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XII SIMULAÇÃO INTERNA DO CMR

Secretária-Geral - Maria Luíza

Secretária Acadêmica - Nathália

Secretário Administrativo - José Nóbrega

Secretária de Relações Públicas - Alice Lira

Professores Orientadores - Coronel Marcos Antônio e Tenente Migowski

Comissão de Segurança Hemisférica (CSH)


A Situação do Triângulo Norte na América Central

Diretoria: Ryan Gomes Paiva e Welton Pereira da Luz Felix


Co-autores do Guia: Alice Lira de Oliveira, Luiz Felipe Pinto Ávila de Barros,
Nathália Veloso Guimarães e Isabelle de Macêdo Feitosa

CLUBE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS JOAQUIM NABUCO

RECIFE, 2022
A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

Carta do Secretariado

Senhores delegados,

A XIII Simulação Interna do Colégio Militar do Recife, o terceiro evento de


Simulações no Modelo ONU do CRIJN no ano de 2022, novamente, trará uma seleção de
temáticas importantíssimas, que abrange desde um conflito histórico, a Guerra do Vietnã
(CSNU), a temáticas mais recentes como os Contrapontos entre o Avanço Tecnológico e o
Desemprego (G20). Além disso, evidenciam as mais diversas regiões do globo, como nos
comitês da Situação do Triângulo Norte da América Central (CSH) e da Reintegração dos
Aborígenes aos Territórios Tradicionais (SPECPOL).
Em um período conturbado em que vivemos, o que inclui tanto a Pandemia do
Covid-19 e suas implicações políticas, sociais e econômicas quanto conflitos ímpares, como a
Guerra da Rússia e Ucrânia, evidencia-se a importância do estudo da Geopolítica. Afinal, as
ciências humanas e sociais pouco se limitam aos livros que denotam nosso passado, mas sim
nos dão ferramentas para compreender o nosso dia a dia. Dessa forma, oportunidades como
essa são essenciais para vivenciar arduamente o processo de decisões políticas e a
responsabilidade que essas vêm a ter, devido as consequências para a sociedade que lidará
com essas medidas. Não é uma tarefa fácil exercer a diplomacia e o incentivo para vertentes
desse caráter é um dos focos institucionais nesses eventos.
Assim, o secretariado do CRIJN deseja para o/a senhor(a), delegado(a) da XIII
Simulação Interna do CMR, uma excelente experiência de estudos, por meio deste guia,
discussões proveitosas e claro, diversão.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

Carta dos Diretores

Caríssimos delegados,

É uma honra para nós da diretoria termos vocês como participantes no comitê da
Comissão de Segurança Hemisférica (CSH), na XIII Simulação Interna do Colégio Militar do
Recife. Simular em um comitê que não faz parte das Nações Unidas é uma oportunidade
incrível para ter novas experiências, se aventurando por terras novas e aumentando seu leque
de conhecimentos.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma ótima forma de representar
países mais próximos, que compartilham de cultura, origens ou até mesmo problemas
semelhantes. Por outro lado, nosso vasto continente americano também é de uma pluralidade
imensa, que com certeza pode ser bastante explorada no comitê.
Os riscos enfrentados pelas pessoas no Triângulo Norte da América Central são
extremamente altos. A origem histórica deles e como eles estão emaranhados na sociedade
são pontos que precisam ser levados em consideração durante seus estudos, discursos e
decisões tomadas no comitê. Junto a isso, é importante conhecer e compreender o
posicionamento dos outros países americanos, como eles também sofrem com essa situação e
quais ações eles estão tomando.
Esperamos que todos vocês, independente da experiência com simulações, possam
aproveitar, aprender e, sobretudo, curtir intensamente o evento. Contem com a gente para o
que for necessário. Esperamos vocês em breve!

Ansiosamente,

Diretoria do Comitê de Segurança Hemisférica da XII Simulação Interna do CMR

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

Sumário

Introdução 6

Funcionamento da OEA e do CSH 7


2.1 O que é a Organização dos Estados Americanos? 7
2.2 O que é a Comissão de Segurança Hemisférica? 8
ATIVIDADES DA COMISSÃO DE SEGURANÇA HEMISFÉRICA 8
E DOS ESTADOS MEMBROS 8

O Triângulo Norte antes da independência 9


3.1 Colonização na América Latina 9
3.2 O papel do Triângulo Norte na Colonização 10

Independência da América Latina 11


4.1 Contexto Histórico 11
4.2 Consequências para o Triângulo Norte 11

5- A Instabilidade Política 12
5.1 -Guatemala 12

6- A violência no Triângulo Norte 16


6.1- Gangues 16
6.2- Rotas de Fuga 17

7- Déficit Econômico 18
7.1- Deficiências básicas 18
7.2- Insuficiência tecnológica e terremotos 18

8- Como a situação do Triângulo Norte afeta os Direitos Humanos? 19

9. Posição dos blocos 20


9.1 Barbados 20
9.2 Belize 20
9.3 Canadá 21
9.4 Comunidade das Bahamas 21
9.5 Estado Plurinacional da Bolívia 21
9.6 Estados Unidos da América 22
9.7 Estados Unidos Mexicanos 23
9.8 República do Panamá 24
9.9 República Argentina 24
9.10 República Bolivariana da Venezuela 25
9.11 República Cooperativa da Guiana 25
9.12 República da Colômbia 26
9.13 República da Costa Rica 26
9.14 República da Guatemala 27
9.15 República da Nicarágua 28
9.16 República de Honduras 28
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9.17 República de Chile 29


9.18 República de Cuba 30
9.19 República de El Salvador 30
9.20 República do Equador 31
9.21 República do Haiti 32
9.22 República do Paraguai 33
9.23 República do Peru 33
9.24 República Dominicana 34
9.25 República Federativa do Brasil 34
9.26 República Oriental do Uruguai 35
9.27 Diário Clarín 35

10. Referências bibliográficas 37

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1. Introdução

O Triângulo Norte da América Central é formado pelos três países da América


Central: Guatemala, Honduras e El Salvador.
O termo é usado com respeito à integração econômica dos países, e seus desafios
comuns, incluindo pobreza generalizada, violência e corrupção, que levaram muitos a se
tornarem refugiados, fugindo das três nações. No último relatório anual, a Anistia
Internacional (AI) descreveu o Triângulo como "um dos lugares mais violentos do mundo; ali
matavam-se mais pessoas que na maioria das áreas de conflito do planeta (...) A vida
cotidiana de muitas pessoas foi prejudicada pela ação de grupos criminosos".
A localidade é uma das regiões mais pobres do Hemisfério Ocidental: em 2018, todos
os três países estavam entre os 20% mais pobres das nações latino-americanas por PIB per
capita. Estima-se que 60% dos hondurenhos e guatemaltecos subsistem abaixo de suas linhas
de pobreza nacionais nesses países, muito mais do que em outras nações latino-americanas.
Coletivamente, as remessas representam quase 18% da produção econômica do Triângulo
Norte . O grupo de países assinou acordos comerciais com a Colômbia, os Estados Unidos e o
México . O acordo com o México começou em 2001, posteriormente envolveu o Projeto
Mesoamérica e se expandiu para Costa Rica e Nicarágua em 2011.

Esses países compartilham um triponto


de fronteira na reserva da biosfera Trifinio.
Quando as capitais desses três países,
Tegucigalpa, San Salvador e Cidade da
Guatemala estão conectadas entre si, elas
formam uma formação triangular.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

O Triângulo Norte tem enfrentado a violência crônica devido a uma longa guerra civil
e instabilidade política na região, bem como extensas redes criminosas, incluindo
organizações criminosas transnacionais, incluindo 18th Street (M-18) e Mara Salvatrucha
(MS-13). Um fator que acentua o cenário é ser a mais mortífera do mundo, com uma taxa de
mortalidade violenta maior do que uma zona de guerra.
As duras políticas de combate ao crime implementadas pelo governo dos três países
desde o início dos anos 2000 não conseguiram reduzir o crime na maioria dos casos e podem
ter sido frustradas por um aumento acentuado da população carcerária, que é um terreno fértil
para o recrutamento de gangues.

2. Funcionamento da OEA e do CSH

2.1 O que é a Organização dos Estados Americanos?

A Organização dos Estados Americanos é o mais antigo organismo regional do


mundo. A sua origem remonta à Primeira Conferência Internacional Americana, realizada
em Washington, D.C., de outubro de 1889 a abril de 1890. Esta reunião resultou na criação
da União Internacional das Repúblicas Americanas, e começou a se tecer uma rede de
disposições e instituições, dando início ao que ficará conhecido como “Sistema
Interamericano”, o mais antigo sistema institucional internacional.
A OEA foi fundada em 1948 com a assinatura, em Bogotá, Colômbia, da Carta da
OEA que entrou em vigor em dezembro de 1951.
A Organização foi criada para alcançar nos Estados membros, como estipula o Artigo
1º da Carta, “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar
sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”.
Para atingir seus objetivos mais importantes, a OEA baseia-se em seus principais pilares
que são a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento e tem como
objetivo a manutenção da democracia no continente americano.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

2.2 O que é a Comissão de Segurança Hemisférica?

A Comissão de Segurança Hemisférica tem por funções estudar e formular ao


Conselho Permanente recomendações solicitadas por este ou, por seu intermédio, pela
Assembléia Geral, a respeito dos temas da segurança hemisférica, visando em particular
promover a cooperação neste campo.

ATIVIDADES DA COMISSÃO DE SEGURANÇA


HEMISFÉRICA

E DOS ESTADOS MEMBROS

1. Reafirmar ao Conselho Permanente e à Secretaria-Geral os mandatos


aplicáveis, constantes de resoluções anteriores da Assembleia Geral
sobre segurança hemisférica; instar os Estados membros a que
continuem contribuindo para a consecução dos objetivos estabelecidos
nessas resoluções por meio do desenvolvimento e execução de
atividades, apresentação de relatórios, intercâmbio de informações e
adoção de medidas e políticas, bem como cooperação, apoio e
assistência mútua; e encarregar a Secretaria-Geral de prestar o apoio
necessário a essa finalidade.
2. Encarregar o Conselho Permanente de, por intermédio da Comissão de
Segurança Hemisférica (CSH), e em cumprimento aos mandatos
incluídos nesta resolução, continuar participando, realizando consultas e
trocando experiências e informações com outros fóruns regionais e
internacionais.
3. Reconhecer o papel central da CSH em assuntos de segurança e defesa
no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), e instruir o
Conselho Permanente, por intermédio da CSH, a que continue
promovendo e coordenando a cooperação entre os órgãos, organismos e
entidades da Organização.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

3. O Triângulo Norte antes da independência


3.1 Colonização na América Latina
A América é o segundo maior continente em extensão territorial, com cerca de
42.550.000 km² e aproximadamente 1 bilhão de habitantes, compreendendo desde o norte do
Canadá ao sul do Chile e da Argentina. Esse imenso continente pode ser regionalizado através
de critérios fisiográficos em América do Norte, América Central e América do Sul. Há ainda
uma regionalização mediante o ponto de vista histórico, social e econômico; no qual divide-se
o território em América Anglo-Saxônica e América Latina.
A América Latina inclui países do Sul geoeconômico, nos quais as línguas
predominantes são latinas: espanhol, português e, eventualmente, francês. No entanto, há
idiomas não latinos nessa região, uma vez que muitos africanos foram trazidos como mão de
obra escravocrata para esses países. Esse acontecimento e a existência dos povos indígenas,
influenciou o idioma dessas nações. Além disso, a colonização foi fundamental na formação
das línguas faladas nesses países atualmente. Destaca-se entre os povos colonizadores da
América Latina os espanhóis, portugueses, franceses, holandeses e ingleses.
Essa parte da América passou pela colonização mercantilista ou de exploração, a partir
do século XVI. Nesse processo, as nações europeias (metrópoles) estabeleceram colônias na
região, com o objetivo de explorá-las e atender aos seus interesses econômicos. Dessa forma,
o papel das colônias era produzir gêneros agrícolas a preços baixos e fornecer riquezas
minerais às metrópoles. O pacto colonial, uma medida política criada pelos países europeus,
garantia a exclusividade do que era produzido na colônia à metrópole. Vale ressaltar, a
presença do uso de mão de obra escrava de origem africana, a apropriação de terras indígenas
e a imposição da cultura européia aos nativos durante a colonização. No decorrer desse
período, ocorreram muitas rebeliões, que foram reprimidas violentamente.
Através desse comércio, regulamentado pelo pacto colonial, as potências europeias
conseguiram enriquecer e se fortalecer. No entanto, esse processo teve efeitos negativos para a
América Latina, que podem ser percebidos até os dias de hoje. Entre eles está a atual
dependência econômica, causada pela impossibilidade da formação de um mercado interno e
economia com base na exportação no período colonial; e as desigualdades sociais e
econômicas, que têm origem na concentração de terras nas mãos da elite. Ademais, ressalta-se
que as nações latinas só conseguiram sua independência no século XIX.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

3.2 O papel do Triângulo Norte na Colonização


A colonização da Guatemala teve seu início em 1524, quando espanhóis
comandados pelo Capitão Pedro de Alvarado adentraram o território. Durante o processo de
conquista, houve a luta contra os Quiches e outros povos da região. O objetivo da Espanha era
enriquecer, e desde o início, buscaram explorar o ouro e, para isso, submeteram os indígenas a
trabalhos forçados. Dessa forma, o processo de conquista da Guatemala, causou o
desaparecimento parcial ou total de diversos povos indígenas, sua religião e seu modo de
vida. Destaca-se que a Coroa espanhola impôs um forte sistema de monopólio comercial. Esta
situação foi aproveitada pelos comerciantes guatemaltecas, que tornaram-se intermediários
entre a metrópole e a colônia. A cidade de Santiago, se tornou um importante centro
comercial. A Guatemala se tornou independente da Espanha em 1821. Posteriormente, o país
se juntou à Federação das Províncias Unidas da América Central.
A colonização de Honduras teve seu início em 1502, com o desembarque de
Cristóvão Colombo nas terras hondurenhas e a reivindicação desse território à Espanha. Do
mesmo modo da Guatemala, esse processo foi estimulado pela obtenção do ouro e marcado
por violentas batalhas contra as civilizações maias que viviam na região, bem como a
exploração e catequização desses povos. A conquista de Honduras foi realizada por espanhóis
como Gil González Dávila, Cristóbal de Olid e o tenente Hernán Cortés. Em 1570, o território
hondurenho passou a estar sob a administração geral da Guatemala. O desenvolvimento dos
espanhóis em Honduras foi afetado por ataques de piratas e pelo esforço britânico para ter o
controle de áreas costeiras da América Central. A nação conseguiu sua independência da
Espanha em 1821, sendo brevemente anexada ao México. Em 1823, Honduras se une à
Federação das Províncias Unidas da América Central.
No que se refere à colonização de El Salvador, essa nação fez parte da
Guatemala até 1821. Além disso, o seu território foi originalmente ocupado pelos indígenas
Pipil, descendentes dos Astecas, e pelos Pocomames e Lencas, quando os colonizadores
espanhóis chegaram à região, em 1524. Em 1821, assim como as outras províncias da
América Central, El Salvador declarou independência da Coroa espanhola, quando se juntou
ao México, no início de 1822. No entanto, essa nação insistiu na autonomia dos países dessa
região. Assim sendo, a Federação das Províncias Unidas da América Central é constituída no
ano de 1823, sob o general Manuel José Arce e com a participação dos países da América
Central, com exceção do Panamá. Esta federação teve seu fim em 1838 e El Salvador
tornou-se uma república independente.

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4. Independência da América Latina


4.1 Contexto Histórico
Os países da América Latina tem diversas semelhanças entre si: culturais,
linguísticas, econômicas, sociais entre várias outras. Muito disso se dá por conta de como essa
parte do território americano foi ocupada e administrada ao longo da história, começando
pelos povos nativos pré-colombianos, passando pela ocupação de metrópoles europeias e
culminando nas independências das colônias do poder exercido pelo Velho Continente.
Além disso, os grandes acontecimentos nos países latinoamericanos ocorreram
quase que simultaneamente. Desde a colonização começando no século XV, a ocupação e
exploração dos recursos naturais entre os séculos XVI e XVIII e o início das independências
por volta de 1800. Este último tendo ocorrido também como um “efeito dominó”, com uma
revolução iniciada em um país levando outra nação a juntamente se rebelar, o que enfraquecia
ainda mais as metrópoles europeias.
Assim, as revoluções na América Latina explodem no início do século XIX e
são marcadas por guerras pela independência acontecendo por toda a região. Esses conflitos
colocam um fim na dominação européia na América e trazem as ideias iluministas que já
circulavam na Europa e Estados Unidos desde o século XVIII, fazendo com que as nações
recém-criadas fossem majoritariamente repúblicas.
No entanto, nem tudo acabou bem após as independências. Praticamente todos os
países arcaram com uma desigualdade social e econômica enorme deixada dos tempos de
colônia além de terem grande parte de seus recursos naturais já explorados. Ademais, muitos
países tiveram instabilidade política e disputas pelo poder que duraram anos, tendo algumas
nações nunca realmente se estabilizado nesse aspecto.

4.2 Consequências para o Triângulo Norte


Os países do Triângulo Norte da América Latina- assim como todos as outras nações
latinoamericanas- conseguiram sua independência na primeira metade do século XIX e
tiveram semelhantes processos e consequências. Em 1823, Guatemala, El Salvador,
Honduras, Nicarágua e Costa Rica se unem e formam uma só nação, a Federação das
Províncias Unidas da América Central.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

Baseada no modelo do vizinho Estados Unidos da América, o país era uma


república federal e tinha projetos para ser uma democracia. No entanto, intrigas internas e
fortes oposições tornavam a administração insustentável, o que levou a uma vida curta para
essa nação. Em 1838, começa a desintegração do país após a saída de Honduras e em 1840 a
união desaparece por completo com a separação de todos os integrantes.
Assim, as nações do Triângulo Norte ficaram completamente autônomas
próximo a metade do século XIX após uma frustrada tentativa de união. Mesmo com a
separação, esses países continuariam apresentando semelhantes consequências, visto na
instabilidade política, violência e problemas econômicos que assolariam Guatemala, El
Salvador e Honduras nos anos seguintes.

5- A Instabilidade Política

5.1 -Guatemala
Para entender a Guatemala em sua história recente, é preciso levar em consideração a
guerra de 36 anos do último século (1960-1996), a segunda guerra civil mais longa do
continente e consequência direta da intervenção do governo dos EUA. Golpe executado em
1954, derrubou a democracia que o presidente Jacobo Arbenz estava construindo no país. Esta
guerra civil foi uma das mais longas e sangrentas do Hemisfério Ocidental, uma guerra
marcada pela barbárie, ditaduras militares e o genocídio da população maia, na década de
1980.
A partir de 2005, com o apoio da comunidade internacional, tenta-se montar uma
força-tarefa para combater os estados que sustentavam a impunidade. E é assim que nasce, em
12 de dezembro de 2006, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala
(CICIG), a partir de um acordo firmado entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e o
Governo da Guatemala.
Uma das ações da CICIG era de fazer um levantamento das corporações ilegais de
segurança e aparatos clandestinos, estrutura, formas de operar e financiamentos, além de
possíveis vínculos com entidades do Estado e outros setores que atentassem contra os direitos
civis e políticos no país.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

É assim que a comissão passa quase despercebida ao longo dos anos até 2015, ano em
que o colombiano Iván Velásquez, chega à presidência do CICIG. Em seu país, havia liderado
uma luta contra a impunidade, corrupção e narcotráfico.
O ano de 2015 foi marcado como o último do governo do ex-militar Otto Pérez
Molina (2012-2016), que participou diretamente dos anos mais sangrentos da guerra na
Guatemala (na década de 1980), governando o país com mão pesada, expropriando
comunidades indígenas e promovendo a manutenção da impunidade que sustentava o estado
guatemalteco.
Mas as investigações do CICIG decorriam de forma quase invisível e foi durante o
mês de abril de 2015 que vieram à tona e envolveram vários altos funcionários do governo
reformado do general Otto Pérez Molina. É assim que a CICIG e alguns promotores de
investigação do Ministério Público avançam e apresentam mais casos de corrupção em
paralelo às massivas mobilizações cidadãs e como resultado dessas pressões sociais, em maio
daquele ano, a vice-presidente renuncia. Em agosto, Otto Pérez renunciou ao cargo e foi
levado à justiça.
Nos meses seguintes, um novo presidente e vice-presidente são indicados pelo
congresso da república para realizar as eleições marcadas para 2015 e em uma eleição
turbulenta o povo da Guatemala elege o comediante evangélico e comunicador da TV, Jimmy
Morales, indicado por um ex-partido militar e de extrema direita. Assim, ele inicia uma feroz
cruzada para desmantelar as conquistas do CICIG e da Promotoria Especial contra a
Impunidade (FECI), que já haviam conseguido indiciar vários ex-presidentes e centenas de
funcionários e ex-funcionários públicos, incluindo ministros, deputados , policiais, militares e
empresários oligárquicos de qualquer linhagem.
E assim, a extrema direita expulsou o comissário Iván Velásquez em 2018 e o CICIG é
encerrado no ano seguinte, inaugurando um novo capítulo na crise política permanente na
Guatemala.
É neste momento que a classe política e a oligarquia se unem para orquestrar uma
vingança e apoderar-se de todos os poderes do Estado guatemalteco. Tomam de assalto o
congresso, o judiciário, os tribunais superiores de justiça. Já nas eleições de 2019, quem
venceu foi Alejandro Giammattei, que passou a realizar uma série de empréstimos
milionários, às custas do povo da Guatemala. Ele tem ainda uma dívida política e econômica
com a classe oligárquica que por 20 anos financiou a campanha política até que se tornasse
presidente do país. A pandemia serviu de justificativa para o roubo flagrante e a impunidade
galopante.
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

A pandemia exacerbou a miséria e as contradições sociais na Guatemala, colocando o


país em primeiro lugar da América Latina em desnutrição, corrupção e impunidade. Mas
mesmo assim, diante da crise da saúde e dos desastres socioambientais de 2020, o Congresso,
durante o mês de novembro, tentou modificar o orçamento nacional retirando recursos para
combater a desnutrição e concedendo mais privilégios à classe política corrupta do país. Isso
gerou a ira e indignação da população, além de intensificar as problemáticas supracitadas

5.2-Honduras
Em 26 de novembro de 2017 foram realizadas eleições gerais no país
centro-americano que nos anos ’80 foi base territorial para a chamada “contra revolução” da
América Central, com ênfase na presença imperialista contra o regime sandinista na
Nicarágua. Durante a aplicação da “teoria do dominó” na Era Reagan acompanhada do
emprego da guerra de extermínio de terra arrasada, Honduras foi o país que recebeu maior
contingente de contras nicaraguenses e cujos oficiais de carreira nas forças armadas têm a
maior proporção de pessoal militar treinado nos EUA.
A história das eleições de 2017 tem relação direta com o passado pró-imperialista dos
anos ’80. O presidente Juan Orlando Hernández (JOH, eleito em janeiro de 2014, oligarca e
pró-yankee do Partido Conservador) modificou a constituição do país garantindo o estatuto da
reeleição. Vale lembrar que em junho de 2009, o então presidente José Manuel Zelaya Rosales
(um oligarca remodelado do Partido Liberal), eleito em 2006, tentou modificar a carta magna
do país (escrita por generais formados na Escola das Américas, liderados pelo ditador-general
Policarpo Paz García, e decretada em janeiro de 1982) e a resposta da Suprema Corte de
Justiça foi autorizar a intervenção militar e empossar a Ricardo Micheletti – cujo governo não
foi reconhecido internacionalmente – até a eleição do conservador Porfírio Lobo (em um
pleito onde foi proibido a Zelaya de concorrer) em 2010. Desde então a presença política do
Partido Liberal – que em um típico giro latino e centro-americano se torna uma legenda
progressista e de centro-esquerda – vem sendo tolhida pela força do aparelho de Estado e com
a cumplicidade de órgãos internacionais. O próprio Zelaya Rosales retornou ao país após o
golpe, ficando protegido dentro da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa por mais de quatro
meses, até partir para o exílio definitivo. Zelaya participou em 2017 da campanha vitoriosa e
fraudada pelo Partido Conservador e hoje coordena a desobediência civil contra o golpe
eleitoral.
Não bastasse mudar as regras do jogo com a partida em andamento, JOH concorreu
contra Salvador Nasralla (Partido Liberal e indicado político de Zelaya Rosales), e estava
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

perdendo na contagem de votos quando houve um mais que suspeito apagão elétrico no país
(a contagem de votos é manual e as cédulas em papel), levando ao Tribunal Supremo Eleitoral
de Honduras (TSE) a suspender o anúncio do vencedor. Passados 17 dias, a corte eleitoral
dominada por partidários de JOH e apoiadores do golpe de 2009 reconhece a vitória da
situação, convertendo Honduras em uma autêntica ditadura civil. O fato político, uma fraude
eleitoral evidente através de um governo que altera a Constituição – permitindo a auto
reeleição e não é impedido pela Suprema Corte, o oposto do que ocorreu em 2009 – implica
em um novo padrão na América Latina. Honduras reproduziu na América Central uma
vergonhosa fraude eleitoral como a ocorrida no pleito presidencial do México em 2006. Na
ocasião Felipe Calderón (concorrendo pelo Partido da Ação Nacional, PAN, de corte
neoliberal e que rompera com mais de 70 anos de domínio priista) ganhou a corrida fraudando
as urnas contra Andrés Manuel López Obrador (do Partido da Revolução Democrática, PRD,
então ex-governador do Distrito Federal de Cidade do México).

5.3- El Salvador
O novo presidente do país, Nayibe Bukele, que há tempos vem tentando fechar a
Assembleia Nacional, em vez de atacar a causa da formação das gangues está aplicando a
velha receita ineficaz que é de capturar e encarcerar os jovens ligados às pandilhas. Decretou
estado de exceção no país e começou uma caçada espetaculosa. Há poucos dias anunciou
que, entre março e abril, pelo menos 20 mil pessoas já foram presas, acusadas de
pertencimento às maras. Destas 20 mil almas, 1.620 são menores de idade entre 12 e 17 anos.
Entidades ligadas aos direitos humanos no país apontam que cerca de 65 jovens estão sendo
presos a cada dia. Como nem a polícia nem os órgãos do governo permitem acesso aos dados,
ninguém sabe a real situação dos presos. Nem se eles realmente pertencem às gangues, nem
para o paradeiro, se estão em prisões normais ou especiais para crianças e adolescentes. A
atual lei em vigor no país estabelece pena de 10 anos para crianças de 12 a 16 anos, e 20 anos
para os de 17 em diante, caso provado que sejam parte de suas ações.
Obviamente todos os presos são das camadas empobrecidas. Ninguém consegue saber
também se os jovens estão separados por grau de periculosidade, mas é muito provável que
não haja esse cuidado. A intenção do presidente é “mostrar serviço” para parte da população
que não suporta mais conviver com as gangues. E, é claro, acaba tendo aprovação tanto dos
ricos quanto da classe média, que simplesmente querem ver o problema desaparecer. Ocorre
que a decisão de caçar/encarcerar é apenas uma maneira de colocar o problema embaixo do

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

tapete. Serve para a propaganda do presidente, mas não resolve a vida das famílias
empobrecidas. Pelo contrário.
Com a prisão dos jovens sofrem mais os adultos mais velhos, que ficam ainda mais
vulneráveis, sem o aporte dos filhos ou netos. E, não bastasse todo o terror agora
desencadeado junto a faixa etária mais desesperada, o governo decidiu impedir que a
população se mobilize e proteste no dia primeiro de maio, tradicional data de manifestações
de trabalhadores. Segundo o presidente, qualquer pessoa ou movimento social que venha a
fazer mobilização no primeiro de maio será considerada “defensora das pandilhas” e será
tratada como tal. Disse Bukele que os “verdadeiros sindicalistas” deverão estar reunidos com
o governo num evento comemorativo no qual ele deve anunciar algumas melhorias. Os que
estiverem nas ruas serão tratados como delinquentes. Por conta disso alguns movimentos
decidiram suspender as manifestações. Já o Movimiento de Trabajadores de la Policía (MTP),
a Alianza Nacional El Salvador en Paz e o Bloque de Resistencia y Rebeldía Popular (BPR)
anunciaram que as atividades de rua serão mantidas.
O fato é que o regime de exceção nada mais é do que o endurecimento de um governo
que não tem qualquer proposta séria para enfrentar o drama da maioria da população que vive
desde há décadas no binômio miséria/violência. A proposta de “mão dura” para o crime não
acaba com o crime, pelo contrário, o recrudesce. A solução para o problema das maras passa
por uma transformação radical do país que garanta educação e oportunidades reais de trabalho
e renda. Mudanças estruturais que só podem acontecer com uma revolução. Mantendo a
submissão aos organismos internacionais como FMI e Banco Mundial só faz engordar as
classes dominantes. Vai daí que essa ação espetaculosa de prisões em massa da juventude
fatalmente cobrará seu preço em mais violência e miséria para os salvadorenhos.

6- A violência no Triângulo Norte


6.1- Gangues
Um dos maiores desafios enfrentados pelos países do TNAC é a forte ação de facções
criminosas e seu envolvimento com os governos. A violência resultante das ações dessas
gangues é atualmente um dos principais fatores que contribuem para a situação da região do
Triângulo Norte da América Central e da migração das pessoas dessa região para países
vizinhos. Dentre as diversas gangues que atuam no TNAC, as duas principais são a Mara
Salvatrucha (MS-13) e a Barrio 18.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

A MS-13 é um dos principais organismos criminosos do ocidente na atualidade.


Fundada em Los Angeles (EUA) nos anos 1980, sua origem está ligada com as guerras civis
que ocorreram na América Central. Por conta do enrijecimento da política de deportação no
governo Bill Clinton, nos anos 1990, muitos dos seus membros voltaram para os países da
América Central, que não conseguiram lidar com o poder dos criminosos, os quais se
fortaleceram ainda mais. A Mara Salvatrucha é inimiga da gangue Barrio 18. A Barrio 18 tem
raízes extremamente semelhantes à MS-13. Ela também surgiu em Los Angeles nos anos 80,
sob o mesmo contexto que a rival.
O modo de atuação dessas gangues é bem diferente do que conhecemos no Brasil. Elas
operam em pequenos grupos locais, dispensando a existência de um comando central ou
hierarquia interna bem definidos. Ao mesmo tempo que isso dificulta o combate a esses
grupos, também os impossibilita de estabelecer grandes redes de tráfico de drogas ou de
armas, dominando atividades lucrativas.
A principal presença dessas duas gangues é em El Salvador, mas suas ações se
estendem para outros países da América Central, nos Estados Unidos e no México. A longa
trajetória de crimes dessas gangues nos Estados Unidos, geralmente com bastante crueldade,
foi utilizada inclusive como argumento para inflar discursos anti-imigração. O FBI estima que
10 mil membros da Mara Salvatrucha estejam presentes nos EUA, já os membros do Barrio
18 somam aproximadamente 50 mil.

6.2- Rotas de Fuga


A criminalidade e a violência exercida pelas gangues, a fragilidade das instituições e o
aumento nas desigualdades sociais provocam a necessidade de muitas pessoas deixarem seus
países e arriscarem suas vidas na busca de locais com condições menos turbulentas de vida.
Cerca de 600 mil salvadorenhos, hondurenhos e guatemaltecas são refugiados ou estão
requerendo asilo por todo o mundo.
Países como os Estados Unidos, México, Belize, Costa Rica e Panamá são destinos
muito utilizados por milhares de refugiados do Triângulo Norte da América Central. Um dos
principais países visados por essas pessoas como refúgio é os Estados Unidos. Com o objetivo
de fugir dos seus países de origem, muitas pessoas se arriscam em rotas de fuga pelo México
com o objetivo de imigrar para os EUA. De acordo com uma entrevista feita pela organização
Médicos sem Fronteiras, quase 60% dos entrevistados sofreram algum tipo de agressão,
extorsão, violência sexual, tortura ou outras formas de violência.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

As políticas severas de controle imigratório aplicadas pelos Estados Unidos e pelo


México resultam em ainda mais ameaças às vidas e à integridade dessas pessoas. A política
americana conhecida como “Remain in Mexico” (“Continue no México”) faz com que
imigrantes que buscam asilo nos Estados Unidos através da fronteira mexicana precisem
continuar no México até que seus casos sejam avaliados e uma decisão por parte do governo
norte-americano seja tomada. Enquanto estão no México, essas pessoas estão sujeitas aos
grupos criminosos que atuam repetidamente sequestrando-as ou as extorquindo.

7- Déficit Econômico
7.1- Deficiências básicas
O déficit econômico na América Central é indiscutivelmente estrondoso como
indicador e causador da gravidade das dificuldades enfrentadas pelo Triângulo Norte, como
também é a única saída para o problema. Atualmente, os 3 países do Triângulo Norte fazem
parte do rank de 7 países com menor PIB per capita da América Latina e Caribe, enquanto
que no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os países ocupam posições de 23o a 26o
com preocupantes taxas de violência, educação e nutrição. O triângulo ainda é uma
preocupação por recentes estatísticas de grande evasão e com uma grande porcentagem de
jovens entre 15 e 35 anos, o que futuramente pode ainda apresentar problemas de aumento de
desemprego, problemas de previdência e uma crise humanitária já vem sendo notada em razão
dos índices sociais e crise de imigrantes.
O problema e situação de grandes necessidades humanitárias do Triângulo Norte já foi
pautado no UN Food Summit de 2021, pois já é considerado um problema grave a situação da
insegurança alimentar e outros comitês da ONU responsáveis por defesa dos direitos civis já
agem sobre a problemática, que apesar de muito presente na América Latina, acentua-se
recentemente no Triângulo Norte.

7.2- Insuficiência tecnológica e terremotos


A situação do desenvolvimento científico na América Latina já se configura atrasada
quando comparada com países desenvolvidos, e ainda mais especificamente, dentro da
América Latina, 5 países são responsáveis por 99.4% de todos os pesquisadores da região,
segundo a Economic Commission for Latin America and the Caribbean (ECLAC), estando o
Triângulo Norte no top 5 países com menos participantes no ensino superior. Isto representa
que o Triângulo Norte possui uma presença baixíssima em contribuições científicas, o que
muitas vezes está atrelado ao insuficiente efetivo de pessoas com formação acadêmica
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

necessária para isso, já que numa realidade onde a pobreza e dificuldades de


desenvolvimentos econômicos, a falta do desenvolvimento de instituições de capacitação
aumenta a mão de obra desqualificada para atender os baixos salários. Portanto, além de não
ter um impacto numérico em publicações, a qualidade das produções ainda não compete com
outros países. E quando esta produção remete à ciência aplicada, isto implica no
desenvolvimento tecnológico, e também neste setor, o Triângulo faz parte dos piores índices,
com menos patentes lançadas, e este número pode ser ainda menor, visto que na maioria dos
países presentes na pesquisa da ONU, maior parte das patentes registradas pertenciam a
não-residentes do país.
Além disso, o constante impedimento de desenvolvimento de infraestrutura por razões
de desastres ambientais afeta também o desenvolvimento tecnológico do país. Abalos
sísmicos são comuns na região, e estes abalos são de magnitude por estar entre 3 placas
tectônicas e grande atividade vulcânica, atingindo até centenas de mortos por ano e afetando a
vida de milhares a cada sismo, contribuindo para o agravamento da situação humanitária no
país.

8- Como a situação do Triângulo Norte afeta os Direitos Humanos?


A Comissão Interamericana de Direitos Humanos reconhece que o deslocamento
interno é um fenômeno complexo e multicausal na referida região. Em sua atividade de
monitoramento de direitos humanos tem identificado ao longo dos últimos anos, em
conformidade com a informação recebida pelos seus distintos mecanismos, um grande
número de pessoas deslocadas internas em El Salvador, Guatemala e Honduras. Em particular,
a CIDH tomou conhecimento de um crescimento gradual da mobilidade humana interna
provocada pelos altos níveis de violência que esses países estão experimentando; em grande
parte, consequência da deterioração das condições socioeconômicas e de segurança. A CIDH
também vem observando como vem sendo gerada uma prática de desalojamentos forçados
que levam ao deslocamento interno em prejuízo de comunidades indígenas e campesinas, com
um impacto devastador nos direitos desses grupos.
O relatório foi confeccionado como parte das atividades do "Projeto Regional de
Direitos Humanos e Democracia", que é implementado conjuntamente com a Fundação
Panamericana para o Desenvolvimento (PADF) e que busca fortalecer os conhecimentos
sobre o Sistema Interamericano de Direitos Humanos e seus parâmetros que têm os atores
locais centrais encarregados de proteger e defender os direitos humanos nos Estados do
Triângulo Norte da América Central.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9. Posição dos blocos

9.1 Barbados
Localizada no leste da América Central, no arquipélago das Pequenas Antilhas,
Barbados é uma das dez nações mais densamente povoadas do mundo e obteve sua
independência tardia perante o Reino Unido no ano de 1996, e integra a Comunidade
Britânica, grupo formado pelo Reino Unido e suas ex-colônias.
Atualmente, Barbados é uma república parlamentarista, tendo como presidente a
Sandra Mason. A chefe de governo é a primeira-ministra, cargo que desde 2018, é ocupado
por Mia Mottley. Entre 1966 e 2021, Barbados foi uma monarquia constitucional e, durante
todo o período monárquico, teve a rainha Isabel II do Reino Unido como monarca, dessa
forma, muitas das decisões tomadas pela nação seguem a linha de pensamento britânica.
Considerando que o país oferece elevado padrão social à população, possuindo o
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina e do Caribe, se torna um
dos locais de destino de muitos dos moradores do Triângulo Norte da América Central que
buscam fugir da situação deplorável que os assolam.

9.2 Belize
Belize é uma nação situada na América Central em uma estreita área da península de
Yucatán no Mar do Caribe. Conquistou sua independência do Reino Unido somente em 1981
e logo integrou a Commonwealth, passando a ser uma monarquia parlamentarista com a
Rainha Isabel II como chefe de estado. Possui uma população de 306 mil habitantes, o idioma
oficial é o inglês e sua capital é a cidade de Belmopan.
Atualmente, tem como chefe de governo um primeiro-ministro, cargo que John
Antonio Briceño- líder do partido "People 's United Party”- ocupa desde 2020. O país possui
o projeto de remover a Rainha Isabel II do cargo de chefe de estado com o intuito de passar
por um processo de descolonização, semelhante ao que fez o vizinho Barbados.
Belize tem como principais atividades econômicas o turismo e a agricultura, sendo o
cultivo de cítricos, cana-de-açúcar e banana seus principais produtos. Seu IDH de 0,694 é
considerado alto e assim como outros países da América Central, correntes migratórias aos
Estados Unidos são comuns. Atualmente, existem mais belizianos morando fora de Belize do
que em sua pátria-mãe.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.3 Canadá
O Canadá é uma federação composta por dez províncias e três territórios, uma
democracia parlamentar e uma monarquia constitucional, com a rainha Isabel II como chefe
de Estado (um símbolo dos laços históricos do Canadá com o Reino Unido), sendo o governo
dirigido por um primeiro-ministro, cargo ocupado atualmente (2022) por Justin Trudeau.
A nação possui certo histórico de apoio financeiro e habitacional destinado às demais
nações, ocasionado por sua economia diversificada, dependente dos seus abundantes recursos
naturais e do comércio, particularmente com os Estados Unidos, país com que o Canadá tem
um relacionamento longo e complexo, logo, espera-se certa compactuação com as ideias da
delegação supracitada.

9.4 Comunidade das Bahamas


A Comunidade das Bahamas são um país constituído por centenas de ilhas. Mesmo
sendo independente, o país é tutelado politicamente pela coroa britânica, tendo como chefe de
Estado a Rainha Elizabeth II, que é representada pelo governador-geral, atualmente Cornelius
A. Smith. Já o chefe de governo é o primeiro-ministro, atualmente Philip Edward Davis.
Desde 1982 as Bahamas fazem parte da Organização dos Estados Americanos, tendo
como uma das principais ações a colaboração no que diz respeito ao controle do abuso de
drogas, destacando-se suas contribuições para a Comissão Interamericana para o Controle do
Abuso de Drogas (CICAD).
Economicamente, as Bahamas são um dos países mais ricos da América em termos de
PIB per capita. A principal atividade econômica do país é o turismo, seguido do setor
bancário. As realidades das Bahamas e dos países do triângulo norte são completamente
díspares. No ano de 2020, o PIB per capita da Comunidade das Bahamas foi maior que o
dobro dos PIBs per capita dos três países somados.

9.5 Estado Plurinacional da Bolívia

O Estado Plurinacional da Bolívia, uma república presidencialista democrática, se


caracteriza como Estado Plurinacional em decorrência ao referendo constitucional que molda
a organização política do país a abranger o multiculturalismo e diversidade étnica presente no
país, reconhecimento necessário para maior representatividade e presença da diversidade
como parte do Estado, para a tomada de decisões do país, marco da reforma constitucional
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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

que hoje preza por uma estabilidade política e consequentemente econômica. Presidida
atualmente por Luis Arce, a Bolívia hoje apresenta relações conflituosas com a OEA devido a
divergências passadas nas eleições presidenciais de 2019. O presidente atualmente declara
que sequer irá se apresentar a reuniões com a OEA, enquanto que parcela da população
também se demonstra opositora ao órgão, por acreditar na influência da OEA na democracia
boliviana como parte de um golpe.
A Bolívia, em termos econômicos, é o país com a realidade mais próxima daqueles do
Triângulo Norte, sendo o PIB per capita equivalente a aproximadamente 4 mil dólares, além
disto, a realidade social enfrentada pelos dois lados é também similar, apresentando altos
índices de criminalidade e taxas de morte violenta, a exemplo, em 2019 o índice de
feminicídios na Bolívia foi de dois para cada 100 mil habitantes, o que posiciona o país como
líder de crimes contra a mulher na região sul-americana. O país ainda enfrenta problemas
sobre crime organizado, muitas vezes causados pelo tráfico de drogas, sendo a legalização do
plantio de coca uma das estratégias do país, pois atesta se que com a presença de federações
de plantio, os limites impostos pelo governo são respeitados pelas federações para que não
tenham prejuízo ou sofram penalizações.

9.6 Estados Unidos da América


As principais políticas dos EUA para essa região podem ser aglutinadas em três
grandes aspectos: migração, combate à corrupção e assistência para o desenvolvimento Em
2021, os EUA detiveram 1 milhão de imigrantes na sua fronteira sul. O combate à corrupção é
um dos grandes pilares da estratégia de soft power de Biden para a América Latina e está
incorporado no Guia Interino de Segurança Nacional. Em relação à assistência para o
desenvolvimento, destacam-se mudanças no financiamento, mas, sobretudo, a articulação da
assistência com os objetivos do combate à corrupção.
Tanto o Guia Interino de Segurança Nacional de Biden como o Memorando sobre o
estabelecimento da luta contra a corrupção como um interesse fundamental para a segurança
nacional dos EUA mencionam que o país liderará o combate à corrupção, aos poderes
“autoritários” e forças anti-democráticas que tentam “erodir as regras internacionais existentes
e promover modelos alternativos de governo autoritário”. Em ambos documentos, é
mencionada a necessidade de trabalhar com “aliados internacionais”, razão pela qual uma das
prioridades fundamentais na Cúpula das Américas é a defesa da democracia e dos direitos

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

humanos, incluindo a eliminação de mecanismos de corrupção financeira. Outro aspecto é a


atenção à migração.
O objetivo de Biden é criar uma “força-tarefa” para que o Departamento de Justiça
ajude procuradores-gerais da América Central a investigar estruturas de corrupção e crime
organizado. Este objetivo é acompanhado pelo financiamento a organizações da sociedade
civil e do setor privado. Além disso, pretendem recorrer à Lei Magnitsky para “acompanhar”
o trabalho das respectivas procuradorias do Triângulo Norte da América Central. Esta é uma
das mudanças no tema da corrupção, porque já não pretendem fortalecer as missões
internacionais que funcionavam a nível interno, como a já extinta CICIG na Guatemala, a
MACCIH em Honduras ou a CICIES que recentemente foi sepultada por Bukele em El
Salvador. Assim, a aposta política é o uso de leis estadunidenses (com poder extraterritorial) e
assistência para o desenvolvimento, focada em temas de corrupção para conquistar seu
objetivo.

9.7 Estados Unidos Mexicanos


Os Estados Unidos Mexicanos é uma república federal presidencialista, localizada na
América do Norte e representada por Andrés Manuel López Obrador, desde 2018. No que se
refere à situação no Triângulo Norte da América Central (TNAC), a violência presente nesses
países gera um grande fluxo de imigrantes no México. Desse modo, pode ser destacado entre
as medidas de resolução para o país, o Plano de Desenvolvimento Integral. Essa proposta
aborda as causas estruturais da migração e visa encontrar soluções integrais para a
problemática. A iniciativa foi feita com o apoio da Comissão Econômica das Nações Unidas
para a América Latina e o Caribe e assinada pelas quatro nações: México, El Salvador,
Guatemala e Honduras.
Em maio de 2022, o presidente mexicano realizou reuniões bilaterais no
Triângulo Norte da América Central, uma vez que, a migração se intensificara desde o final
de 2020, causando uma crise no México e nos Estados Unidos da América. Antes das viagens,
em uma entrevista coletiva matinal, López Obrador reiterou que seria mantida mais proteção
na fronteira sul do país, mas que as causas devem ser resolvidas. Portanto, a migração
exacerbada causada pelo cenário no TNAC é uma das principais consequências para o México
e, para o governo mexicano, é uma questão que deve ser resolvida em âmbito regional e não
apenas um processo nacional.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.8 República do Panamá


A República do Panamá é uma república unitária presidencialista. O seu atual
presidente é Laurentino Cortizo. Desde a invasão dos Estados Unidos, o Panamá está bastante
alinhado com os EUA, com acordos para o desenvolvimento econômico, político, social e
militar.
Após o fim do governo militar de Manuel Noriega, o Panamá tem realizado
transferências pacíficas de poder. O cenário político é pluripartidário, com dois partidos sendo
os principais, que prevalecem na política do país. O país é membro da OEA desde sua
fundação, em 1948.
Como um dos países afetados pela alta imigração devido à crise migratória causada
pela fuga de pessoas dos países do Triângulo Norte da América Central, o Panamá se
preocupa na implementação de medidas estratégicas. O escritório regional do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no Panamá implementa a
Estratégia Regional de Proteção e Soluções para a situação do TNAC, além de supervisionar
as ações do ACNUR na região.

9.9 República Argentina


A República Argentina é uma república federativa presidencialista. O seu atual
presidente é Alberto Fernández. Como um dos principais atores geopolíticos da América
Latina, a Argentina estabelece importantes relações diplomáticas com os países americanos,
sobretudo com os da América do Sul.
A Argentina é a terceira maior economia da América Latina, sendo primariamente um
país agroexportador. Em 2020, seu PIB foi de 383 bilhões de dólares. O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do país está na escala “muito alto”, tornando-o um dos
únicos três países da América do Sul nessa escala.
Atualmente a Argentina advoga contrariamente à exclusão de Cuba, Venezuela e
Nicarágua da Nona Cúpula das Américas, que ocorreu em junho de 2022. Juntamente a eles e
mais 28 países (incluindo os três países do TNAC), o país faz parte da Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Em conjunto com a Bolívia, em 2021 a
República Argentina demonstrou insatisfação com a OEA, pedindo para que a organização
não interferisse nos assuntos internos dos seus membros. O presidente argentino chegou a
afirmar que o organismo necessita de uma reestruturação, com a remoção dos atuais
dirigentes.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.10 República Bolivariana da Venezuela

A República Bolivariana da Venezuela é um dos Estados com história recente


entrelaçada à OEA. Se trata de uma república federalista presidencialista, o que acarreta em
eleições presidenciais e costumeiramente significa em uma república democrática, no entanto,
a Venezuela apresenta um regime de governo conflitante com as opiniões ideológicas de uma
majoritariedade de países, incluindo dos países membros da OEA e a própria liderança da
OEA pelas violações dos artigos da organização e impasses nas reuniões da OEA.
A Venezuela se trata de um país cooperativo de causas socioeconômicas, com maior
influência dessas ações na América Latina, apesar da sua crise e muitos impasses
diplomáticos, ainda é um país relevante para a discussão em vista da experiência similar em
tópicos de crises migratórias e por ser um país que sofre dos mesmos problemas
socioeconômicos enfrentados pelo Triângulo Norte, desta forma, a delegação venezuelana
encontrará também soluções para seu problema em cooperação com os países membros da
OEA.

9.11 República Cooperativa da Guiana


A área conhecida como "Guiana" consiste em uma grande massa de terra ao norte do
rio Amazonas e a leste do rio Orinoco, e é conhecida como a "terra da água". Originalmente
habitada por muitos grupos indígenas, a Guiana foi colonizada pelos holandeses antes de ser
transferida para o controle britânico no final do século XVIII. Foi governado como Guiana
Inglesa até a década de 1950 com uma economia predominantemente de plantação. Ganhou a
independência em 1966 e tornou-se oficialmente uma República da Commonwealth em 1970.
O legado do domínio britânico se reflete na gestão política do país e na população
diversificada, que inclui grupos indígenas, africanos, indios americanos e multiétnicos. Além
disso, a Guiana entrou na Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1991 e tendo o
país muitos grupos de indígenas e dada a localização geográfica em que está situada, as
contribuições dos guianenses à OEA em respeito aos indígenas podem ser significativas e
principal ponto de atuação. Entretanto, a nação sempre se coloca à disposição para ajudar
causas de cunho importante.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.12 República da Colômbia

A República da Colômbia é um dos países mais presentes na política da


América Latina, com exemplares modelos de missões diplomáticas internacionalmente, mas
se sobressai especialmente na América. Isto traz a República da Colômbia ao debate por dois
fatores: o interesse da Colômbia em se demonstrar relevante nos assuntos da América Latina
como mediador e a Colômbia mantém relações econômicas muito próximas com os países do
Triângulo Norte por meio de acordos de estímulo, sendo o principal deles um acordo de
oficialização de um Tratado de Livre Comércio entre Colômbia e Triângulo Norte, podendo
ser considerado um forte aliado para o Triângulo Norte.

9.13 República da Costa Rica


Muitas pessoas com origem no Triângulo Norte da América Central (TNAC) migram
para a República da Costa Rica, um país que possui como principal atrativo as oportunidades
trabalhistas proporcionadas pelas fábricas de eletrônicos e pelo turismo. No entanto, esse
último foi duramente afetado pela pandemia do covid-19. A propósito, o atual presidente é
Rodrigo Chaves do Partido do Progresso Social Democrático, desde maio de 2022. Chaves
assume o poder com o desafio de recuperar a economia nacional, que possui 23% de sua
população vivendo em situação de pobreza, segundo o Instituto Nacional de Estatística e
Censos (INEC).
Aliás, na 9° Cúpula das Américas, Costa Rica assinou a “Declaração de Los
Angeles”, acordo acerca da migração na América. Apesar dos chefes de Estado do TNAC -
importantes países para a resolução dessa problemática - não comparecerem, essas nações
também foram signatárias. Além disso, destaca-se que a nação costarriquenha, bem como os
Estados Unidos, República Dominicana, Nicarágua, El Salvador, Honduras e Guatemala, faz
parte do Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana (Cafta-DR).
Este tem o objetivo de promover maior flexibilidade no comércio entre os membros,
diminuindo taxas alfandegárias, por exemplo. O país também é integrante do Mercado
Comum Centro-Americano e do Sistema de Integração Centro-Americana, sendo este uma
organização que visa o desenvolvimento sustentável na América Central, a integração entre os
países, segurança integral e regional, entre outros propósitos.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.14 República da Guatemala


A história da Guatemala é marcada pela civilização maia clássica, a qual dominou a
área onde se encontra o país atual durante todo o período pós-clássico, até a conquista do
Iucatã pelos espanhóis. Além da Guatemala, os maias viveram em Honduras, Belize, na parte
sul do México e na parte oriental de El Salvador. Após sua independência da Espanha em
1821, a Guatemala tornou-se parte dos Estados Unidos da América Central e, após a sua
dissolução, enfrentou uma instabilidade política que caracterizou toda a região durante
meados do século XIX.
No início do século XX, a Guatemala se caracterizava por uma mistura de governos
democráticos, bem como uma série de regimes ditatoriais, os quais eram frequentemente
assistidos pelo United Fruit Company e o governo dos Estados Unidos. Em 1944, o líder
autoritário Jorge Ubico foi derrubado por um golpe militar pró-democrático, iniciando uma
revolução de uma década que levou a profundas reformas sociais e econômicas. Um golpe
militar apoiado pelos EUA em 1954 acabou com a revolução e instalou uma ditadura.
De 1964 a 1996, a Guatemala sofreu uma guerra civil travada entre o governo e
militantes de esquerda, incluindo massacres genocidas da população maia perpetrados pelos
militares. Desde um acordo de paz negociado pelas Nações Unidas, a Guatemala alcançou
crescimento econômico e eleições democráticas bem-sucedidas, embora continue lutando com
altos índices de pobreza e crime, cartéis de drogas e instabilidade. Em 2014, a Guatemala
ocupava o 31º lugar entre 33 países da América Latina e do Caribe em termos do Índice de
Desenvolvimento Humano.
A Guatemala é uma república democrática constitucional segundo a qual o Presidente
é tanto chefe de Estado quanto chefe de governo. O país possui um sistema multipartidário. O
Poder Executivo é exercido pelo Governo. O Poder Legislativo é investido no governo e no
Congresso da República Guatemalteca. O Poder Judiciário é independente do executivo e do
legislativo.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), "na
Guatemala, o coeficiente de Gini - que mede a desigualdade de renda - é de 0,63, uma das
maiores taxas do mundo". O país é um dos únicos países do continente americano que não
experimentou uma redução da pobreza durante o período de alta dos preços das commodities
de exportação (2000-2015). Pelo contrário, aumentou em 7%, alcançando 66,7% dos
guatemaltecos em 2017, incluindo 86,6% dos indígenas.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.15 República da Nicarágua


A República da Nicarágua é um país localizado na América Central e
representado por Daniel Ortega. Destaca-se que o país vive um período de instabilidade
política, uma vez que a legitimidade da quarta reeleição de Ortega é questionada por diversas
nações. Exemplo disso, é a resolução aprovada em outubro de 2021 pela Organização dos
Estados Americanos (OEA), na qual a libertação dos opositores detidos pelo governo é
exigida e urge pelo diálogo com a oposição, a fim de organizar novas eleições.
Vale ressaltar, que Nicarágua foi fortemente contra essa resolução, dessa forma, não
compareceu à votação. Guatemala e Honduras se abstiveram. Anteriormente, o representante
nicaraguense na OEA reiterou que as eleições foram livres e que "A Nicarágua merece
respeito, sem sanções, ou ameaças; sem bloqueios, ou atitudes belicosas". Ademais, o país
não foi convidado para a Cúpula pela Democracia convocada pelo presidente Joe Biden dos
Estados Unidos da América, assim como os países do Triângulo Norte da América Central
(TNAC), em 2021.
No que se refere à relação do governo com o TNAC, pode ser citado o acordo
assinado em junho por Nicarágua e El Salvador, que visa a cooperação no setor agropecuário;
mas também o “Tratado Integracionista del Bicentenario” entre Nicarágua e Honduras, o
qual delimita as fronteiras marítimas na região e não é reconhecido pela nação salvadorenha.
Além disso, a nação nicaraguense localiza-se em uma posição estratégica para o comércio
regional, de tal forma que a situação do país influencia o comércio no Triângulo Norte, como
foi observado durante o período de protestos contra o governo de Daniel Ortega, em 2018.

9.16 República de Honduras


A República de Honduras é uma república presidencialista unitária. Sua atual
presidente é Xiomara Castro. Sendo um dos países que fazem parte do Triângulo Norte da
América Central, Honduras sofre com grandes problemas socioeconômicos, políticos e de
segurança.
No ano de 2009 ocorreu no país um golpe de Estado, removendo do poder o
presidente Manuel Zelaya, que alinhou seu governo à esquerda. Na última década, o país foi
governado por presidentes conservadores e que despertaram insatisfação política na
população. Em 2022, o país elegeu sua primeira presidente mulher, líder do partido de
esquerda Libertad y Refundación, esposa do ex-presidente Manuel Zelaya.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

O crime organizado é disseminado nas áreas urbanas do país. De acordo com a Human
Rights Watch, no país atuam entre 5 e 40 mil integrantes de facções criminosas. O governo
implementa estratégias duras contra o crime, criando forças especiais compostas por policiais
e militares. Existem alegações de participação das forças de segurança nas ações criminosas.
O sistema judiciário do país se mostra ineficiente para responsabilizar os envolvidos, sofrendo
diversas pressões e interferências políticas, ameaças e agressões do poder executivo, entidades
privadas envolvidas com o governo e das próprias facções criminosas. Honduras é um dos
países mais mortais do ocidente para jornalistas, sendo a polícia e o exército as maiores
ameaças.
O país é um dos mais pobres e com maior desigualdade do ocidente. Segundo o Banco
Mundial, antes da crise em 2020, mais de 25% da população vivia sob extrema pobreza e
quase metade vivia em pobreza. O modelo de crescimento orientado às exportações do país se
mostra ineficiente para promover seu crescimento econômico. Sua competitividade é minada
devido aos seus problemas políticos, fragilidade das instituições e crime organizado.

9.17 República de Chile


A partir de 2019, o Chile viu manifestações massivas, inicialmente provocadas pelo
aumento das tarifas no sistema de transporte público de Santiago e, em seguida, ganhando
força por meio de protestos, tumultos e demandas dos cidadãos. Os fatos levaram o então
ministro Andres Chadwick a invocar a Lei de Segurança Nacional Interna contra os
manifestantes, enquanto Sebastian Piñera declarou estado de emergência. Os motivos das
manifestações acabaram se misturando a outras agendas sociais exigidas pelos chilenos,
tornando os protestos os maiores que o país já viu desde a era Pinochet. Ao longo do
processo, além das restrições à liberdade de imprensa, ocorreram casos de violações e abusos
de direitos humanos no Chile, além do cerceamento à liberdade de imprensa. A consequência
mais notável das manifestações ocorridas foi a realização de um plebiscito nacional em
outubro de 2020, no qual os chilenos aprovaram a elaboração de uma nova constituição por
uma Assembleia constituinte, objetivando afastar a eficácia da norma constitucional ascendida
na ditadura Pinochet. A compilação do novo texto constitucional do Chile segue em curso.
Dessa forma, considerando seu atual cenário e as dificuldades similares que a
população do triângulo norte enfrenta em semelhança ao Chile, o território deixa de ser um
grande atrativo como rota de fuga para esses habitantes. Sendo assim, a forma que o governo

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

chileno busca na ajuda de situações de tais cunhos é a busca por novas políticas e ideias que
visam radicalizar essa situação deplorável.

9.18 República de Cuba


A República de Cuba é uma república socialista marxista-leninista unitária, presidida
no momento por Miguel Díaz-Canel. Além de presidente do país, Miguel Díaz-Canel é o
Primeiro-Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, que é o cargo que
lidera o país de facto.
Cuba é um país historicamente extremamente ativo no que se refere às políticas
internacionais. Desde suas alianças com a URSS durante o período da guerra fria até o seu
envolvimento em conflitos militares externos, incluindo países da África, América Central e
Ásia. Até 2014, Cuba sofreu fortes políticas de isolamento impostas pelos Estados Unidos. A
União Europeia acusa o país de violações aos direitos humanos e liberdades fundamentais. As
principais alianças da República de Cuba estão estabelecidas com a Rússia e a China.
Conhecida por dar suporte a grupos e partidos de esquerda na América Latina e no Caribe,
Cuba apoiou movimentos na Guatemala, Nicarágua e em El Salvador.
Atualmente Cuba é um dos membros da Comissão de Direitos Humanos das Nações
Unidas (CDH, também conhecida pela sigla em inglês UNHCR). Além disso, é um dos
membros fundadores da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de
Comércio dos Povos (ALBA), um dos membros da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos e também um dos integrantes da Associação
Latino-Americana de Integração.
Junto aos países do TNAC, Cuba apresenta uma grande taxa de emigração que ocorre
sobretudo por motivos econômicos e políticos. Em 2021 ocorreu uma série de protestos no
país contrários ao governo, reivindicando liberdades civis e reestruturação política. As
manifestações resultaram na prisão de centenas de cubanos em penas que alcançaram décadas.

9.19 República de El Salvador


A República de El Salvador é uma república presidencialista que faz parte do
Triângulo Norte da América Central e é representada por Nayib Bukele. No século XX, o país
vivenciou diversas disputas internas por poder e passou por muitos governos militares. Em
1980, uma guerra civil entre forças governistas com o apoio dos Estados Unidos e opositores
políticos de El Salvador deflagrou o país. No final de 1980, cerca de 25% do território estava

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

sob o domínio de guerrilheiros e havia uma forte atuação de esquadrões de morte na região. O
fim desse conflito deu-se em 1992, com o auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU)
através de um acordo de paz. Desde então, a nação tenta recuperar-se do impacto econômico e
social dessa guerra.
Destaca-se que o país está sob regime de emergência desde 27 de março de 2022, o
qual foi prorrogado duas vezes. Essa decisão foi tomada a pedido do presidente Nayib Bukele,
após 62 homicídios atribuídos à gangue Mara Salvatrucha, no dia 26 de março; e outros 14
assassinatos pelo país, no dia 25 de março. O presidente assegurou que essa decisão estava
dentro da estrutura constitucional. Assim sendo, segundo o governo, o objetivo desse regime é
combater a ação de gangues. Entre as medidas desse procedimento, está a autorização de
prisões sem ordem judicial. Anteriormente, em junho de 2019, quando o governo foi
assumido por Bukele, o governante declarou guerra contra duas facções do Barrio 18 e o
MS-13, as principais gangues de El Salvador.
Ademais, sob o governo de Bukele, o número de assassinatos apresentou queda. Desse
modo, o país registrou 119 homicídios, em janeiro de 2021, o menor número de homicídios
até aquele momento e desde a assinatura dos Acordos de Paz de 1992. Porém, é importante
ressaltar, que de acordo com documentos publicados pela mídia independente El Faro, houve
a negociação de um pacto entre funcionários de Bukele e gangues. Esse acordo visava a
diminuição do número de homicídios pelo país, em troca de benefícios aos membros dessas
quadrilhas, dentro e fora das prisões. O presidente nega as acusações.
Finalmente, o atual presidente é acusado de medidas autoritárias, os índices de
violência são altos e há grande desigualdade social no país. Segundo relatórios da Amnistia
Internacional, as autoridades de El Salvador estão criminalizando pessoas em situação de
pobreza, com a justificativa de punir gangues; e efetuaram intensas violações dos direitos
humanos: detenções arbitrárias de milhares de indivíduos, a morte de pelo menos 18 pessoas
sob custódia do Estado, bem como ataques à liberdade de mídia.

9.20 República do Equador


A República do Equador é um país localizado no noroeste da América do Sul que faz
fronteira com Colômbia e Peru. Conseguiu sua independência da Espanha em 1822 e passou a
fazer parte da Federação da Grã-Colômbia, sendo em 1830 quando se tornou um estado
autônomo, oficializando sua independência. Tem uma população de 13 milhões de habitantes
e seu idioma oficial é o espanhol.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

Atualmente, o Equador é uma república presidencialista e tem como presidente


Guillermo Lasso do partido “Movimiento CREO” que está no cargo desde 2021, quando foi
eleito. Recentemente, o país vem passando por uma severa crise econômica e uma onda de
protestos liderada pela “Confederação Indígena”, grupo que representa os povos nativos do
Equador. Os manifestantes pedem um controle do preço dos alimentos, mais gastos do
governo nos setores de saúde e educação e reclamam da alta no preço do combustível que
chegou perto de duplicar. O governo, por sua vez, decretou estado de exceção, toque de
recolher em seis províncias e militarizou áreas públicas, respondendo de forma dura aos
protestos, o que gerou confrontos entre policiais e manifestantes. A crise ainda não chegou ao
fim e ministros já renunciaram seus cargos, aumentando ainda mais a pressão sobre o
presidente Guillermo Lasso.

9.21 República do Haiti


O Haiti é um país da América Central localizado na porção oeste da ilha de Hispaniola
e que faz fronteira com a República Dominicana. Foi a primeira nação latino-americana a
conseguir ficar independente de sua metrópole europeia, tendo sua revolução começado em
1794 e terminado em 1804, quando oficialmente o Haiti conseguiu sua independência da
França. Sua capital é a cidade de Porto Príncipe e os idiomas oficiais são francês e crioulo.
Atualmente, a República do Haiti enfrenta sérios problemas nos âmbitos político e
socioeconômico. É o país mais pobre das Américas e tem um IDH de 0,404, o menor em toda
a América. Além disso, dos mais de 10 milhões de habitantes haitianos, cerca de 60% são
subnutridos e mais da metade vive com menos de um dólar por dia, é a pior situação de um
país do continente americano.
Recentemente, o Haiti- além de todas as crises que já sofreu- foi vítima de desastres
naturais. Em 2010, um terremoto de magnitude 7.0 na escala Richter atingiu o país e deixou
como consequência uma enorme crise, grande parte da população ficou desabrigada e mais de
120 mil pessoas faleceram em decorrência da catástrofe. Não sendo o suficiente, o Haiti sofre
na mão de gangues que diariamente vitimizam inocentes em suas guerras e lutam pelo poder
do território.
Por fim, o Haiti também passa por crises políticas. Em 2021, o então presidente
Jovenel Moïse foi assassinado em sua casa após tentar enviar aos Estados Unidos uma lista
com o nome de pessoas ligadas ao narcotráfico. Esse atentado aconteceu mesmo com o país

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

sob intervenção internacional da Organização das Nações Unidas, o que mostra como a
situação da nação é crítica.

9.22 República do Paraguai


A história recente da República do Paraguai na OEA é marcada por um
relacionamento estreito em vista do cumprimento de acordos e comprometimento com a
funcionalidade do órgão. Sua organização política está em torno de uma república
presidencialista com presença política forte na OEA, ao representar um dos países que prezam
pela manutenção da organização e pela transparência no cumprimento dos artigos.
As negociações do Paraguai exigem uma ótima relação diplomática com os países
vizinhos em função do interesse paraguaio no escoamento dos seus produtos por meio de
portos de outros países e em manter um abastecimento interno. O Paraguai apesar de ter boas
taxas sociais de educação, enfrenta uma alta mortalidade e desemprego, dependendo do
trabalho informal, sendo de interesse para o país, uma cooperação internacional em busca de
missões e planos que se comprometam ao restabelecimento da ordem social e melhoria de
indicadores socioeconômicos que possam beneficiar o Paraguai.

9.23 República do Peru


O Peru é um país da América do Sul localizado na porção oeste do continente banhado
pelo oceano Pacífico, além de ser cortado pela Cordilheira dos Andes. É uma ex-colônia da
Espanha e teve sua independência proclamada em 28 de julho de 1821 pelo general argentino
José de San Martin, conseguindo firmar o rompimento com sua metrópole em 1824 quando
derrota os espanhóis na guerra de independência. Sua capital é Lima e o idioma oficial é o
espanhol.
Atualmente, o Peru é uma república presidencialista, sendo o presidente chefe de
estado e de governo. Agora, quem ocupa esse cargo é Pedro Castillo, eleito em 2021 quando
estava no partido “Peru Livre”. No entanto, o chefe do executivo peruano vem enfrentando
dificuldades em seu governo, sendo alvo de investigações e expulso do próprio partido que
estava quando foi eleito. Além disso, sofre com 74% de desaprovação por parte da população
e protestos nas ruas contra seu governo.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.24 República Dominicana


A República Dominicana tem um relacionamento estreito com os Estados Unidos e
laços culturais próximos com Porto Rico e outros estados e jurisdições dos americanos. Os
cidadãos da República Dominicana culparam os haitianos pelo aumento da criminalidade e
outros problemas sociais devido às tensões entre a nação e o vizinho Haiti em decorrência da
migração em massa de cidadãos haitianos para o território dominicano. Além disso, o governo
é membro de pleno direito da Organização Internacional da Francofonia.
A República Dominicana tem acordos de livre comércio com os Estados Unidos,
Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua por meio de acordos de livre
comércio entre os Estados Unidos, a América Central e a República Dominicana. Além disso,
o país mantém estreitas relações internacionais com os estados membros da UE, com os quais
mantém acordos de parceria econômica. A República Dominicana estabeleceu relações
diplomáticas e econômicas com a Comunidade do Caribe, principalmente por meio do Fórum
do Caribe.

9.25 República Federativa do Brasil


A República Federativa do Brasil é o maior país sul-americano, representado por Jair
Bolsonaro desde 1° de janeiro de 2019. Na 9° cúpula das Américas, o país assinou um acordo
que visava a imigração segura e ordenada. Os países do Triângulo Norte da América Central -
El Salvador, Guatemala e Honduras - foram também signatários. No entanto, é importante
ressaltar que esses países são a origem de intensos fluxos de migração, mas não enviaram seus
chefes de Estado à reunião.
Em fevereiro de 2020, houve uma reunião entre os chanceleres brasileiro e
guatemalteco, no qual foram discutidos a possibilidade de um acordo de investimento,
alianças na produção de café, e posição política dos países no cenário da Venezuela e de
Nicaráguas. Em janeiro de 2022, a nação brasileira não mandou nenhum representante para a
posse da atual presidente de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

9.26 República Oriental do Uruguai


O Uruguai tem desfrutado de relações amigáveis ​com os Estados Unidos desde a sua
transição de volta à democracia.Os laços comerciais entre os dois países se expandiram
substancialmente nos últimos anos, com a assinatura de um tratado de investimento bilateral
em 2004 e de um Acordo Quadro de Comércio e Investimento em janeiro de 2007. Os
Estados Unidos e o Uruguai também têm cooperado em assuntos militares, sendo que ambos
os países desempenham papéis importantes na Missão das Nações Unidas para a estabilização
no Haiti (MINUSTAH).
Em virtude da situação do Triângulo Norte, o Uruguai tende a seguir uma linha de
pensamento americano que busca ser atuante em políticas administrativa a fim de buscar
ajuda nessa situação.

9.27 Diário Clarín


O Clarín foi criado por Roberto Noble, ex-ministro da província de Buenos Aires, em
28 de agosto de 1945. Foi um dos primeiros jornais argentinos publicados em formato
tabloide. Atualmente tornou-se o maior jornal de circulação argentina e um dos maiores na
gênese da representatividade geopolítica da América Latina para o mundo.
A gênese do Diário Clarín surgiu da gênese desenvolvimentista argentina na década de
40, tendo sua fundação concretada em 28 de agosto de 1945.
O posicionamento adotado pelo jornal é baseado na ideia de liberalismo Social,
enfatizando a colaboração mútua através de instituições liberais, em oposição à utilização da
força para resolver as controvérsias políticas. O jornal não é considerado claramente de direita
nem de esquerda, mas, sim, procura acompanhar o que se imagina que pensa a opinião
pública como um todo.

9.28 New York Times


The New York Times é um jornal diário estadunidense, fundado e publicado
continuamente em Nova York desde 18 de Setembro de 1851, pela The New York Times
Company. O The New York Times ganhou 117 prêmios Pulitzer, mais do que qualquer outra
organização de notícias, sendo mundialmente conhecido.
O jornal carrega uma grande carga histórica, visando a sua fundação em 18 de
setembro de 1851 por Henry Jarvis Raymond e George Jones, exercendo influência desde a
Guerra Civil Americana e as Guerras Mundiais, até a era globalizada atual.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

O New York Times, conforme o estudo, segue uma linha liberal tanto em suas
notícias quanto nos perfis dos jornalistas na rede social. Publicações tidas como
conservadoras, como o Washington Times e o Weekly Standard, também empregam
jornalistas alinhados com tais ideias.

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A Situação do Triângulo Norte na América Central - XII Simulação Interna do CMR

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Desaprovação ao presidente do Peru chega a 74% em seu 1º ano de governo - Rádio Itatiaia |
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