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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
BACHARELADO EM AGRONOMIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – AGR333

VIVIANE KÁTIA MOREIRA DOS SANTOS CERINO

ANÁLISE DO SETOR MADEIREIRO DO ESTADO DE RORAIMA NO PERÍODO


DE 2013 A 2017

BOA VISTA- RORAIMA


2018

1
VIVIANE KÁTIA MOREIRA DOS SANTOS CERINO

ANÁLISE DO SETOR MADEIREIRO DO ESTADO DE RORAIMA NO PERÍODO


DE 2013 A 2017

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Agronomia
do Centro de Ciências Agrárias- CCA
da Universidade Federal de Roraima,
como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. José Beethoven


F. Barbosa.

BOA VISTA- RORAIMA


2018

2
VIVIANE KÁTIA MOREIRA DOS SANTOS CERINO

ANÁLISE DO SETOR MADEIREIRO DO ESTADO DE RORAIMA NO PERÍODO


DE 2013 A 2017

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Agronomia
do Centro de Ciências Agrárias- CCA
da Universidade Federal de Roraima,
como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Agronomia.

Defendido em: 07 de dezembro de 2018.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________
Profº. Drº. José Beethoven Figueiredo Barbosa - Orientador
Departamento de Fitotecnia- UFRR

___________________________________________
Profª. MSc. Cassia Cristine Caliari
Departamento de Fitotecnia – UFRR

___________________________________________
Profª. MSc. Jessica Milanez Tosin Lima - Banca externa
FARES

BOA VISTA- RORAIMA


2018

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FICHA CATALOGRÁFICA DA BIBLIOTECA

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A minha família, Pedro J. Cerino, Etiane K.
M. dos S. Cerino, Juliane K. M. dos S.
Cerino e Pedro L. Cerino, pelo apoio e amor
incondicional.

5
AGRADECIMENTOS

A Deus por me amar, guiar, amparar e por ter me mostrado a importância da fé. Dado a
oportunidade de presenciar o milagre da vida, de viver essa etapa ao lado do meu pai com seu
coração guerreiro.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR), por todo conhecimento adquirido ao longo
desses anos, foi minha segunda casa.
A FEMART, FIER, SEPLAN, IBAMA, IBGE e Sindicato dos Madeireiros de Roraima
por todos dados fornecidos para que esse trabalho se tornasse possível.
Aos professores do curso de Agronomia, em especial aos seguintes professores, meu
Orientador Profº Drº José Beethoven Figueiredo Barbosa por acreditar, incentivar e ajudar na
realização desse trabalho; ao Profº Drº Ozimar Coutinho por acreditar em seus alunos, ao Profº
Drº Leandro Neves pelos anos de trabalho.
Aos meus pais, Pedro de Jesus Cerino e Etiane Kátia Moreira dos Santos Cerino pelo
amor incondicional, por todos os conselhos e serem exemplos de honestidade e integridade, e
por terem me ensinado os fortes valores familiares que tenho e principalmente por sempre
acreditarem que seria possível! Aos meus irmãos Juliane Kátia Moreira dos Santos Cerino e
Pedro Lins Cerino por todos os abraços de incentivo, força e por toda paciência.
Aos meus avós, Antenor Ferreira dos Santos, Carmelita Moreira dos Santos, Afonso
Cerino (in memorian) e Tereza Correia Cerino. Aos meus tios, Karim Kitty, Antenor,
Alessandro, Antônia, Maria Helena, Husana, Julia e Jackson (in memorian).
A Jessica Milanez Tosin Lima, que foi fundamental nessa etapa, por estar ao meu lado
em toda minha trajetória acadêmica, pelos anos de amizade, por todo o cuidado, pelo meu
currículo lattes, pelas broncas e por toda ajuda.
E aos meus amigos por todos os risos, por toda cumplicidade, vocês tornaram essa
trajetória mais leve. Vivianne Maggi, Taynara de Paula, Marcos Joel Santos, Mauro Barreto,
Laryssa Maia, Paulo Henrique de Paula, Thalita Ferreira, Thais Ferreira, Antônio Ruiz, Laís
Carvalho, Barbara Crysthina, Daniel Magalhães, Igor Loz, Camila Laia, Samara Sampaio,
Juvenal Mayer, Andreza Veronica, Gienah Machado, Joice Moraes e Lucas Pinto.
A comissão de formatura, por embarcarem nesse sonho junto comigo e por terem se
tornado bons amigos. Em especial, Gabriele Medeiros e Matheus Vebber.

Sem vocês nada disso seria possível, obrigada!

6
“Tenha grandeza de mudar quando necessário e a coragem de sempre recomeçar. ’’
João Catarin Mezomo.

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RESUMO

A região pertencente a Amazônia Legal é uma das produtoras de madeira tropical no mundo.
O antigo território federal de Roraima atual Estado de Roraima, faz parte desse segmento. Com
isso, objetivou-se nesse trabalho avaliar as mudanças ocorridas ao setor madeireiro durante o
período de 2013 a 2017, a partir de revisão de literatura e coleta de dados em diferentes órgãos
relacionados ao setor. Trazendo elementos da balança comercial do Estado sobre setor
madeireiro, o quantitativo dos autos de infrações lavrados no período, área desmatada do estado
e nos municípios e dados de produção e exportação. O setor madeireiro do Estado de Roraima
foi por muitos anos o principal injetor de dinheiro além do setor público. Seu crescimento
ocorreu devido à falta de restrição ambiental na década de 80. O principal problema enfrentado
são as políticas públicas do estado e seus órgãos regulamentadores, para que conciliem as
inúmeras formas de exploração com a legislação vigente, com o desenvolvimento econômico e
preservação ambiental. A produção do setor em Roraima, apresentou um aumento significativo
a partir de 2015, atingindo maior produção no ano de 2017, quando comparado com os anos
em estudo. O principal destino das exportações do setor por anos foi a Venezuela, que perdeu
lugar para a Holanda devido à crise financeira enfrentada pelo país, explicando as retrações nos
valores das exportações. Outro ponto a ser destacado foi que, mesmo o estado possuindo uma
localização privilegiada para a exploração de madeira, a falta de investimentos em tecnologia
faz com que as exportações do setor sejam baixas. E cabe ao estado juntamente com as empresas
do setor madeireiro elaborar um planejamento para que possam alcançar o desenvolvimento
mais competitivo aos outros estados. Este planejamento deve ser economicamente viável e
sustentável, socialmente justo e ambientalmente correto.

Palavra-chave: Madeira; Atividade madeireira; Exportação; Desmatamento.

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ABSTRACT

The region belonging to Legal Amazon is one of the producers of tropical wood in the world.
The former federal territory of Roraima, present state of Roraima, is part of this segment. The
objective of this study was to evaluate the changes that occurred in the timber sector during the
period from 2013 to 2017, based on literature review and data collection in different agencies
related to the sector. Bringing elements of the trade balance of the State on the timber sector,
the quantitative records of infractions drawn up in the period, deforested area of the state and
in the municipalities, and production and export data. The timber sector of the State of Roraima
was for many years the main money injector in addition to the public sector. Its growth occurred
due to the lack of environmental restrictions in the 80's. The main problem faced is the state's
public policies and its regulatory agencies, to reconcile the numerous forms of exploitation with
the current legislation, with economic development and environmental preservation. The
production of the sector in Roraima, showed a significant increase from 2015, reaching higher
production in 2017, when compared to the years under study. The main destination of the
sector's exports for years was Venezuela, which lost its place to the Netherlands due to the
financial crisis faced by the country, explaining the contractions in the values of exports.
Another point to be highlighted was that even the state having a privileged location for the
exploitation of wood, the lack of investments in technology makes the sector's exports low. And
it is up to the state together with the companies of the timber sector to elaborate a planning so
that they can achieve the most competitive development to the other states. This planning must
be economically viable and sustainable, socially fair and environmentally sound.

Keyword: Wood; Logging activity; Export; Deforestation.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estimativa do IBGE das matas ou florestas do Estado de Roraima no ano de


2017...........................................................................................................................................20
Tabela 2: Área da unidade territorial por município do Estado de Roraima..............................22
Tabela 3: Indicadores econômicos e sociais no período de 2015...............................................23
Tabela 4: Autos de infrações lavrados e o quantitativo do volume em m³ apreendido no período
de 2013 a 2018 pela FEMARH..................................................................................................28
Tabela 5: Espécies mais comuns nos pátios de serraria do Estado de Roraima.........................29
Tabela 6: Desmatamento no Estado de Roraima até 2017........................................................31
Tabela 7: Quantidade produzida de madeira em tora e valor da produção de Roraima de 2013
a 2017........................................................................................................................................35
Tabela 8: Quantidade produzida de carvão, madeira em tora e lenha por município de 2013 a
2017...........................................................................................................................................37
Tabela 9: Exportações do setor madeireiro no ano de 2013......................................................42
Tabela 10: Exportações do setor madeireiro no ano de 2014....................................................43
Tabela 11: Exportações do setor madeireiro no ano de 2015..................................................44
Tabela 12: Exportações do setor madeireiro no ano de 2016....................................................44
Tabela 13: Exportações do setor madeireiro no ano de 2017....................................................45
Tabela 14: Exportações do setor madeireiro no ano de 2018*..................................................46

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Série histórica sobre a contribuição dos produtos madeireiros e outros para o
desempenho da balança comercial do Estado de Roraima de 1999 a 2017.................................21
Gráfico 2: Quantitativo de DOF emitidos nos anos de 2013 a 2017..........................................29
Gráfico 3: Estimativa anual de desmatamento de Roraima do ano de 1988 a 2017...................32
Gráfico 4: Taxas anuais de desmatamento da Amazônia Legal até 2017..................................33
Gráfico 5: Evolução da quantidade produzida de madeira em tora em m³ no período de 2003 a
2017...........................................................................................................................................36
Gráfico 6: Valor da produção roraimense em dólar no período de 2003 a 2017.....................39
Gráfico 7: Exportações do setor madeireiro no Brasil no período de 2013 a 2018*..................40
Gráfico 8: Acumulado das exportações de Roraima de 2001 a 2015.........................................41
Gráfico 9: Total anual em dólares das exportações roraimenses no período de 2010 a 2018.....42
Gráfico 10: Vias de escoamento utilizadas nas exportações de madeira de Roraima................47
Gráfico 11: Principais portos utilizados nas exportações de madeira do Estado de
Roraima.....................................................................................................................................48

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa político do Estado de Roraima.........................................................................24

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LISTA DE SIGLAS

ADA- Ato Declaratório Ambiental


APP- Área de preservação permanente
DFA- Departamento de Fiscalização Ambiental
DOF- Documento de origem florestal
FEMARH - Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
FIER- Federação das Indústrias do Estado de Roraima
FOB- Free on bord
IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA- Instituto de pesquisa econômica aplicada
PIB- Produto Interno Bruto
SEPLAN- Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento
SICAR- Sistema de Cadastro Ambiental Rural
SINDIMADEIRAS- Sindicato da Indústria de Desdobramento e Beneficiamento de Madeiras,
Laminado e Compensados de Roraima
SISPROF- Sistema Integrado de Monitoramento e Controle dos Recursos e Produtos Florestais
SUFRAMA- Superintendência da Zona Franca de Manaus

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................15
1. OBJETIVOS........................................................................................................................17
1.1. Objetivos gerais......................................................................................................17
1.2. Objetivos específicos..............................................................................................17
2. CAPITULO 1- CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CARACTERIZAÇÃO DA
ÁREA DE ESTUDO................................................................................................................18
2.1. Contextualização da exploração madeireira............................................................18
2.2. Caracterização da área de estudo- Estado de Roraima.............................................22
3. CAPITULO 2- INSTITUIÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E ASPECTOS
AMBIENTAIS.........................................................................................................................26
3.1. Instituições de fiscalização relacionadas ao setor madeireiro em Roraima..............27
3.2. Aspectos ambientais...............................................................................................30
3.2.1 Desmatamento..........................................................................................33
3.3. As normativas para exportação de produtos madeireiros........................................34
4. CAPITULO 3- ASPECTOS ECONÔMICOS ..................................................................34
4.1. Aspectos econômicos do setor madeireiro no Estado de Roraima...........................34
4.1.1. Evolução do mercado madeireiro em Roraima.........................................35
4.2. Exportações do setor madeireiro no Brasil e em Roraima.......................................39
5.2.1. Exportações roraimenses.........................................................................40
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................49
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................50

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INTRODUÇÃO

O setor madeireiro foi o principal item da balança comercial do Estado de Roraima até
2013. Seu desenvolvimento se deu graças a exploração de madeira na Amazônia Legal que
ocorreu sobretudo pelo colapso do setor madeireiro no sul do país. A madeira possuía preço
baixo graças a falta de restrição ambiental e a construções de estradas que favoreceu seu
desenvolvimento. E outro diferencial do Estado era possuir um bioma amplo e com
características únicas quando comparado ao restante da região Amazônica.
A fiscalização ambiental só ocorreu de forma mais eficiente a partir da década de 90,
pois o setor encontrava- se no meio das discussões políticas por ser uma atividade de grande
impacto ambiental. Ocorreu uma intensificação na fiscalização, melhoria nos planos de manejo
e um aprimoramento do marco regulatório principalmente contra o desmatamento (IMAZON,
2010).
O setor madeireiro é considerado um dos responsáveis pelo processo de desmatamento,
pela forma que tem sido exercida. Pois possui caráter predatório que na maioria das vezes
associada ao desmatamento para a implantação de pastagens, pelo crescimento das florestas
exploradas.
De acordo com Ahrens (2003) o Código Florestal, criado em 1934, partindo do
pressuposto de que a conservação das florestas e dos outros ecossistemas naturais interessa a
toda a sociedade. Foi um grande avanço para a proteção das florestas e do meio ambiente de
maneira geral, mas teve sérias dificuldades de implementação.
Os principais problemas estão relacionados a adoção e a sustentabilidade dos planos de
manejo florestal, está com o baixo nível tecnológico da indústria de base florestal, caracterizado
por apresentar baixo rendimento e gerar elevadas quantidades de resíduos. Mas a utilização
desse recurso florestal tem contribuído de forma modesta na geração de renda para o
desenvolvimento regional (TONINI, 2004).
O setor madeireiro faz parte de um dos principais segmentos econômicos, participa com
4% do PIB nacional (SBS, 2001). O Brasil vem cruzando, ao longo dos anos, vários problemas
com os ajustes quanto à legalização e autorização de comércio de madeiras para alcançar ganho
de competitividade no território brasileiro. A exploração madeireira tornou-se a principal
atividade econômica em todos os estados da Amazônia Legal, assim como nos outros estados
pertencentes a Amazônia, a atividade madeireira tem grande importância para a economia do
estado (IPEA, 2016).

15
Roraima possui várias potencialidades de mercado, tanto para abastecimento local e
internacional. Suas atividades se restringem ao mercado local por causa da população
pertencente nas proximidades do Estado. Sua delimitação ocorre pela demanda local, possuindo
pouca resistência a pressão empresarial e é limitado pois só cresce de acordo com o
desenvolvimento da população e renda (SUFRAMA, 2000).
Segundo a SEPLAN (2015) mesmo com os mais diversos produtos na lista de
exportação, três produtos se destacam: Arroz, soja e madeira. A madeira é um dos menos
estudados e reconhecidos pela população, por apresentar discussões sobre seu impacto
ambiental gerado.
A partir disso, o presente estudo objetivou mostrar as mudanças ocorridas ao setor
madeireiro durante o período entre 2013 a 2018 a partir de revisão de literatura e coleta de dados
em diferentes órgãos relacionados ao setor em questão, mostrando como o setor madeireiro
influência a balança comercial do Estado e sua participação nas exportações e em contrapartida
avaliar as dificuldades dos órgãos de fiscalização e a evolução do desmatamento no Estado.

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1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo geral

Contextualizar as mudanças no setor madeireiro no Estado de Roraima ocorridas entre


o período de 2013 a 2017.

1.2 Objetivos específicos

 Descrever a conjuntura histórica das mudanças ocorridas no setor madeireiro em


Roraima.
 Apresentar os entraves dos órgãos de fiscalização com o setor madeireiro e a evolução
do desmatamento no estado.
 Apresentar como o setor madeireiro influência a balança comercial do Estado e sua
participação nas exportações e as principais vias de escoamento.

17
2. CAPITULO 1- CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CARACTERIZAÇÃO DA
ÁREA DE ESTUDO

2.1 Contextualização da exploração madeireira

Historicamente, o meio ambiente era considerado como fonte inesgotável dos recursos,
não apenas pela economia, mas em outras extensões do conhecimento (TREVISAN et al.,
2018). A extração da madeira na região Amazônica teve início cerca de 3 séculos atrás nas
florestas que estão localizadas próximas do estuário do Rio Amazonas. Nos primeiros séculos
a madeira não possuía muita importância quando comparado a borracha, cacau e a castanha
(VERÍSSIMO, 1992).
Nos anos de 1970, com a construção rodovias federais estratégicas de acesso, a
exploração madeireira se tornou uma grande fonte de econômica. Com isso houve um aumento
do que era destinado à exportação, incentivando as empresas a se adaptarem aos padrões de
qualidade e gestão internacional (IMAZON, 2010).
A atividade madeireira estava limitada as florestas de várzeas ao longo dos rios da
Amazônia. Na década de 80 aumentou as inquietações com o desmatamento na Amazônia e a
exploração madeireira tem sido uma das responsáveis por esse processo, por parte das vezes ter
um caráter predatório de exploração, forçando os órgãos ambientais formularem medidas de
controle mais rigorosas nos anos seguintes (LIMA, 2003).
A região amazônica é considerada uma região homogênea, caracterizada pelo conceito
de bioma amazônico, que é composto de uma enorme diversidade biológica de plantas, animais
e microrganismos, possuindo um terço das reservas florestais tropicais (VALOIS, 2003). Nesse
conceito, a Amazônia sul-americana corresponde a 1/20 da superfície terrestre e a dois quintos
da América do Sul; contém um quinto da disponibilidade mundial de água doce (17%) e um
terço das florestas mundiais latifoliadas, mas somente com 3,5 milésimos da população
planetária, motivo pelo qual também pode ser caracterizada como uma região-plano, por estar
afeta aos programas específicos e políticas de preservação (BECKER, 2009).
Seguindo o critério geoeconômico, o Brasil foi dividido em três macrorregiões:
Amazônia, Região Nordeste e Centro-Sul. A região Amazônica caracterizava-se pela dimensão
florestal; a Região Nordeste foi marcada pela pobreza da maioria da população e pelos longos
períodos de estiagem; e a Região Centro-Sul polarizava as principais atividades econômicas, a
industrialização e urbanização do país (BARBOSA, 2013).

18
A Amazônia Legal ou Amazônia Brasileira, foi criada pelo governo brasileiro com o
intuito de planejar e promover o desenvolvimento social e econômico dos estados da região
amazônica. Sua a área total corresponde a 59% do território brasileiro e possui 56% da
população indígena (IPEA, 2008). A região abriga 21 milhões de habitantes, que representa em
torno de 12% da população total nacional, dos quais 70% vivem em cidades e vilarejos. Essa
região engloba além dos estados do Norte do Brasil (Amazonas- AM, Acre- AC, Amapá- AP,
Rondônia- RO, Roraima- RR, Tocantins- TO e Pará- PA), o estado de Mato Grosso- MT e parte
do Maranhão- MA (CARVALHO, 2016).
A partir de 1980, a região amazônica se encontrava inserida em um novo contexto
global, que não visa mais o controle sobre o território e a sua apropriação direta, mas pode ser
encontrada inserida no contexto da influência os fatores sobre o uso do seu território. Tornou-
se relevante no que se trata de como a natureza pode ser fonte de informação, onde é valorizada
como capital de realização atual ou futura e como fonte de poder para a ciência atual. Possui
um duplo grau de valorização, a extensão de terras em sentido estrito e o imenso capital natural
existente em todo o seu bioma (BECKER, 2009).
Três pontos foram decisivos para o crescimento no setor foi:1° a construção de estradas.
2° o preço dessa madeira era baixo, pois era executada sem restrição ambiental e fundiária. E
3°, o colapso do setor madeireiro na região sul do país (IMAZON, 2010). A exploração de
madeira nesse período era em torno de 4,5 milhões de m³ (14% do total da produção madeireira
do Brasil) e teve crescimento em 1987 para 24,6 milhões de m³ (54% do total da produção no
Brasil) (FIBGE, 1987).
O antigo Território Federal de Roraima, atualmente o Estado de Roraima, faz parte da
Amazônia Legal e possui bioma amplo e com características únicas quando comparado ao
restante da região Amazônica (NOGUEIRA, 2013). Nos anos 80 em Roraima, os agricultores
e madeireiros não possuíam uma fiscalização mais efetiva e agiam sem muita cautela e era uma
das principais atividades econômicas do estado (FREITAS, 2012).
A região pertencente a Amazônia Legal é uma das produtoras de madeira tropical no
mundo. Na década de 90, o setor madeireiro estava no núcleo de discussões sobre as políticas
públicas por ser uma atividade que gera um grande impacto ambiental de fim predatório
(IMAZON, 2010).
As diretrizes para o manejo florestal quase não existiam até 94, a partir dessa época
ocorreu uma intensificação na fiscalização, melhoria nos planos de manejo e um aprimoramento
do marco regulatório com destaque a lei de concessões florestais ou lei de gestão de florestas

19
públicas em 2006 (Lei 11.284/2006). A lei possibilitou o governo a conceder a empresas e
comunidades o direito de manejar florestas públicas para a realização da extração de madeira,
produtos não madeireiros. E com isso o governo ganhavam quantias com os seus
concessionários, que variam com o processo de licitação dessas áreas.
As fontes de madeira podem ser divididas em florestas plantadas, que são destinadas
para produzir matéria-prima para as indústrias de madeira de modo geral e a sua exploração
seguem as normas do IBAMA. Já as florestas nativas são exploradas por meio de manejo
florestal para atender o mercado de madeiras e deve ocorrer de forma planejada e controlada
(ZENID, 2009). Até o ano de 2017 as florestas plantadas (Tabela 1) já se encontravam na casa
dos 42.906,244 hectares.

Tabela 1: Estimativa do IBGE de áreas das matas ou florestas do Estado de Roraima no ano de
2017.
Matas ou florestas Estimativa segundo o
IBGE para 2017
Naturais 75.103,755 hectares
Naturais destinadas a preservação permanente ou reserva 1.072.032,162 hectares
legal
Florestas plantadas 42.906,244 hectares
Fonte: IBGE, 2017. Elaborado: CERINO, 2018.

Uma boa parcela de suas terras pertence à União e dividem espaço com as reservas
indígenas. E uma das suas maiores problemáticas está ligada com as políticas públicas do
Estado e seus órgãos públicos e privados, para conciliarem as inúmeras formas de exploração
de madeira com as legislações vigentes e ainda com o desenvolvimento e a preservação
ambiental (FREITAS, 2012).
Segundo a SEPLAN (2014), o setor madeireiro de Roraima atua de forma significativa
na economia do estado, na criação de empregos e visibilidade no mercado externo. Porém sofre
dificuldades com o cumprimento da legislação ambiental. Pois na maioria das vezes é
ineficiente para a regularização das madeireiras. Sem falar das intervenções florestais de má
qualidade, entre a inspeção e cumprimento da legislação ambiental.

20
Por muitos anos a madeira foi o principal item da balança comercial do Estado de
Roraima, desde a década de 80 e 90 até o ano de 2013 que foi superado pelo setor de
Alimentos/fumo/bebidas presente na série histórica presente no Gráfico 1.
Segundo Silva (2008) os prováveis motivos que levaram a essa queda nos índices de
contribuição à balança comercial do Estado encontram-se: taxas de câmbio desfavoráveis,
desaceleração das vendas ao exterior devido à crise internacional, acirramento de operações de
fiscalizações por parte de órgãos ambientais, a demora na vistoria e liberação da autorização de
utilização de madeira por parte do órgão ambiental responsável.

Gráfico 1: Série histórica sobre a contribuição dos produtos madeireiros e outros para o
desempenho da balança comercial do Estado de Roraima de 1999 a 2017.
250

200

150

100

50

0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Alimentos\fumo\bebidas Minerais Químicos Plástico


Calçados\couro Madeira Papel Textil
Min\preciosos Metais comuns Maquinas\equipamentos Material transporte
Ótica\ instrumentos Outros TOTAL

Fonte: MDIC/SECEX. Elaborado: CERINO, 2018.

A exploração econômica roraimense de madeira envolve dois tipos de floresta: floresta


aberta e floresta densa, apesar de que no estado possuir outro tipo de floresta com formações,
mas que ainda não despertou interesses comerciais, que não passado já foram extraídas as
madeiras de qualidade superior. A cada 100 m³ retirados da floresta, 14 m³ são retirados por
madeireiras legalizadas e 86 m³ de terceiros (LENTINI, 2005).
Na região amazônica e em especial no Estado de Roraima, a extração da madeira é
realizada levando em consideração as condições climáticas. Na época chuvosa a extração cai
80% em comparação a época seca. Isso está relacionado as condições de trafego, que nessa
época ficam em péssimas condições e impossibilitando o acesso e o escoamento da madeira
(BARBOSA, 2013).
21
2.2 Caracterização da área de estudo- Estado de Roraima

O Estado de Roraima possui uma área territorial de 224.300.805 km² que se estende em
15 municípios como pode ser visto na Tabela 2. E com uma população estimada em 576.568
habitantes para o ano de 2018. Sua capital, Boa Vista possui uma população estimada de
375.374 habitantes, o que demonstra que grande parte da população do Estado encontra-se na
capital.

Tabela 2: Área da unidade territorial por município do Estado de Roraima.


Municípios Área da unidade territorial (km²)
Alto Alegre 25.753.487 km²
Amajari 28.472.310 km²
Boa Vista 5.687.037 km²
Bonfim 8.095.421 km²
Cantá 7.664.831 km²
Caracaraí 47.390.691 km²
Caroebe 12.065.771 km²
Iracema 14.351.133 km²
Mucajaí 12.351.341 km²
Normandia 6.966.811 km²
Pacaraima 8.028.483 km²
Rorainópolis 33.596.525 km²
São João da Baliza 4.284.502 km²
São Luiz 1.526.898 km²
Uiramutã 8.065.564 km²
Fonte: IBGE, 2017. Elaborado: CERINO, 2018.

A população no Estado no último censo em 2010 foi de 450.479 pessoas (IBGE, 2010)
e projetada para o ano de 2018 para 576.569 pessoas conforme a Tabela 2. A densidade no
Estado é de 2.01 habitantes por km² no censo de 2010, quanto na capital é de 49.99 habitantes
por km² (IBGE, 2010).

22
Conforme a Tabela 3, o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 da capital Boa Vista foi
de R$ 755.930.053 (Unidade: R$ x1000) que coloca o município em 124° lugar em comparação
aos outros municípios do Brasil (IBGE/ SUFRAMA, 2015).

Tabela 3: Indicadores econômicos e sociais no período de 2015.


Municípios Produto Interno Bruto (PIB) em PIB Per capita em 2015
2015 (R$ mil) (R$ mil)
Boa Vista- Capital 7.559.301 23.570,22
Rorainópolis 479.388 17.567,71
Bonfim 335.135 28.548,82
Caracaraí 301.692 14.890,30
Mucajaí 247.452 15.106,94
Cantá 207.969 12.878,17
Iracema 126.275 12.235,99
São João da Baliza 124.429 16.555,18
Normandia 123.805 12.199,98
São Luiz 100.539 13.573,54
Uiramutã 97.318 10.256,93
Amajarí 133.941 12.169,79
Caroebe 146.686 16.005,04
Alto Alegre 223.632 13.824,90
Pacaraima 146.793 12.327,29
Fonte: IBGE, 2015. Elaborado: CERINO, 2018.

Roraima localiza-se entre os paralelos 05º 16’ 20” N e 01° 35’ 11” S e os meridianos
58° 53’ 42” W e 64° 49’ 36” W (Figura 1) (SEPLAN, 2009). Apresenta características
singulares em relação aos outros estados da Amazônia brasileira. Possui uma vegetação
florestal que é bastante variada, formada pela floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila
Aberta nas amostras ocidental e meridional pela vegetação conhecida atualmente como
Campinarana (IBGE, 2005). E região de cerrado ou savana (BOAS, 2006) que corresponde a
uma área que se estende por 43.281,519 km², representa 19,29% de toda área de Roraima
(CARVALHO, 2009).

23
Figura 1: Mapa político do Estado de Roraima.

Fonte: Ministério de Integração Nacional.

Seu território é formado por sua maioria de terrenos cristalinos do Escudo das Guianas.
O relevo é diverso e possuindo 5 degraus (do sul ao norte do Estado de Roraima) onde o 1°
degrau é formado por áreas planas suscetíveis a inundação; o 2° degrau é chamado de pediplano
do Rio Branco, possui fraca declividade rumo aos rios e apresenta grande extensão no Estado;
o 3° degrau possui relevo com altitudes de 400 m como a Serra da Lua, Serra Grande entre
outras; o 4° degrau seu relevo pode possui altitudes de 600 a 2 000 m e tem como formação a
cordilheira do Pacaraima, Serra do Parima e serra do Urucuzeiro. Possuem forma de cadeias e
neles que nascem os rios que formam o Rio Uraricoera, que junto com o Rio Tacutu forma o
Rio Branco; e por fim, o 5° degrau seu relevo pode chegar a 3 000 m de altitude e tem como
exemplo o Monte Roraima (PORTAL RR, 2011).
O Estado é quase todo banhado pela bacia hidrográfica do Rio Branco que se estende
por uma área de 204.640 km² e divide-se em seis outras sub- bacias (Itacutu, Uraricoera,
Mucajaí, Catrimani, Anauá e do Rio Branco, seu percurso possui três seguimentos (alto, médio
e baixo rio Branco) (DINIZ E NETO, 2004). Segundo a classificação de Köppen, o clima
24
predominante no Estado é tropical úmido do tipo AW, apresentando duas estações definidas,
chuvosa de abril a setembro e seca de outubro a março, com temperatura média ao logo no ano
de 27,4°C.
O Estado possui localização privilegiada pois se localizasse nos hemisférios Norte e
Sul, oferece vantagens singulares quando nos referimos a produção agrícola. Outro potencial
que o Estado de Roraima possui é o potencial madeireiro. A potencialidade desses recursos
existentes na região Amazônica é irrefutável. Sua extração de madeira possui inúmeras
dificuldades, o elevado número de reservas legais, a existência expressiva de terras indignas e
a falta de tecnologia para a exploração com manejos mais auto- sustentáveis. Assim como os
outros Estados pertencentes na Amazônia Legal, a atividade madeireira possui grande
importância para a economia e desenvolvimento do Estado (BARBOSA, 2013).

25
3. CAPITULO 2- INSTITUIÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E ASPECTOS AMBIENTAIS

O Código Florestal foi criado em 1934, e partiu do pressuposto de que a conservação


das florestas e dos outros ecossistemas naturais interessa a toda a sociedade. Foi resultado de
um anteprojeto elaborado por uma Comissão estabeleceu que “as florestas consideradas em
conjunto” constituíam “bem de interesse comum a todos os habitantes do país”. Foi um grande
avanço para a proteção das florestas e do meio ambiente de maneira geral, mas teve sérias
dificuldades de implementação. Apareceu como uma reação ao desmatamento quando a mata
atlântica estava sendo substituída rapidamente por plantios de café (AHRENS, 2003).
Posteriormente a isso, em 1964, o Novo Código Florestal foi revisto e aprovado pela
Lei nº 4.771/65, o que constituiu uma grande mudança, pois extinguem as quatro tipologias de
áreas protegidas antes previstas na versão de 1934, substituindo-as por quatro outras novas:
Parque Nacional e Floresta Nacional, as Áreas de Preservação Permanente- APP e a Reserva
Legal. A segunda grande mudança se deu em 1981, quando foi estabelecida a Política Nacional
do Meio Ambiente que consolida e amplia as conquistas na esfera estadual e federal
(MEDEIROS, 2006).
Nos anos de 1980 ocorreu um aumento nas denúncias e as inquietações com o
desmatamento na Amazônia. O setor madeireiro é considerado um dos responsáveis por esse
processo, pela forma que tem sido exercida. Possui caráter predatório, na maioria das vezes
associada ao desmatamento para a implantação de pastagens, pelo crescimento das florestas
exploradas. Os órgãos fiscalizadores como IBAMA e FEMARH que buscam garantir que as
ações dessas empresas do setor estejam dentro da legislação vigente, com base no código
florestal.
Roraima foi primeiro estado do país a operar o Sistema Nacional de Controle da Origem
dos Produtos Florestais (SINAFLOR), desenvolvido pelo IBAMA. O sistema irá rastrear toda
a cadeia produtiva da madeira, da origem ao destino final. A necessidade de um sistema
nacional integrado para a gestão florestal no país foi estabelecida pela Lei 12.651/2012
(IBAMA, 2017).
O SINAFLOR tem como função, controlar a origem da madeira, do carvão e de outros
produtos e subprodutos florestais, rastrear desde as autorizações de exploração até o transporte,
armazenamento, industrialização e exportação. Sua base de dados reúne informações de
imóveis rurais, obtidas a partir do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR); do Ato

26
Declaratório Ambiental (ADA) e da cadeia produtiva florestal, provenientes do Documento de
Origem Florestal (DOF) (IBAMA, 2017).

3.1. Instituições de fiscalização relacionadas ao setor madeireiro em Roraima

No estado de Roraima os principais responsáveis pela fiscalização relacionado ao meio


ambiente, podemos citar o IBAMA e a FEMARH. A Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989,
que instituiu o IBAMA, que tem como a função de proteger o meio ambiental, dar cumprimento
políticas nacionais do meio ambiente, monitorar e controlar os ecossistemas em âmbito
nacional. Tem atuado na proteção do meio ambiente, garantindo a sustentabilidade no uso dos
recursos naturais e promovendo qualidade ambiental em todo território nacional.
A heterogeneidade que cada região apresenta, dificulta a ação federal, que necessita de
órgãos estaduais que trabalhem em conjunto no controle e monitoramento das áreas florestais.
Por isso ouve a necessidade de descentralizar as ações administrativas do IBAMA, em função
da grande extensão do território brasileiro que sobrecarrega as ações fiscalizadoras do órgão,
levou a publicação da lei 11.284/2006 de gestão de florestas públicas, que normatiza o processo
de descentralização da gestão florestal da União para os Estados e Municípios (IBAMA, 2016).
A FEMARH foi criada através da Lei n° 815, de 7 de julho de 2011 e tem como fim
promover, gerir, coordenar e executar a política do meio ambiente garantindo o
desenvolvimento sustentável e âmbito de ação estadual. É o órgão de fiscalização responsável
pelo monitoramento das serrarias do Estado de Roraima. A Tabela 4 mostra o quantitativo dos
autos de infrações lavrados em especificadamente em serrarias no Estado e o volume
apreendido no período de 2013 a 2018, totalizando 45 autos de infrações e mais de
12.029,43318 m³ de madeira apreendida.
Ocorreu um aumento significativo no quantitativo do volume apreendido nesse período,
apesar dos autos de infrações lavrados em serrarias serem insignificantes quando se trata de um
monitoramento eficiente. Isso ocorre por dois motivos principais segundo o DFA- FEMARH:
A falta de estrutura associado ao repasse de verbas feita pelo Estado, impossibilitando uma
fiscalização mais efetiva.

27
Tabela 4: Autos de infrações lavrados e o quantitativo do volume em m³ apreendido no período
de 2013 a 2018 pela FEMARH.
Ano: Autos de infrações Quantitativo do volume em m³
lavrados em serrarias: apreendidos:
2013 5 11,78 m³
2014 12 175,09 m³
2015 7 997,2602 m³
2016 10 1.569,89288 m³
2017 3 2.959,8153 m³
2018* 8 6.315,6348 m³
Total: 45 12.029,43318 m³
*Dados referentes a 2018 até o mês de agosto.
Dados: FEMARH, 2018. Elaborado: CERINO, 2018.

Segundo a DFA- FEMARH, as infrações podem se enquadrar em: Prestar informações


falsas no Sistema SISPROF/DOF; Apresentar DOF – Documento de Origem Florestal falso;
transportar madeiras sem DOF; dificultar ação de fiscalização ambiental; realizar atividade sem
autorização e/ou com licença ambiental vencida; executar atividade potencialmente poluidora
“carvoaria” sem autorização do órgão ambiental competente; não apresentar o plano de resíduo
sólido (FEMARH, 2018).
O Documento de Origem Florestal é utilizado como uma ferramenta que compõe os
documentos de transporte florestal federal e estadual e tem como função ajudar a monitorar e
controlar a exploração, transformação, comercialização, transporte e armazenamento de
produtos de origem florestal (FEMARH, 2018). Segundo os dados abertos do IBAMA o ano
com maiores emissões de DOF no Estado foi o ano de 2016, com 2002 DOF emitidos. É
observado no Gráfico 2 um aumento até esse período, mas em 2017 passou para 1489.

28
Gráfico 2: Quantitativo de DOF emitidos nos anos de 2013 a 2017.
2500

2000

1500

1000

500

0
2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: IBAMA. Elaborado: CERINO, 2018.

As madeireiras que mais são autuadas encontram-se nos municípios de Rorainópolis


sede e na Vila Colina, Caroebe, São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Caracaraí e Cantá.
(FEMARH, 2018).

Tabela 5: As espécies mais comuns encontradas nos pátios das serrarias em Roraima.
Nome comum Nome científico
Angelim pedra Hymenolobium sp.
Massaranduba Manilkara sp.
Ipê Tabebuia sp.
Louro- preto Ocotea sp.
Cedro Cedrela sp.
Orelha de macaco Enterolobium schomburgkii (Benth) Benth
Rabo de Arraia Vochysia sp.
Itaúba Mezilaurus itauba
Piqui Caryocar villosum (Aubl.) Pers.
Castanheira Bertholletia excelsa Bonpl.
Fonte: FEMARH, 2018. Elaborado: CERINO, 2018.

29
3.2. Aspectos ambientais

3.2.1. Desmatamento

O governo federal resolveu diminuir o vazio demográfico na década de 60 e unificar a


Amazônia com o restante da economia do Brasil. O que levou a construção de cerca de 60.000
km de estradas e programas assentamento que assentou milhares de pessoas ao longo das
estradas. Em vinte anos a Amazônia industrializou-se a apresentou os índices mais elevados de
crescimento urbano na época (BECKER, 1999).
Porém quando se trata de desenvolvimento esses resultados foram limitados. A
exploração dos recursos naturais, apoiada em incentivos fiscais, ocorreu de forma desordenada
e com atividades impróprias, assumindo caráter predatório na maioria das áreas ocupadas nessa
época. O desmatamento na região apresentou altas taxas, sobretudo em razão dos grandes
empreendimentos agrícolas, da colonização rural, da abertura de estradas e dos projetos de
infraestrutura e de mineração (BECKER, 1999).
O desmatamento foi estimulado a partir da década 70 pelo próprio governo federal. A partir
do final da década de 80 o governo diminuiu os incentivos para o desmatamento em resposta a
pressão internacional. Ocorreu uma forte retração nos investimentos públicos para o aumento
da infraestrutura. Porém, ao invés de reduzir o ímpeto do desmatamento como muitos
estudiosos previam, a ocupação da fronteira e o desmatamento associado se intensificaram. Isso
ocorreu decorrência de uma nova fonte de financiamento para aumentar a ocupação da região,
a exploração madeireira de florestas nativas (VERÍSSIMO, 1992).
De 1996 a 2005, a área desmatada anualmente atingiu uma média de 19,6 mil km². As
maiores taxas de desmatamento foram no ano de 1995 quando atingiu cerca de 29 mil km² e
em 2004 apresentou mais de 27 mil km². A partir de 2004, o Brasil iniciou um controle vigoroso
ao desmatamento. O resultado foi uma queda expressiva no desmatamento entre 2006 e 2012,
com uma média de 9,2 mil km². Além disso, em 2012, registrou-se a menor taxa de
desmatamento na Amazônia: 4,7 mil km² (VERÍSSIMO, 2012).
Os principais problemas que estão relacionados a adoção e a sustentabilidade dos planos
de manejo florestal, está com o baixo nível tecnológico da indústria de base florestal,
caracterizado por apresentar baixo rendimento e gerar elevadas quantidades de resíduos. Mas a
utilização desse recurso florestal tem contribuído de forma modesta na geração de renda para o
desenvolvimento regional (TONINI, 2004).

30
A atividade madeireira está intimamente relacionada ao desmatamento, pois é com a
retirada e comercialização da madeira presente nessa área que é possível fomentar a
implantação da pecuária para criação de gado bovino e outros setores econômicos do estado
proveniente da agricultura. (BARROS e UHL, 1997). A madeira oriunda de áreas de corte raso
(desmatamento) é a principal fonte de suprimento para atender à demanda do setor madeireiro,
dificultando a implantação do manejo florestal.
O desmatamento em Roraima ocorre especialmente dentro do pico do período seco que
é de fevereiro-março, mas podendo se estender até abril, dependendo das condições climáticas
do ano analisado (INPA, 2008). Até o ano de 2017 sua área desmatada foi de 10.624,5917 km²
e o município que apresentar maior extensão de desmatamento é o município de Mucajaí com
1.898.2 km² (Tabela 6), mas quando levamos em consideração a área do município e a
quantidade desmatada, o município de São Luiz que apresenta a maior porcentagem de
desmatamento com 38.15%.
Os impactos gerados pelo setor madeireiro têm sido significativos e as exportações têm
contribuído para a degradação ambiental devido ao abastecimento histórico de operações
florestais predatórias. Ainda assim, o Brasil possui um grande potencial de crescimento no setor
(SOUZA, 2018).

Tabela 6: Desmatamento por área nos municípios do Estado de Roraima até 2017.
N° Município Desflorestamento até 2017 (%)
1 Mucajaí (RR) 1.898,2 km² (14.74%)
2 Cantá (RR) 1.583,0 km² (20.52%)
3 Rorainópolis (RR) 1.235,8 km² (3.65%)
4 Caracaraí (RR) 1.158,0 km² (2.42%)
5 Caroebe (RR) 1.039,0 km² (8.57%)
6 Iracema (RR) 823,3 km² (5.77%)
7 Alto Alegre (RR) 817,2 km² (3.16%)
8 São Luiz (RR) 586,3 km² (38.15%)
9 São João da Baliza (RR) 548,4 km² (12.73%)
10 Bonfim (RR) 398,4 km² (4.89%)
11 Amajari (RR) 371,2 km² (1.29%)
12 Pacaraima (RR) 76,7 km² (0.95%)
13 Uiramutã (RR) 48,3 km² (0.60%)

31
14 Boa Vista (RR) 21,7 km² (0.28%)
15 Normandia (RR) 19,5 km² (0.28%)
TOTAL - 10624,6 km²
Dados: PRODES, 2017. Elaborado: CERINO, 2018.

No período em estudo apresentou uma das menores estimativas anuais de desmatamento


quando comparado aos anos anteriores (Gráfico 3). No ano de 2012 que apresentou o menor
resultado com 757 km². Quando comparado aos outros Estados da Amazônia Legal, é o estado
com a segunda menor porcentagem de desmatamento (Gráfico 4), apresentando 1.8% de área
desmatada.

Gráfico 3: Estimativa anual de desmatamento de Roraima do ano de 1988 a 2017.

Fonte: PRODES, 2017.

32
Gráfico 4: Taxas anuais de desmatamento da Amazônia Legal até 2017.

RR TO AC AM
RO AP
MA

MT
PA

Fonte: PRODES, 2017. Elaborado: CERINO, 2018.

3.4. As normativas para a exportação de produtos e subprodutos madeireiros

A exportação de produtos e subprodutos florestais madeireiros é regulamentada


pela Instrução Normativa Ibama nº 15, de 6 de dezembro de 2011, que se aplica aos produtos e
subprodutos de espécies nativas obrigados a controle em todo território, e também a exportação
de carvão vegetal.
A exportação de madeira em tora, madeira serrada com espessura superior a 250 mm,
carvão vegetal, resíduos de processamento industrial de madeira e de lenha depende do
cumprimento de requisitos específicos e a autorização é emitida pela Diretoria de Uso
Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo).
Em relação ao carvão vegetal, a IN Ibama nº 15/2011 estabelece que a exportação
somente será permitida quando proveniente de espécies exóticas, de casca de frutos de essências
florestais ou de resíduos de processamento industrial de madeira. A exportação de lenha e
resíduos de processamento industrial de madeira de espécies nativas somente será permitida
quando proveniente de florestas plantadas (IBAMA, 2016).
A exportação de produtos e subprodutos florestais madeireiros de espécies constantes
da lista de espécies ameaçadas de extinção, no caso Portaria MMA nº 443, de 17 de dezembro
de 2014 é permitida para as espécies classificadas na categoria de vulnerável, mediante
apresentação de documentos que possam identificar as etapas da cadeia produtiva da floresta
até a exportação e origem em plano de manejo florestal sustentável (IBAMA, 2016).
33
4. CAPITULO 3- ASPECTOS ECONÔMICOS

4.1. Aspectos econômicos do setor madeireiro

O setor madeireiro faz parte de um dos principais segmentos econômicos. O Brasil vem
cruzando, ao longo dos anos, vários problemas com os ajustes quanto à legalização e
autorização de comércio de madeiras para alcançar ganho de competitividade no território
brasileiro. A exploração madeireira tornou-se a principal atividade econômica em todos os
estados da Amazônia Legal, ocupando a terceira posição na pauta das exportações, vindo logo
depois dos minérios (HOMMA et al., 2006).
Muitos municípios da região amazônica nasceram em decorrência da extração
madeireira, com forte apelo político, grandes custos sociais e impactos ambientais. Teve
impulso em decorrência do crescimento do mercado tanto interno quanto externo, do
esgotamento da Mata Atlântica, abertura de rodovias e do crescimento da fronteira agrícola.
(HOMMA et al., 2006).
O setor madeireiro participa com 4% do PIB nacional. Gerando milhares de empregos
e pode ser considerada uma das principais atividades para responder aos desafios enfrentados
para a exportação. No entanto, a participação do Brasil no mercado internacional de produtos
florestais é insignificante apenas 2%, à exceção da celulose de eucalipto, que representa 47%
do mercado mundial desta commodity (SBS, 2001). Com relação à produção de madeiras
tropicais, o Brasil processa cerca de 25 milhões de m³ de toras e produz cerca de 11,2 milhões
de m³ de madeiras serradas, dos quais consome 10,5 milhões, colocando se, portanto, na
liderança mundial de produção e consumo no setor (FAO, 2000).
Assim como em vários estados da Amazônia legal, a atividade madeireira tem grande
importância para a economia do estado de Roraima. De acordo com o IBGE (2010), o estado
produziu cerca de 103.410 m³ de madeira em tora, 103.930 m³ de madeira em lenha e 504
toneladas de carvão vegetal.
Roraima possui várias potencialidades de mercado, tanto para abastecimento local e
regional. Suas atividades se restringem ao mercado local por causa da população pertencente
nas proximidades do Estado. Sua delimitação ocorre pela demanda local, possuindo pouca
resistência a pressão empresarial e é limitado pois só cresce de acordo com o desenvolvimento
da população e renda (SUFRAMA, 2000).

34
O fornecimento regional depende de competitividade interestadual que se torna atraente
para a venda entre outros estados. O Estado possui condições climáticas favoráveis do restante
da Amazônia. Os produtos roraimenses apresentam vantagem quando comparado aos bens
produzidos em outros Estados, por causa da sazonalidade dos produtos agropecuários que
acontecem em períodos diferentes no país (SOUZA, 2018).

4.1.1. Evolução do mercado madeireiro em Roraima

Segundo Filha (2002), a Amazônia Legal possui aptidão de aproximadamente 60


milhões de m³ de madeira em tora, mas apenas 10 % tem viabilidade de ser utilizado pelo setor
madeireiro, pois a floresta não oferece a mesma concentração de madeiras desejáveis para o
mercado.
A partir de 2004 com a introdução de ações do Governo Federal de programas, que
procuravam prevenir e controlar o desmatamento na Amazônia Legal (ASSUNÇÃO et al.
2012). Isso gerou a criação de cerca de 480 mil km² de Unidades de Conservação, ocorrendo
uma queda expressiva na exploração da madeira em decorrência dessa política vigorosa para o
controle do desmatamento entre 2006 e 2012 com uma estimativa de 9,2 mil km² de área e em
2012 ocorreu a menor taxa de desmatamento na Amazônia Legal nesta época (VERÍSSIMO,
2012).
No Estado de Roraima a quantidade total de madeira em tora produzida em 2003 foi de
80 000 m³ segundo dados da SEPLAN (2017) e permanecendo relativamente constante até o
ano de 2014, dentro da casa 100 000 m³ produzidos (Tabela 7). A queda na produção roraimense
ocorreu pela crise econômica sofrida no Brasil e no mundo, que gerou reflexos no setor. A
partir de 2015 ocorreu um crescimento significativo de 125.200 m³ em 2014 para 357.642 m³
no ano seguinte.

Tabela 7: Quantidade produzida de madeira em tora e valor da produção de Roraima de 2013


a 2017.
Ano 2013 2014 2015 2016 2017
Quantidade produzida de 139.650 125.200 357.642 426.286 796.022
madeira em tora (m³)
Valor da produção (mil reais) 14.274 13.929 34.403 30.390 51.002
Fonte: SEPLAN, 2017. Elaborado: CERINO, 2018.

35
No ano de 2017 atingindo 796.002 m³ (SEPLAN, 2017) que pode ser observado no
Gráfico 5. Esse aumento expressivo pode estar associado principalmente ao aumento do dólar,
que passou para uma média anual de U$ 3,19 nesse período, favorecendo o mercado madeireiro
e justificando a exploração mesmo com o controle rigoroso dos órgãos de fiscalização.

Gráfico 5: Evolução da quantidade produzida de madeira em tora em m³ no período de 2003 a


2017.

Quantidade produzida de madeira em tora (m³)


900.000
800.000
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Dados: SEPLAN; Elaborado: CERINO, 2018.

Segundo o levantamento da Produção da Extração Vegetal e Silvicultura - PEVS/IBGE


(2017) o município que apresentou maior produção de madeira em tora por m³ no período em
estudo, foi o município de Rorainópolis, totalizando 867.358 m³. O segundo maior produtor é
o município de Caracaraí, com 563.275 m³. O maior produtor de carvão (t) e lenha (m³) é o
município do Cantá com 1.165 toneladas e 144.251 m³ respectivamente (Tabela 8).
Para ser considerado um polo madeireiro o volume de sua extração e consumo anual de
madeira em tora é igual ou superior a 100 mil m³ (HUMMEL, 2010). Com isso podemos dizer
que o Estado de Roraima no ano de 2017 possui 2 polos madeireiros, Rorainópolis e Caracaraí.

36
Tabela 8: Quantidade produzida de carvão, madeira em tora e lenha por município de 2013 a
2017.
Municípios Tipo 2013 2014 2015 2016 2017
Alto Alegre Carvão (Tonelada) 88 86 70 62 -
Madeira em tora (m³) 14.300 13.800 12.000 9.820 -
Lenha (m³) 5.100 4.900 4.000 3.700 5.232
Amajari Carvão (Tonelada) 1 1 1 1 -
Madeira em tora (m³) 1.600 1.800 10.131 8.540 -
Lenha (m³) 2.420 2.500 2.300 1.900 -
Boa Vista Carvão (Tonelada) 1 1 1 1 -
Madeira em tora (m³) - - - - -
Lenha (m³) 6.800 7.200 6.800 6.930 3.571
Bonfim Carvão (Tonelada) 9 9 8 8 -
Madeira em tora (m³) 5.600 5.100 4.700 4.520 107
Lenha (m³) 9.800 9.200 8.800 8.470 41.015
Cantá Carvão (Tonelada) 320 300 250 295 -
Madeira em tora (m³) 32.750 31.000 16.584 19.580 15.093
Lenha (m³) 31.500 29.000 25.000 26.710 32.041
Caracaraí Carvão (Tonelada) 3 4 3 4 -
Madeira em tora (m³) 21.100 21.500 106.70 122.15 291.81
3 8 4
Lenha (m³) 2.100 2.000 1.700 2.114 16.000
Caroebe Carvão (Tonelada) 3 3 3 3 -
Madeira em tora (m³) 4.200 4.000 19.557 9.240 8.447
Lenha (m³) 3.400 3.200 3.000 2.100 114
Iracema Carvão (Tonelada) 2 3 2 5 -
Madeira em tora (m³) 5.500 5.200 10.459 1.720 2.636
Lenha (m³) 1.000 1.000 850 1.720 2.636
Mucajaí Carvão (Tonelada) 82 80 75 82 -
Madeira em tora (m³) 14.000 13.500 2.461 8.149 522
Lenha (m³) 9.700 9.400 9.100 10.420 -
Normandia Carvão (Tonelada) - - - - -

37
Madeira em tora (m³) - - - - -
Lenha (m³) 6.400 6.200 6.000 6.140 3.200
Pacaraima Carvão (Tonelada) 1 1 1 1 -
Madeira em tora (m³) - - - - -
Lenha (m³) 8.700 8.500 7.600 7.820 -
Rorainópolis Carvão (Tonelada) 4 4 4 4 -
Madeira em tora (m³) 36.400 34.000 179.14 193.21 424.60
7 0 1
Lenha (m³) 13.200 13.000 12.100 13.450 921
São João da Carvão (Tonelada) 4 5 4 3 -
Baliza Madeira em tora (m³) 3.300 3.200 3.000 2.114 -
Lenha (m³) 330 350 340 187 -
São Luiz Carvão (Tonelada) 2 2 2 2 -
Madeira em tora (m³) 900 1000 900 31.526 32.432
Lenha (m³) 800 900 800 920 -
Uiramutã Carvão (Tonelada) - - - - -
Madeira em tora (m³) - - - - -
Lenha (m³) 900 1.000 1000 920 12.538
Fonte: Produção da Extração Vegetal e Silvicultura - PEVS/IBGE; SEPLAN-RR/CGEES.
Elaborado: CERINO, 2018.

No Gráfico 6 observamos o valor da produção roraimense em dólar no período de 2013


a 2017, combinando a média do dólar de cada ano e convertendo o valor da produção da
produção mostrando o desempenho do comercio exterior de Roraima foi beneficiado com as
taxas de câmbio favorável as exportações. O aumento significativo no valor da produção em
dólar no período de 2003 a 2017, na produção roraimense de madeira em tora.
Parte da madeira produzida em Roraima é exportado para diversos países e possui
variação conforme o aumento ou diminuição do dólar. Em 2017 teve um crescimento
expressivo pois a economia norte americana, apresentou uma considerável melhora, mostrando
que a crise econômica estava perdendo força e a indústria madeireira brasileira mostrou sinais
de recuperação.

38
Gráfico 6: Valor da produção roraimense em dólar no período de 2003 a 2017.

Valor da produção (dolar/ milhões)


45000000

40000000

35000000

30000000

25000000

20000000

15000000

10000000

5000000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: SEPLAN; Elaborado: CERINO, 2018.

4.2. Exportações do setor madeireiro no Brasil e em Roraima

A economia de todos os países está sujeita a grandes transformações que impactaram


diretamente nas suas estruturas de produção, a abertura comercial brasileira e a estabilização
macroeconômica foram alguns dos fatores que incentivaram essas transformações na década de
90. A atividade econômica no país passou a ser mais complexa devido a tais transformações,
que levaram uma maior percepção da concorrência externa (ARAÚJO JUNIOR; TAVARES,
2011).
O setor madeireiro pode ser analisado por dois processos: o primeiro processo de
industrialização do setor onde está inserido as indústrias de papel, processamento mecânico da
madeira. E o segundo onde ocorreu a segunda transformação que está presente as indústrias
moveleiras, consumo industrial e doméstico para o mercado interno e externo (ABRAF, 2007).
O setor madeireiro no Brasil com a crise de 2008, ocorreu mudanças em sua
configuração, como a redução das exportações de compensado que na produção nacional é
destinada boa parte para o mercado externo e o aumento da produção de painéis como MDF e
aglomerados voltados ao mercado interno como pode ser observado no Gráfico 7
(MAZZOCHIN, 2010).

39
Gráfico 7: Exportações do setor madeireiro no Brasil no período de 2013 a 2018*.

1.000.000.000,00
900.000.000,00
800.000.000,00
700.000.000,00
600.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
300.000.000,00
200.000.000,00
100.000.000,00
0,00
2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012

DEMAIS MADEIRAS E MANUFATURAS DE MADEIRAS


MADEIRA COMPENSADA OU CONTRAPLACADA
MADEIRA SERRADA
OBRAS DE MARCENARIA OU DE CARPINTARIA
PAINEIS DE FIBRAS OU DE PARTICULAS DE MADEIRA
MADEIRA LAMINADA

*Dados referentes a 2018 até o mês de agosto.


Fonte: MDIC, 2018. Elaborado: CERINO, 2018.

4.2.1 Exportações roraimenses

A valorização da madeira proveniente da Amazônia Legal depende das dinâmicas de


oferta e procura (HIGUCHI, 2006). O mercado externo nos anos 90, possuíam dois empecilhos:
o primeiro está relacionado ao aumento da preocupação ambiental, com o desmatamento na
Amazônia e ecológica de modo geral. O aumento pela procura de madeiras certificadas e o
poder público aumentando a fiscalização, com a finalidade de controlar a atividade madeireira
e a diminuição do desmatamento na Amazônia (MICHELOTTI, 2007).
Nos anos de 1999 até 2006, a madeira explorada na Amazônia teve seu destino para o
mercado interno e o mercado externo com as exportações não ultrapassaram 10%. Isso pode ser
explicado pelo baixo investimento em tecnologia do setor madeireiro, que está diretamente
ligado a qualidade do produto fornecido ao mercado (SMERALDI; VERÍSSIMO, 1999;
CLEMENT; HIGUCHI, 2006).
40
As exportações roraimenses em 2001 somaram US$ 4,7 milhões e em 2015 as
exportações totalizaram US$ 11,6 milhões, resultando no crescimento de 149% nesse intervalo
de 15 anos (Gráfico 8). Tendo em vista a importância das relações internacionais, é importante
estudar o comportamento internacional dos estados brasileiros. No caso do estado de Roraima foi
responsável por US$ 41,41 milhões em exportações no ano de 2017, obteve um crescimento de
176,99% se comparado com as exportações no ano de 2016 com 14,95 milhões e seus principais
produtos exportados são soja triturada, arroz em grãos e madeira (BRASIL, 2017).

Gráfico 8: Acumulado das exportações de Roraima de 2001 a 2015.

Demais produtos

Couro

Combustivel de aviação

Soja

Madeira

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Fonte: SEPLAN,2015. Elaborado: CERINO, 2018.

Mesmo não sendo o melhor resultado da série histórica, é nítido o crescimento das
vendas externas de Roraima e os mais diversos países importadores. No acumulado, já foi
totalizado cerca de US$ 173 milhões, gerando uma média anual de cerca de US$ 12 milhões de
mercadorias vendidas por ano (SEPLAN, 2015).
Mesmo com os mais diversos produtos na lista de exportação, dois produtos se
destacam: madeira e soja. A madeira mesmo sendo o produto mais exportado, é um dos menos
estudados e reconhecidos pela população, por apresentar discussões sobre seu impacto
ambiental gerado. Em termos de valores, foi a madeira, que gerou no total do período receita
de mais de US$ 70 milhões (SEPLAN, 2015).
As exportações roraimenses apresentaram seus melhores resultados no ano de 2012
chegando perto dos 7 milhões de dólares. E o pior resultado no ano de 2015 com o faturamento
abaixo dos 2 milhões. No período em estudo foi observado uma constante queda nas
41
exportações do estado até o período de 2016, que voltou a apresentar um leve crescimento das
suas exportações a partir do ano de 2017 (Gráfico 9).

Gráfico 9: Total anual em dólares das exportações roraimenses no período de 2010 a 2018.
8.000.000,00

7.000.000,00

6.000.000,00

5.000.000,00

4.000.000,00

3.000.000,00

2.000.000,00

1.000.000,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

*No período de 2018 os dados são referentes até o mês de agosto.


Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC, 2018; Elaborado: CERINO, 2018.

A crise internacional iniciada nos anos de 2008, a flutuação dos preços das commodities,
a queda do dólar e a valorização do real gerou um impacto nas exportações. As exportações
roraimenses no setor madeireiro começaram a sofrer uma queda a partir do ano de 2013, saindo
de US$ 6.740.790,00 total anual exportado em 2012 para US$ 4.227.593,00 em 2013 (Tabela
9). A Venezuela que era o principal comprador de madeira do Estado saiu de US$ 5.174.422,00
em 2012 para US$ 2.522.714,00 em 2013 (FIER, 2018). E a partir de 2014 a Holanda assumiu
o posto de principal importador de madeira do Estado de Roraima até os dias de hoje.

Tabela 9: Exportações do setor madeireiro no ano de 2013.


Países- 2013 Quilograma liquido Valor FOB (US$) Participação (%)
exportado
Venezuela 5.334.748 US$ 2.522.714,00 59,67%
Holanda 2.179.901 US$ 1.424.103,00 33,69%
Estados Unidos 130.000 US$ 81.634,00 1,93%
França 52.000 US$ 66.597,00 1,58%

42
Portugal 26.000 US$ 41.467,00 0,98%
Vietnã 25.246 US$ 20.662,00 0,49%
Turquia 26.000 US$ 18.367,00 0,43%
Japão 28.192 US$ 17.268,00 0,41%
Bélgica 26.000 US$ 16.182,00 0,38%
Uruguai 21.616 US$ 10.528,00 0,25%
China 26.400 US$ 8.071,00 0,19%
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

Segundo dados da FIER (2018) no ano de 2014 as exportações do segmento madeireiro


totalizaram um valor de US$ 1.623.227,00. A Holanda como principal importador da madeira
roraimense, possuindo uma participação de mais de 70% (Tabela 10).

Tabela 10: Exportações do setor madeireiro no ano de 2014.


Países- 2014 Quilograma liquido Valor FOB (US$) Participação (%)
exportado
Holanda 1.692.000 US$ 1.137.877,00 70,10%
Venezuela 394.000 US$ 300.292,00 18,50%
França 52.000 US$ 67.173,00 4,14%
Espanha 51.400 US$ 51.710,00 3,19%
Itália 26.000 US$ 20.831,00 1,28%
Índia 26.000 US$ 17.969,00 1,11%
México 19.407 US$ 14.942,00 0,92%
Vietnã 12.880 US$ 12.433,00 0,77%
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

Essa retração nas vendas de madeira deve-se, a queda acentuada das exportações para
Venezuela. O país vizinho comprava até 2013 uma média de aproximadamente US$ 4 milhões,
contudo, em 2014 e 2015 esse valor caiu para US$ 300 mil e US$ 58 mil, respectivamente, que
por muitos anos foi o principal mercado importador da madeira roraimense (SEPLAN, 2015).

43
De 2014 a 2018 a Holanda se tornou o principal comprador das madeiras provenientes
de Roraima ultrapassando a Venezuela (FIER, 2018). E no ano de 2015 as exportações do setor
madeireiro totalizaram um valor de US$ 1.338.685,00, apresentando o menor valor exportado
no período em estudo (Tabela 11).

Tabela 11: Exportações do setor madeireiro no ano de 2015.


Países- 2015 Quilograma liquido Valor FOB (US$) Participação (%)
exportado
Holanda 1.860.200 US$ 1.182.410,00 85,15%
Venezuela 90.000 US$ 58.480,00 4,21%
Itália 51.000 US$ 46.882,00 3,38%
Espanha 25.000 US$ 29.400,00 2,12%
Bélgica 78.000 US$ 27.538,00 1,98%
China 75.000 US$ 23.254,00 1,67%
República Tcheca 24.000 US$ 20.721,00 1,49%
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

A crise enfrentada pela economia brasileira teve reflexos no setor madeireiro no Brasil,
ocorrendo uma queda nos preços internacionais e aumento dos custos de produção. Com isso o
setor brasileiro fechou o ano de 2016 em baixa, apesar do crescimento do volume exportado.
Mas é observado que o quilograma exportado no principal país importador aumentou e o valor
FOB caiu mesmo que pequeno quando comparado ao ano anterior.
E a Venezuela cada vez diminuindo sua participação no ranque de exportações no
Estado de Roraima. No ano de 2016 as exportações totalizaram um valor de US$ 1.525.513,00
(Tabela 12).

Tabela 12: Exportações do setor madeireiro no ano de 2016.


Países- 2016 Quilograma liquido Valor FOB (US$) Participação (%)
exportado
Holanda 1.924.000 US$ 1.031.163,00 67,59%
França 632.500 US$ 221.950,00 14,55%
Espanha 45.000 US$ 62.494,00 4,10%

44
República Tcheca 26.000 US$ 21.855,00 1,43%
Venezuela 90.000 US$ 35.327,00 2,43%
Itália 26.000 US$ 20.385,00 1,34%
Bélgica 130.000 US$ 95.311,00 6,25%
China 104.000 US$ 37.028,00 2,43%
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços- MDIC (2017),


as exportações roraimenses permaneceram com seu curso de crescimento elevando ainda mais
o superávit na balança comercial do Estado. O que representa um crescimento de mais de 94%
na comparação com o mesmo período do ano passado. O setor madeireiro teve 14% de
participação, totalizando um valor de US$ 2.033.667,00 mostrado na Tabela 13.

Tabela 13: Exportações do setor madeireiro no ano de 2017.


Países- 2017 Quilograma liquido Valor FOB (US$) Participação (%)
exportado
Holanda 2.470.000 US$ 1.260.728,00 61,99%
França 709.541 US$ 419.176,00 20,61%
Bélgica 308.683 US$ 162.090,00 7,97%
China 130.000 US$ 47.411,00 2,33%
República Tcheca 52.000 US$ 46.885,00 2,31%
Espanha 29.500 US$ 41.713,00 2,05%
Venezuela 59.000 US$ 38.082,00 1,87%
Argentina 24.610 US$ 17.565,00 0,86%
Guiana 190 US$ 17,00 0,00%
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

No ano de 2018, até o mês de agosto (Tabela 14), as exportações do setor madeireiro
totalizaram um valor de US$ 2.033.667,00 a exploração do setor madeireiro é o que contribui
para a economia de todos os municípios de Roraima e é um dos principais produtos exportados,

45
ainda que suas exportações tenham diminuído pela crise na Venezuela e Europa. Mesmo assim
vem mostrado uma melhora no setor nesses anos de 2013 a 2018 (TREVISAN, 2018).

Tabela 14: Exportações do setor madeireiro no ano de 2018*.


Países- 2018 Quilograma liquido Valor FOB Participação
exportado (US$) (%)
Holanda 1.664.000 US$ 837.045,00 65,94%
França 628.960 US$ 271.797,00 21,41%
Espanha 43.800 US$ 67.971,00 5,35%
República Tcheca 52.000 US$ 45.242,00 3,56%
Venezuela 28.000 US$ 26.608,00 2,10%
Itália 26.000 US$ 20.701,00 1,63%
*Dados referentes até o mês de agosto de 2018.
Fonte: Comexstat/SECEX/MDIC Elaboração: Centro Internacional de Negócios de Roraima –
CIN/FIER, 2018.

O uso desse recurso florestal tem contribuído de forma modesta na geração de renda
para o desenvolvimento regional do Estado. Os impactos gerados pela exploração madeireira
têm sido significativos e as exportações têm colaborado para a degradação ambiental devido ao
abastecimento histórico de operações florestais predatórias. Ainda assim, o Brasil em especial
o Estado de Roraima possui um grande potencial de crescimento no setor (SOUZA, 2018).
De acordo com SEPLAN (2015) parte das retrações nos valores das exportações é
resultado da redução das exportações da Venezuela, que foi por muitos anos o principal
importador. Entretanto, além da Venezuela, a madeira produzida em Roraima foi vendida para
mais de 15 países, sendo o produto roraimense com o maior número de diferentes destinos no
exterior. O porto de Manaus – AM acabou se tornando, nos últimos anos, o principal local de
saída da madeira do estado, e a madeira é escoada até esse porto principalmente por meio de
rodovias.
Quanto ao modal de saída mais utilizado no período para o escoamento da madeira
exportada em Roraima, a via rodoviária foi a mais utilizada com representatividade de 65,7%
(Gráfico 10). Em segundo lugar está a via marítima com 32,1%, via esta utilizada para saída de
madeira para a Europa, Estados Unidos e China. Em relação às outras vias de escoamento, cerca

46
de 2% das exportações de madeira roraimense saíram do Brasil por via aérea e apenas 0,05%
por via fluvial (SEPLAN, 2015).

Gráfico 10: Vias de escoamento utilizadas nas exportações de madeira de Roraima.

Fluvial

Aérea

Marítima

Rodoviária

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Fonte: SEPLAN, 2015. Elaboração: CERINO, 2018.

A maior parte da madeira vendida ao exterior teve como via de saída o município de
Pacaraima – RR, com representatividade de 67,8% (Gráfico 11). Por se localizar na fronteira
com a Venezuela, este acabou sendo a via mais utilizada no período, contudo, devido à redução
das vendas para o país vizinho, o porto de Manaus – AM acabou se tornando nos últimos anos
o principal porto de saída da madeira roraimense, no acumulado do período sua participação
foi de 29,5% (SEPLAN, 2015).

47
Gráfico 11: Principais saídas utilizadas nas exportações de madeira do Estado de Roraima.

Pacaraima- RR Porto de Manaus- AM Porto de Paranaguá- PR Demais portos

Fonte: SEPLAN, 2015. Elaboração: CERINO, 2018.

48
5. CONCLUSÃO

Com base no presente estudo podemos concluir que o setor madeireiro do Estado de
Roraima foi por muitos anos o principal item da balança comercial. Seu crescimento ocorreu
devido à falta de restrição ambiental até a década de 80. A produção do setor em Roraima,
apresentou um aumento significativo a partir de 2015, atingindo maior produção no ano de
2017, quando comparado com os anos em estudo.
O principal destino das exportações do setor por anos foi a Venezuela, que perdeu lugar
para a Holanda devido à crise financeira enfrentada pelo país, explicando as retrações nos
valores das exportações. Outro ponto a ser destacado foi que, mesmo o estado possuindo uma
localização privilegiada para a exploração de madeira, por causa das fronteiras que o Estado
possui, a falta de investimentos em tecnologia faz com que as exportações do setor sejam
baixas.
E cabe ao Estado juntamente com as empresas do setor madeireiro elaborar um
planejamento para a exploração da madeira no Estado de Roraima, para que possam alcançar o
desenvolvimento mais competitivo aos outros estados. Este deve ser economicamente viável e
sustentável, socialmente justo e ambientalmente correto.

49
6. REFERÊNCIAS

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