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CAPÍTULO 6

AMPLIFICADORES DE PEQUENO SINAL

Engenharia Elétrica
Profa. Dra. Josiane Rodrigues
SUMÁRIO

• 6.1. Capacitores de acoplamento e de desvio


• 6.2. Teorema da superposição para amplificadores
• 6.3. Modelo da resistência c.a. do emissor
• 6.4. Estágio em cascata de amplificadores
• 6.5. Amplificador seguidor do emissor
• 6.6. Amplificador Darlington
6.1. CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DE DESVIO

1. Capacitores de Acoplamento –
C1 e C2;
2. Capacitor de Desvio- CE;
3. Os capacitores de acoplamento
e desvio são “circuitos abertos”
para a análise CC e baixas
impedâncias (consideradas
curtos-circuitos) para a análise
CA.

Figura 6.1 – Capacitores de acoplamento (C1 e C2) e de desvio (CE).


6.1. CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DE DESVIO

Por que usar o capacitor de


acoplamento??

Capacitores de acoplamento - todos os de 10µF


Capacitores de desvio – todos os de 20 µF

Observe que a saída do primeiro estágio é no coletor (valor de 11V, faça as contas para
comprovar!) e está ligado à entrada do segundo estágio (base) , aproximadamente 4,11
V. Não sendo possível ligar diretamente o primeiro estágio ao segundo. Assim, um
capacitor é ligado para desacoplar os estágios em nível CC.
6.1. CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DE DESVIO

Por que usar o capacitor de


desvio??
Ø Esta configuração não é muito estável, seus parâmetros
dependem muito do valor 훽.
Ø Por outro lado tem um ganho de tensão dado por:

Ø Esta configuração é muito mais estável que a anterior, seus


parâmetros são menos dependentes do valor 훽.
Ø Por outro lado, seu um ganho de tensão é menor e dado por:

Concluindo, esse resistor é interessante na análise CC, mas para análise AC


não, então, por isso a existência do capacitor de desvio, que permite a ação do
resistor no modo CC e tira seu efeito no modo AC.
Entendendo Reatância X Frequência
Um capacitor, quando
percorrido por uma corrente
elétrica alternada, oferece uma
oposição à passagem da mesma,
imposta por um campo elétrico,
denominada reatância capacitiva.
Essa reatância capacitiva é
inversamente proporcional a
frequência da corrente.
6.1. CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DE DESVIO

Baixas Frequências
• Em baixas frequências, não podemos mais substituir os capacitores de
acoplamento e de desvio pela aproximação de curto-circuito por causa do
aumento na reatância desses elementos.
6.1. CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DE DESVIO

Altas Frequências
6.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO PARA AMPLIFICADORES

A análise de um amplificador é complexa porque as duas fontes CC e AC


estão no mesmo circuito. Para analisarmos amplificadores, precisamos calcular o
efeito das fontes CC e depois os efeitos das fontes AC. Quando usamos o
teorema da superposição nesta análise, o efeito de cada fonte agindo sozinha ajuda
a obter o efeito total de todas as fontes agindo simultaneamente.
6.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO PARA AMPLIFICADORES
Análise CC

Figura 6.1 - Circuito de polarização fixa. Figura 6.2 - Equivalente CC da Figura 6.1.
6.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO PARA AMPLIFICADORES

Análise AC

Figura 6.3 - Substituição do modelo re no circuito


da Figura 6.1.

Figura 6.1 - Circuito de polarização fixa.


Só que:
6.3. Modelo da resistência c.a. do emissor

Figura 6.6
Figura 6.4 Figura 6.5 Circuito equivalente melhorado para o TBJ.
Circuito equivalente Definição do nível de Zi.
para o TBJ.
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

A abordagem de sistema de duas portas é particularmente útil no


caso de sistemas em cascata, como o que aparece na Figura 6.7.

Figura 6.7 – Sistema em cascata.


6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Av1, Av2, Av3 e assim por diante são os ganhos de tensão de cada
estágio sob condições com carga. Isto é, Av1 é determinado enquanto a
impedância de entrada Av2 atua como carga para Av1. Para Av2, Av1
determinará a intensidade do sinal e a impedância da fonte na entrada de
Av2. O ganho total do sistema é, então, determinado pelo produto dos
ganhos individuais, como segue:

(6.1)

e o ganho de corrente total é dado por:

(6.2)
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Atenção!!!

Por mais perfeito que seja o projeto, a aplicação de um estágio


ou uma carga subsequente a um sistema de duas portas afeta o
ganho de tensão. Portanto, não existe a possibilidade de uma
situação em que Av1, Av2 e assim por diante, como vemos na Figura
6.7, sejam simplesmente valores para a situação sem carga. Os
parâmetros sem carga podem ser usados para determinar os ganhos
com carga de cada estágio, mas a Equação 6.1 requer os valores com
carga. A carga no estágio 1 é Zi2, no estágio 2, Zi3, no estágio 3, Zin
etc.
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Sistemas de duas portas

(6.3)
AvNL ganho sem
carga.

(6.4)

Figura 6.8 – Sistema de duas portas.


6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

(6.5)

(6.6)

Figura 6.9 – Substituição dos elementos internos no sistema


de duas portas da Figura 6.8.
(6.7)
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

O efeito da aplicação de uma carga a um sistema de duas portas


resultará na configuração da Figura 6.10. Idealmente, nenhum dos
parâmetros do modelo é afetado pela alteração de cargas e valores de
resistência de fonte.

Figura 6.10 Aplicação de uma


carga no sistema de duas
portas da Figura 6.9.
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Entretanto, para algumas configurações a transistor, a carga


aplicada pode afetar a resistência de entrada, enquanto, para outras, a
resistência de saída pode ser afetada pela resistência de fonte. Em todos
os casos, porém, por definição simples, o ganho sem carga não é
afetado pela aplicação de uma carga. De qualquer forma, uma vez que
AvNL, Ri e Ro estejam definidos para determinada configuração, as
equações a serem deduzidas podem ser empregadas.
A aplicação da regra do divisor de tensão no circuito de saída
resulta em:

(6.8)
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Visto que a razão RL/(RL + Ro) é sempre menor do que 1,


temos evidência adicional de que o ganho de tensão com carga de
um amplificador é sempre menor do que o valor sem carga. O ganho
de corrente é, então, determinado por

(6.9)
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

Figura 6.11 – Inclusão dos efeitos da resistência de fonte RS.

(6.10)
(6.11)
6.4. ESTÁGIO EM CASCATA DE AMPLIFICADORES

(6.13)

(6.14)

(6.12) (6.15)

(6.16)
Exemplo 6.1
Determine AvL e Avs para o circuito da Figura 6.12 e compare as
soluções. Já foi encontrado que AvNL = –280, Zi = 1,07 kΩ e Zo = 3 kΩ.
Considerando RL = 4,7 kΩ e Rs = 0,3 kΩ.

Figura 6.12 – Configuração com polarização por divisor de tensão com RL e RS.
Solução
Exemplo 6.2
a) Calcule o ganho de tensão sem carga e a tensão de saída dos
amplificadores transistorizados com acoplamento RC da Figura 6.13.

Figura 6.13 – Circuito do Exemplo 6.2.


b) Calcule o ganho global e a tensão de
saída se uma carga de 4,7 kΩ for  
aplicada ao segundo estágio e compare os
resultados com aqueles obtidos no item
(a).
c) Calcule a impedância de
entrada do primeiro estágio e
a impedância de saída do
segundo.
Exemplo 6.3
O sistema de dois estágios da Figura 6.14 utiliza transistor em uma
configuração seguidor de emissor antes de uma configuração base-comum
para assegurar que o máximo porcentual do sinal aplicado apareça nos
terminais de entrada do amplificador base-comum. Na Figura 6.14, os
valores sem carga são fornecidos para cada sistema, com exceção de Zi e
Zo para o seguidor de emissor, os quais são valores com carga. Para a
configuração da Figura 6.14, determine:

Figura 6.14 – Exemplo 6.3.


a) O ganho com carga para cada estágio. Solução

Para a configuração
de seguidor de
emissor, o ganho
com carga é:
b) O ganho total para o sistema, Av e Avs. Solução

b) Equação 6.1:

Equação 6.11:
c) O ganho de corrente total para o sistema.
Solução

c) Equação 6.2:
Solução
d) O ganho total para o sistema se a configuração de seguidor de emissor for
removida.
Exemplo 6.4 - Problema 43 do Boylestad
Para o sistema em cascata da Figura 6.15 com dois estágios idênticos,
determine:
a) O ganho de tensão com carga de cada estágio.
b) O ganho total do sistema, Av e Avs.
Feito no Capítulo 5
c) O ganho de corrente com carga de cada estágio.
d) O ganho de corrente total do sistema, AiL = Io/Ii.
e) Como Zi é afetado pelo segundo estágio e por RL.
f) Como Zo é afetado pelo primeiro estágio e por Rs.
g) A relação de fase entre Vo e Vi.

Figura 6.15 – Problema 43.


6.5. AMPLIFICADOR SEGUIDOR DE EMISSOR
6.6. AMPLIFICADOR DARLINGTON

Uma conexão muito conhecida de dois


transistores bipolares de junção que opera
como um transistor “superbeta” é a conexão
Darlington mostrada na Figura 6.16. Sua
principal característica é que o transistor
composto atua como uma unidade única com
um ganho de corrente que é o produto dos
ganhos de corrente dos transistores
individuais. Se a conexão é feita a partir de
dois transistores separados com ganhos de
corrente β1 e β2, a conexão Darlington fornece
um ganho de corrente de: Figura 6.16 – Combinação Darlington.

(6.17)
6.6. Amplificador Darlington
Um amplificador Darlington
utilizado em uma configuração de
seguidor de emissor aparece na
Figura 6.17. O impacto primário de
usar a configuração Darlington é
uma impedância de entrada muito
maior do que aquela obtida com
um circuito de transistor único. O
ganho de corrente também é
maior, mas o ganho de tensão
para um transistor único ou uma
configuração Darlington
permanece ligeiramente menor do
que um. Figura 6.17 – Configuração de seguidor de emissor com um
amplificador Darlington.
6.6. AMPLIFICADOR DARLINGTON

Polarização CC

(6.18)

Resultando em:

(6.19)
6.6. AMPLIFICADOR DARLINGTON

Polarização CC

(6.20)

(6.21)

(6.22)

(6.23)
Exemplo 6.5
Calcule as tensões de
polarização CC e as
correntes para a configuração
Darlington da Figura 6.18.

Figura 6.18 – Circuito para o exemplo 6.5.


Solução
Análise CA
1.Impedância de entrada CA
Pode ser determinada pelo circuito
CA equivalente da Figura 6.19.

(6.24)
Figura 6.19 – Determinação de Zi.
2. Ganho de corrente CA
O ganho de corrente pode ser determinado pelo circuito equivalente
da Figura 6.20. A impedância de saída de cada transistor é ignorada e os
parâmetros de cada transistor são empregados.

Figura 6.20 – Determinação de Ai para o circuito da Figura 6.18.


(6.25)

(6.26)
3. Ganho de tensão CA
O ganho de tensão pode ser determinado pela Figura 6.20 e pela
seguinte dedução:

(6.27)
4. Impedância de saída CA
A impedância de saída será determinada pela retomada da Figura 6.20 e
definindo Vi em zero volt, como mostra a Figura 6.21. O resistor RB está “em
curto”, o que resulta na configuração da Figura 6.22.

Figura 6.21 – Determinação de Zo.

Figura 6.22 – Circuito redesenhado da Figura 6.22.


Figura 6.23 – Circuito resultante definido por Zo.

6.23.

(6.28)
6.19

Usando os resultados CC, os


6.19 valores de re2 e re1 podem ser
determinados como seguem:
Amplificador Darlington encapsulado
Uma vez que a conexão Darlington é muito conhecida, vários fabricantes
fornecem unidades montadas, como mostra a Figura 6.24. Normalmente,
os dois TBJs são construídos sobre um único chip em vez de serem
utilizadas unidades separadas. Observe que somente um conjunto de
terminais de coletor, base e emissor é fornecido para cada configuração.
São, é claro, a base do transistor Q1, o coletor de Q1 e Q2 e o emissor de
Q2.

Figura 6.24 – Amplificadores Darlington encapsulados: (a) encapsulamento TO-92;


(b) encapsulamento Super SOTTM-3.
Figura 6.25
Figura 6.26
Problema 50 (Capítulo 5 – Boylestad)

Para o circuito Darlington da Figura 6.27:


a) Determine os níveis de VB1, VC1, VE2, VCB1 e VCE2.
b) Determine as correntes IB1, IB2 e IE2.
c) Calcule Zi e Zo.
d) Determine o ganho de tensão Av = Vo/Vi e o
ganho de corrente Ai = Io/Ii.

Figura 6.27 – Circuito do Problema 50


a) Determine os níveis de VB1, VC1, VE2, VCB1 e VCE2.
b) Determine as correntes IB1, IB2 e IE2.
c) Calcule Zi e Zo.

mV mV

mV mV
d) Determine o ganho de tensão
Av = Vo/Vi e o ganho de corrente
Ai = Io/Ii.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos


Eletrônicos E Teoria de Circuitos. Prentice Hall. 11a Ed. 2013

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