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Esquemas de arranque

de motores elétricos
Esquemas de arranque de motores elétricos
Lucínio Preza de Araújo

Índice

Motores monofásicos 2

Arranque de um motor monofásico 5

Motores trifásicos 7

Contactor – disjuntor 15

Arranque direto de um motor assíncrono trifásico 16

Inversão de marcha de um motor assíncrono trifásico 18

Inversão de marcha com fins de curso de um motor assíncrono trifásico 20

Inversão de marcha automática com fins de curso 22

Arranque automático estrela – triângulo 23

Arranque automático estrela – triângulo com inversão de marcha 26

Funcionamento sucessivo de motores 29

Comando sequencial e automático de motores 31

Arranque sucessivo e cíclico de motores 33

Variação da velocidade de motores 35

Comutadores de pólos para motores com enrolamentos Dahlander 40

Comutadores de pólos para motores de 3 velocidades 43

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Motores
monofásicos

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Utilização

São utilizados na indústria mas principalmente em aplicações residenciais, tais como


ventiladores, ar condicionado e bombas de água.

Caraterísticas

A tensão de alimentação é de 230 V, sendo ligados entre a fase e o neutro e sempre


em corrente alternada. São geralmente utilizados em aplicações que exijam baixa
potência. (P <2Kw)

A corrente de arranque destes motores é elevada: (Ia ≈ 6 x In)

Desvantagens dos motores monofásicos em relação aos motores trifásicos da mesma


potência:
- Mais volumosos.
- Menor binário de arranque.
- Menor binário nominal.
- Menor fator de potência.
- Menor rendimento.
- Mais caro, para P> 2Kw
- Maior vibração mecânica (ruído)

Constituição e funcionamento

O motor monofásico tem uma constituição interna semelhante à de um trifásico, com a


diferença de que o estátor, na sua forma mais simples, tem apenas um enrolamento,
formado por duas bobinas alimentadas por fase (L) e neutro (N) da rede.

O rótor é constituído por um núcleo ferromagnético do tipo gaiola de esquilo, não


sendo utilizado nestes motores o rótor bobinado, visto as potências serem pequenas.
O motor monofásico necessita de um enrolamento auxiliar para arrancar por si.
O segundo enrolamento, designado por enrolamento auxiliar, ligado ou não em série
com um condensador é disposto, num motor de 2 pólos, fisicamente a 90º do
enrolamento principal.

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A finalidade deste segundo enrolamento é provocar um desfasamento entre as
correntes do enrolamento principal e do enrolamento auxiliar, de forma que o campo
magnético resultante seja girante, possibilitando assim o arranque do motor.

A classificação dos motores de indução monofásicos é normalmente relacionada com o


método de arranque utilizado.

Motor monofásico com fase auxiliar

Os motores monofásicos de fase auxiliar possuem dois enrolamentos no estátor, um


enrolamento auxiliar e um enrolamento principal, deslocados entre si em 90° elétricos,
conforme apresentados na figura a seguir:

As correntes nos enrolamentos equivalem a correntes


bifásicas, tendo como resultado um campo girante no
estátor que possibilita o arranque do motor. Usualmente
o enrolamento auxiliar é desligado após o motor arrancar
por meio de um interrutor centrífugo (dispositivo de
abertura) em série com o mesmo.

Motor monofásico com condensador de arranque

Os motores monofásicos com condensador de arranque também são motores de fase


auxiliar, no entanto, o deslocamento de fase entre as correntes é obtido com a
utilização de um condensador em série com o enrolamento auxiliar, conforme a figura a
seguir.

Assim como nos motores de fase auxiliar, o enrolamento


auxiliar dos motores tipo condensador de arranque
também é desligado pelo dispositivo de abertura, antes
de atingir a rotação nominal

Nota: Há ainda
Motor com condensador permanente
Motor com dois condensadores
Motor com pólos sombreados.

Como inverter o sentido de marcha de um motor de indução monofásico

A inversão do
sentido de rotação
é realizada por
inversão do
sentida da corrente
no enrolamento
principal ou no
enrolamento
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auxiliar, não em ambos.

Arranque de um motor monofásico

Circuito de potência Circuito de comando

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Esquema geral

SA – Disjuntor unipolar do
circuito de potência
SB - Disjuntor unipolar do
circuito de Comando.
K1 - Contactor tripolar com 1
contato auxiliar NA (13-14)
F4 - Relé Térmico – usa no
circuito de comando o contato
auxiliar NF (95-96)
S0 - Botão NF (Desliga)
S1 - Botão NA (Liga)

Ligue o disjuntor do circuito de potência. Ligue o disjuntor do circuito de comando.


Pressione S1 para alimentar a bobina do contactor K1.
Ao passar corrente na bobina do contactor K1 este fechará os contatos principais assim
como o contacto auxiliar 13-14, que é o contato responsável pela auto-alimentação que
mantém o contactor K1 ligado. Desta forma os contatos principais também estarão
fechados alimentando o Motor.
Pressione S0 para desligar.
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Motores
trifásicos

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Arranque de motores elétricos

Aquecimento excessivo dos condutores das


canalizações.
As altas correntes de arranque dos
motores podem causar: Actuação dos aparelhos de protecção.
Quedas de tensão.

À falta de indicações do fabricante deve-se considerar:

⎯ Arranque directo: Corrente de arranque = 6 X IS durante 5 segundos. ʹ

⎯ Arranque estrela/triângulo: Corrente de arranque = 3 X IS durante 15 segundos.


Segundo as RTIEBT, no caso de motores alimentados directamente por uma rede de
distribuição, os seus arranques não originam, em regra, perturbações excessivas se a
intensidade de arranque não ultrapassar os valores indicados no quadro 55A.

Proteção de motores elétricos

Os motores eléctricos devem ser protegidos contra:


⎯ Sobrecargas
⎯ Curto – circuitos
⎯ Sobretensões
⎯ Falta de tensão e sub tensão
O relé térmico deve ser regulado para
Protecção do motor contra
Relé térmico uma corrente igual à corrente nominal
sobrecargas1
do motor.
A intensidade de funcionamento do
Protecção do motor contra Corta – circuito aparelho de protecção contra curto –
curto – circuitos2 fusível (aM) circuitos não deve ser superior a 4
vezes a intensidade nominal do motor.

ʹ
IS – Corrente absorvida pelo motor
1
A protecção contra sobrecargas pode ser assegurada por: disjuntores, contactores – disjuntores, relés térmicos, dispositivos
térmicos incorporados no próprio motor (sondas de termistências) ou corta – circuitos fusíveis (gG).
2
A protecção contra curto – circuitos pode ser assegurada por disjuntores electromagnéticos ou por corta – circuitos fusíveis
(cartuchos fusíveis aM ou gG).

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Exemplo: Se a intensidade nominal do motor for de 2,6 A, o térmico deve ser regulado para 2,6 A e o corta – circuito
fusível deve ter uma intensidade nominal ≤ 4 x 2,6A ⇒ ≤ 10,4 A.

Motor assíncrono trifásico ( ) ∗

As máquinas trifásicas são constituídas fundamentalmente por uma parte fixa (estátor)
e uma parte móvel (rótor).
Estátor bobinado Rótor em curto-circuito ou em
gaiola de esquilo

O rotor está montado no veio, apoiado sobre


rolamentos de esferas.

Carcaça
Ventoinha
Estátor

Rolamento

Veio

Caixa de
terminais
Rótor
Patas

O motor de indução trifásico apresenta vantagens relativamente ao monofásico,


nomeadamente o arranque mais fácil, o ruído é menor e são mais baratos para P>
2KW. E aconselhável a partir dos 2 KW, uma vez que para potências inferiores justifica-
se a utilização de um motor monofásico.

( ) As máquinas trifásicas subdividem-se em máquinas síncronas e máquinas assíncronas dependendo


se o rotor gira concomitantemente com o campo magnético rotativo, isto é, de forma síncrona, ou se gira
mais devagar do que o campo magnético rotativo, isto é, de forma assíncrona.

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Aplicações dos motores assíncronos: Máquinas ferramentas, moinhos,
esmagadores, misturadores, desfibradores, tapetes, guindastes, elevadores,
ventiladores, compressores, bombas.

O motor de indução de rótor bobinado substitui o de rótor em gaiola de esquilo em


potências muito elevadas devido à diminuição da corrente de arranque permitida pela
configuração do rótor.
Número de pares de pólos
O número de pares de pólos constitui uma especificação importante para uma máquina
trifásica, na medida em que tem um impacto profundo sobre a velocidade de qualquer
máquina trifásica.
Se os enrolamentos estatóricos estiverem dispostos espacialmente com um desvio
mecânico de 120° entre si, a máquina possui um par de pólos, ou seja, 2 pólos por
cada fase. O campo magnético rotativo gira à frequência da fonte de alimentação
trifásica, por norma a 50 Hz num sistema de tensão e frequência constantes. A
velocidade de rotação deste campo em rotações por minuto corresponde, assim, a 50
Hz x 60 = 3000 rpm.
Na figura ao lado podemos observar um caso
ligeiramente diferente. Aqui, os enrolamentos estão
dispostos com um desvio mecânico de 60 graus
entre si. A máquina tem, neste caso, dois pares de
pólos, ou seja, 4 pólos por cada fase. Em resultado
disso, o campo magnético só completa uma rotação
ao fim de duas voltas completas da alimentação de
rede. Por outras palavras, o campo magnético roda
a metade da frequência.
Assim, além da frequência da rede de alimentação,
é o número de pares de pólos que forma a segunda
variável que determina a velocidade de rotação do
campo magnético.

Para sistemas a 50 Hz aplica-se o seguinte:

Pares de pólos (p) 1 2 3 4 6


N.º de pólos 2 4 6 8 12
ns (rpm) 3000 1500 1000 750 500

A velocidade (n) de um motor de indução é directamente proporcional à frequência (f)


da corrente de alimentação e inversamente proporcional ao número de pares de pólos
(p) do estátor.

ns = (f x 60) / p f = frequência do sistema de alimentação


p = número de pares de pólos
ns = velocidade síncrona em rpm
Por razões técnicas, a velocidade n numa máquina assíncrona tem de ser inferior à
velocidade de sincronismo ns do campo rotativo para que se possa gerar o binário.
Para poder designar este fenómeno técnico, foi introduzida uma quantidade chamada
de escorregamento s.

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Normalmente, o escorregamento pode ser definido como todo e qualquer desvio em
relação à velocidade de sincronismo, sendo expresso da seguinte forma:
s = (ns-n) / ns

Caixa de terminais/bornes

Um motor trifásico tem 3 enrolamentos no estátor com os terminais U1 –


U2, V1 – V2 e W1 – W2, cujas ligações podem fazer-se em estrela ou em
triângulo.
As ligações em estrela e em triângulo são efectuadas com pontes que se
ligam entre os terminais da placa do motor.

Ligação em estrela

• As tensões entre as duas fases não correspondem às tensões de fase:


Ulinha = 1,73 Ufase
• As correntes de linha correspondem às correntes de fase:
Ilinha = Ifase

Numa carga trifásica, a designação U1 W2 U2 V2


consagrada para as extremidades iniciais dos
enrolamentos de fase é U1, V1, W1, U2
W2
enquanto que para as extremidades finais é V2
U1
U2, V2, W2. Assim, as ligações dos terminais V1 W1

(ao lado) resultam numa configuração em W1 V1


L1 L2 L3
estrela.
As extremidades finais dos enrolamentos de fase estão
ligadas a um ponto central comum. Dado que as
máquinas trifásicas envolvem cargas simétricas, não é
necessário ligar o ponto central a um condutor neutro.

Nota: Na configuração em estrela, as tensões presentes nos


enrolamentos são menores, enquanto que as correntes dos
enrolamentos são maiores (comparativamente à ligação em
triângulo).

Ligação em triângulo
W2 U2 V2

• As tensões de linha e de fase estão W2 U1

distribuídas simetricamente:
W1 U2
Ulinha = Ufase V2 U1 V1 W1
V1
• As correntes de linha são superiores
às correntes de fase numa dada L1 L2 L3

relação:
Ilinha = 1,73 Ifase

Em termos práticos, as ligações dos terminais para


uma configuração em triângulo daqui resultantes são as
as que vemos ao lado.
Cada extremidade final de um enrolamento de fase
está ligada ao início do enrolamento seguinte. Não
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existe um ponto central, na verdadeira acepção do termo. Não é possível ligar um
condutor neutro.
Nota: Numa ligação em triângulo, as tensões nos enrolamentos são superiores, enquanto que as
correntes são inferiores (comparativamente à configuração em estrela).

Chapa de características

Cada máquina eléctrica possui uma chapa de características, que se encontra afixada
nela, normalmente sobre a tampa da caixa de bornes. Além das características
estipuladas, a chapa de características contém igualmente outras especificações, como
sejam a designação do tipo e o nome do fabricante.
As informações que se seguem estão contidas nos vários campos que compõem a
chapa de características de uma máquina de 15 kW:

1. Motor trifásico para ligar a uma fonte de alimentação trifásica. A frequência


nominal é de 50 Hz. Trata-se aqui de uma máquina assíncrona trifásica.

2. A potência mecânica permanentemente disponível no veio corresponde a 15 kW.

3. Valores nominais da máquina em caso de ligação com uma configuração em


estrela: 400 V a 27,5 A.

4. Valores nominais da máquina em caso de ligação com uma configuração em


triângulo: 230 V a 48,7 A.

5. O grau de protecção descreve em que medida a máquina está protegida contra


a entrada de líquidos e de partículas estranhas.

6. O factor de potência cos φ é igual à relação entre a potência activa (expressa


em W) e a potência aparente (expressa em VA).

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7. Sob carga nominal, e contando que os restantes valores nominais sejam
cumpridos, a máquina estará em condições de alcançar a velocidade nominal
aqui especificada.

Determinação do calibre do fusível através de uma tabela técnica

Exemplo de aplicação:

Se o motor for trifásico de 400V e tiver uma potência de 0,75Kw o fusível aM de 10x38
a utilizar será de 4A e do tipo gG será de 6A.

Fusíveis de acção rápida – tipo aM


Fusíveis que protegem exclusivamente contra curto-circuitos.
Destinam-se à proteção de circuitos com fortes cargas indutivas. Por exemplo, motores.
Têm ação rápida e se o circuito a proteger necessitar de proteção contra sobrecargas,
terá de ser feita por outro dispositivo (por exemplo, relé térmico).

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Fusíveis de acção lenta – tipo gG
Fusíveis que protegem contra sobrecargas e contra curto-circuitos os circuitos.

Determinação do calibre do fusível do tipo aM através das curvas caraterísticas


do fusível
Curvas característica dos cartuchos aM (0,16 a 125A)

5 Seg

15,6A

À falta de indicações do fabricante deve-se considerar:

⎯ Arranque directo: Corrente de arranque (Ia) = 6 x In durante um tempo de


arranque (ta) de 5 segundos.
⎯ Arranque estrela/triângulo: Corrente de arranque (Ia) = 3 x In durante um
tempo de arranque (ta) de 15 segundos.

Exemplo:
Se a intensidade nominal do motor for de 2,6 A, e se o arranque for directo, temos:

Ia = 6 x 2,6 → Ia = 15,6A (marca-se esse valor no eixo dos xx do gráfico).


ta = 5 Seg. (marca-se esse valor no eixo dos yy do gráfico).

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Esquemas de arranque de motores elétricos

A intersecção desses dois segmentos de recta determina o ponto de arranque do motor.


O fusível AM a utilizar será o correspondente à curva característica imediatamente
acima desse ponto de arranque (neste exemplo, o fusível aM a utilizar seria de 4A).

Contactor – disjuntor
Com relé térmico e dois botões incorporados.

Esquema geral

L1 L2 L3

L1 L2 L3

e1 – Fusíveis do tipo aM (proteção contra curto-circuitos)


e2 – Relé térmico (proteção contra sobrecargas)
c1 – Bobina do contactor (400V)
13-14 – Contacto auxiliar normalmente aberto do contactor (auto-alimentação)
b1 – I – Botão de marcha
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b1 – 0 – Botão de paragem
m1 – Motor assíncrono trifásico.

Arranque direto de um motor assíncrono trifásico

Circuito de potência Circuito de comando

O esquema representa um circuito para arranque directo de um motor assíncrono


trifásico, através de um contactor e botoneira com dois botões de pressão «Marcha-
Paragem» (1-0).
A protecção do circuito é feita por um relé térmico -F1 (contra sobrecargas) e por um
seccionador fusível tripolar -Q1 (contra curto-circuitos).
O comando da bobina do contactor é feito do seguinte modo: Depois de fechado
manualmente o seccionador-fusível -Q1, quando pressionamos o botão de marcha 1,
fecham-se os seus contactos NA 13-14, o que leva a que a bobina do contactor seja
alimentada. Fecham-se então automaticamente os contactos principais do contactor -
KM1, bem como o contacto auxiliar 13-14, que estabelece a auto-alimentação da
bobina.
Deste modo, ao deixar de actuar sobre o botão1, a bobina mantém-se alimentada
através do contacto auxiliar 13-14 do contactor.

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Esquemas de arranque de motores elétricos
A paragem do motor é feita por accionamento do botão de pressão 0, o qual interrompe
o contacto NF 11-12 e, consequentemente, a alimentação da bobina. De igual modo,
se houver uma sobrecarga será o circuito interrompido por abertura dos contactos 95-
96 do relé térmico.

Esquema geral

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Inversão de marcha de um motor assíncrono trifásico

Circuito de potência Circuito de comando


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Esquemas de arranque de motores elétricos

Em certos trabalhos é necessário inverter o sentido de rotação do motor, como é o


caso dos tornos mecânicos, pontes rolantes, etc. O esquema representa um desses
circuitos.

A inversão do sentido e rotação é feita através de dois contactores, um para o arranque


num sentido -KM1 e o outro para a inversão do sentido de rotação -KM2, a qual se
consegue por troca de duas fases na alimentação do motor.

O comando é feito através de uma botoneira de três botões de pressão 0 (NF 11-12), 1
(NA 13-14) e 2 (NA 13-14). Vejamos como.
Accionando o botão1, o circuito da bobina do contactor -KM1 fecha-se, ligando o motor
no sentido de rotação normal. Simultaneamente são fechados os contactos auxiliares
13-14 do contactor -KM1, o que permite a auto-alimentação do mesmo, quando se
deixa de accionar o botão1.

Para impedir o fecho de -KM2 existe um encravamento eléctrico, já que os contactos


auxiliares NF 11-12 de -KM1 estão em série com o circuito da bobina de -KM2,
impedindo a sua alimentação.

Para a inversão do sentido de marcha é necessário accionar primeiro o botão de


paragem 0. Depois disso, basta accionar o botão 2 que, funcionando de igual modo
que 1, liga o contactor -KM2 e, portanto, os contactos, que trocam duas fases da rede.

Esquema geral

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Inversão de marcha com fins de curso, de um motor assíncrono trifásico

Circuito de potência Circuito de comando


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Esquemas de arranque de motores elétricos

Observando o esquema do circuito de comando vemos que os interrutores de fim de


curso (S4 e S5) são montados em série com as bobinas dos contatores KM1 e KM2.

Pressionando o botão de marcha S2 o motor irá rodar num dado sentido. Quando, por
exemplo, um objeto tocar no fim de curso S4 fará parar automaticamente o motor

Para pôr o motor novamente em marcha, em sentido contrário, é necessário atuar no


botão de marcha S3. Quando um objeto tocar no fim de curso S5 fará também parar
automaticamente o motor.

S4 S5

Esquema geral

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Esquemas de arranque de motores elétricos

Inversão de marcha automática com fins de curso, de um motor trifásico

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Esquemas de arranque de motores elétricos

Circuito de potência

Circuito de comando

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Esquemas de arranque de motores elétricos
Arranque automático estrela-triângulo de um motor assíncrono trifásico

Circuito de potência

U1
W2 U1

W1 U2 W2 U2

V2 V1 V2

W1 V1

Funcionamento do circuito de potência

1. Fecho manual do seccionador-fusível (-F1)


2. Fecho de –K3 (ligação em estrela)
3. Fecho de –K1 (alimentação do motor)
4. Abertura de -K3 (eliminação da ligação em estrela)
5. Fecho de –K2 (ligação em triângulo)

Circuito de comando
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Esquemas de arranque de motores elétricos

Relé temporizado ao
trabalho acoplado ao
contactor

Funcionamento do circuito de comando

⎯ Accionamento do botão de marcha S2


⎯ Fecho de K3 (ligação em estrela dos enrolamentos)
⎯ Fecho de K1 (ligação da rede ao motor) por K3 (contacto auxiliar 13-14)
⎯ Auto – alimentação de K3 e K1 (contacto 13-14)
⎯ Abertura de K3 por K1 (contacto temporizado 55-56)
⎯ Fecho de K2 (ligação em triângulo dos enrolamentos) por K3 (contacto 11-12)
⎯ Paragem: Accionar o botão de paragem S1

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Esquema geral

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Esquemas de arranque de motores elétricos
Arranque automático estrela-triângulo com inversão de marcha

Circuito de potência

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Circuito de comando

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Esquema geral

Funcionamento sucessivo de motores


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Esquemas de arranque de motores elétricos

A instalação representada na figura é constituída por duas correias transportadoras


tendo ao meio um moinho. É necessário que os motores entrem em funcionamento
sucessivo pela seguinte ordem: m1, m2 e m3.

Deste modo, evitar-se-á a acumulação dos materiais transportados. Se m1 parar,


automaticamente deverão ser desligados m2 e m3, pela mesma razão, o mesmo
acontecendo a m3 em relação a m2.

Circuito de potência

Circuito de comando
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Esquemas de arranque de motores elétricos

Pressionando o botão de marcha b1 o contactor KM1 atraca e o motor M1 arranca.


Só depois de atracar o contactor KM1 (fechando o contacto auxiliar 13-14 de auto-
alimentação de KM1) se poderá arrancar o motor M2 pressionando o botão de marcha
b2.

O motor M3 só poderá arrancar depois de ter atracado o contactor KM2 que fechará o
contacto auxiliar 13-14 de auto-alimentação. Bastará pressionar o botão de marcha b3
para o contactor KM3 atracar e o motor M3 arrancar.

Se houver alguma situação de sobrecarga no motor M1 todos os motores em


funcionamento pararão.

Para em qualquer altura parar os motores em funcionamento bastará pressionar o


botão de paragem b0.

Comando sequencial e automático de motores


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Esquemas de arranque de motores elétricos

Circuito de potência

Circuito de comando

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Esquemas de arranque de motores elétricos

Pressionando o botão de marcha b1 o contactor KM1 atraca (e o contacto auxiliar NA


13-14 fecha permitindo a auto-alimentação da bobina do contactor) e o motor M1
arranca.

Ao fim de um certo tempo (regulável) o relé temporizado ao trabalho acopulado ao


contactor KM1 fecha o contacto 67-68 que permite atracar o contactor KM2 e arrancar
o motor M2.

Ao fim de um certo tempo (regulável) o relé temporizado ao trabalho acopulado ao


contactor KM2 fecha o contacto 67-68 que permite atracar o contactor KM3 e arrancar
o motor M3.

Se disparar qualquer um dos relés térmicos param todos os motores.

Para parar em qualquer altura os motores em funcionamento bastará pressionar o


botão de paragem b0.

Arranque sucessivo e cíclico de motores


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Esquemas de arranque de motores elétricos

10 seg. 20 seg.

1 2 3

5 seg.

Circuito de potência

Circuito de comando
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Esquemas de arranque de motores elétricos

Pressionando o botão de marcha (b1) arranca sempre e só o motor M1. Ao fim de 10


segundos arranca o motor M2 e pára instantaneamente o motor M1.

Ao fim de 20 segundos arranca o motor M3 e pára instantaneamente o motor M2.

Ao fim de 5 segundos arranca o motor M1 e pára instantaneamente o motor M3. O ciclo


repete-se indefinidamente.

Pressionando o botão de paragem (b0) o ciclo será interrompido.

Se disparar um térmico só pára o motor que ele está a proteger.

NOTA:
Para iniciar o ciclo pressionamos b1.
Para parar o ciclo pressionamos b0.
Se pressionarmos b1 em qualquer altura do ciclo não haverá interferência no funcionamento.

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Variação da velocidade
dos motores

Velocidade de sincronismo
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A velocidade de sincronismo (ns) de um motor é aquela que corresponde à velocidade


de rotação do campo girante.
ns – Velocidade de sincronismo em rpm
f – Frequência da rede em Hz
p – Número de pólos

Exemplo: Qual a velocidade de sincronismo de um motor de 6 pólos, 50Hz?

Escorregamento
A diferença entre a velocidade do motor (n) e a velocidade de sincronismo (ns) chama-
se escorregamento (s).
Devido ao escorregamento n < ns

Exemplo: A velocidade e um motor é de 2820 rpm e a sua velocidade de sincronismo é


de 3000 rpm. Determine o escorregamento.

s = [(3000 – 2820) / 3000] x100


s = 6%
Velocidade nominal
É a velocidade do motor a funcionar à potência nominal, sob tensão e frequência
nominais. A velocidade nominal depende da velocidade de sincronismo e do
escorregamento.

Exemplo: A velocidade de sincronismo é e 3000 rpm e o escorregamento de 6%.


Determine a velocidade nominal.
n = 3000 x (1 – 6/100)
n = 2820 rpm

Motor de duas velocidades com enrolamentos Dahlander

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Esquemas de arranque de motores elétricos
O motor Dahlander é um motor eléctrico trifásico com seis bobinas no estátor que
permite trabalhar em duas velocidades distintas.
Este tipo de motor é muito usado para guindastes, guinchos, transportadores,
máquinas e equipamentos em geral e outras aplicações que requerem motores
assíncronos de indução trifásico com duas velocidades
Ligação na placa de
Enrolamentos do motor
terminais do motor

Ligação em triângulo
(velocidade baixa)

Ligação em dupla
estrela
(velocidade alta)

Para se poder obter as duas ligações (em triângulo e em dupla estrela) os


enrolamentos de cada fase são divididos em duas metades iguais, de forma a
podermos obter na placa 6 terminais. A forma de ligação dos 6 enrolamentos é que
permite a obtenção das duas velocidades.

Comportamento do campo magnético de um motor 2/4 Comportamento do campo magnético de um motor


pólos fechado para baixa rotação. 2/4 pólos fechado para alta rotação.

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Esquemas de arranque de motores elétricos
Motor com mais de duas velocidades

É possível combinar um enrolamento Dahlander com um enrolamento simples ou mais.


No entanto, não é muito comum, e só é utilizado em aplicações especiais.

Motor de três velocidades

Um motor de três velocidades pode ser construído basicamente de duas formas: três
enrolamentos separados ou um enrolamento comum com um Dahlander.

É de extrema importância que o enrolamento Dahlander possa ser aberto no segundo


caso, pois, caso contrário, surgirão correntes induzidas quando for alimentado o
enrolamento comum, que influenciarão no funcionamento do motor.
Portanto, elas não podem existir. A razão para serem evitadas é que nesses motores
tem-se exactamente o sistema de um transformador trifásico.

Os motores com três enrolamentos preferencialmente são fechados em estrela para


evitar os mesmos problemas. Caso necessitem da ligação triângulo, é obrigatória a
possibilidade de interrompê-la quando não estiver sendo alimentada.

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Esquemas de arranque de motores elétricos
Variadores de velocidade para motores AC

Este equipamento funciona pelo princípio básico da alteração da frequência da rede


com que os motores de corrente alternada (AC) são alimentados. Este princípio de
funcionamento é mostrado na seguinte figura

Princípio de funcionamento dos variadores de velocidade de corrente alternada

Estes variadores de velocidade têm uma secção de rectificação de onda, seguida de


uma filtragem, de forma a gerar uma tensão contínua. Depois vem uma secção que, a
partir a tensão contínua, gera uma onda aproximadamente sinusoidal.

A figura seguinte mostra as formas de onda geradas no ondulador. Este gera uma onda
quadrada, com períodos variáveis proporcionais à amplitude da sinusóide a ser gerada.
Com um pouco de filtragem (inclusivamente do motor) esta onda fica, depois,
sinusoidal.

Formas de onda produzidas pelos variadores de corrente alternada

Principais funções dos variadores de velocidade

§ Variação de velocidade
§ Aceleração e arranque controlados
§ Desaceleração e paragem controladas
§ Inversão do sentido de marcha
§ Protecção integrada
• protecção térmica
• sobretensões e quedas de tensão
• desequilíbrios de fases
• funcionamento monofásico
• curto-circuitos entre fases e entre fase e terra

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Esquemas de arranque de motores elétricos
Comutadores de pólos para motores de enrolamentos Dahlander

Qualquer velocidade pode ser ligada directamente e é possível a passagem directa de


uma velocidade a outra.

Circuito de potência Circuito de comando

L1
L1 L2 L3
L1
L1 L2 L3

1W

1W
2V 2W

1U
2V 2W
1V
2U
1U
1V
2U

NOTA: Deve ser conferida junto ao motor a sequência correcta das fases, para que o sentido de rotação
seja igual nas duas velocidades

Para a comutação das 2 velocidades são necessários 3 contactores.

Um contactor (K2) servirá para a velocidade mais baixa e os outros dois para a
velocidade mais elevada, sendo um (K1) para pôr em curto-circuito os terminais 1U, 1V
e 1W e o outro (K3) para a ligação à rede da dupla estrela.

Esquema geral
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Esquemas de arranque de motores elétricos

Cada velocidade (a maior ou a menor) pode ser ligada diretamente; a passagem de


uma a outra velocidade não é possível.

Esquema geral
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Esquemas de arranque de motores elétricos

A grande velocidade não pode ser ligada sem passar pela pequena velocidade; a
passagem direta da pequena velocidade à grande velocidade e vice-versa é possível.

Comutadores de pólos para motores de 3 velocidades


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Esquemas de arranque de motores elétricos

O enrolamento da velocidade mais pequena é ligado em estrela.


A ligação Dahlander é feita às duas velocidades superiores

Esquema geral

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