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Rhom

Rrom
GIPSIES, GYPSIES, GITANOS,
CIGANOS, ZÍNGAROS

A SAGA CIGANA

por Lúcia Acosta


Rrom , Rhom, Rom

Introdução
Mistério! Liberdade! Misticismo! Dualidade!
Eles provocam os mais diferentes sentimentos nas pessoas, isto porque pouco se sabe realmente sobre
eles e ao mesmo tempo muito já foi dito, mas de uma forma muito romancesca, onde a ficção fazia parte
alterando desta maneira a realidade.
Muito já se falou sobre povo cigano, muito já se escreveu sobre eles, sobre sua cultura, música, costumes,
seu cotidiano, mas, quanto disto é verdade? Quanto disto se assemelha a realidade? Quanto disto é real?
É muito fácil acusar um cigano, pois ele é um ser sem pátria, sem endereço fixo, sem estudos, e é claro, sem trabalho
fixo, portanto, isto o torna um alvo perfeito, para que sobre ele recaiam muitas acusações, motivos aparentes existem.
Quando passamos por um terreno e aí vemos umas barracas, nos invade um mundo de estranhos e
contraditórios sentimentos, é a dualidade entre a fantasia e o estereótipo criado em relação a este povo
que quer apenas viver a sua maneira, seguir seus princípios, sua cultura e ser feliz dentro de seus costumes,
mas nos incomodam, pois em muitos já surgem comentários como: temos que nos cuidar há ciganos na
cidade, vamos fechar bem nossa casa, mas, aí, pergunto, porque tudo isto? Quanto de verdade há nisto?
Não seria melhor, vermos mais de perto para compararmos tudo e formarmos nossa própria opinião sobre
o assunto do que irmos atrás de comentários muitas vezes tendenciosos?
A História
Em 1970, foi realizado o primeiro Congresso Internacional Romani, em Londres, onde muitos assuntos
foram debatidos com a finalidade de unificar o povo Rrom, buscando seu reconhecimento como etnia de
minoria, seus direitos, respeito como etnia e melhores condições de vida.
Onde ficou acordado que sua origem é o norte da Índia, região de Punjab, foi definida sua bandeira e seu
hino representativo.
Muito já se falou na origem do povo cigano, muito já pesquisou e muitas conclusões forma definidas. Mas,
não é difícil nem impossível acompanhar a historia pregressa registrada dos povos e termos uma outra
visão de sua origem, mas este assunto já está resolvido com a realização do 1º Congresso Internacional
Romani, em Londres, em 1970.
Devido as várias pesquisas e hipóteses levantadas, muito esforço foi desprendido na intensão

H de encontrarem a verdadeira origem do povo rom, um dos fatores em que mais se basearam foi
o idioma, a semelhança entre alguns termos romanis com o sânscrito, mas já foi dito que para
determinarmos a origem de um povo, muitas coisas devem ser levadas em consideração, não

I somente seu idioma e sua possível formação, devemos sempre buscar pela origem de costumes,
principalmente sua religiosidade, fator este que persiste independente do caminho percorrido e
também aos sobressaltos sofridos por este povo, pois é sua fortaleza.

S Devemos ter em mente que com o transcorrer dos tempos muito do idioma de um povo vai sendo
adaptado para um melhor entendimento entre eles e o povo do local onde estão estabelecidos.

T Fatores mais usados por pesquisadores gadjos na tentativa de encontrar a origem do povo rom:

Ó
• na maioria dos estudos o fator principal foi o idioma,
• depois surgiram outros fatores como o DNA, pelo pesquisador,

R • origem indo-européia,
• os escritos pelo poeta persa Firdawsi, etc.

I Todas foram tentativas falhas, em vão, pois sempre ficavam perguntas sem respostas, pois se
esqueciam de levar em consideração fatores importantes como os mencionados acima, como

A a essência da cultura romani e a herança espiritual do povo romani, que é incompatível com
qualquer povo da Índia.
A última hipótese é sobre a possível cidade de origem do povo rom, a cidade de Kannauj, em Uttar, Índia. O
pesquisador seguiu, também, a mesma linha de investigação que os demais, os indícios linguísticos, como o
uso do caractere “rr” que não representa nenhum fonema romanês, dizendo que o som gutural do “r” está
melhor representado pelo “rh”, mesmo que nem todos os dialetos ciganos pronunciem desta forma, como
o próprio gentílico “rom”, porém também simplesmente “rom”.
Mas, em uma parte de sua pesquisa, ele cita:
“ É sabido que na realidade não existe nenhum povo na Índia atualmente que possa estar aparentado com
os rom. Os vários grupos etiquetados como “gypsies” ( com “g” minúsculo) na Índia não tem nenhuma
relação genética com os ciganos estes adquiriram o título de gypsies através da polícia colonialista
britânica que no séc.XIX os chamou assim por analogia com os “Gypsies”da Inglaterra. Sucessivamente
lhes aplicaram as mesmas leis discriminatórias que existiam para os “Gypsies” ingleses. Logo a maioria
dos estudiosos europeus, convencidos de que o nomadismo ou a mobilidade são um caráter fundamental
da identidade romani insistiram em comparar os rom com várias tribos nômades da Índia, sem encontrar
nenhum outro caráter em comum, porque suas investigações eram afetadas por preconceitos para com os
grupos nômades.”
Isto é certo, sempre houveram idéias preconcebidas envolvidas nos trabalhos apresentados até hoje, e este
acima, não foge a regra.
De acordo com sua própria declaração resultam algumas perguntas:
- Por que não existe nenhum povo na Índia aparentado com os rom?
- Por que toda a população cigana emigrou sem deixar o menor traço de si mesmos, ou alguns parentes?
Há uma resposta bastante lógica para elas, eles não eram da Índia, não se originaram aí e sua cultura é
muito incompatível com a cultura da Índia.
O autor, também, comenta o suposto exílio em Jorasan, como explicação por terem deixado

H a Índia, mas também é falha pois não dá nenhuma explicação sobre suas crenças e tradições
ancestrais, as quais não tem nada em comum com as indianas e muito menos com as islâmicas,

I
porque nesta época Jorasan não era mais masdeísta ou zoroastrista há muito tempo.
Na sequência, o autor fala de que “as presumidas semelhanças salientadas entre o romani e

S
as outras línguas, principalmente de Punjab e Rajasthan, resultava de um estratagema usado
por nacionalistas que representavam tais grupos linguísticos e que defendiam interesses das
respectivas nações.” Grupos de discussões rajput/jatt dizem estar convencidos de que os ciganos

T são originados de um clã jat ou rajput, aqui encontramos indícios de nacionalismos e parecem
seguir propósitos políticos, e a principal prova apresentada é de que os árabes chamavam os

Ó
ciganos de “zott” que significa jatt, desde que os ciganos chegaram no Oriente Médio porque
provinham do vale do Indo.

R
Mas, como todas as demais tentativas de explicar a origem do povo Rhom, esta também irá cair
por terra, assim que surgir uma outra idéia e dessa forma novas explicações irão surgir para
explicar algo que nos intriga tanto, como a origem deste povo de trajetória tão mansa e sofrida,

I que aceitou muito desrespeito e a tudo respondeu com mansidão, pois é muito raro vermos
na literatura alguma menção de atitudes de represália por partes do povo Rhom contra os

A
habitantes do local onde vivem.
Eles andaram pelo mundo todo sem guerrilhas, sem batalhas, sem derramar sangue para
conseguirem um local para viverem. E isto é ponto de honra para eles.
A Longa Caminhada pelo Mundo
Vamos agora percorrer um pouco o suposto caminho feito pelo povo Rhom pela história registrada pelos gadjos.
O fato dos registros históricos dizerem que eles chegaram na Europa procedentes da Índia não quer dizer
que sua origem seja indiana.
Eles estiveram na Índia, viveram aí durantes muitos séculos e mantiveram sua cultura e costumes intactos,
isso nos leva a crer que sua origem deva estar na história do passado, pois estiveram em países islâmicos
onde também mantiveram suas culturas e tradições praticamente intactas, não absorvendo as dos lugares
por onde permaneceram, sua crença em um só Deus.
Uma pergunta feita por muitos: como os ciganos conheciam a Bíblia se viviam em territórios muçulmanos?
Não conheciam as Escrituras, aprenderam por ouvido em tempos até recentes, porque onde
A passaram era muito difícil terem adquirido este conhecimento em países como Índia, Pérsia e nas
terras árabes, império Bizantino (1000 d.c.) onde viveram por tanto tempo antes de chegarem
a Europa, e na própria Europa era improvável terem conseguido este conhecimento, pois as
Escrituras estavam proibidas para as pessoas comuns e não existiam ainda as versões em línguas
C correntes, isto começou a acontecer muitos séculos depois com Lutero, na Alemanha.

A
E isto nos leva a crer que sua origem deva estar radicada na própria história bíblica, a qual deveria
estar profundamente radicada na memória coletiva do povo Rhom, o que nos leva a praticamente
a vida antes de Cristo.
M Não há provas, mas em estudos mais profundos em relação aos costumes do povo cigano viram
que em muito eles coincidem com os “athinganois”, palavra grega pela qual os ciganos eram
I conhecidos em Bizâncio, os quais conheciam muito bem e identificaram o povo rhom com eles.
Não há provas que digam que os athinganois fossem rhom, mas seus hábitos em muito se
N assemelhavam com os do povo cigano como seus conceitos e leis de purificação racial, praticavam
a magia, a adivinhação, na unidade de Deus e se batizavam, pratica esta que não é exclusividade

H dos cristãos, pois era prática comum entre os adoradores do fogo (Pérsia).
Esta observância já nos remete a Pérsia, onde o hábitos das artes adivinhatórias era comum, coisa

A que também o é entre o povo Rhom, dentre os quais existe toda uma relação de muito respeito,
conhecimento e trabalho com o fogo.

D Se seguirmos com este tipo de pesquisa, onde fazemos comparações iremos entrar na história até,
acredito eu, a formação dos povo das tribos de Israel.

A (Esta parte da história que relaciona o possível passado da formação do povo Rhom é muito
linda e apaixonante, mas ficará para outro dia, pois é longa e nosso tempo é um pouco curto para
podermos discorrer sobre este tópico. Lucia Acosta)
De acordo com a historia podemos ter uma idéia de que o povo cigano antes de chegar a Índia, esteve pelo
Egito, Pérsia, Iran, sem terem alterado suas tradições e costumes, o que nos diz que sua cultura já estava
bem definida. Existe um só povo que possui as mesmas características: os israelitas do reino da Samária
exilados na Idade Média, que conservam sua herança Mosaica, porém adotaram práticas dos magos (classe
social dedicada ao culto do fogo na Pérsia), mas não conservaram seu idioma original. Uma observação: os
judeus da Índia falam línguas indianas, mas são judeus, não indo-europeus.
Em uma parte da teoria de Kannauj, o autor ainda observa:
“ O detalhe “claros e obscuros” explica a diversidade de cor de pele que encontramos nos distintos grupos
rhom, porque a população original era mesclada. Havia provavelmente muitos rajputs em Kannauj. Esta
gente não era aparentada com a população nativa, porém foram levados à casta kshatrya por méritos.
Portanto, eles devem ser a porção denominada “obscuros” da população”.
Ora, está bem definido e claro de que de fato os ciganos se mesclaram com várias populações diferentes
durante suas longas caminhadas. O mesmo aconteceu com o povo judeu.
É claro na crônica mencionada pelo autor de que a população de kannauj era bastante heterogênea, não
pertencendo a uma só etnia.
Os primeiros registros da saída do povo rhom da Índia coincidem com a invasão das tropas turco-persas lideradas
pelo rei Ghaznivid Mahmud de Ghazni (atual Irã oriental), levando toda a população de região de Punjab e Sindh
como prisioneiros e escravos, o que seria entre 1001 até 1026 d. C. Nesta época houve uma grande migração
do povo rhom, também conhecida como diáspora, da Índia em direção a Europa, alguns autores mencionam
que foram várias pequenas migrações durante este período todo, se dirigiram em direção a Pérsia onde
se dividiram em dois grandes grupos: Pechen e Beni.
O grupo Pechen se dirigiu à oeste, chegando na Europa através da Turquia e daí chegando a Grécia.

A O grupo Beni se dirigiu ao sul, chegando a Síria, Palestina e Egito.


Em 1030, séc. XI, os ciganos já estão em solo europeu e sua chegada é conhecida como Aresajipe.
Em 1200, o canonista Teodoro Balsamon LXI descreve que o Conselho de Trulho (692) ameaça

C
excomunhão de seis anos para qualquer membro da Igreja, incluindo os athinganois a exibição
de ursos ou outros animais por diversão ou por dizer ou ler a sorte.
Há registros da presença do povo rhom, como sapateiros residentes na Grécia, em 1290.
A Entre os séc. XII e XIII, 1100 e 1300, já eram encontrados ciganos na Ásia, Bulgária, Macedônia,
Romênia, Grécia, Albânia, etc.
M Entre 1300 até 1400, eles chegam em parte da Europa Ocidental.

I
Mas, somente no séc. XV eles começam a chegar na Alemanha, na Hungria, França, Bélgica,
Eslováquia, Espanha, Itália.

N
H
A
D
A
Quando de suas chegadas sempre causavam bastante espanto na população local, pois suas roupas sempre
mais coloridas e seu linguajar distinto chamavam muito a atenção dos lugarenhos.
No início, transcorria tudo com certa normalidade, pois estavam encantados com este povo tão alegre e
colorido, fascinados com seus trabalhos em metais, seus trabalhos em cobre, em madeira, suas jóias, com
seu comércio de cavalos, sua prática da leitura da sorte pelas mãos e pelas cartas, suas músicas e danças,
mas começaram a surgir pequenos problemas surgidos com suas permanências nestes lugares, pois eram
muito diferentes, a Igreja foi uma das primeiras a vê-los com outros olhos, daí a surgirem outros contrários
aos seus costumes e forma de viverem foi rápido.
A Igreja os tratava de hereges, pela prática de magias e leituras da sorte, pelos senhores, como arruaceiros,
ladrões, oportunistas, trapaceiros, em base a isso em seguida começaram a surgir sérias proibições aos
ciganos, como falarem sua língua, vestir-se como as pessoas do local onde estavam vivendo, deixarem a
vida nômade, portarem-se e viverem como pessoas do local onde viviam.
Neste caminhar pela Europa, época de muitas disputas, muitos foram feitos escravos, já em 1290,
A muitos já eram escravizados no sudoeste da Europa, e em 1385, se tem registro de serviço escravo
do povo rhom na Romênia.
E no séc. XIV, já começa a surgir os primeiros casos de expulsões do povo rhom, na Alemanha, em

C Meissen.
Quando de sua chegada em Paris, França, eles são enviados a Pontoise em menos de um mês de
A estadia em Paris.
Ainda neste mesmo século começam a surgir muitos casos de escravidão, prisões, banimentos,
M expulsões do povo rhom em vários países, como na Suíça, na Espanha, na Itália.

I
Em 1504, são proibidos de viverem na França por Luis XII, a punição é o banimento.
Em vários países foram obrigados a se calarem quanto a sua identidade com medo de morte,

N expulsão, banimento, com isto muitos trocaram de nomes, mudaram seus hábitos, isto perdurou
por muito tempo, nesta situação muitas crianças devem ter sido criadas como gadjos, até mesmo
sem saberem absolutamente nada sobre sua verdadeira origem, para poderem sobreviver,
H preservação da prole, coisa tão importante no meio cigano.

A Este sentimento de repulsa ao povo rhom cresce e se espalha por toda a Europa.

D Em Portugal com o surgimento do Santo Ofício muitos são deportados para suas colônias.

A
Tanto que em Espanha e Portugal, muitos esconderam tudo o que pudessem lhes identificar como
ciganos, trocando de nomes também.
É um período muito difícil para toda a população rhom na Europa, muita escravidão, muita expulsão e
banimentos.
Holocausto- Porrajmos

H
O
L
O
Em 1933 começava a propaganda nazista na Europa contra o povo judeu e rhom, onde pregavam
que eram raça estrangeira, inferior e que teriam infestado toda a Europa.
O nazismo retomou toda série de preconceitos, discriminações e perseguições dos séculos

C
anteriores tentando assim uma campanha de extermínio em massa desta infestação toda.
Com o apoio da grande antipatia que as populações contra o povo rhom puderam facilmente por
em pratica seus ideais de extermínio desta praga formada pelos judeus e ciganos.

A Em 1936, começa na Prússia, em 5 de junho a “caça contra a praga cigana”, pelo Conselho
Nacional Prussiano.

U A caça ao povo cigano começou com a proibição de abandonarem o acampamento, expedida por
Heydrich, sob ordens de Hitler, em 17 de outubro de 1939, logo após foram cadastrados e levados
para campos de concentração para depois serem transportados para a Polônia.

S Mas já em 1936, já havia começado sua saga pelos campos de concentração em Dachau.
Em 1941, o governador civil Lohse envia uma ordem para todas as SS afirmando que os ciganos

T eram duplamente perigosos, tanto pelas doenças que transmitiam como eram portadores de
deficiências, prejudicando assim a causa nazista.
Em 1942, um boletim informava que era indispensável exterminar todo este bando integralmente,

O sem hesitar.
Também neste ano, chegaram a Lotz, cinco mil ciganos entre eles 2600 crianças, foram internados
em barracões sem janelas, e durante o rigoroso inverno muitos morreram por uma epidemia de
tifo, os sobreviventes foram deportados para Chelmo, onde foram levados a câmara de gás.
Houve grande quantidade de esterilizações tanto de mulheres como de meninas de 11-12 anos.
Experiencias com gases foram feitas com crianças ciganas, com cristais de Zylon-B, que é um pesticida a
base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio; o qual é inodoro sendo ativado quando em contato com o ar,
causando morte rápida por sufocamento.
Há registros de que foram mortos 500.000 mil ciganos, mas muitas mortes não eram registradas e não
devemos esquecer dos tantos ciganos que devem ter sidos mortos pelas florestas durante suas perseguições,
e também não se tem certeza de toda a documentação que foi destruída quando da chegada das tropas
aliadas.
Existem estudos que dizem que até 1.500.000 ciganos foram mortos pelo regime nazista.
Movimentos Pró-Rhom

P
R
Ó
- Foram criados alguns movimentos em favor do povo Rhom durante os últimos tempos; em 1933,
na Romênia, foi criado uma Assembléia geral de Roma, liderada por Gheorghe Nicolescu, para a

R
criação de um hospital, uma biblioteca e universidade para o povo roma.
Mas, teve pouca força, mas a idéia já estava plantada e começou a crescer idéia de se reunirem
em movimentos, ainda que pequenos para o reconhecimento do povo rhom.

H Na Inglaterra, já em 1970, foi criado o Conselho Nacional de Educação Rhom.


Em 1971, em Londres, houve o 1º Congresso Internacional de Roma, com delegados de 19 países,

O
onde a bandeira oficial, seu hino Gelem, Gelem e seu lema, Opré Roma foram aprovados. O termo
Rom é aprovado como denominação própria e cinco comissões para tratarem de assuntos sociais,
educação, crimes de guerra, a língua e a cultura.

M O Comite Internacional Romani é renomeado Komiteto LumniaKo Romano ( Rom Internacional


Committee), isto no Primeiro Congresso Mundial Romani, em Londres.
Na sequência, a União Romani Internacional torna-se membro do Conselho da Europa.
O 1º Festival de Roma é realizado na Índia, em Chandigardh, quando Indira Ghandi promete apoio ao
pedido de que os ciganos sejam reconhecidos como uma minoria étnica de origem indiana.
Em 1980, a Nasa editora kniga de Skopje, Iugoslávia, imprime o primeiro livro de gramatica em romani, com
edição inicial de 3000 cópias que se esgotaram rapidamente.
Em 1981, o 3º Congresso Internacional Romani se realizou em Gottingen, Alemanha, com 600 delegados
e observadores de 28 países; onde decidem seu reconhecimento como minoria étnica de origem indiana.
Em 1986, a União Romani Internacional se torna membro do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF).
Já foram realizados quatro congressos internacionais para definições de assuntos referentes as necessidades
roma, em todos foram tratados e discutidos assuntos que visam melhorias e um maior respeito como
minoria étnica.
A partir destes movimentos muitos outros surgiram em prol do povo rhom, escolas foram criadas.
Mas, em 1980 começa a ruir o regime comunista na Europa, começando pela Polônia com a criação do
sindicato Solidariedade, com Lech Walesa, após já começam a surgir outros movimentos de libertação do
regime comunista na Hungria, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Bulgária, e Romênia, aqui com a morte
de seu dirigente Nicolae Ceausescu, de forma violenta, de onde houve a “libertação” de todos os ciganos
que aí viviam sobre forma de escravidão.
Com a caída do regime comunista começa uma nova diáspora do povo rhom em direção à países mais
liberais onde pudessem viver e trabalhar, buscando sempre um lugar onde lhes fossem permitido viverem
em paz, respeito e harmonia. Se distribuíram pela Europa mais ocidental, alguns chegando até as Américas.

P Com a chegada de muitos rhom oriundos, principalmente da Romênia, começaram problemas


sociais em diversos países e as queixas recaim sobre os ciganos, e estes acusavam aos de origem
romena, por serem muito encrenqueiros, desordeiros, isto mais o problema já existente entre o

R
povo rhom da falta de escolaridade, e somando a isso o velho preconceito, que na verdade nunca
tinha acabado, fontes de trabalho não existem, desocupados é o que mais existem em toda a
Europa neste momento enquanto a povo rhom. Pois, se há vagas em algum local para trabalho

Ó
as pessoas ao vê-los já avisam que já foi preenchida, simplesmente as chances de conseguir
trabalho despareceram principalmente agora com a quantidade de ciganos perambulando pelas
cidades. Aumentando assim os problemas sociais.

- Como o caso na França, na era de Sarkosy, pela deportação de ciganos para seus países de
origem, ocorrido em 2010, principalmente para a Romênia, onde o ministro do Interior da França
diz que ficou insustentável a permanência deles, pois a delinquência pelos cidadãos romenos

R em Paris aumentou em 138% , no ano passado. O governo não aceita a palavra expulsão, falam
de regresso voluntário, onde oferecem 300 euros por adulto e 100 euros por criança.( http://
pt.euronews.com/2010/08/25/oito-mil-ciganos-expulsos-de-franca-este-ano/)

H Dizem que somente no ano de 2010, 8000 ciganos já foram repatriados.


Atualmente, a situação do povo rhom é bastante preocupante , na Romênia já viviam abaixo da

O linha de pobreza e esta situação se repete em muitos outros países no momento.


Mas, foram criadas muitas associações, com a finalidade de trabalhar junto aos governos na

M
tentativa de melhorar suas condições de vida, pois sendo eles ciganos, conhecem com precisão
as deficiências em relação a programas sociais destinados ao povo cigano. A defesa de muitos
organismos é que o povo rhom não quer viver como o gadjo e isto dificulta e muito as várias
ações sociais criadas pelos governos.
Realmente é uma situação de conflito, pois os ciganos dizem que terão que abandonar seus costumes e
com isto, perderiam sua identidade, existe bastante resistência perante muitos programas de governos na
tentativa de amenizar toda esta situação social atual.
Dizem que os governos não fazem programas sociais respeitando seus valores e cultura.
Não se sabe com exatidão o numero de indivíduos rhom no mundo, os sensos já realizados são falhos,
ora por não saberem todos os locais onde vivem ou pelos próprios rhom, que pelos preconceitos
e represálias sofridos ocultam sua real identidade, e o não saber com exatidão a quantidade da
população rhom existente não permite um estudo mais sério onde programas mais abrangentes possam
ser realizados trazendo melhores condições de vida a todos.
Maiores concentrações no mundo

Alemanha – 100.000

Albânia – 70.000

Argentina – 317.000

Bósnia – 17.000

Brasil – 678.000 a 1.000.000

P
Bulgária – 700.000 a 800.000

Croácia – 9.463

R Espanha – 600.000 a 800.000

Finlândia – 10.000

Ó Grécia – 300.000 a 350.000

- Hungria – 500.000

Irã – 110.000

R Macedônia – 53.879

H
Polônia – 15.000 a 50.000

Portugal – 40.000

O Reino Unido – 40.000

Republica Tcheca – 120.000 a 220.000

M Romênia – 1.500.000 a 2.000.000

Rússia – 183.000

Sérvia – 108.000

Eslováquia – 92.500

Ucrânia – 48.000

Estes dados são estimados pela ONU – organização das nações


Unidas.
Bandeira Internacional Rroma

B
A
N
D Foi criada em 1971, durante o 1º Congresso Internacional Romani, em Londres, Inglaterra.
Seu significado:

E Azul – os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando
a libertação e a liberdade.

I
Roda Vermelha – localizada no centro da bandeira, simboliza o caminho percorrido e o à
percorrer; a tradição como continuísmo eterno; sobrepondo-se ao azul e ao verde, cujos 16 aros
representam o s 16 principais clãs e também a força do fogo, da transformação e do movimento.

R Verde – representa a Mãe Natureza, a Mãe terra, o mundo orgânico e subterrâneo, a força e
a luz do crescimento vinculado às matas e aos caminhos desbravados e abertos pelos ciganos.
Simboliza o sentimento de gratidão e respeito pela Terra, pelo que ela nos dá. E a relação de

A respeito por tudo que ela nos oferece, proporcionando a sobrevivência do homem devendo
mantê-la protegida.
Hino Cigano

No 1º Congresso Internacional Roma, realizado em Londres, Inglaterra, em 1970,foi instituído o hino representativo
de todo o povo rhom, que era uma canção cigana muito antiga, adaptada por rhom iugoslávo Jarko Jovanovic.

ORIGINAL TRADUÇÃO
Djelém, Djelém (OPRÉ ROMÁ) LEVANTEM-SE ROM

Djelém djelém lungóne droméntsa, Viajei ao longo de muitas estradas,


Maladilém baxtalé Rroméntsa. E encontrei Ciganos felizes.
Ah, Rromalé, katár tumén avén, Digam-me de onde vem
E tsahréntsa, baxtalé droméntsa. Com suas tendas

H Ah, Rromalé,
Ah, Chavalé.
Nestas estradas do destino?
Oh, Rom,

I Vi man sasí ekh barí famílija,


Mudardá la e Kalí Legíja;
Oh, jovens Rom.
Eu também tinha uma grande família,

N Avén mántsa sa e lumnjátse Rromá


Kaj phutajlé e rromané droméntsa.
Mas a Legião Negra a exterminou;
Venham comigo, Rom do mundo inteiro,

O Áke vrjáma, ushtí Rromá akaná,


Amén xudása mishtó kaj kerása.
Percorreremos novas estradas.
É hora, levantemo-nos,
Ah, Rromalé, É chegado o momento de agir.
Ah, Chavalé. Oh, Rom,
Oh, jovens Rom.

Lema do Povo Rhom


Também criado no 1º congresso Internacional Romani, em Londres.

Opré Roma!
Origem do Termo Cigano
No 1º congresso Internacional Romani, em 1971, um dos tópicos do encontro foi normatizar a forma de
como seriam reconhecidos pelos demais, onde eles estabeleceram que este povo nômade, de pele morena,
deveria ser chamado de Rom, que em romani quer dizer Homem. As mulheres , Romí. Em forma singular
Rom e Romi, em forma plural Romá e Romis.
Mas também são aceitas as formas com dupla grafia de “r”: Rrom, Rhom e Rom, e a forma feminina Rromí,
Romí, Romni
T Cigano, este termo não existe no idioma em romani, mas foi aceito, também, em documentos
oficiais.
E Os nomes como gitanos, tsiganes, zíngaros, foram todos criados pelos gadjos, dados aos roma no
Velho Mundo Euro-asiatico. Na França, é mais comum o termo manush.
R Para os ciganos todos os não-ciganos são chamados de busné, gadje ou payo, que em romani
quer dizer literalmente aquele que não é cigano. O termo gadje é o mais utilizado em países como
M Portugal, Itália, e outros países de fala portuguesa, já na Espanha e Brasil, além de gadje também
é usado payo, principalmente na Espanha, e na França, é mais comum o termo Manush.

O Os gadjos deram aos ciganos vários nomes diferentes, a principal é cigano e suas traduções mais
conhecidas derivaram da palavra athsinganoi ou athsinganni, que é uma palavra grega para
designar o praticante de uma seita mística, originária da Ásia Menor, e assim que chegaram este
em lugares sobre o domínio do império Bizantino foram logo chamados de athsinganni, que na
verdade significa praticantes de magia, magos ou bruxos, pelo estilo de vida e tradições deste

C novo povo que aí chegou, pois também tinham práticas mágicas e que eram passadas de geração
em geração.

I Da palavra Athsinganni, os gadjes de vários países foram adaptando ao seu idioma.


Grécia – atsincani Lituânia – cigano

G Turquia – tchinganic e tchinghani Espanha – Gitanos


Bulgária – tzigani França – Tsiganes, Gitan ou Manush
A Hungria – ciganiok e czigany Portugal – Ciganos

N Sérvia – ciganin
Polônia – cygan
Itália – Zingaros, Zingari
Alemanha /Holanda – Zigeunar

O Rússia – cykan Inglaterra – Gipsy


Clãs Ciganos

C
L
Ã
S

C
I
G
A
N Com toda a movimentação pelo mundo, os roma foram se adaptando , de acordo com o local
de permanência e outras circunstancias vividas ao longo de sua história. Os roma são uma
comunidade étnica bem definida, composta por grupos e sub-grupos que têm origem e padrões

O
culturais em comum. Não é fácil fazer uma classificação entre os distintos grupos e sub-grupos.
Há uma lei Roma comum, hoje vários grupos já não mais a seguem, mas reconhecem em seus
antepassados a observância de um complexo de leis até pouco tempo atrás.

S Existem diferentes padrões a serem observados para que possamos estabelecer uma relação entre
eles, como a linguagem e o grau de observância do “ Zakono”( lei Romany).
Aqui vamos nos citar os mais importantes, que são 3: Rom, Sinte e Kalon.
Estes grupos eram formados por uma família ou várias famílias, ditas, família estendida, ou por ofícios.
Seus nomes derivam de suas origens, países, cidades ou mesmo profissões.
Sub-clãs – expressam sua origem histórica, isto é, a nacionalidade ou o ofício tradicional, isto é chamado
de “Nátsja”.
Já para identificaram a descendência, é usado o nome do patriarca, que denominam de “Vitsa”.
E o último elemento desta divisão é a família, denominado de “indivíduo”.
Grupos ou Clãs

Grupos ou Clãs ROM


É o maior deles, falam o romani, hoje, se encontram espalhados por toda a Europa, principalmente a Centro-
oriental, e a partir do séc.XIX, também pelas Américas.
Antigamente sua concentração era em regiões balcânicas.
Geralmente se organizam por ofícios tradicionais.
Se consideram os Roma puros, verdadeiros, observando de maneira mais correta seu Zakono (Lei Romany).
Hoje, são os que apresentam melhorem condições financeiras de vida e com maior escolaridade em
comparação com os outros grupos.
Este grupo apresenta 23 sub-grupos.

Kalderash
Esta comunidade é a mais numerosa do mundo. Originários da Romênia, se dedicavam ao trabalho

C de fabricação de caldeirões, mantendo ainda nos dias de hoje seu ofício, fabricando caldeirões,
panelas, tachos, etc. Hoje, já encontram espalhados pela Europa e Américas. É grupo que falam o

L
romani mais puro.

Matchuaia

à Originários da antiga Iugoslávia, chegaram ao Brasil no fim do séc.XVII.

Horanano
S Originários da Turquia, e se dedicam a criação de cavalos, o que fazem com maestria. Chegaram
ao Brasil fins do séc.XVIII, depois dos Kalon.

Merchkara ou Ursari
Originários da Romênia, se dedicaram aos espetáculos com ursos, tornando-se excelentes domesticadores
e treinadores de ursos.

Balanara
Originários da Eslováquia, se dedicam aos trabalhos com madeira, como cochos, colheres de madeira, etc.

Bergistka
Habitam as bordas polonesas-eslovacas da região montanhosa, são excelentes músicos e ferreiros.

Bosha ou Bosch
Originários da Armênia.

Ambrelara
Originários da Eslováquia, se dedicam ao conserto de guarda-chuvas.
Asurara
Originários da Eslováquia, se dedicam ao comércio de jóias em geral.

Aurari
São da Romênia, viviam do ouro, mas, hoje se dedicam a artefatos de madeira.

Romungro
Originários da Hungria.

Chuxni
originários da Rússia, se dedicam a fabricação de peneiras.

Druckara
Originários da Eslováquia, e vivem grudados em troncos de árvores colhendo e vendendo avelãs
(druckara, em esloveno, significa tronco de árvore)

Djambaza
Originários da região da Turquia e Balcãs, se dedicam ao comércio de cavalos.

C Fandari
Originários da Rússia, exerciam atividades militares.

L Gharbilband
Pertencentes a casta homônima da Índia, e viviam da fabricação e comércio de peneiras. Quando

à na Europa, se instalaram na Romênia e Hungria.

Ghurbat-Lovara
S De quase toda a região balcânica, são excelentes negociantes de cavalos, hoje se encontram
dispersos pela Europa e Américas.

Lambanci
Grupo já extinto, mas serviam como oficiais do exército de Hapsburg Imperial, usados como kuruz (como
eram chamados os húngaros rebeldes), participaram da insurreição feudal. Eram originalmente membros
do clã Bergitska.

Patavara
Perambulavam pelo leste europeu, e ainda hoje se dedicam em recolher roupas velhas para revender
(patavara, em romani, significa trapos)

Seliyeri
Originários do Irã, ainda vivem da fabricação e comércio de caldeirões e pentes.

Servika
Originários da Sérvia, se suto-denomimam Machuaia ( nome da cidade de Machuaia, na Sérvia).

Xoraxane
Pronúncia (rorarranê) – são os que professam a religião islâmica.

Grupo ou Clã Sinte

Seus sub-grupos , geralmente,, se referem ao seu assentamento histórico.

São bastante numerosos, originários do norte da Alemanha, ainda vivendo na Itália e França, e em pequenos
grupos na Áustria, Rep. Tcheca, Eslovênia e outros países do leste europeu.

Falam o romani-sintó.

Na França, são denominados de Manoush.

Eles também se auto-denominam de Sinte-Gachekanes.

Seus sub-clãs são:

Bohémiens

C São originários da Tchecoslováquia, e mais tarde foram habitar regiões da França.

Burgenland
L Originários da Áustria, em sua maioria se dedicam a profissão de ferreiros e músicos.

à Estrekarja
Originários da Áustria.

S Lombardos
Originários da Lombardia, deram início as atividades circenses. Foi com este clã que membros de
outros clãs originaram os ciganos do clã Boyashas, que são os artistas circenses.

Piemontakeri
A maioria ainda vive no norte da Itália, se auto-denominam Sinte-Piemontekari.

Manoush
A maioria, atualmente, vive no sul da França e se auto-demonimam Sinte-Vashtike.

Grupo ou Clã Kalon ou Calé


Também são conhecidos como ciganos ibéricos. São ciganos que fixaram residência na Espanha e Portugal,
onde sofreram duras e severas perseguições, pois são dois países profundamente católicos e conservadores,
não aceitando assim os costumes ciganos. Foram proibidos de falarem seu idioma, onde criaram seu próprio
dialeto, não podiam realizar suas festas e cerimonias. Sofreram degredo para as colônias dos países em que
viviam.
As Tradições do Povo Rhom
É na observância de suas tradições que está força do povo rhom, que é passada oralmente de geração a
geração, pois elas são genéricas a todos os clãs, todos as conhecem e as mantém vivas. As tradições é que
ajudam a manter sua Romanipen, isto é, sua identidade romani.
Está na vida familiar a manutenção de suas tradições, as quais os acompanham desde o nascimento até a morte.

T
R
A
D
I
Ç
Õ
E
S Nascimento
Durante todo o período de gestação é impostas a futura mãe muitas proibições, as quais visam o bem estar
e saúde tanto da mãe quanto da criança que está sendo gerada.
O nascimento de uma criança para os roma , é um momento de muita felicidade em uma família e no
acampamento, pois representa a continuidade da etnia.
Para o pai é o momento de reconhecimento dentro do grupo cigano e para a mãe que passará a gozar de
mais liberdade quanto ao controle exercido pela sogra.
O parto deverá ser realizado pelas mulheres mais velhas do grupo, mas hoje em dia, geralmente recorrem
a uma maternidade.
Quando da primeira mamada, a mãe lhe soprará no seu ouvido seu primeiro nome, que somente ela ficará
sabendo, acreditam que desta forma o estarão livrando da influência dos mulôs (fantasmas, maus espíritos).
A criança será apresentada à lua pelo pai ou pela madrinha, de preferencia na lua cheia, para que ela o
proteja sempre.
A preferência é pelo “varon”, pois representa a continuidade e sobrevivência futura da família.
Também haverá o banho da saúde e prosperidade, mais ou menos uma semana após o nascimento, onde
haverá pétalas de rosas na água, moedas e jóias, especiarias, mel, perfume, etc.
É um momento de muita beleza além de em profundo sentido místico, todos rezam durante o banho, em
especial a mãe, pois esperam que surta o eleito mágico, e que ele tenha uma vida saudável, próspera e doce.
Simbolismo dos elementos usados no banho:
• Água pura – simboliza a própria vida, pois a água é vital na vida do ser humano, traduzindo
T também o sentido de purificação , limpeza do corpo físico e áurico daquela criança, liberando-a
das faltas cármicas.

R • Jóias – o desejo para que seja próspero e bem sucedido financeiramente.


• Pétalas de rosas – de que tenha uma vida bela, perfumada, bem sucedida no amor, uma vida

A repleta de paz.
• Gotas de mel – que tenha uma vida doce, tranquila, livre de sofrimentos e dores, livrando- o

D
de doenças.
Nos Manoush, no sétimo dia há o banho da Slav (glorificação).

I Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do


herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a
parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se
Ç prolongando por alguns anos.
Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão começar com o aprendizado

Õ de como contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores, aos 7 anos as
meninas começam a ajudar e aprender com a mãe, o menino passa a acompanhar ao pai em seu
trabalho e feiras para seu aprendizado.

E
S Batismo
O batismo é um dos rituais sagrados para o povo rhom.
Pode ser realizado por qualquer pessoa do grupo, geralmente uma phurí-dei e consiste em dar o nome e
benzer a criança com água, sal e um galho verde.
Neste momente, ela estará recebendo seu 2º nome, é como ela será conhecida dentro do clã, após receberá
um 3º nome para ser uasado no mundo dos gadjos.
O batismo é visto como uma forma de proteção contra os mulôs, maus espíritos, a criança receberá um
patuá para ser usado.
O batismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo batismo católico.
Sempre é celebrado com festa após a cerimonia.
Casamentos

T
R
A
D Na maioria dos clãs a escolha é feita entre os pais, às vezes, mesmo antes das crianças nascerem,
a escolha é um direito do pai, este geralmente procura um noivo de uma família mais abastada,
dentro do mesmo clã.
I Geralmente as meninas se casam bem jovens, entre 13 e 15 anos, após sua primeira menstruação,
e a data do casamento será verificada e escolhida pela mãe e senhoras mais velhas do clã.
Ç Algum tempo antes do casamento, em alguns clãs, os pais do noivo vão até a casa da futura
esposa para oficializar o compromisso, na tradição antiga, era o momento da troca de punhais, os
Õ quais eram comprados para este momento tão especial, sendo o da noiva sempre o mais bonito,
enfeitado com pedras coloridas e o do noivo, mais discreto. Após a confirmação do compromisso,

E os punhais eram guardados até o dia do casamento, pois seriam usados num momento muito
importante da cerimonia, quando se tornariam um só corpo. Mas, hoje, está em desuso, muitos
preferindo uma cerimonia na igreja que frequentam.
S O noivo dava como presente e ainda persiste, à noiva uma jóia, o medalhão da família ou uma
corrente de ouro com alguma medalha que a identifique como sua noiva, este presente era
denominado Kepara. Neste dia, os pais da noiva fixavam o valor do dote (daró) a ser pago aos pais da noiva
no dia do casamento.
A quantia era baseada nas qualidades da noiva, em sua beleza, em seus conhecimentos e habilidades para
administrar seu futuro lar.
Os pais do noivo é que promovem toda a festa de casamento, que acomodam todos os convidados que
chegam de longe, tudo corre por conta deles, até o vestido da noiva é pago por eles.
São três dias de festa, a preparação, onde todos ajudam, no segundo dia, a cerimonia e no outro dia, a
prova da virgindade e sua devida comemoração.
A cerimonia era oficializada pelo patriarca do clã,
geralmente chamado de Barô.
Este momento é proibido para os gadjos, é uma de
suas tradições mais sagradas.
Antigamente, era o momento em que seriam usados
os punhais guardados, para que o patriarca fizesse
um pequenino corte no punho do noivo e da noiva
para o sangue dos dois se tornassem uno, selando
assim sua união para sempre.
Após lhes seria oferecido pão com sal,

T simbolizando o alimento e o sabor. O


pão, a união duradoura com fartura, o sal, sabor, a capacidade de superarem as adversidades e
dissabores do amor entre eles.
R “Enquanto o pão nutrir e o sal tiver sabor, o casal permanecerá unido.”

A
Após era oferecida, aos noivos, uma taça do mais puro cristal, representando a vida transparente
entre o casal, onde o amor deverá imperar sobre tudo, com vinho, onde a noiva beberá primeiro e
noivo depois, após beber ele deverá atirar taça de cristal para que se quebre em muitos pedaços,
D quanto mais pedacinhos se formarem mais anos de felicidade representará.
Um tempo depois chega o momento mais esperado, a prova da virgindade, é um momento de

I muita seriedade. Após a apresentação do pano da virgindade ou lençol usado manchado, começa,
enfim, a festa propriamente dita com muita música, danças, comidas e muita bebida.

Ç O lençol ou pano da virgindade manchado demonstra a integridade da noiva ao resguardar-se


para seu futuro marido, prova de sua virgindade, o que para o pai é uma questão de honra, pois
está sendo demonstrado a todos os presentes de que ele soube educar e proteger muito bem sua
Õ família.
A seguir a noiva já aparece vestida com um belo vestido colorido e com o diklô (lenço) na cabeça
E como símbolo de casada e a festa continua por todo este dia.
Em alguns grupos, no último dia da festa, a jovem senhora costuma ter rosas e lenços para
S entregar aos convidados e estes retribuem com uma pequena quantia em dinheiro.
Para os nubentes este é um momento que marca a entrada deles no mundo dos adultos.
Um cigano pode casar-se com uma gadji, desde que ela aprenda a viver como as ciganas, mas as mulheres ciganas
não, se isso o fizerem podem ser expulsas do clã, elas tem que se afastarem.
A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos tendem a realizar o casamento
através da fuga, perdão e após a aprovação dos familiares e regularização.
Após a festa, os noivos passarão a viver com os pais do noivo, este tempo é fixado para que a jovem esposa possa
se adaptar a sua nova família, aprendendo todos os gostos e hábitos de seu marido. Ela deverá tratar seus sogros
como se fossem seus pais, responder obedientemente a eles, além do marido, é sua obrigação zelar pela casa em
ausencia ou morte da sogra. Terminado este prazo de adaptação da jovem esposa, eles estão aptos de viverem sua
própria vida.
Caso o jovem seja o menor da familia, o caçula, mesmo já casado recai sobre ele a responsabilidade dos pais,
cuidando deles e amparando-os.
Funeral

Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais que podem para aliviar a dor de seus
antepassados que partiram.
O respeito pelos seus antepassados é muito grande entre o povo roma.
Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro para a
travessia do grande rio que separa a vida da morte.
Antigamente, colocavam junto ao corpo todos seus pertences de valores que possuía em vida, mas devido
a profanação dos túmulos com o intuito de roubo, os ciganos deixaram este costume.
As cerimônias fúnebres são chamadas “Pomana” e são feitas periodicamente até completar um
T ano de morte, é quando oferecem uma cerimonia com muitas frutas, água e as comidas prediletas
esperando que a alma da pessoa que morreu compartilhe a cerimonia e se liberte gradativamente

R das coisas da terra.


No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito

A tempo.
Junto aos Sinte ainda prevalecer o costume de queimar-se seu vurdón (o trailer) e os todos os

D seus pertencentes.
Em alguns grupos de Manoush e alguns Kalons, também (segundo Nicolas Ramanush).

I
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E
S
A Família

T
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A
D Para o povo rhom a coisa mais importante para eles é a familia, que é sagrada.
Além do seu núcleo familiar, a família extendida, que compreende os parentes com os quais sempre são

I mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem


frequentes contatos, mesmo se as famílias viverem em lugares diferentes.

Ç Eles representam um povo compacto e homogéneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe
a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fraccionada no tempo, e que desde a origem
fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialectos diferentes.
Õ As diferenças no estilo de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à
sedentarização de outros gera uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade
E de conviver pacificamente. Hoje em dia, muitos seguem seus estudos até a faculdade, se formando e
depois exercendo a profissão escolhida, entendem de que precisam se adequar ao sistema em que

S vivem, mas o fazem sem abandonar suas tradições e costumes roma.


Infelizmente, muitos escondem suas identidades ciganas por medo do preconceito e represálias que
possam vir a sofrer, impedindo-os dessa maneira se seguirem em seus trabalhos e sua vida em particular.
Em quanto a manutenção de suas tradições, os Sintos
são menos conservadores e tendem a esquecer com
maior rapidez a cultura dos pais. Acredita-se que isso
não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às
condições socioculturais nas quais viveram por longo
tempo.
Quanto aos Rom, se observa uma maior tendência à
conservação das tradições, da língua e dos costumes
próprios dos diversos subgrupos. A sua origem desde países
essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados
(leste europeu) favoreceu certamente a conservação de
modos de vida mais consoantes à sua origem.
A Mulher Rrom – Romí

M
U
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H
E
R Sempre protegidas pelo pai e irmãos, aos quais deve obediência, mesmo este sendo de menor idade que
ela, quando casada pelo marido.
Desde criança já tem seu destino traçado, então ela é desde cedo ensinada para cumpri-lo.
Geralmente se casam muito jovens, entre os 12 e os 15 anos de idade, aprendem a se preservarem para chegarem
virgem ao casamento, o que é ponto de honra.
Geralmente com o pretendente escolhido pelos pais, mas hoje já existem algumas famílias que conversam com suas
filhas quando da escolha do pretendente, escutam e respeitam sua opinião.
A noiva estrá pronta para casar depois da primeira menstruação.
Após a primeira gestação passa a ser considerada nora, obtendo assim mais respeito dentro da família, com isso
ganha mais independencia da pressão exercida pela sogra.
Enquanto o homem é o esteio e o braço forte, a mulher é o lado terno, amoroso e de proteção espiritual da familia.
Apesar de hierarquicamente ser inferior ao homem, ela é tratada com respeito por ser quem desempenha um dos
papéis mais importantes dentro da estrutura familiar dos roma, o de ser mãe.
Ela é responsável pela educação dos filhos.
Devem saber se proteger e se preservarem, não expondo seu corpo, não permitindo serem tocadas por nenhum
homem como também não permitem demonstações de afeto físico em público, até com seus maridos elas são muito
recatadas.
As mulheres em geral, são bastante vaidosas, não cortam seus cabelos, frequentemente andam descalças para a
troca de energia com a Mãe Terra.
O resguardo com o corpo é de fundamental importância para o povo rhom, que entendem que a sedução, o
encantamento deve ser natural, pelo rosto, pelos gestos, pelo andar, pela habilidade e graça na dança e não por
expor o corpo.
As solteiras costumam enfeitar seus cabelos com fitas, tiaras e flores, enquanto que as casadas usam lenço.
Suas roupas são sempre muito coloridas, pois as cores são muito importantes para os ciganos, sempre vestidos ou
saias longas, lenços, blusas ou batas, muitas jóias.
A maior dor para uma romi é não poder gestar uma criança, pois uma de suas obrigações é a procriação, caso este
que pode levar a separação; se isso acontece ela é considerada “ventre seco”(dy chucô).
A ela cabe ajudar no sustento da família com a leitura das mãos (Buena Dicha) ou cartas, quando saem para isso,
devem sempre serem acompanhadas por uma romi mais velhas que as vai cuidar.

M A prostituição para uma romi é falta gravíssima, com direito a expulsão do grupo.

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R
O Homem Rrom
Desde pequeno aprende com seus pais a importância se seguir as tradições, a importância do casamento, seu o papel
dentro de uma família, cedo começa a prender um oficio, aos 7 anos passa a acompanhar o pai em seu trabalho e
aprender as funções necessárias para que num futuro possa até ser chefe do grupo, com os mais velhos. Aprender
o valor da fidelidade tanto no casamento quanto para com seu povo.
O comando da família é exercida pelo homem, ele é o líder, é sua responsabilidade a proteção, a segurança e o
sustento da família. Cabem a ele as atividades mais pesadas, como armar as barracas.
É ele quem fala pela família, resolve as questões mais difíceis, resolvendo as pendências, decidem e acertam o
casamento dos filhos, decidem os destinos das viagens, e participa do conselho que decide sobre as questões do clã.
Respeitado pela esposa e filhos que não discutem nem questionam suas decisões, pois é máxima autoridade na
família.
Quando a mesa, sempre será o primeiro a ser servido e primeiro a comer, somente depois é que comerão a mulher
e os filhos.
Muitos ciganos têm o dom da vidência, mas não a praticam, pois é trabalho das ciganas. São ensinados
desde pequenos como proteger, cuidar e alimentar as mulheres e as crianças do acampamento.

H Se trair seu povo ou a sua esposa, poderá ser punido e dependendo da gravidade do seu ato ser expulso
ou banido do clã, sendo renegado como cigano.

O Um cigano, em alguns clãs, poderá ter mais de uma esposa, mas para isso a primeira deverá dar seu
consentimento, caso não o conseguir ele terá que respeitar, e a outra ou outras ciganas serão afastadas

M
do grupo.
Os homens roma também são muito vaidosos, suas roupas são igualmente muito coloridas, usam calças,
camisas, coletes, lenços, chapéus, as botas e cintos são em couro, gostam de tecidos finos.
E Suas jóias são cordões de ouro, pingentes que são amuletos de proteção, pulseiras em ouro e cobre, anéis
e brincos.

M Da mesma maneira que as romis tomam banho com água de flores, ou com essências de perfumes
masculinos.
Existem danças estritamente masculinas, com passos que lembram as danças gregas, russas, bem marcados, vigorosos
e cadenciados, mas que transbordam de alegria contagiante, onde as mulheres não participam, acompanham
batendo palmas.
Ambos têm o costume de usarem capas para o frio.
Kris Romani

K
R
I
S Os ciganos seguem regras muito rígidas, são regras morais e éticas, que ajudam a manter o respeito e a
ordem no acampamento, estas ordens têm um fundo religiosos, pois eles devem sempre respeitar a Del,
o qual lhes ensina que matar, roubar, maltratar podem lhes trazer sérias complicações, eles acreditam na

R reencarnação e na lei ação e reação.


Seu amor pela família e pelo grupo, sua consciência sobre seu reto proceder e talvez a única forma de
preservar e perpetuar suas origens e o próprio povo, fazem os agir segundo leis severas.
O São obedientes ou procuram sê-los não somente quanto às leis particulares, mas obedecendo as leis
universais, como não roubar, não matar.

M Quando um infringe as leis é convocado o tribunal de Justiça cigano, Kris-Romani, formados por ciganos
idosos ou os mais velhos do grupo, que julgam os infratores, procurando exercer seu papel com o mais

A
alto sentido de responsabilidade e respeito as suas crenças, tradições e valores.
Quem preside o Kris Romani é chamado de Krisnatori.

N O Kris-romani é falado em romanês, somente os homens podem se manifestar. No caso de o infrator ser
uma mulher, um homem fala por ela fazendo seus apelos e oferecendo suas explicações ou justificativas.

I
O julgamento do Kris-Romani não exclui o réu ou ré da justiça local. Dependendo da falta a penalidade,
se for muito grave, após receber o julgamento decretado pelo Kris –Romani, ele será entregue à Justiça
local para que siga com os procedimentos legais do local.
Não é permitida a entrada de estranhos no Kris Romani.
As sentenças proferidas são variadas, podendo incluir a
devolução dos bens furtados ou roubados, até a expulsão
do grupo, a qual é executada publicamente, inclusive na
frente de mulheres e crianças, o que significa a perda da
honra, valor profundamente respeitado.
A sociedade cigana é estritamente patriarcal, ou seja, o
poder de mando e autoridade são exclusivos dos homens.
Nela a subordinação da mulher ao homem é natural,
que aceitam espontânea e tranquilamente sua posição
secundária.
Valores Espirituais

Acreditam em um Deus, ao qual chamam de Del, acreditam em espíritos, e que existam entidades maléficas
V (Beng) das quais devem se proteger.

A Acreditam na reencarnação.
São muito supersticiosos, acreditam na força e poder da natureza, a qual aprenderam a conhecer e a usá-
L los com maestria.
Hoje, geralmente, praticam uma religião no local onde vivem e podemos encontramos roma em todas as
O religiões, islâmicas, espiritas, católicas, evangélicas, etc, mas sem deixarem de lado suas crenças.

R No Brasil, além de Santa Sara que tida como padroeira quase pela maioria do povo rom, escolhem uma
Santa do país onde vivem, aqui, eles veneram a N. S. Aparecida.

E Em Portugal, é Santa Ana.

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S
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I
S
Santa Sara

S
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N
T
A Todos os anos, nos dias 24 e 25 de maio, milhares de roma, vindos de toda parte, se reúnem na cidade
de Sainte Maries de la Mer, na região de Camargue, no sul da França, com o objetivo de cultuarem sua
padroeira, Santa Sara.
É considerada pela Igreja Católica uma santa de culto local, jamais passou pelos processos regulares e

S
completos de canonização, a figura de Santa Sara liga-se também a uma tradição cristã medieval que foi
de grande importância na Europa: o culto das “virgens negras”.
Existem muitas histórias, hoje ditas lendas, pois não podem ser explicadas e provadas, sobre a origem da
A Santa.
Vamos comentar uma delas:
R Conta-se que lá pelo ano 48 depois de Cristo, uma barca aportou as margens do Mediterrâneo, onde hoje
é Sainte Marie de la Mer. Eles haviam sido expulsos da Palestina, juntamente com Maria Jacobina, que
A era irmã da Virgem Maria, Maria Salomé, mãe de Tiago e João, Maria Madalena, Lázaro e Maximino e a
serva das Marias, uma negra chamada Sara. Os quais foram colocados em um barco a deriva, sem água e
alimentos para que morressem, pois eram seguidores de Cristo. Sara pediu a Kristenko que salvasse suas
senhoras, que ela colocaria o diklô, como respeito a Ele. E assim foi.
Há registro da presença dos ciganos em Arles, em 1438, isto os coloca a apenas dez léguas de Sainte Marie de la
Mer, dez anos antes das relíquias das santas Maria Jacobina, Maria Salomé e também de Sara serem descobertas.
Os despojos das duas primeiras foram guardadas numa grande arca, colocada em um nicho da Igreja de Nossa
Senhora do Mar, esta arca é exposta aos fiéis dia 24 e 25 de maio; os despojos de Sara foram sepultados na cripta
da Igreja e é ali onde pode ser visitada, ao longo do ano todo, a imagem negra que representa Santa Sara.
Todo ano é festejada esta data em homenagem a sua Padroeira, Santa Sara, no dia 24 e no dia 25, homenageiam as
outras duas Santas, Jacobina e Salomé.
Santa Sara

Ciganos dos quatro cantos do mundo para aí se dirigem, aos pouco vão tomando conta das ruazinhas da pequena cidade
chegam de vurdóns, trailers, etc, com a finalidade de festejar sua Padroeira com muita festa, música, canto e dança.
São amigos que se reencontram, são famílias que se reencontram todos com o mesmo ideal, agradecer a sua Santa Negra.
Vestem suas melhores roupas e joias em homenagem a sua Senhora.
Na madrugada do dia 24 de maio, muitas velas começam a serem acesas, muitos agradecimentos, pedidos e orações
começam a serem dirigidas a Santa Sara.
As manifestações vão até às três da tarde, quando saem em procissão com o andor da Santa em direção

S ao mar, vai pelas ruas protegidas pelos cavaleiros da Ordem de São Jorge, uma confraria cristã não
cigana fundada em 1512. Em seus cavalos brancos, trajados de negro e carregando na mão direita uma

A
longa lança, eles mantêm a ordem pública protegendo a Santa. Padres católicos acompanham a procissão
entoando cânticos religiosos que se misturam com as músicas ciganas e aos incessantes bater de palmas
dos fiéis.

N Finalmente chegam a praia carregada pelos oito cavaleiros, todos entram nas águas do mar até a cintura,
instantes que são marcados por intenso silêncio, todos se calam respeitando o olhar da Santa ao mar.

T Na sequência a procissão retorna a igreja, onde prosseguem as visitações e as orações.


No dia 25, é o dia das virgens brancas visitarem o mar em procissão, mas não tem o fascínio da de Sara e
A é uma festa completamente cristã embora acompanhada por muitos ciganos.
Muitas pessoas não ciganas vão até Sainte Marie para os festejos e para apreciarem a festa dos ciganos.
Finda a festa todos se retiram prometendo se reencontrarem no ano seguinte.

S
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A
Dia do Cigano

D
I
A

D
O

C
I
G Dia 08 de abril é comemorado o dia internacional do povo rhom.
No Brasil, foi instituído pela presidente Luis Inácio Lula da Silva, o dia 24 de maio como sendo o Dia
A Nacional do Cigano, no Brasil, em reconhecimento à contribuição da etnia cigana na formação da história
e cultura brasileira.

N O Decreto de 25 de maio de 2006 institui o Dia Nacional do Cigano a ser comemorado no dia 24 de maio
de cada ano.

O Publicado no Diário Oficial de 26 de maio de 2006, o decreto entrou em vigor no ato de sua publicação. As
Secretarias Especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos da Presidência
da Repúplica apoiarão as medidas a serem adotadas para a comemoração do Dia Nacional do Cigano.
Dança Cigana

D A dança aparece de maneira marcante na história dos povos.

A O povo rhom dança com sua alma, expressando seu prazer, seu amor por seu povo, liberando suas
emoções, encantando desta maneira a todos que os assistem.

N
As mulheres são muito femininas em suas danças, sensuais, sabem como ninguém encantar com seus
gestos e rodopios, com o balançar de suas saias e com o movimento mágico de suas mãos.

Ç
Os homens são bem mais firmes, com passos bem marcados, com gestos mais firmes, entregando-se como
as mulheres ao som mágico de seus instrumentos.

A
Absorveram muito das danças dos países por onde passaram enriquecendo desta forma suas maneiras de
se expressarem quanto dançam, valorizando cada gesto, cada olhar, dando vida a aquele momento tão
mágico.
Os povos ciganos tem na dança uma de suas expressões mais vivas e exuberantes forma de expressão, transmitindo
uma alegria altamente contagiante.
Acompanhados pela música de seus instrumentos, pelo toque das
castanholas, de seus pandeiros, do som das palmas que espantam a
negatividade, das batidas dos pés no chão, eles cantam e dançam,
sem obedecerem a uma coreografia rígida, pois quando dançam o
fazem obedecendo as suas emoções, deixando desta maneira que o
ritmo lhes conduza.
Como não há regras fixas que padronizam o dançar, devemos dizer
que existe uma maneira cigana de dançar, pois existe a técnica
básica de cada dança, mas ela é executada com a alma e a alma
não se controla com regras pré-determinadas, ela é livre e por este
pequeno detalhe, a dança cigana se torna imemorável, inesquecível
e tão apaixonante.
Bibliografia:
Sites:
- Patrin Web Jornal
- Embaixada Cigana
- Gitano baro
- Vurdón
- Comunidad Gitana
- Kumpania Romai
- IM Nin’alu
- Assedé Paiva
Livros;
-Oráculos utilizados pelo Povo Cigano –Pai Juruá
-Historia dos Ciganos no Brasil, de Rodrigo Corrêa Teixeira
-Esmeralda – Zibia Gasparoto
Ciganos-Rom-Um povo sem fronteiras – Nelson Pires Filho
Mistérios do Povo Cigano –Ana da Cigana Natasha
Todas as fotos foram captadas na internet.

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