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UNIPAMPA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA


DISCIPLINA DE SISTEMAS E GESTÃO DA QUALIDADE
Nome: Felipe Lamaizon Data: 04/12/2020.

1) Quais as diferenças entre controle por variáveis e por atributos. Cite


exemplos de aplicação. Qual o tamanho da amostra a ser escolhida para
implantação do CEP?
O controle por variáveis é realizado a partir de dados obtidos através da leitura
de uma escala. Já o controle por atributos a partir de dados obtidos através da
classificação de itens analisados como satisfatórios ou insatisfatórios e podem
ser usadas 4 cartas diferentes dependendo do caso, são elas p, np, u e c. O
controle de variáveis: amostras reduzidas, uma característica por vez, padrão
objetivo e maior custo de inspeção. Controle de atributos: amostras maiores,
possível ser analisado mais de uma característica por vez, se forem compatíveis,
padrão subjetivo e menor custo de inspeção.
Exemplos de aplicação:

▪ Controle por Variáveis: Controle da distância entre dentes de uma


engrenagem do câmbio. Estabelecer o controle do processo de fabricação
de um torno automático, para produção de arruelas.
▪ Controle por Atributos: Controle da qualidade de na fabricação da
carcaça de carros, baseando-se nas unidades defeituosas. Controle da
qualidade na impressão 3D de calotas de carro baseando-se no numero
de unidades boas e ruins.

E o tamanho da amostra na implantação do CEP depende principalmente da


experiencia de quem está operando, como por exemplo no caso de controle por
variáveis pode se usar 20 amostras de 5 itens ou 25 amostras de 4 itens. E no
caso de controle por atributos pode se usar 25 amostras de 40 itens ou 20
amostras de 50 itens e também pode ser de acordo com a NBR 5426. Extrair em
intervalos de hora em hora, dia a dia ou semanalmente, dependendo do ritmo de
produção.

2) O que significa um Plano de Amostragem (5000,125,2,5,6,7) de acordo


com a NBR 5426?
O plano de amostragem é quem determina quantas unidades de produto por lote
que irá ser analisado (o tamanho de amostra ou série de tamanhos de amostra)
e determina também o critério para aceitação de lote (o número de aceitação e
rejeição).
Este tipo plano de amostragem demonstrado é do tipo Plano de Amostragem
Dupla PL(N, n, Ac(1), Re(1), Ac(2), Re(2)), onde tem-se um lote de 5000 (N), 125
peças de amostras (n), se dessas amostras forem obtidos um número de não
conformes menor ou igual número de aceitação 2 (Ac(1)) este lote será aceito, e
se o número de não conformes encontrado for maior ou igual ao número de
rejeição 5 (Re(1)) o lote é rejeitado. E no caso do número de não conformes
obtido se encontrar entre Ac(1) e Re(1) é realizada uma re-amostragem onde é
avaliado da mesma forma, se nessa re-amostragem o número de não conformes
for menor ou igual ao número de aceitação desta segunda etapa 6 (Ac(2)) o lote
é aceito e se o número de não conformes for maior ou igual ao número de
rejeição 7 (Re(2)) o lote é rejeitado.

3) Descreva qual a base estatística para a elaboração das cartas de


controle? Para que nível de confiança são, normalmente, elaboradas as
cartas de controle?
As cartas de controle são parte de um sistema iterativo que visa a melhoria
que estão presentes no controle estatístico de processos (CEP), para sua
elaboração é necessária uma coleta de dados periódica para que assim possam
ser calculados os dados estatísticos que representam os limites de controle que
nos permitirá plotar os gráficos para a análise, sendo esses dados a média e o
desvio padrão, esses dados nos permitem notar qual é o padrão de variabilidade
natural do processo e com elas são plotados os limites de controle. A partir disto
é avaliada a estabilidade do processo, ou seja, se os parâmetros analisados se
encontram dentro dos limites de controle calculados, se existir pontos fora
desses limites, devem ser eliminados ou corrigidos, estes pontos a ser
eliminados são conhecidos como causas especiais. Uma vez identificadas e
eliminadas as causas especiais, é possível avaliar a real capacidade de produzir
peças que atendam e respeitem os limites de controle, essa analise é realizada
com a ajuda de uma curva de Gauss de distribuição normal com limites em ±3σ
em que são avaliados as variabilidades devido as causas comuns e a partir disso
atuar sobre estas causas tornando o processo capaz.
O nível de confiança depende do número (𝑍) de desvios padrões (𝜎) que
serão adotados, normalmente 𝑍 = 1 tem-se nível de confiança 68,26%, 𝑍 = 2 o
nível de confiança é 95,44% e por fim 𝑍 = 3 tem-se 99,73%.

4) Explique como é o procedimento para a análise do sistema de medição


do processo.
Para assegurar-se que um sistema de medição é adequado ele deve ter
a capacidade de identificar pequenas variações nas características medidas nos
produtos, os erros aleatórios (variabilidade) devem ser pequenos quando
comparados com a variabilidade do processo produtivo e com os limites de
especificação das tolerâncias do produto e o processo de medição deve estar
sob controle estatístico, ou seja, que as variações do processo de medição são
devidas somente às causas comuns (dentro dos limites de controle) e não às
especiais (fora dos limites de controle) existem alguns parâmetros que são
utilizados na análise estatística nesses processos, que são: Tendência,
Repetitividade, Reprodutibilidade, Estabilidade e o Desvio Linear de Tendência.
Existem inúmeros procedimentos que podem ser adotados para avaliar os
sistemas de medição: avaliação da capacidade de processos de medição,
ensaio de estabilidade de longo prazo, ensaio de estabilidade de curto prazo,
ensaio de desvio linear da tendência, ensaio de repetitividade, entre outros. A
preparação dos ensaios se dá de acordo com a sequência a seguir:
• Planejamento dos ensaios: que seria delimitar parâmetros e
abrangência.
• Seleção das amostras: representativas do processo, devem ser
numeradas.
• Medição e registro: procedimentos usuais da produção adaptados
para o tipo de teste.
Por exemplo o ensaio de repetitividade consiste em avaliar a variabilidade
natural do processo de medição realizadas em condições semelhantes. Baseia-
se em medições repetidas da mesma amostra, realizadas pelo mesmo operador,
e em um período de tempo curto. É comum que a amostra seja retirada e
reposicionada no sistema de medição entre as medições repetidas. A
repetitividade pode ser estimada a partir do desvio padrão das medições
repetidas ou de maneira alternativa a partir das amplitudes de medições
repetidas.

5) Analise o experimento a seguir e diga se existe diferença significante,


estatisticamente, na potência HP resultante de um motor à combustão,
dada a variação da cilindrada e da forma de alimentação da mistura.

Dados:
𝑛 = 3 número de replicações
4 tratamentos com 2 níveis
𝑁 = 12 (unidades experimentadas)
𝑎=2
𝑏=2
São 4 amostras e 4 tratamentos (𝑎0 , 𝑏0 , 𝑎1 , 𝑏0 )
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 = 1 (potência HP do motor)

Soma das Média das


Motor replicações replicações
Turbo 1.8 631 187,66
Turbo 2.0 701 210,33
Aspirado 1.8 563 196,66
Aspirado 2.0 590 233,66
Total 2485 828,31

Fator A Fator B
Turbo 1.8
Turbo 2.0
Aspirado 1.8
Aspirado 2.0

5632 + 6312 + 5902 + 7012 24852


𝑆𝑄𝑇𝑟𝑎𝑡 = ( )−( ) = 3608,25
3 12

𝑆𝑄𝑇𝑜𝑡 = (1882 + 1902 + 1852 + 2092 + 2112 + 2112 + 1972 + 1982


24852
+ 1952 +2322 + 2332 + 2362 ) − ( ) = 3636,51
12

𝑆𝑄𝑅𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜 = 𝑆𝑄𝑇𝑜𝑡 − 𝑆𝑄𝑇𝑟𝑎𝑡 = 28.6667

11532 + 13322 24852


𝑆𝑄𝐴 = + = 2670,08
6 12
11542 + 12912 24852
𝑆𝑄𝐵 = − = 784,03
6 12
𝑆𝑄𝐴𝐵 = 𝑆𝑄𝑇𝑟𝑎𝑡 − 𝑆𝑄𝐴 − 𝑆𝑄𝐵 = 154,14
𝑄𝑀𝐴 2670,08
𝐹𝐴 = = = 745,2
𝑄𝑀𝐵 3,583
𝑆𝑄𝑇𝑟𝑎𝑡
𝑄𝑀𝑇𝑜𝑡 = = 1202,75
(𝑎. 𝑏 − 1)
Fonte de Soma dos Grau de Quadrados F Fisher-
variação quadrados liberdade médios Snedecor 𝑭𝒕𝒂𝒃 α=0,05
Tratamento 3608,25 3 1202,75 335,68 4,066
Fator A 2670,08 1 2670,08 745,2 5,318
Fator B 784,03 1 784,03 218,81 5,318
AxB 154,14 1 154,14 43,01 5,318
Resíduo 28,6667 8 3,583 - -
Total 3636,51 11 -

Pode-se concluir 𝐹𝐴 > 𝐹𝑡𝐴𝑏 , 𝐹𝐵 > 𝐹𝑡𝐴𝑏 , e 𝐹𝐴𝐵 > 𝐹𝑡𝐴𝑏 , 𝐹𝑡𝑟𝑎𝑡 > 𝐹𝑡𝐴𝑏 , a partir
disso é possível rejeitar 𝐻0 hipótese nula, assim pode-se afirmar que a média de
um dos tratamentos é diferente dos outros pelo teste de F até o nível 5% de
significância.

6) (Peso 2,0) Os veículos Puma eram moldados de 2 ou 4 por vez (GTE e


GTS) e o número de série era registrado conforme abaixo, de acordo com
o número de defeitos:

Pergunta-se:
a) Que tipo de carta era confiável para a aplicação do CEP em sua
produção?
Após analise é possível notar que a carta de controle mais se adequa ao caso
e mais confiável para aplicação seria a carta de controle por atributos tipo u –
gráfico de controle para a proporção do número de defeitos, para a mesma
interessa o número de defeitos e o tamanho das amostras não são constantes.
Isso devido a que é feita a contagem dos defeitos e esta não segue uma linha
contínua (2 ou 4 por vez).

b) Calcule os limites de controle e a linha central com base nas


amostras de produção da época. Registre os pontos.
Primeiramente é necessário calcular o número de defeitos por moldada, os
limites inferior (𝐿𝐼𝐶) e superior (𝐿𝑆𝐶) e a linha média do processo (𝐿𝑀). Tendo
um 𝑁 = 20.
𝑁

𝑛 = ∑ 𝑛𝑖 /𝑁
𝑖
𝑐𝑖
∑𝑁
𝑖=1 𝑛𝑖
𝐿𝑀 = = 𝑢𝑀
𝑁
√𝑢𝑀
𝐿𝐶 = 𝑢𝑀 ± 3
√𝑛

Número da Número de Defeitos por


LSC LIC LM
Iterações moldada (𝒏𝒊 ) defeitos (𝒄𝒊 ) moldada
1 2 3 1,5 2,9571 0 1,0875
2 2 0 0 2,9571 0 1,0875
3 2 2 1 2,9571 0 1,0875
4 2 4 2 2,9571 0 1,0875
5 2 1 0,5 2,9571 0 1,0875
6 2 2 1 2,9571 0 1,0875
7 4 6 1,5 2,9571 0 1,0875
8 4 4 1 2,9571 0 1,0875
9 4 2 0,5 2,9571 0 1,0875
10 4 2 0,5 2,9571 0 1,0875
11 4 1 0,25 2,9571 0 1,0875
12 4 4 1 2,9571 0 1,0875
13 2 1 0,5 2,9571 0 1,0875
14 2 3 1,5 2,9571 0 1,0875
15 2 3 1,5 2,9571 0 1,0875
16 2 5 2,5 2,9571 0 1,0875
17 2 3 1,5 2,9571 0 1,0875
18 2 0 0 2,9571 0 1,0875
19 4 8 2 2,9571 0 1,0875
20 4 6 1,5 2,9571 0 1,0875

LM 1,0875
n 2,8
Carta u
A partir disto é possível plotar o gráfico da carta de controle por atributos, abaixo:

3,5

2,5
LSC
2
LIC
1,5
LM
1 DM
0,5

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

REFERÊNCIAS

ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5426: Planos de


amostragem e procedimentos na inspeção por atributos. Rio de Janeiro,
1985. 63p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Análise de Variância e de Experimentos. Notas
de Aula. Alegrete, 2020. 38p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Controle Estatístico de Processos. Notas de
Aula. Alegrete, 2020. 70p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Controle Por Atributos. Notas de Aula.
Alegrete, 2020. 11p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Controle Por Variáveis. Notas de Aula.
Alegrete, 2020. 11p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Normas de Amostragem. Notas de Aula.
Alegrete, 2020. 25p
OLIVEIRA, Alexandre Silva de. Sistemas de Medição. Notas de Aula. Alegrete,
2020. 64p

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