CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

KAREN MYLENA FERNANDES ARAUJO

RESISTIR: ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM

CENTRO DE APOIO AO IDOSO COM DOENÇA
REUMÁTICA EM MACEIÓ-AL

MACEIÓ- AL
2020/1
 KAREN MYLENA FERNANDES ARAUJO

RESISTIR: ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM

CENTRO DE APOIO AO IDOSO COM DOENÇA
REUMÁTICA EM MACEIÓ-AL

Projeto de Conclusão de Curso apresentado

como requisito final, para conclusão do curso de
Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário
Cesmac, sob a orientação da professora M. ª
Selma Bandeira e coorientação da professora
Lara Melo

MACEIÓ- AL
2020/1
 KAREN MYLENA FERNANDES ARAUJO

RESISTIR: ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM

CENTRO DE APOIO AO IDOSO COM DOENÇA
REUMÁTICA EM MACEIÓ-AL

Projeto de Conclusão de Curso apresentado

como requisito final, para conclusão do curso de
Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário
Cesmac, sob a orientação da professora M. ª
Selma Bandeira e coorientação da professora
Lara Melo

APROVADO EM:_____/_____/_____

Prof. Selma Patrícia Bandeira Mendes Costa

Orientadora – CESMAC

Prof. Lara Melo

Avaliadora Interna – CESMAC

x
Avaliadora Externa – Sofia Christopoulos
 AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, que sempre me deu forças para superar

todas dificuldades e muita coragem para superar meus desafios.
Aos meus pais Izete Fernandes e Kaliston Araújo, que sempre me
incentivaram, me apoiaram e sempre estiveram ao meu lado dando muito amor.
Vocês foram e são a minha base, sem vocês esse sonho não estaria se
realizando.
A minha orientadora Selma Bandeira que sempre me deu apoio e por
todos ensinamentos que me fizeram chegar até aqui. Gratidão a todos os
professores da universidade CESMAC, sem eles seria impossível chegar até
aqui.
Ao meu noivo Vinicius Azevedo que sempre esteve ao meu lado durante
meu percurso acadêmico. Agradeço pelos dias que me levou a faculdade / me
buscou tarde da noite mesmo não sendo caminho, sem o seu apoio não seria
igual.
As minhas amigas de curso que eu levarei para a vida Júlia Almeida, Maria
Eduarda Castro e Yasmim Brandão, vocês tornaram o curso e os trabalhos mais
leves, amo vocês!
As minhas irmãs de coração: Ariana Aniele, Gyovanna Teixeira, Isnnara
Ribeiro, Laura Leal e Yasmin Araújo, que sempre estiveram ao meu lado e
acompanharam toda minha trajetória desde o colégio até aqui. Vocês tornam
meus dias bem mais felizes, obrigada pela amizade de cada uma, amo vocês!
 RESUMO

A doença reumática no Brasil é algo que cresce com o passar dos tempos e
acomete em sua maioria os idosos, na cidade de Maceió poucos são os centros
que tratam dessa doença de forma gratuita, desta forma, o presente trabalho tem
como objetivo geral elaborar um centro de apoio ao idoso com doença reumática
na cidade de Maceió-AL, com intuito de favorecer os idosos ofertando
tratamentos necessários e apoio físico e mental. A metodologia desta pesquisa
envolveu quatro etapas: a primeira etapa foi o estudo de correlatos que foram
comparados ao método de backer, a segunda etapa foi a análise dos
condicionantes projetuais, a terceira etapa foi o desenvolvimento da metodologia
do projeto arquitetônico e a quarta etapa foi o desenvolvimento do anteprojeto
do centro de apoio ao idoso com doença reumática. O nome do projeto é
RESISTIR que está atrelado ao conceito que é: POR DO SOL, que tem como
significado a renovação da vida através do restabelecimento dos movimentos
perdidos pelos idosos e ultrapassar os obstáculos para vencer a doença, as
dores, o tempo de tratamento e proporcionar aos mesmos a melhoria na
qualidade de vida. O resultado esperado com esse trabalho é contribuir para
futuros projetos de centros de apoio a pacientes com enfermidade reumática.

Palavra-Chave: Centro de Apoio ao Idoso; Doença Reumática; Projeto

Arquitetônico.
 ABSTRACT

Rheumatic disease in Brazil is something that grows over time and affects mostly
the elderly, in the city of Maceió few are the centers that treat this disease free of
charge, thus, the present work has as general objective to elaborate a support
center for the elderly with rheumatic disease in the city of Maceió-AL, in order to
favor the elderly by offering necessary treatments and physical and mental
support. The methodology of this research involved four stages: the first stage
was the study of correlates that were compared to the backer method, the second
stage was the analysis of the design constraints, the third stage was the
development of the architectural design methodology and the fourth stage was
the development of the preliminary design of the support center for the elderly
with rheumatic disease. The project's name is RESISTIR and the concept is: POR
DO SOL, which means the renewal of life by restoring the movements lost by the
elderly and overcoming obstacles to overcome the disease, pain, treatment time
and provide improvement in quality of life. The expected result of this work is to
contribute to future projects of support centers for patients with rheumatic
disease.

Keyword: Keyword: Elderly Support Center; Rheumatic Disease; Architectural

Project.
“Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito
debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de
morrer; tempo de plantar, e tempo de
arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar;
tempo de derrubar, e tempo de
edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir;
tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo
de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e
tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder;
tempo de guardar, e tempo de lançar
fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser;
tempo de estar calado, e tempo de
falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar;
tempo de guerra, e tempo de paz.”
(Eclesiastes 3:1-8)
 LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Projeções de População....................................................................18

Figura 2 – Artrite e Artrose: Doença Crônica......................................................18
Figura 3 – Particularidades do Cuidado à Pessoa Idosa....................................20
Figura 4 – Dimensões para deslocamento de pessoas em pé..........................25
Figura 5 – Dimensões cadeira de rodas.............................................................25
Figura 6 – Localização Tirzo, Portugal...............................................................30
Figura 7 – Fachada quartos...............................................................................30
Figura 8 – Fachada Sudeste............................................................................. 31
Figura 9 – Planta Baixa Térreo..........................................................................32
Figura 10 – 1 Pavimento....................................................................................33
Figura 11 – 1 Subsolo........................................................................................33
Figura 12 – 2 Subsolo........................................................................................34
Figura 13 – Fachada Sudeste............................................................................34
Figura 14 – Sala de Danças..............................................................................35
Figura 14 – Localização do Terreno..................................................................36
Figura 15 – Área de Convívio............................................................................36
Figura 16 – Fachada com Brises.......................................................................37
Figura 17 – Piso Térreo.....................................................................................38
Figura 18 – Piso inferior.....................................................................................38
Figura 19 – Piso superior...................................................................................39
Figura 20 – Fachada Madeira............................................................................39
Figura 21 – Localização Pari, São Paulo............................................................40
Figura 22 – Planta de Situação..........................................................................41
Figura 23 – Planta Baixa Dormitório...................................................................42
Figura 24 – Planta Baixa Quitinete.....................................................................42
Figura 25 – Pavimento Tipo...............................................................................43
Figura 26 – Fachada Leste................................................................................44
Figura 27 – Localização Barro Duro...................................................................51
Figura 28 – Planta de situação..........................................................................51
Figura 29 – Paleta de cores nascer do sol ........................................................52
Figura 30 – Estudo de Ventos............................................................................53
Figura 31 – Estudo de zoneamento de conforto................................................54
Figura 32 – Setorização dos Ambientes.............................................................54
Figura 33 – Estudo Solar...................................................................................56
Figura 34 – Centro médico para idosos..............................................................57
Figura 35 – Residencial geriátrico Dr. George W. Davis ....................................57
Figura 36 – Organofluxograma..........................................................................59
Figura 37 – Zona de Urbanismo.........................................................................60
Figura 38 – Planta de Implantação.....................................................................63
Figura 39 – Bloco 1............................................................................................64
Figura 40 – Bloco 2............................................................................................65
Figura 41 – Bloco 3............................................................................................66
 LISTA DE SIGLAS

AR – Artrite Reumatoide
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
MPS – Ministério da Previdência Social
MS – Ministério da Saúde
NBR – Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas
SBR – Sociedade Brasileira de Reumatologia
 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estudo Solar.....................................................................................41

Tabela 2 – Programa de Necessidades..............................................................43
Tabela 3 – Parâmetros Urbanísticos..................................................................53
Tabela 4 – Materiais...........................................................................................53
Tabela 5 – Acessibilidade..................................................................................53
 LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Análise dos Correlatos...................................................................41

Quadro 2 – Análise Comparativa dos Correlatos no Método de Baker...............43
 SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 17
2.1 DOENÇAS REUMÁTICAS ...................................................................... 17
2.1.1 O Envelhecimento e os Acometimentos dos Aparelhos
Locomotores .............................................................................................. 17
2.1.2 Necessidades dos Idosos com Doença Reumática ...................... 19
2.1.3 Como a Arquitetura Pode Beneficiar o Tratamento do Idoso com
Doença Reumática .................................................................................... 21
2.1.4 Estatuto do Idoso .......................................................................... 23
2.2 O IDOSO E A ARQUITETURA............................................................ 25
2.2.1 Centro de Apoio ao Idoso ............................................................. 25
2.2.2 Surgimento dos Centros de Apoio ao Idoso ................................. 26
2.2.3 A influência do Centro de Apoio na Qualidade de Vida do Idoso . 27
3. METODOLOGIA ........................................................................................ 29
3.1 ESTUDO DE CORRELATOS.................................................................. 29
3.1.1 Edifício Residencial para Idosos ................................................... 29
3.1.2 Casa para a Terceira Idade .......................................................... 35
3.1.3 Lar dos Idosos .............................................................................. 40
3.2 ANÁLISE DOS CORRELATOS ............................................................... 44
3.2.1. Análise da Metodologia de Projeto ................................................. 44
3.2.2 Análise Comparativa com Método de Baker ..................................... 46
4. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM CENTRO DE APOIO AO
IDOSO COM DOENÇA REUMÁTICA.............................................................. 50
4.1 METODOLOGIA DE PROJETO ARQUITETÔNICO ............................... 50
4.1.1 Localização do Terreno .................................................................... 50
4.1.2 Conceito e Partido Arquitetônico....................................................... 52
4.1.3 Análise dos Ventos Predominantes .................................................. 53
4.1.4 Zoneamento de Conforto e Setorização dos Ambientes ................... 53
4.1.5 Estudo Solar ..................................................................................... 54
4.1.6 Programa de Necessidades .............................................................. 56
4.1.7 Organofluxograma ............................................................................ 59
4.2 LEGISLAÇÃO ......................................................................................... 60
4.3 O PROJETO ........................................................................................... 62
4.3.1 Especificação de Materiais ............................................................... 66
 4.3.2 Adaptações Incluídas........................................................................ 67
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 70
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 71
APÊNDICE ....................................................................................................... 74
APÊNDICE A – FACHADA LESTE ............................................................... 75
APÊNDICE B – PERGOLADO RECEPÇÃO ................................................. 76
APÊNDICE C - HIDROTERAPIA .................................................................. 77
APÊNDICE D - HIDROTERAPIA .................................................................. 78
APÊNDICE E - HORTA ................................................................................. 79
APÊNDICE F - RESTAURANTE ................................................................... 80
APÊNDICE G – SALA DE FISIOTERAPIA ................................................... 81
APÊNDICE H – ACADEMIA/DANÇA AO AR LIVRE ..................................... 82
 15

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento na população mundial vem crescendo ao decorrer dos

anos e trazendo consigo uma série de problemas relacionados a área da saúde.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos últimos anos
a população brasileira manteve a tendência de envelhecimento e ganhou 4,8
milhões de idosos desde 2012, chegando nos 30,2 milhões em 2017. Em 2043,
um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de
jovens até 14 anos será de apenas 16,3% (BRASIL, 2017).

Segundo a demógrafa do IBGE Izabel Marri, daqui há alguns anos a

população deverá parar de crescer, sendo assim, aumentará o processo de
envelhecimento populacional: quando os grupos mais velhos ficam em uma
proporção maior comparados aos grupos mais jovens da população (BRASIL,
2017).

Enquanto a expectativa de vida aumentou nos últimos anos, o índice de

natalidade vem ficando cada vez mais baixo. Por conta disso, a população mais
demanda maiores necessidades em relação a expectativa de vida.

A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) elucida que na terceira idade

uma série de doenças reumáticas tem maior incidência e suas consequências
são inúmeras, tais como: desgaste da cartilagem articular, doença inflamatória
crônica que acomete as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o
coração (SBR, 2017).

Portanto, o tema definido se deu a partir da necessidade dos idosos que

enfrentam a doença reumática, dificultando afazeres do dia-a-dia, por ser uma
doença que acomete o aparelho locomotor (onde afeta os ossos, as articulações,
tendões, ligamentos). Portanto, o projeto está associado para suprir essas
necessidades dos idosos. O que é de suma importância que existam ações,
projetos e estudos para este grupo populacional que vem crescendo
gradativamente.

O objetivo geral é desenvolver um anteprojeto arquitetônico de um centro de

apoio ao idoso com doença reumática, a fim de possibilitar a inclusão social e
 16

aceitação da enfermidade, buscando as soluções para que os idosos vivam de

maneira integrada, ativa, com lazer e proporcionando uma melhoria na qualidade
de vida, tratando assim, da doença reumática, com profissionais da área da
saúde. O projeto desenvolvido tem ainda o intuito de permitir ao idoso um
tratamento com boas condições de acessibilidade e que ofereça o conforto em
relação a sua saúde física e mental, incentivando também o convívio social entre
os mesmos.

Portanto, trata-se de um projeto arquitetônico que visa proporcionar o

atendimento das necessidades para um envelhecimento saudável e com
tratamentos de saúde adequados para doença reumática.
 17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo trata-se do referencial teórico, o qual foi dividido em dois

tópicos: o primeiro tópico se refere as doenças reumáticas, como acometem o
aparelho locomotor e explica as necessidades dos idosos que apresentam essa
doença. O segundo tópico explica como surgiram as casas de apoio ao idoso e
para que serve, também fala a respeito da influência do centro de apoio referente
a qualidade de vida do mesmo.

2.1 DOENÇAS REUMÁTICAS

Popularmente conhecidas como reumatismo, são prevalentes e

representam o conjunto de diferentes doenças que acometem o
aparelho locomotor [...] existe mais de uma centena de doenças
reumáticas. As mais comuns são osteoartrite, também conhecida como
artrose, fibromialgia, osteoporose, gota, tendinites e bursites, febre
reumática, artrite reumatoide e outras patologias que acometem a
coluna vertebral (BRASIL, 2013).

Neste tópico serão abordadas as doenças reumáticas e como elas podem

acometer a vida de um idoso sem os devidos cuidados para a doença. Também
serão retratados com detalhes os sintomas, as causas e o tratamento.

2.1.1 O Envelhecimento e os Acometimentos dos Aparelhos Locomotores

De acordo com o IBGE (2018) a população da terceira idade vai aumentar

no decorrer dos anos, enquanto o índice de natalidade irá diminuir cada vez
mais. Como mostra no gráfico, a partir de 2030 a população idosa será mais alta
que a população jovem.
 18

Figura 1 – Projeções de População

Fonte: IBGE (2018)

Figura 2 – Artrite e Artrose: Doença Crônica

Fonte: G1 (2012)
 19

Besse (2016) comenta que pode ser mais difícil envelhecer com
doenças crônicas, como por exemplo, a artrite reumatoide, porém não é
impossível, tendo todos os cuidados necessários ajuda a diminuir o impacto da
doença na qualidade de vida e evitar maiores comprometimentos.

Alguns pacientes se sentem impactados quando recebem a notícia

que estão com a doença reumática e consequentemente acham que viverão de
cadeiras de rodas ou com problemas no dia-a-dia, como por exemplo, andar,
trabalhar, etc. porém, a verdade é diferente, pois se o doente reumático for
acompanhado por especialistas não terá muito impacto com a doença e assim
aumentará sua qualidade de vida (ZERBINI, 2016).

Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode

afetar várias articulações. Com o decorrer da doença, há destruição na
cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades em
algumas partes do corpo (SBR, 2019).

Para o Dr. Dráuzio Varella (2017), as doenças reumáticas apresentam

uma junção com diferentes doenças, na qual acometem o aparelho locomotor e
assim dificulta a vida cotidiana, diminuindo os movimentos e trazendo muitas
dores nos ossos ao doente reumático, articulações, cartilagens, músculos,
tendões e ligamentos.

Os sintomas principais dessas doenças são: dores nas articulações,

principalmente por mais de seis semanas; vermelhidão, calor e inchaço
nas articulações; dificuldade para movimentar as articulações ao
acordar; dores ao esticar os braços sobre a cabeça; dores ao elevar os
ombros até tocar o pescoço (BRASIL, 2017).

2.1.2 Necessidades dos Idosos com Doença Reumática

De acordo com o Ministério da Saúde (2014), os idosos apresentam

características próprias quanto a gravidade em relação a saúde, significando a
maior fragilidade a eventos adversos e necessitando de interferência
multidimensionais e multissetoriais com foco nos cuidados.
 20

Figura 3 – Particularidades do Cuidado à Pessoa Idosa

Fonte: Adaptado de Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAET/SAS/MS (2013)

As ações independentes dirigem-se para a importância da vigilância do

estado de saúde, incentivo aos estilos de vida saudável, como a
alimentação, hidratação, exercício adequado, repouso e descanso,
assim como riscos específicos do aparelho locomotor ligados à doença
reumática tendo em atenção posturas, gestão de energia, a proteção
articular, calçado, ou outras ajudas. Os cuidados a ter com doenças
concomitantes como hipertensão, diabetes, excesso ponderal,
hipercolesterolemia, etilismo ou tabagismo, que influenciam não só a
doença reumática, mas a saúde em geral, também são alvo importante
(MORAIS, 2015).

“As preocupações com o envelhecimento/velhice, apesar de ser uma

questão antiga, está aumentado cada vez mais no mundo nos últimos anos
devido ao aumento nos números da população idosa e da expectativa de vida”
(MARIN e ANGERAMI, 2002).

A atenção destinada aos idosos dependentes e semidependentes tem

por objetivos (FREITAS et al., 2002):

• Aumentar a autonomia do idoso para que este possa permanecer vivendo

em sua residência pelo maior tempo possível;
• Manter a individualidade do idoso adaptando, com flexibilidade, as
 21

peculiaridades concretas do ambiente onde será dada a intervenção;

• Respeitar a memória física e afetiva da pessoa idosa, buscando sua
autonomia;
• Prevenir situações carências que aprofundam o risco da perda de
independência;
• Criar ou aprimorar hábitos saudáveis, como, por exemplo, os relacionados
à higiene, à alimentação, à prevenção de quedas ou acidentes;
• Reforçar os vínculos familiares e sociais;
• Recuperar capacidades funcionais perdidas para as atividades da vida
diária;
• Respeitar e observar as características/particularidades regionais;
Integrar e estabelecer parceria com os gestores públicos e privados da
área de saúde;
• Prestar atendimento especializado de saúde.

2.1.3 Como a Arquitetura Pode Beneficiar o Tratamento do Idoso com Doença

Reumática

Os projetos específicos para idosos, muitas vezes atrelados a um

pragmatismo para resolver problemas urgentes ou isolados, tendem a
discriminar e a subestimar a capacidade dos mesmos. Contudo,
projetar um ambiente destinado ao público idoso, não significa retirar
ou alterar todas as barreiras físicas, mas sim, dar a possibilidade ao
idoso que ainda consegue exercer algumas atividades, que continue
exercendo (ALMEIDA; PEDROSO; CURY, 2017).

Os idosos necessitam de portas com uma larga esquadria, para que

seja ideal a sua passagem com cadeira de rodas ou andador e sempre ter uma
boa iluminação natural que facilita a vida do idoso, pois nesta fase da vida
também aparecem alguns problemas de visão. Quando se faz um projeto para
idosos, deve ser pensado nas necessidades do mesmo, sempre evitando
desníveis (GUERRA, 2019).

A pintura deve ser executada com tintas laváveis e cores claras,

sendo aconselhada a utilização de protetores nas paredes e portas até a altura
de 0,40m do piso, com materiais resistentes às batidas de cadeiras de rodas ou
bengalas o que contribuirá para evitar a deterioração dos espaços internos.
 22

Como regra básica, as circulações devem ser fluidas e ininterruptas

desde a rua até os espaços internos da casa. Todos os tipos de obstáculos
devem ser evitados. Se existirem, devem ser facilmente identificados, agrupando
elementos ou indicando sua localização. (FRANCO, 2019)

Alguns materiais específicos são recomendados:

• Pisos e espelhos: superfície antiderrapante, com texturas que marquem

seu início e final.
• Rampas: superfície antiderrapante, com texturas que marcam seu início
e fim.
• Corrimãos: material confortável para o movimento da mão até o final do
passeio.
• Portas e janelas: incluem alças com mecanismos de pressão ou alavanca
em portas e janelas dobráveis e barras ou alças em portas e janelas de
correr. As fechaduras ou travas devem ser fáceis de operar e podem ser
abertas externamente em caso de emergência.
• Vasos sanitários: recomenda-se instalá-los a uma altura máxima de 50
cm, liberando pelo menos um acesso lateral a 80 cm de distância. Os
mecanismos de download devem poder ser facilmente operados pelo
usuário.
• Pias: deve estar localizada a uma altura de 80 cm, evitando que ela se
sente em móveis ou pedestais, liberando o espaço para uma cadeira de
rodas se aproximar (mínimo 70 cm).
• Chuveiros: é aconselhável incluir chuveiros no mesmo nível do chão do
banheiro, com uma área mínima de 90 x 120 cm, assento dobrável e um
declive de 2% em direção ao ralo. Barras de segurança devem ser
incluídas a 85 cm de altura e alavancas ou torneiras de alavanca única,
gerenciáveis a partir do assento. Chuveiros com mangueiras flexíveis
facilitam as ações do usuário. (FRANCO, 2019)

Além de evitar acidentes e trazer mais conforto e segurança aos

usuários, ambientes bem planejados e pensados exclusivamente para atender
ao público idoso, são capazes de influenciar na qualidade de vida dos mesmos,
 23

principalmente quando se tornam ambientes familiares, acolhedores e

protetores. (ALMEIDA; PEDROSO; CURY, 2017)

2.1.4 Estatuto do Idoso

Conforme o capítulo IX do estatuto do idoso, lei número

10.741, de 1º de outubro de 2003:

Prescreve diretrizes para os principais direitos dos idoso em questão

de habitação e instituições para atendimento, incluindo:
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da
família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares,
quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de
longa permanência será prestada quando verificada inexistência de
grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros
próprios ou da família.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a
manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles,
bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis
às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas
para atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no
pavimento térreo.

Lenzi (2019) comenta que estatuto foi uma grande vitória na vida dos
idosos, pois foi garantido maior proteção na vida dos mesmos, ele é constituído
por mais de 100 artigos que aborda os direitos fundamentais do idoso, também
fala sobre as medidas de proteção, direito à transporte, direito aos cuidados da
saúde, entre outros. O estatuto regulamenta os direitos dos idosos a partir dos
60 anos de vida. Também assegura direitos e proteções, quando são violados a
lei prevê punições para as pessoas, empresas e entidades que não respeitarem
algum dos diretos.

É tendência mundial a presença de populações cada vez mais

envelhecidas, tornando intensa a Terceira Idade no cotidiano das
civilizações. Aos poucos, a pirâmide etária brasileira vai se invertendo,
embalada pela queda da natalidade, desenvolvimentos tecnológicos,
avanços da medicina e, por incrível que pareça, pela melhora vagarosa
na qualidade de vida, favorecendo o crescimento do número de idosos.
 24

Desta forma, o advento do Estatuto do Idoso representa uma mudança

de paradigma, já que amplia o sistema protetivo desta camada da
sociedade, caracterizando verdadeira ação afirmativa em prol da
efetivação da igualdade material. É necessária a conscientização da
população, no sentido de respeitar os direitos, a dignidade e a
sabedoria de vida desta camada tão vulnerável e, até bem pouco
tempo, desprezada da sociedade (VIEIRA, 2012)

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à

pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade (BRASIL, 2003)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), juntamente com o Comitê

Brasileiro de Acessibilidade, estabeleceu a NBR 9050, no qual significa respeitar
todos parâmetros técnicos a serem respeitados em uma construção, adaptação
de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

Para a NBR 9050 (2004), a construção deve ser totalmente acessível:

Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que

possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer
pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível
implica tanto acessibilidade física como de comunicação.

Portanto, deve ser levado em consideração as normas de dimensões

referenciais para deslocamento de pessoas sentadas e em pé, como mostra as
Figuras a seguir:

Figura 4: Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé

 25

Fonte: NBR 9050

Figura 5: Dimensões Cadeira de Rodas

Fonte: NBR 9050

2.2 O IDOSO E A ARQUITETURA

Este tópico tem o foco de relacionar os idosos com os centros de

apoio e mostrar a influência que a arquitetura tem na vida de um idoso com
doença reumática. Ambientes planejados são capazes de encorajar e promover
a independência e autonomia dos idosos, contribuindo para a qualidade no
processo de envelhecimento (ALMEIDA, 2016)

2.2.1 Centro de Apoio ao Idoso

Com o envelhecimento da população e há uma grande procura por

qualidade de vida, em questões físicas, cognitivas e mentais, as pessoas estão
solicitando que os asilos desenvolvam uma capacidade maior para assistência à
saúde, ou seja, passem a oferecer algo mais que um abrigo. (CAMARANO;
KANSO, 2010)

Os centros de apoio da pessoa idosa têm como foco o desenvolvimento

de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no
desenvolvimento da autonomia e de sociabilidade, no fortalecimento dos
vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de
 26

risco social e tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o
rompimento de vínculos familiares e sociais da pessoa idosa.

Os familiares, por vezes, sem alternativa, devido as poucas opções de

serviços que prestam assistência ao idoso, tornam-se cuidadores e com a
sobrecarga das demandas diárias alteram seu estilo de vida e deixam de realizar
as atividades laborais formais, cotidianas e de lazer. (DERHUN, 2018)

De acordo com o Ministério da Providência e Assistência Social - MPS,

2014, as casas de apoio devem estar com uma localização de fácil acesso para
pessoas que dependem do transporte coletivo, próximo ao comércio e demais
serviços, como por exemplo: (posto médico, hospitais, supermercado, farmácia,
padaria, centros culturais, cinemas, etc.), sempre buscando favorecer a
mobilidade e integração do idoso.

Portanto, não devem ser pensadas como locais de isolamento, invioláveis

ao contato com a vida urbana nem como espaços de uniformização e
despersonalização da vida de seus usuários. Como são locais de moradia devem
prever, na medida do possível, a participação dos usuários na qualificação
individualizada dos ambientes, especialmente naqueles mais íntimos e
reservados – os dormitórios, por exemplo. (MPS, 2014)

Nessa perspectiva, estudo que propõe um modelo brasileiro de cuidado

integrado ao idoso descreve o centro de apoio como nível de atenção voltado,
principalmente, à promoção da saúde dos idosos. Tal serviço é vinculado à Rede
de Proteção Social e destina-se à permanência diurna de pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos e desenvolve para estes, atividades físicas,
laborativas, recreativas, culturais e de educação para a cidadania. (DERHUN,
2018)

2.2.2 Surgimento dos Centros de Apoio ao Idoso

O surgimento dos centros de apoio ao idoso é bem antigo e veio a partir

do desenvolvimento dos asilos, que é algo que cresce cada vez mais ao decorrer
dos anos. O Asilo São Luiz para a velhice Desamparada, criado em 1890, no
 27

Brasil, foi a primeira instituição para idosos no Rio de Janeiro. (ARAUJO; SOUZA;
FARO, 2010)

Fundado por um proeminente homem de negócios da sociedade carioca,

o Visconde Ferreira de Almeida, rapidamente passou a receber subvenções
públicas e a contar com o apoio de uma ordem de freiras Franciscanas que cedia
irmãs para cuidarem dos asilados. Em pouco mais de três décadas, ampliou
enormemente sua capacidade, inicialmente de 45 leitos, em 1892, para 260
leitos, em 1925. (GROISMAN, 1999)

Quando não existiam instituições específicas para idosos, estes eram

abrigados em asilos de mendicidade, junto com outros pobres, doentes mentais,
crianças abandonadas, desempregados. Em fins do século XIX, a Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo dava assistência a mendigos e, conforme o
aumento de internações para idosos passou a definir-se como instituição
gerontológica em 1964. (ARAUJO; SOUZA; FARO, 2010)

2.2.3 A influência do Centro de Apoio na Qualidade de Vida do Idoso

De acordo com o aumento da terceira idade, as necessidades de estudos

que beneficiem a população idosa vêm crescendo para poder suprir as
necessidades dos mesmos (ALMEIDA; PEDROSO; CURY, 2017).

O envelhecimento demográfico representa,

paralelamente, oportunidades e desafios. Ao passo que parte dos
idosos continua a realizar atividades cotidianas, sociais e laborais, a
despeito de suas particularidades, outros representam grandes
demandas aos serviços sociais e de saúde, devido à carga de doenças
crônico-degenerativas e suas consequências na manutenção da
autonomia e independência (DERHUN, 2018).

“A qualidade no envelhecimento está atrelada a diversos fatores como, por

exemplo, saúde física e mental, condições de infraestrutura, inserção do idoso
com a comunidade e até mesmo a própria satisfação com a vida’’ (ALMEIDA;
PEDROSO; CURY, 2017).
 28

Com o passar do tempo o indivíduo começa a sentir as mudanças físicas

e psicológicas que ocorrem com o envelhecimento, diante do questionamento de
como melhorar esse processo que é inevitável, é necessário trazer ao idoso um
novo olhar sobre si mesmo, para que ele não tenha problemas futuros, como por
exemplo, a depressão, mudanças de humor, etc. Então é essencial fazer com
que ele fortaleça sua autoestima e autonomia para envelhecer com qualidade.
(PAGANI, 2015)

Existem algumas modalidades voltadas aos idosos que contribuem para

um envelhecimento saudável e com qualidade como: atendimento de saúde
básica, atividades de lazer, cultura, social, oficinas de aprendizagem entre
outros. A ingressão do idoso em atividades especiais, influencia muito na sua
saúde física e mental, ajuda na socialização e consequentemente a não exclusão
desse idoso na sociedade. (ALMEIDA; PEDROSO; CURY)

Portanto, entende-se que a interação social é um fator de proteção no

envelhecimento ativo e saudável, deve fazer parte do curso de vida, assim,
quando a velhice chega, os idosos não se sentem desamparados. Também é
importante lembrar a importância de estabelecer novas relações (ALMEIDA 2019).
 29

3. METODOLOGIA

A metodologia dessa pesquisa buscou relacionar informações e dados a

partir de projetos envolvendo o idoso, que será feito através de estudos de
correlatos.

Dessa forma, a pesquisa será apresentada em quatro etapas divididas em

tópicos, a primeira etapa é o estudo de correlatos, análise da metodologia de
correlatos e análise comparativa com o método de baker a fim de facilitar o
processo e desenvolvimento do diagnóstico para o objetivo principal.

A segunda etapa será a metodologia de projeto arquitetônico que

engloba: localização do terreno, conceito e partido arquitetônico, análise dos
ventos predominantes, zoneamento de conforto e setorização dos ambientes,
estudo solar, programa de necessidades, e organofluxograma. A terceira etapa
é a análise da legislação e a quarta etapa o projeto.

3.1 ESTUDO DE CORRELATOS

Neste capítulo foi feito um estudo de correlatos de 3 Edifícios

residenciais para idosos, com os mesmos objetivos: promover a saúde do idoso
com área de saúde, acessibilidade, conforto ambiental. Servindo de inspiração
para o anteprojeto do Centro de Apoio ao Idoso com Doença Reumática.

3.1.1 Edifício Residencial para Idosos

O Edifício residencial para idosos está localizado em Santo Tirzo, Portugal

(Figura 4), o projeto foi entregue em 2013. Os arquitetos responsáveis pela obra
são: José António Lopes da Costa e Tiago Meireles. (ARCHDAILY, 2014)
 30

Figura 6 - Localização Tirzo, Portugal

Fonte: Adaptado de Archdaily (2019)

O entorno (Figura 7) de todo Edifício Residencial é de área verde, dando

aconchego ao edifício e envolvendo o conjunto com percursos e áreas de
sombra, trazendo bem-estar. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 7 - Fachada quartos

Fonte: Archdaily (2014)

A forma do terreno é triangular, por isso foi projetado um edifício

constituído por dois volumes perpendiculares (Figura 8) entre si
formando um “T”. O projeto é composto por 60 quartos, salas de
convívio e atividades, salas administrativas, áreas de refeição, áreas
de saúde e hidroterapia, cozinha. O volume maior, é onde estão
situadas as áreas de utilização comum, áreas administrativas e a
maioria dos quartos, dispõe-se paralelamente ao pendente,
encaixando-se no terreno e tirando partido da exposição solar a sul e
da vista sobre o rio que é próximo a edificação. (ARCHDAILY, 2014)

“Este volume apresenta 3 pavimentos, 2 acima da cota de soleira e 1

abaixo. O segundo volume (a oeste), possui 3 pavimentos, 2 acima da cota de
 31

soleira e 1 abaixo, totalmente enterrado, onde se localiza a garagem”

(ARCHDAILY, 2014).

O norte do edifício é fechado e contido (onde está situado a rua) e no

sul, é bastante aberto e envidraçado. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 8 - Fachada Sudeste

Fonte: Archdaily (2014)

No pavimento térreo (Figura 9) do lado leste estão localizadas todas

áreas de recepção e atividades, convívio, estar, refeitório e serviços de apoio, no
oeste a área de Saúde com gabinete médico, enfermagem, fisioterapia, ginásio,
piscina interior (para hidroterapia e lazer) e instalações de apoio. (ARCHDAILY,
2014)
 32

Figura 9- Planta Baixa Térreo

Fonte: Archdaily (2014)

No 1° pavimento (Figura 10) está localizado os quartos e áreas de

apoio hospitalar. No pavimento -1 subsolo (Figura 11) no volume sul localizam-se
10 quartos, sendo 8 suítes, com quarto e sala. No volume oeste localiza-se a
garagem, as áreas de armazenagem individuais, as áreas técnicas, zonas de
estar e ainda banho assistido, rouparia e sujos. No pavimento -2 (Figura 12)
subsolo localizam-se 8 suítes, salas de armazenagem individuais, salas técnicas
e apoios. (ARCHDAILY, 2014)
 33

Figura 10 - 1 Pavimento
Fonte: Fonte: Archdaily (2014)

Figura 11 - 1 Subsolo
Fonte: Archdaily (2014)
 34

Figura 12 - 2 Subsolo
Fonte: Archdaily (2014)

Os materiais mais utilizados no projeto do Edifício Residencial para

Idosos foram: madeira, concreto e vidro. (Figura 13 e 14) (ARCHDAILY, 2014)

Figura 13 - Fachada Sudeste

Fonte: Archdaily (2014)
 35

Figura 14 - Sala de Danças

Fonte: Adaptado de Archdaily (2014)

3.1.2 Casa para a Terceira Idade

O projeto Casa para a Terceira Idade está localizado na Espanha,

conforme elucida na Figura 13. O projeto foi construído pela BCQ Arquitetura e
o ano de entrega foi em 2008. E sua área total é de 1144m². (EBD, 2014)
 36

Figura 15 - Localização do Terreno

Fonte: BQC (2014)

O edifício tem grandes espaços para que os idosos possam se encontrar,

conversar e ver o mundo passar, conforme Figura 16. Além disso, o centro
oferece acesso a cursos e palestras sobre educação formal, bem como
instalações para sediar concertos, festas e bailes. (EBD, 2014)

Figura 16 - Área de Convívio

Fonte: BQC (2014)
 37

A forma arquitetônica da casa apresenta um jogo de volumes e de cheios

e vazios e utilização de diversas texturas e materiais que remetem a um espaço
que possui equilíbrio formal e que proporciona qualidade visual, sensorial e
experimental. Esta casa é composta de um volume retangular, com as fachadas
principais permeáveis e marcadas pelo uso de brises de madeira. (Figura 16)
(EBD, 2014)

Figura 16- Fachada com Brises

Fonte: BQC (2014)

O piso térreo (Figura 17) está no nível da rua e para facilitar o acesso,
neste piso estão localizados os espaços sociais informais e a principal sala de
aula/auditório. O piso inferior (Figura 18) contém um espaço de recreação
multiuso e os espaços de ensino mais formal e formação ocupam o nível superior
(Figura 19). (EBD, 2014)
 38

Figura 17 - Piso Térreo

Fonte: EBD (2014)

Figura 18 - Piso inferior

Fonte: EBD (2014)
 39

Figura 19 - Piso superior

Fonte: EBD (2014)

Os materiais mais encontrados na casa são madeira, aço, vidro. Já

na entrada da casa pelo nível da rua é fortemente marcada por uma grande porta
de vidro e brises de madeira para dar um ar mais aconchegante no edifício,
conforme esclarece a Figura 20. Os arquitetos escolheram alguns materiais que
iriam envelhecer naturalmente e melhorar o desempenho estético (mudança de
cor e textura) com o tempo. A madeira e os tijolos feitos a mão são materiais de
boa qualidade encontrados e produzidos na região. (EBD, 2014)

Figura 20 - Fachada Madeira

Fonte: EBD (2014)
 40

3.1.3 Lar dos Idosos

O Lar dos Idosos está localizado no Bairro do Pari em São Paulo

(Figura 21), o arquiteto responsável é: Vigliecca & Associados. A conclusão da
obra foi em 2007 e a área do terreno é de 7.270m² O projeto que tem o intuito de
locação social é destinado a pessoas com 65 anos ou mais, que morem na
capital há pelo menos quatro anos e ganhem até três salários mínimos.
(VIGLIECCA, 2014)

Figura 21 - Localização Pari, São Paulo

Fonte: Adaptado de Google (2019)

Localizado num terreno, conforme a Figura 22, de forma complexa. O

intuito principal do projeto é dar acessibilidade aos moradores, adotando todas
as suas necessidades alguns deles portadores de deficiências físicas.
(VIGLIECCA, 2014)
 41

Figura 22 - Planta de Situação

Fonte: VIGLIECCAEASSICIADOS (2014)

O programa consiste em 145 unidades (57 apartamentos de um

dormitório de 42m² (Figura 23) e 88 quitinetes (Figura 24) ambientes de 30m2),
três salas para TV e jogos, quatro salas de uso múltiplo, salão comunitário com
cozinha e sanitários. Organizado em quatro pavimentos, com duas caixas de
circulações verticais com escadas e elevadores, possui 25% das unidades já
adaptadas a portadores de deficiências físicas, e as outras facilmente
adaptáveis, caso fosse necessário. (VIGLIECCA, 2014)
 42

Figura 23 - Planta Baixa Dormitório

Fonte: VIGLIECCAEASSICIADOS (2014)

Figura 24 - Planta Baixa Quitinete

Fonte: VIGLIECCAEASSICIADOS (2014)

O edifício contém 4 pavimentos tipos (Figura 25), com 145

apartamentos e uma área externa com horta comunitária, quadra de bocha, praça
 43

e área verde. O térreo foi projetado para pessoas com dificuldade de locomoção
e adaptado para circulação de cadeiras de rodas. O diferencial desse projeto é
que os quatro pavimentos foram projetados em volta da Biblioteca Municipal
Adelpha Figueiredo. (VIGLIECCA, 2014)

Figura 25 - Pavimento Tipo

Fonte: VIGLIECCAEASSICIADOS (2014)

Os materiais que foram ultilizados na construção do Lar dos Idosos

foram padronizados e de alta durabilidade, sendo simplificado nos acabamentos,
eliminando os revestimentos, por conta das condições econômicas dos
moradores e as limitações de orçamentos (Figura 26) (VIGLIECCA, 2014).
 44

Figura 26- Fachada Leste

Fonte: VIGLIECCAEASSICIADOS (2014)

3.2 ANÁLISE DOS CORRELATOS

Os objetos analisados foram escolhidos para fazer uma abordagem

ao tema centro de apoio ao idoso, um dos fatores mais observados foi a
acessibilidade e o senso comunitário, ambientes adaptados, sendo todos
voltados as necessidades dos idosos.

3.2.1. Análise da Metodologia de Projeto

A tabela a seguir mostra a análise feita através dos estudos de correlatos,

o que foi de suma importância para obter inspirações para o anteprojeto
arquitetônico do centro de apoio ao idoso com doença reumática.
 45

Quadro 1- Análise dos Correlatos

PROJETOS ANÁLISE DOS CORRELATOS PONTOS ULTILIZADOS NO PROJETO

Edifício O primeiro projeto analisado é o Edifício Residencial para Idosos, A partir desta análise ideias foram agregadas ao
Residencial que está localizado em Portugal, ele é totalmente voltado para os projeto arquitetônico do Centro de Apoio ao Idoso
cuidados que os idosos precisam para ter uma qualidade de vida com Doença Reumática, como por exemplo a
melhor, com áreas de saúde com consultas grátis, piscina para logística dos espaçamentos dos quartos, salas de
hidroterapia, circulação para cadeirantes, quartos e banheiros armazenamento, salas para área da saúde, áreas de
adaptados. O que mais chama atenção em todo o projeto são os convívio e circulação.
diversos espaços para o convívio pessoal dos os idosos, salas
de apoio, salas de jogos e salas para atividades.

Casa Para a O segundo projeto proporciona uma iniciativa para que os idosos Muitos pontos importantes nesse projeto que serve
Terceira Idade tenham uma referência em relação a formação com aulas, de influência para o anteprojeto como por exemplo,
oficinas, palestras, interação social, atividades físicas e fazer com que os idosos se sintam valorizados,
atendimento básico de saúde, define-se como veículos sociais, capazes e socialmente engajados.
essa inciativa beneficia os idosos através do ensino fazendo com
que muitos não se sintam absoletos, podendo mostrar que tem
algo para oferecer a sociedade.
Lar dos Idosos O terceiro projeto é totalmente voltado para as necessidades dos A inspiração para o anteprojeto arquitetônico foram
idosos, contendo acessos especiais, rampas, espaço comunitário todos os cuidados voltados ao conforto para os
entre outros. O que mais foi observado foi o desempenho para idosos que irão frequentar o centro de apoio e ser
que os idosos nunca se sintam sozinhos por conta do senso totalmente adaptado as necessidades contendo um
comunitário, foi pensado na acessibilidade até no conforto dos espaço físico adequado e confortável.
 46

ambientes. As áreas são de fácil acesso, contém portas mais

largas, ventilação cruzada, fazendo com que aumente a
independência e autonomia dos idosos.

3.2.2 Análise Comparativa com Método de Baker

A tabela a seguir mostra a análise comparativa dos estudos de correlatos de acordo com o Método de Baker,
comparando seu contexto, iconologia, identidade, significado do uso, movimento e geometria e construção.
 47

Quadro 2- Análise comparativa dos correlatos no Método de Baker

Método de Edifício Residencial para Casa Para a Terceira Idade Lar dos Idosos
Baker Idosos
CONTEXTO O Edifício residencial O projeto Casa para a O Lar dos Idosos
para idosos está localizado em Santo Terceira Idade está localizado em uma está localizado no Bairro do
Tirzo, Portugal, foi realizado em 2013 das extremidades do Jardim do Principe Pari em São Paulo, o
e os arquitetos responsáveis pela de Girona Barcelona, Espanha. O arquiteto responsável é:
obra são: José António Lopes da projeto foi construído pela BCQ Vigliecca & Associados. A
Costa e Tiago Meireles. Arquitetura e o ano de entrega foi em conclusão da obra foi em
2008. 2007
ICONOLOGIA O entorno do Edifício A forma do edifício em planta O diferencial
Residencial é totalmente verde, é cuidadosamente adaptada para o desse projeto é que os quatro
dando aconchego ao edifício e espaço disponível em um dos canteiros pavimentos foram projetados
envolvendo o conjunto com dos Jardins do Príncep de Girona. O em volta da Biblioteca
percursos e áreas de sombra e de edifício está planejado com uma estrita Municipal Adelpha
estar relação com o parque. Figueiredo.

IDENTIDADE A forma como foi O edifício está planejado A ideia de um

pensado este edifício reflete e com uma estrita relação com o parque. centro de convivência para
acompanha paralelamente a encosta Um volume que participa da linguagem, idosos como um local triste,
em que foi implementado, dos materiais e do funcionamento do austero e agressivo para os
apresentando-se como um longo parque. De fato, é comum pensar o mais velhos é coisa de um
edifício como um pavilhão no parque, um passado sombrio e que deve
 48

volume horizontal e luminoso mirante a partir do qual os usuários ser esquecido, esquecendo
projetado na paisagem circundante. podem dominar visualmente atividade do junto a imagem dos terríveis
entorno, no parque e na rua asilos como única alternativa
para a vida de tais pessoas.
É isso que ensina a Vila dos
Idosos, o primeiro projeto de
locação social para idosos
bancado pela prefeitura de
São Paulo.
SIGNIFICADO O projeto é composto por A área total do terreno é de A área do terreno
DO USO 60 quartos, salas de convívio e 1144m². O piso térreo está no nível da é de 7.270m². O programa
atividades, salas administrativas, rua e para facilitar o acesso, neste piso consiste em 145 unidades 57
áreas de refeição, áreas de saúde e estão localizados os espaços sociais apartamentos de um
hidroterapia, cozinha. O volume informais e a principal sala de dormitório de 42m²
maior, é onde está situado as áreas aula/auditório. O piso inferior contém um
de utilização comum, áreas espaço de recreação multiuso e os
administrativas e a maioria dos espaços de ensino mais formal e
quartos, dispõe-se paralelamente ao formação ocupam o nível superior
pendente, encaixando-se no terreno
MOVIMENTO E A forma do terreno é A forma arquitetônica da e 88 quitinetes
GEOMETRIA triangular, por isso foi projetado um casa apresenta um jogo de volumes e de ambientes de 30m2), três
edifício constituído por dois volumes cheios e vazios e utilização de diversas salas para TV e jogos, quatro
texturas e materiais que remetem a um salas de uso múltiplo, salão
 49

perpendiculares (Figura 6) entre si espaço que possui equilíbrio formal e comunitário com cozinha e
formando um “T” que proporciona qualidade visual, sanitários. Organizado em
sensorial e experimental. Esta casa é quatro pavimentos, com duas
composta de um volume retangular, com caixas de circulações
as fachadas principais permeáveis verticais com escadas e
elevadores.
CONSTRUÇÃO Madeira, concreto e vidro Os materiais mais Os materiais que
encontrados na casa são madeira, aço, foram ultilizados na
vidro. Já na entrada da casa pelo nível construção do Lar dos Idosos
da rua é fortemente marcada por uma foram padronizados e de alta
grande porta de vidro e brises de durabilidade, sendo
madeira para dar um ar mais simplificado nos
aconchegante no edifício. acabamentos, eliminando os
revestimentos, por conta das
condições econômicas dos
moradores e as limitações de
orçamentos. Vidro e
concreto.
 50

4. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM CENTRO DE APOIO AO

IDOSO COM DOENÇA REUMÁTICA

Neste capítulo será apresentado todas as etapas do anteprojeto

arquitetônico de um centro de apoio ao idoso com doença reumática. A finalidade
desse centro é atender e oferecer assistência a todos os idosos com doença
reumática que se dirigirem ao local, prestando serviços médicos com apoio físico
e mental. No espaço conta com áreas para atividades, oficinas, tratamentos e
afins, enfatizando qualidade e expectativa de vida para os idosos que possuem
doença reumática, em Maceió-AL.

4.1 METODOLOGIA DE PROJETO ARQUITETÔNICO

A metodologia do projeto arquitetônico está dividida em tópicos indicando

passo a passo da elaboração dos estudos preliminares com informações
necessárias para a construção arquitetônica do centro de apoio ao idoso com
doença reumática.

4.1.1 Localização do Terreno

O local do terreno selecionado para a implantação do centro está

localizado em Maceió-AL, no Barro Duro, vizinho ao Jacintinho, que é o bairro
que possui o maior número de idosos na capital Alagoana.

Conforme a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) 2015, em 2010 a localidade contava com mais de 6 mil
pessoas com idade entre 60 e 100 anos. (BEZERRA, 2015)
 51

Figura 27 – Localização Barro Duro

Fonte: Adaptado de Plano Diretor de Maceió, 2020

Figura 28 – Planta de situação

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2020
 52

A escolha do terreno foi determinada para que os idosos sejam

incluídos em um meio social bastante movimentado, sendo assim selecionado
por alguns critérios relacionados ao seu entorno:

• Localiza-se ao lado de um bairro que possui o maior número de idosos do

estado e que apresenta a carência de um equipamento desse tipo;
• Fácil acesso, pois é conectado com a Av. Menino Marcelo que da acesso
a BR-101 e que é uma via de muita relevância para a cidade e com isso
a população dos municípios vizinhos possam ter acesso ao Centro de
Apoio, também é importante a conexão com a Josefa de Melo que da
acesso a AL-101 Norte e que tem ligação com todos os bairros mais
carentes e corta com Cruz das Almas, fazendo ligação com o litoral Norte
que também podem ter acesso de forma rápida.
• Pontos de ônibus próximo ao terreno facilitando acesso dos idosos ao
Centro de Apoio.

4.1.2 Conceito e Partido Arquitetônico

O nome escolhido para o projeto é RESISTIR que aborda o

significado de duas palavras: RESISTIR E EXISTIR, no qual, significa que o
paciente com doença reumática tem que resistir as dores, o processo de
percalços e remédios, tendo que renascer e se reinventar todos os dias. Sendo
assim, tende-se como conceito NASCER DO SOL, que significa a renovação
da vida através do restabelecimento dos movimentos perdidos pelos idosos.
Dando a possibilidade deles se movimentarem novamente com menores
dificuldades por caminhos livres que se ligam a todos os blocos. O conceito
também estará presente em todos os blocos, pintados de acordo com a paleta
do nascer do sol. As cores trazem harmonia para todo os ambientes sensações
e uma identidade visual para o projeto.

Figura 29 - Paleta de Cores Nascer do Sol

Fonte: Pinterest, 2020
 53

Portanto, o partido são os caminhos onde o paciente pode transitar

através de pisos que se conectam sem nenhum obstáculo, unindo os ambientes
e fazendo que os usuários treinem e desenvolvam resistência trazendo de volta
todos seus movimentos.

4.1.3 Análise dos Ventos Predominantes

A ventilação predominante durante todo o ano é a sudeste, sendo

que nos meses de setembro e outubro há a incidência do vento nordeste e em
janeiro e fevereiro, do vento leste (PASSOS, 2009)

Figura 30 – Estudo de Ventos

Fonte: Adaptado de Google Earth (2020)

4.1.4 Zoneamento de Conforto e Setorização dos Ambientes

O zoneamento de conforto foi baseado a partir dos dados

mostrados no tópico anterior, levando em consideração que o vento Sudeste é
o vento predominante na cidade de Maceió-AL.
 54

Figura 31– Estudo de zoneamento de conforto

Fonte: Adaptado de Google Earth (2020)

Figura 32 – Setorização dos Ambientes

Fonte: Adaptado de Google Earth (2020)

.
4.1.5 Estudo Solar

Neste tópico será apresentado a tabela de análise dos horários que

o sol incide nas quatro fachadas. Foram escolhidas as estações que mais se
 55

destacam com mudanças climáticas: Verão e Inverno. A análise foi realizada no

software BIM Revit onde demonstra os movimentos do Sol nos solstícios de
Verão e Inverno.

Tabela 1 – Estudo Solar

FACHADAS SOLSTÍCIO DE VERÃO SOLSTÍCIO DE INVERNO

FACHADA NORTE Não há incidência solar 05:37 às 17:10
FACHADA SUL 05:00 às 17:41 Não há incidência solar
FACHADA LESTE 05:00 às 10:00 05:37 às 11:37
FACHADA OESTE 12:30 às 17:41 12:37 às 17:37

Durante o solstício de verão:

• Na fachada norte não há incidência solar na área do estacionamento;
• Na fachada sul, onde está localizado o setor interno, externo e de serviço,
há incidência solar durante todo o dia;
• Na fachada leste há pouca incidência solar no setor administrativo;
• Na fachada oeste há muita incidência solar no setor interno.

Durante o solstício de inverno:

• Na fachada norte há muita incidência solar na área do estacionamento;

• Na fachada sul não há incidência solar no setor interno;
• Na fachada leste há pouca incidência solar no setor administrativo e
interno;
• Na fachada oeste há muita incidência solar setor interno.
 56

Figura 33 – Estudo Solar

Fonte: Maio, 2020

4.1.6 Programa de Necessidades

O programa de necessidades parte da ideia do desenvolvimento do

projeto de um centro de apoio ao idoso com doença reumática, buscando suprir
as necessidades dos idosos disponibilizando ambientes totalmente acessíveis.
A tabela surgiu a partir de informações baseadas nos estudos de correlatos.
Houve a necessidade de uma pesquisa mais aprofundada para extrair maiores
informações no que tange as dimensões dos ambientes, desta forma foram
analisados sob este ponto de vista 2 centros: o “Centro Médico para Idosos –
Pinearq” e “Residencial Geriátrico Dr. George W. Davis”
 57

Figura 34 – Centro Médico para Idosos

Fonte: Archdaily, 2014

Figura 35 – Residencial Geriátrico Dr. George W. Davis

Fonte: Archdaily, 2020

Na tabela a seguir será apresentada todas as áreas do centro de

apoio por setores, todos eles com os metros quadrados separados por
ambientes:
 58

Tabela 2 – Programa de Necessidades

SETOR ADMINISTRATIVO
RECEPÇÃO 70m²
SALA ADMINISTRATIVA 16m²
BANHEIRO MASC/FEM FUNC. 12m²
COPA 10m²
SALA DE REUNIÕES 12m²
DME 4m²
SALA DE ARQUIVO 6m²
1
TOTAL: 130m² + 20% : 156m²
SETOR EXTERNO
HORTA COMUNITÁRIA 70m²
PARQUE PARA ATIVIDADES 180m²
FÍSICAS
ÁREA DE CONVIVENCIA -
HIDROTERAPIA 180m²
JARDIM TERAPEUTICO 100m²
DEPÓSITO MATERIAL 8m²
JARDINAGEM
DEPÓSITO PISCINA 8m²
VESTIÁRIO/BANHO 15m²
VESTIÁRIO/BANHO 15m²
TOTAL: 576m² + 20%: 691,2m²
SETOR INTERNO PARA IDOSOS
SALA MULTI-USO 20m²
SALA PARA OFICINAS 30m²
SALA DE DANÇA 20m²
SALA DE YOGA 60m²
SALA DE ACUPUNTURA 40m²
SALA NUTRICIONISTA 20m²
SALA FISIOTERAPEUTA 20m²
SALA ENFERMARIA 20m²
SALA PSICOLOGIA 20m²
SALA DE DESCANSO/MASSAGEM 40m²
SALA DE ACADEMIA/PILATES 30m²
BANHEIRO PNE MASC 20m²
BANHEIRO PNE FEM 20m²
SALA DE CINESIOTERAPIA 30m²
SALA DE TERAPIA OCUPACIONAL 25m²
TOTAL: 324m² + 20%: 454,8m²

SETOR SERVIÇO
ÁREA DE SERVIÇO 6m²
COZINHA 40m²
REFEITORIO 80m²

1
Os 20% estão condicionados as circulações internas.
 59

DML 6m²
TRIAGEM 12m²
DESPENSA 6m²
TOTAL: 162m² + 20%: 194,4m²
OUTROS
ESTACIONAMENTO -
TOTAL GERAL: 1.496,4m² / TO: 2.438m²

4.1.7 Organofluxograma

Neste tópico será apresentada a distribuição de ambientes que foi

abordado no projeto após o estudo de ventilação e zoneamento de conforto do
terreno. O grande intuito do projeto é ter grandes espaços para circulação na
área externa.

Figura 36 – Organofluxograma
Fonte: Maio, 2020
 60

4.2 LEGISLAÇÃO

O bairro Barro Duro está localizado na ZE-2 (Zona de Expansão do tipo

2):

Figura 37 – Zona de Urbanismo

Fonte: Adaptado de Google Earth/Código de Urbanismo e Edificações (2020)

De acordo com o Código de Urbanismo e Edificações de Maceió no

art. 46 a ZE-2 é a área na cidade com potencial para crescimento urbano, com
as seguintes diretrizes:

I – Verticalização alta, limitada a 20 (vinte) pavimentos e

compatibilizada ao saneamento básico;

II – Atividades comerciais, de serviços e industriais de todos os grupos

previstos nesta Lei, sem prejuízo da avaliação dos impactos ambientais e
urbanos;

III – Estímulo aos empreendimentos e estabelecimentos de incentivo

à implantação de infraestrutura e serviços urbanos. (CÓDIGO DE URBANISMO
E EDIFICAÇÕES, 2007)
 61

Tabela 3 – Parâmetros Urbanísticos

ZONAS ZE-2
USOS Comercial, Serviços e Industrial – Grupos I, II e
III, IV e IV
TAXA DE OCUPAÇÃO DO Acima de 900m² 50%
TERRENO MÁXIMA
ALTURA MÁXIMA DA EDIFICAÇÃO 2, podendo chegar até 20 pavimentos, sendo que
(N PAVTOS) a partir do 3º piso obedece às regras do uso UR
TESTADA MÍNIMA DO LOTE -
ÁREA MÍNIMA DO LOTE -
RECUO FRONTAL 10
RECUO LATERAIS E FUNDOS 3
COEFICIENTE DE 4
APROVEITAMENTO DO TERRENO
VAGAS DE ESTACIONAMENTO Até 90m²: isento;
Superior a 70m² até 400m²: 1 vaga para cada

50m²;

Superior a 400m² até 900m²: 1 vaga para cada

75m²;

Acima de 900m²: 1 vaga para cada 100m²

Fonte: Adaptado de Código de Urbanismo Edificações de Maceió

O terreno selecionado se encaixa no uso Comercial, Serviços e

Industrial – Grupos I, II, III, IV E V. A taxa de ocupação do terreno máxima é de
50%, com o recuo mínimo frontal de 10m e os laterais e fundos com 3m. O
coeficiente de aproveitamento do terreno é de 4 e em relação as vagas de
estacionamento 1 vaga para cada 100m² de área construída. A área total do
terreno é de 4.876m² e com a TO aplicada pode-se construir 2.438m².
 62

4.3 O PROJETO

O projeto arquitetônico de um centro de apoio ao idoso com doença

reumática foi elaborado para ser um local que presta serviços e cuidados ao
idoso com doença reumática, trata-se de um projeto público, para que todos os
idosos possam ter acesso. Foi constituído por três blocos, o primeiro bloco é
onde está localizado o setor administrativo, o segundo bloco está localizado a
área de hidroterapia e o terceiro bloco o setor interno para idosos, onde foi
proposto a realização de atendimentos médicos e o setor de serviço. O projeto
está dividido em quatro setores: setor administrativo, setor interno para idosos,
setor externo e setor serviço.

Toda organização dos setores está ligada ao partido do projeto que

está inserido nos caminhos, no fácil acesso de um setor para o outro. O objetivo
principal do projeto é oferecer aos idosos a qualidade de vida, sendo feito
acompanhamentos que irão acelerar o desenvolvimento físico e mental dos
mesmos. Na área externa foi elaborado um espaço para que os idosos
desenvolvam convívio social, com muitas árvores de grande e médio porte para
dar um aconchego em todo o centro.

O terreno está localizado em Maceió-AL, no bairro Barro Duro, ao lado

da faculdade FAT e a frente da churrascaria Gaúcha. Toda elaboração do projeto
foi pensado nos condicionantes projetuais, para oferecer um conforto térmico,
aproveitando as melhores ventilações.
 63

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 1

Bloco 1: Setor Administrativo

Bloco 2: Área Hidroterapia

Bloco 3: Setor Interno

Figura 38 – Planta de Implantação

Fonte: Março, 2020

Na fachada leste do projeto houve a necessidade de criar uma pista de

desaceleração, para embarque e desembarque, tendo em vista que o terreno
está diretamente ligado a uma avenida de grande fluxo de veículos, a pista foi
criada para que os portadores da doença reumática possam ter mais
tranquilidade na travessia.

O projeto foi dividido em três blocos:

 64

No primeiro bloco (figura 39) está localizado a recepção, sala

administrativa, sala de reuniões, sala de arquivos, dme, copa e wcb/func. No
espaço externo próximo ao bloco 1, estão localizadas as praças comunitárias,
para descanso e convívio dos idosos com doença reumática.

163,72m²

Figura 39 – Bloco 1
Fonte: Março, 2020

No segundo bloco (figura 40) está localizado a área da piscina para

atividades de hidroterapia que consiste em oferecer melhoria nas atividades
locomotoras dos idosos com doença reumática, diminuindo as dores nos
músculos e nas articulações, oferecendo relaxamento muscular, melhorando o
equilíbrio e outros infinitos benefícios. Neste bloco também estão incluídos dois
wcb PNE (masc/fem) e um depósito para materiais da piscina.
 65

326,00m²

Figura 40 – Bloco 2
Fonte: Março, 2020

No terceiro bloco (figura 41) está localizado todas as áreas internas

onde serão prestado atendimentos de serviço para os idosos com profissionais
da saúde: sala multi-uso, sala para oficinas, sala de dança, sala de yoga, sala
de acupuntura, sala nutricionista, sala fisioterapeuta, sala enfermaria, sala de
terapia ocupacional, sala de cinesioterapia, sala psicologia, sala de
descanso/massagem, sala de musculação/pilates. Todas modalidades
contribuem para o desenvolvimento e qualidade de vida dos pacientes com
doença reumática, devolvendo os movimentos, reduzindo a incapacidade de
fazer atividades básicas e diminuindo as dores causadas pela doença reumática.
Neste bloco também estão localizadas duas salas de descanço para os
funcionários e dois wcb com vestuário e o setor de serviço: cozinha, triagem,
despensa, DML, área de serviço, lixo/gás, depósito de jardim e o refeitório que é
um ambiente para ser compartilhado entre os idosos e os profissionais da área
da saúde.
 66

749,19 m²

Figura 41 – Bloco 3
Fonte: Março, 2020

4.3.1 Especificação de Materiais

Considerando a importância dos cuidados aos idosos, optou-se por

materiais que suprissem suas necessidades. Essa preocupação faz toda
 67

diferença na qualidade de vida dos idosos. Também foram escolhidos materiais

para dar uma harmonização em todo ambiente que é voltado a natureza, com
muito verde e muita madeira. Todos os ambientes contam com pisos
antiderrapantes, para evitar acidentes com os idosos.

Tabela 4 – Materiais

LOCAL IMAGEM REFERÊNCIA

Piso incluido em Piso Porcelanato
toda a passarela do Externo
projeto e área de Concretissyma
hidroterapia Matiz Nude

Piso incluido em Piso Porcelanato

todo setor Monumental
administrativo e em Cement
todo setor interno
para idosos
Piso incluido no Piso de Concreto
estacionamento e Itauára Intertravado
na área de convívio Modelo Soft Grafite

Piso incluido na área Piso Porcelanato

externa da recepção Pietra Di Bergamo
Gray

4.3.2 Adaptações Incluídas

Para proporcionar maior qualidade de vida, devolvendo aos

doentes reumáticos a liberdade e a autonomia, algumas adaptações podem ser
 68

incorporadas ao dia a dia de modo a facilitar a realização de simples tarefas.

(INTERLICHE, 2016)

O projeto está totalmente adaptado para as necessidades que um

paciente reumático necessita, para contribuir com seu desenvolvimento, em
relação a doença reumática, fazendo com que eles vivam da melhor maneira
possível sem obstáculos.

Tabela 5 – Acessibilidade

ITENS IMAGENS EXPLICAÇÃO

Puxadores nas Os puxadores nas
Portas portas são ideais para
que o idoso não tenha
que manusear em
maçanetas
arredondadas

Barras de Apoio As barras de apoio

servem para a
segurança dos idosos

Puffs para Os puffs e sofás com

Descansar as alturas adequadas faz
Pernas com que o paciente
reumático ao inves de
ficar com as pernas
dobradas, possam
estica-las para poder
5
descansar
 69

Piso Antiderrapante Os pisos

antiderrapantes são
muito importantes
para a segurança dos
pacientes reumáticos,
prevenindo acidentes

Horta Adaptada As hortas adaptadas

são importantes para
que o paciente
reumático não precise
se inclinar muito para
conduzir os alimentos
 70

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho constituiu na elaboração de um Centro de Apoio ao Idoso

com Doença reumática, incluído na cidade de Maceió-Alagoas no Barro Duro. A
escolha do terreno se deu através de pesquisas que indicaram que no bairro
vizinho, chamado Jacintinho há o maior número de pessoas com mais de 60
anos.

Toda a pesquisa foi feita através de estudos bibliográficos, estudos de

correlatos com projetos existentes, onde foram analisados toda organização
projetual que passou a ser essencial para o desenvolvimento do trabalho final.

A finalidade do projeto foi trazer um ambiente de conforto, aconchego

e mais importante: melhorar a qualidade de vida dos idosos com doença
reumática, sendo acompanhado por profissionais.
 71

REFERÊNCIAS

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https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao.html acesso em: 09 ago.
2019.
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Disponível em: <https://www.itauara.com.br/nossos-produtos/pisos-de-
concreto/piso-de-concreto-itauara-intertravado-modelo-soft/>. Acesso em: 16
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CATÁLOGO PORTOBELLO. Concretissyma Matiz Nude. Disponível em:

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 74

APÊNDICE
 75

APÊNDICE A – FACHADA LESTE

 76

APÊNDICE B – PERGOLADO RECEPÇÃO

 77

APÊNDICE C - HIDROTERAPIA
 78

APÊNDICE D - HIDROTERAPIA
 79

APÊNDICE E - HORTA
 80

APÊNDICE F - RESTAURANTE
 81

APÊNDICE G – SALA DE FISIOTERAPIA

 82

APÊNDICE H – ACADEMIA/DANÇA AO AR LIVRE

83