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E-book

O que é mesmo o

Na última obsessão da
tecnologia, todos nós
somos principiantes
Realidade virtual, criptomoedas,
Web3, NFTs… Como isso tudo está
ligado ao tema mais cercado de
barulho e hype dos tempos recentes.

Adaptado de um artigo de
Aaron Frank para o Singularity
Hub/HSM Management
Carta-convite
Se estava no planeta Terra nos últimos meses, você
ouviu falar a respeito do metaverso – há cobertura
intensiva da mídia sobre o tema. O problema é que,
em igual proporção, há ruído e confusão de conceitos:
realidade virtual não é o metaverso (embora esteja
relacionada). Cripto/Web3 não é o metaverso (mas
também está relacionado). Este e-book explica con-
sistente e didaticamente o que o metaverso é.

O metaverso já está entre nós? Não. Ainda não. Tem


especulação demais e prática de menos, como foi com
a internet e outras disrupções. Mas momentos pré-fato
são osmelhores para se familiarizar com o que é novo.

O e-book se apoia em informações de Aaron Frank, que


desenvolveu ambientes virtuais para a Singularity Univer-
sity, parceira da HSM na SingularityUBrazil, e tem larga
experiência com realidade aumentada (RA) e virtual
(RV), que estão no pacote. Este e-book certamente sa-
nará suas principais dúvidas sobre o metaverso e talvez
te dê vontade de participar desse novo mundo um dia.

Boa leitura
Equipe Revista HSM Management
Sumário
Introdução Capítulo 1 Capítulo 2
O que é o Computação Motores de
metaverso? espacial jogos
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Capítulo 3 Capítulo 4
Ambientes Economias
virtuais virtuais
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Introdução

O que é o metaverso?
Em 99,99% dos casos, desde que o termo seja usado
corretamente, você pode substituir a palavra “metaver-
so” por “internet” e a frase significará a mesma coisa.

Então por que todo mundo está usando essa nova pa-
lavra? Um analista americano foi feliz ao observar que
“estamos usando o termo como um substituto para
uma sensação de que tudo está prestes a mudar”.

Então, se o metaverso é apenas a internet, o que sig-


nifica essa internet que vai mudar? Para responder a
essa pergunta, nós dividimos o artigo do Aaron Frank,
em quatro partes:

1. Computação espacial
2. Motores de jogos
3. Ambientes virtuais
4. Economias virtuais

Ou seja, o metaverso é a internet, mas também é uma


coleção de ambientes virtuais (item 3), é movido a mo-
tores de games (item 2), cria nas telas uma percepção
de espaço (item 1) e pode ir além da internet atual na
movimentação de dinheiro (item 4). Mas ainda há muita
coisa faltando a essa definição. Então, vamos lá!
Capítulo 01 Computação
Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

Para entender as mudanças que estão chegando à Depois dos cartões perfurados, vieram
vida online, Aaron Frank começa lembrando como linhas de comando. A interação com a
acessamos a internet atualmente – através de compu- máquina se dava com o uso de palavras.
tadores. Então, ele volta no túnel do tempo e repassa Era a época do MS-DOS.
a a história das interfaces de computadores, ou seja, a
forma como interagimos com máquinas digitais para Daí tivemos a invenção da interface gráfi-
que elas façam o que queremos.Aí descobrimos que, ca do usuário (GUI). Segundo Frank, esse
se hoje o trabalho com computadores ér relativamente foi “o” momento da virada. Foi quando
fácil e intuitivo, nem sempre foi assim. trabalhar com computadores passou a
ser clicar em ícones. Hoje, as GUIs são
Um dos primeiros computadores, o Colossus Mark usadas em diversos equipamentos, de
2, foi desenvolvido pelos britânicos para quebrar có- caixas eletrônicos a terminais de venda
digos alemães em 1943, durante a Segunda Guerra de ingressos. As GUIs são a razão pela
Mundial. Em meados do século 20, essas máquinas qual pessoas que não sabem programar
envolviam muita sujeira e uma aparente bagunça. podem usar computadores. À medida
Sujeira mesmo. Os engenheiros da “linguagem de que essa tecnologia evolui, vai tornando
programação” costumavam construir um compu- o computador cada vez mais inclusivo. ficaram mais acessíveis, úteis e valiosos – e nós nos
tador para fazer coisas sujando as próprias mãos tornamos mais capazes e produtivos.”
e colocando fios e cabos. Então, eles inventaram Clay Bavor, head da área de realidade virtual do
uma nova interface usando cartões de perfuração, Google, descreve a evolução com mais poesia: No entender de Aaron Frank, a próxima grande inter-
o que nos permitiu deixar de usar as mãos para, “Nas últimas décadas, cada vez que os computa- face de computação está surgindo – só que ela não
então, programar. dores passaram a funcionar mais como nós, eles tem um bom nome ainda. Se está lendo este e-book,

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Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

tante é o espaço 3D para o cérebro humano. Nasce- De modo geral, você também deve enxergar as coi-
mos no espaço 3D. Crescemos vivendo em espaços sas espaciais como coisas que têm propriedades
3D. Faz mais sentido para nossos cérebros e corpos para se mover no espaço. Nesse caso, mesmo não
a interação em um espaço 3D. se não sndo controlado por meio de uma interface
espacial, um videogame tradicional é espacial (você
Então, o termo “computação espacial” está se tor- se move dentro dele, ainda que com controles e bo-
nando uma maneira padrão de se referir a essas tões). Já uma videochamadanão é espacial.
interfaces. Frank avisa para não confundirmos
isso com o metaverso, até porque muitos experts Para explicar por que isso importa, usaremos o
da computação espacial não se percebem como exemplo do Protectwise (que agora é parte do grupo
parte dele. Mas as coisas estão relacionadas, sim, Verizon). Eles constroem ferramentas para ajudar os
e chegaremos a isso. profissionais de cibersegurança a detectar ameaças
Obrigado, cartões perfurados (imagem: UNDP Ucrânia) aos seus sistemas de computador. Normalmente,
Pergunte-se: por que, em geral, não vemos avós uma pessoa de cibersegurança vive a vida dentro
você já ouviu falar de realidade virtual (VR, na sigla jogando videogame? Porque leva tempo para de- de dashboards olhando arquivos de registro para
em inglês), realidade aumentada (AR), realidade senvolver as habilidades motoras para apertar os sentir o que está acontecendo.
mista (MR), computação imersiva (IC) ou qualquer botões de um controle corretamente. No entanto,
outra sigla de duas letras. Elas todas têm uma coisa vemos mais avós jogando sistemas com captação E se esses dados pudessem ser transformados em um
em comum: o uso do espaço tridimensional. de movimentos, como o Nintendo Wii, um ícone dos ambiente espacial? Patrulhar o sistema de computa-
anos 2000, e outros que surgiram depois. Como dores da sua empresa seria como jogar umvideogame,
Colega de Frank na Singularity University, o designer isso acontece? Você pega um controle e balança os não seria? Algo muito mais intuitivo, inclusivo, que mais
de interface Jody Medich lhe ensinou o quão impor- braços. Intuitivo, fácil, ele é uma interface espacial. pessoas poderiam fazer. É isso que a Protectwise faz.

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Capítulo 02

Motores de
Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

Os motores de jogo podem ser uma das tecnolo- O veículo tira informações de seus sensores e as nesta década. Basicamente, as imagens vão deixar
gias mais influentes da próxima década. O motor visualiza em 3D no painel. Isso é computação es- de parecer “imagens”. O limite para o que se pode
(ou mecanismo) de jogo é a ferramenta de softwa- pacial no mundo real. conseguir de resolução de ilustrações está caindo, e
re que os desenvolvedores usam para construir (e veremos ambientes virtuais fotorrealistas cada vez
executar) videogames. Nesses programas, você Outro termo que você começaár a ouvir com mais mais parecidos com a vida real. Isso significa que
pode carregar objetos 3D, definir regras de como freequência é “gêmeo digital”, que é a ideia de que você deve tentar ver além da estética cartunesca
esses objetos se movem, adicionar sons etc. coisas físicas (como um carro) podem usar os que a cobertura de hoje do metaverso nos apresenta.
próprios dados obtidos por sensor para criar uma
Nos negócios, o termo “videogame” pode levar a cópia de si dentro de um computador. Isso permi- Por exemplo, imagine o que isso significa para algo
engano, pois sugere algo recreativo ou que não seja te que os humanos interajam com simulações de como a Beyond Sports, uma empresa holandesa de
sério. Só que, à medida que o mundo se torna mais objetos concretos como se fossem computadores. transmissão de eventos esportivos. Ela usa Unity e
digital, os motores de jogo serão essenciais: eles que dados de posicionamento em tempo real retirados
fazem as interfaces de computação para todos os Um exemplo famoso é o Terminal 1 do aeroporto das competições para apresentar eventos ao vivo
tipos de setores funcionarem. Planejamento urbano, internacional de Hong Kong. Ele usa um gêmeo dentro da realidade virtual exatamente como eles
arquitetura, engenharia automotiva, música ao vivo, digital no mecanismo de jogo Unity para dar aos estão acontecendo nos campos e quadras. Agora
eventos e cinema são áreas que tiveram seus fluxos gerentes das instalações uma visão em tempo real imagine isso em dez anos: você andando dentro
de trabalho e processos de design transformados de atividades dos passageiros. de um jogo ao vivo com seus amigos. Bingo! É isso
com ferramentas como Unreal Engine e Unity. que poderemos fazer um dia no metaverso.
A Unity é uma grande empresa de capital aberto.
Tomemos o novo Hummer elétrico como exemplo Já a Unreal é propriedade da Epic Games, a editora Frank explica, com isso, que a internet foi construí-
– Frank o toma. Trata-se do primeiro carro a ter famosa por jogos como “Fortnite” e “Fall Guys”. da por desenvolvedores de web e o metaverso está
uma interface baseada em mecanismos virtuais. Os motores de jogo terão avanços alucinantes sendo construído por desenvolvedores de games.

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Capítulo 03

virtuais
Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

Agora que fizemos a introdução necessária – a com- meio do Unity, que sobrepõe personagens 3D no
putação espacial e os motores de jogos –, chegamos mundo físico.
aonde os outros introduzem o metaverso (pulando o
que vem antes): os ambientes virtuais, os “lugares” Isso significa que podemos considerar “Pokémon
em que faremos login na internet de amanhã. Go” como parte do metaverso? Bem, mais ou me-
nos. A definição atual é escorregadia. Ainda esta-
Esses lugares, Frank admite, são uma coisa com- mos na fase de “definir os termos”, então tenha
plicada de definir. Afinal, em muitos aspectos, o cuidado com isso na mídia.
Twitter já é um ambiente virtual em que as pessoas
se encontram e trocam mensagens e informações. No futuro, Frank arrisca prever, não serão apenas
jogos. Todo o mundo físico será como uma tela
Mas os ambientes virtuais em questão são espaciais em que poderemos pintar com dados.
e construídos em motores de jogo. Existem dois tipos
deles para explorar. O primeiro é a realidade aumentada Para que toda essa poesia aconteça, as empresas
do mundo real, como em “Pokémon Go”. O outro são de tecnologia estão lutando para construir o que
os ambientes mais tradicionais online ou puramente tem sido chamado de mundo espelho ou nuvem
digitais que lhe exigem sentar em um computador AR. Essas palavras significam a mesma coisa que
(ou usar um headset de VR) para acessar. Mas essa o “gêmeo digital” de que falamos antes.
distinção é arbitrária e esteja caindo em desuso.
Basta estender o conceito do aeroporto de Hong
“Pokémon Go” é um exemplo bem fácil de AR no Kong para todo o planeta Terra e você terá uma
mundo real. É um jogo espacial, construído por ferramenta para construir coisas virtuais em cima

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Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

do nosso mundo cotidiano. Se quiser ir mais fundo o mais conhecido destes seja uma plataforma
sobre isso, Aaron Frank escreveu um artigo explo- chamada Second Life. Para quem não se lembra,
rando o impacto disso na sociedade. Confira. é uma coleção de mundos virtuais que os milhões
de usuários ali inscritos podiam explorar com seus
Bom, outra maneira de explicar isso é dizer que a avatares.
internet está transbordando dos nossos telefones e
computadores e se fundindo com a realidade física. Hoje, há um conjunto de plataformas que poderiam
Por isso que o novo carro Hummer [a marca já existe ser consideradas sucessoras do Second Life, como
no Brasil] pode vir a fazer parte do metaverso. VRChat, Altspace, Decentraland e Somnium Spa-
ce. Uma delas, Rec Room, recentemente levantou
Então, o metaverso não será constituído apenas US$ 145 milhões em venture capital e é avaliada
de mundos aleatórios de jogos de desenho anima- em US$ 3,5 bilhões. As coisas estão ficando sérias.
do construídos por nerds de games. O metaverso
também serão réplicas digitais de espaços muito Outros exemplos vêm de jogos como Fortnite e “Ro-
reais, provavelmente de todo o planeta, e gêmeos blox, que são considerados experiências iniciais de
digitais de coisas físicas, como o seu carro. Pro- metaverso. Além de meros jogos, eles também são
vavelmente você poderá sentar no quintal com ambientes espaciais onde as pessoas se encontram
avatares sorridentes da sua família, ou andar por e podem ir a shows de artistas como Travis Scott
outras cidades em tempo real. ou Lil Nas X.

Agora, vale a pena explorar exemplos de mundos A visão finalizada do metaverso, que deveremos
virtuais. Existem alguns mais tradicionais e talvez ver no futuro segundo Frank, é quando todas essas

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Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

ferramentas e jogos se tornarem uma rede interco-


nectada de ambientes virtuais. Exatamente como a
internet, mas com uma profundidade muito maior
para vivenciarmos essas experiências.

Os CEOs de hoje se veem na mesma situação dos


CEOs de meados dos anos 1990, que receberam a
internet como uma coisa estranha e ficaram coçando
a cabeça sobre se ela podia (ou não) ser relevante
para seus negócios.

Para Frank, assim como a maioria das empresas


criou um site então, em algum momento a maioria
delas terá algum tipo de ambiente virtual em 3D.
E assim como a internet absorveu vastas porções
de nossa atividade econômica, o metaverso de
amanhã poderá aglutinar boa parte da economia.

Chegamos aos NFTs? Sim. E precisamos falar so-


bre eles...

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Capítulo 04

virtuais
Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

Você sabia que o Second Life ainda sustenta uma estrutura para permitir que as pessoas adquiram
economia no valor de cerca de US$ 500 milhões por esse material virtual.
ano (esse número cresceu durante a pandemia).
O PIB da plataforma é maior do que o de muitos A primeira coisa a notar é que os NFTs funcionam
países do mundo real. em blockchains, que dispensam a necessidade de
autoridades de confiança central.
“Fortnite”, um jogo que não custa um centavo para
jogar, movimentou US$ 9 bilhões em 2018 e 2019. NFT é asigla em inglês para“token não-fungível”. A
Como? Ao vender diversas formas para os jogado- palavra-chave aqui é “fungível” – algo fungível é algo
res expressarem suas preferências, seja por meio que você pode trocar por uma versão equivalente,
de roupas virtuais, movimentos de dança ou outros que será igualmente valiosa.O não-fungível é o opos-
itens. O sistema de micropagamentos é uma rea- to: cada item é único, insubstituível. É por isso que
lidade muito bem-sucedida na indústria de games estamos vendo muita arte digital sendo comprada
há anos. e vendida usando NFTs. Afinal, os NFTs usam blo-
ckchains para determinar quem é dono do quê.
À primeira vista, isto pode soar uma afirmação
ingênua, mas nós tendemos a nos preocupar com Essa mudança para uma maneira descentralizada de
a forma como nos expressamos no mundo. Se gerenciar a vida online é chamada Web3 (uma palavra
vamos passar cada vez mais tempo online, vai ter que você vai ouvir mais e mais, e vale a pena conhecer).
gente disposta a comprar bolsas Gucci para exibir
no “Roblox”. Onde os NFTs se encaixam em tudo Vamos usar um exemplo real. Em janeiro de 2022,
isso? Entre outros usos, os NFTs oferecem a infra- o jogador brasileiro Neymar começou sua coleção

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de arte em NFTs, com imagens digitais de macacos, te” e outras plataformas têm se saído muito bem
investindo R$ 6,2 milhões emduas imagens. Em sem NFTs. Mas, segundo Frank, uma das razões
abril, comprou mais uma por R$ 800 mil.Qualquer pelas quais o NFT faz tanto barulho é por ser, além
um de nós pode copiar a imagem de um macaco de novidade, apoiado por uma quantidade absurda
do Neymar e salvar em nosso computador, certo? de dinheiro.
Mas isso significa que nós agora temos o arquivo
.jpg da imagem? Não. A maioria dos NFTs não é a Essa é uma fronteira ainda não mapeada, em cons-
coisa em si (o arquivo JPEG). O NFT é o token no trução, instável da vida on-line. Existem alguns pro-
blockchain Ethereum (token que contém metada- jetos fascinantes nessa dianteira, mas se os NFTs
dos) que aponta para a coisa em si. Pense na NFT sustentarão ou não algum sistema de capitalismo
como um recibo. E esse só o Neymar tem no caso desmaterializado é uma questão em aberto. O mais
dos seus macacos digitais. importante é que os NFTs são provavelmente mais
importantes do que apenas “possuir coisas”.
Então, por que os NFTs de arte e o metaverso são
confundidos com tanta frequência? É que há uma Vejamos uma demonstração real que aconteceu em
expectativa de que os NFTs possam alimentar a outubro de 2021. O Festival Metaverso aconteceu
economia dentro do metaverso, agindo como a in- na plataforma Decentraland, um ambiente virtual
fraestrutura que vai mediar a troca de informações espacial, guiado por motores de jogos, e teve parti-
e ativos on-line. cipação de artistas reais, como o DJ Deadmau5. O
festival foi gratuito e aberto a maiores de idade. Para
Para sermos claros, essa ainda não é uma ideia entrar era preciso carregar um token de identidade
universalmente estabelecida. Second Life, “Fortni- e se dirigir ao bairro boêmio de Decentraland (um

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Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais

terreno que é um NFT). Lá, você poderia ver gente


usando roupas (NFTs) da RTFKT, uma empresa de
moda virtual adquirida pela Nike.

O evento foi patrocinado pela Kraken, que quer


ser o criptobanco do metaverso. Ao participar do
festival, você recebeu um “protocolo de prova de
presença”, ou POAP (que é um NFT). Mais tarde,
a Kraken lhe ofereceria descontos em serviços ao
mostrar o POAP.

Independentemente do metaverso, NFTs signifi-


cam que a internet se torna um lugar onde todos
têm um registro. É basicamente como se devol-
vêssemos aos usuários seus próprios cookies e
dados pessoais colhidos sempre que eles usam
a internet. Por isso, já tem gente preocupada com
o Meta (antigo Facebook) construindo um meta-
verso centralizado, em vez de um que seja aberto
e descentralizado como é desejado.

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Computação espacial Motores de jogos Ambientes virtuais Economias virtuais
Texto publicado originalmente na SingularityHub/SingularityUBrazil, reproduzido com autorização
por HSM Management. Todos os direitos reservados. Se quiser, leia aqui o artigo original.

Você pode estar se perguntando: “E daí? Como isso O que o metaverso permitirá, num espaço tridimen- nos e-commerces pode ficar parecido com entrar
melhora qualquer coisa no mundo ou na internet? sional, é uma maneira de replicar comportamentos em lojas físicas, algo que nossos cérebros e corpos
Como isso é melhor do que o que temos hoje?” É humanos naturais, com esse de ouvir melhor quem entenderão bem melhor.
uma pergunta justa. está perto (alguns comportamentos, não todos). É
algo que não se pode replicar nos espaços on-line Mas, é claro, não substituiremos experiências do
Existirão muitos pontos de vista, por diferentes existentes, como Slack, Discord ou Zoom. mundo real, nem devemos querer que isso aconteça.
pessoas, e não vamos defender qualquer um de- Também não vamos parar de usar as plataformas
les. Mas Aaron Frank tem uma história pessoal que No mundo profissional, podemos ser fascinados pela atuais, como as de videoconferência.
queremos compartilhar. firma de corretagem de imóveis eXp Realty, ma orga-
nização de 60 mil pessoas que opera 100% dentro de O metaverso é apenas o próximo estágio evolutivo
No início do seu MBA, a turma quis fazer uma vide- um mundo virtual construído na Unity. Essa empresa da internet. Ele oferece um novo conjunto de ferra-
ochamada com todos os estudantes – com todos listada em bolsa proporciona algo mais próximo do mentas de comunicação que serão mais úteis para
os 300. Ele foi aquele cara que inventou uma festa trabalho presencial do que as nossas realidades de algumas coisas e menos para outras.
estranha na internet para juntar todos, usando uma trabalho remoto. Seu fundador me disse que quando
plataforma chamada High Fidelity. O diferencial o avatar dele tem que realmente andar de reunião Para concluirmos: isso tudo é uma maneira longa
dessa plataforma era que você escutava melhor as para reunião, há oportunidades para encontros por de dizer que o metaverso é a internet. Mas espacial,
pessoas que estvam mais próximas, como na vida acaso com colegas, algo que você nunca viveria pu- construído com motores de jogo e, provavelmente,
real. Demorou um pouco para o pessoal se acos- lando de uma sala do Zoom para outra. NFTs. Ninguém sabe até onde isso nos levará.
tumar, mas era a maneira possível de reunir tantas
pessoas, como avatares 2D básicos, movendo-se O metaverso pode crescer para tornar a internet
em um espaço on-line compartilhado. (O Gather, mais intuitiva. Assim como as interfaces de com-
hoje, vai na mesma linha.) putação espacial são mais fáceis de usar, entrar

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Sobre a Revista
HSM Management
HSM Management foi lançada em 1997 pela HSM, uma das
maiores empresas de educação corporativa da América
Latina. Tornou-se a publicação de referência em gestão e
liderança no Brasil e, hoje, com atuação multiplataformas,
completa 25 anos.

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