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PENITENCIÁRIA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
COMANDO GERAL
Portaria n. 286/2017
RESOLVE:
PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE
Colaboradores do CETESB
Edson Haddad – Técnico CETESB
Anderson Pioli – Técnico CETESB
Fotógrafia
Comunicação Social – CBMGO/BM-5
Foto de Capa
1º Sgt/Combatente Aylon Ferreira Serbêto
Sd QP/Combatente Alessandro Moreira Ribeiro
Participação nos fluxogramas
Cb QP/Combatente Aistein Alves Oliveira
Goiânia/GO
2017
M294 Manual operacional de bombeiros: produtos perigosos /Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Goiás. – Goiânia: - 2017.
123 p. : il.
Colaboradores.
CDU: 616-083.98
PREFÁCIO
Objetivos
Apresentar a importância do atendimento e a padronização do atendimento
envolvendo produtos perigosos; e
Apresentar a evolução dos acidentes envolvendo produtos perigosos no estado
de Goiás, atendidas pelo CBMGO.
Finalidade
Este presente manual tem como finalidade estabelecer procedimentos
necessários para aqueles que respondem a emergências envolvendo produtos
perigosos - PP e a padronização dos termos aplicados nessa atividade no âmbito do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Estatística
Os acidentes envolvendo produtos perigosos - PP são uma preocupação de
política pública, das empresas que fazem o seu manejo, dos locais de pesquisa, da
população e do meio ambiente que sofrem os maiores riscos de contaminação
(OLIVEIRA, 2011), seja pelo material perigoso encontrado nos acidentes em seus
estados físicos, como: sólido, líquido ou gasoso. Conforme documentação de
acidentes envolvendo PP registrados no estado de Goiás pelo Corpo de Bombeiros
Militar no dia a dia (SIAE, 2017), observou-se uma grande quantidade de
ocorrências envolvendo este tipo de material, consequentemente provocando danos
e prejuízos ao meio ambiente.
No entanto, por serem ocorrências de alta periculosidade e de riscos
específicos, é necessário que as pessoas envolvidas na produção, no transporte,
armazenamento, na utilização e no descarte do produto químico, conforme seu ciclo
químico (FUNDACENTRO, 2017), tenham o mínimo de conhecimento do risco que
corre ao fazer o seu uso inapropriado.
No sentido de ilustrar a problemática social que resulta da falta de
conhecimentos no manuseio de produtos químicos, trazemos alguns dados
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Química é uma ciência que tem como objeto de estudo a matéria e suas
transformações. Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço
(Atkins & Jones, 2006). Entre os vários tipos de matérias existentes, tem se aquelas
que se enquadram como Produtos Perigosos.
A unidade fundamental da matéria é o átomo. Quando dois ou mais
átomos se unem por meio de ligações químicas, podem formar moléculas,
compostos íonicos ou metais. Essas moléculas e compostos podem interagir entre si
e formar uma substância. Quando duas ou mais substâncias se misturam, temos o
que chamamos de materiais (Santos, 2005).
Um Produto Perigoso, quando na forma de substância ou material, pode
ser encontrado nos estados sólido, líquido e/ou gasoso, e apresentar propriedades
físicas tais como: ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade e viscosidade.
Substâncias Material
(mistura de
Substância Substância Substância duas ou mais
atômica iônica molecular substâncias)
Figura 4 – Líquidos com viscosidades diferentes. Da esquerda para a direita aumenta a viscosidade.
Fonte: http://www.manutencaopreditiva.com.
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Seção 4 – Glossário
Objetivos:
Elencar termos específicos e as definições para emergências envolvendo produtos
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perigosos.
CAPÍTULO 3 – IDENTIFICAÇÃO
Objetivos:
Identificação de Produtos Perigosos no Brasil e no mundo;
Familiarizar a tropa com as simbologias de identificações de PP.
1 – Identificação ONU
1.1 – Painel de Segurança: figura de cor laranja que é utilizado para o transporte
rodoviário de PP. Possui a parte inferior destinada ao número de identificação do
produto (Número ONU) e a parte superior destinada ao número de risco.
Observações:
Número de risco
Número ONU
Figura 7 – Painel de segurança.
2 Gás
3 Líquido inflamável
4 Sólido inflamável
5 Substâncias oxidantes ou peróxidos orgânicos
6 Substância tóxica
7 Substância radioativa
8 Substância corrosiva
0 Ausência de risco
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inflamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Tóxico
7 Radioativo
8 Corrosivo
Perigo de reação violenta resultante da decomposição espontânea ou de
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polimerização
CORES SIGNIFICADO
Vermelho Inflamável
Verde Gás não inflamável/não tóxico
Laranja Explosivo
Amarelo Oxidante
Vermelho/amarelo Peróxido
Azul Perigoso quando molhado
Branco Venenoso/tóxico/infectante
Preto/branco Corrosivo
Amarela/branco Radioativo
Vermelho/branco Combustão espontânea
Vermelho/branco listrado Sólido inflamável
Quadro 2 - Código de cores – NBR 7500/2012
Classe 1 – Explosiva
Classe 2 – Gases
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2 – Diamante de Hommel
3 – Pictogramas
Sistema de classificação de modelo europeu, criada pela Comunidade
Europeia em Bruxelas, em 1993, muito encontrado em laboratórios de pesquisa.
Fonte:DESENVOLVIMENTO..Disponível.em:<.http://www.desenvolvi
mento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=818>. Acesso
em: 04 de Janeiro, 2013.
Figura 11: Transporte inadequado e erro de identificação no painel de segurança e rótulo de risco.
Fonte: Daniel Campos Correia.
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Objetivos:
Apresentar os níveis de capacitação;
Saber os limites de atuação de cada profissional.
Nível I – Básico/Alarme/Reconhecimento
Ao término do Curso de Formação de Praças – CFP e Estágio de Adaptação
de Cabos - EAC, na qual esses militares do CBMGO farão a atividade de
reconhecimento do evento. Entretanto, é o pessoal que no exercício de suas
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Nível II – Operações
Ao término do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS e Estágio de
Adptação de Sargentos - EAS, o militar respondedor é responsável pelo primeiro
atendimento ou resposta a emergências com produtos perigosos, tendo capacidade
de:
a) proteger-se;
b) empregar métodos formais de identificação de PP e recipientes envolvidos, além
de prever seus comportamentos e condições que a cercam;
c) realizar preventivamente o isolamento específico do PP do incidente, sem
participação direta no controle de vazamento;
d) definir as áreas de proteção;
e) planejar resposta inicial, empregando ações defensivas, empregando os materiais
e sua adequação para emergência com PP;
f) estabelecer e aplicar procedimentos de controle de cena, incluindo zonas de
controle, a descontaminação de emergência e comunicações; e
g) auxiliar os técnicos em emergência com PP.
Nível IV – Especialista
Suporte técnico avançado e independente nas emergências. São Oficiais e
Praças, que se habilitam na função de consultoria e assessoria para os Técnicos e
Comandantes de Incidentes HAZMAT, auxiliando no processo de tomada de
decisões. Realiza atividades de salvamento complexo, uso de equipamentos de
proteção respiratória compatíveis com a realidade da ocorrência, monitoramento
ambiental, transbordo e descontaminações.
a) desenvolvimento de estratégias;
b) desenvolvimento de táticas;
c) comando de execução das estratégias planejadas; e
d) comando de execução das táticas planejadas.
Objetivos:
Informar cada função dos respondedores no Zoneamento de Área de Trabalho -
ZAT.
Chefe de
Operações
Agente de
Segurança
Equipe de Intervenção
Equipe de
– atendimento Equipe de Suporte
Descontaminação
– reconhecimento
Líder de
Líder de Intervenção Líder de Suporte
Descontaminação
Auxiliares de Auxiliares de
Intervenção Descontaminação
Ajudantes de
Descontaminação
Auxiliares de
Auxiliares de
Proteção
Comunicação
Respiratória
Auxiliares de
Auxiliares de Análises
Operações de
Laboratoriais
Defesa Civil
Auxiliares de
Auxiliares de
Emergências
Meteorologia
Médicas
Auxiliares de
Logística
Quadro 3: Sistema de trabalho.
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da OBM da área.
Objetivos:
Identificação;
Isolamento;
Salvamento;
Contenção/confinamento; e
Descontaminação.
Guarda Municipal –
Polícia Rodoviária
Aterro Sanitário –
Órgão Ambiental
Órgãos
Transportador
Polícia Militar
Prefeitura
ABIQUIM
Trânsito
Militar
CNEN
Atividades
Identificação Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim
Isolamento Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim
Salvamento Sim Não Não Não Não Não Não Não Não
Contenção Sim Não Não Não Sim Não Sim Sim Sim
Descontaminação Sim Não Não Não Sim Não Sim Não Sim
Zona Quente/Exclusão Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não
Zona Morna/Redução de
Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não
contaminação
Zona Fria/Apoio Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Quadro 4: Atribuições legais.
Objetivos:
Controlar os níveis de contaminação no atendimento às ocorrências.
Figura 15 – ZAT.
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Seção 3 – Isolamento
Objetivos:
Apoiar na segurança dos respondedores, das vítimas, do patrimônio e do meio
ambiente, garantindo a permanência de gerações futuras.
Deverá ter inicialmente de 50 a 100 metros de raio, e posteriormente serem
reavaliados para fins de segurança dos respondedores, vítimas, população e
equipamentos. Os fatores que irão influenciar no aumento ou diminuição do raio de
isolamento inicial são:
Zona Quente
Zona morna
Zona fria
Posto de
Comando
O L
Observação:
- O manual da ABIQUIM poderá ser utilizado, devendo ser consultada a tabela de
isolamento (guia verde);
- Quando o produto for identificado, a Ficha de Informação de Segurança do Produto
Químico – FISPQ é de uso obrigatório. Porém, para o melhor atendimento, faz-se
necessário obter todas as informações do PP, podendo ser consulado o manual
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health, do Instituto Nacional
de Segurança e Saúde Ocupacional e dentres outras formas de identificação.
Seção 4 – Estacionamento
Objetivos:
Posicionar de forma segura as viaturas de emergências para a efetivação do
atendimento.
Cuidados devem ser tomados quanto ao posicionamento de viaturas no local
dos eventos com produtos perigosos, pois existem peculiaridades específicas de
ocorrências dessa natureza:
Seção 5 – Descontaminação
Objetivos:
Reduzir a contaminação dos respondedores, vítimas, equipamentos e dentre outros.
Retirada do
Sacos plásticos
6 EPR
e banqueta
Água, sabão Lavagem de
7 neutro, mesa, campo
toalhas e roupão
Figura 20 – Layout H.
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Figura 29 – Corredor de redução de contaminação, básico, risco leve com sete estações.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Objetivos:
Selecionar os níveis de proteção conforme o risco;
Saber os equipamentos a serem utilizados para cada traje;
Observar os fatores de risco na escolha correta do traje.
e) dielétrica/isolante;
f) proteção contra poeiras químicas, biológicas e radioativas;
g) não acumular calor interno; e
h) não impedir movimentação ou comunicação.
Observação:
As roupas de proteção contra contaminação foram desenvolvidas para
proteger a pele do usuário da contaminação acidental. No entanto, não existe
tecido capaz de resistir a todos os materiais perigosos, assim será utilizada de
acordo com o risco existente no acidente e deve-se definir o grau de proteção
exigido na operação independente do estado físico do PP.
NÍVEIS DE PROTEÇÃO
d) botas com resistência química com palmilha e biqueira de aço, ou bota interna ou
externa de proteção química;
– Nível D:
Traje utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais não
sujeitos a riscos de contaminação, não prevenindo contra riscos envolvendo
produtos perigosos.
Figura 33 – Nível D.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
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Objetivos:
Direcionar o atendimento aos órgãos responsáveis;
Executar o atendimento de forma segura.
Objetivos:
Acionar outras instituições caso necessário;
Executar sequência correta do atendimento conforme sua natureza.
Objetivos:
Saber utilizar substâncias de baixo custo para contenção.
Otimizar o uso de equipamentos e o efetivo.
Utilizar a melhor técnica de contenção.
Observações:
O vazamento/derramamento de um material perigoso líquido tenderá a
acumular-se no solo, dando origem à formação de uma poça. O tamanho dessa
poça dependerá da sua taxa de alimentação, das características do produto, do
tipo de solo e da presença de obstáculos.
O evento subsequente quando se forma a poça, é a evaporação do produto,
diluindo no meio ambiente. A taxa de evaporação dependerá do tamanho da poça,
da troca térmica com o ar e o solo, da velocidade do vento, do tipo de solo e
das características do produto, como a volatilidade e pressão de vapor do
material.
Quanto maior o tamanho da poça maior será a taxa de evaporação do
produto. No entanto, torna-se fundamental conter o líquido derramado,
propiciando uma taxa elevada de evaporação e a formação de uma nuvem muito
concentrada na atmosfera.
A velocidade do vento também influencia a taxa de evaporação. Uma maior
velocidade do vento propicia uma maior remoção dos vapores acima do líquido,
acelerando o processo de evaporação.
Este manual apresentará três técnicas para o controle de derramamentos de
produtos líquidos, como desvio, dique de contenção e retenção de produto.
A técnica de desvio consiste no deslocamento controlado de um líquido de
uma área para outra, na qual os efeitos ao homem e ao ambiente possam ser
reduzidos. A técnica de dique de contenção consiste na utilização de uma ou mais
barreiras, para conter ou controlar o deslocamento de líquidos de uma área para
outra. Na técnica de retenção consiste na contenção temporária de um líquido em
uma determinada área.
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3.1 – Desvio
Podem ser utilizados diversos substratos como barreira (terra e areia), para
desviar material perigoso. O desvio é realizado antes da chegada do líquido ao local
a ser protegido, a utilização desses materiais é muito prática e quase sempre,
estarão disponíveis.
O desvio deve ser construído de maneira adequada. Um pequeno desvio,
cada respondedor deverá utilizar ferramentas para cavar e preparar o solo. No
mesmo momento em que um respondedor prepara o solo, o segundo respondedor
recolhe e amontoa o material recolhido nos locais escolhidos e um terceiro
respondedor realiza a sua compactação. Assim, continuar até que o desvio esteja
terminado.
Poderão ser utilizados equipamentos pesados para a construção de um
desvio, em casos envolvendo grandes derramamentos de líquido.
– Características:
A primeira característica na construção do dique de contenção é que poderá
ser construído com qualquer material disponível nas proximidades do
derramamento/vazamento, mas o respondedor deverá tomar cuidado para que o
produto perigoso a ser contido não reaja com o material do dique. Entretanto, podem
ser utilizados na construção materiais comuns como areia, terra, pedras,
substâncias compatíveis de baixo custo (cimento, cal virgem e entre outros)
ou detritos diversos, sendo assim, é uma atividade de baixo custo e que exigirá
pouca mão de obra, contando com duas a quatro pessoas.
Figura 37 – Acidente atendido pelo CBMGO em Quirinópolis envolvendo ácido clorídrico, com o uso
de pá mecânica na contenção.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Cuidado:
Em sitações com inflamáveis, não se deve utilizar Roupas
confeccionadas em plástico, a menos que ofereçam também proteção térmica
contra “Flash Over”, caso contrário, somente usar roupa de proteção térmica
com EPRA.
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3.3 – Retenção
Em ocorrência envolvendo PP, não havendo a possibilidade de construção de
um desvio ou de diques, torna-se a melhor opção a retenção do produto
derramado/vazado em uma vala/bacia/tanque de contenção.
Logo, a retenção consiste em uma contenção temporária de um líquido em
uma determinada área, onde o mesmo poderá ser absorvido/adsorvido,
neutralizado, diluído ou transferido para outro local.
Devido o fluxo do produto e do pequeno número de respondedores em
campo, não é viável a construção de um desvio ou de um dique. Assim, a retenção
do material perigoso é a técnica mais indicada, podendo ser realizada de duas
maneiras:
- Critérios:
1ª ação: É o revestimento da caixa com uma lona, a qual deverá ser escorada por
objetos pesados ou areia e pedra.
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- Finalidades:
1ª - Impedir que o produto atinja a tubulação de saída da caixa;
2ª - Minimizar a contaminação da caixa, reduzindo a geração de resíduos.
Observação:
Produto contido na caixa poderá evaporar, criando um risco adicional. Em
casos de pequenas quantidades tenham sido derramadas, pode-se cobrir o produto
com lonas. Para o caso de grandes derramamentos, pode-se aplicar espuma sobre
o material contido, para prevenir a sua evaporação.
Procedimentos:
1º procedimento:
- Aplicação de uma neblina d’água sobre a nuvem na atmosfera, de modo a
restringir ao máximo o seu espalhamento no ambiente. Esta neblina d´água deve
estar posicionada entre a nuvem e a população a ser protegida.
Figura 38 – Acidente atendido pelo CBMGO em Goiânia/GO envolvendo gás tóxico, com o uso de
neblina d‟água na contenção, 2009.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
A eficiência desta ação será maior quando o produto envolvido for solúvel
em água, como ocorre com a amônia, ou se o produto reagir com a água, como
ocorre com o cloro, cuja reação gera a formação de ácido clorídrico. Ao se aplicar
neblina d‟água sobre a nuvem ocorrerá a sua solubilização e deposição do resíduo
no solo.
Já quando envolve materiais insolúveis em água, como o GNV/GLP, a
neblina d'água deverá ser utilizada, pois atuará como um bloqueio físico ao
deslocamento da nuvem.
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2º Procedimento:
Procedimentos:
A contenção de PP é realizada por meio de barreiras de contenção e
materiais absorventes. Esse procedimento será realizado quando o corpo d´água
apresenta reduzidas dimensões e/ou vazões.
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3.6 – Estanqueidade
Procedimentos que podem ser utilizados vários equipamentos, como
batoques, massas de vedação, tiras de borracha, fitas adesivas especiais e
equipamentos improvisados. Esses recuros podem ser utilizados para estancar
vazamentos em tanques, tambores e tubulações.
Figura 44 – Acidente atendido pelo CBMMS com a utilização de massa de vedação - sabão.
Fonte: Nayara de Souza Olarte, 2017.
3.6 – Absorvente/adsorventes
Observação:
Em geral possuem capacidade de absorção, em média até 70 vezes o seu
peso em óleo enquanto que os absorventes orgânicos naturais ou
manufaturados absorvem no máximo 15 vezes o seu peso em óleo.
Objetivos:
Atender ocorrência utilizando ferramentas e técnicas aplicáveis sem correr risco de
explosão/inflamabilidade;
Na operação de transbordo de combustível em caminhão tanque envolvido
em acidente, devem-se observar fatores importantes que alteram a inflamabilidade
de tanques, tais como:
Figura 48 – Acidente atendido pelo CBMGO em Goiânia (Anel Viário) envolvendo álcool anidro,
com o uso de LGE.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Aterramento de Emergência
Transferência da Carga
Destombamento/Içamento
O destombamento ou içamento de cargas e veículos consiste no emprego de
guinchos e/ou guindastes, com o objetivo de colocar em posição de rodagem
veículos que tenham tombado por ocasião de acidentes. Trata-se de operações
delicadas, que envolvem riscos como o rompimento dos vasos, a queda ou o
solavanco do recipiente, ou o rompimento dos cabos, que podem chicotear.
Para equipamentos de transporte de carga contendo líquidos, guinchos
potentes podem ser utilizados, porém deve-se evitar ao máximo a ocorrência de
arraste e atrito, inclusive dos cabos com o tanque.
O tranco ocasionado pela operação de destombamento deve ser minimizado,
pois mesmo tanques transbordados de material inflamável e aparentemente vazios
contêm vapores inflamáveis. Para aumentar a segurança no trabalho com
recipientes vazios que antes continham material inflamável, deve-se aplicar espuma
para abater os vapores inflamáveis.
Para minimizar o solavanco durante a operação de destombamento, deve-se,
dentro do possível e quando utilizado guincho, contrapor um segundo guincho na
direção oposta àquela para a qual o equipamento de transporte de carga será
destombado. Dessa forma, ele exerce uma força contrária que minimizará os efeitos
da tração exercida pelo guincho.
Deve-se evitar o arraste de veículos tombados, pois o atrito do metal com o
substrato pode ocasionar ignição, a qual pode ser evitada aplicando-se uma camada
de espuma na área de arraste do equipamento de transporte de carga.
Em todas essas situações, convém que, durante essas operações, mesmo as
pessoas diretamente envolvidas com o atendimento emergencial mantenham uma
distância segura do local.
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Contenção Final
A absorção é um processo físico em que um material coleta e retém o outro,
com a formação de uma mistura, podendo ser acompanhado de uma reação
química.
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Objetivos:
Saber atender ocorrência envolvendo várias modalidades de acidentes com GLP,
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- No envasamento do GLP:
AÇÕES A SEREM REALIZADAS
– Colete o maior número de informações possíveis relativas à ocorrência de
todas as fontes possíveis;
– Informe ao Centro de Operações da chegada ao local da ocorrência (caso
A
necessário, solicite apoio);
– Todos os militares deverão estar devidamente equipados; e
– Avalie a necessidade de expansão operacional conforme SCI.
– Estabeleça uma linha de combate a incêndio por medida de segurança,
devendo ter alcance sobre os bombeiros em atuação;
– Realize o corte de demanda de gás, por meio de fechamento da chave de
distribuição, válvula de corte ou similar; e
B
– Constatada a presença de vítima no local, inicialmente priorize a segurança
dos bombeiros, adentrando após estabilizar e confinar o incêndio, com o
emprego de técnicas de resgate a vitimas em ambientes confinados (resgate
rápido e instável).
– Se houver incêndio no local, propicie o resfriamento dos cilindros
adjacentes ou daqueles armazenados, além de garantir o isolamento físico
entre a área afetada e os demais materiais. Evite o combate com jatos de
C
água diretamente em pontos de vazamento ou dispositivos de segurança, pois
poderá haver congelamento, com consequente vulnerabilidade das peças que
compõem o cilindro.
– Caso não seja constatada a presença de chamas no ambiente, sempre que
possível, antes de adentrar no local sinistrado, utilize o detector de gás; e
– Caso a válvula de segurança do cilindro P-13 (plug-fusível) ainda não tenha
rompido, utilize o estancador de gás para o transporte rápido e seguro até
D
área externa e ventilada.
– No caso de cilindros danificados ou expostos a riscos diversos, utilize o
estancador de gás para transporte, rápido e seguro, propiciando o isolamento
em relação aos demais recipientes.
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– No transporte do GLP:
AÇÕES A SEREM REALIZADAS
Figura 61 – Acidente atendido pelo CBMGO envolvendo transporte a granel de gás inflamável.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
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Objetivos:
Informar os cuidados a serem tomados quando houver incêndio urbano, no sentido
de liberação de substâncias perigosas devido à combustão, e PP encontrados
armazenados.
- Procedimentos:
A intervenção das guarnições deverá ser realizada por EPI de combate a
incêndio e luvas;
Deve-se considerar que todo incêndio há uma chance em potencial de envolver
materiais perigosos, nos quais sempre existirá risco de flash, explosão,
contaminação, intoxicação, dentre outros; portanto, tais vestimentas oferecerão
proteção parcial no caso dessas ocorrências:
Objetivos:
Saber quais os equipamentos a serem utilizados em diferentes modalidades de
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ocorrências;
Conhecer formas de atendimentos/procedimentos conforme o risco do vazamento.
- EQUIPAMENTOS de proteção
Em ambientes confinados ou fechados a roupa de proteção para a entrada da
equipe de intervenção na zona quente, deverá ser realizada com o Nível de
Proteção A (Encapsulado Valvular), com ar fornecido por Equipamento de Proteção
Respiratória Autônomo (EPRA), devido a concentração do gás em caso de
vazamentos ser capaz de superar os limites admissíveis de exposição.
Figura 64 – Acidente atendido pelo CBMGO envolvendo gás refrigerado amônia em edificação
industrial de alimentos em Senador Canedo/GO.
Fonte: Wanderley Valério Oliveira.
Figura 66 – Fluxograma simplificado para atendimento a ocorrência envolvendo gás tóxico amônia.
Fonte: Aldo Nahum Cardoso/Artigo Científico, 2017.
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BOMBEIROS
Deve-se regular a angulação dos esguichos para obter o jato mais largo,
assim como realizar rápidas e amplas rotações com o esguicho para aumentar o
taxa de absorção. A equipe de intervenção deve forçar os vapores para baixo,
porém evitar passar pelas poças de amoníaco. Chegando próximo à fonte, o líder da
equipe de intervenção, ou o responsável técnico da empresa deve fechar a válvula
que controla o fluxo do gás.
O procedimento também pode ser usado como auxílio, protegendo os
respondedores enquanto realizam o salvamento de vítimas que podem estar sob a
nuvem tóxica.
É possível variações na composição da equipe de intervenção e no número
de linhas de mangueiras, dependo da dimensão do vazamento.
em sincronia para cobrir o vazamento, sendo também ação importante para fornecer
ar fresco para as vítimas que podem estar sob o gás.
- Descontaminação
c) Diques também podem ser feitos para conter derrames, podendo ser utilizados
solo fino e areia.
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- Liberação do local
Objetivos:
Conhecer formas de atendimentos conforme os riscos e as fases de procedimentos.
Introdução:
O grau mais alto de cuidados e precaução é exercido pelos responsáveis pela
fabricação, manuseio e transporte de explosivos. No entanto, também é
essencial ter um conhecimento geral sobre explosivos e princípios operacionais para
atendimento inicial e combate a incêndios envolvendo esse tipo de produto. Isso
ocorre porque a 'pessoa responsável' pode não estar no local na hora do sinistro ou
pode não ser conhecedor de todo o complexo de atendimento a grandes
ocorrências. Portanto, diante de uma ocorrência envolvendo produtos explosivos,
deve ser feito contato com os responsáveis pelo material (proprietários e
transportadores), visando assessoria técnica e mobilização de recursos necessários
para atender a ocorrência.
Em situações de crime deve-se acionar grupamentos especializados. No
geral as ocorrências que envolvam explosivos são atendidas pelos esquadrões
anti-bombas da Polícia Militar, principalmente referente a roubos a bancos, que
são mais frequentes. Em locais específicos, como aeroportos e em eventos que
envolvam crime internacional, a competência é da Polícia Federal. E em algumas
situações específicas, como grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol,
Olimpíadas e Copa das confederações, o Exército Brasileiro – EB pode ser
encarregado da segurança relacionado a explosivos.
A explosão é um fenômeno muito rápido, para o qual não há tempo de
reação. Assim, as ações durante a emergência deverão ser preventivas e incluem o
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controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura (calor), choque e
fricção.
8.1 – Segurança
• Deve-se sinalizar e isolar a área num raio mínimo de 100 (cem) metros se não
houver fogo. No caso de fogo e/ou explosão isolar a área num raio mínimo de 600
(seiscentos) metros. Isole as áreas em torno da zona suspeita de risco e mantenha
controle estrito sobre o acesso a ela. Se for confirmado que os explosivos estão
envolvidos em incêndio, uma zona de exclusão avaliada pelo risco deve ser
montada e todos devem retirar-se da mesma;
•.Essas distâncias podem ser aumentadas ou diminuídas uma vez que as
informações foram recolhidas e uma avaliação de risco realizada. Todo o pessoal
não essencial deve ser excluído da zona de risco;
• Avaliar riscos devidos a sistemas de segurança como cercas eletrificadas e cães
de guarda;
• Identificar distâncias seguras para estabelecer zonas de risco teóricas associadas
à quantidade permitida, divisão de perigo, e dentre outros;
• Verificar e explorar a existência de barreiras fixas e maciças que possam ser
utilizadas como reforço de segurança em caso de explosão com emissão de
projéteis. Considerar, porém que paredes e veículos, em caso de explosão, podem
oferecer pouca proteção uma vez que só param projéteis pequenos e qualquer onda
de explosão pode virar veículos, demolir paredes e, ao fazê-lo, criar mais projéteis;
• Utilizar os equipamentos de proteção necessários para assegurar a proteção
adequada, considerando que os EPI‟s de combate a incêndio oferecem proteção
limitada. Considerar ainda riscos secundários das substâncias explosivas, como
toxicidade. Fazer sempre o uso de equipamento autônomo de proteção respiratória
com pressão positiva;
• Nenhuma transmissão de radiofrequência deve ser permitida dentro de um raio
de 10 metros do dispositivo eletro-explosivo. Os serviços de emergência que utilizem
conjuntos de veículos com uma potência radiada efectiva superior a 5 watts não
devem transmitir a menos de 50 metros do equipamento danificado. Todos os
transmissores não essenciais devem ser desligados ou removidos a uma distância
superior a 50 metros;
•.Todos os recursos devem ser dispostos de maneira que permitam sua
movimentação e retirada de forma ordenada e rápida, considerando a altura livre
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8.2 – Avaliação
• Verificar/avaliar as características ou riscos estruturais que as operações de
combate a incêndio ou salvamento possam estar sendo submetidas, incluindo o
potencial de propagação do incêndio ou de produção de grandes quantidades
de fumaça e de produtos tóxicos; existência ou inexistência de compartimentação;
aberturas desprotegidas; áreas subterrâneas; possibilidade de colapso estrutural e
distância para residências e outras edificações ou riscos.
• Quem é a pessoa responsável pelo local e quais os contatos existentes em caso
de não permanência dos especialistas no local e horário do incidente, como em
acidentes durante o transporte ou fora do horário de expediente e feriados;
• Acesso a uma cópia atualizada do plano de emergências;
• O uso de equipamentos de comunicação móvel criaria um perigo?
•.Reúna todos os dados técnicos que forneçam informações gerais sobre as
propriedades e a natureza física das substâncias;
• Verificar o acesso e as saídas seguras, como rotas de fuga, dentro da edificação
ou cenário e nas suas intermediações;
•.Verificar os sistemas preventivos existentes na edificação, como chuveiros
automáticos, exaustores/controle de fumaça, hidrantes, compartimentação e
segurança estrutural, instalações de apoio, EPI‟s e dentre outros;
•.Verificar a segurança dos locais para estabelecimento de áreas de suporte e
atendimento a vítimas;
Fase 4 – Resposta
Considerações à medida que o incidente se desenvolve e o plano de resposta
é implementado:
• Assegurar que todo o pessoal tenha conhecimento do sinal para evacuação;
• Se uma explosão ocorreu, explosões secundárias podem ocorrer por algum
tempo considerável depois;
• O combate a incêndios secundários após uma explosão inicial não deve ocorrer até
que haja confirmação de que não existem mais explosivos no local;
• O combate a incêndios devem ser realizado de modo a evitar a propagação do
fogo;
102
• Esteja ciente de que explosivos que foram submetidos à onda de explosão podem
ter permanecido intactos. Não se aproxime ou manuseie esses explosivos não
detonados;
• Se tratar de um incidente no local do operador de uma exposição de fogo de
artifício, o local deve ser tratados como se potencialmente contenha explosivos da
Subclasse 1.1, a não ser que haja confirmação confiável de que eles não contêm
explosivos ou contêm apenas explosivos da Subclasse 1.4;
Particularidades
Sob nenhuma circunstância as tampas do recipiente devem ser abertas
durante o combate a incêndios, mesmo que o fogo pareça estar somente do lado de
fora. As tampas/portas dos recipientes não devem ser abertas durante pelo menos
24 horas e o recipiente deve ser tratado como uma fonte potencial de explosão
104
Objetivos:
Realizar procedimentos de primeiros socorros envolvendo ocorrências com produtos
perigosos.
- não jogar água no produto perigoso caso esteja no estado sólido (pó) e reduzir a
contaminação utilizando pano seco;
106
Objetivos:
Realizar a sequência procedimentos de atendimento envolvendo ocorrências com
produtos perigosos.
Introdução:
A primeira resposta no atendimento à ocorrência envolvendo produtos
perigosos poderá ser realizada por qualquer OBM da respectiva área de atuação,
pois todos os bombeiros militares têm capacidade técnica de formação e
aperfeiçoamento, o que equivale ao Nível de Atendimento/Capacitação II. Os
Oficiais de Comando e Administrativos formados a partir de 2006 têm formação
equivalente ao Nível de Capacitação III – Técnico, podendo assim realizar vários
procedimentos especificados acima. Entretanto, a resposta especializada/
gerenciamento será acionada pelo Coordenador de Operações quando o evento
fugir do controle, exigindo atuações mais técnicas e específicas. Quando acontecer
o acidente ambiental envolvendo produtos perigosos, sempre que possível o órgão
ambiental responsável pela região deverá ser acionado imediatamente, para fins de
fiscalização e atendimento.
1.7 – Corredor de redução de contaminação: para montá-lo com suas estações, são
exigidos vários fatores, como a complexidade ou dimensão do acidente, seleção do
local ideal de fácil locomoção, direção do vento, capacitação técnica, equipamentos,
efetivo, dentre outros fatores. Antes de usar as soluções para descontaminação, é
mais aplicável retirar o excesso de material perigoso, em atenção aos estados
físicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUNDACENTRO..Disponível.em:.<.http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-
da-noticia/2014/11/educacao-em-seguranca-quimica-sera-tema-de-seminario-no-rj>.
Acesso em: 15 de março de 2017.
LAMBERG. S.; LAUTKASKI, R.; VIROLAINEN. K. Safety Guide for Ammonia Cooling
Systems. Tradução Risto Lautkaski. 2.ed. Finlândia, 2015. Disponível em:
<http://www.vtt.fi/inf/julkaisut/muut/2015/Safety-guide-of-ammonia.pdf>. Acesso em:
3 de março de 2017.
NASCIMENTO, R.F.; LIMA, A.C.A.; VIDAL, C.B.; MELO, D.Q.; RAULINO, G.S.C.
Adsorção: aspectos técnicos e aplicações ambientais. Edições UFC. Fortaleza,
2014.
NEW JERSEY. Hazardous Substance Fact Sheet, Ammonia. USA, 2016. Disponível
em: < http://nj.gov/health/eoh/rtkweb/documents/fs/0084.pdf>. Acesso em: 8 de
fevereiro de 2017.
NIOSH. National Institute for Occupational Safety and Health (Instituto Nacional de
Segurança e Saúde Ocupacional).
SANTOS, Wildson L. (coord.), Química & Sociedade. Nova Geração, São Paulo,
2005.
115
THE MERCK INDEX. Merck & Co. Inc. 13. ed. New Jersey, USA, 2001.
*
2
a
3
Portaria n. 119/2017 – CG
Aprova manual referente ao Sistema de Comando
de Incidente – SCI no âmbito da Corporação.
RESOLVE:
Art. 1º Aprovar o Manual Operacional de Bombeiros – Sistema de
Comando de Incidentes – SCI.
PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE
Colaboradores
TC BM QOC Claison Alencar Perreira
MAJ BM QOC Antônio Carlos Moura
MAJ BM QOC Hélio Loyola Gonzaga Júnior
1º TEN BM QOC Ricardo de Souza Oliveira
Arte/Contracapa
SD BM QOC Alex Salvíno Dias
Goiânia–GO/2017
5
Vários colaboradores.
CDU: 005.931.1
6
Prefácio
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – CONCEITO E HISTORICO DO SCI
Seção 1 Conceito de SCI 01
Seção 2 Histórico do SCI 01
No Mundo 02
No Brasil 04
Em Goiás 04
CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DO SCI
Seção 1 Princípios básicos do SCI 07
Terminologia Comum 08
Alcance de Controle 08
Organização Modular 09
Comunicações Integradas 10
Plano de Ação do Incidente 10
Cadeia de Comando 11
Comando Unificado 11
Instalações Padronizadas 12
Manejo Integral dos Recursos 13
Quanto a categoria 13
Quanto ao estado no incidente 14
CAPÍTULO 3 – INSTALAÇÕES DO SCI
Seção 1 Principais instalações do SCI 15
Posto de Comando (PC) 15
Área de Espera (E) 17
Área de Concentração de Vítimas (ACV) 18
Base (B) 19
Acampamento (A) 20
Helibase (H) 20
Heliponto (H1) 21
CAPÍTULO 4 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO SCI
Seção 1 Composição da Estrutura Organizacional do SCI 22
Da Estruturação 22
Das denominações quanto às posições na estrutura do SCI 23
Estrutura Organizacional Básica do SCI 23
8
Ciclo “P” 41
Resposta Inicial 42
Primeira Resposta 42
Briefing do Incidente 43
Reunião Inicial do Comandante do Incidente 44
/Comando Unificado
Reunião de Desenvolvimento dos Objetivos 44
Reunião do Comando e STAFF’S 46
Preparação para Reunião Tática 47
Reunião Tática 47
Preparação para Reunião de Planejamento 48
Reunião de Planejamento 49
Preparação e Aprovação do PAI 50
Briefing Operacional 50
Execução do Plano e Avaliação do Progresso 52
Períodos Operacionais 52
CAPÍTULO 6 – INSTRUMENTOS DE CONSULTA E REGISTROS
Seção 1 Tarjeta de Campo 54
1º Passo: Informar a Base de sua Chegada ao 54
Incidente
2º Passo: Assumir e Estabelecer o Posto de 54
Comando
3º Passo: Avaliar a Situação 55
4º Passo: Estabelecer o Perímetro de Segurança 55
5º Passo: Estabelecer os Objetivos 56
6º Passo: Determinar as Estratégias e Táticas 56
7º Passo: Determinar as Necessidades de 56
Recursos Adicionais e o Estabelecimento das
Instalações
8º Passo: Preparar as Informações para Transferir 57
o Comando
Seção 2 Formulários 57
Formulário SCI 201 – Briefing do Incidente 58
10
Objetivos
Apresentar aos leitores o conceito do que vem a ser o “Sistema de Comando de
Incidentes – SCI;
Descrever o histórico e evolução do SCI no Mundo, no Brasil e em Goiás;
Iniciar o entendimento quanto ao assunto que será tratado ao longo deste manual.
Conceito de SCI
Sistema de Comando de Incidentes – SCI. Podemos aqui conceituar como
sendo uma ferramenta de gerenciamento padronizado de incidentes, independente
da natureza, amplitude e/ou complexidade do evento, permitindo ao seu usuário o
emprego de uma estrutura organizacional integrada capaz de suprir as adversidades
e demandas dos incidentes, únicos ou múltiplos, sem interferir nos limites
jurisdicionais da(s) instituição (ões) de resposta (SENASP, 2008. P. 19).
Podemos conferir os conceitos do SCI observando as palavras que formam
essa expressão:
Sistema: Conjunto de mecanismos, aparelhagem, equipamentos e pessoal
dispostos de forma a interagir para o desempenho de uma determinada tarefa.
Comando: ação e efeito de impulsionar, designar, orientar e conduzir os
recursos.
Incidente: evento de causa natural ou provocado por ação humana que
requer a intervenção de equipes dos serviços de emergência para proteger vidas,
bens e ambiente.
Objetivos
Apresentar o histórico do Sistema de Comando de Incidentes no Mundo, no
Brasil e em Goiás (CBMGO);
2
No Mundo
O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) começou a ser trabalhado nos
anos de 1970, em resposta a uma série de incêndios florestais que praticamente
destruíram o Sudoeste da Califórnia (EUA). Naquela época, a falta de conceitos
unificados e modelos sistêmicos de emprego de recursos fizeram com que a
resposta dos diversos órgãos envolvidos no incidente resultasse em problemas
operacionais graves.
Diante disto, as autoridades de municípios, de condados e do próprio governo
estadual que estavam envolvidas se juntaram para formar um grupo de trabalho que
ficou conhecido como Firefighting Resources of Califórnia Organized for Potential
Emergencies (FIRESCOPE) para discutir os assuntos e encontrar alternativas de
melhoria.
Este grupo de trabalho concluiu que o maior problema naqueles incêndios
florestais não estava na quantidade nem na qualidade dos recursos envolvidos, mais
sim, na dificuldade em coordenar ações de diferentes órgãos e jurisdições de
maneira articulada e eficiente.
Desta forma, foram identificados inúmeros problemas comuns às respostas a
sinistros envolvendo múltiplos órgãos e jurisdições, como por exemplo:
Ausência de estrutura de comando clara, definida e adaptável às situações;
Dificuldade em estabelecer prioridades e objetivos comuns;
Falta de uma terminologia comum entre os órgãos envolvidos;
Falta de integração e padronização das comunicações;
Falta de planos e ordens consolidados.
3
1980 SCI passa a ser utilizado e adotado por outras esferas do governo.
1981 SCI passa a ser adotado como padrão de resposta nacional para
atendimento a emergências e desastres.
No Brasil
Com a participação em cursos de profissionais de diferentes instituições que
trabalham com emergências ocorreu o envolvimento e produção de conhecimento
com a finalidade de introdução desta ferramenta para resolver os problemas de
coordenação das ações de respostas a diversos desastres no Brasil. Com isso,
Estados brasileiros iniciaram o processo de estudo e de implantação da ferramenta
destacando-se:
Santa Catarina, que através da união de esforços entre a Defesa Civil
estadual e a Universidade de Santa Catarina iniciaram o estudo e o processo de
implantação da ferramenta, utilizando seus princípios, mas com outra denominação:
Sistema de Comando de Operações (SCO). O Estado do Paraná também seguiu
esta denominação.
São Paulo onde o Corpo de Bombeiros, após o estudo e análise do SCI,
resolveu utilizar seus princípios, porém também com outra denominação: Sistema de
Comando em Operações de Emergência (SICOE). Neste Estado os exercícios
simulados com o objetivo da aplicação constante da ferramenta são bastante
utilizados.
Rio de Janeiro adotou os princípios e a nomenclatura usada nos Estados
Unidos da América em relação ao Sistema de Comando de Incidentes.
Distrito Federal local de integração entre órgãos que compõem o Sistema de
Segurança Pública e Defesa Social estabelecendo um sistema de gerenciamento
unificado, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do DF para situações
críticas com envolvimento de órgãos diversos para a sua resolução.
Em Goiás
A implantação da ferramenta SCI se fortaleceu a partir da primeira turma de
Oficiais da Corporação formados no Curso de Sistema de Comando de Incidentes
no ano de 2008 junto ao CBMDF. Essa turma foi composta por militares que
passaram a difundir a ferramenta e empregá-la em diversos tipos de ocorrências.
Ao longo dos anos o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás tem
buscado colocar em prática sua aplicação junto às principais operações
institucionais (eventos planejados e de grande emprego de recursos) como a
Operação Férias (durante os meses de julho), Operação Cerrado Vivo (de junho a
novembro/período de estiagem), Operação Carnaval, Operação Romaria do Divino
5
Pai Eterno e mais recentemente a Operação Goiás contra o Aedes (com quase 02
anos ininterruptos de duração) cujo seu sucesso tem se dado especificamente pelo
gerenciamento proporcionado pelos conhecimentos do SCI. Como também, já fez
sua utilização em vários eventos temporários de grande monta como o Show de
Paul McCartney em 2013, na realização do SENABOM 2014 e 2015, e da
Solenidade de reinauguração do Estádio Olímpico, entre outros eventos.
Foto 01: PC. 42ª Operação Férias. Foto 02: PC. Evento Campal - Op. Romaria/2015.
Objetivos
Dar conhecimento dos 09 (noves) princípios básicos que norteiam o Sistema de
Comando de Incidentes;
Descrever as características, particularidades e importância de cada um dos 09
princípios dentro da Estrutura do SCI.
Figura 03: Modelo da Estrutura de Expansão do SCI deficiente quanto ao controle de alcançe
Foto 10: Reunião na Sala de Comando da Op. Romaria (CB, PM, SMT, Prefeitura M.). Fonte:
Relatório Operação Romaria – 2016.
Quanto à categoria
Recurso único: Equipamento e seu complemento em pessoal que pode ser
designado para o incidente para uma finalidade específica.
Objetivos
Apresentar as instalações do Sistema de Comando de Incidentes;
Descrever as características de cada uma das instalações do SCI;
Descrever dentre as instalações quais são essenciais em qualquer aplicação do
SCI.
Disponibilidade de comunicação.
Para ativação de uma estrutura fixa e completa de um PC, caso o evento
venha exigir e permitir, é recomendado que nele tenha os seguintes recursos:
Mapas e croquis do evento;
Identificação das instalações;
Coletes e/ou braceletes de identificação das funções;
Lápis, caneta, marcadores e pincel atômicos;
Painel e formulários do SCI (capitulo 6);
Manual do SCI;
Planos de Emergências e POP (natureza do evento);
Cartões para controle dos recursos (T- Cards);
Mesas e cadeiras;
Pontos de energia, internet;
Computadores e impressora,
Figura 07: Representação simbólica da Área Foto 21: Exemplo de uma área de concentração de
de Concentração de Vítimas vítimas
.
19
Base (B)
A Base é uma instalação utilizada em grandes incidentes, sendo o lugar onde
se realizam as funções logísticas primárias, como almoxarifado, reparo de
equipamentos, etc. Geralmente há somente uma Base em cada incidente, no
entanto, existem eventos em que pode haver Bases auxiliares, como nos incêndios
florestais, que muitas vezes atuam em mais de uma frente de combate. A Base, pela
sua característica, muitas vezes é um bom local para se instalar o PC.
A base é identificada por um círculo (com 90 cm de diâmetro) com fundo
amarelo e um “B” de cor preta em seu interior.
B
Figura 09: Representação simbólica da Base Foto 22: Exemplo de uma Base
20
Acampamento (A)
É o lugar equipado e preparado para proporcionar ao pessoal um local para
alojamento, alimentação e instalações sanitárias.
Este acampamento pode fazer parte da base (B). Dependendo do tipo de
incidente, podemos ter vários acampamentos, cada um com seu encarregado.
O acampamento é identificado por um círculo (com 90 cm de diâmetro) com
fundo amarelo e um “A” de cor preta em seu interior.
A
Figura 10: Representação simbólica do Foto 23: Acampamento da Op. Férias / CBMGO
Acampamento
Helibase (H)
É o lugar onde são realizados os serviços de estacionamento, abastecimento
e manutenção de helicópteros.
A Helibase é identificada por um círculo (com 90 cm de diâmetro) com fundo
amarelo e um “H” de cor preta em seu interior.
H
Figura 11: Representação simbólica da Foto 24: Helicóptero em manutenção
Helibase.
21
Heliponto (H1)
Diferentemente da helibase, esta instalação será o local de realização de
pouso, aterrissa, carregar e descarregar pessoas, equipamento e materiais.
O heliponto é identificado por um círculo (com 90 cm de diâmetro) com fundo
amarelo e um “H1” (“H2”, “H3”...) de cor preta em seu interior.
H1
Figura 12: Representação simbólica para um Foto 25: Exemplo de zona de pouso de helicóptero.
Heliponto. (Fonte: BM/5 – CBMGO)
22
Objetivo
Da Estruturação
O sistema de gestão padronizada proporcionado no emprego correto da
ferramenta SCI, para gerenciamento de situações emergências ou não emergências
(eventos planejados) de pequena ou grande monta, é algo bastante favorável aos
órgãos responsáveis pela resposta. Pois oferece uma estruturação hierárquica/
sistêmica, funcional e moldável a qualquer situação de resposta ou de prevenção,
independente da magnitude e/ou complexidade que venha se transformar. Ou seja,
durante o desenrolar de um atendimento simples de emergência, ou de prevenção
de um evento, essa situação poderá evoluir ou não; o que ira exigir do comando da
situação, a expansão de sua estrutura de resposta (mais recursos), retração
(dispensa dos recursos) ou a finalização da estrutura inicial.
Para Mintzberg (2003.p.12) em seu livro “Criando Organizações Eficazes”, a
estrutura de uma organização pode ser definida simplesmente como a soma pelas
quais o trabalho é dividido em tarefas distintas e como se dá a coordenação entre
essas.
Desta forma, a empregabilidade da ferramenta estrutural e organizacional do
SCI, como um todo, permite significativamente melhor direção, eficácia e eficiência
na gestão dos recursos e consequentemente alcance e êxito nos objetivos e
resultados propostos.
23
STAFF DE
Oficiais
COMANDO
Lideres
DIVISÃO/GRUPO
Supervisores
1.1.
UNIDADES
Lideres
Eq. de Intervenção
F.Tarefa/R. Único
INSTALAÇÕES Encarregados
Figura 13: Denominações das funções quanto aos níveis da estrutura do SCI.
COMANDO
(ÚNICO OU UNIFICADO)
OFICIAL DE RELAÇÕES
PÚBLICAS
OFICIAL DE SEGURANÇA
OFICIAL DE LIGAÇÃO
FUNÇÕES/RESPONSABILIDADES
Assumir o comando e estabelecer o PC;
Garantir a segurança do pessoal e de todo o perímetro do incidente;
Avaliar as prioridades do incidente;
26
Figura 15: Organograma da Estrutura de SCI Expandida, com as cores padronizadas de identificação
de cada setor (coletes e/ou braçadeiras).
Staff de Comando
Staff de comando são atribuições de funções que serão necessárias para
apoiar o Comandante no Incidente. Essas funções incluem como missão a
28
Cada uma dessas funções devem ser exercidas por uma única pessoa,
podendo estes, de acordo com a complexidade do incidente, serem auxiliados por
outros respondedores. Como também um oficial poderá acumular duas ou mais
funções no incidente, estas funções e responsabilidades seguem descritas abaixo:
OFICIAL DE SEGURANÇA:
RESPONSABILIDADES
Identificar e mitigar situações de risco;
Garantir que mensagens de segurança e relatórios informativos sejam emitidos;
Exercer autoridade emergencial para deter ou evitar medidas arriscadas;
Participar da elaboração e revisar o Plano de Ação do incidente sugerindo
medidas de segurança, bem como identificar falhas que poderão implicar na
segurança das ações;
Registrar as situações inseguras e repassar ao C.I medidas de segurança
específicas para as pessoas que irão atuar perante a estas situações;
Indicar assistentes qualificados para avaliar riscos especiais;
Iniciar a investigação preliminar de acidentes dentro da área do incidente;
Revisar e aprovar o plano médico;
Participar de reuniões de planejamento do Plano de Ação.
29
FUNÇÃO: Ser o elo do C.I com a mídia ou com outras instituições que estejam
buscando informações diretas do incidente.
RESPONSABILIDADES
Buscar e obter informações precisas a cerca do incidente e da operação;
Estabelecer uma área para recepção e tratativas com a imprensa;
Prever um local para acomodar e assistir com informações, os familiares das
vítimas envolvidas.
Desenvolver e preparar informações precisas, acessíveis e oportunas para uso
em relatórios informativos a ser enviada a imprensa/mídia;
Ficar atento quanto às restrições e informações a serem repassadas a
imprensa;
Obter a aprovação do C.I para divulgação das notícias;
Estabelecer, identificar e informar local (afastado do PC) e horário para
divulgação das informações;
Enviar relatórios informativos periodicamente para a mídia;
Assumir pessoalmente ou identificar e escalar profissional preparado para
exercer a função de porta voz junto à imprensa;
Organizar coletivas e intermediar as entrevistas dadas pelo C.I;
Organizar visitas ao local e entrevista ou relatórios que se façam necessários à
imprensa;
Monitorar e encaminhar informações para a mídia que possam ser úteis para o
planejamento de incidente;
Manter informações resumos e/ou apresentações atualizadas sobre o incidente;
Disponibilizar informações sobre o incidente ao pessoal da imprensa;
Participar de reuniões de planejamentos;
Controlar o acesso da imprensa na área quente e junto ao P.C.
OFICIAL DE LIGAÇÃO:
RESPONSABILIDADES
Atuar como ponto de contato perante os representantes das
organizações/instituições que estão auxiliando diretamente no atendimento;
Identificar um representante (pessoa de contato) de cada instituição envolvida;
Manter um registro das Instituições que participaram no auxílio ao atendimento,
bem como, elaborar uma lista de contato dos representantes das instituições
(telefone, celular, e-mail);
Ajudar a estabelecer e coordenar os contatos interinstitucionais;
Monitorar as operações do incidente a fim de identificar problemas
Interorganizacional atuais e futuros;
Atender as solicitações do comando, estabelecendo os contatos externos
necessários;
Participar em reuniões de planejamento, informar o status atual dos recursos.
Incluir limitações e capacidade dos recursos da agência;
Fornecer informações e requisitos de desmobilização específicos da agência.
Se uma função não for preenchida, esta poderá ser exercida cumulativa
por outro chefe ou até mesmo pelo C.I.;
As funções no Staff Geral podem ser ocupadas por qualquer pessoa
qualificada proveniente de qualquer instituição ou agência;
Os Chefes das Seções respondem diretamente e unicamente ao C.I;
Os Chefes das Seções podem trocar informações entre si ou com
quaisquer indivíduos dentro da estrutura, desde que por meio da cadeia de
comando.
Staff Geral.
Figura 17: Staff Geral do Comando na Estrutura Organizacional Básica do SCI.
SEÇÃO DE OPERAÇÕES:
SEÇÃO DE OPERAÇÕES
FUNÇÃO: Administrar e realizar a execução de todas as ações e operações
táticas de resposta ao incidente.
RESPONSABILIDADES (Chefe/Seção)
Reportar diretamente com o C. I;
Obter um rápido relatório da situação junto ao C.I;
Definir a estrutura organizacional interna de sua Seção;
Garantir a segurança das operações táticas, definidas no PAI;
Desenvolver e executar a parte operacional do PAI em conjunto com a Seção
de Planejamento;
Supervisionar e administrar a execução da parte operacional do PAI;
32
A Seção de Operações
para melhor e maior eficácia de
suas ações poderá ativar algumas
funções/posições. Esse arranjo
deve ser modular, flexível e dentro
do controle de alcance. Podendo
assim em sua expansão estar
construída de uma Área de
Espera - E, uma Área de
Concentração de Vítima - ACV, e
diversos setores, grupos e
divisões, entre outros. Figura 18: Seção de Operações e suas subdivisões no
Organograma do SCI.
Área de Espera
É o local onde os recursos mobilizados irão chegar e ficar à espera para
serem empregados na operação. Para sua ativação e localização deve-se ater as
características descritas na Seção 1 do Capitulo 3.
Cabe ao encarregado da Área de espera as seguintes funções:
Delimitar e sinalizar adequadamente a área de espera;
33
Divisão
Grupo de trabalho que tem como responsabilidade de atuar dentro de uma
posição geográfica definida (lado Norte, Lado Sul). Pode ser composta por uma
força tarefa, equipe de intervenção ou recursos únicos.
Grupo
Grupo de equipes que tem o papel de atuarem com designação específica,
exemplo: Grupo de Busca de desaparecidos. Pode ser composto por uma força-
tarefa equipe de intervenção ou recursos únicos.
SEÇÃO DE PLANEJAMENTO:
SEÇÃO DE PLANEJAMENTO
FUNÇÃO: Recolher informações sobre a situação e o status dos recursos, avaliá-
las e processá-las para elaboração do PAI principalmente para definição dos
objetivos e prioridades, conforme estabelecidas pelo C.I.
RESPONSABILIDADES (Chefe/Seção)
Reportar diretamente com o C.I.;
Determinar a estrutura organizacional interna de sua Seção;
Obter um rápido relatório da situação junto ao C.I.;
Coletar e administrar todos os dados operacionais relevantes para o incidente;
Supervisar a preparação do PAI;
Fazer sugestões para o C.I. e a Seção de Operações no preparo do PAI;
Incorporar planos de trânsito, saúde e comunicação e outros de apoio ao PAI;
Conduzir e mediar às reuniões de planejamentos;
Remanejar o pessoal dentro da organização do SCI;
Compilar e exibir informações sobre o incidente;
Estabelecer os requisitos de informações e os cronogramas para os relatórios
das unidades (ex: Unidades de recursos e situações);
Determinar a necessidade de recursos especializados;
Agrupar e desagrupar as forças-tarefas e a brigadas de emergência não
atribuídas às operações;
Estabelecer sistemas de coleta de dados especializados, conforme necessário
(ex: meteorologia);
Reunir informações sobre estratégias alternativas;
Oferecer previsões periódicas possíveis aos incidentes;
Informar mudanças expressivas no status do incidente;
Supervisionar a preparação do plano de desmobilização.
Unidade de Recurso
Responsável por registrar e monitorar o estado de todos os recursos
operacionais, inclusive pessoal e equipamentos designados para o incidente. O
Líder da unidade de Recursos terá o controle macro dos recursos, principalmente na
situação de haver mais de uma área de espera no incidente, tendo por atribuição:
Manter o registro de todo o pessoal designado e recursos táticos em um
incidente, sendo o formulário SCI 219 ferramenta importante para esse controle;
Estabelecer as necessidades de recursos no incidente;
Controlar a requisição de recursos;
Controlar o uso, o ajuste e a manutenção dos recursos;
Desmobilizar os recursos;
Identificar o custo-benefício de cada recurso utilizado.
Unidade de Situação
Acompanhar a evolução do Incidente, analisando seu desenvolvimento,
processando informações sobre a sua posição atual através de apresentações e
resumos sobre a situação, mapas e projeções.
O Líder da Unidade de Situação tem como obrigação tomar conhecimento do
status geral da situação, preparando possíveis evoluções do incidente, mapas e
informações de inteligência, devendo publicar e disseminar as informações
internamente ao Chefe da Seção de Planejamento. A unidade poderá ainda ativar
36
Unidade de Documentação
É responsável por toda parte escrita do Plano de Ação, mas também registra,
controla e arquiva toda a documentação relacionada com o incidente. Como também
é responsável de prover as cópias necessárias.
Unidade de Desmobilização
Cabe a essa unidade a organização dos recursos de forma segura e
equilibrada, a fim de evitar um excesso ou um subdimensionamento. Além de ajudar
a efetuar a desmobilização do pessoal de maneira ordenada, segura e rentável,
quando deixa de haver necessidade de seu uso no incidente.
Unidade de especialistas
Serve para reunir pessoas com conhecimentos especializados necessários
para cooperarem na execução das ações do PAI em situações especiais.
SEÇÃO LOGÍSTICA
SEÇÃO LOGÍSTICA
FUNÇÃO: Prover todos os recursos necessários e/ou exclusivos para atender o
alcance dos objetivos e prioridades da Operação; bem como, a todos os que estão
envolvidos na resposta do Incidente. É indispensável em operações extensas ou
de grande duração.
RESPONSABILIDADES
Definir lugar, planejar e organizar a Seção Logística;
Definir tarefas preliminares aos seus subordinados;
Notificar à unidade de recursos acerca das unidades que serão ativadas,
incluindo nomes das pessoas empregadas e suas localizações;
Administrar toda a logística ali instalada;
Participar e oferecer comentários logísticos para confecção do PAI;
37
Unidade de Comunicações
Deve providenciar recursos a fim de poder proporcionar um canal confiável e
seguro para comunicação e troca de informações, sendo esta restrita ao pessoal
que esteja operando em determinado cenário, ou que tenha alguma relação de
causa e efeito com a situação.
Deve ainda, desenvolver um Plano de Comunicação, distribuir e manter todos
os equipamentos de comunicações sob controle e se encarregar do Centro de
Comunicações do Incidente.
Unidade Médica
Deverá desenvolver um Plano Médico e recursos necessários para
atendimento de primeiros socorros e de atenção médica intensiva ao pessoal
envolvido na resposta do incidente. É também responsável pelo plano de transporte
médico do incidente (por terra e/ou ar) além de confeccionar o relatório das ações
médicas durante o incidente.
Unidade de Alimentação
Responsável pelo levantamento e provento quanto à necessidade de
alimentos e água potável para todas as instalações do incidente e a todos os
recursos ativos dentro da Seção de Operações, para isto a unidade pode provê-los
mediante contratação de serviços de terceiros.
Unidade de Suprimentos
Responsável por relacionar todo o pessoal, equipamentos e materiais. Além
de armazenar, manter e controlar os materiais distribuídos, bem como no ajuste e
conserto dos equipamentos.
Unidade de Instalações
Responsável pela instalação e manutenção de qualquer estabelecimento
requerido para apoiar o incidente. Provê as pessoas que vão trabalhar nas bases e
acampamentos. Além disto, provê apoio de segurança às instalações e ao incidente,
sempre que solicitado.
39
RESPONSABILIDADES
Buscar se inteirar do Incidente junto ao C.I;
Definir tarefas preliminares aos seus subordinados;
Planejar a organização da Administração das finanças do Incidente;
Planejar um Plano de operacionalização das finanças do incidente;
Participar das reuniões de confecção do PAI;
Manter contato constante e diário com os chefes das seções no que diz
respeito a assuntos financeiros;
Coletar informações pertinentes para controle e confecção de relatórios
informativos junto às seções e instituições envolvidas;
Fornecer análise financeira de custo, conforme solicitado e necessário;
Determinar a necessidade de se estabelecer e operar uma reserva
reembolsável para atender a área do incidente;
Garantir que os registros de ponto do pessoal e de controle de horas
trabalhadas de máquinas equipamentos estejam sendo preenchidos com
exatidão;
Garantir que toda a documentação obrigatória que foi iniciada em relação ao
incidente esteja preparada e preenchida adequadamente;
Informar o C.I. sobre todas as questões financeiras relacionadas ao incidente e
que precisam de atenção ou acompanhamento.
Unidade de Provedoria
Responsável pelo gerenciamento do trâmite dos documentos administrativos
relacionados com a contratação e aluguel de equipamentos, os contratos de
materiais e outros insumos. É responsável pelo relatório das horas de uso dos
equipamentos.
Unidade de Custos
Responsável por colher toda a informação sobre custos e apresentar
orçamentos e recomendações que permitam economia de gastos.
41
Objetivo
Ciclo “P”
Figura 22: Ciclo “P”. Fonte: Gerenciamento de Desastre / Minsterio da Ingeração Nacional
42
Resposta Inicial
Primeira resposta
Briefing do Incidente
Ações realizadas:
- Obter um briefing do incidente (Situação
atual, atribuições, instalações
estabelecidas, recursos utilizados e
solicitados);
- Determinar os objetivos organizacionais,
de resposta inicial e futuros;
- Estabelecer as estratégias e táticas a
serem utilizadas;
- Verificar se os recursos operacionais são
suficientes para resposta e, caso
necessário, solicitar e organizar os
recursos adicionais na cena;
Coordenador: C.I/Comando Unificado
Participantes: C.I/Comando Unificado e
Staff de Comando e Geral, se disponível.
Figura 24: Ciclo “P” – Briefing do Incidente.
44
Ações realizadas
- Analisar o desenvolvimento das
operações atuais;
- Estipular os papéis e responsabilidades
de cada organização;
- Ativação das funções necessárias do
STAFF;
- Definir o local do PC e demais
instalações que serão utilizadas, caso
estas não tenham sido definidas ou
estejam em locais inadequados;
- Definir a duração do período operacional
e dos turnos de trabalho;
- Definição de outros elementos chaves
do Comando de acordo com a
necessidade;
Coordenador: Membro do Comando
Unificado;
Participantes: Integrantes do Comando
Unificado.
Figura 25: Ciclo “P” – Reunião Inicial CI/CU.
Busca e Salvamento:
Localizar e evacuar todas as vítimas da edificação;
Realizar a retirada das vítimas presas em escombros ou ferragens.
Combate a Incêndio:
Realizar o confinamento, isolamento e/ou extinção das chamas;
Realizar a proteção de uma edificação com risco de se incendiar;
Realizar as atividades de rescaldo na edificação.
46
Ações realizadas
- Estabelecer as prioridades do incidente;
Ações realizadas
Reunião Tática
Ações realizadas:
Coordenador: CSP
Ações realizadas
- Finalizar as análises e planejamentos
necessários para apresentação;
Coordenador: O CSP promove o
processo;
Reunião de Planejamento
Nesta etapa os membros do Staff de comando e Staff geral, fornecem uma
descrição geral do plano tático para cumprir as tarefas emitidas pelo Comando.
O Chefe da seção de operações apresenta o plano proposto para revisão e
comentários e discute a estratégia e as táticas que foram consideradas e escolhidas
para cumprir da melhor forma as ordens do comando para o próximo período
operacional, discutirá igualmente, de forma breve, de que forma o incidente será
gerido juntamente com as atribuições de trabalho, os recursos e o apoio necessário
para atender o plano proposto.
Esta reunião permite ao Comando e staff discutir e resolver qualquer assunto
e preocupação antes de aprovação do PAI e após ser realizada a revisão e
atualizações, os participantes na reunião de planejamento comprometem-se a apoiar
o plano.
Ações realizadas
- Apresentação do plano de ação pelo
Chefe da seção de operações incluindo
estratégias, táticas, contingências,
recursos, estrutura da organização e
considerações de gestões gerais;
- Garantir que todas as tarefas atribuídas
foram cumpridas;
- Aprovar taticamente o plano proposto;
- Apresentar situação e ações realizadas
relacionadas aos aspectos de segurança,
logística e finanças.
Responsável: C.I/ C. Unif ou CSP
Ações realizadas
- Finalização de preenchimento dos
formulários que serão utilizados,
principalmente SCI 202 (Objetivos da
resposta) e SCI 205 (Plano de
comunicação);
- Conclusão e apresentação das tarefas
pelos membros do STAFF;
- Revisão, aprovação e assinatura do
PAI;
Coordenador: CSP
Ações realizadas
- Apresentação do PAI;
- Repasse de atribuições a todos os
respondedores;
- Esclarecimento de dúvidas;
Responsável: CSP;
Ações realizadas
- Execução do plano proposto;
- Avaliação do progresso da operação;
- Realização de adequações nas
estratégias e táticas, caso seja
necessário;
- Acompanhamento do desenvolvimento
das atividades para conclusão dos
objetivos;
- Fornecimento de relatórios dos membros
dos STAFF’s para o Comando sobre a
situação de sua seção no incidente.
Objetivo
Apresentar aos leitores a Tarjeta de Campo, a qual deve ser utilizada em toda e
qualquer natureza de atendimento, principalmente por parte do comandante de
socorro;
Apresentar os 08 passos a serem observados para execução da Tarjeta de
Campo.
A tarjeta de campo consiste nas ações que deverão ser realizadas pelo
primeiro respondedor que chega com capacidade operacional na cena e assume o
comando, visando organizar de forma rápida e eficiente a resposta ao incidente, e
serve como um facilitador nos casos de transferência do comando.
A aplicação da tarjeta de campo engloba os 8 passos abaixo relacionados:
Zona fria – Local que não apresenta riscos aos respondedores e nem a
população sendo de trânsito livre. Local de maior indicação para ativação das
instalações do SCI (E, B, A, H, H1).
Objetivo
Ações planejadas.
8 Organização Atual Faça o organograma da operação, apresentando a
estrutura organizacional com a distribuição dos
recursos no incidente.
9 Recurso Escreva o nome do recurso.
9 Identificação Escreva a identificação do recurso (nome do
recurso, prefixo, nome do fornecedor, etc).
9 Data/hora Escreva a data e hora que o recurso foi solicitado.
Solicitação
9 Hora de entrada Escreva a data e hora que o recurso se
apresentou no incidente.
9 No local Marque com “X”, caso o recurso esteja presente
no incidente.
10 Observações Escreva brevemente a localização do recurso,
atividade que está realizando, e status do recurso,
caso não esteja atuando.
formulário
11 Aprovado por Escreva o nome e função de quem aprovou o
preenchimento do formulário
Objetivos:
3º - Avaliação da situação
Confirmação da natureza – Acidente de trânsito envolvendo ônibus x
caminhão;
Ameaças presentes – Pessoas presas nas ferragens do ônibus e caminhão,
tombamento do caminhão com vazamento de combustível, vazamento de
combustível para Ribeirão João Leite, risco de incêndio no caminhão e de
acidente na rodovia devido ao trânsito intenso de veículos.
Área afetada – Km 26 à Km 27 da Rodovia e parte do Ribeirão João Leite as
margens da rodovia.
Perímetro de segurança – Local avaliado e verificado os pontos onde serão
realizadas as delimitações das zonas de atuação no incidente.
Instalações Padronizadas - Local avaliado e verificado os pontos onde serão
estabelecidas as instalações padronizadas que serão necessárias no
incidente.
Zona fria (zona de livre acesso) – Inicia no limite externo da zona morna e
abrange todas as demais áreas.
8º – Passagem de comando
Resumo do incidente
o Acidente envolvendo caminhão transportando óleo diesel x ônibus de
transporte interestadual com diversas vítimas, com tombamento e
princípio de incêndio no caminhão e vazamento para o manancial João
Leite
Ações implementadas
o Perímetro de segurança estabelecido;
o Montagem das equipes e estabelecimentos inicial das ações de
resposta com os recursos existentes no local;
o Área de espera e Área de Concentração de Vítimas estabelecidos;
o Solicitação de recursos adicionais realizada.
Ações planejadas
o Realizar o transporte das vítimas que forem retiradas das ferragens;
o Montagem das equipes de resposta com os recursos adicionais que
forem chegando ao incidente;
o Estabelecer uma Zona de Pouso de Helicóptero
o Aquisição de equipamentos de comunicação (Rádios) para otimizar
comunicação no incidente.
o Aquisição de suprimentos para equipes que estão no local.
Organização atual
83
Recursos no local
o 01 Viatura de Salvamento Avançado (CBMGO) – ASA-66
o 01 Caminhão de Salvamento (CBMGO) – ABS-20
o 01 Caminhão de Combate a Incêndio (CBMGO) – ABT - 45
o 01 Ambulância com médico para suporte avançado (CBMGO) – USA -
30
o 01 Ambulância sem médico para resgate (CBMGO) – UR-158
o 02 Viaturas da Polícia Rodoviária Federal – PRF – 01 e PRF – 02
o 01 Caminhão de Combate a Incêndio da Concessionária da rodovia –
ACI - 01
o 01 – Unidade de salvamento e regate básica da Concessionária da
rodovia – URS – 01
o 01 – Ambulância sem médico para suporte básico (SAMU) - USB-01
Recursos solicitados
o 01 Caminhão de Busca e Salvamento;
o 01 Viatura de Salvamento Avançado;
o 01 Viatura da polícia rodoviária federal;
o 01 Caminhão de combate a incêndio;
o 01 Viatura da agência de meio ambiente local;
o 06 Ambulâncias de resgate ou suporte básico;
o 02 Ambulâncias de suporte avançado;
o 01 Helicóptero.
84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no exercício do cargo de
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço
saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO i
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, dispõe sobre o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC,
autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres e dá outras providências.
Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão estabelecidas em ato do Poder
Executivo federal.
Art. 2º É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à
redução dos riscos de desastre.
(Regulamento)
§ 1º As medidas previstas no
caput
poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou
privadas e da sociedade em geral.
§ 2º A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e
mitigadoras da situação de risco.
CAPÍTULO Ii
Seção I
Di
retrizes e Objetivos
Art. 3º A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à
proteção e defesa civil.
Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano,
saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência
e tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável.
I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para redução de desastres
e apoio às comunidades atingidas;
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 1/11
08/10/21, 22:40 L12608
II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de desastres relacionados
a corpos d’água;
V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de desastres no
território nacional;
IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os elementos da
gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais;
VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e outros
potencialmente causadores de desastres;
X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção
da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana;
Seção II
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 2/11
08/10/21, 22:40 L12608
III - promover estudos referentes às causas e possibilidades de ocorrência de desastres de qualquer origem,
sua incidência, extensão e consequência;
IV - apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no mapeamento das áreas de risco, nos estudos de
identificação de ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e nas demais ações de prevenção,
mitigação, preparação, resposta e recuperação;
VI - instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
VII - instituir e manter sistema para declaração e reconhecimento de situação de emergência ou de estado de
calamidade pública;
IX - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, bem como dos riscos
biológicos, nucleares e químicos, e produzir alertas sobre a possibilidade de ocorrência de desastres, em articulação
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
I - a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e grandes bacias hidrográficas do País; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito nacional e regional, em especial
quanto à rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico e dos riscos biológicos, nucleares e químicos
e à produção de alertas antecipados das regiões com risco de desastres.
§ 2º Os prazos para elaboração e revisão do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil serão definidos em
regulamento.
V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, em articulação com a
União e os Municípios;
VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou situação de emergência; e
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 3/11
08/10/21, 22:40 L12608
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na elaboração dos
Planos de Contingência de Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações
emergenciais.
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito estadual, em especial no que se
refere à implantação da rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco de
desastre.
V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas áreas;
VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a
evacuação da população das áreas de alto risco ou das edificações vulneráveis;
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à população em situação de desastre, em
condições adequadas de higiene e segurança;
IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem como sobre
protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil;
XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por desastres;
XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de proteção civil
no Município;
III - estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica das áreas atingidas por
desastres;
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 4/11
08/10/21, 22:40 L12608
IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em escolas e hospitais situados em áreas
de risco;
CAPÍTULO III
Seção I
Disposições Gerais
Art. 10. O SINPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e
defesa civil.
Parágrafo único. O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento, articulação,
coordenação e execução dos programas, projetos e ações de proteção e defesa civil.
II - órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de coordenar o sistema;
Parágrafo único. Poderão participar do SINPDEC as organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras
entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil.
Seção II
Art. 12. O CONPDEC, órgão colegiado integrante do Ministério da Integração Nacional, terá por finalidades:
IV - propor procedimentos para atendimento a crianças, adolescentes, gestantes, idosos e pessoas com
deficiência em situação de desastre, observada a legislação aplicável; e
§ 2º O CONPDEC contará com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da
sociedade civil organizada, incluindo-se representantes das comunidades atingidas por desastre, e por especialistas
de notório saber.
CAPÍTULO IV
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 5/11
08/10/21, 22:40 L12608
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 13. Fica autorizada a criação de sistema de informações de monitoramento de desastres, em ambiente
informatizado, que atuará por meio de base de dados compartilhada entre os integrantes do SINPDEC visando ao
oferecimento de informações atualizadas para prevenção, mitigação, alerta, resposta e recuperação em situações de
desastre em todo o território nacional.
Art. 14. Os programas habitacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem
priorizar a relocação de comunidades atingidas e de moradores de áreas de risco.
Art. 15. A União poderá manter linha de crédito específica, por intermédio de suas agências financeiras oficiais
de fomento, destinada ao capital de giro e ao investimento de sociedades empresariais, empresários individuais e
pessoas físicas ou jurídicas em Municípios atingidos por desastre que tiverem a situação de emergência ou o estado
de calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo federal.
Art. 16. Fica a União autorizada a conceder incentivo ao Município que adotar medidas voltadas ao aumento
da oferta de terra urbanizada para utilização em habitação de interesse social, por meio dos institutos previstos na
Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,
na forma do regulamento.
Art. 17. Em situações de iminência ou ocorrência de desastre, ficam os órgãos competentes autorizados a
transferir bens apreendidos em operações de combate e repressão a crimes para os órgãos de proteção e defesa
civil.
Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se agentes de proteção e defesa civil:
I - os agentes políticos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios responsáveis pela direção
superior dos órgãos do SINPDEC;
II - os agentes públicos responsáveis pela coordenação e direção de órgãos ou entidades públicas prestadores
dos serviços de proteção e defesa civil;
III - os agentes públicos detentores de cargo, emprego ou função pública, civis ou militares, com atribuições
relativas à prestação ou execução dos serviços de proteção e defesa civil; e
Parágrafo único. Os órgãos do SINPDEC adotarão, no âmbito de suas competências, as medidas pertinentes
para assegurar a profissionalização e a qualificação, em caráter permanente, dos agentes públicos referidos no
inciso III.
Art. 19. Aplicam-se ao Distrito Federal as competências atribuídas nesta Lei aos Estados e aos Municípios.
“
Art. 4º
São obrigatórias as transferências da União aos órgãos e entidades dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para a execução de ações de resposta e
recuperação, observados os requisitos e procedimentos previstos nesta Lei.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 6/11
08/10/21, 22:40 L12608
de acordo com sua disponibilidade orçamentária e financeira e com base nas informações
obtidas perante o ente federativo.
“
Art. 5º
O órgão central do SINPDEC acompanhará e fiscalizará a aplicação dos
recursos transferidos na forma do art. 4º .
...........................................................................................................................................................
§ 2º
Os entes beneficiários das transferências de que trata o
caput
deverão
apresentar ao órgão central do SINPDEC a prestação de contas do total dos recursos
recebidos, na forma do regulamento.
Art. 22. A
Lei nº 12.340, de 1o de dezembro de 2010,
passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 3º-A,
3º-B
e
5º-A:
“
Art. 3º-A.
O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou
processos geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme regulamento.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 7/11
08/10/21, 22:40 L12608
§ 5º As informações de que trata o § 4º serão encaminhadas, para conhecimento e
providências, aos Poderes Executivo e Legislativo dos respectivos Estados e Municípios e
ao Ministério Público.
“
Art. 3º-B.
Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência
de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre
as quais, a execução de plano de contingência e de obras de segurança e, quando
necessário, a remoção de edificações e o reassentamento dos ocupantes em local
seguro.
§ 3º Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando
necessário, e cadastrados pelo Município para garantia de atendimento habitacional em
caráter definitivo, de acordo com os critérios dos programas públicos de habitação de
interesse social.”
“
Art. 5º-A.
Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos documentos
apresentados, ou a inexistência do estado de calamidade pública ou da situação de
emergência declarados, o ato administrativo que tenha autorizado a realização da
transferência obrigatória perderá seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a
devolver os valores repassados, devidamente atualizados.
Art. 23. É vedada a concessão de licença ou alvará de construção em áreas de risco indicadas como não
edificáveis no plano diretor ou legislação dele derivada.
..........................................................................................................................................................
VI - ....................
.......................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
h)
a exposição da população a riscos de desastres.
....................................................................................................................................................”
(NR).
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 8/11
08/10/21, 22:40 L12608
Art. 25. O art. 41 da
Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VI:
“Art. 41.
..........................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
VI -
incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à
ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos
geológicos ou hidrológicos correlatos.
..............................................................................................................................................................”
(NR)
Art. 26. A
Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,
passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 42-A e 42-B:
“
Art. 42-A.
Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor dos Municípios
incluídos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos deverá conter:
“
Art. 42-B.
Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a
data de publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no
mínimo:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 9/11
08/10/21, 22:40 L12608
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para
infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;
“Art. 12.
..................................................................................................................................
§ 1
º
O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma
de execução, sob pena de caducidade da aprovação.
“Art. 3º
............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
§ 4º
O Serviço Alternativo incluirá o treinamento para atuação em áreas atingidas
por desastre, em situação de emergência e estado de calamidade, executado de forma
integrada com o órgão federal responsável pela implantação das ações de proteção e
defesa civil.
“Art. 26.
...........................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
§ 7º
Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da
proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos
obrigatórios.” (NR)
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com exceção do disposto no
§ 2º do art. 12 da Lei
nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979,
que entrará em vigor após decorridos 2 (dois) anos da data de sua publicação
oficial.
MICHEL TEMER
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm 11/11
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 07/12/2020 | Edição: 233 | Seção: 1 | Página: 16
Órgão: Ministério do Desenvolvimento Regional/Gabinete do Ministro
ROGÉRIO MARINHO
Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.