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SANTA CATARINA
DE ALEXANDRIA
Padroeira da Arquidiocese
de Florianópolis, da Ilha e
do Estado de Santa Catarina
A SANTA
A ARQUIDIOCESE
A FESTA
Índice
Apresentação ......................................................................................... 9
1ª parte – A SANTA
2ª parte – A ARQUIDIOCESE
1. Antecedentes ........................................................................................ 31
2. A Diocese – Dom João Becker ............................................................. 36
3. A Arquidiocese – Dom Joaquim ...................................................... 37
4. Dom Afonso ........................................................................................ 38
5. Dom Eusébio ....................................................................................... 40
6. Dom Murilo ........................................................................................ 41
7. Dom Wilson ........................................................................................ 43
8. Apêndice
Hino popular a Nossa Senhora do Desterro ...................................... 44
Hino popular ao Senhor Bom Jesus dos Passos ................................. 46
SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
3ª parte – A FESTA
1. A Novena ............................................................................................. 52
2. Introdução à missa ............................................................................. 59
3. Hino de Santa Catarina ........................................................................ 60
4. Ritos iniciais ......................................................................................... 62
5. Liturgia da Palavra ............................................................................. 63
6. Liturgia Eucarística ............................................................................ 68
7. Oração a Santa Catarina ...................................................................... 70
8. Hino Popular a Santa Catarina ......................................................... 72
9. Bela Santa Catarina ............................................................................ 74
10. Partituras complementares ............................................................. 76
SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
Apresentação
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
O Autor
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
1ª parte
A SANTA
1. Santa Catarina Padroeira
Declaração de Santa Catarina como Padroeira Principal
da então Diocese de Florianópolis (que abrangia o Estado inteiro)
e co-Titular da Catedral de N.Sra. do Desterro,
por Sua Santidade o papa Pio XI, aos 26 de julho de 1922
2. A historicidade da Santa
Vivemos uma época de crítica histórica acentuada, a qual, aplica-
da às narrativas bíblicas e hagiográficas, não tem receio de ser radical.
Impera o minimalismo, que reduz a um mínimo os dados confiáveis,
atribuindo esta posição à falta de documentos. Assim também acon-
teceu com a nossa Santa, a qual, apesar de um culto tão difundido na
Europa desde o século VIII e, mais ainda, a partir do século XI, teve
seu nome retirado do calendário universal da Igreja, na reforma litúr-
gica que se seguiu ao concílio Vaticano II. Essa retirada do calendário
universal foi mal interpretada como uma “cassação”. Mas não houve
cassação alguma da Santa, a qual pôde e pode continuar a ser legitima-
mente venerada nas regiões, dioceses, paróquias ou igrejas a ela dedi-
cadas, e isso na data tradicional, 25 de novembro. Tanto assim que, por
um decreto de Bento XVI (2005-2013), seu nome voltou a ser inserido
no calendário universal, ou seja, no Martirológio. Que houve então?
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
1
BIBLIOGRAFIA catarinense sobre a Santa: DE HARO, Rodrigo, Mistério de Santa Ca-
tarina ou Livro dos Emblemas de Alexandria, Florianópolis, 2001, 2ª edição, Edit. Atha-
nor, 113 p.; PEREIRA, Ney Brasil, Santa Catarina de Alexandria. Padroeira da Arquidio-
cese de Florianópolis, da Ilha e do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Florianópolis,
IOESC, 2002, 51 p.; LUPI, João Eduardo, et al., Santa Catarina: a origem do seu nome,
Florianópolis, UFSC, Pró-reitoria de Cultura e Extensão, col. Cadernos Pedagógicos,
2003, 42 p.; PEREIRA, Moacir, Santa Catarina, Padroeira. Tesouros do Sinai, Florianópo-
lis, Edit. Insular, 2ª edição, 2003, 112 p. Desta obra de Moacir Pereira, reproduzo aqui
a “Apresentação”, de minha autoria: “Livro escrito com o coração e impresso com
requinte, eis o impacto espontâneo que causa ao leitor este livro, sobre a Santa que
deu origem ao nome do nosso estado. A Santa, e o local sagrado onde sua memória se
conservou viva através dos séculos, o Mosteiro de Santa Catarina no Sinai. A Santa,
cujo ícone esplêndido exorna a capa do livro, mas cuja biografia é tão pouco conhe-
cida e divulgada, mesmo entre os catarinenses. Foi para suprir esta deficiência, para
responder à carência da democratização da informação sobre a Padroeira do Estado
, que ele escreveu a oportuna obra. Penso que o livro corresponde plenamente à
intenção do autor, que pretendeu – e conseguiu – contribuir para tornar mais con-
hecida Nossa Padroeira e, com ela, o Mosteiro, local sagrado em que se encontra seu
túmulo, aos pés da montanha do Sinai. Com a obra anterior de Rodrigo de Haro,
escrita com o objetivo de exaltar poeticamente a Santa, e com o meu opúsculo, que
examinou a questão da sua historicidade, penso que está de certo modo preenchida
a lacuna que tantos de nós, catarinenses, deplorávamos. Agora, não mais. Santa Cata-
rina, Padroeira, aí está, para nos informar e nos estimular.”
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
2
Ver o interessante comentário desse livro por Sandro e Ana Maria GALLAZZI, Judite, a
mão da mulher na história do povo. Petrópolis, Ed. Vozes e São Leopoldo, Sinodal, 2001, 143 p.
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das que foram molestadas por Maximino, uma cristã muito distinta e muito
ilustre de Alexandria, triunfou da alma pervertida e licenciosa do tirano por
sua corajosa firmeza: era, além disso, famosa por sua fortuna, seu nascimento,
sua educação, e colocava a sua castidade acima de tudo. Ele insistiu muito com
ela, a qual no entanto estava pronta a morrer antes que entregar-se a ele. De
sua parte, o tirano não se sentiu capaz de mandar matá-la, pois sua paixão era
mais forte que seu despeito. Condenou-a então ao exílio, e confiscou-lhe toda
a fortuna.3
Ainda quanto às martires de Alexandria, o mesmo historiador Eu-
sébio se refere a outras, que foram vítimas de diferentes perseguições.
Assim, por exemplo, a mártir Heraís, ainda catecúmena, executada na
fogueira, por volta do ano 235; na mesma época, a jovem Potamiena,
torturada e provada de vários modos, enfim executada com pez ferven-
te derramado sobre seu corpo membro por membro, dos pés à cabeça...
(cf livro VI, 5, 1-4); na perseguição de Décio, em 250, a mártir Quinta,
arrastada pela cidade, espancada e apedrejada (livro VI, 41, 4); a jovem
Amonariana, torturada ferozmente; a anciã Mercúria, e Denise, mãe de
muitos filhos, executadas pela espada (livro VI, 41, 18)... Isto quer dizer
que, mesmo se a lenda embelezou e multiplicou os detalhes do martírio
de Santa Catarina, o fato de mulheres, adultas ou jovens, terem sido marti-
rizadas de vários modos em Alexandria, ao longo do século III e no início
do século IV, é inegável.
Outra característica interessante da época de Santa Catarina,
em Alexandria, é o início do movimento monástico, um movimen-
to que já tivera seus predecessores nas comunidades judaicas dos
“terapeutas”, homens e mulheres que se retiravam para o deserto,
já na época de Fílon, na primeira metade do século I. Depois, des-
de fins do século III, são monges cristãos que, como Santo Antão
e Pacômio, buscam a solidão do deserto, primeiro para fugirem à
perseguição, depois, para viverem o ideal de renúncia do ascetismo.
A propósito, convém lembrar que o corpo da Mártir vai encontrar
3
EUSÉBIO de Cesareia, História Eclesiástica, livro VIII, 14, 14-15 col. Patrística, vol. 15, São Paulo,
2000, pp 426-427. A tradução desses parágrafos, especialmente do parágrafo 15, difere da outra
edição brasileira da mesma obra, publicada pela Editora CPAD, Rio de Janeiro, 1999, p. 314.
Foram levadas em conta ambas as traduções.
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
4
FRUTAZ, A. Pietro, “Santa Caterina d’Alessandria”, verbete na Enciclopedia Cattolica, vol. III,
Città del vaticano, 1949, col. 1137-1139.
5
GIAMBERARDINI, Gabriele, Santa Caterina di Alessandria, Jerusalém, 1978, Franciscan Printing
Press, p. 24, nota 14.
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
g. A decapitação. É sempre o
suplício resolutivo, o momen-
to final da execução, após os
prodígios lendários que tenham
tornado ineficazes os outros
meios. No caso de Santa Cata-
rina, ainda nesse momento um
prodígio: do pescoço cortado
fluiu leite, em vez de sangue, o
que a tornou padroeira também
das mães que têm dificuldade
de amamentar seus bebês. Martírio de Santa Catarina,
por Masolino da Panicale, 1428
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6
Id., ibid., p. 34.
7
Id., ibid., pp. 36-42.
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Id., ibid., p. 39
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Eusébio Metafrastes
(História Eclesiástica VIII,14-15) (Martírio da Santa e Grande Mártir de
Cristo Catarina, PG 116,275-302)
Maximino perpetrou no Orien- Maximino lançou os olhos sobre
te e no Egito, onde era Imperador, a Grande Mártir. Ela se chamava
todo tipo de vexação. As mulheres Catarina e vivia em Alexandria. Era
foram humilhadas. Algumas ce- jovem, e bela de corpo e de espírito.
diam. Outras, as cristãs, opunham Era também rica e nobre, descenden-
resistência. Exemplo de heroísmo te de sangue real. Decidira, porém,
foi uma alexandrina. Ela, cristã ter só a Cristo como esposo. Era
nobilíssima e rica de Alexandria, muito instruída em filosofia, na arte
entre as mulheres que foram retórica, na geometria e em outras
molestadas pelo tirano, foi uma ciências. Graças à sua erudição,
das que com viril firmeza venceu pôde contestar e logo converter ao
o ânimo passional e libidinoso cristianismo cinqüenta sábios, os
de Maximino. Era uma mulher quais depois, por castigo, foram
célebre pela nobreza de família, condenados ao fogo. Converteu
pelas posses e pela erudição. Ela, também a imperatriz Augusta, à
porém, a todos esses bens antepu- qual, por ordem de Maximino, foram
nha a castidade. O tirano, tendo-a amputados os seios. Catarina, depois
interpelado mais vezes a fim de de haver frustrado todas as torpes in-
possuí-la, encontrou-a preferindo sistências, foi condenada primeiro ao
antes a morte. Não se decidiu, cárcere, depois ao suplício da roda,
porém, a mandar matá-la, porque enfim à decapitação. Do seu pescoço,
nele era mais forte a paixão que a ferido pela espada, fluiu leite em vez
crueldade. Finalmente privou-a de sangue. O corpo, para ser preser-
de todos os seus bens e mandou-a vado, foi transportado, pelos anjos,
para o exílio. de Alexandria ao Sinai.
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
6. Razões conclusivas
Correndo o risco de ser repetitivo, resumo a posição, agora sufi-
cientemente clara, de Giamberardini 10 , o qual, mesmo reconhecendo o
problema sério da historicidade da nossa Santa, crê poder inclinar-se – e
nós com ele – para uma conclusão positiva. E isto, pelas seguintes razões:
9
Bolandistas são os pesquisadores críticos das vidas dos Santos que, a partir do séc. XVII, em-
preenderam o trabalho de expurgá-las dos exageros lendários. Seu nome vem do primeiro
deles, o jesuíta belga Jean Bolland, falecido em 1665.
10
GIAMBERARDINI, Gabriele, o. cit. pp. 43-44.
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Id., ibid., p. 44.
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2ª parte
A ARQUIDIOCESE
A ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS
BREVE HISTÓRICO
1. Antecedentes
Celebramos, em 2002, os 75 anos da elevação de Florianópolis
à categoria de Arquidiocese. Este fato ocorreu em 1927, quando o ter-
ritório da então diocese, que abrangia todo o Estado de Santa Catarina,
foi desmembrado, desmembrando-se
dele duas novas dioceses, a de Joinville
e a de Lages. Como “recordar é viver”,
façamos breve retrospecto dos aconteci-
mentos eclesiais e sociais que anteceder-
am e seguiram essa data.
Comecemos com o “descobri-
mento” do Brasil, em 1500, fato marca-
do pela presença, em Porto Seguro, de
um grupo de franciscanos missionári-
os, chefiados por Frei Henrique de Co-
imbra. É Frei Henrique quem celebra a
Primeira Missa no Brasil em terra firme,
ato imortalizado pelo famoso quadro do
pintor florianopolitano Victor Meireles.
Ilha de Santa Catarina
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Cito um esclarecimento do Prof. Nereu do VALE PEREIRA, a respeito da hipótese lançada
por Lucas Alexandre BOITEUX, na sua Pequena História Catarinense, editada em 1920, de que
o nome de “Santa Catarina” teria sido uma homenagem de Caboto à sua mulher, Catarina
Medrano. Escreve o Prof. Nereu em sua obra: “Santa Catarina – a Ilha – 500 anos”. Origem de
sua denominação e outros feitos. Florianópolis, 2013, Edit. Papa-Livro, 166 p.: “Desde há muito,
venho insistindo que as afirmações de que Sebastião Caboto batizara a llha com o atual nome
em referência à sua mulher, Catarina Medrano, é uma fantasia, uma inverdade e, até, face aos
costumes da época, uma heresia e, por que não dizer, uma informação completamente infun-
dada que se vai repetindo pelos menos esclarecidos, por parecer mais ‘chocante’ e sensacional”
(op. cit. p. 62). A Ilha, portanto, é mesmo “da Santa”, não “da outra”...
13
Ver o belo opúsculo de Pe. Tarcísio MARCHIORI, Terra dos Carijós, sobre esses inícios da
história de nosso Estado, Ed. do Autor, Florianópolis, 1999, 2ª edição.
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14
Pe Inácio de Siqueira, SJ, em junho de 1635, segundo BESEN, José Artulino, na contracapa do
livro História de Nossa Senhora do Desterro, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina,
IHGSC, Florianópolis, 2013.
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
logo as paróquias de
N. Sra. das Neces-
sidades (em Santo
Antônio de Lisboa) e
N.Sra. da Conceição
da Lagoa, em 1750,
além das paróquias
de Enseada do Brito,
São José da Terra
Firme e São Miguel.
Também em 1750 cri-
ou-se o Colégio dos
Matriz de Nossa Senhora de Desterro, iniciada em
1753, elevada a Catedral diocesana em 1908 Jesuítas no Desterro,
instituição infeliz-
mente interrompida pela expulsão dos Jesuítas sob Pombal, poucos
anos depois. Em 1753 começa-se a construção da nova Matriz de N.Sra.
do Desterro, tornada Catedral diocesana em 1908, e reformada e am-
pliada em 1922.
No planalto serrano, então sob a jurisdição de São Paulo, cria-se
em 1767 a freguesia ou paróquia de N.Sra. dos Prazeres das Lages,
pelos esforços de Antônio Corrêa Pinto. Na mesma década situa-se,
em Florianópolis, a criação da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos
Passos (1765) e do Hospital de Caridade, graças aos esforços da Beata
Joana de Gusmão e do Irmão Joaquim do Livramento.
Data de 1801 a primeira proposta de uma diocese englobando
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, idéia retomada em 1819, agora já
com a proposta de duas dioceses, uma sediada na cidade do Dester-
ro. Em todo caso, em 1824 é criado o Arciprestado de Santa Catarina,
abrangendo as freguesias do Desterro, Lagoa, Santo Antônio, Ribeirão,
São José, São Miguel e Enseada do Brito, cabendo ao pároco do Des-
terro o título de Arcipreste. O mais famoso deles é o Arcipreste Paiva,
também muito atuante na política, o qual exerceu esse cargo entre 1863
e 1869. Seu nome é conservado na rua que corre entre a Catedral e o
Palácio Cruz e Souza.
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4. Dom Afonso
Em 1965, Dom Afonso Niehues,
desde 1959 Bispo Coadjutor de Lages,
foi nomeado Arcebispo Administrador
Apostólico, recebendo o título de Arce-
bispo Metropolitano aos 18.05.1967,
por motivo do falecimento de Dom
Joaquim.
De 1966 data a fundação da revis-
ta “Pastoral de Conjunto”, que durante
quase 30 anos registrou a caminhada
Dom Afonso Niehues,
pastoral da Arquidiocese. Dessa épo- 1965 - 1991
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
5. Dom Eusébio
O ano de 1991 foi marcado por
dois grandes acontecimentos: em
16.03, tomava posse o terceiro Arce-
bispo Metropolitano, Dom Eusébio
Oscar Scheid, SCJ, que recebeu o
báculo das mãos do Arcebispo an-
terior, Dom Afonso Niehues; e em
18.10, no aterro da Baía-Sul, deu-se a
beatificação de Madre Paulina, com a
presença especialíssima do papa João
Paulo II.
Dom Eusébio Oscar Scheid,
Em 1992, comemorando os 500
1991 - 2001
anos da “descoberta” da América, re-
alizou-se mais uma Conferência Episcopal latino-americana, que cul-
minou na publicação do Documento de Santo Domingo.
Em 1993 faleceu placidamente, em Brusque, Dom Afonso Nie-
hues, aos 79 anos de idade, e depois de mais de 25 anos como nosso
Arcebispo.
De 1996 data o primeiro número do novo órgão de comunicação
arquidiocesana: o Jornal da Arquidiocese.
De 1997 até o ano 2000 desenvolveu-se o Projeto Rumo ao
Novo Milênio, marcado pelas Concentrações populares anuais
no Estádio Orlando Scarpelli e por intensa atividade pastoral em
preparação e na celebração do Grande Jubileu: o ano 1997, dedica-
do ao Pai; o ano 1998, dedicado ao Filho; e o ano 1999, dedicado ao
Espírito Santo.
Entretanto, novas dioceses foram sendo criadas, ampliando o
quadro institucional de Igreja em Santa Catarina: a diocese de Criciú-
ma, criada em 1998 e confiada a Dom Antônio Paulo De Conto, e a
diocese de Blumenau, criada no ano 2000 e confiada a Dom Angélico
Sândalo Bernardino.
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6. Dom Murilo
Em 2001 fomos surpreendidos
com a nomeação do nosso Arcebispo
Dom Eusébio para a Sé Metropolitana
de São Sebastião do Rio de Janeiro, da
qual ele tomou posse em 22.09. A par-
tir de então ficamos aguardando nosso
novo Arcebispo, enfim nomeado em
20.02 de 2002: Dom Murilo Sebastião
Ramos Krieger, SCJ, que tomou posse
oficial do seu cargo no dia 27.04.
Nesse ano jubilar de 2002, além
Dom Murilo S. R. Krieger,
de recebermos nosso novo Arcebispo,
2002 - 2011
tivemos a graça da canonização de
Santa Paulina em Roma, no dia 19.05. E no dia 30.05, por ocasião da
procissão de Corpus Christi, na Catedral, Dom Murilo anunciou oficial-
mente a escolha de Florianópolis como a sede do 15º Congresso Eu-
carístico Nacional, a ser realizado em 2006. O anúncio foi reiterado na
Concentração das “forças vivas” da Arquidiocese, no Ginásio do SESC,
em Florianópolis, no dia 25.08, ocasião em que se comemorou oficial-
mente a passagem dos 75 anos da Arquidiocese.
Em 2003, Dom Eusébio, já Arcebispo do Rio de Janeiro, foi cria-
do Cardeal da Santa Igreja Romana. A partir de 2005 começaram as
obras de restauração da Catedral, cuja estrutura inspirava cuidados.
As obras se protraíram por vários anos, seguindo critérios do Patrimô-
nio Histórico, critérios infelizmente mais museológicos que de uma Ig-
reja viva. Em 2006, de 18 a 21-5, realizou-se o 15º Congresso Eucarísti-
co Nacional, com a presença de grande parte do Episcopado brasileiro,
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
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tendo como lema: Vinde e vede, Ele está no meio de nós! O Hino, letra e
música, foi composto pelo Pe. Ney Brasil Pereira. As grandes concele-
brações foram feitas no Estádio Orlando Scarpelli. As Conferências e a
Adoração Eucarística, no “Centro Sul”.
Em 2007, diante da catedral de Tubarão, foi beatificada Albertina
Berkenbrock, martirizada em 1931, aos 12 anos de idade. A Bem-aven-
turada Albertina nasceu e viveu na localidade rural de São Luís, mu-
nicípio de São Martinho, em território então ainda pertencente à Ar-
quidiocese. Em 2008 foi devidamente comemorado o centenário de
criação da diocese de Florianópolis, por São Pio X. A diocese, naquele
início de século, abrangia todo o Estado. Lema escolhido e cantado:
De graça recebestes, de graça dai! Em 2009, em Joinville, houve a insta-
lação da “Católica” em Santa Catarina, isto é, a extensão da PUC de
Curitiba, PR, com dois campus: um em Joinville e um em Jaraguá. No
campus de Joinville, funciona, desde 2012, o curso do Bacharelado em
Teologia, que se acrescenta, assim, ao da FACASC em Florianópolis.
Em 2011, Dom Murilo foi transferido para a Sé Primacial de Salvador
da Bahia, tornando-se Arcebispo Primaz do Brasil.
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7. Apêndice
a. HINO POPULAR
de
NOSSA SENHORA DO DESTERRO 15
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Composto pelo Pe. Ney Brasil em 1975, no 3º centenário da fundação de Desterro, Florianópolis
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b. HINO POPULAR
do
SENHOR DOS PASSOS 16
1. Senhor, os vossos passos
queremos imitar.
Tirai nosso cansaço,
fazei-nos caminhar!
Refrão: Senhor dos Passos, Bom Jesus,
por nosso amor levando a Cruz,
Senhor Jesus, Senhor Jesus!
2. Dissestes no Evangelho:
Quem quer vir após mim
que tome a Cruz às costas,
caminhe até o fim!
3. A vós nós adoramos
porque, por vossa Cruz,
do mundo os crimes tantos
remistes, Bom Jesus!
4. Ao vosso encontro, aflita,
Maria caminhou,
bendita Mãe das Dores:
que exemplo nos deixou!
5. Quem vos seguir fielmente
na Cruz triunfará:
banhado em vosso Sangue,
também ressurgirá!
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
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3ª PARTE
A FESTA
NOVENA, HINOS, ORAÇÕES E MISSA
DE
25 de novembro
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
NOVENA
16 a 24 de novembro
Nota: O roteiro do 1º dia da Novena repete-se nos dias seguintes,
mudando-se apenas a Leitura Bíblica. Sugere-se fazê-lo no final da
Missa do dia, antes da Bênção.
(2) Invitatório
Refrão: Vinde, ó Deus, em nosso auxílio /
socorrei-nos, por Santa Catarina!
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
isso, nós somos mais que vencedores, graças Àquele que nos amou.
Tenho certeza de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potências, nem as
alturas, nem as profundezas, nem qualquer outra criatura será capaz de
nos separar do amor de Deus, que nos foi revelado no Cristo Jesus, nos-
so Senhor! Palavra do Senhor. Graças a Deus. Breve silêncio, meditação.
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PADRE NEY BRASIL PEREIRA
MISSA DA FESTA DE
SANTA CATARINA
1. INTRODUÇÃO
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
3. RITOS INICIAIS
- Senhor, que nos encorajais com o exemplo e nos ajudais com a inter-
cessão de vossos Santos, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
- Cristo, que hoje como ontem fortaleceis os vossos mártires, tende pie-
dade de nós!
17
Ver partitura na pág. 73
62
PADRE NEY BRASIL PEREIRA
c. Hino de louvor
d. Oração
Ó Deus, que no alto do monte Sinai destes a Lei a Moisés, e para
o mesmo lugar fizestes maravilhosamente transportar o corpo de San-
ta Catarina, Virgem e Mártir, concedei, vos pedimos, que por seus
méritos e por sua intercessão, possamos nós também subir ao monte
santo que é o Cristo, vosso Filho, que, sendo Deus, convosco vive na
unidade do Espírito Santo. Amém.
4. LITURGIA DA PALAVRA
a. Primeira Leitura
(Livro do Êxodo, capítulo 19, versículos 1 a 8: a Aliança de Deus com o
seu povo, no monte Sinai)
Leitura do Livro do Êxodo. No terceiro mês depois da sua saí-
da do Egito, os israelitas entraram no deserto do Sinai. Tendo partido
de Rafidim, chegaram ao
deserto do Sinai, onde aca-
mparam. Ali se estabeleceu
Israel, em frente ao monte.
Moisés subiu para Deus, e o
Senhor o chamou do alto da
montanha, nestes termos:
Eis o que dirás à família de
Jacó, eis o que anunciarás aos
O corpo de Santa Catarina transportado
filhos de Israel: Vistes o que fiz pelos Anjos, ícone do Mosteiro, séc. XVI
63
SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
aos egípcios, e como vos tenho trazido sobre asas de águia para junto de mim.
Agora, pois, se obedecerdes à minha voz, e guardardes a minha Aliança, sereis
o meu povo predileto entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós
sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação consagrada. Tais são as
palavras que dirás aos israelitas.
Veio Moisés, e convocando os anciãos do povo, comuni-
cou-lhes as palavras que o Senhor lhe ordenara repetir. E todo o
povo respondeu a uma voz: “Faremos tudo o que o Senhor nos
diz!”. Palavra do Senhor.
c. Segunda Leitura
(Primeira Carta de São Pedro, capítulo 1º, versículos 3 a 9: Manter
acesa a esperança e estar prontos a suportar as provas a que está exposta
a nossa fé)
d. Aclamação ao Evangelho
Aleluia, Aleluia, Aleluia! Eis que chega o Esposo! Preparai as
lâmpadas e saí ao encontro do Cristo Senhor! Aleluia, Aleluia, Aleluia!
e. Evangelho
(Evangelho segundo Mateus, capítulo 25, versículos 1 a 13: as virgens
prudentes estavam preparadas para receber o Esposo, ao chegar este inespera-
damente, altas horas da noite)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
f. Profissão de Fé
g. Oração da Comunidade
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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA
5. LITURGIA EUCARÍSTICA
c. Prefácio
O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós!
Corações ao alto! O nosso coração está em Deus!
Demos graças ao Senhor, nosso Deus!
É nosso dever e nossa salvação!
19
Ver partitura na pág. 74
68
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d. Oração Eucarística
e. Canto da Comunhão
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Texto e música de Pe. Valmir Silva
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6. ORAÇÃO
a
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Santa Catarina, a quem a Igreja honra com os títulos gloriosos
de Virgem e Mártir, e cujo exemplo inspirou tantas heroínas e santas
que, no decurso da história, trouxeram o vosso nome, escutai a nossa
súplica.
A vós recorremos, confiantes no poder da vossa intercessão junto
a Cristo, nosso único Salvador e Mediador junto ao Pai. É por Ele que
somos salvos, é por Ele que somos ouvidos quando rezamos, é por Ele
que recebemos quando pedimos. Na certeza, porém, de estardes mais
próxima dele que nós, e confiantes na realidade da comunhão-dos-san-
tos, que a todos nos une, é com grande confiança que a vós nos dirigi-
mos.
Inspirai-nos, em nossa fé, a mesma firmeza que vos levou a ar-
rostar os sofrimentos e a própria morte, em sua defesa e testemunho.
Inspirai-nos, nas coisas divinas e humanas, a sabedoria que vos fez su-
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7. HINO POPULAR
a
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Padroeira da Arquidiocese de Florianópolis,
e da Ilha e do Estado de Santa Catarina
Refrão: Santa Catarina, Santa Padroeira,
Escutai os rogos desta Ilha inteira.
Inspirai Justiça, que assegure a Paz,
Alcançai as bênçãos que o Senhor nos traz!
1. Santa Virgem-Mártir, sois chamada “a Pura”,
dai reinar, nos lares, respeito e ternura!
2. Santa Virgem-Mártir, fostes sábia outrora,
que o Saber divino não nos falte agora!
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Com as sílabas acrescentadas entre colchetes, no último verso de cada estrofe, o texto se adapta
perfeitamente à melodia do Hino Oficial do Estado, de autoria de José Brasilício de Souza.
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“Estado pioneiro”, porque historicamente o primeiro dos Estados do Sul: Santa Catarina, cria-
da como Província em 1738, antes do Rio Grande do Sul e do Paraná (este, só em 1853).
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Anita Garibaldi, a nossa heroína “dos dois mundos”, nascida em Laguna e falecida na Itália,
em 1849, acompanhou o marido nas lutas da “República Juliana” e da unificação italiana. E
“o Monge”, figura-simbolo das lutas do Contestado, no meio Oeste catarinense, culminadas na
guerra civil de 1912-1916.
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Segundo o profeta Isaías: O fruto da justiça é a paz (Is 32,17)
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Oficializada em 1953 com a forma atual, que substituiu a primeira bandeira, de 1895, incluindo
o Brasão, desenhado por Lucas Alexandre Boiteux.
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