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Guia - CSH
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RECIFE, 2022
A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
Carta do Secretariado
Senhores delegados,
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
Caríssimos delegados,
É uma honra para nós da diretoria termos vocês como participantes no comitê da
Comissão de Segurança Hemisférica (CSH), na XIII Simulação Interna do Colégio Militar do
Recife. Simular em um comitê que não faz parte das Nações Unidas é uma oportunidade
incrível para ter novas experiências, se aventurando por terras novas e aumentando seu leque
de conhecimentos.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma ótima forma de representar
países mais próximos, que compartilham de cultura, origens ou até mesmo problemas
semelhantes. Por outro lado, nosso vasto continente americano também é de uma pluralidade
imensa, que com certeza pode ser bastante explorada no comitê.
Os riscos enfrentados pelas pessoas no Triângulo Norte da América Central são
extremamente altos. A origem histórica deles e como eles estão emaranhados na sociedade
são pontos que precisam ser levados em consideração durante seus estudos, discursos e
decisões tomadas no comitê. Junto a isso, é importante conhecer e compreender o
posicionamento dos outros países americanos, como eles também sofrem com essa situação e
quais ações eles estão tomando.
Esperamos que todos vocês, independente da experiência com simulações, possam
aproveitar, aprender e, sobretudo, curtir intensamente o evento. Contem com a gente para o
que for necessário. Esperamos vocês em breve!
Ansiosamente,
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
Sumário
Introdução 6
5- A Instabilidade Política 12
5.1 -Guatemala 12
7- Déficit Econômico 18
7.1- Deficiências básicas 18
7.2- Insuficiência tecnológica e terremotos 18
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
1. Introdução
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
O Triângulo Norte tem enfrentado a violência crônica devido a uma longa guerra civil
e instabilidade política na região, bem como extensas redes criminosas, incluindo
organizações criminosas transnacionais, incluindo 18th Street (M-18) e Mara Salvatrucha
(MS-13). Um fator que acentua o cenário é ser a mais mortífera do mundo, com uma taxa de
mortalidade violenta maior do que uma zona de guerra.
As duras políticas de combate ao crime implementadas pelo governo dos três países
desde o início dos anos 2000 não conseguiram reduzir o crime na maioria dos casos e podem
ter sido frustradas por um aumento acentuado da população carcerária, que é um terreno fértil
para o recrutamento de gangues.
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5- A Instabilidade Política
5.1 -Guatemala
Para entender a Guatemala em sua história recente, é preciso levar em consideração a
guerra de 36 anos do último século (1960-1996), a segunda guerra civil mais longa do
continente e consequência direta da intervenção do governo dos EUA. Golpe executado em
1954, derrubou a democracia que o presidente Jacobo Arbenz estava construindo no país. Esta
guerra civil foi uma das mais longas e sangrentas do Hemisfério Ocidental, uma guerra
marcada pela barbárie, ditaduras militares e o genocídio da população maia, na década de
1980.
A partir de 2005, com o apoio da comunidade internacional, tenta-se montar uma
força-tarefa para combater os estados que sustentavam a impunidade. E é assim que nasce, em
12 de dezembro de 2006, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala
(CICIG), a partir de um acordo firmado entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e o
Governo da Guatemala.
Uma das ações da CICIG era de fazer um levantamento das corporações ilegais de
segurança e aparatos clandestinos, estrutura, formas de operar e financiamentos, além de
possíveis vínculos com entidades do Estado e outros setores que atentassem contra os direitos
civis e políticos no país.
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É assim que a comissão passa quase despercebida ao longo dos anos até 2015, ano em
que o colombiano Iván Velásquez, chega à presidência do CICIG. Em seu país, havia liderado
uma luta contra a impunidade, corrupção e narcotráfico.
O ano de 2015 foi marcado como o último do governo do ex-militar Otto Pérez
Molina (2012-2016), que participou diretamente dos anos mais sangrentos da guerra na
Guatemala (na década de 1980), governando o país com mão pesada, expropriando
comunidades indígenas e promovendo a manutenção da impunidade que sustentava o estado
guatemalteco.
Mas as investigações do CICIG decorriam de forma quase invisível e foi durante o
mês de abril de 2015 que vieram à tona e envolveram vários altos funcionários do governo
reformado do general Otto Pérez Molina. É assim que a CICIG e alguns promotores de
investigação do Ministério Público avançam e apresentam mais casos de corrupção em
paralelo às massivas mobilizações cidadãs e como resultado dessas pressões sociais, em maio
daquele ano, a vice-presidente renuncia. Em agosto, Otto Pérez renunciou ao cargo e foi
levado à justiça.
Nos meses seguintes, um novo presidente e vice-presidente são indicados pelo
congresso da república para realizar as eleições marcadas para 2015 e em uma eleição
turbulenta o povo da Guatemala elege o comediante evangélico e comunicador da TV, Jimmy
Morales, indicado por um ex-partido militar e de extrema direita. Assim, ele inicia uma feroz
cruzada para desmantelar as conquistas do CICIG e da Promotoria Especial contra a
Impunidade (FECI), que já haviam conseguido indiciar vários ex-presidentes e centenas de
funcionários e ex-funcionários públicos, incluindo ministros, deputados , policiais, militares e
empresários oligárquicos de qualquer linhagem.
E assim, a extrema direita expulsou o comissário Iván Velásquez em 2018 e o CICIG é
encerrado no ano seguinte, inaugurando um novo capítulo na crise política permanente na
Guatemala.
É neste momento que a classe política e a oligarquia se unem para orquestrar uma
vingança e apoderar-se de todos os poderes do Estado guatemalteco. Tomam de assalto o
congresso, o judiciário, os tribunais superiores de justiça. Já nas eleições de 2019, quem
venceu foi Alejandro Giammattei, que passou a realizar uma série de empréstimos
milionários, às custas do povo da Guatemala. Ele tem ainda uma dívida política e econômica
com a classe oligárquica que por 20 anos financiou a campanha política até que se tornasse
presidente do país. A pandemia serviu de justificativa para o roubo flagrante e a impunidade
galopante.
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5.2-Honduras
Em 26 de novembro de 2017 foram realizadas eleições gerais no país
centro-americano que nos anos ’80 foi base territorial para a chamada “contra revolução” da
América Central, com ênfase na presença imperialista contra o regime sandinista na
Nicarágua. Durante a aplicação da “teoria do dominó” na Era Reagan acompanhada do
emprego da guerra de extermínio de terra arrasada, Honduras foi o país que recebeu maior
contingente de contras nicaraguenses e cujos oficiais de carreira nas forças armadas têm a
maior proporção de pessoal militar treinado nos EUA.
A história das eleições de 2017 tem relação direta com o passado pró-imperialista dos
anos ’80. O presidente Juan Orlando Hernández (JOH, eleito em janeiro de 2014, oligarca e
pró-yankee do Partido Conservador) modificou a constituição do país garantindo o estatuto da
reeleição. Vale lembrar que em junho de 2009, o então presidente José Manuel Zelaya Rosales
(um oligarca remodelado do Partido Liberal), eleito em 2006, tentou modificar a carta magna
do país (escrita por generais formados na Escola das Américas, liderados pelo ditador-general
Policarpo Paz García, e decretada em janeiro de 1982) e a resposta da Suprema Corte de
Justiça foi autorizar a intervenção militar e empossar a Ricardo Micheletti – cujo governo não
foi reconhecido internacionalmente – até a eleição do conservador Porfírio Lobo (em um
pleito onde foi proibido a Zelaya de concorrer) em 2010. Desde então a presença política do
Partido Liberal – que em um típico giro latino e centro-americano se torna uma legenda
progressista e de centro-esquerda – vem sendo tolhida pela força do aparelho de Estado e com
a cumplicidade de órgãos internacionais. O próprio Zelaya Rosales retornou ao país após o
golpe, ficando protegido dentro da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa por mais de quatro
meses, até partir para o exílio definitivo. Zelaya participou em 2017 da campanha vitoriosa e
fraudada pelo Partido Conservador e hoje coordena a desobediência civil contra o golpe
eleitoral.
Não bastasse mudar as regras do jogo com a partida em andamento, JOH concorreu
contra Salvador Nasralla (Partido Liberal e indicado político de Zelaya Rosales), e estava
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perdendo na contagem de votos quando houve um mais que suspeito apagão elétrico no país
(a contagem de votos é manual e as cédulas em papel), levando ao Tribunal Supremo Eleitoral
de Honduras (TSE) a suspender o anúncio do vencedor. Passados 17 dias, a corte eleitoral
dominada por partidários de JOH e apoiadores do golpe de 2009 reconhece a vitória da
situação, convertendo Honduras em uma autêntica ditadura civil. O fato político, uma fraude
eleitoral evidente através de um governo que altera a Constituição – permitindo a auto
reeleição e não é impedido pela Suprema Corte, o oposto do que ocorreu em 2009 – implica
em um novo padrão na América Latina. Honduras reproduziu na América Central uma
vergonhosa fraude eleitoral como a ocorrida no pleito presidencial do México em 2006. Na
ocasião Felipe Calderón (concorrendo pelo Partido da Ação Nacional, PAN, de corte
neoliberal e que rompera com mais de 70 anos de domínio priista) ganhou a corrida fraudando
as urnas contra Andrés Manuel López Obrador (do Partido da Revolução Democrática, PRD,
então ex-governador do Distrito Federal de Cidade do México).
5.3- El Salvador
O novo presidente do país, Nayibe Bukele, que há tempos vem tentando fechar a
Assembleia Nacional, em vez de atacar a causa da formação das gangues está aplicando a
velha receita ineficaz que é de capturar e encarcerar os jovens ligados às pandilhas. Decretou
estado de exceção no país e começou uma caçada espetaculosa. Há poucos dias anunciou
que, entre março e abril, pelo menos 20 mil pessoas já foram presas, acusadas de
pertencimento às maras. Destas 20 mil almas, 1.620 são menores de idade entre 12 e 17 anos.
Entidades ligadas aos direitos humanos no país apontam que cerca de 65 jovens estão sendo
presos a cada dia. Como nem a polícia nem os órgãos do governo permitem acesso aos dados,
ninguém sabe a real situação dos presos. Nem se eles realmente pertencem às gangues, nem
para o paradeiro, se estão em prisões normais ou especiais para crianças e adolescentes. A
atual lei em vigor no país estabelece pena de 10 anos para crianças de 12 a 16 anos, e 20 anos
para os de 17 em diante, caso provado que sejam parte de suas ações.
Obviamente todos os presos são das camadas empobrecidas. Ninguém consegue saber
também se os jovens estão separados por grau de periculosidade, mas é muito provável que
não haja esse cuidado. A intenção do presidente é “mostrar serviço” para parte da população
que não suporta mais conviver com as gangues. E, é claro, acaba tendo aprovação tanto dos
ricos quanto da classe média, que simplesmente querem ver o problema desaparecer. Ocorre
que a decisão de caçar/encarcerar é apenas uma maneira de colocar o problema embaixo do
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tapete. Serve para a propaganda do presidente, mas não resolve a vida das famílias
empobrecidas. Pelo contrário.
Com a prisão dos jovens sofrem mais os adultos mais velhos, que ficam ainda mais
vulneráveis, sem o aporte dos filhos ou netos. E, não bastasse todo o terror agora
desencadeado junto a faixa etária mais desesperada, o governo decidiu impedir que a
população se mobilize e proteste no dia primeiro de maio, tradicional data de manifestações
de trabalhadores. Segundo o presidente, qualquer pessoa ou movimento social que venha a
fazer mobilização no primeiro de maio será considerada “defensora das pandilhas” e será
tratada como tal. Disse Bukele que os “verdadeiros sindicalistas” deverão estar reunidos com
o governo num evento comemorativo no qual ele deve anunciar algumas melhorias. Os que
estiverem nas ruas serão tratados como delinquentes. Por conta disso alguns movimentos
decidiram suspender as manifestações. Já o Movimiento de Trabajadores de la Policía (MTP),
a Alianza Nacional El Salvador en Paz e o Bloque de Resistencia y Rebeldía Popular (BPR)
anunciaram que as atividades de rua serão mantidas.
O fato é que o regime de exceção nada mais é do que o endurecimento de um governo
que não tem qualquer proposta séria para enfrentar o drama da maioria da população que vive
desde há décadas no binômio miséria/violência. A proposta de “mão dura” para o crime não
acaba com o crime, pelo contrário, o recrudesce. A solução para o problema das maras passa
por uma transformação radical do país que garanta educação e oportunidades reais de trabalho
e renda. Mudanças estruturais que só podem acontecer com uma revolução. Mantendo a
submissão aos organismos internacionais como FMI e Banco Mundial só faz engordar as
classes dominantes. Vai daí que essa ação espetaculosa de prisões em massa da juventude
fatalmente cobrará seu preço em mais violência e miséria para os salvadorenhos.
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7- Déficit Econômico
7.1- Deficiências básicas
O déficit econômico na América Central é indiscutivelmente estrondoso como
indicador e causador da gravidade das dificuldades enfrentadas pelo Triângulo Norte, como
também é a única saída para o problema. Atualmente, os 3 países do Triângulo Norte fazem
parte do rank de 7 países com menor PIB per capita da América Latina e Caribe, enquanto
que no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os países ocupam posições de 23o a 26o
com preocupantes taxas de violência, educação e nutrição. O triângulo ainda é uma
preocupação por recentes estatísticas de grande evasão e com uma grande porcentagem de
jovens entre 15 e 35 anos, o que futuramente pode ainda apresentar problemas de aumento de
desemprego, problemas de previdência e uma crise humanitária já vem sendo notada em razão
dos índices sociais e crise de imigrantes.
O problema e situação de grandes necessidades humanitárias do Triângulo Norte já foi
pautado no UN Food Summit de 2021, pois já é considerado um problema grave a situação da
insegurança alimentar e outros comitês da ONU responsáveis por defesa dos direitos civis já
agem sobre a problemática, que apesar de muito presente na América Latina, acentua-se
recentemente no Triângulo Norte.
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9.1 Barbados
Localizada no leste da América Central, no arquipélago das Pequenas Antilhas,
Barbados é uma das dez nações mais densamente povoadas do mundo e obteve sua
independência tardia perante o Reino Unido no ano de 1996, e integra a Comunidade
Britânica, grupo formado pelo Reino Unido e suas ex-colônias.
Atualmente, Barbados é uma república parlamentarista, tendo como presidente a
Sandra Mason. A chefe de governo é a primeira-ministra, cargo que desde 2018, é ocupado
por Mia Mottley. Entre 1966 e 2021, Barbados foi uma monarquia constitucional e, durante
todo o período monárquico, teve a rainha Isabel II do Reino Unido como monarca, dessa
forma, muitas das decisões tomadas pela nação seguem a linha de pensamento britânica.
Considerando que o país oferece elevado padrão social à população, possuindo o
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina e do Caribe, se torna um
dos locais de destino de muitos dos moradores do Triângulo Norte da América Central que
buscam fugir da situação deplorável que os assolam.
9.2 Belize
Belize é uma nação situada na América Central em uma estreita área da península de
Yucatán no Mar do Caribe. Conquistou sua independência do Reino Unido somente em 1981
e logo integrou a Commonwealth, passando a ser uma monarquia parlamentarista com a
Rainha Isabel II como chefe de estado. Possui uma população de 306 mil habitantes, o idioma
oficial é o inglês e sua capital é a cidade de Belmopan.
Atualmente, tem como chefe de governo um primeiro-ministro, cargo que John
Antonio Briceño- líder do partido "People 's United Party”- ocupa desde 2020. O país possui
o projeto de remover a Rainha Isabel II do cargo de chefe de estado com o intuito de passar
por um processo de descolonização, semelhante ao que fez o vizinho Barbados.
Belize tem como principais atividades econômicas o turismo e a agricultura, sendo o
cultivo de cítricos, cana-de-açúcar e banana seus principais produtos. Seu IDH de 0,694 é
considerado alto e assim como outros países da América Central, correntes migratórias aos
Estados Unidos são comuns. Atualmente, existem mais belizianos morando fora de Belize do
que em sua pátria-mãe.
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9.3 Canadá
O Canadá é uma federação composta por dez províncias e três territórios, uma
democracia parlamentar e uma monarquia constitucional, com a rainha Isabel II como chefe
de Estado (um símbolo dos laços históricos do Canadá com o Reino Unido), sendo o governo
dirigido por um primeiro-ministro, cargo ocupado atualmente (2022) por Justin Trudeau.
A nação possui certo histórico de apoio financeiro e habitacional destinado às demais
nações, ocasionado por sua economia diversificada, dependente dos seus abundantes recursos
naturais e do comércio, particularmente com os Estados Unidos, país com que o Canadá tem
um relacionamento longo e complexo, logo, espera-se certa compactuação com as ideias da
delegação supracitada.
que hoje preza por uma estabilidade política e consequentemente econômica. Presidida
atualmente por Luis Arce, a Bolívia hoje apresenta relações conflituosas com a OEA devido a
divergências passadas nas eleições presidenciais de 2019. O presidente atualmente declara
que sequer irá se apresentar a reuniões com a OEA, enquanto que parcela da população
também se demonstra opositora ao órgão, por acreditar na influência da OEA na democracia
boliviana como parte de um golpe.
A Bolívia, em termos econômicos, é o país com a realidade mais próxima daqueles do
Triângulo Norte, sendo o PIB per capita equivalente a aproximadamente 4 mil dólares, além
disto, a realidade social enfrentada pelos dois lados é também similar, apresentando altos
índices de criminalidade e taxas de morte violenta, a exemplo, em 2019 o índice de
feminicídios na Bolívia foi de dois para cada 100 mil habitantes, o que posiciona o país como
líder de crimes contra a mulher na região sul-americana. O país ainda enfrenta problemas
sobre crime organizado, muitas vezes causados pelo tráfico de drogas, sendo a legalização do
plantio de coca uma das estratégias do país, pois atesta se que com a presença de federações
de plantio, os limites impostos pelo governo são respeitados pelas federações para que não
tenham prejuízo ou sofram penalizações.
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O crime organizado é disseminado nas áreas urbanas do país. De acordo com a Human
Rights Watch, no país atuam entre 5 e 40 mil integrantes de facções criminosas. O governo
implementa estratégias duras contra o crime, criando forças especiais compostas por policiais
e militares. Existem alegações de participação das forças de segurança nas ações criminosas.
O sistema judiciário do país se mostra ineficiente para responsabilizar os envolvidos, sofrendo
diversas pressões e interferências políticas, ameaças e agressões do poder executivo, entidades
privadas envolvidas com o governo e das próprias facções criminosas. Honduras é um dos
países mais mortais do ocidente para jornalistas, sendo a polícia e o exército as maiores
ameaças.
O país é um dos mais pobres e com maior desigualdade do ocidente. Segundo o Banco
Mundial, antes da crise em 2020, mais de 25% da população vivia sob extrema pobreza e
quase metade vivia em pobreza. O modelo de crescimento orientado às exportações do país se
mostra ineficiente para promover seu crescimento econômico. Sua competitividade é minada
devido aos seus problemas políticos, fragilidade das instituições e crime organizado.
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chileno busca na ajuda de situações de tais cunhos é a busca por novas políticas e ideias que
visam radicalizar essa situação deplorável.
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sob o domínio de guerrilheiros e havia uma forte atuação de esquadrões de morte na região. O
fim desse conflito deu-se em 1992, com o auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU)
através de um acordo de paz. Desde então, a nação tenta recuperar-se do impacto econômico e
social dessa guerra.
Destaca-se que o país está sob regime de emergência desde 27 de março de 2022, o
qual foi prorrogado duas vezes. Essa decisão foi tomada a pedido do presidente Nayib Bukele,
após 62 homicídios atribuídos à gangue Mara Salvatrucha, no dia 26 de março; e outros 14
assassinatos pelo país, no dia 25 de março. O presidente assegurou que essa decisão estava
dentro da estrutura constitucional. Assim sendo, segundo o governo, o objetivo desse regime é
combater a ação de gangues. Entre as medidas desse procedimento, está a autorização de
prisões sem ordem judicial. Anteriormente, em junho de 2019, quando o governo foi
assumido por Bukele, o governante declarou guerra contra duas facções do Barrio 18 e o
MS-13, as principais gangues de El Salvador.
Ademais, sob o governo de Bukele, o número de assassinatos apresentou queda. Desse
modo, o país registrou 119 homicídios, em janeiro de 2021, o menor número de homicídios
até aquele momento e desde a assinatura dos Acordos de Paz de 1992. Porém, é importante
ressaltar, que de acordo com documentos publicados pela mídia independente El Faro, houve
a negociação de um pacto entre funcionários de Bukele e gangues. Esse acordo visava a
diminuição do número de homicídios pelo país, em troca de benefícios aos membros dessas
quadrilhas, dentro e fora das prisões. O presidente nega as acusações.
Finalmente, o atual presidente é acusado de medidas autoritárias, os índices de
violência são altos e há grande desigualdade social no país. Segundo relatórios da Amnistia
Internacional, as autoridades de El Salvador estão criminalizando pessoas em situação de
pobreza, com a justificativa de punir gangues; e efetuaram intensas violações dos direitos
humanos: detenções arbitrárias de milhares de indivíduos, a morte de pelo menos 18 pessoas
sob custódia do Estado, bem como ataques à liberdade de mídia.
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sob intervenção internacional da Organização das Nações Unidas, o que mostra como a
situação da nação é crítica.
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O New York Times, conforme o estudo, segue uma linha liberal tanto em suas
notícias quanto nos perfis dos jornalistas na rede social. Publicações tidas como
conservadoras, como o Washington Times e o Weekly Standard, também empregam
jornalistas alinhados com tais ideias.
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https://www.terra.com.br/noticias/mundo/o-triangulo-maldito-para-os-imigrantes-na-a
merica-central,832cd53d87f7e2dfe58f7ccdddb55854ntmcswku.html
https://www.oas.org/pt/sobre/quem_somos.asp
https://www.oas.org/pt/council/CSH/about.asp
https://www.funag.gov.br/ipri/btd/index.php/9-teses/2504-politica-externa-do-vizinho-
distante-estudo-de-caso-da-republica-cooperativa-da-guiana
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/pacto-colonial.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-guatemala.htm
https://www.oxfordbibliographies.com/view/document/obo-9780199766581/obo-9780
199766581-0209.xml#:~:text=The%20colonial%20period%20in%20Guatemalan,Costa%20R
ica%20in%20the%20east.
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https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/honduras.htm#:~:text=O%20territ%C3%
B3rio%20que%20atualmente%20corresponde,independ%C3%AAncia%2C%20sendo%20ane
xada%20ao%20M%C3%A9xico.
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-honduras.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-el-salvador.htm
https://www.preparaenem.com/geografia/el-salvador.htm
https://www.amnesty.org/en/location/americas/central-america-and-the-caribbean/el-sa
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https://www.amnesty.org/en/latest/news/2022/06/el-salvador-president-bukele-human-
rights-crisis/
https://revistaoeste.com/mundo/el-salvador-determina-regime-de-emergencia-por-um-
mes/
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/06/08/na-cupula-das-a
mericas-biden-propoe-discutir-migracao-segura-e-ordenada.htm
https://oglobo.globo.com/mundo/bolsonaro-ignora-posse-de-presidentes-de-esquerda-
no-chile-em-honduras-mas-vai-outros-quatro-paises-da-america-latina-25351561
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/continentes.htm#%E2%86%92+Am%C3%A
9rica+
https://www.gov.br/abc/pt-br/assuntos/noticias/brasil-auxilia-guatemala-no-combate-a-
incendios-causados-por-vulcao
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https://www.gov.br/mre/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/discursos-artigos-e-ent
revistas/ministro-das-relacoes-exteriores/entrevistas-mre/canciller-de-brasil-estamos-listos-pa
ra-una-propuesta-de-acuerdo-comercial-con-guatemala-prensa-libre-guatemala-21-02-2020-es
panhol
https://www.msf.org.br/noticias/forcados-fugir-do-triangulo-norte-da-america-central/
https://www.unhcr.org/mexico.html .
https://reporting.unhcr.org/mexico
https://www.cepal.org/pt-br/noticias/cepal-apresentara-oficialmente-o-plano-desenvolv
imento-integral-salvador-guatemala-honduras
https://www.cepal.org/pt-br/node/50082
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/40840/1/S1600832_en.pdf
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https://www.infoescola.com/america/honduras/
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/america-latina.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-guatemala.htm
https://elpais.com/mexico/2022-05-02/mexico-denuncia-la-extorsion-del-gobernador-r
epublicano-de-texas-por-los-bloqueos-en-la-frontera.html
https://elpais.com/mexico/2022-05-02/mexico-denuncia-la-extorsion-del-gobernador-r
epublicano-de-texas-por-los-bloqueos-en-la-frontera.html
https://elpais.com/mexico/2022-04-26/migracion-y-cooperacion-lopez-obrador-busca-i
mpulsar-su-agenda-con-un-viaje-a-centroamerica-y-a-cuba.html
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR
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Belize não quer mais rainha Elizabeth II como sua chefe de estado (revistalofficiel.com.br)
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ligadas ao narcotráfico | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)
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Desaprovação ao presidente do Peru chega a 74% em seu 1º ano de governo - Rádio Itatiaia |
A Rádio de Minas
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