Resumo: A dissertação retrata uma investigação teórica ao universo arquitetônico
tradicional japonês. Desse modo são estabelecidas indagações ao universo cultural japonês, avaliando filosofia, religião e artes. Subsequentemente, analisa-se o universo arquitetônico, dissecando a casa de chá, templos e jardins, figurando a concepção do espaço como elemento intrínseco dos fundamentos tradicionais japoneses. A última temática considerada, funde um exame metódico há vida de Tadao Ando descrevendo o seu percurso e mencionando o seu tributo laboral à arquitetura contemporânea, demonstrada pela génese de várias obras paradigmáticas que magistralmente perpetuou em construção. Será igualmente defendido e demonstrado que os princípios tradicionais japoneses imperam no seu legado arquitetônico.
Comentários:
A sociedade japonesa desenvolveu-se a partir de suas crenças religiosas –
principalmente baseadas no Xintoísmo. O cultivo de arroz foi de grande importância para o povo nipônico. Comportamento pragmático. A civilização nipónica adotou saberes e conhecimentos, que considerava primordiais, de outras nações para exaltar a sua própria qualidade. Espaços na arquitetura que se transformaram na exaltação da filosofia do Budismo zen. A cerimônia do chá. “Edifícios que eclodem com uma relação una com os ideais da estética, que brotam da simplicidade e incessante procura pela harmonia espacial, intrinsecamente contíguo à utilização do meio natural como ferramenta fulcral do processo construtivo.” Espaços simétricos, equilibrados e harmônicos usando proporções retangulares. País quente e úmido durante o verão, muito frio no inverno e propício a terremotos. Extenso uso da madeira “A casa tradicional japonesa impera outras noções como: simbolismo; sensibilidade, versatilidade dinâmica e leveza. Eclode como uma aglutinação de emoções e sensações. De percepções construídas de forma sólida, convidando o transeunte a vivenciar em plenitude cada ambiente espacial.” O cotidiano definindo os espaços arquitetônicos. Genkan: espaço para descalçar na entrada das casas japonesas. Ato de dormir no chão Ofuro: “ritual” de banho Ato de sentar e a mudança da percepção da escala. “Não existem paredes perenes para materializar o conceito de divisão, mas sim elementos como shoji ou fusama que incitam o compartimento efémero do espaço.” Shoji: painéis construídos por leves molduras de madeira e papel de arroz translúcido que ora servem de porta, janela ou parede. Princípios do Zen: “Os seus mestres introduziram, para além das envolventes noções do bem estar supremo, estruturadas pelos princípios da felicidade, a cerimónia do chá, concebendo um novo conceito de arquitetura residencial tendo como premissa um modo de habitar despretensioso, simples e natural.”