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A História do Livro

Dos primórdios ao ebook


O Livro através
do tempo
O livro passou por diferentes
etapas até chegar a seu modelo
atual. Desde os primeiros
exemplares em papiro, foi um
objeto imprescindível para o
desenvolvimento de diferentes
civilizações. O livro impresso
nasceu em meados do século XV.
O papiro e o livro antigo

Na Antiguidade já eram feitos livros, em


geral com folhas de papiro, material extraído
do talo de uma planta egípcia chamada
Cyperus popyrus. O papiro era flexível, mas
frágil, por isso, os livros tinham o formato de
um rolo, que era manuseado por meio de
hastes, uma em cada ponta. No século II a.C.,
a criação da biblioteca de Alexandria
(fundada por Ptolomeu II, na qual se
reuniram as obras mais importantes da
literatura grega), representou um grande
impulso na produção de livros desse tipo.
Durante o Império Romano, também houve
grande apreço pelas obras escritas: elas
eram itens de saque durante as guerras.
O papiro e o livro antigo

A partir do século II d.C., surgiu um novo


formato de livro: o códice. A diferença dele
para o rolo é que o códice era feito de
material mais durável, que permita escrever
de ambos os lados da folha, dobrá-la e
costura-la, formando cadernos. Esse
processo, chamado de encadernação, é
usado até hoje na produção de livros e só
foi possível na época com a evolução da
técnica do pergaminho, um suporte de
escrita feito de pele curtida de animais.
O pergaminho e o livro
medieval

• O códice manuscrito em
pergaminho foi a forma
preferencial de difusão do livro na
Idade Média. Era nos mosteiros
medievais que mais se produziam
esses livros, cujo objetivo era
recuperar e difundir a cultura
clássica. Eram chamados de
manuscritos porque, como na
Antiguidade, eram escritos à mão:
os livros eram copiados um a um
pelos monges e cada cópia
representava um exemplar único.
O pergaminho e o livro
medieval
• Os manuscritos foram, até o aparecimento da imprensa do século XV,
a principal forma de difusão textual no Ocidente. Destacavam-se pela
beleza de seus elementos ornamentais, como as iluminuras, que
ilustravam cada uma das folhas da obra.
• A partir do século XII, esses livros começaram a circular em âmbitos
laicos, como as universidades ou os círculos da nobreza, sendo os
exemplares copiados em ateliês de copistas especializados. O livro
converteu-se então em um objeto intelectual, com o qual se adquiria
prestígio e importância.
• O processo de fabricação de um manuscrito era caro, já que, além do
trabalho manual da cópia, era necessário fazer pergaminhos com pele
tratada de cabra ou cordeiro. A partir do século XIV, por conta da
influência árabe na Europa, o pergaminho começou a ser trocado pelo
papel.
O papel e a tinta
• A técnica de fabricação de papel foi propagada pelos árabes na Idade
Média, embora tenha sido inventada na China muito antes, por volta de
105 d.C. Seu uso não se generalizou na Europa até o século XIV. Era um
material barato e fácil de reciclar, mas menos resistente que o
pergaminho.
• No princípio era utilizado para documentos não duradouros e fabricado
com restos de tecidos, em especial os obtidos do cânhamo e do linho;
posteriormente, os tecidos foram substituídos pela lã. Esta era reduzida as
fibras que, após fermentadas e trituradas, eram misturadas com água e
sabão, o que dava como resultado a pasta de papel. Após alisar e secar a
pasta, conseguia-se uma folha de papel.
• Já a tinta era usada desde a Antiguidade. Sua elaboração baseava-se na
mistura de cobre, sulfato de ferro e borracha. Em algumas situações, para
que a tinta ficasse mais densa, adicionava-se vinho ou vinagre a essa
mistura.
O papel e o livro impresso
No século XV, com a disseminação do papel como suporte de
escrita e como resposta à crescente demanda de livros por
parte da sociedade, o alemão Johannes Gensfleisch, ou
Gutenberg, inventou a imprensa, ou impressão por tipos
móveis. Ela apresentou uma revolução na história do livro, pois
propiciou a reprodução rápida e barata de qualquer obra.
Os primeiros documentos impressos datam de 1437, mas o
livro impresso mais antigo que se conhece é a bíblia de
Gutenberg, do ano de 1455. Gutenberg manteve o formato
encadernado dos manuscritos medievais, criando assim o
códice impresso. Em poucos anos, essa prática se estendeu por
toda a Europa.
A Bíblia de Gutenberg (1455)
O papel e o
livro impresso
Os livros impressos entre esses primeiros anos da imprensa e o
ano de 1500 são chamados incunábulos, pois são anteriores à
mecanização que o processo de impressão experimentaria a
partir dessa época- portanto, ainda conservam a estética dos
manuscritos medievais.
A partir do século XVI, as características técnicas do livro foram
aperfeiçoadas e houve aumento em sua produção. Surgiram
medidas econômicas que favoreceram e ampliaram a impressão
e o comércio de livros.
Com a Revolução Industrial do século XVIII, ocorreram grandes
mudanças para a história do livro. Os processos mecanizaram-se
e o trabalho manual nas imprensas foi substituído por máquinas
que aumentaram o número de edições e as tiragens. No século
XX, surgiram recursos de impressão com tecnologia digital.
O ebook ou livro eletrônico
Os livros eletrônicos supõem um grande avanço na concepção
do livro como objeto. Um ebook ou livro eletrônico é uma
publicação digitalizada confeccionada para ser comercializada
preferencialmente via internet, podendo ser lida em qualquer
computador fixo ou portátil e até mesmo em um hardware
especial em forma de livro.
Seu tamanho, estrutura e desenho, portanto, devem ser
corretamente trabalhados para que a visualização, o tempo
para baixar e as possibilidades de utilização sejam eficientes e
simples. Os ebooks apresentam muitas vantagens, como o
acesso fácil em qualquer parte do mundo e a disponibilidade
de compra imediata a um preço mais baixo.
O ebook ou livro eletrônico
O ebook é lido em uma tela digital. Em geral, é necessário ter
um programa especial para baixar o livro e visualizá-lo. As
páginas aparecem na tela como em um livro impresso, e com
o mouse, ou o touch da tela pode-se passar uma a uma ou
saltar de uma à outra. O ebook permite inserir anotações e
colocar marcadores em passagens específicas para que se
possa encontrá-las com facilidade. Também é possível
sublinhar ou destacar o texto em várias cores.
Uma das marcas importantes para a leitura desses ebooks é
um Kindle, um aparece para leitura criado pela empresa
internacional da Amazon, onde muitos leitores ao redor do
mundo o utilizam.
Linha cronológica da história do Livro:
Suportes para a escrita
105 a.C. 2007
3000 a.C.
30000 a.C O papiro, O papel surgiu na China do Criação do
O osso, a pedra material obtido século I, mas só chegou ao Kindle, leitor de
e a madeira de uma planta
Ocidente na Idade Média, livros digitais da
foram os aquática, foi o
primeiros suporte pelas mãos dos árabes. Sua Amazon.
suportes escolhido pelos difusão facilitou a criação da
empregados antigos egípcios. imprensa no século XV, o que
para registrar Surge o livro em permitiu a reprodução rápida
marcas escritas. rolo. e barata do códice impresso.

5000 a.C. 300 a.C. 1981


A argila foi
empregada na O pergaminho era A tela começa a
Mesopotâmia obtido da pele de virar uma alternativa
como base para cordeiros, cabras e ao papel com a
a escrita outros animais criação do primeiro
cuneiforme. domésticos. Sua livro eletrônico. Os
evolução suportes digitais se
possibilitou o diversificam,
surgimento do podendo ser
códice portáteis.
(encadernado), no
século II d.C., ainda
em forma
manuscrita
Dicas de filmes, documentários e livros sobre
o livro através do tempo:
Filmes:
A Garota do Livro, 2015. Direção: Marya Cohn. Onde assistir: Amazon Prime.
A Livraria, 2017. Direção: Isabel Coixet. Onde assistir: Netflix.
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, 2018. Direção: Mike Newell. Onde assistir: Netflix.
Escritores da Liberdade, 2007. Direção: Richard LaGravenese. Onde assistir: Vizer.

Documentários:
A História do Livro, 2011. Onde assistir: YouTube (Parte 1 e 2).
Para gostar de ler, 2017. Direção: Eduardo Rajabally. Onde assistir: YouTube.

Livros:
A Europa de Gutenberg: o Livro e a Invenção da Modernidade, 2018, Frédéric Barbier. Editora: EDUSP.
A História do Livro, 1994, Otavio Roth e Ruth Rocha. Editora: Melhoramentos.
O Aparecimento do Livro, 2015, Lucien Febvre e Henri-Jean Martin. Editora: EDUSP.
O Mundo da Escrita: Como a literatura transformou a civilização, 2019, Martin Puchner. Editora: Companhia
das Letras.

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