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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO (UNIJORGE)

LARISSA LIMA GOMES SILVA

A FALTA DOS INSUMOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): UMA ANÁLISE


DA SUA LIGAÇÃO COM A MÁ GESTÃO DOS MESMOS

Salvador - Bahia
2022
RESUMO
O presente artigo visa analisar a falta de recursos médico-hospitalares nas
instituições do Sistema Único de Saúde e sua ligação com a má gestão deles.
Apresenta dados divulgados por órgãos competentes em relatórios. A coleta de
dados foi feita por meio de pesquisa bibliográfica quantitativa on-line. A análise dos
dados indicou a causa da falta dos insumos, sua ligação com a má gestão, e, os
prejuízos, além de sugerir uma solução a partir da utilização da Ciência de Dados.

Palavras-chave: Má gestão. Falta de insumos. Banco de Dados. SUS.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo mostra que a falta de recursos médicos e hospitalares no


SUS (Sistema Único de Saúde) está diretamente ligada à inadequada
administração, por parte do Ministério da Saúde e das instituições, dos insumos.
Será dissertado acerca da má gestão dos insumos, dos prejuízos decorrentes
e da falta de um banco de dados que seja de fácil uso, para assim, descomplicar a
administração dos insumos. Após, a utilização Ciência de Dados e BIG DATA
tornará possível encontrar uma solução pertinente.

2 DESENVOLVIMENTO

No cenário atual de crise na saúde pública brasileira, decorrente da pandemia


do Covid-19, a escassez de insumos hospitalares nas redes do SUS fica em
evidência. É perceptível que a falta de recursos médico-hospitalares é um sintoma
de um problema maior: as falhas na gestão dos insumos.
Segundo estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a falta de
medicamentos e outros insumos nos hospitais e UPAs do SUS está diretamente
ligada à má gestão, o relatório afirmou que os estoques centrais dos insumos
carecem “de sistemas e procedimentos adequados para controlar as solicitações, as
saídas e a distribuição de medicamentos”, além disso, foi destacado “que 53% das
unidades visitadas (62 de 116) afirmaram não possuir instrumentos de gestão de
medicamentos e insumos” (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2014, p. 103).
Ademais, o mesmo artigo afirmou que muitas instituições usam programas
paralelos, pois “relataram que os sistemas não atendiam às suas necessidades, o
que tornava necessário utilizar controles paralelos em planilhas de Excel”
(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2014, p. 103). Além disso, vale apontar a
existência dos seguintes bancos de dados, segundo o Ministério da Saúde (2021, p.
2): Hórus (sistema implementado em 2013 para gerenciamento de farmácia nos
hospitais), Web Service (implementado para substituir o Hórus e resolver os
problemas encontrados no programa anterior) e SOA Bnafar (o mais novo banco de
dados implementado para substituir o Web Service), criados pelo Ministério da
Saúde, com o objetivo de gerenciar os insumos. Entretanto, na prática, tais bancos
de dados são pouco utilizados, pois, conforme citado início do parágrafo não
atendem às necessidades das instituições do SUS.
Infelizmente a má gestão dos insumos gera diversos prejuízos
para o SUS e o país como um todo. O Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controladoria-geral da União relatou alguns danos, como, os prejuízos financeiros já
que “em 44% dos Estados ocorreu descarte de medicamentos devido à expiração do
prazo de validade ou das más condições de armazenagem”, e a maior dificuldade no
“planejamento de compras tanto pelas Secretarias Estaduais quanto pelo Ministério
da Saúde”. (MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA, FISCALIZAÇÃO E
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, 2017, p. 18).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessarte, foi possível observar a ligação entre a falta de insumos e a má


administração de tais recursos. Constatou-se, também, que o SUS carece de um
sistema prático e de fácil uso para auxiliar no controle dos insumos nacionalmente,
dessa forma, é necessário a criação de um programa de computador que unifique os
bancos de dados já existentes e torne possível o cadastro dos dados dos insumos
comprados, recebidos, encaminhados e utilizados pelas instituições. Também, é
importante a permissão do acesso ao programa para todos os brasileiros,
restringindo a edição dos dados aos funcionários do SUS e órgãos competentes.
Tal recurso tornará possível o gerenciamento (em âmbito nacional e estadual)
dos insumos, diminuindo drasticamente a perca e a falta de tais nas instituições do
Sistema Único de Saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RELATÓRIO Sistêmico de Fiscalização da Saúde. Tribunal de Contas da


União, Brasília. P. 103, 2014. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-
digital/relatorio-sistemico-de-fiscalizacao-saude.htm. Acesso em: 26 mar. 2022.

RELATÓRIO de avaliação da execução e programa de governo nº 71 – apoio


financeiro para aquisição e distribuição de medicamentos do Componente
Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Ministério da transparência,
fiscalização e Controladoria-geral da União, Brasília. N. 71, p. 18, abril 2017.
Disponível em: https://auditoria.cgu.gov.br/download/9691.pdf. Acesso em: 29 mar
2022.

SOA Bnafar. Ministério da Saúde - Coordenação Geral de Monitoramento das


Políticas Nacionais de Assistência Farmacêutica e Medicamentos, Brasília. P. 2,
2021. Disponível em: https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2021/11/4.-a-e-
bCGMPAF_CTI_25_11_2021.pdf. Acesso em: 29 mar 2022.

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