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1ª edição 2001

Edição, capa, revisão e editoração eletrônica:


Iván Darío Toro Rúa

Toro Rúa, Iván Darío


A farsa do Dízimo “cristão”

Registro dos Direitos Autorais


Nº 205.700, livro Nº 356, folha Nº 360
_________________________________________________

E-mail:
ivan.dario.toro.rua@gmail.com

Impresso no Brasil
Março de 2001
ÍNDICE

Conteúdo: Página:

INTRODUÇÃO....................................................................7

DEMONSTRAÇÃO No. 1
SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSÃO
BÍBLICA “A LEI E OS PROFETAS”..............................21

1º. - Da expressão “A Lei e os Profetas”..................31


2º. – Exemplos do uso da expressão “a Lei e os
Profetas” como sinônimo de “o Antigo Tes-
tamento”............................................................33
3º. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar
apenas até João Batista?....................................37

DEMONSTRAÇÃO No. 2
“NÃO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA
GRAÇA”...........................................................................53

1o. - O autêntico cristão vive no mesmo regime


gratuito dos apóstolos de Cristo, e não sob o
antigo regime das obras da Lei.................................61

2o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à


instrução dada por Moisés, de seguir a Jesus e sua
Graça.........................................................................85

3o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à


instrução dada pelo Pai, de seguir a Jesus e sua
Graça.........................................................................93

DEMONSTRAÇÃO No. 3
BIBLICAMENTE, O DÍZIMO É DA “LEI E
PROFETAS”, CUJOS MANDAMENTOS E
ORDENANÇAS NÃO FAZEM PARTE DA
ALIANÇA DA GRAÇA...................................................131

1o. - O Dízimo a que se refere Malaquias é da


“Lei e Profetas”; não da Aliança da Graça..........137

2o. - O Dízimo que Abraão deu a Melquisedeque


é da “Lei e Profetas”, ainda que não fizesse parte
dos mandamentos que, 430 anos depois, Moisés
recebeu de Deus..................................................147

A)- A história de Abraão pertence a todo o


conjunto de livros sagrados denominado
por Jesus “ a Lei e os Profetas ” em
Lc 16: 16.....................................................148

B)- O Dízimo dado por Abraão não foi um


ato ordenado pela vontade expressa de
Deus.............................................................163

C)- Ainda se Deus tivesse ordenado a Abraão


pagar esse Dízimo a Melquisedeque, tal
ordem não teria vigor estatutário algum
sobre os cristãos, por continuar sendo parte
do conteúdo da caduca “Lei e Profetas”, e
não da Nova Aliança da Graça, que é a que
vigora hoje na vida do povo cristão ............166

3o. - O que o Evangelho afirma de forma


expressa em Hb 7:1-19 é que o Dízimo era
da “Lei e Profetas”; não da Aliança da
Graça............................................................170
4o. - O que Jesus afirmou em Mt 23:23-24 foi
que o Dízimo é da “Lei e Profetas”, e não da
Nova Aliança da Graça, que ainda não tinha
sido sequer estabelecida................................................177

DEMONSTRAÇÃO No. 4
SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NÃO
VIGORA NO CORPO-IGREJA DE CRISTO,
PODEMOS ADMITIR QUE SEJA O ESPÍRITO
SANTO QUEM COBRA O DÍZIMO HOJE?.................185

DEMONSTRAÇÃO No. 5
SE O ESPÍRITO SANTO NÃO COBRA O
DÍZIMO HOJE, ENTÃO POR INSPIRAÇÃO
DE QUAL ESPÍRITO O COBRAM ESSES
SUPOSTOS MESTRES?..................................................259

DEMONSTRAÇÃO No. 6
À GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS
MERCENÁRIOS DIZIMEIROS TORCEM O
SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO: “DAI
A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, E A DEUS
O QUE É DE DEUS”.......................................................295

EPÍLOGO
CONVERTEMOS NÓS EM LIXO O ANTIGO
TESTAMENTO?..............................................................309
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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”
7
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

INTRODUÇÃO

“Ouvi, agora, vós, cabeças... e vós chefes: Não é


a vós outros que pertence saber o juízo?... A vós
que aborreceis o bem e amais o mal; que deles
arrancais a pele, e a carne de cima dos seus
ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes
arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os
repartis como para a panela e como carne no
meio do caldeirão? Então chamarão ao Senhor,
mas não os ouvirá, antes esconderá deles a sua
face naquele tempo, visto que eles fizeram mal
nas suas obras.
Assim diz o Senhor acerca dos profetas que
fazem errar o meu povo, que clamam: Paz,
quando tem o que mastigar, mas apregoam
guerra santa contra aqueles que nada lhes
metem na boca. Os seus cabeças dão as
sentenças por suborno; os seus sacerdotes
ensinam por interesse, e os seus profetas
adivinham por dinheiro; e ainda se encostam
ao Senhor dizendo: Não está o Senhor no meio
de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.
Mq 3:1-11

O mundo está cheio de arrogantes que se auto-intitulam


“donos da verdade” espiritual. Mas, na prática, nem eles, nem
qualquer um de nós, mortais, somos tal coisa.
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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jesus é o único dono da verdade, porque é, ele mesmo, a


própria verdade.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” não é uma mera


frase de impacto sensacionalista ardilosamente preparada pelos
propagandistas da Televisão para vender um produto humano
qualquer.

Não.

É a palavra do Autor do mundo, dono da verdade.

É a palavra fiel e verdadeira daquele que, ordenou, e o


Universo inteiro formou-se... do nada!

Por isto, é a palavra do único a quem devemos crer em todo


quanto diz, por cima do ensino de quem quer que seja.

Quando ele afirmou: “Quem crer em mim como diz a


Escritura” (Jo 7:38-39), e não como diziam os ensinos e
interpretações teológicas dos líderes e mestres religiosos da sua
época, estabeleceu uma inviolável e fundamental regra: A
Sagrada Escritura não pode ser menosprezada nem
relegada a um segundo plano por nenhum dos seus
seguidores. Estes, pelo contrário, devem segui-la fielmente no
que a ele se refere, sem deturpá-la para dar lugar a
acomodações doutrinárias humanas, contra as quais ele
mesmo enfatiza, como para não deixar quaisquer dúvidas:
“A ESCRITURA NÃO PODE SER ANULADA” (Jo
9
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

10:35), desautorizando assim qualquer um que quiser se


arrogar autoridade superior a ela.

Esta inquebrantável primazia da Sagrada Escritura, e do


Evangelho nela contido, é, para nós cristãos, uma condição
inegociável que também os apóstolos do Senhor Jesus, nas
suas pregações e escritos, fizeram questão de deixar claramente
assentada, afirmando que:

“Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos


dos homens, de conformidade com meu Evangelho
(Rm 2:16). Admira-me que estejais passando tão
depressa daquele que vos chamou na Graça de Cristo,
para outro evangelho; o qual não é outro, senão que há
alguns que vos perturbam e querem perverter o
Evangelho de Cristo. Mas ainda que nós, ou mesmo
um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá
além do que vos temos pregado, seja anátema (que
significa: maldito e expulso). Assim como já dissemos,
e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá
além daquele que recebestes (isto é, além do ensino
apostólico contido no Novo Testamento), seja
anátema” (Gl 1:6-9). Acautelai-vos para não
perderdes aquilo que temos realizado com esforço,
mas para receberdes completo galardão. Todo
aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não
permanece não tem Deus; o que permanece na
doutrina (de Cristo), esse tem assim o Pai, como o
Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta
doutrina, não o recebais em casa nem lhe deis as boas
10
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

vindas, porquanto aquele que lhe dá boas vindas se faz


cúmplice das suas obras más” (2Jo 1:8-11).

Entretanto, o que estamos presenciando nestes dias é uma


injustificável negligência espiritual em relação à fiel
observância dessa primazia da Palavra escrita de Deus, numa
atitude generalizada que já raia o grosseiro desprezo e aberto
desrespeito à voz do Pastor Supremo. Estamos vivendo um
cristianismo abismalmente diferente daquele que a pregação
apostólica mostra-nos na Sagrada Bíblia, desprovido daquela
poderosa vida manifestada pelos primitivos seguidores de
Cristo. A cristandade inteira, independentemente da placa
denominativa, precisa, por isso, retornar à prática do exame
freqüente da sua fé e das prioridades da sua vida cotidiana, para
verificar se são, de fato, as mesmas que Deus requer de todos
nós no Livro Sagrado sob o NOVO Pacto da Graça, ou se são
apenas um mero acomodo farisaico e herético a este
escandaloso materialismo atual do mundo; porque é
evidente que o crer em Jesus “como diz a Escritura” não é
uma simples opção que possamos jogar para o escanteio sem
sofrer sérias conseqüências espirituais. Pelo contrário, é
exigido como pauta essencial e vital a todas as igrejas cristãs:
Os rios do Espírito Santo a que se referiu o Senhor Jesus em Jo
7:38-39 jorrarão do interior de cada um apenas na mesma
medida em que esta forma de crer, assim definida por Cristo,
seja de fato e em verdade praticada pelos cristãos em todos os
momentos do seu cotidiano viver, principalmente quando estão
fora das quatro paredes da igreja. Essa promessa do fluir
abundante do Espírito Santo não foi feita aos que crêem como
diz a Tradição da Igreja Católica, nem aos que crêem como
11
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dizem os chamados “padres da Igreja”, nem, ainda, como


dizem as Resoluções e Decretos dos Concílios Ecumênicos;
tampouco a expressão “como diz a Escritura” significou jamais
“como diz o pastor ou bispo de tal igreja”, nem “como diz a
Cartilha Teológica da denominação tal”. Não. É como diz a
sagrada escritura bíblica, ou, caso contrário, é tudo
mentira e engano. Por isto, invalidar o que diz a Bíblia
concedendo maior autoridade aos ensinos humanos ou
angelicais de quem quer que seja, derivará sempre num
cristianismo morto, não avalizado pelo abundante fluxo
vivificador desse glorioso Espírito prometido pelo Senhor.

Esta primazia da Sagrada Escritura deverá ser muito mais


válida hoje, por ter se tornado prática comum deixar de
obedecer a Palavra divinamente inspirada, para dar mais valor
a eruditos raciocínios teológicos alheios a ela, sob a ilusória
alegação de que tudo que se fala num púlpito é revelado pelo
Espírito Santo, como se este pudesse se auto-contradizer
ensinando esse montão de doutrinas contrárias à palavra de
Jesus, quem já dantes avisara que este Consolador viria
confirmar o que ele ensinou a seus discípulos, e não
contrariar (Jo 14:26 e 15:26). Ora, o Espírito Santo é Deus, e,
segundo está escrito, “Deus é luz e nele não há treva
nenhuma” (1Jo 1:1-5). Evidentemente, toda contradição é
treva, pelo simples motivo de que um dos seus opostos será,
forçosamente, mentira, e a mentira é o contrário da luz. Dois
ensinos opostos jamais poderão ser, simultaneamente, verdade.
Como, por exemplo, quando alguém nos diz que é dia, e, logo
depois, referindo-se à mesma hora e lugar, diz que é noite.
Neste caso, uma das duas afirmações é falsa, e, por isso,
12
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mentirosa. Do mesmo modo aconteceria se Cristo ensinasse


uma coisa e o Espírito Santo outra, oposta, sobre o mesmo
assunto. Nesse caso, um dos dois estaria mentindo, o que é
absolutamente impossível, por causa da natureza divina de
ambos.

Jesus, o Filho de Deus, é Luz!

O Espírito Santo, de Deus, é Luz!

Neles não há treva nenhuma!

A treva é, toda ela, mentira.

E, “como a Escritura” nos diz, MENTIROSO E PAI DA


MENTIRA É O DIABO! (Jo 8:44).

Do Diabo não procede a Luz; apenas escuridão espiritual e


morte. Sua natureza atual é o engano, e é por isso que ele
mente, e, com ele, todos seus seguidores humanos que, atrás
dos prazeres deste mundo, do domínio sobre os demais e das
riquezas materiais, lhe fazem a vontade, muitas vezes
disfarçados de ministros evangélicos.

“Deus, porém, não pode mentir” (Tt 1:2)

“Deus não é homem para que minta” (Nm 23:19)

Muito pelo contrário, conforme continua a dizer a Escritura,


“seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem” (Rm 3:4)
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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Erra, pois, quem imagina que a Suprema Verdade, Fonte


única de tudo quanto realmente tem divina raiz e permanência
eterna, possa amar, ou, sequer, admitir consigo a mentira. O
conceito de um Deus que mente é desvario da mente de quem
assim pensa. Na verdade, Deus abomina os mentirosos (Pv
12:22), advertindo-lhes que seu destino final será o tormento
eterno (Ap 21:8).

Sendo desse modo, é impossível achar alguma mentira ou


contradição procedente do Espírito Santo de Deus.

Conseqüentemente, todo ser, humano ou angelical, que


ensine ou ordene aos homens coisas que Deus não mandou
ensinar ou ordenar, estará seguindo os passos do “pai da
mentira”, quem já desde o Paraíso começou a deturpar a
Palavra de Deus, fazendo tropeçar, primeiro, a Eva (Gn
3:2-5), depois Adão... Caim... e a nós todos, se cairmos na
tolice de crer seus falsos ensinos dados através de fingidos
pregadores, conforme temia o apóstolo Paulo, dizendo:
“receio que, assim como a serpente enganou a Eva com sua
astúcia, assim também sejam corrompidas vossas mentes, e
se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co
11:3).

Foi contra todo esse tipo de engano angelical ou humano que


o Supremo Mestre Jesus enfatizou: “Eu sou a verdade” (Jo
14:6), mostrando sua total exclusividade como fonte de tudo o
que para nós é verdadeiro, e, ao mesmo tempo, desfazendo
aberta e taxativamente qualquer tentativa de ser qualificado
14
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

como autor de enganos, mentiras, ou quaisquer outras


manifestações semelhantes, inspiradas, todas elas, pelos
espíritos das trevas.

Também, quando clamou em oração ao Pai eterno, dizendo:


“a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17), excluiu quaisquer
possibilidades de haver mentiras ou contradições doutrinárias
na palavra escrita de Deus, isto é, na Bíblia, que “não pode
falhar” (Jo 10:35).

Assim sendo, absolutamente ninguém, seja do céu, seja da


Terra, ou de onde quer que for, poderá estar falando a
verdade quando ensina ou manda qualquer coisa que
contradiga a Sagrada Escritura!

Ninguém, jamais, recebeu de Deus autoridade para


contraditar ou anular a mensagem da Bíblia!

O ideal seria, pois, que não houvesse todas essas deturpações


da palavra divina, que vemos hoje se espalhando impunemente
pelo mundo inteiro.

Mas esse ideal não existe.

O que existe, é o cumprimento da profecia do Senhor Jesus,


que já naquele tempo advertia-nos: “Naqueles tempos finais,
aparecerão muitos falsos mestres em meu nome, e muitos
seguirão atrás deles”.
15
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

O que existe é uma humanidade caída, que parece gostar de


andar atrás do erro, atrás dos falsos ministros, desde que estes
lhes garantam que estão salvos, mesmo sem estar.

O que existe é o oposto do ideal: “Todos... estão debaixo de


pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um; não
há quem entenda (as coisas espirituais), não há quem busque a
Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis (para tais
coisas espirituais, quando Adão, pai de todos nós, caiu da
vivificadora comunhão com Deus), não há quem faça o bem,
não há nem sequer um. A garganta deles é sepulcro aberto;
com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus
lábios, a boca, eles a tem cheia de maldição e amargura” (Rm
3:9-14).

A humanidade caiu nas Trevas, toda ela, no momento em


que Adão caiu, visto que dele procedemos todos.

Deus, porém, jamais caiu, nem cairá.

Ele é Luz... não trevas.

E a sua palavra escrita também é Luz... não trevas!

E é tendo em vista essa absoluta impossibilidade de acharmos


qualquer forma de erro doutrinário na Bíblia, que passaremos a
demonstrar a verdade que constitui o assunto deste livro: Que a
cobrança do Dízimo em nome do Senhor Jesus é, nesta era
cristã, uma contradição à palavra divina, e, portanto, uma
treva, que não procede do Espírito Santo.
16
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Provaremos aqui que cobrar o Dízimo sob a suposta guia


espiritual de Deus, é, neste tempo da Graça, uma farsa
diabólica, ou seja, uma mentira, na qual está crendo à cegas
a maioria dos cristãos, enredados, como Eva, pelo uso
deturpado da Palavra de Deus; quer dizer, pela ignorância
que as massas humanas tem a respeito da mensagem
divina.

Aos ministros sinceros do Evangelho, que apenas por erro na


doutrinação recebida estão cobrando do seu rebanho o Dízimo
bíblico, rogamos se desarmar do preconceito que o título deste
trabalho produz “a priori” contra nós, e efetuar uma leitura
completa, no Espírito do Senhor Jesus, julgando com justiça a
veracidade das coisas que aqui estamos afirmando. Restará,
depois que tudo estiver devidamente confirmado, que tenham a
coragem de enfrentar o sistema financeiro voraz que, qual
traiçoeira teia de aranha, envolveu o cristianismo para sugá-lo,
apoiando sua pregação mercenária em ordenanças do Antigo
Testamento que não vigoram mais para os cristãos do Novo
Pacto da Graça estabelecido por Deus no Seu Filho Jesus
Cristo. Sabemos que poucos terão forças para enfrentar esse
enorme poder econômico-religioso que, como a Igreja Católica
nos seus inícios lá pelo século IV, está enfrentando até as
autoridades governamentais nos processos de sonegação de
impostos e tributos, e vencendo-as. Assim como as vitórias da
Igreja Católica contra o Império Romano na sua luta para
tomar o poder sobre as massas não a valida como uma
autêntica igreja de Jesus Cristo, tampouco estas espúrias
vitórias de igrejas “evangélicas” sonegadoras de impostos e
17
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

tributos as validam como genuínas igrejas do Senhor Jesus.


Bandidos e traficantes com muita grana também vencem
batalhas judiciais, sem que isso signifique que é Deus quem
lhes dá a vitória. Apenas fica mais clara a gravidade da
impunidade que estamos sofrendo. A imensa maioria dos que
compreenderem e aceitarem como verdadeira a mensagem
deste livro capitulará, acovardada, diante das primeiras
acusações desses falsos mestres. Isto não nos assombra:
Sempre foi assim. Quando Jesus morreu na cruz, somente João
e algumas mulheres permaneceram ao seu lado. Desde antes,
quando fora preso, seus seguidores tinham já fugido, e o mais
altaneiro deles o havia negado repetidas vezes, praguejando.
Todavia, os poucos que souberem achar no Espírito Santo as
forças para retomar a pregação da inteira e suficiente Graça em
Cristo, mesmo se jamais tivermos oportunidade de conhecê-los
pessoalmente antes do esperado Arrebatamento, constituirão
suficiente recompensa pelas calúnias e perseguições verbais e
escritas que sofreremos por causa da publicação deste livro.

Prepare-se, pois, o leitor, de Bíblia em mãos, para uma


polêmica leitura que, com certeza, mudará muitas coisas na sua
vida, desfazendo correntes e laços de ensinos mentirosos que
nem imagina estarem desnorteando agora sua caminhada cristã.

E, na hora da dúvida ao confrontar nosso ensino com a


doutrina dos cobradores do Dízimo, lembre apenas do que
Jesus disse: “Eu sou a verdade... ninguém vem ao Pai senão
por mim”. Venha ao Pai crendo na palavra que Ele nos enviou
através do Seu Filho. Não se deixe envolver pela baba
mentirosa do Diabo, que tudo faz para nos impedir o pleno
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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

gozo espiritual e material da Graça gloriosa que, concedida


em Cristo Jesus, Deus nos revela na Sagrada Escritura. Jamais
dê mais importância ao que você já acredita ser a verdade do
que ao que está escrito na Bíblia a respeito de Jesus. Caso o
faça, você cairá no engano. A palavra que diz: “antes seja todo
homem mentiroso” quando confrontado com a verdade de
Deus, inclui você e nós.

Você não é o dono da verdade.

Nós não somos os donos da verdade.

Jesus é o único dono da verdade.

Ele é a própria verdade.

Ele que, “como filho sobre a sua casa, a qual casa somos
nós”, é superior à palavra de Moisés ou à de qualquer um
dos outros profetas que vieram antes de Cristo, por serem,
todos eles, meros “servos da mesma casa” de que Jesus é
Dono, os quais, “não para si mesmos, mas para nós,
ministravam estas coisas que agora nos foram anunciadas por
aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do Céu, nos pregaram
o Evangelho” (Hb 3:3-8; 1Pe 1:9-12).

Lembre sempre que não há contradições doutrinárias na


Bíblia, entre os dois Testamentos (o Antigo e o Novo) que a
compõem: Apenas a abismal diferença entre o ministério de
Jesus para a gloriosa obra de salvação que Deus lhe
encomendou com absoluta exclusividade, e o ministério
19
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

meramente anunciador de todos os demais servos de Deus que


houve antes dele, e cujos escritos compõem essa coleção de
livros sagrados que denominamos Antigo Testamento.

Na dúvida, entre aquela anunciadora palavra dos servos e a


do Dono da Casa, que nos trouxe gratuitamente a vida eterna
que ninguém mais pode dar, escolha, confiante e sem medo de
errar, a do divino Dono; esse mesmo Jesus, fiel Filho de Deus,
que já avisou:
“Céu e terra passarão; a minha palavra não passará”.

Céu e terra passarão, e, com eles, a farsa de todos os


mentirosos falsos mestres que hoje detém a verdade com a
injustiça, cobrando dinheiro por bênçãos que Jesus dá de
graça, ignorando que assim se põem sob a dura sentença de
Rm 1:18, na qual Deus promete juízo de castigo contra eles.

A mentirosa farsa deles passará, e, para onde eles irão?

A mentira, afirmou Jesus, não entra no Céu.

Para o Céu, então, não irão...


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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”
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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 1

SIGNIFICADO VERDADEIRO
DA EXPRESSÃO BÍBLICA
“A LEI E OS PROFETAS”

“O meu povo está sendo destruído porque lhe


falta o conhecimento...”
“O povo que não tem entendimento corre para
sua perdição”.
Os 4: 6, 14

Desde o princípio da história conhecida, nossa caída


humanidade vem errando em todas suas tentativas de encontrar
um meio de se salvar da morte. Tais tentativas têm dado
origem, não apenas a muito do que hoje conhecemos como
Ciência, mas também a muitas religiões. Assim como Caim, o
primeiro filho de Adão, buscou se relacionar com o Pai divino
do modo equivocado, a imensa maioria, atrás de soluções
salvadoras, erra, sem percebê-lo, ao trilhar caminhos que Deus
não aprovará, porque ele não comunga com aquilo que não
procede da sua vontade criadora e aperfeiçoadora.

Evidentemente, se salvar da morte deveria significar tornar-


se participante da vida eterna. Qualquer outro tipo de solução
seria mera ilusão, um vão paliativo passageiro.

Ora, a vida eterna é uma qualidade própria do Criador; é


algo exclusivo de Deus (1Tm 6:16). E nós, como fracos
22
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mortais que somos, não temos como arrancá-la dele, nem


podemos comprá-la com coisas materiais e perecíveis como
sacrifícios pessoais, ouro, prata, ou esse dinheiro que veio se
tornar a adoração do mundo, isto é, das pessoas que não
conhecem nem amam verdadeiramente ao Deus vivo.

Caim, no seu modo equivocado de valorizar as coisas,


apresentou a Deus um preço material pela reconciliação
imortalizadora, imaterial; um preço finito pelas coisas
infinitas. Trouxe o fruto do esforço de um corpo já
hereditariamente pecaminoso e mortal, e ofereceu isso a Deus
esperando, em troca (“comércio”), que o Criador lhe
devolvesse o privilégio de tomar do fruto da “árvore da vida”,
perdido no Paraíso por seu pai Adão, para não morrer jamais.
Na sua cegueira espiritual, ele não entendia que “do Senhor é a
terra e a sua plenitude” (1Co 10:26), e que este Universo
inteiro, incluídos nós seres humanos, foi todo criado por Ele,
motivo pelo qual pertencem-lhe, por legítimo e incontestável
direito de criação, todas as coisas e seres existentes. Tudo é
dele! Como, pois, tomar algo da propriedade divina para depois
oferecê-lo a Ele, seu legítimo Dono eterno, como pagamento
ou preço pela vida imortal? É claro que isso foi uma tremenda
tolice de Caim; porém, a triste realidade é que nós, os
“cristãos” de hoje, teimando em não aprender a lição que a
“tola” experiência dele nos transmite, estamos recaindo nesse
mesmo malfadado equívoco, pretendendo também fazer
comércio com Deus, ao Lhe oferecermos nossas “boas” obras,
nosso “bom” esforço pessoal, nossos “bons” pagamentos em
dinheiro à igreja, esperando receber, em troca (“comércio”!),
a vida eterna e todas aquelas demais bênçãos espirituais e
23
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

materiais que Deus nos oferece exclusivamente de graça em


Cristo Jesus (Ef 2:4-9; 1Pe 1:3-5). Ele não vende. Dá!

Urge-nos compreender que, aos olhos do Senhor da Graça,


constitui repugnante tentativa comercial o fato de lhe
oferecermos, seja este mundo todo (que Ele próprio criou), ou
seja nossa decaída e pecaminosa vida humana, em troca das
coisas eternas, desconhecendo desse modo que, desde o
pecado de Adão e Eva nascemos todos dentro de um
processo de morte (Rm 5:12), ou, nas palavras do próprio
Senhor Jesus, nascemos mortos (Mt 8:22), e que assim como
as coisas materiais não compram as espirituais, tampouco
pode esta nossa natural mortalidade humana comprar a vida
eterna, nem as bênçãos que dela provém. Como está escrito:
“Todos à uma nos fizemos inúteis” na queda do nosso primeiro
pai humano, Adão (Rm 3:12; 5:12). Inútil é algo que não serve
para nada. E é por causa deste estado de completa
inutilidade que fracassam todas nossas tentativas humanas
de achar uma solução ao problema da morte e a todas as
conseqüências ruins que esta produz em nosso cotidiano
viver terreno.

É também por causa dessa completa inutilidade que em quase


tudo que pensamos ou fazemos terminamos transgredindo e
distorcendo as verdades divinas. A limitação imposta pela
nossa mortalidade impede-nos compreender a glória das
coisas ETERNAS, e terminamos deturpando os conceitos que
a elas se referem.
24
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A dura realidade para nós continua sendo que desde a queda


de Adão nascemos à já caída imagem e semelhança adâmica
(Gn 5:3; 1Co 15:48); quer dizer, nascemos mortais e
pecadores; e é como seres de natureza dada ao pecado que
falhamos com Deus e torcemos ou deturpamos Sua palavra
para satisfazer as inclinações da nossa carne e as convicções da
nossa mente envolvida nas trevas de uma existência vivida fora
da comunhão com Deus (Rm 3:23; Rm 7:14-24). E nisto não
há exceções: “Quem alegar que não tem nenhum pecado, faz a
Deus mentiroso” (1Jo 1:8,10). O apóstolo Paulo, que sem
dúvida era melhor cristão do que nós, humildemente
reconheceu em si mesmo esta natureza pecaminosa, e nos deu
testemunho disso com estas palavras:

“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita


bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o
efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que
não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não
sou eu quem o faz, mas o mal que habita em mim. Então, ao
querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em
mim. Pois no que se refere ao homem interior, tenho prazer na
lei (na vontade ou querer) de Deus; mas vejo nos meus
membros outra lei (ou vontade, ou querer, ou força) que,
guerreando contra a lei (ou vontade, ou querer) da minha
mente, me faz prisioneiro da lei (ou vontade, ou querer, ou
força) do pecado que está nos meus membros” (Rm 7:18-
23).

Como vemos, o apóstolo Paulo compreendia muito bem sua


pessoal inutilidade, causada pela natureza pecaminosa que
25
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

carregava em seus membros corporais. Ele, porém, à diferença


de Caim, depois da sua conversão a Cristo, não se apresentou a
Deus com o mérito dos seus próprios recursos mentais, físicos,
nem com qualquer outra espécie de valores materiais;
tampouco distorceu a sagrada palavra do Evangelho para
acomodá-la aos seus próprios interesses religiosos ou
financeiros (2Co 2:17; 2Co 3:4-6; Fp 3:7-8). Ele cingiu-se à
verdade de Jesus, entregando-se de corpo e alma à pregação da
palavra vivificante que constitui o miolo da mensagem da
Nova Aliança feita por Deus com base no excludente mérito
do sangue de Cristo Jesus (2Co 12:15; 1Co 9:18-23; Rm 15:17-
20).

Neste mesmo discernimento de que nós somos, por natureza,


apenas mortais pecadores, o apóstolo compreendeu também
que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus (e,
portanto, contra suas verdades), pois não está sujeita à lei
de Deus, nem mesmo pode estar... porque milita contra o
Espírito” (Rm 8:7; Gl 5:17). Eis aí o motivo pelo qual ele nos
escreveu sua gloriosa conclusão de que “se pelo Espírito (não
pela letra da Lei do Antigo Testamento) mortificarmos os
feitos do corpo, certamente viveremos; pois todos quantos
são guiados pelo Espírito de Deus (não pela letra da Lei do
Antigo Testamento) são filhos de Deus” (Rm 8:13-14).

Essa inimizade da carne contra Deus a faz militar ou batalhar


contra o Espírito, no seu afã de viver os prazeres e deleites que
lhe são próprios por natureza. Esta revelação divina nos explica
bem a causa de todas essas deturpações evangélicas que
superabundam hoje. Contra os efeitos desta inimizade que está
26
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

em todos nós desde a gestação, Paulo nos indica a sujeição à


guia do Espírito Santo, único capaz de mortificar os feitos do
nosso corpo.

E Paulo praticava o que pregava: Andou submissamente


guiado. Foi sob essa guia do Espírito Santo que, apesar das
terríveis perseguições dos legalistas, passou sua vida inteira
pregando o Evangelho da Nova Aliança da Graça,
apresentando esta aos gentios como uma obra inteiramente
nova e completamente diferente daquela dada no Monte
Sinai, sob a qual o povo judeu deveria viver até à vinda de
Jesus, o Messias Nazareno que traria o estabelecimento de um
outro e NOVO Pacto com Deus (Gl 3:16-19).

Os pregadores de hoje, que se autodenominam apostólicos


porque supostamente seguem a doutrina dos apóstolos de
Jesus, deveriam considerar mais seriamente a atitude e os
ensinos de Paulo (como também os de Pedro, João e do autor
da profunda Carta aos Hebreus) antes de caírem tão
entusiasmadamente na atual onda legalista que está invadindo
sorrateiramente nossas igrejas cristãs, disfarçada de alimento
sólido para as ovelhas, como se o suficiente pão da vida não
fosse o próprio Cristo, segundo ele mesmo ensina em Jo 6:48-
51; onda legalista disfarçada de doutrina profunda, sendo que,
na realidade, não passa de engano diabólico com o propósito de
barrar os efeitos eternos da Graça. Engano esse facilitado,
quase sempre, pela generalizada ignorância das multidões
sobre o significado de muitos termos e expressões bíblicas de
fundamental importância para a compreensão, no espaço e no
27
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

tempo correspondentes, de toda a santa mensagem de Deus


contida nas Sagradas Escrituras.

Hoje, em decorrência desse legalismo tão generalizado,


milhões de cristãos estão sendo arrastados a procurar as
bênçãos da vida espiritual e material através de merecimentos
pessoais e esforços próprios, supostamente derivados do fiel
cumprimento das leis do Antigo Testamento da Bíblia, das
quais (leis) a que mais propaganda recebe é aquela do
Dízimo, essa mesma à que se refere aquele famoso trecho
de Ml 3:8-11, quiçá pelo alto retorno financeiro que produz
nas igrejas onde é cobrada essa taxa. Como veremos, tal
pregação legalista não pode proceder de Deus, porque, se
procedesse, Deus estaria caindo em contradição, ao prometer
em Cristo Jesus uma Graça geral e suficiente (Rm 8:32) que,
na realidade, não o seria se os seguidores deste se vissem
obrigados a obter bênçãos, paz ou justificação perante Deus
mediante o fiel cumprimento de uma Lei que Ele mesmo
declara cumprida e plenamente satisfeita em Cristo, mediante
o sacrifício redentor no Calvário (Rm 7:4; Rm 8:3-4; Rm
10:4); se assim fosse, “segue-se que Cristo morreu em vão”,
grita o apóstolo Paulo em Gl 2:21. Deus não pode entrar em
contradição, porque na contradição há mentira. Muito pelo
contrário, o ensino do Senhor Jesus e dos seus apóstolos nos
faz ver, em sadia concordância com todo o resto da Bíblia,
que a paz com Deus e as bênçãos que precisamos na nossa
vida material aqui na Terra, tem uma única e insubstituível
fonte ou fundamento: A obra propiciatória, redentora e
salvífica de Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus”, que veio para
se tornar o grandioso vencedor da Morte, com o objetivo de
28
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ser o ministro suficiente, completo e perfeito de todas essas


tais bênçãos espirituais e materiais que todos precisamos;
todas elas de graça, porque, na cruz, ele as pagou com sua
própria preciosa vida por toda a eternidade (Rm 8:32; Hb
5:7-9; 7:25-27; 9:11-15; 9:22-28; 10:1-20; 1Co 3:11).
Qualquer tipo de pregação, pois, que apresente ao Corpo
de Cristo outro preço ou fonte de tais bênçãos, “mesmo se
quem a apresentar for um anjo do Céu”, é mentirosa,
abominável aos olhos do Pai, e, como disse o apóstolo
Paulo, deveria ser anatematizada, isto é, amaldiçoada e
banida da Igreja, conforme instrui a palavra do Senhor (Gl
1:6-9; 2Jo 1:8-11), para cortar o mal pela raiz, erradicando
do meio do povo falsas esperanças, cujo diabólico fruto será
apenas a decepção, e, quase sempre, o abandono definitivo
da fé em Deus.

Desafortunadamente, porém, pregações apresentando outros


preços e outras fontes dessas bênçãos espirituais e materiais
invadiram os púlpitos das nossas igrejas cristãs, oferecendo
esses favores de Deus em troca de custos, pagamentos e
sacrifícios diferentes dos estabelecidos pelo Pai eterno hoje,
no Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus. Usando mal as
palavras da Bíblia, pregadores sem capacitação espiritual
divina estão disseminando suas interpretações pessoais erradas,
deturpando a sagrada palavra escrita para atender a
conveniências e necessidades próprias ou institucionais,
pouco lhes importando estarem assim contrariando a
soberana vontade de Deus e o claro ensino do Evangelho,
segundo o qual as bênçãos do Alto e a paz e a reconciliação
nossa com o Pai eterno estão em Jesus Cristo, e não na letra
29
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

da Lei do Antigo Testamento, que jamais foi dada por Deus


para dar a ninguém vida eterna, nem as bênçãos que
procedem do ministério do Messias; pois é evidente que, se
existisse nesses escritos do Antigo Testamento pelo menos
uma única instrução ou lei com capacidade para dar vida
eterna, não teria sido necessária a encarnação, sofrimento e
morte vicária de Jesus de Nazaré, o Verbo de Deus, porque,
nesse caso, a nossa obediência a essa tal instrução ou lei
seria o suficiente instrumento ou meio da nossa salvação,
conforme no-lo ensina o Evangelho em Gl 3:21.

Aliás, qualquer objeto, pessoa ou palavra que pudesse


transmitir aos seres humanos as bênçãos messiânicas ou a
vida eterna naqueles tempos do Antigo Testamento, tornaria
desnecessária a vinda do Salvador prometido desde Gn 3:15,
quem quer que fosse.

Necessitávamos desse Salvador pelo simples motivo de


que nada nem ninguém podia nos arrancar das garras da
Morte, para depois nos transmitir essa vida eterna ou as
bênçãos espirituais e materiais prometidas para os tempos
do ministério do Messias como herança gratuita.

Nenhuma pessoa, ato, ritual, costume, palavra, frase, trecho


ou livro do Antigo Testamento teve jamais o ministério de dar
tal vida eterna à humanidade, nem de salvar esta dos seus
flagelos decorrentes da morte em que caiu depois do pecado de
Adão, nem de lhe transmitir essa herança das bênçãos que
Deus prometeu no Messias.
30
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Tal ministério da concessão da vida eterna e daquelas


bênçãos estava reservado por Deus apenas para seu Filho Jesus
Cristo, “segundo o seu beneplácito que se propusera de fazer
convergir nele na dispensação da plenitude dos tempos, todas
as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1:9-10)

Mas aos deturpadores parece não lhes importar muito esta


gloriosa realidade, e, descaradamente, impõem sobre os
ombros do povo cargas e condições que, cada vez mais
pesadas e insuportáveis, lhe impedem o pleno desfrute das
genuínas bênçãos da Graça prometidas na mensagem do
Evangelho aos autênticos seguidores de Jesus.

Neste assustador contexto de venenosas deturpações bíblicas,


introduzidas a maioria das vezes pela insaciável avareza de
muitos inescrupulosos pregadores, torna-se muito mais
prejudicial a ignorância do significado verdadeiro de muitos
termos e expressões usadas nos textos do Novo Testamento
com o claro propósito de ressaltar o pleno e suficiente valor
salvífico e abençoador da Graça em comparação com todo e
qualquer ministério do Antigo Testamento. É esta ignorância
que converte as pessoas em presa fácil dos falsos ministros do
Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, tal e como nos foi ele
legado pelos seus apóstolos. Este é o lamentável caso, por
exemplo, da expressão “A Lei e os Profetas”, cuja errada
compreensão pode deturpar completamente o conteúdo da
mensagem de Jesus e seus apóstolos em algumas passagens de
fundamental valor para uma vida cotidiana de verdadeira
vitória contra as forças malignas que sem cessar batalham às
escondidas contra a nossa salvação.
31
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Por causa da vital importância dessa compreensão sobre o


que é viver sob a “Aliança da Graça”, e para cumprir estrita e
claramente os propósitos deste livro, passaremos a esclarecer o
significado realmente bíblico de tal expressão.

1o. - Da expressão “A Lei e os Profetas”

a)- O testemunho do dicionário bíblico:

O universalmente respeitado “Novo Dicionário da Bíblia” de


J. D. Douglas, no final do literal b-1, da parte “(A Lei) NO
NOVO TESTAMENTO”, pág. 918, reimpressão 1998 de
“EDIÇÕES VIDA NOVA”, define que “a expressão ‘A Lei e
os Profetas’ é uma designação conveniente do Antigo
Testamento em sua totalidade”.

b)- O testemunho antigo das Notas da “Bíblia de Estudo


de Genebra”:

Na “Bíblia de Estudo de Genebra” da Sociedade Bíblica do


Brasil, cujas Notas e Comentários de Rodapé datam do século
XVI, quer dizer, dos tempos em que a Reforma estava ainda
em todo seu fulgor espiritual, essa expressão “A Lei e os
Profetas” usada por Jesus em Lc 16:16 e Mt 22:40 é explicada
como sendo “uma forma de Jesus referir-se a todo o Antigo
Testamento”.

c)- O testemunho das Assembléias de Deus:


32
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Na Introdução da “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora


das Assembléias de Deus, página 9, ensina-se que “a
primeira Bíblia hebraica foi a ‘Lei’- os cinco livros de
Moisés, ou o Pentateuco. Mais tarde foi aumentada, e era já
a ‘Lei e os Profetas” (Não esqueça o leitor que o aumento
sobre a “primeira Bíblia hebraica” de que aqui se fala, consistiu
no conjunto de livros que, começando com ‘Josué’, termina no
‘Livro de Malaquias’. Quer dizer que, segundo este ensino, o
que os judeus chamavam “a Lei e os Profetas” é a mesma
coleção de livros à que nós os cristãos denominamos Antigo
Testamento, ou seja, de Gênesis a Malaquias nas nossas atuais
Bíblias. Não tem, pois, desculpa: Ensino, pelo menos no papel,
eles tem...)

Aceitando então como correta e apropriada esta definição


de fonte tão idônea, aproveitamos o impacto destes três
testemunhos para dar um ressalte, lembrando que esta
expressão era de uso comum e corrente entre os cidadãos do
povo judeu nos tempos em que Jesus andou na Terra, e se
referia, conforme aqui foi definido, à parte das nossas Bíblias
que vai de Gênesis ao livro de Malaquias, até porque o nosso
Novo Testamento, que é exclusivamente cristão, ainda não
tinha sido escrito. Assim, quando algum cidadão judeu usava
esta expressão, “A Lei e os Profetas”, aludia ao conjunto de
livros que nós agora denominamos Antigo Testamento, e foi
somente neste exclusivo sentido que também o nosso Senhor
Jesus Cristo e os seus apóstolos a usaram, por serem
igualmente cidadãos judeus. Qualquer estudioso sério da
Bíblia sabe desta verdade elementar. Só não o sabem, ou
fingem não sabê-lo, os enfatuados metidos a mestres que,
33
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

enganados pelo mesmo espírito do erro, arrastam o povo pelo


estéril caminho de Caim, ensinando-o a procurar as bênçãos
e a imortalidade através de meios e doutrinas legalistas,
diferentes do autêntico Caminho da Graça que Deus Pai
estabeleceu exclusivamente através de Cristo Jesus (Rm 10:2-
4).

2º- Exemplos do uso da expressão “a Lei e os Profetas”


como sinônimo de “o Antigo Testamento”:

Vista deste modo, a expressão “A Lei e os Profetas” passa a


ser entendida como um simples sinônimo do nosso “Antigo
Testamento”, e sobre esta insuspeita conclusão damos a seguir
alguns exemplos, hermeneuticamente incontestáveis, do seu
uso no Novo Testamento com esta exclusiva significação:

a)- Em Lc 16:16, Jesus de Nazaré, nascido em Belém da


Judéia, ensinou de forma aberta e enfática que aquilo ao qual
ele denominava “a Lei e os Profetas” durou ou vigorou até
João (Batista). Conformando-nos às demonstrações dadas
acima, a fiel realidade é que aqui ele está nos dizendo que
todos os livros da parte das nossas bíblias que vai de
Gênesis a Malaquias, deixaram de vigorar como norma
básica de vida diante de Deus, para dar lugar à introdução
de uma nova forma de relacionamento entre os homens e
seu Criador. Note que essa coleção de livros é justamente a
que nós chamamos de “Antigo Testamento”. Assim sendo, não
se trata aqui da caducidade apenas da Lei “Cerimonial” ou da
Lei “Moral”, como alguns gostam de dividir o todo que ela é,
mas de tudo quanto foi vivido, instruído e ordenado desde a
34
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

primeira palavra do livro de Gênesis até ao ponto final do


livro de Malaquias, para dar lugar a algo inteiramente novo:
O Evangelho do Reino de Deus, através do qual nos
tornamos FILHOS do Altíssimo, co-participantes de Sua
eternidade, vivos para sempre. Esta filiação divina é a mais
elevada glória que o ser humano pode esperar de parte do Pai
eterno, e é algo que a Lei, chame-se ela “Cerimonial” ou
“Moral”, jamais outorgou a ninguém (Gl 3:21; Hb 7:18-19),
nem poderá já outorgar nunca, porque, segundo a palavra
incontestável do Senhor Jesus Cristo, ela nem sequer vigora
mais depois que João Batista exerceu seu ministério lá pelas
bandas do rio Jordão. Não adianta mais alguém querer ainda
alegar que aqui Jesus não se referia ao Antigo Testamento: Até
o tempo em que ele fez esta tremenda afirmação, esses
livros que formam o conjunto de Gênesis até Malaquias,
eram as únicas escrituras sagradas que Deus tinha dado ao
povo judeu, e este as denominava “a Lei e os Profetas”,
expressão esta que, como ficou já provado, é apenas um
sinônimo para o que nós cristãos chamamos de “Antigo
Testamento”. É, pois, torpeza maliciosa, teimosia ou
ignorância argumentar que Jesus aludia aqui a outros tipos de
lei ou a outros profetas.

b)- Em Mt 11:13, o mesmo Jesus, judeu, afirma que “todos


os profetas e a Lei profetizaram até João Batista”. Aqui,
além do claro uso sinonímico com a expressão “Antigo
Testamento”, por ser inegável que se referia ao conjunto de
livros sagrados que vai de Gênesis até Malaquias, ainda temos
o notável acréscimo da palavra “todos”, que, sem deixar lugar a
quaisquer dúvidas sobre a inexistência de exceções, inclui o
35
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

livro do profeta Malaquias. Ou seja, todas as instruções e


exigências da palavra profética escrita nesse conjunto de
livros sagrados tiveram vigor somente até o tempo do
ministério de João Batista. Jesus não fez aqui nenhuma
exceção, repetimos, nem dividiu a Lei em “cerimonial” ou
“moral” como prefeririam os espertalhões que querem forçar
Ml 3:10 para dentro do Evangelho cristão, esquecendo que a
Lei do Dizimo jamais fez parte dos 10 Mandamentos, que é o
que eles chamam de eterna “Lei moral”.

c)- Em Mt 22:35-40, Jesus, judeu, usa de novo a expressão


“a Lei e os Profetas” referindo-se a toda a sagrada escritura
judaica. Ora, se nessa época não existia ainda o Novo
Testamento, nem os judeus tinham outras “leis e profetas”
diferentes disso que nós hoje denominamos “Antigo
Testamento”, é obrigatório admitirmos que aqui ele aludia a
essa parte antiga das nossas bíblias atuais, em virtude dos três
testemunhos lidos acima. Qualquer outra conclusão seria erro
ingênuo ou descarada desonestidade.

d)- Em At 13:15, Lucas, o autor judeu, utilizou a expressão


“Lei e Profetas” numa clara e inegável referência a toda a
sagrada escritura judaica do seu tempo, isto é, ao Antigo
Testamento. No evento ali citado, seguindo o costume judaico,
não foram lidos naquela única reunião desse Sábado todos os
livros de Moisés, nem todos os Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, Jó, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Malaquias,
etc. Foi lido apenas um trecho de algum deles. Mesmo assim,
Lucas registrou a leitura como “da Lei e Profetas”,
provando, mais uma vez, que o uso de tal expressão era um
36
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

costume geral e bem enraizado entre os judeus da sua


época, para aludir a toda a sagrada escritura deles, quer
dizer, toda a coleção de livros que abrange desde Gênesis
até Malaquias.

e)- Em Rm 3:21, o apóstolo Paulo, que também era judeu,


usa essa mesma expressão, em inequívoca referência ao
testemunho de todos os livros desde Gênesis até Malaquias
sobre aquela que, para seus sagrados escritores de então, era
ainda a futura vinda do Messias Salvador. Relembremos, que o
Novo Testamento ainda não existia, e que, aliás, o próprio
Paulo foi o autor que mais contribuiu com seus inspirados
escritos para sua posterior formação. Fica, pois, mais outra vez,
demonstrado o uso judaico da expressão “a Lei e os Profetas”
para significar “Antigo Testamento”.

Não há, definitivamente, como negá-lo:

“A Lei e os Profetas” é um denominativo dado pelo povo


judeu à coleção de livros sagrados usados por eles, formada
pela parte das nossas Bíblias que compreende desde
Gênesis até Malaquias. Por isso, dizer “A Lei e os Profetas”
é a mesma coisa que dizer “o Antigo Testamento”. São
expressões sinônimas.

Então, ao lermos o já citado texto de Lc 16: 16 onde Jesus


disse que “a Lei e os Profetas vigoraram até João”,
podemos, sem medo de faltar com a verdade de Deus, que
“nosso Antigo Testamento, desde a primeira palavra de
Gênesis até ao ponto final de Malaquias, durou até João”.
37
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

3o. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar apenas


até João Batista?

Por causa do Novo Pacto de Salvação pela Graça que o


próprio soberano Deus havia prometido introduzir, desde os
tempos do Antigo Testamento através dos seus santos profetas,
tal e como ficou registrado em Jr 31:32, assim:

“Eis que vem dias, diz o Senhor,


e firmarei Nova Aliança com a casa de Israel
e com a casa de Judá (a tribo de Davi e de Jesus).
Não conforme a aliança que fiz com seus pais
no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra
do Egito,
Porquanto eles anularam a minha aliança,
não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor”.

Eis aí o grande motivo.

Deus tinha prometido firmar esta NOVA Aliança, e sua


palavra não pode falhar: Em algum momento na história da
humanidade deveria chegar o cumprimento desta fiel promessa
do Senhor. E, quando quer que chegasse esse momento,
haveria oposição dos que não compreenderiam a mudança a ser
realizada por Deus através de seu Servo humano Jesus, de
acordo com o que também profetizara Isaías desde o versículo
1 do capitulo 52 até ao versículo 8 do capítulo 54 do seu livro.
Segundo esta profecia, seu Servo o Messias (em grego, Cristo),
seria oprimido, humilhado e sacrificado pelos detentores do
38
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

poder decisório da nação dos seus irmãos judeus, os quais, não


vendo nele especiais aparência ou formosura da qual se
agradassem, o desprezariam, o rejeitariam, e, não fazendo caso
dele (do seu próprio tão esperado Messias), lhe designariam a
morte com os perversos. Morte dessa da qual continuam
participando todos quantos de uma ou outra maneira se opõem
à plena vivência do Pacto da Graça entre os convertidos a
Cristo, por não terem visto ainda toda a majestade e esplendor
da sua aparência e formosura ESPIRITUAL.

Deus tinha prometido uma NOVA Aliança, e, em algum


momento da nossa história humana deveria acontecer que, “por
um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa da sua
fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa
alguma) e, por outro lado, se introduz esperança superior,
pela qual nos chegamos a Deus”. Sendo que, “quando se diz
Nova (Aliança), torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que
se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer”
(Hb 7:18-19 e 8:13). Esse momento da nossa história foi
marcado pela confluência espaço-temporal de duas pessoas:
João Batista (o último profeta do Antigo Testamento) e Jesus
de Nazaré (o Servo-Messias que implantaria, sobre o exclusivo
mérito da sua própria vida derramada na cruz como Cordeiro
de Deus superior aos cordeiros usados nos sacrifícios do
Antigo, este Novo Pacto da Graça em que a vida eterna nos é
dada, junto com todo o pacote de bênçãos materiais que fazem
também parte dessa herança gratuita outorgada em Cristo.

O próprio Senhor Jesus, ai mesmo em Lc 16:16, ensina que,


passado o vigor da “Lei e Profetas” no tempo dessa histórica
39
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

confluência, ocorreria o estabelecimento de um novo regime de


relacionamento entre Deus e os homens: O do Evangelho!

Qual Evangelho?

Ora, o Evangelho do Reino de Deus, que nos traria a vida


eterna que a Lei não dava, e que fora anunciado desde o
princípio, já desde aquele remoto tempo em que Satanás tirou
das mãos de Adão o domínio que o Criador lhe dera sobre toda
a Terra, conforme fiel registro bíblico sagradamente inspirado
em Gn 1:28 e 3:15. Durante o tempo descrito em todo o
Antigo Testamento da Bíblia, todos os servos do Altíssimo
Deus esperaram se alegrar com a Boa Notícia (Evangelho)
da chegada do “descendente da mulher” que cumpriria esta
promessa. De Gênesis a Malaquias, todo ser humano fiel ao
Deus de Adão, Noé, Abraão, Isaque e Jacó fundamentou sua
fidelidade na esperança de ver cumprida essa profecia sobre a
vinda do Messias. Este era o Evangelho que todos eles
esperaram, e que somente o servo e profeta João Batista teve o
privilégio de introduzir, apresentando ao povo “o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo e que batiza com o Espírito
Santo” (Jo 1:29-33).

O Evangelho de eterna Salvação espiritual, mental e física


(material), derivada única e exclusivamente do ministério da
Graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o vitoriosamente
ressuscitado Filho de Deus, o Messias... e jamais da “Lei e
Profetas”!
40
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Até à chegada do Messias Jesus de Nazaré à Terra, quem


reinava aqui desde a Queda de Adão era Satanás, de acordo
com o ensino divino em 1Jo 5:19, onde, excetuando os
resgatados por Cristo, diz: “O mundo inteiro jaz no
Maligno”. Esta foi uma realidade reconhecida pelo próprio
Senhor Jesus no episódio da tentação no deserto: Lá, quando o
Diabo lhe ofereceu todos os reinos do mundo, dizendo-lhe
que toda a autoridade e glória desses reinos lhe foram
entregues, e, por isso, ele podia dá-las a quem ele quisesse,
Jesus não lhe retrucou alegando que tal afirmação fosse
mentirosa! Simplesmente se negou a adorá-lo, afirmando-lhe
que a adoração e o serviço somente devem ser dados a Deus.
Não caiu, como caem hoje os ambiciosos cobradores do
Dízimo, na tentação de se dedicar a acumular bens deste
mundo; pelo contrário, ensinou enfaticamente contra tal
acúmulo em sua gloriosa palavra de Mt 6:19-34, que esses
mercenários parecem não ter lido nunca.

E foi esse o reinado que Jesus arrancou das mãos de


Satanás quando, morrendo injustamente na cruz, voltou
ressuscitado do abismo, vencedor sobre todos os poderes do
Império das Trevas. Tendo participado da mesma fraca
condição de carne e sangue que tinha a humanidade
quando o Diabo a derrotou no Jardim do Éden fazendo cair
Adão e Eva, nessa mesma carne e sangue fracos derrotou a
“Serpente antiga” e a Morte, para livrar a todos nós, que
desde aqueles nossos primeiros pais já nascíamos
escravizados a tal maldição (Hb 2:14-15), sem que o Pacto
da Lei ou qualquer outra coisa pudesse nos libertar.
41
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

É por causa desta obra gloriosa, que somente ele e mais


ninguém realizou, que a Sagrada Palavra é enfática em nos
declarar que é única e exclusivamente através dele que
recebemos a Graça de Deus, a Verdade e a Salvação plena,
para que não nos deixemos confundir pelos que, por torpe
ganância, misturam as coisas diante do povo ingênuo,
ensinando-o a depender de outros meios ou leis ou preços para
receber as bênçãos. O que está escrito, é:

“A Lei foi dada por intermédio de Moisés; a Graça e a


Verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17);

“Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém


vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6);

“Este Jesus é a pedra viva (da Obra viva de Deus)


rejeitada por vós, os construtores (os líderes religiosos),
a qual se tornou pedra angular (do “edifício” vivo, que é
a Igreja ou Corpo de Cristo). E não há salvação em
nenhum outro; porque abaixo do céu não existe outro
nome dado aos homens, para que alcancem a salvação
(isto cai justamente sobre os que querem se salvar ou
sair de situações financeiras miseráveis em nome de
Moisés, ou em nome de Jeová, ou seja lá no ‘outro’
nome que for. Então, se não querem crer, arranquem
este trecho do Evangelho!)” (At 4:11-12);

“Aquele que não poupou nem Seu próprio Filho, antes


por todos nós o entregou (ao castigo e morte que
merecíamos pelos nossos pecados), porventura, não nos
42
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dará gratuitamente com ele todas as coisas?” (Rm


8:32);

“O Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue,


a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua
Graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós
em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o
mistério da Sua vontade, segundo o beneplácito que
propusera em Cristo, de fazer convergir nele,
quando chegasse a plenitude dos tempos, todas as
coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:6-
10)

Chega, pois, de Caminhos de confusão ao estilo dos ilusórios


merecimentos pessoais de Caim, ou de capacidades salvadoras
e abençoadoras estranhas às que Deus estabeleceu única e
exclusivamente em Jesus!

Chega de deturpações!

Chega de pregações contrárias à inteira Graça salvadora da


obra já realizada pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

Chega de querer anular a Graça de Deus, e ainda acusar de


hereges aos que a pregamos.

Quando ele disse: “A Lei e os Profetas (isto é, o Antigo


Testamento) vigoraram até João Batista” (Lc 16:16), ficou
inegavelmente claro que, incluídas as nossas naturais
necessidades cotidianas, estava sendo introduzido um novo
43
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

regime de relacionamento entre os homens e Deus, no qual


“todas as coisas” que você precisa, tanto as bênçãos do Céu
como as da Terra, comida, vestido, casa, trabalho e saúde,
Deus Pai as reuniu em Cristo Jesus, para que este as dê, de
graça, a todos quantos, confiando nele, tornam-se fiéis
seguidores seus (Mt 6:31-33; Rm 8:32).

O quê significa “de graça”?

Significa: GRATUITAMENTE!

Não existe Graça onde existe um preço ou uma obrigação a


ser cumprida para poder receber a bênção!

O pecador é salvo de Graça e, já convertido à Cristo, também


de Graça é abençoado, tanto com as bênçãos do Céu, “como
com as da Terra”!

“De Graça... OU SEJA, SEM ESSE HERÉTICO


CONDICIONAMENTO À PRÉVIA OBEDIÊNCIA DE
MANDAMENTOS E ESTATUTOS DO ANTIGO
TESTAMENTO, SEM TRIBUTOS, SEM TAXAS, SEM
COBRANÇAS DE DINHEIRO, SEM DÍZIMOS, SEM
PENITÊNCIAS E SEM SACRIFÍCIOS EM TROCA DA
BÊNÇÃO A SER RECEBIDA, tal e como estava
profetizado em Is 52:3 e 55:1-3, e em Jr 31:31-34.

Era a este mesmo regime da Graça que Jesus se referia


em Lc 16:16, quando declarou aos legalistas fariseus que,
chegado o momento em que a ‘Lei e os Profetas’ deixavam
44
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de vigorar, “desde esse tempo vem sendo anunciado o


Evangelho do Reino de Deus”.

Isso significa que, à Antiga Aliança da Lei dada no Monte


Sinai, seguia-se agora outra, nova e diferente: A DA GRAÇA
SALVADORA E ABENÇOADORA EM CRISTO!

E, como acontece sempre em toda mudança de uma aliança


para outra que é chamada de “nova” e “diferente”, a que
entrava em vigor, nem era igual à que caducava, nem
constituía um remendo nela. Se fosse igual ou constituísse
um remendo da anterior, não poderia ser chamada de “nova”,
nem de “diferente”.

Na seqüência histórica, o que aconteceu foi a implantação


de uma nova e diferente aliança, que nada mais tinha a ver
com a anterior quanto a normatizar ou regrar a forma de
viver e de se relacionar o homem com Deus.

Foi algo realmente novo.

Realmente diferente.

Algo realmente original.

No Pacto da Graça em Cristo Jesus, o “novo” e “diferente”


oferecido mediante a obra redentora da cruz era,
essencialmente, algo que toda a “Lei e Profetas” (Antigo
Testamento) podia apenas anunciar, mas jamais conceder:
45
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A fonte da vida eterna: Jesus em nós!

Desde Gênesis até Malaquias, nenhum gesto humano ali


registrado, nenhum servo de Deus ali mencionado,
nenhuma lei ali escrita, recebeu do Altíssimo e Soberano
Deus o poder ou autoridade de nos conceder essa vida
eterna que é Jesus dentro de nós.

Somente à Aliança da Graça em Cristo foi dado tal


glorioso poder (Jo 5:21-24).

A concessão da vida eterna aos homens desfaria


radicalmente os mortais efeitos da obra maligna efetuada
por Satanás sobre Adão e Eva, lá no Jardim do Éden. E nos
planos de Deus, isto estava reservado somente para a
Aliança ou Pacto da Graça, na qual a fonte de todas as
bênçãos espirituais e materiais é Cristo! (Rm 8:32).

Cada nova aliança que Deus introduziu na história da


humanidade, constituiu-se sempre numa nova e diferente
“dispensação”, um termo bastante apropriado que alguns
teólogos gostam de empregar nos seus discursos.

Utilizando-o nós também neste contexto, perguntamos: Qual é


o significado real desse termo “dispensação”?

A autorizada “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das


Assembléias de Deus nos responde muito bem esta pergunta
da seguinte maneira:
46
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“...Dispensação. Isto é, os métodos pelos quais Deus


agiu para com os homens em diferentes épocas e sob
diferentes circunstâncias...Uma dispensação (Ef 1:10)
é um período de tempo em que o homem é provado
com respeito à sua obediência e alguma revelação
específica da vontade divina. Sete de tais dispensações
podem ser discernidas. A primeira foi a da Inocência: o
homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a
uma lei simples, e advertido das conseqüências da
desobediência (Deus fez prova do homem). A mulher
caiu pelo orgulho; o homem, deliberadamente (1Tm
2:14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas,
mas a Dispensação da Inocência terminou com o
julgamento e expulsão (Gn 3:24). As outras
dispensações são: Da Consciência (Gn 3:23); do
Governo humano (Gn 8:20); da Promessa (Gn 12:1); da
Lei (Ex 19:9); da Graça (Jo 1:17); do Reino (Ef 1:10)”
– (Páginas 18 e 19, explicando Gênesis);

“...sobre o verdadeiro lugar do Velho Testamento:


Convém agora apreciar devidamente os dois
Testamentos. Precisamos estudar o Antigo para ver o
que Deus fez, e o que Ele é. Nessa parte das Escrituras
acharemos um protesto solene contra a idolatria e uma
prova de que ninguém pode ser justificado pelas
obras da Lei; e, além disso, uma manifestação gradual
da vontade divina e do plano da redenção. Por todas
estas razões devemos estimar o Antigo Testamento,
mas devemos também lembrar de que inspirados
escritores, comparando-o com o Novo, falam dele em
47
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

termos de importância transitória. A Antiga


Dispensação, à parte do seu cumprimento na Nova, é
“obscuridade”, “carne”, “letra”, “escuridão”, “os
rudimentos do mundo” (Gl 4:3), ao passo que no
Evangelho há “luz”, “espírito”, “liberdade” e “um
reino celestial” – (Páginas 9 e 10, na Introdução).

Compreendida e aceita a excelente explicação acima dada,


vemos, pois, claramente, que os conteúdos e condições de cada
uma dessas duas dispensações ou alianças confrontadas no
desenvolvimento deste nosso trabalho (Lei e Graça), são
diferentes, e, portanto, diferentes deverão ser, também, seus
efeitos: Enquanto a Antiga buscava preservar os judeus em
obediência à Deus na vida terrena, que é deste mundo visível,
como uma forma de mantê-los preparados para a chegada do
Messias, A NOVA OBJETIVA TRANSMITIR, ATRAVÉS
DESTE MESSIAS JÁ CHEGADO, A VIDA CELESTIAL,
ISTO É, ETERNA, A SEUS SEGUIDORES.

É preciso, então, que haja em cada um de nós o


conhecimento cabal do conteúdo e condições ou normas
desta Dispensação ou Aliança da Graça em que nos
correspondeu viver, para não deixar brecha aos falsos
mestres, introdutores das confusões e enganos legalistas que
hoje cerceiam a fé genuína da cristandade mundial com seus
ensinamentos fora do contexto do Plano de Deus para nós.
Quem conhece bem o significado realmente bíblico da
expressão “A Lei e os Profetas” (como inegável sinônimo de
Antigo Testamento) e compreende a gloriosa magnitude
eternal das bênçãos espirituais e materiais envolvidas no
48
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

autêntico Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, estará


apto para ser uma pessoa verdadeiramente liberta pela
verdade divina (Jo 8:32), e jamais cairá ingenuamente sob a
lábia voraz dos mercenários devoradores de almas e de bolsos
que, por enfermiço amor ao dinheiro e ao deslumbrante
poder mundano que este outorga, deturpam sem qualquer
escrúpulo a Palavra de Deus, apresentando-se aos ignorantes
como servos ou ministros de um Espírito Santo a quem
jamais ouviram, apenas para enganá-los e fazer deles fonte
de lucro (1Co 2:9-14; Fp 1:15-17; Tt 1:10-11; 2Pe 2:1-3).

É preciso saber aonde nos conduz a Graça de Deus em


Cristo.

E preciso é, também, saber aonde conduzia a Lei dada por


Deus no Antigo Testamento, para evitar confusões que venham
escurecer e limitar o desfrute da Graça por parte do povo de
Deus em Cristo.

A confusão gera a morte espiritual e, só por este motivo,


somos obrigados a concluir que ela vem do Diabo, e não de
Deus.

De Deus não procede treva ou confusão alguma.

Conforme visto, Deus é Luz, e enviou seu Messias na pessoa


do Verbo feito carne, Jesus de Nazaré, para que seu povo veja,
compreenda e viva essa Luz.
49
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Somente ao Diabo interessa que o povo não compreenda o


significado real dos termos e expressões com que Deus nos
promete, sem preços adicionais ao sacrifício de Cristo, todas
as bênçãos da Aliança da Graça, tanto as espirituais, quanto as
materiais.

Somente ao Diabo interessa anular os efeitos salvadores,


vivificantes e abençoadores dessa eterna e toda-suficiente
Graça, porque sabe que ela verdadeiramente salva almas,
arrancando-as das suas garras, de modo definitivo, total e
eterno.

Aos seguidores de Jesus, interessa-nos conhecer toda a


verdade sobre o ministério dele e da sua Graça, porque: “ela
nos libertará” de toda forma de mal e miséria.

A Lei do Antigo Testamento,


sem excetuar nenhum dos seus estatutos e ordenanças,
seja do Dízimo ou qualquer outra,
jamais libertou ninguém da morte.
Só deu o conhecimento do pecado (Rm 3:19-20)
(algo que hoje quem faz é o Espírito Santo - Jo 16:7-9)
Só castigou.
Sua sentença era: “A alma que pecar, essa morrerá”.

Já Jesus veio para o contrário: Para dar Vida.

Embora ambos ministérios, o da Lei (no Antigo Testamento)


e o de Jesus (no Novo Testamento), tivessem sido ordenados e
estabelecidos pelo próprio Deus, suas finalidades e vigor eram
50
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

diferentes: Por um lado, essa Lei foi dada para dar ao homem
conhecimento do seu pecado, a fim de que assim pudesse
reconhecer seu estado de culpa e condenação (Rm 3:19-20).
Por outro lado, Jesus Cristo veio para redimir o mesmo homem
dessa culpa e dessa condenação, para, depois de resgatado
mediante a conversão, dar-lhe o Espírito Santo prometido no
Antigo Testamento, para nele habitar fazendo-o assim
participante da natureza divina (Gl 3:13-14; 2Pe 1:3-4).

A vida eterna para qualquer membro da raça humana estava


só em Jesus, por disposição do próprio Deus já manifestada
assim desde o princípio em Gn 3:15 quando disse que seria o
“descendente da mulher” (o Messias) quem desfaria a fatal
obra realizada pela “Serpente antiga” quando induziu Adão ao
pecado e, portanto, à queda na morte. Isto é confirmado assim
pelo apóstolo Paulo em Ef 1:9-10, ao afirmar que Deus já tinha
o propósito de reunir todas as coisas em Cristo, “tanto as do
Céu (a Vida eterna) como as da terra (bênçãos materiais)”.
Por isto, vindo ele à Terra, o Velho Pacto se foi, e o Novo
chegou, plenamente suficiente para o estabelecimento do Reino
eterno, constituído pelos eternizados filhos de Deus, de acordo
com o afirmado em Jo 1:12-13 e com as promessas de Fp 3:20-
21; 1Jo 3:1-3; 1Co 15:49-57 e outras muitas passagens bíblicas.

Independentemente do erudito palavreado dos legalistas


judaizantes dos tempos atuais, a mudança de um pacto para o
outro já aconteceu, e os que vivem o Novo conhecem agora
seus poderosos efeitos de transformação de vida, de vivificação
através da real presença e habitação do Espírito de Cristo nos
seu interior (Jo 7:38-39) e de concessão gratuita de toda sorte
51
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de bênçãos materiais. É lastimoso saber que não ocorre assim


com os que querem continuar sob o regime da lei do Antigo
Testamento (Gl 5:4), algo que lamentavelmente está
acontecendo com muitos que se dizem cristãos, envolvidos na
confusa pregação do remendo velho em pano novo (Mt 9:16).
52
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”
53
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 2

“NÃO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA


GRAÇA”!

“Nossa fé evangélica está sendo hoje


atacada de muitas direções diferentes. No
mundo ocidental, o inimigo repudiou a
violência; ele não vem a nós com a espada
e o porrete; vem agora sorrindo,
trazendo presentes. Eleva os olhos para
o céu e jura que crê também na fé
possuída por nossos pais; mas seu
verdadeiro propósito é destruir essa fé, ou,
pelo menos, modificá-la até ao ponto de
não mais conter o elemento sobrenatural
que antes continha”
(A. W. Tozer, no seu livro “Deus fala com
o homem que mostra interesse” -
Editora Mundo Cristão - Brasil)

Desde o início do seu ministério, o Senhor Jesus fez questão


de deixar bem sentada a realidade de que ele veio para
cumprir a Lei, essa mesma que jamais qualquer outro
homem cumpriu. Suas palavras, desde tal início, foram:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim


para revogar, vim para cumprir... porque nem um i ou um til
passará da Lei até que tudo se cumpra”.
54
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

O cumprimento de uma tarefa, qualquer que seja, demonstra


a indiscutível superioridade daquele que a cumpre sobre ela.
Assim, cumprir a Lei, significa ser superior a ela.

Porquanto nenhum ser humano comum tinha sido nem será


jamais superior à Lei, absolutamente ninguém tinha podido
nem poderá cumpri-la. Pelo contrário, todos éramos réus das
suas sentenças de morte contra o pecado, porquanto todos
nascemos pecadores desde a queda no Paraíso do nosso comum
pai original, Adão, conforme ensinam-nos Rm 5:12; 1Jo 1:8;
Rm 3:19-20 e Rm 7:13-14.

A vinda de Jesus de Nazaré era a presença na Terra do Verbo


encarnado que, segundo Jo 1:1, “era Deus”; isto é, sua presença
na Terra era a presença do superior próprio autor da Lei. Era a
presença daquele que era, é, e será superior por todo o
sempre a Moisés, através de cujo ministério foi ela dada
(Hb 3:1-6), superior aos anjos (Hb 1:5-6) e superior a tudo
quanto foi criado (Hb 1:2-3; Cl 1:15-18; Jo 1:3).

O Filho Jesus Cristo é superior a tudo porque é o Verbo


divino (Jo 1:1, 14)!

O Verbo divino, por “ser Deus” (Jo 1:1), é superior à Lei e a


tudo o mais que foi criado por ele mesmo.

“O Verbo era Deus”, e “por meio dele foram feitas todas as


coisas”, nos atesta Jo 1:1-3!
55
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Através dele foi feito Moisés, foi feita a Lei, e tudo o mais
que existe neste Universo todo (Hb 1:2).

E não somente foi tudo feito por ele, mas continua sendo ele
mesmo quem sustenta todas as coisas existentes (Hb 1:3).

Por causa dessa absoluta superioridade do Filho de Deus


sobre todas as coisas, incluída a Lei dada através de Moisés aos
israelitas, foi que ele usou do privilégio exclusivo de pôr seu
“PORÉM” à letra dos Mandamentos, quando disse: “Ouvistes
que foi dito aos antigos: Não matarás, não adulterarás, não
jurarás falso, etc... Eu, PORÉM, vos digo”.

Esse “PORÉM”, posto por ele sobre a palavra da Lei,


constituiu uma expressa e incontestável demonstração pessoal
da sua superioridade sobre ela. Ninguém mais poderia fazer
isto, e continuar a viver eternamente, a não ser ele, o próprio
autor dela.

Qualquer outro que ousasse pôr esse “PORÉM” à Lei,


estaria hoje tão morto como estão Buda, Maomé ou Nietzsche,
por exemplo.

E foi ele, o próprio divino e superior autor, quem disse:


“Vim cumpri-la”.

Por que isto?

Quê necessidade havia de que O Verbo de Deus se


56
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

encarnasse e viesse, como o homem Jesus de Nazaré, para


cumprir essa Lei que ele próprio tinha dado aos homens?

Não bastaria que os seres humanos tentássemos cumpri-la


com sinceridade de coração?

Não !

Não bastaria que os humanos tentássemos cumpri-la, por


mais sinceros que fôssemos, porque, conforme veremos ao
longo desta leitura, o ministério da Lei não era o de ser
cumprida por estes seres mortais que somos, mas o de nos
demonstrar nossa natural impossibilidade de realizar qualquer
exigência da vontade de Deus, por causa da nossa inata
escravidão ao pecado (At 15:10; Rm 3:19-20; Rm 7:13-14), a
fim de que, assim conhecendo o abismo de nefastas trevas em
que nascemos, sentíssemos a real necessidade que temos de um
Salvador vindo do próprio Deus, que não tivesse os
impedimentos que há em todos nós, inatos pecadores vindos do
caído Adão, totalmente incapazes de vencer por nós mesmos a
morte e a irremediável inclinação ao mal de que fala Rm 7:21-
24.

E esse Salvador veio, e cumpriu à risca todo o castigo que


a Lei determinava sobre nós, por causa do nosso pecado (Is
53:5; Gl 3:13). Subiu à cruz assumindo e carregando os
pecados de todos nós, desse modo fazendo-se ele, o autor da
Lei, um maldito da Lei em nosso lugar (Rm 3:21-24; Rm 8:1-
4), de graça, sem nada nos cobrar, até porque nem sequer
tínhamos nascido quando isso aconteceu (Ef 2:1-9)!
57
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Veio, e demonstrou ser superior a tudo e a todos, até á


própria morte, morrendo como o pior, sentenciado pelos
pecados de todos os seres humanos; não dele próprio, porque
ele jamais pecou. Mostrou ser superior até à Lei de Deus,
cumprindo-a!

Se ele não a tivesse cumprido, nem sequer seria nosso


Salvador, mas apenas mais um louco fracassado que
prometera algo que não podia cumprir; ademais, tampouco
Deus o teria ressuscitado, visto que não cumprir a Lei
representa pecar contra ela, e a inabalável sentença do
Senhor contra os que transgrediam sua Lei era: “A alma
que pecar, essa morrerá”. Assim, se falhasse na sua missão
de cumprir a Lei, Jesus seria mais um pobre coitado, como
qualquer um de nós, digno de morte. Mas graças a Deus
porque ele não fracassou: Ele conseguiu chegar até à cruz
sem transgredi-la, quer dizer, sem culpa de pecado pessoal
que o obrigasse a ficar nas garras da Morte. Daí, o quê é que
a justiça de Deus podia fazer? Ora, levantá-lo da Morte!
Deus o levantou, e com esta vitória se tornou nosso Salvador,
porque tudo isso ele padeceu em nosso lugar, apenas para
nos livrar do Império das Trevas e da Morte (Hb 2:14-15).Aí
se cumpriu a profecia divina de Gn 3:15, e se cumpriu,
também, toda a finalidade da Lei, dando, em Cristo, todo o
merecido castigo a todos os pecadores deste mundo.

É neste sentido que a doutrina apostólica nos ensina que o


pleno cumprimento da Lei é Cristo (Rm 10:4). E se ele já
58
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

satisfez a Lei plenamente, o fez por nós, para que não sejamos
mais exigidos ou cobrados por ela, devido a ter ele honrado
com sua própria vida todas as exigências e cobranças dela
contra nós. Como a Lei não podia morrer por ser santa e
eterna, nós é que precisávamos morrer em cumprimento das
suas sentenças. E nós já morremos: No corpo de Cristo nos
tornamos co-participantes da sua morte, segundo a palavra de
Rm 7:4 que diz: “morrestes relativamente à Lei por meio do
corpo de Cristo”, ou a de Gl 2:19, tanto faz, que também diz:
“porque eu, mediante a própria Lei (que condenou Cristo
como pecador pelos meus pecados, sem ser ele mesmo
pecador) morri para a Lei” .

Mas o conhecimento desta real e gloriosa superioridade do


ministério de Cristo é alheio a muitos que se lançam á pregação
sem um suficiente trato com a reveladora presença viva e
vivificante do Espírito do nosso Salvador Jesus. Eles,
geralmente, adquirem algumas noções meramente teóricas
sobre a mensagem do Evangelho, e, nessa lamentável condição
de neófitos, doutrinariamente despreparados, se dedicam ao
ensino, como se mestres fossem, de uma realidade cristã que
jamais viram, nem ouviram, nem lhes foi posta por Deus no
coração. Desta forma, abre-se nas igrejas do nosso tempo uma
brecha enorme ao Pai da Mentira, o Diabo, que não
desaproveitará nunca tal oportunidade de confundir a mente
destes inaptos para causar, através dos tais, o desvio e a queda
de muitos no seio do cristianismo. Nada foi jamais tão eficiente
arma nas mãos de Satanás na sua luta contra a Igreja como um
59
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pregador neófito e auto-suficiente. Até nos exércitos do mundo,


soldado sem treino não vai à guerra, porque, se for, não
somente morre ele, como ocasiona a morte de outros
companheiros. Assim também, no caminho do espírito o
despreparo espiritual e a ignorância foram, desde o início, o
portal preferido da morte. Foi assim com Eva, foi assim com
Caim, e por sempre assim será.

É por esse portal que o Diabo tem conseguido introduzir seus


ensinos legalistas no seio de uma Igreja que, de lábios,
confessa-se da Graça, mas na prática está toda enredada em
tradições e imposições advindas da Lei dada por Deus ao povo
de Israel no Monte Sinai, as quais, implacavelmente cobradas
dos fiéis pelos judaizantes defensores do vigor atual do
legalismo bíblico, vem causando estragos e esfriamento cada
vez mais visíveis entre os cristãos, porque, de acordo com Gl
3:21, nenhuma lei recebeu jamais o poder de dar a ninguém
vida eterna, e, devido a isto, nenhum seguidor da Lei será
jamais capaz de viver a perfeita vontade de Deus, pelo que
terminará sempre apenas descobrindo sua pessoal culpa
pecaminosa, e desanimando diante da impossibilidade de viver
sem pecar. Os estragos e esfriamento que estão causando esses
neófitos metidos a mestres, insensíveis ao genuíno mover do
Espírito e incapazes por isso de perceber a diferença entre o
que é autenticamente espiritual e o que é apenas mental, não
são discernidos por eles. Sem tal discernimento, o Pai da
Mentira faz a festa, e consegue o que quer: Uma cristandade de
fachada, como os túmulos caiados aos que comparou Jesus os
fariseus do seu tempo, que externamente louva ao Salvador
entre as quatro paredes das igrejas, mas na vida cotidiana vive
60
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

compartilhando do que satisfaz ao mundo caído: O pecado!


Com o passar do tempo, e pelas brechas assim abertas através
do “ministério” desses neófitos despreparados, vem
acontecendo de maneira cada vez mais generalizada a
dissimulada intromissão de avarentos e megalomaníacos no
ministério destas igrejas cristãs, os quais tem influído para que
algumas verdades fundamentais do Evangelho do nosso
Senhor Jesus Cristo sobre o que deveria ser a vida normal sob a
atual Nova Aliança da Graça, fossem, na prática, postas de
lado, porque estorvam o afã de lucro deles, como também
advertia já décadas atrás o conhecido profeta moderno A. W.
Tozer: “O cristianismo sem Cristo parece contraditório, mas
ele existe como um fenômeno real em nossos dias. Muito do
que está sendo feito em nome de Cristo, é falso em relação a
Ele, sendo concebido pela carne, incorporando métodos
carnais e buscando fins carnais... a fim de prover uma
fachada santa para as atividades carnais e enganar os
ouvintes ingênuos” (‘O homem: Habitação de Deus’, Editora
Mundo Cristão — Brasil).

Eis ai a abrumadora realidade que estamos vivendo: A carne


entronizada em nossos púlpitos evangélicos, disfarçada de
profunda e humilde espiritualidade.

Porém, para consolo dos que tem verdadeira sede das coisas
eternas, ainda estamos em tempo, enquanto o Arrebatamento
não chegar, de retomar a genuína pregação da Graça nos
nossos púlpitos, voltando àqueles fundamentos doutrinários
apostólicos inspirados pelo Espírito Santo, e mostrando-os com
o exemplo vivo no comportamento cotidiano onde quer que
61
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

estejamos, para que as pessoas ao nosso redor possam ter


outros elementos mais elevados de comparação e
compreendam que sem essas estruturas doutrinárias básicas
deixadas pelos apóstolos de Jesus, uma igreja será apenas um
edifício mal construído sobre a incerta areia movediça da
vontade carnal, ou, em outras palavras, um caldo de cultivo
propício ao surgimento de novas heresias, que, cada vez
melhor disfarçadas de ensino divino, matarão as ovelhas,
conforme o Diabo quer.

Nós, movidos pelo mais urgente e transcendental propósito


de ajudar a remover tudo quanto é movediço neste nosso
deformado cristianismo contemporâneo, a fim de que a solidez
da vida espiritual volte ao glorioso Corpo de Cristo do qual
fazemos parte, trazemos à tona, a seguir, três dessas
menosprezadas verdades FUNDAMENTAIS, que, depois de
compreendidas, contribuirão mais ainda a deixar clara a total
ausência de compromisso ou obrigação de parte dos cristãos
com a observância de quaisquer leis, mandamentos ou
exigências de qualquer espécie pertencentes ao texto do Antigo
Testamento, visando a salvação ou a recepção das bênçãos
prometidas por Deus ao seu povo hoje. Vejamos:

1ª. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE NO MESMO


REGIME GRATUITO DOS APÓSTOLOS DE
CRISTO, E NÃO SOB O ANTIGO REGIME DAS
OBRAS DA LEI:

Aproveitando a ingenuidade e angustiosa sede espiritual das


62
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

multidões ignorantes em relação aos verdadeiros propósitos e


planos divinos para conosco, os “ministros” que pregam o
legalismo no seio das igrejas cristãs estão misturando nos seus
discursos a palavra da Vida trazida exclusivamente por Cristo
Jesus (Jo 1:17; 5:24; 6:63; 14:23-24; At 4:11-12; 1Tm 2:5),
com a palavra da condenação à morte como castigo pelo
pecado, dada por Deus ao povo de Israel através de Moisés
(2Co 3:7-9). Ou seja, estão misturando a mensagem da
justificação e vivificante salvação gratuita trazida pelo
Cordeiro de Deus (Ef 2:1-9; 2Co 3:4-6; Rm 8:32), com a
mensagem do Antigo Testamento, que em nenhuma das suas
passagens, ordenanças ou estatutos teve jamais a incumbência
ou o poder de transmitir a vida eterna, “porque – conforme o
ensino apostólico original - se fosse promulgada uma lei que
pudesse dar vida, a justiça (para concessão da eternidade), na
verdade, seria procedente dessa lei; mas a Escritura (ou seja, o
Antigo Testamento, porque até aqui não existia o Novo)
encerrou tudo sob pecado, para que mediante a fé em Cristo
fosse concedida a promessa (da vida eterna e as bênçãos
decorrentes) a todos os que (nele) crêem” (Gl 3:21-22).

Se consciente ou inconscientemente só Deus sabe, esses tais


mestres da pregação legalista estão ignorando o ensino
apostólico de que “o homem não é justificado por obras da Lei,
e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus (na sua obra redentora).
Não por obras da Lei, pois por obras da Lei ninguém será
justificado" (Gl 2:16). Se de boa fé ou maliciosamente, isso
também só Deus sabe, esses modernos fariseus desconhecem
que, ainda segundo os apóstolos, os genuínos cristãos
63
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“morremos relativamente à Lei por meio do corpo de


Cristo”, para agora, libertados da Lei, servirmos a Deus em
novidade de Espírito e não na caducidade da letra (isto é, da
Lei; não apenas da que chamam de ‘Cerimonial’, mas também
da ‘Moral’, como prova a referência ali, nesse trecho de Rm
7:1-7, ao ‘NÃO COBIÇARÁS’ dos Dez Mandamentos)”. E,
como para não deixar dúvidas em relação a este vital assunto
da total exclusão da Lei antiga na Nova Aliança da Graça, a
Sagrada Escritura, no Evangelho escrito pelos apóstolos de
Cristo, corta todo o vão palavrório deles com estas
insofismáveis palavras:

“Dizei-me vós, os que quereis estar sob a Lei: acaso


não ouvis a Lei? Pois está escrito que Abraão teve dois
filhos, um da mulher escrava, e outro da livre. Mas o da
escrava nasceu segundo a (vontade da) carne; o da livre,
mediante a promessa (gratuita de Deus). Estas duas
cousas são alegóricas (figurativas): porque estas duas
mulheres são (ou representam) duas alianças; uma,
na verdade, se refere ao Monte Sinai (ou seja, à Lei
‘Moral’ ou Decálogo, porquanto foi nesse monte que
o Senhor o deu a Moisés em duas tábuas de pedra)
que gera para escravidão; esta (“mulher” ou
aliança) é Hagar (a escrava que gerou Ismael). ORA,
HAGAR É (EM FIGURA OU ALEGORIA) O
MONTE SINAI (onde foi dada a Lei do Decálogo,
ou Lei ‘Moral’), e corresponde a Jerusalém
(geográfica) atual que está em escravidão (em pecado,
sem gozar o perdão do Cristo que rejeitaram). Mas a
64
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jerusalém lá de cima (os descendentes de Sara, a esposa


legitima de Abraão, os quais pela sua genuína
fidelidade a Deus na espera paciente do Messias
alcançaram salvação) é livre, a qual é nossa mãe;
porque está escrito: ‘Alegra-te, ó estéril, que não das á
luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque
são mais numerosos os filhos da abandonada, que os da
que tem marido. Vós, porém, irmãos, sois filhos da
promessa (feita por Deus GRATUITAMENTE a
Abraão, Sara e a seus descendentes - Gl 3:18) como
Isaque. Como, porém, outrora, o que nascera segundo a
carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito,
assim também é agora. CONTUDO, QUE DIZ A
ESCRITURA? LANÇA FORA A ESCRAVA (ISTO
É, A LEI DADA NO SINAI... O DECÁLOGO) E
SEU FILHO (OU SEJA O POVO QUE PERSISTE NA
LEI), PORQUE DE MODO ALGUM O FILHO DA
ESCRAVA (O POVO QUE PERSISTE NESSA LEI
DADA NO MONTE SINAI) SERÁ HERDEIRO
(DAS BÊNÇÃOS TANTO AS ETERNAS COMO
AS TEMPORAIS EM CRISTO) COM O FILHO
DA LIVRE (QUE SOMOS NÓS, O POVO DA
GRAÇA, OS SEGUIDORES DE JESUS). Para a
liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois,
firmes e não vos submetais de novo a jugo de
escravidão (da Lei dada no Sinai). Eu, Paulo, vos digo
que se vos deixardes circuncidar (ou impor qualquer
outro ponto da Lei, seja ele qual for, porque a Lei é
65
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

uma unidade indivisível, dada por Deus, e não pelos


caprichos ou mesquinhas necessidades da volúvel
vontade humana, e quem quiser guardar um só dos
seus estatutos terá de guardar todos os demais, ou
cairá sob a sentença escrita em Tg 2:10-11, que o
declarará culpado, e, portanto, réu de morte) Cristo de
nada vos aproveitará. De novo testifico a todo homem
que se deixa circuncidar (ou impor qualquer outro
estatuto da Lei), que está obrigado a guardar TODA a
Lei. DE CRISTO VOS DESLIGASTES VÓS QUE
PROCURAIS JUSTIFICAR-VOS NA LEI, DA
GRAÇA DECAÍSTES. Porque nós é pelo Espírito
(não pela caducidade da letra da Lei) que aguardamos a
esperança da justiça que provém da fé. Pois em Cristo
Jesus nem a circuncisão (os ensinamentos da Lei), nem
a incircuncisão (os ensinos dos gentios; ou seja, dos não
judeus que nascemos fora da Lei segundo ensina Ef
2:11-12) tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor
(e não pelos mandamentos da Lei). Vós corríeis bem;
quem vos impediu de continuardes a obedecer à
verdade (do Evangelho da Graça do nosso Senhor Jesus
Cristo)? ESTA PERSUASÃO (INCITANDO A NÃO
MAIS CONFIAR NA SUFICIÊNCIA TOTAL DA
GRAÇA QUE HÁ EM JESUS, PARA PASSAR A
CONFIAR NOS REMENDOS DA LEI) NÃO VEM
DAQUELE QUE VOS CHAMA (ENTÃO, É
LÓGICO QUE VEM DO DIABO). Um pouco de
fermento (ou ensino adulterado no seu mais genuíno
66
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

significado original) leveda toda a massa (isto é,


termina dando à vida do cristão, assim deturpadamente
ensinado, um progresso meramente artificioso, falso,
porque não veio como fruto da operativa vontade
ATUAL de Deus)” (Gl 4:21 - 5:9)

Como vemos, o que a mensagem apostólica nos diz nestas


transcendentais palavras do Evangelho, sem desmerecer o fato
de que ambos pactos foram estabelecidos por Deus embora
para épocas diferente, é que a Aliança da Lei e a Aliança da
Graça NÃO PODEM TER CABIDA NUM MESMO
CORAÇÃO HUMANO PORQUE SÃO PACTOS
INCONCILIÁVEIS DEVIDO ÀS OPOSTAS FORMAS DE
REGIMENTAR A VIDA DAQUELES QUE ESTIVESSEM
SOB ELES: OS QUE ERAM DA LEI, OBEDECIAM
OBRIGANDO A VONTADE DA SUA PRÓPRIA
NATUREZA CARNAL; OS QUE SÃO DA GRAÇA,
MOVIDOS PELA FORÇA DO AMOR RECEBIDO DO
ALTO, OBEDECEM E VIVEM PELA GUIA E PODER DO
ESPÍRITO SANTO, QUE NORTEIA SEUS CAMINHOS
CONFORME OS PROPÓSITOS DE DEUS.

SOB ESTA IMPORTANTE BASE É QUE DEVEMOS


COMPREENDER QUE ERAM PACTOS DADOS PARA
TEMPOS E POVOS DIFERENTES: O PACTO DA LEI
ERA PARA O POVO DE ISRAEL; E O PACTO DA
GRAÇA ERA PARA OS CRISTÃOS, QUER DIZER, PARA
OS SEGUIDORES DE CRISTO. O cristão é uma criatura
que, antes de “nascer de novo”, morre para a Lei “mediante a
própria Lei, no corpo de Cristo”, quando este foi crucificado
67
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pelos sacerdotes, legítimos ministros judeus dessa Lei daquele


tempo, faz já 2.000 anos. Quem não quiser aceitar esta morte,
não é cristão; antes, é ainda o velho homem, vivendo na carne.
Ora, se o cristão morreu para a Lei, então tem que permanecer
morto para a letra dela, a fim de viver para Cristo pelo Espírito
eterno que o próprio Cristo derramou nele. Voltar para a letra
da Lei, será desprezar a guia do Espírito; e, sem esta guia, nem
há vida em nós, nem somos filhos de Deus, de acordo com a
taxativa lição de Rm 8:9-14. A correta compreensão disto é
essencial para se obter o genuíno conhecimento da graciosa
“verdade que liberta”. Não compreender a inconciliabilidade
desses dois pactos trará sempre fatal confusão espiritual nas
vidas daqueles que misturam as instruções de um com as do
outro pacto, convictos de estar melhorando com remendo
velho o pano novo.

Se o Plano de Deus fosse conciliar esses dois pactos, o da


Lei e o da Graça, a Sagrada Escritura assim o diria
abertamente, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas. Porém,
o que a Escritura diz abertamente é o contrário: Que é
impossível conciliar os dois pactos; que jamais foi propósito
de Deus fazer uma fusão do Pacto da Lei com o Pacto da
Graça; que eles são duas alianças completamente alheias
uma da outra, e que “de modo nenhum” a herança das
bênçãos eternas dantes prometidas à descendência de Abraão
serão concedidas aos seguidores da aliança da Lei, porque
tais bênçãos são exclusivamente para os genuínos seguidores
da Aliança da Graça, a qual Deus estabeleceu somente em
Jesus. É POR ESTE MOTIVO QUE FOI ESCRITA ESSA
68
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DURÍSSIMA PALAVRA:

“LANÇA FORA A LEI (‘A ESCRAVA’) E OS SEUS


SEGUIDORES (‘O FILHO DA ESCRAVA’)”.

“Lançar fora” não significa puxar para dentro da Igreja!

É pôr para fora mesmo!

Não há, pois, como se render aos ardilosos argumentos dos


legalistas, sem cair na mentira. Afinal de contas, eles nem são
tão criativos assim: Seus “eruditos” discursos são, hoje, os
mesmos de Jerusalém no passado, quando Paulo e Barnabé
tiveram que ir lá debater contra este mesmo tipo de erro,
conforme nos mostra o registro da reunião conciliar apostólica
de At 15:5-11, trecho no qual, referindo-se á tentativa
judaizante de obrigar os cristãos gentios ao cumprimento da
Lei de Moisés (versículo 5), o apóstolo Pedro argüiu contra
essa heresia, dizendo nos versículos 10-11:

“Por que tentais a Deus (com a tentativa de implantar a


Lei na Graça), pondo sobre a cerviz dos discípulos um
jugo (o da Lei de Moisés) que nem nossos pais puderam
suportar, NEM NÓS? Mas cremos que fomos salvos
pela Graça do Senhor Jesus, como também aqueles o
foram”.

“Fomos salvos pela Graça” é uma afirmação muito


significativa no contexto desse trecho. Ora, o que estava sendo
69
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ali discutido era a necessidade de os discípulos de Jesus


cumprirem os mandamentos e instruções da Lei para receberem
as bênçãos espirituais e materiais por ele prometidas. Quando
Pedro disse ser “tentar a Deus” esse afã de implantar a Lei na
Igreja de Cristo Jesus, porque é pela Graça que devemos viver,
implicitamente está afirmando que dessa Graça advém toda
bênção que possamos precisar, sem termos de depender de
um jugo (o da Lei), que o próprio Pedro confessa não ter
sido capaz de cumprir, com aquele “nem nossos pais, nem
nós” do versículo 10.

Isto tudo significa que todos os objetivos da Graça são


alcançados, pelo cristão que vive em genuína comunhão com o
Espírito de Jesus, sem ter de efetuar esses legalistas sacrifícios
materiais, financeiros, ou seja lá da espécie que for, porque
nesta Nova Aliança da Graça todas as bênçãos do Senhor
advém como fruto gratuito do trabalho que o próprio Deus
está efetuando na vida dos seus servos, sobre a suficiente
base, fundamento ou preço da obra redentora de Cristo
Jesus, já consumada desde antes que cada um de nós
nascesse, conforme ensina-nos o Evangelho quando diz:

“Ele vos deu (não diz vendeu) vida, estando vós


(ainda) mortos nos vossos delitos e pecados... Deus,
sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor
com que nos amou e estando nós (ainda) mortos em
nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo -
pela Graça sois salvos - e juntamente com ele
(Cristo) nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares
70
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos


vindouros a suprema riqueza da Sua Graça (não diz ‘da
Sua Lei’), em bondade para conosco, em Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé (não
mediante as obras da Lei, incluída a obra de dar o
Dízimo, porque, segundo Gl 3:12, ‘a Lei não procede
da fé’) e isto (a fé) não vem de vós, é dom de Deus;
não de obras (como a de dar esse Dízimo), para que
ninguém se glorie” (Ef 2:1-9).
"Visto como pelo Seu divino poder (não pelo poder das
nossas próprias obras, nem pelo cumprimento dos
estatutos da Lei) nos tem sido doadas (não vendidas
nem dadas como prêmio à nossa fidelidade à Lei) todas
as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo
conhecimento completo daquele que nos chamou
para sua própria glória e virtude (e não para a prática
das obras da Lei, sejam elas quais forem, incluída a
obra do Dízimo), pelas quais nos tem sido doadas (não
diz vendidas, nem dadas em recompensa aos nossos
pessoais esforços para pagá-las) as Suas preciosas e mui
grandes promessas (promessas que, se doadas, tem de
ser gratuitas, e gratuito há de ser seu cumprimento)
para que por elas vos torneis co-participantes da
natureza divina” (2Pe 1:3-4).
"Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes por
todos nós o entregou, porventura não nos dará
gratuitamente (leia bem: gratuitamente!) com ele
todas as cousas?” (Rm 8:32).
71
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Tudo, pois, na Nova Aliança da Graça, é gratuito em Cristo


Jesus, segundo a doutrina apostólica. Por isso, quem tentar
comprar as bênçãos da Graça, com o que quer que seja,
será rejeitado... como foi Caim.

O dom gratuito de Deus deve ser recebido sempre como o


que é: Um dom (um presente) gratuito. Tentar pagá-lo
ofende ao Doador e menospreza o sangue de Jesus.

Essa incondicional e fundamental gratuitidade foi


insistentemente ensinada, confirmada e defendida com
destemor, ao custo da própria vida, por todos os apóstolos do
Senhor, que nos livros e cartas do Novo Testamento, nos
animam a vivê-la, sob a amorosa ação transformadora do
Espírito Santo, acentuando sempre o fato de que na lei nada
era gratuito; de que, pelo contrário, tudo era decorrente do
que cada um fazia pelo seu próprio e pessoal esforço,
conforme diz, por exemplo, em Rm 10:5, confirmando a total
inconciliabilidade dessas duas alianças, com as seguintes
palavras:

“O homem que praticar a justiça (ou seja, a


instrução) decorrente da Lei, viverá por ela” (por
essa prática da instrução da Lei; além do mais,
referia-se a um viver apenas terreno).

Note bem o leitor que isto é reconfirmado com a afirmação


que diz:
72
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“A Lei NÃO PROCEDE DA FÉ”,

o qual nada tem a ver com a outra afirmação que enfatiza:

“O meu justo viverá PELA FÉ”.

E nada tem a ver, apenas pelo simples motivo de que Deus


jamais planejou que o Pacto da Graça fosse parecido com o
Pacto da Lei.

O Pacto da Lei tinha o custo da prática das obras que ela


exigia.

O Pacto da Graça só exige aceitar e descansar na obra da


redenção já plenamente realizada pelo Senhor Jesus,
desfrutando gratuitamente das bênçãos que ele já pagou com
seu sacrifício faz 2.000 anos. Nós, os cristãos, não realizamos
qualquer esforço para ser perdoados, nem para receber o
Espírito da Vida eterna, nem para ser curados as vezes que
Jesus já nos curou de diversas doenças, nem para ser
ressuscitados em nome de Jesus como alguns de nós já fomos,
nem para ter o pão de cada dia, a roupa, o carro, a casa, ou
qualquer outra bênção dentre todas as que ele já nos deu.
Apenas permanecemos nele porque o amamos, e desfrutamos
da vida fazendo com natural alegria e prazer o que ele nos dá
para realizar no dia-dia. Não por obrigação, mas pelo gratuito e
prazeroso querer que o Espírito faz surgir dentro de nós,
conforme explicado em Fp 2:13 e 1Ts 5:23.

Sendo, pois, tudo gratuito, ninguém deveria ser tão


73
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ingênuo de se deixar explorar ou escravizar à prática de


sacrifícios que Deus não ordena hoje a nenhum dos
seguidores de Cristo. Mas, para surpresa nossa, não é o que
acontece. Na prática, as multidões parecem gostar de quem
lhes impõe sacrifícios extras e lhes arranca em nome de Deus o
suado dinheirinho do pão de cada dia para estabelecer
fastuosos impérios religiosos pelo mundo inteiro, dentro de
cujos luxuosos e acolhedores templos os miseráveis ingênuos
sentem-se como se estivessem diante da glória do próprio
Deus, sem perceber o psicológico engano em que estão
submergidos: Luxo no templo com o suor de quem tem os
filhos passando fome em casa... algo chocante, que nem Jesus
nem seus apóstolos ordenaram. Pelo contrário, é o que mais
energicamente vem condenando Deus através dos seus profetas
desde os tempos do Antigo Testamento. É aquilo de “pastores
comendo a gordura das ovelhas”...

Mas tudo isso ocorre porque as pessoas, simplesmente,


não sabem como trilhar o Caminho da Graça.

E não o sabem por mera ignorância das Sagradas Escrituras,


impedidos assim de discernir as diferenças de conteúdo e efeito
existentes entre o Pacto da Lei e o Pacto da Graça (Os 4:6-14;
Jo 20:31). “O povo tropeça na falta de conhecimento”. Mais
uma vez na repetitiva história.

Se o povo conhecesse bem a mensagem apostólica da Bíblia,


esses abusos que estamos presenciando seriam bem menores,
porque todos conheceriam exatamente o que Deus realmente
74
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pede e espera de nós, os fracos seres humanos, nesta Nova


Aliança da Graça que fez conosco mediante o sacrifício
redentor de Cristo Jesus, e não mediante nossas boas obras nem
mediante a nossa obediência a qualquer lei do Antigo
Testamento. A maioria de nós nem sequer conhecia o texto dos
10 Mandamentos quando recebemos o Espírito Santo.

Para mitigar essa ignorância da mensagem apostólica, o povo


“cristão” precisa abandonar seu desleixo espiritual e passar a
dedicar mais tempo à leitura da Palavra de Deus, dando assim
lugar a que se cumpra nele a tão manuseada sentença:
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32).
Enquanto for ignorada, a verdade de Deus não poderá libertar
ninguém, porque a promessa de Jesus diz que ela liberta
quando conhecida. Se as multidões continuarem confiando em
leis do Antigo Testamento que jamais deram vida a ninguém
ou em meias “verdades” meramente humanas, carnais, não
serão libertadas da sua escravidão ao pecado, à Morte, às
doenças e às forças malignas que agem através do interesseiro
fingimento dos mercenários que pregam pelo dinheiro,
ensinando mentiras inspiradas pela vontade do Enganador,
apenas para lhes arrancar o salário do bolso.

Confiar num homem que contradita a palavra apostólica,


por mais Pastor, Presbítero, Bispo ou Vigário que se intitule,
continuará sendo o “confiar no homem” à que se refere a tão
famosa sentença bíblica: “Maldito o homem que confia no
homem” (Jr 17:5), porque tal confiança termina sendo traída e
usada para explorar a vida dos ingênuos. É o que acontece no
caso dos cobradores do Dízimo: Eles contraditam o que é uma
75
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

das maiores glórias do ministério salvador e vivificante do


nosso Senhor Jesus Cristo, que é justamente essa sua absoluta
gratuitidade anunciada desde os tempos antigos em Sl 49:7-9 e
Is 52:3, para permitir o franco acesso a todos os pobres deste
mundo, conforme a resposta que deu Jesus a João Batista (Mt
11:3-5) e a mui especial recomendação que fizeram os
apóstolos de Jerusalém a Paulo, quando este foi lá esclarecer os
mal-entendidos causados por legalistas que não compreendiam
o significado completo da Aliança da Graça (Gl 2:1-10).
Anular essa gratuitidade das bênçãos oferecidas no Evangelho
do Senhor Jesus é, por isso, um dos mais nojentos pecados
destes fariseus modernos, que, como aqueles do tempo de Jesus
de Nazaré, desconhecem o legítimo sentido das palavras do
Supremo Mestre (Mt 7:15-23) que definem muito bem o fim
que terão todos eles no dia do Juízo Final:

“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos


apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são
lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis...
toda árvore boa produz bons frutos (quando fala,
profetiza ou obra de acordo com a genuína Palavra
divina); porém, a árvore má produz frutos maus
(falando e profetizando coisas que Deus não mandou).
Toda árvore que não produz bons frutos (todo falso
profeta que não fala ao povo a verdade de Deus, mas
mentira, segundo lhe convém) é cortada e lançada ao
fogo (no dia do Juízo Final: eles não perdem, pois, por
esperar). Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no
reino dos Céus (Pergunte cada um a si mesmo: Eu faço,
76
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ou finjo que faço a vontade de Deus? Eu vivo e prego a


verdade de Deus para hoje, em Jesus, ou estou vivendo
e pregando verdades que correspondiam à Antiga
Aliança, criando nos cristãos o mito de que elas ajudam
à Salvação e recepção de bênçãos na Nova Aliança que
Deus fez gratuitamente conosco em Seu Filho Jesus,
sem depender de qualquer Lei?. Lembre: ‘De Deus
ninguém zomba’). Muitos, naquele dia (do Juízo), me
dirão (reclamando sinceramente assustados,
decepcionados e irados, como Caim, também sincero
porém errado, zangou-se porque Deus não aceitou seu
padrão carnal de andar na vontade do Criador): Senhor,
Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu
nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em
teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de
mim os que praticais a iniqüidade”.

Releia bem: “Nunca conheci... os que praticais a


iniqüidade”.

O que você anda praticando?

A bondade de Deus?

A iniqüidade?

Antes de responder a essas perguntas, e para poder discernir


em qual tipo de conduta você anda, é necessário que saiba qual
era, perante Deus, a iniqüidade praticada por esses falsos
77
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

profetas citados por Jesus nesta passagem.

Note bem que, em primeiro lugar, embora eles pregassem


sobre Jesus e usassem seu nome para ordenarem aos demônios
saírem das pessoas, o próprio Senhor Jesus já os identifica
como sendo "por dentro lobos roubadores", isto é,
saqueadores do melhor que as suas ovelhas produzem. Eles,
apresentando-se como ministros do Evangelho, tiram o
dinheiro dos cristãos, dizendo que é o Espírito de Jesus quem
os manda cobrar o Dízimo, quando, segundo a verdade
apostólica, essa taxa não existe no Corpo de Cristo, composto
pelos filhos de Deus aqui na Terra (Mt 17:25-26; Rm 3:21-24;
Gl 3:21-29). Por causa dessa iniqüidade, quer dizer, por causa
de se aproveitar eles da pregação da palavra do Evangelho
cristão para arrancar o dinheiro do bolso dos ingênuos, é que,
entre outros males que praticam, naquela hora do Juízo Final
serão negados perante o Pai e os anjos pelo Senhor Jesus.

Em segundo lugar, você deve notar que o Senhor Jesus se


refere a uma outra forma de vida iníqua neles, quando usa a
expressão: “nunca vos conheci”, indicando que eles, na
realidade, não eram de Cristo. Isto significa que eles, apesar de
se dedicarem à pregação e de fazerem um montão de coisas
usando o nome de Jesus, eram pessoas como aqueles amantes
do lucro aos que se refere Paulo em 1Tm 6:3-5, e que na
Carta de Judas (Jd 1:11-19) são chamados de sensuais, quer
dizer, pessoas sem o Espírito Santo, colocando-os assim sob o
peso da tremenda sentença apostólica que afirma: “quem
não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8:9),
78
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

devido a que os que realmente somos de Cristo “fomos todos


batizados em um só Espírito”, o de Jesus (1Co 12:13), e a que
“aquele que se une ao Senhor (Jesus) é um mesmo espírito
com ele” (1Co 6:17). Ora, se o cristão é um mesmo espírito
com Cristo, então Jesus deve conhecer como seus àqueles
que tem o Espírito Santo... e aos que não o tem, não os
conhece como seus, conforme dá a entender a dedução
obrigatória em relação às virgens sem ‘azeite’ (que ali
simboliza o Espírito Santo) de Mt 25:1-12, e a mais aberta
declaração já citada de Rm 8:9, segundo a qual um suposto
cristão que não tem este Espírito divino é apenas uma
farsa, um túmulo caiado que por fora é tudo limpinho e
perfumado, sendo porém por dentro um mero portador
inconverso da morte em que todos nós nascemos. A estes,
mesmo que saiam por aí fundando igrejas numericamente
grandes, Jesus haverá de declarar, perante o Pai eterno e
perante todos os anjos: ‘não vos conheço’. E, nessa final
hora, não existirá oportunidade de apelação para ninguém, por
mais bilhões de dólares que tenha acumulado aqui na Terra,
porque não existe forma de apelar contra as sentenças do Juiz
de juízes, que julgará conforme à Verdade a todos quantos hoje
desprezam sua Salvação pela Graça, e cuja Palavra permanece
para sempre. Eis aqui um grande motivo pelo qual ninguém
deve sair por ai pregando sem, antes, ter recebido
realmente o batismo bíblico com o Espírito Santo, do
mesmo modo que tampouco o fizeram os apóstolos do
Senhor, tal como ensina-nos o texto de At 1:4-5, 8, já que a
ministração da Graça salvadora, seja em palavras ou em
atos, pertence ao Espírito Santo, e não propriamente aos
homens ou instrumentos escolhidos por ele para serem seus
79
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ministros aqui na terra. Não somente nos discípulos, mas


também em Jesus de Nazaré e em todos os profetas e
patriarcas do Antigo Testamento, foi sempre o Espírito
eterno do nosso Criador quem fez as obras, quem deu a
sabedoria e quem anunciou as cousas futuras, segundo
testifica o Evangelho, dizendo:

“Nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade


humana, entretanto homens devotados a Deus falaram
da parte dele MOVIDOS PELO ESPÍRITO SANTO”
(2Pe 1:21).
“Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de
vós, com milagres, prodígios e sinais, OS QUAIS O
PRÓPRIO DEUS REALIZOU por intermédio dele
entre vós” (At 2:22).
“DEUS ESTAVA EM CRISTO RECONCILIANDO
CONSIGO O MUNDO” (2Co 5:19).
“Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E
também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o
mesmo. E há diversidade nas realizações (genuínas de
Deus), mas O MESMO ESPÍRITO É QUE OPERA
TUDO EM TODOS. A manifestação do Espírito é
concedida a cada um visando um fim proveitoso... mas
UM SÓ E O MESMO ESPÍRITO (SANTO)
REALIZA TODAS ESTAS COUSAS” (1Co 12:4-
11).

Sendo assim, que é um só e o mesmo Espírito Santo quem


tudo realiza na obra de Deus, e não o homem, como poderia
um servo de Deus contradizer a palavra do seu Senhor,
80
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Salvador, Mestre, Guia... enfim, seu tudo?

Isso é impossível.

Seria fruto mau... Fruto de falso profeta (“Pelos seus


frutos os conhecereis”).

O discípulo verdadeiro é um seguidor do seu Mestre e dos


seus apóstolos; não um contraditor deles. O Senhor Jesus o
dizia: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra (Jo
14:23). E “guardar”, no melhor sentido bíblico, é obedecer,
seguir... não contraditar.

Quem contradita a Jesus e seus apóstolos NÃO É UM


DISCÍPULO GENUÍNO DE CRISTO. Pelo contrário, é
como ele disse, um que não ama ao Senhor: “quem não me
ama, NÃO GUARDA as minhas palavras” (Jo 14:24). Nisto
se conhece, também, um falso mestre: Ele não é um fiel
seguidor da palavra de Jesus. Os que por ganância dedicam-
se preferentemente à pregação das partes da Bíblia que, antes,
nos tempos do Antigo Testamento, exigiam dinheiro do povo
de Israel, são falsos mestres. Se alguém se apresentar a você
como pregador do Evangelho de Jesus, pondo preço às
bênçãos de Jesus através da obediência a leis financeiras do
Antigo Testamento, saiba logo que esse é um falso profeta,
um falso ministro, e, por exigir o dinheiro do pão dos
pobres famintos e necessitados em nome de um Deus que
nada está cobrando por essas bênçãos, é também um
espécime da pior laia de mercenário da face da Terra: O
81
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mercenário espiritual, que faz das almas um objeto de


comércio para o enriquecimento pessoal, amparando-se em
leis nacionais sobre a liberdade de cultos mal elaboradas
por legisladores que desconhecem as realidades espirituais.

DEUS NÃO SE CONTRADIZ:

SE O ESPÍRITO SANTO ESTÁ EM ALGUÉM,


JAMAIS IRÁ ENSINAR ATRAVÉS DELE UMA
DOUTRINA QUE CONTRADIGA A SAGRADA
ESCRITURA QUE ELE PRÓPRIO INSPIROU!

Por isso, repetimos: Sempre que houver contradição


contra a palavra de Jesus na pregação ou ensino de alguém,
saibamos que esse tal, assim seja o pregador mais famoso
do mundo, não é ministro de Deus. Antes, como está escrito
(2Co 11:13-15), "os tais são falsos apóstolos, obreiros
fraudulentos, transformados (disfarçados) em apóstolos de
Cristo, E não é de admirar, porque o próprio Satanás se
transforma (disfarça) em anjo de luz. Não é muito, pois, que
os seus próprios ministros se transformem em ministros da
justiça; e o fim deles será conforme às suas obras (não
“conforme à sua pregação”, pois ‘dizem, mas não fazem’,
vivendo uma farsa religiosa, sem terem realmente recebido
o Espírito Santo, embora finjam tê-lo).

Aqueles aos que Jesus dirá: "Apartai-vos de mim. Nunca vos


conheci”, são todos, aqui nesta Terra, ministros fingidos que
dizem ter o Espírito Santo, quando, na verdade, jamais o
receberam (ou, se receberam, perderam, como diz Hb 6:4-
82
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

6, por causa do seu idolátrico amor ao dinheiro). Eles,


inescrupulosamente, aprenderam a fingir tudo: Pregar a palavra
sob uma apenas teatral “inspiração” do Espírito Santo; orar
pelos doentes contando apenas com a fé do próprio povo,
porque eles, em si mesmos, não tem o poder do Senhor para
expulsar a doença; expulsar demônios usando a fé coletiva dos
fiéis, porque eles mesmos, sozinhos, carecem da autoridade
espiritual para isso; falar, de memória, algumas palavrinhas em
supostas línguas estranhas (copiadas de outros irmãos que
realmente as falam), para que todos creiam que sua
espiritualidade é autêntica. O pior de tudo é que as ovelhas
estão despreparadas para este tipo de tenebrosa farsa, e
caem no engano, tornando-se, com extrema facilidade,
dóceis vítimas do comércio de almas desses vendilhões. Por
isto, não importando quantos fariseus se zanguem, é preciso
“virar as mesas”, como Jesus virou (Jo 2:14-16; Gl 1:10). E a
melhor forma de fazê-lo, é alertando o povo sobre a plena e
absoluta gratuitidade da Salvação do nosso espírito, da nossa
mente e do nosso corpo, apenas através da obra de Jesus
Cristo que por nós se encarnou e por nós padeceu para nos
prover essa preciosa Graça que agora eles querem
mercadejar, abusando da ingenuidade das ovelhas, que, na sua
natural ignorância, desconhecem as diferentes formas em que
Deus determinou a concessão das suas bênçãos antes, no tempo
da Lei, e agora, no tempo da Graça. No tempo em que a Lei
vigorava, desde Moisés até à vinda de Cristo Jesus, toda
benção tinha um preço a ser pago pelos cidadãos da nação de
Israel que a quisessem receber; esse preço, no mínimo,
consistia de obras pessoais que de algum modo deveriam ser
realizadas por cada um para poder recebê-la; mas, mesmo
83
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

assim, esses cidadãos jamais tiveram ao alcance a vida eterna


através dessas obras; os benefícios eram todos limitados a esta
vida terrena. Já no tempo da Graça, toda bênção, incluída a
prosperidade financeira dos fiéis, tem também um preço;
só que tal preço foi pago já na cruz do calvário por Cristo
Jesus. E esse preço, na verdade, foi muito alto: A VIDA DO
FILHO DE DEUS; ele a derramou na cruz, e o preço ficou
pago, de uma vez por todas, para sempre, eternamente, pois
Cristo, “pelo seu sangue, entrou no Santo dos Santos, uma
vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9:12). A
verdade de Deus nos diz que, nesse ato sem igual e glorioso,
Jesus, “perdoando todos os nossos delitos, obteve a vida
(eterna) para nós, cancelando o escrito da dívida (pelos
pecados) que era contra nós (‘dívida’ essa que era cobrada
por intermédio da Lei, com a morte: “A alma que pecar,
essa morrerá”) e que constava de ordenanças, prejudicial a
nós, removendo-o inteiramente, encravando-o na cruz, e,
despojando os principados e potestades (do poder que
exerciam sobre nós através do medo à morte, segundo Hb
2:14-15), publicamente os expôs ao desprezo, triunfando
deles na cruz (desde então, quem estiver em Cristo Jesus é
mais do que vencedor”, desfrutando da vitória ‘já
consumada’ dele). Ninguém, pois, vos julgue por causa de
comida ou bebida, ou de dia de festa, ou lua nova, ou sábados
(ou qualquer outro ponto da Lei, seja qual for, pois a
remoção foi “inteiramente”), porque tudo isso tem sido
sombra das cousas que haviam de vir. O corpo, porém, é de
Cristo” (Cl 2:13-17). “Assim, já não sois estrangeiros ou
peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de
Deus” (Ef 2:19). “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher,
84
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

nascido sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de


filhos. E, porque sois filhos, enviou Deus aos nossos
corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai. De
sorte que já não és escravo (da Lei), porém filho e, sendo
filho, também herdeiro por Deus” (Gl 4:4-7). Ora, ninguém
é filho por preço, nem herdeiro por preço. “Os filhos estão
isentos”, grita ainda Jesus, nos ouvidos de todos os que
querem saber da verdade (Mt 17:25-26).

Sendo, pois, que a palavra dos apóstolos inspirados pelo


Espírito Santo ensina que todas as bênçãos da Aliança da
Graça (incluída a prosperidade financeira, se Deus achar
ser ela necessária e proveitosa para nós) foram já pagas
com o sangue do Filho de Deus na cruz, inspirados por qual
maligno espírito de contradição vem agora estes vendilhões
cobrando em nome de Deus um outro preço por essas
bênçãos espirituais e materiais? Será que mentem o Pai, o
Filho, o Espírito Santo e todos os apóstolos de Cristo ao
proclamar que é de graça, “para que ninguém se glorie”?
(Rm 8:32; Ef 2:8-9). Ou mentem, pelo contrário, os
vendilhões do templo, que tudo fazem para arrecadar mais
e mais dinheiro e poder, e, sem qualquer escrúpulo,
chamam de hereges aos que lhes combatem essa sua
mercenária pregação deturpada das palavras contidas na
Bíblia?

O óbvio é que Deus não mente!

Antes, “seja Deus verdadeiro, E MENTIROSO TODO


HOMEM” (Rm 3:4).
85
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Mentem, isso sim, os enganadores mercenários que, por mera


ganância e sede de poder, vão além do Evangelho pregado
pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus.

Mentem os que acreditam que o maior negócio do mundo


para quem tem boa lábia e poucos escrúpulos, é se dedicar à
pregação das palavras que estão contidas na Bíblia, fazendo
das suas promessas e da credibilidade que ela tem, fonte de
lucro. “Abrir igreja é melhor que abrir banco” – dizem.

Mentem todos quantos exigem dinheiro das ovelhas em


nome de um Deus que nada está nos cobrando a não ser a
tomada de posse do seu presente de salvação abençoadora,
obtido por um Salvador que tudo já pagou diante do Pai
por nós!

Por isto, porque nem Deus Pai nem Seu Filho nosso
Salvador nos cobram os benefícios concedidos na Nova
Aliança da Graça, foi que nenhum dos apóstolos exigiu
jamais o dinheiro das ovelhas em troca das bênçãos do
Senhor Jesus. Nenhum deles usou jamais trechos da Lei do
Antigo Testamento para cobrar taxas, tributos, impostos ou
Dízimos dos convertidos ao cristianismo. Leia o Evangelho
todo, e comprove esta fiel verdade. Eles, de graça receberam;
de graça deram. Nós, que afirmamos segui-los, devemos
também dar de graça, se é que, de fato, os seguimos!

2o. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE EM FIEL


86
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

OBEDIÊNCIA À INSTRUÇÃO DADA POR MOISÉS, DE


SEGUIR A JESUS E SUA GRAÇA:

Os mercadejadores da palavra de Deus que usam trechos de


Lei do Antigo Testamento para reunir fortunas e fundar
impérios religiosos às custas das crédulas ovelhas, atacam-nos
afirmando que nós não seguimos a Bíblia TODA quando, no
nosso trabalho evangelizador, não cobramos qualquer taxa,
imposto ou Dízimo. Nosso crime, para eles, é que “damos de
graça o que de graça recebemos”, ensinando o povo a
receber também de graça, e de graça dar o que Deus lhe
concede gratuitamente (Mt 10:8; 1Co 9:18; Ap 21:6). A
clara realidade, porém, é que esta pregação prejudica seus
interesses financeiros e, somente por este motivo, é que eles a
contestam com tanto furor. Na verdade, são eles que
desconhecem a Bíblia TODA. E, por desconhecê-la, são
incapazes de lhe compreender seu profundo significado.

“Pelos frutos” deles descobrimos sua ignorância e cegueira.

Se a compreendessem (e fossem bem sinceros na vocação


que de lábios para fora afirmam ter) mostrariam outro
comportamento em relação a esta pregação da Graça de Deus
em Cristo Jesus, nosso único e suficiente Salvador: A
aceitariam como verdadeira e a retransmitiriam às suas
ovelhas.

Porém, cegados pela ambição e avareza, eles não conseguem


enxergar a autêntica realidade escondida na mensagem da
Bíblia TODA. Não conseguem entender afirmações como esta
87
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

do apóstolo Paulo ao afirmar que “o fim da Lei (e dos


Profetas) é Cristo” (Rm 10:4), de modo que tudo quanto ali
foi ordenado ou profetizado apontava, em figura, a um único
alvo: O ministério salvador, vivificador e abençoador de
Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, e a sua posterior glória,
exaltado a Rei dos reis e Senhor de senhores (Cl 2:17; Hb
10:1; Cl 1:16).

Quando o Evangelho diz que Deus Pai tinha desde o


princípio o propósito de fazer convergir todas as cousas em
Cristo, tanto as do céu como as da terra (e isto inclui as
bênçãos materiais que precisamos no dia-dia), devemos ouvir
com seriedade, prestando atenção ao significado de cada
palavra, til, vírgula e ponto, pois é assim que toda a revelação
divina será cobrada aos homens no dia do Juízo Final, preceito
sobre preceito, regra sobre regra (Is 28:9-13). Não é a boca de
um homem mortal e sujeito ao erro, mas a Bíblia TODA, quem
nos diz que Deus tinha DESDE O PRINCIPIO esse propósito
FINAL de reunir TUDO em Cristo, e não em Moisés, nem na
Lei. Por isto, porque o propósito divino era reunir tudo em
Cristo e não na “Lei e Profetas”, esse seguir fielmente a
Bíblia TODA, de maneira harmoniosamente CONTEX-
TUAL, não pode significar nunca esse herético misturar as
ordenanças da “Lei e Profetas” com as instruções da
Graça. Estas duas alianças são diferentes, da mesma maneira
que diferentes são seus respectivos ministérios. Não cabem
remendos ou misturas da uma na outra. Os que pensam que
devem fazer tal remendo ou mistura estão, todos eles,
contraditando ao Senhor Jesus, aos seus apóstolos, e ao
Espírito Santo que inspirou toda a doutrina evangélica, a qual,
88
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

relembremos, ensina:

“A Lei e os Profetas vigoraram até João”.

“Não estais debaixo da Lei e sim debaixo da Graça”.

“Todos quantos são da Lei, estão sob maldição”.

“Por obras da Lei ninguém será justificado”.

“Morrestes relativamente á Lei mediante o corpo de


Cristo”.

“De Cristo vos desligastes vós que procurais


justificar-vos na Lei, da Graça decaístes”.

“Lança fora a Lei e o povo que persiste na Lei,


porque de modo algum os filhos da Lei serão
herdeiros juntamente com os filhos da Graça”.

Os errados são, pois, eles, que se negam a obedecer a


Sagrada Escritura TODA. Não nós.

Pelo contrário, mais obedientes à Bíblia TODA e à “Lei e


Profetas” somos nós do que eles, porque praticamos à risca as
ordens que o próprio Moisés deu ao povo num momento de
divina inspiração, dizendo:

“O Senhor teu Deus te suscitará um profeta do meio de


89
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ti, de teus irmãos, semelhante a mim: A ELE


OUVIRÁS... Acontecerá que toda alma que não
ouvir A ESSE profeta será exterminada do meio do
povo” (Dt 18:15-19; At 3:22-23)

Note bem o leitor que a ordem terminante de Moisés foi: “A


ele ouvirás”.

Moisés não disse: “A nós”.

Tampouco disse: “A ele e a mim” ou “A mim e a ele”.

Disse: “ A ele...”

Pela forma de expressar-se, entende-se claramente a


admissão de uma autoridade plena e inquestionável naquele
“profeta” que Deus levantaria dentre o povo judeu em tempos
posteriores ao de Moisés. Isto fica mais enfático ainda depois
que ele acrescenta a advertência dada pelo próprio Deus, no
sentido de que “aquele que não ouvir as palavras que o Pai
colocasse na boca deste “profeta” deverá dar contas a Deus,
sendo cortado do povo”. Este duro aviso já manifesta, por si só,
a superioridade do ministério deste “ele” sobre o ministério de
Moisés. Ou seja, o próprio Moisés não foi orgulhoso, e, em vez
de defender a suposta perenidade do seu ministério como a
defendem os legalistas de hoje, ele humildemente anunciou ou
profetizou a vinda futura do superior ministério de outro servo
de Deus, também profeta e libertador como ele, mas de uma
importância maior para os homens.
90
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

E quem é esse “ele” a quem Moisés ordenou ouvir quando


viesse?

Ora, é fora de discussão que trata-se do Messias.

Segundo a explicação da Bíblia TODA dada por Pedro em At


3:22-23, esse “ele” era o mesmo Jesus Cristo que em Mt
11:13 e Lc 16:16 nos ensinou que os mandamentos e
ordenanças todas da “Lei e Profetas”, isto é, do Antigo
Testamento, vigoraram ou duraram ATÉ João Batista!

E, ali, o apóstolo Pedro ainda releva a conseqüência de


que “quem não ouvir a esse ‘ele’ será exterminado do meio
do povo”, que aqui é, já nos tempos apostólicos, a Igreja, ou
“Corpo de Cristo” ao qual dizemos pertencer.

Ouve você a Jesus Cristo, deixando de lado o que durou ATÉ


João Batista para se entregar plena e abertamente ao Novo Pac-
to da Graça?

Ou é você dos que misturam a Graça com a Lei, pondo


remendo velho em pano novo, apenas para aumentar o estrago
já existente na sua vida, terminando exterminado do povo-
igreja de Cristo no dia do Arrebatamento, como igualmente
adverte essa mesma Bíblia TODA em Gl 5:4 e Rm 8:9-11?

Examine bem qual é a base ou fundamento da sua fé,


lembrando que, segundo a Bíblia TODA, “ninguém pode pôr
91
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

outro fundamento diferente de Cristo Jesus”, isto é, da sua


obra redentora e de seu atual ministério salvador e
abençoador (1Co 3:11).

A Lei do Antigo Testamento não é o fundamento da fé dos


cristãos.

Só Jesus é a pedra FUNDAMENTAL do novo “edifício” de


Deus, nova “casa”, novo “santuário” vivo, novo “povo” (Ef
2:19-22; 1Pe 2:4-5). E ‘novo’ não significa ‘remendado’, que
é o que alguns parecem entender (Mt 9:16-17). Jesus,
operando em nós hoje através do Espírito Santo, tem poder
suficiente para completar toda a obra que já começou em nossa
vida, não necessitando para nada do remendo da Lei.

Então, quem se diz seguidor da Bíblia TODA, incluindo ‘Lei


e Profetas’ ou Antigo Testamento, obedeça às ordens de
Moisés: OUÇA A JESUS; mas o ouça e obedeça em tudo o
que ele nos ensinou, e não apenas no que achar conveniente
para seus pessoais ou institucionais interesses, como faziam os
fariseus. Quem diz ser seguidor da Bíblia TODA, e não
segue a Jesus em tudo o que ele ensinou, é, no mínimo,
mentiroso e hipócrita, porque foi o próprio Moisés, na ‘Lei e
Profetas', quem mandou seguir a Jesus quando este viesse ao
mundo... E JÁ VEIO, FAZ 2000 ANOS!

Ouça a Jesus quando diz: “A Lei e os Profetas (ou Antigo


Testamento) duraram ATÉ João (Batista)”.
92
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Mas isto é algo que eles não querem ouvir, porque aí ficam
desprovidos de elementos doutrinários que façam o povo se
sentir obrigado a lhes entregar a grana. Eles fecham os
ouvidos para estas palavras e, quando não podem contestá-
las, gritam: Heresia!!!..

Assim mesmo gritaram contra Paulo.

Conclua então o leitor, diante de todas estas evidências


bíblicas, quem é que não segue a Bíblia TODA:

Somos nós que obedecemos ao ‘a ele ouvirás’ de Moisés?

Não.

São eles, os que, pretendendo seguir a ‘Lei e Profetas’ ou a


Moisés sob a malandra desculpa de que obedecem a Bíblia
TODA, desobedecem as ordens deste no que respeita a esse
seguimento da palavra de Jesus, o Messias.

Eles que, dizendo-se mestres da Bíblia TODA, ignoram, ou


na maior ‘cara de pau’, desobedecem o que a Bíblia TODA diz
à respeito da suficiência do Novo Pacto da Graça, de cujas
promessas e bênçãos Jesus é o mediador ÚNICO. Nem a
Moisés, nem a qualquer outro ser humano ou angelical, nem a
qualquer Lei ou ordenança do Antigo Testamento foi dado por
Deus Pai o privilégio dessa mediação. Foi dado somente ao
Filho, e ele no-las administra de graça. Perdem, pois, seu
tempo e sua vida todos quantos por esse caminho legalista
93
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

procuram alcançar essas bênçãos e promessas e aquela


plenitude no Espírito Santo que desfrutavam os cristãos
mostrados no Livros de Atos.

Por esse caminho, eles estão “separados de Cristo e decaídos


da Graça” (Gl 5:4).

3o. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE EM FIEL


OBEDIÊNCIA À INSTRUÇÃO DADA PELO PAI, DE
SEGUIR A JESUS E SUA GRAÇA:

Desde o princípio, a Bíblia inteira fala de um ministério


exclusivo, isto é, privativo, de Jesus Cristo; desta realidade
desprendia-se a autoridade que permitia a ele dizer, quando
veio, “ninguém pode vir ao Pai, senão por mim". Já no
próprio Livro de Gênesis (Gn 3:15) a promessa da vitória
sobre Satanás foi feita por Deus a um só: “O
DESCENDENTE DA MULHER”. Note bem que, nessa
sentença de Gn 3:15, não diz: ‘Os descendentes’, em plural,
como se fossem muitos. Diz apenas: ‘O descendente’, no
singular, referindo-se a um só. Quer dizer, não existiu jamais a
promessa de salvação em alguém ou algo que não fosse o
Messias (em grego: Cristo). Ou seja, se alguma vez Deus
tivesse outorgado a Vida eterna a alguém pelo seu mérito da
obediência às leis e mandamentos de Antigo Testamento, teria
se tornado mentiroso por causa da sua promessa em Gn 3:15.
Se os 10 Mandamentos nos permitissem alcançar essa Vida
eterna, eles estariam desempenhando o papel do Messias
prometido por Deus lá no Paraíso. Porém, agradecemos a Deus
94
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

por ter nos deixado palavras como as de Paulo em Gl 3:21 e


Rm 3:19-20, mediante as quais o Espírito Santo nos assegura
que Deus jamais deu a nenhuma lei esse ministério, porque
estava reservado para o prometido Messias. Um Messias único.
Um único Messias. Não dois, ou três, etc.

Segundo a Bíblia TODA, esse descendente “da mulher”


que obteve a vitória total e definitiva sobre o Diabo,
conforme fora prometido por Deus lá em Gênesis foi Jesus
de Nazaré.

Foi Jesus Cristo... Não Moisés, nem a Lei...

Leia como o Evangelho o identifica:

“Não diz: E aos descendentes, como se falando em


muitos, porém, como de um só: E ao teu descendente,
que é Cristo” (Gl 3:16).

“Visto, pois, que os filhos tem participação comum de


carne e sangue, destes também ele (Cristo), igualmente,
participou, para que, por sua morte, destruísse aquele
que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hb
2:14).

Cristo Jesus é, pois, ‘o descendente’ singular.

Histórica e biblicamente foi Cristo Jesus, somente ele, quem


obteve a vitória definitiva sobre o Diabo e seu abismal império
95
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de trevas e morte.

Ele, sozinho, enfrentou a Morte e a venceu.

Qual é o significado dessa vitória dele?

Essa vitória, tão anunciada desde o princípio, significa que,


desde a própria Queda do homem lá no Paraíso, já era a
vontade de Deus Pai que Jesus Cristo, E NÃO QUALQUER
OUTRO SER HUMANO OU ANGELICAL, OU
QUALQUER LEI, obtivesse a vitória final e definitiva sobre
esse mesmo Satanás que desde os tempos antigos de Adão e
Eva tenta, aflige, atribula e oprime à humanidade,
conduzindo-a à morte (Hb 2:5-9; Ef 1:9-12).

A ressurreição de Cristo e sua glorificação ao ser elevado ao


Céu e ali constituído Senhor sobre toda a criação, significa o
triunfo final, definitivo, sobre a Morte e sobre Satanás.

Significa triunfo definitivo sobre todos os espíritos tentadores


que não conseguiram faze-lo pecar.

Significa triunfo definitivo contra o espírito Devorador.

Significa triunfo total e definitivo contra quaisquer outros


espíritos ou poderes do império das Trevas.
96
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jesus é o vitorioso “descendente da Mulher” de Gn 3:15.

Você quer vitória sobre o espírito Devorador, que tanto


apavora os dizimistas, ou sobre quaisquer outras espécies de
espíritos malignos?

Não se preocupe: Jesus já obteve essa vitória... por você e


para você, sem lhe cobrar Dízimo algum!

A vitória que você quiser, sobre o mal que você tiver, seja
ele qual for, Jesus já a obteve... por você e para você, de
graça, apenas pelo suficiente mérito do seu sacrifício na
cruz!

E ele nos oferece participar dessa gloriosa vitória


mediante a fé, e não mediante a prática das obras da Lei (Rm
3:21-28; 5:1-2; Ef 1:22; Rm 8:32), porque, como ensina Gl
3:12, “a Lei não é da fé”. É por este motivo que Deus, tanto
no Antigo como no Novo Testamento, ou seja, na Bíblia
TODA que tanto nos cobram aqueles legalistas acusando-
nos de não conhecê-la, ordena ouvir ao Seu Filho por sobre
quaisquer outras vozes, incluídas todas as dos santos servos
que falaram através da “Lei e Profetas” (Hb 1:1-2; 3:1-6; Ef
1:9-10; 3:3-6; Mt 28:18). Isto abrange o último livro do Antigo
Testamento, escrito pelo profeta Malaquias. Jesus é o
Vencedor sobre Satanás e sobre a Morte, e, por isto, é nele
que estão providas para nós, DE GRAÇA, e pela exclusiva
vontade do Pai, todas as vitórias que santamente possamos
desejar ou necessitar na nossa existência, tanto as do Céu como
97
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

as da terra, incluída a prosperidade financeira que tanto


prometem às incautas ovelhas, como isca, os implacáveis e
vorazes cobradores do Dízimo. Ele não veio buscar essas
vitórias porque precisasse delas, mas apenas e exclusivamente
porque nos estávamos precisando delas desde o dia em que
Adão caiu lá no Paraíso. Não existe, pois, outro caminho
para alcançar as bênçãos espirituais e materiais do Pai, a
não ser Seu Filho Jesus Cristo. Já no Antigo Testamento o
Pai eterno nos dava a entender isto, quando anunciava a vinda
de Jesus no citado texto de Dt 18:15-19, dizendo por boca de
Moisés: “em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes
falará tudo quanto eu lhes ordenar. De todo aquele que não
ouvir as minhas palavras que ele lhes falar em meu nome,
disso lhe pedirei contas”. E é também a voz do mesmo Deus
Pai do Antigo Testamento quem, já no Novo Pacto,
continua apresentando Jesus Cristo como a fonte de todas
as bênçãos para nós, ordenando ouvir ao Filho por sobre
qualquer autoridade dantes concedida à “Lei e Profetas”,
representada por Moisés e Elias na passagem que a seguir
transcrevemos: “...toma Jesus consigo a Pedro e aos irmãos
Tiago e João, e os leva, em particular, a um alto monte. E foi
transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol,
e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro
a Jesus: ‘Senhor, é bom estarmos aqui; se queres farei aqui três
tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias (note
como Pedro colocava os três em igualdade de hierarquia)’.
Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu;
98
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

e eis, vindo da nuvem, uma voz (do Pai) que dizia: ‘Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo: A ele ouvi” (Mt
17:1-5). Esta é, pois, a soberana instrução do Pai, tanto no
Antigo como no Novo Testamento, ou seja, na Bíblia
TODA:

OUVIR O FILHO EM TUDO QUANTO ESTE DIZER,


por sobre qualquer outra hierarquia ou ministério
espiritual de quem quer que seja!

Está você fazendo isto na sua vida diária?

Está você ouvindo o Filho de Deus EM TUDO quanto ele


disse?

Ouve você com obediência a palavra do Filho quando ele


ensina que “a Lei e os Profetas (ou Antigo Testamento)
vigoraram até João Batista”?

Ou é você daqueles que insistem em continuar obedecendo


às palavras dos servos (Hb 3:5), aios (Gl 3:23-25), enfim, de
toda a “Lei e Profetas” que não mais vigora porque era um
mero anúncio ou “sombra” de uma realidade maior que já
chegou, isto é, Jesus Cristo, o soberano “Filho de Deus em
sua casa”, conforme claramente explica a pouco pregada
palavra de Hb 3:3-6, dizendo: “Jesus, todavia, tem sido
considerado (por Deus) de tanto maior honra do que
Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a
estabeleceu... e Moisés era fiel em toda a casa de Deus como
servo, como testemunho das cousas que haviam de ser
99
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

anunciadas, CRISTO, PORÉM, COMO FILHO, SOBRE A


SUA CASA; A QUAL CASA SOMOS NÓS (OS
CRISTÃOS)”?

Se você é dos que insistem em “ficar para trás” tentando a


impossível fiel obediência à “Lei e Profetas”, desobedecendo
assim ao Pai que ordenou ouvir o Filho Jesus em TUDO
quanto este disse, lembre que as seguintes palavras lhe serão
lembradas no Dia do Juízo Final:

“Todos quantos são das obras da Lei estão sob


maldição... pela Lei ninguém é justificado diante de
Deus... de Cristo vos desligastes vós que procurais
justificar-vos na Lei... toda alma que não ouvir a esse
profeta (Jesus de Nazaré) SERÁ EXTERMINADA
DO MEIO DO POVO” (Gl 3:10-11; 5:4; At 3:23).

Nós sabemos que não existe outro caminho diferente desta


suficiente Graça que nos foi dada por Deus na cruz de Cristo
Jesus, e, por isto, preferimos viver obedecendo à instrução dada
pelo Pai, que é verdadeira e não falha, quando nos pede
ouvirmos a voz do Filho Salvador, o autor da redenção
mediante a qual temos gratuito perdão, gratuita reconciliação
com Deus e gratuita recepção de todas as promessas e bênçãos
concedidas por ele aos membros do “Corpo de Cristo”.

Preferimos fugir da “Síndrome de Caim”; isto é,


abandonamos completamente qualquer idéia que nos instasse a
continuar oferecendo a Deus esses inúteis esforços pessoais e
100
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

legalistas pagamentos pelas bênçãos que Seu Filho Jesus já


pagou com sua própria vida por todos nós, e que Deus jamais
dará por outro preço a ninguém.

Contra o véu da teoria religiosa dos que querem continuar


caminhando sob o jugo da Lei, que não tira ninguém da morte,
preferimos aplicar à nossa própria vida a seguinte exortação do
Evangelho da Graça:
“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te
de entre os mortos, e Cristo te
iluminará... conhecereis a verdade e ela
vos libertará... Eu sou a verdade”.

O cristão, tanto para sua salvação, como para a recepção de


todas bênçãos e para a solução dos problemas cotidianos,
prometidas aos seguidores de Jesus, nada tem a ver com a
obediência à “Lei e Profetas”, isto é, ao Antigo Testamento;
assim, as carências de saúde, comida, bebida, teto, estabilidade
familiar, prosperidade material ou financeira, e crescimento
espiritual, não dependem de tal obediência legalista, de
acordo com o ensino dos apóstolos, com a instrução de
Moisés para o tempo da vinda do Messias, e com a
ordenança do Pai eterno.

A inegável realidade é essa: Que todas as bênçãos espirituais


ou terrenas, Deus no-las dá de graça, aos cristãos, em Seu
Filho Jesus Cristo, que por nós pagou o preço total na cruz
do Calvário.

Não que a Lei seja má ou pecaminosa. Nada disso. Jamais


101
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

poderíamos afirmar tal heresia contra qualquer palavra que saiu


da boca de Deus. A Lei, provinda de Deus, é santa, e, por isto,
boa. Porém, por não ter ela recebido de Deus nem poder,
nem vigor, nem capacidade para conduzir os seres
humanos à recepção da vida ETERNA, torna-se pecado
contra o Pacto da Graça deixar de pôr a vida toda na
dependência da obra redentora e vivificante de Cristo,
desprezando os benefícios do sangue dele derramado na
cruz, para ir buscar mediante o impossível seguimento da
letra da Lei um acesso válido e permanente à presença do
Pai para dele receber a Vida; acesso válido e permanente
esse que a Lei, segundo Rm 3:20 e Gl 3:21, jamais outorgou a
ninguém, porque não foi esse o ministério para o qual Deus a
deu aos homens. O próprio Moisés teve seu encontro pessoal
com Deus muito antes de receber a Lei, e aconteceu de
graça; quer dizer, sem depender do cumprimento dela! E
também de graça aconteceu com todos os demais servos e
profetas do Senhor, conforme consta nos registros da
Sagrada Escritura. No Antigo Testamento inteiro não existe
um único registro de algum patriarca ou profeta que tenha
recebido as bênçãos de Deus mediante a plena obediência às
leis e estatutos dados pelo Criador no Monte Sinai, ou em
qualquer outra época, incluído o tempo de Malaquias e o livro
que ele escreveu. Pelo contrário, o ensino apostólico insiste em
desfazer esse mito da utilidade vivificadora e abençoadora das
leis do Antigo Testamento, ao ensinar Paulo aos Gálatas que
“se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a
justiça (justificação e salvação) seria, na verdade,
procedente de tal lei”, e, nesse caso, não haveria a mais
mínima necessidade de que viesse Cristo pagar por nosso
102
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mal na cruz, incluída, nesse mal, a maldição de todos


quantos estavam debaixo da Lei, tal como afirma Gl 3:10-
13. E o apóstolo Pedro não deixa por menos quando, na
discussão travada em Jerusalém porque alguns tentavam
obrigar os convertidos dentre os gentios a guardar a lei do
Antigo Testamento, afirmou taxativamente que “nem ele, nem
os demais apóstolos, nem seus antecessores do povo judeu
que tinham servido anteriormente a Deus, conseguiram
jamais cumprir as exigências da Lei” (At 15:10),
confessando-se assim réu dela, em vez de alguém que através
dela estivesse recebendo a vida eterna. Depois, para arrematar,
termina confirmando: “Antes, cremos que fomos salvos pela
Graça do Senhor Jesus” (At 15:11).

Buscar, pois, as bênçãos de Cristo pela obediência aos


estatutos da "Lei e Profetas” é um erro grave apresentado e
introduzido na Igreja como se fosse a atual vontade de Deus,
e entre seus piores efeitos está o de anular os gloriosos e
gratuitos efeitos do sacrifício de Jesus nessa cruz do calvário.

Anular os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz é um


objetivo que só interessa ao Diabo, que tudo faz para evitar
que os homens alcancem a salvação eterna. Ele até cria
religiões APARENTEMENTE cristãs para alcançar este
macabro objetivo. E, através dessa estéril aparência de
cristianismo, está conduzindo as pessoas a permanecerem
na maldição da morte em que já nasceram: está lhes pondo
na boca uma chupeta enganosa, para fazê-las crer que estão
se alimentando da verdade de Deus, quando, na realidade,
apenas as mantém entretidas na farsa até que morram... e
103
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

aí já será tarde demais para descobrir que as doutrinas que cada


um seguiu nessas falsificadas igrejas não tinham o poder de
transmitir a vida eterna que somente Jesus pode dar.

Qualquer ministro ou líder religioso que empurre as ovelhas a


viver numa suposta paz com Deus mediante a obediência de
qualquer ponto da “Lei e Profetas” ou a esperar as bênçãos
espirituais ou terrenas através dessa mesma obediência, estará,
apenas, arrastando-as para maldição, conforme ficou já avisado
em Gl 3:10-11. Quer dizer, estará levando-as a permanecer na
morte herdada de Adão, visto que a Lei jamais recebeu de
Deus o poder de tirar o homem dessa condição maldita (Hb
7:18-19; Rm 3:20-21). Por estes motivos, esses pregadores
dizimeiros demonstram ser lobos disfarçados de ovelha, falsos
mestres quando, contrariando o ensino do Senhor Jesus,
pisoteiam a divina afirmação de que “a Lei e os Profetas
duraram até João Batista”. E pisoteiam também a doutrina
apostólica que diz: “Todos os que são da prática das obras
da Lei estão sob maldição... lança fora (do meio do povo da
Graça) a Lei e seus seguidores”.

O genuíno cristão vive o resto da sua existência carnal, neste


mundo visível, tomando tudo quanto precisa do “pacote” de
bênçãos que Deus Pai lhe concedeu de graça, no Seu Filho
Jesus Cristo, mediante a fé ou confiança nele, como está
escrito:

“Eu (Paulo), mediante a própria Lei, morri para a


Lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
104
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo


pela fé no Filho de Deus (não na Lei), que me amou e
a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:19-20).

Ora, se é pela fé “no Filho de Deus”, então é pela Aliança da


Graça que ele obteve mediante o derramamento do seu sangue
na cruz, e não mediante a observância dos mandamentos da
“Lei e Profetas”. Mente, pois, quem afirma o contrário. Mente
quem convence suas ovelhas de que perdem a paz com Deus
quando deixam de pagar esse Dízimo exigido no Antigo
Testamento, porque o Dízimo não é um ato de fé cristã, e sim,
apenas, um ato de fé na letra da Lei. Jamais pagar o Dízimo
será um ato de fé em Cristo Jesus, o Filho de Deus, porque,
sendo uma das tantas exigências da Lei, durou também até
João Batista, conforme Jesus ensinou em Lc 16:16. Em
outras palavras, a existência do chamado Dízimo “cristão”
não passa de uma blasfêmia, ou mentira doutrinária.

A mentira mata. Só a verdade é vida. E a verdade diz que


as bênçãos advêm em Cristo, DE GRAÇA, e não mediante o
pagamento de taxas, impostos, tributos, dízimos, etc., mesmo
sendo verdade que estes últimos tenham sido antigamente
cobrados ao povo que estava sujeito à santa Lei de Deus, nos
séculos em que ela vigorava (Rm 8:32; Ef 2:8-9).

Antigamente, era antigamente. Hoje, é hoje:

Hoje, para nós, na Nova Aliança da Graça, Deus dispôs


outra realidade!
105
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A realidade em Cristo é bem diferente da realidade que havia


quando vigorava a “Lei e Profetas”. Engana-se quem pensa
que o Antigo e o Novo Testamento são remendos
complementares um do outro, de modo que possa se chegar à
obtenção da vida ETERNA e demais bênçãos cristãs
mediante a mistura da Lei e da Graça. Os apóstolos contra-
atacam duramente esta diabólica ilusão, ao advertir: “De
Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na Lei,
da graça decaístes”. Neste duro aviso do apóstolo Paulo aos
cristãos da Galácia (Gl 5:4), ele não deixa a mais mínima
chance aos que querem realizar, com sucesso espiritual, tal
remendo. Para Paulo, apelar para a Lei diante de Deus
ocasiona decair da Graça salvadora que há em Cristo Jesus,
e em mais ninguém. Em outros termos, o apóstolo está
querendo dizer que quem quer se apresentar bonzinho aos
olhos do Pai eterno mediante a observância de qualquer
preceito da Lei (que, segundo Gl 3:21, não livra ninguém da
Morte), estará, na verdade, se afastando do novo e gratuito
caminho que conduz à salvação; ou seja, estará voltando para a
condenação daquela maldita morte em que caiu Adão por não
seguir à risca a palavra que Deus lhe dera, no seu tempo.

A de Cristo é uma salvadora realidade que acontece em nós


somente através dos benefícios obtidos mediante o sacrifício e
ressurreição do Filho de Deus; realidade essa que é efetuada
em cada cristão pela operação GRATUITA do Espírito Santo,
que jamais cobrou um tostão de ninguém para realizar seu
glorioso trabalho desta salvação em Cristo. O único preço foi
106
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

a própria vida de Jesus derramada na cruz.

Então, pare de se enganar, e defina logo o rumo certo a


seguir de agora em diante:

Você é cristão?

Obedeça aos apóstolos: Siga a Cristo e sua Graça!

Você é legalista mesmo?

Obedeça a Moisés: Siga a Cristo e sua Graça!

Você, simplesmente, crê no Deus Pai da Bíblia?

Obedeça ao Pai: Siga a Cristo e sua Graça!

Ou você, inseguro e medroso por causa da sua própria


ignorância das Sagradas Escrituras, prefere obedecer a voz
dessa imensa maioria erradamente unânime que, por não
conhecer bem a Bíblia TODA, cobra o Dízimo nas igrejas sob
a expectação de que quem não o paga é “ladrão de Deus”,
contrariando a vontade suprema do Espírito da Graça? Tal vez
você seja dos que acham que “a voz do povo é a voz de Deus”,
e que, por isso, se as maiorias misturam “Lei e Profetas” com a
Aliança da Graça e pagam o Dízimo, então o certo deve ser
pagá-lo você também?

Então, misture e pague;


107
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

...e, no embalo da ingenuidade, arraste consigo os inocentes


membros da sua família, levando-os à escravidão da Lei do
Dízimo em qualquer uma dessas gigantescas igrejas cobradoras
dessa taxa do Antigo Testamento, e que hoje formam essa
maioria arrasadora.

Mas, antes, lembre que, desde os princípios da história


humana, as maiorias sempre estiveram erradas.

As maiorias estavam erradas quando Deus arrebatou para


o Céu àquele Seu solitário servo Enoque.

As maiorias estavam erradas quando Deus chamou Seu


também solitário servo Noé.

As maiorias estavam erradas quando Deus separou Seu


igualmente solitário servo Abraão.

As maiorias estavam erradas quando Deus enviou esse


outro solitário servo Seu chamado Moisés.

As maiorias estavam erradas quando Deus enviou Sua


voz profética por meio dos perseguidos Jeremias, Isaías, Elias,
Eliseu, e todos esses outros solitários do Antigo Testamento
aos quais as multidões sempre detestaram e contestaram,
acusando-os de serem falsos profetas porque não lhes
pregavam as delícias que eles queriam ouvir. E essas
mesmas maiorias continuavam erradas quando Deus
108
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

anunciou a chegada do Seu Messias através do ainda mais


solitário servo João Batista, que passou sua vida ministerial no
deserto, longe de qualquer conforto e do aconchegante
convívio com os seus parentes e amigos. Erradas, sempre
erradas em todo e qualquer tempo durante todo o longo
período do Antigo Testamento. E continuavam muito mais
erradas quando se deleitaram na tortura e crucifixão do
Verbo divino encarnado, o Supremo Solitário Jesus de
Nazaré, sob desaforados gritos e depreciativas cuspidas.
Jamais as maiorias deixaram de errar: Hoje, depois de
terem martirizado Estevão, Pedro, Paulo, e a todos quantos no
passado se opuseram às suas apostasias heréticas, ainda
perseguem a pregação da inteira Graça do nosso Senhor
Jesus Cristo.

É que a verdade de Deus está somente EM DEUS, não na


opinião das multidões humanas. Pelo contrário, a própria “Lei
e Profetas” já advertia contra essa tendência natural humana de
se deixar arrastar pela força da correnteza da multidão e da
opinião das maiorias, dizendo:

“Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem


deporás, numa demanda, inclinando-te para a
maioria, para torcer o que é direito” (Ex 23:2).

A verdade está, pois, em Deus, e, portanto, na Sua


palavra.

E palavra de Deus é a Sagrada Escritura que, segundo


109
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jesus, “não pode falhar”.

Jamais essa verdade pertenceu ao mundo nem às suas


multidões ou maiorias.

Se pertencesse, Jesus não teria vindo salvá-las, porque


aos que andam no que é espiritualmente verdadeiro e vivo
não há mais necessidade de salva-los. Mas nunca as
multidões e maiorias que viveram sob a Lei do Antigo
Testamento andaram no que é vivo, devido a que essa Lei
não lhes foi dada para conduzi-las à Vida perdida lá no
Jardim do Éden.

Segundo o Evangelho (Rm 3:19-20), o que a Lei oferece é o


mero conhecimento do pecado e sua respectiva punição: A
própria morte da que todos queremos nos salvar. Mas a
Vida eterna não nos foi jamais oferecida por Deus através
dela; esta, somente Jesus pode no-la oferecer. Ele provou isso,
indo voluntariamente em nosso lugar para o abismo da Morte,
e de lá saindo como o grande Vencedor de vencedores
mediante a ressurreição. Eis aqui o motivo pelo qual Paulo
chama a Lei do Antigo Testamento de “ministério da Morte” e
de “ministério da condenação” ao compará-la com a operação
de Cristo sob o Novo Pacto da Graça, à qual chama de
“ministério do Espírito (da Vida)” e de “ministério da justiça”
(2Co 3:6-9).

Como, pois, conciliar a Aliança da Vida (Graça) com a


Aliança da Morte (Lei)?
110
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Como reunir num mesmo caminho (uma mesma vida


humana) o Perdão que há na Graça de Cristo, com a Punição
que é só o que a Lei oferece ao pecador?

Isso é impossível, porque não faz parte do Plano de Deus da


forma como está este revelado na Bíblia TODA que esses
mercenários alegam conhecer, quando, na realidade, a
desconhecem. Querer fazer uma pessoa andar simultaneamente
por um caminho que foi dado por Deus transitoriamente para
ministrar a morte por causa do pecado e por outro que também
foi dado por Ele, mas desta vez para ministrar a Vida eterna
mediante o prévio perdão desses pecados, é uma heresia.

É que “o homem natural não entende as coisas de Deus”.

Não importa quão grande ou numerosa seja essa multidão


que estimula você a confiar na mistura do fermento velho com
a palavra nova de Jesus: Se ela quer seguir a Lei, estará
escolhendo um caminho herético, cujo rumo e fins são o
oposto ao alvo final de Cristo, que é a Vida eterna (Gl 5:4).

Assim sendo, se todas as igrejas cristãs do mundo inteiro


misturassem hoje os estatutos da Lei (incluído o Dízimo) com
os da Graça (e não são todas as que fazem isso, esclarecemos),
então todas estariam erradas nessa mistura, porque nem Jesus
nem o seu Evangelho nos instruem a fazer isso; muito pelo
contrário, dizem-nos que quem tenta fazer tal mistura “se
desliga de Cristo e decai da Graça”.
111
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Por isto tudo, é bom definir qual é a norma de vida que cada
um de nós está seguindo no caminho religioso, e discernir se tal
norma procede realmente de Deus, e, se procedendo dele,
vigora para os atuais dias do Pacto da Graça em que
estamos.

A norma de vida dos cristãos não deve ser o que algumas


igrejas ensinam de forma dogmática e cegamente imposta
(como se seus pregadores fossem infalíveis, no pior estilo do
papado romano), e sim o que o Evangelho do nosso Senhor
Jesus Cristo ensina, conforme Gl 1:6-9 e 2Jo 1:7-11, onde se
afirma que a verdade ensinada por uma igreja somente
será incontestável na medida em que se ajuste à doutrina do
Evangelho de Cristo, tal e como foi pregado pelos seus
apóstolos. Por isto, qualquer igreja ou ministro que faça aquela
mistura, alegando fazê-lo sob a inspiração do Espírito de Jesus,
estará caindo no erro, ou, mais rigorosamente, estará mentindo.

Para os fiéis da Nova Aliança da Graça em Cristo Jesus, a


Bíblia TODA mostra-nos condições e obrigações muito
DIFERENTES às da antiga aliança da Lei. Enquanto os da
antiga tinham as leis escritas diante dos seus olhos e ouvidos
físicos, para segui-las em obediência proveniente de um
conhecimento meramente externo, os cristãos temos o Espírito
do próprio Deus Altíssimo habitando dentro de nós e
produzindo pelo Seu próprio poder e virtude a nova vida
santa que espera de nós, à imagem e semelhança da
santíssima vida do nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 8:8-11).
Quer dizer: Na Aliança da Graça, Ele propõe o modelo a
112
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ser alcançado, e Ele mesmo, pela sua misericórdia e poder, o


modela em nós! ESTA É UMA DIFERENÇA QUE À LEI
JAMAIS FOI DADO IGUALAR, NEM, MUITO MENOS,
SUPERAR: ELA NÃO NOS FAZ COMO CRISTO É, NEM
NOS FORMA À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA;
APENAS NOS CASTIGA PELOS PECADOS
COMETIDOS. Por isto, se as maiorias quiserem ser salvas,
terão de ajustar suas vidas às condições e instruções da Nova
Aliança da Graça, PARA NADA DEPENDENDO
DAQUELAS OUTRAS CONDIÇÕES E OBRIGAÇÕES
DO ANTIGO TESTAMENTO, SEJAM ELAS EXTRAÍDAS
DO LIVRO DE MALAQUIAS (Ml 3:10) OU DO LIVRO DE
GÊNESIS (COMO NO CASO DE ABRAÃO, QUANDO DEU
O DÍZIMO DOS DESPOJOS DE GUERRA A MELQUISE-
DEQUE), OU QUALQUER UM OUTRO DESSES LIVROS
TODOS QUE COMPÕEM O QUE NÓS OS CRISTÃOS
CHAMAMOS DE ANTIGO TESTAMENTO.

E este é o ensino dado, também, na bem conceituada “Bíblia


Explicada”, da Casa Publicadora das Assembléias de Deus
(CPAD), mediante as explicações transcritas a seguir
(parêntesis nossos):

“O ritualismo da Lei seria um jugo insuportável


para esses novos crentes (gentios, convertidos a
Cristo mediante a pregação paulina da Graça)...
notamos que a guarda do Sábado não figura (nem o
Dízimo) entre essas ‘coisas necessárias’ (exigidas no
Concílio apostólico de Jerusalém aos novos crentes
dentre os gentios, como hoje o somos nós) ...sujeição à
113
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

lei cerimonial mosaica, que Pedro chamou de 'jugo


insuportável’ (Página 397, explicando o texto de At
15:7-11);

“Notemos, de passagem, a pouca importância que o


apóstolo (Paulo) atribui ao rito da circuncisão quando a
vida não condiz com a sua significação... Esta constante
referência à circuncisão (ou à obrigação de qualquer
outra lei, como ocorre hoje com o Dízimo), tão tediosa
ao leitor superficial, tem um interesse agudo para o
estudioso que tiver bastante imaginação para colocar-se
no lugar do apóstolo, confrontando constantemente este
irritante obstáculo ao progresso do Evangelho - o
judeu julga ter tudo que precisa para a salvação na
observação formal do ritualismo da lei mosaica, sendo,
por isso, refratário a qualquer novo ensino (como os
legalistas de hoje, que não querem ouvir falar da graça
totalmente suficiente em Cristo). A intensidade desse
interesse é ainda maior para o estudante que
compreende ter o pregador do Evangelho hoje o
mesmo obstáculo com o ‘judaísmo’ que tem
ressurgido (ou, antes, nunca morreu) e que hoje
floresce qual planta nociva...” (Ora, se eles consideram
o ‘judaísmo’ como uma planta nociva dentro da Igreja,
então ele deve ser erradicado: ‘Lança fora a Lei’) -
(Página 407, explicando o capítulo 2 da Carta aos
Romanos);

“Vemos no versículo 15 o Novo Testamento


114
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

contrastado com o Velho Testamento. Toda a nação de


Israel estava (sic. no tempo passado) debaixo da Lei
como norma de vida, e como base para poder
merecer a bênção divina. No cristianismo estamos
‘debaixo da Graça’ e Deus nos abençoa, não por
achar bondade em nós, mas por achar TODA a
satisfação em Cristo, EM QUEM SOMOS
ACEITOS” (O significado destas palavras é que fora
de Cristo, ainda que estivéssemos dentro da Lei,
não somos aceitos; isto coincide com Gl 5:4, onde diz
que quem é de Cristo não pode pretender estar
dentro da Lei, sob pena de se desligar de Cristo e
decair da sua Graça. Mais uma vez, demonstra-se a
total incompatibilidade da Lei e da Graça) - (Página
409, explicando Rm 6:15);

“O apóstolo (Paulo)... considera o crente não mais


debaixo da lei como sua regra de vida, mas unido a
Cristo (quer dizer, que, de acordo com esta palavra,
estar em Cristo é o contrário de estar debaixo da Lei).
Notemos aqui que o ensino sabatista, de não estarmos
debaixo de uma lei “cerimonial’, é refutado pela
identificação da Lei à que se refere, dada, como para
calar a boca de todos esses farsantes, no versículo 7:
“não cobiçarás’. Este mandamento, certamente, não é
preceito cerimonial, mas moral. Em Gl (Gálatas), a
outra epístola que afirma que o crente não está debaixo
da Lei, o sentido é o mesmo, pois lemos: ‘se a justiça
provém da Lei, segue-se que Cristo morreu debalde’. E
115
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ninguém nos dirá que a justiça vem mediante


cerimônias. O crente não é santificado pela lei (7:14).
Este trecho ensina-nos que a Lei, apesar de ser
‘santa, e justa, e boa’, NÃO PODE SANTIFICAR
UMA CRIATURA PECAMINOSA” (Página 409,
explicando Rm 7:1-7, 14);

“O tema da carta (aos Gálatas) é a vindicação do


Evangelho da Graça de Deus e sua libertação de
qualquer mistura de legalismo, que tende a
comprometer seu caráter de graça pura. O erro dos
gálatas apresenta-se por duas formas, ambas as
quais são refutadas na epístola. A primeira
(doutrina errada dos gálatas) ensinava que a
obediência á Lei é misturada com fé (como ensinam
hoje os pregadores da lei do Dízimo) como base da
justificação do pecador (para não ser chamado de
‘ladrão de Deus’ por não dizimar); a segunda
(doutrina errada dos gálatas), que o crente
justificado é aperfeiçoado pela guarda da Lei (como
também ensinam hoje os dizimeiros, afirmando que a
perfeita paz com Deus é impossível sem o pagamento
do Dízimo, pisoteando a palavra de Hb 7:9, que diz o
contrário: ‘A Lei jamais aperfeiçoou coisa alguma’).
Paulo combate o primeiro erro, argumentando que a
justificação veio mediante o pacto com Abraão (Gn
15:18), e que a Lei, que foi dada 430 anos mais tarde
— e cujo efeito foi condenar e não justificar — não
pode anular uma salvação baseada num pacto
116
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

anterior (ver Rm 3:21-31, na mesma ‘Bíblia


Explicada’ da CPAD). Ele combate o segundo erro
defendendo a obra do Espírito Santo como santificador”
(em vez da Lei) - (Página 431, introduzindo explicação
à Gálatas);

“Ele (Paulo) fala do novo ensino legalista como


‘outro evangelho’, que não é outro. E hoje todo o
ensino que tende a pôr os crentes debaixo da Lei (e o
Dízimo é da Lei) e não debaixo da Graça, merece esse
mesmo título (o título de ‘outro evangelho”) - (Página
432, explicando Gl 1:6-9);

“No versículo 10 (Paulo) fala de outra classe de gente:


‘os que são das obras da Lei’, e não admite qualquer
mistura das duas classes (entre os que são da Lei e os
que são da Graça)” - (Página 432, explicando Gl 3:10);

“Como sistema de governo mundano — o governo de


um povo terrestre — a Lei, nas suas recompensas e
penas, não ia além da terra. Ela nunca disse ao
cumpridor dos mandamentos: ‘irás para o Céu’, nem
ao transgressor convicto: ‘Irás para o inferno’. ‘A alma
que pecar, essa morrerá’, e ‘o homem que as fizer
viverá por elas (vida corporal, terrena)’, era
linguagem comum e compreensível aos homens, e
assim o sentido da Lei é tão claro e inteligível como é
inegável o seu poder de condenar (e não de salvar) -
(Página 432, explicando Gl 3),
117
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“A intenção da Lei é condenar o pecado... a regra de


vida para o cristão é a Graça e não a Lei” (Sendo
assim, como é que pregam a obrigatoriedade de
cumprir a Lei do Dízimo?) - (Página 432, explicando
Gl 3:19-25);

“O apóstolo (Paulo) continua a afirmar a


incompatibilidade do legalismo com o Evangelho da
Graça. Quem pretende justificar-se (como aqueles
que não querem parecer ‘ladrões de Deus’) alegando
obediência à Lei (e o Dízimo é da Lei), afasta-se de
Cristo E CAI DA GRAÇA” (Perguntamos: Como
pode uma Igreja ensinar isto, e ainda assim cobrar o
Dízimo, como eles o cobram? (Página 433, explicando
Gl 5:1-15);

“Em toda a epístola (aos gálatas) o apóstolo (Paulo)


afirma que o crente em Cristo não está debaixo da
Lei... porque a Lei não é da fé; porque Cristo nos
resgatou (dela); e porque somos guiados pelo
Espírito (Não pela Lei, seja a do Dízimo, ou
qualquer outra. Será que eles não percebem o
flagrante em que caem, dizendo uma coisa e fazendo
outra, como aqueles fariseus do tempo de Jesus?)”
—(Página 433, explicando Gl 5);

“Notemos a energia da sua linguagem, e o perigo para


o bem espiritual dos gálatas que Paulo percebia no
caso de voltarem para o legalismo. Que diria ele hoje
118
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dos propagandistas da Lei de Moisés no Brasil?” (É


de pasmar: Como é que podem eles escrever estas
coisas, e serem, ao mesmo tempo, cobradores do
Dízimo, que é da Lei de Moisés?) - (Página 432,
explicando Gl 3).

É claro, pois, segundo esta doutrina das Assembléias de


Deus, que o crente em Cristo não está obrigado a guardar
qualquer ponto da Lei do Antigo Testamento. Pelo menos, é
o que está escrito no papel.

E é ainda com este mesmo propósito de mostrar a total


desobrigação do povo cristão em relação às exigências da
“Lei e Profetas”, que passamos também para estas páginas o
ensino teológico da afamada revista brasileira “Defesa da fé”,
do Instituto Cristão de Pesquisas (grifos nossos):

“O mais grave de tudo é que esta é uma pregação


legalista; aliás, o Adventismo é uma mescla de
salvação pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. O seu
processo de salvação é híbrido (como é também o dos
cobradores do Dízimo, que estão fazendo a mesma
mescla, o mesmo absurdo remendo de Lei na Graça,
ao acusar de “ladrões de Deus” os irmãozinhos que
não o pagam)” - (‘Revista Defesa da fé’, ano 2, No. 1,
1.998, página 113).

“O capítulo 8 da Carta aos Hebreus é bem claro a


respeito do Novo, bem como sobre o Antigo Concerto.
119
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Na era cristã é o Novo Concerto que vigora (Hb


8:13). Em 1Coríntios Paulo faz menção da Nova
Aliança (11:15). O Antigo Concerto caducou com a
morte expiatória de Cristo. É óbvio, além do mais,
que é impossível estarmos debaixo dos dois concertos
ao mesmo tempo” (Pois é: Como pode alguém estar
sob a Lei do Dízimo, que é do Antigo Concerto,
estando ao mesmo tempo sob o Novo Concerto, o da
Graça em Cristo? Respondam, ó sábios teólogos dos
dizimeiros!) — (Revista “Defesa da fé”, ano 2, No 1,
1.998. páginas 80-81).

“Os evangélicos crêem que a Lei dada por Deus a


Moisés no Monte Sinai findou na cruz (Cl 2:14-17).
Desde então vivemos sob a Graça de Jesus Cristo
(Aplaudimos esta franca afirmação teológica; só
esperamos que, ao invés dos demais, seus autores a
vivam e a mantenham no seu trabalho ministerial,
dando um exemplo que hoje é difícil achar) - (Jo l:17:
Rm 6:14; Tt 2:11) — (Revista “Defesa da fé”, ano 2,
No. 1, 1.998, página 146).

Isto, que aparece tão bonito no papel, deveria ser vivido na


prática cotidiana e mantido na pregação dos púlpitos, da rádio e
da televisão. Se assim não for, de pouco servirá escrever tão
belas e eruditas construções teológicas... Ademais, quem fala a
verdade e não a vive é fariseu: Na Aliança da Graça não
existe a cobrança do Dízimo porque nela “não estais debaixo
da Lei, e, sim, da Graça”, na qual não há nenhum lugar para
120
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

a Lei (Rm 6:14; Gl 3:10-11 e 5:4). Ensinar que o Adventismo


é legalista e híbrido porque exige dos seus seguidores o
cumprimento da Lei, e ao mesmo tempo exigir dos fiéis o
pagamento do Dízimo (que é da “Lei e Profetas”), seria cair no
mesmo erro do qual se acusa àqueles, pelo qual lhes caberia a
sentença de Rm 2:3, quando diz aos judaizantes: ‘Tu, ô
homem, que condenas aos que praticam tais cousas (o
legalismo, neste caso) e fazes as mesmas, pensas que te
livrarás do juízo de Deus?”; e lhes caberia, ainda, a de Mt
7:2, na qual o Senhor Jesus adverte: “Com o critério com que
julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também”. Esperamos, pois, que eles
saibam manter firme esta pregação, da qual o povo cristão
tanto precisa para poder passar a desfrutar inteiramente da
Graça, na plenitude do seu poder.

Em síntese, concordando com a Casa Publicadora das


Assembléias de Deus e com a Revista “Defesa da Fé”, todas as
vitórias e bênçãos do cristão, vem de graça (Ef 2:4-9; Rm
8:32), e, nelas, a Lei em nada pode contribuir, porque
“findou na cruz”, sendo portanto “impossível estarmos
debaixo dos dois concertos ao mesmo tempo”, visto que “o
Antigo Concerto caducou com a morte expiatória de
Cristo”.

Por causa destas verdades, não tem cabimento a alegação de


que a obrigatoriedade da Lei nunca cessará, baseada em Lc 16:
17, onde diz que “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair
um til sequer da Lei”, e em Mt 5:18, onde afirma Jesus que
“até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
121
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

passará da Lei, até que tudo se cumpra”. O que acontece é que


os teólogos do legalismo não estão sabendo ler estas palavras
do Senhor Jesus. Se a capacidade de compreender o lido fosse
um pouquinho melhor, já teriam descoberto que o que Cristo
ensinou ali é bem diferente do que eles estão alegando. Sua
mensagem completa em Mt 5:17-18, bem lida ao pé da letra,
foi que ele “não veio para revogar a Lei ou os profetas, mas
veio para cumprir porque até que o céu e a terra passem, nem
um i ou um til, jamais passará da Lei, até que tudo se
cumpra”.

Se você lê bem, lhe será fácil perceber que ali o Senhor


Jesus não disse que a Lei jamais passaria.

O que ele disse é que ela jamais passaria ATÉ QUE


FOSSE CUMPRIDA.

Uma coisa seria se ele tivesse dito, simplesmente, que até que
céu e terra passem, a Lei jamais passará. E outra, muito
diferente, é o que ele realmente disse: “Até que passem o céu
e a terra, nem um i ou til, jamais cairá da Lei, até que tudo se
cumpra”.

Ou seja: Desde o instante em que disse: “nada jamais cairá


da Lei, até que tudo se cumpra”, ele já colocou um
condicional a esse “jamais”.
122
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

O condicional é este: “Se tudo o que é da Lei se cumprir, ela


passará”!

E, LEMBRA VOCÊ PARA QUE FOI QUE ELE DISSE


TER VINDO?

PARA CUMPRI-LA!

Sim: Por um lado, a Lei não podia passar até que tudo se
cumprisse; e, por outro, Jesus veio para cumpri-la. Fica então
claro que A LEI PODIA PASSAR, SIM, SÓ QUE, DEPOIS
QUE JESUS A CUMPRISSE!

Se Jesus não a cumprisse, então passariam o céu e a terra,


mas nem um i, nem um til passariam da Lei. Ela continuaria
vigorando até ao dia do Juízo Final, quando seria aplicada a
todos os julgados, inclusive ao próprio Jesus por não tê-la
cumprido.

Repetimos: A mensagem de Jesus ali não é que a Lei


jamais passará. É, isto sim, que somente passaria DEPOIS
QUE FOSSE CUMPRIDA.

E cumprida por ele, porque a primeira parte do ministério


de Jesus foi este “VIM PARA CUMPRIR A LEI”, e sem essa
primeira parte ministerial, ele não poderia ser nosso
Salvador nem o autor do Pacto da Graça. Por que? Porque
somente depois de cumprida (ou satisfeita) por alguém é que
123
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

poderia SE ESTABELECER UM “OUTRO” PACTO: O


NECESSÁRIO NOVO PACTO QUE NOS OUTORGARIA
A VIDA ETERNA.

Uma vida ETERNA que a Lei jamais outorgou a ninguém,


porque esse privilégio estava reservado para o Filho de
Deus, como claramente nos ensinam o Supremo Mestre
Jesus (em Jo 5:21-23 e 5:26-29) e seus apóstolos (em 1Pe
1:10-12 e Gl 3:21-22).

O que a Lei prometia e exigia para ser cumprido, era a


morte da “alma que pecar” falhando em cumprir todas
suas ordenanças. E, pelo ensino de Jesus em Mt 5:21-48,
vemos claramente que é impossível ao homem viver sem
falhar alguma vez contra alguma dessas ordenanças, como
também no-lo explica a doutrina apostólica em passagens
como 1Jo 1:8, 10; At 15:10 e Rm 3:19-20.

Sem cumprir essa sentença da Lei de Deus contra o


pecador, não haveria paz com Deus, e, portanto, ficaria
impossível achar lugar para esse Novo Pacto da Graça que
Deus prometera em inúmeras passagens do Antigo
Testamento, especialmente em Jr 31:31-32.

Porque, se a sentença de Deus não se cumprisse, isso


significaria que Ele teria errado ao sentenciar, dizendo: “A
alma que pecar, essa morrerá”. Erro é treva, é falha, é
mentira. Assim, se Deus errasse, não seria Deus. Por isto, a
sentença de Deus, expressada através da Lei, tinha que se
124
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

cumprir: A alma pecadora tinha que morrer, para dar


pleno cumprimento à Lei divina. Precisávamos morrer,
todos nós da raça humana descendente de Adão, em
cumprimento da Lei de Deus que sentenciava nossa morte
por causa do nosso pecado. Enquanto isto não acontecesse,
nem um i, nem um til, poderia passar da Lei... Mas para
isso mesmo veio Jesus, sem pecado pessoal: Para cumprir a
Lei MORRENDO EM NOSSO LUGAR dando, dessa maneira,
base firme à acima citada gloriosa afirmação de Paulo em Rm
7:4 de que “nós morremos para a Lei mediante o corpo de
Cristo”. Assim cumprida por nós também, “a Lei dada por
Deus a Moisés no Monte Sinai findou na cruz”, de acordo
com o já citado ensino da revista evangélica “Defesa da
Fé”. É por este motivo que ele é, por um lado, “o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo”, e, por outro, o único digno
mediador de uma NOVA Aliança: a da Graça, que nos traz
o perdão, a justificação, e toda outra bênção espiritual ou
material, gratuitamente (Rm 8:32), apenas em base ao justo
preço de sua vida sem pecado oferecida à morte reclamada
pela sentença da Lei, em nosso lugar.

A frase “até que tudo se cumpra” resume-se, assim, na


outra que diz: “O FIM DA LEI É CRISTO... E, CRISTO,
CRUCIFICADO”. Daí ele ter exclamado vitoriosamente, no
seu último suspiro: “Está consumado!”.

“Consumado” o quê?

Consumada a sua messiânica missão de cumprir a sentença


125
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

da Lei, para salvação nossa (Rm 3:21-28; Rm 7:4; Gl 3:10-


25).

Sim:

Consumada a obra sacrifical que dava pleno cumprimento


e satisfação à Lei de que falou Jesus em Lc 16:17 e em Mt
5:17-18 (Toda a Lei do Antigo Testamento, incluídos os 10
Mandamentos que Deus deu a Moisés no Monte Sinai), e
sobre a qual (obra sacrifical) nascia a Nova Aliança da Graça.

A Nova Aliança que, após ter Jesus de Nazaré cumprido e


satisfeito TODA a Lei, diz:

“Lança fora a Lei e os seus seguidores, porque, de modo


nenhum, estes herdarão juntamente com os filhos da
Graça”! (Gl 4:21-30).

Não herdarão juntamente, porque ela, a Lei, “não é da fé”


em Cristo (Gl 3:12).

E que ninguém venha nos jogando pedras, como aqueles


fariseus antigos, nos acusando de falsos profetas por sermos
radicalmente contrários a qualquer mistura do regime do
Antigo Testamento com o regime do Novo Testamento no
que se refere a estar em paz com Deus, porque, caso o
façam, terão de agredir também a Casa Publicadora das
Assembléias de Deus que, ainda na sua “Bíblia Explicada”
126
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

(página 469) ensina-nos:

“Foi escrito (Carta aos Hebreus) com um objetivo


duplo: 1)- confirmar os crentes israelitas mostrando-
lhes que o judaísmo (o regime do Antigo
Testamento) tinha terminado, DEVIDO AO
CUMPRIMENTO POR CRISTO DA LEI; e, 2)- os
trechos de exortação mostram que o escritor tinha em
vista o sempre presente perigo de os crentes judeus
voltarem ao judaísmo (ao regime do Antigo
Testamento)”. É claro, de (o Livro de) Atos, que até os
mais robustos dos crentes da Palestina ficaram presos a
uma estranha mistura de judaísmo (Antiga Aliança) e
cristianismo (Nova Aliança) — (At 21:23-24)”.

E, igualmente, terão de jogar suas pedras também contra a


mencionada revista “Defesa da Fé”, que, como vimos na
página 108, ensina-nos que “na era cristã o que vigora é o
Novo Concerto (Evangelho de Jesus)”, porque “A Lei dada
por Deus a Moisés no Monte Sinai findou na cruz”, sendo,
por isso, “impossível estarmos debaixo dos dois concertos
(Antigo Testamento e Novo Testamento) ao mesmo tempo”.

E, já que pode haver o jogar de pedras, então joguem-nas


também sobre o seu respeitado mestre, o “Bispo” que, no livro
“Doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus”, volume 1,
página 102, lhes ensina:

“Acreditamos que as exigências cerimoniais da Lei


127
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

foram canceladas na morte do Senhor Jesus (Cl


2:14-16; Rm 14:5-6; Gl 4:9-11)”.
(Note o leitor que ele fundamenta essa afirmação em
três textos bíblicos que se referem ao
“cancelamento” da Lei dada por Deus a Moisés no
Monte Sinai. Veja por que: 1o - O trecho de Cl 2:14-
16 fala de um perdão de pecados para nós, mediante
a inteira remoção na Cruz de um escrito de dívida
que nos era contrário, e que constava de
ordenanças. O único escrito divino contra o nosso
pecado para cuja satisfação morreu Cristo na cruz, é a
Lei dada no Monte Sinai, conforme está registrado nos
trechos de Rm 3:19-25; Rm 7:4-7; Rm 8:1-4; Gl 3:8-
14; Gl 4:4-5, nos quais o Evangelho ensina que a Lei
toda, chame-se “Cerimonial” ou “Moral”, foi cumprida
e removida por Cristo na cruz, incluindo as
ordenanças sobre o Dízimo, que, ademais, jamais fez
parte da Lei “Moral”, mas da “Cerimonial”, da qual
o “Bispo” disse, com razão, que foi cancelada; leia o
leitor os 10 Mandamentos que constituem o que eles
querem chamar de Lei “Moral”, e descobrirá,
sozinho, que neles não há a mais mínima referência
ao pagamento do Dízimo. 2o - Respeito à citação de Gl
4:9-11, deve ficar claro que esta é parte inseparável de
um trecho maior do discurso do apóstolo Paulo, que
antes, em 4:4-5, nos diz que Deus enviou Seu Filho
sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, e,
ainda um pouquinho mais adiante, em 4:21-30, nos
manda lançar fora da nossa vida cristã a Aliança ou
128
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Pacto do Monte Sinai, ali alegorizada por Hagar, isto


é, a Lei toda, inteira, “moral” e “cerimonial”, que
Deus deu a Moisés lá, na qual inclui-se cada um dos
10 Mandamentos escritos sobre as tábuas de pedra e
toda a ordenança sobre o pagamento do Dízimo.
Assim sendo, nessas duas citações do “Bispo”,
encontramos irrefutáveis elementos probatórios para
que os apedrejadores joguem pedras também sobre
ele... ).

Chega, pois, de dúvidas:

Mesmo se fosse verdade que apenas as exigências


“Cerimoniais” da Lei é que foram canceladas na morte do
Senhor Jesus, a doutrina da cobrança do Dízimo na Igreja de
Cristo continuaria sendo injusta e mentirosa, visto que tal
pagamento era exigido ao povo de Israel justamente por essa
parte da Lei que eles querem chamar de “Cerimonial”, sendo
óbvio que o estabelecimento do Dízimo jamais fez parte dos
10 Mandamentos que compõem a chamada Lei “Moral”. É
tão evidente que o Dízimo faz parte da Lei “Cerimonial”, e não
da “Moral”, que a única conclusão à que podemos chegar é que
eles agem movidos apenas pelo impulso farisaico da ambição
mal-intencionada quando, descaradamente, dizem que pagar o
Dízimo é um ato de fé evangélica ou cristã. Ora, o fundamento
insubstituível da fé evangélica ou cristã para alcançar a
salvação e quaisquer bênçãos espirituais ou materiais, é a
obra já consumada de Cristo na cruz! Eles não o sabem?
129
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Com estes esclarecimentos em mãos, escolha cada leitor,


agora com um discernimento mais amplo da verdade de Deus,
o Concerto debaixo do qual quer estar:

O Antigo Testamento, que condena o homem por causa


do pecado (Rm 3:19-20; Gl 3:21-22), ou, o Novo Testamento,
que perdoa gratuitamente o pecado mediante o sangue já
derramado do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, e assim salva,
renova, transforma e abençoa o pecador... também gratui-
tamente, porque o que é de Graça é gratuito e jamais
condicionado ao cumprimento de quaisquer obrigações ou
preços!

Escolha um dos dois, porque o que não pode é estar sob os


dois Pactos ou Concertos ao mesmo tempo, simultaneamente.
Isto, conforme vimos na transcrição do ensino das Assembléias
de Deus e da revista teológica “Defesa da Fé”, é impossível.
Querer viver nos dois Pactos ao mesmo tempo, é cilada do
Diabo para desligar os cristãos de Cristo e derrubá-los da Graça
salvadora (Gl 5:4).

Viver os dois, ao mesmo tempo, não dá: É contradição!

Ou seja: É mentira!

Isto é: É treva!

E treva, todos sabemos, é do reino do Diabo...


130
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Os de Cristo somos da Luz,


da Verdade,
de Deus
no Pacto da Sua Graça!
131
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 3

BIBLICAMENTE, O DÍZIMO É DA “LEI E


PROFETAS”, CUJOS MANDAMENTOS E
ORDENANÇAS NÃO FAZEM PARTE DA
“ALIANÇA DA GRAÇA”

“Nós temos crido em Cristo, para que


fôssemos justificados pela fé em Cristo, não
pelas obras da Lei... se a justiça é mediante a
Lei, segue-se que Cristo morreu em vão”
“Todos quantos são das obras da Lei, estão
debaixo de maldição... Pela Lei ninguém é
justificado... O justo viverá pela fé... A Lei
não procede de fé...”
(Gl 2:16, 21; Gl 3:10-12)

O meloso palavrório dos defensores da cobrança do Dízimo


aos membros do Corpo de Cristo é tão convincente para os
ingênuos que desconhecem a totalidade da mensagem bíblica,
que terminou parecendo serem eles os verdadeiros e genuínos
profetas de Deus, enquanto nós, os que pregamos a Graça do
Senhor Jesus, acabamos sendo vistos pelo próprio povo
dizimista como falsos mestres e hereges, dignos de sermos
também crucificados. E incrível a facilidade com que a mentira
legalista (joio) espalha-se cada vez mais generalizadamente
entre os trigais (igrejas da Graça) do Senhor Jesus Cristo.

Mas foi assim no passado... e assim será sempre.


132
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

As coisas chegaram a um nível tão baixo, que ministros


sinceros cuja pregação era ardorosamente baseada na Graça
pura de Cristo, rejeitando qualquer mistura com a lei do Antigo
Testamento pelas mesmas razões que estamos expondo aqui,
após sentirem no bolso e na conta do Banco as vantagens
materiais de ter um jato de dinheiro entrando mediante a
contribuição obrigatória, se deleitam hoje na frase: “Ah!...O
Dízimo até que não é tão ruim assim...” Jamais esqueceremos
os tristes momentos em que percebemos estas mudanças em
pessoas que amamos no Senhor, e das quais testemunhamos
sua involução espiritual, vendo o seu “discernimento dos
espíritos, se são de Deus” diminuir por causa da confiança
posta no poder do ouro. Meu Deus! Quer dizer que uma
mentirazinha “pequena” no meio da doutrina “cristã” ensinada
às suas igrejas “não é tão ruim assim”? Uma mentirazinha
“pequena” dessas não procede do Diabo que segundo Jesus é o
pai da mentira? Tal vez essa mentirazinha trará à igreja o
complemento de plena edificação, bênção e crescimento
espiritual que a fraquinha e insuficiente Graça não é capaz de
dar? Falhou Deus quando disse: “Minha Graça te basta”? Ou
falharam os homens e por isso as igrejas não manifestam mais
aquele poder dos tempos apostólicos?

A própria natureza carnal do homem o arrasta a aceitar mais


facilmente os raciocínios que lhe satisfazem a lógica carnal ou
o acomodo a determinadas circunstâncias que ele não consegue
mudar, do que as abstratas e às vezes muito controvertidas
verdades espirituais, especialmente quando estas lhe exigem
deixar em segundo plano seus projetos faraônicos.
133
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

E é justamente essa lógica carnal acomodada o que leva o ser


humano a achar mais aceitável (“não tão ruim”) que Deus
ponha preço às Suas bênçãos, visto estar acostumado a que
tudo neste mundo tem um custo. Assim, a mensagem da inteira
Graça torna-se mais incompreensível para a maioria das
pessoas “educadas” no evangelho na forma pregada pelos
legalistas, precisamente por causa da sua plena gratuitidade.
Quer dizer: aquilo que é a mais gloriosa característica do Novo
Pacto com Deus em Cristo Jesus, o fato de toda bênção nos ser
dada de graça, veio se tornar pedra de tropeço para muitas
pessoas, que, se deixando envolver pela lábia mentirosa dos
mercenários espirituais, não conseguiram jamais compreen-
der o altíssimo e suficiente preço que representa a
preciosíssima vida do Filho de Deus dada por nós na cruz
do Calvário, para cancelar qualquer dívida nossa para com o
Criador eterno, ou, ainda, para pagar inteiramente qualquer
bênção que ele tenha nos prometido conceder.

Todavia, com ou sem a aceitação da confusa criatura


humana, a obra de Deus continuará sendo sempre verdadeira
do jeito e modo que ele a ordenou, e nunca da maneira que as
caprichosas ambições humanas queiram apresentá-la ou
deturpá-la.

É por isto que a Aliança da Graça do Senhor Jesus somente


dará seus melhores e plenos frutos na vida de uma pessoa,
quando esta ajustar sua vida cotidiana a ela do jeito e modo
em que Deus a estabeleceu. Tentar vive-la sem ajustá-la assim,
será mudar os seus termos e condições, e isto levaria o povo
“cristão” a cair, como caiu Israel no passado, na anulação para
134
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

si mesmo do Pacto com Deus, e daí a sentença do profeta


Jeremias contra eles em Jr 31:31-32 poderia ser outra vez
gritada hoje em termos parecidos aos cristãos atuais.

Mudar os termos e condições de um contrato ou aliança


mudará também os efeitos dela, anulando-lhe seu cabal
conteúdo, para, na prática, impor um outro conteúdo
diferente. Isto é válido para quaisquer tipos de pactos,
incluídos, especialmente, os que o soberano e infalível Deus
faz com o ser humano.

Por este simples motivo, quem mudar os termos e condições


do Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, estará mudando
automaticamente, também, os seus efeitos, anulando-lhe para si
mesmo seu pleno e cabal conteúdo, e impondo-lhe um outro
conteúdo diferente daquele dado por Deus. Por isto foi que
Paulo disse : “Desligado está da Graça, decaído de Cristo,
quem quiser se justificar pela Lei” (Gl 5:4).

Quando uma pessoa ouve um Evangelho assim mudado, e o


segue, estará passando, colateralmente, a viver também os
efeitos ocasionados pelas mudanças feitas nele, e a sentença de
Gl 1:6-9 terminará cumprindo-se em sua vida, nem que seja na
hora do Arrebatamento, quando será deixado para trás,
anatematizado por Deus, “de quem ninguém zomba” (Gl 6:7-
8).

Isto nos obriga a prestar muita atenção no aspecto da


autenticidade ou falsificação do que a multidão de pregadores
135
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

atuais nos transmite hoje como sendo a verdadeira mensagem


evangélica do nosso Senhor Jesus Cristo, cada um deles
convicto de que a interpretação da sua denominação é a
correta, e todas as demais erradas.

Se o que estamos ouvindo é um evangelho falsificado,


estaremos vivendo também seus efeitos falsos, ficando,
desse modo, alheios ao desfrute pleno das verdadeiras
bênçãos concedidas por Deus através do seguimento da Sua
verdade genuína... em Cristo!

Deus jamais se comprometeu a abençoar as deturpações ou


mentiras de quem quer que seja!

Por esta razão, é urgente e indispensável compreender e


assumir que se o pagamento do Dízimo pertence a uma “Lei e
Profetas” ou Antigo Testamento que “vigorou até João
Batista”, quer dizer, que já não vigora no Corpo de Cristo,
que somos nós, a Igreja de Jesus, então tal pagamento não
obriga qualquer um de nós, os cristãos, que somos nova
criatura no Espírito vivo e eterno de Cristo, e que não
vivemos nossa relação com Deus mediante o cumprimento
das ordenanças e estatutos dessa já caduca Aliança Antiga,
que jamais fez ninguém nascer de novo.

Precisamos compreender e assumir que se o ministério da


palavra divina do Antigo Testamento já passou, para dar lugar
136
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ao ministério novo e mais excelente de Cristo Jesus, então é


obrigatório para nós buscarmos toda e qualquer bênção na
exclusiva prática do ensino do Filho de Deus à sua igreja
conforme transmitido através dos seus apóstolos, para não
terminarmos caindo sob a dura sentença do Espírito Santo
dada através da boca do apóstolo Pedro, referindo-se ao
nosso seguimento de Jesus, e não mais de Moisés, com as
seguintes palavras dirigidas aos próprios judeus do seu
tempo, seguidores da Aliança mosaica: “Disse, na verdade,
Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos
um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto
vos disser. Acontecerá que tudo quanto não ouvir a esse
profeta (Jesus Cristo) será exterminado do meio do povo” (At
3:22-23).

Você quer ser “exterminado” da Igreja que o Senhor Jesus


vai arrebatar em breve? É fácil: Deixe de ouvir e obedecer a
voz do Senhor Jesus e dos seus apóstolos, e a conseqüência
será que você não será arrebatado junto com o restante do
povo-igreja do Filho de Deus. Foi isso que Pedro quis dizer
aos seguidores da “Lei e Profetas” quando usou o termo
‘exterminado’. Ele os convidou a deixar o Pacto Antigo, para
entrar no Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, sob pena de
ficarem sem a tão esperada salvação: Ou eles ficavam ouvindo
Moisés e “todos os profetas, a começar com Samuel, assim
como todos quantos depois falaram” (At 3:24), e ficariam
assim ‘exterminados’ do novo povo de Deus que começou a ser
formado pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes; ou eles
137
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

passavam de vez ao Novo Pacto, começando a andar dando


ouvidos à palavra “do Cristo que foi designado, Jesus”, para
assim se tornarem Filhos de Deus, com o privilégio de co-
participar da natureza eterna do Pai celestial (Jo 1:12-13; 2Pe
1:4; Fp 3:20-21).

Se você quer ser exterminado do novo povo de Deus,


continue agarrado às ordenanças e estatutos de uma “Lei e
Profetas” que não tem vigor algum no Corpo de Cristo, por
não ter capacidade divina para produzir uma vida (eterna)
que Deus mesmo planejou nos providenciar única e
exclusivamente através do Seu Filho Jesus Cristo. E, como os
legalistas fariseus dos tempos apostólicos, tente também por
todos os meios anular os argumentos da doutrina da Graça
pregada pelos apóstolos de Cristo, para manter em vigor a Lei
do Monte Sinai dada por Deus a Moisés para o povo judeu.

Mas se você é dos que procuram mais do que muletas ou


cadeira de rodas para a paralisia espiritual inata, preste atenção
nos trechos bíblicos que estudaremos a seguir, porque é
justamente neles que com mais freqüência apóiam eles seus
discursos habilmente disfarçados de mensagens da Graça, em
relação ao Dízimo. Assim, o leitor terá novos e mais sólidos
fundamentos bíblicos para sacudir das suas costas esse
pesado fardo financeiro, que os mercenários (não Deus) lhe
impõem:

1o – O DÍZIMO À QUE SE REFERE MALAQUIAS É


DA “LEI E PROFETAS”; NÃO DA ALIANÇA DA
GRAÇA:
138
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A maioria dos que se converteram nas igrejas evangélicas


durante as últimas décadas, está firmemente convencida de que
o pagamento do Dízimo faz parte de Aliança da Graça; afinal,
ele foi-lhes cobrado desde a sua conversão como sendo um
ato de fé CRISTÃ, e sempre ouviram que não pagá-lo é
“roubar a Deus”, apoiando esta acusação no trecho bíblico
de Ml 3: 7- 11, onde lemos:

“Desde os dias dos vossos pais vos desviastes dos meus


estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu
me tornarei para vos outros, diz o Senhor dos exércitos
mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o
homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em
que te roubamos? Nos Dízimos e nas ofertas. Com
maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os Dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se
eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós bênção sem medida. Por vossa causa repreenderei o
Devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a
vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos
Exércitos”.

Com este trecho do Antigo Testamento como arma, os


cristãos tem sido incessantemente bombardeados pelos
ministros das suas próprias igrejas com a generalizada
ameaça de que, se não pagam o Dízimo, estarão roubando a
Deus, motivo pelo qual não receberão a bênção desejada ou
139
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

necessitada e serão amaldiçoados. E o rebanho, que não tem


como se defender desses bombardeios com textos bíblicos
deturpados, por causa da natural ignorância ou desconhe-
cimento do significado das diversas partes da Bíblia TODA no
que ela diz em relação a diferentes povos em diferentes
tempos, termina caindo na armadilha, cegamente confiado em
que aqueles que lhe pregam o Evangelho desde o púlpito da
sua respectiva igreja, estão-lhe transmitindo a verdade sobre o
caminho da Salvação. Porém, a genuína e incontestável
verdade de Deus é que o Livro de Malaquias faz também
parte do Antigo Testamento ou “Lei e Profetas” à que se
referiu Jesus dizendo:

“Todos os Profetas e a Lei profetizaram até João


Batista” (Mt 11:13);
“A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista” (Lc
16:16);
“A Lei foi acrescentada... até que viesse o descendente
(Cristo)” – (Gl 3:19).

Diante desta afirmação do Senhor Jesus e do apóstolo Paulo,


toda lei ou ordenança do Antigo Testamento, incluído o
conteúdo inteiro do livro de Malaquias, perde todo vigor
estatutário ou normativo na vida do cristão. Depois disso, o
que vale como estatuto ou norma obrigatória da vida cristã
procede única e exclusivamente da doutrina deixada pelos
apóstolos de Cristo no Novo Testamento, conforme ficou já
esclarecido na “Demonstração Nº 2” deste nosso trabalho, e
ninguém seria tão louco ou “cara de pau” como para se atrever
140
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

a afirmar em público que esse livro de Malaquias faz parte do


Novo Testamento. É fora de toda discussão que ele faz parte
do Antigo Testamento, cujo vigor como normativo da vida
humana na sua relação com Deus já passou, desde que
acabou o ministério de João Batista e Jesus consumou todo
o seu cumprimento na cruz (Lc 16:16, Rm 7:1-7; Rm 8:3-4).

Por esse simples e incontestável motivo, nenhum cristão


pode ser obrigado a procurar sua paz ou bênção perante
Deus através do cumprimento ou observância das exigências
do livro de Malaquias sobre o Dízimo, porque todo o castigo
que nos traz a paz com Deus foi já suficientemente sofrido na
cruz por Cristo: Toda dívida do ser humano perante Deus,
incluído o pagamento do Dízimo, ficou cancelada mediante o
sacrifício do Filho de Deus na cruz do Calvário (Is 53:5; Cl
2:13-14) e assim as portas estão abertas para receber
gratuitamente toda a herança de bênçãos que acompanha o
ministério do Messias.

E a Bíblia, com certeza, não mudou nem uma palavra


durante estes últimos 1.900 anos. Deus nada acrescentou a ela
desde que foi dada e escrita a revelação que constitui o
conteúdo do último livro do Novo Testamento: O Apocalipse.

E sem mudanças, ainda hoje a Sagrada Escritura apostólica


(segundo o já lido texto de Gl 3:10-11) continua dizendo que
todos os que hoje virem se justificar diante de Deus pelas
obras exigidas em Malaquias ou em qualquer outro livro do
Antigo Testamento, isto é, da “Lei e Profetas”, entrarão em
141
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

maldição, pelo simples motivo de que a Lei não foi dada para
conceder vida eterna a nenhum ser humano nem para lhe dar
as bênçãos prometidas através do ministério do Messias, mas
para castigo, punição ou condenação (que é maldição) do
pecado já cometido (Gl 3:19; 2Co 3:7; Rm 3:19-20), e todos
nós, sem exceção, cometemos pecado (2Cr 6:36; Rm 3:10-12;
1Jo 1:8, 10). Assim, ainda de acordo com o também já lido
texto de Gl 5:4, estarão desligados de Cristo, e da sua Graça,
todos esses que procuram justificação ou qualquer outra
bênção na observância da Lei do Dízimo ou de qualquer
outra lei do Antigo Testamento, porque Cristo nos justifica e
nos abençoa apenas pelo seu próprio mérito, sem depender,
para fazê-lo, das obras da Lei (Rm 3:21-28; Rm 5:1-2; Rm
8:32). Este é o ensino da Palavra de Deus, que “não pode ser
anulada”. Antes, “seja Deus veraz e todo homem
mentiroso”. Quem contradizer este ensino está mentindo.

Por isto tudo, na hora em que houver contradição no ensino


ou na pregação de alguém, anule-se a palavra do homem, para
que a de Deus reine soberana! Em casos assim, como este
estelionato espiritual da cobrança do Dízimo no meio da Igreja
de Cristo Jesus, nossa conclusão deverá ser, sempre, que
qualquer ser humano, sem importar quanta fama ou riqueza
tenha conseguido acumular iludindo as multidões, estará
mentindo ao afirmar que Deus cobra dos cristãos, que são o
povo da Aliança da Graça, as exigências legais de Ml 3:7-10,
referentes ao Dízimo, ou de qualquer outro trecho do Antigo
Testamento, visto que nenhum ser humano ou angelical
recebeu de Deus Pai atribuições ou autoridade para contraditar
142
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

a palavra de Jesus. Está ficando tarde já para esses mercenários


reconhecerem que nós todos somos apenas transitória comida
de vermes, que “pó somos, e ao pó voltaremos” para dar conta
a Deus, e Jesus é aquele de quem o Pai Eterno disse: “A ELE
OUVI, e acontecerá que toda alma que não o ouvir será
exterminada do meio do povo”.

E o que ‘ele’ disse em relação ao assunto deste nosso


trabalho, para que “o ouçamos”, foi:

“O conjunto de livros sagrados ao que pertence


também o livro do profeta Malaquias, chamados por
vocês “a Lei e os Profetas” (Antigo Testamento),
vigorou até João Batista” (Lc 16:16).

Quem tem ouvidos para ouvi-lo, ouça-o... e obedeça-o:


Viva em paz com Deus mediante o Evangelho de Jesus
conforme foi ele pregado pelos seus apóstolos... não
mediante a “Lei e Profetas”, nem mediante o Dízimo!

Quem não quiser ouvi-lo obedientemente, estará pecando,


conforme ele mesmo ensinou, ao afirmar em Jo 16:8-9 que
o pecado, durante o período da Graça, é não crer ou
confiar na palavra de Jesus, o Salvador. É por este motivo
que estava escrito: “TODA alma que não ouvir esse profeta
(Jesus Cristo) será exterminada do meio do povo (será
deixado no dia do Arrebatamento, para sofrer os mortais
horrores que o seguem)”.

Dizer que o Dízimo vigora hoje como obrigação do cristão,


143
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

é “não ouvir a ele (a Cristo)”.

Dizer que cumprir a Lei do Dízimo é um ato de fé CRISTÃ,


é “não ouvir a ele (a Cristo)”.

Dizer que o Dízimo é um ato de “devolução” que Deus


espera ou pede de nós os cristãos, é “não ouvir a ele (a
Cristo)”.

Dizer que quem não paga ou “devolve” o Dízimo rouba a


Deus, além de ser uma descarada e nefasta mentira que nos
faz lembrar dos tempos da Inquisição, é também “não ouvir a
ele (a Cristo)”.

Ademais, fora do dito acima, há no uso desse citado trecho


de Malaquias um outro detalhe que quase sempre passa
desapercebido até aos melhores apologistas da Graça: É
honesto separar dois ou três versículos desse livro de
Malaquias, e ordenar ao povo cristão cumpri-los,
desprezando como se fosse lixo o restante dele? Seja honesto
na resposta: Sim?... Não?... O lógico é que se Deus é Luz, se
Deus é Transparência, se Deus é Verdade, não pode ser
honesto separar desse livro o trecho de Ml 3:7-10 para obrigar
as igrejas de Cristo a cumpri-lo, deixando de lado o restante da
palavra de Malaquias, como se fosse lixo, muito mais depois
que Jesus ensinou que “a Lei e Profetas” ou Antigo
Testamento vigorou até João Batista!. Depois dessa
afirmação, ou usa-se o livro todo, ou não se usa nada dele.
Se valer, valha todo. Se não vigora todo, não vigore nada
dele, porque Jesus, na passagem de Lc 16:16, não fez exceção
144
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de parte alguma dele, nem de nenhum outro dos demais


livros que compõem o Antigo Testamento!

E, nem que seja por mera curiosidade, sabe você o quê exige
o restante desse livro de Malaquias?

Veja, por exemplo, o que ele pede ao povo de Israel no


capítulo 4, versículo 4:

“Lembrai-vos DA LEI DE MOISÉS, meu servo, a qual


lhe prescrevi em Horebe para todo Israel, a saber,
estatutos e juízos”.

Viu só? Ali se ordena a observância de toda a Lei de


Moisés, ao dizer: “Da Lei... estatutos e juízos”, sem mencionar
qualquer exceção. “Lembra-la” não é para sabe-la de memória,
mas para observá-la!

Você saberia responder por que os que usam o trecho de Ml


3:7-10 para cobrar o Dízimo do povo cristão não usam também
esta exigência de Ml 4:4?

Eis a resposta:

Porque são ardilosos e desonestos.

Se, mesmo errados, fossem pelo menos de reta intenção,


usariam o livro todo, incluído este texto de Ml 4:4... Só que,
neste caso, teriam que levar as igrejas de Cristo Jesus à
plena observância da Lei de Moisés, completa, e isso eles
145
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

sabem que é impossível de ser feito sem enfrentar a aberta


oposição de todos os teólogos evangélicos dos quatro cantos
do mundo.

Quer dizer, eles usam o trecho de Ml 3:7-10 ardilosamente,


como o mercadejador desonesto que usa dois pesos e duas
medidas, conforme lhe convém.

Se for para usar o livro de Malaquias, fazendo-o vigorar no


seio da cristandade, então que o usem inteiro, como o todo
que ele é (Provem-nos assim que pelo menos são sinceros no
que ensinam, e que tem coragem de enfrentar a crítica
teológica evangélica do mundo inteiro para fazer valer o seu
ensino sobre o vigor atual da Lei de Moisés completa). Usá-lo
aos pedacinhos, um retalho daqui, um remendo lá, conforme as
conveniências das suas deturpadas doutrinas, é desonestidade;
uma característica bem própria do mercenarismo
espiritual.

Molestam-lhes estas palavras?

Não querem se sentir acusados de desonestos, nem muito


menos de mercenários?

Então, se pelo menos tem boa intenção, demonstrem que seu


erro não é malicioso, usando também esse trecho de Ml 4: 4 e o
de Ml 2: 4. Voltem-se abertamente para a Lei, se é o que
querem, sem fingimentos nem hipocrisias. Desliguem-se de
Cristo de uma vez por todas (Gl 5:4-12), e parem de
146
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

perturbar os ingênuos e ignorantes que com sede sincera


querem entrar na salvação de Jesus e no desfrute das
bênçãos que ele concede, o qual é de graça, sem qualquer
obrigação de pagar esses Dízimos cobrados ao povo de Israel
em Ml 3:7-10, trecho de um livro do Antigo Testamento ou
“Lei e Profetas” que, segundo a palavra irrefutável de Jesus,
“vigorou ATÉ João Batista”. Porém, a avareza deles não os
deixará nem impor a Lei de Moisés completa nas suas igrejas,
nem tampouco obedecer ao divino Mestre, o “ele” que Deus e
Moisés mandaram ouvir. Como Balaão, já preferiram o outro
caminho: O mesmo do ambicioso Judas, que, sem escrúpulos,
vendeu Cristo por 30 moedas de prata!

A verdade bíblica que insistimos em deixar clara, é que as


exigências do livro de Malaquias fazem parte da Lei que, de
acordo com Gl 3:l6-19, “foi adicionada (às promessas que o
povo de Israel tinha desde Abraão) por causa das transgressões
(que esse mesmo povo cometeu na travessia do deserto após a
saída do Egito)”, e deveria durar “até que viesse o
descendente a quem se fez a promessa”, o qual é Cristo, que
veio já faz 2.000 anos! São, pois, ladrões e salteadores todos
quantos, depois da vinda desse descendente, ainda enganam
o povo cobrando o Dízimo em nome de Deus,
descaradamente, mediante o uso de um trecho bíblico que
não tem vigor algum na Nova Aliança da Graça, nem,
portanto, na vida espiritual, corporal, ou financeira de cristão
algum.

E, lembremos, não adianta vir de novo argumentar com


aquela surrada estória de que a Lei que passou foi a
147
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“Cerimonial”, porque, conforme ficou visto atrás, a


cobrança do Dízimo jamais fez parte da Lei “Moral”:
Nenhum dos 10 Mandamentos o cobrava! Nunca a Lei do
Dízimo fez parte do Decálogo. Por isto, mesmo se a “Lei
Moral” vigorasse ainda, não existiria, apesar disso, o mais
mínimo fundamento para fazer vigorar, apoiados nela, esse
Dízimo de Malaquias. Eles deveriam ver o beco sem saída
em que estarão no dia do Juízo Final, porque Deus não
deixa brechas na Sua palavra pelas quais possam escapar
os mercenários julgados. Se eles hoje conseguem rechear suas
contas bancárias com o salário alheio, é apenas porque a
ignorante ingenuidade dos homens, como a de Eva, constituem
um portal amplo pelo qual a deturpação e a mentira entram à
vontade, disfarçadas de mensagem de Deus. Foi por esse portal
que Satanás derrubou e escravizou a ingênua Eva... e assim,
pelo mesmo portal da ignorância, continua derrubando e
escravizando os ingênuos dos nossos tempos, fazendo-os
trabalhar como escravos para alimentar a cobiça de uns
poucos espertalhões, que permanecem impunes apenas
porque os tribunais humanos não tem elementos
probatórios legais para pô-los na cadeia, visto que eles
operam seu estelionato espiritual ao amparo de uma Lei de
Liberdade de Cultos muito mal estruturada, que impede os
juízes humanos de puni-los. Deus, porém, que é o Supremo
Juiz de quem ninguém zomba, os porá no seu devido lugar,
junto com Caim, Balaão e Judas!

2o - O DÍZIMO QUE ABRAÃO DEU À


148
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

MELQUISEDEQUE É DA “LEI E PROFETAS”,


MESMO SE NÃO FIZESSE PARTE DOS
MANDAMENTOS QUE, 430 ANOS DEPOIS,
MOISÉS RECEBEU DE DEUS:

A)- A HISTORIA DE ABRAÃO PERTENCE A


TODO AQUELE MESMO CONJUNTO DE LIVROS
SAGRADOS DENOMINADOS POR JESUS “A LEI E
OS PROFETAS” EM Lc 16: 16.

Teólogos a serviço dos interesses materialistas que se


entronizaram na alta hierarquia da nossa cristandade têm
escrito alguns livros tentando basear nessa passagem de Gn
14:14-20 a cobrança atual do Dízimo entre o povo cristão,
alegando que o fato de Abraão ter feito isso num tempo em
que Deus não tinha dado ainda a Lei ao povo de Israel
através de Moisés, significa que o pago dos Dízimos faz parte
do pacto feito por Deus com o Patriarca, e, por tanto,
obrigaria a seus descendentes em Cristo, isto e, a nós, que
estamos sob a Aliança da Graça. Veja a seguir nossa
demonstração de que esse pensamento é completamente míope,
além de herético:

Para começar, deve-se notar que, em primeiro lugar, Deus


chamou Abraão, o justificou e lhe fez a Promessa que fazia
parte do pacto do Senhor com ele, muito tempo antes de
acontecer esse episódio dos Dízimos pagos a Melquisede-
que. Quer dizer, aquilo lhe foi concedido sem ele pagar
qualquer preço, absolutamente de graça, conforme ensina-
nos a palavra apostólica em Gl 3:18. Ele levou de Harã, na
149
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

viagem ordenada por Deus, todos seus muitos bens e


riquezas, sem ter de dar ou “devolver” o Dízimo disso a
ninguém. E depois de feita essa Promessa, quando seus
gados, prata e ouro foram multiplicados no Egito, dali saiu
também sem pagar ou “devolver” Dízimo algum a ninguém.
Finalmente em Manre, onde suas riquezas aumentaram
muito mais, tampouco pagou ou “devolveu” Abraão Dízimos
a ninguém. Ou seja: Dos bens pessoais que ele possuía antes
do Pacto da Promessa, ou dos bens pessoais que possuiu
depois de estabelecido esse mesmo pacto, Deus jamais lhe
exigiu qualquer pagamento ou “devolução” de Dízimos. A
clara e exata verdade em relação a todos os bens pessoais de
Abraão, conforme no-lo mostra a Bíblia, é que ele não era
um dizimista!

Em segundo lugar, note-se antes de mais nada que o primeiro


rei que saiu recebê-lo depois da batalha de cujos despojos deu
aquela polêmica parcela, foi o de Sodoma. Este veio receber
Dízimos e submissão de Abraão, pois era o costume da época
que, através da doação de uma parte do despojo que se
obtinha numa batalha ou campanha de guerra, se
reconhecesse a soberania de um rei sobre aquele que doava.
Abraão não deu nada a ele porque a corrompida nação de
Sodoma representa, nessa história, o reino das trevas, cujo
senhor é Satanás; e Abraão não foi chamado para servir ou
se tornar submisso a Satanás, mas ao Altíssimo Senhor dos
senhores e Rei dos reis: Por isso, quando lhe apareceu o rei
de Salém, que servia com fidelidade ao mesmo Deus de Adão,
de Enoque e de Noé, Abraão o reconheceu como superior e,
usando o costume da época, lhe deu os Dízimos de todo o
150
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

botim da guerra. Este costume, implantado no Reino da


Suméria (“Sinear” na Bíblia) mais de 2.000 anos antes dele
nascer, não existe hoje com essa forma porque foi substituído
ou absorvido por leis tributárias nacionais mais avançadas no
mundo inteiro, e o que Abraão fez ali não se constitui de
modo algum numa prática religiosa que permita ou sirva de
alavanca teológica correta para introduzir entre os cristãos a
obrigação de pagar ou “devolver” o Dízimo do que ganhamos
na luta pelo pão de cada dia, até porque em Cristo todos
somos chamados a ser reis e sacerdotes do Altíssimo, de
acordo com 1Pe 2:5-9 e Ap 1:4-6, como Melquisedeque. A
própria palavra do Senhor Jesus nos ensina que quem ser
maior entre os cristãos deve se tornar escravo dos demais
irmãos, principalmente dos mais humildezinhos, e não ser
como esses prepotentes “reis de Sodoma” cobradores atuais
de tal taxa, que põem sobre as cansadas e sobrecarregadas
ovelhas pesadas cargas que eles mesmos nem com um dedo
querem levar, tornando-as submissas de si mesmos antes que
de Deus. A forma cristã e atual de reconhecer a real
soberania de Jesus, de acordo com o ensinamento apostólico
de 1Co 6:20 e Rm 12:1, é alcançada pela entrega a ele do
nosso ser total, o que somos e temos (cada um como
administrador ou mordomo fiel do 100% dos bens que ele nos
dá), para que, daí em diante, faça Ele em nós sua vontade,
não pela letra da Aliança Antiga, mas pela poderosa
operação do seu Espírito Santo dentro de nós, que nos levará
a servir uns aos outros, e não a fazer dos nossos irmãos
meros escravos de nossa cobiça. “Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei”, não significa ‘escravizai-vos uns aos
outros’, como esses mercenários parecem entender, mas, sim,
151
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

que cada irmão ponha sua vida a serviço dos demais irmãos
em Cristo, de graça, isto é, sem nada cobrar deles, como nada
Jesus nos cobrou. “De graça recebestes, de graça dai”, foi a
sublime instrução de Jesus aos que querem ser seus
autênticos ministros.
Em terceiro lugar, onde diz a Escritura que Abraão
continuou dando o Dízimo a Melquisedeque? Em lugar
nenhum! Abraão não tinha o Dízimo como um costume ou
prática religiosa: Ele era riquíssimo. Possuía muitos outros
bens, que lhe produziam lucro muito alto; lucro que, com
certeza, era mais elevado que o valor daqueles despojos da
guerra em que resgatou a Ló. E ele nunca mais deu o Dízimo
a ninguém, de coisa nenhuma de tudo quanto lucrou depois.
Dá para entender o que isto significa? Apenas que Abraão
não era dizimista! Os mercenários no-lo querem apresentar
como sendo um deles, mas a própria Bíblia nos revela que
não era! Nem ele, nem Isaque, nem Jacó, nem José; quer
dizer, nenhum dos quatro patriarcas dos quais, antes da Lei
dada no Monte Sinai, formou-se o povo de Israel... Nenhum
deles tinha o costume de pagar ou “devolver” o Dízimo a
Deus. Basta, pois, de mentiras: Não dá para usar a vida do
patriarca como exemplo de um bom dizimista!

Ademais, mesmo se Abraão tivesse sido de fato um


praticante costumeiro do pagamento do Dízimo religioso, a
legítima verdade continua sendo que a Graça, como Pacto,
conforme Jo 1:17 nos ensina, somente veio a nós através de
Jesus Cristo (que jamais recebeu Dízimos de ninguém); e
152
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

nesta Aliança da Graça trazida por ele, os salvos não recebem a


vida eterna nem as demais bênçãos cristãs como recompensa a
um esforço pessoal em prol da obediência a leis externas,
escritas, ora na pedra, ora no papel, mas pelo fluir de um
comportamento novo (qual uma fonte interior de vida)
produzido pelo Espírito Santo como fruto natural do processo
da santificação, que Ele mesmo opera de forma gratuita em
nós (1Ts 5:23). Assim nos ensina à palavra apostólica.

Antes da vinda de Jesus não existia a Aliança da Graça. A


Abraão foi prometido apenas isto: que através de um
descendente seu (Cristo, segundo Gl 3:16) Deus faria tal
Aliança da Graça para salvação de muitos, resgatados
dentre todas as nações da terra. Esta aliança, porém, só veio
existir de fato muito tempo depois, mediante o sangue de
Cristo derramado pela nossa redenção, dando cumprimento aos
anúncios proféticos da velha aliança da Lei e às gratuitas
promessas anteriores a ela.

Isto é algo que já deve ter ficado bem claro na mente do


leitor, e, tal vez nem haja necessidade de repetir nada do que
foi visto nas páginas anteriores. Porém, para não sairmos do
contexto, e mantermos viva a linha de pensamento de que essa
Velha Aliança jamais deu a vida eterna nem bênção cristã a
ninguém, mas apenas anunciou a vinda futura do Messias
Salvador que daria essa eternidade e todas as bênçãos
prometidas no Evangelho aos homens, é bom lembrarmos o
significado já visto da expressão “a Lei e os Profetas”:
153
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Conforme ficou provado na “Demonstração No. 1” deste


trabalho, tal expressão é sinônima dessa coleção de sagradas
escrituras que nós hoje denominamos “Antigo
Testamento”, abrangendo todos os livros desde Gênesis até
Malaquias. Até hoje é este o significado entre os judeus, que
são o povo a quem Deus deu essas Sagradas Escrituras. E seu
vigor ou duração, não esqueçamos nunca, foi limitado pela
palavra do próprio Senhor Jesus Cristo “até” ao tempo do
ministério de João Batista (que já passou faz quase 2.000
anos), o qual nos foi confirmado também pela sã doutrina
apostólica (em Gl 3:19), ao dizer-nos que essa duração ou
vigor chegava apenas “até” a vinda do descendente de
Abraão a quem foram feitas as promessas, o qual é Cristo
(Gl 3:16).

Assim sendo, não temos nenhum motivo para fazer


qualquer exceção com os feitos ou palavras de quem quer
que seja no Antigo Testamento (independentemente de ter
vivido antes ou depois da Lei dada no Monte Sinai), com o
propósito de torná-los exigência ou ordenança neste nosso
atual tempo da Nova Aliança da Graça, isto é, do Novo
Testamento. Esse erro não trará nunca crescimento
espiritual verdadeiro a ninguém. Está enganado quem
pensa que através dessas coisas poderá manter uma melhor
e mais viva relação e comunhão com Deus ou conseguirá o
cumprimento das promessas que Ele nos fez mediante Seu
Filho Jesus Cristo, porque tanto tal reconciliação e
comunhão, como todas essas promessas de bênçãos
espirituais e/ou materiais, são gratuitos para nós, em base ao
154
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

total e completo pagamento efetuado pelo Filho de Deus na


cruz (Rm 8:32; Ef 2:1-10). Jamais Deus concedeu a Abraão,
ou a Moisés ou a qualquer um dos demais ministros
estabelecidos sob a Aliança da Lei, o privilégio de nos prover
os elementos de reconciliação para que pudéssemos manter
relação genuína e viva comunhão com Ele. Se isto tivesse
acontecido, não teria havido necessidade da vinda e ministério
redentor de Jesus de Nazaré, conforme realça o texto sagrado
em Hb 7:11, dizendo: “Se, portanto, a perfeição houvera sido
mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo
recebeu a Lei) que necessidade haveria ainda de que se
levantasse OUTRO sacerdote... e que não fosse contado
segundo a ordem de Arão?”.

Esse privilégio especial do ministério da reconciliação e


viva comunhão nossa com Deus, juntamente com a
administração das bênçãos que disso derivariam, estava
reservado para alguém superior a toda criatura e a toda a
criação, conforme, continuando, explica o mesmo texto de
Hebreus, em Hb 7:12-25, assim:

“Quando se muda o sacerdócio necessariamente há


também mudança da Lei. Porque aquele (Jesus) de
quem são ditas estas cousas, pertence a outra tribo,
da qual ninguém prestou serviço ao altar, pois é
evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à
qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda
muito mais evidente, quando, à semelhança de
Melquisedeque, se levanta outro sacerdote,
155
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

constituído, não conforme a lei de mandamento


carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel.
Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque. Portanto, por um
lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de
sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca
aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se
introduz esperança superior, pela qual nos
chegamos a Deus... Por isso mesmo Jesus se tem
tornado fiador de superior aliança. Ora, aqueles são
feitos sacerdotes em maior número, porque são
impedidos pela morte de continuar; este, no entanto,
porque continua para sempre, TEM O SEU
SACERDÓCIO IMUTÁVEL. Por isso, também pode
salvar totalmente aos que por ele se chegam a Deus”.

Fica claro, pois, que, pela expressa e incontestável vontade


de Deus, somente Jesus tem este privilégio especial do
ministério da reconciliação e viva comunhão nossa com
Deus, juntamente com a administração das bênçãos que
disso derivam. Por isto, somente nele encontra o ser
humano a salvação TOTAL; ou seja, pleno amparo e
auxílio divino para nosso espírito humano, pleno amparo e
auxílio divino para nossa mente humana, e pleno amparo e
auxílio divino para nosso corpo humano. E o melhor é que
tal salvação total é de graça!

Assim, apelar hoje para as experiências, feitos ou


palavras de Abraão (ou de Isaque, Jacó, etc.) para
156
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

implantar entre os cristãos a obrigatoriedade do Dízimo ou


qualquer outra ordenança do Antigo Testamento, continua
sendo uma desobediência descarada ao Filho de Deus que
disse: “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, e
também à própria “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento
que, desde o começo, já ordenava, em harmonia com a voz
do Pai eterno: “a ele ouvi” (em Dt 18:15-19 consoante com
o evangelho em Mt 17:2-5; At 3:17-23), assinalando para a
fiel obediência a Jesus Cristo, quando ele chegasse... e já
chegou, faz 2.000 anos. Mas, emulando os que naquele
tempo não o “ouviram” e o crucificaram, assim mesmo
estes hoje não querem “ouvi-lo” e o crucificam ao condenar
os membros do Corpo de Cristo que não lhes pagam o
Dízimo.

Jesus Cristo chegou faz 2.000 anos trazendo uma NOVA


Aliança que nada tinha a ver em seus estatutos e ordenanças
com a que tinha sido feita antes com o pai Abraão (e que não
incluía o Dízimo, conforme vemos em Gn 17:4-14), nem com a
que fora feita com o povo de Israel quando Deus o tirou do
Egito pela mão de Moisés (e que lhes estabeleceu o Dízimo
legal em Lv 27:30-34 e Dt 14:22-29). A Aliança trazida por
Jesus é, como de fato tinha que ser, realmente NOVA e
DIFERENTE, porque assim estava já infalivelmente
anunciado na própria “Lei e Profetas” ou Antigo
Testamento, no bem conhecido trecho de Jr 31:31-32, do
qual temos inegável confirmação no Novo Testamento em
Hb 8:8-9, nestes termos:
157
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“Eis ai, vem dias, diz o Senhor, e firmarei NOVA


aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia
em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do
Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, e eu
não atentei mais para eles”.

Leia bem o texto desta profecia, e perceba que essa aliança,


da forma como foi ali prometida, deveria ser:

Por um lado: “NOVA”

Algo que se faz novo, não é uma coisa velha remendada,


pois, por mais novo que seja o remendo, a coisa remendada
continuará sendo velha (Mt 9:16-17). Assim sendo, essa nova
aliança prometida por Deus nesse texto de Jeremias, não
poderia ser um simples remendo agregado ao Antigo
Testamento, como ensina a doutrina da
complementaridade dos dois pactos pregada pelos
legalistas. Se o novo Pacto baseado no sangue de Jesus fosse
um simples complemento ou remendo no Antigo
Testamento, ou seja, na “Lei e Profetas”, Jeremias não
poderia ter profetizado que seria novo, nem Jesus Cristo
poderia ter dito: “A Lei e os Profetas vigoraram até João
Batista”, sem se tornar MENTIROSO. “Novo”, em qualquer
dicionário, significa algo que é original; ou, em outras
palavras, que é visto pela primeira vez. Assim, essa nova
aliança prometida em Cristo Jesus, era outra, original, que
seria vista pela primeira vez; jamais a mesma da “Lei e
Profetas”. Outra, original, a respeito da qual diz: “obteve
158
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também


mediador de superior aliança, instituída com base em
superiores promessas” (Hb 8:6).

Por outro lado: NÃO CONFORME A ALIANÇA


DA “LEI E PROFETAS” OU ANTIGO
TESTAMENTO.

Uma coisa é “conforme” a outra, se é semelhante ou igual a


ela.

Quando Deus disse na Sua promessa da nova aliança, que


esta não seria conforme, ou seja, igual ou semelhante à então
existente, ele estava já desde esse momento desautorizando
qualquer tentativa humana de conformar, assemelhar ou
igualar a aliança da “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento
com a nova Aliança da Graça. Não há nem como contestar
isto, visto que Ele mesmo prova referir-se àquela que fez no
Monte Sinai com os israelitas, ao afirmar que foi a aliança
realizada “no dia em que os tomou pela mão, PARA OS
TIRAR DA TERRA DO EGITO”. Qual foi essa aliança que
Deus fez nesse então? Foi essa, a do Monte Sinai, isto é, a
que regia enquanto vigoravam as ordenanças e estatutos da
“Lei e Profetas” e sob o ministério de cujos sacerdotes foi
Cristo condenado à morte na cruz como transgressor da
mesma, em nosso lugar. Concluímos, deste modo, por mais
este incontestável motivo, que não é biblicamente correto o
esforço desses legalistas que andam hoje pelos nossos
púlpitos com pose de grandes mestres pretendendo dar vigor
ou igualdade contratual, com o conteúdo do Novo
159
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Testamento cristão, às experiências, palavras ou quaisquer


exigências de quem quer que seja no Antigo Testamento,
propondo obrigar os seguidores de Cristo a viver em
obediência ou conformados a essas leis daquele passado
pacto, dizendo que o Dízimo é um ato da fé cristã. O menor
dentre os que pertencemos à Aliança da Graça em Cristo
Jesus, é maior do que toda e qualquer uma dessas santas e
famosas personagens do Antigo Testamento, por sermos
filhos de Deus, enquanto eles eram simples servos dele,
segundo as incontestáveis palavras do próprio Senhor Jesus
(Mt 11:11; Lc 7:28). Se for verdade que somos filhos,
vivamos então livres na Graça que nos transformou em novas
criaturas, e conforme a palavra que o Pai eterno deu aos
filhos através do ministério maior, exclusivo e novo do nosso
Salvador Jesus Cristo. Não nos deixemos enredar em “panos
velhos”.

Tentar trazer o todo ou parte do ANTIGO Testamento ou


Aliança, para esta NOVA Aliança que temos com Deus
mediante o sangue de Jesus de Nazaré (e não mediante as obras
da Lei), continuará sendo descarada e herética desobediência
a voz do Filho de Deus, que disse: “A Lei e os Profetas
vigoraram até João”; isto é, desobediência a esse glorioso
enviado de Deus a respeito de quem o próprio Antigo
Testamento ordenou: “A ELE OUVI”.

Ampliando isto, note ainda a parte do trecho em estudo onde


diz: “Porquanto eles anularam a minha aliança”. O quê
significam estas divinas palavras? Simplesmente, o que nelas
está escrito: Que, na forma divina de entender as coisas, a
160
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

aliança ou pacto com o povo de Israel estava anulada já


desde muito tempo antes da vinda de Jesus de Nazaré, lá por
volta dos anos 600 a.C. quando Jeremias escreveu seu livro; e
anulada, não porque Deus tivesse querido anulá-la, mas
porque a própria descendência de Abraão a anulou com seu
rebelde comportamento, que na prática diária era totalmente
contrário aos estatutos nela estipulados. Este detalhe é muito
importante para a compreensão do assunto deste estudo, e
não poderíamos de forma alguma deixa-lo passar
desapercebido. Ai é a própria palavra de Deus nos explicando
por que e desde quando o Antigo Testamento ou Pacto
precisava ser substituído por um NOVO. É uma pena que os
“sábios” sacerdotes que crucificaram Jesus não entendessem
isto, como pena é, ainda, que os também “sábios” legalistas
de hoje não o entendam.

Uma aliança ou pacto, quando é quebrantada ou


transgredida por uma das partes, perde o vigor; e, quando
isto acontece, é necessário que se faça outra. E foi isto que
Deus fez em Cristo Jesus: Após esticar Sua paciência e
longanimidade “até João Batista”, depois dele fez conosco uma
nova e diferente aliança, fundamentada no derramado
sangue do Seu Filho Jesus Cristo (Mt 26:28; Hb 9:11-15) e
não mais nas obras de obediência à “Lei e Profetas”, ou seja,
ao Antigo Testamento, como, de maneira inconfundível,
ensina-nos a Sagrada Escritura ao explicar:

“Portanto, por um lado, SE REVOGA a anterior


aliança, por causa da sua fraqueza e inutilidade
161
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

(pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por


outro lado, SE INTRODUZ esperança superior, pela
qual nos chegamos a Deus” (Hb 7:18-19);

“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos


bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito
tabernáculo (seu próprio corpo, e não a “Lei e
Profetas”), não feito por mãos, quer dizer, não desta
criação... pelo seu próprio sangue (e não pelo sangue de
animais derramado para compensar a desobediência aos
estatutos do Antigo Testamento) entrou no Santo dos
santos, uma vez por todas, obtendo assim eterna
redenção (para os que a ele se confiam)... por isso
mesmo, ele é o mediador da Nova Aliança a fim de
que... intervindo a morte (dele) para remissão dos
pecados que existiam sob a primeira aliança (a da
Lei), recebam a promessa da eterna herança aqueles
que tem sido chamados (em Cristo)"(Hb 9:11-15).

Uma aliança como esta que Deus fez conosco em Cristo, na


qual Ele nos da uma herança perfeita e eterna, não precisa do
remendo velho dessa outra que ‘jamais aperfeiçoou cousa
alguma’, e que, por outro lado, já estava desatendida por
Deus. Preste bem atenção nas palavras finais desse texto de Hb
8:8-9 que estamos estudando. Elas dizem explicitamente: “e eu
não atentei mais para eles”. Se você conhece a história do
povo de Israel, saberá que, biblicamente, durante os últimos
400 anos que transcorreram antes da vinda de João Batista com
a missão de identificar e apresentar o Messias, Deus não
162
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

enviou mais profeta algum para falar da parte dele aos israelitas
em atenção àquela antiga aliança contida na “Lei e
Profetas” ou Antigo Testamento. E saberá também que
somente depois desses longos 400 anos foi que ocorreu a vinda
do Redentor Jesus Cristo, que na cruz, após cumprir com todas
as exigências da Antiga, assinaria, com seu sangue nela
derramado, a Nova Aliança da Graça “para todas as nações da
terra”, conforme Deus tinha prometido a Abraão (Gn 12:3; Gn
22:18), deixando assim “revogada” a anterior (Hb 7:18-19).

Agora, pense: Se o próprio Deus não atentou mais para essa


Antiga Aliança ou Antigo Testamento durante esses 400 anos,
quem são, então, estes supostos profetas e mestres que
querem nos obrigar a atentar para ela agora, quando temos
já, e de graça, a completa e eterna salvação que Jesus nos
trouxe faz já 2.000 anos? Por que haveríamos de acreditar
mais na farsa deles, que não deram sua vida por nós, do
que na palavra de Deus que nos foi transmitida por aquele
que morreu por nós na cruz?

Antes, atentemos à palavra fiel que nos adverte: “seja


Deus veraz, e todo homem mentiroso “.

Por que haveríamos de menosprezar esta Nova Aliança em


Cristo, que gratuitamente nos oferece a completa, total e
eterna transformação a uma forma de existência gloriosa igual
à dele juntamente com todas as bênçãos que nos oferece o
Evangelho, para correr atrás de ensinamentos e ordenanças que
jamais deram nada completo, total e eterno a ninguém, nem
sequer a Abraão?
163
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Se Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e se nele reside


toda a plenitude da divindade, por que haveríamos de seguir as
pegadas do imperfeito Abraão, em vez das pegadas do perfeito
e aperfeiçoador Filho de Deus?

Enfim, a história de Abraão é apenas a de um bom servo e


“amigo” de Deus.

Nossa história deve ser a de amigos, sim (Jo 15:14-15), mas,


por cima disso, deve ser a de filhos de Deus (1Jo 3:1-2; Hb
2:10-11), chamados a ser co-participantes da própria
natureza divina (1Co 15:42-53; 2Pe l:4; Fp 3:20-21; Jo
17:20-21); quer dizer, chamados a ser superiores (em
Cristo Jesus) até aos próprios Anjos do Céu (Hb 2:5-8), e a
todos os servos do Antigo Testamento, o maior dos quais é
inferior ao menor dos filhos do Reino em Cristo (Mt 11: 9-
11; Lc 7:28).

Deixemos, pois, a importância do Dízimo dado por Abraão


do tamanho que realmente lhe corresponde, reconhecendo que,
por mais grande e profunda que seja sua mensagem no
respectivo contexto histórico e profético na “Lei e Profetas”
à que pertence numa passagem que claramente se expressa
como um sólido prenúncio do soberano ministério de
Cristo, nada tem a ver, contudo, com as obrigações atuais
dos cristãos.

B)- O DÍZIMO DADO POR ABRAÃO NÃO FOI UM


ATO ORDENADO PELA VONTADE EXPRESSA
164
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DE DEUS.

Observe bem que, além de tudo quanto acabamos de expor


sobre o gesto dele depois da batalha, o caso dos Dízimos dados
por Abraão a Melquisedeque não pode de maneira alguma ser
considerado como um ato de obediência dele à vontade
EXPRESSA de Deus, devido a que o Altíssimo jamais
ordenou-lhe efetuar tal pagamento, nem antes da batalha,
nem depois dela , nem muitíssimo menos quando lhe fez a
gratuita promessa de que no descendente dele (Jesus Cristo)
seriam abençoadas todas as nações da Terra. Abraão o
efetuou da sua livre e espontânea vontade, por sua própria
iniciativa. Leia e releia quantas vezes quiser essa história dele
no livro de Gênesis, e você apenas descobrirá que esta
afirmação nossa é verdadeira: Deus, em nenhum momento da
vida de Abraão, lhe pediu ou ordenou que pagasse o Dízimo. E
nem sequer diz que Melquisedeque o exigiu, mas que Abraão
o “deu”, assim, simplesmente, da sua própria e voluntária
iniciativa, e sem condicionar seu ato dadivoso à concessão de
quaisquer bênçãos de parte de Deus. Ele sabia que tudo quanto
poderia esperar de Deus estava já dantes prometido, conforme
prova o texto dos anteriores capítulos 12 e 13 do mesmo livro
de Gênesis. Sobre a base desta irrefutável realidade, deve ficar
bem claro que tudo quanto Abraão (ou qualquer um dos
demais servos de Deus no Antigo Testamento) já fez ou
deixou de fazer por iniciativa pessoal própria, jamais
poderá ser bem considerado como a vontade EXPRESSA de
Deus para os cristãos ou para quem quer que seja, sem ferir
a verdade. Se assim não fosse, então poderíamos também
continuar sacrificando animais a Deus a exemplo do justo
165
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Abel, visto que isto foi feito por ele muito tempo antes de
ser dada a Lei no Sinai, e que Deus expressamente se
agradou da tal oferta, conforme nos dá claro testemunho a
Sagrada Escritura, não somente no Antigo, como também
no Novo Testamento (Gn 4:4; Hb 11:4). E, por que não o
fazemos? Ora, porque não somos tão tolos assim: Sabemos
que Deus não nos manda fazer tais coisas hoje. Do mesmo
modo, tampouco o Seu Evangelho da Salvação em Jesus
manda a nós, cristãos, pagar o Dízimo que Abraão deu a
Melquisedeque, nem qualquer outra espécie de Dízimo
mencionada no Antigo Testamento. Os que o cobram em
nome de Deus Pai, do Seu Filho Jesus Cristo, ou do Espírito
Santo, estão agregando à Nova Aliança da Graça, por conta
própria (ou tal vez por conta do Diabo, pai de todas as
deturpações e de todas as mentiras), normas, ordenanças ou
estatutos inexistentes no Evangelho cristão, e isto implica
cair na anatematização ou maldição determinada em Gl 1:8-9
e de 2Jo 1:9-11 contra os que tais coisas fazem.

Se não caírem nessa anatematização aqui na Terra, diante dos


homens, por terem conseguido enganar muito bem seus
ingênuos ouvintes com os falseados e “convincentes”
argumentos teológicos que caracterizam seus fogosos
discursos, cairão no dia em que se cumprir o julgamento de que
fala Paulo em Rm 2:16, ao qual se referiu também o Senhor
Jesus em Mt 7:21-23... Enganar os homens é fácil. De Deus,
porém, “ninguém zomba”: Cada um colherá o que aqui está
semeando!

Enganam-se todos quantos pensam que sua atividade de


166
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

lobos roubadores está passando desapercebida: Deus registra


tudo quanto acontece neste mundo.

Eles não ficarão impunes, como está escrito:

“A ira (julgamento) de Deus se revela do Céu (no devido


tempo) contra toda impiedade e perversão dos homens que
detém a verdade pela injustiça”.

...eles, apenas, não perdem por esperar!

C)- AINDA SE DEUS TIVESSE ORDENADO A


ABRAÃO PAGAR AQUELE DÍZIMO A
MELQUISEDEQUE, TAL ORDEM NÃO TERIA
VIGOR ESTATUTÁRIO ALGUM SOBRE OS
CRISTÃOS, POR CONTINUAR SENDO PARTE
DO CONTEÚDO DA CADUCA “LEI E
PROFETAS”, E NÃO DA NOVA “ALIANÇA DA
GRAÇA”, QUE É A QUE VIGORA HOJE NA
VIDA DO POVO CRISTÃO.

Supondo que Deus tivesse de fato ordenado a Abraão pagar o


Dízimo a Melquisedeque, vigoraria para nós, os cristãos, essa
ordem divina?

Absolutamente, não! Ela, nesse caso, continuaria fazendo


parte da “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento, que não
vigora na Aliança da Graça em Cristo Jesus, segundo Ele
próprio afirmou, com sua palavra que não aceita
contradição, em Lc 16:16, no sentido de que tal vigor
167
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

durava apenas até João Batista. Desde então não vigora


mais nada dela em termos normativos da vida humana no
que concerne à nossa relação com Deus.

Deus Pai não se contradiz.

Deus Filho não se contradiz.

Deus Espírito Santo não se contradiz.

Jamais a verdade divina poderia se contradizer.

Mas, insistindo no suposto caso de que tal ordem tivesse de


fato sido dada por Deus ao patriarca, e de que vigorasse pelo
alegado motivo de que teria sido ordenada antes da Lei do
Sinai, então, pela mesma causa, teria de vigorar outra ordem
que, com caráter de pacto perpétuo, e também antes dessa Lei
do Sinai, deu Deus ao mesmo patriarca Abraão sobre a
circuncisão, tal como está escrito:

“Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no


decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança que
guardareis entre mim e vós, e a tua descendência: Todo
macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne
do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim
e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós,
todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido
em casa, como o comprado a qualquer estrangeiro, que não
for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido
em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; a minha
168
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua” (Gn


17:9:13).

Note bem o termo “perpétua” com que termina o texto


citado. Você sabe qual é o significado dele? Significa
perenidade, algo que dura PARA SEMPRE. Assim, uma
aliança é perpétua quando não tem fim. E isto está escrito na
Bíblia TODA, com relação a uma aliança que obrigava todos
os descendentes de Abraão desde antes de ser dada a Lei no
Monte Sinai e enquanto suas gerações existissem na Terra,
como até hoje existem milhões de judeus no mundo. Pela
forma de interpretação da Bíblia que os legalistas querem nos
impor, tal aliança, por ser perpétua, deveria durar para sempre,
até mesmo depois que a Lei deixasse de vigorar, porque ela
foi estabelecida antes dessa Lei do Monte Sinai que, segundo
Gl 3:17, não pode ab-rogar ou desfazer o que Abraão recebeu
de graça nos tempos da promessa, e deveria estar valendo
sobre a atual descendência judaica. Ademais, poderíamos
reforçar este argumento lembrando que Jesus também foi
circuncidado, e que Paulo, sendo já convertido Timóteo, o
circuncidou (Lc 2:21; At 16:1-3).

Se os mercenários querem, pois, cobrar o Dízimo dado por


Abraão baseados na sua anterioridade em relação a
aparição da Lei, por que hipócrita motivo não exigem
também a obrigatoriedade desta aliança “perpétua” que é
também anterior a essa mesma Lei?

Será acaso porque ela não produz a dinheirada que rende a


cobrança do Dízimo?
169
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Isso, eles responderão a Deus no dia do Juízo Final, quando


Ele, sem que ninguém possa contra-argumentar-lhe, lhes
lembrará que “o Antigo Testamento durou até João Batista”, e
que, mantendo-o nas suas igrejas, mantiveram muita gente
decaída da Graça de Cristo.

Tal vez, teimosos como são, se atrevam a nos alegar, ainda,


que essa circuncisão foi expressamente declarada fora de vigor
pelo ensino apostólico do Novo Testamento.

E a “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento não?

O que estamos demonstrando aqui é, precisamente, que a


“Lei e Profetas” (ou Antigo Testamento), toda ela, está
expressamente declarada no Evangelho (ou Novo Testamen-
to) como tendo ficado fora de vigor, seja para a Salvação ou
seja para recepção das bênçãos, não somente pelo ensino dos
apóstolos, senão também pela palavra do próprio Senhor
Jesus Cristo.

Não é apenas a Lei da Circuncisão...

Não é apenas a Lei do Sábado...

Não é apenas a Lei do Dízimo...

Nem apenas a Lei das Comidas...

Nem apenas a Lei Moral ou a Cerimonial...


170
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Não é a Lei disto...

Nem a Lei daquilo outro...

É o Antigo Testamento completo, quer dizer, a “Lei e


Profetas” inteira, toda ela, que não vigora com fins normativos
para o relacionamento com Deus na Igreja de Cristo Jesus, cujo
Guia e “Norma” ou “Lei” é o próprio Espírito Santo, e não a
letra, seja esta da Lei dada no Sinai ou de qualquer outra fonte
(Rm 8:2-4).

Por isso, trazer o povo cristão de volta para a “Lei e


Profetas” ou Antigo Testamento, significa tirá-lo da sã,
vivificante e poderosa direção do Espírito Santo em Cristo.
Isso, em termos bíblicos, chama-se desvio da verdade cristã,
ou seja, APOSTASIA.

Significa “de Cristo vos desligastes vós, todos quantos vos


quereis justificar pela prática das obras da Lei; da Graça
tendes caído”, conforme advertido em Gl 5:4.

Chega, pois, dessa mentirosa ladainha de que ‘o Dízimo é


um ato de fé cristã’. Melhor, é se converterem logo à
verdadeira doutrina da Graça do nosso Senhor Jesus.

3o - O QUE O EVANGELHO AFIRMA DE FORMA


EXPRESSA EM Hb 7:1-19 É QUE O DÍZIMO ERA DA
“LEI E PROFETAS”; NÃO DA ALIANÇA DA GRAÇA :
171
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

No seu avarento afã do encontrar algum texto no Novo


Testamento em que possam apoiar sua falsa teologia do vigor
atual do Dízimo entre os membros das igrejas de Cristo Jesus,
estes “mestres” têm usado também este trecho do Capítulo 7 da
Carta aos Hebreus, igualmente referente àquele Dízimo dado
por Abraão, para defender sua farsa. Entretanto - perguntamos
- pretendia o autor dessa carta estabelecer ali esse vigor da lei
do Dízimo, para implantá-la na Nova Aliança da Graça?
Leiamos o texto e vejamos a verdade:

“Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do


Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão
quando voltava da matança dos reis, e o abençoou;
para o qual Abraão separou o Dízimo de tudo
(primeiramente se interpreta rei de justiça, depois
também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem pai,
sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de
dias nem fim de existência, entretanto feito semelhante
ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente.
Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão,
o patriarca, pagou o Dízimo, tirado dos melhores
despojos. Ora, os que dentre os filhos de Levi
recebem o sacerdócio, tem mandamento de recolher,
DE ACORDO COM A LEI, os Dízimos do povo, ou
seja, dos seus irmãos, embora tenham estes
descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles (entre os filhos de
172
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Levi), recebeu os dízimos de Abraão, e abençoou o que


tinha as promessas. Evidentemente é fora de qualquer
dúvida que o inferior é abençoado pelo superior.
Aliás, aqui são homens mortais os que recebem os
Dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que
vive. E por assim dizer, também Levi, que recebe os
Dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele
ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste. Se, portanto, a
perfeição houvera sido mediante o sacerdócio
levítico (pois, nele baseado, o povo recebeu a Lei),
que necessidade haveria ainda de que se levantasse
outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque
e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente
também há mudança da lei. Porque aquele de quem
são ditas estas cousas (Jesus), pertence a outra tribo da
qual ninguém prestou serviço no altar, pois é evidente
que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés
nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda mais evidente
quando, a semelhança de Melquisedeque se levanta
outro sacerdote, constituído não conforme a lei de
mandamento carnal, mas segundo o poder de vida
indissolúvel. Porquanto se testifica: ‘Tu és sacerdote
para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque’.
Por tanto, por um lado, se revoga a anterior
ordenança (ou Lei), por causa da sua fraqueza e
173
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa


alguma) e, por outro lado, se introduz esperança
superior (em Cristo Jesus), pela qual nos chegamos a
Deus”.

Conforme o leitor deverá ter notado, não existe neste texto


nada que expresse o propósito de implantar ou estabelecer na
Nova Aliança da Graça a cobrança do Dízimo do Antigo
Testamento.

Pelo contrário, a intenção explícita do sagrado autor nesse


trecho é destacar a suprema excelência do ministério
sacerdotal eterno de Cristo Jesus, como mediador da nova,
diferente e superior aliança através da qual é concedida aos
humanos a gratuita salvação também eterna. É com esta
finalidade que o escritor sagrado usa aquela citada passagem de
Melquisedeque e Abraão que acabamos de estudar acima, do
mesmo ilustrativo modo que, em outras partes da mesma Carta
aos Hebreus, utiliza outras passagens do Antigo Testamento,
com o único propósito de mostrar que o simbolizador de
Jesus Cristo (Melquisedeque, neste caso) foi reconhecido
como superior pelo portador das promessas da bênção para
todas as nações (Abraão); e que, em conseqüência, essa
superioridade do simbolizado Jesus sobre tudo o que diga
referente a Abraão deve ser reconhecida hoje, na nossa
dispensação da vigorante Aliança da Graça: O
“Descendente Salvador” (Jesus) é aí revelado como sendo
maior e superior, nessa comparação com aquele de quem
descende, Abraão, a quem os cristãos de origem judaica
174
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ainda tinham a tendência de considerar como o maior de


todos os homens, por ser o “Pai Abraão”, esse a quem Deus
chamara no passado para formar, a partir dele e sua esposa
Sara, o povo judeu.

Deste modo, o Dízimo ali oferecido é um mero acessório


fenomenológico (de caráter secundário, e sem qualquer
pretensão doutrinária de induzir os cristãos à prática desse
pagamento) na história usada pelo autor como apenas mais um
elemento probatório dessa absoluta superioridade do Filho de
Deus sobre quaisquer outras vidas humanas e sobre qualquer
outro ministério.

É ridícula. pois, e carente de seriedade, a argumentação de


que nesse trecho o autor tinha a intenção de estabelecer ou
implantar a obrigação de pagar o Dizimo na Nova Aliança da
Graça, quando se referiu aos “mortais que aqui recebem (em
tempo presente) o Dízimo”. Esses “mortais” por ele aludidos
no texto, não são os cristãos, mas os judeus não convertidos,
pela óbvia razão de que o autor está tratando do ministério
levítico (versículo 5), que nada tem a ver com Jesus, o qual
nasceu da tribo de Judá, que jamais foi escolhida por
Moisés para exercer o sacerdócio (a escolhida foi a tribo de
Levi). E a conjugação verbal “recebem”, em Tempo
Presente do verbo Receber, deve-se ao simples fato de que
esta Carta aos Hebreus foi escrita antes da destruição do
templo de Jerusalém, ocorrida no ano 70 d.C., quando o
judaísmo ainda estava oficiando naquele prédio as práticas
da Lei de Moisés, pois não tinham seus líderes crido em
Cristo Jesus, quem jamais recebeu dízimos de ninguém,
175
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

porque ele não veio para ser pregador eterno da Lei, mas
para, após cumpri-la, estabelecer um Novo Pacto: O da
eterna Graça, que nos dá a Vida!

O autor não está dizendo aos cristãos que devem pagar ou


“devolver” o Dízimo. Apenas está lembrando que o povo de
Israel o pagava aos que dentre os descendentes de Levi eram
escolhidos para o sacerdócio. No Corpo de Cristo, nem somos
esse povo das doze tribos de Israel, nem temos descendentes de
Levi exercendo o ministério sacerdotal, visto que nosso
Sacerdote eterno e único é Cristo, o qual, reiteramos, jamais
cobrou Dízimo algum dos seus discípulos. Nada, pois, nessa
Carta aos Hebreus, teve nunca a intenção de implantar a
cobrança do Dízimo na Igreja, pois, não existindo mais
sacerdotes dentre os filhos de Levi, tampouco existe mais
ninguém à quem tivesse sido ordenado cobrar os Dízimos do
povo.

Na realidade, é tudo o contrário:

Para maior decepção desses falsificadores da Palavra de


Deus, o texto em questão o que faz é reafirmar duas verdades
evidentes e importantíssimas, e que são as mesmas que
repetidamente vimos defendendo aqui:

a)- que o Dízimo era cobrado de conformidade


COM A LEI, e não com a Aliança da Graça de
Cristo (versículo 5);
176
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

b)- que quando Cristo assumiu o novo sacerdócio


ETERNO (Hb 7:15-19), a própria natureza eternal
desse seu ministério sacerdotal exigia uma também
NOVA Lei (versículos 11 à 12, e 17 à 19); não mais
uma lei de mandamentos dados em letra como a do
Monte Sinai, mas a Lei de vida do divino Espírito
ETERNO, vivificante e santificador, conforme nos
ensina o contexto do Evangelho em 2Co 3:6 e Rm 8:2,
passagens estas que, devidamente harmonizadas com
Fp 2:13 e 1Ts 5:23, descrevem a forma como essa
"Lei” ou Poder do Espírito da Vida (e não da letra)
opera em nós, para nos transformar (Ele mesmo, e não
a letra da Lei do Sinai) em pessoas santas, fiéis à
vontade do nosso Pai eterno, e vivendo afastadas do
pecado (Algo que, como bem disse Jesus, “é
impossível aos homens, mas não a Deus” - Mt 19:25-
26).

Sob a ótica destas duas importantíssimas verdades, em lugar


da suposta defesa da cobrança do Dízimo, o que somos
obrigados a reconhecer é que o autor da Carta aos Hebreus,
implícita e explicitamente, está definindo como caduca ou
fora de vigor tanto a Lei do Sinai como a cobrança do Dízimo
por sacerdócio levítico já inexistente, para dar lugar a uma
NOVA lei ou aliança que, tal como no-la descreve todo o
Novo Testamento, não contém nem sequer um único
mandamentozinho que obrigue os cristãos a efetuarem nas
suas igrejas o pagamento de tal taxa. Antes, o que vemos é o
oposto: Os desobriga dessa Lei do Dízimo ao dizer, em
177
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

palavras ditas pelo próprio Senhor Jesus Cristo, que “a Lei


e os Profetas (ou Antigo Testamento) vigoraram ATÉ João
Batista”. Se nada nem ninguém têm autoridade para
contradizer ao Senhor Jesus, antes, “diante dele se dobrará
todo joelho e toda língua confessará que o Senhor é ele” (Fp
2:9-11), a que espírito pertencem, pois, estes ambiciosos
enfatuados que se atrevem a contraditá-lo, gritando desde
seus púlpitos que é o Espírito Santo de Deus quem os
manda fazer a cobrança do Dízimo? Com certeza não é o
Espírito da Verdade. E se não é o da verdade, então é o da
mentira... Não tem para onde fugir!

4o - O QUE JESUS AFIRMOU EM Mt 23:23-24, FOI QUE


O DÍZIMO É DA “LEI E PROFETAS”, E NÃO DA NOVA
ALIANÇA DA GRAÇA, QUE AINDA NÃO TINHA SIDO
SEQUER ESTABELECIDA:

É vergonhoso ouvir alguns pretensos teólogos evangélicos


argumentar que Jesus estava validando na igreja cristã o
pagamento do Dízimo quando, repreendendo, disse:

“Ai de VÓS, escribas e fariseus hipócritas! porque


dais o Dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e
tendes negligenciado os preceitos mais importantes
DA LEI, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis,
porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas. Guias
cegos! que coais o mosquito e engolis o camelo”.

Um bom leitor não deve fazer leituras superficiais. Deve ser


178
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

detalhista. E, principalmente quando lê a Sagrada Escritura,


não deve passar por alto o significado de nenhuma das palavras
inseridas no texto, por mais insignificante que ela pareça,
devido a que nenhuma das palavras de Deus carece de
sentido. Assim, lendo como bons leitores este texto de Mt
23:23-24, encontramos dois detalhes que não podem ser
ignorados sem cair na deturpação da mensagem nele contida:

a)- Esta repreensão de Jesus foi dirigida aos escribas e


fariseus HIPÓCRITAS, ainda estando em vigor a Lei, porque
a obra da cruz para estabelecer o Novo Pacto da Graça ainda
não tinha sido realizada. Ou seja, a dirigiu a judeus nascidos
sob A LEI (como também Jesus o era, segundo Gl 4:4) que
tinham deturpado as exigências DESSA LEI, dando mais
importância ao “mosquito”, isto é, às coisas mínimas DELA
(as quais coisas mínimas significavam, neste caso, o Dízimo)
e deixaram em um plano inferior de importância as coisas
verdadeiramente vitais DESSA MESMA LEI, que eram a
justiça, a misericórdia e a fé, algo que esses escribas e
fariseus não praticavam mais, conforme demonstram quase
todos os demais textos do Novo Testamento que a eles se
referem, mostrando-os “duros de cerviz e incircuncisos de
coração e ouvidos, resistindo sempre ao Espírito Santo” (At
7:51). Jesus estava repreendendo neles uma atitude errada em
relação a uns pontos essenciais DA LEI, que, neste caso
específico, era o do destaque que eles davam à cobrança do
Dízimo sobre a prática das melhores virtudes espirituais.
Ele citou o Dízimo apenas como exemplo de uma coisa menos
importante que, pela cobiça dos fariseus, terminou tornando-
179
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

se exigência essencial (do mesmo jeito que está ocorrendo


hoje nas nossas igrejas). Os repreendia com a autoridade
recebida do Pai (Jo 5:27 e 17:2) e mediante a qual veio como
ministro da circuncisão (Mt 15:24; Rm 15:8; Gl 4:4) ou, o
que é o mesmo, “como ministro sobre o povo sujeito à Lei”,
isto é, sobre o povo judeu, tal como estava profetizado em Dt
18:15-19, e como também nos confirma a passagem de Mt
15:22-24, na qual uma mulher gentia, quer dizer, não judia,
veio lhe implorar libertação para sua filhinha endemoninhada,
e a resposta de Jesus foi: “Não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa DE ISRAEL”. Entendeu bem? O ministério
terrenal de Jesus não era para os gentios, e sim, apenas,
para os judeus. Já a obra da formação da igreja cristã era
algo reservado por Deus Pai ao Espírito Santo, o qual
somente a partir do dia de pentecostes deu início a esse
trabalho, operando através dos discípulos, aos quais foi
enviado por Jesus depois da elevação e exaltação deste à
glória celestial (At 2:1-47).

A Igreja de Jesus é, pois, posterior à cruz, e não anterior a


ela, como querem nos fazer pensar alguns desses “teólogos”
de cursinhos por correspondência ou de Doutorados em
Divindade comprados.

A Igreja de Jesus jamais existiu ANTES do sacrifício do


Cordeiro de Deus, sobre o qual baseia-se todo o Perdão,
Redenção, Justificação, Santificação e Salvação eterna que,
como um todo, incluindo a cura e a provisão financeira,
formam o “pacote” de bênçãos da Nova Aliança da Graça.
180
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Em outras palavras, a Igreja nasce sobre a obra expiatória


da cruz de Cristo e sob a guia única e insubstituível do
Espírito Santo, algum tempo depois desse ensinamento que
Jesus deu em Mt 23:23 e Lc 11-42 cumprindo um ministério
de profeta entre seu povo judeu dantes anunciado em Dt
18:15-19, conforme corroboração feita por Pedro em At 3:17-
25, e que o apóstolo Paulo também reconhece e atesta em Rm
15:8, quando afirma que Cristo veio como ministro ‘da
circuncisão’, ou seja, desse seu povo judeu. Quem pensa que
a igreja nasce antes da cruz, não sabe o que é a igreja, não
sabe o que é a cruz, não sabe o que é o Espírito Santo, nem
muito menos, compreendeu ainda o que é a vida eterna que
Deus nos dá hoje. A pessoa que assim pensa, está vendo a
letra mas não está vivendo a plenitude da obra de Deus
através do ministério de Jesus Cristo.

b)- É igualmente claro que quando Jesus disse nessa mesma


passagem de Mt 23:23-24 : “os preceitos mais importantes DA
LEI”, estava incluindo, NESSA LEI à que se referiu, a
cobrança do Dízimo ali mencionado. Note que ele não disse:
“Os preceitos mais importantes da Graça”, e sim, apenas, “DA
LEI”. Será que esses tais mestres não sabem nem sequer ler
direito? “DA LEI”, significa da Lei; não da Graça! É uma
imperdoável tagarelice afirmar que nesse trecho Jesus
introduziu o Dízimo na Graça, porque a Aliança da Graça
somente começaria a partir do sacrifício do Cordeiro de Deus
na cruz do Calvário, conforme estava profetizado no
181
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Capítulo 53 do Livro de Isaías, e em Mt 26:27-28 através


das inabaláveis palavras do próprio Senhor Jesus Cristo.

Sem o sacrifício de Jesus de Nazaré na cruz, e sua


vitoriosa ressurreição dentre as garras da morte, não
existiria esta Nova Aliança da Graça da qual agora
usufruímos nós, os cristãos. Ou seja, não existiria a Igreja. É
por isso que o Evangelho diz:

“Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda


permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15:27).

“Não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou


ouro, que fostes resgatados... mas pelo precioso
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula,
o sangue de Cristo” (1Pe 1:18-19).

“Quando veio Cristo... pelo seu próprio sangue,


entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo
obtido eterna redenção... o sangue de Cristo,
purificará a nossa consciência de obras mortas para
servirmos ao Deus vivo! Por isso mesmo, ele é o
mediador da Nova Aliança a fim de que, intervindo
a morte para remissão das transgressões que havia
sob a primeira aliança (da Lei), recebam a promessa
da eterna herança aqueles que têm sido chamados”
(Hb 9:11-15).

Durante toda sua vida até à morte na cruz do Calvário, Jesus


182
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de Nazaré andou na Terra “sob a Lei” (Gl 4:4; Rm 15:8),


cumprindo-a por todos nós (Mt 5:17; Rm 7:4; Rm 8:4; Rm
10:4; Gl 3:13). A Graça somente veio depois da sua morte,
ressurreição e exaltação à glória celestial, derivando, de
início, na experiência de Pentecostes, tal como ensinou o
apóstolo Pedro, dizendo:

“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos


testemunhas. Exaltado, pois à direita de Deus, tendo
recebido do Pai a promessa do Espírito Santo,
DERRAMOU ISTO QUE VEDES E OUVIS (o
Santo Espírito de Deus no interior dos discípulos)”
(At 2:32-33).

Fica, pois, claro que, em Mt 23:23 e Lc 11:42, o que Jesus


realmente afirmou foi que o Dízimo pertence à Aliança da
Lei, quer dizer, ao Antigo Testamento ou “Lei e Profetas”,
da qual ele mesmo ensinou em Lc 16:16 que “vigorou até
João Batista”; e que jamais foi ali sua intenção implantar ou
validar tal Dízimo numa igreja cristã que ainda nem existia. Se
esse fosse seu propósito, Jesus estaria caindo em contradição
consigo mesmo, devido à afirmação feita antes em Mt 11:13 e
depois em Lc 16:16, dizendo que a Lei durou até João Batista.
Na contradição, ele se tornaria mentiroso, e, portanto, digno
de condenação, o qual impediria sua vitoriosa ressurreição.
Dai ter ele dito: “DEVÍEIS FAZER” (CONJUGANDO O
VERBO DEVER EM TEMPO PASSADO, em algumas
versões da Bíblia), ou “DEVEIS FAZER” (em tempo
presente, em outras versões), significando que esses judeus
aos quais falava, deviam pagar o Dízimo enquanto estavam
183
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ainda sob o regime velho da Lei, sem deixar, porém, de ser


misericordiosos, justos e confiantes na palavra de Deus. O
que ele não disse foi “devereis fazer”, em tempo futuro. Os
que querem torcer a Escritura nesse trecho de Mt 23:23,
alegando que ali Jesus valida a Lei do Dízimo no seio da
Igreja, terão de voltar ao banco da escolinha de alfabetização
para aprender a ler direito, ou se converter de verdade ao
Evangelho da Nova Aliança da Graça, efetuada por Deus
mediante os merecimentos totalmente suficientes do Seu
Filho Jesus Cristo, e aí o Espírito Santo lhes faria
compreender... caso sua conversão fosse sincera... Porque têm
muita gente se convertendo por conveniência!
184
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”
185
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 4

SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NÃO VIGORA


NO CORPO-IGREJA DE CRISTO, PODEMOS
ADMITIR QUE SEJA O ESPÍRITO SANTO QUEM
COBRA O DÍZIMO HOJE?

“Deus não é homem para que minta”


Nm 23:19
“Os que vos obsequiam, não o fazem
sinceramente, mas querem afastar-vos de mim,
para que vosso zelo (ou cuidado) seja em
favor deles”.
Gl 4:17

Num desses momentos de grande ousadia espiritual que cos-


tumava ter, Jesus disse a alguns judeus:

“Qual a razão porque não compreendeis a minha


linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha
palavra. Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis
satisfazer-lhe aos desejos. Ele foi homicida desde o
princípio e jamais se firmou na verdade. Quando ele
profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira... Quem é de Deus ouve as
palavras de Deus; por isso não me dais ouvidos,
porque não sois de Deus” (Jo 8:44-47).

A mentira, segundo este ensino de Jesus, tem um autor ou


pai, que não é Deus: O autor e pai da mentira é o Diabo.
186
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Por isto, todo argumento que se levanta contra a verdade


de Deus, por ser mentiroso, provém do Diabo. Jamais do
Espírito Santo. O Espírito Santo não mente, nem dele pode
proceder qualquer contradição ou oposição aos seus próprios
ensinos.

Então, inspirados por qual espírito esses vendilhões da


Palavra de Deus inventam argumentos para defender essa sua
farsa da cobrança do Dízimo, cujo pagamento, por tudo
quanto já temos demonstrado até aqui, não é obrigação dos
membros do Corpo de Cristo, que somos nós, os cristãos
salvos pela graça obtida na cruz do Calvário, e pela mesma
Graça abençoados até nas coisas materiais?

Em quais ensinos evangélicos e apostólicos se apóiam para


acusar de mentirosos aos que estamos expondo apenas a
simples e luminosa verdade da Graça do Senhor Jesus, através
do próprio ensino dos apóstolos de Jesus, conforme consta
no Novo Testamento?

Em vão tentarão eles encontrar elementos bíblicos válidos


contra a mensagem que estamos transmitindo nestas páginas.
Não os encontrarão, porque “nada podemos contra a
verdade; apenas a favor dela”. A verdade de Jesus é
invencível.

Quando muito, já acuados e sem qualquer saída bíblica,


terminarão, descaradamente, como sempre fazem, nos
187
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

acusando simples e repetidamente de sermos falsos profetas ou


falsos mestres, como também os ministros mentirosos dos
tempos antigos acusaram com obsessivo furor a Jesus e a
todos seus apóstolos. Eles ainda não mudaram de tática:
Quando ficam sem argumentos bíblicos válidos, atacam com
pedras (acusações falsas, sem qualquer fundamento na verdade
divina em vigor), e apedrejam os servos de Deus que lhes
estorvam suas farsas, como fizeram com Estevão, com Tiago,
Pedro, Paulo, e tantos outros milhares de milhares durante estes
quase 2.000 anos de história cristã.

Porém, por mais que eles dêem pulos de raiva, está bem claro
que, sendo o Dízimo da Lei, e não estando o cristão sujeito à
Lei por ter morrido para ela mediante o corpo do Cordeiro de
Deus sacrificado por nós na cruz do Calvário (Rm 5:8-11;
Rm 7:4; Gl 3:13), então não pode ser o Espírito Santo quem
está cobrando o Dízimo à igreja de Jesus, isto é, ao povo da
Aliança da Graça, que nada tem de pagar pelas bênçãos
oferecidas em Cristo.

Se o Espírito Santo estivesse cobrando o Dízimo aos cristãos,


estaria entrando em contradição consigo mesmo,
porquanto isso seria empurrá-los de novo à prática das
obras da Lei à que alude Gl 3:10, e, em tal caso, sua palavra
em Gl 3:13 assegurando que Cristo Jesus nos resgatou
dessa maldição legal seria, também, mentira, devido a que,
se nos libertou dela, não no-la pode mais cobrar. É, pois,
absolutamente impossível que o Espírito Santo cobre ao
povo cristão tal Dízimo sem se auto-contradizer, e sem
contradizer ao próprio Senhor Jesus Cristo, aos seus
188
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

apóstolos e ao Evangelho como esse todo indivisível e


inalterável que é.

Todavia, sabendo que diante da lábia enganadora desses


dizimeiros todo argumento é pouco, além das provas que já
demos nas páginas anteriores sobre o caráter anticristão do
Dízimo, agregamos a continuação muitas mais, estas sim de
caráter apostólico, todas registradas no Novo Testamento, para
melhor calar a boca desses embusteiros.

Leia bem, prestando muita atenção no significado de cada


uma das palavras, as 52 passagens que a seguir lhe
apresentamos (algumas já citadas nas páginas anteriores),
lembrando sempre, como já ficou bem provado, que o
Dízimo de que fala a Bíblia pertence à “Lei e Profetas” ou
Antigo Testamento que, segundo a palavra do próprio
Jesus, “durou até João Batista”. Terminada esta leitura,
você compreenderá melhor ainda os motivos pelos quais é
impossível que o Espírito Santo cobre o Dízimo bíblico das
igrejas cristãs. Esquadrinhe com cuidado estas 52
passagens do Evangelho cristão, que, bem lidas, desfarão
qualquer resto de dúvidas que você possa ter ainda em
relação a este polêmico e deturpado assunto:

l - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o ensino do próprio Senhor Jesus
Cristo em Mt 11:13, onde a expressão “todos os
profetas” (limitando seu vigor até João Batista) inclui
o Livro de Malaquias, e, neste, esse trecho de Ml 3:10
que os legalistas gostam de usar para cobrar os Dízimos
189
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dos ingênuos que, de boa fé (mas por ignorância), se


deixam usar como fonte de lucro. O Senhor Jesus
englobou também, aqui, o Dízimo de Abraão, porque a
expressão “A Lei e os Profetas” que ele usou abrange,
como já vimos, tudo quanto em termos de palavras e
experiências humanas está registrado desde a primeira
palavra de Gênesis até ao ponto final do livro do
profeta Malaquias;

2 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o ensino infalível do nosso Senhor
Jesus Cristo em Lc 16:16, onde a expressão “os
profetas” (também limitando sua duração até João
Batista) abrange esse mesmo Livro de Malaquias, com
seu zurrado trecho de Ml 3:10. Ao dizer que o Dízimo
vigora HOJE, baseado nesse texto de Malaquias ou
em qualquer outro do Antigo Testamento, estão
chamando Jesus de mentiroso. Mentiu Jesus? Não.
Antes, mentem eles. E, repetindo as palavras finais do
numeral anterior, também aqui o Senhor Jesus englobou
o Dízimo de Abraão, pelo mesmo motivo de que a
expressão “A Lei e os Profetas” abrange desde a
primeira palavrinha de Gênesis até ao ponto final do
livro de Malaquias, com tudo o que ali há em termos de
ordenanças, rituais, experiências e expressões divinas
ou humanas normativas, incluídas as de Abraão;

3 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o ensino do apóstolo Paulo em At
190
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

13:39, onde ele afirma aos seus compatriotas judeus


que eles jamais puderam ser justificados mediante a
Lei de Moisés (à qual pertence a exigência do Dízimo),
e que tal justificação somente pode ser recebida por
intermédio de Jesus Cristo.
Será que estão tão cegos assim, a ponto de não
conseguirem enxergar esta simples realidade, de que
a Lei (nenhuma lei) pode jamais justificar ou pôr
alguém em paz com Deus?
Paz com Deus através da Lei do Dízimo não tem
fundamento algum diante desta palavra, e ninguém
pode ser acusado por pregadores inspirados pelo
Espírito Santo de “roubar a Deus” por não pagar
essa taxa que Jesus Cristo não está cobrando do seu
rebanho, a Igreja.
Ou será que eles enxergam e compreendem, sim,
mas são tão descaradamente gananciosos que nem
lhes passa pela cabeça a palavra de advertência que
lhes anuncia juízo e condenação eterna por andarem
comendo a gordura das ovelhas?
Será que é apenas por ambiciosa falta de escrúpulos
que pegam uma Bíblia e saem por aí pregando e
fundando igrejas, apenas para cobrar muitos
dízimos, roubando com mentirosas exigências o pão
dos pobrezinhos do Senhor, sem se importar com as
conseqüências que lhes sobrevirão no dia do Juízo
Final?
Vai ver que eles nem sequer crêem nesse Juízo...

4 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


191
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

CONTRADIZER o ensino de todos os apóstolos de


Jesus em At 15:1-11, onde Pedro, e com ele “toda a
multidão” dos discípulos que estava junto, afirma (no
versículo 10) que ninguém jamais conseguiu suportar
(ou cumprir) o jugo da Lei (leia bem isto, porque o
Dízimo é da Lei), e que os cristãos procedentes tanto
dos judeus como dos não judeus (os não judeus são os
gentios, quer dizer, as pessoas das demais nações do
mundo), se salvarão pela GRAÇA, sem esse jugo legal
do Antigo Testamento, ao qual pertence o Livro de
Malaquias. Observe, ademais, que Pedro qualificou
de “tentar a Deus”, quer dizer, de pecado, esse
esforço dos legalistas por introduzir a Lei dentro da
Aliança da Graça. Não seria, pois, de alguns desses
mesmos espíritos tentadores daquele tempo que
receberam estes cobradores legalistas atuais sua
inspiração para contraditar o ensino apostólico de
Pedro, que falara, ele sim, sob a genuína e veraz guia do
Espírito Santo?;

5 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em At 15:28-29, onde
“escrito está” que ao Espírito Santo pareceu bem não
impor aos cristãos maiores obrigações do que as
essenciais de se absterem de coisas sacrificadas aos
ídolos, de carne de animais sufocados e de relações
sexuais ilícitas. E, nesta altura, perguntamos nós a
esses supostos mestres: Já perceberam que ao Espírito
Santo não pareceu bem considerar o Dízimo como
coisa essencial para ser um bom cristão? E, já que ao
192
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Espírito de Deus não pareceu bem isso, quem pensam


eles que são, para impor como essenciais coisas que
Deus não impõe? Eles estão ensinando nas suas
igrejas que quem não paga o Dízimo “não e um bom
cristão”, que é “ladrão de Deus”, e que, portanto,
sempre segundo a pregação deles, perde a paz com
Deus, visto que o próprio Evangelho ensina que os
ladrões não herdarão o Reino do Céu. Por causa do
dinheiro que representa essa taxa, tornam essencial
a taxa do Dízimo e expulsam da comunhão com o
Corpo de Cristo os que não a pagam, assassinando
assim suas próprias ovelhas, que, fora da comunhão
com os demais irmãos e enfraquecidas pela
confusão, terminam se envolvendo de novo na
correnteza do mundo, que “jaz, inteiro, no
Maligno”. Será que estão tão endurecidos pela
ambição, que não temem mais o juízo do Altíssimo,
quando diz que melhor lhes fora atar uma pesada
pedra no pescoço e se lançar ao mar?... ou é que,
simplesmente, não crêem em Deus o tanto que
aparentam, e por esse motivo não se importam com
nada mais que não seja saquear em nome de Deus o
bolso das ingênuas ovelhas? Neste caso, são
ministros do deus da ganância, Mamon, como foram
sempre todos os avarentos da História. Não
ministros de Cristo;

6 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 2:16, onde
“escrito está” que o julgamento de Deus será realizado
193
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de conformidade com o Evangelho de Jesus, que não


cobra Dízimos em nem um sequer dos trechos
doutrinários escritos pelos seus apóstolos. Tal
julgamento não será realizado de conformidade com a
“Lei e Profetas” à qual pertence o Livro de Malaquias
com seu trecho de Ml 3:8-10, o predileto deles. Estes
cegos legalistas insistem, porém, em julgar os cristãos
não dizimistas, acusando-os de “roubar a Deus” com
base nesse trecho, quer dizer, com base na letra da Lei
para a qual o cristão morreu mediante o corpo de Cristo
(Rm 7:4), demonstrando-se, assim, mentirosos e falsos
ministros do Senhor Jesus e da sua Graça, à qual “nem
entram nem deixam seu rebanho entrar”, pelo
inapelável motivo de Gl 3:10 e 5:4. Fazem suas ovelhas
confiar numa inexistente paz com Deus mediante o fiel
pagamento do Dízimo, e não mediante o sangue de
Cristo, que é o único meio válido estabelecido por
Deus. Confiando nessa paz sob um fundamento
falso, elas permanecem no pecado que nenhuma Lei
pode tirar; e, permanecendo o pecado, permanece a
maldição dele: A morte. Dessa incapacidade da Lei
para tirar nosso pecado e sua maldita conseqüência
da mortalidade, deduziu o apóstolo a afirmação: “os
que são das obras da Lei estão sob maldição”;

7 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 3:19-28, onde
“escrito está” que tudo quanto a Lei diz é, apenas, para
mostrar aos que estavam sob a Lei (o povo judeu) seu
194
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

condenável estado de mortais filhos do caído Adão


diante de Deus, como todos os demais pecadores da
restante humanidade (versículo 19) e que toda a
justificação prometida (não diz concedida) por Deus
através da “Lei e Profetas” (versículo 21) foi agora
dada aos homens sem Lei (sem qualquer lei, incluída
a do Dízimo), gratuitamente por sua graça, mediante
a redenção que há em Cristo Jesus (versículo 24),
independentemente das obras da Lei - e o Dízimo é
uma das obras da Lei - (versículo 28). Se é gratuita, e
se não depende das obras da Lei, então ninguém
poderá acusar de transgressão ou de “roubo a Deus”
um cristão pelo fato dele não pagar as taxas e tributos
exigidos no Antigo Testamento ao povo judeu. Muito
pelo contrário, para o cristão, querer se ajustar à
prática da Lei do Sinai para ser justo aos olhos de
Deus, significa se desligar de Cristo e da Salvação que
ele nos oferece de graça, segundo Gl 5:4. Ora, esses
farsantes dizem que o cristão perde essa gratuita
justificação por não pagar o Dízimo, passando a ser um
“ladrão de Deus”, porque são mestres da deturpação e
da mentira, exercendo seu “ministério” apenas com
finalidades avarentas, visando o lucro. E na sua cobiça
estão dispostos a todo tipo de jogo sujo, sendo este o
motivo pelo que tudo aquilo que não serve a seus
ambiciosos interesses pessoais (disfarçados de
interesses de Cristo) eles o qualificam de heresia e
195
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

sectarismo, ferozmente decididos a manter as ovelhas


escravizadas sob sua farsa doutrinária, para que
continuem servindo como base de sustentação finan-
ceira à sua megalomania. A luz da verdade genuína da
Graça que há em Jesus jamais brilhou em seus
corações, ou, se brilhou, como Balaão e Judas, eles
preferiram o caminho da ganância;

8 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 6:14, onde
“escrito está” que os seguidores de Cristo não
estamos debaixo da Lei, e, sim, da Graça. Como,
pois, querem estes fariseus nos levar de volta para
debaixo da Lei do Dízimo? A qual espírito obedecem
eles quando tentam fazer isso? Será que não vêem que
tal tentativa é “tentar a Deus”, ou seja, pecar, servindo
ao espírito tentador, conforme o apóstolo Pedro
ensinou em At 15:5-10?

9 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 7:4-6, onde
“escrito está” que os cristãos “morremos no que à Lei
se refere (Lei do Dízimo incluída) por meio do corpo
de Cristo, para pertencermos a Jesus ressuscitado, e
não à Lei (versículo 4), e que, por termos morrido
nessa cruz, estamos libertos da Lei, andando agora
no Espírito Santo, e não mais servindo sob o caduco
regime da letra das tábuas dadas no Sinai (versículo
196
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

6). Mas esses mercenários, sem qualquer escrúpulo,


querem nos fazer pertencer a isso para o que já
morremos naquela cruz de Cristo, nos convidando a
descer da cruz para nos dedicarmos à escravidão da Lei
do Dízimo.
Através deles, espíritos ambiciosos, disfarçados neles
de eficientes servos do Senhor, estão tomando de
assalto os púlpitos das igrejas cristãs de modo
avassalador, sem que nada possamos fazer para impedir
essa assustadora invasão do joio infernal.
Estão fazendo das almas mercadoria, como já bem
dantes nos advertiram profeticamente os apóstolos (Tt
1:10-11; 2Pe 2:3; Ap 18:9-13) A norma deles é:
“Quanto dizimas, tanto vales”. Seus “melhores
membros” nas suas igrejas são os que mais grana lhes
levam.
Só que, com esse sujo comércio de almas, eles estão
pisoteando o sangue de Cristo, “enganando e sendo
enganados”, sem perceber que “dura coisa é cair nas
mãos do Deus vivo”... e nas mãos dele cairão!

10 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 8:l-17, onde
“escrito está” (referindo-se ao trecho de Rm 7:11-14,
que explica os efeitos da Lei ao mostrar a natural
malignidade pecaminosa existente em todos nós) que a
condenação que procede da aplicação da Lei nos que
a quebrantam, incluída a lei do Dízimo, já não atinge
mais aos convertidos que verdadeiramente estão em
197
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Cristo (ver o versículo 8:1, em contexto com Jo 5:24), e


que a libertação das garras do pecado (pelo perdão
do mesmo) e da morte veio a nós através de Cristo,
por meio da vivificante ação do Espírito da Vida,
algo que para a Lei era impossível (versículo 3), dado
que o ministério desta era, ao contrário, o de nos
condenar (2Co 3:6-9). Também nos ensina este trecho
de Rm 8:1-14 que foi o Espírito de Cristo quem trouxe
a vivificação ao nosso espírito humano (versículo 10,
em contexto com 1Co 6:17), assim como será este
mesmo Espírito de Cristo (não a Lei) quem vivificará
nossos corpos mortais no dia do Arrebatamento da
Igreja (versículo 11), conforme o ensino de 1Co 15:49-
54 e Fp 3:20-21. Ademais, ainda faz constar que “os
que são guiados pelo Espírito de Deus (e não pela
letra caduca da “Lei e Profetas”) é que são filhos de
Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, e
não com a Lei, nem com o Dízimo que dela faz parte
(versículos 14-17);

11 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Rm 8:32-34, onde
“escrito está” bem claro que Deus nos dará
gratuitamente (e não mediante o pagamento do
Dízimo ou da observância de qualquer outra
exigência da Lei) a nós, os cristãos, todas as cousas
(versículo 32). Você sabe o quanto significa essa
palavra “todas”? Ora: esse termo “todas”, significa,
nesse contexto, todas as cousas que você pode receber
198
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de Deus, sem exceção! Significa tudo quanto você


precisa de bom, vivificante e edificador, no seu
cotidiano viver espiritual e físico (incluída essa
prosperidade financeira que os mercenários prometem
em troca do Dízimo). Isto Deus fará do mesmo modo
que deu gratuitamente Seu próprio Filho por nós na
cruz, sem nada nos cobrar por esse sacrifício redentor
e salvador! Se Deus dá, pois, todas estas coisas de
forma gratuita aos cristãos, quem poderá acusá-los de
ladrões por não pagar o Dízimo de uma Lei que não
vigora para eles? Ninguém, porque “Deus é quem os
justifica” mediante o preço do sacrifício de Jesus, e
não por meio observância da Lei (versículo 33 em
contexto com Rm 3:21-28). Ou, quem poderá
condená-los por esse mesmo motivo, jogando-lhes na
cara esse deturpado trecho de Ml 3:8-10? Ninguém,
porque já Jesus morreu em lugar deles, cumprindo em
si mesmo a sentença da Lei de Deus (toda ela,
completa, incluindo a que estabelecia o pagamento do
Dízimo) que sobre eles havia (versículo 34 em contexto
com Rm 8:3-4 e Rm 7:4),

12 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Co 9:20, onde
“escrito está” que o apóstolo Paulo, já convertido a
Cristo, não estava mais sob o regime da Lei (e isto
inclui a Lei do Dízimo que, para decepção dos
farsantes dizimeiros, em nenhuma das suas cartas às
199
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

igrejas de Jesus mandou ele pagar; pelo contrário, a


forma cristã de contribuição com a igreja ensinada
por ele nessas suas cartas, foi a dádiva voluntária, em
quantias definidas de acordo com o que cada um,
livremente, sentisse no seu próprio coração movido
pela voz do Espírito Santo e não pela voz enganadora
dos homens, segundo diz em 2Co 9:5, 7;

13 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Co 3:4-16, onde
“escrito está” que o ministério cristão não é mais
exercido de conformidade com a letra das tábuas de
pedra da Lei que Deus deu a Moisés no Monte Sinai
(versículos 6 e 7), que no citado texto é chamada
“ministério de morte e condenação”, porque ela, em
vez de dar vida eterna, condenava o pecador à
morte. Ao invés disso, o Evangelho diz ali que o
ministério cristão pertence a uma Nova Aliança, a do
Espírito que vivifica (sobre a base de um gratuito
perdão total mediante o valor do já derramado
sangue de Jesus.), e que é diferente e maior que
aquela das tábuas de pedra, que jamais conseguiu tirar
o véu da pecadora carnalidade que impede o povo de
ver a glória de Deus (versículos 14, 15, 16). Como,
pois, poderia o pagamento do Dízimo tirar o véu dessa
carnalidade que toda a Lei completa, da qual ele é parte,
jamais conseguiu tirar? Será que eles não sabem ler
onde diz que “é em Cristo que esse véu é removido”? E
Cristo não cobra Dízimos para removê-lo. Pelo
200
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

contrário: Ele mesmo pagou por nós o preço de tal


remoção, na cruz. Assim, quando eles insistem em
desenvolver um ministério baseado nas leis das tábuas
de pedra, estão, na verdade, ministrando ainda a
condenação e a morte, mesmo que em meio do seu
ensino legalista falem de Jesus aqui e acolá como
recheio para sua fachada de cristianismo;

14 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Co 5:17-19, onde
“escrito está” que “se alguém está em Cristo (e não no
regime da “Lei e Profetas” à que pertence a
exigência do Dízimo) é NOVA criatura: as cousas
antigas (tanto a velha vida pessoal, como o regime
do Antigo Testamento) já passaram; eis que se
fizeram NOVAS (nova vida no Espírito, nova Lei do
Espírito, segundo Hb 7:12)... Deus nos reconciliou
CONSIGO (não com a Lei) por meio DE CRISTO
(não por meio da “Lei e Profetas”, nem do Dízimo)...
Deus (não a “Lei e Profetas”) estava EM CRISTO
(não na “Lei e Profetas”) reconciliando CONSIGO
(não com a Lei) o mundo, não imputando (ou
cobrando) aos homens as suas transgressões” (ou
seja, perdoando, de forma gratuita, ao contrário do
que fazia a “Lei e Profetas”, que cobrava o pecado e
condenava o pecador, segundo 2Co 3:6-9; Rm 3:19;
Rm 8:3-4; Gl 3:21-22). Como pode esta palavra se
ajustar à vida de alguém que não consegue se sentir em
paz com Deus se não pagar essa taxa em dinheiro
201
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

chamada Dízimo? Não pode, de modo nenhum, porque


o cristão dizimista foi convencido a se sentir culpado do
pecado de “roubar a Deus” por não pagá-la. Sua
liberdade em Cristo ficou destruída pelo falso ensino
baseado no uso propositadamente errado das palavras
de Malaquias, e, em lugar de paz com Deus, o que sente
é a auto-acusação disfarçada de voz de Deus;

15 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 1:6-8, onde
“escrito está” que qualquer ser humano ou angelical que
pregue ensinos diferentes ao que está escrito nessa
Carta aos Gálatas, é anátema, ou seja, maldito. E essa
Carta aos Gálatas é, toda ela, um discurso
demonstrando que é absolutamente impossível
conciliar na vida do cristão a Nova Aliança da Graça
com a velha aliança da Lei (e, é claro, o Dízimo que a
esta pertence), tal e como apropriadamente define a
Bíblia Explicada, da Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, nestas valiosas palavras
transcritas da sua página 431:
“O tema (da Carta aos Gálatas) é a vindicação do
Evangelho da Graça de Deus E SUA
LIBERTAÇÃO DE QUALQUER MISTURA DE
LEGALISMO, QUE TENDE A COMPROMETER
SEU CARÁTER DE PURA GRAÇA”.
E, para provar ao leitor que esta afirmação não é apenas
uma deturpação nossa do que aquela respeitada Casa
202
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Publicadora edita, ou mesmo um mero erro isolado


deles, transcrevemos também aqui o comentário que a
este respeito da supremacia absoluta da palavra do
Novo Testamento e da Aliança da Graça nele contida,
oferece-nos, na Nota sobre Gl 5:7, a “Bíblia de Estudo
Pentecostal”, dessa mesma afamada Casa Publicadora
das Assembléias de Deus, e cujo Editor é o reputado e
insuspeito Teólogo “assembleiano”, Pr. Antonio
Gilberto:
“O falso ensino, ou nega as verdades fundamentais
da fé cristã, ou declara que é necessário algo mais
além do Novo Testamento para o crente ser um
cristão completo.
Todo ensino cristão deve ser averiguado pelo
teste da verdade apostólica, isto é: O ensino em
evidência conforma-se com a mensagem original
de Cristo e dos apóstolos CONFORME O NOVO
TESTAMENTO?
Devemos fazer as duas seguintes perguntas:
Algum ensino omite parte da verdade apostólica?
Ou, acrescenta-lhe algo extrabíblico, embora
reconhecendo a mensagem apostólica?
Nunca devemos averiguar tais ensinos
exclusivamente pelos nossos sentimentos,
experiência, resultados, milagres ou por aquilo que
203
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

outras pessoas estão dizendo.


O NOVO TESTAMENTO É O PADRÃO
SUPREMO DA VERDADE”.
Até aqui, a nota da Bíblia de Estudo Pentecostal.

Vê-se, nela, a extraordinária ênfase dada pelas


Assembléias de Deus à supremacia absoluta do Novo
Testamento, todo ele, e não já apenas a Carta aos
Gálatas, o que é mais do que correto, devido a conter
ele a revelação do ministério vivificante do Filho de
Deus, o Dono da ‘Casa’, que somos nós, os cristãos,
como esclarece a divina palavra em Hb 3:3-6.
Perguntamos: Por que escuso motivo não cumprem
esses mercenários dizimeiros de uma vez por todas com
essa sábia orientação, e param logo com essa farsa
farisaica de querer provar suas falsas verdades
aparentemente cristãs com deturpados textos do
Antigo Testamento, que, como acabamos de ver, não
são o “padrão supremo ou último da verdade
revelada no novo regime da Graça”, nem fazem
parte da nova mensagem original de Cristo e dos
apóstolos conforme ensinada no Novo Testamento?
Por um só motivo: A pregação da genuína Graça não
lhes rende a fortuna que produz a caduca obrigação
do Dízimo.
É isso mesmo: O objetivo deles é lucro... grana!
Pelo afã do lucro, eles, descaradamente, “dizem, e não
204
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

fazem”: Com os lábios, ensinam às suas ovelhas que


“não estão debaixo da Lei, e sim da Graça”, mas, na
prática, impõem-lhes as pesadas cargas dessas
mesmas caducas Leis do Antigo Testamento, que os
apóstolos jamais impuseram à igreja cristã do seu
tempo; muito pelo contrário, sempre combateram
decididamente sua imposição no seio da Graça,
qualificando-a como “tentação à Deus” (At 15:5-10;
Gl 5:4);

16 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 2:11-21, onde
“escrito está” que o apóstolo Paulo considerou
pecado (note a palavra ‘repreensível’ ou
‘condenável’ no versículo 11) contra a verdade
evangélica toda tentativa de obrigar os cristãos
gentios (o que hoje se aplica a nós, que não
descendemos de Abraão segundo a carne) a viverem
segundo a “Lei e Profetas” dos judeus (versículo 14,
em contexto, na mesma carta e tratando do mesmo
assunto, com Gl 5:4), “porque nenhum ser humano
será justificado diante de Deus pela prática das obras
da Lei (e o Dízimo é obra da Lei) e, sim, apenas
mediante a fé na obra redentora de Jesus Cristo
(versículo 16), ressaltando, como já vimos em Rm 7:4,
que os cristãos “mediante a própria Lei morremos
para a Lei na cruz de Cristo (versículo 19), razão pela
qual fica excluída qualquer possibilidade de sermos
justificados ou de qualquer outra maneira
205
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

abençoados mediante a prática das obras dessa Lei


para a qual Deus nos considera mortos (e aqui se
inclui, sem dúvida, a obra do pagamento do Dízimo,
por pertencer a ela), pois isso seria equivalente a
anular a Graça para nós mesmos (versículo 21) e,
portanto, anular a salvação, pois isto é o que o
apóstolo quis dizer em Gl 5:4, ao afirmar que se
desligam de Cristo e decaem da Graça todos quantos
pretendem se justificar diante de Deus pelo
cumprimento das obras da Lei;

17 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:1-5, onde
“escrito está” que é insensatez ter começado a
caminhada cristã recebendo o Espírito Santo pela fé
(e não pelas obras da Lei, conforme os versículos 1 e
2) para depois cair na “lábia” dos enganadores
acreditando poder ser aperfeiçoados mediante a
prática da letra da Lei — seja a do Dízimo ou
qualquer outra do Antigo Testamento (versículos 3,
4 e 5, em contexto com Hb 7:19 onde diz que a Lei
jamais aperfeiçoou cousa alguma).
Lamentavelmente é isso mesmo o que esses falsos
mestres da cobrança do Dízimo estão fazendo com seus
ingênuos fiéis: Estão conduzindo-os para uma vida
insensata, árida, estéril, sem vitória sobre as forças do
mal, na medida em que as empurram a cumprir
ordenanças do Antigo Testamento que, segundo Gl
3:21, não podem vivificar ninguém, nem conceder as
206
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

bênçãos prometidas por Jesus a seus seguidores; ou


seja, que não podem dar a vitória contra quem tem o
poder de arrastar as vidas para a morte e de escravizar
os homens com todo tipo de males, a saber, o Diabo
(Hb 2:14-15). Dessa insensata forma, a vida vitoriosa e
abundante no Espírito torna-se impossível, e esses fiéis
passam a existência toda entre confusões, miséria,
dores, doenças e enfermidades que na plena Graça são
eliminadas de maneira gratuita mediante o suficiente
sacrifício de Cristo na cruz, e não mediante o
pagamento de dinheiro ou seja lá da forma que for,
nem mediante a oferta de bens materiais de
qualquer espécie. “Pelas suas chagas fostes
curados”, é muito diferente de “pelo pagamento do
Dízimo sois curados”. Esta última frase não existe
na Bíblia. Existe, sim, esta outra: “Eles (os cristãos)
o venceram (a Satanás e todos seus demônios
incluído o famoso Devorador) pelo sangue do
Cordeiro e por causa da palavra do testemunho
(sobre Jesus) que deram” – (Ap 12:11);

18 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:10, 13, 16 e 19,
onde “escrito está” que todos quantos se dedicam a
praticar as obras exigidas pela Lei, em suposta
obediência à vontade de Deus, buscando assim estar
em paz com Ele (e isto inclui os que se deixam
arrastar à obediência da Lei do Dízimo apenas por
fugir de serem acusados de “roubar a Deus’), todos
207
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

estes estão debaixo de maldição (versículo 10), por


não conseguirem escapar, através dessa prática
legalista, desta maldita condição de morte em que
nascemos todos desde a queda de Adão, e da qual
somente Jesus Cristo pode nos salvar (versículo 13).
Além disso tudo, da Lei não se pode separar só um
trecho conforme as conveniências de cada homem ou
mulher que funda uma religião ou igreja, sem sofrer
graves conseqüências; ao invés disso, quem quiser
obedecer a um pedacinho dela, terá que obedecê-la
toda, INTEIRA, segundo está escrito aos que
estavam sob ela: “Maldito todo aquele que não
permanece em todas as cousas escritas no livro da
Lei, para praticá-las”. Ou seja, quem quisesse
dividi-la já caía sob maldição, conforme também
ensina Tg 2:10-11. Não dá para obedecer somente a
lei do Dízimo e jogar as demais no lixo. Obedece
tudo, ou não obedece nada. Mas ai é que surge o
problema mais grave: Ninguém consegue obedecer
toda a Lei, por mais que se esforce. Qualquer um
que tentar vai logo descobrir o significado
verdadeiro das palavras de Paulo em Rm 7:13-14.
“O pecado está em nós”. Por isto, na Lei o que há é
muita maldição por todo lado; e este é o motivo pelo
qual para Paulo se fez “evidente que pela Lei
ninguém é justificado diante de Deus”: Ela não
oferece salvação... oferece, apenas, castigo,
maldição; e mais castigo, e mais maldição (versículos
10-11 deste capítulo 3 de Gálatas). Ir atrás da
208
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

obediência de Ml 3:10 com a pretensa ilusão de


conseguir assim estar em paz com Deus, deixando de
lado o resto da Lei, é dividi-la, e, portanto, é correr
atrás de maldição. Cai no ‘desligamento’ de Cristo e
no ‘cair’ da Graça de que fala Paulo em Gl 5:4 aos
que querem tentar observar a Lei para obterem
justificação diante de Deus. Quem pensa estar em
paz com Deus porque paga o Dízimo, está também
contrariando, além do próprio ensinamento
apostólico, os atuais ensinos teológicos mais
respeitáveis, como estes: “Os evangélicos crêem que a
Lei dada por Deus a Moisés findou na cruz (Cl 2:14-
17). Desde então vivemos SOB A GRAÇA DE JESUS
CRISTO (Jo 1:17, Rm 6:14; Tt 2:11)”. - (‘Defesa da
Fé’, do ICP, ano 2, No. 1, de 1988, pág. 146); “O
Capítulo 8 da Carta aos Hebreus é bem claro a
respeito do Novo, bem como sobre o Antigo
Concerto: Na era cristã é o Novo Pacto que vigora
(Hb 8:13; Hb 12:24) Em 1 Coríntios Paulo faz menção
da Nova Aliança (11:25). O Antigo Concerto caducou
com a morte expiatória de Cristo. É óbvio, além do
mais, que é impossível estarmos debaixo dos dois
concertos ao mesmo tempo”. (‘Defesa da Fé’ do ICP,
ano 2, No 1, de 1988, pág. 80/81).
Ainda neste mesmo trecho de Gl 3:10-13, “está escrito”
que “Cristo nos resgatou da MALDIÇÃO da Lei...
para que a benção de Abraão chegasse aos gentios”
(versículos 13-14). Ora, é comum nos pregadores do
Dízimo a mentirosa alegação de que para recebermos as
209
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

bênçãos que Deus prometeu a Abraão, principalmente


as materiai$, devemos cumprir com o fiel pagamento
dessa taxa, "do mesmo modo que Abraão a pagou”-
dizem eles. Porém, aqui, o Evangelho nos ensina o
contrário: Cristo nos resgatou dessa maldição da
Lei, para que pudéssemos receber de graça todas
essas bênçãos prometidas a Abraão, acrescentando
ainda (no versículo 19) que a duração da Lei era
apenas ATÉ que viesse o descendente de Abraão a
quem foram feitas essas promessas; e este
descendente, segundo consta no versículo 16, É
CRISTO, que veio faz 2.000 anos! Nisto há plena
concordância entre esta palavra apostólica de Gálatas
e a afirmação de Jesus em Lc 16:16, ONDE, TAMBÉM,
DIZ QUE A DURAÇÃO DE LEI ERA ATÉ JOÃO
BATISTA, confirmando o fato de que faz esses mesmos
2.000 anos que a Lei não vigora mais, nela incluída
tudo o que diz referente ao Dízimo.
Jesus veio naquele tempo trazendo, por meio do seu
pessoal cumprimento da sentença da Lei contra o
pecado de todos nós, a bênção prometida a Abraão na
forma da salvação, da vida eterna e de todo o resto da
herança cristã que aquela Lei jamais conseguiu dar a
ninguém (Rm 8:1-4; Hb 7:18-25).
Portanto, faz 2.000 anos que a Lei não tem mais nada
a cobrar de nós.
Sendo, pois, gratuita a recepção em Cristo, pela fé,
das bênçãos prometidas por Deus a Abraão, por que
razão haveríamos de pagá-las hoje com essas taxas
em dinheiro ou outros bens materiais que os
210
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mercenários nos cobram com a promessa de que é


assim que iremos recebê-las?
Chega de sofrer nas mãos dos dizimeiros:
Chega de ser explorado: Não pague mais pelo que
Deus quer lhe dar somente pela Sua Graça!
Deixe que lhes paguem os desprevenidos ingênuos que
ignoram o significado real da Bíblia TODA, ou aqueles
que, como Caim, por cega ambição, confundem o
caminho da fé verdadeira com a farisaica prática de
interesseiras contribuições financeiras sobre a base
caduca das exigências da “Lei e Profetas” e suas antigas
promessas de prosperidade material, esperando receber
em troca cem vezes mais, apenas porque assim lhes
prometeram seus gananciosos pregadores do Dízimo.
Nós, os cristãos, é pelo santo Espírito da Graça que
esperamos as coisas melhores que Deus nos dá
GRATUITAMENTE em Cristo, sem nada nos cobrar
por elas, porque Jesus já as pagou com sua própria vida
derramada na cruz, faz 2.000 anos;

19 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:21-25, onde
“escrito está” que jamais foi promulgada uma lei
(incluída a do Dízimo) que pudesse nos dar a vida
(versículo 21) porque, se tivesse sido dada, através
dela é que receberíamos a justiça (e a vivificação),
com as bênçãos espirituais e materiais que dela
advém, e, nesse caso, não teria sido necessário vir
Cristo Jesus se sacrificar à toa por nós. E também
211
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“está escrito” que a Lei era um aio ou tutor para


conduzir os que sob ela estavam até Cristo, o
verdadeiro Salvador e vivificador, vindo o qual já não
se permanece subordinado a esse “aio” ou “tutor”, ou
seja, a essa mesma Lei da qual faz parte também
aquela ordenança do Dízimo à que se refere Ml 3:10
(versículos 24-25). Se você já está EM Cristo, para que
quer aios ou tutores que lhe levem até ele? Você não
acharia muito tola a atitude de alguém que, estando
dentro da cidade de São Paulo, lhe pedisse ajuda para
poder chegar à cidade de São Paulo?... Só pede esse
tipo de ajuda quem está fora da cidade... Assim mesmo,
só precisa de aio ou tutor para chegar a Cristo, quem
está fora de Cristo (e, mesmo assim, depois do
sacrifício na cruz e do dia de Pentecostes, o aio ou tutor
para levar até Cristo quem não está nele, de acordo com
Jo 16:8-15, é o Espírito Santo);

20 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 4:21-30, onde
“escrito está” que foi na própria “Lei e Profetas” que,
em alegoria (ou figura), através da família do patriarca,
profetizou-se a respeito de duas alianças ou pactos ou
testamentos diferentes, para um tempo futuro em
relação à época em que os fatos aconteceram na vida de
Abraão, mais de 400 anos antes que Deus desse no
Monte Sinai a Sua Aliança da Lei ao povo de Israel
(versículos 2l-25 em contexto com Gl 3:19), e à mais
ou menos 2.000 anos antes que fosse dada a Aliança
da Salvação pela Graça através de Cristo Jesus
212
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

(versículos 26-28). Assim, nessa história real de Sara


e Hagar estava já preanunciada a vinda da Aliança
da Lei, representada por Hagar (versículos 24-25), e,
muito tempo depois dela, a implantação desta Nova
Aliança da Graça que nós temos hoje em Cristo Jesus
(versículos 26-28), lá representada por Sara, a esposa
legítima de Abraão, à qual Deus tinha feito a promessa
gratuita (Gl 3:17-18) que agora, em Cristo, pertence a
nós, seus seguidores fiéis (versículos 28 e 31 em
contexto com Gl 4:4-7). Conforme esta explicação dada
pelo apóstolo Paulo, o que está escrito no versículo 30
desta passagem em estudo, passa a ter uma assombrosa
significação, que, de todos os modos que se queira
analisá-la, é a luminosa verdade do Espírito de Jesus, o
supremo Mestre, gritada aos quatro ventos através da
Carta aos Gálatas, para todo quem “olhos para ver e
ouvidos para ouvir”:
“Lança fora da tua vida a Lei do Sinai (a ‘escrava’
Hagar) e os seguidores da Lei (representados por
aquele ‘filho’ da ‘escrava’), porque de modo algum
os seguidores da Lei (o ‘filho’ da ‘escrava’) serão
herdeiros (das promessas que seriam cumpridas no
Novo Pacto) com os seguidores da Graça que há em
Cristo (estes são os cristãos, ‘filhos’ da livre)”. Qual
é o teólogo inteligente que se atreve a negar isto em
público e por escrito? Só se for um daqueles obtusos
fariseus ‘cara de pau’ que pululam pelas nossas igrejas,
fazendo toda aquela encenação da motivação emocional
apenas para arrecadar mai$ e mai$.
213
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“Lança fora a Lei”!


Por que não querem ouvir os cobradores do Dízimo,
que se dizem evangélicos, esta instrução do Evangelho
que de lábios professam obedecer?
Ora, porque a ambição deles é maior do que a vontade
de se submeter obedientemente à voz do Espírito Santo.
A voracidade da sua avareza já devorou qualquer
sensibilidade ou genuíno temor de Deus e do seu
julgamento;

21 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Gl 5:4, onde aberta e
enfaticamente “escrito está” que todas as pessoas que
procuram se justificar (estar em paz) perante Deus
pelo cumprimento de qualquer uma das ordenanças
da Lei (e a exigência do Dízimo pertence a ela), dada
para condenar o pecado e não para dar a
justificação diante dele a ninguém, estarão, na
cotidiana realidade, se desligando de Cristo; ou seja,
se desunindo de Cristo; se separando dele, que é o
único através de quem podemos obter, pela sua obra
redentora na cruz, a salvação eterna e todas as
bênçãos, também as materiais, prometidas a nós, os
descendentes de Abraão em Jesus Cristo, que
mediante nenhum mérito pessoal poderíamos
alcançar tão gloriosa graça, segundo o ensino já
conhecido de At 4:11-12; Ec 8:8; Sl 49:7-14; Rm 3:19-
20; Mt 19:25-26 e Jo 15:4-5, e de muitos outros textos
do Evangelho apostólico que, para não estender demais
214
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

este numeral, nos abstemos de citar aqui;

22 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ef 1:3-6, onde
“escrito está” que toda classe, espécie ou sorte de
bênção espiritual, Deus já no-las deu EM CRISTO
JESUS, e não na “Lei e Profetas” (versículo 3), e no-
las deu desde antes da fundação do mundo, ou seja,
desde antes que existisse sequer o planeta Terra e
qualquer um dos seres humanos que nele existem ou
existiram, inclusos Adão, Abel, Abraão, Moisés, e
toda a restante lista de personagens da Antiga
Aliança ou Antigo Testamento cujos atos ou
palavras esses cegos legalistas querem fazer valer
mais do que a Graça de Jesus, que o pai de amor nos
concedeu gratuitamente no seu amado filho desde
antes de fazer o mundo, ou seja, desde antes sequer
de nascermos! (versículo 6). Gratuitamente (“deu”), é
sem qualquer preço que não seja o todo suficiente
sacrifício de Cristo na cruz; ao contrário da Lei,
durante o vigor da qual o povo tinha de pagar um preço
por tudo, sob pena de ficar em débito com Deus, ou de
ser acusado de ‘ladrão’ da Casa do Tesouro, quando
não pagava o Dízimo;

23 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ef l:13-14. onde
“escrito está” que o ‘penhor’ ou garantia que Deus
nos dá de que receberemos toda a herança que Ele
215
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mesmo nos oferece gratuitamente em Cristo Jesus, é


o próprio Espírito Santo, que Ele derrama em nós de
graça, apenas pela fé na obra do Cordeiro de Deus,
segundo Gl 3:1-5 e 3:13-14. Esse ‘penhor’ ou
garantia é o Selo maior da nossa Salvação (está
selado quem já recebeu o Espírito Santo), e Ele no-lo
dá, não mediante nosso pessoal cumprimento da lei
do Dízimo referida em Ml 3:10, nem mediante a
prática de qualquer outra exigência da “Lei e
Profetas”, mas pelo preço já pago pelo Messias na
cruz, como Cordeiro de Deus na Páscoa de Deus. E a
‘herança’ à que alude o texto, é composta por todas
as promessas divinas de provisão espiritual e
material (incluso a prosperidade financeira que hoje
oferecem pelo preço do Dízimo os cobradores dessa
taxa); promessas essas que Deus fez também a
Abraão para serem cumpridas em Jesus de Nazaré, e
que este, vindo, fez como “acréscimo” gratuito no
Evangelho (Mt 6:19-33; Rm 8:32) a todos quantos
buscarmos primeiramente o reino de Deus e a sua
justiça. Na Aliança da Graça, Deus dá essas coisas
gratuitamente, apenas pela fé na obra de salvação
perfeita, completa e eterna realizada exclusivamente
pelo Seu Filho Jesus Cristo, e que a “Lei e Profetas”
(ou Antigo Testamento) jamais realizou por
ninguém, porque não era esse o objetivo para o qual
Deus a deu;

24 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


216
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

CONTRADIZER o Evangelho em Ef 2:5-11, onde


“escrito está” que a salvação, com todas as bênçãos
que dela derivam, é PELA GRAÇA (versículo 8),
somente mediante a fé na obra de Jesus Cristo
(como descrita nos versículos 5-7) e não mediante
qualquer outro meio, como as obras da Lei
(versículos 8-9 e 15), o que significa que tampouco é
mediante essa obra de efetuar o fiel pagamento do
Dízimo, à que tanto valor abençoador atribuem seus
drásticos e cegos cobradores;

25 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ef 3:6, onde “escrito
está” que TODA a herança dada por Deus em Cristo
Jesus é nossa MEDIANTE O EVANGELHO DE
JESUS, e não mediante a “Lei e Profetas” como
andam pregando esses mercadejadores falsamente
zelosos da Lei, que jamais compreenderam nem a
Graça de Deus nem a própria Lei que tanto alegam
conhecer... Ou, se compreenderam, devem ter se
vendido como Balaão, cegados pela contabilidade
“mais estável” do Dízimo, do qual dizem, mentindo
sem qualquer escrúpulo, que depende a recepção da
parte material das bênçãos dessa herança (... só se
for a parte deles, que já recebem neste mundo bens
materiais comprados com o pão das famílias
famintas, pouco se importando se depois nada
receberem lá no outro lado, que é eterno, no qual,
porém, eles parecem não crer de coração!);
217
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

26 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o EVANGELHO em Fp 3:2-9, onde
“escrito está” que Paulo desprezou sua privilegiada
condição entre o povo judeu, de fariseu
irrepreensível na prática da Lei (versículos 4-6),
abandonando essa antiga aliança para vir se tornar
seguidor da Nova e mais sublime Aliança da Graça,
a fim de ganhar a Cristo (versículos 7-8), deixando de
depender, por isso, das obras da Lei para alcançar a
justificação, porque descobriu que mediante a fé na
obra redentora de Cristo receberia a verdadeira e
eterna justificação e paz com Deus: a da Graça, que
procede do próprio Deus (versículo 9), e não do
pagamento do Dízimo, ou da circuncisão, ou dos
sacrifícios de qualquer tipo, ou de quaisquer outras
práticas legalistas;

27 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Cl l:12-23, onde
“escrito está” que foi Deus, mediante o Seu próprio
Filho (e não mediante a sujeição à “Lei e Profetas”)
quem nos fez aptos ou capazes para desfrutar a
herança que temos em Cristo (versículo 12); e esta
aptidão ou capacidade Ele a efetua, hoje,
produzindo em nós, de graça, ATÉ O PRÓPRIO
QUERER, conforme explicado em Fp 2:13, como
prometido em Jo 16:7-15, e como confirmado em
1Ts 5:23... “para que ninguém se glorie” achando
que sua santidade procede de si mesmo ou da
218
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

prática de qualquer Lei, seja ela da espécie que for,


como a do Dízimo, por exemplo, que jamais recebeu
de Deus esta incumbência messiânica de nos
transmitir tão gloriosa aptidão ou capacidade;

28 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Cl 2:1-17, onde
“escrito está” que todos os tesouros da sabedoria e do
conhecimento divinos estão ocultos em Cristo (não
na “Lei e Profetas”), motivo pelo qual os fiéis
deverão crescer em Cristo (não na “Lei e Profetas”),
estando nele (Cristo) firmemente “radicados,
edificados e confirmados na fé, tal como fostes
instruídos no Evangelho” - não na “Lei e Profetas”
— (versículos 2-7), porque é em Cristo — e não na
“Lei e Profetas” — que habita corporalmente toda a
plenitude de Deus, derivando-se desta gloriosa
realidade o fato evidente de que todos quantos nele
(Cristo) fomos unidos pela sincera aceitação da sua
redenção e do seu senhorio, estamos aperfeiçoados
(versículos 9-10), não precisando, por isto, das
supostas “perfeições” pregadas pelos legalistas do
Dízimo, os quais ignoram a palavra de Deus em Hb
7:19, onde claramente diz que “a Lei jamais
conseguiu aperfeiçoar ninguém”. Eles, que
machucam os cristãos condenando-os como ‘ladrões de
Deus’ porque não pagam uma taxa que Jesus não está
cobrando de ninguém hoje, deveriam entender que esta
plenitude de Deus que há em Cristo envolve todo
tipo de bênção que Deus tenha para nos dar nesta
219
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

atual Aliança da Graça. E deveriam entender,


também, que a Lei do Sinai que cobrava nossa dívida
perante Deus, e que constava de ordenanças, foi já
toda paga, cancelada e inteiramente removida pelo
sacrifício do Filho de Deus na cruz, em nosso lugar,
para que já não tenhamos nós mais dívida alguma
perante Deus (versículos 11-14 em contexto com Rm
7:4 e Gl 3:13). E ainda entender, por este motivo, que
ninguém, seja homem, seja anjo vindo do Céu, poderia
nos cobrar hoje essa tal dívida de Ml 3:10. Se o
entendessem, não no-la cobrariam mais. Os que o
entendem e mesmo assim o cobram, o fazem apenas por
descarados e sem-vergonhas que são;

29 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Cl 3:9-11, onde
“escrito está” que o cristão é uma nova obra de Deus,
uma “nova criatura”, ou “novo homem”, que não
vive mais regida pelas leis dos ‘gregos’ (todas as
nações diferentes da nação judaica), nem pelas leis
dos judeus (aqui denominados de “circuncisão”,
envolvendo assim tanto a Aliança de Deus com
Abraão e o Dízimo que este deu a Melquisedeque,
como aquela Aliança da Lei dada a Moisés no Monte
Sinai); ou seja, nem pelos ensinos ou legislações do
Antigo Testamento.
O que o Evangelho está nos ensinando aqui é que o
cristão não vive pelas leis de ninguém, seja quem for,
judeu ou não, devido a que apenas Cristo, por habitar
nele toda a plenitude de Deus, é que pode ser tudo em
220
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

todos, salvando-os, vivificando-os, abençoando-os


com todas as bênçãos da sua Graça, e guiando-os
para o Céu eterno por meio do seu Espírito, e não por
meio da palavra da “Lei e Profetas”, nem do Dízimo
que dela faz parte.
Portanto, todos esses que induzem o povo a viver
conforme a velha criatura regida pelas leis, sejam elas
quais forem, incluída a do Dízimo, estão transgre-
dindo esta palavra divina, e, na verdade, estão também
afastando-o do verdadeiro caminho da gloriosa
salvação que somente Cristo dá, gratuitamente,
porque Deus jamais deu este privilégio à Lei (Gl 3:21-
22);

30 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Ts 5:9, onde
“escrito está” que “Deus não nos destinou (aos
cristãos) para ira (quer dizer, para juízo de
condenação, que é para o que serve a Lei segundo
2Co 3:6-9 e Rm 8:3-4), mas para salvação mediante
nosso Senhor Jesus Cristo (e não mediante a letra ou
as ordenanças da “Lei e Profetas”). Porém, temos ai,
nos púlpitos das nossas igrejas, e nos microfones da
Rádio e da TV, uma plêiade de pregadores,
supostamente inspirados pelo Espírito Santo, gritando
impunemente que o Dízimo (que é da “Lei e Profetas”)
também é salvação. Ora, salvação é vivificação eterna:
O Dízimo não dá a eternidade a ninguém. Jamais foi
promulgada uma lei que pudesse dar a vida eterna.
A forte proclamação de Paulo em Gl 3:21, afirmando
221
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

que isso jamais aconteceu, ressoará no dia do Juízo


Final para envergonhar estes farsantes, que hoje
enganam nesta Terra aos ingênuos fiéis, levando-os
a crer que se não pagam esse Dízimo cairão sob
sentença divina de condenação por “roubar a
Deus”; quer dizer, as levam a deixar de crer na
suficiente eficácia redentora do sangue de Jesus Cristo,
pisoteando assim o sacrifício do Filho de Deus, que foi
realizado para dar vida eterna a todos quantos nele
crêem de forma absolutamente gratuita, apenas pelo
único e exclusivo preço do sangue de Jesus, que não
poderá ser jamais substituído por outro preço;

31 -- Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Ts 2:1-9, onde
“escrito está” que ao voltar, Jesus tomará vingança
contra os que não obedecem ao seu Evangelho
(versículo 8). Então, relembremos mais uma vez que
nesse Evangelho de Jesus diz que “se desligam de
Cristo todos quantos pretendem se justificar diante de
Deus através do cumprimento das ordenanças DA
LEI”, porque “pela Lei ninguém será justificado
diante de Deus”, devido a que “todos quantos se
dedicam às obras da Lei, põem-se debaixo de
MALDIÇÃO”, em razão de que “a Lei não aperfeiçoa
ninguém”, mas, apenas, traz o “conhecimento do
pecado” e dá ao pecador sua correspondente
“condenação” (Gl 5:4; Gl 3:10-11; Hb 7:19; Rm 3:19-
20; 2Co 3:7-9). Todos quantos pensam, pois, estar em
paz com Deus por ter pagado o Dízimo ou por seguir
222
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

qualquer outra lei do Antigo Testamento, deverão rever


sua concepção do que é ser cristão, para que não venha
ocorrer neles tal desligamento, sem o saberem, e
terminem sendo julgados pelo Evangelho puro, sem os
remendos que eles querem lhe introduzir. A Aliança da
Graça é perdão eterno em Cristo, e o remendo nela de
uma Lei que é condenação é contraditório e absurdo;

32 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Ts 2:13-14, onde
“escrito está” que Deus nos chamou à Sua gloriosa
salvação “mediante o Evangelho de Jesus Cristo”, e
não através da prática das exigências e ordenanças da
“Lei e Profetas”, da qual faz parte o Dízimo. De outro
modo, quê sentido teria a vinda de Jesus de Nazaré, se
pudéssemos nos salvar mediante a prática dessa Lei?
Nenhum! (Gl 3:21-22).
Se houvesse um caminho de salvação pela Lei, Jesus
estaria mentindo quando disse: “Eu sou o caminho...
ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Por este
simples motivo, mentem todos quantos dizem que o
Dízimo também é salvação... e a mentira é do Diabo!

33 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Tm 6:3-5, onde
“escrito está” que “se alguém ensina outra doutrina e
não concorda com as sãs palavras do nosso Senhor
Jesus Cristo (o qual disse que a ‘Lei e os Profetas’
vigoraram até João Batista e que todos os profetas
223
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

profetizaram até João, referindo-se à palavra


normativa), é enfatuado, tem a mente pervertida e está
privado da verdade ao supor que a piedade dos
cristãos possa ser transformada em fonte de lucro”.
Esta palavra parece ter sido escrita especificamente
para esses sabichões que, fingindo cara de santos
servos do Senhor, apregoam ter sido o Espírito
Santo quem os enviou a cobrar o Dízimo, no meio do
povo da Aliança da Graça, pois é precisamente nesta
mesma passagem, no versículo 10 deste capítulo 6,
onde a Palavra de Deus arremata com aquela famosa
sentença: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males; e alguns, nessa COBIÇA (de amar o dinheiro
como o ama a maioria dos cobradores do Dízimo) se
desviaram da fé...”

34 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Tm l:9-10, onde
“escrito está” que “Deus nos salvou e nos chamou
com santa vocação, não segundo as nossas obras
(sejam elas obras de obediência à Lei ou não, porque
se estas pudessem nos salvar, nenhuma necessidade
haveria da vinda de Jesus como Salvador), mas
conforme à sua própria determinação e graça que nos
foi dada em Cristo Jesus (e não na “Lei e Profetas”
com seu trecho de Ml 3:10), quem, nessa graça, não
só destruiu para nós a morte, como trouxe até nós a
imortalidade, mediante o Evangelho (e não mediante
a “Lei e Profetas”, nem mediante o Dízimo que a ela
pertence).
224
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“...não é por obras nossas... é de graça... mediante o


Evangelho”... Onde está aqui o lugar para essa taxa que
cobram os dizimeiros?
Não há lugar!
Pelo contrário, confirma o brado de Paulo:
“Lança fora a Lei”!

35 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Tt 3:4-7, onde
“escrito está” que a benignidade e a salvação do nosso
Deus “para com os homens” (incluído você, leitor)
não provém de obras justas praticadas por nós, mas
segundo a sua misericórdia (não segundo a prática
da Lei do Dízimo ou de qualquer outra) Ele nos
salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo (que, de acordo com Gl 3:l-5,
recebemos de graça, apenas pela fé na obra
redentora de Jesus, e não através da prática das
ordenanças ou obras da Lei), que ele derramou
ricamente sobre nós por meio de Jesus Cristo (e não
da “Lei e Profetas”, nem do dar o Dízimo), a fim de
que, justificados por graça, nos tornemos seus
herdeiros”.
Será que esses falsos legalistas não lêem estas coisas?
Ou, lêem e não compreendem porque falta-lhes o
Espírito Santo para guiá-los em toda a verdade da
Bíblia TODA? Ou, ainda, compreendem, mas usam
de má fé, POR AQUELA MESMA AMBIÇÃO, do
falso profeta Balaão?
225
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

No dia do Juízo Final, todos saberemos por qual


obscura motivação é que eles fazem essa cobrança do
Dízimo, no momento em que eles sejam envergonhados
diante de toda criatura recebendo do Supremo Tribunal
de Cristo a sentença que merecem... lá ninguém ficará
impune;

36 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Fm 1:14, onde
“escrito está” que Paulo não quis fazer nada sem o
prévio consentimento de Filemom, no sentido de
conservar consigo algo que era de “propriedade” dele (o
escravo Onésimo), por um único motivo: “Para que a
bondade não viesse a se tornar obrigação”. Note bem
o profundo cuidado apostólico por preservar a
pureza da voluntariedade de toda e qualquer oferta
ou contribuição dos cristãos: Nada Paulo queria que
fosse por obrigação. Queria que quem desse, o fizesse
com a alegria pura de quem dá segundo o propósito
do coração movido pelo Espírito Santo,
voluntariamente. Já na Lei era tudo o contrário: Uma
obrigação seguia outra, sem cessar jamais. A Lei era,
toda ela, incluída a cobrança do Dízimo, uma contínua
exigência obrigatória que, se não cumprida, pedia
punição: Quem não o pagava era acusado de roubar a
Deus e tido por maldito (Ml 3:8-9). Por isto, a
obediência legalista de pagar ou “devolver” o
Dízimo é contrária á voluntariedade cristã, que nasce
de uma vida convertida e mantida em genuína
comunhão com o Espírito Santo. Não os que guiam-se
226
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pela obrigatoriedade da Lei, mas “os que são


guiados pelo Espírito, esses é que são os filhos de
Deus”. E o Espírito Santo, no Evangelho, não guiou
nenhum dos apóstolos a cobrar o Dízimo do novo
povo formado pelos convertidos a Cristo;

37 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Hb 2:14-15, onde
“escrito está” que foi pelo sacrifício de Jesus na cruz
(e não pelo nosso cumprimento das exigências e
ordenanças do Antigo Testamento) que a morte foi
destruída (ver isto em contexto com 2Tm l:9-10),
sendo nós, dessa maneira, livrados das garras do
Diabo, com ele incluído todo seu exército dos espíritos
das trevas ao qual pertence esse tão temido demônio
“Devorador” citado em Ml 3:10-11, conforme
também confirma Ap 12:10-11, em harmonia com
Lc 9:1 e 10:19, onde as palavras “todos” e “todo”
não deixam espaço para exceções: Jesus nos deu
gratuitamente, aos seus seguidores, poder e plena
autoridade sobre todos os demônios, e isto vale
também contra o tal “Devorador”, para expulsá-lo das
nossas vidas através, apenas, da palavra de ordem
dada por nós, os servos fiéis do Salvador, sem ter que
pagar taxa alguma, mas somente pelo poder do
Espírito da Graça que, em nós, opera mediante a fé no
seu nome, e não mediante a fé na Lei do Dízimo.
No nome de Jesus, temos poder e autoridade “sobre
todos os demônios” ...e o Devorador é um demônio!
São, pois, mentirosos, todos esses que pregam vitória
227
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

sobre o Devorador através do pagamento do Dízimo.


Em outras palavras, são hereges.
Hereges, com suas heresias legalistas, dominando
nossos púlpitos e pontificando como se fossem
verdadeiros mestres da Teologia, iguaizinhos a
Gamaliel, Caifás, Anás, e toda essa corja de fariseus
que mataram Jesus de Nazaré;

38 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Hb 5:7-9, onde
“escrito está” que Jesus se tornou o Autor da
salvação eterna “para todos os que lhe obedecem” (e
não para os que obedecem a Lei do Dízimo ou
qualquer outra do Antigo Testamento).
Então, se essa salvação é para os que obedecem a Jesus
Cristo, obedeçamos quando ele nos ensina que “a Lei e
os Profetas” vigoraram até João Batista”, e paremos de
pôr sobre as costas do povo cristão esse fardo pesado
do Dízimo, QUE NÃO FAZ PARTE DO
EVANGELHO DELE!

39 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Hb 7:5, onde
“escrito está” que a cobrança do Dízimo era feita “DE
ACORDO COM A LEI” (não de acordo com a
Graça), acrescentando pouco mais adiante (no
versículo 7:12) que, ao se tornar Cristo o sacerdote
PERPÉTUO, tornava-se também obrigatória a
228
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mudança da Lei preexistente (a mosaica do Monte


Sinai que regia na época do Antigo Testamento,
segundo Hb 12:18-24), para dar lugar à Lei do
também PERPÉTUO Espírito da vida de Rm 8:2,
que não consiste em mandamentos externos mas na
manifestação poderosa da vida divina em nós,
justificando ainda a revogação dessa anterior Lei
mosaica com a dura sentença de que “a Lei NUNCA
aperfeiçoou cousa alguma” (nos versículos de 7:18-
19). Então, sob inspiração de que espírito de confusão
vem agora estes mestres da cobrança do Dízimo
querendo nos “aperfeiçoar” mediante o cumprimento
dessa Lei, esquecidos de que, segundo Cl 2:9-10, é EM
CRISTO que estamos aperfeiçoados, e que somente
ele é quem pode nos salvar TOTALMENTE, de
acordo com o que está escrito nesta mesma Carta
aos Hebreus, em Hb 7:22-25? Onde aprenderam eles
a ler? Tal vez tenha sido em alguma dessas escolas
farisaicas que existem por aí, aos pés de algum
desses tantos Gamaliéis, Caifás ou Anás modernos
que, qual funesta praga legalista, multiplicaram-se
no seio do cristianismo...

40 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Hb 8:1-13. onde
“escrito está” bem claro que a Nova Aliança, da qual
Jesus é o mediador único e exclusivo, não é segundo
essa anterior aliança mosaica que Deus tinha feito no
Monte Sinai com o povo de Israel (versículos 6-9),
mas outra, nova!!!, que tornou antiquada a anterior e
229
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

a fez desaparecer (versículos 10- 13); palavra esta


que é confirmada em 9:11-15 desta mesma Carta aos
Hebreus, e, depois, repetidamente, em 9:24-26;
10:10; 10:12-14 e 10:19-22, trechos nos quais brilha
esplendorosa a verdade sobre a salvação gratuita,
perfeita e eterna que Jesus obteve para nós, sem nos
ter obrigado à prévia obediência das exigências e
ordenanças da “Lei e Profetas”, isto é, do Antigo
Testamento (que estes falsos mestres amantes do
dinheiro querem nos impor agora “goela abaixo”
através da cobrança do Dízimo, enganando a todos
seus ingênuos seguidores ao afirmar que é o Espírito
Santo quem lhes ordena efetuar tal cobrança e que
“rouba a Deus quem não o paga” ou “devolve”,
ocultando maliciosamente a verdade de que a Nova
Aliança fez desaparecer a ‘anterior’, a ‘antiga’, ou seja,
o Antigo Testamento).
À luz desta verdade bíblica, tornam-se mais claras,
firmes e valiosas as seguintes afirmações, transcritas da
“Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, que, na página 469, em sua
Introdução da Carta aos Hebreus, diz:
“Foi escrito (Carta aos Hebreus) com um objetivo
duplo:
l- confirmar os crentes israelitas, mostrando-lhes
que o judaísmo (ou seja, “Lei e Profetas”) tinha
terminado, devido ao cumprimento por Cristo da Lei;
e
2- os trechos de exortação mostram que o escritor tinha
230
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

em vista o sempre presente perigo de os crentes judeus


voltarem ao judaísmo (isto é, à “Lei e Profetas” ou
Antigo Testamento). É claro de (Livro de) Atos, que
até os mais robustos dos crentes da Palestina ficaram
presos a uma estranha mistura de cristianismo
(Graça) e judaísmo (“Lei e Profetas”) — (At 21:23-
24)”.
Sendo, pois, que o judaísmo (Antigo Testamento)
terminou quando Cristo cumpriu a Lei por nós, e que
é um sempre presente perigo os cristãos voltarem ao
judaísmo, formando uma ‘estranha’ mistura do
remendo velho da “Lei e Profetas” na Nova Aliança da
Graça, como se explica então essa obsessiva
insistência ministerial entre as igrejas ditas
evangélicas em obrigar suas ovelhas a cair vítimas
de tal ‘perigo’, realizando por instrução dos próprios
pregadores a tal ‘estranha’ mistura de praticar nas
vidas cristãs o Dízimo judaico, que deveria haver
terminado devido a esse cumprimento por Cristo da
Lei?
Onde está a coerência do ensino deles?
Será que, como os fariseus, também nós, os cristãos
de hoje, estamos dizendo uma coisa e praticando
outra?
Pregamos liberdade, sendo nós mesmos ainda
escravos da obediência à leis que jamais puderam
libertar ninguém?
...é o que está parecendo:
A evidência está ai.
231
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Enxerga quem quer.

41 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Tg 2:5, onde “escrito
está” que Deus escolheu os que são pobres neste
mundo, não para lhes arrancar o pão da boca como
fazem os cobradores do Dízimo, mas para fazê-los
ricos na fé E HERDEIROS DO REINO QUE ELE
PROMETEU aos que o amam; não aos que amam os
farsantes que sem dor nem escrúpulos arrancam das
bocas famintas dos filhos dos pobres o pouco pão que
tem, quando os obrigam com suas pregações de
ameaças e terror a pagar um Dízimo que Deus já não
cobra mais de ninguém, cabendo-lhes a repreensão de
Jesus em Mt 15:3-6, quando acusou:
“Transgredis o mandamento de Deus por causa
da vossa tradição: Deus ordenou: Honra a teu pai e
a tua mãe... Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu
pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que
poderias aproveitar de mim; esse jamais honrará
a seu pai ou a sua mãe. E assim invalidastes a
palavra de Deus por causa da vossa tradição (ao
obrigar o povo a dar como oferta “para Deus” o
dinheiro do pão dos seus pais, das suas mães, dos
seus filhos, etc.).
É exatamente essa a forma de “invalidação” da divina
palavra que estão praticando estes atuais cobradores do
Dízimo:
Estão tirando o pão da boca dos membros das
famílias cristãs sob a fingida desculpa de que é
232
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

oferta ao Senhor. “A obra do Senhor é em primeiro


lugar... você não pode tomar para si nem para seus
filhos aquilo que é a oferta ou Dízimo ao Senhor,
para sua obra!” - gritam eles tomados de hipócrita
fervor, ignorando que a obra do Senhor somos nós,
seus filhos em Cristo, e não esses suntuosos prédios
de tijolo que eles levantam com o suado pão de cada
dia do povo. Exigem uma “oferta” que, na forma do
Dízimo do Antigo Testamento, é mentirosa quando
imposta no seio da cristandade, porque Deus não a
está cobrando de ninguém que pertença à Nova
Aliança da Graça em Cristo Jesus. Pelo contrário,
adverte que é desligar-se de Cristo e decair da
Graça querer se apresentar bem perante Deus
mediante o cumprimento das obras da Lei, e o
Dízimo, repetimos, é uma das tantas ordenanças
dessa Lei.
Ademais: Onde já se viu oferta ser obrigação? Oferta
deve nascer do coração.
E, nascer, voluntariamente, sem pressão nem coação,
de acordo com o ensino apostólico em 2Co 8:7-15 e
9:7.
Se não for voluntário, já não é oferta, nem Graça.
E se for coagido ou pressionado psicologicamente
com frases como “não pagar o Dízimo é roubar a
Deus”, já não é voluntário;

42 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Pe 1:13, onde
“escrito está” que os cristãos devemos esperar
233
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

INTEIRAMENTE na Graça que nos está sendo


DADA na revelação de Jesus Cristo” (não da “Lei e
Profetas” que tão deturpadamente amam os que
afirmam que quem não cumpre Ml 3:10 “rouba a
Deus”, condenando assim, com um farisaico erro
doutrinário, àqueles que pelo gratuito benefício do
sangue de Jesus, e não pela Lei, tem paz com Deus).
O que significa esperar INTEIRAMENTE?
Ora: Significa esperar EM TUDO!
NO NOSSO ESPÍRITO,
NA NOSSA MENTE,
NA NOSSA CARNE!
Tudo quanto precisamos nessas três áreas da nossa
vida, deveria vir a nós pela graça, ou seja, de modo
gratuito, das mãos do nosso Deus, pelo único mérito
da obra redentora de Jesus.
Se assim não fosse, o Evangelho seria mais uma
farsa, porque Dízimo não é gratuito: Dízimo é preço...
é 10% do salário!
Visto que o Evangelho não é uma farsa, então a
falsidade está na cobrança do Dízimo aos seguidores
de Jesus.

43 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Pe 1:3-4, onde
“escrito está” que é através das promessas divinas
DOADAS a nós (não pagas pelo Dízimo ou pelo
cumprimento de qualquer exigência ou ordenança
do Antigo Testamento) que poderemos nos tornar
CO-PARTICIPANTES da natureza eterna de Deus!
234
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Ora, se é através de promessas DOADAS, então é


pela GRAÇA em Cristo, e não pela “Lei e Profetas”,
que recebemos este, que é o maior privilégio ao
alcance dos seres humanos: A filiação divina através
da co-participação na natureza do próprio Deus.
O que é DOADO, não pode ser cobrado.
Se Deus assim quis nos dar gratuitamente esta glória
maior, como não nos dará juntamente com Cristo,
também de graça, todas as demais coisas prometidas no
Evangelho? (Rm 8:32)
Qual é a promessa divina para os dias de hoje que você
precisa ver cumprida em sua vida? Seja ela qual for, é
DOADA; não cobrada. Se fosse pelo Dízimo, já não
seria DOAÇÃO. Seria compra, comércio. E aí
estaríamos caindo na Síndrome de Caim: Dar algo
material a Deus, para que Deus nos dê...

44 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Jo 3:21-23, onde
“escrito está” que Deus nos DARÁ (não diz
VENDERÁ) aquilo que pedirmos (e isto inclui a
prosperidade material necessária prometida em Mt
6:33), não por guardar os mandamentos antigos da
“Lei e Profetas” de que faz parte a obrigação do
Dízimo, mas por obedecermos ao Seu NOVO
mandamento, que nos pede crer no nome de Seu
Filho Jesus Cristo e nos amarmos uns aos outros do
modo como Jesus nos amou e ensinou... e no seu
ensino não existe a cobrança de Dízimos aos membros
do seu Corpo-Igreja. É desta maneira que nós,
235
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

cristãos, obtemos a abertura das janelas do Céu


HOJE, sem importar como a obtinham os fiéis judeus
no tempo em que vigorava a “Lei e Profetas”, nem no
tempo em que Malaquias escreveu seu livro onde está
o trecho de Ml 3:10 que os dizimeiros tanto gostam de
usar;

45 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 1Jo 5:11, onde
“escrito está” que Deus nos DEU (não vendeu) a vida
eterna. E QUE ESTA VIDA ESTÁ NO SEU
FILHO; não no seguimento da “Lei e Profetas”, nem
nas recompensas lá prometidas aos pagadores do
Dízimo. Por que será que os dizimeiros têm tão dura a
cerviz, a ponto de não conseguirem enxergar estas
verdades tão simples? É porque a cobiça lhes cega o
coração.
“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”...

46 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em 2Jo 9-11, onde
“escrito está” que “todo aquele que ultrapassa a
doutrina (ou ensino) de Cristo (como no-la deram os
apóstolos) e nela não permanece (como esses que
querem voltar para o Antigo Testamento, segundo
também nos afirma Gl 5:4) não tem Deus”. Os
cobradores do Dízimo querem nos tirar da doutrina de
Cristo para nos arrastar a escravidão da Lei; sobre os
tais, este texto sagrado ainda ordena o que devemos
fazer com eles quando vem a nós com sua heresia
236
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

legalista: “Se alguém vem ter convosco e não traz esta


doutrina (o ensino consistente na genuína mensagem
do Evangelho de Jesus pregado pelos seus apóstolos),
não o recebais em casa nem lhe deis as boas vindas,
porque todo aquele que lhe dá as boas vindas se faz
cúmplice das suas obras más”.
Você quer ser cúmplice dos ladrões que cobram taxas e
Dízimos que o Espírito Santo jamais cobrou ao Corpo
de Cristo?
Então, seja.
Você é livre, e Deus respeita esse seu livre arbítrio, do
mesmo modo que respeitou o de Adão, Caim, Balaão e
Judas. Mas lembre: “De Deus ninguém zomba”... O que
você semear aqui, isso você colherá lá, no dia de Mt
7:21-23... semeie ventos e colherá tempestades!

47 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Jd 1:3-4, onde
“escrito está” que devemos batalhar pela fé do
Evangelho da nossa comum salvação, que nos foi
entregue pela GRAÇA do nosso ÚNICO Soberano e
Senhor, JESUS CRISTO, e não pela “Lei e Profetas”
de que faz parte o Dízimo de Ml 3:10.
Esses que andam batalhando pela defesa da cobrança do
Dízimo nas igrejas cristãs, deveriam entender que a fé
pela que batalharam todos os apóstolos do Senhor Jesus
foi sempre a mesma, e que no Evangelho que eles nos
legaram não há lugar para nenhuma das leis do Antigo
Testamento: Eles não batalharam para estabelecer a Lei
do Dízimo; antes, declararam que é tentar a Deus
237
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

querer impor as leis dadas por Deus a Moisés no meio


do povo de Cristo;

48 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ap 1:5, onde
“escrito está” que “aquele (Jesus) que nos ama, e pelo
seu sangue (não pela Lei nem pelo Dízimo que ela
exigia) nos libertou dos nossos pecados e nos
constituiu reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele
(e não à Lei) a glória e o domínio pelos séculos dos
séculos”.
Se você quer perder seu tempo tentando ser do reino de
Deus através do pagamento do Dízimo, tente... Mas o
advertimos: A palavra infalível do Senhor nos diz que
isso só é possível pelo sangue de Jesus, isto é, mediante
o perdão total e gratuito que ele nos obteve na cruz. E
nos diz, também, que todos quantos tentam ser do
reino mediante a prática das obras da Lei, se desligam
de Cristo e decaem da Graça;

49 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ap 5:9, onde
“escrito está” que os gentios de todo povo, tribo,
língua e nação que formam o rebanho de Cristo,
fomos comprados para Deus, não com o dinheiro do
Dízimo, nem com a prática das obras da “Lei e
Profetas”, mas “com o sangue do Cordeiro”, Jesus de
Nazaré. E, comprados, para sermos reis e sacerdotes
de Deus, e não escravos de mandamentos mal-
interpretados pelos homens, como esse, já caduco,
238
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

cujo cumprimento nos cobram ainda hoje os


farisaicos dizimeiros;

50 - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ap 12:7-11, onde
“escrito está” que é Jesus Cristo (e não a “Lei e
Profetas” ou Antigo Testamento) quem nos dá a
vitória definitiva contra Satanás e seus anjos do mal
(entre os quais, logicamente, está incluído o famoso e
tão temido “Devorador” de Ml 3:8-11); vitória esta
que obtemos, não pelo pagamento do Dízimo
conforme Deus prometera a Israel lá em Malaquias,
mas por causa do sangue do Cordeiro (versículo 11),
ou seja, desse mesmo Jesus de Nazaré que também
nos deu, pela fé no seu nome, poder e autoridade
sobre todos os demônios, do maior ao menor, todos
eles, separados ou juntos (Lc 9:1; Mt 10:1) e sobre
todo o poder deles (Lc 10:17-19), sendo que neste
“todo” não foi feita qualquer exceção, indicando
assim que a autoridade do cristão opera também sobre
aquele “Devorador”. Não há, pois, o que temer: Quem
de verdade está com Jesus, é “mais que vencedor”,
porque está com o vitorioso Senhor de senhores,
desfrutando de uma eterna vitória que foi já
COMPLETAMENTE consumada há 2.000 anos,
gratuitamente para nós, inclusive sobre o Devorador!
Uma vitória completamente consumada, que Satanás
não tem mais como desfazer.
Ele pode, apenas, enganar os tolos induzindo-os,
239
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

como induziu Caim, a quererem pagar por uma


vitória e por uma bênção que Deus só dá de graça, em
Cristo.
Jamais de outra maneira, nem em outro alguém... Por
preço nenhum diferente do sangue de Cristo!

51 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ap 21:6-8, onde
“escrito está” que, a quem tem sede, Jesus dará de
graça (não como recompensa pelo Dízimo) da fonte da
água da vida; e que apenas o vencedor (nesse regime
da Graça) é que herdará gratuitamente estas cousas.
Herdará, sem preço, como qualquer filho herda do pai
aqui no mundo, sem ter que “devolver” nada a
ninguém depois de receber. Se fosse por preço, já não
seria herança, nem seria de graça.
Aos demais, que não perseveraram na Graça, ele
diz: “Quanto, porém, aos covardes (que não tiveram
coragem para enfrentar a oposição do mundo e dos
legalistas para seguir com firmeza o caminho da
Graça de Cristo), aos incrédulos (que não acreditaram
na pregação da salvação gratuita exclusivamente
mediante a obra redentora de Jesus), aos abomináveis
(como os cães enganadores e legalistas de que falam
Fp 3:2 e Is 56:10-11), aos assassinos (que matam as
ovelhas “alimentando-as” com a palavra da Lei que,
conforme Gl 3:21, Rm 8:3- 4 e Hb 7:18-19, não
consegue tirar ninguém da morte para lhe dar a vida),
aos impuros (que nem o Dízimo nem o restante da Lei
240
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

conseguem limpar do seu pecado – Gl 3:10-11), aos


feiticeiros (que para arrancar o dinheiro do ingênuo
povo o empurram a crer nos poderes de jornais
‘ungidos’, de areias ‘santas’, de sal preparada para
espantar os maus espíritos, chicotes poderosos para
amarrar os demônios, etc.), aos idólatras (que por
cobiça levam o povo a viver sob a fachada carnal da
Lei, iludindo-o com as promessas de bens materiais
que esta fazia em Ml 3:10-11 aos pagadores do
Dízimo, esquecidos de que “o amor aos bens deste
mundo é idolatria”) e a todos os mentirosos (que
afirmam ser o Espírito Santo quem os envia a cobrar
o Dízimo), a parte que lhes cabe será no lago que arde
com fogo e enxofre”.

52 – Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria


CONTRADIZER o Evangelho em Ap 22:14-19, onde
“escrito está” que ‘bem-aventurados são aqueles que
lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro (não
mediante o cumprimento da Lei do Dízimo ou de
qualquer outra ordenança do Antigo Testamento),
para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem
na cidade pelas portas (Jesus é a porta, segundo Jo
7:10. Quem tenta entrar à vida eterna por outra porta,
como a da Lei do Dízimo, cujos praticantes são
ensinados a sentir-se em paz com Deus por faze-lo,
por exemplo, esse é ladrão e salteador, de acordo com
Jo 10:1-2). Fora ficam os cães (os legalistas de Fp 3:2
e os mercenários ambiciosos de Is 56:10-11), os
feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e
241
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

todo aquele que ama e pratica a mentira (como os


dizimeiros, que mentem dizendo que é Deus quem nos
ordena pagar ou “devolver” o Dízimo). Eu, Jesus,
enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às
igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a brilhante
estrela da manhã. O Espírito e a noiva (a Igreja) dizem:
Vem. Aquele que ouve, diga: Vem. Aquele que tem
sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da
vida. Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia
deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer
acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos
neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das
palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte
da árvore da vida, da cidade santa, e das coisas (boas)
que se acham escritas neste livro”.

Agora, pense bem:

Todos estes 52 trechos do Evangelho completo, de Mateus á


Apocalipse, foram diretamente inspirados aos escritores
sagrados pelo Espírito Santo. Como, pois, poderia ele próprio
contraditá-los sem se tornar mentiroso?

Não poderia!

E esses 52 trechos nos provam que, tanto no campo das


bênçãos e demais concessões espirituais, quanto no campo
palpável das bênçãos e coisas materiais, tudo quanto a
humanidade pode esperar de Deus está gratuitamente dado
em Cristo Jesus!Não nas exigências da “Lei e Profetas”, que
242
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

jamais ofereceram nada de graça a ninguém. Elas cobravam


uma obediência que, na impossibilidade de ser fielmente
praticada por qualquer ser humano descendente de Adão,
desnudava-lhe assim sua condenada condição de natural
pecador, separado da Vida que está em Deus (Rm 3:19-20;
Rm 5:12)

De graça, somente na Aliança da Graça, na qual Deus nos


concede a reconciliação eterna com ele e a Vida, junto com as
bênçãos todas que foram prometidas para serem concedidas
sob o ministério do Messias, que já veio, e é Jesus (Jo 1:17).

Deliram, pois, todos quantos crêem que é Deus quem ordena


a cobrança do Dízimo hoje, neste tempo da Nova Aliança da
Graça, estabelecida sobre o insubstituível fundamento do
suficiente sacrifício do “Cordeiro de Deus”, Cristo Jesus
(1Co 3:11), porque é absolutamente impossível que o veraz
Espírito Santo contradiga a si mesmo!

Se Ele contradissesse qualquer um desses 52 trechos do


Evangelho de Jesus, se tornaria mentiroso, porque, de
conformidade com o explicado na nossa Introdução, em toda
contradição, um dos argumentos opostos é mentira.

E, pode o Espírito Santo mentir?

Pode o Espírito Santo contradizer a si mesmo?

É claro que não! (Tt 1:2; 1Jo 1:5; Rm 3:4)


243
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Se mentisse, já não seria mais santo, nem seria, por isso,


Deus.

Um espírito que mente, é das Trevas; não da Luz (1Jo 3:7-10;


Jo 8:44).

O pai da mentira é Satanás, não Deus!

É totalmente impossível, pois, que o Espírito Santo de Deus


de quem falam o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo e a
Bíblia TODA como o inspirador da palavra dos seus servos,
possa ordenar a cobrança do Dízimo sem se tornar falso e
mentiroso... ou seja, sem deixar de ser Deus!

E, de fato, não é ele quem cobra essa taxa hoje!

Usurpadores do ministério cristão é que a cobram,


disfarçados de bonzinhos ministros do Senhor Jesus Cristo,
como os “lobos roubadores” contra os quais nos advertia o
próprio Senhor, em Mt 7:15-23.

Se o Espírito Santo cobrasse o Dízimo de que fala o


Antigo Testamento, esses 52 trechos citados acima seriam
todos mentira, e, se assim fosse, teríamos de concluir que o
Evangelho todo seria uma grande farsa, e farsa diabólica,
porque a mentira, como todos sabemos, é característica do
Diabo, que é chamado pelo próprio Senhor Jesus Cristo de “o
pai da mentira” (Jo 8: 44).

Já o Espírito Santo, ao oposto daquilo, é chamado por Jesus


244
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

de “o Espírito da Verdade” (Jo 14:15-17; 15:26; 16:7-13).

Dessa forma, sendo Ele “da VERDADE”, não poderia nos


ensinar tudo isso que está escrito nesses 52 trechos mostrando
que o cristão nada tem a ver com as exigências e ordenanças do
Antigo Testamento para sua salvação e recepção das bênçãos
prometidas no Evangelho, e, ao mesmo tempo, nos cobrar o
Dízimo condenando-nos por ladrões se não o pagarmos. Seria
uma contradição injustificável. Fazendo isso, Ele demonstraria
uma natureza mentirosa, não santa, porém, maligna.

Mas Ele não o faz.

Ele não nos cobra nada do conteúdo normativo da “Lei e


Profetas”, nem que paguemos ou “devolvamos” o Dízimo,
até porque é Ele mesmo quem nos revela na profecia antiga
(Is 53:5) e na doutrina apostólica (Cl 2:13-15) que Jesus
pagou na cruz toda dívida nossa para restabelecer nossa paz
com Deus, e é este o motivo pelo qual estava profetizado em
Is 52:2-3 que nosso resgate das garras do maligno seria
realizado “sem dinheiro”.

Dizer que um cristão rouba a Deus por não pagar ou


“devolver” o Dízimo, é condena-lo, porque a palavra do
Evangelho é bem clara e taxativa ao dizer que “os roubadores
ou ladrões não herdarão o reino de Deus” (1Co 6:9-10), e até
chega a ordenar que os tais sejam expulsos do meio da igreja
(1Co 5:11-13).

O Espírito Santo, porém, nem nos cobra o Dízimo, nem


245
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

nos condena por ladrões aos que não o pagamos. Pelo


contrário, nos ensina que se desliga de Cristo e decai da sua
Graça todo aquele que espera ter um melhor e mais
abençoado relacionamento com Deus através do pagamento
do Dízimo ou do cumprimento de qualquer outro ponto da
Lei (Gl 5:4).

Na mais estrita realidade, o que os cobradores do dízimo


estão fazendo ao condenar como “roubadores” ou ladrões os
cristãos que não o pagam ou “devolvem”, é cair numa grave
heresia e num tremendo pecado, devido a que com essa
atitude estão destruindo vidas de convertidos que de acordo
com 1Co 3:16-17 são “santuário de Deus”, nos quais habita o
Espírito de Deus. Contra este pecado, a palavra de Deus lhes
adverte duramente, ali mesmo, dizendo:

“Se alguém destruir o Santuário de Deus,


Deus o destruirá,
porque o santuário de Deus, que sois vós,
é sagrado”!

Calem, pois, a boca os pretensiosos teólogos a serviço dos


dizimeiros, porque a real verdade é que em todo o Evangelho
do nosso Senhor Jesus Cristo não existe nem sequer um
único versículo estabelecendo ou implantando na igreja
cristã a cobrança ou o pagamento do Dízimo. Sua teologia é,
por isto, falsa teologia. Não existe no Novo Testamento nem
um único trecho sequer em que possam esses mestres do
engano fundamentar, com a irrefutável e biblicamente
contextual autoridade de Jesus e de seus apóstolos, essa farsa
246
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

que já os levou ao absurdo de criar hilariantes expressões


como essa de “o Dízimo da Graça” !

Ra...! Onde já se viu essa palhaçada de “Dízimo da


Graça”? Na Graça não há taxa!

Não se deixe enganar mais, leitor cristão: Se a Graça veio


com Jesus Cristo no Novo Pacto estabelecido sobre o
exclusivo mérito, valor ou pagamento do seu sangue,
conforme nos afirma a palavra divina em Jo 1:17 e Mt 26:27-
28, então pesquise bem todo o Novo Testamento, desde
Mateus até Apocalipse, e veja se acha na palavra dos
apóstolos dele esse ensino do tal “Dízimo da Graça”. Ali, no
Evangelho da verdade, não encontrará essa nova heresia...

...não achará esse novo disfarce dessa antiga mentira!

E, sabe por que não achará?

Porque é tudo uma mera farsa doutrinária deles.

Não existe essa invencionice do “Dízimo da Graça” na


Nova Aliança em Cristo Jesus. Isso é apenas mais uma
aberração mentirosa inventada pela fértil e astuta
imaginação desses estelionatários espirituais para justificar
sua velhacaria.
247
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

E como se pode pagar ou “devolver” parcialmente algo que


nos foi entregue todo de graça? Ora essa: O que se recebe de
graça como um todo não se paga nem se “devolve”, seja total,
seja parcialmente. Devolver, seria ofender o Doador.Lembre
que “os dons de Deus são irrevogáveis”. Não os revogue!

Deus não quer que Lhe paguemos ou “devolvamos” nada


de toda a herança gratuita que ele nos concedeu em Cristo.

Muito pelo contrário, o Evangelho do nosso Senhor Jesus é,


TODO ELE, um manancial de bênçãos GRATUITAMENTE
oferecidas a todo o que, convertido, nele crê, tal como estava já
profetizado no Livro de Isaías, quase oitocentos anos antes de
vir ele ao mundo como o Verbo encarnado, dizendo:

“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as


nossas dores levou sobre si...
foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído
pelas nossas iniqüidade: O CASTIGO (OU
PENITÊNCIA OU SACRIFÍCIO OU PREÇO) QUE
NOS TRAZ A PAZ ESTAVA SOBRE ELE, e pelas
suas feridas fomos sarados...
O SENHOR FEZ CAIR SOBRE ELE A
INIQÜIDADE DE TODOS NÓS...
Se lhes tornou Salvador.
Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo
248
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

da sua presença os salvou; PELO SEU AMOR E


PELA SUA COMPAIXÃO ELE OS REMIU...
POR NADA FOSTES VENDIDOS; SEM
DINHEIRO SEREIS RESGATADOS.
Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas;
E vós OS QUE NÃO TENDES DINHEIRO, VINDE,
COMPRAI, E COMEI; SIM, VINDE E COMPRAI,
SEM DINHEIRO E SEM PREÇO.
Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o
vosso suor naquilo que não satisfaz?
Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a
vossa alma viverá; por que convosco farei uma
aliança perpétua, que consiste nas fiéis
MISERICÓRDIAS prometidas...
SEM DINHEIRO sereis resgatados”.

Percebeu ?

Segundo esta palavra profética da “Lei e Profetas”, já


desde os tempos antigos as profecias sobre Jesus o
mostravam trazendo uma salvação gratuita, sem dinheiro,
PELA GRAÇA, e não pelas obras da Lei.

Jamais, em toda a História da Bíblia, servo algum de Deus


se viu OBRIGADO a pagar alguma coisa que possa se
chamar “Dízimo da Graça” ou “Devolução” parcial das
249
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

bênçãos recebidas de Deus. Nem no Antigo Testamento, nem,


muito menos, no Novo.

“O que é por obrigação, já não é por Graça”.

E herança que se deva devolver não é herança!

A Graça se caracteriza pela mais absoluta, incondicional e


gratuita voluntariedade, sem interferências nem influências
amedrontadoras, e sem acusações de que quem não dá é
“ladrão de Deus”, porque as acusações deste tipo não passam
de um macabro e demoníaco método de pressionar e coagir
psicologicamente o indivíduo simples e sincero que, por não
conhecer o significado pleno da Bíblia TODA, termina se
auto-censurando, se auto-culpando e se auto-condenando ao
ser confrontado desde o púlpito com esse tão maliciosamente
aplicado texto de Ml 3:8-11, no qual Deus realmente acusava
de “ladrões” aos membros do povo judeu que não pagavam o
Dízimo exigido pela Lei quando esta ainda vigorava. A
grande maioria das ovelhas, coitadas, não tem como saber
que esse texto não tem vigor ou validade no meio da igreja de
Cristo Jesus, e cai na armadilha, sem que ninguém possa
defendê-la ou esclarece-la, porque está no meio de uma
comunidade ensinada a pensar assim desde a sua conversão e
na qual ninguém discorda dessa “doutrina” por achar que
250
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

ela é verdadeira.

Porém, desde os tempos antigos, o do Messias anunciava-


se como um ministério da Graça: No âmbito teológico, os
dois mais aceitos tipos de Cristo no Livro de Gênesis, são
Isaque e José, filho e bisneto de Abraão respectivamente.
Ambos possuíram muitas riquezas. E onde os vemos dando
ou recebendo Dízimos da espécie que for, seja o tal “Dízimo
da Graça” ou o Dízimo da obrigação legal, seja a
“Devolução”?

Em lugar nenhum da Bíblia!

E, no ensino dos apóstolos do Senhor Jesus Cristo, onde


nos é cobrado Dízimo algum, chame-se “da Graça” ou da
Lei, chame-se “Devolução”?

Nenhum dos apóstolos jamais no-lo cobraram!

Sabe por que?

Primeiro, porque as concessões e bênçãos do Pacto da


Graça não são pagas por nada que não seja única e
exclusivamente o sangue do Cordeiro de Deus, Jesus.
251
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Segundo, porque na Graça não há nada dessa Lei do


Antigo Testamento.

Terceiro, porque Deus não dá herança aos seus filhos para


depois lhes exigir que Lhe seja “Devolvida”.

A Aliança da Graça é “outra”,


é “diferente”,
é “nova”,
e seu preço, único, é bem mais elevado:
a vida do Filho de Deus!

Chega, pois, de torpes enganos:

A cobrança do Dízimo na Igreja de Cristo Jesus, seja lá


qual for o nome ou disfarce que queiram dar-lhe, é uma farsa
farisaica, legalista e mercenária, que nada tem a ver com as
instruções que o Evangelho dá aos cristãos!

Esta é a palavra de Jesus, o único dono da verdade.

É, também, a palavra dos seus apóstolos, que através do


Espírito Santo no-la ministraram.

É a verdade que todos devemos seguir, obedientes à voz do


252
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Pai que nos disse: “A ele (Jesus) ouvi”.

Então não fique confuso imaginando como poderiam as


coisas funcionar direito nas igrejas sem dinheiro, num mundo
em que tudo é na base da “grana”. Um grande número de
pessoas, quando defrontadas com este nosso ensino da Graça,
sempre nos perguntou: “SE O POVO CRISTÃO NÃO PAGAR
O DÍZIMO, COMO ENTÃO SE MANTERIAM E
SOBREVIVERIAM AS IGREJAS NESTA ESTRUTURA
SOCIO-POLÍTICA E ECONÔMICA EM QUE SÃO
OBRIGADAS A BANCAR CUSTOS REAIS E
INEVITÁVEIS TAIS COMO ÁGUA, LUZ, ALUGUEL,
TRANSPORTES, MANTIMENTO PARA OS OBREIROS,
ASSISTÊNCIA AOS POBRES, ETC.?

A resposta a essas inquietudes está escrita no Evangelho faz


quase 2.000 anos: As igrejas cristãs se manteriam e
sobreviveriam da mesma forma que se manteve e sobreviveu a
igreja cristã dos tempos apostólicos: À BASE DE OFERTAS,
DOAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES DE CARÁTER
ABSOLUTAMENTE VOLUNTÁRIO, SEM QUALQUER
FORMA DE PRESSÃO OU COAÇÃO, tal como nos
mostram os relatos de At 2:44-45; 4:32-35 e 20:32-35, com os
quais concordam as sãs palavras do apóstolo Paulo em Fp 4:10-
19, que se resumem no gracioso ensino de 2Co 9:7, onde ele
nos diz:

“Cada um contribua SEGUNDO TIVER PROPOS-


TO NO CORAÇÃO, não com tristeza ou por
necessidade (isto é, por obrigação), PORQUE DEUS
253
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

AMA AO QUE DÁ COM ALEGRIA”.

Quem dá pressionado ou coagido pelo temor de se sentir


“ladrão” das coisas de Deus ou pela necessidade de “ter as
coisas” deste mundo, não se encaixa, segundo o texto acima
transcrito, na definição de um que “dá com alegria”. Ou seja:
Não era com a contribuição deste tipo de pessoas que se
mantinham as igrejas dos tempos apostólicos. Jamais os
apóstolos praticaram essa forma de chantagem psicológica
ou de estímulo consumista sobre suas ovelhas.

As igrejas dos tempos apostólicos mantinham-se e


sobreviviam através dos atos de generosidade livre e
VOLUNTÁRIA dos seus membros.

Estes membros podiam DOAR ou contribuir com o tanto


por cento que quisessem, ou podiam também reter consigo
suas posses, conforme provam as palavras do apóstolo
Pedro a Ananias em At 5:4.

Quem sentisse vontade de DOAR 1 por cento, podia.

Quem 5 por cento, podia.

Quem 10 por cento, podia.

Quem 20 por cento, podia.


254
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Quem 50 por cento, podia.

Quem 100 por cento, podia.

E quem não quisesse DOAR nada, também era livre para


isso, tal e como Pedro esclareceu a Ananias no citado texto
de At 5:4.

Os apóstolos jamais rejeitaram as DÁDIVAS ou


OFERTAS REALMENTE VOLUNTÁRIAS, NÃO
INDUZIDAS COM EXPRESSÕES ACUSADORAS
COMO ESSA DE “LADRÃO DE DEUS”, QUE OS
MERCENÁRIOS LANÇAM HOJE CONTRA QUEM
NÃO QUER DAR, PARA PRESSIONÁ-LO E COAGI-LO
PSICOLOGICAMENTE.

Os apóstolos rejeitaram, isto sim, toda e qualquer


tentativa de introdução das obrigações da Lei, tanto
“moral” como “cerimonial”, para dentro da Nova Aliança
da Graça. A Carta aos Gálatas, Carta aos Romanos, e
Carta aos Hebreus, são três irrefutáveis exemplos dessa
aberta e decidida rejeição apostólica a essa aberração de
“remendo de pano velho em pano novo”, que, segundo
Jesus, não tem como dar certo.
255
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A partir do dia de Pentecostes em que o Espírito Santo do


Eterno Pai foi derramado nos seus filhos para que
habitasse neles “para sempre”, nenhum cristão foi obrigado
pelos apóstolos a efetuar qualquer espécie de pagamento do
Antigo Testamento, fosse ele Dízimo, Primícias ou qualquer
outra coisa parecida. Os apóstolos jamais apelaram para essa
esfarrapada desculpa da “manutenção financeira da obra do
Senhor” a fim de obrigar suas ovelhas a pagar o Dízimo ou
qualquer outra espécie de taxa. Eles sempre confiaram em que
o próprio Espírito Santo saberia como mover o coração dos
fiéis para dar e contribuir com voluntária alegria, em quantias
inspiradas por Ele, e não pela pressão ou coação dos homens
que ministravam na igreja. E olha, que não eram igrejinhas
pequeninas: A de Jerusalém, por exemplo, antes de
completar o primeiro mês de existência, já tinha mais de
5.120 membros, conforme registrado em At 1:14-15; 2:41 e
4:4. Era, pois, uma igreja grande, ATÉ PARA OS
PADRÕES NUMÉRICOS ATUAIS! E você pode ler que
nunca algum dos apóstolos pediu a implantação da
cobrança do Dízimo nela. Quando eles realizaram o
Concílio relatado no Capítulo 15 do Livro de Atos, NÃO
FIZERAM NEM A MAIS MÍNIMA MENÇÃO AO
DÍZIMO ENTRE AS COISAS ESSENCIAIS QUE
ORDENARAM AOS CRISTÃOS.

Pelo contrário, eles encabeçaram sua Carta Conciliar


dizendo: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos
impor mais cargas...”. É que os membros do Corpo de
Cristo andamos pela VOLUNTARIEDADE espiritual, sob
a luminosa guia do Espírito Santo que, na liberdade
256
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

provida a nós por Cristo Jesus mediante seu próprio


sangue, nos conduz GRATUITAMENTE rumo a essa
gloriosa vida ETERNA, que as cargas da Lei não tem
recursos para nos conceder. Se pudessem concedê-la, o
Verbo de Deus não teria se encarnado para sofrer o terrível
martírio que sofreu por nós, a fim de que pudéssemos
recebe-la junto com as bênçãos materiais todas, que
mesmo sendo inferiores às eternas, nos são também
concedidas de graça, e não mediante a obediência a normas
e ordenanças externas.

Esta é a glória que os legalistas não conseguem enxergar:


Os cristãos recebemos tanto tal Vida eterna como essas
bênçãos materiais todas, GRATUITAMENTE, apenas
estando em Cristo e sendo de Cristo, conforme tão simples
e claramente no-lo diz Rm 8:32.

Curiosamente, nas nossas andanças por um e outro país,


o que temos constatado é que nas igrejas cristãs em que não
se obriga o pagamento do Dízimo, a proporção dos
membros prósperos e bem sucedidos financeiramente é
muito mais alta do que naquelas que obrigam seus
membros a pagá-lo.

Assista a uma delas e confira: Você descobrirá que é


muito difícil achar-se nelas alguém economicamente
miserável.
257
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Contrariamente, nessas igrejas com maior ênfase


doutrinária na obrigatoriedade da Lei do Dízimo, vimos
sempre uma maioria financeiramente sufocada, vivendo na
berlinda do fundo do poço econômico.

É que Deus abençoa àqueles aos quais “Sua Graça lhes


basta”. Estes, como os apóstolos do nosso Senhor Jesus
Cristo, sabem muito bem que não é o Espírito Santo quem
cobra hoje o Dízimo, e, como ensina Pedro, “esperam,
inteiramente, na Graça do Cordeiro de Deus”.

Esperar inteiramente na Graça do Cordeiro de Deus é


frontalmente contrário a esperar nas compensações prometidas
pelos espertalhões dizimeiros aos fiéis que cumpram com o
pagamento do Dízimo exigido em Malaquias e em toda a
restante “Lei e Profetas”.

Inteiramente, não significa parcial: Parte Graça, parte Lei.


Ou seja, “remendo novo em pano velho”.

Inteiramente significa totalmente.

Quem espera inteiramente na Graça não espera em outra


coisa: SÓ NA OPERAÇÃO GRATUITA DO NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO À SEU FAVOR. Ele é quem
gratuitamente “nos abre as portas que ninguém fecha”!

Quem acrescenta parte da Lei na Graça, leva as ovelhas à


separação de Cristo e ao decair da própria Graça à que de
258
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

lábios para fora afirmam seguir, conforme Gl 5:4. E isto,


logicamente, não é a obra do Espírito Santo.
259
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 5

SE O ESPÍRITO SANTO NÃO COBRA O DÍZIMO


HOJE,
ENTÃO POR INSPIRAÇÃO DE QUAL ESPÍRITO O
COBRAM ESSES SUPOSTOS MESTRES?

“De Cristo vos desligastes vos que


procurais justificar-vos na Lei, da
Graça decaístes... quem vos impediu
de continuardes a obedecer a
verdade? Esta persuasão não vem
daquele que vos chama”.
Gl 5:4-8
“Receio que assim como a Serpente
enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam corrompidas
as vossas mentes, e se apartem da
simplicidade e pureza devidas a
Cristo… pois Satanás se
transforma em mensageiro da
LUZ”.
2Co 11:3, 14

Se não é pelo Espírito Santo que eles cobram o Dízimo,


então o mais lógico é que seja pelo espírito não santo, ou seja,
pelo Maligno!

Pode haver outra conclusão?


260
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

É claro que não:

Se o Espírito Santo não inspira isso que contradiz a palavra


da Sua Graça, então a inspiração veio do Maligno.

Não cabe outra postura, por mais duro, cruel e generalizado


que pareça: O pai de toda contradição à palavra de Deus é o
Diabo, que é o pai de toda mentira (Jo 8:44).

Se alguém, querendo escapar desta dura conclusão, quiser


defender alguns colegas sinceros que conhece (ou tal vez a si
mesmo), alegando que pode ser apenas pela sutil e enganosa
indução da carne enganada que eles cobram o Dízimo,
seremos obrigados a lembrá-lo que a vontade e os pensamentos
da mente carnal, quando não está submetida à voz do Espírito
Santo, faz parte desse “mundo inteiro que jaz sob o Maligno”,
e que é justamente por jazer escravizada sob o poder do
Maligno que “a carne batalha contra o Espírito”. Para que
nossa carne ambiciosa minta, é necessário que, antes, tenha
aprendido a mentir, mesmo se a mentira lhe for ensinada como
sendo a verdade. Aprender a mentir de forma sincera significa
assimilar e/ou difundir, como se verdade fosse, a palavra
mentirosa, que procede, toda ela, de Satanás. A sinceridade de
um pregador enganado não vai converter uma mentira em
verdade. O Senhor Jesus ensinou, em Jo 8:44, que toda
mentira vem do pai dela, que é o Diabo. Não há para onde
correr: Em termos de palavra religiosa, o que é verdade vem
de Deus, e o que é mentira vem, sempre, sem exceção, do
Diabo. Se um pregador, por mais sincero que seja, não tem
261
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

condições de discernir entre mentira e verdade, então ele nem


sequer poderia ser pregador do Evangelho vivo e verdadeiro
de Jesus: Conforme definiu Paulo, é, para dizer o menos, um
‘neófito”.

Verdade, é que o Dízimo realmente era cobrado pelos


sacerdotes da tribo de Levi ao povo de Israel (Hb 7:5) durante
o tempo em que vigorava a Lei do Antigo Testamento (Hb
7:5-12 e 7:18-19).

Mentira, é que esse mesmo Dízimo seja cobrado ou pedido


em “devolução” aos cristãos, convertidos a Jesus Cristo neste
Novo Pacto da Graça (Rm 6:14 e 7:4; Gl 3:10-13). Deus não
se arrepende do que nos dá, porque “seus dons e vocação são
sem arrependimento, ou irrevogáveis” (Rm 11:29). A
doutrina dessa “devolução” não está na Bíblia: Foi inventada
pelos falsos mestres cobradores.

Sendo mentira que o Espírito Santo cobra ou pede


“devolução” do Dízimo do Antigo Testamento aos seguidores
do Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, então o mais lógico
é que o pai dessa mentira não é Deus, e sim o Diabo!

Sim:

Afirmamos neste livro, em o nome do nosso Senhor Jesus


Cristo, aberta e publicamente, após deixar provado que essa
doutrina que obriga os cristãos a pagar ou “devolver” o
262
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Dízimo do Antigo Testamento não foi mantida nem


estabelecida pelo Espírito Santo na Nova Aliança da Graça
em Cristo, que tal ensino sobre a obrigatoriedade desse
pagamento entre os cristãos procede de Satanás... e que é
somente por inspiração satânica que essa exigência está
sendo imposta ao povo dos filhos de Deus nesta era da Graça
cristã!

Repetimos:

Afirmamos aqui, em o nome do Senhor Jesus, que todos


esses que dizem estar falando sob a inspiração do Espírito
Santo ao fazerem a cobrança do Dízimo do Antigo
Testamento nas igrejas cristãs, estão, na realidade, falando
sob o comando direto ou indireto dos enganadores espíritos
da mentira, cujo líder é Satanás!

Essa é a dura realidade!

Se de boa ou má fé o fazem, isso não muda nada. Apenas,


como está escrito: “Vão, enganando, e sendo enganados”!

Pedro, por exemplo, de boa fé, queria que Jesus não fosse
sofrer o terrível horror do martírio. E mesmo sabendo da boa
fé (carnal) de Pedro, Jesus o repreendeu duramente, dizendo-
lhe:
263
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“Arreda satanás!”

É que, tendo ou não cada um consciência disso, e sendo ou


não sincero, “a carne não pode agradar a Deus”, e, por
quanto “batalha contra o Espírito”, agrada apenas ao Diabo!

Eis o motivo pelo qual o Evangelho puro e genuíno nos


alerta:

“Os que são de Cristo,


crucificaram a carne”!

E estas não são apenas palavras bonitas ditas para enfeitar


a sublimidade da filosofia cristã. Não: Deus sabe que
“enganosa é a mente carnal (coração) humana, mais do que
todas as coisas”, desde que o homem caiu sob o domínio de
Satanás no Paraíso. Lembremos que a primeira coisa que
Eva fez depois de pecar foi correr feliz da vida para induzir
Adão a cometer o mesmo pecado; com certeza o fez com toda
a sinceridade de quem achou gostoso o que tinha feito, sem
sofrer, aparentemente no início, qualquer conseqüência
ruim. É por isto que precisamos crucificar nossa vida velha
para nascer de novo em Cristo: Desde a queda de Adão
nascemos com o engano e a mentira como padrão de vida;
por isto é que diz que ‘todo homem é mentiroso, e Deus
veraz’.
264
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Isto explica a drástica barreira imposta por Jesus aos que


querem ser seus ministros, condicionando:

“Se alguém quer ser meu discípulo,


primeiramente,
negue a si mesmo”!

Por que isso, tão duro de ouvir?

Porque Deus não está brincando de Religião.

Deus não está brincando de cultinho:

Para ministrarmos a Vida divina, precisamos, antes, nos


converter da vida natural, pecaminosa e mentirosa que
herdamos de Adão. Precisamos negar o “velho homem” para
sermos transformados pelo Espírito de Deus na “Nova
criatura”, sob o poderoso efeito da Graça em Cristo.

Jesus, de fato, negou primeiramente a si mesmo, quando,


renunciando à sua gloriosa vida divina lá no Céu, humilhou-
se por amor de nós, diminuindo-se a ponto de passar por uma
existência carnal mortal como a nossa, para levar sobre si
mesmo “o castigo que nos traz a paz” com Deus, fazendo-se
“obediente até à morte, e morte de cruz”.

Ele não ficou num mero palavrório recheado de frases


bonitas:
265
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Ele deu, primeiramente, o exemplo da negação do próprio


ser pessoal, para que o Espírito do Pai se manifestasse
livremente através dele com as obras e as palavras
determinadas por Deus, e assim pudesse transmitir a todos
nós a verdade sobre a vontade divina para os seres humanos.

Depois, mandou seus discípulos fazer igual.

E os discípulos fizeram:

Negando a si mesmos e renunciando a todo direito pessoal,


ao conforto e ao prazer, entregues e submissos ao Espírito
Santo, destemidamente pregaram a Salvação pela Graça de
Cristo, sem exigir a mais mínima obediência aos
mandamentos e ordenanças da Lei do Sinai!

Hoje, outros, falsos mestres sem essa auto-negação,


aparentando ser discípulos de Jesus Cristo, pregam, pelo
espírito do pai da mentira, que de santo não tem nada, a
introdução de um remendo velho da Lei na Graça, ao
exigirem dos cristãos o cumprimento das ordenanças do
Antigo Testamento sobre o pagamento do Dízimo.

Cobram isso, pela inspiração do Diabo, entrosados nas


igrejas cristãs sob a fingida aparência de homens de Deus,
arrastando outros ao mesmo erro, ou seja, a agir sob a mesma
266
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

inspiração Maligna, que somente opera com o propósito de


roubar, matar e destruir as almas dos que caem na rede da
enganosa deturpação da palavra de Deus.

Significaria isto que até alguns ministros que estão cobrando


o Dízimo por sincera convicção de que é Deus quem assim
quer, o estão fazendo também por inspiração do Diabo, e não
pela guia do Espírito de Deus?

Significa tudo quanto deixamos dito e provado nas páginas


anteriores deste livro: Sendo que o Espírito Santo não mente
nem pode se contradizer, e sabendo que é ele mesmo quem nos
diz que o cristão não está debaixo da Lei, quem quer que seja
que ande por ai cobrando o Dízimo está mentindo, e a
mentira é do Diabo.

Esses muitos ministros sinceros que estão sendo envolvidos


nesse sistema da cobrança do Dízimo, sem perceberem a
arapuca em que caíram, mesmo sendo sinceros, são também
faltos de entendimento, como eram aqueles homens a quem se
referiu o apóstolo Paulo em Rm 10:1-4, dizendo:

“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha


súplica a Deus a favor deles é para que sejam salvos.
Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por
Deus, porém não com entendimento; porquanto,
desconhecendo a justiça de Deus (em Cristo), e
procurando estabelecer a sua própria (esperando a
bênção em compensação pelo cumprimento de obras
da Lei do Dízimo), não se sujeitaram à que vem de
267
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Deus (gratuitamente, em Cristo), porque o fim da Lei


é Cristo, para justiça (ou justificação) de todo aquele
que nele crê”.

Como vemos, no tempo de Paulo havia já muita gente


sincera fazendo, ingenuamente enganada, a vontade do Diabo,
e, o que é pior, crendo que serviam a Deus. Mas Paulo não lhes
deu tampinhas nas costas, dizendo-lhes: “Tá tudo bem!”. Não.
Ele foi claro na hora de dar seu testemunho sobre eles: “Não
estão em Cristo”, e ponto final!

É que isso é um problema antigo na Igreja: Desde o princípio


houve sempre muita gente sincera fazendo, sem sabê-lo, a
vontade do Diabo, e opondo-se ao mais sadio ensino
apostólico, ora por defender o vigor da Lei, ora por defender o
caráter sagrado do templo de pedra que depois Deus permitiu
ser banido de Jerusalém, ora por defender o ritual da
circuncisão, ora por defender a “maior” importância de Moisés
ou Abraão sobre Jesus de Nazaré, enfim, por defender o vigor
atual do Dízimo e sabe Deus quantas coisas mais.

Sinceridade enganada por falta de sabedoria sempre houve.

Ou você pensa que Eva não era sincera e bem intencionada


quando comeu do fruto da árvore proibida? Se não fosse, por
que então se escondeu e chorou a dor da queda? Ela não queria
morrer. Queria algo bom: Ser como Deus... algo que Deus
também quer, desde que disse “façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança”. Eva era sincera, sim.
268
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

E também sincero era Caim quando ofereceu a primeira


dádiva humana a Deus; prova disso é que ele zangou-se contra
o Criador quando este rejeitou sua oferta.

Sincero era, igualmente, Judas, quando, escandalizado ao


ouvir de Jesus que seria maltratado e morto pelas mãos dos
judeus, acreditou estar diante de um falso Messias, e correu a
entregá-lo. Sua reação de devolver as moedas e se enforcar,
prova-nos sua sinceridade.

Sincero, mas igualmente enganado, era Saulo de Tarso ao


perseguir e matar os membros da “seita” cristã, pensando, com
isso, estar prestando a Deus o serviço de limpar a terra de mais
uma heresia.

Sinceridade humana, porém, não é o que garante a


veracidade de uma doutrina, porque a verdade pertence
somente a Deus, como diz a Sagrada Palavra: “Seja Deus veraz
e todo homem mentiroso”. Desta expressão “todo homem”,
não está excluído ninguém, nem você ministro sincero, nem
nós. Conseqüentemente, devemos estudar bem as raízes das
doutrinas sobre as quais alicerçamos nossa sinceridade.

Uma sinceridade alicerçada em falseados fundamentos


doutrinários, será uma sinceridade também falseada. E as
“verdades” pregadas sobre estes falsos porém sinceros
fundamentos serão sempre meras mentiras.

Por este motivo, os ministros do Evangelho devem tomar


muito cuidado com a fonte dos seus ensinos e com o
269
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

fundamento das “verdades” que pregam nas suas igrejas.


Devem fazer tudo quanto estiver a seu alcance para discernir se
o que receberam não é veneno disfarçado de alimento, porque
existe muito ensinamento aparentemente bíblico espalhado
por ai sob a inspiração diabólica, conforme já havia sido
fartamente profetizado pelo Senhor Jesus (Mt 13:19 e 24:11) e
pelos seus apóstolos, que nos advertiram:

“Desviando-se algumas pessoas destas cousas


perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo
passar por mestres da Lei, não compreendendo,
todavia, nem o que dizem, NEM OS ASSUNTOS
(DESSA LEI) SOBRE OS QUAIS FAZEM
OUSADAS ASSEVERAÇÕES” (Paulo em 1Tm 1:6-
7);
“Depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos
vorazes que não pouparão o rebanho” (Paulo em At
20:29);
“Assim como no meio do povo surgiram falsos
profetas, assim também haverá entre vós falsos
mestres, os quais introduzirão dissimuladamente
heresias destruidoras (da obra da Graça em Cristo
Jesus)... movidos por avareza, farão comércio de vós
com palavras fictícias” (Pedro em 2Pe 2:1-3).

Contrariamente ao que muitos pensam, um falso mestre nem


sempre é alguém com intenção premeditada de enganar os
irmãos da igreja. Muitos deles são pessoas que caíram na
perversa impostura das falsas doutrinas por pura ingenuidade,
270
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

como Eva, que, depois de cair no engano, correu para convidar


Adão a praticar o mesmo pecado, sem perceber o estrago que
estava causando. Só percebeu quando, depois de fazer Adão
cair também, a espiritualmente vazia “comunhão” do pecado
lhes fez sentir sua já mortal nudez. Assim também estes
sinceros de que estamos falando, faltando-lhes como a Eva o
entendimento, creram na falsa veracidade desses legalistas
ensinos só aparentemente cristãos, inspirados por espíritos
enganadores que querem impedir o ministério da plena Graça
salvadora dada a conhecer ao mundo através da genuína igreja
de Cristo Jesus (não da “Lei e Profetas”). Destes, a palavra do
evangelho diz que “enganam, sendo enganados” (2Tm 3:13).
Nossa recomendação a eles é que, já que se consideram tão
sinceros, então rompam os laços da mentira e passem a pregar
a verdade de Jesus Cristo como ela é, quer dizer, como foi ela
pregada pelos seus apóstolos.

Segundo a própria confissão do apóstolo Paulo, ele também


acreditava sinceramente estar prestando um grande serviço a
Deus mediante a matança dos cristãos que, na sua opinião,
eram apenas hereges aos quais a Lei de Moisés mandava
eliminar do meio do povo. Quando conheceu, porém, a verdade
de que o Pacto antigo deixara de vigorar para dar lugar a um
Novo, rompeu com a mentira dos que querem manter a
permanência do Velho. Sincero, ele perseguia com todo
empenho os cristãos “até à morte”, segundo suas próprias
palavras. Por isso, tendo em vista sua própria experiência
pessoal, ele compreendeu muito bem que a sinceridade humana
271
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

jamais pode ser uma garantia de veracidade para nenhum de


nós, porque “enganoso é o coração (mente carnal) humano
mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto”
(Jr 17:9).

É por causa dessa facilidade humana de cair na rede dos


raciocínios do erro que Deus, nem confia na sinceridade
humana, nem nos manda confiar nela; pelo contrário, nos
adverte que “cai em maldições o homem que confia no
homem” (Jr 17:5) e que “ao homem natural as coisas de
Deus lhe são loucura, e não pode entendê-las” (1Co 2:14).
Daí deriva que, na vontade de Deus, o lugar por Ele mesmo
designado para o nosso ser humano natural é a cruz, e não a
vanglória e o destaque que muitos procuram para si mesmos.
Mas a doutrina da cruz aplicada a nossa vida pessoal cotidiana
é uma mensagem que sumiu dos púlpitos cristãos para dar
lugar à impudica propaganda comercial de uma prosperidade
material que, da maneira como está sendo postulada em troca
do Dízimo, está chegando somente para os surrupiadores do
bolso dos ingênuos fiéis, que a cada dia empobrecem mais,
engordando com o suor das suas testas as contas bancárias dos
seus “humildes” líderes espirituais que, de pequenas casas
(quando tinham) antes do início do “ministério”, passam a
morar em suntuosas e faraônicas mansões, construídas com o
pão dos esqueléticos filhos dos ignorantes que lhes crêem suas
pregações falsas. Mansões guardadas por cães assassinos e por
guarda-costas armados dispostos a matar. Alguém já imaginou
Jesus morando assim?
272
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

A conclusão clara e inquestionável é, pois, esta: Quer sejam


sinceros ou quer não o sejam, os cobradores do Dízimo estão
de todos modos obedecendo, direta ou indiretamente, ao
espírito não santo, quer dizer, ao espírito do Diabo, que é
quem mente e inspira os mentirosos, porque no Plano de Deus
para esta atual época da Graça em Cristo não existe essa
cobrança, nem na forma de mandamento legal do Antigo
Testamento, nem na forma disfarçada de “devolução”, como
agora inventaram de chamá-la.

E ninguém se escandalize ao ler isto, achando que somos


incompassivos e faltos de amor ao generalizar demais neste
assunto do estelionato espiritual praticado sobre os cristãos
através da cobrança do Dízimo entre os membros do Novo
Pacto da Graça em Jesus.

Incompassiva e sem amor é a mentira. Os frutos que ela


produz são destruição de vidas.

Satanás não tem compaixão de ovelha nenhuma!

Quando ele descobre um ponto fraco nelas, por esse ponto


ele ataca, descarregando toda sua capacidade enganadora.

E quando esse ponto fraco é o desconhecimento da


Sagrada Escritura, aí é, então, que ele se deleita, fazendo a
festa da implantação do engano disfarçado de verdade!
273
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Conforme diz o Senhor: “Meu povo está sendo destruído


porque lhe falta o conhecimento... o povo que não tem
entendimento corre para sua perdição”.

Este cristianismo de hoje, que aborrece a cruz de Cristo toda


vez que se resiste à negação do próprio Eu mental e físico para
entregar o comando da existência ao Espírito Santo, está caindo
fácil na armadilha das falsas doutrinas criadas com apoio em
textos do Antigo Testamento, e, através de ensinos assim
inspirados por Satanás, está morrendo sufocado pelas ilusórias
emoções coletivas de uma religião meramente externa, movida
ao ritmo estridente das baterias, sob o frenesi do rock e da
música afro-caribenha trazida do mundo que jaz sob o Maligno
para dentro das igrejas, com a mudança, apenas, nas letras, nas
quais se põe aqui e ali o nome de Jesus, para aparentar que está
se adorando a ele. Na verdade, está se adorando a carne, assim
como da carne é, segundo o apóstolo Paulo (Rm 8:3-4), a
obediência à Lei, incluída a ordenança do Dízimo que dela faz
parte. Isto explica, por exemplo, o ocorrência cada vez mais
rara dos Batismos no Espírito Santo nos moldes de At 2:1-4; de
At 8:12-17; de At 10:44-46 e de At 19:1-6. E explica, também,
por que cada vez mais leitos de hospitais estão sendo ocupados
por crentes evangélicos para os quais a palavra de Mc 16:15-18
e de Tg 5:14-15 parece não funcionar mais.

Ninguém, pois, se iluda com esse legalismo moderno


disfarçado de Graça. Afinal de contas, não é esta a primeira vez
na História da humanidade que Satanás, disfarçado de
mensageiro da Luz e da Verdade, usa a própria palavra dita por
274
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Deus para fazer tropeçar àqueles que querem viver


piedosamente. Desde o princípio da história humana, foi isto o
que ele fez de forma mais eficiente.

A arma mais eficaz que Satanás usou sempre foi suplantar


a voz de Deus criando doutrinas e religiões que apenas
aparentemente levam a Deus. Nelas envolve justamente
pessoas sinceras que querem viver do lado do Bem, mas
que não tem ainda o conhecimento cabal das coisas de
Deus. Depois, quando a pessoa morre, caso não consiga se
safar antes desse engano, vem a decepção ao descobrir que
seu destino final é o Inferno. É por isso que seu nome
significa, também Suplantador:

ELE SUPLANTA A VOZ DE DEUS!

Você lembra, por exemplo, como ele derrubou a ingênua e


desprevenida Eva? Astuto e meloso, veio dizendo à mulher: “É
assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
Jardim?”. Note bem que o Diabo usou as palavras
anteriormente ditas por Deus a Adão. Nisso, ele fez o mesmo
que fazem hoje esses cobradores do Dízimo, os quais citam
também palavras que Deus realmente disse, SÓ QUE DO
ANTIGO TESTAMENTO, QUE NÃO VIGORA MAIS
COMO GUIA DOS PASSOS DOS CRISTÃOS RUMO A
ESSA VIDA ETERNA QUE SOMENTE JESUS PODE NOS
TRANSMITIR. Esses falsos mestres, vendo a fraqueza das
suas “Evas” modernas no que concerne ao conhecimento e
manejo da Palavra de Deus, lançam-lhes o anzol da
contradição disfarçada de promessa de benção, pregando:
275
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“SEREIS ABENÇOADOS SE PAGAIS O DÍZIMO A


DEUS, CONFORME ESTÁ ESCRITO NO LIVRO DE
MALAQUIAS, CAPÍTULO TAL, VERSÍCULO TAL!”. Só
que esse “Livro de Malaquias” é da “Lei e Profetas” ou Antigo
Testamento que, de acordo com a instrução do divino Mestre,
“vigorara até João Batista”. Ou seja, eles estão enganando,
por avareza ou amor ao dinheiro, as ovelhas sedentas e
famintas. Em vez de apascentá-las dando-lhes o gratuito
alimento espiritual da palavra de Cristo em tempo, estão
arrancando delas a gordura, como os falsos pastores de que
falaram os profetas Isaías e Ezequiel em Is 56:10-11 e Ez
34:2-4, investindo a maior parte do tempo no púlpito para
falar de dinheiro e dos seus mirabolantes e faraônicos
projetos materiais.

O Diabo, astuto como é, soube facilmente que o ponto fraco


de Eva estava na falta de conhecimento e no manejo inseguro
da Palavra de Deus, porque ela, no diálogo inicial com ele,
acrescentou coisas que Deus jamais falou nem ordenou a
Adão. Note esse “nem tocareis nele” que Eva expressa em Gn
3:3, e compare-o com a instrução dada por Deus a Adão em Gn
2:15-17. Viu? O Criador não disse: ‘Nem tocareis nela’.
Esse “não tocareis” foi acrescentado por Eva,
demonstrando assim não possuir uma real certeza do que
Deus verdadeiramente ordenou.

De igual modo, o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo


não instruiu nem mandou o povo CRISTÃO a pagar esse
Dízimo que, antes dele, no tempo do Antigo Testamento,
obrigava ao povo de Israel. Mas, desafortunadamente tem
276
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

muitas sinceras “Evas” por ai ignorando estas verdades, e


acrescentando à palavra do Evangelho de Jesus ordenanças
que Deus não incluiu nele, apenas porque ouviram outros
pregar essas coisas. São por isso, todas “elas”, presas fácil
para esses falsos mestres, que passam a usá-las promovendo-as
ao “ministério” apenas porque são sinceros e empenhados na
cobrança do Dízimo. Temos amigos pastores que, depois de
tomar conhecimento destas verdades, pararam de cobrar o
Dízimo nas suas igrejas e terminaram recebendo a visita de
lideranças maiores para encostá-los contra a parede ameaçando
lhes tirar o pastorado se não voltassem à cobrança antiga.
Alguns, cederam. Outros preferiram dar continuidade à Graça
adquirida e saíram para a pregação independente dos homens
mentirosos, porém dependente do Senhor Jesus.

Quem quer se livrar das arapucas doutrinárias dos servos


do Enganador, deverá se esforçar por conhecer a verdade
sobre o que é realmente a salvação do nosso espírito e do
nosso corpo, na forma em que Deus realmente no-la dá, e
essa verdade, bem conhecida, o libertará de tais armadilhas.
Um cristão ignorante da genuína palavra do Evangelho será
sempre um inocente candidato a se tornar um fiel escravo da
Lei do Dízimo (ou de qualquer outra), por desconhecer que
Cristo nos libertou dessa maldição legal, segundo a
qualifica a própria palavra da verdade divina em Gl 3:10-
13, onde todo o regime da Lei do Antigo Testamento é
chamado pelo apóstolo Paulo de maldição, doa a quem doer...
E olha que não podemos acusar este apóstolo de louco ou
endemoninhado... nem de falso mestre. Só isso faltava!
277
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Já Jesus, quando tentado do mesmo modo que Eva, não caiu,


porque ele conhecia bem a Palavra de Deus: Satanás, astuto e
meloso como é, usou a palavra dita por Deus na profecia de Sl
91:11-12 relativa ao Messias Filho de Deus, dizendo-lhe: “Se
és Filho de Deus, atira-te abaixo (desde o pináculo do templo)
porque esta escrito: ‘Aos seus anjos ordenará a teu respeito, e
eles te susterão nas suas mãos para não tropeçares nalguma
pedra”. Ai o Diabo, ardiloso, usou a técnica de aparente
verdade que hoje usam esses enganadores cobradores do
Dizimo: Citou palavras que Deus realmente disse, mas o fez
fora do contexto e do propósito divino. Se Jesus tivesse se
atirado, confiando no cumprimento dessa palavra divina mal
usada, teria se estrepado contra as pedras, e morrido em pecado
por fazer algo que Deus não lhe ordenara.

Já o crédulo e ingênuo dizimista que se lança atrás da bênção


confiado nas palavras ditas por Deus no Antigo Testamento,
nesse trecho de Ml 3: 10-11 , estrepa-se no seu cotidiano viver,
não obtendo a tão sonhada superabundância financeira que
espera de acordo com as promessas daqueles a quem dá o
Dízimo, e, devido à sua ignorância das Escrituras, nem percebe
o abismo em que está metido, afundando-se cada vez mais na
mesma proporcional medida em que tira a provisão dos filhos
para entrega-la em obediência à mentira. Sua sincera
ignorância arrasta-o à escravidão mental e espiritual, e o
mantém afastado da genuína bênção da Graça do Senhor,
conforme a já citada advertência de Oséias:

“O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o


278
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

conhecimento… o povo que não tem entendimento


corre para a sua perdição”.

Entendamos, pois, de uma vez por todas, que os cobradores


do Dízimo não servem ao Deus do Evangelho do nosso
Senhor Jesus Cristo, sejam eles sinceros ou não.

Eles, de boa ou má fé, pregam, para seu próprio proveito


financeiro ou para proveito dos reizinhos fundadores das
suas igrejas, um outro evangelho, composto por remendados
retalhos da palavra da aliança da Lei e da Graça. Por isto, cabe-
lhes a sentença dada pelo apóstolo Paulo em Gl l:6-9, que lhes
diz: “Sejam anátemas!”

E não nos assombremos pelo fato de que eles usem com tanta
erudição a palavra da Sagrada Escritura... Toda essa aparente
erudição, depois que você conhecer bem o significado da
Bíblia TODA, não passará de um mero palavreado
contraditório e enganoso: “Conhecereis a verdade e ela vos
libertará”, lembra?

Ora, se a própria Bíblia nos mostra como Satanás usa


descarada e eficientemente a palavra dita por Deus em
qualquer tempo, com a finalidade de torcer o caminho dos
homens para que não alcancem a eternidade, não temos, pois,
por que nos assombrar de que seus ministros se disfarcem de
ministros de Cristo, e também a usem com a mesma eficiência,
sob a inspiração dele. Afinal, você nunca ouviu padres
católicos, instrutores dos “Testemunhas de Jeová”,
missionários Mórmons, pastores Adventistas, Presbiterianos,
279
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Episcopais, Anglicanos e até alguns supostos médiuns Espíritas


pregando a palavra que está escrita na Bíblia com uma erudição
que deixa qualquer um que não a conheça bem de queixo
caído? Então, por que se assombrar assim? O que importa é
você não se deixar arrastar para a heresia.

Todos quantos queremos andar sinceramente nos caminhos


da Graça do Senhor Jesus devemos ter presente que sempre
que alguém usa a palavra escrita na Bíblia de forma que
contradiz o ensino do Senhor Jesus Cristo e do seu
Evangelho como está foi pregado pelos apóstolos, esse
alguém estará sendo inspirado pelos espíritos
ENGANADORES, ou seja, PELOS DEMÔNIOS, e não
pelo Espírito Santo, que não mente nem se contradiz. Mas,
para poder discernir bem isto, somos obrigados a conhecer
com clareza total a palavra da verdade como nos foi
deixada na Bíblia.

Por exemplo, se Jesus nos ensinou que “a Lei e os Profetas


vigoraram até João Batista”, então esse ensino dele é veraz,
porque Jesus é a própria verdade. SE ALGUÉM VIER
ENSINANDO O CONTRÁRIO, DIZENDO QUE “A LEI E
OS PROFETAS VIGORAM HOJE, DEPOIS DE JOÃO
BATISTA”, ESSE ALGUÉM ESTARÁ ESPALHANDO
UMA MENTIRA, OU, EM OUTRAS PALAVRAS, UMA
HERESIA, independente dos argumentos astutos com que
costuma ele confundir os ouvintes menos alicerçados no
conhecimento da Graça de Jesus.

Igualmente, todos quantos, alegando estarem sendo guiados


280
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pelo Espírito Santo, querem fazer vigorar hoje, depois de João


Batista, as palavras sobre a cobrança do Dízimo escritas no
livro do profeta Malaquias, pertencente a essa “‘Lei e Profetas”
ou Antigo Testamento de que falou Jesus em Lc 16:16 e Mt
11:13, tornam-se MENTIROSOS E HEREGES, ainda que
“de lábios para fora” afirmem ser fiéis seguidores de Jesus,
evangélicos, crentes, cristãos, pentecostais, ou seja lá como for
que quiserem se autodenominar.

O Espírito Santo jamais induzirá ninguém a estragar o


pano NOVO da Aliança da Graça, fundamentada na
INSUBSTITUÍVEL E PLENA suficiência de Jesus (1Co 3:11;
2Co 3:4-14), pondo nela o remendo do pano velho da Lei que
jamais aperfeiçoou coisa alguma (Hb 7:18-19). Por esta
causa, quem tiver alguma convicção de que o remendo legalista
velho do Dízimo tem lugar no pano NOVO da Aliança da
Graça, arranque logo essa HERESIA do seu coração, antes que
afunde da sua vida espiritual o que ainda resta por afundar,
porque dizimar não vai pagar a Deus algo cujo pleno
pagamento Ele já recebeu faz 2.000 anos, quando o
Cordeiro Jesus de Nazaré deu-se na cruz do Calvário para
pagar todas as bênçãos espirituais e materiais de que
precisamos, não somente nesta vida, mas também no
porvir, para que as recebamos GRATUITAMENTE na
comunhão com o “Corpo”-Igreja de Cristo (Rm 8:32).

Esta alguém doente, enfermo? Não espere que pela sua


fidelidade ao Dízimo receberá a bênção da cura. Antes, “pelas
suas feridas (de Jesus, no martírio do Calvário) fostes
sarados”, diz o Evangelho (1Pe 2:24).
281
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Está alguém com dores ou qualquer disfunção do organismo?


Não espere que o Dízimo o liberte desses males. A libertação
já foi consumada há quase 2.000 anos atrás, quando “ele
mesmo (Jesus) tomou sobre si todas as nossas dores e
enfermidades” (Is 53:4; Mt 8:16-17).

Está alguém com angústia espiritual, mental, ou estresse, seja


lá do tipo que for? Não espere alívio e descanso mediante o
pagamento desse Dízimo ordenado no Antigo Testamento. Em
vez dessa falsa esperança, deposite sua confiança naquele
Jesus que, para nos dar a paz com Deus, levou também
nossas angústias (Is 53:5 e 63:9; 1Pe 1:13), podendo, por
isso, convidar suas sofridas ovelhinhas: “vinde a mim todos
os que estais cansados e sobrecarregados e eu (a pessoa viva
e real que é Jesus; não a letra morta da ‘Lei e Profetas’) vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para vossas almas, porque o meu jugo é suave e o
meu fardo é leve” (Mt 11:28-30).

Está alguém precisando das bênçãos materiais, carecendo


das coisas deste mundo visível, tais como casa, transporte,
roupa, comida, bebida, saúde física, enfim, todas essas coisas
que abrange a prosperidade que oferecem os falsos mestres
em troca do Dízimo? Não espere que Deus abra as janelas do
Céu para lhe dar todas estas coisas EM COMPENSAÇÃO
PELO PAGAMENTO DO DÍZIMO. Não é assim que Deus
promete essas coisas no Novo Testamento. Em vez desse
modo errado de esperar tais bênçãos, confie em que através
282
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

da sempre suficiente obra de Cristo Jesus na cruz, Deus lhe


dará juntamente com ele todas estas coisas, de forma absolu-
tamente gratuita, como Ele promete (Rm 8:32; Fp 4:19; 2Co
9:8-11; Mt 6:24-33).

Está alguém nas garras do temido “DEVORADOR” aludido


em Ml 3:10-11, perdendo sem aparente motivo todo o fruto do
seu trabalho, e sem conseguir prosperar economicamente? Não
espere que HOJE o Dízimo faça Deus repreende-lo ou lhe dar
poder e autoridade sobre esse demônio, ou sobre qualquer outra
espécie de espíritos malignos. Autoridade e poder sobre
TODOS os demônios e sobre TODA a força maligna das
trevas, quem nos da HOJE é Jesus (Hb 2:14-15; Lc 9:1 e
10:9; Ap 12:11) devido ao simples fato de que ninguém nem
nada conseguiram destruir o Diabo e suas obras, a não ser ele,
o vitorioso Filho de Deus (Jo 1:5; 1Jo 3:8; Hb 2:14-15), que
pelo Pai foi o escolhido para este ministério de nos fazer
“mais que vencedores” também sobre o “Devorador”.

Toda e qualquer bênção que você estiver procurando


para salvação e edificação da sua vida, busque-a em Cristo
Jesus, e nele a achará.

Não perca seu tempo e dinheiro correndo atrás de falsas


esperanças, fundamentadas em falsos ensinos, para que
depois, quando chegar a decepção, não tenha que lamentar
ter dado rios de dinheiro para vigaristas disfarçados de
grandes servos de Deus.
283
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Dê um “chega para lá” nessa farsa dos mestres do


Dízimo, que, torcendo a verdade de Deus, criam na mente
do povo expectativas vãs, que jamais se realizarão, porque
não correspondem à forma como Deus prometeu as
bênçãos da Graça em Cristo (é bem capaz que eles queiram
agora inventar outra Graça fora de Cristo ...quem sabe, “a
Graça da Lei”? ...o nome soa bonito ...com a pouca
vergonha na cara que eles tem, são capazes até disso, e não
lhes faltariam ingênuos que os seguissem!).

Desfaça-se do jugo espúrio que esses desalmados estão


amarrando nas costas do rebanho empurrando-o a se
alimentar nos pastos secos de uma palavra do Antigo
Testamento que não tem como produzir a Vida abundante,
vitoriosa e eterna que Jesus dá, segundo Gl 3:21-22.
Arranque e “lance fora” das vestes brancas que Jesus lhe
deu esse remendo velho da Lei do Dízimo, que, no fundo, o
que está produzindo é uma rotura maior nas vidas dessas
ingênuas almas que esperam as bênçãos de Jesus Cristo em
resposta à sua fidelidade no pagamento do Dízimo do
Antigo Testamento, privando-as assim da genuína recepção
da plenitude gratuita das bênçãos cristãs prometidas no
Evangelho, porque é impossível essa recepção acontecer
sem que Deus caia em contradição contra o Novo Pacto da
Graça que Ele mesmo estabeleceu apenas pelo sangue de
Cristo. Prova disso são os já lembrados leitos dos hospitais,
cada vez mais cheios de crentes evangélicos doentes que
para lá vão porque não receberam a gratuita cura da fé nas
suas respectivas igrejas. E por que não a receberam?
284
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Apenas porque estão edificando sua forma de confiar em


Deus sobre o fundamento errado que esses falsos mestres
do Dízimo lhes dão. Suas famílias estão se desfazendo. Seus
filhos não estão recebendo o Batismo no Espírito Santo e
estão caindo sob a sedução das drogas e dos espíritos de
fornicação, porque, entre outras razões, a prática do
pagamento do Dízimo não tem poder e autoridade para
solucionar, evitar e destruir esses males, que são a obra do
Diabo. Afinal, terminam decepcionados do Evangelho,
achando que este é apenas um mero palavrório sem efeito
transformador algum. Depois você encontrará muitos deles nas
cadeias públicas, convertidos em bandidos enfastiados da
Igreja, ou, no mínimo, nas noitadas extravagantes das boates
sodomitas, onde o cheiro do enxofre é perfume. Eles, coitados,
não tem como compreender que a falha não está no
Evangelho em si mesmo, mas nas deturpações que lhes
pregam esses mestres interesseiros, para os quais tudo quanto
se refere à salvação da alma tornou-se fonte de lucro, vendo
nas pessoas que formam seu rebanho uma mera mina
humana de ouro, isto é, um mero objeto comercial (1Tm 6:3-
10; Tt 1:10-11; 2Pe 2:1-3).

O apóstolo Paulo, esse sim inspirado pelo Espírito Santo de


Deus, chamou de “persuasão” maligna ou demoníaca o uso
das palavras ditas pelo Senhor no Antigo Testamento
quando a finalidade é desfazer ou contraditar o ensino da
Aliança da Graça contido no Evangelho de Jesus para
introduzir as exigências da Lei no seio da Igreja (Gl 5:1-10;
1Tm 4:1). Assim sendo, é “persuasão maligna” essa pregação
285
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

que arrasta os cristãos ao pagamento do Dízimo, que é uma


das tantas leis desse Antigo Testamento.

Usar assim a palavra santa que Deus falou a seus servos


dos passados tempos do Antigo Testamento, com a
finalidade de deturpar ou contraditar a palavra do Filho de
Deus que hoje nos é dada através do Evangelho, constitui,
por um lado, rebelião contra o Pai, que manda ouvir a Seu
Filho (Mt 17:1-5; Hb 1:1-2 e 2:1-4 e 3:5-15). E, por outro
lado, constitui também rebelião contra seu Filho Jesus
Cristo, quando este nos ensina que “a Lei e os Profetas” ou
“Antigo Testamento”, vigoraram até João Batista (Mt 11:13;
Lc 16:16). Constitui, ainda, rebelião contra a palavra
apostólica, que, passando da alegoria para a realidade,
ordena: “LANÇA FORA A LEI E OS SEUS
SEGUIDORES, PORQUE DE MODO ALGUM ESTES
HERDARÃO AS BÊNÇÃOS QUE DEUS PREPAROU
PARA OS SEGUIDORES DA SUA NOVA ALIANÇA DA
GRAÇA EM CRISTO” (Gl 4:21-30).

E mais: Segundo as já citadas palavras do apóstolo Pedro,


constitui também pecado de “tentação a Deus” cobrar dos
cristãos a obediência a qualquer ponto da Lei, e o Dízimo é
um ponto da Lei. Essas palavras dele estão aí, em At 15:5-
11, para todo quem quiser confirmá-las: O problema
apresentado ali era, segundo consta no versículo 5, que
alguns dos fariseus supostamente convertidos, queriam
obrigar os cristãos não judeus a se circuncidar e cumprir
com a observância da Lei de Moisés, OU SEJA, A LEI
DADA NO MONTE SINAl. Os apóstolos se reuniram e
286
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mandaram uma carta aos fiéis cristãos, esclarecendo-lhes


que eles nada tinham a ver com a prática das ordenanças
dessa Lei de Moisés. Em tal carta não lhe foi imposta a
obrigação de pagar o Dízimo. Isso nem sequer se
mencionou nela!

Uma conclusão mais drástica, seria considerar blasfêmia


contra o Espírito Santo o fato de chamá-lo de mentiroso ao
afirmar ter Ele dito ou ordenado coisas que, na realidade,
Ele nem disse nem ordenou, e que são abertamente
contrárias aos seus ensinamentos dados através de Jesus e
dos apóstolos deste, cabendo-lhes, neste caso, a palavra do
apóstolo João, que ordena não receber estes que querem
torcer a doutrina da Graça de Jesus nas nossas casas
cristãs, nem lhes dar as boas vindas em nossos lares ou
igrejas (2Jo 1:9-11). E A COBRANÇA DO DÍZIMO À
IGREJA DE JESUS É ALGO QUE O ESPÍRITO SANTO
NEM DISSE NEM ORDENOU AOS CRISTÃOS, E QUE
CONTRADIZ TODOS OS ENSINAMENTOS DA GRAÇA,
SOBRETUDO ESSE QUE DIZ QUE, NA CRUZ, CRISTO
NOS LIBERTOU DA MALDIÇÃO DA LEI. Seguindo o
ensino conclusivo que o Espírito Santo nos dá no Evangelho, o
que vemos, repetimos mais uma vez, é que o cristão que
quer estar em paz e comunhão com Deus, não somente está
isento de pagar qualquer tipo legal de dízimo ou taxa,
como, expressamente, é advertido contra o perigo fatal de
procurar essa paz e comunhão através desse regime das
ofertas obrigatórias, sob pena de se desligar de Cristo e decair
da Graça (Gl 5:4). A cobrança do Dízimo à Igreja de Jesus é
287
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

algo que o Espírito Santo nem ensinou, nem ordenou a


nenhum filho de Deus, membro autêntico do Corpo de Cristo.
“Os filhos estão isentos”, ensinou o Senhor Jesus em Mt
17:25-26. Os cristãos somos filhos, logo, os cristãos estamos
isentos.

A paz e comunhão com Deus que precisamos, nós as temos


somente através do sangue de Cristo Jesus (Hb 9:11-15; Ef
2:13-18; Rm 5:1-2; 1Pe 1:18-19), fora de quem não existe
nem paz, nem comunhão, nem bênção, nem salvação de coisa
nenhuma para NINGUÉM (At 3:19-20 e 4:11-12; Jo 8:36 e
14:6 e 15:5; 1Pe 2:4-8).

Abra, pois, os olhos espirituais!

Aprenda a reconhecer a semente do joio do Diabo


introduzida entre a semente do trigo de Deus. E assuma com
coragem sua urgente necessidade de voltar para a Graça pura
do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, e venha tomar
posse, pela fé na obra do Cordeiro de Deus (e não mais
pelas obras da Lei) de todas as ricas bênçãos que Jesus tem
para lhe dar GRATUITAMENTE, ou melhor, POR UM
ALTO PREÇO QUE ELE JÁ PAGOU FAZ 2.000 ANOS
NA CRUZ DO CALVÁRIO: SUA PRÓPRIA VIDA.

Escape das garras dos mercenários religiosos que fazem


comércio de almas, como já estava fartamente profetizado,
aliás, em textos como os de Gl 2:4 e 6:13; 2Pe 2:1-3; Ap 18:13.
Pare de se iludir, pagando aos servos das Trevas para receber
uma bênção já paga com o sangue de Cristo, em razão do
288
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

qual ele mesmo ordenou a seus discípulos: “De graça


recebestes, DE GRAÇA DAI” (Mt 10:8) Pense: Por que será
que esses desobedientes mercenários não querem dar de graça
o que pregam? Não será, tal vez, somado à sua desmedida
ambição, porque nada receberam d’Ele?

Agora, diga: Você pagaria a alguém 10%, ou 1 % , ou seja lá


o quanto for que eles cobrem, pelo direito de respirar este ar
que você sabe ser de graça para todos nós?

Não?

Então, por que você paga hoje essas porcentagens a eles,


esperando em troca receber as bênçãos materiais e/ou
espirituais que Deus mesmo prometeu dar DE GRAÇA a
todos quantos a Ele se chegam MEDIANTE A OBRA
REDENTORA DO SEU FILHO JESUS CRISTO, JÁ
REALIZADA FAZ 2.000 ANOS?

Acorde, de uma vez por todas, e veja bem que a Salvação de


Deus (junto com as bênçãos todas que dela advém) é
absolutamente GRATUITA em Cristo Jesus. Não se deixe
continuar a ser explorado pelos espertalhões que,
disfarçados de ministros de Cristo, cobram em nome dele o
que não tem mais preço, porque o preço que tinha foi já
completamente pago a Deus pelo Seu próprio Filho Jesus.
Ele deu sua vida preciosa e santa em pagamento por toda a
gloriosa herança à que hoje temos gratuito acesso, desde que
estejamos em verdadeira comunhão com ele.
289
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Dedique-se a entender, de uma vez por todas, o Plano Divino


da Salvação em Jesus, no qual Deus jamais incluiu o Dízimo
como requisito a ser cumprido pelos cristãos, nem como ato
de fé evangélica, para nada. Quando vigorava, o Dízimo era
um ato de fé na Lei; jamais foi um ato de fé em Cristo. A fé
em Cristo deve ser exercida mediante a observância dos
ensinos de Cristo tal como no-los transmitiram seus
apóstolos; jamais mediante a observância das exigências da
Lei. A FÉ QUE NOS TRAZ A SALVAÇÃO, É A FÉ EM
CRISTO; JAMAIS A FÉ NA LEI (Gl 3:21-22).

A fé na Lei (do Dízimo ou outra qualquer) o que na


realidade faz é nos separar de Cristo e nos derrubar da
Graça, segundo Gl 5:4, porque nos leva a depender dos
esforços do velho homem para agradar a Deus.

A fé em Cristo nos faz agradáveis a Deus mediante o


perdão que nos é concedido pelo valor já pago do seu
sangue, e assim, já agradáveis, é seu Espírito quem nos
transforma em progressiva santificação no dia-dia (Fp
2:13; 1Ts 5:23).

O Plano Divino da Salvação Eterna fundamenta-se, todo ele,


na suficiente obra redentora realizada pelo Filho de Deus
(Hb 1:2-4 e 7:16-25 e 9:11-12) que, por tê-la realizado
PLENAMENTE, tornou-se o Mediador ÚNICO (Jo 19:30;
1Tm 2:5; Hb 9:11-15) da Nova Aliança, chamada “da
Graça” por também um ÚNICO motivo: PORQUE É
REALMENTE DE GRAÇA PARA NÓS, OS QUE A ELA
290
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

NOS ACOLHEMOS, NOS ABRIGANDO EM JESUS


COMO NOSSO EXCLUSIVO SENHOR, ABENÇOADOR
E SALVADOR.

E, insistimos, de graça, significa uma coisa só: gratuito!

E, repetimos, o Dízimo nada tem de gratuito!

Dízimo é taxação.

Dízimo é preço.

Dízimo é custo.

“Lance fora, pois, o engano dos cobradores do Dízimo!”

E, junto com eles, lance fora da sua vida o enganador


espírito cobiçoso que move os dizimeiros, O
VERDADEIRO DEVORADOR que os inspira a colocarem
tal farisaica e pesada carga nos ombros do já cansado e
sobrecarregado povo cristão, para lhe devorar o pouco que
ainda tem, e ainda, privá-lo do privilégio de conhecer o
genuíno e pleno desfrute das Bênçãos da Graça! (Mt 23:4).

Sim: O “Devorador”, que devora seu salário e diminui o pão


da boca dos seus filhos, opera através de toda pessoa que
arranque de você o dinheiro de forma injusta, seja com um
revólver colocado na sua cabeça, seja com a conversa fiada de
que é Deus quem está lhe pedindo para poder derramar sobre
você “bênçãos sem medida”, conforme Ele prometia aos
291
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dizimistas do povo de Israel durante os tempos do Antigo


Testamento. O “Devorador” devora seu bolso operando através
de quem quer que seja que roube você, seja à força, seja pela
verborréia convincente dos estelionatários espirituais.

“Para a liberdade dos filhos de Deus foi que Cristo


chamou você”.

Não deixe, pois, que falsos ensinos mal apoiados na


palavra de Deus dada no Antigo Testamento o privem da
glória e da bênção preparada por Deus em Cristo para você
e todos os cristãos, já desde aqui, desde esta vida terrenal.
Seu salário é uma das bênçãos que Deus lhe deu, e Ele não
quer tomá-lo de volta nem lhe exige que você lhe devolva
uma parte dele. Você pode usá-lo livremente para
alimentar melhor sua família. Também é livre para usá-lo,
se assim quiser, como contribuição para que a obra de Deus
em favor da salvação dos perdidos seja realizada, ou, ainda,
para acalmar a fome de seus irmãos em Cristo mais
necessitados. Lógico, na hora de contribuir, deve lembrar
que o Senhor também adverte que “se alguém não tem
cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa,
tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (1Tm 5:8).
Tem irmão que contribui até com o pão da esposa e dos
filhos. E tem irmã que contribui até com o pão do marido e
dos filhos. Quer dizer, gente que “não cuida bem dos seus e
especialmente dos da sua casa”, preferindo dar o dinheiro
do pão deles para a compra dos tijolos que se tornarão na
luxuosa e faraônica construção empreendida pelo Pastor-
292
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

presidente da sua igreja. Outros o fazem para honrar o


obrigação do Dízimo que lhes foi imposta como exigência
de Deus. De uma ou outra forma, essas pessoas estão tão
escravizadas como estava Israel no Egito, vivendo apenas
para a construção de magníficos edifícios e para a
solidificação do poder humano de um Faraó sobre muitas
pessoas, enquanto os demônios se aproveitam dessa
situação para mantê-las com a fé em frangalhos, doentes
fisicamente e espiritualmente débeis. A comparação não é
tão banal ou exagerada como possa parecer a alguns que,
por razões óbvias depois de tudo o lido até aqui, não
conseguem discernir este estado de coisas. Mas isto e real.
Só que você, leitor cristão, não foi liberto por Cristo das
garras do Diabo para depois tornar a se escravizar dos
homens, que são quem impõe essas cargas que o Senhor
não impõe a mais ninguém (Gl 5:1-4). Deus mandou Israel
construir um templo onde Ele se apresentaria uma vez por
ano, sim; mas, pela vontade do próprio Deus e conforme
profecia de Jesus (Mt 24:1-2), esse templo foi totalmente
destruído pelas tropas romanas faz mais de 1.930 anos,
porque, em substituição dele, o Espírito Santo estava já
construindo desde o dia de Pentecostes um templo maior e
eterno, cujas pedras vivas somos nós, os membros do Corpo
de Cristo (1Co 3:16-17; 1Pe 2:4-5; Hb 3:6). Não existem,
pois, mais templos de pedra que o Senhor tenha mandado
construir hoje às custas do pão da família. E quanto a tirar
o pão da boca dos filhos para dá-lo na forma do Dízimo, já
deve estar bem claro que isso, na verdade, é um pecado
diante do Senhor. Se não estiver claro, releia este livro
293
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

desde o começo!

O que resta, pois, é que você tome uma atitude. Mas não
uma atitude qualquer: Tome uma atitude de fé na obra da
Graça do nosso Senhor Jesus Cristo... Liberte-se de uma
vez por todas dos grilhões da mentira legalista!

Lance fora a “Escrava”... E SEUS SEGUIDORES!


Lance fora a Lei do Sinai... E SEUS FILHOS!

Lance fora o demônio Devorador e seus ministros que,


deturpando a palavra de Deus, como Satã no Paraíso,
disfarçados de pregadores do Evangelho de Jesus,
arrancam de você seu salário,
tiram o pão da boca dos seus filhos,
prometendo-lhe, em troca,
algo que Jesus nos dá de Graça.

Não seja tolo:


Não dê ao Diabo o que Deus deu a você como filho dele.
Não dê o santo aos cães.

Viva,
no Espírito Santo,
sua liberdade de filho de Deus
concedida a você,
sem custo algum,
em Jesus.
294
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”
295
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

DEMONSTRAÇÃO No. 6

À GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS


MERCENÁRIOS DIZIMEIROS TORCEM O
SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO:
“DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR,
E A DEUS O QUE É DE DEUS”

“Não estamos, como tantos outros,


mercadejando a palavra de Deus;
antes, em Cristo, é que falamos,
na presença de Deus,
com sinceridade
e da parte do próprio Deus”
2 Co 2: 17

Com ares pretensiosos, peito inchado pelo orgulho honesto


de quem sinceramente pensa estar com isso defendendo a
verdadeira causa de Deus, muitos crentes evangélicos tem nos
encarado face a face com o aspecto agressivo de quem está
lutando contra o próprio Diabo, gritando-nos: “Mas você não
viu que está escrito no Novo Testamento que devemos dar a
Deus o que é de Deus e a César o que é de César?”.

É claro que vimos!

Vimos, sim, e não uma, mas muitas vezes.

Só que, nessa passagem, nada há que sirva para levar o


cristão a carregar sobre si a imposição do Dízimo. Pelo
296
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

contrário, o que vemos nesse ensino do Senhor Jesus é outra


coisa, que demonstra claramente a cegueira que o véu carnal da
Lei produz nos êmulos de Balaão metidos a teólogos.

Vamos estudar o texto completo, que está em Mt 22:15-22, e


descubramos, juntos, o que realmente esta escrito ali:

“Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si


como o surpreenderiam em alguma palavra. E
enviaram-lhe discípulos (dos fariseus), juntamente com
os herodianos (que defendiam a convivência pacífica
com os romanos) para dizer-lhe: ‘Mestre, sabemos que
és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus de
acordo com a verdade, sem te importares com quem
quer que seja, porque não olhas a aparência dos
homens. Dize-nos, pois; qual é a tua opinião? É lícito
pagar tributo a César ou não?’ Jesus, porém,
conhecendo-lhes a malícia, respondeu: ‘Por que me
experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do
tributo’. Trouxeram-lhe um Denário. E ele lhes
perguntou: ‘De quem é esta efígie e inscrição?’
Responderam: ‘De César’. Então lhes disse: ‘Daí, pois,
a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus’.
Ouvindo isto, se admiraram e, deixando-o, foram-se”.

Conforme o leitor poderá observar, ali é descrita mais uma


das tantas ciladas dos fariseus contra Jesus.

Em que consistia desta vez a cilada?


297
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Em fazê-lo cair em afirmações contra o regime tributário do


Imperador, César. Se conseguissem, poderiam abrir contra ele
processo por sedição, ou seja, por levantar as multidões contra
as leis de Roma, pois para isso traziam como testemunhas os
herodianos, que, no seu afã por defender a convivência
pacífica com o Império Romano, estavam dispostos a
testemunhar contra qualquer cidadão judeu que se pronunciasse
contrário ao regime dominante de César.

Jesus compreendeu a cilada.

Como diz: ‘conheceu-lhes a malícia’.

Eles queriam que Jesus dissesse: ‘Não; minha opinião é que


não é lícito pagar tributo a César, mas somente a Deus’.

Se Jesus caísse na cilada, dizendo algo parecido com isso,


teria problemas sérios com a justiça romana. Com certeza, ele
teria sido preso, e sua vida ministerial na Terra terminaria por
ali mesmo.

Mas Jesus não veio à Judéia para estabelecer um reino neste


mundo, nem para destruir o Império Romano que dominava
sobre seu povo judeu naquela época. ‘Meu reino não é deste
mundo’, esclareceu ele diante dos governantes daquele então.
Pelo contrário, ele já dantes pregara pacífica submissão à
vontade injusta dos opressores romanos quando dissera: ‘Ao
que te tirar a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te
obrigar a andar com ele uma milha, vai com ele duas. Amai os
vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem’. Estas
298
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

palavras, registradas no Evangelho de Mateus, são referência a


atitudes comuns dos dominantes cidadãos romanos contra os
oprimidos judeus. Estes viviam sob uma opressão implacável,
contra a qual, antes da vinda de Jesus, levantaram-se alguns
líderes dentre os judeus, pretendendo arrastar as massas à
insurreição. Todos eles fracassaram sob o poderio de Roma.
Mas Jesus não veio para desenvolver este tipo de salvação. Sua
missão salvífica era algo muito mais glorioso.

Como ele saiu-se da cilada?

Simples: Pediu uma moeda do Império.

Por que pedir uma moeda do império?

Ora, porque a pergunta da cilada farisaica estava


relacionada com o sistema de dominação do império. Eles
queriam que Jesus se pronunciasse expressamente contra ou a
favor das leis tributárias impostas desde Roma por César, o
Imperador. E, com quê se pagava o tributo a César? É claro que
com moedas emitidas por César.

Por isso Jesus pediu ‘a moeda do tributo’.

Até aqui, nada nessa passagem tem a ver qualquer coisa com
uma suposta tentativa de Jesus por estabelecer o Dízimo na
Igreja cristã, que ainda nem existia.

Trazida a moeda, Jesus pergunta-lhes quem é a personagem à


qual se rende homenagem e reconhecimento de senhorio nela:
299
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

‘De quem é esta efígie e a inscrição?’

De César! – Responderam-lhe.

‘Então, dai a César as moedas do tributo, que são dele’.

É como se Jesus dissesse: ‘Isso ai não é meu, nem do meu


Pai eterno; isso é dos reinos passageiros deste mundo visível...
Dêem isso aos seus donos daqui, que as emitiram. Meu Pai
não emitiu moeda nenhuma. Ora essa: Vão tecer suas
ciladas contra outro!’.

‘Mas, e a Deus?... O quê daremos a Deus?’

Jesus antecipou-se a esta pergunta. Não esperou que a


fizessem, porque sabia que estavam querendo fazê-lo tropeçar
em palavras. Disse-lhes:

“A Deus, dêem o que é de Deus”!

Na verdade, ele lhes disse que as moedas eram de César, e


que, por isso, ele nada tinha contra dá-las a César. Eram
dele, então a ele deviam ser dadas.

Já o de Deus não eram essas moedas!

Ao quê se referia Jesus como sendo de Deus?

Note bem que Jesus falava aos fariseus.


300
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Os fariseus eram judeus.

Os judeus do tempo de Jesus de Nazaré estavam sob o


regime da “Lei e Profetas”. Conforme vimos nas páginas
anteriores deste livro, Jesus nasceu sob a Lei (Gl 4:4) e sob
ela ministrou como profeta ao povo da Lei enquanto viveu
sua vida terrenal na Judéia antes de ir para a cruz (Rm 15:8).
Por isto, o que é ‘de Deus’ na resposta de Jesus era, nesse
caso específico, tudo quanto a “Lei e Profetas” exigia do
povo judeu sobre o qual ainda vigorava, inclusive os 10
Mandamentos, o pagamento do Dízimo, o Sábado, os
sacrifícios de animais, etc.

Assombra-se o leitor pelo nosso reconhecimento da


inclusão do Dízimo nas coisas ‘de Deus’ nesta resposta de
Jesus aos fariseus, escrita neste livro de Mateus que faz
parte da coletânea à que chamamos de Novo Testamento?

Não se assombre: De fato, estando Jesus e o povo judeu


ainda sob o regime da Lei do Sinai, esse ‘de Deus’ significa,
nada mais nem nada menos, que todas as exigências que
Deus fazia ao povo judeu através dessa mesma Lei do Sinai,
entre as quais uma das tantas era o pagamento do Dízimo,
deviam ser de fato obedecidas por eles, POIS ESSA LEI
AINDA ESTAVA EM VIGOR até o momento em que Cristo
lhe desse pleno cumprimento morrendo na cruz por todos
nós, os pecadores aos quais ela acusava e sentenciava à
morte.

Porém, não havendo em Jesus contradição alguma, esta


301
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

afirmação a esses fariseus judeus deve estar


hermeneuticamente sujeita àquela outra, expressada com
maior abrangência e com a superioridade do propósito
didático em relação à formação dos seus discípulos, ao
dizer: “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, JÁ
ANUNCIANDO A INTRODUÇÃO DA NOVA DISPENSA-
ÇÃO DA GRAÇA. Se em Mt 22:15-22 estivesse ele validando
a exigência do Dízimo sobre a Igreja, então essa afirmação
de Lc 16:16 seria mentirosa, e, em tal caso Jesus não seria
nosso Salvador. Note, porém, que a Igreja não existia nesse
instante porque o sangue do Novo Pacto não tinha ainda sido
derramado.

Depois do ministério de João Batista, seguia-se o ministério


da cruz, na qual Jesus daria cumprimento total àquela Lei e
nos traria o perdão pelo seu sangue, a reconciliação com
Deus e, assim, a vitória sobre a Morte, de graça, isto é, sem
preço algum para nós, seus redimidos.

Dessa maneira, com a morte expiatória de Jesus na cruz do


Calvário para cumpri-la, findava-se o ministério da Lei, para
dar início ao ministério da Graça, na qual andamos pela guia
real e viva do Espírito Santo (Rm 8:14-15), e não por
mandamentos escritos em papel ou em tábuas de pedra (2Co
3:4-18).

É nesta realidade dispensacional que tropeçam esses


baalámicos profetas de aluguel: Eles não percebem as
diferenças nas normas entre uma e outra Dispensação. Não
percebem as diferenças entre as condições e promessas
302
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

contidas na Velha Aliança da Lei e a Nova Aliança da


Graça. São cegos, guiando outros cegos. Guias cegos, que
não percebem quais eram as coisas ‘de Deus’ nos tempos do
Antigo Testamento, nem quais são as coisas ‘de Deus’
nestes tempos do Novo Evangelho do Reino de Deus em
Cristo.

Se Deus pedia Dízimos do povo de Israel nos tempos da


Velha Aliança da Lei, é claro que esse povo tinha que dar a
César o tributo que César exigia, e a Deus o Dízimo e
demais coisas que Ele exigia dos judeus através da Lei.

Nós nunca contestamos isso.

Mas agora, depois da redentora obra da cruz, na Nova


Aliança da Graça, os cristãos estamos mortos para essa
mesma Lei mediante o corpo crucificado de Cristo (Rm 7:4),
e, sem qualquer uma das exigências dessa Lei, Deus nos deu
a mais completa, perfeita e eterna salvação para nosso
espírito, mente e corpo, gratuitamente (Rm 3:21-24 e 8:32;
1Ts 5:23). Grátis: Sem Dízimo, sem “devoluções”, sem
penitências ou sacrifícios nossos...

Isto, os fariseus não compreendem.

Nem tampouco os mercenários.

E é por isso que eles tropeçam nas palavras de Jesus. E o


tropeço de alguns deles é tão absurdo, que chegam até a
concordar, sim, que no princípio da caminhada cristã, ou
303
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

seja, na hora da conversão, tudo é de graça; mas daí em


diante, afirmam eles, o convertido tem que começar a
pagar os Dízimos! É o absurdo de que acusava Paulo a
alguns dentre os Gálatas, cobrando-lhes: “Ó gálatas
insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos
olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero
apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras
da Lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que
tendo começado no Espírito, estejais agora vos
aperfeiçoando na carne?” (Gl 3:1-3).

Mas é claro que, se na Aliança da Graça o cristão é


advertido pela palavra do Evangelho que querer se
justificar perante Deus mediante o seguimento das
ordenanças da Lei significa se separar de Cristo e decair
dessa sua graça salvadora (Gl 3:10 e 5:4), então o que é ‘de
Deus’ para os seguidores de Cristo não pode ser nem
sequer uma vírgula ou um til das exigências da Lei. Pelo
contrário, passa a ser pecado querer se justificar perante
Deus ou se pôr em paz com Ele mediante a obediência à Lei
do Dízimo, porque isso implica em desprezo ao justificador
sangue de Cristo Jesus!

Se no Evangelho diz que os que continuam a estar debaixo


do regime da Lei permanecem sob o estigma da maldição em
que nasceram (Gl 3:10), e que Cristo veio para nos libertar
dessa maldição da Lei, então é impossível que o ‘de Deus’
nesta época da Graça cristã seja permanecer em qualquer
exigência dessa Lei do Sinai, à qual, entre muitas outras
ordenanças, pertence também a do Dízimo.
304
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

O que é ‘de Deus’ nestes tempos da Aliança da Graça, é


nossa própria redimida vida, toda ela, espiritual e corporal,
oferecida a Ele em sacrifício vivo, santo e agradável (2Co
5:15; Rm 12:1), para sermos santuário também vivo do Seu
Espírito Santo (1Co 6:19-20). E isto nada tem a ver com
Dízimos e ofertas, mas com um coração realmente
convertido, conforme muito bem compreenderam os
autores sagrados do Evangelho em Hb 10:5-10 e 1Pe 1:18-
19.

“Desperta, tu que dormes; levanta-te dentre os mortos e


te iluminará a luz de Cristo” é o brado apostólico para
você, amado leitor. Não se deixe envolver tão facilmente
pela baba do erro. Sacuda das suas costas o peso dessas
imposições colocadas sobre seus ombros com os
argumentos torcidos dos dizimeiros. Dízimo não salva
ninguém. Pagar o Dízimo, na realidade, é pecado, quando
quem o faz pensa estar em paz com Deus por essa obra.

Você quer ver como a realidade é outra, bem diferente da


que eles mostram nas suas bem montadas teatralizações
televisivas e radiais?

Note que Jesus respondeu àqueles fariseus: “Dai a César o


que é de César”.

Você sabia que esses mercenários dizimeiros, que se


dizem tão obedientes à palavra de Deus, não obedecem
estas ordens do Senhor Jesus? Eles sonegam o tributo “de
305
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

César”, quando sonegam os impostos devidos ao governo dos


seus respectivos países.

Se você não for uma pessoa muito desinformada,


lembrará quantas vezes já leu nas revistas e jornais
nacionais a respeito de inúmeros processos que correm
contra as igrejas desses cobradores do Dízimo. Nós temos
alguns desses exemplares guardados, cujos artigos não
quisemos incluir aqui, apenas para não sermos tão faltos de
ética, como eles dizem que somos, esquecidos de que falta
de ética é roubar o salário do pobre, principalmente
quando isto é feito em nome de um Deus que nada nos
cobra hoje pelas Suas bênçãos. E não são processos por
causa de centavos, mas por causa de milhões, e, em um caso
até bem conhecido, por causa de centenas de milhões. E não
podem alegar serem coitadas e inocentes vítimas da Receita
Federal, porque acertaram acordos para pagar, em um dos
casos, mais de R$300.000.000,00 quando o Real ainda valia
mais do que o Dólar americano... Ninguém faz um acordo
desse tamanho se está sendo roubado pelo governo!

Com o dinheiro do Dízimo, eles também abrem empresas


tão mundanas como qualquer outra das que existem no
mundo inteiro em mãos dos incrédulos e aplicam no
mercado financeiro mais suspeito, especialmente em alguns
paraísos fiscais, como Ilhas Cayman, por exemplo, com a
desculpa de que é para fugir dos altos impostos do nosso
país, quer dizer, do elevado tributo que ‘César’ cobra.

Tudo isso, para não dar a César o que é de César.


306
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

E, depois, continuam pregando, e dizendo-se obedientes


servos do Senhor Jesus Cristo.

Mas, quê obediência é essa, que não dá a César o tributo


ou imposto que é de César, como Jesus disse ali num tempo
em que tais exigências tributárias eram até mais pesadas do
que hoje?

Isso, simplesmente, não é obediência.

É, apenas, fingimento.

...Fachada!

Fachada, como os túmulos caiados de que falava Jesus,


que por fora são branquinhos, aparentando pureza diante
dos homens, mas por dentro estão cheios de podridão e
mau cheiro.

Aparentam ser exemplo de obediência à Bíblia, mas, na


realidade, são meros farsantes, desobedientes à palavra do
Evangelho, que também, em Rm 13:1-8, ordena:

“Todo homem esteja sujeito às autoridades


superiores; porque não há autoridade que não
proceda de Deus, e as autoridades que existem
foram por ele instituídas. De modo que aquele que se
opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os
que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
307
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Porque os magistrados não são para temor quando


se faz o bem, e sim, quando se faz o mal. Queres tu
não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor
dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para
teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme, porque
não é sem motivo que ela traz a espada, pois é
ministro de Deus, vingador, para castigar o que
pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente por causa do temor da punição, mas
também por dever de consciência. Por esse motivo
também pagais tributos; porque são ministros de
Deus, atendendo constantemente a este serviço.
Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto... a ninguém fiqueis
devendo coisa alguma”.

Aquele, pois, que sonega os impostos exigidos pela


legislação ditada pelos magistrados do seu país, ou seja, de
‘César’, está desobedecendo estas palavras do Evangelho
do nosso Senhor Jesus Cristo, demonstrando com isso não
ser um verdadeiro seguidor dele.

E é o que fazem estes farsantes dizimeiros:

Cobram rigorosamente do povo como sendo ‘de Deus’ um


Dízimo que o Evangelho de Jesus não exige hoje de
ninguém, mas, por outro lado, desobedecem ao Senhor
quando sonegam os impostos exigidos pelos magistrados do
seu país; quer dizer, negam-se a dar a César o tributo que é
de César.
308
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Assim, cumpre-se neles a palavra do Senhor Jesus, quando


disse: “Põem pesadas cargas sobre os ombros do povo, as
quais eles mesmos nem com um dedo querem carregar...
Dizem, mas não fazem”.

Usam dois pesos e duas medidas, conforme lhes convém.

Porém, de Deus ninguém zomba:

“Resistem à ordenação de Deus...

e trarão sobre si mesmos condenação”...

no dia oportuno!
309
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

EPÍLOGO

CONVERTEMOS NÓS EM LIXO O


ANTIGO TESTAMENTO?

“Quem dentre vós me convence


de pecado?
E, se vos digo a verdade,
por que razão não me credes?
É porque:
Quem é de Deus,
Ouve as palavras de Deus”
Jo 8:46-47

O ensino que apresentamos neste livro tem sido, muitas


vezes, a causa de sermos duramente acusados de falsos profetas
e filhos do Diabo por aqueles mercenários cobradores do
Dízimo.

Dentre as muitas bobagens que falam contra nós, uma das


mais freqüentes é a de que fazemos do Antigo Testamento um
lixo, algo imprestável para mais nada, pelo fato de não
admitirmos suas leis como normativa das vidas dos seguidores
de Cristo no que se refere a ter paz com Deus e a alcançar as
bênçãos prometidas no Evangelho aos cristãos. Alegam que
assim empurramos as almas a viverem na libertinagem e
afundadas no pecado porque, supõem eles, sem a Lei não é
possível ter conhecimento do pecado próprio nem manter uma
disciplina sobre as inclinações da carne.
310
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Tudo bobagem!

Jamais o Antigo Testamento foi para nós um lixo.

Muito pelo contrário, em vez de considerá-lo algo


imprestável, cremos firmemente, conforme ensina o apóstolo
Paulo, que “toda a Escritura do Antigo Testamento é inspirada
por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que todo homem
seja perfeito e habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16-17).

Note, porém, que na passagem acima, na qual o apóstolo


aludia ao Antigo Testamento (dado que o Cânon do Novo
ainda não tinha sido formado, por não terem sequer sido
escritos, nesse momento em que ele a escrevera, todos os livros
e cartas que hoje o formam), ele não disse que dessa
Escritura do Antigo Testamento adviriam nem a salvação
eterna, nem as Bênçãos da Graça que em todas suas cartas
ensina ele mesmo serem gratuitamente recebidas mediante a
fé EM CRISTO, e não em compensações divinas pelo
pagamento do Dízimo, nem pelo cumprimento de qualquer
outra lei daquele Antigo Pacto.

Paulo até chega a ser abertamente rigoroso quando, em


Gl 3:21, afirma que nenhuma lei pode dar a vida eterna a
ninguém. E, ai mesmo, no versículo seguinte, em Gl 3:22,
ele é mais duro ainda, afirmando que o Antigo Testamento
(“A Escritura” do seu tempo) encerrou tudo sob pecado.
Ora, pelo que sabemos, pecado é morte. Quer dizer:
311
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Ninguém será capaz de viver a vida de Deus nem nada que


não seja sua própria natureza pecadora, por meio de sua
dedicação à observância dos 10 Mandamentos e demais
exigências legais do Antigo Testamento. Tudo o que
conseguirá por esse caminho será descobrir o significado
real da tremenda verdade revelada através de Paulo em
Rm 7:13-14, no sentido de que, ao querer fazer o bem que
Deus quer de nós, o único que alcançamos mediante a
natureza pecadora do “velho homem” é fazer o mal. Como
quando, por exemplo, tentamos obedecer a ordem de amar
o próximo, e nos flagramos desprezando ou sentindo
bronca contra alguém. Ou como quando queremos olhar
para todas as mulheres (ou homens para elas) com olhos e
imaginação santa, e descobrimos que em alguns casos não
conseguimos... “carne marvada”, brincamos ainda...

O problema dos que nos acusam de termos inutilizado o


Antigo Testamento, é que eles mesmos não conhecem a
verdadeira mensagem nele contida. Se a conhecessem, não
estariam cometendo a heresia de tentar introduzir o legalismo
judaico na Graça de Cristo. Afinal de contas, eles nem
conhecem a Lei, nem conhecem a Graça. São o “Híbrido” de
que falava aquela citação da revista “Defesa da Fé”, transcrita
na página 118.

A obra realizada por Deus nos passados tempos do vigor


do Antigo Testamento é, para nós, fonte quase inesgotável
de aprendizado espiritual em relação à forma como Ele tem
tratado com o homem, e, também, à forma como este tem
312
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

tratado com Deus.

Por outro lado, sabemos muito bem que temos lá, nesse
Antigo Testamento, a “tanto mais confirmada palavra
profética” de que fala o apóstolo Pedro, à qual atendemos
como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso,
sabendo que toda ela detalha de uma ou outra forma
inúmeros aspectos do ministério de Cristo, até ao fim dos
tempos, quando serão estabelecidos os “novos céus e a nova
terra” prometidos em Is 65:17 e Ap 21:1-2. Mas isto não
significa que devamos ter tal palavra profética como a fonte
da nossa salvação, nem das bênçãos que dela advém em
Cristo Jesus. Isso já seria um erro, visto que tal fonte é, única
e exclusivamente, o próprio Cristo.

O Antigo Testamento anunciava a vinda do Messias, que


viria para salvar a descendência adâmica das garras do
Tentador que a fez cair na Morte lá no Jardim do Éden. E
nesse anúncio, mediante a aplicação dos 10 Mandamentos e
do restante da Lei, a conduzia a um conhecimento parcial
do seu pecado, de modo que o povo tentasse se disciplinar
para não pecar. Mas o povo sempre pecou. Jamais
conseguiu alcançar essa disciplina de uma vida sem pecado.
Por que? Porque Deus não concedeu à Lei o privilégio de
ministrar aos homens essa vitória contra o pecado. Seu
ministério consistiu somente em fazer com que o ser humano
se compreendesse um pecador sujeito à condenação e sentisse
a necessidade do Messias Salvador, a respeito do qual a
palavra profética da “Lei e Profetas” dava o anúncio da sua
313
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

então futura vinda!

Porém:

O Antigo Testamento não salvava ninguém (Gl 3:21-22).


Apenas, repetimos, anunciava a vinda do Salvador.

Veio o Messias, e trouxe, ELE SIM, a Salvação, com todas


as bênçãos que dela derivam.

O Antigo Testamento anunciava algo que ele mesmo não


podia dar a ninguém, conforme explica-nos o genuíno
Evangelho apostólico:

“Foi a respeito desta Salvação que os profetas


indagaram e inquiriram, os quais profetizavam acerca
da Graça A VÓS DESTINADA, investigando aten-
tamente qual a ocasião ou quais as circunstâncias
oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles
estava, ao dar de antemão testemunho sobre os
sofrimentos referentes a Cristo, e sobre as glórias que
os seguiriam. A eles foi revelado que NÃO PARA SI
MESMOS, MAS PARA VÓS OUTROS, ERA QUE
MINISTRAVAM as cousas que agora vos foram
anunciadas por aqueles (discípulos de Jesus) que,
pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregaram o
Evangelho… porque, se fosse promulgada uma Lei
que pudesse conceder a vida, então a justificação
seria mediante essa tal lei” (1Pe 1:10-12; Gl 3:21).
314
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Deste modo, nós estudamos e ensinamos o Antigo


Testamento ou “Lei e Profetas”, sim, mas na justa medida do
que ele é em contexto com a palavra de Deus do Novo
Testamento, dada através do Filho “por quem nos fala nestes
últimos dias” (Hb 1:2), e que é superior a todos os santos
servos do passado, tal e como também nos ensina, mais uma
vez, a “BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL” da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus, em seu comentário a
Ef 2:20, da pág. 1811, onde diz:

“A igreja somente poderá ser genuína se for


alicerçada na revelação infalível, inspirada POR
CRISTO AOS PRIMEIROS APÓSTOLOS.
Os apóstolos do Novo Testamento foram os
mensageiros originais, testemunhas e representantes
autorizados do Senhor crucificado e ressurrecto.
Foram as pedras fundamentais da igreja, e sua
mensagem encontra-se nos escritos do Novo
Testamento, como o testemunho original e fundamen-
tal do Evangelho de Cristo, VÁLIDO PARA TODAS
AS ÉPOCAS.
Todos os crentes e igrejas locais dependem das
palavras, da mensagem e da fé dos primeiros
apóstolos, CONFORME ESTÃO REGISTRADOS
HISTORICAMENTE EM (O LIVRO DE) ATOS E
NOS SEUS ESCRITOS (AS CARTAS DELES). A
autoridade deles é conservada no Novo Testamento.
315
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

AS GERAÇÕES POSTERIORES DA IGREJA


TEM O DEVER DE OBEDECER À REVELAÇÃO
APOSTÓLICA E DAR TESTEMUNHO DA SUA
VERDADE. O Evangelho concedido aos apóstolos do
Novo Testamento, mediante o Espírito Santo, é a fonte
permanente de vida, verdade e orientação à igreja.
Todos os crentes e igrejas são verdadeiros somente na
medida em que fizerem o seguinte:
a)- Aceitar o ensino e revelação originais dos
apóstolos a respeito do Evangelho, conforme o Novo
Testamento registra, e procurar manter-se fiéis a eles
(At 2:42). Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar
AO PRÓPRIO SENHOR (Jo 16:13-15; 1Co 14:36-38;
Gl 1:9-11).
b)- Continuar a missão e ministério APOSTÓ-
LICOS, comunicando continuamente sua mensagem
ao mundo e à igreja, através da proclamação e
ensino fiéis, no poder do Espírito (At 1:18; 2Tm 1:8-
14; Tt 1:7-9).
c)- Não somente crer na mensagem APOSTÓLICA,
mas também defendê-la e guardá-la contra TODAS
as distorções ou alterações”.

É muito grato descobrirmos, nesse texto transcrito, a


forma clara como Assembléias de Deus manda aos seus fiéis
seguir o ensino apostólico DO NOVO TESTAMENTO,
afirmando que rejeitar esse seu ensino é rejeitar ao próprio
Senhor Jesus, que nos dá, ele sim, a liberdade santa que
316
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pregamos e a nova disciplina do amor cristão, pela qual


sentimos nojo do pecado. Ou seja, tudo o contrário do que
nossos acusadores alegam.

E justamente o que as Assembléias instruem ali, é o que


estamos fazendo nós aqui, neste trabalho:

Estamos seguindo o ensino apostólico do Novo


Testamento.

Estamos “defendendo e guardando” a mensagem


APOSTÓLICA contra todas as distorções ou alterações.

Estamos assumindo o Evangelho como a exclusiva “fonte


PERMANENTE de vida, verdade e orientação À IGREJA”,
como eles pedem.

E, com este propósito, acabamos de demonstrar que a


cobrança do Dízimo como uma suposta obrigação
divinamente imposta sobre o povo cristão, é uma farsa, uma
distorção ou alteração que suplanta o evangelho da graça
como tal fonte, anulando-lhe a suficiência, e contradizendo a
voz de Deus que disse: “Minha Graça te basta”!

Mas, se é deste modo, se todo esse assunto dessa cobrança


não passa de uma farsa, então como lidar com o testemunho de
todos aqueles que, declarando-se dizimistas fiéis, afirmam
terem recebido as bênçãos justamente por causa do seu
317
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

pagamento do Dízimo exigido no Antigo Testamento, no livro


de Malaquias?

Ora, é fácil: Na vida real (isto é, fora do ilusório teatro dos


testemunhos escolhidos a dedo e não poucas vezes forjados),
a proporção de não dizimistas bem sucedidos é muitíssimo
maior do que a de dizimistas fiéis também bem sucedidos.

Acontece, porém, que a propaganda incessantemente passada


na TV, na Rádio e nos seus jornais próprios, onde eles
manipulam e montam suas seleções e programas como bem
lhes convém, tem permitido a esses “ministros” do deus
Dinheiro criar a ilusão de que “é dando o Dízimo que Deus
envia a bênção da prosperidade pessoal, familiar ou
empresarial, e que é em troca disso que Ele repreende o
demônio chamado Devorador em Ml 3:11”. Durante estes
últimos anos, seus telespectadores, radiouvintes e leitores têm
sido exaustivamente bombardeados com testemunhos que,
mesmo se fossem todos verídicos no que ao sucesso material
diz respeito, não mostram o verdadeiro estado de pobreza e
necessidade em que está a imensa maioria dos membros
dessas mesmas igrejas, estes, também dizimistas fiéis, como
aparentam ser aqueles que dão o tal testemunho. Na
verdade, se formos verificar direitinho, descobriremos que, por
cada dizimista fiel bem sucedido nessas igrejas, há centenas
de dizimistas, também fiéis, porém, mal sucedidos, vivendo
pobres e até miseravelmente. Estes, porém, não são
mostrados na TV, na Rádio, nem nos jornais deles, porque,
simplesmente, não convém aos ambiciosos interesses desses
318
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

cobradores do Dízimo, que hoje destacam-se como astutos e


inescrupulosos formadores da opinião das suas ingênuas e
ignorantes ovelhas, no meio de uma sociedade cega, que não
sabe para onde vai.

Ademais, como prova de que o pagamento dessa taxa não


faz diferença alguma na hora de Deus estender Sua mão e
abençoar, existem ainda igrejas cristãs nas quais não se
cobra o Dízimo, e cujo índice de membros bem e mal
sucedidos é, no mínimo, o mesmo das igrejas dizimeiras. E
nelas, os bem sucedidos não precisaram pagar o Dízimo para
alcançar o sucesso e a prosperidade financeira que estão
desfrutando. Aliás, tampouco precisaram pagar o Dízimo
bíblico os bem sucedidos membros da igreja Católica que, nos
países ocidentais, são os donos de quase meio mundo, e nem
sequer tem nada a ver com o Cristo vivo. E, se formos avaliar
o nível da bênção numa vida pelo acúmulo de bens
materiais que alguém possui, seriamos, então, obrigados a
concluir que Deus abençoa muito mais aos incrédulos do
que aos crentes, visto que é nas mãos deles que estão as
riquezas deste mundo visível; e os incrédulos, como todos
sabemos, não pagam o Dízimo ao Deus do Evangelho do
nosso Senhor Jesus. Os muçulmanos, também donos de
quase o outro meio mundo, são um bom exemplo disto. Ou
os japoneses, se você preferir...

E o contra-senso não pára por ai:

Pergunte aos milhares de “desviados” dessas mesmas igrejas


que em nome de Deus exigem hoje o Dízimo, qual foi o motivo
319
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

do seu “desvio”. A imensa maioria deles responderá que


estavam cansados de serem explorados pela manipulação
descarada dos líderes que, em compensação pela fidelidade no
pagamento do Dízimo, prometiam-lhes uma bênção financeira
que jamais chegou durante todos os anos que permaneceram
cumprindo com honesta fidelidade essa obrigação de Ml 3:10,
até a ponto de ficarem exauridos, sem carro, sem casa... sem
nada, porque tudo deram esperando receber cem vezes mais!

O que há, pois, na realidade, é muito jogo de informação e


desinformação nessa história toda. O Marketing do Dízimo é
tão fria e inescrupulosamente planejado e calculado, como
qualquer outro. No fundo, é mais um produto comercial a ser
vendido, e, nas suas campanhas, eles usam as mais eficientes
armas da propaganda moderna, impunemente amparados na
Lei de Liberdade de Cultos, já que, normalmente, nem os
legisladores nem os policiais distinguem entre uma simulação
estelionatária de culto a Deus, E UM GENUÍNO CULTO AO
CRIADOR ETERNO. Por causa disto, o povo, sedento de
soluções espirituais, fica a mercê desses hábeis mercenários
espirituais, sendo iludido e saqueado sem compaixão alguma.
Mas, não indo muito longe, faz apenas umas quantas décadas,
quando não tinha ainda sido tão difundida essa introdução das
exigências da Lei na Nova Aliança da Graça no seio das igrejas
evangélicas, os cristãos eram muito melhor sucedidos do que
hoje. Por quê? Porque sua confiança em Deus na hora de
procurar bênçãos espirituais, ou materiais, era
fundamentada na provisão da Graça divina, paga uma vez
para sempre por Cristo JESUS na cruz do Calvário, e não
pelo Dízimo, que, sendo parte da Lei, entendiam eles não
320
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

obrigar os cristãos, nem ter poder para trazer bênção


alguma neste período da Graça. Desde que as igrejas
evangélicas começaram a obrigar os cristãos a pagar o Dízimo,
supostamente sob a ordem do Espírito Santo, os templos são
cada vez mais luxuosos e deslumbrantes e os pastores vivem
mais como reis do que como discípulos daquele Jesus de
Nazaré que não tinha onde reclinar sua cabeça e cujo trono na
Terra foi uma cruz de madeira banhada em seu próprio sangue.
Enquanto isso ocorre, OS FILHOS DOS MEMBROS
DESSAS IGREJAS COMEM MENOS, VENDO EM SUAS
MESAS PRATOS DE MISÉRIA, QUE TESTEMUNHAM
POR SI SÓS CONTRA A FARSA DA PREGAÇÃO
DIZIMISTA.

Muito desta confusão toda, deve-se também ao fato de os


cristãos não saberem mais distinguir a diferença entre um
ensino, ordenança ou obrigação ser bíblico, e, de outro lado,
esse mesmo ensino, ordenança ou obrigação ser cristão.

É hora de tornarmos à compreensão de que somente com o


derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes foi que
nasceu a Igreja de Cristo Jesus. E que, depois disto, as coisas
pertencentes ao Antigo Testamento, apesar de serem
indiscutivelmente bíblicas, deixaram de ser praticadas pelos
apóstolos com fins de salvação ou de recepção das bênçãos
prometidas por Jesus de Nazaré.

Por que deixaram eles de praticá-las com fins salvíficos e/ou


abençoadores?
321
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Porque eles (os apóstolos de Cristo) tinham ainda uma noção


muito fresca e clara de que estava acontecendo a introdução
de uma NOVA E DIFERENTE ALIANÇA OU PACTO DE
DEUS COM OS HOMENS. Eles tinham recebido todo o
ensino do Senhor Jesus havia muito pouco tempo. Por esse
ensino, sabiam que, agora, deveriam andar SOB A VIVA E
REAL GUIA DO ESPÍRITO SANTO RECEBIDO
NAQUELE DIA DE PENTECOSTES, e não mais sob a
letra de uma ‘Lei e Profetas’ que não vigorava mais.

Sabiam que o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo


precisamente com esse fim, de que os guiasse em toda a
verdade, conforme lhes havia prometido (Jo 16:7-13; At
2:32-33). Isto era algo que a Lei jamais fizera com ninguém.
Ela apenas podia guiar no conhecimento do pecado, não da
vida (Rm 3:19-20; Gl 3:21). A Vida, o cristão verdadeiro a
conhece melhor do que ninguém dentre os servos do Antigo
Testamento, porque ela está dentro dele, na pessoa do
Espírito de Cristo!

A forma antiga de andar guiado pela letra da Lei já não


será sua forma de se relacionar com Deus, porque o
próprio Deus está habitando nele!

Porém, mesmo não procurando mais a salvação nem as


bênçãos diárias pela prática dessa letra do Antigo Testamento,
ela continuou formando parte das Sagradas Escrituras cristãs,
A igreja primitiva a usava para ensinar, corrigir, instruir,
educar, mas nunca como um instrumento divino para a
322
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

salvação de ninguém, nem para receber as bênçãos


prometidas por Deus EM CRISTO, e da mesma forma a
usamos nós, hoje. Muitas são as lições que dela tiraram os
apóstolos para nos transmitir esclarecimentos sobre o
ministério glorioso daquele a quem elas apontavam: CRISTO!
Jamais, entretanto, tentaram impor aos cristãos a
obrigação de andar pela obediência aos mandamentos e
instruções nela contidos, de modo que ficasse condicionada
a tal obediência a recepção das bênçãos da Aliança da
Graça, nem a paz com Deus, nem a Salvação eterna.

...Jamais!

Antes, combateram sempre, aberta e decididamente,


qualquer tentativa de se impor tal obrigação sobre os
convertidos a Cristo. O capítulo 15 do livro de Atos, Carta
aos Gálatas, Carta aos Romanos e Carta aos Hebreus, são
prova fiel desta verdade.

Desta maneira, e apenas nestes termos, todos esses


mandamentos e histórias continuam sendo bíblicos.

Todavia, é claro que o simples fato de serem bíblicos não


significa que vigorem na atual Aliança da Graça,
fundamentada, não em letra exterior, mas no sangue do
Cordeiro de Deus, Cristo Jesus, e selada mediante a
concessão do Espírito Santo a seus genuínos seguidores.

Aos cristãos somente obriga, para salvação e recepção


323
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

gratuita das bênçãos prometidas pelo Senhor Jesus, o que


está contido na palavra da Nova Aliança da Graça, e cujo
único fundamento é a obra redentora de Cristo, na cruz do
Calvário.

Quem põe fundamentos de ouro e prata na salvação e na


recepção das bênçãos cristãs são os mercenários, que não
tem escrúpulos em acumular fortunas arrancando da boca
as migalhas de fome das incautas ovelhas, como preço por
algo que Ele está dando de graça.

…jamais Deus Pai

…jamais Deus Filho

... jamais Deus Espírito Santo

... jamais os apóstolos de Cristo.

Nestes termos, o Dízimo é bíblico, sim: Foi claramente


estabelecido sob o Pacto Antigo em Lv 27:30-34 e Dt 14:22-
29.

Porém, muitas outras coisas são também bíblicas, E NÓS


NÃO AS PRATICAMOS HOJE, PORQUE SABEMOS
MUITO BEM QUE NADA TEM A VER COM O NOVO
PACTO DA GRAÇA EM JESUS.

O sacrifício de Abel, só para exemplificar, é bíblico, e,


ademais, foi realizado muito ANTES de ser dada a Lei do
324
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Sinai, tendo sido, ainda, bem ACEITO E APROVADO PELO


PRÓPRIO DEUS. Por que, pois, não introduzir esse belo ato
sacrifical de Abel nas nossas igrejas, ou pelo menos nessas
em que foi implantado o Dízimo de Abraão sob o argumento
de que este o pagou também ANTES de ser dada essa mesma
Lei? Qual seria, aqui, a resposta dos fugidios implantadores do
legalismo judaico na igreja de Jesus Cristo? Diriam que Deus
aboliu os sacrifícios da Lei. Muito bem. Só que o sacrifício
de Abel jamais foi da Lei, pois ocorreu muitíssimos anos
antes dela ser dada, da mesma forma que o Dízimo de
Abraão. E, neste sentido, o valor de um e outro gesto
deveria ser, no mínimo, igual, visto como Deus gostou e
aceitou o de Abel! Que mais poderiam alegar? Que nosso
sacrifício para Deus é hoje o de Cristo na cruz? Pois é:
Nosso Dízimo também é, hoje, o corpo de Cristo sacrificado
nessa cruz, porque foi mediante ele que ficou totalmente
paga nossa dívida para com Deus, visto que “nele estava o
castigo que nos traz a paz” com Deus (Is 53:5) e que, com
esse seu corpo carnal ali sacrificado, “cancelou ele a dívida
que era contra nós” (Cl 2:10-14). Se ele já pagou, então não
temos dívida nenhuma para com Deus... O que temos, isto
sim, é uma gloriosa e gratuita herança na condição de filhos
de Deus em Cristo. Chega, pois, de farsa, porque os filhos,
segundo ensinou Jesus, estão isentos dos impostos e tributos
cobrados pelos seus pais reis (Mt 17:25-26), e nós somos os
filhos do Rei da Glória!

Bíblico, segundo Lv 19:27, é que os homens não cortem o


cabelo em redondo, do jeito que todo mundo o corta hoje nas
325
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

igrejas evangélicas, nem danificar as extremidades da barba, do


jeito que todos os crentes cortam a barba todo dia para não
deixá-la crescer porque o próprio ministério das igrejas lhes
ensina que é contrário à vontade de Deus tê-la crescida. É uma
ordenança da Lei que não vigora mais? Concordamos. Mas
o Dízimo é dessa mesma Lei: Leia-o em Lv 27:30-34. Por que
então o querem fazer vigorar? Se esta parte dessa Lei
vigora, a outra também deveria ser igualmente obedecida
hoje, pois são do mesmo livro!

Bíblico é, também, que os pais entreguem um filho teimoso e


desobediente aos líderes da comunidade para que o apedrejem
ATE À MORTE (Dt 21:18-21). Por qual motivo os cobradores
do Dízimo não praticam isso hoje, sabendo que suas igrejas
estão lotadas de famílias com filhos teimosos e desobedientes?
Pergunte a eles. Você vai se surpreender quando lhe
responderem que isso “não vigora mais, PORQUE É DA LEI
DE MOISÉS”. Mas, e o Dízimo referido em Ml 3:8-10 não é
também o da mesma Lei de Moisés? Senão, quais eram as
normas que o Livro de Malaquias ordenava observar em 4:4?
As da Lei de Moisés, dadas por Deus no Monte Sinai. Reveja
de novo seu estabelecimento nos citados textos de Lv 27:30-
34; Dt 14:22-29; Nm 18:21-23. O Dízimo é da mesma Lei que
mandava apedrejar os filhos teimosos e desobedientes, sim.
Eles, porém, como os fariseus, usam os “dois pesos e duas
medidas” de Pv 20:10... Escolhem de Malaquias o que convém
a seus bolsos, argumentando que ainda vigora, e o resto
jogam, eles sim, no lixo!
326
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Eles é que fazem da palavra do Antigo Testamento um


lixo, ao jogar fora o que não convém a seus interesses.

Bíblico é, assim mesmo, apedrejar até à morte AO HOMEM


QUE FOR FLAGRADO EM ADULTÉRIO (Dt 22:22). Por
que os que utilizam trechos da Lei para cobrar o Dízimo, não
apedrejam hoje os inúmeros adúlteros das suas respectivas
igrejas? Pergunte-lhes. Mais uma vez dirão que “ESSA LEI DE
MOISÉS NÃO VIGORA MAIS”. Entretanto, usam ela para
obrigar o povo a pagar o Dízimo! Malaquias não estabeleceu
Lei nenhuma. A Lei do Dízimo que ele menciona ali é a
mesma Lei do Dízimo recebida por Moisés da mão de Deus no
Monte Sinai; a prova disso está umas poucas linhas mais
adiante, na cobrança que ele faz em 4:4, mandando observar tal
Lei, toda. É que eles querem fazer vigorar dela apenas o que
engorda suas contas bancarias... com seu dinheiro, leitor!

Sim: Bíblico é, do mesmo modo, esse citado apelo em Ml


4:4 em prol da guarda de toda a Lei de Moisés. Por que estes
fariseus não obedecem também tal apelo, que está no
mesmo livro do profeta Malaquias do qual extraíram seu
trechinho de 3:10? POR QUE ELES NÃO IMPLANTAM
NAS SUAS RESPECTIVAS IGREJAS A OBSERVÂNCIA
DE TODA A LEI DE MOISÉS, VISTO ESTAR ISSO
ORDENADO NO MESMO LIVRO DE MALAQUIAS QUE
ESTÃO USANDO PARA FUNDAMENTAR A COBRANÇA
DO DÍZIMO? POR QUE QUEREM ELES FAZER
VALER OU VIGORAR APENAS UM PEQUENO
327
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

TRECHO DESSE LIVRO, E JOGAR O RESTANTE NA


LIXEIRA?

O motivo, repetimos, e um só:

Eles são mercenários!

A única coisa que lhes interessa em tudo quanto se envolvem


é o tilintar das moedas e o, para eles, suave cheiro das notas do
Deus Mamon, ou Deus Dinheiro.

Possuídos por este avarento (e idolátrico) interesse, eles não


se importam em pisotear o direito das ovelhas, enforcando-as
com o chicote da Lei, para, assim espiritualmente imobilizadas
e submetidas, sugar-lhes tudo quanto possuem. Isso, para eles,
é prazer... é gozo!

E se você se sente ofendido por estas palavras, achando-se


sincero diante de Deus, então saia da correnteza do engano,
como já dissemos, e conduza o rebanho do Senhor aos pastos
verdes da Graça, como é devido, para que possam crescer de
verdade como os discípulos dos tempos apostólicos, quando
quase todo convertido terminava se tornando um ativo ministro
do Evangelho, não permanecendo para sempre nessa raquítica
condição de mero ouvinte de banco de igreja, santo entre as
quatro paredes e lamentavelmente mundano lá fora. Tampouco
diga que nos faltam ética e amor quando denunciamos tão clara
e abertamente esta crua realidade. Falto de ética e de amor é o
que eles fazem!... Não isto que estamos fazendo nós aqui,
numa luta desigual e ingrata por tirar dos escravos espirituais o
328
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

jugo desta farsa, montada através do mau uso do nome de


Jesus e da palavra de Deus. Antes de nos acusar de faltos de
ética e de amor, analise bem as coisas... não seja que Deus o
encontre “lutando contra o aguilhão”, como estava Saulo de
Tarso.

Os dizimeiros são “fariseus hipócritas que, por ambição,


coam o mosquito e engolem o camelo do pecado” entre os
ingênuos membros das suas congregações sem se importar
muito com o verdadeiro estado espiritual deles, usando assim a
Bíblia somente para enriquecer a si mesmos com o dinheiro de
um povo ignorante, porém sedento e muito faminto das coisas
espirituais.Isto, sim, é falta de ética e amor!

E O PIOR DE TUDO É QUE ESSE POVO HUMILDE,


ARREBANHADO MEDIANTE A PREGAÇÃO REMEN-
DADA DOS LEGALISTAS COBRADORES DO DÍZIMO,
ESTÁ DESPROTEGIDO DIANTE DE TODO ESSE
EMARANHADO DOUTRINÁRIO COM QUE É
FORÇADO A PAGAR, “SOB PENA DE CAIR
CASTIGADO POR ROUBAR A DEUS”. NINGUÉM HÁ
QUE SE LEVANTE CONTRA ESTA INJUSTIÇA,
PORQUE É NECESSÁRIO UM CONHECIMENTO
BÍBLICO QUE O COMUM DAS PESSOAS NÃO TEM...
NEM SEQUER AS AUTORIDADES POLICIAIS E
JUDICIAIS ÀS QUE CABERIA EVITAR ESTES
ESTELIONATOS: Daí essa impunidade que reina absoluta
ao amparo de uma intocável Lei de Liberdade de Cultos,
que em país algum do mundo os juízes se atrevem a
interpretar para sentenciar contra as instituições
“religiosas” fundadas por esses mercenários, porque
329
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

sentem pânico só de imaginar a fanática reação em cadeia


que se seguiria, com o apoio solidário dos demais grupos da
mesma “linha” (ou, melhor, da mesma ‘laia’). Para o
Estado é muito difícil lidar com sucesso contra a enganação
religiosa, principalmente porque seus próprios represen-
tantes, legisladores e funcionários nada entendem destas
coisas, sendo quase sempre também vítimas cativas de
alguma dessas religiões.

É hora, pois, de tornarmos à compreensão do genuíno


ensino apostólico, para sair, cada um por si, da arapuca, já
que pelos meios jurídicos de amparo à coletividade não se
vislumbra qualquer saída!

É hora de ensinar ao povo a verdadeira doutrina da


Graça que há em Jesus Cristo, para que compreenda por si
mesmo que é mentira esse brado televisivo e radial de que
“Dízimo também é salvação”.

“Salvação no Dízimo”, coisa nenhuma!

Esse brado, aos olhos de Jesus e dos seus apóstolos, é, isso


sim, uma monstruosa blasfêmia, pois o brado apostólico,
contrário a essa mentira, é: “Em nenhum outro (além de
Jesus) há salvação, porque debaixo do céu não há outro
nome dado aos homens para serem salvos... salvos por
graça; não por obras, para que ninguém se glorie... pois
fomos justificados pela fé na obra redentora de Cristo, sem
as obras da Lei... Aquele que não nos negou nem seu
próprio Filho, antes por nós o entregou na cruz, como não
330
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

nos dará gratuitamente com ele todas as coisas?”!

Se Cristo ou seus apóstolos nos cobrassem o Dízimo, aí


sim faria parte da mensagem da salvação, e o cristão
deveria pagá-lo com alegria. Porém, nem Cristo Jesus nem
seus apóstolos cobram Dízimo algum dos seus seguidores,
porque esta taxa, como todo o restante da Lei, “não é da fé”
(Gl 3:12), e era válida somente enquanto a velha e caduca
aliança da Lei vigorava (Lc 16:16).

...APENAS ENQUANTO ELA VIGORAVA.

Hoje, não vigora para nós, cristãos. Nosso guia, agora, é o


eterno Espírito Santo, vivo e real em nós, tal como
prometido por Jesus em Jo 14:23 e 16:13-15, E ELE NÃO
NOS PEDE DÍZIMO ALGÚM AOS SEGUIDORES DE
CRISTO PARA CONTINUAR HABITANDO NO
INTERIOR DE CADA UM, NEM NA FORMA LEGAL DE
OBRIGAÇÃO NEM NA FORMA DE “DEVOLUÇÃO”!

“Devolução” de quê?

“Devolução” de herança?

Isso soa a discurso de caloteiro!

O Espírito Santo não nos pede em nenhum versículo de


todo o Evangelho que lhe devolvamos nada da herança que
o Pai nos dá hoje no Pacto da Graça em Cristo, de forma
331
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

IRREVOGÁVEL. Sim: Ao contrário do que esses


caloteiros pregam, é Ele quem nos lembra que “os dons de
Deus são irrevogáveis, sem arrependimento” (Rm 11:29).
Ou seja, Ele não nos dá para no-lo exigir de volta, seja na
forma de pagamento obrigatório, seja na forma de
“devolução” parcial ou como o queiram intitular!

Ele, habitando hoje em nós, é um guia GRATUITO,


eterno e infinitamente superior a qualquer lei ou instrução
escrita em coisas externas, como tábuas de pedra,
pergaminhos, folhas de papel, etc. A herança que Ele nos
dá é, como toda herança, irrevogável: Quem no-la quer
tomar das mãos são os caloteiros e estelionatários!

Quem realmente o recebe sabe desta gloriosa realidade,


pelo entendimento espiritual dado por Deus “EM NÓS”,
fonte íntima e única de todas as bênçãos prometidas em
Cristo. Quem não o recebe não tem como sabê-lo, e por este
motivo, geralmente, vive sua religião correndo atrás das
tábuas de pedra e do papel, ou dos “profetas” e “mestres”
que lhe alimentam com ilusórias falsas verdades os sonhos
da sua vaidade materialista e sensual.

Os guiados pelo Espírito Santo de Rm 8:14 não corremos


atrás de mais nada para nós mesmos, nem de guias
externos sejam estes de pedra, de papel ou de carne, porque
o Altíssimo Ser que procurávamos já está habitando em
nosso íntimo. Nossa maior preocupação agora é lutar pela
salvação dos outros sedentos aos que se referia Jesus em Jo
7:37-39. Sedentos dessa vida eterna que a Lei não tem como
332
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

dar a ninguém, porque Deus não lhe outorgou esse


ministério, mas que Ele lhes concederá vindo pessoalmente
habita-los através Seu Espírito Santo e conduzi-los numa
forma de vida santa, irrepreensível e farta (Jo 14:16-23;
1Jo 2:27; 1Ts 5:23).

Não tem, pois, sustentação a acusação deles de que


promovemos a libertinagem e o afundamento no pecado.
Eles sempre alegaram essa mesma bobagem contra os
pregadores da Graça pura de Jesus durante todos estes
passados 2.000 anos. Paulo, por exemplo, teve de se
defender deste tosco argumento no seu profundo discurso
de Rm 6:1-23. E é desta passagem que tiramos sua resposta
a esta tola acusação: Os genuínos convertidos cujo velho
homem foi juntamente crucificado com Cristo, já não
vivemos para o pecado, mas oferecemos a Deus diariamente
os membros do nosso corpo como instrumentos da justiça.
Assim fazendo, Deus nos transforma em seus servos (Rm
6:11-13 e 12:1-2; 2Co 3:5-6). A nós, quem nos convenceu de
pecado antes da conversão e continua convencendo-nos
toda vez que sofremos algum tropeço, é o próprio Espírito
Santo, conforme afirmação de Jesus registrada na palavra
de Jo 16:8. Esta é a gloriosa obra da Graça transformando
um vulgar pecador em uma NOVA criatura, santa e
agradável a Deus em Cristo. Pena que os legalistas não
vêem nem compreendem esta glória, porque o véu carnal
da impossível obediência do homem natural à Lei de Deus
os impede (1Co 2:14; 2Co 3:14-16). “Quando, porém,
alguns deles se convertam ao Senhor Jesus, o véu lhes será
retirado” e verão a Luz gloriosa da Graça, que hoje lhes é
333
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

mistério. Os que não se converterem, inevitavelmente


sofrerão sob o peso da sentença apostólica que ainda hoje,
quando a porta da Graça está aberta, os exorta assim:

“Não vos enganeis:


De Deus ninguém zomba;
pois aquilo que o homem semear,
isso também ceifará.
Porque o que semeia para a sua própria carne,
da carne colherá corrupção;
mas o que semeia para o Espírito,
do Espírito colherá vida eterna”.
(Gl 6:7-8)

É hora, pois, de que todos os servos do Jesus da Graça no


mundo inteiro nos levantemos do acomodo e façamos
rebrilhar o genuíno Evangelho pregado pelos apóstolos
dele. Nestas palavras finais, fazemos o apelo para que cada
um de nós elevemos a voz nos quatro cantos da Terra,
usando todos os meios possíveis ao nosso alcance: Livros,
folhetos, artigos em revistas e jornais, programas na Rádio
ou TV, Internet, evangelismo pessoal, etc., porque os sinais
estão mostrando que o dia do Arrebatamento não está mais
tão longe, e muitas ovelhas confusas por causa daquele
fermento fariseu de Mt 16:6-12 precisam de
esclarecimentos antes do “toque da Trombeta”, para
compreenderem que esse negócio de pagar ou
“DEVOLVER” Dízimos é coisa de Caim... e termina mal.

Filhos do Pacto da Graça: Preguemos aos quatro ventos,


334
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

no mundo inteiro, ai onde a vontade do Senhor tem


permitido que cada um de nós esteja, a mensagem da
Graça, COMO ELA É!

Preguemos aos quatro ventos a mensagem da Bíblia


TODA, no seu verdadeiro e genuíno significado, sem as
deturpações que os legalistas tem semeado no coração das
ovelhinhas do Senhor, motivo pelo qual mancam,
fraquejam e adoecem, a mercê dos lobos vorazes.

Temos clara consciência de estarmos pondo o dedo numa


chaga muito grande. Maior desafio, porém, enfrentaram os
apóstolos no seu tempo contra o legalismo dos judeus, que
matavam os cristãos justamente pelo motivo de declarar
publicamente que nada tinham a ver com a Lei do Antigo
Testamento. E, assim como eles não vacilaram para o bem de
muitos, tampouco nós devemos vacilar hoje, procurando a
libertação de muitas almas dessa dura, farisaica e diabólica
escravidão exercida através da cobrança do Dízimo ou de
quaisquer outras leis do Pacto Antigo, flagelo que se alastrou
por quase toda a cristandade mundial, como um câncer no
Corpo de Cristo, cerceando-lhe a plena saúde da Graça, tanto
no plano espiritual quanto no material, ou seja, no bolso e no
corpo físico.

A liberdade para a qual Cristo nos chamou, é um direito


sagrado de cada cristão, e sua defesa é um “dever” vital de
cada um dos membros do Corpo de Cristo, ao qual nos empurra
o Espírito Santo, a quem devemos servir, não por lucro, mas
335
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

para a Salvação real e genuína das almas sedentas que,


indefesas nas garras dos lobos vorazes, não têm quem lhes
esclareça as coisas com a coragem santa de não se apoucar
diante das perseguições ou dos ataques e calúnias dos farsantes,
que hoje chamariam de “falso profeta” e “falso mestre”
também a Jesus de Nazaré e a todos seus apóstolos, porque esta
pregação contra esse legalismo não é invenção nossa: É,
antes, deles: De Cristo e seus discípulos!

Não nos acovardemos, pois, mesmo quando formos


chamados de falsos mestres por pregarmos gratuitamente o
evangelho da Graça de Jesus. Pelo contrário, diante dos
ataques dos mercenários cobradores de dinheiro em nome de
Jesus, cresçamos como cresciam os apóstolos e combatamos
com mais vigor o bom combate da fé pura de Cristo, em favor
dos filhos de Deus do mundo inteiro.

Não é hora de dormir: Os sinais dos tempos exigem uma


atitude cristã corajosa e desinteressada em favor dos muitos
deles que, por falta de uma sólida formação bíblica,
naufragam na dúvida, sem terem quem lhes estenda a mão
para tirá-los do abismo da incerteza à que os empurraram as
misturas doutrinárias de remendo velho em pano novo, como
essa do Dízimo.
336
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Se for verdade que estamos perto do Arrebatamento, então


estamos também no tempo da restauração final da Igreja,
quer dizer, da vida dos nossos irmãos em Cristo.

É hora, pois, de redirecionar os passos.

Hora de consertar as redes.

Hora de assumir o compromisso com a verdade do Senhor


da Graça, que em breve virá buscar sua Igreja, que somos
nós, junto com os nossos irmãos cristãos do resto do mundo.
E esta deverá estar bem preparada para esse encontro
glorioso com o Santo Salvador.

É hora da volta de Jesus?

Redimamos, então, o tempo, em prol da verdade da Graça


para que opere preparando muitas vidas que saibam ouvir o
som da Sétima Trombeta, a última, e a voz do Senhor
quando, nesse instante de glória, chamar nosso nome.

Pelo demais, rogamos que o Senhor Jesus, pelo seu


Espírito Santo, nos dê mais, para mais dar. “De graça
receberemos, de graça daremos” aos que tem verdadeira
sede das coisas eternas.
337
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Jesus vem, e, com ele, a glória preparada pelo Pai para os


seguidores do Novo Pacto efetuado conosco mediante a
oferta da preciosa vida de Cristo na cruz, e não mediante a
Lei do Dízimo, ou qualquer outra.

Glória preparada por Ele, não neste mundo


(“nem ouro, nem prata”...).

Glória que paga, sozinha, esta luta toda pela salvação de


pessoas que não conhecemos nem conheceremos nesta
nossa vida terrena, mas que, com certeza, alcançaremos
através da mensagem contida neste livro.

Glória essa que é eterna:

Mercenário não se apossa dela...

Ladrão não a rouba...

Traça não a rói...

Porque é a glória,

especial e grandiosa,

inamovível,

que Deus preparou,


338
A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

“escondida dos sábios e dos entendidos”

para os Seus “pequeninos”;

estes, aos quais Sua Graça,

em Cristo,

nos basta!

Iván Darío Toro Rúa

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