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A VOZ DO CORAÇÃO
A linda obra de direção de Christophe Barratier nos faz refletir aspectos psicológicos
dos quais a humanidade vive, a qual em diversas situações nos perguntamos como devemos
nos comportar e qual a atitude certa a ser tomada em casos como o apresentado, este longa
metragem traz indagações muitas vezes pertinentes e importantes sobre momentos vividos
pelos personagens, algumas certas e outras nem tão certas assim, e nos fazem pensar como
estes alunos vão realmente incorporar o verdadeiro sentido do qual a educação tanto procura
implementar, para assim poder lapidar suas vidas, um ser muito mais qualificado e digno de
sua existência.
A história conta parte da vida de Clément Mathieu, uma pessoa sem reconhecimento,
mas que tinha uma grande sensibilidade para ver o potencial do outros, desde o Corbin o qual
se tornou o suporte de partitura, mas que nem por isso se sentiu humilhado e sim útil, pois fazia
parte do grande coral, ao Pierre Morhange o qual era o solista do coral, tornando-se um grande
e renomado maestro. Lembrando que por causa desta habilidade, ao chegar ao triste orfanato
para o qual foi contratado como inspetor e professor, Mathieu percebe imediatamente os danos
causados pelas decisões arredias e detecta os talentos por trás das crianças sempre rotuladas
como "casos perdidos".
O inspetor lutava para conquistar a confiança dos meninos, que quando percebem seu
carinho e devoção, respondem com total cumplicidade. Mesmo diante da oposição do diretor
da unidade “Rachin”, o professor conseguiu estabelecer um coro que, pouco a pouco, melhorou
e eventualmente ficou conhecido em toda a França. Outros professores, inicialmente seguindo
apenas os métodos clássicos da organização, arcaicos e violentos dos quais notoriamente já
mostraram ao longo da história que não contribuíram em nada a vida educacional. Mathieu
ficou ainda mais surpreso ao perceber a complacência com que os funcionários tratavam o
diretor do internato, o que assustava os meninos. Ele decidiu ir contra o método e mostrar que
podia fazer diferente, criou um elo de amizade com seus alunos sem deixar de exigir o respeito
deles. No entanto, a disciplina permaneceu um dilema, e foi em um desses momentos únicos
que sabiamente montou um coral.
Claro que não devemos esquecer de Mondain, um garoto totalmente arredio e revoltado,
o qual só viveu dessabores na vida, o qual foi acusado de um crime muito mais pela sua maneira
de ser, do que por fatos comprobatórios e punido com a violência do diretor Rachin do qual só
comprometia ainda mais a índole de uma pessoa, transformando-o em um animal irracional
pronto a cometer atrocidades como o fogo no orfanato, felizmente tempos depois foi
comprovado a sua inocência, mas dentro da racionalidade devemos saber que a vida não tem
retorno para reparos.
Outros dois como Morhange e Pepinot foram alunos e viviam no internato "Fundo do
Poço", uma organização com meninos que tinham dificuldades. Instituição conhecida por este
nome pelo fato de ser realmente o fundo de um “inferno” em que os meninos eram tratados
com muita severidade, onde só havia duas regras, "Aja, reaja!" e nenhum carinho. Ou seja, ao
invés de “reformar” a decência, o orfanato só aumentava a revolta , transformando-os em
ingênuos garotos. O internato carecia de um sensível, indulgente e cúmplice dos meninos. Essa
pessoa é claramente Clarent Mathieu, o novo professor e inspetor da escola o qual era
mensageiro de uma esperança para suas sólidas vidas.
Um dos meninos “Pepinot”, garoto de cinco anos que fazia questão de todos os sábados
esperar seus pais chegarem para a visita, mesmo sabendo e não querendo acreditar que seus
genitores haviam morrido tragicamente, felizmente vê uma figura paterna em Mathieu, e
desesperado pede abrigo no coração do Inspetor o qual emocionado o leva embora daquele
“inferno”, e assim ensina que a verdadeira compreensão entre a razão e a emoção é exatamente
usar o equilíbrio tal qual uma balança o faz.
Anos depois, na velhice, Pepinot reencontra Morhange, que era o principal "artista" de
uma orquestra e um famoso maestro, para relembrar todos esses momentos da infância, dos
quais o professor estimulava discussões sobre os valores conflitantes, expressos ao longo da
história, sobre a importância do caráter moral do professor, que sempre procurava ver mais
das imagens e convenções apresentadas dos quais proporcionavam o equilíbrio entre a “razão
e a emoção”.
A partir destes parâmetros, devemos destacar que os docentes em sala de aula também
devem ter este tipo de conjectura, exemplo este é o poder da mídia e os conceitos do pós-
modernismo, seus efeitos na forma como interagimos com a realidade, bem como a lógica do
monetarismo subjacente a isso para a autodireção. Finalmente, é de extrema relevância que
devemos procurar fazer com que o aluno sinta realmente vontade de aprender e que a educação
seja algo a ser conquistado e valorizado pois com uma didática coerente e frutífera, o professor
deve estar sempre atento às mudanças sendo um propulsor deste avanço, lembrando que cada
aluno tem suas peculiaridades das quais devem ser especificamente analisadas e desenvolvidas,
devemos procurar mostrar fatos dos quais foram importantes para a construção destes
conceitos, evitando preconceitos e deixando de depender de pressupostos limitantes dos quais
já foram excluídos da vida educacional.
Com isto concluímos que a razão não é diferente da emoção e sim uma união a qual
procura conciliar o seu equilíbrio.