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Que, por Seu Testemunho Inflexível da Verdade,
Sofreu Muitas Perseguições e Foi Queimado Vivo por Assassinos Comunistas
na Noite de 12 de Outubro de 1934.
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“Desde esse tempo, Jesus começou a mostrar aos Seus discípulos que Lhe era necessário seguir para
Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, e ser morto e
ressuscitado no terceiro dia. E Pedro chamou-O à parte e começou a repreendê-Lo, dizendo: ‘Que Deus
tenha compaixão de Ti, Senhor; isso de modo algum Te acontecerá’. Mas Ele voltou-Se e disse a
Pedro: ‘Para trás de Mim, Satanás; tu és para mim um insulto, porque não cogitas das coisas de Deus,
e sim das dos homens’.” (Mt. 16:21-23)
Essa revelação do Senhor quanto aos sofrimentos que O aguardavam, atingiu os discípulos
como um trovão vindo de um céu limpo. Anteriormente Ele lhes dissera que o caminho d’Ele
também era o caminho deles: o servo não é maior que o seu mestre. “Quem não toma a sua cruz e
Me segue não é digno de Mim” (Mt. 10:38). E nas vidas dos verdadeiros discípulos de Cristo há um
tempo de paixão sofredora em que cada um deve entrar na sua própria Jerusalém, subir o seu
Gólgota e a sua fatídica cruz e tomar o fatídico cálice — até a morte.
Até os filhos deste mundo têm o seu próprio Gólgota. Imprevisto e sem ser convidado, o
sofrimento entra na casa. Você deve sofrer, goste disso ou não. O amargo “devo”. Esse “devo” é
amargo até para o discípulo fiel de Cristo. E a cruz do sofrimento amedronta até a ele. Em sua alma,
ele ouve a voz de Pedro: “tenha piedade de si, não deixe isso acontecer, proteja-se”.
E isso não surpreende, pois, afinal, o próprio Grande Sofredor orou: “Se possível, afasta de Mim
este cálice” (cf. Mt. 26:39; Mc. 14:36; Lc. 22:42). Esse “deve” é completamente necessário e somos
impotentes para nos colocarmos contra ele. “Desde esse tempo, Jesus começou a mostrar aos Seus
discípulos que Lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas…” (Mt. 16:21).
Se o caminho do Senhor leva a Jerusalém, se o Seu destino será decidido pelos escribas, pelos
fariseus, pelos anciãos, é natural que Ele deva sofrer e ser morto. Essa Jerusalém em direção à qual
Cristo dava Seus passos não é a Jerusalém Celestial, mas uma cidade terrena cheia do espírito deste
mundo, a qual se afastara do seu Deus, não reconhecendo, não compreendendo a visitação do
Senhor.
Essa é a mesma Jerusalém que, no altar do Senhor, matava os profetas e apedrejava os que
eram enviados a ela (cf. Mt. 23:37; Lc. 11:47-51). E o mundo, irmãos, até hoje permanece sobre
aquela mesma fundação. Talvez ele não tenha a mesma aparência exterior. Hoje em dia eles não
crucificam pessoas em cruzes como fizeram com Pedro, e as pessoas não são apedrejadas como
Estêvão. As pessoas tornaram-se indiferentes demais à fé para sofrerem por ela.
O nosso caminho é menos pedregoso e todo aquele que murmura da dureza e da maldade
deste mundo deveria saber que está longe de sofrer até o sangue. Não obstante, hoje como nunca
antes as palavras do Senhor contêm uma verdade sagrada:
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“Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, por não serem vós do mundo — ao
contrário, Eu vos escolhi do mundo para Mim —, o mundo, por isso, vos odeia” (Jo. 15:19).
O desejo natural do coração do homem é viver em paz com todos. Muitos corações jovens
escolhem seguir o caminho da confiança em si: “Quero me dar bem com todos; não posso me opor
a ninguém”. Mas até os que estão com as melhores intenções logo percebem que isso é impossível.
Até o mais manso cordeiro certamente encontrará no seu caminho um lobo feroz que diz: “Você é
um espinho na minha ilharga”.
Quem crê, deve confessar a sua fé. Quem deseja servir a Deus neste mundo deve agir de
acordo com a sua fé. Mas toda confissão suscita, inevitavelmente, oposição, e toda ação certamente
encontrará hostilidade. Ver que a sua persuasão e o seu esforço sinceros não são reconhecidos pelo
mundo; que as suas boas obras encontram oposição em toda parte; que onde ele planta só amor,
deve colher o mal — isso é, obviamente, muito doloroso para o seguidor de Cristo. E ele muitas vezes
está pronto para perguntar, junto com o Mestre: “Que mal foi feito contra ti? Ou como ofendi a
ti?” [1]
A verdade que você proclama e confessa e que o mundo não pode negar, ou a justiça
manifestada na sua vida que reprova o mundo silenciosamente, ou a paz do Senhor escrita no seu
rosto que o mundo não pode perdoar, ou a espiritualidade celestial do seu comportamento que
envergonha e acusa o estilo de vida terreno deles: é assim que você ofendeu o mundo. E o mundo
lhe perdoaria antes dez vícios e crimes que colocam você no nível das outras pessoas, do que uma
boa obra que o coloca acima delas.
Por que Caim assassinou Abel? Porque as ações de Caim eram más e as ações de Abel eram
boas e justas (cf. 1Jo. 3:12).
Por que os escribas e fariseus condenaram o Salvador? Porque Ele era a Luz e as trevas não
suportam a luz (cf. Jo 3:16-21).
Então, não fiquem espantados, queridos irmãos, se o mundo odeia vocês. Isso é esperado.
Isso não é nada incomum.
Não permita que as zombarias malignas e o ódio perverso dos que fazem o mal o desviem.
Siga pela estrada reta com o nome do Senhor pelo mundo, que jaz no mal, e pense consigo: “Eu
devo…” e o mundo não pode agir de outro modo. Ele não seria o mundo, se não preferisse as
mentiras dos erros à verdade; o egoísmo ao amor; a preguiça ao zelo por Deus; a vaidade mundana
à retidão. Não sou um discípulo de Cristo, nem Seu soldado, se o que faço é agradar a todos, se sigo
pelo caminho largo junto com a multidão em vez de me manter no caminho estreito onde há poucos
viajantes.
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Assim, avancemos no nome do Senhor tendo a consciência de que “Eu devo”.
Há um outro aspecto desse “Eu devo”. Quando o Filho do Homem disse aos discípulos que
devia ir para Jerusalém e lá sofrer muito e morrer, Ele tinha consciência de que isso era necessário
até para Ele.
Por ter sido obediente até a morte, e morte na cruz, Deus O exaltou e deu-Lhe um nome acima
de todo nome (Fp. 2:8-9).
Se o Pai Celestial desejou que até o Seu Filho unigênito bebesse do cálice do sofrimento,
devemos nós, pecadores que somos tão imperfeitos, evitar esse cálice do sofrimento, essa escola
do sofrimento, quando estamos tão distantes da perfeição e temos tanto a aprender para nos
tornarmos discípulos dignos do Grande Sofredor?
Alguns pensam: “Eu serviria ao meu Senhor com muito mais fervor e disposição se o caminho
da minha vida fosse mais fácil, se ele não estivesse tão coberto de pedras pontiagudas”. Ao dizer
isso, você mesmo obviamente não sabe quem e o que você é, o que lhe é benéfico e o que lhe é
prejudicial, do que você precisa e do que não precisa. É verdade quando dizem que o que o homem
menos tolera é o seu bem-estar. Dias de felicidade, dias de sucesso, quando tudo corre segundo a
própria vontade, quantas vezes esses dias teceram uma rede fatal que captura a alma? Que
dissolução cresce no coração do homem, como ferrugem na lâmina de uma espada de batalha que
não é usada, ou como um jardim que cresce demais se não for cuidado pela tesoura do jardineiro!
Diga-me, cristão, o que o protege da soberba, que tão facilmente penetra até nos mais fortes
corações, até nos corações dos discípulos de Cristo? Não é a cruz do sofrimento?
O que humilha as inclinações apaixonadas da carne, que tão rápida e facilmente se espalham
em tempos de bonança e prosperidade, como insetos num pântano num dia ensolarado?
O que o ensina a evitar essa sujeira? Não é o cajado dos infortúnios e das tristezas?
O que o levanta do sono da auto-confiança, embalado para dormir como somos tão
facilmente em tempos de felicidade? Ou, o que leva a uma rotina de preguiça mais do que os dias
serenos, despreocupados, de prosperidade?
O que o tirará do perigoso estado de insensibilidade? Não serão as tristezas? Não será a
enfermidade?
O que nos afasta dos nossos apegos mundanos, do amor ao mundo e a tudo o que está nele?
Não é a necessidade e os infortúnios?
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As provações não nos ensinam a levar a vida com mais seriedade? As tristezas não nos
ensinam a estarmos preparados para a morte?
Os arbustos espinhosos do coração não podem ser arrancados sem as podas do Jardineiro
Celestial e o bom fruto da verdade e da justiça não crescerá sem a chuva das lágrimas e tristezas.
Não há melhor lugar para a verdadeira obediência ser testada do que o cálice amargo das
dores, quando só é possível dizer:
“…não a minha vontade, mas a Tua seja feita, Pai” (cf. Mt. 26:39; Mc. 14:36; Lc. 22:42).
E a submissão à vontade de Deus nunca se manifesta tão claramente como nos dias e horas
de tempestade, quando, em meio às ondas ameaçadoras e assustadoras, o cristão se entrega
totalmente às mãos d’Aquele cuja própria mão contém essas ondas e tempestades.
Ou, quando o próprio Deus puni-lo e o chamá-lo para prestar contas, você perguntará “para
quê” e “por quê”? Ou, quando o Senhor enviá-lo para a escola da cruz, você dirá: “Não preciso dos
ensinamentos da escola da cruz”? Antes, você deve dizer: “Preciso disso; devo ir para essa escola da
cruz; devo sofrer com Cristo para ser ressuscitado com Ele” (cf. Rm. 6:3-8; 2Tm. 2:11-12). Quando o
Senhor me pune, devo pensar e me sentir como uma criança punida pela destra amorosa do Senhor,
como uma videira sob a tesoura de poda do jardineiro, como ferro sob o martelo do ferreiro, como
ouro no fogo purificante.
Se vocês, meus amigos, concordam com o que digo, aqui na casa de Deus, então apeguem-se
a esse princípio quando forem visitados pela aflição, e o seu se tornará o caminho da cruz. Essas são
verdades básicas que devem ser repetidas diante de cada leito de doença e para cada estudante
entrando na escola das tristezas. Pastores sabem disso. Quem pregou essas verdades mil vezes a
outras pessoas deve repeti-las para si mesmo em todas as situações. Tu, Senhor, ajuda-nos a
entender mais plenamente e a plantar profundamente dentro de nós essa lição do “Eu devo” divino.
Até os gregos antigos e outros povos se curvavam diante da vontade divina, diante da sagrada
obrigação, diante do destino imutável, da dependência do homem da Providência. A submissão da
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vontade própria diante desse “Eu devo” divino, o cumprimento exato dos decretos divinos — nos
sábios isso era chamado de sabedoria; nos heróis, era coragem; nos justos, santidade.
Com muito mais boa vontade nós, cristãos, devemos cumprir a nossa obrigação quando
sabemos que não estamos sendo guiados por uma fé cega, mas pela boa vontade do Pai, que levou
até mesmo Cristo ao Gólgota e à Cruz, mas, por meio do Gólgota e da Cruz, à gloriosa Ressurreição.
E, assim, devemos pôr a nossa fé e confiar n’Ele mesmo quando não conseguimos compreender o
sentido da direção. A humanidade teria sido privada de tamanha bondade, de tal glória e bem-
aventurança, se o Salvador tivesse escutado a voz de Pedro: “Defenda-se”.
Que cada alma se curve diante do “Eu devo” divino; porque a vontade de Deus é boa, perfeita,
conduz todos os homens à salvação.
E você, filho do pó e da corrupção, curve o seu pescoço debaixo da mão onipotente d’Ele,
diante da qual a sua força não é nada.
Confie na sabedoria divina, diante da qual a sua luz não é senão uma sombra escura.
Entregue-se à direção paternal d’Aquele que deseja não inimizade e tristezas, mas paz e bem-
aventurança para toda a humanidade.
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E, se você achar esse exemplo muito altivo, leia o que diz o santo Apóstolo Paulo:
“Três vezes fui açoitado com varas; uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite
e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de águas, em perigos de salteadores,
em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em
fadiga e angústia, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e
nudez” (2Co. 11:23-30).
Veja o que ele sofreu por Cristo, quantas vezes foi açoitado, apedrejado, preso, e compreenda
o quanto estamos longe dele.
Em toda parte, a cruz é o sinal do Cristianismo. Um cristão não pode estar sem a sua cruz.
Amém.
https://cristianismoortodoxo.wordpress.com/2021/09/11/a-cruz-e-o-sinal-do-
cristianismo-um-cristao-nao-pode-estar-sem-a-sua-cruz-sao-joao-de-riga/
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cristianismo-um-cristao-nao-pode-estar-sem-a-sua-cruz-sao-joao-de-riga/