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Carta do Secretariado

Estimados delegados e delegadas.

É com muita honra que tomamos a posição de secretariado V Modelo das Nações
Unidas dos Colégios Militares, com a difícil missão de introduzir esse evento, a nós tão caro,
depois de dois anos de pandemia e para um público completamente novo. Nos perguntávamos:
como iremos apresentar, a essência do universo das simulações, que moldou tão profundamente
o nosso desenvolvimento humano e acadêmico, agora face a face para as novas gerações que,
até então, o conheciam através das telas de computadores? Por sabermos da importância e do
significado da MundoCM, dessa oportunidade de reunirmos jovens de todo o Brasil para
fomentar o estudo da diplomacia e das relações internacionais, dedicamos todo o nosso amor,
disposição e o nosso tempo para formular a melhor experiência possível nos próximos 5 dias.
Não foram poucos os desafios para criar, construir e trazer à vida esses 12 comitês, uma
árdua tarefa que só entenderemos como cumprida ao contemplarmos o sorriso e a satisfação no
rosto de cada um de vocês nos corredores, durante as sessões e, principalmente, na troca de
conhecimento, cultura e mentalidade com pessoas de todo o país, em um esforço conjunto de
aprendizado, cidadania e camaradagem. Desejamos que onde quer que estiverem, no Gabinete
da Guerra Indo-Paquistanesa, nas Cortes Extraordinárias dos Tribunais do Camboja, na
Administração Transitórias das Nações Unidas no Timor Leste, no Conselho de Paz e
Segurança da União Africana, na União Internacional de Patinação, no Special Political and
Decolonization Committee, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, nas Reuniões do
Tratado de Redução de Armas Estratégicas, na Comunidade do Pacífico, no Comitê das Nações
Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Sideral, na Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ou na
Agência de Comunicação, tenham a oportunidade de aprender, se divertir e construir amizades
as quais levarão para a vida inteira.
Mais que isso, trabalhamos com afinco para possibilitar, a todos, um local de reflexão
acerca do que as simulações trazem de melhor: o aprimoramento do senso crítico em uma
perspectiva dinâmica e didática para a assimilação de conhecimentos adquiridos na vida escolar
e, assim, a sua aplicação prática na realidade. Dessa forma, carregamos conosco o símbolo
máximo dessa atividade: a formação de novos cidadãos do mundo, cientes de seu papel na
sociedade contemporânea para que o exerçam satisfatoriamente considerando valores de
cidadania, fraternidade e respeito. Ao trazermos o debate de temáticas de impacto global,
esperamos tocar a consciência de cada um para pensarmos, sob outra perspectiva, as
problemáticas vividas em nosso cotidiano. Só assim seremos capazes de viver em uma
democracia plural e harmônica, a partir do exercício individual de formação de opinião e
participação ativa no processo sociopolítico de nossas cidades, estados e países.
Finalmente, é a partir da difusão desses ensinamentos que consideraremos a nossa
verdadeira e mais importante missão enquanto ex-alunos do Sistema Colégio Militar do Brasil:
a preservação e a memória dos ideais defendidos pela MundoCM e do que eles representam
para nós e a todos aqueles que constroem essa nova visão de mundo. Esperamos, assim, que
essa troca de conhecimento entre as gerações futuras e passadas possa garantir o “passar de
uma tocha” para futuras edições da MundoCM e do Desafio Global do Conhecimento possam
ampliar o culto à união e à integração do sistema a partir dos indissociáveis laços de
camaradagem e espírito de corpo por muitos e muitos anos. A todos os delegados, saibam que,
para fazermos um país melhor, mais equânime e mais justo, precisamos assumir posições de
liderança, cultivar uma mentalidade de conscientização social e apurar nossas habilidades
interpessoais, como criatividade, cooperação, comunicação e negociação, com foco na
resolução de problemas. Tenham uma excelente simulação!

Honrosamente,

André Távora, Raquel Sarubbi e João Vitor Zaidan,

Secretários Acadêmicos da V MundoCM.


Carta da Diretoria
Autoridades da Comunidade do Pacífico (CP), por meio desta carta, nós, os diretores
do presente comitê na edição de 2022, da MundoCM, gostaríamos de agradecer-lhes por terem
escolhido estar conosco neste belo comitê, que, modéstia parte, é o mais interessante e
importante, uma vez que trata do tema da mudança climática e suas consequências
devastadoras. De antemão, é importante ter em conta que este comitê leva como pressuposta o
fatal aumento do nível do mar, portanto, não cabe aos senhores discutir soluções que tratem do
fim desta consequência terrível, mas sim de possíveis remediações para os efeitos dessa
fatalidade.
Ademais, cabe dizer que todos nós nos mostramos abertos para qualquer tipo de dúvida
que os senhores tiverem, seja antes ou durante a realização do comitê. Portanto, deixamos aqui
um email específico e livre para envio de mensagens relacionadas ao comitê
(cpmundocm2022@gmail.com). Por fim, gostaríamos de destacar o quão ansiosos estamos
para poder fazer este comitê acontecer com os senhores durante a MundoCM. Enfim, sejam
muito bem-vindos como delegados e delegadas do comitê Comunidade do Pacífico (CP).

Honrosamente,
Guilherme Pazinato
Lara Aboud
Welton Felix
SUMÁRIO

Introdução 7
A Comunidade do Pacifico 8
Contexto climático 8
3.1 Aquecimento Global e Derretimento das Calotas Polares 9
3.2. Aumento do Nível do Mar e o Iminente Desaparecimento de Territórios Costeiros 10
4. Contexto no Pacífico 11
4.1. Consequências Políticas, Econômicas e Sociais do Aumento do Nível do Mar 11
5. Programa para Mudanças Climáticas e Sustentabilidade Ambiental (CCES) da Comunidade
do Pacífico 13
6. Sobre a problemática 15
7. Conclusão 16
8. Posicionamento de Blocos 16
Comunidade da Austrália 16
Comunidade das Ilhas Marianas do Norte 16
Estado Independente de Papua Nova Guiné 17
Estado Independente de Samoa 18
Estados Federados da Micronésia 18
Estados Unidos da América 19
Governo de Guam 19
Ilhas Cook 20
Ilhas Marshall 20
Ilhas Pitcairn 21
Ilhas Salomão 21
Niue 22
Nova Caledônia 22
Nova Zelândia 23
Polinésia Francesa 23
Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte 24
Reino de Tonga 24
República Francesa 24
República de Fiji 25
República de Kiribati 25
República de Nauru 25
República de Palau 26
República de Vanuatu 26
Samoa Americana 26
Toquelau 27
Tuvalu 27
Wallis e Futuna 27
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (membro-observador) 28
Associação de Organizações Não-Governamentais das Ilhas Pacíficas (PIANGO) (membro-
observador) 28
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (membro-observador) 28
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1. Introdução
A Comunidade do Pacífico (CP) compõe-se e trata das ilhas localizadas no Oceano
Pacífico, o maior dos oceanos, sendo ela um tanto diversa quanto às delegações nela presentes,
tendo desde Estados como a Comunidade da Austrália, que apresenta uma grande extensão
territorial e forte influência na comunidade internacional, até territórios como a República de
Vanuatu com governos jovens responsáveis por preservar tradições milenares. Ainda assim,
dentro do contexto internacional e se tratando de um tema com tamanha importância para a
vida humana como um todo, não cabe a discriminação entre territórios sobre papéis de
importância, cabe apenas a conciliação de interesses em prol do bem comum que se busca,
neste caso, nas ilhas do Pacífico.
Diversos são os atuais estudos que tratam da temática das mudanças climáticas e seus
efeitos. Entre eles, há o "O Estado do Clima no Sudeste Pacífico 2020'' 1 (tradução livre e
disponível em inglês), um relatório feito pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Tal documento, escrito por uma das agências da ONU, faz parte de uma série de relatórios
climáticos regionais, e cobre boa parte do sudoesta da Ásia, assim como a Austrália, Nova
Zelândia e as Ilhas do Pacífico. Um dos principais problemas que o documento ressalta é sobre
o risco real de ameaça à existência dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento
(SIDS, da sigla original), seja pelo aumento do nível marítimo ou pelo aumento de sua
temperatura, afetando tanto aspectos econômicos quanto o ecossistema das Ilhas do Pacífico.
Quanto ao aumento do nível marítimo, o documento enfatiza, ainda, que nos últimos
anos a principal fonte deste é o derretimento das calotas polares da região da Antártida e da
Groenlândia. Já quanto ao aumento das temperaturas do mar, afirma-se que cerca de 90% da
energia solar acumulada na terra devido a problemas de efeito estufa aumentado concentram-
se nos oceanos, mudando suas temperaturas em diferentes níveis de profundidade.
É importante que se tenha em mente também que o problema do aumento do nível do
mar não é um evento isolado, ou seja, há outros aspectos, também relacionados à mudança
climática, que afetam diretamente as Ilhas do Pacífico. São eles o branqueamento de recifes de
coral pelo aumento da temperatura do mar, a desoxigenação e acidificação do mar, gerando um

1
STATE OF THE CLIMATE IN THE SOUTH-WEST PACIFIC. World Meteorological Organization
(WMO), 2021. Disponível em: <https://public.wmo.int/en/our-mandate/climate/wmo-statement-state-of-global-
climate/southwestpacific>. Acesso em: 14 de ago. de 2022

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declínio na atividade pesqueira (atividade essencial para a sobrevivência das ilhas). A questão
do aumento do nível do mar também é capaz de gerar vulnerabilidade maior a acidentes
ambientais como ciclones tropicais, tempestades e inundações costeiras. Por outro lado, no
oriente australiano, por exemplo, há um problema severo de queimadas e incêndios ambientais,
que afetam o ecossistema e a existência humana.
Diante de tantos problemas relacionados ao aumento do nível marítimo, sendo
eles iminentes para a realidade das Ilhas do Pacífico, cabe aos delegados do comitê da
Comunidade do Pacífico pensarem e debaterem entre si quais as melhores formas de
prepararem-se para todas as diversidades possíveis.

1. A Comunidade do Pacifico
Fundada em 19472, a Comunidade do Pacífico é a principal organização
intergovernamental da região do Pacífico, composta por 27 membros permanentes que incluem
ambos países e territórios. A organização tem como um dos principais focos o pleno
desenvolvimento dos seus membros e das sociedades envolvidas no Pacífico pelo uso da
ciência, pesquisas e tecnologias, buscando ao mesmo tempo a sustentabilidade e o respeito ao
contexto das diversas sociedades do Pacífico.
Dentro das suas visões, apresenta um destaque especial para uma resposta coletiva
urgente à problemática das mudanças climáticas e suas consequências, dentre elas o aumento
do nível marítimo. Além disso, a organização busca basear e apoiar suas ações nos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável estipulados pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em
2015.
A organização é referência mundial na produção de conhecimento e inovação em áreas
como as ciências da pescaria, saúde pública, supervisionamento, geociência e segurança
alimentar.

2. Contexto climático
Para entender a situação nas Ilhas Pacíficas, é essencial entender o papel que o clima
exerce em todos os aspectos dessa região. É necessário também, compreender quais são os
principais fatores responsáveis pelo aumento do nível do mar e que põe em risco a existência

2
PACIFIC COMMUNITY. The Pacific Community, c.2022. Sobre nós. Disponível em:
<https://www.spc.int/about-us>. Acesso em: 14 de ago. de 2022

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desses territórios.
Neste tópico, iremos abordar os principais eventos climáticos que contribuem para o
aumento desse problema, mostrando como eles estão interligados e quais são suas
consequências.
3.1 Aquecimento Global e Derretimento das Calotas Polares
O principal fator responsável pelo desaparecimento das Ilhas Pacíficas é o aumento do
nível do mar. Para entender o aumento do nível do mar, precisamos saber como ele ocorre, para
isso, é essencial falar do derretimento das calotas polares e da sua principal causa: o
aquecimento global.
Segundo o World Wide Fund for Nature, o aquecimento global é o nome dado ao
aumento na temperatura média dos oceanos e da camada de ar mais próxima à superfície da
Terra3. Esse aumento pode ocorrer naturalmente, no entanto, ações humanas podem intensificar
esse processo, o que vem ocorrendo de maneira considerável.
Uma das principais formas pela qual o ser humano está contribuindo para o
aquecimento global é através da intensificação do efeito estufa. O efeito estufa é causado por
alguns gases que compõem a atmosfera, como o gás carbônico (CO2); o metano (CH4); o óxido
nitroso (N2O); e também pelo vapor d’água. Ocorrendo naturalmente na atmosfera, o efeito
estufa é essencial para vida na Terra. Ele regula a temperatura da superfície, segurando parte
da radiação solar. No entanto, os altos índices de emissão de gases, sobretudo o gás carbônico,
contribuem para o desequilíbrio desse efeito, ocasionando o aquecimento global.
A emissão de CO2 ocorre principalmente por conta da queima de combustíveis fósseis
para ações como a geração de energia, transporte, atividades industriais, conversão do uso do
solo, agropecuária e desmatamento. Países com um forte índice de industrialização são os
principais emissores de gás carbônico para atmosfera. De acordo com dados de 2020 do Global
Carbon Project, os 4 principais emissores de gás carbônico na atmosfera são4:
1. China (10.668 megatoneladas);
2. Estados Unidos (4.713 megatoneladas);
3. Índia (2.442 megatoneladas); e
4. Rússia (1.577 megatoneladas).

3
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. WWF-Brasil, c.2022. Disponível em:
<https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/>.Acesso em:
10 de ago. de 2022
4
THE GLOBAL CARBON PROJECT. Global Carbon Project, c.2021. Disponível em:
<http://www.globalcarbonproject.org/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

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Com base nesses dados, é possível apontar que os países que mais sofrem com as
consequências do aquecimento global, como as Ilhas do Pacífico, são os que menos contribuem
para isso. Por exemplo, a Nova Caledônia emitiu apenas 8,7 megatoneladas de CO 2 nesse
mesmo período.
Duas das principais consequências do aquecimento global – além do próprio aumento
da temperatura média no planeta – são o aumento da temperatura dos oceanos e o derretimento
das calotas polares. Segundo a NASA, a extensão da camada permanente de gelo marinho no
ártico (que se mantém durante o verão) está diminuindo 13% a cada década por conta do
aquecimento global5. O aumento das temperaturas causado pelo aquecimento global faz com
que essa camada de gelo venha diminuindo anualmente.

3.2. Aumento do Nível do Mar e o Iminente Desaparecimento de


Territórios Costeiros
O derretimento das calotas polares e o aumento da temperatura dos oceanos são os
principais fatores responsáveis pelo aumento no nível dos oceanos. A água que uma vez
compunha calotas polares volta para o estado líquido, aumentando assim o nível do mar. Além
disso, o aquecimento da água do mar faz com que seu volume expanda, causando também o
aumento do nível dos oceanos. Desde 1993, o nível do mar subiu em aproximadamente
10,12cm, crescendo em 3.2mm anualmente (NASA) 6.
O aumento do nível do mar se mostra prejudicial sobretudo para os territórios costeiros
do globo. Com o aumento do nível do mar, cidades costeiras como Rio de Janeiro, Recife e
Nova York serão, ao menos parcialmente, inundadas pela água do mar7.
A situação fica ainda pior quando se trata das ilhas do pacífico. No período entre 1947
e 2011, cinco das ilhas que compõem as Ilhas Salomão desapareceram, além disso, outras seis

5
VITAL SIGNS: ARCTIC SEA ICE MINIMUM EXTENT. Global Climate Change, c.2022.
Disponível em: <https://climate.nasa.gov/vital-signs/arctic-sea-ice/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

6
ADVANCING NASA SEA LEVEL SCIENCE AND INTERDISCIPLINARY RESEARCH.
NASA Sea Level Change: Observations from Space, c.2022. Disponível em: <https://sealevel.nasa.gov/>. Acesso
em: 10 de ago. de 2022.

7
BIERNATH, André; COSTA, Camilla. Imagens revelam como aumento do nível do mar pode
mudar cidades no Brasil e no mundo. BBC News Brasil, São Paulo e Londres, 15 de out. de 2021. Disponível
em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58905965>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

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ilhas já perderam entre 20% e 62% do seu território8. Outras nações como o Tuvalu também
podem vir a desaparecer.

4. Contexto no Pacífico
Tendo em mente que certas consequências das mudanças climáticas, como o aumento
do nível do mar, já são irreversíveis, é de extrema importância a análise de suas consequências
políticas, econômicas e sociais.
No contexto do pacífico, estamos falando sobre várias pequenas ilhas que já têm
previsão do iminente fim de sua existência. Por conta disso, é essencial a elaboração de planos
de contingência e o debate sobre soluções para futuras situações emergenciais. Como apontado
no tópico anterior, as nações que mais sofrem com as mudanças climáticas são as que menos
contribuem para isso. Grandes economias negligenciam esses problemas e acabam por não
auxiliar esses países no enfrentamento dos problemas causados por elas mesmas. Neste tópico
serão abordadas as consequências políticas, econômicas e sociais do aumento do nível do mar
no Pacífico.

4.1. Consequências Políticas, Econômicas e Sociais do Aumento do


Nível do Mar
No que se refere ao aumento do nível do mar, os menores territórios sentem primeiro
suas consequências, como é o caso das ilhas que compõem as Ilhas Salomão. Nesse país,
pequenas ilhas já desapareceram e outras estão com seus dias contados. Por conta do avanço
do mar, comunidades de pescadores precisaram se mudar para locais mais altos das ilhas. Um
exemplo disso é a ilha de Nuatambu, onde vivem 25 famílias e, desde 2011, 11 casas foram
perdidas9.
Durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26),
o ministro das relações exteriores de Tuvalu, Simon Kofe, proferiu uma declaração onde citou
as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar como “consequências mortais e

8
CINCO ILHAS DO PACÍFICO JÁ DESAPARECERAM POR CAUSA DA ELEVAÇÃO DO
NÍVEL DO MAR. O GLOBO, 9 de jun. de 2016. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/brasil/sustentabilidade/cinco-ilhas-do-pacifico-ja-desapareceram-por-causa-da-
elevacao-do-nivel-do-mar-19263259>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.
9
CRIADO, Miguel Ángel. Elevação do nível do mar traga várias ilhas do Pacífico. EL PAÍS, São
Paulo, 14 de maio de 2022. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/12/ciencia/1463034424_446992.html>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

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existenciais” para Tuvalu e outros países formados por atóis10.


Tratando do contexto político, diversas nações insulares podem desaparecer
completamente, e por isso já estão buscando maneiras de assegurar sua existência, ainda que
em novos territórios. Em 2014, o governo do Kiribati comprou territórios em Fiji 11. O governo
pretende deslocar parte da população para lá no caso da imersão das ilhas que formam o país.
Mesmo nações que não venham a desaparecer completamente, terão parte do seu
território submerso. Geralmente, a população de um país se concentra em territórios mais
próximos do mar, por esse motivo, muitas pessoas serão afetadas com o avanço das águas. Os
governos precisam, então, implementar medidas e criar planos para realocá-las em breve,
movendo-as para regiões mais distantes do oceano. De outra forma, tudo isso pode gerar uma
enorme crise de refugiados. Uma crise de refugiados climáticos que estão perdendo a terra em
que vivem. Dessa maneira, outros países também precisam ficar atentos à situação e se preparar
para possíveis crises.
O avanço do nível do mar também é responsável por sérios impactos econômicos que
irão decorrer do intenso deslocamento da população e, possivelmente, até mesmo do governo
para locais seguros. A infraestrutura desses locais precisam passar por grandes mudanças para
acomodar essa população. As próprias pessoas e empresas precisam construir novas casas,
prédios, escritórios, armazéns e outras edificações necessárias. A água do mar também acaba
penetrando e salgando águas de reservas subterrâneas. Cada governo necessita avaliar sua
situação e identificar como irá agir nesse quesito.
No quesito social, por conta da intensa emigração dos territórios submersos, as
diferentes culturas dessas regiões do pacífico estão em grande perigo. Em muitas dessas ilhas
vivem populações nativas pré-coloniais, que são forçadas a abandonar o seu território. Deve-
se também levar em consideração que essas culturas precisam ser protegidas quando ações
forem tomadas. Além de um desafio político, a emigração desses territórios é uma gigantesca
crise social. As populações mais pobres serão as mais afetadas. Por não possuírem condições
de se estabelecer em novos lugares, os governos precisam estudar e pôr em prática maneiras

10
MODELLI, Laís. Ministro de Tuvalu grava discurso para COP 26 de dentro do mar em protesto
contra risco de ilha desaparecer. G1-Globo, São Paulo, 6 de nov. de 2021. Disponível em:
<https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-26/noticia/2021/11/06/ministro-de-tuvalu-grava-discurso-para-cop-
26-de-dentro-do-mar-em-protesto-contra-risco-de-ilha-desaparecer.ghtml>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

11
GOVERNO DE PAÍS QUE PODE SUMIR DO MAPA COMPRA TERRAS EM FIJI. TERRA
NETWORKS BRASIL LTDA, São Paulo, 9 de jul. de 2015. Disponível em:
<https://www.terra.com.br/byte/ciencia/clima/governo-de-pais-que-pode-sumir-do-mapa-compra-terras-em-
fiji,dd8f9216d5f654a92a3fdaff05b287b1kktvRCRD.html>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

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de garantir a sobrevivência e a mudança dessas pessoas para locais seguros.


É importante também se preocupar com o momento posterior a essa mudança
para novos territórios. Como a nação irá continuar? Como essas pessoas irão viver nesses
novos locais? Como a cultura desses povos, incluindo os nativos, será mantida? Como
outros países irão recepcionar esses imigrantes? Essas são perguntas que precisam ser
respondidas o mais rápido possível e da melhor forma possível.

5. Programa para Mudanças Climáticas e Sustentabilidade


Ambiental (CCES) da Comunidade do Pacífico
A Comunidade do Pacífico atua em mais de 25 setores, dentre eles a ciência da pesca,
vigilância em saúde pública, geociências e conservação de recursos fitogenéticos para
alimentação e agricultura, estatística e educação. Além disso, a Comunidade do Pacífico atua
em promover o empoderamento das comunidades do Pacífico e no compartilhamento de
conhecimentos e habilidades entre países e territórios. Atualmente, a Comunidade divide-se
em nove departamentos: Mudança Climática e Sustentabilidade Ambiental (CCES), Programa
de Avaliação e Qualidade Educacional (EQAP), Pesca, Aquicultura e Ecossistemas Marinhos
(FAME), Geociências, Energia e Marítima (GEM), Divisão de Recursos Terrestres (LRD),
Divisão de Saúde Pública (PHD), Equipe de recursos de direitos regionais (RRRT), Programa
de Desenvolvimento Social (SDP) e Estatísticas para Desenvolvimento (SDD).
O CCES é a frente responsável por auxiliar os países e territórios das Ilhas do Pacífico
no enfrentamento dos riscos decorrentes das mudanças climáticas, visto que a região do
Pacífico é uma região vulnerável a riscos climáticos naturais, como inundações e secas, por
conta de fenômenos como o “El Niño”, o qual gera um aquecimento anormal das águas do
Oceano Pacífico tropical e, consequentemente, altera a temperatura da superfície da água,
impactando no clima de várias regiões do mundo. Além disso, a emissão de gases de efeito
estufa, como o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso, levam a mudanças
climáticas sérias na região, o que gera o aumento da temperatura do ar e da superfície do mar.
Assim, a Comunidade do Pacífico está auxiliando os países e territórios das Ilhas do Pacífico
em tentar minimizar os impactos das mudanças climáticas, além do gerenciamento de riscos
de desastres naturais, em parceria com outros membros do Conselho de Organizações
Regionais do Pacífico.
Além disso, é importante salientar que 55% da população da Comunidade do Pacífico,
excluindo a Papua Nova Guiné, vive a menos de 1 km do mar e, por isso, o aumento do nível

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do mar levará a consequências drásticas nesses locais, se nada for feito. Já em relação à
economia desses locais, o impacto também será grande, visto que o aumento do nível do mar,
devido às mudanças climáticas, atingirá a pesca, a exportação de culturas e o turismo. Segundo
o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a alta vulnerabilidade do
Pacífico pode levar a um cenário de insegurança alimentar e hídrica, aumento dos riscos à
saúde, falta de acesso a serviços sociais e deslocamentos forçados, o que impactará diversas
regiões próximas à Comunidade do Pacífico.
A Comunidade do Pacífico utiliza a educação, as geociências oceânicas e costeiras, as
avaliações de riscos e a tecnologia para auxiliar os países no desenvolvimento de técnicas de
resistência climática, o que será cada vez mais necessário. Iniciativas regionais e internacionais
também são apoiadas pela Comunidade, como a “Kiwa Initiative” e a “Pacific ND Hub”. A
primeira, por exemplo, é um programa que visa o fortalecer as comunidades e as economias
das Ilhas do Pacífico através da “Nature-Based Solutions” (NBS), a qual defende o
gerenciamento da biodiversidade de uma forma sustentável. Junto com a Comunidade do
Pacífico e a Secretaria do Programa Regional de Meio Ambiente do Pacífico (SPREP), a
Iniciativa Kiwa pretende identificar e desenvolver projetos de adaptação às mudanças
climáticas por meio de soluções baseadas na natureza e promover oportunidades de
financiamento com a Iniciativa Kiwa de outros doadores de ação climática.
Entre 2011 e 2015, a Estratégia de Engajamento das Mudanças Climáticas para a
Comunidade do Pacífico se firmou é seu principal objetivo era que os países e territórios da
Ilha do Pacífico tivessem conhecimento sobre as mudanças climáticas e a capacidade de
gerenciar suas consequências. Até 2015, diversos projetos foram implementados na
Comunidade do Pacífico, como o projeto de “Enfrentamento às Mudanças Climáticas na
Região das Ilhas do Pacífico” (CCCPIR), implementado em parceria com a Deutsche
Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) em nome do Ministério Federal Alemão
de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (BMZ). Esse programa estava focado nos
setores econômicos da agricultura, da pecuária, da silvicultura, da pesca e do turismo, além de
áreas como educação e energia. Ele visava fortalecer organizações regiões em lidar com os
efeitos antecipados das mudanças climáticas que já afetam e afetarão ainda mais a região.
Primeiramente, a educação é crucial na formação técnica e profissional de jovens do Pacífico
que terão que lidar com as consequências das mudanças climáticas. Em segundo lugar, o
programa defende o uso da energia renovável, a qual possui uma boa eficiência energética e
não contribui com o aquecimento global.
Uma outra iniciativa foi a “Aliança Global sobre Mudanças Climáticas: Estados das

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Pequenas Ilhas do Pacífico” (GCCA: PSIS), o qual foi implementado pela Comunidade do
Pacífico e financiado pela União Europeia (UE). Ele custou aproximadamente 11,4 milhões de
euros e sua duração foi de 2011 até 2016. O projeto é mais focado em dar uma maior assistência
aos governos de nove ilhas pequenas do Pacífico (Cook Islands, Federated States of Micronesia
(FSM), Kiribati, Marshall Islands, Nauru, Niue, Palau, Tonga and Tuvalu) no planejamento de
iniciativas para lidar com as mudanças climáticas nos âmbitos nacionais e regionais.
No dia 17 de novembro de 2014, em Noumea, ocorreu uma reunião dos líderes das Ilhas
do Pacífico com o então Presidente da República da França. N. François Hollande, e o Ministro
francês dos Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento Internacional, M. Laurent Fabius, com
o objetivo de discutir os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Assuntos como o meio
de subsistência da população, as frágeis economias do Pacífico e os eventos climáticos
extremos foram abordados. Esse evento ocorreu um ano antes do Acordo de Paris, o qual
reforçou a capacidade dos países de responder ao desafio das mudanças climáticas a partir de
um desenvolvimento sustentável e propôs medidas de redução de emissões de gases estufa a
partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente em
1,5ºC até o final do século. Nesse sentido, esse acordo, que foi assinado por todos os países
membros da Comunidade do Pacifico, reforça o que ela defende.

6. Sobre a problemática
A problemática desse tema refere-se ao que deve ser feito em relação ao aumento do
nível dos oceanos e o consequente desaparecimento das Ilhas do Pacífico, que trará impactos
nacionais e internacionais gravíssimos. Como visto neste guia, diversas atitudes estão sendo
tomadas para tentar impedir ou adiar que isso aconteça, no entanto, o objetivo do comitê é focar
nas atitudes que devem ser tomadas, quando elas se concretizarem, já que isso traria
consequências culturais, sociais, políticas e ambientais. Problemas como o reassentamento
destas populações, a perda cultural e territorial e a importância da perpetuação da memória
dessas culturas. Portanto, esse comitê pretende focar nos “próximos passos” que devem ser
tomados nesse cenário, já que, quanto mais o tempo passa, essa realidade se torna cada vez
mais próxima.
Um dos principais objetivos deste comitê também é enfatizar a importância de debater
este assunto, já que muitos dos países que compõem a Comunidade do Pacífico não possuem
uma projeção internacional ampla. Nesse sentido, a divulgação e as discussões do
desaparecimento das Ilhas do Pacífico, o que é extremamente preocupante, acabam,

15
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

consequentemente, não acontecendo como deveria.

7. Conclusão
Por fim, nós da diretoria gostaríamos apenas de ressaltar a importância deste comitê
para a realidade devastadora em que vivemos, portanto, estamos muito animados para os dias
de discussão que acontecerão em Brasília. Esperamos que os senhores aprendam bastante, tanto
quanto se divirtam. Mais uma vez, qualquer dúvida, enviem para
(cpmundocm2022@gmail.com).

8. Posicionamento de Blocos

Comunidade da Austrália
Como um dos principais países do pacífico, a Comunidade da Austrália
é uma das principais vozes da Comunidade do Pacífico. Diferentemente de outras
potências como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, a Austrália se enquadra
como uma potência regional e sofre de forma mais direta com o desaparecimento dos
territórios costeiros. Muitas das pesquisas científicas relacionadas ao tema são advindas
do país, além disso, ele se torna um dos principais agentes em soluções para esta
problemática.
A Austrália faz parte da Commonwealth e seu chefe de Estado é o monarca
Charles III, rei do Reino Unido. O chefe da Commonwealth é representado na Austrália
pelo governador-geral da Austrália, atualmente David Hurley. Já o chefe de governo da
Austrália é o primeiro-ministro. Nos dias atuais, o primeiro-ministro é o Sr. Anthony
Albanese.

Comunidade das Ilhas Marianas do Norte


Sendo um território insular, a Comunidade das Ilhas Marianas do Norte
é uma das que serão primeiramente afetadas pelo aumento do nível do mar. A
comunidade é na verdade um território não incorporado dos Estados Unidos da
América. Sendo assim, não é considerado um Estado independente e a constituição

16
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

norte-americana se aplica apenas parcialmente. Os seus habitantes são cidadãos dos


EUA e também cidadãos da Comunidade das Ilhas Marianas. Por não ser também um
estado da União, os norte-marianenses não votam na eleição para presidente dos EUA.
A política das Ilhas Marianas do Norte é composta por um poder executivo,
chefiado pelo governador das Ilhas Marianas do Norte (embora o território não seja
considerado um estado), um poder legislativo bicameral e um poder judiciário,
replicando a separação dos poderes dos Estados Unidos. O atual governador é o Ralph
Torres.
O território das Ilhas Marianas do Norte é considerado criticamente vulnerável
ao aumento do nível do mar. Até 2100, o avanço previsto de 1 m é capaz de inundar
grande parte dos territórios costeiros da ilha.12

Estado Independente de Papua Nova Guiné


É o segundo país mais populoso da Oceania, ficando atrás apenas da Austrália.
Papua Nova Guiné faz parte da Commonwealth britânica. O representante do rei de
Papua Nova Guiné, Charles III, é o governador-geral de Papua Nova Guiné, atualmente
o Bob Dadae. O chefe de governo é o primeiro-ministro, atualmente o James Marape.
O país é rico em recursos naturais. A agricultura representa 30% do seu PIB,
enquanto a exportação de recursos minerais como ouro, petróleo e cobre representam
72% das exportações do país. Papua Nova Guiné é o país com maior diversidade
linguística do mundo. Lá, são falados cerca de 830 idiomas diferentes.
No país, o aumento do nível do mar tem sido de 7 mm por ano, mais que o dobro
da média global. Além da inundação de territórios costeiros, é previsto o aumento da
intensidade dos ciclones, aumento na velocidade dos ventos e forte intensificação das
chuvas.13

12
MULHERN, Owen. Sea Level Rise Projection Map – Northern Mariana Islands. Earth.org, 10 de
ago. de 2020. Disponível em: <https://earth.org/data_visualization/sea-level-rise-by-2100-northern-mariana-
islands/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.
13
COP 23, 2017. Papua New Guinea. Disponível em: <https://cop23.com.fj/papuanewguinea/>. Acesso
em: 10 de ago. de 2022.

17
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

Estado Independente de Samoa


O Estado Independente de Samoa é um pequeno país localizado na
Polinésia. O país é membro da Commonwealth. O chefe de Estado do país é chamado
de O le Ao Mamalu o le Malo, cargo atualmente ocupado por Tuimalealiʻifano
Vaʻaletoʻa Sualauvi II. O primeiro-ministro é o chefe de governo, atualmente o Fiamē
Naomi Mataʻafa.
Samoa é um país composto de diversas ilhas, muitas delas inabitadas. O país se
tornou independente da Nova Zelândia em 1962.
Em Samoa, o aumento do nível do mar ocorre cerca de cinco vezes mais rápido
que a média global. Até 2100, é esperado uma inundação grave no país, impactando
sobretudo os territórios costeiros.14

Estados Federados da Micronésia


Os Estados Federados da Micronésia são uma nação insular composta por
centenas de ilhas. Por meio de um tratado, a Micronésia é um Estado soberano em livre
associação com os Estados Unidos da América. Assim, tem direito a ter autonomia
interna desde que siga os preceitos da constituição dos Estados Unidos. A
responsabilidade pela defesa e pelas relações exteriores também são passadas aos EUA.
Sendo assim, mantém sua função estratégica para os Estados Unidos. Seu governo é
composto por um congresso unicameral e um executivo com o presidente eleito pelo
congresso.
Nos Estados Federados da Micronésia, o nível do mar cresce anualmente em 10
mm, aproximadamente 3 vezes mais que a média global.15 Por ser composto por
pequenos territórios insulares, o país está em grande risco de perder parte de seu
território devido ao avanço do mar nas regiões costeiras.

14
MULHERN, Owen. Sea Level Rise Projection Map – Samoa. Earth.org, 6 de ago. de 2020.
Disponível em: <https://earth.org/data_visualization/sea-level-rise-by-2100-samoa/>. Acesso em: 10 de ago. de
2022.

15
PACIFIC CLIMATE CHANGE SCIENCE PROGRAM. Current and future climate of the
Federated States of Micronesia. 2011. Disponível em:
<https://world.350.org/pacific/files/2014/01/7_PCCSP_FSM_8pp.pdf>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

18
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

Estados Unidos da América


Os Estados Unidos da América são uma nação com um histórico de
colonização no pacífico, sobretudo a partir do século XIX. Desde a busca de expansão
territorial buscando se tornar uma nação poderosa até interesses estratégicos militares,
principalmente no século XX, os Estados Unidos ainda possuem diversos territórios
que não possuem soberania.
Sendo uma superpotência geopolítica, os Estados Unidos buscam se
mostrar presentes na grande maioria das discussões globais. As discussões ambientais
e climáticas não ficam de fora. Sendo o segundo maior emissor de gás carbônico para
a atmosfera, os EUA têm grande responsabilidade no que diz respeito ao aumento do
efeito estufa, às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar. Além de sua
incontestável influência política, os Estados Unidos é uma das maiores potências
econômicas na atualidade. Assim, costuma ser um dos principais financiadores de
programas multilaterais.
Dentre os territórios norte-americanos no pacífico, estão alguns como
Guam, as Ilhas Marianas do Norte, a Samoa Americana, dentre outros territórios
insulares. Dessa forma, é papel dos Estados Unidos garantir a segurança da população
que habita esses territórios e cooperar com os governos locais para que soluções sejam
tomadas em busca de mitigar os problemas causados pelo desaparecimento das regiões
costeiras.

Governo de Guam
Guam é um território não-incorporado dos Estados Unidos. O
poder político local é dividido em um executivo, com um governador e um vice-
governador, um legislativo unicameral, e um judiciário. A atual governadora é Lou
Leon Guerrero.
A principal fonte de receita para a economia de Guam é o turismo,
principalmente de pessoas do Japão, das instalações militares estadunidenses e de
comércios locais. Os impostos federais pagos pelos habitantes são recebidos pelo
tesouro de Guam ao invés de serem destinados ao tesouro dos EUA.
Em Guam, o nível do mar vem aumentando cerca de 10 mm por ano.

19
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

Até o próximo século, é previsto que o nível do mar aumente em até 1 m. Parte
importante do território de Guam está vulnerável ao aumento no nível dos oceanos. 16

Ilhas Cook
As Ilhas Cook são um país insular composto por 15 ilhas e em livre
associação com a Nova Zelândia. Além de cidadãos das Ilhas Cook, seus habitantes
possuem cidadania neozelandesa. O chefe de Estado das Ilhas Cook é o Rei Charles III
devido a Nova Zelândia, enquanto o chefe de governo é o primeiro-ministro, atualmente
o Mark Brown. O poder legislativo é unicameral de jure, mas é bicameral de facto.
A economia das Ilhas Cook é bastante afetada por sua geografia, principalmente
por conta do seu isolamento e infraestrutura inadequada. Mais de 67% do PIB do país
é advindo do turismo. Além disso, o país recebe ajudas financeiras de outros países,
principalmente da Nova Zelândia. As Ilhas Cook se tornaram um paraíso fiscal por
conta da implementação de leis que protegem cidadãos estrangeiros de ações legais de
seus países no que diz respeito às suas contas bancárias e bens.
No país, o nível do mar vem crescendo em 4 mm por ano, e é esperado que
chegue em 58 cm até 2090. Na maior ilha do país, Rarotonga, é previsto que nas
próximas 5 décadas haja um custo de 40 milhões de dólares devido ao aumento nas
tempestades.17

Ilhas Marshall
As Ilhas Marshall são um país insular composto de cinco ilhas e 29 atóis,
compreendendo mais de mil ilhas e ilhotas. É o país com a maior porcentagem do
território composta por água, sendo 97,87%. O país possui livre associação com os
Estados Unidos. Assim, os EUA possuem a responsabilidade pela defesa internacional
do seu território.
O governo das Ilhas Marshall possui uma forma de governo parlamentar

16
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. What climate change means
for Guam. 2016. Disponível em: <https://19january2017snapshot.epa.gov/sites/production/files/2016-
09/documents/climate-change-gu.pdf>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

17
COP 23, 2017. Cook Islands. Disponível em: <https://cop23.com.fj/cookislands/>. Acesso em: 10 de
ago. de 2022.

20
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

e presidencial. A população elege os membros do parlamento, que é unicameral. Os


parlamentares, por sua vez, elegem o presidente das Ilhas Marshall. Atualmente, o
presidente é David Kabua.
O país sofre bastantes com as mudanças climáticas e o aumento do nível
do mar. Lá, o nível do mar cresce em 7 mm por ano, o dobro da média global. 18 O
governo das Ilhas Marshall se comprometeu a zerar as emissões de carbono do país até
o ano de 2050.19

Ilhas Pitcairn
As Ilhas Pitcairn são um território ultramarino britânico composto por quatro
ilhas. Mesmo sendo um território do Reino Unido, o país ainda possui certa autonomia
local. O Rei do Reino Unido é representado nas Ilhas Pitcairn pelo governador, que
também é o alto-comissário do Reino Unido na Nova Zelândia. Atualmente, o cargo é
ocupado por Iona Thomas.
Além disso, o país possui um conselho com representantes eleitos por voto
popular. O conselho designa o prefeito de Pitcairn, que é responsável pela
administração das ilhas no dia-a-dia. Existe ainda um comissário, escolhido pelo
governador. Ele serve como um elo entre o conselho e o governador das Ilhas Pitcairn.
Nas ilhas, o nível do mar cresce cerca de 12 mm por ano, aproximadamente
quatro vezes o crescimento médio do planeta. Ainda não é claro se as ilhas irão
conseguir se manter devido ao aumento do nível do mar.20

Ilhas Salomão
As Ilhas Salomão apresentam números de aumento do nível marítimo

18
COP 23, 2017. The Marshall Islands Disponível em: <https://cop23.com.fj/marshallislands/>. Acesso
em: 10 de ago. de 2022.

19
INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Marshall Islands’ LTS
Aims for Carbon Neutrality by 2050. 27 de set. de 2018. Disponível em: <https://sdg.iisd.org/news/marshall-
islands-lts-aims-for-carbon-neutrality-by-2050/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022
20
MARINE MANAGEMENT: CENTRE FOR ENVIRONMENT FISHERIES & AQUACULTURE
SCIENCE. Climate change impact on corals in the UK Overseas Territories BIOT and the Pitcairn Islands.
2021. Disponível em:
<https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/977846/CEF
AS_Blue_Belt_climate_change_impact_on_corals_report_card_for_BIOT_and_Pitcairn.pdf>. Acesso em: 10 de
ago. de 2022

21
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

superiores à média mundial, um crescimento de 7 a 10 mm de água21, cerca de três


vezes acima do resto do mundo, desde 1993. Em 2019, 5 ilhas de pequeno porte desta
região foram submersas pelo aumento do nível marítimo e pela erosão da costa. Muitas
vilas, como resultado, vêm se realocando, pois as suas terras foram inundadas. As Ilhas
Salomão vem melhorando suas condições, fornecendo todo tipo de apoio àquelas
comunidades mais tradicionais da região, além de contar com o apoio internacional,
seja de outras ilhas do Pacífico que se encontram em condições semelhantes, seja de
países maiores como o da Comunidade da Austrália.

Niue
No caso de Niue, relatórios22 sugerem que o crescimento dos níveis
marítimos no seu entorno é por volta de 5 mm anuais, desde 1993, maior que a média
mundial. Niue apresenta alguns fenômenos naturais que serão intensificados no
caminhar atual, como os impactos por trovoadas, inundação da costa e entre outros.
Niue conta com o apoio internacional, especialmente da Comunidade da Austrália, que
mantém um olhar atento à situação climática do Estado.

Nova Caledônia
Como antiga ilha francesa, Nova Caledônia se mostra com um potencial
futuro de aumento do nível marítimo de 0,5 a 2 metros 23 até o final do século XXI se
nenhuma providência for tomada. Um dos principais aspectos que são considerados
sobre a Nova Caledônia é pela presença de espécies endêmicas de plantas que são

21
ALBERT, Simon, et al. Sea-level rise has claimed five whole islands in the Pacific: first scientific
evidence. The Conversation, 15 de nov. de 2019. Disponível em:
<https://www.scoop.co.nz/stories/WO1911/S00110/sea-level-rise-has-claimed-five-whole-islands-in-the-
pacific.htm#:~:text=For%20the%20past%2020%20years,result%20of%20natural%20climate%20%20variabilit
y>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

22
PACIFIC CLIMATE CHANGE SCIENCE PROGRAM. Current and future climate of Niue. 2011.
Disponível em: <https://www.preventionweb.net/files/28164_12pccspniue8pp.pdf>. Acesso em: 10 de ago. de
2022.

23
BELLARD, Celine; LECLERC, Camille; COURCHAMP, Franck. Potential impact of sea level rise
on French islands worldwide. Paris: Nature Conservation, 13 de nov. de 2013. Disponível em:
<https://natureconservation.pensoft.net/article/1344/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

22
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

consideradas hoje em dia em grande risco e se mostram em risco ainda maior caso as
piores previsões sobre o aumento do nível marítimo se concretizem.

Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, o aumento do nível do mar permanece parecido com
a média global24, ainda assim, a preocupação com possíveis inundações e erosões da
costa é grande. Isso porque é um país onde grande parte de suas cidades se encontram
no litoral e, portanto, vulneráveis para quaisquer desastres naturais. Por isso, o Governo
da Nova Zelândia se preocupou e se preocupa em agir de forma cautelosa e bem
pensada, imaginando diversos cenários possíveis dos impactos dos níveis marítimos. O
que se busca não é exatamente evitar o fenômeno, uma vez que ele é inevitável, mas
sim retaliar o melhor possível suas consequências e iniciar mudanças para que as
gerações futuras não sejam tão afetadas.

Polinésia Francesa
No caso da Polinésia Francesa25, com o grande risco de inundação de
suas ilhas, fez-se um projeto para construção de inovadoras, tecnológicas e auto-
sustentáveis cidades-ilha que afastem os grandes riscos do aumento do nível marítimo.
Em 2019 a primeira destas foi anunciada e recebeu seus primeiros habitantes. Um jeito
moderno e diferente de se encarar como lidar com os grandes impactos, contando até
com o apoio da própria ONU.

24
MINISTRY FOR THE ENVIRONMENT NEW ZEALAND. Adapting to sea-level rise. 2022.
Disponível em: <https://environment.govt.nz/what-government-is-doing/areas-of-work/climate-
change/adapting-to-climate-change/adapting-to-sea-level-rise/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

25
BYRNES, Hristina; SAUTER, Michael B.; HARRINGTON, John. 20 Islands That Will Disappear
in Your Lifetime. 24/7 Wall St. 5 de abr. de 2021. Disponível em: <https://247wallst.com/special-
report/2021/04/05/20-islands-that-will-disappear-in-your-lifetime-2/3/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

23
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte


O Reino Unido26 se mostra como uma importante presença no combate contra o
aumento do nível marítimo. Deve-se considerar inicialmente o poder que o Reino
Unido apresenta, podendo servir de grande ajuda para as Ilhas do Pacífico que não
têm uma influência semelhante no contexto internacional. Além disso, por mais que
as médias do Reino Unido de aumento do nível marítimo mantenham-se no padrão
mundial, não deixa de ser um conjunto de ilhas rodeadas por oceanos, logo, os
impactos do crescimento do nível de água são uma preocupação para o Reino Unido.

Reino de Tonga
O Reino de Tonga27, como um arquipélago que conta com pequenas ilhas e
comunidades também pequenas, sofre com a questão do aumento do nível marítimo
com um crescimento médio anual de 6 mm, o dobro da média global. Com isso, é
extremamente comum que comunidades inteiras tenham de se mudar constantemente,
evitando regiões que tenham riscos grandes de inundações. Além disso, tais inundações
são responsáveis por deteriorar ruas e outras construções feitas ao longo da costa,
devendo haver uma constante renovação dessas estruturas.

República Francesa
Com diversas 28ilhas que um dia estiveram sob domínio e/ou influência francesa, a
República da França apresenta uma importância enorme para este comitê devido à sua
força de auxílio que pode ser oferecida às ilhas do Pacífico e seria muito bem vinda,

26
FRANGOUL, Anmar. SUSTAINABLE FUTURE ‘The inevitable’: People living on the coast
could be forced to move due to climate change, UK warns. CNBC. 9 de jun. de 2022. Disponível em:
<https://www.cnbc.com/2022/06/09/climate-change-will-force-some-uk-communities-to-move-official-
says.html>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

27
MULHERN, Owen. Sea Level Rise Projection Map – Tonga. Earth.org, 6 de ago. de 2020. Disponível
em: <https://earth.org/data_visualization/sea-level-rise-by-2100-tonga/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022.

28
PACIFIC ISLANDS FORUM. Forum Leaders Sea Level Rise Declaration Keeps Faith With
UNCLOS- Oceans Commissioner Puna At France Ocean/Planet Summit. Suva: 11 de fev. de 2022.
Disponível em: <https://www.forumsec.org/2022/02/12/forum-leaders-sea-level-rise-declaration-keeps-faith-
with-unclos-oceans-commissioner-puna-at-france-ocean-planet-summit/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

24
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

objetivando dar maior voz e razão para a causa do aumento do nível marítimo, um
problema seriamente alegado pelas ilhas do Pacífico, mas que não era, e relativamente
não é, considerado como de suma importância a ser pensado nos dias de hoje. Mas a
realidade mostra o contrário, coisa que deve ser melhor observada pela comunidade
internacional, gerando melhores oportunidades de propor remediações e soluções para
o aumento do nível de água.

República de Fiji
29
A República de Fiji corresponde a cerca de 300 ilhas no total, e contém uma
população de quase um milhão de pessoas. O aumento do nível marítimo é constante,
sendo cerca de 6,35 mm a média de crescimento anual desde 1993, isso devido
principalmente a poderosos ciclones tropicais, erosões e outros fenômenos relacionados
ao aumento das temperaturas globais.

República de Kiribati
A República de Kiribati30 apresenta um caso extremo. Contendo 33 ilhas e
uma população de um pouco mais de 100 mil pessoas, espera-se que o aumento do
nível marítimo causado pelo aquecimento global seja severo e inunde as ilhas. Isto
porque parte da costa já chegou a ser tomada pelo mar, e este fenômeno só vem
aumentando sua intensidade. Espera-se que, antes mesmo de ser completamente
inundada, as ilhas se tornem inabitáveis e precisem ser evacuadas.

República de Nauru
Nauru é uma ilha da Oceania que possui uma área de apenas 21 quilômetros
quadrados e uma população de cerca de 13 mil habitantes. Esse país insular pode

29
BYRNES, Hristina; SAUTER, Michael B.; HARRINGTON, John. 20 Islands That Will Disappear
in Your Lifetime. 24/7 Wall St. 5 de abr. de 2021. Disponível em: <https://247wallst.com/special-
report/2021/04/05/20-islands-that-will-disappear-in-your-lifetime-2/3/>. Acesso em: 10 de ago. de 2022

30
Ibidem, Acesso em: 10 de ago de 2022.

25
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

desaparecer totalmente em alguns anos devido ao aquecimento global e à elevação do


nível do mar. Nauru corre o risco de perder todo o seu território até o final do século,
o que evidencia a situação alarmante do país. A república de Nauru participa da
AOSIS (Aliança dos Pequenos Estados Insulares), a qual possui 44 países-membros,
e pressionou a COP-21 para colocar o limite de 1,5º C no Acordo de Paris.

República de Palau
Com aproximadamente 20000 habitantes, Palau é formada por mais de 300
ilhas no oceano Pacífico e é localizada na porção noroeste da Oceania. Os
estadunidenses são responsáveis pela defesa e segurança nacional da República de
Palau, apesar do país ter realizado um plebiscito em 1978 e obtido sua autonomia. O
então presidente Johnson Toribiong, em uma entrevista coletiva da ONU em 2012,
declarou que os outros enxergam a mudança climática como um problema econômico
mas “Para nós, trata-se de sobrevivência”.

República de Vanuatu

A república de Vanuatu é um país independente formado por 82 ilhas,


localizado no oeste da Oceania. Ele possui cerca de 250 mil habitantes e o crescimento
de sua população tem aumentado a pressão sobre os recursos naturais locais, como a
água doce que está cada vez mais escassa. Além disso, sinais de desmatamento são
frequentes e o esgotamento das espécies de peixes, os quais correspondem à
alimentação de 90% da população local. Assim, nota-se que o aumento do nível dos
oceanos e as mudanças climáticas impactam ainda mais esse cenário de desequilíbrio
ambiental da região, o que traz prejuízo para toda a população. O território de Vanuatu
também é um dos territórios que possui um grande risco de desaparecer nas próximas
décadas.

Samoa Americana
A Samoa Americana é um território não incorporado dos Estados Unidos

26
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

situado na Polinésia. Ela é formada por ilhas orientais (e menores) das ilhas Samoa e,
em 2002, as Nações Unidas aceitaram remover a Samoa Americana da lista de
colônias, mas o governo manifestou o desejo de permanecer como território norte-
americano. Suas ilhas têm grandes riscos de desaparecerem nas próximas décadas.

Toquelau
O arquipélago de Toquelau na Polinésia é administrado pela Nova Zelândia
e é composto por três atóis, tendo cada um deles um centro administrativo próprio.
Segundo um relatório da ONU de 1989, Toquelau faz parte das ilhas que podem
desaparecer no século XXI, caso medidas não sejam tomadas.

Tuvalu
Assim como Nauru, Tuvalu também pode desaparecer em pouco tempo
devido à elevação do nível do mar e, portanto, deve-se discutir esse assunto na
tentativa de solucionar os problemas gerados caso essa situação se concretize. Tuvalu
é um Estado da Polinésia formado por um grupo de nove ilhas e atóis e, por isso, sua
população (aproximadamente 11000 habitantes) é de origem polinésia falantes da
língua tuvaluana, além do inglês que também é uma língua oficial. Inclusive, para
chamar atenção desse problema, um ministro da ilha de Tuvalu, Simon Kofe,
protagonizou uma cena ilustre: discursou em um vídeo exibido na 26ª Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) de terno e gravata, mas dentro
do mar.

Wallis e Futuna
Wallis e Futuna é considerado o território francês mais afastado da França
continental e está localizado no Oceano Pacífico, na Oceania. Wallis e Futuna, assim
como Nauru, também possui seu território ameaçado devido à elevação do nível do
mar, causado pelo aquecimento global.

27
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (membro-


observador)
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
estima-se que 250 milhões de pessoas terão que se deslocar ainda neste século por
conta das condições climáticas, como o aumento do nível dos oceanos, a degradação
de terras agrícolas e da diminuição das reservas de água. Assim, essas pessoas que são
forçadas a deixar o lugar em que vivem em razão de uma mudança climática súbita ou
gradual são chamadas de refugiados ou deslocados climáticos. Defende-se, portanto,
o reconhecimento de uma série de direitos dos refugiados climáticos a partir da
mudança de instrumentos convencionais internacionais já existentes como a
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados e a Convenção Quadro sobre as
Mudanças Climáticas, as quais não tratam explicitamente dos deslocados ambientais.

Associação de Organizações Não-Governamentais das Ilhas Pacíficas


(PIANGO) (membro-observador)
A PIANGO é um secretariado regional de uma rede de organizações que
estão registradas em 24 países, territórios e Estados em toda a região do Pacífico.
Dentre os seus objetivos estão: aumentar a pesquisa liderada pela sociedade civil sobre
o desenvolvimento resiliente e sustentável, utilizar os conhecimentos indígenas e
tradicionais na busca pelo desenvolvimento sustentável e convergir filosofia, fé,
governança e apoio comunitário na prática do desenvolvimento. Além disso, um dos
principais objetivos da PIANO é incluir e amplificar “a voz” das comunidades
vulneráveis, como as da Comunidade do Pacífico, as quais não possuem uma grande
projeção internacional.

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura


(membro-observador)
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

28
COMUNIDADE DO PACÍFICO - V MUNDOCM

(UNESCO) lançou diversas iniciativas, as quais promovem a divulgação de


informações relevantes sobre o aumento dos níveis dos oceanos e incentivam o
compartilhamento de soluções inovadoras, para marcar Década das Nações Unidas da
Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030). Além disso,
de acordo com a editora-chefe do Correio da UNESCO, Agnès Bardon, o aumento do
nível do mar devido às mudanças climáticas ameaça diretamente as áreas costeiras, as
quais abrigam cerca de 300 milhões de pessoas. Além disso, de acordo com ela, cerca
de 3 bilhões de indivíduos dependem da biodiversidade marinha e costeira para
sobreviverem.

29

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