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Meninas, bom dia!

Aqui estão os tópicos por slide da apresentação. Não anexei nenhuma imagem,
caso vcs achem interessante discuti-las, fique à vontade.
Também fiquem à vontade para modificar os tópicos.

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1. INTRODUÇÃO

Comportamento gregário em aves leva a uma maior proteção contra predadores e


aquisição de alimentos mais eficiente (Ward & Zahavi 1973, Beauchamp 1999).

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De acordo com Munshi-South & Wilkinson (2006), o comportamento gregário e o


forrageamento podem levar a uma vida útil mais longa, especialmente para
espécies que se agregam em poleiros (Beauchamp 1999).

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Alguns Psittacidae juvenis e não reprodutores continuam a usar poleiros
comunitários durante a época de não reprodução. Durante a época de reprodução,
pares reprodutores de algumas espécies podem permanecer em ninhos de
cavidades em árvores e ravinas.

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A arara-azul Anodorhynchus hyacinthi nus é a maior espécie de papagaio voador do
mundo, medindo até 1 m de envergadura, com peso médio de 1300 g (Forshaw
1978, Sick 1997, Guedes 2009).

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A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthi nus) é a maior espécie de papagaio voador


do mundo, medindo até 1 m de envergadura, com peso médio de 1300 g, são uma
espécie gregária geralmente encontrada em pares, famílias ou grupos que variam
de 3 a 100 indivíduos, principalmente nos locais de alimentação e dormitório;
exibem forte nidificação, alimentação e fidelidade ao local de abrigo.

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Por suas características e comportamento, a arara-azul é uma espécie carismática e
icônica para a conservação da biodiversidade .
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Possui ampla distribuição geográfica, e mais de 95% da população ocorre no Brasil.
A população está distribuída em 3 áreas não contíguas:
(1) no Pantanal: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso;
(2) na região nordeste: Maranhão, Bahia, Piauí, Goiás, e Tocantins;
(3) na região Amazônica, nos estados do Pará e Amapá.

Recentemente, esta espécie também foi relatada no estado do Amazonas. Apesar


de sua ampla distribuição, estima-se que a população selvagem total de
araras-azuis em aproximadamente 6.500 indivíduos.

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Devido às capturas em larga escala para o comércio de animais silvestres –
atraentes pelo tamanho, cor e tolerância à presença humana – e degradação do
habitat, incluindo desmatamento e fragmentação, a arara-azul foi incluída na
Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas e foi listada
como Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza desde
1988.

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Em julho de 1999, o World Wildlife Fund of Brazil (WWF-Brasil) realizou um
workshop no Estado de Mato Grosso, focado exclusivamente em estratégias de
conservação da arara-azul, que incluiu uma visita à fazenda São Francisco do
Perigara, localizada no município de Barão de Sub-região de Melgaço, no norte do
Pantanal, Brasil.

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Foi escolhida por ser o local de um poleiro tradicional usado por araras-azuis há
mais de 50 anos e pela abundância da espécie na região. De acordo com censos
realizados pelo Instituto Arara Azul, cerca de 15% da população total e 20% da
população pantaneira frequentam a fazenda.

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A hipótese foi que o manejo sustentável da fazenda, que garante disponibilidade de
alimentos e proteção contra impactos antropogênicos, pode resultar no aumento do
número de araras-azuis.

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O objetivo foi quantificar e estudar flutuações temporais e mudanças sazonais por
meio do monitoramento de longo prazo do número de araras-azuis, a fim de
entender a dinâmica de uso dos abrigos pela espécie.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Área de estudo

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Na Fazenda São Francisco do Perigara, localizada na sudeste do estado do Mato
Grosso, a vegetação desta região é predominantemente de savana, cerradão
contendo diversos tipos de palmeiras.

Em resumo, cerca de 32% das área de estudo é composta por florestas (cerradão,
floresta estacional e mata de galeria), 35% da área é composta por savana aberta, e
o restante é composto por campos abertos (úmidos e secos) e cursos d'água.

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2.2. Poleiro

A área ao redor dos prédios da fazenda consiste principalmente de pastagens


abertas, com grandes árvores individuais e fragmentos florestais contendo
palmeiras bocaiuva e outras plantas de crescimento rápido recuperando-se do
desmatamento passado .

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Existem 2 áreas nesta paisagem que servem como abrigos para araras-azuis:
(1) um fragmento florestal de formato irregular, que é um remanescente composto
por 90% de palmeiras bocaiuva;
(2) Uma área com dezenas de palmeiras 'bocaiuva' encontradas a 5 m da casa da
fazenda, onde araras-azuis e outras espécies de psitacídeos se empoleiram.

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2.3. Método para estimar o número de araras azuis

Foram realizados métodos de levantamento baseados no hábito da espécie de se


reunir em poleiros coletivos. No final da tarde, as araras voam em duplas ou em
grupos de diferentes áreas da fazenda para um local previamente escolhido.

As contagens começaram em 2001 e continuaram até 2015, totalizando 37 visitas a


campo, sendo 18 realizadas na estação seca e 19 na estação chuvosa.
Houveram 19 visitas na época reprodutiva (agosto-janeiro) e 17 visitas na época
não reprodutiva (fevereiro-julho).

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Ao final de cada período de amostragem foram obtidos 3 valores:


(1) o número médio de indivíduos no dormitório cadastrados pela equipe no
dormitório ao longo de 3 dias;
(2) o número total de indivíduos em áreas distantes do dormitório (pontos de retirada
com cochos de sais/minerais);
(3) o número de casais de araras nos ninhos.

Assim, o número de araras na fazenda ('número total') foi calculado como o número
de araras no poleiro + o número de araras nas áreas de retiro + o número de araras
nos ninhos.

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2.4. Análise de dados
Os testes estatísticos foram usados para comparar os dados da estação reprodutiva
(agosto a janeiro) e da estação não reprodutiva (fevereiro-julho), bem como as
estações seca (maio-outubro) e chuvosa (novembro-março).

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Para analisar as tendências quanto ao número de araras azuis durante o período de
estudo, foi utilizado um modelo de regressão linear. A regressão foi realizada
utilizando a média do número total de indivíduos de anos com >2 visitas. Um modelo
de regressão linear foi executado usando os números totais obtidos nos meses em
que a fazenda foi mais visitada, abril (n = 7 visitas) e setembro (n = 6 visitas), e
esses meses representam períodos de reprodução e não reprodução, e estações
chuvosas e secas.

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3. RESULTADOS
3.1. Pesquisas de araras-azuis

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Ao longo dos 15 anos de pesquisas na fazenda, os maiores números totais de


araras-azuis foram obtidos em junho de 2013 e abril de 2015 (1042 e 1014 ind.,
respectivamente). O número médio anual de araras-azuis no abrigo variou
significativamente e houve diferenças significativas entre 2007 e 2013.
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Com base na contagem de poleiros, verificou- se que o menor número médio de
indivíduos no abrigo da arara-azul foi registrado em agosto (n = 3) e o maior em abril
(n = 7). No entanto, as variações no número de araras entre os meses não foram
significativas ( p > 0,05).

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Ao longo do intervalo de 15 anos, o número de araras azuis na fazenda mostrou
uma tendência crescente. O modelo revelou que o número total de araras-azuis na
fazenda aumentou em aproximadamente 37 ind., e o número médio de araras no
abrigo aumentou em aproximadamente 28 ind.

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3.2. Flutuações temporais e sazonais
Os dados pluviométricos mostraram que os meses mais secos são maio a agosto,,
e os meses mais úmidos, novembro a abril.

O número de araras azuis foi diferente entre a estação chuvosa (número médio de
araras azuis = 354,4) e a estação seca ( número médio de araras- azuis = 254,3).

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4. DISCUSSÃO
4.1. População de arara-azul na fazenda São Francisco do Perigara

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De acordo com nossos resultados, o número total de araras-azuis registradas no
São Francisco do Perigara foi de aproximadamente 1.000 em 2013 e 2015. Isso
corresponde a 15% da população de araras- azuis.

Esta é a maior concentração de araras-azuis observado em toda a área de


distribuição da espécie, e o número de araras na fazenda aumentou durante os 15
anos de melhoramento.

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Os resultados mostraram que as áreas protegidas e a degradação do habitat,
principalmente as conversões de floresta primária para habitat antropogênico, foram
associados positiva e negativamente, respectivamente, com mudanças na
abundância e densidade de psitacídeos.

Estudos realizados em diferentes partes do mundo mostram que as populações de


psitacídeos diminuíram rapidamente, principalmente devido à falta de habitat
protegido.
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Em termos de variação anual, os resultados indicam que durante os períodos de


chuva forte, as araras precisam forragem mais amplamente devido à inundação do
habitat.

Durante as cheias no Pantanal, há uma diminuição das áreas de alimentação para


araras-azuis, que forrageiam no chão, forçando-os a procurar outros locais em
áreas não inundadas em terreno mais alto.

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A época de reprodução da arara-azul ocorre predominantemente entre os meses de
agosto e janeiro, embora a reprodução possa ocorrer mais cedo ou mais tarde em
alguns anos.

Os resultados indicam que as araras-azuis podem se reproduzem em áreas que


estão fora dos limites da fazenda.

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O baixo número de ninhos ativos provavelmente pode ser explicada pela escassez
de árvores de manduvi com cavidades de nidificação, que são usadas por
araras-azuis para reprodução, e onde 95% de seus ninhos são encontrados.

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A suposição era que a área de estudo era predominantemente utilizada para


alimentação. De acordo com Beauchamp (1999) agregações de poleiro podem
aumentar quando as características da vegetação das áreas ao redor dos prédios
da fazenda foram observados.

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As palmeiras Acuri e bocaiuva são as mais comuns. Essas espécies arbóreas são
caracterizadas como árvores pioneiras da sucessão secundária, e beneficiam do
fogo e da degradação (Bicalho et al. 2016), que estimulam o seu crescimento e
produção de frutos. Os frutos das palmeiras acuri e bocaiuva são consumidos e
digeridos pelo gado, facilitando a alimentação da arara-azul.

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4.2. Manejo da área de estudo e conservação da arara-azul

A atual gestão da fazenda, com uma área muito grande destinada à recuperação da
vegetação, tem ajudado a manter os recursos alimentares das araras-azuis, que
têm utilizado a propriedade como local tradicional de alimentação e abrigo. Além
disso, com o apoio da Embrapa Pantanal e da Associação Brasileira da Pecuária
Orgânica (ABPO), a fazenda implantou o manejo tradicional de gado extensivo com
sistema de pastejo rotacionado em vários piquetes.

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A segurança foi provavelmente outro fator importante para esta escolha do local de
abrigo. As araras-azuis não foram incomodadas na fazenda porque havia poucos
funcionários e atividade limitada.

Não havia animais de estimação soltos, como gatos e cachorros, que poderiam
perturbar as araras quando pousavam para se alimentar das sementes.

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No Pantanal, é evidente a associação entre a conservação da vida selvagem e a
pecuária. As fazendas desempenham um papel fundamental na conservação da
biodiversidade, mantendo as áreas protegidas de caçadores ilegais.

Espécies nativas se beneficiam dessa proteção, e muitas fazendas se tornaram


refúgios para grandes populações de animais selvagens, em muitos casos
tornando-se mais eficazes do que algumas áreas protegidas estaduais ou federais.

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Há mais de 50 anos, a fazenda São Francisco do Perigara está protegida de
incêndios florestais e desmatamento, ajudando assim a manter recursos para as
araras-azuis, como alimentos e abrigos. Esses recursos são fatores importantes na
preservação das araras na região.

É importante ressaltar que a Fazenda São Francisco do Perigara possui uma


filosofia de gestão que incentiva as araras a viverem em relativa harmonia com a
pecuária, e a população de araras parece estar crescendo, seja por reprodução,
imigração ou uma combinação de ambos.

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O manejo tradicional praticado na fazenda leva em consideração o cuidado e a
conservação de áreas importantes para a fauna silvestre (por exemplo, a fazenda
inclui um fragmento florestal cercado que serviu de abrigo para araras-azuis há mais
de meio século), a protecção de espécies arbóreas específicas, bem como o
sistema de pastoreio rotativo sobre vários piquetes.

Essa estratégia é coerente com o ciclo natural da pastagem devido às estações


chuvosa e seca, e proporciona um habitat de refúgio para as araras azuis e outras
espécies da fauna pantaneira, também ameaçadas de extinção, como a
onça-pintada (Panthera onca) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).

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