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Saudações

- Estamos numa série sobre vida em comunhão. Temos falado sobre as ordenanças, os
imperativos, as dificuldades de viver isso que nós chamamos Igreja.

- A primeira parte da série é sobre a valorização de relacionamentos. Já falamos: A)


Amar uns aos outros; B) aceitar uns aos outros; C) Saudar uns ao outros.

- Hoje falaremos sobre três aspectos importantes que os nossos relacionamentos como
irmãos na fé precisam ter: O cuidado, a sujeição e o suporte mútuo.

Filipenses 2: 1-11

- A Bíblia possui vários imperativos (ordens, chamado à uma ação). Ela nos convida a
sermos misericordiosos, a perdoar, a amar sem fingimento, a não nos irarmos, a
desenvolver a paciência, etc.

- Mas o que eu acho interessante, é que a Bíblia não nos dá imperativos, sem nos dar
indicativos. Ela mostra a fonte, ela mostra o caminho. Como o próprio Pedro vai nos
mostrar aqui na sua segunda carta, todos nós já recebemos tudo que necessitamos para
uma vida de devoção, uma vida piedosa, uma vida que agrada a Deus.

- E a fonte para toda vida cristã é o próprio Deus. Nós somos chamados a agir com
misericórdia, porque Deus age com misericórdia. Nós somos chamados a perdoar,
porque Deus é perdoador. Nós somos chamados a amar sem fingimento porque Deus
nos amou primeiro. Por que devemos ser santos? Porque Deus é santo.

- E essa relação de indicativos e imperativos é especialmente importante quando nós


tratamos da vida em comunidade. A fé cristã tem algo único. (não é o monoteísmo).

- O judaísmo crê num único deus, o Islamismo crê num único deus, mas só o
cristianismo crê em um Deus que existe eternamente em três pessoas. Uma substância,
três pessoas.

- Em outras palavras, nós servimos a um Deus que é comunidade e isso é muito


profundo.

- Portanto, não há melhor lugar para modelarmos as nossas relações comunitárias que a
própria comunidade divina, o próprio Deus. Então que a gente vai tentar fazer é pensar
no cuidado, na sujeição e no suporte entre nós a partir do exemplo de Deus.
I

- A relação intra-trinitária é muito bonita. Por exemplo, nós encontramos na relação


entre as Três Pessoas divinas o cuidado. Lembre-se, por exemplo, do episódio em que
Jesus passa 40 dias no deserto e ali é tentado por satanás. Foi um tempo duro, sem
comer, sem beber, vagando pelo calor do dia, talvez sofrendo o frio de noite e depois
que tudo isso passa, Jesus experimenta o cuidado do Pai. Mateus nos conta que anjos
vem servir Jesus depois de todo aquele período.

- A relação da Trindade também nos aponta para a sujeição. “Pai, se possível afasta de
mim esse cálice, mas seja feita a Tua vontade”. Eu me submeto, voluntariamente, aquilo
que Tu desejas.

- A relação da Trindade também nos fala sobre suporte mútuo. Em toda a caminhada de
Cristo na Terra, para enfrentar o que Ele enfrentou, as zombarias, as falsas acusações, as
traições, o Espirito Santo era quem dava o suporte necessário. Por isso não poucas vezes
nós lemos sobre Cristo se retirando, se isolando, para orar, para buscar naquela relação
o suporte para sua missão na Terra.

II

- Paulo inicia o texto que lemos dirigindo uma série de perguntas (a depender da versão)
a igreja de Filipos. 1) Há alguma motivação por estarmos em Cristo? 2) Há alguma
consolação no amor? Há alguma comunhão no Espírito?

- Elas são importantes para nós também. Gente, sendo muito sinceros conosco mesmo,
vale à pena tudo isso que a gente faz aqui? Todo sábado, todo mês, todo ano. Qual tem
sido a motivação de tudo isso? Manter o nome? Manter um a tradição? Se essa tem sido
a razão, eu digo que tem coisa melhor pra fazer, temos mais com o que nos ocupar.

- Mas se cremos, de fato, que estamos aqui porque estamos unidos em Cristo, porque o
Espírito dirige a nossa comunhão, então precisamos fazer da nossa experiência coletiva
um reflexo (ainda que imperfeito, defeituoso, com erros), do que vemos na relação da
Trindade.

- Por isso nós cuidamos uns dos outros. Como você tem expressado o cuidado pelo
seu irmão, pela sua irmã, fora dos círculos da CEC? Aquela pessoa que anda
desanimada, desmotivada, e que você tem proximidade. Ou que às vezes não é tão
madura na fé e precisa caminha com você mais de perto.
- Existem pessoas que entram na nossa vida para que nós exerçamos o cuidado, mas isso
não é nada fácil. Num mundo acelerado como o nosso, temos mil preocupações,
ocupações, problemas e somos chamados a cuidar de outras pessoas. Por isso nós
precisamos nos revestir daquilo que recebemos de Deus para cumprir o nosso chamado.

- Isso também é verdade para a sujeição mútua. Se de fato estamos aqui por estarmos
unidos em Cristo, isso deve ser algo natural. Ninguém está aqui obrigado, todos somos
adultos e temos autonomia para fazer escolhas. Mas uma vez que escolhemos estar aqui,
precisamos nos sujeitar.

- Submissão é uma atitude interna de espírito, não uma mera obediência externa.
Porque é possível obedecer sem, contudo, ser submisso (um filho rebelde que obedece a
uma ordem porque não tem outra coisa a fazer, mas em seu espírito demonstra desprezo
por tudo aquilo).

- Como manifestamos verdadeira sujeição? Somente manifestamos verdadeira


submissão quando esta nos obriga a fazer algo que de outra forma, não faríamos.

- Por isso nós precisamos no sujeitar a liderança, da mesma forma que a liderança
precisa se sujeitar e ouvir a qualquer pessoa. Nós precisamos nos sujeitar a quem tá na
frente falando. (Ex: celular e andanças. Não é porque sou eu. Se estivermos aqui
simplesmente por estar, não vale a pena, tem coisa melhor para fazer).

- Por fim, devemos lembrar também de suportar mutuamente uns aos outros. Isso
tem dois sentidos básicos, em primeiro lugar quer dizer que vamos ser pacientes com as
fraquezas do irmão. Aguentar e tolerar as atitudes e ações desagradáveis ou ofensivas na
esperança de que o tempo produz maturidade e mudança de comportamento.

- Mas suportar também tem o sentido de dar suporte, ser auxílio para a outra pessoa.
Essas duas ideias se complementam, ao mesmo tempo que eu suporto determinadas
atitudes que não gosto, eu ajo como um suporte para que a pessoa possa mudar, evoluir
e se tornar mais parecida com Cristo.

III
- E essa é a chave para tudo isso que estamos falando aqui, tornarmos parecidos com
Cristo.
- Para que tenhamos um cuidado sincero uns com os outros, uma sujeição mútua e
verdadeira e sejamos suporte uns para os outros, precisamos ter como centro das nossas
relações Cristo, porque todas essas coisas Ele fez.

- v. 4-8

- V.4: Sair de si (imperativo), qual a base? A mesma atitude de Cristo v.5


- Ele não deixou de ser Deus
- Ele não abriu mão da sua glória (Jo 1:14)
- Ele não deixou de ter nenhum atributo divino sequer.
- Esvaziar significa assumir a condição humana.
- O Deus que tudo criou e sustenta por meio da sua palavra, precisou chorar no colo de
Maria para ser amamentado. Sentiu dores, necessidades fisiológicas, teve fome, sede.
Esvaziar é assumir a condição frágil humana.
- O paralelo é com Adão e Eva, que ouviram a voz da serpente e ‘quiseram ser como
Deus”.
- Cristo, embora sendo plenamente Deus, não permitiu que essa condição afetasse a sua
missão.
- Tendo Ele como exemplo, a gente age no mundo, a gente aplica isso nas nossas
relações. Consideramos os interesses alheios, praticamos o cuidado, a sujeição, o
suporte mútuo.

FIM
v. 13-16a
v. 13: Deus dá o desejo e o poder.

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