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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Sumário
Aposentadorias do RGPS. . ...........................................................................................................................................4
Classificação dos Benefícios. . ....................................................................................................................................4
Prestações Previdenciária..........................................................................................................................................5
Aposentadoria por Incapacidade Permanente................................................................................................6
Evento Determinante.. ....................................................................................................................................................6
Beneficiários........................................................................................................................................................................8
Carência..................................................................................................................................................................................8
Renda Mensal do Benefício.........................................................................................................................................8
Data do Início do Pagamento.....................................................................................................................................9
Aposentadoria Programada.....................................................................................................................................16
Introdução...........................................................................................................................................................................16
Evento Determinante.. ..................................................................................................................................................17
Beneficiários.....................................................................................................................................................................23
Carência...............................................................................................................................................................................23
Renda Mensal do Benefício......................................................................................................................................23
Data de Início do Pagamento.. .................................................................................................................................23
Aposentadoria Programada do Professor...................................................................................................... 24
Evento Determinante.. ................................................................................................................................................. 24
Beneficiários.....................................................................................................................................................................26
Carência...............................................................................................................................................................................26
Renda Mensal do Benefício......................................................................................................................................26
Data de Início do Pagamento.. .................................................................................................................................26
Aposentadoria por Idade do Trabalhador Rural.......................................................................................... 28
Introdução.......................................................................................................................................................................... 28
Evento Determinante.. ................................................................................................................................................. 28
Beneficiários..................................................................................................................................................................... 28
Carência...............................................................................................................................................................................29
Renda Mensal do Benefício......................................................................................................................................29

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Data de Início do Pagamento.. .................................................................................................................................29


Observações.....................................................................................................................................................................30
Aposentadoria por Tempo de Contribuição e por Idade da Pessoa com Deficiência. .............32
Evento Determinante.. .................................................................................................................................................32
Renda Mensal do Benefício......................................................................................................................................35
Observações.....................................................................................................................................................................36
Aposentadoria Especial. . ...........................................................................................................................................38
Evento Determinante.. .................................................................................................................................................38
Beneficiários......................................................................................................................................................................41
Carência...............................................................................................................................................................................42
Renda Mensal do Benefício......................................................................................................................................42
Data do Início do Pagamento..................................................................................................................................42
Observações.....................................................................................................................................................................44
Regras de Transição Aplicáveis ao RGPS.......................................................................................................49
Introdução..........................................................................................................................................................................49
Regra de Transição 1 – Art. 15 da EC n. 103/2019.......................................................................................50
Regra de Transição 2 – Art. 16 da EC n. 103/2019......................................................................................52
Regra de Transição 3 – Art. 17 da EC n. 103/2019......................................................................................54
Regra de Transição 4 – Art. 18 da EC n. 103/2019......................................................................................58
Regra de Transição 5 – Art. 20 da EC n. 103/2019..................................................................................... 59
Regra de Transição 6 – Art. 21 da EC n. 103/2019.......................................................................................61
Resumo................................................................................................................................................................................63
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 76
Gabarito...............................................................................................................................................................................86
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 87

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APOSENTADORIAS DO RGPS
Querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje, inicia-se o estudo acerca das prestações previdenciárias em espécie (be-
nefícios concedidos e serviços prestados pelo INSS). Assim, estudam-se a classificação dos
benefícios, o rol de prestações previdenciárias, a aposentadoria por incapacidade permanente,
a aposentadoria programada, a aposentadoria por idade do trabalhador rural e do garimpeiro,
a aposentadoria especial, as aposentadorias da pessoa com deficiência segurada do RGPS e
as regras transitórias aplicáveis aos beneficiários do RGPS, as quais estão previstas na recente
reforma da previdência social (EC n. 103/2019).

Classificação dos Benefícios


Os benefícios previdenciários podem ser classificados da seguinte forma:
• Quanto ao tempo;
• Quanto aos destinatários;
• Quanto ao risco social de acidente do trabalho; e
• Quanto à natureza.

Quanto ao tempo, os benefícios podem ser de prestação instantânea, de prestação peri-


ódica e de prestação continuada. Os benefícios de prestação instantânea são pagos em cota
única (atualmente, não existem no RGPS). Os benefícios de prestação periódica são pagos
por um número determinado de competências, como é o caso do salário-maternidade. Já os
benefícios de prestação continuada são mantidos sem prazo determinado. A maior parte dos
benefícios previdenciários é de prestação continuada.
Quanto aos destinatários, os benefícios são devidos aos segurados e os benefícios são
devidos aos dependentes. Entende-se melhor essa divisão no próximo tópico a ser estudado.
Quanto ao risco social de acidente do trabalho, os benefícios são comuns, também conhe-
cidos como benefícios previdenciários propriamente ditos e benefícios acidentários. Os bene-
fícios acidentários são aqueles decorrentes de acidentes do trabalho. Todos os benefícios são
encontrados na versão comum. Entretanto, na versão acidentária tem-se apenas: aposentado-
ria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez), auxílio por incapacidade
temporária (antigo auxílio-doença), auxílio-acidente e pensão por morte.
Conforme preceitua o art. 118 da Lei n. 8.213/1991, o segurado que sofreu acidente do tra-
balho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de traba-
lho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário (atualmente, leia-se, auxílio por
incapacidade temporária acidentário), independentemente de percepção de auxílio-acidente.

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Tal estabilidade tem a natureza de ser provisória. Ou seja, o segurado possui a estabilida-
de. Entretanto, ele pode ser mandado embora por justo motivo (justa causa), nos termos do
art. 482 da CLT.
Quanto à natureza, os benefícios podem ser remuneratórios (substituidores) e indeniza-
tórios (complementares). Tal explicação já foi dada, no estudo da renda mensal do benefício.

Prestação instantânea

Quanto ao tempo Prestação periódica

Prestação continuada

Segurados

Quanto aos destinatários

Dependentes
Classificação dos
benefícios

Benefício comum
Quanto ao risco social de
acidente do trabalho
Benefício acidentário

Remuneratório

Quanto à natureza

Indenizatório

Prestações Previdenciária
Estudam-se, a partir de agora, quais são as prestações previdenciárias e quem tem acesso
a essas prestações.
Lembrando que as prestações previdenciárias são gênero, sendo as suas espécies os be-
nefícios e serviços. Benefícios são prestações em dinheiro, enquanto que os serviços são uti-
lidades prestadas pela previdência social, sem caráter pecuniário.

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Para facilitar o estudo, visualiza-se por meio de esquemas ilustrativos.

Aposentadoria por incapacidade permanente

Aposentadoria programada

Aposentadoria programada do professor

Aposentadoria por idade do trabalhador rural

Aposentadoria especial
Segurados

Aposentadorias da pessoa com deficiência

Auxílio por incapacidade temporária

Auxílio-acidente

Salário-família

Salário-maternidade

Pensão por morte


Dependentes
Auxílio-reclusão

Segurados e
Reabilitação profissional
Dependentes

Aposentadoria por Incapacidade Permanente


Evento Determinante
A aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez), uma
vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou
não em gozo de auxílio por incapacidade temporária, for considerado incapaz para o trabalho
e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e
ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição.

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Portanto, o evento determinante da aposentadoria por incapacidade permanente é justa-


mente a incapacidade permanente do segurado.
A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente dependerá da verifica-
ção da condição de incapacidade por meio de exame médico-pericial a cargo da Perícia
Médica Federal, de modo que o segurado possa, às suas expensas, ser acompanhado por
médico de sua confiança.
É importante ressaltar que a aposentadoria por incapacidade permanente pode ser pre-
cedida ou não de auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). Assim, caso o
perito médico da previdência social verifique a incapacidade permanente do segurado para o
trabalho, aposenta-o por incapacidade permanente de imediato, não necessitando colocá-lo
em gozo do auxílio por incapacidade temporária para, posteriormente, aposentá-lo por incapa-
cidade permanente.
A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá
direito à aposentadoria por incapacidade permanente, salvo quando a incapacidade sobrevier
por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
O segurado aposentado por incapacidade permanente poderá ser convocado a qualquer
momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria,
concedida judicial ou administrativamente, sob pena de suspensão do benefício.
O segurado aposentado por incapacidade permanente está obrigado, sob pena de sus-
pensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamen-
te, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.
Ou seja, ainda que o perito médico da previdência social determine intervenção cirúrgica
ou transfusão de sangue para o segurado, tais procedimentos são facultativos, não podendo
o benefício previdenciário ser suspenso, tendo em vista a negativa do segurado a se submeter
a tais procedimentos.
Entretanto, para os demais procedimentos (exame médico a cargo da previdência social,
processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, tratamento dispensado gra-
tuitamente), a negativa do segurado a se submeter faz com que o benefício previdenciário
seja suspenso.
Entretanto, o aposentado por incapacidade permanente está isento do exame após
completar:
• 55 anos ou mais de idade e quando decorridos 15 anos da data da concessão da apo-
sentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária
que a precedeu; ou
• 60 anos de idade.

Com a entrada em vigor da Lei n. 13.847/19, a Lei n. 8.213/1991, especificamente no seu


art. 43, § 5º, passou a prever uma outra hipótese de isenção do exame médico-pericial. Tal pre-
visão contempla a pessoa com HIV/aids, a qual fica dispensada do citado exame.

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A isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades:


• Verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão
do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício;
• Verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado
ou pensionista que se julgar apto
• Subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela.

O aposentado por incapacidade permanente, ainda que tenha implementado as condições


para estar isento de novos exames médicos-periciais, será submetido a tal exame quando
necessário para apuração de fraude.
A Perícia Médica Federal terá acesso aos prontuários médicos do segurado registrados no
Sistema Único de Saúde – SUS, desde que haja anuência prévia do periciado e seja garantido
o sigilo sobre os seus dados.
O atendimento domiciliar e hospitalar é assegurado pela Perícia Médica Federal e pelo
serviço social ao segurado com dificuldade de locomoção, quando o seu deslocamento, em
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, lhe impuser ônus despro-
porcional e indevido.

Beneficiários
Todos os segurados têm acesso à aposentadoria por incapacidade permanente.

Carência
A carência exigida para a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente, regra
geral, é de 12 contribuições mensais. Entretanto, nos casos de acidente de qualquer natureza
ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após
filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de
estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravi-
dade que mereçam tratamento particularizado, a carência para a concessão do benefício é zero.

Renda Mensal do Benefício


O cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente tem como base de cálculo o sa-
lário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho
de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2 pon-
tos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição,
no caso do homem, e 15 anos de contribuição, no caso da mulher, sobre o salário de benefício.

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Entretanto, quando a aposentadoria por incapacidade permanente for decorrente de aci-


dente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho, a renda mensal do benefí-
cio consiste em 100% do salário de benefício.

Data do Início do Pagamento


Para estudar a data de início do pagamento da aposentadoria por incapacidade permanen-
te, é necessário fazer uma divisão, pois o benefício pode ser precedido ou não de auxílio por
incapacidade temporária.
Caso o benefício seja precedido de auxílio por incapacidade temporária, a data de início
do pagamento será o dia seguinte à cessação do auxílio por incapacidade temporária.
Entretanto, caso o benefício não seja precedido de auxílio por incapacidade temporária, a
data de início do pagamento será:
• Ao segurado empregado a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da
data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento
decorrerem mais de 30 dias;
• Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, espe-
cial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do
requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.

Durante os primeiros 15 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de inca-


pacidade permanente, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
Visualiza-se por meio de um esquema ilustrativo o início do pagamento da aposentadoria
por incapacidade permanente quando o benefício não é precedido de auxílio por incapacidade
temporária.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado que sofre um acidente e fica incapacitado de forma perma-
nente para o trabalho. Assim, caso requeira o benefício até 30 dias do afastamento, receberá
o benefício a partir do 16º dia, tendo em vista que cabe a empresa arcar com os 15 primei-
ros dias de afastamento. Esses 15 dias de afastamento são considerados como “período de
espera”, ou seja, um período de interrupção do contrato de trabalho (cessação temporária e
parcial dos efeitos e da execução do contrato de trabalho), pois não há o exercício da atividade,
mas o salário é devido.
Caso o segurado empregado requeira o benefício após o lapso temporal de 30 dias, o benefício
será devido a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento.

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EXEMPLO
Imagine um segurado contribuinte individual que sofre um acidente e fica incapacitado de
forma permanente para o trabalho. Assim, caso requeira o benefício até 30 dias do afastamen-
to, receberá o benefício a partir do afastamento.
Caso o segurado contribuinte individual requeira o benefício após o lapso temporal de 30 dias,
o benefício será devido a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento.

 Obs.: O aposentado por incapacidade permanente que retornar voluntariamente à atividade


terá sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.
 O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar
da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que ultra-
passe o limite máximo legal.

Portanto, verifica-se o primeiro benefício previdenciário que pode ultrapassar o limite máxi-
mo legal que, atualmente, está no valor de R$ 7.087,22.
Atente para o fato do acréscimo de 25% ser personalíssimo, ou seja, o valor não é incor-
porado a pensão por morte. Assim, quando o segurado falece, o acréscimo cessa, não sendo
incorporado ao valor da pensão por morte.
As situações que determinam a concessão do acréscimo de 25% no valor da aposenta-
doria por incapacidade permanente estão previstas no Anexo I do Decreto n. 3.048/1999, que
assim determina:

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RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES EM QUE O APOSENTADO POR INVALIDEZ TERÁ DIREITO À MAJORAÇÃO
DE VINTE E CINCO POR CENTO PREVISTA NO ART. 45 DESTE REGULAMENTO.
1 – Cegueira total.
2 – Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
3 – Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
4 – Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.
5 – Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
6 – Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
7 – Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social.
8 – Doença que exija permanência contínua no leito.
9 – Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.

Verificada a recuperação da capacidade laborativa do aposentado por incapacidade per-


manente, serão observadas as normas seguintes:
• Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos contados da data do início da
aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária
que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará:
− a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, va-
lendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela pre-
vidência social; ou
− b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade
temporária e da aposentadoria por incapacidade permanente, para os demais segu-
rados; e
• Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto acima, ou ainda
quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual ha-
bitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:
− a) pelo seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade;
− b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e
− c) com redução de 75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual
cessará definitivamente.

Esses pagamentos a título de aposentadoria por incapacidade permanente são denomi-


nados pela doutrina como “mensalidades de recuperação”. Portanto, é um período em que o
segurado é considerado como aposentado por incapacidade permanente, mas é permitido que
ele volte ao trabalho, sem prejuízo do pagamento da aposentadoria.
O que não é permitido é o retorno voluntário ao trabalho. Nessa situação, como visto ante-
riormente, cessa o benefício, a partir do retorno.
Perceba que, no período em estudo, o segurado não retornou ao trabalho voluntariamente,
mas sim foi liberado pelo perito médico da previdência social.

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Explica-se, a partir de agora, de forma detalhada, a alínea “b” prevista no primeiro marcador.

EXEMPLO
Imagine um segurado contribuinte individual que sofre um grave acidente. Passando pelo
exame médico-pericial a cargo da previdência social, o perito médico entende que o segurado
tem uma incapacidade temporária para o seu trabalho em período superior a 15 dias conse-
cutivos, fato que enseja a concessão do auxílio por incapacidade temporária. Após 2 anos, o
segurado é submetido a nova perícia, sendo constatada a sua incapacidade permanente para o
trabalho. Assim, é cessado o auxílio por incapacidade temporária e o segurado passa a receber
a aposentadoria por incapacidade permanente. Novamente após 2 anos, o segurado é consi-
derado apto ao trabalho, sendo a sua recuperação considerada total.

O segurado faz jus a “mensalidade de recuperação”? Caso positivo, por quanto tempo e por
qual valor?

O segurado faz jus ao valor integral da aposentadoria por incapacidade permanente duran-
te 4 meses, ou seja, o segurado tem direito a tantos meses quanto forem os anos contados
da data do início do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu a aposentadoria por
incapacidade permanente sem interrupção.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.

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É importante frisar que o segurado que retornar à atividade poderá requerer, a qualquer
tempo, novo benefício, tendo este processamento normal.
Entretanto, caso haja requerimento de novo benefício durante os períodos de percepção
da “mensalidade de recuperação”, caberá ao segurado optar por um dos benefícios, assegura-
da a opção pelo benefício mais vantajoso.
Ademais, na hipótese de opção pelo recebimento de novo benefício, cuja duração se en-
cerre antes da cessação da “mensalidade de recuperação”, o pagamento deste poderá ser
restabelecido pelo período remanescente, respeitadas as reduções correspondentes.
Visualiza-se o explicado por meio de um exemplo prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado que sofre um grave acidente. Passando pelo exame médico-pericial a
cargo da previdência social, o perito médico entende que o segurado tem uma incapacidade
permanente para o seu trabalho, fato que enseja a concessão da aposentadoria por incapa-
cidade permanente. Após passar pelo procedimento de reabilitação profissional, o segurado
é declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia. Assim,

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o beneficiário fará jus, sem prejuízo da volta à atividade, ao recebimento da “mensalidade de


recuperação” por 18 meses, sendo 6 meses no seu valor integral; com redução de 50%, no perí-
odo seguinte de 6 meses; e com redução de 75%, também pelo período de 6 meses, ao término
do qual cessará definitivamente. Após receber por 6 meses a “mensalidade de recuperação” no
seu valor integral, o segurado requerer novo benefício (ex.: auxílio por incapacidade temporá-
ria), sendo este processado e deferido com valor mais vantajoso em relação à “mensalidade de
recuperação”. Assim sendo, o segurado passa a receber este novo benefício, sendo cessada
a “mensalidade de recuperação”. Entretanto, o novo benefício é cessado após 6 meses. Nessa
situação, o pagamento da “mensalidade de recuperação” poderá ser restabelecido pelo perío-
do remanescente, respeitadas as reduções correspondentes. Dessa forma, o segurado ainda
faz jus a “mensalidade de recuperação” pelo período de 6 meses, com redução de 75%. Após o
citado período, o benefício será cessado definitivamente.

Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.

Perceba que a “mensalidade de recuperação” é restabelecida, pois o novo benefício foi ces-
sado antes de findar o prazo para o seu pagamento. Como o novo benefício foi concedido por 6
meses, ainda restam 6 meses do período da “mensalidade de recuperação”. Entretanto, deverão
ser respeitadas as reduções correspondentes, ou seja, se faltam 6 meses para o pagamento da
“mensalidade de recuperação”, esta será paga com a redução de 75% do seu valor.

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Evento Incapacidade permanente do


determinante segurado para o trabalho

Beneficiários Todos os segurados

Regra geral, 12 CM

0 CM - acidente de qualquer
Carência
natureza ou causa e de doença
profissional ou do trabalho e, após
filiação do segurado ao RGPS, for
acometido de alguma das doenças
ou afecções especificadas em lista
Aposentadoria elaborada
por incapacidade
permanente

60% x SB + 2% para cada ano que


exceder o tempo de 20 anos, no
caso do homem, ou 15 anos, no
caso da mulher
Renda mensal
do benefício
100% x SB, quando decorrente de
acidente de trabalho, de doença
profissional e de doença do
trabalho.

Empregado - 16º dia, se requerida em


até 30 dias. Após 30 dias, DER

Início do
pagamento
Demais segurados - incapacidade,
se requerida em até 30 dias. Após 30
dias, DER

001. (FCC/TCM-BA/2011/PROCURADOR) Segundo as regras do Regime Geral da Previdên-


cia Social, o benefício da aposentadoria por incapacidade permanente é benefício
a) programado; reclama carência e não permite a volta ao trabalho durante seu gozo.
b) não programado; não reclama carência e permite trabalho concomitante com o recebimen-
to, dentro das possibilidades do segurado.
c) não programado; reclama carência, exceto se decorrente de acidente de trabalho; substitui
os salários e não permite o retorno ao trabalho, durante sua concessão.
d) não programado; reclama carência, inclusive se decorrente de acidente de trabalho; substi-
tui os salários e não permite o retorno ao trabalho durante sua concessão.
e) programado; reclama carência, exceto se decorrente de acidente de trabalho e permite tra-
balho concomitante com o recebimento, dentro dos limites impostos pelo perito do INSS.

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A aposentadoria por incapacidade permanente é um benefício não programado que, em regra,


exige carência de 12 contribuições mensais, salvo em certas situações (acidente de qualquer
natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometi-
do de alguma das doenças previstas na legislação previdenciária), sendo, ainda, um benefício
remuneratório (substituidor), além de não permitir o retorno voluntário ao trabalho durante a
sua concessão, sob pena do cancelamento a partir da data do retorno.
Letra c.

Aposentadoria Programada
Introdução
Antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o segurado do RGPS fa-
zia jus a aposentadoria por idade, bem como a aposentadoria por tempo de contribuição.
A aposentadoria por idade, tinha, como evento determinante, o atingimento do requisito
etário. Assim sendo, uma vez cumprida a carência exigida, a aposentadoria por idade era devi-
da ao segurado que completasse 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher,
reduzidos esses limites para 60 e 55 anos de idade para os trabalhadores rurais, respectiva-
mente homens e mulheres (empregado, contribuinte individual que presta serviço de natureza
rural a uma ou mais empresas, trabalhador avulso e segurado especial, bem como para os
segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar).
Importante frisar que, a partir da EC n. 20/1998, com a alteração no art. 195, § 8º da
CF/1988, o garimpeiro não se enquadra mais na categoria de segurado especial. O garimpeiro,
atualmente, enquadra-se como segurado obrigatório na condição de contribuinte individual.
Entretanto, ainda continuava com a benesse de se aposentar por idade com 5 anos a me-
nos em relação aos demais segurados, desde que exercesse a sua atividade em regime de
economia familiar, nos termos do art. 201, § 7º, II da CF/1988.
No caso da aposentadoria por tempo de contribuição, bastava, para fins de sua concessão,
que o segurado atingisse o requisito tempo de contribuição, independentemente do atingimen-
to do requisito etário mínimo. Dessa forma, a aposentadoria por tempo de contribuição era
devida ao segurado após 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos, se mulher.
Entretanto, para o professor(a) que comprovasse exclusivamente, tempo de efetivo exercí-
cio em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio,
esse tempo de contribuição era mitigado (reduzido) em 5 anos, ou seja, o professor se aposen-
tava após 30 anos de contribuição e a professora se aposentava após 25 anos de contribuição.
As citadas aposentadorias deixam de existir da forma como foram explicadas! Ainda per-
siste as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição. Entretanto, tais benefícios

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são devidos apenas aos segurados na condição de pessoa com deficiência, nos termos da
LC n. 142/2013.
Com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), as citadas aposentadorias
foram substituídas pela aposentadoria programada, a qual exige, além do atingimento do re-
quisito etário mínimo, tempo mínimo de contribuição.

Evento Determinante
A aposentadoria programada, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segu-
rado que atingir 62 anos de idade, se mulher, 65 anos de idade, se homem, com 15 anos de
tempo de contribuição, se mulher, e 20 anos de tempo de contribuição, se homem.
Portanto, para que o beneficiário faça jus a aposentadoria programada, faz-se necessário
cumprir o requisito etário mínimo, cumulado com o tempo de contribuição mínimo, conforme
quadro abaixo:

Idade - 65 anos

Homem

TC - 20 anos

Aposentadoria
programada

Idade - 62 anos

Mulher

TC - 15 anos

Primeiramente, é importante revisar a regra prevista no art. 195, § 14 da CF/1988, in verbis:

§ 14 O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previ-
dência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições.

Portanto, somente será computada como tempo de contribuição a competência cujo re-
colhimento seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria.
A competência cujo recolhimento seja inferior à contribuição mínima mensal não será
computada para nenhum fim, ou seja, para o cálculo do valor do benefício, para a carência,
para a manutenção da qualidade de segurado, além do tempo de contribuição.
Ademais, conforme determinava a legislação previdenciária, considerava-se tempo de
contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do
desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente

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estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de


desligamento da atividade.
Essa regra só é aplicável até a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), ou
seja, até 13/11/2019.
Para os períodos posteriores à recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), as
competências em que o salário de contribuição mensal tenha sido igual ou superior ao limite
mínimo serão computadas integralmente como tempo de contribuição, independentemente
do número de dias trabalhados, ou seja, os períodos serão computados por mês, independen-
te do início ou fim da atividade ocorrido dentro da competência.
Para melhorar entender o período anterior e posterior à EC n. 103/2019, visualizam-se situ-
ações hipotéticas.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado que foi admitido no dia 28/05/2005, ou seja, bem antes da
recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019). No caso desse segurado, o seu tempo
de contribuição era contado de data a data, ou seja, a partir do dia 28.
Imagine, agora, um segurado empregado que foi admitido no dia 28/05/2020, ou seja, após a
recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019). No caso desse segurado, o seu tempo
de contribuição não é contado de data a data, mas por mês, caso o seu salário de contribuição
tenha sido igual ou superior ao limite mínimo mensal da sua categoria. Ou seja, o seu tempo de
contribuição é contado a partir do mês de maio de 2020 e não a partir do dia 28.

A contagem do tempo de contribuição, portanto passa a ser por mês e não mais de
data a data.
Ademais, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o Poder Consti-
tuinte Derivado Reformador inseriu o § 14 ao art. 201, assim determinando:

§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefí-
cios previdenciários e de contagem recíproca.

Dessa forma, não é mais permitida a contagem de tempo de contribuição fictício para efei-
to de concessão de benefícios previdenciários.
Ou seja, antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), alguns períodos
eram contados, de maneira fictícia, como tempo de contribuição.
Entretanto, após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), não se permite
mais a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão de benefícios
previdenciários e de contagem recíproca.

E os citados períodos anteriores à recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019)?


Estes continuarão a ser considerados como tempo de contribuição?

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Sem dúvida!
Tal direito é assegurado por força do art. 25, caput da EC n. 103/2019, in verbis:

Art. 25. Será assegurada a contagem de tempo de contribuição fictício no Regime Geral de Previ-
dência Social decorrente de hipóteses descritas na legislação vigente até a data de entrada em vigor
desta Emenda Constitucional para fins de concessão de aposentadoria, observando-se, a partir da
sua entrada em vigor, o disposto no § 14 do art. 201 da Constituição Federal.

Estranhamente, o art. 19-C, § 1º do RPC (Decreto n. 3.048/1999), incluído pelo Decreto n.


10.410/20, excepciona tal regra da impossibilidade da contagem de tempo de contribuição
fictício para efeito de concessão de benefícios previdenciários. Tal dispositivo determina que
será computado o tempo intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, na for-
ma do disposto no inciso II do caput do art. 55 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, exceto
para efeito de carência.
Para melhor entender tal período, visualiza-se uma situação hipotética.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado que trabalhou durante 10 anos e veio a sofrer um acidente.
Passando pelo exame médico-pericial a cargo da previdência social, constatou-se uma incapa-
cidade temporária para o trabalho, fato que ensejou a concessão do auxílio por incapacidade
temporária (antigo auxílio-doença). Esse segurado ficou durante 20 anos em gozo do citado
benefício. Ao passar por nova perícia, ficou constatada a sua recuperação, fazendo com que o
segurado retornasse a sua atividade por mais 5 anos.

Diante dessa situação hipotética, qual é o tempo de contribuição e a carência que esse
segurado possui?

Uma vez que o período em que o segurado esteve em gozo do auxílio por incapacidade
temporária conta para fins de tempo de contribuição, mas não conta para efeitos de carência,
já que não existem contribuições mensais vertidas nesse período, esse segurado tem 35 anos
de contribuição (10 + 20 + 5) e 180 contribuições mensais para efeitos de carência (120 + 60).

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Caso esse segurado já tenha 65 anos de idade, este fará jus a aposentadoria programada,
pois já possui os requisitos necessários para fins de percepção do benefício
Portanto, o período do recebimento do benefício por incapacidade, intercalado por ativida-
des, conta para fins de tempo de contribuição, mas não conta para efeitos de carência.

Cabe a ressalva que, conforme entendimento jurisprudencial, o período de recebimento de


benefício por incapacidade, intercalado por atividades, contava para fins de tempo de contri-
buição e para efeitos de carência.
Cabe, portanto, mencionar o enunciado da Súmula n. 73 do Tribunal Nacional de Uniformização
dos Juizados Especiais Federais (TNU), que assim dispõe: “O tempo de gozo de auxílio-doença
ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computa-
do como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos
quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social”.

Tal entendimento foi ratificado pelo STF, no tema 1125, tendo sido fixada a tese em sede
de repercussão geral:

JURISPRUDÊNCIA
É constitucional o cômputo, para fins de carência, do período no qual o segurado esteve
em gozo do benefício de auxílio-doença, desde que intercalado com atividade laborativa.

Atualmente, o art. 19-C do RPC (Decreto n. 3.048/1999), incluído pelo Decreto n. 10.410/20,
elenca períodos que são considerados como tempo de contribuição. Segue, abaixo, o citado
dispositivo:

Art. 19-C. Considera-se tempo de contribuição o tempo correspondente aos períodos para os quais
tenha havido contribuição obrigatória ou facultativa ao RGPS, dentre outros, o período:
I – de contribuição efetuada por segurado que tenha deixado de exercer atividade remunerada que
o enquadrasse como segurado obrigatório da previdência social;
II – em que a segurada tenha recebido salário-maternidade;
III – de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de contribuições;
IV – em que o segurado tenha sido colocado em disponibilidade remunerada pela empresa, desde
que tenha havido desconto de contribuições;
V – de atividade patronal ou autônoma, exercida anteriormente à vigência da Lei n. 3.807, de 26 de
agosto de 1960, desde que tenha sido indenizado conforme o disposto no art. 122;
VI – de atividade na condição de empregador rural, desde que tenha havido contribuição na forma
prevista na Lei n. 6.260, de 6 de novembro de 1975, e indenização do período anterior, conforme o
disposto no art. 122;

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VII – de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que tenha havi-
do contribuição na época apropriada e este não tenha sido contado para fins de aposentadoria por
outro regime de previdência social;
VIII – de licença, afastamento ou inatividade sem remuneração do segurado empregado, inclusive o
doméstico e o intermitente, desde que tenha havido contribuição na forma prevista no § 5º do art. 11; e
IX – em que o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo tenham contribuído na for-
ma prevista no art. 199-A, observado o disposto em seu § 2º.

É importante frisar que a contribuição simplificada (contribuição de 11% ou 5% sobre o


limite mínimo mensal do salário de contribuição) do segurado contribuinte individual e do se-
gurado facultativo é considerado tempo de contribuição para fins de concessão de uma apo-
sentadoria programada.
Entretanto, o segurado, inclusive aquele com deficiência, que tenha contribuído na forma
simplificada e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção
de aposentadoria por tempo de contribuição (direito adquirido e regras transitórias) ou de con-
tagem recíproca do tempo de contribuição deverá complementar a contribuição mensal.

Somente será computada como tempo de contribuição a


competência cujo recolhimento seja igual ou superior à
contribuição mínima mensal exigida para sua categoria.

A competência cujo recolhimento seja inferior à


contribuição mínima mensal não será computada para
nenhum fim, ou seja, para o cálculo do valor do benefício,
para a carência, para a manutenção da qualidade de
segurado, além do tempo de contribuição.

Tempo, contado de data a data, desde o início até a data do


requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela
previdência social, descontados os períodos legalmente
estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de
interrupção de exercício e de desligamento da atividade. - Período
anterior à EC nº 103/2019, ou seja, até 13/11/2019

Tempo de
contribuição Para os períodos posteriores à recente reforma da
previdência social (EC nº 103/2019), ou seja, a partir de
14/11/2019, as competências em que o salário de
contribuição mensal tenha sido igual ou superior ao limite
mínimo serão computadas integralmente como tempo de
contribuição, independentemente do número de dias
trabalhados, ou seja, os períodos serão computados por
mês, independente do início ou fim da atividade ocorrido
dentro da competência.

É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para


efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem
recíproca.

Será assegurada a contagem de tempo de contribuição


fictício no Regime Geral de Previdência Social decorrente de
hipóteses descritas na legislação vigente até a data de
entrada em vigor da EC nº 103/2019 para fins de concessão
de aposentadoria, observando-se, a partir da sua entrada em
vigor, o disposto no § 14 do art. 201 da Constituição Federal.

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Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS relativos a


vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social,
tempo de contribuição e salários de contribuição.
Na hipótese de não constarem do CNIS as informações sobre atividade, vínculo, remunera-
ções ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a regularidade das informações existentes, o
período somente será confirmado por meio da apresentação de documentos contemporâneos
dos fatos a serem comprovados, com menção às datas de início e de término e, quando se tratar
de trabalhador avulso, à duração do trabalho e à condição em que tiver sido prestada a atividade.
Na falta de documento contemporâneo, podem ser aceitos declaração do empregador ou
de seu preposto, atestado de empresa ainda existente ou certificado ou certidão de entidade
oficial dos quais constem os dados necessários, desde que extraídos de registros existentes,
que serão confirmados pelo INSS, exceto se fornecidas por órgão público.
Caso os documentos apresentados não sejam suficientes para a comprovação de ativi-
dade, vínculo ou remunerações, estes poderão ser corroborados por pesquisa ou justificação
administrativa, conforme o caso.
A comprovação realizada mediante justificação administrativa ou judicial só produz efeito
perante a previdência social quando baseada em início de prova material, não sendo admi-
tida prova exclusivamente testemunhal, salvo quando houver ocorrência de caso fortuito ou
força maior.
Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória,
tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual
o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência
policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e
verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.

Feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade


nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser
contemporâneos dos fatos a comprovar

Na falta de documento contemporâneo podem ser aceitos


declaração do empregador ou seu preposto, atestado de
empresa ainda existente, certificado ou certidão de entidade
oficial dos quais constem os dados necessários
Prova de
tempo de Se o documento apresentado pelo segurado não atender ao
contribuição estabelecido no RPS, a prova exigida pode ser complementada por
outros documentos que levem à convicção do fato a comprovar,
inclusive mediante justificação administrativa

A comprovação realizada mediante justificação administrativa ou


judicial só produz efeito perante a previdência social quando baseada
em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo quando houver ocorrência
de caso fortuito ou força maior

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Beneficiários
Todos os segurados têm acesso à aposentadoria programada.

Carência
A carência exigida para a concessão da aposentadoria programada é de 180 contribui-
ções mensais.

Renda Mensal do Benefício


O cálculo da aposentadoria programada tem como base de cálculo o salário de benefício,
ou seja, média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde
o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.

Data de Início do Pagamento


A aposentadoria programada será devida:
• Ao segurado empregado e empregado doméstico a partir da data do desligamento do
emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou a partir da data do requerimen-
to, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após os 90
dias do desligamento;
• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

Visualiza-se por meio de um esquema ilustrativo o início do pagamento da aposentadoria


programada.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado que complete 65 anos de idade, 20 anos de tempo de con-
tribuição, tenha a carência necessária e se desligue da empresa onde trabalhava. Assim, caso
requeira o benefício até 90 dias do desligamento, receberá o benefício a partir do desligamento.
Caso o segurado empregado requeira o benefício após o lapso temporal de 90 dias, o benefício
será devido a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento. Essa regra
também se aplicaria, caso o segurado não tivesse se desligado da empresa.

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EXEMPLO
Imagine um segurado contribuinte individual complete 65 anos de idade, 20 anos de tempo de
contribuição e tenha a carência necessária para a concessão da aposentadoria programada.
Nesse caso, o benefício sempre será devido a partir da data da entrada do requerimento. Tal
regra se aplica, ao trabalhador avulso, segurado especial e segurado facultativo.

Idade do beneficiário → Homem - 65


anos e Mulher - 62 anos
Evento
+
determinante
TC do beneficiário → Homem - 20
anos e Mulher - 15 anos

Beneficiários Todos os segurados

Carência 180 CM
Aposentadoria
programada

60% x SB + 2% para cada ano que


Renda mensal exceder o tempo de 20 anos, no
do benefício caso do homem, ou 15 anos, no caso
da mulher

Empregado/Doméstico -
desligamento da atividade, se
requerida em até 90 dias. Após 90
dias ou se não houver desligamento,
Início do DER
pagamento

Demais segurados - DER

Aposentadoria Programada do Professor


Evento Determinante
A aposentadoria programa do professor segue a lógica da aposentadoria programada, com
a peculiaridade do art. 201, § 8º da CF/1988, que assim dispõe:

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§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o
professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.

Assim sendo, a aposentadoria programada do professor, uma vez cumprida a carência


exigida, será devida ao professor que comprove 25 anos de contribuição exclusivamente em
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio e tenha 57 anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem.
Portanto, para que o professor(a) faça jus a sua aposentadoria programada, faz-se neces-
sário cumprir o requisito etário mínimo, cumulado com o tempo de contribuição mínimo ex-
clusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio, conforme quadro abaixo:

Professor - 60 anos

Idade

Professora - 57 anos
Aposentadoria tempo de contribuição
programada do mínimo
professor exclusivamente em
efetivo exercício das
25 anos
funções de magistério
na educação infantil e
no ensino fundamental
e médio

Alguns doutrinadores, inclusive a jurisprudência, mencionavam que a antiga aposentadoria


com o tempo de contribuição reduzido para o professor(a) era uma aposentadoria especial do
professor(a).
Como assim? O evento que enseja a concessão da aposentadoria especial é a exposição
permanente do segurado a agentes nocivos, prejudicando a sua saúde ou a sua integridade física
durante certo período. Atualmente, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019),
além do tempo de efetiva exposição ao agente nocivo durante um certo lapso temporal, faz-se
necessário que o beneficiário atinja uma idade mínima, para fins de percepção do benefício,
Ou seja, quando se mencionava que a aposentadoria com o tempo de contribuição reduzi-
do para o professor(a) era uma aposentadoria especial do professor(a), estavam equiparando
as crianças a agentes nocivos.
PELO AMOR DE DEUS! Equiparar as crianças a agentes nocivos é demais! Até reconheço
que elas não são fáceis, pois tenho três filhos e sei como é! Entretanto, assim também já é
demais! Kkkkkkkkkk…
Portanto, a aposentadoria programada do professor(a) não é uma aposentadoria especial
do professor(a), mas sim uma aposentadoria constitucionalmente diferenciada, nos termos do
art. 201, § 8º da CF/1988.

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Considera-se função de magistério aquela exercida por professor em estabelecimento de en-


sino de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício
da docência, as funções de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento
pedagógicos.

Exercício da docência

Direção de unidade escolar

Função de magistério

Coordenação

Assessoramento pedagógico

Beneficiários
Professor(a) que comprove 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Carência
A carência exigida para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição é de 180
contribuições mensais.

Renda Mensal do Benefício


O cálculo da aposentadoria programada do professor tem como base de cálculo o salário
de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados mo-
netariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de
1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.

Data de Início do Pagamento


A aposentadoria programada do professor será devida a partir da data do desligamento
do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou a partir da data do requerimento,

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quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após os 90 dias do
desligamento.
Visualiza-se por meio de um esquema ilustrativo o início do pagamento da aposentadoria
programada.

EXEMPLO
Imagine um professor que complete 60 anos de idade, 25 anos de tempo de contribuição
exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério no ensino fundamental, tenha
a carência necessária e se desligue da empresa onde trabalhava. Assim, caso requeira o bene-
fício até 90 dias do desligamento, receberá o benefício a partir do desligamento.
Caso o professor requeira o benefício após o lapso temporal de 90 dias, o benefício será devido
a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento. Essa regra também se
aplicaria, caso o segurado não tivesse se desligado da empresa.

Idade do beneficiário → Professor -


60 anos e Professora - 57 anos
+
Evento
determinante TC exclusivamente em efetivo
exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino
fundamental e médio → 25 anos

Beneficiários Professor(a)

Aposentadoria
programada do
professor Carência 180 CM

60% x SB + 2% para cada ano que


Renda mensal exceder o tempo de 20 anos, no
do benefício caso do homem, ou 15 anos, no caso
da mulher

Desligamento da atividade, se
Início do requerida em até 90 dias. Após 90
pagamento dias ou se não houver desligamento,
DER

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Aposentadoria por Idade do Trabalhador Rural


Introdução
Antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), conforme já mencionado,
o segurado do RGPS fazia jus a aposentadoria por idade.
A aposentadoria por idade tinha, como evento determinante, o atingimento do requisito etá-
rio. Assim sendo, uma vez cumprida a carência exigida, a aposentadoria por idade era devida
ao segurado que completasse 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher,
reduzidos esses limites para 60 e 55 anos de idade para os trabalhadores rurais, respectiva-
mente homens e mulheres (empregado, contribuinte individual que presta serviço de natureza
rural a uma ou mais empresas, trabalhador avulso e segurado especial, bem como para os
segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar).
A antiga aposentadoria por idade, com a recente reforma da previdência social (EC n.
103/2019), deixa de existir nos moldes mencionados, salvo em relação ao trabalhador rural. Para
este beneficiário, simplesmente, a reforma da previdência social nada mudou. A única mudança
foi apenas em relação a forma de apuração do salário de benefício, conforme será estudado.

Evento Determinante
A aposentadoria do trabalhador rural e do garimpeiro, uma vez cumprida a carência exigida,
será devida 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os trabalhadores
rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
Perceba que, a partir da EC n. 20/1998, com a alteração no art. 195, § 8º da CF/1988, o ga-
rimpeiro não se enquadra mais na categoria de segurado especial. O garimpeiro, atualmente,
enquadra-se como segurado obrigatório na condição de contribuinte individual.
Entretanto, ainda continua com a benesse de se aposentar por idade com 5 anos a menos
em relação aos demais segurados, desde que exerça a sua atividade em regime de economia
familiar, nos termos do art. 201, § 7º, II da CF/1988.
É importante frisar que, conforme preceitua o art. 48, § 1º da Lei n. 8.213/1991, o trabalha-
dor rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua,
no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número
de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido.

Beneficiários
Trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia fa-
miliar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

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Carência
A carência exigida para a concessão da aposentadoria por idade é de 180 contribui-
ções mensais.

Renda Mensal do Benefício


O cálculo da aposentadoria do trabalhador rural e do garimpeiro tem como base de cálculo
o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contribuição, atualiza-
dos monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. Na verdade,
essa é a única modificação com a recente
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 70% sobre tal base de cál-
culo, com acréscimo de 1% para cada ano de contribuição.
No caso do segurado especial, a renda mensal do benefício é o valor do salário mínimo.

Data de Início do Pagamento


A aposentadoria programada será devida:
• Ao segurado empregado, a partir da data do desligamento do emprego, quando reque-
rida até 90 dias depois dela; ou a partir da data do requerimento, quando não houver
desligamento do emprego ou quando for requerida após os 90 dias do desligamento;
• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

Visualiza-se por meio de um esquema ilustrativo o início do pagamento da aposentadoria


programada.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado rural que complete 60 anos de idade, tenha a carência neces-
sária e se desligue da empresa onde trabalhava. Assim, caso requeira o benefício até 90 dias
do desligamento, receberá o benefício a partir do desligamento.
Caso o segurado empregado rural requeira o benefício após o lapso temporal de 90 dias, o
benefício será devido a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento. Essa
regra também se aplicaria, caso o segurado não tivesse se desligado da empresa.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

EXEMPLO
Imagine um segurado especial que complete 60 anos de idade e tenha a carência necessária
para a concessão da aposentadoria do trabalhador rural e do garimpeiro. Nesse caso, o bene-
fício sempre será devido a partir da data da entrada do requerimento. Tal regra se aplica, ao
contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial.

Observações
Conforme já mencionado, o art. 48, § 1º da Lei n. 8.213/1991 determina que o trabalhador
rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no
período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de
meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido.

Entretanto, cabe o seguinte questionamento: e se, por exemplo, um segurado especial


tenha 60 anos de idade, mas não tenha a carência necessária para fins de concessão da
aposentadoria do trabalhador rural e do garimpeiro, ou seja, não possua 180 meses exer-
cendo a atividade rural, ainda que de forma descontínua?

O art. 48, § 2º da Lei n. 8.213/1991 determina que os trabalhadores rurais que não atendam
a carência necessária de 180 contribuições mensais, mas que satisfaçam essa condição, se
forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus ao
benefício ao completarem 65 anos de idade, se homem, e 60 anos, se mulher.
Tal regra era conhecida como a aposentadoria por idade híbrida do RGPS, a qual era a mo-
dalidade de aposentadoria em que era possível contar tanto o tempo exercido em atividade
rural, como aquele em atividade urbana.
Tal regra não mais se aplica na sua inteireza, pois há que ser feita a sua adaptação para a
atual aposentadoria programada, conforme preceitua o item 2.9.2.3 do Ofício SEI Circular n.
64/2019/DIRBEN/INSS, in verbis:

2.9.2.3 A partir da EC n. 103, de 2019, o trabalhador rural ou o garimpeiro que trabalha em regime de
economia familiar e que não satisfaçam os requisitos nesta condição, poderão computar os perío-
dos de contribuição sob outras categorias de segurado fazendo jus ao benefício, na forma híbrida, a
partir do implemento dos requisitos para a aposentadoria programada.

Assim sendo, para que um beneficiário faça jus a aposentadoria híbrida, este deverá atingir
62 anos de idade, se mulher, 65 anos de idade, se homem, com 15 anos de tempo de contri-
buição, se mulher, e 20 anos de tempo de contribuição, se homem.
Tal regra, atualmente, está devidamente regulamentada no art. 57 do RPS (Decreto n.
3.048/1999), cuja redação foi dada pelo Decreto n. 10.410/20.

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Aposentadorias do RGPS
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EXEMPLO
Imagine um segurado especial que, ao atingir 60 anos de idade, possua apenas 8 anos exer-
cendo a atividade rural, ainda que de forma descontínua. Nessa situação, este segurado não
possui a carência necessária para fins de percepção da aposentadoria do trabalhador rural e
do garimpeiro. Entretanto, este beneficiário já possui 7 anos de atividade urbana, os quais, para
fins de uma aposentadoria híbrida, podem ser aproveitados junto com o tempo de atividade
rural. Assim sendo, continuando a exercer a sua atividade na condição de segurado especial,
ao atingir 65 anos, perfaz todas as condicionantes para fins de percepção de uma aposentado-
ria programada (7 anos de atividade urbana e mais 13 anos de atividade rural). Dessa forma,
este beneficiário faz jus a aposentadoria híbrida do RGPS.

Para efeito do cálculo da aposentadoria híbrida, o cálculo da renda mensal do benefício será
apurado com base no salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de con-
tribuição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência,
considerando-se como salário de contribuição mensal do período como segurado especial o
limite mínimo de salário de contribuição da Previdência Social, ou seja, o valor do salário mínimo.

Evento Idade do segurado → Homem - 60


determinante anos; Mulher - 55 anos

Trabalhadores rurais e para os que


exerçam suas atividades em regime
Beneficiários de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal.

Aposentadoria Carência 180 CM


por idade do
trabalhador rural

Renda mensal 70% x SB + 1% para cada ano de


do benefício contribuição

Empregado - desligamento da
atividade, se requerida em até 90
dias. Após 90 dias ou se não houver
Início do desligamento, DER
pagamento

Demais segurados - DER

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Aposentadorias do RGPS
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Aposentadoria por Tempo de Contribuição e por Idade da Pessoa com


Deficiência
Antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o art. 201, § 1º da
CF/1988 determinava que era vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressal-
vados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.
Dessa forma, no intuito de regulamentar o disposto no art. 201, § 1º da CF/1988, foi edi-
tada a LC n. 142/2013, no tocante à aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do
Regime Geral de Previdência Social – RGPS.
Cabe a ressalva que, conforme determina o art. 11 da LC n. 142/2013, a aposentadoria da
pessoa com deficiência segurada do RGPS só entrou em vigor após 6 meses da publicação
oficial da citada lei complementar, a qual ocorreu no dia 09/05/2013. Tal benefício foi regula-
mentado nos arts. 70-A ao 70-I do RPS.
Com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), a previsão da concessão da
aposentadoria diferenciada para o beneficiário do RGPS na condição de pessoa com deficiência
está no art. 201, § 1º, I da CF/1988, que determina que é vedada a adoção de requisitos ou crité-
rios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a
possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para conces-
são de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados com deficiência, previamente
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
Ademais, o art. 22 da citada EC determina que, até que lei discipline o inciso I do § 1º do
art. 201 da Constituição Federal, a aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Re-
gime Geral de Previdência Social será concedida na forma da Lei Complementar n. 142/2013,
inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios.
Dessa forma, passa-se a estudar a citada LC, a qual prevê as aposentadorias por tempo
de contribuição e idade para o beneficiário do RGPS na condição de pessoa com deficiência.
Importante frisar que, para fins de reconhecimento do direito a citada aposentaria, considera-
-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, men-
tal, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Evento Determinante
A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que
tenha reconhecido, após ter sido submetido a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar, grau de deficiência leve, moderada ou grave está condi-
cionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da entrada do reque-
rimento ou na data da implementação dos requisitos para o benefício.

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Aposentadorias do RGPS
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A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cumprida a ca-


rência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso, contribu-
inte individual e facultativo, observando o segurado que contribui de forma diferenciada, abdi-
cando ao direito se se aposentar por tempo de contribuição, e os seguintes requisitos:

Tempo de contribuição na condição de


pessoa com deficiência
Deficiência Homem Mulher
Grave 25 20
Moderada 29 24
Leve 33 28

A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência também se


aplica ao segurado especial que contribua, facultativamente, como se fosse um contribuinte
individual.
A aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, cumprida a carência, é devida ao
segurado aos 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher.
Para efeitos de concessão da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, o segu-
rado deve contar com no mínimo 15 anos de tempo de contribuição, cumpridos na condição
de pessoa com deficiência, independentemente do grau.
Assim, percebe-se, portanto, que a aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do
RGPS nada mais é do que uma redução do tempo de contribuição da antiga aposentadoria por
tempo de contribuição e na redução da idade no caso da antiga aposentadoria por idade.
Ou seja, no caso da aposentadoria por tempo de contribuição, o tempo de contribuição é
mitigado, dependendo do grau da deficiência.
No caso de deficiência grave, o tempo de contribuição é mitigado em 10 anos, ou seja, uma
vez que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de contri-
buição, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição após
25 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição após
30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 20 anos.
No caso de deficiência moderada, o tempo de contribuição é mitigado em 6 anos, ou seja,
uma vez que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de
contribuição, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição
após 29 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição
após 30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 24 anos.
No caso de deficiência leve, o tempo de contribuição é mitigado em 2 anos, ou seja, uma vez
que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de contribui-
ção, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição após
33 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição após
30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 28 anos.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Já, no caso da aposentadoria por idade, a idade é mitigada em 5 anos em relação a idade
da antiga aposentadoria por idade, independentemente do grau da deficiência, desde que
cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de deficiência
durante igual período.
Portanto, o segurado, uma vez que se aposentava por idade aos 65 anos, na condição de
pessoa com deficiência, irá se aposentar por idade após 60 anos, enquanto que, a segurada,
uma vez que se aposentava por idade aos 60 anos, na condição de pessoa com deficiência, irá
se aposentar por idade aos 55 anos, desde que cumpra tempo mínimo de contribuição de 15
anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período.

Deficiência grave → Homem - 25 anos


e Mulher - 20 anos

Por tempo de Deficiência moderada → Homem - 29


contribuição anos e Mulher - 24 anos

Deficiência leve → Homem - 33 anos e


Aposentadoria da Mulher - 28 anos
pessoa com
deficiência
Homem - 60 anos e Mulher - 55
anos, independentemente do grau
da deficiência

Por idade
Tempo mínimo de contribuição de
15 anos e comprovada a existência
de deficiência durante igual
período

Para efeito de concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, compete à perícia


própria do INSS, nos termos de ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Di-
reitos Humanos da Presidência da República, dos Ministros de Estado da Previdência Social,
da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Advogado-Geral da União:
• Avaliar o segurado e fixar a data provável do início da deficiência e o seu grau; e
• Identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos pe-
ríodos em cada grau.

A comprovação da deficiência anterior à data da vigência da LC n. 142/2013 será instruída


por documentos que subsidiem a avaliação médica e funcional, vedada a prova exclusivamen-
te testemunhal.
A avaliação da pessoa com deficiência será realizada para fazer prova dessa condição ex-
clusivamente para fins previdenciários.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a
perícia própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.

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Renda Mensal do Benefício


Em relação a esse tema, o art. 22 da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019)
determina que a aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do RGPS será concedida
na forma da LC n. 142/2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios.
O art. 8º da citada LC determina que a renda mensal das aposentadorias devidas ao segu-
rado com deficiência será calculada aplicando-se o salário de benefício, apurado em conformi-
dade com o disposto no art. 29 da Lei n. 8.213/1991.
Entretanto, o art. 29 da Lei n. 8.213/1991, no que se refere a forma de se apurar o salário de
benefício, não foi recepcionado por meio de EC n. 103/2019, e, por consequência, está revogado,
tendo em vista que o citado dispositivo está incompatível materialmente com o texto da CF/1988.

Assim sendo, surge a seguinte dúvida: o art. 8º da LC n. 142/2013 deve ser aplicado mu-
tatis mutandis com a aplicação do art. 26 da EC n. 103/2019, desconsiderando o art. 29
da Lei n. 8.213/1991, tendo em vista a sua não recepção, ou, o art. 22 é norma especial,
a qual deve prevalecer sobre a regra geral do cálculo do salário de benefício prevista no
art. 26 da EC n. 103/2019, determinando, por consequência, a aplicação do art. 29 da Lei
n. 8.213/1991, dando ultratividade a este dispositivo?

O Ofício SEI Circular n. 64/2019/DIRBEN/INSS interpretou no sentido do cálculo do benefí-


cio com base na média prevista no art. 26 da EC n. 103/2019, a qual é pior do que a prevista no
art. 29 da Lei n. 8.213/1991, uma vez que esta considera a média aritmética simples dos maio-
res salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, enquanto
que aquela considera a média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho
de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Por ora, adota-se o entendimento exarado pelo INSS.
Uma vez adotado o entendimento do INSS, não há mais o que se falar em aplicação do
fator previdenciário no cálculo do salário de benefício, em que pese a LC n. 142/2013 prever
a aplicação do fator previdenciário no caso das aposentadorias por tempo de contribuição e
idade da pessoa com deficiência, desde que resulte em renda mensal de valor mais elevado.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 100% sobre tal base de
cálculo, no caso da aposentadoria por tempo de contribuição, enquanto que, no caso da apo-
sentadoria por idade, uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 70% sobre
tal base de cálculo, mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%.
Portanto, a renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição é 100% sobre o sa-
lário de benefício, enquanto que a renda mensal da aposentadoria por idade é de 70% sobre o
salário de benefício, mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%.

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Aposentadoria por
tempo de 100% x SB
contribuição
Renda mensal
dos benefícios

Aposentadoria por
70% + 1% (12CM) x SB
idade

Observações
Aplicam-se a pessoa com deficiência:
• A contagem recíproca do tempo de contribuição na condição de segurado com defici-
ência relativo à filiação ao RGPS, ao regime próprio de previdência do servidor público
ou a regime de previdência militar, devendo os regimes compensar-se financeiramente;

As regras de pagamento e de recolhimento das contribuições previdenciárias contidas na


Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
As demais normas relativas aos benefícios do RGPS;
A percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria estabelecida na Lei n. 8.213,
de 24 de julho de 1991, que lhe seja mais vantajosa do que as opções apresentadas na LC
n. 142/2013.

Contagem recíproca do tempo de contribuição

Regras de pagamento e recolhimento das contribuições


previdenciárias da Lei n. 8.212/1991
Aplicam-se a
pessoa com
deficiência Demais normas relativas aos benefícios do RGPS

A percepção de qualquer outra espécie de


aposentadoria estabelecida na Lei n. 8.213/1991, que lhe
seja mais vantajosa do que as opções apresentadas na LC
n. 142/2013

O RPS prevê que, se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência,
ou tiver seu grau de deficiência alterado, os parâmetros serão proporcionalmente ajustados,
considerando-se o número de anos em que o segurado exerceu atividade laboral sem defici-
ência e com deficiência, observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do regu-
lamento (art. 70-E do RPS).
Ademais, quando o segurado contribuiu alternadamente na condição de pessoa sem de-
ficiência e com deficiência, os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação da
conversão (art. 70-E, § 2º do RPS).

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada,
no mesmo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relati-
vos a atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física (art. 70-F do RPS).

002. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015/MÉDICO DO TRABALHO) A Lei Complementar n.


142, de 8 de maio/13, assegura a concessão de aposentadoria pelo Regime Geral de Previdên-
cia Social ao segurado com deficiência a partir de
a) vinte e cinco (25) anos de tempo de contribuição se homem, e vinte (20) anos, se mulher, no
caso de segurado com deficiência grave.
b) trinta (30) anos de tempo de contribuição se homem, e vinte (20) anos, se mulher, no caso
de segurado com deficiência moderada.
c) trinta e cinco (35) anos de tempo de contribuição se homem, e vinte e cinco (25) anos, se
mulher, no caso de segurado com deficiência leve.
d) quarenta (40) anos de tempo de contribuição se homem, e vinte e cinco (25) anos, se mulher,
no caso de segurado com deficiência leve.
e) cinquenta (50) anos de idade, se homem, e quarenta e cinco (45) anos, se mulher, indepen-
dente do grau de deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 (quin-
ze) anos, comprovada a existência de deficiência durante igual período.

No caso de deficiência grave, o tempo de contribuição é mitigado em 10 anos, ou seja, uma vez
que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de contribui-
ção, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição após
25 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição após
30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 20 anos.
b) Errada. No caso de deficiência moderada, o tempo de contribuição é mitigado em 6 anos, ou
seja, uma vez que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de
contribuição, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição
após 29 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição
após 30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 24 anos.
c) Errada. No caso de deficiência leve, o tempo de contribuição é mitigado em 2 anos, ou seja,
uma vez que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de
contribuição, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição
após 33 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição
após 30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 28 anos.
d) Errada. No caso de deficiência leve, o tempo de contribuição é mitigado em 2 anos, ou seja,
uma vez que o segurado se aposentava por tempo de contribuição após 35 anos de tempo de

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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contribuição, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por tempo de contribuição
após 33 anos, enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por tempo de contribuição
após 30 anos de tempo de contribuição, irá se aposentar por tempo de contribuição após 28 anos.
e) Errada. No caso da aposentadoria por idade, a idade é mitigada em 5 anos em relação a
idade da antiga aposentadoria por idade, independentemente do grau da deficiência, desde
que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de de-
ficiência durante igual período. Portanto, o segurado, uma vez que se aposentava por idade
aos 65 anos, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por idade após 60 anos,
enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por idade aos 60 anos, na condição de
pessoa com deficiência, irá se aposentar por idade aos 55 anos, desde que cumpra tempo míni-
mo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período.
Letra a.

Aposentadoria Especial
Evento Determinante
Antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o art. 201, § 1º da
CF/1988 determinava que era vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressal-
vados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.
Percebe-se, claramente, que a aposentadoria especial era assunto de reserva de lei com-
plementar. Tal exigência foi determina pela EC n. 20/1998.
Entretanto, a aposentadoria especial era prevista nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213/1991,
que é uma mera lei ordinária.
Assim sendo, os citados artigos, por serem compatíveis materialmente com a CF/1988
foram recepcionados. Entretanto, estes passam a assumir o status normativo que o Poder
Constituinte passou a exigir, ou seja, passaram a ter o status de lei complementar.
Com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), a previsão da concessão da
aposentadoria diferenciada para o beneficiário do RGPS exposto a agente nocivo está no art.
201, § 1º, II da CF/1988, que determina que é vedada a adoção de requisitos ou critérios dife-
renciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possi-
bilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão
de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados cujas atividades sejam exercidas
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou asso-
ciação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Tal benefício sofreu uma sensível alteração em relação ao regime jurídico anterior a recen-
te reforma da previdência social (EC n. 103/2019), pois deixou de exigir apenas tempo efetiva

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exposição a agente nocivo, para passar a exigir o tempo de efetiva exposição a agente nocivo,
cumulado com o atingimento de uma idade mínima, a depender do agente nocivo.
Portanto, antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), a aposentadoria
especial, uma vez cumprida a carência exigida, era devida ao segurado empregado, trabalha-
dor avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de
trabalho ou de produção, que tivesse trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso,
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), a aposentadoria especial,
uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso
e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho
ou de produção, que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15, 20 ou 25 anos,
nos termos do disposto nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213/19, quando cumpridos:
• 55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 anos de contribuição;
• 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 anos de contribuição; ou
• 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição.

55 anos de idade, quando se tratar de atividade


especial de 15 anos de contribuição

Aposentadoria 58 anos de idade, quando se tratar de atividade


especial especial de 20 anos de contribuição

60 anos de idade, quando se tratar de atividade


especial de 25 anos de contribuição

A efetiva exposição a agente prejudicial à saúde configura-se quando, mesmo após a


adoção das medidas de controle previstas na legislação trabalhista, a nocividade não seja
eliminada ou neutralizada.
Considera-se eliminação, a adoção de medidas de controle que efetivamente impossibili-
tem a exposição ao agente prejudicial à saúde no ambiente de trabalho; e neutralização, a ado-
ção de medidas de controle que reduzam a intensidade, a concentração ou a dose do agente
prejudicial à saúde ao limite de tolerância previsto neste Regulamento ou, na sua ausência, na
legislação trabalhista.
A exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação
desses agentes, deverá superar os limites de tolerância estabelecidos segundo critérios quantita-
tivos ou estar caracterizada de acordo com os critérios da avaliação qualitativa previstos no RPS.

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Aposentadorias do RGPS
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A relação dos agentes químicos, físicos, biológicos, e da associação desses agentes, conside-
rados para fins de concessão de aposentadoria especial, é aquela constante do Anexo IV do RPS.
A avaliação qualitativa de riscos e agentes prejudiciais à saúde será comprovada pela
descrição:
• Das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente ou associação de
agentes prejudiciais à saúde presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada
de trabalho;
• De todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes nocivos; e
• Dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensida-
de da exposição, a frequência e a duração do contato.

Os agentes reconhecidamente cancerígenos para humanos, listados pela Secretaria Espe-


cial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, serão avaliados e, caso sejam ado-
tadas as medidas de controle previstas na legislação trabalhista que eliminem a nocividade,
será descaracterizada a efetiva exposição.
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasio-
nal nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do coope-
rado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
Tal regra se aplica aos períodos de descanso determinados pela legislação trabalhista,
inclusive ao período de férias, e aos de percepção de salário-maternidade, desde que, à data
do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade considerada especial.
A comprovação da efetiva exposição do segurado a agentes prejudiciais à saúde será
feita por meio de documento, em meio físico ou eletrônico, emitido pela empresa ou por seu
preposto com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT) expedido
por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
Considera-se perfil profissiográfico previdenciário o documento que contenha o histórico
laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social
A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico previdenciário, ou
o documento eletrônico que venha a substituí-lo, no qual deverão ser contempladas as ativi-
dades desenvolvidas durante o período laboral, garantido ao trabalhador o acesso às informa-
ções nele contidas, sob pena de multa por descumprimento de obrigação acessória.
O laudo técnico conterá informações sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva
ou individual e sobre a sua eficácia e será elaborado com observância às normas editadas pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério Economia e aos procedimentos
adotados pelo INSS.
Nas avaliações ambientais deverão ser considerados, além do disposto no Anexo IV, a me-
todologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figuei-
redo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela FUNDACENTRO a metodologia e os


procedimentos de avaliação, caberá ao Ministério da Economia indicar outras instituições para
estabelecê-los.

Beneficiários
Apenas o segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente
quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, têm acesso à aposenta-
doria especial, conforme determina o RPS.
Entretanto, a Lei n. 8.213/1991, ao determinar o evento que enseja a concessão da apo-
sentadoria especial no art. 57, elenca o segurado como beneficiário, não restringindo o benefí-
cio ao segurado empregado, trabalhador avulso e cooperado filiado a cooperativa de trabalho
ou de produção.

Desta forma, conforme entendimento jurisprudencial, o segurado contribuinte individual, que


comprova a exposição permanente a agente nocivo prejudicando à saúde ou à integridade
física, faz jus a aposentadoria especial.
Cabe, portanto, mencionar a Súmula n. 62 do Tribunal Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais, que assim dispõe: “O segurado contribuinte individual pode obter reconheci-
mento de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição
a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.”

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Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Carência
A carência exigida para a concessão da aposentadoria especial é de 180 contribui-
ções mensais.

Renda Mensal do Benefício


O cálculo da aposentadoria especial tem como base de cálculo o salário de benefício, ou
seja, média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente, cor-
respondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o
início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60% do salário de benefício
acrescidos de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribui-
ção, exceto no caso da atividade especial que exija 15 anos de contribuição e das mulheres, cujo
acréscimo será aplicado para cada ano de contribuição que exceder 15 anos de contribuição.

Data do Início do Pagamento


A aposentadoria especial será devida:
• Ao segurado empregado, a partir da data do desligamento do emprego, quando reque-
rida até 90 dias depois dela; ou a partir da data do requerimento, quando não houver
desligamento do emprego ou quando for requerida após os 90 dias do desligamento;
• Para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

Em relação a data de início do pagamento da aposentadoria especial ao segurado empre-


gado, uma dúvida que deve estar surgindo na sua mente: para que a previdência social
conceda a aposentadoria especial, o segurado empregado não deve, necessariamente, se
desligar da empresa onde trabalha?

Não! O segurado tem que, apenas, deixar de exercer a atividade com exposição a
agente nocivo.
Portanto, é muito diferente da aposentadoria por incapacidade permanente. Quando o se-
gurado se aposenta por incapacidade permanente, não pode voltar, voluntariamente, a exercer
atividade remunerada, sob pena de cancelamento da aposentadoria a partir do retorno.
Já na aposentadoria especial, o segurado pode voltar a trabalhar. O que não pode é retornar
ao trabalho com exposição a agente nocivo. Nessa situação, a previdência social suspende a
aposentadoria especial.

É suspensão ou cancelamento?

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Aposentadorias do RGPS
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Tecnicamente falando, trata-se de suspensão da aposentadoria especial, tendo em vista


que o segurado tem um direito adquirido. Portanto, a previdência social apenas não pode ser
conivente com o segurado que retorna à atividade com exposição a agente nocivo, uma vez
que ela o aposentou para evitar um dano a sua saúde ou a sua integridade física.
Portanto, se o segurado aposentado por meio de uma aposentadoria especial retorna ao
trabalho com exposição a agente nocivo, suspende-se o benefício previdenciário. Uma vez
cessada a exposição, reabre-se a aposentadoria especial.

PEGADINHA DA BANCA
Entretanto, para fins de prova, leve o entendimento de que o benefício é cancelado, pois, con-
forme determina a legislação previdenciária, é vedado que o segurado aposentado por meio
de uma aposentadoria especial continue no exercício da atividade ou operação que o sujeite
a agentes nocivos, sendo a sua aposentadoria cessada a partir da data do retorno à atividade.
Portanto, uma vez que a legislação previdenciária menciona que a aposentadoria especial é
cessada, as bancas preparatórias para concurso público seguem a literalidade da norma, sem
fazer uma análise técnica do assunto.

Atualmente, o RPS, com recente alteração da redação do art. 69, parágrafo único, determi-
na que o segurado que retornar ao exercício de atividade ou operação que o sujeite aos riscos
e agentes nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja
a forma de prestação do serviço ou categoria de segurado, será imediatamente notificado da
cessação do pagamento de sua aposentadoria especial, no prazo de 60 dias contado da data
de emissão da notificação, salvo comprovação, nesse prazo, de que o exercício dessa ativida-
de ou operação foi encerrado.

Segurado que Será imediatamente notificado da


retornar ao exercício cessação do pagamento de sua
de atividade ou aposentadoria especial, no prazo de
operação que o sujeite 60 dias contado da data de
aos riscos e agentes emissão da notificação, salvo
nocivos, ou nele comprovação, nesse prazo, de que o
permanecer, na mesma exercício dessa atividade ou operação
ou em outra empresa foi encerrado

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Visualiza-se por meio de um esquema ilustrativo o início do pagamento da aposentado-


ria especial.

EXEMPLO
Imagine um segurado empregado que complete 25 anos de exposição permanente ao agente
nocivo ruído acima do limite de tolerância máximo permitido pela legislação, tenha 60 anos
de idade, tenha a carência necessária e se desligue da empresa onde trabalhava. Assim, caso
requeira o benefício até 90 dias do desligamento, receberá o benefício a partir do desligamento.
Caso o segurado empregado requeira o benefício após o lapso temporal de 90 dias, o benefício
será devido a partir da DER, ou seja, a partir da data da entrada do requerimento. Essa regra
também se aplicaria, caso o segurado não tivesse se desligado da empresa.

EXEMPLO
Imagine um cooperado que complete 25 anos de exposição permanente ao agente nocivo
ruído acima do limite de tolerância máximo permitido pela legislação, tenha 60 anos de idade
e tenha a carência necessária para a concessão do benefício. Nesse caso, o benefício sempre
será devido a partir da data da entrada do requerimento. Tal regra se aplica, ao trabalhador
avulso e cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou produção.

Observações
Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a condições espe-
ciais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo
mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos serão somados após
conversão, devendo ser considerada a atividade preponderante para efeito de enquadramento.
Assim, aplica-se, para tal conversão, a seguinte tabela:

Multiplicadores
Tempo a Converter
Para 15 Para 20 Para 25
De 15 anos - 1,33 1,67
De 20 anos 0,75 - 1,25
De 25 anos 0,60 0,80 -

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EXEMPLO
Imagine, portanto, um segurado que trabalhe em minas de subsolo em frente de produção
durante 10 anos (atividade A). Tal atividade permite a concessão da aposentadoria especial
após 15 anos de exposição permanente, desde que preenchido o requisito etário mínimo de
55 anos de idade. Demitido dessa atividade, passa a trabalhar no setor de estamparia de uma
empresa, exposto de forma permanente ao agente nocivo ruído (atividade B), permanecendo
nessa atividade durante 10 anos. Tal exposição permite a concessão da aposentadoria espe-
cial após 25 anos de exposição permanente, desde que preenchido o requisito etário mínimo
de 60 anos de idade.

Perceba que o segurado não completa em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a
aposentadoria especial.
Assim, é necessário converter o tempo para somá-los, no intuito de se verificar se o segu-
rado tem o direito ou não de se aposentar por meio de uma aposentadoria especial.
Demonstra-se o cálculo:
• Ativ. A 15 anos 10 anos
• Conversão do tempo de 25 anos para 15:
• Ativ. B 25 anos 10 anos x 0,6 = 6 anos
• Somatório 15 anos 10 + 6 = 16 anos

Dessa forma, ao converter o tempo de exposição a agente nocivo que permite a concessão
de aposentadoria especial após 25 anos, para tempo de exposição a agente nocivo que permi-
te a concessão de aposentadoria especial após 15 anos, verifica-se que o período equivale a 6
anos de exposição.
Fazendo o somatório, verifica-se que o período de exposição equivale a 16 anos.
Caso esse segurado tenha a idade mínima de 55 anos, poderá se aposentar por meio de
uma aposentadoria especial, uma vez que esse já possui o tempo de exposição ao agente no-
civo e o requisito etário mínimo para fins de percepção do benefício.
Tal regra se mantém hígida, mesmo após a recente reforma da previdência social (EC n.
103/2019), uma vez que essa se mantém no art. 66 do RPS, mesmo após a sua recente altera-
ção por meio do Decreto n. 10.410/20.
A manutenção da citada regra é salutar, pois não há contagem de tempo de contribuição
fictício, o que é vedado no ordenamento jurídico, conforme o disposto no art. 201, § 14 do RPS.
Na verdade, há uma mera conversão do tempo sob condições especiais em outro tempo
sob condições especiais, o qual, conforme dispõe o art. 66, § 3º do RPS, determina que a
atividade preponderante será aquela pela qual o segurado tenha contribuído por mais tempo,
antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo necessário para a
aposentadoria especial e para a conversão.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Mera adoção de parâmetro, sem que o tempo sob condições especiais convertido se torne
tempo de contribuição fictício.
Já a conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade
comum é vedado no ordenamento jurídico, conforme o disposto no art. 201, § 14 da CF/1988,
pois trata-se, claramente, de tempo de contribuição fictício.
Entretanto, tal conversão ainda é permitida para período anterior a recente reforma da pre-
vidência social (EC n. 103/2019), conforme o disposto no art. 25, § 2º da EC n. 103/2019, que
assim determina:

§ 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei n. 8.213,
de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de
efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde,
cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conversão para o
tempo cumprido após esta data.

Dessa forma, estuda-se a conversão de tempo de atividade sob condições especiais em


tempo de atividade comum, o qual se dá por meio da adoção da seguinte tabela:

Multiplicador
Tempo a Converter
Mulher (30 anos) Homem (35 anos)
15 anos 2,00 2,33
20 anos 1,50 1,75
25 anos 1,20 1,40

EXEMPLO
Imagine, portanto, uma segurada que, antes da recente reforma da previdência social (EC n.
103/2019), trabalhou em minas de subsolo em frente de produção durante 10 anos (atividade
A). Tal atividade permitia a concessão da aposentadoria especial após 15 anos de exposição
permanente. Demitida dessa atividade, passou a trabalhar em uma empresa, não estando mais
exposta a agentes nocivos (atividade B), permanecendo nessa atividade durante 15 anos.

Perceba que a segurada não completa na atividade em condições especiais o prazo míni-
mo exigido para a aposentadoria especial.
Assim, é necessário converter o tempo em condições especiais em tempo comum, no in-
tuito de saber se a segurada já tem as condições para se aposentar por tempo de contribuição.
Demonstra-se o cálculo:
• Conversão do tempo de 15 anos para comum:
• Ativ. A 15 anos 10 anos x 2,00 = 20 anos
• Ativ. B Comum 15 anos
• Somatório Comum 20 + 15 = 35 anos

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Aposentadorias do RGPS
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Dessa forma, ao converter o tempo de exposição a agente nocivo que permite a concessão
de aposentadoria especial após 15 anos, para tempo comum, verifica-se que o período equiva-
le a 20 anos de tempo comum.
Fazendo o somatório, verifica-se que a segurada possui 35 anos de tempo de contribuição.
Imaginando que, atualmente, essa segurada possua 62 anos de idade, tenha a carência
necessária, essa fará jus a aposentadoria programada, aproveitando o tempo de exposição
a agente nocivo antes da reforma da previdência social (EC n. 103/2019), tendo como renda
mensal do benefício o valor de 100% do seu salário de benefício.
É importante frisar que a conversão do tempo especial em comum é permitida apenas para
períodos trabalhados até a EC n. 103/2019, não sendo devida para períodos trabalhados após
esta data, ou seja, após 13/11/2019.
Portanto, faz-se necessário saber a forma de conversão do tempo, no intuito de aplicá-la
para períodos anteriores a reforma da previdência social.

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Exposição permanente à agente


nocivo, durante 15, 20 ou 25 anos,
Evento conforme o caso, sujeito a condições
determinante especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física + requisito
etário mínimo

Empregado, trabalhador avulso e


Beneficiários
cooperado

Carência 180 CM

Aposentadoria
especial

60% x SB + 2% para cada ano que


exceder o tempo de 20 anos, no caso
Renda mensal do homem, ou 15 anos, no caso da
do benefício mulher e para a atividade especial em
que se exijam 15 anos de
contribuição, inclusive para o homem

Empregado - desligamento da
atividade, se requerida em até 90 dias.
Após 90 dias ou se não houver
Início do desligamento, DER
pagamento

Demais segurados - DER

003. (FCC/INSS/2012/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL) João recebe aposentadoria especial


no Regime Geral de Previdência Social. Nessa situação, José
a) não poderá retornar ao mercado de trabalho.
b) não poderá retornar a função que ocupava anteriormente à aposentadoria.
c) gozará de isenção da contribuição previdenciária se retornar ao mercado de trabalho.
d) está inválido para o exercício da atividade laborativa.
e) deve provar o nexo de causalidade entre o agente nocivo e o trabalho desempenhado.

No caso da aposentadoria especial, o segurado pode voltar a trabalhar. O que não pode é
retornar ao trabalho com exposição a agente nocivo, ou seja, não pode retornar a função que
ocupava anteriormente à aposentadoria. Nessa situação, a previdência social suspende a apo-
sentadoria especial.
Letra b.

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Aposentadorias do RGPS
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Regras de Transição Aplicáveis ao RGPS


Introdução
As regras em matéria de regimes básicos de previdência social (RGPS e RPPS) têm sofrido
inúmeras alterações ao longo dos últimos anos.
A primeiro grande reforma ocorreu por meio da EC n. 20/1998, mais conhecida como 1ª
reforma da previdência social brasileira. A citada reforma altera diversos pontos em relação
aos regimes básicos de previdência social, ou seja, essa 1ª grande reforma alterou regras tanto
em relação aos RPPS (art. 40 da CF/1988), quanto em relação ao RGPS (art. 201 da CF/1988).
A segunda grande reforma ocorreu por meio da EC n. 41/2003, modificando, quase que
exclusivamente, regras acerca dos RPPS.
Por fim, atualmente, estamos convivendo com a recente reforma da previdência social, a
qual ocorreu por meio de EC n. 103/2019. Trata-se da 3ª grande reforma da previdência social
brasileira, a qual, sem sombra de dúvidas, é a que mais altera aspectos relativos aos RPPS dos
servidores públicos efetivos e ao RGPS.
Diante de substanciais alterações em relação às regras aplicáveis aos regimes básicos de
previdência social (RGPS e RPPS), faz-se necessária a criação de regras transitórias, que são
disciplinas especiais criadas em face de um novo regime jurídico proposto, visando garantir
a segurança jurídica das relações, definindo o direito aplicável a certos casos e permitindo a
adaptação das situações.
Ademais, é consolidado o entendimento do STF no sentido de inexistência de direito ad-
quirido a regime jurídico previdenciário e da aplicação do princípio tempus regit actum nas
relações previdenciárias. O STF entende não haver direito que possa se mostrar como adqui-
rido antes de se cumprirem os requisitos imprescindíveis à aposentadoria, cujo regime cons-
titucional pode vir a ser modificado. Portanto, não há óbice ao Poder Constituinte Derivado
Reformador para alterar os critérios que ensejam o direito à aposentadoria por meio de nova
elaboração constitucional ou de fazê-las aplicar aos que ainda não atenderam aos requisitos
fixados pela norma constitucional.
Portanto, o intuito das regras transitórias é suavizar os impactos das novas regras impos-
tas no novo regime jurídico proposto, evitando frustrar o direito daqueles beneficiários que não
possuem o direito adquirido, mas apenas uma mera expectativa de direito.
As regras transitórias aplicáveis aos beneficiários do RGPS estão previstas no art. 15, 16,
17, 18, 20 e 21 da EC n. 103/2019.
Tais regras transitórias aplicam-se aos segurados filiados ao RGPS até a data da entrada
em vigor da EC n. 103/2019.
Vamos, a partir de agora, estudar as citadas regras transitórias aplicáveis aos beneficiá-
rios do RGPS!

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Aposentadorias do RGPS
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Regra de Transição 1 – Art. 15 da EC n. 103/2019


A primeira regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 15
da EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra de transição está devidamente regulamentada no art. 188-I do RPS,
o qual apenas acrescenta a necessidade de que o beneficiário tenha cumprido a carência de
180 contribuições mensais. No caso do(a) professor(a), a citada regra de transição está devi-
damente regulamentada no art. 188-M do RPS.
Ademais, a citada regra de transição é a antiga aposentadoria por tempo de contribuição
com pontuação mínima.
Assim, ao segurado filiado ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, fica
assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguin-
tes requisitos:
• 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem; e
• Somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86
pontos, se mulher, e 96 pontos, se homem.

A partir de 01/01/2020, a citada pontuação será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atin-
gir o limite de 100 pontos, se mulher, e de 105 pontos, se homem.
É importante frisar que a idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o
cálculo do somatório de pontos.
Para o professor que comprovar exclusivamente 25 anos de contribuição, se mulher, e 30
anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição,
incluídas as frações, será equivalente a 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, aos
quais serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 ponto a cada ano para o homem e
para a mulher, até atingir o limite de 92 pontos, se mulher, e 100 pontos, se homem.
A renda mensal do benefício concedido com base no art. 15 da EC n. 103/2019 será apu-
rada na forma da lei.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 15 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.
Uma vez vista a regra, vamos entendê-la por meio de um caso prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado filiado ao RGPS com 32 anos de TC e 57 anos de idade na data da publi-
cação da EC n. 103/2019. Com base na situação hipotética narrada, quando o citado benefici-
ário irá completar todos os requisitos para fins de percepção de aposentadoria, com base no
art. 15 da EC n. 103/2019?

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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Primeiramente, o beneficiário precisa completar o TC necessário, que, no caso, são 35 anos.


Isso irá ocorrer em 2022, quando o beneficiário terá 35 anos de TC e 60 anos de idade. Anali-
sando a regra do somatório, em 2022, percebe-se que é necessário atingir 99 de pontuação.
Entretanto, o beneficiário possui, em 2022, apenas 95 pontos.
Assim sendo, todas as condições, para fins de aplicação da regra de transição prevista no art.
15 da EC n. 103/2019, apenas serão preenchidas em 2026, quando o beneficiário terá 39 anos
de TC e 64 anos de idade, e o somatório do TC e a idade atingirá a pontuação 103, que é a pon-
tuação necessária em 2026.
Imaginando que o seu SB seja no valor de R$ 4.000,00, a renda mensal da sua aposentadoria será
de 98% de R$ 4.000,00, ou seja, a renda mensal da sua aposentadoria será no valor de R$ 3.920,00.

Segurados filiados ao RGPS


Beneficiários
antes da EC n. 103/2019

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

86 pontos, se mulher, e 96
pontos, se homem

Somatório da idade e
A partir de 01/01/2020, a
do TC
pontuação será acrescida a
cada ano de 1 ponto, até
atingir o limite de 100
pontos, se mulher, e de 105
Regra de pontos, se homem
transição
prevista no art.
15 da EC n.
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

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Regra de Transição 2 – Art. 16 da EC n. 103/2019


A segunda regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 16
da EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra de transição está devidamente regulamentada no art. 188-J do RPS,
o qual apenas acrescenta a necessidade de que o beneficiário tenha cumprido a carência de
180 contribuições mensais. No caso do(a) professor(a), a citada regra de transição está devi-
damente regulamentada no art. 188-N do RPS.
Ademais, a citada regra de transição é a antiga aposentadoria por tempo de contribuição
com idade mínima.
Assim, ao segurado filiado ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, fica
assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguin-
tes requisitos:
• 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem; e
• Idade de 56 anos, se mulher, e 61 anos, se homem.

A partir de 01/01/2020, a idade será acrescida de 6 meses a cada ano, até atingir 62 anos
de idade, se mulher, e 65 anos de idade, se homem.
Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição
e a idade serão reduzidos em 5 anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acrescidos 6 me-
ses, a cada ano, às idades previstas, até atingirem 57 anos, se mulher, e 60 anos, se homem.
A renda mensal do benefício concedido com base no art. 16 da EC n. 103/2019 será apu-
rada na forma da lei.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 16 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.
Uma vez vista a regra, vamos entendê-la por meio de um caso prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado filiado ao RGPS com 33 anos de TC e 59 anos de idade na data da publi-
cação da EC n. 103/2019. Com base na situação hipotética narrada, quando o citado benefici-
ário irá completar todos os requisitos para fins de percepção de aposentadoria, com base no
art. 16 da EC n. 103/2019?

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Bernardo Machado

Primeiramente, o beneficiário precisa completar o TC necessário e a idade necessária, que, no


caso, são 35 anos de TC e 61 anos de idade. Isso irá ocorrer em 2021, quando o beneficiário
terá 35 anos de TC e 61 anos de idade. Analisando a regra da idade, em 2021, percebe-se que é
necessário atingir 62 anos. Entretanto, o beneficiário possui, em 2021, apenas 61 anos de idade.
Assim sendo, todas as condições, para fins de aplicação da regra de transição prevista no art.
16 da EC n. 103/2019, apenas serão preenchidas em 2023, quando o beneficiário terá 37 anos
de TC e 63 anos de idade, que é a idade necessária em 2023.
Imaginando que o seu SB seja no valor de R$ 4.000,00, a renda mensal da sua aposentadoria será
de 94% de R$ 4.000,00, ou seja, a renda mensal da sua aposentadoria será no valor de R$ 3.760,00.

Segurados filiados ao RGPS


Beneficiários
antes da EC n. 103/2019

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

61 anos, se homem, e 56
anos, se mulher

Idade A partir de 01/01/2020, a


idade será acrescida de 6
meses a cada ano, até atingir
62 anos de idade, se mulher,
e de 65 anos de idade, se
Regra de homem
transição
prevista no art.
16 da EC nº
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 3 – Art. 17 da EC n. 103/2019


A terceira regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 17 da
EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra de transição está devidamente regulamentada no art. 188-K do RPS,
o qual apenas acrescenta a necessidade de que o beneficiário tenha cumprido a carência de
180 contribuições mensais.
Ademais, a citada regra de transição é a antiga aposentadoria por tempo de contribuição
com período adicional (pedágio).
Assim, ao segurado filiado ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, fica
assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguin-
tes requisitos:
• Mais de 28 anos de tempo de contribuição até a EC n. 103/2019, para a mulher, e 33
anos, para o homem;
• 30 de tempo de contribuição, se mulher, e 35 anos, se homem; e
• Cumprimento de período adicional corresponde a 50% do tempo de contribuição que
faltava ao requerente para atingir os 30 anos de tempo de contribuição, se mulher, ou os
35, se homem, na data de entrada em vigor da EC n. 103/2019.

O benefício concedido nos termos da presente regra de transição terá seu valor apurado de
acordo com a média aritmética simples dos salários de contribuição calculada na forma da lei,
multiplicada pelo fator previdenciário, calculado na forma do disposto nos §§ 7º a 9º do art.
29 da Lei n. 8.213/1991.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 17 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência,
multiplicado pelo fator previdenciário.
Nesse momento, cabe uma breve explicação acerca do famigerado fator previdenciário.
Durante a tramitação da proposta da Emenda Constitucional n. 20/1998, a aposentadoria
no RGPS teria a atrelação do tempo de contribuição e idade.
Assim, o segurado se aposentaria de forma voluntária por tempo de contribuição no RGPS,
tendo o homem 35 anos de tempo de contribuição e idade de 60 anos, enquanto que a mulher
teria 30 anos de tempo de contribuição e idade de 55 anos.
Entretanto, tal proposta não foi aprovada, ficando a regra que se estudava antes do atual
regime jurídico previdenciário, o qual foi implementado por meio da EC n. 103/2019, ou seja,
o homem se aposentava por tempo de contribuição no RGPS tendo 35 anos de tempo de
contribuição, enquanto que a mulher se aposentava tendo 30 anos de tempo de contribuição.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Tal período era mitigado (reduzido) em 5 anos para o professor(a) que comprovasse exclusi-
vamente tempo de efetivo exercício da função de magistério na educação infantil, no ensino
fundamental e no ensino médio.
Além da aposentadoria por tempo de contribuição, o homem podia se aposentar por ida-
de no RGPS tendo 65 anos, enquanto que a mulher se aposentava por idade tendo 60 anos.
Essa idade era reduzida em 5 anos para os trabalhadores rurais (regra ainda aplicável no atual
regime jurídico).
Assim, o governo, por meio de um ato infraconstitucional (Lei n. 9.876/98), criou o fator
previdenciário, ou seja, na verdade, atrelou o tempo de contribuição do segurado a sua idade.
Enfim, passa-se a estudar o fator previdenciário, no intuito de entender a presente regra de
transição!
O fator previdenciário é calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o
tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula:

Onde:
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.

Idade

Variáveis utilizadas
no fator Expectativa de sobrevida
previdenciário

Tempo de contribuição

A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria é obtida a partir da


tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única
para ambos os sexos.
Uma vez que a tábua de mortalidade utilizada leva em consideração a média nacional úni-
ca para ambos os sexos, para efeito da aplicação do fator previdenciário ao tempo de contri-
buição do segurado serão adicionados:

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

• Cinco anos, quando se tratar de mulher; ou


• Cinco ou dez anos, quando se tratar, respectivamente, de professor ou professora, que
comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Mulher + 5 anos

Variável tempo de
Professor + 5 anos
contribuição

Professora + 10 anos

Perceba que o fator previdenciário, ao considerar a expectativa de sobrevida como variável


a ser utilizada no cálculo no denominador, faz com que o benefício previdenciário do segurado
piore ano após ano, tendo em vista que a expectativa de sobrevida do brasileiro, conforme ta-
bela de mortalidade publicada pelo IBGE, aumenta a cada ano.
Assim, imagine em 1999, ano da implementação do cálculo do salário de benefício, utili-
zando o fator previdenciário, um segurado com 60 anos de idade e 35 anos de tempo de con-
tribuição. Nessa época, o seu fator previdenciário era 1, ou seja, demonstrando a atrelação do
tempo de contribuição a idade do segurado.
Esse mesmo segurado, atualmente, teria o seu fator previdenciário de 0,8166. Ou seja,
caso o atual regime jurídico ainda aplicasse o fator previdenciário e a média aritmética sim-
ples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do
período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se
posterior àquela competência, fosse no valor de R$ 2.000,00, ao ser aplicado o fator previden-
ciário, o seu salário de benefício seria de R$ 1.633,24.
Enfim… Conforme mencionado, pelo novo regime jurídico implementado pela EC n.
103/2019, não há mais a aplicação do fator previdenciário no cálculo do salário de benefício.
Entretanto, o tema ainda precisa ser estudado, no intuito de entender a regra de transição pre-
vista no art. 17 da EC n. 103/2019.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 100% sobre o salário de
benefício.
Uma vez vista a regra, vamos entendê-la por meio de um caso prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado filiado ao RGPS com 33 anos de TC na data da publicação da EC n. 103/2019.
Com base na situação hipotética narrada, quando o citado beneficiário irá completar todos os
requisitos para fins de percepção de aposentadoria, com base no art. 17 da EC n. 103/2019?

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Primeiramente, o beneficiário precisa completar o TC necessário, que, no caso, são 35 anos de


TC. Isso irá ocorrer em 2021, quando o beneficiário terá 35 anos de TC. Entretanto, o beneficiá-
rio ainda precisa cumprir o pedágio que é o período adicional correspondente a 50% do tempo
que, na data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, faltaria para atingir 35 anos.
Assim sendo, todas as condições, para fins de aplicação da regra de transição prevista no art.
17 da EC n. 103/2019, apenas serão preenchidas em 2022, quando o beneficiário terá 36 anos
de TC (35 anos + 50% dos 2 anos que faltavam para atingir os 35 anos na data da entrada em
vigor da EC n. 103/2019).
Imaginando que o seu SB seja no valor de R$ 4.000,00, já considerando a aplicação do fator
previdenciário, a renda mensal da sua aposentadoria será de 100% de R$ 4.000,00, ou seja, a
renda mensal da sua aposentadoria será no valor de R$ 4.000,00.

Segurados filiados ao RGPS


antes da EC n. 103/2019 e
Beneficiários que contem com mais de 28
anos de TC, se mulher, e 33
anos de TC, se homem

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

50% do tempo que, na data


de entrada em vigor da EC nº
103/2019, faltaria para
Pedágio
atingir 30 anos de TC, se
mulher, e 35 anos de TC, se
homem.

Regra de
transição
prevista no art. Carência 180 CM
17 da EC nº
103/2019

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
período contributivo desde a
Base de Cálculo (SB) competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência,
multiplicado pelo fator
previdenciário.

Renda Mensal do
100% x SB
Benefício

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 4 – Art. 18 da EC n. 103/2019


A quarta regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 18 da
EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra de transição está devidamente regulamentada no art. 188-H do RPS,
o qual apenas acrescenta a necessidade de que o beneficiário tenha cumprido a carência de
180 contribuições mensais.
Ademais, a citada regra de transição é a antiga aposentadoria por idade.
Assim, ao segurado filiado ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, fica
assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguin-
tes requisitos:
• 60 anos de idade, se mulher, e 65 anos de idade, se homem; e
• 15 anos de contribuição, para ambos os sexos.

A partir de 01/01/2020, a idade de 60 anos da mulher será acrescida em 6 meses a cada


ano, até atingir 62 anos de idade.
A renda mensal do benefício concedido com base no art. 18 da EC n. 103/2019 será apu-
rada na forma da lei.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 18 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.
Uma vez vista a regra, vamos entendê-la por meio de um caso prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado filiado ao RGPS com 10 anos de TC e 59 anos de idade na data da publi-
cação da EC n. 103/2019. Com base na situação hipotética narrada, quando o citado benefici-
ário irá completar todos os requisitos para fins de percepção de aposentadoria, com base no
art. 18 da EC n. 103/2019?
Primeiramente, o beneficiário precisa completar a idade necessária, que, no caso, são 65 anos
de idade, bem como tem que ter o tempo mínimo de 15 anos de contribuição. Isso irá ocorrer em
2025, quando o beneficiário terá 65 anos de idade, bem como 16 anos de tempo de contribuição.
Assim sendo, todas as condições, para fins de aplicação da regra de transição prevista no art.
18 da EC n. 103/2019, serão preenchidas em 2025, quando o beneficiário terá 65 anos de idade
e 16 anos de TC.
Imaginando que o seu SB seja no valor de R$ 4.000,00, a renda mensal da sua aposentadoria será
de 60% de R$ 4.000,00, ou seja, a renda mensal da sua aposentadoria será no valor de R$ 2.400,00.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Segurados filiados ao RGPS


Beneficiários
antes da EC n. 103/2019

65 anos, se homem, e 60
anos, se mulher

Idade
A partir de 01/01/2020, a
idade de 60 anos da mulher
será acrescida de 6 meses a
cada ano, até atingir 62 anos
de idade

Tempo de 15 anos, para ambos os


Contribuição sexos
Regra de
transição
prevista no art.
18 da EC nº
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

Regra de Transição 5 – Art. 20 da EC n. 103/2019


A quinta regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 20 da
EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra de transição está devidamente regulamentada no art. 188-L do RPS,
o qual apenas acrescenta a necessidade de que o beneficiário tenha cumprido a carência de
180 contribuições mensais. No caso do(a) professor(a), a citada regra de transição está devi-
damente regulamentada no art. 188-O do RPS.
A citada regra de transição é a antiga aposentadoria por tempo de contribuição com idade
mínima e período adicional (pedágio).
Assim, ao segurado filiado ao RGPS até a data de entrada em vigor da EC n. 103/2019, fica
assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguin-
tes requisitos:
• 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem;

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

• 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem; e


• O período adicional corresponde a 100% do tempo de contribuição que faltava ao re-
querente para atingir os 30 anos de tempo de contribuição, se mulher, ou os 35 anos
de tempo de contribuição, se homem, na data de entrada em vigor da EC n. 103/2019.

Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para
ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 anos.
A renda mensal do benefício concedido com base no art. 20 da EC n. 103/2019 será apu-
rada na forma da lei.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 20 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 100% sobre o salário de
benefício.
Uma vez vista a regra, vamos entendê-la por meio de um caso prático.

EXEMPLO
Imagine um segurado filiado ao RGPS com 30 anos de TC e 50 anos de idade na data da publi-
cação da EC n. 103/2019. Com base na situação hipotética narrada, quando o citado benefici-
ário irá completar todos os requisitos para fins de percepção de aposentadoria, com base no
art. 20 da EC n. 103/2019?
Primeiramente, o beneficiário precisa completar o TC necessário e a idade necessária, que,
no caso, são 35 anos de TC e 60 anos de idade. Isso irá ocorrer em 2029, quando o benefici-
ário terá 40 anos de TC e 60 anos de idade. Entretanto, o beneficiário precisa cumprir o pedá-
gio que é o período adicional correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor da
EC n. 103/2019, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição, ou seja, o tempo que
faltaria para atingir 35 anos.
Assim sendo, todas as condições, para fins de aplicação da regra de transição prevista no art.
20 da EC n. 103/2019, serão preenchidos em 2029, quando o beneficiário, conforme já mencio-
nado, terá 40 anos de TC (35 anos + 100% dos 5 anos que faltavam para atingir os 35 anos na
data da entrada em vigor da EC n. 103/2019) e 60 anos de idade.
Imaginando que o seu SB seja no valor de R$ 4.000,00, a renda mensal da sua aposentado-
ria será de 100% de R$ 4.000,00, ou seja, a renda mensal da sua aposentadoria será no valor
de R$ 4.000,00.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Regra de Transição 6 – Art. 21 da EC n. 103/2019


A sexta regra de transição aplicável aos beneficiários do RGPS está prevista no art. 21 da
EC n. 103/2019.
Atualmente, tal regra transitória está devidamente regulamentada no art. 188-P do RPS.
A citada regra de transição é a aposentadoria especial com pontuação mínima.
Dessa forma, para a aposentadoria especial, o segurado filiado até a data da entrada em
vigor da EC n. 103/2019 poderá se aposentar quando o total da soma resultante da sua idade
e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
• 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição;
• 76 pontos e 20 anos de efetiva exposição; e
• 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

A renda mensal do benefício concedido com base no art. 21 da EC n. 103/2019 será apu-
rada na forma da lei.
Assim sendo, o cálculo da aposentadoria prevista no art. 18 da EC n. 103/2019 tem como
base de cálculo o salário de benefício, ou seja, média aritmética simples dos salários de contri-
buição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Uma vez verificada a base de cálculo, aplica-se o percentual de 60%, com acréscimo de 2
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contri-
buição, no caso do homem, ou 15 anos de contribuição, no caso da mulher.
Chegamos ao fim da parte teórica da nossa Aula 08. Faça com atenção os exercícios pro-
postos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo. Bons estudos e até a
nossa próxima aula.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

RESUMO
Classificação dos Benefícios Previdenciários:

Prestação instantânea

Quanto ao tempo Prestação periódica

Prestação continuada

Segurados

Quanto aos destinatários

Dependentes
Classificação dos
benefícios

Benefício comum
Quanto ao risco social de
acidente do trabalho
Benefício acidentário

Remuneratório

Quanto à natureza

Indenizatório

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Prestações Previdenciárias e quem tem Acesso a essas Prestações:

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Aposentadoria por Incapacidade Permanente:

• O aposentado por incapacidade permanente que retornar voluntariamente à atividade


terá sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.
• O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da
assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que ultrapasse
o limite máximo legal.
• Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos contados da data do início da
aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária
que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará:
− a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, va-
lendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela pre-
vidência social; ou

65 de 107
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

− b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade
temporária e da aposentadoria por incapacidade permanente, para os demais segu-
rados; e
• Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto acima, ou ainda
quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual ha-
bitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:
− a) pelo seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade;
− b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e
− c) com redução de 75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual
cessará definitivamente.

Aposentadoria Programada:

Idade do beneficiário → Homem - 65


anos e Mulher - 62 anos
Evento
+
determinante
TC do beneficiário → Homem - 20
anos e Mulher - 15 anos

Beneficiários Todos os segurados

Carência 180 CM
Aposentadoria
programada

60% x SB + 2% para cada ano que


Renda mensal exceder o tempo de 20 anos, no
do benefício caso do homem, ou 15 anos, no caso
da mulher

Empregado/Doméstico -
desligamento da atividade, se
requerida em até 90 dias. Após 90
dias ou se não houver desligamento,
Início do DER
pagamento

Demais segurados - DER

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Aposentadoria Programada do Professor:

Idade do beneficiário → Professor -


60 anos e Professora - 57 anos
+
Evento
determinante TC exclusivamente em efetivo
exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino
fundamental e médio → 25 anos

Beneficiários Professor(a)

Aposentadoria
programada do
professor Carência 180 CM

60% x SB + 2% para cada ano que


Renda mensal exceder o tempo de 20 anos, no
do benefício caso do homem, ou 15 anos, no caso
da mulher

Desligamento da atividade, se
Início do requerida em até 90 dias. Após 90
pagamento dias ou se não houver desligamento,
DER

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Aposentadoria por Idade do Trabalhador Rural:

Evento Idade do segurado → Homem - 60


determinante anos; Mulher - 55 anos

Trabalhadores rurais e para os que


exerçam suas atividades em regime
Beneficiários de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal.

Aposentadoria Carência 180 CM


por idade do
trabalhador rural

Renda mensal 70% x SB + 1% para cada ano de


do benefício contribuição

Empregado - desligamento da
atividade, se requerida em até 90
dias. Após 90 dias ou se não houver
Início do desligamento, DER
pagamento

Demais segurados - DER

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Aposentadorias por Tempo de Contribuição e Idade da Pessoa com Deficiência:

Deficiência grave → Homem - 25 anos


e Mulher - 20 anos

Por tempo de Deficiência moderada → Homem - 29


contribuição anos e Mulher - 24 anos

Deficiência leve → Homem - 33 anos


Aposentadoria da e Mulher - 28 anos
pessoa com
deficiência
Homem - 60 anos e Mulher - 55
anos, independentemente do grau
da deficiência

Por idade
Tempo mínimo de contribuição de
15 anos e comprovada a existência
de deficiência durante igual
período

Aposentadoria por
tempo de 100% x SB
contribuição
Renda mensal
dos benefícios

Aposentadoria por
70% + 1% (12CM) x SB
idade

69 de 107
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Aposentadoria Especial:

70 de 107
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 1 – art. 15 da EC n. 103/2019

Segurados filiados ao RGPS


Beneficiários
antes da EC .º 103/2019

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

86 pontos, se mulher, e 96
pontos, se homem

Somatório da idade e
A partir de 01/01/2020, a
do TC
pontuação será acrescida a
cada ano de 1 ponto, até
atingir o limite de 100
pontos, se mulher, e de 105
Regra de pontos, se homem
transição
prevista no art.
15 da EC nº
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

Para o professor que comprovar exclusivamente 25 anos de contribuição, se mulher, e 30


anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, in-
cluídas as frações, será equivalente a 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, aos quais
serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 ponto a cada ano para o homem e para a
mulher, até atingir o limite de 92 pontos, se mulher, e 100 pontos, se homem.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 2 – art. 16 da EC n. 103/2019

Segurados filia.os ao RGPS


Beneficiários
antes da EC nº 103/2019

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

61 anos, se homem, e 56
anos, se mulher

Idade A partir de 01/01/2020, a


idade será acrescida de 6
meses a cada ano, até atingir
62 anos de idade, se mulher,
e de 65 anos de idade, se
Regra de homem
transição
prevista no art.
16 da EC nº
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a
idade serão reduzidos em 5 anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acrescidos 6 meses,
a cada ano, às idades previstas, até atingirem 57 anos, se mulher, e 60 anos, se homem.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 3 – art. 17 da EC n. 103/2019

Segurados filiados ao RGPS


antes da EC n. 103/2019 e
Beneficiários que contem com mais de 28
anos de TC, se mulher, e 33
anos de TC, se homem

Tempo de 35 anos, se homem, e 30


Contribuição anos, se mulher

50% do tempo que, na data


de entrada em vigor da EC n.
103/2019, faltaria para
Pedágio
atingir 30 anos de TC, se
mulher, e 35 anos de TC, se
homem.

Regra de
transição
prevista no art. Carência 180 CM
17 da EC nº
103/2019

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
período contributivo desde a
Base de Cálculo (SB) competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência,
multiplicado pelo fator
previdenciário.

Renda Mensal do
100% x SB
Benefício

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 4 – art. 18 da EC n. 103/2019

Segurados filiados ao RGPS


Beneficiários
antes da EC n. 103/2019

65 anos, se homem, e 60
anos, se mulher

Idade
A partir de 01/01/2020, a
idade de 60 anos da mulher
será acrescida de 6 meses a
cada ano, até atingir 62 anos
de idade

Tempo de 15 anos, para ambos os


Contribuição sexos
Regra de
transição
prevista no art.
18 da EC nº
103/2019 Carência 180 CM

Média aritmética simples dos


salários de contribuição,
atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do
Base de Cálculo (SB) período contributivo desde a
competência julho de 1994
ou desde o início da
contribuição, se posterior
àquela competência.

60% x SB + 2% para cada


ano que exceder o tempo de
Renda Mensal do
20 anos, no caso do homem,
Benefício
ou 15 anos, no caso da
mulher

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

Regra de Transição 5 – art. 20 da EC n. 103/2019

Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos
os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 anos.

Regra de Transição 6 – art. 21 da EC n. 103/2019

Para a aposentadoria especial, o segurado filiado até a data da entrada em vigor da EC n.


103/2019 poderá se aposentar quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de
contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
• 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição;
• 76 pontos e 20 anos de efetiva exposição; e
• 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/TCM-BA/2018/AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE EXTERNO) O RGPS ga-
rante aos segurados os benefícios
a) do salário-maternidade, do auxílio-acidente e da pensão por morte.
b) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-família e do auxílio-reclusão.
c) da aposentadoria por idade, do salário-maternidade e da pensão por morte.
d) do auxílio-reclusão, do auxílio-acidente e da aposentadoria especial.
e) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-maternidade e da aposentadoria por in-
capacidade permanente.

002. (CESPE/TCM-BA/2018/AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE EXTERNO) O RGPS ga-


rante aos segurados os benefícios
a) do salário-maternidade, do auxílio-acidente e da pensão por morte.
b) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-família e do auxílio-reclusão.
c) da aposentadoria por idade, do salário-maternidade e da pensão por morte.
d) do auxílio-reclusão, do auxílio-acidente e da aposentadoria especial.
e) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-maternidade e da aposentadoria por in-
capacidade permanente.

003. (ESAF/MTE/2009/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO) Assinale a opção correta, entre as


assertivas abaixo, relacionada aos benefícios que os dependentes da Previdência Social têm
direito à luz da Lei n. 8.213/1991:
a) Aposentadoria por tempo de contribuição
b) Auxílio por incapacidade temporária
c) Auxílio-acidente
d) Aposentadoria por incapacidade permanente
e) Pensão por morte

004. (CESPE/CEBRASPE/PGE-MS/2021/PROCURADOR DO ESTADO) Marília aposentou-se


pelo RGPS em 2019. No ano seguinte, sofreu acidente vascular cerebral que a deixou em esta-
do vegetativo, necessitando de cuidados permanentes de outra pessoa.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Marília tem direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme pre-
visto na Lei n. 8.213/1991, independentemente da espécie de sua aposentadoria.
b) Marília não tem direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme
previsto na Lei n. 8.213/1991, porque sua concessão restringe-se aos segurados que estejam
em atividade quando da ocorrência de grande invalidez.
c) Caso lhe seja concedido o acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme
previsto na Lei n. 8.213/1991, Marília terá seu benefício reajustado, mesmo que ele já tenha
atingido o limite legal.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

d) Marília não terá direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria caso tenha-
-se aposentado por invalidez.
e) Caso seja concedido a Marília o acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, con-
forme previsto na Lei n. 8.213/1991, o valor correspondente será incorporado ao seu benefício
e não será reajustado em caso de aumento, por consistir em parcela indenizatória.

005. (CESPE/PGE-PE/2018/PROCURADOR DO ESTADO) No dia em que completou vinte e cin-


co anos e um mês de tempo de contribuição ao RGPS na condição de segurada empregada, Ma-
ria sofreu acidente de trabalho, o que a incapacitou permanentemente para o exercício de ativida-
des laborais. Nesses vinte e cinco anos e um mês, não houve interrupção no tempo contributivo.
Considerando essa situação hipotética e o entendimento dos tribunais superiores, assinale a
opção correta.
a) Maria terá direito à aposentadoria especial.
b) O benefício garantido a Maria pela legislação previdenciária nesse caso independe
de carência.
c) Pelo fato de a incapacidade ter sido provocada por acidente de trabalho, será garantido a
Maria o acréscimo de 25% do valor do benefício a ser recebido.
d) Maria terá o prazo decadencial de cinco anos para ajuizamento de ação previdenciária em
caso de indeferimento da concessão do benefício pela previdência social.
e) Caso recupere sua capacidade para o trabalho, Maria poderá retornar à ativa, sem prejuízo
de recebimento do benefício em gozo.

006. (CESPE/TCE-PB/2018/AUDITOR DE CONTAS/DEMAIS ÁREAS) Um segurado, contri-


buinte do RGPS há dez anos, caso seja acometido por mal de Parkinson, terá direito a receber
do INSS o benefício de
a) auxílio por incapacidade temporária, desde que não seja a referida doença preexistente à
data de filiação ao RGPS.
b) aposentadoria por incapacidade permanente, bastando a ele para tal atender à carência
exigida em lei.
c) auxílio por incapacidade temporária, a contar do décimo sexto dia do afastamento da ati-
vidade, desde que comprovada a incapacidade multiprofissional total e permanente para
o trabalho.
d) aposentadoria por incapacidade permanente, cuja renda mensal corresponderá a 91% do
salário de benefício.
e) aposentadoria por incapacidade permanente, se for constatada a incapacidade total e per-
manente para o trabalho, certificada em perícia médica feita pela referida autarquia.

007. (FCC/TRT DA 2ª REGIÃO (SP)/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA


AVALIADOR FEDERAL) De acordo com a Lei n. 8.213/1991, o valor da aposentadoria por

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

incapacidade permanente do segurado que necessitar da assistência permanente de outra


pessoa será acrescido de
a) 30%, acréscimo este que cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao
valor da pensão.
b) 25%, acréscimo este que não cessará com a morte do aposentado, sendo incorporável ao
valor da pensão.
c) 30%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal.
d) 25%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal.
e) 15%, acréscimo este que não cessará com a morte do aposentado, sendo incorporável ao
valor da pensão.

008. (FCC/TRF DA 5ª REGIÃO/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo


com a Lei n. 8.213/1991, verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado
por invalidez, sendo o segurado declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade,
a) no seu valor integral, durante doze meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
b) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
c) com redução de 50%, durante doze meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
d) com redução de 25%, durante seis meses contados a partir do trigésimo dia da data em que
for verificada a recuperação da capacidade.
e) com redução de 50%, durante doze meses contados a partir do trigésimo dia após a data em
que for verificada a recuperação da capacidade.

009. (CONSULPLAN/TRF DA 2ª REGIÃO/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA


AVALIADOR FEDERAL) “Jerônimo era contribuinte individual, foi aposentado por invalidez aos
53 anos de idade e, na ocasião, necessitava do auxílio permanente de uma pessoa, daí porque
contratou um cuidador. Passados alguns anos, e com o avanço da medicina, Jerônimo se re-
cuperou e conseguiu um emprego.” Diante da situação retratada e da legislação previdenciária
em vigor, assinale a alternativa correta.
a) Enquanto necessitou do auxílio permanente de uma pessoa, Jerônimo poderia requerer um
acréscimo de 25% sobre o valor do benefício.
b) Jerônimo é obrigado, sob pena de perda do benefício, a se submeter às cirurgias determina-
das pelo INSS, mas não à transfusão de sangue.
c) O segurado em questão, por ter alcançado cinquenta anos, fica dispensado de realizar perí-
cia a cada dois anos para verificar eventual recuperação.
d) A aposentadoria em questão será paga a partir do 16º dia da invalidez e quitada na razão de
100% do salário de benefício até a obtenção do emprego.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

010. (CESPE/TCE-PR/2016/AUDITOR) Em abril de 2013, Jeane sofreu um acidente de traba-


lho, e o médico da empresa na qual ela trabalhava considerou-a incapaz para retornar a suas
atividades e aconselhou-a a solicitar sua aposentadoria por incapacidade permanente. Repre-
sentada por um advogado, Jeane ingressou diretamente em juízo com ação previdenciária,
pleiteando a aposentadoria por incapacidade permanente. Nessa situação hipotética,
a) segundo o STJ, o prévio requerimento administrativo é prescindível para a admissibilidade
da ação previdenciária interposta por Jeane.
b) a data de início do benefício da aposentadoria por incapacidade permanente será a data da
juntada aos autos do laudo pericial em juízo.
c) caso Jeane necessite de assistência permanente de outra pessoa, o valor da aposentadoria
será acrescido de 25%, ainda que o valor do benefício atinja o limite máximo.
d) se for considerada apta para outro tipo de trabalho pela previdência social, a despeito de sua si-
tuação cultural e econômica, Jeane não terá direito à aposentadoria por incapacidade permanente.
e) a aposentadoria por incapacidade permanente requerida por Jeane poderá ser cumulada
com o auxílio-acidente.

011. (IBFC/COMLURB/2016/MÉDICO DO TRABALHO) Sobre a carência, quanto às contri-


buições à Previdência Social para obtenção de aposentadoria por incapacidade permanente,
assinale a alternativa correta:
a) Será de no mínimo 12 meses em casos de doença e não será exigida em caso de acidente
b) Será de no mínimo 24 meses em casos de doença e não será exigida em caso de acidente
c) Será de no mínimo 12 meses em casos de doença e de 3 meses em caso de acidente
d) Será de no mínimo 24 meses em casos de doença e de 3 meses em caso de acidente

012. (COPESE-UFPI/PREFEITURA DE TIMON – MA/2016/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚ-


DE) São exigências para requerer o benefício de aposentadoria por incapacidade permanente:
a) ter contribuído para a Previdência Social por, pelo menos, 15 anos.
b) aos trabalhadores urbanos, é exigida a idade mínima de 55 anos para os homens e 50 anos
para as mulheres.
c) aos trabalhadores urbanos, é exigida a idade mínima de 65 anos para os homens e 60 anos
para as mulheres.
d) ser considerado pela perícia médica do INSS total e definitivamente incapaz para o trabalho.
e) ara trabalhadores rurais, a idade mínima é 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres.

013. (TRT 14ª REGIÃO (RO E AC)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Analise os itens
abaixo, no que diz respeito à aposentadoria por incapacidade permanente e marque a alternati-
va correta:
I – O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da as-
sistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), desde
que o valor da aposentadoria não atinja o limite máximo legal.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

II – O acréscimo a que se refere o item anterior será recalculado quando o benefício que lhe
deu origem for reajustado; cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao
valor da pensão.
III – Quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando
o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exer-
cia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) no seu valor integral,
durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; c) com
redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao
término do qual cessará definitivamente.
IV – Quando a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez ocorrer
dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da aposentadoria por incapacidade per-
manente ou do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu sem interrupção, o bene-
fício cessará de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo
como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social;
ou após seis meses de duração do auxílio por incapacidade temporária ou da aposentadoria
por incapacidade permanente, para os demais segurados.
a) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
b) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
c) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
d) Apenas os itens III e IV são verdadeiros.
e) Apenas os itens II e IV são verdadeiros.

014. (TRT22/TRT DA 22ª REGIÃO (PI)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Verificada a


recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, quando a recuperação ocor-
rer dentro de 5 anos, contados da data do início da aposentadoria por incapacidade permanente
ou do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu, sem interrupção, o benefício cessará:
a) de imediato, para qualquer segurado, inclusive o segurado empregado, que tiver direito a
retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou;
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade temporá-
ria ou da aposentadoria por incapacidade permanente, para qualquer segurado, inclusive para
o segurado empregado;
c) quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitual-
mente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, no seu valor in-
tegral, durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
d) quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, com redução de 50%,
durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
e) quando a recuperação for parcial e ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o se-
gurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do que habitualmen-
te exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, com redução de
50%, durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade.

015. (FCC/INSS/2012/PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO) Conforme prevê a legislação


previdenciária, em relação ao benefício da aposentadoria por incapacidade permanente é cor-
reto afirmar que
a) a sua concessão dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame
médico-pericial a cargo da Previdência Social.
b) por sua natureza em nenhuma situação dependerá de período de carência.
c) será devida apenas se o segurado estiver em gozo de auxilío por incapacidade temporária.
d) não é devida ao segurado empregado doméstico.
e) durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por motivo de incapacidade
permanente, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

016. (FCC/AL-SP/2010/PROCURADOR) Com relação ao benefício previdenciário da aposen-


tadoria por incapacidade permanente, quando a recuperação for parcial, sem prejuízo da volta
à atividade, a aposentadoria será mantida
a) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
b) com redução de 50%, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
c) com redução de 75%, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
d) no seu valor integral, durante um ano contado da data em que for verificada a recuperação
da capacidade.
e) com redução de 50%, durante um ano contado da data em que for verificada a recuperação
da capacidade.

017. (CEPRJ/RIOPREVIDÊNCIA/2010/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO) Mévio é acometido


por doença incapacitante, tendo realizado perícia oficial e reconhecido o seu direito à percep-
ção de auxílio-doença. Após verificada a impossibilidade de retomo às atividades laborais,
diante de sua incapacidade, a consequência natural consiste em deferir-se aposentadoria:
a) voluntária
b) por idade
c) especial
d) rural
e) por invalidez

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

018. (FCC/DPE-PA/2009/DEFENSOR PÚBLICO) Constitui condição legal ao recebimento


de aposentadoria por incapacidade permanente por segurado do regime geral de previdên-
cia social:
a) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo do SUS
(Sistema Único de Saúde).
b) ter havido a reunião de pelo menos 12 (doze) contribuições mensais, ressalvadas hipóteses
excepcionais, entre as quais aquelas em que a incapacidade tenha decorrido de acidente de
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho.
c) não se tratar de incapacidade decorrente de doença ou lesão de que o segurado já era por-
tador ao filiar-se à previdência social, mesmo que tal incapacidade tenha decorrido de mera
progressão ou agravamento daquela doença ou lesão.
d) a consolidação de lesões que resultem em sequelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia o segurado.
e) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da empre-
sa, nos casos em que esta disponha de serviço médico próprio ou em convênio.

019. (FCC/TRT DA 1ª REGIÃO (RJ)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) A comprova-


ção de tempo de serviço ou contribuição para fins previdenciários só produz efeito quando
baseada em:
a) início de prova material, admitida prova exclusivamente testemunhal apenas quando com-
provada a ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.
b) documentos escritos e contemporâneos ou, se tiver havido reconhecimento expresso dos
empregadores, em declarações emanadas de autoridades sindicais e judiciais competentes.
c) documentos contemporâneos a todos os períodos de prestação dos serviços.
d) testemunhos e depoimento pessoal harmônicos.
e) início de prova material, jamais sendo admitida a prova exclusivamente testemunhal.

020. (FCC/PGE-GO/2021/PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO) A Lei n. 11.718/2008


introduziu no sistema previdenciário brasileiro espécie de aposentadoria por idade denomi-
nada aposentadoria por idade híbrida. Nessa modalidade, permite-se ao segurado mesclar o
período urbano ao período rural e vice-versa, para implementar a carência mínima necessária e
obter o benefício etário híbrido. Nesse tema, à luz da interpretação jurisprudencial dominante:
a) Para fins de aposentadoria híbrida, o tempo rural não pode ser remoto, deve ser contínuo, predo-
minante, concomitante ao implemento das condições ou à data do requerimento administrativo.
b) O reconhecimento do direito à aposentadoria híbrida por idade não está condicionado a que
a atividade rurícola tenha sido exercida no período imediatamente anterior ao requerimento
administrativo.
c) Não possui direito à aposentadoria híbrida por idade o segurado que, não obstante tenha
iniciado seu labor no meio rural, depois migre para o labor urbano.

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Aposentadorias do RGPS
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d) Para fazer jus à aposentadoria híbrida, a pessoa tem que ter trabalhado mais tempo na agri-
cultora do que em atividades urbanas.
e) O tempo de serviço rural, anterior ao advento da Lei n. 8.213/1991, pode ser computado para
fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, desde que compro-
vado o recolhimento das contribuições.

021. (IBADE/IPERON-RO/2017/ANALISTA EM PREVIDÊNCIA/ASSISTENTE SOCIAL) A Lei


Complementar n. 142, de 8 de maio de 2013, ao regulamentar a aposentadoria da pessoa com
deficiência estatuiu que:
a) a aposentadoria ocorre com 30 anos de contribuição, se homem, e 20 (vinte) anos, se mu-
lher, no caso de segurado com deficiência moderada.
b) a pessoa com deficiência pode se aposentar com 25% de desconto no tempo mínimo de
contribuição.
c) tem direito à aposentadoria o segurado com deficiência após 52 anos de idade e 20 anos de
contribuição, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 10 (dez) anos.
d) no caso de segurado com deficiência grave o direito à aposentadoria é garantido após 15
anos de contribuição.
e) independentemente do grau de deficiência tem direito à aposentadoria o segurado aos 60
anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, desde que cumprido tempo mínimo de
contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período.

022. (FEPESE/IPREV/2013/ADVOGADO/AUTÁRQUICO) De acordo com a Constituição da


República de 1988, a aposentadoria especial depende:
a) de regulamentação por meio de lei complementar, apenas quando se tratar de segurados
portadores de deficiência.
b) de edição de decreto regulamentar para os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física
c) de edição de lei ordinária para os casos de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores
de deficiência.
d) de definição por meio de lei complementar para os casos de atividades exercidas sob con-
dições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
e) autorização legislativa, por meio de resolução do congresso nacional, apenas quando se
tratar de segurados portadores de deficiência.

023. (IBFC/COMLURB/2016/MÉDICO DO TRABALHO) Sobre a aposentadoria especial, assi-


nale a alternativa incorreta:
a) Para efeito de aposentadoria especial, a comprovação de exposição aos agentes nocivos
será feita por formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
b) Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário o cumprimento da carência, de pelo
menos, 60 contribuições mensais.

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Aposentadorias do RGPS
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c) A aposentadoria especial é irrenunciável: depois que receber o primeiro pagamento, sacar o


PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício.
d) A aposentadoria especial requerida e concedida a partir de 29/4/95 será cancelada pelo
INSS, caso o beneficiário permaneça ou retorne à atividade que ensejou a concessão desse
benefício, na mesma ou em outra empresa

024. (CESGRANRIO/PETROBRAS/2015/PROFISSIONAL JÚNIOR/SERVIÇO SOCIAL) O be-


nefício para o qual deverão ser comprovados, entre outros, o tempo de trabalho permanente,
não ocasional nem intermitente, e a exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológi-
cos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física pelo período equiva-
lente ao exigido para a concessão do benefício refere-se a
a) aposentadoria especial
b) aposentadoria por idade
c) aposentadoria por incapacidade permanente
d) auxílio-acidente
e) auxílio por incapacidade temporária

025. (IESES/IFC-SC/2015/DIREITO) Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário


também o cumprimento da carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições
mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25
de julho de 1991 devem ter, pelo menos:
a) 120 contribuições mensais.
b) 160 contribuições mensais.
c) 180 contribuições mensais.
d) 100 contribuições mensais.

026. (QUADRIX/DATAPREV/2012/MÉDICO DO TRABALHO) Em relação ao Perfil Profissio-


gráfico Previdenciário, é correto afirmar que:
a) ele é elaborado pela previdência Social a partir das informações obtidas ao longo da vida do tra-
balhador e será utilizado no julgamento de cessão de benefícios e aposentadorias por invalidez.
b) deverá ser elaborado e entregue ao trabalhador, se este solicitar, sempre no exame
admissional.
c) é uma fonte indireta e limitada de dados para a vigilância sanitária e epidemiológica da saú-
de do trabalhador.
d) constitui-se em um documento da empresa que reúne, entre outras informações, dados
administrativos, registros ambientais e resultados da monitoração biológica realizada nos tra-
balhadores.
e) comprova a exposição do trabalhador aos agentes nocivos e baseia-se em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de seguran-
ça do trabalho.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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027. (CESPE/PGE-AL/2009/PROCURADOR DO ESTADO) João é empregado de uma grande


mineradora e trabalha exposto a agentes nocivos prejudiciais à saúde, assim definidos em
lei. A referida relação de emprego resultou na sua primeira filiação ao RGPS. Após 10 anos de
efetivo serviço nessas condições, João foi eleito dirigente sindical, ficando afastado de suas
atribuições para se dedicar exclusivamente à atividade de representante de seus pares.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito do instituto da aposen-
tadoria especial.
a) Em regra, o período de carência para a aposentadoria especial é de 120 contribuições mensais.
b) Não se considera como especial o tempo de trabalho laborado com exposição a ruídos, ain-
da que para simples conversão em tempo comum.
c) A alíquota da contribuição sobre a remuneração dos segurados a cargo da empresa em que
João trabalha será majorada em relação a todos os empregados e não apenas em relação à
remuneração daqueles expostos a condições especiais.
d) O segurado que obteve o benefício de aposentadoria especial após 15 anos de serviço pode-
rá retornar ao mercado de trabalho para o desempenho de atividade que o exponha a agentes
nocivos, podendo cumular nova aposentadoria após o mesmo prazo.
e) Durante o período de afastamento para o exercício do mandato de dirigente sindical, João
não terá esse tempo contado para fins de aposentadoria especial.

028. (FUNRIO/INSS/2008/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/SERVIÇO SOCIAL) Para conces-


são da aposentadoria especial a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes
nocivos, será feita mediante formulário denominado
a) Programa de Controle de Saúde Ocupacional (PCMSO).
b) Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
c) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
d) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
e) Laudo Técnico de Condições de Trabalho (LTCAT).

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Aposentadorias do RGPS
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GABARITO
1. e
2. e
3. e
4. c
5. b
6. e
7. d
8. b
9. a
10. c
11. a
12. d
13. b
14. c
15. a
16. a
17. e
18. b
19. a
20. b
21. e
22. d
23. b
24. a
25. c
26. e
27. e
28. d

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/TCM-BA/2018/AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE EXTERNO) O RGPS ga-
rante aos segurados os benefícios
a) do salário-maternidade, do auxílio-acidente e da pensão por morte.
b) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-família e do auxílio-reclusão.
c) da aposentadoria por idade, do salário-maternidade e da pensão por morte.
d) do auxílio-reclusão, do auxílio-acidente e da aposentadoria especial.
e) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-maternidade e da aposentadoria por in-
capacidade permanente.

O RGPS garante aos segurados: i) aposentadoria por incapacidade permanente; ii) aposentado-
ria programada; iii) aposentadoria programada do professor; iv) aposentadoria do trabalhador
rural e do garimpeiro; v) aposentadoria especial; vi) aposentadoria por tempo de contribuição e
por idade da pessoa com deficiência; vii) auxílio por incapacidade temporária; viii) salário-famí-
lia; ix) salário-maternidade e x) auxílio-acidente. Ademais, o RGPS garante aos dependentes: i)
pensão por morte e ii) auxílio-reclusão. Por fim, o RGPS garante aos segurados e dependentes
o serviço de reabilitação profissional.
Letra e.

002. (CESPE/TCM-BA/2018/AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE EXTERNO) O RGPS ga-


rante aos segurados os benefícios
a) do salário-maternidade, do auxílio-acidente e da pensão por morte.
b) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-família e do auxílio-reclusão.
c) da aposentadoria por idade, do salário-maternidade e da pensão por morte.
d) do auxílio-reclusão, do auxílio-acidente e da aposentadoria especial.
e) do auxílio por incapacidade temporária, do salário-maternidade e da aposentadoria por in-
capacidade permanente.

O RGPS garante aos segurados: i) aposentadoria por incapacidade permanente; ii) aposentado-
ria programada; iii) aposentadoria programada do professor; iv) aposentadoria do trabalhador
rural e do garimpeiro; v) aposentadoria especial; vi) aposentadoria por tempo de contribuição e
por idade da pessoa com deficiência; vii) auxílio por incapacidade temporária; viii) salário-famí-
lia; ix) salário-maternidade e x) auxílio-acidente. Ademais, o RGPS garante aos dependentes: i)
pensão por morte e ii) auxílio-reclusão. Por fim, o RGPS garante aos segurados e dependentes
o serviço de reabilitação profissional.
Letra e.

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Aposentadorias do RGPS
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003. (ESAF/MTE/2009/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO) Assinale a opção correta, entre as


assertivas abaixo, relacionada aos benefícios que os dependentes da Previdência Social têm
direito à luz da Lei n. 8.213/1991:
a) Aposentadoria por tempo de contribuição
b) Auxílio por incapacidade temporária
c) Auxílio-acidente
d) Aposentadoria por incapacidade permanente
e) Pensão por morte

Apenas a pensão por morte e o auxílio-reclusão são benefícios concedidos aos dependentes.
Todos os demais benefícios previdenciários são concedidos para os segurados. Cabe ressal-
tar que existe uma prestação previdenciária (serviço) que tanto os segurados quanto os seus
dependentes têm acesso, que é a reabilitação profissional.
Letra e.

004. (CESPE/CEBRASPE/PGE-MS/2021/PROCURADOR DO ESTADO) Marília aposentou-se


pelo RGPS em 2019. No ano seguinte, sofreu acidente vascular cerebral que a deixou em esta-
do vegetativo, necessitando de cuidados permanentes de outra pessoa.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Marília tem direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme pre-
visto na Lei n. 8.213/1991, independentemente da espécie de sua aposentadoria.
b) Marília não tem direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme
previsto na Lei n. 8.213/1991, porque sua concessão restringe-se aos segurados que estejam
em atividade quando da ocorrência de grande invalidez.
c) Caso lhe seja concedido o acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, conforme
previsto na Lei n. 8.213/1991, Marília terá seu benefício reajustado, mesmo que ele já tenha
atingido o limite legal.
d) Marília não terá direito ao acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria caso tenha-
-se aposentado por invalidez.
e) Caso seja concedido a Marília o acréscimo de 25% sobre o valor de sua aposentadoria, con-
forme previsto na Lei n. 8.213/1991, o valor correspondente será incorporado ao seu benefício
e não será reajustado em caso de aumento, por consistir em parcela indenizatória.

O acréscimo de 25% da aposentadoria por incapacidade permanente é devido ainda que o va-
lor da aposentadoria atinja o limite máximo legal e recalculado quando o benefício que lhe deu
origem for reajustado.
a) Errada. O acréscimo de 25% do valor da aposentadoria restringe-se à aposentadoria por in-
capacidade permanente, não sendo extensivo a outras espécies de aposentadorias do RGPS.

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Aposentadorias do RGPS
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b) Errada. O acréscimo de 25% do valor da aposentadoria por incapacidade permanente será


concedido ainda que a necessitada permanente de uma outra pessoa ocorra após a conces-
são da citada aposentadoria.
d) Errada. A aposentadoria por incapacidade permanente será acrescida no percentual de 25%,
no caso de o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa, sendo restrito a
aposentadoria por incapacidade permanente.
e) Errada. O acréscimo de 25% da aposentadoria por incapacidade permanente não é incor-
porado ao benefício, sendo devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo
legal e recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado.
Letra c.

005. (CESPE/PGE-PE/2018/PROCURADOR DO ESTADO) No dia em que completou vinte e cin-


co anos e um mês de tempo de contribuição ao RGPS na condição de segurada empregada, Ma-
ria sofreu acidente de trabalho, o que a incapacitou permanentemente para o exercício de ativida-
des laborais. Nesses vinte e cinco anos e um mês, não houve interrupção no tempo contributivo.
Considerando essa situação hipotética e o entendimento dos tribunais superiores, assinale a
opção correta.
a) Maria terá direito à aposentadoria especial.
b) O benefício garantido a Maria pela legislação previdenciária nesse caso independe
de carência.
c) Pelo fato de a incapacidade ter sido provocada por acidente de trabalho, será garantido a
Maria o acréscimo de 25% do valor do benefício a ser recebido.
d) Maria terá o prazo decadencial de cinco anos para ajuizamento de ação previdenciária em
caso de indeferimento da concessão do benefício pela previdência social.
e) Caso recupere sua capacidade para o trabalho, Maria poderá retornar à ativa, sem prejuízo
de recebimento do benefício em gozo.

No caso em comento, Maria faz jus a aposentadoria por incapacidade permanente, tendo em
vista a incapacidade permanente para o exercício de atividades laborais. Entretanto, nesse
caso, o benefício será concedido independentemente de carência, uma vez que é decorrente
de um acidente de qualquer natureza ou causa.
a) Errada. No caso em comento, Maria faz jus a aposentadoria por incapacidade permanente,
tendo em vista a incapacidade permanentemente para o exercício de atividades laborais. A
aposentadoria especial tem como evento determinante a exposição permanente do segurado a
agente nocivo durante 15, 20, ou 25 anos, prejudicando a sua saúde ou integridade física, cumu-
lado com requisito etário (55 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 anos
de contribuição; 58 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 anos de contri-
buição; ou 60 anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição.

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Aposentadorias do RGPS
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c) Errada. A aposentadoria por incapacidade permanente será acrescida no percentual de 25%,


no caso de o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa.
d) Errada. Maria terá o prazo decadencial de 10 anos para ajuizamento de ação previdenciária
em caso de indeferimento da concessão do benefício pela previdência social.
e) Errada. A aposentadoria por incapacidade permanente será paga, enquanto a condição de
incapacidade permanecer. Logo, uma vez cessada a incapacidade, regra geral, o benefício dei-
xará de ser concedido.
Letra b.

006. (CESPE/TCE-PB/2018/AUDITOR DE CONTAS/DEMAIS ÁREAS) Um segurado, contri-


buinte do RGPS há dez anos, caso seja acometido por mal de Parkinson, terá direito a receber
do INSS o benefício de
a) auxílio por incapacidade temporária, desde que não seja a referida doença preexistente à
data de filiação ao RGPS.
b) aposentadoria por incapacidade permanente, bastando a ele para tal atender à carência
exigida em lei.
c) auxílio por incapacidade temporária, a contar do décimo sexto dia do afastamento da ativida-
de, desde que comprovada a incapacidade multiprofissional total e permanente para o trabalho.
d) aposentadoria por incapacidade permanente, cuja renda mensal corresponderá a 91% do
salário de benefício.
e) aposentadoria por incapacidade permanente, se for constatada a incapacidade total e per-
manente para o trabalho, certificada em perícia médica feita pela referida autarquia.

No caso em comento, o segurado será aposentado por incapacidade permanente, se for cons-
tatada a incapacidade total e permanente para o trabalho, certificada em perícia médica feita
pela referida autarquia.
a) Errada. É possível ser concedido benefício por incapacidade (auxílio por incapacidade tem-
porária e aposentadoria por incapacidade permanente) decorrente de doença preexistente à
data da filiação ao RGPS, quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agra-
vamento dessa doença ou lesão.
b) Errada. A carência exigida para a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente,
regra geral, é de 12 contribuições mensais. Entretanto, nos casos de acidente de qualquer natu-
reza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que,
após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em
lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios
de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e
gravidade que mereçam tratamento particularizado, a carência para a concessão do benefício é
zero. No caso em comento, o mal de Parkinson é uma doença prevista na lista elaborada, sendo,
por consequência, concedido o benefício por incapacidade, independentemente de carência.

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Aposentadorias do RGPS
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c) Errada. No caso de incapacidade permanente para o trabalho, o benefício a ser concedido


é a aposentadoria por incapacidade permanente e não o auxílio por incapacidade temporária.
d) Errada. A renda mensal da aposentadoria por incapacidade permanente é de 60%, com
acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20
anos de contribuição, no caso do homem, e 15 anos de contribuição, no caso da mulher, sobre
o salário de benefício. Entretanto, quando a aposentadoria por incapacidade permanente for
decorrente de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho, a renda
mensal do benefício consiste em 100% do salário de benefício.
Letra e.

007. (FCC/TRT DA 2ª REGIÃO (SP)/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA


AVALIADOR FEDERAL) De acordo com a Lei n. 8.213/1991, o valor da aposentadoria por inca-
pacidade permanente do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa
será acrescido de
a) 30%, acréscimo este que cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao
valor da pensão.
b) 25%, acréscimo este que não cessará com a morte do aposentado, sendo incorporável ao
valor da pensão.
c) 30%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal.
d) 25%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal.
e) 15%, acréscimo este que não cessará com a morte do aposentado, sendo incorporável ao
valor da pensão.

O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da as-


sistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que ultrapasse o limite
máximo legal. O citado acréscimo cessa com a morte do aposentado, não sendo incorporável
ao valor da pensão.
Letra d.

008. (FCC/TRF DA 5ª REGIÃO/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo


com a Lei n. 8.213/1991, verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado
por invalidez, sendo o segurado declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade,
a) no seu valor integral, durante doze meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
b) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
c) com redução de 50%, durante doze meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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d) com redução de 25%, durante seis meses contados a partir do trigésimo dia da data em que
for verificada a recuperação da capacidade.
e) com redução de 50%, durante doze meses contados a partir do trigésimo dia após a data em
que for verificada a recuperação da capacidade.

Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exer-
cia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: i) pelo seu valor integral,
durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; ii) com
redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e iii) com redução de 75%, também por igual
período de 6 meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Letra b.

009. (CONSULPLAN/TRF DA 2ª REGIÃO/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA


AVALIADOR FEDERAL) “Jerônimo era contribuinte individual, foi aposentado por invalidez aos
53 anos de idade e, na ocasião, necessitava do auxílio permanente de uma pessoa, daí porque
contratou um cuidador. Passados alguns anos, e com o avanço da medicina, Jerônimo se re-
cuperou e conseguiu um emprego.” Diante da situação retratada e da legislação previdenciária
em vigor, assinale a alternativa correta.
a) Enquanto necessitou do auxílio permanente de uma pessoa, Jerônimo poderia requerer um
acréscimo de 25% sobre o valor do benefício.
b) Jerônimo é obrigado, sob pena de perda do benefício, a se submeter às cirurgias determina-
das pelo INSS, mas não à transfusão de sangue.
c) O segurado em questão, por ter alcançado cinquenta anos, fica dispensado de realizar perí-
cia a cada dois anos para verificar eventual recuperação.
d) A aposentadoria em questão será paga a partir do 16º dia da invalidez e quitada na razão de
100% do salário de benefício até a obtenção do emprego.

O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da assistência


permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que ultrapasse o limite máximo legal.
b) Errada. O segurado aposentado por incapacidade permanente está obrigado, sob pena de
suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, proces-
so de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuita-
mente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.
c) Errada. O aposentado por incapacidade permanente está isento de exames-médicos pe-
riciais após completar 55 anos ou mais de idade e quando decorridos 15 anos da data da
concessão da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade
temporária que a precedeu; ou 60 anos de idade; ou a pessoa com HIV/Aids.

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Aposentadorias do RGPS
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d) Errada. No caso do contribuinte individual, a aposentadoria por incapacidade permanente será


devida a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se
entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. Ademais, a aposentadoria por incapacidade per-
manente não será cessada com a obtenção do emprego, pois será devida a mensalidade de re-
cuperação. Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos contados da data do início
da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária que
a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará após tantos meses quantos forem os anos de
duração do auxílio por incapacidade temporária e da aposentadoria por incapacidade permanen-
te, para os demais segurados; e quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período pre-
visto acima, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso
do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:
a) pelo seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação
da capacidade; b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e c) com redução de
75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Letra a.

010. (CESPE/TCE-PR/2016/AUDITOR) Em abril de 2013, Jeane sofreu um acidente de traba-


lho, e o médico da empresa na qual ela trabalhava considerou-a incapaz para retornar a suas
atividades e aconselhou-a a solicitar sua aposentadoria por incapacidade permanente. Repre-
sentada por um advogado, Jeane ingressou diretamente em juízo com ação previdenciária,
pleiteando a aposentadoria por incapacidade permanente. Nessa situação hipotética,
a) segundo o STJ, o prévio requerimento administrativo é prescindível para a admissibilidade
da ação previdenciária interposta por Jeane.
b) a data de início do benefício da aposentadoria por incapacidade permanente será a data da
juntada aos autos do laudo pericial em juízo.
c) caso Jeane necessite de assistência permanente de outra pessoa, o valor da aposentadoria
será acrescido de 25%, ainda que o valor do benefício atinja o limite máximo.
d) se for considerada apta para outro tipo de trabalho pela previdência social, a despeito de sua si-
tuação cultural e econômica, Jeane não terá direito à aposentadoria por incapacidade permanente.
e) a aposentadoria por incapacidade permanente requerida por Jeane poderá ser cumulada
com o auxílio-acidente.

A aposentadoria por incapacidade permanente será acrescida no percentual de 25%, no caso


de o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa, ainda que o valor ultra-
passe o limite máximo legal.
a) Errada. Em regra, segundo o STJ, o prévio requerimento administrativo é necessário para a
admissibilidade da ação previdenciária interposta por Jeane. A conclusão do STJ a respeito
desse tema é que falta interesse de agir. Isso porque a negativa ou a omissão do INSS em

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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resposta administrativa ao pedido de concessão do benefício previdenciário são as situações


que criam a crise de inadimplemento que assola o direito, o que gerará a necessidade recorrer
ao Poder Judiciário, o interesse de agir. Cabe apenas ressaltar que há casos em que o reque-
rimento administrativo feito ao INSS é prescindível, notadamente quando o entendimento da
Administração for notório e reiteradamente contrário à postulação do segurado.
b) Errada. Conforme entendimento jurisprudencial, se devidamente comprovada a data inicial da
incapacidade pelo perito médico judicial, a data da concessão do benefício deverá ser fixada des-
de esta data, nos casos em que for posterior à DER. O magistrado somente poderá fixar a data de
início do benefício na data da perícia quando não for possível ao perito atestar da data do início
da incapacidade. Ademais, conforme enunciado da Súmula n. 576 do STJ, ausente requerimento
administrativo no INSS (notadamente quando o entendimento da Administração for notório e
reiteradamente contrário à postulação do segurado), o termo inicial para a implantação da apo-
sentadoria por incapacidade permanente concedida judicialmente será a data da citação válida.
d) Errada. Enunciado da Súmula n. 47 da TNU: “Uma vez reconhecida a incapacidade parcial
para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a con-
cessão de aposentadoria por incapacidade permanente.”
e) Errada. O auxílio-acidente não pode ser acumulado com aposentadoria, tendo em vista que
o auxílio-acidente entra no cálculo do salário de benefício da aposentadoria “como se fosse”
salário de contribuição.
Letra c.

011. (IBFC/COMLURB/2016/MÉDICO DO TRABALHO) Sobre a carência, quanto às contri-


buições à Previdência Social para obtenção de aposentadoria por incapacidade permanente,
assinale a alternativa correta:
a) Será de no mínimo 12 meses em casos de doença e não será exigida em caso de acidente
b) Será de no mínimo 24 meses em casos de doença e não será exigida em caso de acidente
c) Será de no mínimo 12 meses em casos de doença e de 3 meses em caso de acidente
d) Será de no mínimo 24 meses em casos de doença e de 3 meses em caso de acidente

A carência exigida para a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente, regra


geral, é de 12 contribuições mensais. Entretanto, nos casos de acidente de qualquer natureza
ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após
filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista ela-
borada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estig-
ma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade
que mereçam tratamento particularizado, a carência para a concessão do benefício é zero.
Letra a.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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012. (COPESE-UFPI/PREFEITURA DE TIMON – MA/2016/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚ-


DE) São exigências para requerer o benefício de aposentadoria por incapacidade permanente:
a) ter contribuído para a Previdência Social por, pelo menos, 15 anos.
b) aos trabalhadores urbanos, é exigida a idade mínima de 55 anos para os homens e 50 anos
para as mulheres.
c) aos trabalhadores urbanos, é exigida a idade mínima de 65 anos para os homens e 60 anos
para as mulheres.
d) ser considerado pela perícia médica do INSS total e definitivamente incapaz para o trabalho.
e) ara trabalhadores rurais, a idade mínima é 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres.

A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprida a carência exigida, quando
for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por incapacidade
temporária, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exer-
cício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição. Ademais, a carência exigida para a concessão da aposentadoria por incapacidade
permanente, regra geral, é de 12 contribuições mensais. Por fim, não se exige que o beneficiário
atinja uma idade mínima, no intuito de fazer jus a aposentadoria por incapacidade permanente.
Letra d.

013. (TRT 14ª REGIÃO (RO E AC)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Analise os


itens abaixo, no que diz respeito à aposentadoria por incapacidade permanente e marque a
alternativa correta:
I – O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que necessitar da as-
sistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), desde
que o valor da aposentadoria não atinja o limite máximo legal.
II – O acréscimo a que se refere o item anterior será recalculado quando o benefício que lhe
deu origem for reajustado; cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao
valor da pensão.
III – Quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando
o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exer-
cia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) no seu valor integral,
durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; c) com
redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao
término do qual cessará definitivamente.
IV – Quando a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez ocorrer
dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da aposentadoria por incapacidade per-
manente ou do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu sem interrupção, o bene-
fício cessará de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo


como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social;
ou após seis meses de duração do auxílio por incapacidade temporária ou da aposentadoria
por incapacidade permanente, para os demais segurados.
a) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
b) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
c) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
d) Apenas os itens III e IV são verdadeiros.
e) Apenas os itens II e IV são verdadeiros.

Os itens II e III são perfeitos, não sendo necessário tecer nenhum comentário! O item I está in-
correto, tendo em vista que o valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado
que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que
ultrapasse o limite máximo legal. O item IV está incorreto, uma vez que, quando a recuperação
for total e ocorrer dentro de 5 anos contados da data do início da aposentadoria por incapaci-
dade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu sem interrupção,
o benefício cessará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à
função que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista,
valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela previdência
social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade
temporária e da aposentadoria por incapacidade permanente, para os demais segurados.
Letra b.

014. (TRT22/TRT DA 22ª REGIÃO (PI)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Verificada a


recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, quando a recuperação ocor-
rer dentro de 5 anos, contados da data do início da aposentadoria por incapacidade permanente
ou do auxílio por incapacidade temporária que a antecedeu, sem interrupção, o benefício cessará:
a) de imediato, para qualquer segurado, inclusive o segurado empregado, que tiver direito a
retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou;
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade temporá-
ria ou da aposentadoria por incapacidade permanente, para qualquer segurado, inclusive para
o segurado empregado;
c) quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitual-
mente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, no seu valor in-
tegral, durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
d) quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitual-
mente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, com redução
de 50%, durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;

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Aposentadorias do RGPS
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e) quando a recuperação for parcial e ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o se-
gurado empregado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do que habitualmen-
te exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, com redução de
50%, durante 6 meses, contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade.

Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos contados da data do início da apo-
sentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária que a an-
tecedeu sem interrupção, o benefício cessará: a) de imediato, para o segurado empregado
que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma
da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade
fornecido pela previdência social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração
do auxílio por incapacidade temporária e da aposentadoria por incapacidade permanente, para
os demais segurados; e quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto
acima, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do
qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a)
pelo seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação
da capacidade; b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e c) com redução de
75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Letra c.

015. (FCC/INSS/2012/PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO) Conforme prevê a legislação


previdenciária, em relação ao benefício da aposentadoria por incapacidade permanente é cor-
reto afirmar que
a) a sua concessão dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame
médico-pericial a cargo da Previdência Social.
b) por sua natureza em nenhuma situação dependerá de período de carência.
c) será devida apenas se o segurado estiver em gozo de auxilío por incapacidade temporária.
d) não é devida ao segurado empregado doméstico.
e) durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por motivo de incapacidade
permanente, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

Perfeita a afirmativa, não sendo necessário tecer nenhum comentário!


b) Errada. A carência exigida para a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente,
regra geral, é de 12 contribuições mensais. Entretanto, nos casos de acidente de qualquer natu-
reza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que,
após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em
lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de
estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravi-
dade que mereçam tratamento particularizado, a carência para a concessão do benefício é zero.

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c) Errada. A aposentadoria por incapacidade permanente será devida ao segurado que, estando
ou não em gozo de auxílio por incapacidade temporária, for considerado incapaz para o traba-
lho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.
d) Errada. A aposentadoria por incapacidade permanente é um benefício que tem como be-
neficiários todos os segurados. Portanto, o empregado doméstico, assim como os demais
segurados, fazem jus à aposentadoria por incapacidade permanente.
e) Errada. Durante os primeiros 15 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo
de incapacidade permanente, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
Letra a.

016. (FCC/AL-SP/2010/PROCURADOR) Com relação ao benefício previdenciário da aposen-


tadoria por incapacidade permanente, quando a recuperação for parcial, sem prejuízo da volta
à atividade, a aposentadoria será mantida
a) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
b) com redução de 50%, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
c) com redução de 75%, durante seis meses contados da data em que for verificada a recupe-
ração da capacidade.
d) no seu valor integral, durante um ano contado da data em que for verificada a recuperação
da capacidade.
e) com redução de 50%, durante um ano contado da data em que for verificada a recuperação
da capacidade.

Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período de 5 anos, ou ainda quando o
segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exer-
cia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: i) pelo seu valor integral,
durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; ii) com
redução de 50%, no período seguinte de 6 meses; e iii) com redução de 75%, também por igual
período de 6 meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Letra a.

017. (CEPRJ/RIOPREVIDÊNCIA/2010/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO) Mévio é acometido


por doença incapacitante, tendo realizado perícia oficial e reconhecido o seu direito à percep-
ção de auxílio-doença. Após verificada a impossibilidade de retomo às atividades laborais,
diante de sua incapacidade, a consequência natural consiste em deferir-se aposentadoria:
a) voluntária
b) por idade
c) especial
d) rural
e) por invalidez

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Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

No caso em comento, Mévio será aposentado por incapacidade permanente, uma vez que ele
foi considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de ativi-
dade que lhe garanta a subsistência.
Letra e.

018. (FCC/DPE-PA/2009/DEFENSOR PÚBLICO) Constitui condição legal ao recebimento de


aposentadoria por incapacidade permanente por segurado do regime geral de previdência social:
a) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo do SUS
(Sistema Único de Saúde).
b) ter havido a reunião de pelo menos 12 (doze) contribuições mensais, ressalvadas hipóteses
excepcionais, entre as quais aquelas em que a incapacidade tenha decorrido de acidente de
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho.
c) não se tratar de incapacidade decorrente de doença ou lesão de que o segurado já era por-
tador ao filiar-se à previdência social, mesmo que tal incapacidade tenha decorrido de mera
progressão ou agravamento daquela doença ou lesão.
d) a consolidação de lesões que resultem em sequelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia o segurado.
e) a verificação do estado de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da empre-
sa, nos casos em que esta disponha de serviço médico próprio ou em convênio.

A aposentadoria por incapacidade permanente é um benefício que, em regra, exige carência de


12 contribuições mensais, salvo nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa (gênero
que abarca o acidente do trabalho), bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao
RGPS, for acometido de alguma das doenças previstas na legislação previdenciária.
a) Errada. A verificação do estado de incapacidade é feita mediante exame médico-pericial a
cargo da previdência social.
c) Errada. A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe
conferirá direito à aposentadoria por incapacidade permanente, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
d) Errada. A consolidação de lesões que resultem em sequelas que impliquem redução da ca-
pacidade para o trabalho que habitualmente exercia o segurado é o fato ensejador da conces-
são do auxílio-acidente e não da aposentadoria por incapacidade permanente.
e) Errada. A verificação do estado de incapacidade é feita mediante exame médico-pericial a
cargo da previdência social.
Letra b.

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019. (FCC/TRT DA 1ª REGIÃO (RJ)/2013/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) A comprova-


ção de tempo de serviço ou contribuição para fins previdenciários só produz efeito quando
baseada em:
a) início de prova material, admitida prova exclusivamente testemunhal apenas quando com-
provada a ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.
b) documentos escritos e contemporâneos ou, se tiver havido reconhecimento expresso dos
empregadores, em declarações emanadas de autoridades sindicais e judiciais competentes.
c) documentos contemporâneos a todos os períodos de prestação dos serviços.
d) testemunhos e depoimento pessoal harmônicos.
e) início de prova material, jamais sendo admitida a prova exclusivamente testemunhal.

A comprovação de tempo de serviço ou contribuição, realizada mediante justificação adminis-


trativa ou judicial, só produz efeito perante a previdência social quando baseada em início de
prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo quando houver
ocorrência de caso fortuito ou força maior.
Letra a.

020. (FCC/PGE-GO/2021/PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO) A Lei n. 11.718/2008


introduziu no sistema previdenciário brasileiro espécie de aposentadoria por idade denomi-
nada aposentadoria por idade híbrida. Nessa modalidade, permite-se ao segurado mesclar o
período urbano ao período rural e vice-versa, para implementar a carência mínima necessária e
obter o benefício etário híbrido. Nesse tema, à luz da interpretação jurisprudencial dominante:
a) Para fins de aposentadoria híbrida, o tempo rural não pode ser remoto, deve ser contínuo, predo-
minante, concomitante ao implemento das condições ou à data do requerimento administrativo.
b) O reconhecimento do direito à aposentadoria híbrida por idade não está condicionado a que
a atividade rurícola tenha sido exercida no período imediatamente anterior ao requerimento
administrativo.
c) Não possui direito à aposentadoria híbrida por idade o segurado que, não obstante tenha
iniciado seu labor no meio rural, depois migre para o labor urbano.
d) Para fazer jus à aposentadoria híbrida, a pessoa tem que ter trabalhado mais tempo na agri-
cultora do que em atividades urbanas.
e) O tempo de serviço rural, anterior ao advento da Lei n. 8.213/1991, pode ser computado para
fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, desde que compro-
vado o recolhimento das contribuições.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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Conforme entendimento do STJ, foi fixada a seguinte tese: o tempo de serviço rural, ainda que
remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei n. 8.213/1991, pode ser computado para
fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não
tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do art. 48, § 3º da Lei n.
8.213/1991, seja qual for a predominância do labor misto exercido no período de carência ou
o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento
administrativo. Dessa forma, o reconhecimento do direito à aposentadoria híbrida por idade
não está condicionado a que a atividade rurícola tenha sido exercida no período imediatamen-
te anterior ao requerimento administrativo.
Letra b.

021. (IBADE/IPERON-RO/2017/ANALISTA EM PREVIDÊNCIA/ASSISTENTE SOCIAL) A Lei


Complementar n. 142, de 8 de maio de 2013, ao regulamentar a aposentadoria da pessoa com
deficiência estatuiu que:
a) a aposentadoria ocorre com 30 anos de contribuição, se homem, e 20 (vinte) anos, se mu-
lher, no caso de segurado com deficiência moderada.
b) a pessoa com deficiência pode se aposentar com 25% de desconto no tempo mínimo de
contribuição.
c) tem direito à aposentadoria o segurado com deficiência após 52 anos de idade e 20 anos de
contribuição, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 10 (dez) anos.
d) no caso de segurado com deficiência grave o direito à aposentadoria é garantido após 15
anos de contribuição.
e) independentemente do grau de deficiência tem direito à aposentadoria o segurado aos 60
anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, desde que cumprido tempo míni-
mo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante
igual período.

Perfeita a afirmativa! No caso da aposentadoria por idade, a idade é mitigada em 5 anos em


relação a idade da antiga aposentadoria por idade, independentemente do grau da deficiência,
desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de
deficiência durante igual período. Portanto, o segurado, uma vez que se aposentava por idade
aos 65 anos, na condição de pessoa com deficiência, irá se aposentar por idade após 60 anos,
enquanto que, a segurada, uma vez que se aposentava por idade aos 60 anos, na condição de
pessoa com deficiência, irá se aposentar por idade aos 55 anos, desde que cumpra tempo míni-
mo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período.
Letra e.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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022. (FEPESE/IPREV/2013/ADVOGADO/AUTÁRQUICO) De acordo com a Constituição da


República de 1988, a aposentadoria especial depende:
a) de regulamentação por meio de lei complementar, apenas quando se tratar de segurados
portadores de deficiência.
b) de edição de decreto regulamentar para os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física
c) de edição de lei ordinária para os casos de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores
de deficiência.
d) de definição por meio de lei complementar para os casos de atividades exercidas sob con-
dições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
e) autorização legislativa, por meio de resolução do congresso nacional, apenas quando se
tratar de segurados portadores de deficiência.

Antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o art. 201, § 1º da CF/1988
determinava que era vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão
de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os ca-
sos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
complementar. Portanto, a aposentadoria especial é assunto de reserva de lei complementar.
Entretanto, a aposentadoria especial do RGPS estava e ainda está prevista nos arts. 57 e 58 da
Lei n. 8.213/1991. Como a exigência de lei complementar só foi determinada pelo Poder Cons-
tituinte Derivado Reformador, por meio da EC n. 20/1998, tais dispositivos, por serem material-
mente compatíveis com a CF/1988, foram devidamente recepcionados. Entretanto, assumindo
o status normativo que a CF/1988 passou a exigir, ou seja, com o status normativo de LC. Com
a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), a previsão da concessão da aposen-
tadoria diferenciada para o beneficiário do RGPS exposto a agente nocivo está no art. 201, § 1º,
II da CF/1988, que determina que é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de
previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposen-
tadoria exclusivamente em favor dos segurados cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. Portanto, a apo-
sentadoria especial, mesmo após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019),
continua a ser assunto de reserva de lei complementar. Logo, desde a EC n. 20/1998, os arts.
57 e 58 da Lei n. 8.213/1991, por terem status de LC, só podem ser alterados por meio de LC.
Letra d.

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Aposentadorias do RGPS
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023. (IBFC/COMLURB/2016/MÉDICO DO TRABALHO) Sobre a aposentadoria especial, assi-


nale a alternativa incorreta:
a) Para efeito de aposentadoria especial, a comprovação de exposição aos agentes nocivos
será feita por formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
b) Para terdireito à aposentadoria especial, é necessário o cumprimento da carência, de pelo
menos, 60 contribuições mensais.
c) A aposentadoria especial é irrenunciável: depois que receber o primeiro pagamento, sacar o
PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício.
d) A aposentadoria especial requerida e concedida a partir de 29/4/95 será cancelada pelo
INSS, caso o beneficiário permaneça ou retorne à atividade que ensejou a concessão desse
benefício, na mesma ou em outra empresa

Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário o cumprimento da carência, de pelo me-
nos, 180 contribuições mensais. As demais afirmativas são perfeitas, não sendo necessário
tecer nenhum comentário!
Letra b.

024. (CESGRANRIO/PETROBRAS/2015/PROFISSIONAL JÚNIOR/SERVIÇO SOCIAL) O be-


nefício para o qual deverão ser comprovados, entre outros, o tempo de trabalho permanente,
não ocasional nem intermitente, e a exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológi-
cos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física pelo período equiva-
lente ao exigido para a concessão do benefício refere-se a
a) aposentadoria especial
b) aposentadoria por idade
c) aposentadoria por incapacidade permanente
d) auxílio-acidente
e) auxílio por incapacidade temporária

O benefício para o qual deverão ser comprovados, entre outros, o tempo de trabalho perma-
nente, não ocasional nem intermitente, e a exposição aos agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física pelo período
equivalente ao exigido para a concessão do benefício refere-se a aposentadoria especial.
Letra a.

025. (IESES/IFC-SC/2015/DIREITO) Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário


também o cumprimento da carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições
mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25
de julho de 1991 devem ter, pelo menos:

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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a) 120 contribuições mensais.


b) 160 contribuições mensais.
c) 180 contribuições mensais.
d) 100 contribuições mensais.

A carência exigida para a concessão da aposentadoria especial é de 180 contribuições mensais.


Letra c.

026. (QUADRIX/DATAPREV/2012/MÉDICO DO TRABALHO) Em relação ao Perfil Profissio-


gráfico Previdenciário, é correto afirmar que:
a) ele é elaborado pela previdência Social a partir das informações obtidas ao longo da vida do tra-
balhador e será utilizado no julgamento de cessão de benefícios e aposentadorias por invalidez.
b) deverá ser elaborado e entregue ao trabalhador, se este solicitar, sempre no exame
admissional.
c) é uma fonte indireta e limitada de dados para a vigilância sanitária e epidemiológica da saú-
de do trabalhador.
d) constitui-se em um documento da empresa que reúne, entre outras informações, dados
administrativos, registros ambientais e resultados da monitoração biológica realizada nos tra-
balhadores.
e) comprova a exposição do trabalhador aos agentes nocivos e baseia-se em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de seguran-
ça do trabalho.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário, denominado perfil profissiográfico previdenciário (PPP), emitido pela empresa ou
seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT) ex-
pedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Considera-se perfil
profissiográfico previdenciário o documento histórico-laboral do trabalhador, segundo modelo
instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social, que, entre outras informações, deve conter
o resultado das avaliações ambientais, o nome dos responsáveis pela monitoração biológica
e das avaliações ambientais, os resultados de monitoração biológica e os dados administrati-
vos correspondentes, devendo a empresa elaborá-lo e mantê-lo atualizado, contemplando as
atividades desenvolvidas durante o período laboral, devendo ser fornecido ao trabalhador, por
cópia autêntica, no prazo de 30 da rescisão do seu contrato de trabalho ou do desligamento do
cooperado, sob pena de multa por descumprimento de obrigação acessória.
Letra e.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
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027. (CESPE/PGE-AL/2009/PROCURADOR DO ESTADO) João é empregado de uma grande


mineradora e trabalha exposto a agentes nocivos prejudiciais à saúde, assim definidos em
lei. A referida relação de emprego resultou na sua primeira filiação ao RGPS. Após 10 anos de
efetivo serviço nessas condições, João foi eleito dirigente sindical, ficando afastado de suas
atribuições para se dedicar exclusivamente à atividade de representante de seus pares.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito do instituto da aposen-
tadoria especial.
a) Em regra, o período de carência para a aposentadoria especial é de 120 contribuições mensais.
b) Não se considera como especial o tempo de trabalho laborado com exposição a ruídos, ain-
da que para simples conversão em tempo comum.
c) A alíquota da contribuição sobre a remuneração dos segurados a cargo da empresa em que
João trabalha será majorada em relação a todos os empregados e não apenas em relação à
remuneração daqueles expostos a condições especiais.
d) O segurado que obteve o benefício de aposentadoria especial após 15 anos de serviço pode-
rá retornar ao mercado de trabalho para o desempenho de atividade que o exponha a agentes
nocivos, podendo cumular nova aposentadoria após o mesmo prazo.
e) Durante o período de afastamento para o exercício do mandato de dirigente sindical, João
não terá esse tempo contado para fins de aposentadoria especial.

Para que o período conte para fins de aposentadoria especial, há a necessidade da exposição
permanente do segurado ao agente nocivo. Portanto, no caso em comento, tendo em vista o perí-
odo de afastamento para o exercício do mandato de dirigente sindical, como não há a exposição
permanente ao agente nocivo, este não pode ser considerado para fins de aposentadoria especial.
a) Errada. A carência exigida para a concessão da aposentadoria especial é de 180 contribui-
ções mensais.
b) Errada. No caso específico da exposição ao agente nocivo ruído, desde que em limites aci-
ma do limite legal, o entendimento jurisprudencial é no sentido de que se constata que, apesar
do uso de Equipamento de Proteção Individual (protetor auricular) reduzir a agressividade do
ruído a um nível tolerável, até no mesmo patamar da normalidade, a potência do som em tais
ambientes causa danos ao organismo que vão muito além daqueles relacionados à perda das
funções auditivas. Portanto, o entendimento jurisprudencial é no sentido de que, na hipótese
de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do
empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia
do Equipamento de Proteção Individual – EPI, não descaracteriza o tempo de serviço especial
para aposentadoria. Tal entendimento é sumulado pela TNU, por meio da Súmula n. 9 da TNU,
in verbis: “O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubrida-
de, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.”

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aposentadorias do RGPS
Bernardo Machado

c) Errada. As alíquotas da GILRAT serão acrescidas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respecti-


vamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de
aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. O acréscimo incide exclusi-
vamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física.
d) Errada. Conforme determina a legislação previdenciária, é vedado que o segurado aposen-
tado por meio de uma aposentadoria especial continue no exercício da atividade ou operação
que o sujeite a agentes nocivos, sendo a sua aposentadoria cessada a partir da data do retorno
à atividade. Ademais, não é possível a acumulação de mais de uma aposentadoria no RGPS.
Letra e.

028. (FUNRIO/INSS/2008/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/SERVIÇO SOCIAL) Para conces-


são da aposentadoria especial a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes
nocivos, será feita mediante formulário denominado
a) Programa de Controle de Saúde Ocupacional (PCMSO).
b) Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
c) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
d) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
e) Laudo Técnico de Condições de Trabalho (LTCAT).

Para concessão da aposentadoria especial, a comprovação da efetiva exposição do segurado aos


agentes nocivos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciá-
rio, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais
do trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
Letra d.

Bernardo Machado
Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.

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