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SENAI ITAGUAÍ

Fundamentos de Eletrotécnica
Matéria e Substância

Matéria é tudo que existe no universo, ou seja, é tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço.

A madeira, o vidro, a água são exemplos de matéria. No entanto, podemos perceber diferenças nessas
matérias:
- o vidro é transparente, a madeira não.
- a água não tem forma própria.
Uma porção limitada de matéria constitui um corpo. Os corpos são formados por tipos particulares de
matéria: as substâncias. Assim, a diferença entre o vidro, a madeira e a água ocorre porque cada tipo
particular de matéria é uma substância com características próprias.

Moléculas e Átomos

Molécula é a menor parte de uma substância. As moléculas são partes tão pequenas, que não podem
ser vistas mesmo com o auxílio dos microscópios.
Por exemplo: uma molécula de água é a menor quantidade de água que pode existir.
Ainda assim, cada molécula é constituída de átomos.
O que caracteriza uma molécula é o tipo de átomo que a constitui, a quantidade deles, e o modo como
são combinados para construí-la.

Prótons, Nêutrons e Elétrons

Durante muito tempo se acreditou que o átomo fosse a menor parte da matéria. Tanto assim que o seu
próprio nome (do grego a = sem e tomo = dividir) significa “o que não se pode dividir”.
Atualmente, sabe-se que o átomo se compõe de prótons, nêutrons e elétrons.
A estrutura do átomo consiste em um núcleo central, formado por dois tipos de partículas simples e
indivisíveis: os prótons e os nêutrons. Os prótons têm carga elétrica positiva, e os nêutrons não têm
carga.
Em volta desse núcleo gira um número variável de partículas de carga elétrica negativa – os elétrons
– que realizam milhões de rotações por segundo.
O núcleo positivo – prótons – atrai os elementos negativos, impedindo que eles saiam de suas
órbitas.

Equilíbrio de Cargas Elétricas

É importante saber que, em condições normais, o número de elétrons em torno de um núcleo é sempre
igual ao número de prótons desse núcleo, havendo, portanto, equilíbrio de cargas elétricas.
É possível, porém, retirar ou acrescentar elétrons aos átomos de um corpo. Quando isso acontece,
passa a existir uma diferença de cargas elétricas no átomo.
Dizemos, então, que o átomo está eletrizado ou ionizado.

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Equilíbrio de Cargas Elétricas

Quando um átomo perde ou recebe elétrons, transforma-se um íon. Se ficar com falta de elétrons, será
um íon positivo ou cátion. Se ficar com excesso de elétrons, será um íon negativo ou ânion.
Para esclarecimento, vejamos os seguintes exemplos:
• Um átomo de ferro tem 26 prótons e 26 elétrons. Se perder 3 elétrons, ficará com 26 prótons (carga
positiva) e 23 elétrons ( carga negativa) e será íon positivo ou cátion.
• Se o átomo de ferro receber 3 elétrons, ficará com 26 prótons (carga positiva) e 29 elétrons (carga
negativa) e será íon negativo ou ânion.
Há vários processos para desequilibrar as cargas elétricas dos átomos de um corpo, criando uma
diferença de potencial cuja tensão elétrica será tanto maior quanto maior for a diferença das cargas.

Tensão e Corrente Elétrica

Nos fios, existem partículas invisíveis chamadas elétrons livres, que estão em constante movimento de
forma desordenada.
Para que estes elétrons livres passem a se movimentar de forma ordenada, nos fios, é necessário haver
uma força que os empurre. A esta força é dado o nome de tensão elétrica (U).
Esse movimento ordenado dos elétrons livres nos fios, provocado pela ação da tensão, forma uma
corrente de elétrons. Essa corrente de elétrons livres é chamada de corrente elétrica (I).
Pode-se dizer então que:
Tensão: é a força que impulsiona os elétrons livre nos fios. Sua unidade de medida é o volt (V)eo
instrumento que mede a tensão elétrica é o voltímetro.
Corrente elétrica: é o movimento ordenado dos elétrons livres nos fios. Sua unidade de medida é o
ampère (A)e o instrumento que mede a corrente elétrica e oamperímetro. A fórmula de corrente elétrica
será:

Resistência e Condutância

Os materiais sempre oferecem certa oposição à passagem da corrente elétrica. Essa dificuldade que a
corrente elétrica encontra ao percorrer um material é a resistência elétrica, normalmente representada
pela letra R. Sua unidade é o ohm(Ω)
A facilidade que a corrente elétrica encontra, ao percorrer os materiais, é chamada de condutância.
Essa grandeza é representada pela letra G. Sua unidade é o siemens (S).
Todo material condutor de corrente elétrica apresenta certo grau de condutância e de resistência. Quanto
maior for a condutância do material, menor será sua resistência. Se o material oferecer resistência,
proporcionalmente apresentará pouca condutância.
A condutância é o inverso da resistência.
A condutância e a resistência elétrica se manifestam com maior ou menor intensidade nos diversos
tipos de materiais.
Por exemplo: no cobre, a condutância é maior que a resistência. Já no plástico, a resistência é muito
maior que a condutância.

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Vimos que a resistência elétrica é uma grandeza que tem por unidade de medida o ohm.

O instrumento utilizado para medir a resistência elétrica é o ohmímetro, e, no momento da medição, o


circuito tem que estar desenergizado.

Matematicamente, podemos afirmar que:

Multímetro

O multímetro é o instrumento de medida mais usado nas oficinas de Eletrônica e Eletricidade, pois,
como seu nome sugere, com um só instrumento é possível efetuar medidas de várias grandezas
elétricas. O multímetro também é conhecido pelo nome de multiteste. Ele possibilita medidas rápidas de
tensão, corrente, resistência e, eventualmente, de outras grandezas como indutância, capacitância,
temperatura, etc. Para a maioria dos trabalhos a serem realizados na localização de defeitos e avarias na
parte elétrica e eletrônica de um veículo é utilizado o multímetro. Pode-se dividi-los em dois tipos básicos,
o analógico e o digital. O tipo analógico é facilmente, possui um mostrador com várias escalas
graduadas, onde o deslocamento de um ponteiro permite a interpretação do valor da grandeza que é
medida (tensão, resistência e corrente).

Medição das Grandezas Elétricas com o Multímetro

Para se medir as voltagens, basta colocar as pontas de prova aplicadas em paralelo com aquilo que se
deseja medir a ponta de prova preta (-) no terminal negativo e a ponta de prova vermelha (+) no terminal
positivo. Na VAC não é necessária a seleção de ponta de prova.
Para medir resistência, é necessário colocar uma ponta de prova em cada extremo do que vai ser
medido.
Para a medida de corrente as pontas deverão ser aplicadas em série no circuito, de modo que o
instrumento fique como parte integrante do circuito, no ponto que se quer ler, depois, coloca uma ponta
de prova num extremo e a outra ponta de prova no outro extremo fechando o circuito (a ponta vermelha
deverá estar ligada ao ponto mais positivo, enquanto que a preta deverá ser ligada ao ponto mais
negativo).

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Múltiplos e Submúltiplos

Às vezes é necessário usar unidades maiores ou menores do que as do SI (Sistema Internacional de


Unidades).
Se a grandeza comprimento, onde a unidade no SI é o metro, tiver que ser expressa em unidades
maiores usamos os seus múltiplos (quilômetro, hectômetro, decâmetro, etc.) e para utilizar unidades
menores, usamos os submúltiplos (centímetro, decímetro, milímetro, etc.).
Observe a formação dos múltiplos e submúltiplos das unidades de medida mediante o emprego dos
prefixos SI.

Múltiplos Submúltiplos
NOTAÇÃO NOTAÇÃO
PREFIXO SÍMBOLO PREFIXO SÍMBOLO
CIENTÍFICA CIENTÍFICA
3 -3
Quilo K 10 mili m 10
6 -6
Mega M 10 micro µ 10
9 -9
Giga G 10 nano n 10
12 -12
Tera T 10 pico p 10
15 -15
Peta P 10 femto f 10
18 -18
Exa E 10 atto a 10
21 -21
Zetta Z 10 zepto z 10

1ª Lei de Ohm

A relação entre a tensão (E), a intensidade de corrente (I) e a resistência elétrica (R) foi determinada
por George Simon Ohm, cientista alemão. Em sua homenagem, esta relação foi denominada lei de Ohm,
e pode ser enunciada da seguinte forma:
“A intensidade da corrente elétrica em um condutor e diretamente proporcional a sua força eletromotriz e
inversamente proporcional a sua resistência elétrica”.
Essa lei corresponde à seguinte equação:

Dessa equação podemos deduzir que:

Para facilitar a interpretação dessas equações, utiliza-se o triângulo da Lei de Ohm:

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2ª Lei de Ohm

A resistência elétrica de um fio condutor é diretamente proporcional a seu comprimento e inversamente


proporcional à área de sua seção. Além disso, a resistência também depende do material que o constitui
e de sua temperatura.
Do exposto, podemos deduzir a seguinte equação:

Exercícios

1)Que condutância apresenta o filamento de uma válvula, cuja resistência é de 20Ω?

2) Qual a condutância de um aparelho elétrico que, ao ser ligado a uma fonte de 20V, permite a
passagem de uma corrente de 4A?

3) Um ferro elétrico esteve ligado durante meia hora, e um medidor colocado no circuito acusou uma
corrente de 5A. Qual a carga que passou pelo ferro?

4) Um resistor de 30Ω foi ligado a uma fonte de 150V. Qual a carga que o percorreu em 3h?

5) Uma lâmpada ligada a um gerador solicita uma corrente de 0,5A. Sabendo que esteve ligada durante
2h e que seu filamento tem uma resistência de 250Ω, calcular:
a) A tensão que lhe foi aplicada;
b) A carga que passou pelo seu filamento;
c) A condutância do filamento.

6) Uma torradeira elétrica é projetada para solicitar 6A, quando é aplicada uma tensão de 110V aos seus
terminais. Qual é o valor da corrente na torradeira, quando lhe são aplicados 120V? Determinar também
a condutância do elemento aquecedor da torradeira e a carga que o percorreu (com os 120V) em 2
minutos.

7) Um reostato de fio utiliza um fio de tungstênio com 2m de comprimento, enrolado sobre uma fôrma de
cerâmica. A Área da secção transversal do fio é de 0,2mm2. Qual é a máxima resistência desse reostato?
Dado: ρ=5,6x10 -8Ωm.

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Potência Mecânica

Potência mecânica: É o resultado da divisão do trabalho realizado, pelo tempo gasto para realizá-lo.
Matematicamente, temos:

A unidade de medida de potência mecânica é (joule/segundo (J/s)) ou (watt (W)), ambas unidades oficiais
de potência, adotadas pelo Sistema Internacional de Unidades.

Potência Elétrica

Potência é a capacidade de realizar um trabalho em um determinado tempo.


Potência elétrica é a energia produzida, ou seja, o trabalho elétrico realizado por unidade de tempo.
A potência elétrica é uma grandeza como a resistência elétrica, a tensão elétrica ou intensidade
elétrica, sendo representada pela letra “P”.
Sendo uma grandeza, a potência elétrica pode ser medida, sendo o watt, representado pela letra W, sua
unidade padrão de medida. É bom lembrar que 1W = 1 VA, ou seja 1 watt equivale a 1 volt/ampère.
A potência elétrica é o resultado do produto da tensão pela intensidade de corrente, ou seja:

P = E.I

Outras Unidades de Energia, Trabalho e Potência Elétrica

Trabalho e Energia:
Watt-hora (Wh) e o joule (J)

Potência:
Horsepower (HP) = 746W;
Cavalo-Vapor (cv) = 736W.

Rendimento ou Eficiência (η)

Em nosso dia a dia é muito comum falarmos em rendimento, seja na escola, no trabalho ou até mesmo
quando queremos saber quantos quilômetros um automóvel faz com um litro de combustível. No estudo
de Física, a noção de rendimento está ligada à energia e potência.
Todas as vezes que uma máquina realiza um trabalho, parte de sua energia total é dissipada, seja por
motivos de falha ou até mesmo devido ao atrito. Lembrando que essa energia dissipada não é perdida,
ela é transformada em outros tipos de energia (Lei de Lavoisier). Assim sendo, considera-se a seguinte
relação para calcular o rendimento:

A potência total é a soma das potências útil e dissipada.

Pt = Pu + Pd
Por se tratar de um quociente de grandezas de mesma unidade, rendimento é uma grandeza
adimensional, ou seja, ele não possui unidade. Rendimento é expresso em porcentagem e ele é sempre
menor que um e maior que zero 0< η<1.

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Exercícios

1) Um gerador elétrico exige uma potência de 5HP para o seu funcionamento e pode fornecer energia
elétrica até 3.200W. Qual o seu rendimento?

2) Um condutor ligado a uma fonte de 50V é percorrido por uma corrente de 2A. Calcule:
a) A carga que o percorre em 3h;
b) A energia consumida no mesmo tempo;
c) A sua condutância.

3) Um fogão elétrico solicita 6A, quando é ligado a uma fonte de 120V. Qual a despesa com o seu
funcionamento durante 5h, se a concessionária cobra R$ 0,54 por KWh?

4) Um aparelho elétrico solicita 5A de uma fonte de 100V. Calcular:


a) Sua resistência elétrica;
b) A potência elétrica do aparelho;
c) A energia em joule e em KWh em um tempo de 2h;
d) O trabalho elétrico realizado no aparelho após 3h de funcionamento contínuo.

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Associação de Resistores

Os resistores podem ser associados de diversos modos. Basicamente existem dois modos distintos de
associá - los :
em série e paralelo. Um outro método que podemos citar, seria a associação mista de resistores, que
nada mais é do que a associação de resistores em série e paralelo.
Em qualquer uma dessas associações deveremos encontrar o resistor equivalente, ou seja, o resistor
que faria o mesmo efeito do conjunto.

Exemplos de Associação de Resistores

Associação de Resistores em Série

Muitas vezes, nos circuitos elétricos, aparecem resistências ligadas uma em seguida à outra. Quando
isto acontece, dizemos que as resistências estão associadas em série .

Req ou Rt = R1+R2+R3+...Rn

Req = Resistor Equivalente;

Rt = Resistência Total

Característica da Associação em Série

• o resistor equivalente é a soma de todos os resistores do circuito;

Req ou Rt = R1+R2+R3...Rn

• todo o circuito é percorrido pela mesma corrente;

It=I1=I2=I3=...In

• as potências dissipadas pelas resistências são diretamente proporcionais às respectivas resistências (


Lei de Joule P = I2 x R );

• a tensão elétrica ou d.d.p. em cada resistor de uma associação em série são diretametne proporcionais
às respectivas resistências.
Et=E1+E2+E3...En

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Associação de Resistores em Paralelo

Os resistores estão associados em paralelo, quando são ligados de modo a ficarem submetidos à
mesma d.d.p.. Na associação em paralelo a resistência equivalente da associação é igual à soma dos
inversos das resistências associadas.

Casos Especiais da Associação de Resistores em Paralelo

No caso de termos dois resistores associados em paralelo, teremos :

No caso de termos vários resistores de mesmos valores, teremos:

Característica da Associação em Paralelo

• todas as resistências recebem a mesma d.d.p. ( tensão elétrica );

Et=E1=E2=E3=...En

• a corrente elétrica total do circuito é igual a soma das correntes que percorrem cada resistência;

It=I1+I2+I3+...In

• a corrente elétrica que percorre cada resistor éinversamente proporcional às respectivas resistências;

• as potências dissipadas são inversamenteproporcionais às respectivas resistências.

Associação Mista de Resistores

A associação mista de resistores é uma combinação das duas associações anteriores : associação em
série e associação em paralelo.
Qualquer associação mista pode ser substituída por um resistor equivalente, que se obtém considerando
- se que cada associação parcial ( série ou paralelo ) equivale a apenas umresistor, reduzindo aos
poucos a associação, até queencontremos um valor que será a resistência equivalente.

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Exercícios

1) Dois resistores de resistência R1 = 5 Ω e R2 = 10 Ω são associados em série fazendo parte de um


circuito elétrico. A tensão U1 medida nos terminais de R1 é igual a 100V. Nessas condições, determine a
corrente que passa por R2 e a tensão em seus terminais.

2) A diferença de potencial entre os extremos de uma associação em série de dois resistores de


resistências 10Ω e 100 Ω é 220V. Qual é a diferença de potencial entre os extremos do resistor de 10 Ω?

3) A figura mostra dois resistores num trecho de um circuito. Sabendo que i = 2A e que U vale 100V
calcule a resistência R e a Resistência total do circuito.

4) Calcule a resistência equivalente e a corrente elétrica no resistor de 6Ω do circuito a seguir:


OBS.: V=110V

5) Considere a associação de resistores em paralelo da figura a seguir:

Determine:
a) A resistência equivalente do circuito;
b) A ddp em cada resistor;
c) A corrente elétrica em cada resistor;
d) A corrente elétrica total.

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6) Calcule a Resistência equivalente do circuito abaixo:

7) Entre os pontos A e B do circuito abaixo é aplicada uma ddp de 60V.

a) Determine a intensidade de corrente no resistor de 10 Ω.

b) Qual é a ddp entre os extremos do resistor de 6 Ω?

Leis de Kirchhoff

As Leis de Kirchhoff são empregadas em circuitos elétricos mais complexos, como por exemplo
circuitos com mais de uma fonte de resistores estando em série ou em paralelo. Para estuda-las vamos
definir o que são Nós e Malhas:

Nó: é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.


Malha: é qualquer caminho condutor fechado.

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1ª Lei de Kirchhoff (Lei dos Nós)

Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam(aquelas cujas apontam para fora do nó) é igual a
soma das correntes que chegam até ele. A Lei é uma consequência da conservação da carga total
existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.

2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas)

A soma algébrica das forças eletromotrizes (f.e.m) em qualquer malha é igual a soma algébrica das
quedas de potencial ou dos produtos iR contidos na malha.

Exemplo de Aplicação da Lei de Kirchhoff

A figura 1 mostra um circuito cujos elementos têm os seguintes valores:


E1=2,1V, E2=6,3V, R1=1,7Ώ, R2=3,5 Ώ. Encontre as correntes nos três ramos do circuito.

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Fator de Potência

Fator de Potência e a relação da potência ativa com a potência aparente. O Fator de Potênciaé
representado pelo cos φ (FP).

A potência ativa é a capacidade do circuito de produzir trabalho em um determinado período de


tempo. Devido aos elementos reativos da carga, a potência aparente, que é o produto da tensão pela
corrente do circuito, será igual ou maior do que a potência ativa.

A potência reativa é a medida da energia armazenada que é devolvida para a fonte durante cada ciclo
de corrente alternada. É a energia que é utilizada para produzir os campos elétrico e magnético
necessários para o funcionamento de certos tipos de cargas como, por exemplo, retificadores industriais
e motores elétricos.[1]

O fluxo de potência em circuitos de corrente alternada tem três componentes: potência ativa (P),
medida em watts (W); potência aparente (S ou N), medida em volt-ampères (VA); e potência reativa (Q),
medida em var (volt-ampere reativo), este grafado sempre em letras minúsculas. O fator de potência
pode ser expresso como:

Triângulo das Potências

No caso de formas de onda perfeitamente senoidais, P, Q e S podem ser representados por vetores
que formam um triângulo retângulo, também conhecido como triângulo de potências, sendo que:

O triângulo retângulo que representa é a relação entre as potências aparente (S), ativa (P) e reativa (Q).

Se φ é o ângulo de fase entre as de ondas de corrente e tensão, e sabendo que a potência activa não
pode ser negativa (elementos resistivos não fornecem energia), então o cos φ ≥ 0, consequentemente: -
π/2 ≤ φ ≤ π/2, então o fator de potência é igual a cos ϕ, e:

Por definição, o fator de potência é um número adimensional entre 0 e 1. Quando o fator de potência é
igual a zero (0), o fluxo de energia é inteiramente reativo, e a energia armazenada é devolvida totalmente
à fonte em cada ciclo. Quando o fator de potência é 1, toda a energia fornecida pela fonte é consumida
pela carga. Normalmente o fator de potência é assinalado como atrasado ou adiantado para identificar o
sinal do ângulo de fase entre as ondas de corrente e tensão elétricas que são geradas.

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Tipos de Cargas

O fator de potência é determinado pelo tipo de carga ligada ao sistema elétrico, que pode ser:
• Resistiva
• Indutiva
• Capacitiva

Onda de corrente (I) atrasada em relação à onda de tensão (V). A carga possui característica indutiva.

Onda de corrente (I) adiantada em relação à onda de tensão (V). A carga possui característica capacitiva.

Correção do Fator de Potência

Frequentemente é possível corrigir o fator de potência para um valor próximo ao unitário. Essa prática é
conhecida como correção do fator de potência e é conseguida mediante o acoplamento de bancos de
indutores ou capacitores, com uma potência reativa Q contrário ao da carga, tentando ao máximo anular
essa componente. Por exemplo, o efeito indutivo de motores pode ser anulado com a conexão em
paralelo de um capacitor (ou banco) junto ao equipamento.

As perdas de energia aumentam com o aumento da corrente elétrica transmitida. Quando a carga tem
fator de potência menor do que 1, mais corrente é requerida para suprir a mesma quantidade de potência
útil. As concessionárias de energia estabelecem que os consumidores, especialmente os que possuem
cargas maiores, mantenham os fatores de potência de suas instalações elétricas dentro de um limite
mínimo,hoje 0,92 estuda-se aumentar para 0,96 caso contrário serão penalizados com cobranças
adicionais. Engenheiros frequentemente analisam o fator de potência de uma carga como um dos
indicadores que afetam a eficiência da transmissão e geração de energia elétrica.

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Legislação para o Fator de Potência

No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL estabelece que o fator de potência nas
unidades consumidoras deve ser superior a 0,92 capacitivo durante 6 horas da madrugada e 0,92
indutivo durante as outras 18 horas do dia. Esse limite é determinado pelo Artigo nº 95 da Resolução
ANEEL nº414 de 09 de setembro de 2010, e quem descumpre está sujeito a uma espécie de multa que
leva em conta o fator de potência medido e a energia consumida ao longo de um mês.

A mesma resolução estabelece que a exigência de medição do fator de potência pelas concessionárias
é obrigatória para unidades consumidoras do Grupo A (supridas com mais de 2300 V) e facultativa para
unidades consumidoras do Grupo B (abaixo de 2300 V, como prédios comerciais, estruturas comerciais,
residências em geral, entre outros). A cobrança para o Grupo B, na prática, raramente ocorre, pois
demandaria a instalação de medidores de energia reativa em cada uma das unidades consumidoras, o
que ainda não compensa financeiramente.

No Brasil, ainda não existe legislação para regulamentar os limites das distorções harmônicas nas
instalações elétricas.

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