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Conto: O homem da favela - Manuel Lobato

O homem da favela

1- a) O que é uma favela?


b) Levante hipóteses: quem é esse homem de que o texto vai falar?
c) Vai falar o que sobre ele?

Doutor Levi dá plantão no Hospital dos Operários, que fica perto de uma favela.

2- a) Quem é o doutor Levi?


b) Você sabe o que significa “dar plantão”?
c) Que profissionais costumam dar plantão?

Ele é meio conhecido na favela porque sobe o morro de vez em quando, em visita médica à Associação dos Deficientes
Visuais. Mesmo assim, já foi assaltado nove vezes, sempre de manhã, quando está saindo do pátio em seu carro. Por causa disso,
Dr. Levi anda prevenido.

3- a) Por que o doutor Levi sobe o morro de vez em quando?


b) Ele anda prevenido contra o quê?
c) Por que ele é assaltado sempre pela manhã?
d) Com base no texto, você saberia dizer qual a especialidade médica do doutor Levi?
e) “Dr. Levi anda prevenido.” Que prevenção seria essa a dele?

Não compra revólver, mas, ao deixar o plantão, já vem com a chave do carro na mão, passos rápidos, abre a
porta, entra depressa, liga o motor, engrena a marcha, acelera e dispara. Não se preocupa com os malandros que
tentam abordá-lo na estrada.

4- a) Por que o doutor Levi já deixa o plantão com a chave na mão?


b) Você concorda que ele tem motivos para andar prevenido?
c) Você já foi assaltado alguma vez?
Levante hipóteses:
d) Por que o doutor Levi não compra revólver?
e) Quem são os malandros que tentam abordá-lo na rua?
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5- a) Por que o doutor ligou o limpador de para-brisa?


b) Qual a opinião do doutor a respeito do pedestre que ele vê na estrada?
c) Você concorda com a opinião dele?
d) Qual vai ser a atitude do doutor?

O marginal está um tanto desnorteado, meio aéreo, andando sem rumo, em ziguezague. Parece trazer um porrete na mão. Dr. Levi
será obrigado a diminuir a aceleração e reduzir a marcha. Se o mau elemento continuar na pista, terá de frear. Se parar, poderá ser assaltado
pela décima vez. O carro se aproxima do malandro. Ele usa boné com o bico puxado para a frente, cobrindo-lhe a testa. Óculos escuros
para disfarce, ensaia os cambaleios, tomba um pouco a cabeça, olha um pouco para cima, procura o Sol que está aparecendo, sem pressa,
com má vontade.

6- a) O que é um “marginal”?
b) Na sua opinião, na favela só moram marginais?
c) Qual parece ser a opinião do doutor Levi sobre os moradores da favela? Com base emque se pode afirmar isso?
d) Você concorda que o pedestre seja um ladrão disfarçado? Se não for, quem pode ser?Por que estaria cambaleando?
Levante hipóteses:
e) O que vai acontecer, afinal?

O médico, habituado a salvar vidas, tem ímpetos de matar. Acelera mais, joga o farol alto na cara do pilantra, buzina repetidas
vezes. O mau-caráter faz que procura o acostamento, mas permanece na pista. O carro vai atropelar o velhaco. Talvez até passe por
cima dele se continuar fingindo que está bêbado. Menos um pra atrapalhar a vida de gente séria.

7- a) O que são “ímpetos de matar”?


b) Por que o doutor Levi tem ímpetos de matar o pedestre?
c) Você concorda que o pedestre está fingindo, e por isso o doutor deve passar por cima dele?
Levante hipóteses:
d) O que vai acontecer com o pedestre?

O esperto pressente o perigo, deve ter adivinhado que o automóvel não vai desviar-se dele, ouve de novo a buzina, o barulho
do motor cada vez mais acelerado. De fato, o carro não se desvia de seu intento.
Obstinado, segue seu rumo. Vai tirar um fino.
O vivaldino é atingido de raspão, cambaleia agora de verdade, cai de lado. O cirurgião ouve o baque, sente o impacto do
esbarro.
Vê pelo retrovisor externo a vítima caída à beira da estrada. O vidro de trás está embaçado, mas permite distinguir o vulto,
imagem refratada.
Gotas de água escorrem pelo vidro, não como lágrimas e sim como bagas de suor pelo esforço da corrida. Não há piedade,
há cansaço. Dr. Levi nota que o retrovisor externo está torto, danificado. Diminui a marcha, abaixa o vidro lateral, tateia o retrovisor
do lado de fora. O espelho está partido, sujo de sangue. O profissional se sente vingado, satisfeito, vitorioso, como se estivesse
saindo do bloco cirúrgico, após delicada operação, na qual fica provada sua frieza, competência, habilidade. O dom de salvar o
semelhante e também salvar-se.

8- a) O que significa a expressão “tirar um fino”?


b) O que aconteceu com o pedestre?
c) Por que o doutor se sente vingado?
d) Você teria a mesma atitude dele?
e) Depois do acontecido, qual a maior preocupação do doutor?
f) Com base no texto, tente identificar algumas características psicológicas do doutor.
Levante hipóteses:
O que o doutor vai fazer com o pedestre?

No dia seguinte, ao cair da tarde, chega o plantonista ao Hospital dos Operários. Toma conhecimento do acidente. O paciente – algumas
fraturas, escoriações – está fora de perigo. Deu entrada ontem de manhã, mal havia chegado o substituto do Dr. Levi.
Na ficha, anotações sobre a vítima: funcionário da Associação. Seus pertences: recibos das mensalidades, uns trocados, óculos e
bengala. Cego.

LOBATO, Manuel. O homem da favela. In: O fino do Conto. Org. LEITE, Alciene Ribeiro.Rio de Janeiro:
Editora RHJ, 1989.

9- a) Afinal, por que o pedestre cambaleava?


b) Quem era ele?
c) Como o doutor “fica sabendo do acidente”?
d) Na sua opinião, como o doutor vai se comportar em relação ao fato? Por quê?
e) Qual seria sua atitude, nessa situação?

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