
contra indicam sob a alegação de que depois de confeccionado e sob tensão, as
cordas se sobrepõem fazendo um “efeito guilhotina” (mordendo). Não obstante
isso é um nó extremamente confiável e de fácil confecção, podendo inclusive ser
feito num mosquetão com apenas uma das mãos, caso a outra esteja ocupada.
Sendo confeccionado e tencionado sobre uma superfície lisa e
cilíndrica, pode correr com carga aproximada de 400 kgf. Daí a importância do
arremate quando o nó for feito pela ponta.
Pelo seio

Pelo chicote

Nó Lais de Guia Duplo


Ver nós alceados.
Seu principal inconveniente em ocorrências reais é a demora na
confecção.
17
Nos treinamentos, quando houver tempo para preparar o local de
instrução, é o nó mais indicado para as ancoragens, pois é fácil de desfazer-se
após ser submetido à tensão.
É o preferido por escaladores por ser fácil de desfazer-se depois de
submetido à tensão, no encordoamento da cadeirinha.

Nó de Aselha Dupla
Ver nós alceados.

2.6 - NÓS AUTOBLOCANTES

Pertencem a esse grupo os nós que se “travam” sozinhos


(automaticamente) quando submetidos à tensão.
Tais nós são empregados quando é preciso subir por determinada corda
e não se dispõem de blocantes mecânicos.
Serão utilizados também nas pseudo-equalizações.

Nó Prusik
Erroneamente chamado de Nó Prússico, é o nó autoblocante mais
antigo que existe e seu nome foi emprestado de seu inventor, um “músico”
chamado Karl Prusik. Trata-se de um nó muito utilizado em “auto-resgates”.
Sua vantagem reside no fato de que pode ser confeccionado até mesmo
com uma só mão e que se trava em qualquer direção que for puxado.
Alguns autores recomendam apenas duas voltas em sua confecção. Por
questões de segurança, padronizaremos, no mínimo, três voltas.

18
Nó Machard
Também muito fácil de ser confeccionado, substitui à altura o Nó Prusik.
Embora fique travado em ambas as direções, é classificado como nó
unidirecional (deve ser tracionado no sentido oposto à alça).

Nó Blocante Clássico
Também conhecido como French Prusik, Machard pelo Seio ou
Machard Bidirecional.
É um nó muito fácil de ser confeccionado e de ser afrouxado após
receber carga.
Sua característica principal é a de aumentar em 200% a carga de ruptura
do cordelete, uma vez que este é utilizado de forma que fique dobrado, ou seja, o
mosquetão é introduzido nas duas alças. Com isso, um cordelete que tenha CR
de 750 kgf, p.ex., passa a suportar carga de 1500 kgf, desde que o nó seja
confeccionado com um número de voltas suficiente.

19
2.7 - NÓ DE SEGURANÇA

Trata-se de um nó muito utilizado por escaladores para substituir o


aparelho de frenagem durante a segurança na escalada.
Para o bombeiro sua principal função é servir como uma opção de
fortuna para realização do rapel quando houver perda do aparelho de frenagem e
se dispuser apenas de um mosquetão.

Nó UIAA
De tão confiável, recebeu o nome da União Internacional das
Associações de Alpinismo.
Também conhecido por Nó Dinâmico, serve como freio durante a
segurança na escalada ou durante um rapel de emergência.
Seu inconveniente é que o princípio de funcionamento baseia-se no
atrito gerado pela fricção de duas partes da mesma corda numa peça metálica.
Com isso, num uso constante, a corda poderia vir a se romper (isso no caso
específico do rapel). Lembre-se que ele é para uma emergência.

2.8 - ASSENTOS IMPROVISADOS e ATADURAS DE PEITO

Tratam-se de assentos feitos de fitas ou cordas que substituem a


cadeirinha (baudrier) num caso de emergência ou para situações específicas.
Não proporcionam conforto e segurança adequados, mas devem ser
aprendidos pelo bombeiro que deve saber confeccioná-lo inclusive numa vítima.
Existe uma infinidade de modelos de assentos improvisados. Vamos
nos ater aos principais que já são utilizados pelo CBMMG há anos.
20
Já a atadura de peito consiste num arranjo de cordas feito na altura do
tórax e serve de complemento para a segurança principal realizada pelo assento
improvisado ou cadeirinha.

Assento Americano
Como já foi citado, trata-se de um arranjo de corda ou fita que substitui a
cadeirinha em casos de emergência.
Para sua confecção normalmente utilizamos um pedaço de corda de
aproximadamente 4,50 m de comprimento por mais ou menos 10 mm de
diâmetro, o qual denominamos Cabo Solteiro.
Um aspecto importante a ser observado é que ao final da confecção do
assento ele deve ser finalizado com um Nó Direito e arrematado com dois Nós de
Pescador Duplo somente na corda onde for realizado o nó de junção (Nó Direito).

Fotos do passo a passo do assento Americano

21
Continuação das fotos do assento Americano

Assento Austríaco
É confeccionado através de um anel formado unindo-se as pontas do
cabo solteiro com o Nó de Pescador Duplo.
Apesar de menos confortável que o Assento Americano, principalmente
para os homens, é uma opção rápida num caso de emergência.

Fotos do passo a passo do assento Austríaco

Atadura de Peito Padrão EB


Adotaremos o padrão do Exército Brasileiro confeccionando a atadura a
partir do Nó de Aselha Simples, finalizando com um Nó Direito do lado oposto à
mão de frenagem e arrematando com Nó Pescador Duplo.

Fotos do passo a passo da atadura de peito padrão EB


22
Continuação das Fotos da atadura de peito padrão EB

Atadura de Peito Padrão Espeleólogos


Bastante fácil de montar. Utiliza-se um anel de fita que ao ser torcido
formando um “oito”, é introduzido nos braços e posteriormente girado sobre a
cabeça para que o “X” fique nas costas. Para finalizar unem-se as alças com um
mosquetão à altura do tórax.

Fotos do passo a passo da atadura de peito padrão Espeleólogos

23
2.9 - NÓ DE REFORÇO

Nó utilizado para reforçar uma corda que esteja com algum dano
provocado por atrito ou corte.
No CBMMG existe a cultura de se utilizar o Nó Catau, porém, é um nó
não muito confiável.

Nó Borboleta
É um nó que forma uma alça isolando a parte danificada da corda e
permitindo seu uso sem risco algum.
Apresenta-se melhor do que o Nó Aselha pelo seu desenho que permite
que as pontas da corda fiquem na mesma direção quando sob tensão.
Também será utilizado como nó alceado, para tracionamento de Cabos
Aéreos e Tirolesas.

24
2.10 - NÓ DE TRACIONAMENTO

Utilizado quando há necessidade de se aplicar tensão a uma corda


(cabo aéreo, tirolesa, etc.).

Nó Paulista
Nó bastante conhecido dos caminhoneiros por facilitar o arranjo da
carga na carroceria do caminhão.
Como o atrito de corda com corda não é recomendável, deve-se
confeccionar o nó utilizando mosquetão ou o freio em oito.

25
CAPÍTULO 3

EQUIPAMENTOS

Para a realização das atividades de Salvamento em Altura faz-se


necessária a utilização de equipamentos com características específicas
inerentes à atividade quais sejam: LEVEZA, RESISTÊNCIA À TRAÇÃO e
PRATICIDADE.
Como o socorrista em altura terá que levar, consigo, uma grande
quantidade de equipamentos, estes devem ser construídos com os materiais
mais leves possíveis, para diminuir o peso a ser transportado.
Por outro lado, embora leve, o equipamento deve ser resistente à tração,
pois deverá suportar cargas elevadas, como por exemplo, os pesos do socorrista
e da vítima.
Finalmente, aliado à leveza e resistência à tração, o equipamento deve
ser prático, ou seja, fácil de ser manuseado em condições de extremo estresse,
uma vez que, normalmente, no atendimento a ocorrências, o socorrista tem
muitas preocupações e, não pode perder tempo com equipamentos muito
complicados.
Dentro desse contexto, as empresas que fabricam equipamentos de
resgate e os usados em atividades de altura, têm a preocupação constante de
realizar pesquisas para a produção de equipamentos que atendam tais
características.
Não obstante as características supracitadas, os equipamentos, por
serem fabricados com materiais de alta tecnologia, são também “frágeis” em
determinadas circunstâncias, por isso, não se deve abrir mão de ler os manuais
dos fabricantes e seguir à risca suas orientações quanto ao correto uso do
equipamento.

26
3.1 - CADEIRINHA

Mais conhecida no CBMMG como “Baudrier”, tal equipamento nada


mais é do que uma “cadeira” para ficarmos sentados enquanto pendurados por
uma corda a certa altura.
As cadeirinhas utilizadas atualmente em nossa corporação são
fabricadas para escalada e, por isso, sua resistência ao calor é pequena.
Existem basicamente três classes de cadeirinhas, quais sejam:
-Classe I: não protegem o tórax, o que pode deixar o usuário em risco de
morte no caso de uma queda que o deixe inconsciente. Normalmente é utilizada
por escaladores e tem carga de ruptura (CR) de 15 kN (1500 kgf).
-Classe II: são cadeirinhas mais robustas e utilizadas em trabalho. Têm
resistência de 40 kN, pois devem suportar os pesos do usuário e de uma possível
vítima1.
-Classe III: é composta de proteções nas áreas da cintura e do tórax.
Com isso, caso o socorrista tenha uma queda, mesmo ficando de cabeça para
baixo e inconsciente, não corre o risco de “sair” da cadeirinha e cair. É o
equipamento ideal para os bombeiros.

Baudrier (cadeirinha) nível 3 Baudrier (cadeirinha) nível 1

1
Um bombeiro equipado, de acordo com a NFPA 1983/2001, pesa 300 lb (trezentas libras), o que dá
aproximadamente 136 kgf (cento e trinta e seis quilogramas-força). O fator de segurança adotado é de 15:1, ou
seja, o equipamento deve suportar 15 vezes o peso do usuário. Destarte, a cadeirinha, para preencher tais
exigências, deveria ter uma carga de ruptura (CR) de, no 2038 kgf, para um bombeiro e, aproximadamente 4000
kgf para ele e vítima. 27
Os cuidados básicos que devemos ter ao usar tal equipamento são:
a)vesti-la corretamente;
b)observar se os tirantes foram passados corretamente nas fivelas;
c)evitar que a corda entre em atrito com a cadeirinha durante o rapel;
d)não deixá-la exposta ao sol quando não estiver sendo utilizada;
e)realizar as ancoragens (encordoamento) nos locais corretos da
cadeirinha.

Correta forma de passar os tirantes da cadeirinha

28
3.2 - CAPACETE
Destina-se a proteção da cabeça contra quedas de objetos ou em caso
do socorrista perder o equilíbrio e cair batendo a cabeça em algum lugar. Não
deve possuir abas, pois limita o campo de visão.
Como ocorrem com a maioria dos equipamentos utilizados em
Salvamento em Altura, os capacetes adquiridos pelo CBMMG são fabricados
para escalada e, por isso, não podem ser expostos a temperaturas elevadas,
como acontece nos incêndios, nem são isolantes elétricos. Algumas empresas
especializadas em equipamentos para bombeiros têm trabalhado no sentido de
fabricar capacetes que atendam especificamente ao nosso trabalho sem
atrapalhar a atividade em altura.

3.3 - LUVAS
As luvas servem para proteger as mãos do calor gerado pelo atrito com a
corda durante o rapel. As específicas para uso em técnicas verticais são
confeccionadas em “vaqueta” com proteção extra na palma da mão, onde o
contato com a corda é maior. Algumas já vêm de fábrica com as pontas dos
dedos cortados para não atrapalhar o tato, principalmente no manuseio de
equipamentos como mosquetões e durante a confecção de nós e amarrações. O
corte é feito apenas para que a falangeta do dedo fique à mostra e não todo o
dedo, o que facilitaria a queimadura por atrito. Tal situação, no entanto, tem
causado algumas queimaduras de 2º grau em alguns militares, motivo pelo qual
é desaconselhável cortar os dedos das luvas.
29
3.4 - MOSQUETÕES
São conectores metálicos que se destinam a prender equipamentos e
prover a segurança do socorrista durante as atividades em altura. Normalmente
são feitos em duralumínio, um tipo de liga metálica cujas características
principais são leveza e alta resistência à ruptura. O problema do mosquetão é
que não é muito resistente à torção e, por isso, não pode sofrer esforço na radial e
tão somente em seu sentido longitudinal.
Um cuidado principal que deve ser observado ao se utilizar mosquetões
é de não esquecer a trava aberta. No mercado existem mosquetões com travas
automáticas nos quais há o travamento tão logo o gatilho se feche. Deve-se
evitar a todo custo que peças metálicas caiam ao chão, pois podem sofrer micro-
fissuras invisíveis a olho nu e, com o tempo, ao receber carga, a peça pode vir a
partir-se causando graves acidentes.
Embora no mosquetão venha impressa em seu corpo a carga de ruptura
(CR) fornecida pelo fabricante, que normalmente é superior a 2000 kgf (20 kN), é
bom considerar uma margem de segurança utilizando um fator de segurança (fs)
aplicando, pelo menos, 5 vezes menos força no equipamento. Assim, se a cr for
de 2000 kgf, por exemplo, poder-se-ia aplicar uma força de até 400 kgf para
trabalhar com segurança. Esta então seria a carga de trabalho (ct) e o fs seria “5”.

MOSQUETÃO DE MOSQUETÃO DE
HMS OVAL
ALUMÍNIO “D” AÇO “D”

Diversos tipos de mosquetões


30
3.5 - FREIOS
São equipamentos utilizados para realizar o atrito necessário nas cordas
e possibilitar uma descida em rapel com segurança. Em bibliografias norte-
americanas temos o nome Dispositivo de Controle de Descidas (DCD) como
referência a todo e qualquer equipamento utilizado como freio.
O mais tradicional de todos os freios é, sem dúvida, o Freio em Oito (ou
Freio Oito). Sua concepção reúne o que há de mais simples, prático, versátil e
eficiente que pode ter num invento.
Alguns inconvenientes do “freio oito” são o fato de torcer muito a corda,
formando cocas; seu superaquecimento em descidas rápidas, como em resgate
de suicidas, o que queima a capa da corda; e o fato de ter que ser retirado da
cadeirinha para a instalação da corda antes da descida quando o usuário não
clipa antecipadamente o olha maior na cadeirinha. Outro ponto importante
também é que não é autoblocante.
Por outro lado, nas atividades de bombeiro ele ganha em disparado por
ser muito VERSÁTIL.
Com um freio em oito é possível realizar o rapel com corda simples ou
dupla (dependendo do tamanho do olhal maior, até com corda tripla). Também é
possível rapelar com cordas de bitolas menores como 8 mm bastando passar a
corda mais vezes pelo aparelho e/ou usar o olhal menor. É possível ainda realizar
descida com vítima passando a corda duas vezes pelo olhal maior, tracionar
cabo aéreo substituindo o mosquetão no Nó Paulista, dar segurança ao guia na
escalada, passando a corda pelo método tradicional ou modo placa (similar ao
ATC). Pode ser usado ainda em substituição a uma polia, como meio de fortuna.
Um dos inconvenientes que é o fato de não travar automaticamente
pode ser remediado com o uso conjugado de um nó autoblocante (por exemplo,
Prusik ou Machard) antes ou depois do aparelho preso a uma solteira.
Destarte, embora existam aparelhos mais sofisticados como Stop,
Duplo Stop, Rack, Grigri entre outros, por experiência prática e pelo custo
benefício do Freio Oito este tem seu lugar como freio principal a ser utilizado pelo
CBMMG. Nada obsta obviamente que se adquira o Rack, para ser utilizado
quando a vítima for muito pesada, por exemplo.
31
Para evitar a formação do Nó Boca de Lobo e causar acidente, sugere-
se o freio em oito com saliências laterais no olhal maior (“munhões”).

GRIGRI OITO

OITO DE SALVAMENTO STOP

Diversos tipos de freios utilizados nas descidas de Rapel

3. 6 - CORDA
Por corda entende-se o conjunto de fios torcidos de determinado
comprimento e diâmetro e que serve a um fim. Quando esse fim é específico
passa a ter a denominação de “cabo”. Um exemplo é o “Cabo Solteiro”, que tem
comprimento aproximado de 4,50 m e destina-se basicamente à confecção de
assentos improvisados.
Atualmente o CBMMG possui nas viaturas da Prontidão de Incêndio (PI)
apenas cordas semi-estáticas. Já em alguns batalhões, nas Companhias
Escolas (Cia Esc) existem algumas cordas dinâmicas.
Como todo equipamento de bombeiro, as cordas deveriam ter uma certa
resistência ao calor. Porém, como são feitas de materiais sintéticos,
normalmente não suportam altas temperaturas. Sua exposição ao calor então
deve ser evitada ao máximo e durar o tempo suficiente para a realização do
salvamento.
Os materiais de confecção das cordas podem ser NYLON, POLIÉSTER
e POLIPROPILENO, de acordo com o uso a que se destina.
No CBMMG, a maioria das cordas é de Nylon e Poliéster.
32
As cordas podem ser ESTÁTICAS, SEMI-ESTÁTICAS ou DINÂMICAS.
Como praticamente não encontramos cordas estáticas, que seriam aquelas que
não teriam elasticidade alguma, vamos nos ater aos outros tipos.
CORDA SEMI-ESTÁTICA: é aquela que tem uma elasticidade de 1 a 2%
em relação ao seu comprimento. É utilizada para montagens de Tirolesas e
Cabos Aéreos.

Corda enrolada tipo prontidão

CORDA DINÂMICA: é aquela que tem uma elasticidade de


aproximadamente 6 a 10%. Destina-se a proporcionar segurança durante uma
escalada por absorver a força de choque gerada pela queda do escalador.
As cordas de boa qualidade devem ser certificadas por órgão
competente e serem utilizadas de acordo com sua finalidade. As cordas
importadas vêm com a certificação da UIAA e/ou CE (Conforme exigências). Em
nosso país não há relato, ainda, de corda com alguma certificação oficial como
INMETRO, por exemplo.
Os cuidados básicos que devem ser obedecidos no manuseio das
cordas são: evitar que entrem em contato com areia, terra ou produtos químicos
de um modo geral; evitar deixá-las expostas ao sol, por causa dos raios
ultravioletas; enrolá-las frouxamente; deixá-las acondiciodas em mochilas
próprias e desatar os nós sempre que terminar a atividade.

33
3.7 - CORDINS
São cordas de diâmetro menor, cerca de 6 a 8 mm com
aproximadamente 1,50 m de comprimento que, uma vez emendadas com Nó
Pescador Duplo, preferencialmente, tornam-se “cordeletes”, que são usados
para confecção de nós autoblocantes, utilizados na auto-segurança,
tracionamentos de cabos etc.
Os cuidados com o uso e conservação são os mesmos das cordas.

Cordim emendado com nó pescador duplo Cordim de 6 e 8 mm


tornan-se “cordeletes”

Diferentes tipos de cordim

3.8 - FITAS
São realmente “fitas” confeccionadas em material de alta resistência à
tração e à abrasão. Podem ser costuradas de fábrica (mais confiáveis e
resistentes) ou podem ser emendadas com o Nó de Fita.
Seu emprego operacional é vasto e depende da necessidade e
criatividade do socorrista. Basicamente são usadas nas solteiras, nas
equalizações e nos estropos (ou “strop”).
Como se trata de material têxtil, os cuidados para conservação devem
ser os mesmos citados para as cordas.

Diferentes tipos de fita


34
CAPÍTULO 4

PROCESSOS DE ENROLAR CORDAS

Existem várias formas de se enrolar cordas. Iremos nos ater, no entanto,


a cinco processos, que irão variar de acordo com o comprimento da corda e da
forma como será empregada operacionalmente.
Antes de enrolar as cordas é necessário estica-las ao solo, “bate-las”,
para tirar as cocas e passar as mãos por ela numa inspeção através do tato
conjugada com uma análise visual para verificar se há alguma alteração que
possa comprometer a segurança (um puído, por exemplo).

Processo da retirada de cocas das cordas

4.1 - PRONTIDÃO
É o método padrão utilizado no CBMMG uma vez que facilita o
lançamento da corda quando tiver que ser utilizada.
No Manual de Bombeiros (MABOM) o processo de se enrolar cordas
prevê o uso do pé, ou seja, a corda entra em contato com possíveis sujeiras que
estiverem presentes na sola da bota. Tais impurezas podem vir a danificar a
corda.
Para evitar tal situação recomendamos que a corda seja enrolada nos
braços de outro bombeiro, evitando, com isso, que a corda se suje.

35
Passo a passo do método de enrolar corda tipo prontidão

4.2 - CORRENTE DUPLA


Sua principal vantagem e a facilidade em desenrolarmos a corda
quando necessário. Uma das técnicas de resgate de suicida pela técnica do
rapel inclusive prevê a utilização da corrente dupla.

Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente dupla


36
Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente dupla

4.3 - CORRENTE TRIPLA


Método utilizado quando temos que enrolar uma corda muito comprida,
por exemplo, com 200 m (duzentos metros) de comprimento. Por tal processo
fica mais fácil transportar a corda e desenrolá-la quando da necessidade de uso.

Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente tripla


37
4.4 - ANDINO
Também conhecido como “Cabeleira” ou “Vai-e-vem”, é o método
preferido pelos escaladores pela facilidade que proporciona ao ato de enrolar
cordas. Um só bombeiro pode realizar a tarefa.
Seu inconveniente operacional é que, em caso de rapidez, a corda pode
“embolar-se” e atrapalhar a operação de salvamento.

Passo a passo do método de enrolar corda tipo andino

38
4.5 - MOCHILA
Método muito utilizado pelos militares possuidores do Curso de
Salvamento em Altura (CSAlt) durante as operações de rapel tático para resgate
de pessoas em tentativa de auto-extermínio. Nada mais é do que uma corrente
simples feita sobre a própria corda que deve ficar apoiada nos ombros. Tal
processo de enrolar corda permite que o militar desça de rapel sem que a corda
fique à vista da vítima. Deve-se iniciar o processo confeccionando um nó
volumoso ao final da corda de forma que não passe pelo freio em oito, para evitar
acidentes caso o “rapelista” vá até o final da corda.

Passo a passo do método de enrolar corda tipo mochila

39
CAPÍTULO 5

EQUILÍBRIO NO PÓRTICO

Na atividade de Salvamento em Altura a ambientação em locais fora da


cota zero (fora do nível do chão) é primordial.
O homem é um ser terrestre por natureza. O solo é seu habitat.
Como forma de proporcionar o controle do medo “natural” de altura
existe no CBMMG uma estrutura metálica denominada “Pórtico”, com
aproximadamente 9m de altura com uma prancha de equilíbrio que deve ser
transposta.

Pórtico do 1ºBBM
40
Não existe uma fórmula para realizar com sucesso tal atividade. A
orientação básica é de olhar para o local onde se está pisando, manter o
equilíbrio e prosseguir a travessia.

Como passar no pórtico com equilíbrio e segurança

“A orientação básica é olhar para o local onde se está pisando, manter o equilíbrio e prosseguir a travessia.”

41
Durante os treinamentos são instaladas cordas de segurança, porém,
em ocorrências, num caso de emergência, o bombeiro poderá ter que realizar
transposição de obstáculos semelhantes ao Pórtico numa situação em que o uso
de segurança fique prejudicado ou não surta o efeito esperado em caso de
queda.
Para a escalada de uma estrutura metálica existem técnicas de
segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões até
mesmo “escalar como se estivesse guiando uma via em rocha”.
As atividades de ambientação a serem executadas no pórtico irão variar
de acordo com o nível de habilidade dos alunos, podendo ser travessia com os
olhos vendados, transposição com outro militar às costas, transposição pela
técnica do “carrinho de mão” (um colega usa as mãos para a transposição
enquanto seu dupla o sustenta pelos pés), travessia de costas etc.

Processo de subida no pórtico do 1ºBBM

“(...) existem técnicas de segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões
até mesmo “escalar como se tivesse guiando uma via em rocha”.”
42
CAPÍTULO 6

ROTAS DE FUGA

Num prédio em chamas,


durante ou após o salvamento das
vítimas, o bombeiro pode ter que
realizar uma evacuação rápida para
salvar-se ou salvar vítimas. Para tanto,
utilizará as rotas de fuga.
As rotas de fuga “naturais” são
aquelas existentes na própria estrutura
Passagem no cabo aéreo como rota de fuga
do prédio, como escadas e demais
saídas de emergência. No caso de estarem obstruídas, devem-se armar
Tirolesas e/ou Cabos Aéreos para uma evacuação rápida.
Em ambos os casos a vítima não deve participar do processo (só em
último caso). Sistemas de “back up” devem ser previstos e sempre que possível
deve-se usar o “Triângulo de Resgate” (também conhecido como “fraldão”) por
facilitar a instalação na vítima.

6.1 - CABO AÉREO


Trata-se de uma corda tensionada entre dois pontos que se destina a
travessia de vítimas, bombeiros ou equipamentos.
Na verdade cabo aéreo é uma
Tirolesa, só que na posição horizontal.
O termo é uma convenção da caserna.
Para sua transposição, numa
situação de “EMERGÊNCIA”, onde o
bombeiro não esteja devidamente
equipado, contando apenas com a
roupa do corpo, esse utilizará a técnica
Tomada no cabo aéreo
do Comando Crawl, pela qual deita-se
43
sobre a corda e a transpõe puxando-a com as mãos e “rastejando” sobre ela.
Uma de suas pernas fica flexionada e o peito do pé apóia-se na corda.
Tal técnica deve ser descartada caso o bombeiro esteja equipado com
cadeirinha e mosquetão ou polia (de preferência). Nesse caso utilizará a técnica
do COMANDO CRAWL INVERTIDO.

Processo de comando Crawl invertido

No caso da travessia pelo Comando Crawl tradicional, em caso de


queda durante o trajeto, o bombeiro terá que retornar ao cabo. Para tanto poderá
executar uma das três manobras de retorno conhecidas, quais sejam:

Oitava

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo oitava

44
Virada do bombeiro

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo virada do bombeiro

Virada de bandeira

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo virada da bandeira

45
Não existe uma mais fácil do que a outra. Tudo vai depender do condicionamento
físico e do preparo técnico do bombeiro.

6.2 - TIROLESA

Por Tirolesa entende-se a técnica de travessia entre dois pontos


utilizando uma corda tensionada que forme um ângulo com a horizontal de até
20º aproximadamente.
Estando a corda inclinada, deve-se ter um cuidado especial na descida.
Para tanto deve ser preparado um sistema de segurança ao final da tirolesa, ou
seja, no ponto de salvamento.

Torre do 1ºBBM com a tirolesa montada

Quando der tempo, a descida das vítimas deve ser comandada, ou seja,
realizada por bombeiros. No caso de EMERGÊNCIA, a vítima deve ser colocada
no cabo, presa ao mosquetão e descida pela força da gravidade.
No caso do bombeiro, a descida deve ser controlada com as mãos, que
devem estar calçadas com luvas.

Processo de descida na tirolesa montada na torre do 1ºBBM


Além do mosquetão principal preso à Tirolesa deve haver uma segunda
solteira presa à corda como “back up”.
46
Sempre que possível o uso de polias não deve ser descartado. Uma
atenção especial deve existir para o controle da velocidade de descida, a qual
aumenta significativamente, devido à redução do atrito.

6.3 - RAPEL

Rapel é uma técnica de descida por corda através da utilização de um


dispositivo de frenagem.
As estatísticas comprovam que a maioria dos acidentes em altura
aconteceram durante a realização do rapel, sendo que em quase todos a
negligência foi apontada como causa principal.
Para minimizar os riscos de acidentes a utilização de nó autoblocante
feito com cordelete em conjunto com o freio em oito é a melhor pedida.
Antes de realizar o rapel o bombeiro deve conferir equipamentos da
seguinte forma:
MILITAR (posto ou graduação e nome) CHECANDO EQUIPAMENTO...

Capacete Luvas

Cinto 1,2 e 3

Passo a passo da checagem de equipamento para a realização do rapel com segurança

47
Corda no freio em oite e mosquetão travado

Ancoragem

Passo a passo da checagem de equipamento para a realização do rapel com segurança

ATENÇÃO SEGURANÇA!

Em cada situação o militar irá


conferindo seu equipamento: verificando
se a jugular do capacete está fechada, se
está calçado com luvas, se as fivelas do
cinto estão fechadas, se está portando o
freio, se a corda foi passada corretamente
no freio, se o mosquetão está fechado, se
a ancoragem foi realizada corretamente e
se o segurança está atento.

Militar na segurança do rapel

48
Rapel de Patamar em Patamar

É o rapel com o qual o bombeiro salta de um patamar a outro. Serve


como treinamento para o emprego da técnica de resgate de suicida.

Descida de rapel de patamar em patamar com segurança

Rapel em Negativo

Rapel realizado de tal forma que o bombeiro fique em contato apenas


com a corda, ou seja, nenhuma parte de seu corpo toca a parede.

Descida de rapel em negativo

Rapel com Auto-segurança

É o rapel realizado com a utilização de nó autoblocante (por exemplo,


Prusik ou Machard à frente do freio ou o Blocante Clássico preso com um
mosquetão a uma das pernas da cadeirinha) conjugado com o aparelho de
frenagem.

Descida de rapel com a utilização de auto-segurança


49
Pode acontecer, no entanto, do bombeiro ficar travado pela auto-
segurança. Nesse caso, deve retornar à posição anterior enrolando a corda em
um dos pés e estendendo a perna com o auxílio das mãos até afrouxar o nó (isso
no caso de auto-segurança feita acima do freio).
Atualmente no CBMMG a experiência tem demonstrado que o nó auto-
blocante torna-se mais eficiente se preso a uma das pernas da cadeirinha e que o
melhor nó para tal atividade é o Blocante Clássico, pela facilidade de ser
afrouxado e pela comodidade proporcionada ao socorrista no caso de rapel com
vítima (rapel assistido).
Um cuidado especial deve ser considerado em relação ao cordelete
para que o nó não fique muito apertado e possa ser danificado no atrito com a
corda do rapel.

50
CAPÍTULO 7

ESCALADA EM ROCHA

Para a realização do salvamento de vítimas em altura o socorrista pode


ter que atuar em locais diversos. Um deles pode ser em rocha, onde algum
escalador tenha se acidentado.
Na escalada esportiva, realizada a título de esporte ou hobbie alguns
critérios de segurança deixam de ser observados por conta e risco do praticante.
O uso de capacete, por exemplo, é uma exceção. Por outro lado, alguns
equipamentos como saco de magnésio e sapatilhas são essenciais.

Saco de Magnésio Bombeira equipada e


e costuras encordada para escalar
Processos de segurança para o inicio da escalada em rocha

No Corpo de Bombeiros há ainda uma certa resistência no uso da


sapatilha de escalada. Dizem que o bombeiro tem que aprender a escalar de
bota ou borzeguim, pois na ocorrência não terá sapatilhas para calçar. Isso é um
contra-senso, se levarmos em conta que o BM estará usando cadeirinha, luvas,
51
freio em oito, corda etc. Por que só a sapatilha é dispensável se é o equipamento
ideal para se “pisar” na pedra?

Bota, borzeguin e sapatilha

Tipos de calçados usados no CBMMG para a escalada em rocha

Para se escalar em rocha o bombeiro deve preocupar-se basicamente


em estar em, no mínimo em três apoios, observar sempre qual será o próximo
lance e, principalmente, estar encordado e sob o olhar atento do segurança.

Utilização de três pontos de apoio Utilização de quatro pontos de apoio

Agarra Apoio

Processo de escalada em rocha


52
Uma vez estabelecida a segurança em “Top Rope”, pelo Guia, que é o
que vai à frente, os demais bombeiros poderão subir em segurança uma vez que
o risco de cair com esse tipo de segurança e quase zero (desde que o segurança
esteja atento).

Segurança Sistema “Top Rope”

Bombeiro “guiando” a via “Vaca” - queda


com uso das cordas
Processo de segurança em escalada em rocha

O uso de capacete é obrigatório. O uso de sapatilha é permitido, uma vez


que não se trata de uma peça do vestuário e sim um “equipamento” eficiente tal
como cadeirinha, corda, mosquetão, etc.
É importante o domínio da técnica de escala em rocha uma vez que a
prática de escalada tem crescido muito no Brasil, em especial em Minas Gerais.
Caso haja necessidade do bombeiro realizar alguma escalada em
alguma edificação, poderá lançar mão das técnicas de escalada em rocha.
53
GLOSSÁRIO

ABRIR A VIA - Iniciar a escalada de uma via; conquistar.

ACOCHAR - Apertar.

AGARRA - Saliência da rocha usada na escalada. Tecnicamente é onde


colocamos as mãos. Torna-se apoio quando colocamos os pés.

AIR TRAFFIC CONTROL (ATC) - “Controlador de Tráfego Aéreo”. Na verdade


um “apelido” que colocaram no “aparelho de frenagem para segurança e rapel” o
qual permite a descida em corda dupla ou simples e facilita a colocação da corda
no aparelho sem ter que desclipá-lo do mosquetão.

ALÇA - Anel que se obtém permeando a corda e unindo suas extremidades sem
cruzá-las.

ANCORAGEM - Ponto de fixação da corda.

ANEL DE FITA - Trata-se de um pedaço de fita tubular ou plana unida através do


Nó de Fita ou previamente costurada (mais resistentes).

APOIO - Saliência da rocha onde colocamos os pés para escalar. Quando


colocamos as mãos denominamos tecnicamente de agarra.

À PROVA DE BOMBAS - Totalmente confiável. Usamos tal terminologia


normalmente para nos referirmos às ancoragens que suportam forças de
impacto bem grandes sem se romperem.

ARREMATE - Arranjo feito no final de uma corda para reforçar o nó principal e


evitar que se desfaça aumentando a segurança.

ASCENSÃO - Subida.

AUTOBLOCANTE - Que bloqueia por si só. Termo usado para nos referirmos
aos nós que se apertam quando submetidos à tração, por exemplo, Prusik,
Machard, Backman entre outros.

AUTO-SEGURANÇA - Consiste em se fazer a própria segurança durante uma


escalada (o que é menos comum, mas possível) ou num rapel (mais comum).
54
Usa-se geralmente um cordelete com um nó autoblocante preso à solteira acima
ou abaixo do aparelho de frenagem.

BACK UP - Termo inglês que significa voltar atrás, ter uma segunda chance. Na
escalada e em técnicas verticais o termo é muito usado para significar
“redundância”, ou seja, sempre necessitamos ter pronto um segundo sistema de
segurança separado do primeiro.

BAIXA - Termo militar que significa não estar em condições de trabalhar por
motivos diversos (baixado: problema de saúde) ou que saiu do serviço
(demissão).

BALANÇO - Tipo de amarração feita em galhos e troncos de árvores antes de


serem cortados, para facilitar o direcionamento de queda, evitando-se acidentes.

BAUDRIER - Mesmo que cadeirinha. Termo muito usado no militarismo.

BELAY LOOP - É um pequeno anel de fita existente na maioria das cadeirinhas


onde instala-se o mosquetão para o rapel ou para dar segurança a quem estiver
escalando. Também chamado de anel de segurança.

BITOLA - Diâmetro da corda.

BLOCANTE - Mesmo que autoblocante.

BM - Bombeiro Militar.

CABO AÉREO - Corda tracionada entre dois pontos de ancoragem e que serve
para transposição de tropa, equipamentos e/ou feridos. No Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais padronizou-se com os usos e costumes que cabo aéreo é
na horizontal. Na diagonal torna-se Tirolesa.

CABO SOLTEIRO - Pedaço de corda que não tem aplicação especial. Serve
para segurança e assentos. (Manual de Fundamentos de Bombeiro - MABOM)

CADEIRINHA - conjunto de fitas costuradas nas pernas e cintura formando uma


espécie de “arreio” que é vestido pelo escalador. Existem modelos diversos, de
acordo com as várias atividades existentes.

CARGA DE TRABALHO (CT) - É a carga máxima “teórica” que o equipamento

55
pode suportar, dentro de uma margem de segurança. É o resultado de uma
fórmula na qual dividimos a Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurança
(FS).

CARGA DE RUPTURA (CR) - É a carga máxima “real” que o equipamento pode


suportar, segundo testes de laboratórios. É a carga na qual o equipamento se
romperá.

CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

CEBOM - Centro de Ensino de Bombeiros.

CHAPELETA - É uma das partes de um tipo de proteção fixa que é instalada na


rocha para proteção das vias. É o “olhal” por onde introduzimos o mosquetão.

CHICOTE - É a extremidade de uma corda (mesmo que “ponta”).

CLIPAR - Ato de instalar o mosquetão a alguma coisa.

COCA - Laçada provocada pelo desenrolar inexato da corda. O Freio em Oito


comumente causa tal efeito na corda.

CORDADA - Conjunto de dois ou mais escaladores unidos uns aos outros


através de cordas.

CORDA DUPLA - Técnica de escalada onde se utilizam duas cordas dinâmicas,


sendo que a cada costura uma delas é passada no mosquetão alternadamente.
Dessa forma, caso a corda venha a arrebentar-se durante uma queda, haverá a
segunda corda na proteção imediatamente abaixo servindo de “back up”. Nesse
caso usam-se cordas de 10 a 11mm.

CORDA DINÂMICA - Corda fabricada com uma “elasticidade” natural que pode
variar de 6 a 10% do seu comprimento com vista a absorver o impacto causado
pela queda de quem estiver escalando, evitando danos à ancoragem, ao
equipamento e/ou ao corpo do escalador. Sua “alma”, ou “miolo” é constituída de
fios torcidos que funcionam como “molas” ao receberem tensão.

CORDA ESTÁTICA - Praticamente não existem. No Manual de Salvamento em


Altura do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro encontramos
referência a uma corda “estática” que tinha inclusive alguns fios de aço na
56
constituição da “alma”. Seria uma corda “que não se estica”. Porém, é difícil
conceber essa hipótese em atividades de altura. Tal corda seria utilizada apenas
para içamento de cargas e, principalmente, para montagem de cabos aéreos e
tirolesas.

CORDA GÊMEA - Técnica de escalada onde se utilizam duas cordas de


diâmetros menores, normalmente 9mm cada uma, sendo ambas passadas ao
mesmo tempo no mosquetão da costura. Dessa forma, no caso de queda do
escalador, as duas cordas absorverão a força de impacto. A vantagem dessa
técnica é que se uma das cordas se arrebentar, a outra servirá de “back up”.

CORDA SEMI-ESTÁTICA - Corda que está no meio termo entre uma corda
estática e uma dinâmica. Estica-se cerca de 1 a 2% do seu comprimento e deve
suportar queda de fator até 1 (um) para receber a certificação UIAA. É usada em
técnicas verticais para içamento de cargas, em sistemas de redução, tirolesas
entre outras.

CORDA SIMPLES - É a utilização de apenas uma corda durante a escalada.

CORDELETE - É um cordim emendado, normalmente com um Nó de Pescador


Duplo, formando um anel que é usado, na maioria das vezes, para a confecção
de nós autoblocantes para tracionamento de cordas ou para auto-segurança
durante o rapel.

CORDIM - São “cordas” de diâmetros reduzidos, cerca de 6 a 8mm. São


cortadas em pedaços de 1,5 a 2,0m e unidas pelas pontas formando os
“cordeletes”.

CORRER- Mesmo que escorregar.

COSTURA - Equipamento composto por uma fita costurada tendo dois


mosquetões, geralmente sem travas, em cada extremidade. Usada para reduzir
o atrito da corda com a rocha e diminuir seu “zigue-zague” durante a subida,
reduzindo o atrito com os mosquetões.

COSTURAR - Ato de passar a corda pelas costuras durante uma escalada.

CRUX - É a parte mais difícil de uma via.


57
CUME - Ponto mais alto de uma montanha.

DAR UM LEVE - Aliviar o peso.

DESCLIPAR - Ato de retirar o mosquetão de alguma coisa.

DESCOCHAR - Ato de desmanchar os fios de uma corda.

DOUBLE BACK - Termo inglês que significa “dupla volta”. As fivelas de


determinadas cadeirinhas possuem tal sistema o qual demonstrou ser bem
prático tanto para apertar as fitas quanto para soltá-las, evitando-se acidentes.
Foi patenteada pela empresa PETZL.

ENCADENAR - Escalar a via até o final, sem quedas.

ENCORDAR (encordoar) - Fixar a corda à cadeirinha mediante uma amarração.

ENFIADA - Espaço compreendido entre uma parada e outra na via de escalada.

EQUALIZAÇÃO - Arranjo feito com anéis de fitas, fitas tubulares ou cordas, no


qual o peso da carga é dividido igualmente entre as ancoragens.

ESTROPO - Arranjo feito com anéis de fita (ou cordas) e mosquetão, onde
fixamos uma corda durante a ancoragem. O anel de fita é permeado uma ou mais
vezes e passado em volta do ponto de ancoragem. Normalmente é usada para
proteger a corda evitando seu contato direto com o ponto de ancoragem. A
palavra realmente significa, segundo Edil Dalbian Ferreira em seu Dicionário
para Bombeiros, “cabo de ferro em forma de anel, o qual prende o remo à
forqueta ou tolete”. Alguns manuais usam o termo inglês “strop”, que significa, ao
pé da letra, uma tira usada para afiar navalhas.

FALCAÇA - Arremate que se faz na extremidade da corda para que ela não se
desfie. Em corda de nylon a falcaça pode ser feita a fogo.

FATOR DE QUEDA - É um valor expresso em números que representa a


severidade e o grau de perigo de uma queda durante a escalada. Em Vias
Ferratas e similares esse fator pode chegar a “10” ou mais. Na escalada não
ultrapassa o valor “2”, que é considerado o mais severo. Após uma queda de fator
2 recomenda-se descartar os equipamentos envolvidos, tamanha é a força de
impacto gerada pela queda. Tal valor é encontrado dividindo-se a altura da queda
58
pela quantidade total de corda liberada entre o guia e o segurança.

FATOR DE SEGURANÇA (FS) - Valor usado no cálculo da Carga de Trabalho


(CT) para garantir uma margem de segurança na utilização dos equipamentos -
divide-se a Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurança (FS). Segundo a
“National Fire Protection Association” (NFPA) 1983, para as atividades de
bombeiros e Salvamentos em Alturas diversas, o Fator de Segurança (FS), para
carga humana é “15” e para as demais cargas é “5”. No Brasil não temos uma
doutrina a respeito a não ser o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, no qual o FS é “5”, não havendo
distinção entre carga humana e/ou material. Para polias normalmente e FS gira
em torno de “5”, segundo os fabricantes.

FAZER A VIA - Escalar a via.

FITA EXPRESSA - Mesmo que anel de fita. Termo normalmente utilizado para os
anéis de fita previamente costurados pela fábrica. A palavra “expressa”, por
analogia, deriva do fato das fitas estarem à mão, em condições de “pronto
emprego”.

FITA PLANA - Fita que não é tubular, ou seja, não é “oca”. Trata-se de uma fita
única costurada.

FITA TUBULAR - Fita “oca”. Quando apertamos suas bordas ela fica com o
formato de um “tubo”, daí o nome.

FORÇA DE CHOQUE - Mesmo que Força de Impacto. É a força gerada com a


queda do escalador. A fórmula para seu cálculo é Força (F) igual à raiz quadrada
de 2 multiplicado pelo peso do escalador, pela constante de elasticidade da
corda e pelo Fator de Queda (FQ).

FORÇA DE IMPACTO - Mesmo que Força de Choque.

GATILHO - Parte móvel do mosquetão por onde é clipado qualquer objeto.


Também conhecido como “portal”, “dedo” ou “mola”.

GRAMPO - Modelo de proteção fixa feita de aço. Normalmente em forma de “P”.


É fixada perpendicularmente à rocha por pressão e à “marreta”.
59
GUIA - É aquele que vai à frente a escalada “abrindo a via” e equipando-a para a
subida dos demais escaladores. Na maioria das vezes é sempre o mais
experiente do grupo.

GUIAR - Ato de escalar uma via primeiro, liderando o grupo, basicamente usando
costuras, por onde será passada a corda.

HMS - Modelo de mosquetão desenvolvido para se dar segurança com o nó


dinâmico “UIAA” (ou Meio-Porco). Também é o mais recomendado para se
utilizar com os freios Yoyo e SRC. A sigla é abreviatura de “Halbmasturf
sicherung”, que nada mais é do que “mosquetão para ser dar segurança
utilizando o nó UIAA”.

LEPAR - Contrário de Rapel. A palavra inclusive é rapel escrito de trás para


frente. Significa escalar determinado ponto usando uma corda cheia de nós
(corda fradeada) para facilitar a pegada.

LOOP BELAY - Ver Belay Loop.

MANDAR O LANCE - Escalar uma das partes da via.

MORDER - É prender, por oclusão, alguma parte da corda em outra parte dela ou
superfície rígida.

MOSQUETÃO - “Anel de alumínio de tamanho e formato variável que permite a


conexão entre diferentes equipamentos de escalada”. (GASGUES, Marcus
Vinícius. Montanha em Fúria. São Paulo: Editora Globo, p.262).

PARADA - Local protegido da via onde os escaladores se ancoram para


descansar ou montar o rapel para a descida. É onde se faz a equalização com
fitas para montagem do “Top Rope”.

PASSA-MÃO - Termo empregado pelo Exército Brasileiro para referir-se a uma


corda previamente tencionada entre dois ou mais pontos por onde o escalador
clipa o mosquetão de sua solteira ou instala um nó blocante para transitar com
segurança em altura.

PASSAR A CORDA - Desenrolar a corda e deslizá-la sobre as mãos


inspecionando seu estado de conservação e desfazendo possíveis cocas
60
(torções).

PÊNDULO - Ato de cair e, posteriormente, oscilar horizontalmente, de um ponto


ao outro pendurado à corda. Pode ser empregado taticamente para se chegar a
determinado ponto na rocha ou de prédios onde esteja a vítima.

PERMEAR - Ato de dobrar a corda ao meio.

PRONTIDÃO DE INCÊNDIO - “PRONTIDÃO – efetivo de bombeiros que


permanece numa organização (unidade, subunidade, posto etc.), diuturnamente
preparados e equipados para o atendimento de emergências, desde que
solicitada a intervenção. Guarnições grupadas ou isoladas.” (FERREIRA, Edil
Daubian. Dicionário para Bombeiros. São Paulo, 1985, p. 167).

PROTEÇÕES - Equipamentos instalados na rocha ou na edificação onde serão


clipadas as costuras e passada a corda. Normalmente são de matal, como
chapeletas, grampos etc.

PSEUDO-EQUALIZAÇÃO - Trata-se de uma “quase” equalização, ou seja, a


carga tem seu peso sustentado por dois ou mais pontos sendo que, geralmente,
o peso maior fica na ancoragem principal. Utiliza-se nós blocantes presos à
corda principal.

RACK - Alças das cadeirinhas destinadas a instalação de equipamentos


diversos, principalmente as costuras. Algumas cadeirinhas têm racks que podem
suportar até 5 kgf. Nome também usado numa espécie de freio para rapel
constituído de “barretes” e feito em aço.

RAPEL - Mesmo que “Rappel”. Termo aportuguesado.

RAPPEL - “Termo que vem do francês, é usado mundialmente nos círculos


alpinistas. Significa descer com auxílio de uma corda fixa”. (KRAKAUER, Jon. No
Ar Rarefeito. P. 23).

RETINIDA - É uma corda fina utilizada para trabalhos especiais, como, por
exemplo, içar a ponta de uma corda de bitola maior.

ROTA - Mesmo que via. Termo mais usado em manuais militares.

SAFAR - Ato de liberar uma corda quando enrolada ou presa.


61
SEGUNDO - É o escalador que vai depois do guia.

SEGURANÇA - É aquele que faz a proteção de quem está escalando ou


rapelando, cuidando para que não caia, tencionando a corda e,
conseqüentemente, travando o equipamento de frenagem.

SEIO - Meio da corda.

SOCAR - Apertar, ajustar.

SOLTEIRA - Anel de fita atado à cadeirinha com um nó Boca de Lobo, tendo na


outra extremidade um mosquetão com trava. Usada para o escalador prender-se
às proteções das paradas e ficar ancorado.

STRING - Proteção de borracha colocada na ponta da solteira visando fixar o


mosquetão na sua posição além de proteger o tecido do anel de fita do atrito com
a rocha ou superfícies ásperas.

STROP - Ver “estropo”.

TETO - “Trecho em que a parede de escalada se projeta para fora, formando um


teto sobre o escalador”. (KRAKAUER, Jon. Sobre Homens e Montanhas.
Companhia das Letras, 1999, p. 214).

TOP ROPE - Técnica de segurança em que a corda é passada por cima.

TRACIONAMENTO - Puxar, esticar, tencionar uma corda.

UIAA - União Internacional das Associações de Alpinistas. Órgão oficial que


realiza testes em equipamentos de escalada emitindo uma homologação que é
mundialmente conhecida com sinônimo de qualidade, confiança e segurança.

VACA - Queda. O termo foi “plagiado” dos surfistas.

VAQUETA - Tipo de couro com o qual são fabricadas luvas utilizadas no rapel.

VIA - É o caminho para se escalar a via. Quem conquista e fixa as proteções nas
vias estabelece um caminho “obrigatório” para escalá-la; desviar de tal caminho
é abrir outra via ou não fazer a via original. É o mesmo que “rota”.

VIA FERRATA - “É um caminho suspenso equipado de escadas e protegido por


cabos de aço”. (Catálogo PETZL, 2001, p. 58)
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BECK, Sérgio. Com Unhas e Dentes. 1ª ed., São Paulo: 1995.

__________ . Primeiros Socorros em Montanha e Trilha. 1ª ed., São Paulo:


1999.

__________ . Ratos de Caverna. 1ª ed., São Paulo: 1999.

__________ . Convite à Aventura. 1ª ed., São Paulo: 1997.

BELMIRO, Arnaldo. O Livro dos Nós de Trabalhos e Decorativos. 6ª ed., Rio


de Janeiro: Ediouro Publicações, 1987.

BROWN, Michael G. Engineering Practical Rope Rescue Systems. 1ª ed.,


E.U.A., 2000.

CORPO DE BOMBEIROS/RJ. Manual de Instrução de Salvamento em Altura.


1ª ed., Rio de Janeiro, 1991.

__________ . Manual de Montanhismo. 1ª ed., Rio de Janeiro, 1991.

DELGADO, Delfin. Rescate Urbano en Altura. 1ª ed., Madrid: Ediciones


Desnivel, 2000.

EXÉRCITO BRASILEIRO. Apostila do Estágio Básico do Combatente de


Montanha. 2ª ed., São João: Del Rey, 2000.

__________. Manual de Campanha: Transposição de Obstáculos. 1ª ed.,


Estado-Maior do Exército, Brasil, 1980.

FARIA, Fábio. Escalada Esportiva em Rocha. 2ª ed., Belo Horizonte: 2000.


63
HOFFMANN, Michael. Manual de Escalada. 4ª ed., Madrid: Ediciones Desnivel,
1996.

PACI, Paolo. Curso Básico de Alpinismo. 1ª ed., Barcelona: Editorial De


Vecchi.

PETZL. Catálogo de Trabalho e Resgate. França, 2002.

PETZL. PPE CD ROM Z29. 2001.

PMMG – CCB – 2º GI. Manual do Aluno: Curso de Salvamento em Altura.


Contagem.

PMMG – CCB . ICOp nº 020/93 – CCB: Corda de Emprego Multioperacional


de Bombeiros Belo Horizonte, 1993.

REDONDO, Jon. Manual de Seguridad en Trabajos Verticales. 1ª ed., Madrid:


Ediciones Desnivel, 2001.

REQUIÃO, Cristiano. Cordas & Nós para Montanhistas. 1ª ed., Rio de Janeiro:
2002.

RESCUE TECNOLOGY. Rescue Equipament Catalog. EUA, 1999.

RIBEIRO, Alex S. Dividir e Conquistar. 1ª ed., Rio de Janeiro: 2001.

SHUBERT, Pit. Seguridad y Riesgo. 2ª ed., Madrid: Ediciones Desnivel, 2001.

UNIDADE ESPECIAL DE RESGATE E EMERGÊNCIAS (UERE). Apostila de


Técnicas Verticais. 2ª ed., Belo Horizonte, 2001.

USTCH, Marcelo Henrique. Escalada Esportiva. 1ª ed., Belo Horizonte, 1999.


64

Você também pode gostar