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Consultoria Proteção de Plantas

Manejo da Vegetação Urbana e de Fragmentos Florestais Naturais e Artificiais

Relatório Técnico

Avaliação Fitossanitária de Nove Exemplares Arbóreos

Maria Zélia Alencar de Oliveira


Enga. Agra. M. Sc. em Fitopatologia
CREA n. 7.682

Salvador – Bahia
Junho, 2022
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Apresentação

Relatório Técnico - parte 01 - constando da apresentação da avaliação de 06 exemplares


arbóreos.

Cliente: Condomínio Chácara Suíça.

Atividade: Consultoria de serviços técnicos especializados.

Engenheira Agrônoma Responsável: Maria Zélia Alencar de Oliveira.

Registro CREA: 7.682/BA.

Produto: Avaliação de nove (09) exemplares arbóreos situados em uma área urbana, no
Condomínio Chácara Suíça, em Salvador – BA, quanto aos aspectos fisiológicos, fitossanitários
e de riscos de queda, a fim de gerar subsídios para implementação de ações mitigadoras
preventivas e/ou corretivas.

Localização dos exemplares arbóreos submetidos à avaliação: Condomínio Chácara Suíça,


Av. Santa Luzia, 379, Horto Florestal, Salvador, Bahia.

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Sumário
1. Introdução 7
2. Objetivo 7
3. Metodologia Aplicada na Avaliação dos Exemplares Arbóreos 8
3.1. Localização dos exemplares arbóreo submetidos à avalição 8
3.2. Aspectos considerados na avaliação das condições dos exemplares arbóreos 8
3.3. Coleta de amostras de materiais vegetais 8
3.4. Registro fotográfico 8
3.5. Isolamento de agentes de doenças 8
3.6. Identificação dos fungos detectados 9
3.7. Identificação de insetos-praga 9
3.8. Seleção das ações a serem recomendadas 9
3.9. Requisitos aplicados, inicialmente, na avaliação de risco dos exemplares arbóreos 9
4. Avaliação de seis exemplares arbóreos de aplicando os requisitos falso (F) e verdadeiro
(V) 11
5. Avaliação do Exemplar (01) de Mangueira (Mangifera indica L.) 12
5.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização 12
5.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira considerando
o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que expõem o vegetal a
esta condição 12
5.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (01) de mangueira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 16
5.4. Recomendação 18
6. Avaliação do Exemplar (02) de Mangueira (Mangifera indica L.) 19
6.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização 19
6.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira considerando
o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que expõem o vegetal a
esta condição 19
6.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (02) de mangueira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 23
6.4. Recomendação 24
7. Avaliação do Exemplar (03) de Mangueira (Mangifera indica L.) 26
7.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização 26
7.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira considerando
o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que expõem o vegetal a
esta condição 26

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7.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (03) de mangueira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 30
7.4. Recomendação 32
8. Avaliação do Exemplar (04) de cajazeira (Spondias mombin L.) 33
8.1. Numeração atribuída ao exemplar de cajazeira em questão e sua localização 33
8.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (04) de cajazeira
considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição 33
8.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (04) de cajazeira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 36
8.4. Recomendação 37
9. Avaliação do Exemplar (05) de Mangueira (Mangifera indica L.) 39
9.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em foco e sua localização 39
9.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (05) de mangueira
considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição 39
9.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (05) de mangueira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 41
9.4. Recomendação 43
10. Avaliação do Exemplar (06) de Mangueira (Mangifera indica L.) 45
10.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em foco e sua localização 45
10.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (06) de mangueira
considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição 45
10.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (04) de mangueira considerando a
probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos) 47
10.4. Recomendação 48
11. Considerações 50

Índice de Quadros

Quadro 1 - Requisitos aplicados para avaliação de riscos dos exemplares arbóreos situados no
Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, BA 10
Quadro 2 - Respostas, do tipo Falso (F) ou Verdadeiro (V), relativas aos requisitos aplicados durante
a visita técnica para avaliação de riscos de seis exemplares arbóreos situados no Condomínio
Chácara Suíça, em Salvador, BA 11

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Índice de Figuras

Figura 1 - Fotos A, B. Aspecto geral do exemplar (01) de mangueira (Mangifera indica) situado
no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). .............. 12
Figura 2 - Fotos A, B. C. Tronco do exemplar (01) de mangueira apresentando orifícios com
a liberação de tecido vegetal (pó de serra) e exsudatos de consistência gomosa. Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). .................................................................... 13
Figura 3 - Fotos A, B, C. Lesões necróticas deprimidas (Fotos A, B) e fissuras (Foto C) na
madeira do tronco que se apresenta totalmente deteriorada. Exemplar (01) de mangueira situado
no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................................ 13
Figura 4 - Fotos A, B. Lesões necróticas deprimidas (Fotos A, B) e fissuras (Foto B) na base
do tronco do exemplar (01) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M.
Zélia em 18/05/2022). ............................................................................................................... 14
Figura 5 - Fotos A, B. Cavidade (oco) na base do tronco do exemplar (01) de mangueira situado
no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................................ 14
Figura 6 - Fotos A, B, C. Basidiomas, corpos de frutificação de fungos em forma de leque
conhecidos por orelha de pau, no tronco do exemplar (01) de mangueira situado no Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ...................................................................... 15
Figura 7 - Fotos A, B, C. Copa do exemplar (01) de mangueira com galhos secos apodrecidos
(Fotos A, B, C); ramos mais grossos apresentando secamento até o ponto de interseção dos
galhos com o tronco (Fotos A, B, C); folhas de coloração parda e retorcidas (Foto C).
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................................... 15
Figura 8 – Fotos A, B, C. Podas radicais, agressivas que não permitiram a conclusão do
processo de compartimentalização do corte, onde são visualizados o crescimento de galhos
epicórmicos no exemplar (01) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M.
Zélia em 18/05/2022). .............................................................................................................. 16
Figura 9 - Fotos A, B. Tronco do exemplar (01) de mangueira que se mostra inclinado (Foto A);
espaço onde a mangueira está situada bastante limitado (Foto B). Condomínio Chácara Suíça (Fonte:
M. Zélia em 18/05/2022). ........................................................................................................... 17
Figura 10 - Foto A. Exemplar (02) de mangueira (Mangifera indica) situado no Condomínio
Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ......................................... 19
Figura 11 - Fotos A, B. Deterioração da madeira do tronco do exemplar (02) de mangueira (Fotos
A, B) apresentando tecidos internos com uma coloração escura distinta da cor clara dos tecidos sadios.
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022)...................................................... 20
Figura 12 - Fotos A, B, C. Base do tronco do exemplar (02) de mangueira com tecidos internos
escurecidos (Foto A); orifícios de eclosão, de respiração e eliminação de resíduos (Fotos B, C);
sintoma de intumescimento de origem patológica próximo ao colo ou coleto (Foto C). Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).......................................................................... 20
Figura 13 - Fotos A, B. Orifícios de eclosão, de respiração e eliminação de resíduos de tecidos
vegetais no tronco do exemplar (02) de mangueira, indicando a presença de insetos. Condomínio
Chácara suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ...................................................................... 21
Figura 14 – Foto A. Infestação de Struthanthus sp. (erva de-passarinho) na copa do exemplar
(02) de mangueira. Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022)................. 21

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Figura 15 – Fotos A, B. Lesões necróticas deprimidas (Foto A); fratura no sentido longitudinal
em segmento do tronco e ferimento pela fixação de prego (Foto B). Exemplar (02) de mangueira
situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................. 22
Figura 16 – Fotos A, B, C. Galhos epicórmicos originados em consequência de podas
incorretas (Fotos A, B) e galhos angulados com grande potencial de ruptura (Foto B – setas
amarelas). Exemplar (02) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia
em 18/05/2022). ....................................................................................................................... 23
Figura 17 - Foto A. Exemplar (03) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em
Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ...................................................................... 26
Figura 18 - Fotos A, B. Folhas do exemplar (03) de mangueira infectadas pelo fungo Colletotrichum
gloeosporioides. Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ........................... 27
Figura 19 - Fotos A, B, C. Galhos secos escurecidos na copa do exemplar (03) de mangueira,
indicando matéria em decomposição e problemas fitossanitários. Condomínio Chácara Suíça
(Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................................................................................... 27
Figura 20 - Fotos A, B, C. Lesões necróticas nas bifurcações de segmentos do tronco do
exemplar (03) de mangueira (Fotos A, B) atingindo a base (Foto C). Condomínio Chácara Suíça
(Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ............................................................................................ 28
Figura 21 - Fotos A, B. Espaço permeável limitado por uma estrutura de concreto colocada ao
redor do exemplar (03) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia
em 18/05/2022). ......................................................................................................................... 29
Figura 22 - Fotos A, B. Lesões oriundas de ações antrópicas por podas incorretas. Exemplar
(03) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (M. Zélia em 18/05/2022). .......... 29
Figura 23 - Fotos A, B. Danos ocasionados por ações antrópicas, devido perfurações no tronco
com pregos para sustentação de plantas de orquídeas, no exemplar (03) de mangueira.
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). .................................................. 30
Figura 24 - Fotos A, B, C. Galhos epicórmicos na copa do exemplar (03) de mangueira.
Brotações novas se desenvolvem, abundantemente, abaixo do local do corte. Condomínio
Chácara Suíça (M. Zélia em 18/05/2022). ............................................................................... 30
Figura 25 - Foto A. Galhos angulados projetados sobre a casa das bombas. Exemplar (03) de
mangueira no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022). ........................... 31
Figura 26 – Foto A. Exemplar (04) de cajazeira situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador,
Bahia (Fonte: M. Zélia em 20/06/2022). ..................................................................................... 33
Figura 27 – Fotos A, B, C. Lesões necróticas no tronco do exemplar (04) de cajazeira
(Spondias mombin) causada pela resinose; detalhes da área de tecidos sadios (mais claro) e de
tecidos doentes com uma coloração mais escura (Foto C). Condomínio Chácara Suíça, em
Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022). ................................................................. 34
Figura 28 – Fotos A, B. Exsudatos gomosos em áreas lesionadas no tronco do exemplar (04)
de cajazeira (Spondias mombin) (Fotos A, B); orifícios abertos por coleobrocas na base do
tronco com a liberação de tecido vegetal (pó de serra) (Foto C). Condomínio Chácara Suíça,
em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022). ........................................................... 34
Figura 29 – Fotos A, B, C. Lesões necróticas deprimidas na base do tronco do exemplar (04)
de cajazeira (Spondias mombin) situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia
(Fonte: M. Zélia em 09/06/2022). ............................................................................................ 35

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Figura 30 – Fotos A, B, C. Galhos secos na copa escurecidos indicando problemas


fitossanitários (Fotos A, B, C); presença de tocos pelo corte indiscriminado do galho (Fotos A,
B); galhos angulados (Fotos B, C – setas amarelas). Exemplar (04) de cajazeira situado no
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022). ............................................... 35
Figura 31 – Foto A. Ação antrópica devido à fixação de pregos para sustentação de uma planta
de orquídea no tronco do Exemplar (04) de cajazeira. Condomínio Chácara Suíça, (Fonte: M.
Zélia em 09/06/2022). .............................................................................................................. 36
Figura 32 – Foto A. Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M.
Zélia em 20/06/2022). ................................................................................................................ 39
Figura 33 – Fotos A, B, C. Madeira do tronco deteriorada (Fotos A, B, C); orifícios no tronco com
a liberação de tecido vegetal (pó de serra) (Fotos A, B); cicatrizes abertas provenientes de podas
incorretas (Foto C). Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em
Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022). ...................................................................... 40
Figura 34 – Fotos A, B, C. Galhos com cicatrizes provenientes de podas incorretas (Fotos A, B,
C). Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia
(Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022). ........................................................................................ 40
Figura 35 – Fotos A, B. Lesões e fissuras na base do tronco Exemplar (05) de mangueira situado
no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022). ......... 41
Figura 36 – Foto A. Galho com lesão na casca por descascamento e com angulação sujeito a ruptura.
Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte:
M. Zélia em 09 e 20/06/2022)..................................................................................................... 42
Figura 37 – Fotos A, B. Local onde o exemplar (05) de mangueira vegeta declivoso (Fotos A, B);
base do tronco que se apresenta com um formato cilíndrico, indicando haver indício de
aterramento do colo ou coleto (Foto A); pista destinada a passagem de pedestres próxima à
mangueira (Foto B); muro de divisa entre o Condomínio Chácara Suíça e o Condomínio Santa
Luzia (Foto B). Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09 e
20/06/2022). .............................................................................................................................. 43
Figura 38 – Foto A. Exemplar (06) de mangueira no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia
em 09/06/2022). ......................................................................................................................... 45
Figura 39 – Fotos A, B, C. Lesão deprimida (cavidade) com liberação de exsudato gomoso de
coloração escura (Fotos A, B); tecidos abaixo da casca com uma coloração escura contrastando
com a cor clara dos tecidos sadios (Foto C). Exemplar (06) de mangueira situado no Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 20/06/2022).......................................................................... 46
Figura 40 – Fotos A, B. Galhos secos apodrecidos (mortos) no exemplar (06) de mangueira.
Condomínio Chácara Suíça em Salvador - BA (Fonte M. Zélia em 20/06/2022). ......................... 46
Figura 41 – Fotos A, B, C. Lesão na casca do tronco por descascamento (Foto A – seta
amarela); além da presença de intumescências (Fotos B, C – setas amarelas) e uma cavidade
(Foto B – seta branca). Exemplar (06) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça em
Salvador - BA (Fonte M. Zélia em 09/06/2022). ..................................................................... 47
Figura 42 – Foto A. Tronco do exemplar (06) de mangueira mostrando a base com um formato
cilíndrico indício do aterramento do colo. Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte:
M. Zélia em 20/06/2022). ........................................................................................................... 48

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1. Introdução

As árvores no meio urbano desempenham importantes benefícios, tanto no âmbito ambiental


como no plano económico e social. Contudo, torna-se imprescindível, a fim de asseverar a sua
vitalidade e segurança, o monitoramento, não somente, nas áreas de domínio público mas,
também, de uso privado. Neste contexto, é importante a caracterização das árvores de risco1,
com o conhecimento das causas de ordem estrutural e de natureza fitossanitária passíveis de
deflagrar uma situação capaz de ocasionar tombamentos.

Ressalta-se que as árvores, no decorrer dos anos, podem galgar portes elevados, agravando,
assim, as consequências resultantes de ocorrências de queda total ou de partes. Outrossim, deve-
se ter em mente que o perigo é maximizado no período em que ocorrem ventos fortes,
associados a elevados níveis de precipitação, ou quando a raiz se mostra instável.

Portanto, uma árvore deve ser avaliada considerando, sobretudo, o seu estado fitossanitário e
deficiências estruturais, além das condições climáticas adversas ou instáveis a que está
submetida.

Cabe esclarecer que uma vez detectada na análise de fitossanidade, durante a prática do
inventário, a presença de agentes patogênicos como fungos, bactérias e insetos, organismos que
degradam o lenho das árvores, deve-se, impreterivelmente, realizar uma análise de risco de
queda, verificando os prováveis prejuízos advindos de acontecimentos desta natureza.

Enfim, convém destacar que para garantir que uma árvore cumpra, plenamente, seu papel
paisagístico e ecológico há necessidade de um plano baseado em ações preventivas, integradas
e contínuas.

2. Objetivo

Avaliar 09 (nove) exemplares arbóreos localizados em uma área urbana no Condomínio


Chácara Suíça, na Avenida Santa Luzia, no Horto Florestal, no município de Salvador, no
estado da Bahia, a fim de gerar subsídios para implementação de ações mitigadoras (preventivas
e corretivas)2 no que diz respeito aos problemas de ordem fitossanitária e aos relativos ao risco
de queda.

1
O termo risco indica a possibilidade de ocorrência de algum dano a pessoas ou bens materiais.
2
Ações preventivas e corretivas: medidas e atividades adotadas para reduzir ou evitar as consequências
advindas do risco de queda, parcial ou total de um indivíduo arbóreo.

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3. Metodologia Aplicada na Avaliação dos Exemplares Arbóreos

3.1. Localização dos exemplares arbóreo submetidos à avalição

Os exemplares arbóreos avaliados estão localizados em uma área urbana, no Condomínio


Chácara Suíça, na Av. Santa Luzia, n. 379, no Horto Florestal, em Salvador, BA.

Visando facilitar a identificação dos exemplares arbóreos, estes foram numerados, seguindo
a ordem crescente 01, 02, 03, 04 e assim por diante,

3.2. Aspectos considerados na avaliação das condições dos exemplares arbóreos

Na avaliação in loco, durante as visitas técnicas, visando o conhecimento das condições gerais
das árvores, foram observados vários aspectos na copa, no tronco, na base do tronco,
considerando os problemas fitossanitários e fisiológicos, assim como os que dizem respeito às
condições de risco de queda.

Também, foi verificada a existência de injúrias originadas de ações antrópicas uma vez que
criam condições para associação de insetos e patógenos secundários, os quais atacam e
colonizam os tecidos danificados.

Convém esclarecer que um bom diagnóstico da realidade presente é requisito


imprescindível para elaboração de ações de manejo.

3.3. Coleta de amostras de materiais vegetais

Foram coletadas amostras de materiais vegetais para identificação de agentes causadores


de doenças e de pragas (insetos e ácaros), observando suas características,
comportamento, grau de agressividade e especificidade para a tomada de decisão no que
diz respeito às ações a serem empregadas.

3.4. Registro fotográfico

Durante as visitas foi realizado um registro fotográfico, utilizado como suporte


complementar no processo de determinação dos problemas que incidem sobre os
exemplares arbóreos submetidos à avaliação.

3.5. Isolamento de agentes de doenças

Para isolamento dos agentes de doenças, fragmentos dos troncos dos exemplares arbóreos
submetidos à avaliação foram postos em câmara úmida e, ao mesmo tempo, colocados
em iscas para a constatação da presença de agentes de doenças.

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3.6. Identificação dos fungos detectados

Após realização de câmara úmida e da utilização de iscas seletivas, foram efetivadas as


identificações fúngicas.

3.7. Identificação de insetos-praga

Essa ação é necessária, pois os insetos-praga podem acarretar danos irreparáveis, caso
medidas de controle não sejam efetuadas.

A identificados ocorreu por meio de consulta em literatura especializada.

3.8. Seleção das ações a serem recomendadas

É inevitável mencionar que, sendo uma área urbana, ações de medidas culturais foram
delineadas como uma forma de obter um ecossistema saudável e mais estável.

3.9. Requisitos aplicados, inicialmente, na avaliação de risco dos exemplares arbóreos

A princípio foram aplicados alguns requisitos na avaliação de risco de cada exemplar


arbóreo, considerando as respostas Falso ou Verdadeiro.

Respondidos aos requisitos, foram contados o número de respostas Falso e o número de


respostas Verdade, estabelecendo-se a relação Falso/Verdade.

Na relação: (a) de 12/0 a 09/03 a árvore apresenta um alto risco; (b) de 08/04 a 05/07 a árvore
apresenta um risco médio; (c) de 04/08 a 01/12 a árvore apresenta pouco risco.

Cabe esclarecer que em uma avaliação são definidas como árvores de risco aquelas que
apresentam problemas fitossanitários ocasionados por agentes biológicos e estruturais,
como galhos ou copa com probabilidade de causar acidentes por quebra de partes ou total,
defeitos no tronco e no sistema radicular.

Alguns defeitos, sinais podem ser observados externamente como calos, espessamentos
no colo ou coleto e no tronco, cavidades, lesões necróticas deprimida.

Ressalta-se, entretanto, que o risco é agravado pelo que será alcançado na queda, sendo
potencializado quando existe a possibilidade de atingir pessoas.

Alguns requisitos aplicados na avaliação de riscos dos exemplares arbóreos estão


descritos no Quadro 1.

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Quadro 1 - Requisitos aplicados para avaliação de riscos dos exemplares arbóreos situados no
Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, BA

Item Requisitos

01 Indivíduo arbóreo na fase adulta de porte elevado.

A árvore, submetida à avaliação, apresenta sintomas característicos do ataque de insetos


02
degradadores da madeira, como cupins e/ou coleobrocas.

A árvore, submetida à avaliação, apresenta sintomas típicos de agentes biológicos causadores de


03
doenças.

04 A árvore, submetida à avaliação, vegeta em um local exíguo e/ou impróprio.

05 A árvore, submetida à avaliação, evidencia problemas estruturais e/ou estéticos.

06 A árvore sofreu alteração no nível do solo decorrente de obras ou de outras ações.

07 A árvore apresenta galhos aéreos lesionados.

08 Há evidência da presença de fungos conhecidos por cogumelos (basidiomicetos) na árvore.

09 A árvore apresenta fissuras, lesões e/ou cavidades no tronco inclusive na base.

10 A árvore sofreu podas ou cortes irregulares e/ou outras ações de natureza antrópica.

A árvore possui algum grau de interferência com a propriedade particular e/ou de terceiros
11
acarretando danos no caso de tombamento.

12 A árvore vegeta em local onde há possibilidade de atingir pessoas e/ou destinado à


passagem de veículos.

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4. Avaliação de seis exemplares arbóreos de aplicando os requisitos falso (F) e verdadeiro (V)

No Quadro 2 estão expressas as respostas, do tipo Falso (F) ou Verdadeiro (V), em relação aos requisitos aplicados na avaliação dos exemplares arbóreos.

Quadro 2 - Respostas, do tipo Falso (F) ou Verdadeiro (V), relativas aos requisitos aplicados durante a visita técnica para avaliação de riscos de seis exemplares arbóreos
situados no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, BA

Requisitos
Exemplar Relação
Arbóreo 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 de risco

01 V V V V V V V V V V V V 12/00

02 V V V V V V V F V V V V 11/01

03 V V V V V V V F V V V V 11/01

04 V V V V V V V F V V V V 11/01

05 V V V V V V V F V V V V 11/01

06 V V V V V V V F V V V V 11/01

Relações:
a) 12/0 a 09/03 a árvore apresenta um alto risco;
b) 08/04 a 05/07 a árvore apresenta um risco médio;
c) 04/08 a 01/12 a árvore apresenta pouco risco.

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5. Avaliação do Exemplar (01) de Mangueira (Mangifera indica L.)

5.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização

O exemplar de mangueira (Figura 1 – Fotos A, B) avaliado recebeu a numeração 01


e está localizado no Condomínio Chácara Suíça, ao lado de uma área ocupada por
uma churrasqueira, em frente de uma piscina, tendo atrás uma quadra esportiva.

No mesmo espaço onde se encontra o exemplar de mangueira em questão, vegeta um


pinheiro (Pinus sp.).

Figura 1 - Fotos A, B. Aspecto geral do exemplar (01) de mangueira


(Mangifera indica) situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador,
Bahia (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

5.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

5.2.1. Em fragmentos do tronco foram detectados os fungos Lasiodiplodia


theobromae (Pat.) Griffon &. Maublanc (sinônimo: Botryodiplodia
theobromae Pat.) e Chalara sp. (forma imperfeita ou assexuada de
Ceratocistys fimbriata).

L. theobromae é ocasionador da morte descendente ou podridão seca em


mangueira e outras espécies frutíferas e ornamentais. Quanto ao fungo
Chalara sp. (C. fimbriata) acarreta a doença conhecida como seca da
mangueira ou mal do Recife.

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Ressalta-se que os sintomas da seca da mangueira podem ser confundidos


com os causados por Lasiodiplodia theobromae e vice-versa.

5.2.2. Árvore adulta, de porte elevado, com o tronco inclinado, apresentando na


madeira pequenos orifícios provenientes do ataque de coleobrocas, com a
liberação de tecido vegetal (pó de serra) e exsudação de consistência
gomosa de caráter patológico (Figura 2 – Fotos A, B, C).

Figura 2 - Fotos A, B. C. Tronco do exemplar (01) de mangueira apresentando orifícios


com a liberação de tecido vegetal (pó de serra) e exsudatos de consistência gomosa.
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

5.2.3. Lesões necróticas deprimidas e fissuras (Figura 3 – Fotos A, B, C) na


madeira do tronco que se apresenta, totalmente, deteriorada devido à ação
de organismos xilófagos (insetos-praga e fungos apodrecedores),
propiciando menor força estrutural e redução da estabilidade.

Figura 3 - Fotos A, B, C. Lesões necróticas deprimidas (Fotos A, B) e fissuras (Foto C)


na madeira do tronco que se apresenta totalmente deteriorada. Exemplar (01) de
mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

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5.2.4. Também, na base do tronco foram visualizadas lesões necróticas


deprimidas (Figura 4 – Fotos A, B), fissuras (Figura 4 - Foto B) e uma
cavidade (Figura 05 – Fotos A, B – indicada pelas setas amarelas).

Tais ocorrências favorecem a incidência de agentes de doenças a exemplo


de fungos e o ataque de insetos xilófagos.

Ressalta-se que, geralmente, os danos na base do tronco são capazes de


acarretar uma debilidade do sistema radicial com possibilidade de
convergir para situações de risco de queda.

Figura 4 - Fotos A, B. Lesões necróticas deprimidas (Fotos


A, B) e fissuras (Foto B) na base do tronco do exemplar (01)
de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte:
M. Zélia em 18/05/2022).

Figura 5 - Fotos A, B. Cavidade (oco) na base do tronco do


exemplar (01) de mangueira situado no Condomínio Chácara
Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

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5.2.5. Presença no tronco de basidiomas, corpos de frutificação de fungos em


forma de leque, conhecidos, vulgarmente, por orelha de pau (Figura 6 -
Fotos A, B, C). Estes fungos (Basidiomicetos) costumam crescer em
troncos de árvores em estado avançado de deterioração.

Figura 6 - Fotos A, B, C. Basidiomas, corpos de frutificação de fungos em forma de leque


conhecidos por orelha de pau, no tronco do exemplar (01) de mangueira situado no
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

5.2.6. Galhos, na copa da mangueira, secos, apodrecidos sugerindo matéria em


decomposição (Figura 7 – Fotos A, B, C). Os ramos mais grossos apresentam
secamento até o ponto de interseção dos galhos com o tronco (Figura 7 – Fotos
A, B, C). Esses galhos possuem um grande potencial de ruptura, podendo, no
caso de queda, provocar acidentes. Em, algumas situações, são vistas folhas de
coloração parda e retorcidas (Figura 7 – Fotos C).

Figura 7 - Fotos A, B, C. Copa do exemplar (01) de mangueira com galhos secos apodrecidos
(Fotos A, B, C); ramos mais grossos apresentando secamento até o ponto de interseção dos
galhos com o tronco (Fotos A, B, C); folhas de coloração parda e retorcidas (Foto C).
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

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5.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (01) de mangueira considerando


a probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

Na avaliação de riscos foram considerados, sobretudo, os seguintes requisitos:

5.3.1. As ocorrências mencionadas na dimensão fitossanitária que dizem respeito


à incidência de agentes patogênicos, bem como, à presença de térmitas
(cupins) uma vez que contribuíram para a morte da mangueira.

5.3.2. Podas radicais agressivas que não permitiram a conclusão do processo de


compartimentalização do corte. Além disso, no local onde se deu o corte
ocorreu o crescimento de galhos epicórmicos (Figura 8 – Fotos A, B, C).

Deve-se considerar que as podas incorretas, excessivas ou drásticas,


podem repercutir sobre as raízes, prejudicando-as e, em consequência,
comprometendo a estabilidade das árvores sendo, até mesmo, capaz de
provocar declínio de indivíduos adultos. No caso do exemplar de
mangueira em questão, o risco de queda é maximizado, uma vez que o
tronco se mostra inclinado.

Figura 8 – Fotos A, B, C. Podas radicais, agressivas que não permitiram a conclusão


do processo de compartimentalização do corte, onde são visualizados o crescimento de
galhos epicórmicos no exemplar (01) de mangueira situado no Condomínio Chácara
Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

5.3.3. A inclinação do tronco (Figura 9 – Foto A), fato que maximiza o risco de
queda, além da área onde a mangueira está situada se apresentar bastante
limitada (Figura 9 - Foto B).

Nesse sentido, espaços de pequenas dimensões são inviáveis para a


perfeita ciclagem de nutrientes e infiltração da água. Comumente,

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contribuem para uma maior compactação do solo, podendo, também,


potencializar o risco de queda.

Figura 9 - Fotos A, B. Tronco do exemplar (01) de mangueira


que se mostra inclinado (Foto A); espaço onde a mangueira está
situada bastante limitado (Foto B). Condomínio Chácara Suíça
(Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

5.3.4. Sinais de aterramento do colo ou coleto (ponto de transição entre a raiz e


o caule), dificultando trocas gasosas e deixando as raízes em regiões de
solo compactado.

5.3.5. Evidentemente, todas as ocorrências mencionadas nesse documento


colocam a mangueira em questão, em uma condição de alto risco.

Convém, entretanto, registrar que a queda de árvores pode ser motivada


por diversos fatores, como chuvas fortes e longas, podas irregulares,
rajadas de vento, problemas estruturais e fitossanitários. No entanto, é
totalmente impossível predizer o momento de tal ocorrência.

5.3.6. No que diz respeito aos alvos a serem atingidos pela mangueira no caso
de tombamento

Nesse contexto, torna-se importante enfatizar que a árvore em questão está


situada em uma área onde ocorre uma constante movimentação de
pedestres, podendo, assim, circunstancialmente, atingi-los.

Também, devido à proximidade do indivíduo arbóreo de estruturas físicas


do condomínio os danos poderão repercutir sobre elas.

Deve-se considerar, ainda, que no caso de arremesso de galhos, os danos


poderão ir além do previsto.
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Torna-se importante esclarecer que o risco de queda está intimamente ligado ao


que será atingido, sendo agravado quando há possibilidade de atingir pessoas.

5.4. Recomendação

Levando-se em consideração os dados obtidos nas avaliações efetuadas que permitiram


constatar no exemplar (01) de mangueira, sérios problemas fitossanitários e de cunho
estrutural, com o consequente declínio e comprovada falta de vida (morte) e, visando,
sobretudo, um convívio com as situações de risco dentro de níveis de segurança,
recomenda-se dar cumprimento às seguintes ações:

5.4.1. Supressão do Exemplar (01) de mangueira localizado em uma área urbana, no


Condomínio Chácara Suíça, situado na Av. Santa Luzia, n. 379, no Horto
Florestal, em Salvador, BA.

5.4.2. Retirar do local todo o material oriundo da supressão do exemplar arbóreo de


mangueira, logo após o término da supressão para evitar possíveis
disseminações de cunho fitossanitário.

5.4.3. Desinfestar as ferramentas usadas na erradicação, com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, a fim de evitar possíveis
disseminações.

5.4.4. Sugere-se, após a supressão da mangueira, a remoção do toco ou tratamento


com selante, evitando o ataque de agentes apodrecedores e/ou insetos-praga.

5.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão do indivíduo arbóreo
no caso a mangueira, seja executada de acordo com a legislação pertinente ao
município de Salvador, estado da Bahia, que estabelece a necessidade de prévia
autorização pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo
(SEDUR) para tal procedimento.

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6. Avaliação do Exemplar (02) de Mangueira (Mangifera indica L.)

6.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização

O exemplar de mangueira recebeu a numeração 02 e está localizado em uma área urbana,


no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, BA, bem próximo à piscina (Figura 10).

Figura 10 - Foto A. Exemplar (02) de


mangueira (Mangifera indica) situado
no Condomínio Chácara Suíça, em
Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em
18/05/2022).

6.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

No tocante a essa dimensão foram considerados:

6.2.1. A presença dos fungos Chalara sp. (Ceratocystis fimbriata) e


Lasiodiplodia theobromae em fragmentos do tronco do exemplar (02) de
mangueira, patógenos em potencial de mangueira e de outras espécies
vegetais frutíferas e ornamentais.

6.2.2. A deterioração da madeira do tronco do exemplar (02) de mangueira que


apresenta os tecidos internos com uma coloração escura distinta da cor
clara dos tecidos sadios (Figura 11 – Fotos A, B). Tal ocorrência foi
visualizada, também, na base do tronco (Figura 12 – Foto A).

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6.2.3. Ainda, no tronco (Figura 13 – Fotos A, B) ocorrem orifícios de eclosão, de


respiração e eliminação de resíduos, além da serragem acumulada, inclusive na
base (Figura 12 – Fotos B, C), indicando a presença de insetos xilófagos. Ao
mesmo tempo, ocorreu próximo ao colo ou coleto (região de transição entre a
raiz e o caule) um sintoma de origem patológica em forma de intumescência
(Figura 12 – Foto C).

Cabe esclarecer que a base, quando apresenta danos de origem patológica


e/ou de outra natureza, fato que pode determinar uma debilidade radicial,
expõe o indivíduo arbóreo a uma situação de risco de queda, uma vez que
a base e as raízes são regiões de grande importância estrutural.

Figura 11 - Fotos A, B. Deterioração da madeira do tronco do exemplar


(02) de mangueira (Fotos A, B) apresentando tecidos internos com uma
coloração escura distinta da cor clara dos tecidos sadios. Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

Figura 12 - Fotos A, B, C. Base do tronco do exemplar (02) de mangueira com tecidos


internos escurecidos (Foto A); orifícios de eclosão, de respiração e eliminação de resíduos
(Fotos B, C); sintoma de intumescimento de origem patológica próximo ao colo ou coleto
(Foto C). Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).
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Figura 13 - Fotos A, B. Orifícios de eclosão, de respiração e eliminação


de resíduos de tecidos vegetais no tronco do exemplar (02) de mangueira,
indicando a presença de insetos. Condomínio Chácara suíça (Fonte: M.
Zélia em 18/05/2022).

6.2.4. Infestação do exemplar (02) de mangueira pela erva-de-passarinho


Struthanthus sp. (Figura 14), uma parasita que ocasiona a redução do vigor da
árvore devido retirar dela água e elementos minerais vitais para a sua
sobrevivência. No caso de uma grande infestação, a erva-de-passarinho,
também, pode levar a planta a um estágio de declínio acentuado
culminando, por vezes, com a morte prematura.

Figura 14 – Foto A. Infestação de


Struthanthus sp. (erva de-
passarinho) na copa do exemplar
(02) de mangueira. Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em
18/05/2022).

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6.2.5. Lesões necróticas deprimidas determinadas por podas tecnicamente


incorretas que não permitiram a conclusão do processo de
compartimentalização3 (Figura 15 – Foto A) e fraturas no sentido
longitudinal em segmento do tronco (Figura 15 – Foto B). Ainda, referente
a ações antrópicas, além das podas agressivas, foi constatada a fixação de
prego no tronco (Figura 15 – Foto B).

Tais fatos prejudicam as funções fisiológicas das árvores e, como


consequência, favorecem o desenvolvimento de organismos xilófagos
(insetos e fungos), acelerando os processos de decomposição.

Destaca-se que as podas quando realizadas sem a observância das técnicas


adequadas, além dos prejuízos acima descritos, descaracterizam a forma
natural da espécie, concorrendo para a desestabilização do indivíduo
arbóreo.

Figura 15 – Fotos A, B. Lesões necróticas deprimidas (Foto A); fratura no


sentido longitudinal em segmento do tronco e ferimento pela fixação de prego
(Foto B). Exemplar (02) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça
(Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

3
Compartimentalização: são alterações que ocorrem no interior das células da madeira do tronco
formando barreiras químicas e físicas, para recompor a estrutura danificada por insetos-praga ou
patógenos e estagnar a lesão, bem como, para impedir a ação de fungos apodrecedores.

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6.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (02) de mangueira considerando


a probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

Foram consideradas nessa dimensão

6.3.1. As ocorrências abordadas na dimensão fitossanitária, principalmente, em


relação às ações antrópicas como podas incorretas, cujos ferimentos
contribuíram para o desenvolvimento de fungos apodrecedores, propiciando
menor força estrutural e redução da estabilidade do indivíduo arbóreo.

6.3.2. A inclinação do tronco com a presença de galhos epicórmicos e angulados


(Figura 16 – Fotos A, B, C).

Em relação aos galhos epicórmicos, originados em consequência de podas


incorretas, possuem uma ligação deficiente com a sua base, apresentando,
bem como os galhos angulados, uma alta probabilidade de queda.

Figura 16 – Fotos A, B, C. Galhos epicórmicos originados em consequência de podas


incorretas (Fotos A, B) e galhos angulados com grande potencial de ruptura (Foto B – setas
amarelas). Exemplar (02) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M.
Zélia em 18/05/2022).

6.3.3. O local alterado por construções e/ou outras obras, além do espaço permeável
(área livre) inviável para a perfeita ciclagem de nutrientes e infiltração da
água, concorrendo para uma maior compactação do solo, podendo
maximizar o risco de queda, especialmente, devido ao fato de impedir o
crescimento adequado das raízes.

Na verdade, as raízes são essenciais para a estabilidade da árvore. Em


muitas situações as quedas das árvores estão associadas a danos na base e
nas raízes.

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Em geral, a presença de patógenos, apodrecimentos e uma estrutura


fragilizada são fatores por demais preocupantes, uma vez que apresentam
uma maior probabilidade para ocorrer a queda de uma árvore.

6.3.4. Quanto aos alvos a serem atingidos, em razão da localização do


exemplar (02) de mangueira, em uma área onde há movimentação de
pessoas, os danos podem, circunstancialmente, atingi-las, além de
incidirem, também, sobre estruturas físicas do Condomínio.

Deve-se considerar, ainda, que a mangueira em questão, devido à sua


proximidade de uma pista destinada à circulação de veículos e transeuntes,
no caso de ocorrer o tombamento total ou de partes, eventualmente, poderá
ocasionar danos materiais (ao atingir veículos) e, o que é mais grave,
ocasionar acidentes a pessoas.

Outrossim, na hipótese de haver arremesso de galhos por ocasião de um


possível tombamento, deve-se considerar, também, que os danos poderão
ir além do previsto.

6.4. Recomendação

Deve-se estar atento para o fato da árvore em questão apresentar problemas


fisiológicos, fitossanitários e defeitos estruturais, além de ter o risco maximizado
devido à sua localização em um ambiente onde há movimentação de pessoas.

Portanto, dada tal complexidade e visando, sobretudo, um convívio com as


situações de risco dentro de níveis de segurança, recomenda-se dar cumprimento às
seguintes ações:

6.4.1. Supressão do exemplar (2) de mangueira localizado em uma área urbana,


no Condomínio Chácara Suíça, na Av. Santa Luzia, 379, Horto Florestal,
em Salvador, BA

6.4.2. Retirar, logo após o término da supressão, todo o material do exemplar


arbóreo da mangueira, para evitar possíveis disseminações de cunho
fitossanitário.

6.4.3. Desinfestar as ferramentas utilizadas na erradicação, com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, antes de realizar operações
em outras árvores.

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6.4.4. Sugere-se, após a supressão da mangueira, a remoção dos tocos ou


tratamento com selante, evitando o ataque de agentes apodrecedores e/ou
insetos-praga.

6.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão do exemplar de


mangueira submetido à avaliação seja executada de acordo com a
legislação pertinente ao município de Salvador, estado da Bahia, que
estabelece a necessidade de prévia autorização pela Secretaria Municipal
de Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR) para tal procedimento.

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7. Avaliação do Exemplar (03) de Mangueira (Mangifera indica L.)

7.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em questão e sua localização

O exemplar de mangueira (Figura 17 – Foto A) avaliado recebeu a numeração 03


e está situado em uma área urbana, no interior do Condomínio Chácara Suíça, em
uma local ocupado por um parque infantil, bem próximo à casa da bomba e de
uma pista destinada à circulação de pedestres.

Figura 17 - Foto A. Exemplar (03) de


mangueira situado no Condomínio
Chácara Suíça, em Salvador, Bahia
(Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar de mangueira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

Nesse contexto foram constatados:

7.2.1. Em fragmentos do tronco os fungos Lasiodiplodia thaeobromae (sin.


Botryodiplodia thaeobromae) e Fusicoccum sp. Estes fungos são
patógenos de diversas espécies vegetais ocasionando podridões e cancros.

7.2.2. Em folhas (Figura 18 – Fotos A, B) foi detectado o fungo Colletotrichum


gloeosporioides, ocasionador da doença conhecida como antracnose.

A antracnose é acarretada por espécies do gênero Colletotrichum, sendo uma


das doenças mais comuns e importantes em diversas espécies vegetais.

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Figura 18 - Fotos A, B. Folhas do exemplar (03) de mangueira


infectadas pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.2.3. Galhos secos escurecidos na copa da mangueira, indicando matéria em


decomposição e problemas de cunho fitossanitário. A presença destes
galhos favorecem o desenvolvimento de fungos do complexo do
apodrecimento e o ataque de cupins (Figura 19 - Fotos A, B, C).

Figura 19 - Fotos A, B, C. Galhos secos escurecidos na copa do exemplar (03) de


mangueira, indicando matéria em decomposição e problemas fitossanitários.
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.2.4. Bifurcações dos segmentos do tronco com ligação estrutural fraca onde
são visualizadas lesões necróticas de grande extensão (que vai de um lado
ao outro) (Figura 20 – Fotos A, B) e que atingem também a base do tronco
(Figura 20 – Foto C), onde foi observada uma grande infestação de
formigas.

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A ocorrência de lesões em zonas de bifurcação afeta a estrutura arbórea


maximizando o risco de queda e, ao mesmo tempo, facilitando a ocorrência
de organismos da flora do complexo do apodrecimento (fungos e
bactérias).

Saliente-se ainda que os danos na base podem levar o indivíduo arbóreo a


uma debilidade do sistema radicial. Sabe-se que a base e as raízes são
órgãos, extremamente, importantes para o equilíbrio das árvores.

Figura 20 - Fotos A, B, C. Lesões necróticas nas bifurcações de segmentos do


tronco do exemplar (03) de mangueira (Fotos A, B) atingindo a base (Foto C).
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.2.5. Alteração do local onde o exemplar de mangueira vegeta (por ocasião da


construção do condomínio ou devido a outras obras) com indícios de
aterramento do colo ou coleto.

Esse aterramento, ocasionado pelo uso de práticas impróprias, dificulta trocas


gasosas e deixa as raízes em regiões de solo compactado, trazendo prejuízos
fisiológicos e quanto à saúde da árvore. Sabendo-se que a base e as raízes são
órgãos fundamentais para o equilíbrio das árvores, os problemas que lhes
afetam concorrem para caracteriza-las como árvores de risco.

7.2.6. Espaço permeável (área livre) limitado por uma estrutura de concreto
colocada ao redor da árvore (Figura 21 – Fotos A, B), aumentando a
compactação do solo e tornando, deste modo, inviável a ciclagem de
nutrientes e infiltração da água, além da adequada expansão das raízes o
que confere ao indivíduo arbóreo uma condição de árvore de risco. Além
disso, áreas exíguas, bastante limitadas, debilitam as árvores e ocasionam,
em consequência, problemas fisiológicos e quanto à saúde das árvores.
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Figura 21 - Fotos A, B. Espaço permeável limitado por uma estrutura de


concreto colocada ao redor do exemplar (03) de mangueira situado no
Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.2.7. Lesões por ações antrópicas devido a podas incorretas sem a completa
cicatrização do corte (Figura 22 – Fotos A, B) e perfurações no tronco com
pregos para sustentação de plantas de orquídeas (Figura 23 – Fotos A, B).
No que diz respeito às podas, favoreceram o crescimento de galhos epicórmicos
(Figura 24 – Fotos A, B, C) que com o passar do tempo podem adquirir
dimensões consideráveis e, por não fazerem parte do modelo arquitetônico da
espécie a que pertence o indivíduo arbóreo em questão e, ainda, por possuírem
uma ligação deficiente com sua base, estabelecem um fator de risco. Ao
mesmo tempo, acarretam lesões suscitando o desenvolvimento de fungos
do complexo do apodrecimento.

Figura 22 - Fotos A, B. Lesões oriundas de ações antrópicas por


podas incorretas. Exemplar (03) de mangueira situado no
Condomínio Chácara Suíça (M. Zélia em 18/05/2022).
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Figura 23 - Fotos A, B. Danos ocasionados por ações antrópicas, devido


perfurações no tronco com pregos para sustentação de plantas de orquídeas,
no exemplar (03) de mangueira. Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia
em 18/05/2022).

Figura 24 - Fotos A, B, C. Galhos epicórmicos na copa do exemplar (03) de mangueira.


Brotações novas se desenvolvem, abundantemente, abaixo do local do corte. Condomínio
Chácara Suíça (M. Zélia em 18/05/2022).

7.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (03) de mangueira considerando


a probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

7.3.1. Deve-se levar em consideração que o exemplar (03) de mangueira é um


indivíduo adulto, de porte elevado, com uma copa com ramos em conflito,
galhos secos e vários ramos epicórmicos provenientes de podas com cortes
incorretos e, o mais grave com bifurcação de segmentos do tronco apresentando
lesões necróticas que atingem a base, além da incidência de agentes
patogênicos, ocasionadores de podridões.

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7.3.2. Além dessas ocorrências a mangueira em questão apresenta indícios de


aterramento do colo ou coleto com prejuízos para as raízes.

7.3.3. Referente à dimensão da área que o exemplar (03) de mangueira ocupa, é


bastante limitada, dificultando a ciclagem de nutrientes e infiltração da
água e contribuindo, também, para uma maior compactação do solo.

7.3.4. Todos essas ocorrências colocaram a mangueira em questão, em uma condição


de alto risco, além da presença de galhos angulados, suscetíveis a rupturas,
projetados sobre a casa das bombas (Figura 25 – Foto A) e de sua localização
próxima a estruturas físicas do condomínio, em uma área ocupada por um
parque infantil e, por conseguinte, com movimentação de transeuntes.

Figura 25 - Foto A. Galhos


angulados projetados sobre a casa
das bombas. Exemplar (03) de
mangueira no Condomínio Chácara
Suíça (Fonte: M. Zélia em 18/05/2022).

7.3.5. Enfim, quanto aos alvos no caso de queda em virtude da localização da


mangueira em pauta, em um local onde há movimentação de pessoas,
circunstancialmente, poderão ser atingidas.

7.3.6. Além disso, devido ao local onde vegeta o exemplar (03) de mangueira,
em uma área que abriga um parque infantil e bem próximo a estruturas
físicas do condomínio, os danos poderão prejudica-los.

7.3.7. Por outro lado, admitindo-se a hipótese de haver arremesso de galhos, os


prejuízos ultrapassarão o previsto.
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7.4. Recomendação

Levando-se em consideração os dados obtidos nas avaliações efetuadas que


permitiram constatar no exemplar (03) de mangueira, sérios problemas
fitossanitários e de cunho estrutural e visando, mormente, um convívio com as
situações de risco dentro de níveis de segurança, recomenda-se dar cumprimento
às seguintes ações:

7.4.1. Supressão do exemplar (3) de mangueira localizado em uma área urbana,


no Condomínio Chácara Suíça, situado na Av. Santa Luzia, 379, no Horto
Florestal, em Salvador, BA.

7.4.2. Retirar, logo após o término da supressão, todo o material do exemplar


arbóreo da mangueira, para evitar possíveis disseminações de cunho
fitossanitário.

7.4.3. Desinfestar as ferramentas utilizadas na erradicação com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, antes de realizar operações
em outras árvores.

7.4.4. Sugere-se, após a supressão da mangueira, a remoção do toco ou


tratamento com selante, evitando o ataque de agentes apodrecedores e/ou
insetos-praga.

7.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão da árvore, no caso
do exemplar (03) de mangueira, seja executada de acordo com a legislação
pertinente ao município de Salvador, estado da Bahia, que estabelece a
necessidade de prévia autorização pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR) para tal procedimento.

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8. Avaliação do Exemplar (04) de cajazeira (Spondias mombin L.)

8.1. Numeração atribuída ao exemplar de cajazeira em questão e sua localização

O exemplar de cajazeira (Figura 26 – Foto A) avaliado recebeu a numeração 04 e


vegeta no interior do Condomínio Chácara Suíça, em uma área declivosa em
frente à Avenida Santa Luzia e bem próxima a uma pista destinada à circulação
de transeuntes.

Figura 26 – Foto A. Exemplar (04) de


cajazeira situado no Condomínio Chácara
Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M.
Zélia em 20/06/2022).

8.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (04) de cajazeira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

Nesse contexto foram observados:

8.2.1. Em fragmentos do tronco do exemplar (04) de cajazeira uma infecção


causada pelo fungo [Lasiodiplodia theobromae (Patouillard) Griffon &.
Maublanc] ocasionador da resinose.

A resinose é uma doença que se apresenta bastante agressiva em plantas


de cajazeiras e outras frutíferas como cajueiro (Anacardium occidentale
L.), ocasionando a seca e a morte da parte afetada e da planta como um
todo.

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Provavelmente, a presença desse fungo está condicionada ao fato da planta


ter sofrido estresses de cunho biológico pela presença de coleobrocas e de
ordem abiótica a exemplo de podas incorretas e carências nutricionais.

8.2.2. Lesões necróticas no tronco da cajazeira (Figura 27 – Fotos A, B, C) com


exsudações gomosas (Figura 28 – Fotos A, B), sintomas característicos da
resinose.

8.2.3. Foi constatada, também, no tronco, inclusive na base, a presença de


orifícios abertos por coleobrocas com a liberação de tecido vegetal (pó de
serra) (Figura 28 – Foto C).

Figura 27 – Fotos A, B, C. Lesões necróticas no tronco do exemplar (04) de cajazeira


(Spondias mombin) causada pela resinose; detalhes da área de tecidos sadios (mais claro)
e de tecidos doentes com uma coloração mais escura (Foto C). Condomínio Chácara
Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

Figura 28 – Fotos A, B. Exsudatos gomosos em áreas lesionadas no tronco do exemplar


(04) de cajazeira (Spondias mombin) (Fotos A, B); orifícios abertos por coleobrocas na
base do tronco com a liberação de tecido vegetal (pó de serra) (Foto C). Condomínio
Chácara Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

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8.2.4. Danos na base do tronco caracterizados por lesões necróticas deprimidas


de caráter patológico (Figura 29 – Fotos A, B, C). Tal fato favorece um
maior risco de queda do exemplar (04) de cajazeira. Portanto, os danos na
base do tronco devem ser evitados.

Figura 29 – Fotos A, B, C. Lesões necróticas deprimidas na base do tronco do exemplar


(04) de cajazeira (Spondias mombin) situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador,
Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

8.2.5. Galhos secos na copa escurecidos (Figura 30 – Fotos A, B, C) indicando a


existência de problemas fitossanitários com probabilidade de queda.
Alguns desses galhos apresentam uma angulação com potencial de ruptura
(Figura 30 – Foto C). Além disso, foram visualizados tocos (Figura 30 –
Foto A) que não conseguiram assumir a dominância apical devido ao
tamanho reduzido pelo corte indiscriminado de galhos.

Figura 30 – Fotos A, B, C. Galhos secos na copa escurecidos indicando problemas


fitossanitários (Fotos A, B, C); presença de tocos pelo corte indiscriminado do galho
(Fotos A, B); galhos angulados (Fotos B, C – setas amarelas). Exemplar (04) de
cajazeira situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

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8.2.6. Ações antrópicas resultantes da fixação de pregos no tronco da cajazeira


para sustentação de plantas de orquídea (Figura 31 – Foto A).

Esta ação provoca ferimentos que abrem porta de entrada para fungos do
complexo do apodrecimento, patógenos ou oportunistas, e insetos-praga.

Figura 31 – Foto A. Ação antrópica devido à


fixação de pregos para sustentação de uma planta
de orquídea no tronco do Exemplar (04) de
cajazeira. Condomínio Chácara Suíça, (Fonte:
M. Zélia em 09/06/2022).

8.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (04) de cajazeira considerando a


probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

Nesse contexto, deve-se levar em consideração algumas ocorrências, uma vez que
contribuem para existência de deficiências estruturais que conduzem o exemplar
de cajazeira a uma situação de risco de queda, dentre as quais:

8.3.1. A infecção da cajazeira pelo fungo Lasiodiplodia theobromae,


ocasionador da resinose, em um estágio avançado, apresentando cancros
dispostos no caule com exsudações gomosas formando grandes áreas
necrosadas, já mortas, e ramos secos na copa.

8.3.2. As lesões necróticas deprimidas no caule, inclusive na base, órgão


fundamental para o equilíbrio da árvore.

8.3.3. A presença de coleobrocas constatadas no estágio larval e de orifícios com


a liberação de tecido vegetal (pó de serra).

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8.3.4. O manejo inadequado com podas que contribuíram para a presença de


tocos escurecidos com indícios de apodrecimento.

8.3.5. O porte elevado do exemplar de cajazeira em questão, agravado pela sua


localização em uma área declivosa, em frente à Avenida Santa Luzia e bem
próximo a uma pista destinada à circulação de pessoas.

8.3.6. Com base, portanto, da localização do exemplar (04) de cajazeira, dentre


os alvos a serem atingidos estão, circunstancialmente, as pessoas que
transitam no local e estruturas do próprio Condomínio Chácara
Suíça.

8.3.7. Outrossim, no caso de arremesso de galhos e devido ao declive da área


onde o exemplar de cajazeira se encontra, durante a queda, pode haver
deslizamento, atingindo outros indivíduos que vegetam na área. Portanto,
os danos poderão ir além do previsto.

8.3.8. Cabe mencionar que o risco no caso de queda de uma árvore é maximizado
em relação ao que pode ser atingido, assumindo um maior grau de
importância quando existe a possibilidade de incidir sobre pessoas.

8.4. Recomendação

Levando-se em consideração os dados obtidos nas avaliações efetuadas que


permitiram constatar no exemplar (04) de cajazeira, sérios problemas
fitossanitários e de cunho estrutural e visando, principalmente, um convívio com
as situações de risco dentro de níveis de segurança, recomenda-se dar
cumprimento às seguintes ações:

8.4.1. Supressão do exemplar (04) de cajazeira localizado em uma área urbana,


no Condomínio Chácara Suíça, situado na Av. Santa Luzia, 379, no Horto
Florestal, em Salvador, BA.

8.4.2. Retirar, logo após o término da supressão, todo o material do exemplar


arbóreo da cajazeira, para evitar possíveis disseminações de cunho
fitossanitário.

8.4.3. Desinfestar as ferramentas utilizadas na erradicação com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, antes de realizar operações
em outras árvores, com o objetivo de evitar possíveis disseminações.

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8.4.4. Sugere-se, após a supressão da cajazeira, a remoção do toco ou tratamento


com selante, evitando o ataque de agentes apodrecedores e/ou de insetos-
praga que poderão atuar como disseminadores na área vegetada.

8.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão da árvore, no caso
do exemplar (04) de cajazeira, seja executada de acordo com a legislação
pertinente ao município de Salvador, estado da Bahia, que estabelece a
necessidade de prévia autorização pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR) para tal procedimento.

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9. Avaliação do Exemplar (05) de Mangueira (Mangifera indica L.)

9.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em foco e sua localização

O exemplar de mangueira (Figura 32 – Foto A) avaliado recebeu a numeração 05


e vegeta no interior do Condomínio Chácara Suíça, em uma área declivosa, diante
da Avenida Santa Luzia e bem próximo a uma pista destinada à circulação de
transeuntes, defronte da quadra de tênis.

Figura 32 – Foto A. Exemplar (05)


de mangueira situado no Condomínio
Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em
20/06/2022).

9.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (05) de mangueira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

9.2.1. Em fragmentos do tronco da mangueira em foco foram detectados os


fungos, ocasionadores de podridões, Lasiodiplodia theobromae (=
Botryodiplodia theobromae) e Fusicoccum sp., ambos da família
Botryosphaeriaceae. L. theobromae é o causador da doença conhecida
como morte descendente ou podridão seca da mangueira.

A incidência desses fungos pode estar ligada a fatores estressantes, tais como
podas incorretas, desbalanços hídrico e nutricional, principalmente de cálcio.

O fungo L. theobromae é disseminado pelo vento, insetos e instrumentos


de poda e penetra na planta por meio de aberturas naturais e,
principalmente, ferimentos.
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9.2.2. Madeira do tronco e de galhos aéreos deterioradas (Figura 33 – Fotos A,


B, C) com áreas onde foram visualizados pequenos orifícios (Figura 33 –
Fotos A, B), possivelmente abertos por coleobrocas, com a liberação de
tecido vegetal (pó de serra) (Figura 33 – Fotos A, B, C).

9.2.3. Lesões no tronco (Figura 33 – Foto C) e em galhos aéreos (Figura 34 –


Fotos A, B, C) devido a podas incorretas que não permitiram a completa
cicatrização do corte e por descascamentos na casca indicando fragilidade.

Danos ocasionados por podas incorretas favorecem a entrada de pragas e


doenças e podem provocar a queda de galhos ou até mesmo da árvore
inteira.

Figura 33 – Fotos A, B, C. Madeira do tronco deteriorada (Fotos A, B, C); orifícios no tronco


com a liberação de tecido vegetal (pó de serra) (Fotos A, B); cicatrizes abertas provenientes
de podas incorretas (Foto C). Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara
Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

Figura 34 – Fotos A, B, C. Galhos com cicatrizes provenientes de podas incorretas (Fotos


A, B, C). Exemplar (05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador,
Bahia (Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022).

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9.2.4. Outrossim, foram detectadas na base do tronco lesões e fissuras (Figura 35


Fotos A, B). Os danos na base podem levar a uma debilidade radicial.

Sabe-se que as lesões, em geral, favorecem a incidências de agentes de


doenças e de insetos-praga.

Figura 35 – Fotos A, B. Lesões e fissuras na base do tronco Exemplar


(05) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça, em Salvador,
Bahia (Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022).

9.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (05) de mangueira considerando


a probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

Deve-se considerar na dimensão de risco:

9.3.1. Todas as ocorrências mencionadas na dimensão fitossanitária uma vez


que foram detectados fungos e indícios do ataque de insetos-praga que
acarretaram a deterioração da madeira do tronco.

Dentre os agentes degradadores da madeira do tronco, os biológicos


apresentam uma maior importância, sendo os fungos e os insetos
broqueadores responsáveis pela maior proporção de danos acarretados à
madeira do tronco.

9.3.2. Copa com folhagem rala indicando que pode haver problemas no enraizamento
ou outros distúrbios que afetam a fisiologia e a saúde da árvore, além de
apresentar galhos com lesão na casca por descascamentos (Figura 36 – foto A)
indicando fragilidade e com angulação sujeitos a rupturas com posterior queda,
podendo ocasionar acidentes (Figura 36 – Foto A).
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Figura 36 – Foto A. Galho com lesão na casca por


descascamento e com angulação sujeito a ruptura.
Exemplar (05) de mangueira situado no
Condomínio Chácara Suíça, em Salvador, Bahia
(Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022).

9.3.3. As lesões e fissuras na base que se apresenta com o formato cilíndrico


indício de aterramento do colo ou coleto (zona de transição entre a raiz e
o tronco) (Figura 37 – Foto A), dificultando trocas gasosas e deixando as
raízes em regiões de solo compactado. Convém esclarecer que esse fato
caracteriza um problema de ordem estrutural com implicações para as
raízes.

Há de concordar que a base e as raízes são órgãos essenciais para a


estabilidade da árvore, portanto, as ocorrências acima mencionadas levam
a caracterizar o exemplar (05) de mangueira uma árvore de risco elevado.

9.3.4. Em relação aos alvos a serem alcançados resultantes de uma provável


queda da mangueira, devido à sua localização bem próxima a uma pista
(Figura 37 – Foto B) destinada à passagem de pessoas,
circunstancialmente, os danos poderão atingi-las.

Outrossim, estando o exemplar (05) de mangueira situado defronte à


quadra de tênis, tendo do lado oposto a Avenida Santa Luzia e
apresentando galhos projetados em direção ao muro que serve de limite
entre o Condomínio Chácara Suíça e o Condomínio Santa Luzia (Figura
37 – Foto B), os danos, circunstancialmente, poderão, no caso de
arremesso de galhos, ir além do previsto.

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Do mesmo modo, em razão do declive do local (Figura 37 – Fotos A, B)


onde o exemplar de mangueira em foco se encontra, durante a queda, pode
haver deslizamento, atingindo outros indivíduos que vegetam na área.

Torna-se, no entanto, pertinente lembrar que é impraticável prognosticar o


momento da queda de uma árvore.

Figura 37 – Fotos A, B. Local onde o exemplar (05) de mangueira


vegeta declivoso (Fotos A, B); base do tronco que se apresenta com um
formato cilíndrico, indicando haver indício de aterramento do colo
ou coleto (Foto A); pista destinada a passagem de pedestres próxima
à mangueira (Foto B); muro de divisa entre o Condomínio Chácara
Suíça e o Condomínio Santa Luzia (Foto B). Condomínio Chácara
Suíça, em Salvador, Bahia (Fonte: M. Zélia em 09 e 20/06/2022).

9.4. Recomendação
Levando-se em consideração os dados obtidos nas avaliações efetuadas que
permitiram constatar no exemplar (05) de mangueira, problemas de ordem
fitossanitária e de cunho estrutural e visando, principalmente, um convívio com
as situações de risco dentro de níveis de segurança, recomenda-se dar
cumprimento às seguintes ações:

9.4.1. Supressão do exemplar (05) de mangueira localizado em uma área urbana,


no Condomínio Chácara Suíça, situado na Av. Santa Luzia, 379, no Horto
Florestal, em Salvador, BA.

9.4.2. Retirar, logo após o término da supressão, todo o material do exemplar


arbóreo de mangueira, para evitar possíveis disseminações de cunho
fitossanitário.

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9.4.3. Desinfestar as ferramentas utilizadas na erradicação com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, antes de realizar operações
em outras árvores.

9.4.4. Sugere-se, após a supressão da mangueira, a remoção do toco ou


tratamento com selante, evitando o ataque de agentes apodrecedores e/ou
de insetos-praga que poderão atuar como disseminadores na área vegetada
do Condomínio.

9.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão da árvore, no caso
do exemplar (05) de mangueira, seja executada de acordo com a legislação
pertinente ao município de Salvador, estado da Bahia, que estabelece a
necessidade de prévia autorização pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR) para tal procedimento.

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10. Avaliação do Exemplar (06) de Mangueira (Mangifera indica L.)

10.1. Numeração atribuída ao exemplar de mangueira em foco e sua localização

O exemplar de mangueira (Figura 38 – Foto A) avaliado recebeu a numeração 06


e vegeta no interior do Condomínio Chácara Suíça em Salvador - BA, em uma
área onde há movimentação de pessoas, próxima ao canil.

Figura 38 – Foto A. Exemplar (06) de


mangueira no Condomínio Chácara
Suíça (Fonte: M. Zélia em 09/06/2022).

10.2. Avaliação quanto à dimensão fitossanitária do exemplar (06) de mangueira


considerando o ataque de pragas e de agentes de doenças, além de fatores que
expõem o vegetal a esta condição

Observou-se nessa dimensão:

10.2.1. Em fragmentos do tronco a presença do fungo Lasiodiplodia theobromae


causador da doença conhecida por morte descendente da mangueira ou
podridão seca.

A infecção tem início nas rachaduras do tronco e das bifurcações, podendo,


em um estágio avançado acarretar a morte da planta.

Vários fatores podem ter facultado a ocorrência desse fungo, dentre eles
um manejo inadequado a exemplo de podas sem tomar os devidos
cuidados com a assepsia das ferramentas, o que pode favorecer a
disseminação da doença na área vegetada.

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Ressalta-se que L. theobromae é considerado um patógeno extremamente


agressivo de mangueiras e de outras espécies vegetais frutíferas e ornamentais.

10.2.2. Lesão deprimida com liberação de exsudato gomoso (Figura 39 – Fotos A, B),
bem como, mediante cortes de fora para dentro, foi verificada, nos tecidos
abaixo da casca, uma coloração escura contrastando com a cor clara dos tecidos
sadios Figura 39 – Foto C), culminando com a morte do exemplar (06) de
mangueira. Tais sintomas são característicos da presença do fungo detectado.

Figura 39 – Fotos A, B, C. Lesão deprimida (cavidade) com liberação de exsudato gomoso


de coloração escura (Fotos A, B); tecidos abaixo da casca com uma coloração escura
contrastando com a cor clara dos tecidos sadios (Foto C). Exemplar (06) de mangueira
situado no Condomínio Chácara Suíça (Fonte: M. Zélia em 20/06/2022).

10.2.3. Galhos secos apodrecidos (Figura 40 – Fotos A, B) indicando matéria em


decomposição, propensos a quedas. Estes galhos são suscetíveis ao ataque de
cupins e ao desenvolvimento da flora do complexo do apodrecimento.

Figura 40 – Fotos A, B. Galhos secos apodrecidos (mortos) no


exemplar (06) de mangueira. Condomínio Chácara Suíça em
Salvador - BA (Fonte M. Zélia em 20/06/2022).
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10.2.4. Lesão na casca do tronco por descascamento (Figura 41 – Foto A indicada


pela seta amarela), além da presença de intumescências (Figura 41 – Fotos
B, C indicadas pelas setas amarelas) e uma cavidade, sintomas típicos de
caráter patológico (Figura 41 – Foto B indicada pela seta branca).

Tais sintomas, possivelmente, foram acarretados por podas com cortes


incorretos induzem a árvore a uma condição de fragilidade,
potencializando o risco de queda.

Figura 41 – Fotos A, B, C. Lesão na casca do tronco por descascamento (Foto A – seta


amarela); além da presença de intumescências (Fotos B, C – setas amarelas) e uma cavidade
(Foto B – seta branca). Exemplar (06) de mangueira situado no Condomínio Chácara Suíça
em Salvador - BA (Fonte M. Zélia em 09/06/2022).

10.3. Avaliação da dimensão de riscos do exemplar (04) de mangueira considerando


a probabilidade de um evento e suas consequências (alvos a serem atingidos)

Na avaliação de riscos foram considerados, sobretudo, os seguintes requisitos:

10.3.1. As ocorrências citadas na dimensão fitossanitária que dizem respeito à


incidência de agentes patogênicos ocasionadores de podridões, bem
como, a presença de insetos, contribuindo para a morte da mangueira.

10.3.2. Sinais de aterramento do colo ou coleto (ponto de transição entre a raiz e


o caule), o que constitui um fator de risco de queda (Figura 42 – Foto A).

A origem do aterramento do coleto é o recobrimento de parte do tronco,


seja por ocasião da construção ou reformas ou ainda durante práticas
culturais. Em situações como essa, a porção do coleto fica sujeita a
estresses, sobretudo, por temperaturas elevadas, que ocorrem na
superfície do solo em dias mais quentes, induzindo alterações fisiológicas

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na planta, uma vez que dificulta trocas gasosas e deixa as raízes em


regiões de solo compactado.

Nota-se, ainda, que a base do tronco apresenta uma formato cilíndrico (Figura
42 – Foto A), sendo este fato, um indício de aterramento, portanto, além das
modificações fisiológicas a planta sofre, também, alterações morfológicas.

Figura 42 – Foto A. Tronco do exemplar


(06) de mangueira mostrando a base com
um formato cilíndrico indício do
aterramento do colo. Condomínio
Chácara Suíça, em Salvador, Bahia
(Fonte: M. Zélia em 20/06/2022).

10.4. Recomendação

Levando-se em consideração os dados obtidos nas avaliações efetuadas que permitiram


constatar no exemplar (06) de mangueira, sérios problemas fitossanitários e de cunho
estrutural, com o consequente declínio e comprovada falta de vida (morte) e, visando,
sobretudo, um convívio com as situações de risco dentro de níveis de segurança,
recomenda-se dar cumprimento às seguintes ações:

10.4.1. Supressão do Exemplar (06) de mangueira localizado em uma área urbana, no


Condomínio Chácara Suíça, situado na Av. Santa Luzia, n. 379, no Horto
Florestal, em Salvador, BA.

10.4.2. Retirar do local todo o material oriundo da supressão do exemplar arbóreo de


mangueira, logo após o término da supressão para evitar possíveis
disseminações de cunho fitossanitário.
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10.4.3. Sugere-se, após a supressão da mangueira, a remoção do toco ou tratamento


com selante, evitando possíveis disseminações de agentes de doenças e insetos-
praga.

10.4.4. Desinfestar as ferramentas usadas na erradicação, com uma solução de


hipoclorito de sódio (Q’Boa), na proporção 1:3, a fim de evitar possíveis
disseminações.

10.4.5. Enfim, tomar os devidos cuidados para que a supressão do indivíduo arbóreo
no caso a mangueira, seja executada de acordo com a legislação pertinente ao
município de Salvador, estado da Bahia, que estabelece a necessidade de prévia
autorização pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo
(SEDUR) para tal procedimento.

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11. Considerações

O trabalho em questão constou da avaliação da copa, do tronco, da base, considerando os


problemas morfológicos, fitossanitários e fisiológicos, o porte das árvores e os riscos para
os alvos em caso de queda.

Vale ressaltar que os exemplares arbóreos avaliados apresentam uma multiplicidade de


problemas que devem ser respeitados, principalmente, por estarem localizados em áreas
de grande movimentação de pedestre e transeuntes.

Evidentemente, no tocante à localização de uma árvore urbana pública ou privada, afirma-


se que o risco determinado por um incidente por ela ocasionado é maximizado pelo que
poderá ser alcançado durante a queda, sendo o maior grau de risco atribuído quando existe
a possibilidade de atingir pessoas.

Um ponto, também, que merece atenção diz respeito às injúrias ocasionadas pelas podas
incorretas realizadas em galhos de grandes dimensões e de difícil cicatrização, o que
provocou a deterioração da madeira do tronco com áreas escurecidas, indicando
apodrecimento com o desprendimento fácil, muitas vezes, da casca do tronco.

Nas árvores das mangueiras submetidas a avaliações foram, em geral, detectados fungos
ocasionadores de apodrecimento, como Lasiodiplodia theobromae e Fusicoccum sp. da
família Botryosphaeriaceae.

Convém destacar que os fungos do complexo do apodrecimento, patógenos ou oportunistas,


atuam como agentes de quedas de árvores. No caso das mangueiras em questão, o problema é
agravado pela associação destes fungos com a presença de cupins xilófagos.

Outro ponto capaz de suscitar a queda de árvores são os problemas que foram visualizados
na base do tronco, uma vez que é capaz de acarretar uma debilidade do sistema radicial
podendo propiciar situações de maior risco de queda.

Essa avaliação é por demais importante, uma vez que a base do tronco e as raízes são
regiões fundamentais para a estabilidade da árvore.

Do mesmo modo, as lesões nas bifurcações do tronco ou na junção de galhos representam


uma das causas de acidentes nas árvores.

Partindo dessa afirmação, deve-se olhar, com bastante rigor, o exemplar (03) de
mangueira no qual foram visualizadas lesões necróticas na bifurcações dos segmentos do
tronco de grandes extensões (vão de um lado ao outro dos segmentos do tronco).
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Um fato que chama atenção é a ocorrência, em geral, de plantas epífitas 4 em indivíduos


arbóreos situados no condomínio, representadas por espécies da família Orchidaceae.

Igualmente, foram constatadas a presença de Microgramma vacciniifolia (Langsd. &


Fisch.) Copel, pertencente a uma espécie de samambaia (família Polypodiaceae),
conhecida como cipó-cabeludo e de Rhipsalis Gärtner (Cactaceae).

As epífitas são plantas que vivem sobre outras sem que ocorra parasitismo. Nessa
relação, a epífita utiliza o outro vegetal apenas como suporte (forófito 5), não retirando
nenhum nutriente.

Entretanto, a literatura científica menciona que apesar de não serem parasitas, as epífitas
podem ser nocivas às árvores-suporte em uma condição denominada epífitose, uma vez
que quando abundantes afetam a saúde das árvores-suporte, bem como, em alguns casos,
prejudicam os forófitos que as suportam, por exercer uma competição por luz e aumento
do peso nos galhos.

Enfim, diante do cenário apresentado, baseado nas avaliações realizadas, com multiplicidade
de ocorrências estruturais e fitossanitárias graves, as árvores em questão foram definidas como
árvores de risco elevado.

Salvador, 27 de junho de 2022

Maria Zélia Alencar de Oliveira


Enga. Agra. M. Sc. em Fitopatologia
CREA no 7.682

4
As epífitas desenvolvem todo seu ciclo de vida, ou pelo menos parte dele, sobre outras plantas,
utilizando somente como suporte seus hospedeiros, sem a retirada direta de nutrientes.
5
Forófito: árvore que serve de suporte para epífitas, sem parasitá-la, somente como fixação.

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