Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Movimentos Antissistêmicos no
Sistema-Mundo Contemporâneo
O Caso Venezuelano
2013
Movimentos Antissistêmicos no
Sistema-Mundo Contemporâneo
O Caso Venezuelano
Charles Pennaforte
2013
Copyright © 2013, Charles Pennaforte.
Pennaforte, Charles.
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo Contemporâneo – O Caso
Venezuelano / Charles Pennaforte -- Rio de Janeiro: CENEGRI - Centro de
Estudos em Geopolítica e Relações Internacionais, 2013.
203p. il., mapas, gráficos.
Inclui Bibliografia.
ISBN 978-85-61336-12-7
CDD-327(87)
Catalogação na publicação: Rodrigo da Costa Aglinskas – CRB 8/8440
Cenegri Edições
http://www.cenegri.org.br/lojaonline
Ao grande e eterno amigo Édson José de Souza.
Ao mestre Milton Santos.
Aos latino-americanos que sucumbiram na construção dos movimentos
antissistêmicos.
Às vítimas da ditadura militar argentina.
Agradecimentos
C
harles Pennaforte é doutor em Relações Internacionais
pela Universidad Nacional de La Plata (Argentina),
diretor-geral do CENEGRI, conferencista e editor-chefe da
revista Intellector, publicada pelo mesmo Centro. É coordenador
do curso de Relações Internacionais da Universidade Paulista
(UNIP), Campus Paraíso (São Paulo).
Possui inúmeros artigos e trabalhos publicados no Brasil e no
exterior. Entre mais de uma dezena de livros publicados os
últimos são: Venezuela em Transformação: a Era Chávez e a
Revolução Bolivariana (Org.), Brasil e Argentina: da Rivalidade à
Cooperação (Org.), a Análise dos Sistemas-Mundo: Uma Pequena
Introdução ao Pensamento de Immanuel Wallerstein (Cenegri
Edições).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................... 15
1 – ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA ....................... 21
1.1 – Estado, Hegemonia e Revolução Passiva .......................... 23
1.2 – A Análise dos Sistemas-Mundo ........................................... 31
1.3 – Os Ciclos Sistêmicos de Acumulação ................................. 36
2 – O DECLÍNIO DE ESTADUNIDENSE ...................................... 43
2.1 – A Economia-Mundo Capitalista ....................................................... 44
2.2 – A Crise do Sistema Fordista de Produção ................................... 46
2.3 – O Pós-Fordismo ...................................................................................... 48
2.3.1 – A Ásia como Adversária Competitiva ........................................ 51
2.4 – A Perda da Hegemonia ........................................................................ 54
3 – MOVIMENTOS ANTISSISTÊMICOS NO
SISTEMA-MUNDO ............................................................................ 65
3.1 – Os Movimentos Antissistêmicos como uma Alternativa no
Sistema-Mundo Moderno .............................................................................. 66
3.2 – As Condições Históricas para o Surgimento de Hugo Chávez:
o Fracasso do Neoliberalismo ..................................................................... 70
3.2.1 – A Década Neoliberal .......................................................................... 70
3.2.2 – A Chegada de Hugo Chávez ao Poder ............................. 77
3.3 – Hugo Chávez e o “Socialismo Bolivariano” ................................. 86
4 – A ATUAÇÃO ANTISSISTÊMICA DA VENEZUELA ................. 101
4.1 – Os EUA e a América Latina:
a Política Externa de Washington ............................................................102
4.2 – A Venezuela Antissistêmica ............................................... 106
4.3 – A Política Externa de Chávez: uma Visão Geral ......................110
4.4 – A Atuação da Venezuela na ALBA-TCP .......................................124
4.5 – A Atuação da Venezuela no Cenário Internacional ...............137
5 – DILEMAS E CONTRADIÇÕES PARA ATUAÇÃO
ANTISSISTÊMICA DA VENEZUELA.......................................................149
5.1 – Venezuela e a Integração Regional ..............................................151
5.1.1 – ALBA-TCP ............................................................................................152
5.1.2 – MERCOSUL ..........................................................................................156
5.1.3 – CELAC ....................................................................................................158
5.1.4 – UNASUL ................................................................................................161
5.2 – Desafios para a Atuação Antissistêmica ....................................162
CONCLUSÃO .................................................................................... 167
BIBLIOGRAFIA & ANEXOS .......................................................... 171
MAPAS
FIGURAS
Figura 01 Kondratieff Waves 37
Figura 02 Séculos Longos e Ciclos Sistêmicos de 39
Acumulação
Figura 03 Wallersteins’s Hegemonic Cycles 58
GRÁFICOS
Gráfico 01 United Sates Interest Rate 61
Gráfico 02 Preços do Óleo Cru – Preços em Dólar 91
2010
Gráfico 03 Produção de Óleo Cru – Milhares de 92
barris/dia
Gráfico 04 Venezuelan Crude Oil Exports by 164
Destination, 2010
TABELAS
Tabela 01 Incidência da Pobreza e da indigência na 75
América latina 1980-2002
Tabela 02 Participação dos Estratos Sociais na 75
Distribuição de Renda Total, América
Latina 1990-2005
Tabela 03 Evolução de Alguns Indicadores 76
Econômicos na América latina 1990-99 e
2000-03
Tabela 04 América Latina: Indicadores Econômicos 80
Tabela 05 Alguns Indicadores macroeconômicos 80
(1979-1999)
Tabela 06 Lares em Situação de Pobreza (1980-1997) 82
Tabela 07 Força de Trabalho (1983-1888) 82
Tabela 08 Gasto Social do Governo da Venezuela 96
como percentual do PIB, 1998/2006
Tabela 09 Índices de pobreza da Venezuela, 96
1997/2007
Tabela 10 Evolução de indicadores sociais da 98
Venezuela, 1950/2007
Tabela 11 Datos económicos Países membros - 126
Alianza Bolivariana para as Américas –
Tratado de Comércio de los Pueblos
Tabela 12 Evolução da Integração Sul-Americana 160
Tabela 13 Indicadores Econômicos – Venezuela, 2010 195
Tabela 14 Balança comercial e reservas 196
internacionais da Venezuela, 1998/2008
Tabela 15 Evolução da condição de pobreza da 196
população venezuelana, 1998/2007 (2º
semestre)
Tabela 16 Distribuição de renda entre as classes 197
sociais e coeficiente de Gini da Venezuela
1998/2007
Tabela 17 Taxa de desemprego, março 1999-2010 197
Tabela 18 Venezuela. Tendência de longo prazo do 198
Índice de Desenvolvimento Humano, 1980-
2007
Tabela 19 Venezuela. Evolução do Índice de 199
Desenvolvimento Humano, 1980-2007
Tabela 20 Taxa de mortalidade geral, 1998-2007 200
Tabela 21 Taxa de mortalidade geral, 1990-2008 201
Tabela 22 Esperança de vida ao nascer, 1989-2009 202
Tabela 23 Economia chinesa, 1951-2007 203
SIGLAS
O
final do século XX marcou grandes transformações para a
América Latina. A superação do neoliberalismo que havia
provocado grandes impactos sociais e econômicos
negativos foi uma das principais vitórias das forças políticas
progressistas do continente. Contudo, infelizmente, o esgotamento
do modelo neoliberal custou o aumento da pobreza e da miséria
de milhões latino-americanos. Como ilustração desse processo de
superação do modelo neoliberal, certamente a Venezuela
bolivariana é o melhor exemplo.
A eleição do tenente-coronel Hugo Chávez Frías em 1998, que
havia tentado um golpe contra o então presidente Carlos Andrés
Pérez em 1992, marcou a guinada à esquerda dada pela América
Latina no início do século XXI. A partir da Venezuela e da falência
do modelo neoliberal nesse país, as forças políticas progressistas
latino-americanas conseguiram capital político e conquistaram
vitórias importantes.
O processo comandado pelo líder venezuelano ganhou destaque
ao possuir em concepção, uma lógica marcada pelo combate à
influência política, ideológica e econômica dos EUA. Nosso
trabalho tem como um dos objetivos identificar a postura
antissistêmica da liderança de Hugo Chávez a partir de sua
inserção no cenário latino-americano e internacional procurando
analisar de maneira crítica o processo em desenvolvimento.
Sendo assim, nos propusemos a responder em nosso trabalho a
seguinte a questão principal: o governo Hugo Chávez tem como
objetivo colocar a Venezuela como um player internacional e
desafiador da hegemonia estadunidense? A partir desta
perspectiva procuramos (a) Identificar o papel antissistêmico da
Venezuela na América Latina, (b) investigar prioritariamente o
conjunto de políticas oficiais do governo venezuelano voltadas
para a inserção do país no comércio e na comunidade
internacional, (c) identificar as políticas hegemônicas dos Estados
Unidos no século XX para a América Latina e (d) analisar a
construção de “políticas de influência” para a América Latina.
Compreender esse processo de transformação política e
econômica da América Latina é que deu início a nossa proposta de
analisar a dinâmica venezuelana e suas influências não só sobre a
América Latina como a atuação internacional do país, a partir de
interlocuções com o Prof. Ricardo Luigi no âmbito do Centro de
Estudos em Geopolítica e Relações Internacionais (CENEGRI) do
Rio de Janeiro.
No CENEGRI através do Grupo de Estudos em Reordenamento
Territorial (GERT), foi criada em 2005 uma linha de pesquisa
intitulada “Movimentos Antissistêmicos na América Latina” que
tem como o objetivo avaliar de maneira crítica as transformações
ocorridas no que chamamos de “pós-neoliberalismo”1.
Como base teórica para o estudo das transformações ocorridas no
continente, adotamos a Análise dos Sistemas-Mundo (ASM) de
Immanuel Wallerstein e Giovanni Arrighi, bem como as
abordagens de Antonio Gramsci.
A ASM surgiu como uma importante ferramenta analítica para a
compreensão sobre o que vem ocorrendo dentro do sistema
capitalista desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A perspectiva
macrossociológica histórica (Sociologia Histórica e Comparativa e
a Economia Política dos Sistemas-Mundo) apesar de criticada por
N
osso estudo tem como objetivo ampliar o foco analítico
sobre o fenômeno Hugo Chavéz e ao mesmo tempo
analisar a sua influência sobre a Venezuela no cenário
latino-americano e internacional a partir de perspectiva
antissistêmica. Para isso utilizaremos os marcos teóricos
elaborados por Antonio Gramsci, Immanuel Wallerstein e
Giovanni Arrighi.
A realidade capitalista será avaliada sob a ótica do Sistema-Mundo
(economia-mundo) como compreensão da atual dinâmica mundial
proposta por I. Wallerstein. No que se refere especificamente à
economia capitalista, utilizaremos a base teórica proposta por
Arrighi baseada nos Ciclos Sistêmicos de Acumulação. De Gramsci
utilizaremos o conceito de Hegemonia e Revolução Passiva.
A crise de hegemonia dos EUA será de grande importância para a
compreensão do nosso trabalho, pois tentaremos fazer uma
articulação entre esta crise e a ascensão de novos grupos anti-
hegemônicos/antissistêmicos na América Latina que expliquem
direção tomada pela Venezuela no enfrentamento ideológico e
político contra Washington no período chavista.
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
2000, p. 3.
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
“Um bloco histórico não pode existir sem uma classe social
26 hegemônica. Em um país ou em uma formação social em
que a classe hegemônica é a classe dominante, o Estado (no
conceito ampliado de Gramsci) mantém a coesão e a
identidade no interior do bloco por meio da propagação de
uma classe comum”. (...)
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
mudanças que não envolveram nenhuma sublevação de forças populares”. Cox, Op.
cit., p. 108.
17 Além do cesarismo, a segunda caracterísitica mais importante da revolução
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
21Da Escola dos Annalles, (…) “Wallerstein got from Braudel’s his insistence on the
long term (la longue durée). (…) The impact of the Annales is at the general
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
26 Ibidem, p. 26.
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
(em co-autoria com Beverly Silver) e Adam Smith em Pequim. Em conjunto, formam
sua trilogia sobre o capitalismo em perspectiva histórico-mundial e estão entre as
principais obras da Análise dos Sistemas-Mundo.
32 Um ciclo de Kondratieff teria um período de duração determinada (de 40 a 60
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
Fonte: http://www.monitorinvestimentos.com.br/ver_artigo.php?id_artigo=116
O Caso Venezuelano
Figura 2 — SÉCULOS LONGOS E CICLOS SISTÊMICOS DE ACUMULAÇÃO
39
Charles Pennaforte
37Ibidem, p. 112.
38Ibidem, pp. 129-130.
39 No ciclo holandês a sua supremacia comercial baseava-se em uma lógica
O Caso Venezuelano
Abordagem Teórico-Metodológica
O Caso Venezuelano
2
O Declínio Estadunidense
Charles Pennaforte
A
atual economia-mundo (sistema-mundo) capitalista teve
origem, segundo Wallerstein, na crise do sistema feudal e
na ascensão da Europa Ocidental à supremacia global entre
1450 e 1670, conforme já analisamos no capítulo anterior.
A hegemonia anterior à atual, a britânica, caracterizou-se por um
processo contínuo de expansão, reestruturação e reorganização
financeira da economia mundial capitalista. Os períodos de
expansão financeira foram momentos em que aumentaram as
pressões competitivas tanto sobre os governos quanto sobre as
empresas e o comércio. Essas pressões favoreceram a expansão
industrial inglesa, que se manteve na supremacia econômica
global até o início do século XX.
Após o colapso hegemônico britânico, os EUA emergiram como
principal potência econômica e, após a Segunda Guerra Mundial,
alcançou a supremacia tecnológica e militar durante a Guerra Fria
e tornou-se a hiperpotência após o colapso do bloco socialista em
1989 e fim da URSS em 1991.
A economia-mundo capitalista demonstra uma relação desigual e
hierárquica entre as nações, fato que propiciou uma subdivisão
dentro do sistema. Para a sua compreensão, acreditamos que a
chamada Teoria da Dependência 41 seja a mais elucidativa tendo
como pano de fundo uma análise sistêmica. Wallerstein 42 aponta
que
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
2.3 - O Pós-Fordismo
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
Em 21/02/1972 o então presidente dos EUA Richard Nixon foi recebido pelo líder
chinês Mao Zedong, tornado-se o primeiro líder estadunidense a visitar a
República Popular da China. O fato ganhou grande destaque internacional dentro
do contexto da Guerra Fria. As relações entre os dois países a partir de então,
sofreram um grande desenvolvimento.
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
Figura 3
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
77Segundo Wallerstein, “Géoculture [...] ce terme, crée par analogie avec celui de
géopolitique, désigne des normes et des pratiques discursives largement
reconnues comme légitimes au sein d’un système-monde. Dans ce livre, nous
expliquons qu’une géoculture n’apparaît pas automatiquement avec l’émergence
d’un système-monde, mais qu’elle doit être créée”. Comprendre le Monde. Paris, La
Découvert, p. 150, 2006.
Gráfico 1
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
61
Por outro lado, os juros voltaram a subir nos EUA para combater o
avanço da inflação (veja gráfico). A alta dos juros provocou um
aumento no valor das prestações das casas próprias, enquanto o
preço dos imóveis inversamente começou a cair. A inadimplência
aumentou e os títulos que eram garantidos pelas hipotecas
perderam valor.
Em setembro de 2008 foram verificados prejuízos bilionários aos
bancos e até quebra de instituições financeiras, como a americana
Lehman Brother. O governo estadunidense injetou dinheiro no
sistema financeiro para evitar novas quebras de bancos ou
financeiras. Do outro lado do Atlântico, os governos da Alemanha,
França, Espanha, Reino Unido e de Portugal, entre outros países,
também anunciaram ajudas bilionárias aos bancos.
Com tal quadro a crise de confiança nos mercados foi inevitável, o
que teve impacto, principalmente, na quantidade de dinheiro
disponível em todo o mundo. Ou seja, devido ao medo de calotes,
os bancos não quiseram mais emprestar dinheiro. Por isso, para
conseguir empréstimos, empresas e também pessoas físicas
passaram a pagar juros muito mais altos. O encarecimento do
crédito paralisou os planos de investimentos das empresas e fez
também com que a população diminuisse o consumo.
O Caso Venezuelano
O Declínio Estadunidense
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
83 Ibidem.
84 Ibidem, pp.103-106.
85 Ibidem.
86 Ibidem.
70, 2003.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
98 Ibidem.
99 Ibidem, p.8
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
Tabela 1
75
Tabela 2
Tabela 3
76
116
Ibidem.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
117 Em seu excelente livro “Rethinng Venezuelan Politics”, Steve Ellner demonstra
que o “paradigma venezuelano da democracia” não foi tão real assim. Tratou-se na
realidade de um “mito” incentivado pelos acadêmicos tanto venezuelanos como
estadunidenses. A estrutura política baseada na “partidocracia” favoreceu à
diminuição dos conflitos entre as classes dirigentes criando um ambiente favorável
de “respeito” à democracia.
118 “‘La Apertura Petrolera’ fue, sin duda, la más importante de las fórmulas
adoptadas durante la última década del siglo XX, para responder acríticamente a
las exigencias y condiciones de la globalización neoliberal. Con ella se inició un
proceso que transfirió del sector público al sector privado, fundamentalmente al
capital transnacional, importantes actividades de la industria de los hidrocarburos
en el país, que desde la nacionalización habían estado reservadas al Estado
venezolano. Además, los pasos dados en esa dirección acarrearon muy elevados
costos para el fisco nacional. Con la Apertura se avanzó hacia una profundización
de la autonomía de PDVSA y sus filiales respecto al Estado, tratando de hacer de
ella un Estado dentro del Estado. (…) Entre 1986 y 1987 se volvió al viejo régimen
de concesiones, al iniciarse lo que se llamó la "Apertura Petrolera", esta vez bajo la
modalidad de convenios operativos y asociaciones estratégicas para reactivar
campos, producir crudo, explotar gas natural costa afuera, explorar áreas
prospectivas, crear empresas mixtas, competir libremente en los mercados
petroleros, y explotar y comercializar el carbón. En 1992, la vieja PDVSA inició un
proceso masivo de "tercerización" que ocasionó una pérdida, nunca antes vista, de
la efectividad nacional para manejar la industria petrolera y terminó dejándola
prácticamente en manos de compañías extranjeras”. “La Apertura petrolera:
reprivatización del negocio”.
<http://www.pdvsa.com/index.php?tpl=interface.sp/design/readmenuhist.tpl.ht
ml&newsid_obj_id=111&newsid_temas=13> Acessado em 27/11/2011.
Gran Viraje. (…) “es conocido el programa de ajustes elaborado por el gobierno de
Carlos Andrés Pérez y anunciado oficialmente en febrero de 1989. Para muchos
(…) este fue hecho a la medida de las recetas emanadas del Fondo Monetario
Internacional y acordes con el así llamado Consenso de Washington”. Alejandro
Maldonado Fermín. “Instituciones clave, producción y circulación de ideas
(neo)liberales y programas de ajuste estructural en Venezuela, 1989-1998”.
<http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/grupos/grim_cult/Maldonado.pdf
> Acessado em 24/11/2011.
Agenda Venezuela. (…) “es conocido el programa de ajustes elaborado por el
gobierno de Carlos Andrés Pérez y anunciado oficialmente en febrero de 1989.
Para muchos (…) este fue hecho a la medida de las recetas emanadas del Fondo
Monetario Internacional y acordes con el así llamado Consenso de Washington”.
Alejandro Maldonado Fermín. “Instituciones clave, producción y circulación de
ideas (neo)liberales y programas de ajuste estructural en Venezuela, 1989-1998”.
<http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/grupos/grim_cult/Maldonado.pdf
> Acessado em 24/11/2011.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
119 Gilberto Maringoni. A Revolução Venezuelana. São Paulo, EDUSP, p. 70, 2004.
120 Ibidem.
121 Ibidem.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
Uma grande contradição foi que apesar de ter recebido USD 270
bilhões através da venda petróleo entre 1976 e 1995, a dívida
externa venezuelana saltou de USD 16,4 bilhões para USD 33,5 81
bilhões entre os anos de 1978 e 1983 122, fato que decorreu dos
desacertos econômicos dos governos.
A dinâmica neoliberal colocada em prática por Carlos Andrés
Pérez só acentuou a crise econômica e social durante os anos
1990. Foram emblemáticos o Caracazo ou Sacudón de 1989 e os
chamados levantes cívico-militares de 1992.
Rafael Caldera sucedeu Pérez, mas não conseguiu fugir dos
marcos econômicos colocados em prática por seu antecessor 123. A
crise econômica continuou grave e atingia com mais intensidade a
população mais pobre. Entre algumas soluções colocadas em
prática por Caldera para salvar o país, tivemos: a desvalorização
da moeda e o controle do câmbio e dos preços. Como era
esperado, a pobreza aumentou consideravelmente sob a dinâmica
neoliberal.
A tabela 6 demonstra a evolução da pobreza e da extrema pobreza
venezuelana entre os anos 1980 e 1990. A tabela 8 mostra a
situação do trabalho entre 1983 e a eleição de Hugo Chávez em
1998. O quadro venezuelano entre os anos 1980 e 1990
demonstrava os efeitos do neoliberalismo sobre a população: o
aumento acentuado da pobreza.
A tabela 7 demonstra os dados do mercado de trabalho
venezuelano entre 1983 e 1998. Chama a atenção a queda da
ocupação no setor público e o aumento do setor informal no
período. A população foi direcionada para o subemprego como
forma de manter a sua subsistência, apesar de que em alguns anos
o crescimento do PIB apresentou forte aumento (ver tabela 6).
Em meio a uma situação de descalabro econômico e acirramento
social, surge o coronel Hugo Chávez no cenário nacional ao
comandar alguns militares no fracassado golpe militar em 02 de
fevereiro de 1992. Segundo Chávez, seis mil militares
Ibidem.
122
123Em 1993, Carlos Andrés Perez sofreu o impeachment em função da perda de
apoio politico gerada pela crise econômica e pelas denúncias de corrupção.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
Wexell Severo.
<http://www.voltairenet.org/article141468.html>. Acessado em 23/05/2011.
128 Abordagem desenvolvida no capítulo Fundamentação Teórica, p. 20.
129 Natalia Regina Maciel. Reforma Política e Política Externa na Venezuela: uma
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
130 O Pacto de Punto Fijo, segundo Maringoni, (...) “tinha a pretensão de reduzir as
diferenças ideológicas e programáticas entre seus signatários e lançar as bases
para uma convergência de interesses que tinha como ponto de apoio o domínio do
aparelho de Estado. Na prática, ele se converteria, mais tarde, num acerto entre AD
(Ação Democrática) e Copei (Comitê de Organização Política Eleitoral
Independente) e um terceiro partido (...). O pacto representou um jeito de
acomodar na partilha do poder as diversas frações da classe dominante, incluindo
aí o capital financeiro, as empresas de petróleo, a cúpula do movimento sindical, a
Igreja e as Forças Armadas”. (...) Op. cit., p. 62.
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
140 Segundo Carlos Romero Mendez, a “Venezuela está tratando de definir un tipo
de democracia participativa directa y plebiscitaria diferente a la tesis
norteamericana de la democracia representativa sin la mediación de
organizaciones intermedias”. Las relaciones de seguridad entre Venezuela y
Estados Unidos: la dimensión global. Caracas, Instituto Lationoamericano de
Investigaciones Sociales, p. 13, 2007.
<http://library.fes.de/pdf-files/bueros/caracas/05549.pdf> Acessado em
10/04/2010.
141 “A metáfora do edifício – base (estrutura) e superestrutura – é usada por Marx e
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
93
145 Ibidem.
146 Ibidem.
147 Barrio Adentro: Convênio entre a Venezuela e Cuba para a atuação de médicos
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
97
O Caso Venezuelano
Movimentos Antissistêmicos no Sistema-Mundo
152 “Las relaciones entre Estados Unidos y América Latina estuvieron determinadas
por la Doctrina Monroe durante unos 150 años. La relación durante este largo
periodo, que incluye la mayoría del siglo XIX hasta 1970, se basó en la asunción de
que Estados Unidos era el primordial socio de América Latina, acaso el único
relevante, y, por tanto, las negociaciones debían fundarse con base en los intereses
norteamericanos”. Torrijos, R. Vicente. Nuevas perspectivas en las relaciones
internacionales entre Estados Unidos y América Latina. Revista de Relaciones
Internacionales, Estrategia y Seguridad, Junio, 2009, p. 18.
153 Marcelo Santos. O Poder Norte-Americano e a América Latina no Pós-Guerra
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
que, sob certos aspectos, pode ser comparada à do partido, isto é, do pessoal
dirigente de um grupo social (e, com efeito, sempre falou de um “partido
piemontês”); com particularidade de que se tratava de um Estado, com um
exército, diplomacia, etc”.
161 Ibidem, pp.321-322.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
2010. www.plataformademocratica.org
168 Carlos Romero Méndez. Las relaciones de seguridad entre Venezuela y Estados
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
171 Ibidem.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
185 Deve ser mencionado que grande parte dos equipamentos das Forças Armadas
venezuelanas são obsoletas e respondem às necessidades sequer de defesa do país.
Inevitavelmente, cedo ou tarde, deveria ocorrer uma renovação de parte desses
equipamentos.
186 Albernaz, Bia et al. O aumento dos gastos militares da Venezuela. Realismo
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
dívida”. 22/01/2009.
<http://noticias.uol.com.br/ultnot/ansa/2009/01/22/ult6817u1400.ht
m> Acesso em 23/11/2011.
191 Ibidem.
192 Ibidem.
193 Ibidem.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
126
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
203 Dan Erikson, Inter-American Dialogue. "Castro's Chávez Strategy" (PDF). Center
for Latin American and Caribbean Studies, University of Connecticut. December
2005.
<http://dspace.cigilibrary.org/jspui/bitstream/123456789/18826/1/Cuba%20V
enezuela%20and%20the%20Americas%20A%20Changing%20Landscape.pdf?1>
Acessado em 05/01/2012.
204 Javier Corrales, Amherst College. "The Logic of Extremism: How Chávez Gains
by Giving Cuba So Much" (PDF). Center for Latin American and Caribbean
Studies, University of Connecticut.<http://news.caribseek.com/set-up/uploads-
caribbean-documents/2005-cuba-venezuela-and-the-americas.pdf> Acessado em
15/11/2011.
205 Ibidem.
206 Richard Peet. Geography of Power: Making Global Economic Policy. Zed Books.
p. 173, 2007.
207 Cuba and Venezuela: oil and politics. BBC News. 22/10/2007.
<http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7157113.stm> Acessado em 15/11/2011.
208 Javier Corrales. Op. cit.
209 “Cuba and Venezuela: oil and politics”. 22/12/2007.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
investimento-conjunto-de-1300-milhoes-de-dolares=f607447#ixzz1e9emTf7Y>
Acessado em 15/11/2011.
212 Ibidem.
213 Javier Corrales. Op. cit.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
216 Ibidem.
217 Ibidem.
218 Portal Latino-Americano da Agência Ansa. Data da publicação: 29/10/2008.
219 Ibidem.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
220Ibidem.
221Jornal El Mercúrio, “Venezuela y Bolivia firmaron un acuerdo de “cooperación
militar”, 22/05/2008.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/11/111106_nicaragua_eleicao
_fn.shtml> Acessado em 22/11/2011.
226 “Venezuela's Chávez bankrolled Nicaragua with $1.6 billion since 2007”.
Christian Science Monitor. April 7, 2011.
<http://www.csmonitor.com/World/Americas/2011/0407/Venezuela-s-Chavez-
bankrolled-Nicaragua-with-1.6-billion-since-2007> Acessado em 22/11/2011.
227 Informação verificada em 21/04/2012. Fonte de consulta: World Fact Book
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/nu.html
228 “Popular support for Daniel Ortega has grown thanks to patronist programs
that are financed by [Venezuelan President Hugo] Chávez, who provides $500
million per year, equivalent to 7% of the country’s GDP,” Chamorro adds that a
portion of those funds are not accounted for in the national budget. He accuses the
Ortega family of using the Chávez cash to finance private businesses, political
campaigns and "numerous acts of corruption.”
“Flush with Chávez petro-dollars, Nicaragua’s Ortega eyes controversial third
term”. 04/11/2011.
<http://worldcrunch.com/flush-ch-vez-petro-dollars-nicaragua-s-ortega-eyes-
controversial-third-term/4043> Acessado em 22/11/2011.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
229 Ibidem
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
Ibidem.
236
237Certamente a construção da refinaria síria sofrerá atrasos em virtude da
conturbada situação política do país em função da chamada “primavera árabe” e
das medidas de retaliação por parte da comunidade internacional feitas a partir de
novembro de 2011.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
<http://www.taringa.net/posts/imagenes/12936607/Venezuela_ -2_-
importador-de-armasRusas.html>
Acessado em 17/11/2011.
142
Ficou establecido a construção na Venezuela de uma fábrica de
fuzis AK-47, um centro para o treinamento de pilotos de aviões
militares e um centro de manutenção para helicópteros. Existe a
perspectiva de compra de um segundo lote de armas mais
sofisticadas em futuro próximo de239:
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
240 “Vicepresidente Elías Jaua y Primer Ministro Ruso firman nuevos acuerdos de
cooperación”.
<http://celac.gob.ve/index.php?option=com_content&view=article&id=18285:mp
pre&catid=321:1211-viii-comision-mixta-venezuela-rusia-&Itemid=480>
Acessado em 09/12/2011.
241 “Putin: Grandes proyectos de desarrollo ejecutan Venezuela y Rusia”.
<http://celac.gob.ve/index.php?option=com_content&view=article&id=18299:puti
n-grandes-proyectos-de-desarrollo-ejecutan-venezuela-y-rusia-&catid=321:1211-
viii-comision-mixta-venezuela-rusia-&Itemid=480> Acessado em 09/12/2011.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
245“Chávez Says China to Lend Venezuela $20 Billion”. April 18, 2010
<http://www.nytimes.com/2010/04/19/world/americas/19venez.html>
Acessado em 29/11/2011.
246 “China concorda em conceder mais US$ 4 bi em empréstimo à Venezuela”.
23/11/2011.
Radio Nacional de Venezuela <http://www.rnv.gov.ve>Acessado em 29/11/2011.
O Caso Venezuelano
A Atuação Antissistêmica da Venezuela
Ibidem.
247
248 “Convenio China-Venezuela avanza con la construcción de 5 mil 360
apartamentos en Barinas”. 16/04/2011.
<http://www.noticias24.com/actualidad/noticia/220588/convenio-china-
venezuela-avanza-con-la-construccion-de-5-mil-360-apartamentos-en-barinas/>
Acessado 09/11/2011.
O Caso Venezuelano
5
Dilemas e Contradições para a
Atuação Antissistêmica da Venezuela
Charles Pennaforte
O
projeto chavista de inserção da Venezuela no sistema-
mundo contemporâneo enfrenta inúmeros obstáculos,
150 tanto de ordem interna como externa. Devemos reconhecer
a grande habilidade política de Hugo Chávez na consolidação do
seu poder desde o final dos anos 1990. Por outro lado, deve-se
assinalar que a velha elite política venezuelana não teve a
habilidade necessária em lidar com o “fenômeno Chávez”, optando
por desacreditar o processo que estava ocorrendo no país, e
facilitando, de certo modo, a consolidação desse poder.
O golpe arquitetado pelos setores conservadores contra um
governo eleito democraticamente em 1992, e a recusa em
participar das eleições legislativas de 2005 por “falta de garantias
democráticas”, favoreceram a supremacia política do PSUV 249, o
partido chavista. Com a supremacia política, Chávez pode atuar
com tranquilidade no desenvolvimento do projeto bolivariano.do
No âmbito interno o sucesso do projeto bolivariano está
intimamente ligado à manutenção do poder em sua figura pessoal
no Palácio de Miraflores. A falta de outras lideranças de projeção
nacional configura-se em um problema no curto e médio prazo.
Outro aspecto importante é que, apesar de Caracas atuar
frontalmente contra as diretrizes políticas de Washington e do seu
discurso anti-imperialista, as exportações de petróleo para o país
se mantiveram intactas. Isso aponta para a realidade adversa
encontrada pela Venezuela na dependência econômica de seu
principal inimigo político e ideológico.
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
250 Existem diferentes tipos de petróleo que são classificados de acordo com sua
densidade. Esta classificação está ligada à relação entre a gravidade específica e
fluxo de óleo em bruto em água. Esses fatores são medidos por graus API
(American Petroleum Institute), a classificação universal dá uma indicação da
viscosidade ou fluidez de cada óleo. Segundo essa classificação, o óleo pode ser
leve ou extra-leve, médio, pesado ou extrapesado. O óleo extrapesado possui grau
inferior aos 10º API e os extra-leves são superiores aos 30.1º API. Quanto mais
pesados são os óleos crus, maior a necessidade de refinação, o que aumenta o seu
custo. Na Venezuela existem diferentes tipos de petróleo extraídos de diferentes
áreas do país: Furrial (Monagas), Zuata Doce (Anzoátegui), Merey 16 (leste),
Boscan (Monagas), Bachaquero e Tia Juana Heavy (Zulia). Existe a Franja
Petrolífera do Orinoco com a presença de óleo pesado e extrapesado.
5.1.1 – ALBA-TCP
251 Criada em 2005, tem como objetivo a venda de barris de petróleo venezuelano
para os países do Caribe. Cada nação participante do acordo pode comprar até
185.000 barris/dia em condições vantajosas. Chávez ainda criou outros acordos
similares: Petrosur (aliança estratégica entre a cias. petroleiras da região),
Petroamérica (integração energética regional) e Petroandina.
252 A Área de livre comércio das Américas (ALCA) foi uma proposta feita pelos
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
253(...)[a] “tiene sus orígenes en el proyecto político del Socialismo del Siglo XXI de
Hugo Chávez, presidente de Venezuela desde febrero de 1999. Fue ese mismo año
cuando Chávez presentó por primera vez el embrión de lo que más tarde sería el
ALBA bajo el nombre de Confederación de Estados de América Latina. Nombre que
pone de manifestó la voluntad de su promoción inicial de someter desde el
principio la dimensión económica a lo político”. Rosa, Francisco Javier U. “La
Alianza Bolivariana para las Américas-Tratado de Comercio de los Pueblos (ALBA-
TCP): a análisis de un proyecto de integración regional latinoamericana con una
fuerte dimensión altermundialistas”. p. 1.
254 www.alianzabolivariana.org.
<http://www.alianzabolivariana.org/modules.php?name=Content&pa=showpage
&pid=2080>Acessado em 18/11/2011.
255 Ibidem.
256 Em 2006 sob a presidência de Evo Morales, a Bolívia entra para a ALBA a partir
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
5.1.2 – MERCOSUL
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
5.1.3 – CELAC
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
5.1.4 – UNASUL
161
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
Gráfico 4
O Caso Venezuelano
Dilemas e Contradições para a Atuação Antissitêmica da Venezuela
268 “A presença de Beijing é cada vez maior no comércio. Um exemplo disso é o fato
de a China ter mais que dobrado sua participação nas importações realizadas pelos
países sul-americanos desde 2003. A parcela aumentou de 5,38% para 12,07% em
2008, segundo a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da América do
Sul. O total importado subiu mais de 700%, de US$ 6,5 bilhões para US$ 54,6
bilhões”. (...) Rafael Gonçalves de Lima. “O expansionismo chinês na América do
Sul. Quais as consequências para o Brasil?”
<http://www.watershed.com.br/files/artigos/94435_o_expansionismo_chin%C3
%AAs_na_am%C3%A9rica_do_sul.pdf> Acesso em 08/06/2012.
269 Ibidem.
O Caso Venezuelano
Conclusão
Charles Pennaforte
A
S contradições inerentes ao sistema-mundo
contemporâneo demonstram que o surgimento dos
168 movimentos antissistêmicos é uma decorrência “natural”
das relações desiguais existentes dentro do atual modelo de
acumulação. Na busca de uma melhor posição dentro da
economia-mundo capitalista, atores sociais e estatais procuram se
defender da dinâmica irracional e predatória sistêmica, cujo
símbolo são as formações de blocos econômicos que diminuam as
assimetrias, por exemplo.
A Venezuela, é como procuramos demonstrar ao longo do
trabalho, um exemplo importante de atuação antissistêmica.
Nossa preocupação foi fornecer uma nova forma de compreensão
do país sob o governo Hugo Chávez, fugindo do senso comum de
associar o líder venezuelano a mais um “líder populista”, sem
projeto político de poder coerente, inserindo a Venezuela no
cenário internacional de maneira “desastrada”, além de
associarem única e exclusivamente a atual diplomacia
venezuelana a uma “diplomacia petroleira”. Tal visão tem como
objetivo desqualificar a realidade de transformação por qual passa
a nação de Símon Bolívar e do que acontece na América Latina.
O líder venezuelano reinseriu no cenário político e ideológico a
ideia do socialismo como uma solução para os problemas
originados pelo capitalismo neoliberal e suas consequências
sociais, ambientais etc. Para a superação do neoliberalismo,
Chávez utiliza algumas categorias marxistas adaptando-a à
realidade contemporânea venezuelana e mesclando-a com a
elaboração teórica de Símon Bolívar. Surgiu, assim, o Socialismo
do Século XXI.
Desde o fim do bloco socialista, a partir de 1989, a proposta
socialista entrou em refluxo como ferramenta teórica de
superação do capitalismo. Chávez reintroduziu esta discussão,
utilizando a Venezuela como o locus para a colocação em prática
do “novo” socialismo que defende.
Algumas críticas ao socialismo do século XXI são pertinentes
quando se referem ao que seria o “personalismo” de Chávez na
condução do projeto. O fato é que os críticos procuram somente
tecer críticas que não estejam focadas estritamente no arcabouço
O Caso Venezuelano
Conclusão
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
Charles Pennaforte
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
Sites
182
http://www.alianzabolivariana.org/
http://www.minci.gob.ve/lineas-de-chavez/82
http://www.pptunasur.com/inicio.php?idiom=1
http://www.immanuelwallerstein.com
http://www.faculty.rsu.edu/~felwell/Theorists/Wallerstein/inde
x.htm
http://www.gpepsm.ufsc.br/html/index.php
http://wsarch.ucr.edu/
http://fbc.binghamton.edu/
http://irows.ucr.edu/
http://www.mre.gov.ve/
http://www.minci.gob.ve
http://www.alba-tcp.org/
http://venezuelanalysis.com
http://www.tradingeconomics.com/
http://www.wtrg.com/
http://www.eia.gov/
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
Filmes/DVDs
Notícias
“Nicaragua and Venezuela’s Well-Oiled Relationship”.
30/06/2011.
<http://blog.american.com/2011/06/ortegas-nicaragua-to-
chavez-please-dont-die-please/> Acessado em 22/11/2011.
“Forças armadas de Nicarágua e Venezuela fortalecem vínculos”.
11/07/2011
<http://www.outroladodanoticia.com.br/inicial/17684-forcas-
armadas-de-nicaragua-e-venezuela-fortalecem-vinculos.html>
Acessado em 23/11/2011.
“Venezuela's Chávez bankrolled Nicaragua with $1.6 billion since
2007”. 07/04/2011.
<http://www.csmonitor.com/World/Americas/2011/0407/Vene
zuela-s-Chavez-bankrolled-Nicaragua-with-1.6-billion-since-
2007> Acessado em 22/11/2011.
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/16430/w
ww.derechos.org.ve> Acessado em 02/01/2012.
185
ANEXOS
1908
O general Juan Vicente Gómez assume o controle do país
após um golpe. Com apoio dos EUA abre a economia da
Venezuela ao capital estrangeiro. Pemanece no poder por
quase três décadas.
1920
Na bacia do Lago Maracaibo, o poço perfurado pela Shell
começa a produzir 100 mil barris/dia.
1928
Protestos estudantis localizados em Caracas (Universidad
Central) são reprimidos ferozmente.
1931
Fundação do Partido Comunista da Venezuela.
1935
Morre Juan Vicente Gómez.
1936
O ministro da Guerra, general Eleazar López Contreras
assume a presidência.
1941
Assume a presidência o general Isaías Medina Angarita
(abril).
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
1959-1962
Em Porto Cabello e Carúpano ocorrem rebeliões militares
que são derrotadas. 187
A oposição de esquerda, principalmnete o PCV, aderem à
luta armada.
1961
Aprovada nova Constituição em janeiro.
1965
A guerrilha da PCV não produz os efeitos desejados e é
revisra pela agremiação política.
1973
Primeiro choque do petróleo, com o preço do barril
quaduplicando.
Carlos Andrés Perez assume o governo, dando início anos
“anos dourados” da Venezeula.
1976
É criada a PDVSA e o pretóelo é nacionalizado.
1982
Hugo Chávez e outros companheiros criam o Movimento
Bolivariano 2000 dentro do exército. Sua atuação é
clandestina.
1983
Em fevereiro ocorre a Sexta-feira Negra, colocando fim
aos “anos de ouro” do país. O preço do barril de petróleo cai
vertiginosamente, ao mesmo tempo em que há a
desvalorização da moeda.
1989
Carlos Andrés Pérez torna-se presidente pela segunda vez
com prosotas de “reviver” os “anos dourados”.
1992
O então tenente-coronel Hugo Chávez lidera militares
188 para derrubar o governo em fevereiro e não obtém sucesso. É
preso.
Em novembro a Marinha e a Força Aérea também fazem
levantes mas fracassam.
1993
Sem apoio político Andrés Carlos Pérez é destituído da
presidência por corrupção em maio.
Em dezembro Rafael Caldera retorna a presidência
através de eleições.
1994
Governo de Rafael Cladera enfrenta as pmieiras crises
econômicas.
Hugo Chávez e seus liderados são anistiados.
1996
Para fazer frente à crise econõmica, Caldera apresenta um
plano de privatizações denominado Agenda Venezuela. A
PDVSA está entre as empresas que serão privatizadas.
1997
O partido Movimento V República (MVR) liderado Chávez
é inscrito no sistema eleitoral.
1998
Hugo Chávez é eleito presidente com 56% dos votos.
1999
Convoca uma Assembleia Nacional Constituinte para criar
uma nova Constituição. Em dezembro ela é aprovada com
mais de 70% dos votos.
2000
Petróleo apresenta substacial aumento de preço.
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
2009
Em janeiro a Venezuela rompe relações diplomáticas com
192 Israel em protesto pela situação em Gaza.
Fica agendado para 15 de fevereiro de 2010 o referendo
sobre reeleição ilimitada, projeto que permitiria a Chávez se
candidatar a um terceiro mandato em 2012.
2010
Referendo em 15 de fevereiro aprova a reeleição
ilimitada, o que abre caminho para que Chávez se candidate
novamente em 2012.
Em 26 de setembro ocorrem as eleições parlamentares,
nas quais governo e oposição disputam as 165 cadeiras da
Assembleia Nacional.
O governo do presidente Hugo Chávez conquistou a
maioria das vagas nas eleições para o Parlamento. O partido
governista PSUV conquistou 90 cadeiras das 165 em disputa.
A oposição, por sua vez, ficou com 59 vagas, mais de um
terço da composição da Casa. A participação dos eleitores foi
de 66,45%, uma das mais altas da história para eleições
legislativas.
2011
No dia 31 de julho comunica que é portador de câncer.
Opositores afirmam que o ciclo de Hugo Chávez está
chegando ao fim.
2012
Apesar da recaída, dos mais de cem dias em tratamento
em Cuba, desde junho passado, o presidente é o favorito
para a eleição presidencial de outubro, com margens de
vantagem de 5 a 33 pontos, dependendo da pesquisa. O
desafiante é o candidato único da oposição, Henrique
Capriles.
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
O Caso Venezuelano
Bibliografia & Anexos
203