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MANUAL DE INSTRUÇÕES

COMPONENTES DO JOGO
O jogo compõe-se de:
1 peça teórica: COVIVER;

1 pasta com 3 peças de desenhos: A (1-5), B (1-5), C (1-5);

A B C
(1-5) (1-5) (1-5)

1 pasta de 3Ds: TIPOLOGIAS com 5 cartas;


1 pasta surpresa: PRÊMIO com uma carta.

objetivos
O objetivo do jogo é compreender como enfrentar o tema da habitação no presente
pensando no futuro a partir da leitura de um projeto que inclui a variável tempo em
sua concepção.

Para tanto, é necessário:


1. Desvincular de aspirações individuais para melhor compreensão da arte do con-
viver.
2. Desprender-se de ideias preconcebidas e entrar no jogo lúdico do projeto da
vida.

o jogo
Só deve ser iniciado após a leitura de todas as instruções. O jogador deve conferir
todas as peças antes de dar início ao jogo.

Etapas a serem seguidas:

Obs: a pasta PRÊMIO só deve ser aberto ao fim do jogo.

- 1ª etapa:

Pegue a peça teórica (COVIVER), faça a leitura completa para compreender os concei-
tos para jogar. Após essa leitura, abra o tabuleiro de localização na página 100.

- 2ª etapa:

Pegue as cartas da pasta TIPOLOGIAS e reserve-as, você as usará durante a próxima


etapa.
- 3ª etapa:

Abra a pasta de desenhos, A (1-5), B (1-5), C (1-5) e os posicione da seguinte ma-


neira:

A
(1-5)

B
(1-5)

C
(1-5)

Para facilitar o jogo, as peças já foram posicionadas para você!

Obs: As letras representam pavimentos e os números representam o tempo!

Use as cartas do envelope TIPOLOGIAS para auxiliar a leitura.

- 4ª etapa:

Abra a peça de desenhos A (1-5), B (1-5) e C (1-5), e inicie a leitura. Todas páginas
devem ser viradas simultaneamente para entendimento prático projetual dos conceitos
apresentados na 1ª etapa.

FINAL DO JOGO
Quem vence? O jogador que compreender os objetivos e conceitos apresentados durante
o jogo e se der conta de que os verdadeiros jogadores não são os leitores, e, sim,
as pessoas que a todo instante lutam por seu espaço na sociedade, lutando por seu
direito à moradia e condições mínimas de habitabilidade.

Para incentivá-lo, ao final de todas as etapas, abra o envelope PRÊMIO e receba o


seu prêmio, mas, lembre-se, o verdadeiro jogador precisa de você!

Bom, agora você está pronto para jogar o jogo principal, a vida!
COVIVER
CO VIVER
Qualificação das Indústrias Matarazzo

Felipe Dias Menezes


Orientadora: Andréa Tourinho
Em memória das minhas avós, dona Maria e dona Raimunda.

DEDICO

À você, Miguel, que, graças ao seu fôlego, me inspira a


questionar a realidade e propor um novo mundo de possi-
bilidades para seu futuro, o qual pretendo construir a
partir da minha arquitetura.
AGRADEÇO

A todos aqueles que na arte do ensinar me fizeram chegar


até aqui.

Aos meus pais, George e Viviane, e ao meu irmão, Vinicius,
por todo incentivo desde o início, por todo amor e carinho
e por proporcionarem a realização de um sonho, me fazendo
evoluir como ser humano.

Aos meus familiares, que alegram a minha vida. Em especial


ao meu padrinho, Júnior, e às minhas madrinhas, Patrícia e
Valéria, que sempre acreditaram no meu potencial para que
eu me torne a melhor versão de mim. À minha tia, Geane,
que acreditou na minha arquitetura.

Ao CAAU São Judas e ao IAB-SP, pelos ensinamentos, a con-


vivência, e a visão de um mundo melhor a partir da arqui-
tetura.

A todos os amigos que acompanharam de forma mais ou menos


próxima este trabalho. À Jéssica Rabaneda, ao João Ga-
briel, à Júlia Narvas e à Júlia Quesada, que durante esses
anos me proporcionaram momentos de alegria e motivação.
Ao meu namorado, Giovanni Talon, que sempre me apoiou e
soube entender minha ausência por decorrência dos estudos
e trabalhos. Ao Rafael Orlandini, pelo compartilhamento
de ideias, ideais e felicidades, além da ajuda essencial
na reta final.

Especialmente às minhas amigas que carrego no coração e na


vida, à Amanda Ferreira, à Gabriela de Assis e à Vitória
Melo pelas conversas, companheirismo e sufoco comparti-
lhados ao longo da trajetória da universidade, principal-
mente durante o desenvolvimento desse trabalho. À Fayne
Rafaela, amiga mais que especial, que todas as manhãs me
incentivou, me apoiou e me ajudou a fazer o melhor traba-
lho da minha vida.

À minha orientadora, Andréa Tourinho que acreditou em mim


diante da complexidade da proposta e muito contribuiu para
a minha evolução durante o processo. E aos meus colegas de
orientação, pela ajuda e risadas durante esse ano intenso.

Por fim, a todos que tornaram esse trabalho mais “nós” do “A arte de viver é simplesmente a arte
que “eu”, e assim, em sua essência, mais humano. de conviver... simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!”

Mário Quintana
HABITUAR

SUMÁRIO
1 HABITUAR

1.1. Problemática
1.2. Objetivo
14
14 2 AFEIÇOAR

1.3. Localização 15

PROJETAR
2.1. Cronologia 26
2.2. Fábricas Reunidas
Pamplona 32
2.3. Indústrias Reuni-
das Francisco Matarazzo 34
2.4. O processo de
abandono 37
2.5. O processo de de-
molição 40
3 VISITAR

3.1. Morfologia Urbana 45


3.2. Legislação 50

AFEIÇOAR 4 RELACIONAR

4.1. Referências proje-


tuais 54

5 PROJETAR

5.1. Conviver 60
5.2. Conscientizar 64
5.3. Viver 68
5.3.1. Estudo Cola-

VISITAR borativo
5.3.2. Habitar
5.3.2.a. Na favela
72
81
81
5.3.2.b. Em altas
densidades 85
5.3.3. Projeto 87
6 REFERENCIAR

6.1. Referências 107


6.2. Índice de figu- 108
ras

RELACIONAR
Para criarmos um co viver precisamos nos
habituar ao lugar, nos afeiçoando ao território
que visitaremos, em seguida analisar existências HABITUAR
que nos ajudem a conectar relações para um
projeto
HABITUAR

De acordo com os problemas enfrentados no dia a dia da 13


Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a proposta deste
trabalho busca enfrentar a questão da habitação conside-
rando a concentração de pessoas em pequenas áreas de mora-
dia, com baixas condições de habitabilidade. Busca, desta
forma, enfrentar a necessidade de construção de habitação
social e o abandono ou subutilização de grandes espaços
antes industriais, na criação de uma proposta urbanística
e arquitetônica que qualifique a vida de parte dos mo-
radores daquela região, e consequentemente, revitalize a
área de projeto.

Para enfrentar essas questões, escolheu-se a antiga área


das indústrias Matarazzo no município de São Caetano do
Sul (SCS), na RMSP, em grande parte sem uso no presente.
O terreno possui área suficiente para uma operação urbana
feita pela prefeitura: são cerca de 300.000 m². Partin-
do de uma inquietação pessoal, minha motivação para este
projeto é suprir as necessidades da população e, também,
sugerir intervenções relacionadas às propostas no Plano
Diretor Estratégico da cidade de São Caetano do Sul (2016-
2025), estabelecendo diretrizes programáticas para toda
área escolhida. O projeto será realizado em duas esca-
las: uma proposta urbanística para o conjunto da área e o
desenvolvimento de um projeto arquitetônico relativo ao
detalhamento de uma das propostas: a de habitação social.

Depois de 100 anos, a


memória abrirá espaço
para ser vivida.

A ideia de um masterplan para qualificação dessa gleba


faz parte das diretrizes da proposta, pois a área possui
grande potencial qualificativo. Para isso, propõe-se a
implantação do seguinte programa: a ampliação do Museu
Municipal de São Caetano do Sul, a criação de conjuntos
habitacionais de uso misto, uma escola de tecnologia in-
tegrada a um parque (previsto na gestão de 2007), a am-
pliação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul,
a inclusão, no projeto proposto, da igreja e do galpão
existentes, um espaço para eventos, a criação de um lago
artificial/piscinão, dentre outras diversas possibilida-
des.
fig. 1 escoramento da fachada com chaminé ao fundo, 2019
fonte: foto do autor
PROBLEMÁTICA LOCALIZAÇÃO

14 Baseado no urbanismo rodoviarista de Prestes Maia¹, o Em um vale alagadiço no limite entre os municípios de São 15
desenvolvimento da metrópole negou seus rios e córregos, Caetano do Sul e a capital do Estado, São Paulo, encontra-
que atualmente são vistos como os maiores vilões nos dias -se o bairro da Fundação, cercado pelo Rio Tamanduateí e a
de chuva, gerando problemas sociais devido às enchentes. Estrada de Ferro São Paulo Railway Company (SPR). Faz jus
ao seu nome, sendo o bairro dos fundadores, onde diversas
Como requalificar e revitalizar uma área degradada pela indústrias se instalaram ao longo dos últimos 100 anos e
saída e demolição de um antigo espaço industrial, a par- construíram a força cultural e financeira que a região
tir de uma proposta de inserção de equipamentos públicos possui atualmente.
e habitações ligadas à malha urbana já existente para su-
prir a necessidade de um urbanismo sustentável que traga É, também, um dos bairros mais afetados pelas enchentes
melhoria na qualidade de vida da população? Pretende-se, recorrentes na Av. do Estado, que cerca o Rio Tamandua-
com este trabalho, demonstrar que a presença de um parque teí. Seus moradores sentem a necessidade de auxílio da
atrelado a diversos equipamentos podem, sim, responder à prefeitura para qualificar a vida no bairro, que atual-
essas problemáticas enfrentadas no dia a dia do paulista, mente passa pelo abandono de algumas indústrias, deixando
fazendo com que um bom planejamento traga uma melhora das vastos terrenos desocupados, e, em grande parte, com solo
relações humanas com a paisagem construída. contaminado. Nesse contexto, se insere o conjunto das
antigas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, que foi
escolhido para implantação do projeto.
Será possível resgatar a
identidade dos nossos rios As enchentes causadas
e córregos? pela negação dos rios nos
permitirá criar um novo
OBJETIVO cenário para a cidade?

Apesar da prefeitura prometer a implementação do “Parque


Qualificar a vida urbana do bairro Fundação, situado em Fundação”² na área escolhida, ultimamente sua atuação tem
São Caetano do Sul, em que se localiza o terreno da antiga focado o investimento imobiliário para as classes média-
fábrica Matarazzo, com a implementação de tecido residen- -alta e alta, construindo, no município, a partir de par-
cial e equipamentos urbanos que produzam uma nova dinâmica cerias público-privadas, grandes empreendimentos que não
urbana e contribuam para preservar a memória de suas ori- trazem uma solução para o lazer da população do bairro, e
gens e formação, passando, assim, a ser reconhecido como sim para os investimentos privados.
um novo pólo residencial, cultural e de lazer da cidade.

fig. 2 escalas
fonte: elaborado pelo autor

2. Criação de
um parque onde
1. Francisco localizava-se
Prestes Maia ESCALA DE MAPEAMENTO (MACRO) as Indústrias
foi prefei- Reunidas Fran-
to da cidade ESCALA DE DIRETRIZES (MESO) cico Matara-
de São Paulo zzo. Promessa
entre 1938 à feita pela
1945, depois ESCALA DE INTERVENÇÃO (MICRO) prefeito José
entre 1961 à Auricchio Jú-
1965. nior em 2010.
fig. 3 Com a linha férrea (Brás - Rio Grande da Serra) seguindo
região metropolitana de o Rio Tamanduateí, a industrialização da cidade de São
são paulo Paulo se expandiu até o ABC Paulista (fig. 4), no século
XX, onde se encontra a cidade de São Caetano do Sul (fig.
5). Consequentemente, a urbanização também se expandiu,
gerando uma intensa conurbação entre as cidades perten-
centes ao ABC e a capital, São Paulo.
17
fig. 4 são paulo + grande abc
fonte: elaborado pelo autor

São Paulo

Grande ABC

fig. 5 grande abc


fonte: elaborado pelo autor
São
Caetano
do Sul

Santo Mauá
André
Diadema
legenda Ribeirão Pires

limites municipais
são caetano do sul Rio Grande
da Serra

São Bernardo
do Campo

N
fonte: elaborado pelo autor
com base do google earth
SÃO LUCAS
Atualmente, São Caetano do Sul possui 160.275 habi- fig. 9
tantes³ espalhados pelos seus poucos 15,3 quilômetros município de VILA PRUDENTE
quadrados, sendo o segundo menor município do Estado. são caetano do sul

A cidade também possui o maior IDH4 do país, sendo con-


siderado um dos melhores municípios para se viver, por
conta da sua segurança e sua forte economia.
18

GA
IPIRAN
CENTRO

SACOMÃ
fig. 6 espaço verde chico mendes
fonte: acervo da prefeitura de são caetano do sul

3. População estima-
da IBGE 2018;
4. Índice de Desen-
volvimento Huma-
no, uma medida im-
portante concebida
pela ONU (Organiza-
ção das Nações Uni-
das) para avaliar a
qualidade de vida
e o desenvolvimen-
to econômico de uma
população.
legenda

limites municipais
área de intervenção
áreas verdes
fig. 7 general motors brazil
fonte: acervo da chevrolet

N
fig. 8 park shopping são caetano do sul
fonte: acervo da multiplan fonte: elaborado pelo autor
com base do google earth

SANTO ANDRÉ
SÃO BERNARDO
DO CAMPO
fig. 10 O entorno imediato do terreno encontra-se em uma área de
mapa escala bairro fácil acesso a equipamentos culturais e de ensino, estan-
do a 10 minutos de caminhada da estação de São Caetano
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e
onde acontece a tradicional festa italiana, organizada
pela histórica Igreja São Caetano, com seus mais de 130
anos. Mas também é carente de equipamentos públicos e área
verde, sendo bastante afetada pelos galpões industriais 21
Se
nt

abandonados.
id
o
Br
ás

fig. 11 museu histórico municipal


fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul

Sen legenda
tid
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io
Gra
nde limites municipais
da
Ser
ra
área de intervenção
linha cptm
ensino
marcos e cultura
hospitais
delegacias
encontro dos rios
Igreja Matriz
Sagrada Família detran
hipermercados
Prefeitura terminais de ônibus
Parque de Diversão Municipal
estação cptm
his
ocupações
Fundação
Hospital Central Pró Memória
São Caetano do Sul
N
fig. 12 fundação pró-memória
fonte: elaborado pelo autor fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul
com base do google earth
u
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Fo nd
ua Av.
R. te
í dos
Est
Fragmentado por elementos como a linha férrea, linhas de fig. 15 ado
s
alta tensão, a Avenida Guido Aliberti e o Ribeirão dos mapa área de intervenção
Meninos, o terreno traz algumas dificuldades projetuais.
Já o fato de fazer divisa com os distritos paulistanos da
Vila Prudente, Ipiranga e Sacomã, no município de São Pau-
lo, confere à área uma diversidade significativa de usos
e de público. Isto possibilita que a implantação de um
22 conjunto de atividades e equipamentos urbanos atrelados
ao tecido urbano existente se faça eficaz para a qualifi-

R.
cação de todo o conjunto e seu entorno.

Gu
am
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an
ga
R. Maximiliano
Lorenzini

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R. Ma
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fig. 13 acumulo de lixo nas fachadas, 2019
fonte: foto do autor

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legenda

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Gui
limites municipais

Av.
área de intervenção
linha cptm R. 28 de Julho
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R. Rio Branco
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ocupações

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rios e córregos

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fig. 14 vista interna do terreno, 2019 o
Gr
fonte: foto do autor fonte: elaborado pelo autor an
com base do google earth de
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a

Av. Co
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tonio
Prado
AFEIÇOAR
19
CRONOLOGIA

16 22
71 18 Início das operações da
Fábrica de Curtumes; 19 19
26
Fernão Dias Paes Leme
arremata território em
77 24 30
27

Santo André, doa aos pa- Apenas em 1877 o desen-


Antigos pavilhões da É montada a Fábrica de
dres locais, os Benedi- volvimento é retomado;
Pamplona são demolidos Papel, Papelão e Celu-
tinhos, que nomeiam como Município é fundado em
para montagem da Fábrica lose;
“Fazenda São Caetano”, 1877 por colonizadores
de Rayon; 1935 - É fundada a Cerâ-
italianos, que formaram
onde cultivavam arroz,
feijão e mandioca; o Núcleo Colonial - Im-
pério Brasileiro;
19 mica Matarazzo – Louças
Cláudia;
O desenvolvimento da fa- 1936 - Começa a funcio-
zenda entra em recesso
com a expulsão dos jesu-
48 nar a Fábrica de Ácidos;
1939 - É inaugurada a
ítas pelos portugueses; Inaugurada a Fábrica de I.M.Ê – Indústria Mata-
Soda Cáustica;
19
razzo de Energia –, pri-
meira refinaria de pe-

01 19 tróleo do Estado de São


Paulo;

12
O município de São Ca-
Com o crescimento po-
lítico-administrativo,
O grupo Matarazzo arren-
19 etano do Sul foi homo-
logado em 24 de outubro

54
São Caetano é considera- de 1948, pelo governador
da as quatro fábricas da
do como Distrito Fiscal do Estado de São Paulo,
antiga Pamplona, de sa-
em 1901; Adhemar de Barros;
bões e óleos vegetais; Inaugurada a Fábrica de
A agricultura predomi-
Acetileno;
nava nesses primeiros
anos de fundação, e pos-
1955 - Inaugurada a Fá-
19
teriormente, demonstra
interesse na exploração
19 brica de Carbureto de
Cálcio;
61
de terras, quando se dá
o surgimento de diver- 13 Inaugurada a Fábrica de
Ácido Sulfúrico;
19
sas olarias e fábricas Início das atividades da
de cerâmica; fábrica de pregos;
Em pouco tempo São Ca-
etano se torna um im- 19 77
portante centro fabril,
principalmente pelo
15 Desativadas as Fábricas 19
surgimento das Fábricas
Reunidas Pamplona - Fá- Ermelino Matarazzo ini-
de Rayon e Sulfureto;
19 81
brica de Sabão e Velas
de Pamplona, Sobrinho e
cia a implantação em São
Caetano do primeiro nú- 95 Fechadas as Fábricas de
Cloro e B.H.C;
Cia; cleo fechado de fábricas Direção da Fábrica Cerâ- 1982 - Fechada a Fábrica
do grupo Matarazzo; mica assumida pelos ope- de Soda Cáustica;
Se torna Distrito de Paz rários;
em 1916, de São Bernardo 1997 - Festa Italiana de
do Campo, posteriormen- São Caetano utiliza par-
te, de Santo André; te do terreno;
28

fig. 16 indústrias reunidas francisco matarazzo - destaque dos remanescentes, 1912


fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul
AFEIÇOAR

30 A cidade de São Caetano do Sul se desenvolveu ao longo de 31


uma linha férrea, que alimentava a capital, São Paulo. Por
estar localizada às margens do Rio Tamanduateí, o desen-
volvimento da cidade se deu por meio da industrialização
no Estado de São Paulo, tornando-se um dos pólos indus-
triais mais importantes do país. Essa industrialização
trouxe à cidade uma forte economia, que até os dias atuais
possui uma boa administração e o maior Índice de Desenvol-
vimento Humano do Brasil.

Os vazios urbanos deixados pelo abandono das indústrias


não cumprem com a função social da propriedade. Isso faz
com que a demanda por espaços públicos sejam ainda maiores
na cidade.

O Ribeirão
dos Meninos
evidencia a
segregação entre
as cidades. De
um lado lotes
industriais
vazios, do
outro, ocupações
irregulares.

fig. 18 urbanização de sp 1924


fonte: prefeitura de são paulo

fig. 19 núcleo são caetano, 1924


fig. 17 azulejo com o brasão das indústrias reunidas francisco matarazzo, 2012 fonte: prefeitura de são paulo
fonte: foto de douglas nascimento
FÁBRICAS REUNIDAS PAMPLONA

32 A indicação da antiga Fábrica de Sabão e Sobrinho, admi- 33


nistrada pela família Pamplona5, aparece pela primeira vez
no registro de impostos de São Bernardo do Campo em 1896,
da qual fazia parte um dos maiores contribuintes do ainda
Distrito de São Caetano.

Popularmente conhecida como “Pamplona”, a antiga fábri-


ca, que ocupava apenas 40.000m² dos cerca de 300.000m² de
toda a gleba, contava com cerca de 30 a 40 funcionários, A ata de venda da Pamplona foi aprovada em
produzindo, a todo vapor, sabão, velas, graxas e óleos lu- assembléia e assinada pelos seguintes acio-
brificantes. A influência dessa produção levou, por meio nistas: Armando Leal Pamplona, Nicola Puglisi
de legislações e loteamentos, benefícios para o município Carbone, Fernando Maggi, José Luiz Flaquer,
e reconhecimento para a família, sendo um deles, a de- Maria de Ascensão Coelho, Serafim Constanti-
nominação das ruas Mariano Pamplona e Heloísa Pamplona, no, Laurestino de Azevedo, Francisco Cuocco e
sancionado em 15 de julho de 1912 - Lei 120 -, que perma- Mariano Paim Pamplona Sobrinho. Assim termi-
necem assim até hoje. nava a história de uma das primeiras indús-
trias de São Caetano, que ficou gravada na
Em 1910, a Pamplona ainda recolhia os impostos no Distri- memória da primeira geração de brasileiros,
to, porém já começava a sofrer o assédio das Indústrias descendentes dos colonizadores italianos de
Reunidas Francisco Matarazzo, que tinha como objetivo 1877. (RAÍZES 25, 2002, p. 9)
construir um conjunto de indústrias fechadas para conso-
lidar o já crescente império da família, que iniciava a
sua expansão pelo país todo.
5. Fundada
em 1876, com Já em 1912, as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo
sede inicial (IRFM) arrendam a Fábrica Pamplona e iniciam suas ativi-
na capital do dades, firmando-se como um dos maiores contribuintes para
Estado de São
o desenvolvimento do até então Distrito de São Caetano.
Paulo.

fig. 20 vista da fazenda tijucuçu com as chaminés da fábrica pamplona ao fundo, 1905
fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul
INDÚSTRIAS REUNIDAS FRANCISCO MATARAZZO

34 As Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, fundada em 35


1891, sendo o maior grupo empresarial da América Latina,
arrematam em 1912 as antigas Fábricas Pamplona a fim de
desenvolver o crescimento do seu império, escolhendo este
ponto estratégico por sua localização privilegiada, na
divisa de São Paulo e próximo à linha férrea São Paulo fig. 21 indústrias reunidas francisco matarazzo, 1940
Railway6. fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul

Após o arremate, as fábricas começaram a ser inauguradas,


e com isso, o poder político da família Pamplona começa a
decair, tendo que vender suas máquinas, terrenos e, con-
sequentemente, perdendo concessões, tudo para a Família
Matarazzo, que acabava de se firmar como a nova grande
família de São Caetano do Sul.

O legado deixado pelas


IRFM não foi nem um pouco
positivo. Negligência,
contaminação do solo,
degradação e transformação
de uma região conhecida por
sua forte industrialização e
economia.
Seu poder perdurou por cerca de 45 anos, sendo uma das
maiores indústrias do país. Trabalhavam cerca de 10 mil
funcionários durante seu período de maior atividade, en-
tre as décadas de 1960 e 1970. Sua grandiosidade se con-
solidava em uma extrema importância para o crescimento e fig. 22 indústrias reunidas francisco matarazzo, 1940
fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul
desenvolvimento do Distrito; se tornou parte importante e
fundamental da história da cidade de São Caetano do Sul,
6. Administra-
da pela São
mas também deixou vestígios de destruição socioambiental,
Paulo Railway gerando problemas que perduram até hoje, como a inutili-
Company, Limi- zação de uma área de 30 hectares e contaminação do solo e
ted, foi a pri- de águas subterrâneas.
meira ferrovia
do Estado de
São Paulo, li-
gando as cida-
des do planalto
paulista (Es-
tação Jundiaí)
ao litoral (Es-
tação Valongo/
Santos). fig. 23 indústrias reunidas francisco matarazzo, 1960
fonte: acervo da fundação pró-memória de são caetano do sul
fig. 24 agrupamento das unidades segundo processo produtivo
fonte: conam, 2008
O PROCESSO DE ABANDONO

36 O plano desenvolvimentista econômico do Brasil na década 37


de 1930 resultou na criação de diversas indústrias, entre
elas as Indústrias Reunidas Matarazzo (IRFM) em 1932, que
de início produzia tecidos de fibras de viscose Rayon7.

A pressão das multinacionais provocou a desativação do


complexo industrial em 1987, por não possuir técnicas
avançadas em administração. Essa desativação das IRFM não
obedeceram os critérios que priorizam a saúde da população
e a qualidade do solo e seus recursos naturais (MARCOVI-
TCH, 2012).

fig. 25 galpões abandonados voltados para a linha férrea, 2009


fonte: são paulo antiga

7. Rayon é o
nome da seda
artificial,
fibrada de ce-
fig. 26 galpão abandonado, 2009 lulose regene-
fonte: são paulo antiga rada normal-
mente.
Somente dez anos depois, entre agosto de 1995 e março de
1997, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CE-
TESB) juntamente com a Agência Alemã de Cooperação In-
Ri ternacional (GIZ) investigaram o terreno. Foi constatada
o
Ta
ma
nd
a presença de diversos contaminantes no solo, inclusive
ua
te
í
os mais perigosos, como o Mercúrio e o Hexaclorociclohe-
xano (HCH).
38 39
Por esse motivo foi confirmado um plano de intervenção
1A da área para inviabilizar o acesso e aprofundar as in-
vestigações. Como mostra o trabalho de Gustavo Freitas
Av
.
(2012), para facilitar o entendimento da região, as áre-
do
s
Es
as foram divididas em três (fig. 27); Subáreas 1A e 1B;
ta
do
s
Subáreas 2A, 2B e 2C e Área da Prefeitura, ao sul.
1B
Após as investigações, declarou-se que todos os riscos
de contaminações nas subáreas 1A e 1B tinham sido exami-
nados. Nas amostras retiradas do solo e da água constam
a ausência de anomalias, portanto não acarreta em risco
direto à saúde humana.
Se
nt
id
o

Através das declarações de análise feitas pela Consulto-


Br
ás

ria Ambiental (CONAM) pode-se concluir que não há risco


para a realização de projetos imobiliários na região das
Subáreas 1A e 1B. Quanto às subáreas 2A, 2B e 2C, que
2A demonstram maior risco à população, deverão ser tomadas
medidas institucionais para viabilizar o local, como
2B impossibilitar a escavação do solo e o uso da água flu-
viais (FREITAS, 2012).

Embora seja questionável a ocupação de áreas contami-


2C nadas para uso residencial, é uma das alternativas do
poder público para a reutilização de espaços antes in-
dustriais. Destaca-se, também, a necessidade de organi-
Av
.

zação de Associações de Moradores para utilização dessas


Pr
e

áreas, que podem vir a absorver um grande número de famí-


si
de

lias e de equipamentos urbanos, desde que os estudos para


nt
e

descontaminação do solo sejam feitos e aplicados antes


Wi
ls

de futuras intervenções (MOREIRA, 2019).


on

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Menin

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ÁREA DA PREFEITURA
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Córre

an
de
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fig. 27 subáreas - investigação da cetesb fig. 28 galpão abandonado, 2009


fonte: elaborado pelo autor com base no google earth e investigação da cetesb fonte: são paulo antiga
i t
Aliber
ido
Av. Gu
O PROCESSO DE DEMOLIÇÃO

40 Abandonado desde 1987, o complexo fabril contribuiu para a 41


desvalorização do seu entorno, pois as construções foram
completamente abandonadas, sua maioria sem estado mínimo
de conservação, deixando um legado negativo para o lugar.

Em 18 de setembro de 2010 iniciou-se o processo de demo-


lição do que restava do antigo Império Matarazzo em São
Caetano. À princípio, a intenção do governo era preservar
o edifício da antiga indústria, no entanto, seu estado de
conservação fez com que tal objetivo se tornasse inviá-
vel, segundo a prefeitura. Sem alterações do estado de
demolição, restaram as fachadas da R. Mariano Pamplona e
da Praça Comendador Ermelino Matarazzo, além de duas cha-
minés do antigo complexo.

“A Matarazzo não se
especializou em nada e foi fig. 30 portão próximo a igreja, 2019
fonte: foto do autor
engolida pelas empresas
estrangeiras e a indústria
automobilística por volta da
década de 1980”. (CALÍCIO, 2010)
O prefeito José Auricchio Júnior garantiu, então, que
todo o processo fosse filmado e fotografado antes da de-
molição, para que futuramente, na implantação do “Parque
Fundação” atrelado à escola de educação ambiental, sejam
apresentados para que as crianças conheçam a história de
industrialização do município.

fig. 31 fachada da rua mariano pamplona, 2019


fonte: foto do autor

fig. 29 subáreas - prefeito josé auricchio júnior na demolição das


indústrias matarazzo, 2010 fig. 32 fachada da rua mariano pamplona, 2019 fig. 33 fachada escorada em estrutura metálica, 2019
fonte: prefeitura de são caetano do sul fonte: foto do autor fonte: foto do autor
VISITAR
VISITAR

44 O bairro da Fundação, território de estudo no qual o 45


terreno se encontra, possui um imenso potencial para re-
qualificação da área. Sua localização e entorno possuem
uma grande importância no contexto histórico, como um dos
lugares mais carregados de memória na cidade de São Cae-
tano do Sul.

A urbanização de São Caetano do Sul


ignorou a afetividade e relevância
do Fundação, tornando-o um território
esquecido pelo poder público.

MORFOLOGIA URBANA

O território se encontra em uma área de vale, possuindo


um relevo quase plano. A retificação do Rio Tamanduateí e
do Ribeirão dos Meninos potencializou a área alagável de
ambos os cursos d’água, fazendo com que sejam constante-
mente afetadas.
Por estar localizado às margens da linha férrea, o bairro
possui uma característica industrial em suas construções:
as áreas residenciais estão localizadas ao redor dessas
indústrias, que ocupam a maior parte dos setores norte e
leste do terreno.

O gabarito baixo, em sua maioria até três pavimentos, dá


continuidade à característica horizontal do bairro, man-
tendo as relações humanas entre edifício e pessoa. O trá-
fego, apesar de ser intenso nas Avenidas Guido Aliberti
e Presidente Kennedy, tem movimentação lenta devido aos
baixos limites de velocidade, o que resulta em um ambiente
social mais silencioso e seguro para os pedestres. O aban-
dono das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, porém,
deixou uma grande área vazia, sujeita a ações ilícitas e
que geram desconforto para a população.

Com isso, a proposta deste trabalho pretende abordar essas


questões de forma que qualifique a vida dessa população,
em que uma alta densidade ainda mantenha a escala humana
fig. 34 vista interna do terreno, 2019 da cidade (GEHL, 2010).
fonte: foto do autor
fig. 35 mapa de cheios e vazios fig. 36 mapa de topografia
cheios linha férrea
vazios rios e córregos
linha férrea
rios e córregos N
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N fonte: elaborado pelo autor com base do google earth
fig. 37 mapa de fluxos fig. 38 mapa de uso e ocupação do solo
via primária rios e córregos residencial indústria
via segundária comercial rios e córregos
via terciária institucional linha férrea
linha férrea serviço arborização
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
LEGISLAÇÃO

50 Plano Diretor Estratégico (PDE) 51

O terreno está inserido em uma Zona de Expansão Demográ-


fica (Z6), segundo as divisões das macrozonas e das zonas
propostas pela Lei de Zoneamento da Cidade de São Caetano
do Sul, de 27 de outubro de 2010. Este zoneamento estra-
fig. 39 divisões de macronozas, 2010 fig. 40 divisões de macrozonas, 2016
tégico da prefeitura propõe um adensamento da área junto fonte: prefeitura de são caetano do sul fonte: prefeitura de são caetano do sul
à requalificações para levar vitalidade ao que hoje são
só ruínas espalhadas pelos seus 300.000m².

O 14ª artigo da Lei de Zoneamento Estratégico estabelece
as exigências e restrições para a área. Sendo assim, o
projeto proposto deve seguir respeitosamente com as pro-
posições da referida lei.

O município de São Caetano do Sul se divide em cinco ma-


crozonas, indicadas na fig. 40, anexo à lei, que se de-
finem de acordo com as problemáticas existentes em suas
regiões.

A área de intervenção proposta se encontra na Macrozona


de Desenvolvimento Estratégico (MDE), que, segundo o PDE
(São Caetano do Sul, 2016/2025), é definida por:

CAP II artigo 5º parágrafo 3


- A Macrozona de Desenvolvi-
mento Estratégico será for-
mada pelos imóveis com fren-
te para a Av. do Estado, Av.
Guido Aliberti e demais áreas
destacadas no Mapa de Macro-
zoneamento.

Segundo o texto da lei, a MDE se encontra em uma área de


exceção, podendo ser objeto de Operações Urbanas Consor-
ciadas através de lei específica, não seguindo as legis-
lações vigentes.
RELACIONAR
1

54 55

11
3
10
12

34

5
13

14
7
6 7

fig. 41 moodboard de referências projetuais


fonte: elaborado pelo autor
PROJETAR
PROJETAR

58 A partir de análises da região, da gleba - objeto deste 59


trabalho -, e de seu entorno, os dados foram absorvidos
para proposição de projeto consistente na proposta de
implementação de um masterplan que visa à organização ge-
ral da nova ocupação definida a partir das seguintes pre-
missas: necessidade de aumento da densidade populacional
de uma área desocupada ou, mesmo, subutilizada em alguns
trechos; ampliação da oferta de equipamentos públicos na
região, propiciando a vivência cotidiana desse lugar,
hoje desprovido de dinâmica urbana.

Para essa proposta de requalificação, o masterplan propõe


a implantação de conjuntos habitacionais de uso misto, uma
escola de tecnologia e a criação de um parque municipal.
Além disso, busca-se também criar extensões de equipamen-
tos já existentes na cidade, como o Museu Municipal e a
Universidade Municipal.

Gehl (2010) aponta que o planejamento


de cidades modernas se limita
apenas à escala macro, acabando por
tornar as composições urbanísticas
belíssimas quando vistas de cima e
uma catástrofe ao nível do pedestre.
Como diretriz projetual, o projeto busca incluir vestí-
gios das Indústrias Matarazzo, como um galpão, a antiga
Paróquia São Caetano, as fachadas e as chaminés, ali rema-
nescentes, como parte importante na construção desse novo
complexo, para, assim, projetar sem ignorar a memória que
ali se consolidou, buscando revitalizar e requalificar o
vazio, onde o novo transmita um contraste com o preexis-
tente.

A proposta contempla, então, duas escalas de intervenção:


a do masterplan para toda a área e a escala de projeto
arquitetônico, com inserção urbana, do bairro residencial
proposto.

fig. 42 empena viva - parque minhocão, 2015


fonte: nitsche arquitetos
descansar
CONVIVER

60 O espaço de convivência busca restaurar, em uma escala


projetual, a dimensão humana, que tem sido, reiterada-
mente, tratada com indiferença no planejamento urbano. A
proposta deste trabalho é oferecer as condições para que
o território incentive as pessoas a participarem ativa-
mente da cidade, valorizando as relações interpessoais e
as redes de sociabilidade.

O ser humano é um ser social,


sendo de sua natureza o estado de
convivência.
Em contrapartida a valorização imobiliária dos edifícios
monofuncionais, que contribuem para que as pessoas neguem
cada vez mais os espaços públicos, este projeto busca a
convivência entre a população, o ambiente urbano e os fu-
viver
turos equipamentos urbanos. Esta ideia parte de um concei-
to apresentado por Jan Gehl (2010), em Cidades Para Pesso-
as, que busca, em torno dos sentidos humanos, a construção
de espaços públicos, onde as pessoas possam exercitar as
sensações, as percepções e a sua experimentação.

Visando à valorização dos sentidos humanos, esse espaço de brincar


convivência se sustenta em três grandes pilares: o Convi-
ver, o Conscientizar e o Viver, que pretendem, assim como
os verbos de ação, ser espaços ativos, em que se realizem
atividades que instiguem os seus usuários a experimentá-
-los e deles usufruir.

PROPOSTAS relembrar
cultura

- Parque Municipal; aprender


- Expansão do Museu Municipal;
- Biblioteca;
aquietar
- Mirante;
- Horta urbana;
- Alargamento do Ribeirão dos Meninos;
- Espaço para eventos;
- Ampliação e criação de pontes;
- Habitação;
- Unidade Básica de Saúde (UBS);
- Creche;
- Extensão da Universidade Municipal de São Caetano
do Sul (USCS); ensinar
- Escola Tecnológica Ambiental.

fig. 43 estudo coviver


acessos bolhas coviver
a intervir rios e córregos
a manter linha férrea
a demolir arborização
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
DESCANSAR

62 Criação de um parque referencial na cidade, que agrupe os


equipamentos urbanos propostos pelo masterplan, fortale-
cendo o desenvolvimento ambiental e cultural da cidade.
Admitindo a natureza como força projetual e de constante
transformação, a inclusão das ruínas deixadas por uma in-
dústria abandonada ajuda a fortalecer a memória cultural e
afetiva do território e permitem que o projeto possua ca-
racterísticas próprias do seu espaço. Sua implantação foi
pensada para valorização dos remanescentes urbanos para
uma sustentabilidade nas futuras gerações, enfatizando os
elementos do local.

fig. 44 estudo deck do lago PROGRAMA


fonte: croqui do autor
playground

marquise

MASSA pista de
caminhada
ARBÓREA
ciclovia
DECK
pista de skate

bosques

pomar

horta urbana ponto de


bicicletário interesse
ACENTUAR TOPOGRAFIA
estacionamento

fig. 45 estudo de intervenção nas fachadas fig. 46 estudo de intervenção nas fachadas
fonte: croqui do autor fonte: croqui do autor MANTER

ABRIR “BURACOS“
COBERTURA
NA FACHADA
BANCO

BANCO PASSAGEM
fig. 47 estudo conviver
acessos bolhas coviver
deck rios e córregos
equipamentos linha férrea
cooper relacionar
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
CONSCIENTIZAR

64 As relações humanas devem ser conscientes do território e


de suas preexistências, seja incorporando-as ou negando-
-as na implantação dos futuros equipamentos urbanos que
ajudam a lidar com o contexto onde se encontra a inter-
venção. A preservação da memória social deve ser tão im-
portante quanto a preservação material das ruínas de uma
indústria abandonada.

Um território em que seja prazeroso crescer e evoluir


como ser humano, onde as relações socioespaciais estejam
amplamente ligadas à memória de um bairro que deu origem
à cidade. Um lugar que permita criar relações humanas
quando possível, mas que também permita a paz individual
descansar
de cada um.

fig. 48 estudo do mirante UNIVERSIDADE


fonte: croqui do autor viver
área do terreno
11.345,09m²

área a construir
5.300m²

ESCOLA
TECNOLÓGICA
AMBIENTAL

área do terreno
4.946,89m²

área a construir
3.125m²

MUSEU MUNICIPAL
ensinar
área do terreno
2.283m² relembrar
RAMPAS MIRANTE
aquietar
área a construir
1.430m²

BIBLIOTECA ponto de
MUNICIPAL interesse
área do terreno
1.575m²

área a construir
aprender
600m²

MIRANTE

fig. 49 estudo conscientizar


acessos bolhas coviver
equipamentos rios e córregos
relacionar linha férrea
área de interesse
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
mirante habitação

ENSINAR - APRENDER

66 Causando o menor impacto ambiental possível, a implanta- museu


ção da extensão da Universidade Municipal de São Caetano
do Sul e da futura Escola Tecnológica Ambiental preten-
dem trazer ao território ganhos sociais e de convivência. escola
Buscando conscientizar seus atuais frequentadores da im-
portância de preservação do espaço e manutenção do mesmo,
biblioteca
enquanto que, para isso, coexistem com os novos usuários ponto de
do masterplan proposto para todo o território.
interesse

RELEMBRAR - AQUIETAR

Um momento de contemplação do território evidencia os


equipamentos que ajudam a preservar e revisitar o passa-
horta
do, tanto físico quanto imaterial. Um passado que con-
urbana
tinua no presente. A implantação da extensão do Museu sombra
Municipal de São Caetano do Sul permite esse afeiçoamento
ao passado, mas também ao presente. O mirante, estrutu-
rado em uma das chaminés existentes, nos ajuda a compre-
ender como os remanescentes urbanos são importantes para
o desenvolvimento da cidade. Por fim, a proposta de uma
Biblioteca Municipal que ajude a suprir as necessidades
de uma população pouco apta à leitura, para que, assim,
valorize o espaço vivido.

universidade

fig. 50 estudo conectar


fonte: croqui do autor
estacionamento

GRANDE ÁREA VERDE

ensinar - aprender relembrar - aquietar

CONECTAR
HORTA URBANA
fig. 51 estudo conscientizar ampliado
acessos novo acesso
área de interesse rios e córregos
relacionar linha férrea
horta urbana barreira
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
VIVER
relacionar

68 Inspirado pelos conceitos de “A Walking City” do grupo


Archigram8 e das práticas do escritório chileno Elemental,
liderado pelo arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker9, Ale-
jandro Aravena, o projeto pretende trabalhar com habita-
ção flexível, em diferentes tempos, com uma arquitetura
que está sempre em constante movimento e transformação;
criando a “utopia” de um plano a longo prazo, sem prazo.
Não existe um prazo definido para o final das construções,
já que a ideia é a inserção de extensões ou novas habita-
ções conforme a necessidade do morador.

Inicialmente o projeto começa com a reintegração de posse


de algumas áreas atualmente ocupadas por habitações irre-
gulares, tanto em São Caetano do Sul quanto em São Paulo,
buscando atender à população que vive precariamente nessa
viver
área na divisa entre os municípios.
relacionar

PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO brincar

relacionar
habitações
REINTEGRAÇÃO (futuro)
1ª DE
POSSE

IMPLANTAÇÃO
3ª HABITAÇÃO
EQUIPAMENTOS

IMPLANTAÇÃO
8. Archigram SISTEMA
foi um grupo
de arquitetos
2ª VIÁRIO
ingleses for- EDIFÍCIOS
mado em 1961; QUADRAS
9. Prêmio in-
ternacional,
conhecido como
“Nobel da Ar- fig. 52 diagrama processo de implantação
quitetura”. fonte: elaborado pelo autor
fig. 53 estudo viver
acessos bolhas coviver
futuro habitações rios e córregos
relacionar linha férrea
área de interesse
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
viver
Entrelaçando as ideias de complemento e constante mo-
viver
vimento da cidade, a inclusão de uma Unidade Básica de
Saúde (UBS) e uma Creche, a proposta de inserção de no-
vos equipamentos urbanos busca responder às problemáticas
apresentadas anteriormente, que a própria gleba nos traz.
Assim, a vida em comunidade pode ser melhor aproveitada.
70 Já a proposta arquitetônica traz um gabarito baixo, per-
mitindo que as pessoas sejam mais importantes que o skyli- viver
ne, para isso, as habitações são pensadas para que sejam relacionar
modulares e que permitam a constante implementação de no-
vos módulos ao longo do tempo, gerando, assim, um projeto
atemporal, que não possui um “final” e que não pretende viver
estipular ou prever qual será o seu futuro.

viver
PROGRAMA
creche

viver

PLAYGROUND

PRAÇAS
QUADRAS ubs

ÁREAS COMUNS CRECHE

ESTACIONAMENTO
CONVIVÊNCIA
FLEXIBILIDADE relacionar
expansão futura
COMÉRCIO das habitações
LAZER
UBS
HABITAÇÃO

AUTOCONSTRUÇÃO

SOCIABILIDADE

fig. 54 diagrama programa


fonte: elaborado pelo autor
fig. 55 estudo viver ampliado
acessos bolhas viver
futuro habitações rios e córregos
relacionar linha férrea
área de interesse
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
ESTUDO COLABORATIVO

72 Inspirado em mapas colaborativos10, que realizo desde 2016, 73


e um estudo realizado pelo grupo de pesquisa “Morar de Ou-
tras Maneiras - MOM”, da Escola de Arquitetura da Univer-
sidade Federal de Minas Gerais (EA-UFMG), busco, por meio
de uma pesquisa com diversas pessoas, compreender as di-
ferentes perspectivas de vivência que a população possui.

O estudo foi realizado com 28 pessoas de diferentes cida-


des, classes sociais, idades e áreas de atuação.

Foi entregue uma folha de papel (física ou digital) com um


cubo desenhado (aparecem apenas 3 faces) e consistia em
responder -de forma livre- a essas três perguntas:

SE ESSE CUBO FOSSE A SUA CASA, COMO SERIA?

O QUE SERIA ESSENCIAL PARA VIVER DENTRO DELE?

E SE TIVESSE A CHANCE DE MODIFICÁ-LO?

Com o objetivo de explorar as diferentes perspectivas re-


sultantes do estudo colaborativo, buscou-se compreender o
olhar para além da arquitetura e do urbanismo, que servi-
ram como base projetual.

Às vezes a casa cresce, se estende. É


preciso maior elasticidade do devaneio,
um devaneio menos desenhado a fim de ha-
bitá-la. [...] Quanto mais simples é a
casa, mais ela trabalha minha imaginação
de habitante. Ela não é apenas uma “re-
presentação”. Suas linhas são fortes. O
abrigo é fortificante. Quer ser habitada
simplesmente com a grande segurança que a
10. Mapas ela- simplicidade dá. [...] A casa, mais ainda
borados com a que a paisagem, é um “estado de alma”.
ajuda de di-
Mesmo reproduzida em seu aspecto exte-
versas pesso-
as, com ou sem rior, fala de uma intimidade. (BACHELARD,
fig. 56 projeto “casa ideal”, 2019
conhecimento. 2005, p. 66) fonte: acervo do autor
O fundamental seria um espaço que não sufoque, que deixe res-
pirar – não literalmente mas metaforicamente, um ambiente que
não me aprisione no interior das paredes. Partindo disso, minha
casa teria janelas amplas, portas de vidro e o mínimo de parede
possível para permitir que a estrutura pare em pé: uma casa de
vidro com cortinas o suficiente para proporcionar acolhimento
quando desejado. [...] Com a permissão de fazer modificações, a
casa ainda seria um cubo, mas uma estrutura construída em cima
74 75
de seu desmonte.
fig. 58 projeto “casa ideal”, 2019
Rafael Orlandini, 24 anos
fonte: acervo do autor

A entrada seria pelo lado esquerdo: três quadrantes de área


comum, de convivência, de interação. O quadrante superior abri-
garia a cozinha, sempre interligada com o restante da casa. No
inferior, o banheiro. Apesar da inconveniência de estar de fren-
te para onde as comidas são preparadas, nessa nova casa esse
espaço íntimo receberia maior atenção – é aqui que muitas vezes
pensamos no cuidado com o corpo, que acaba refletindo no cui-
dado com a mente; o espaço ampliado permite esse conforto, esse
momento para si, essa qualidade de vida.
O quadrante restante, da direita, seria o quarto. Apesar de
ainda manter uma dimensão menor do que o restante da casa, seu
local é privilegiado e permite uma visão quase completa de todo
o restante – mantendo a lógica da casa quando era um cubo tri-
dimensional. Ainda mais: a amplitude que se vislumbra ao sair
do cômodo seria única, com um olhar que atravessa a residência
e já te mostra que, apesar do abrigo que sua casa representa,
fig. 57 projeto “casa ideal”, 2019 não há nada que impeça de sair para a vida lá fora. A entrada é
Marcos Boscolo, 22 anos tão livre quanto a saída, o movimento é permitido, necessário e
fonte: acervo do autor fundamental. (Rafael, 24 anos)
fig. 59 projeto “casa ideal”, 2019 fig. 60 projeto “casa ideal”, 2019 fig. 63 projeto “casa ideal”, 2019 fig. 64 projeto “casa ideal”, 2019
Marcos Boscolo, 22 anos Gleice Araújo, 55 anos João Gabriel, 22 anos Marina Lima, 7 anos
fonte: acervo do autor fonte: acervo do autor fonte: acervo do autor fonte: acervo do autor

76 77

fig. 61 projeto “casa ideal”, 2019


Giovanni Talon, 21 anos
fonte: acervo do autor

Objetivo é morar em um lugar que eu me sin-


ta bem com tudo e comigo. A arte e geniali-
dade se fazem mais que importantes, tanto
quanto o conforto, praticidade e conceito.
A natureza deve ser parte importante da ...a garagi (sic) porque aonde que o car-
moradia. (João, 22 anos) ro fica... (Marina, 7 anos)

fig. 65 projeto “casa ideal”, 2019


Laura Colaço, 8 anos
fonte: acervo do autor

fig. 62 projeto “casa ideal”, 2019


Jéssica Rabaneda, 22 anos
fonte: acervo do autor
É possível enxergar diferentes pontos importantes para
concepção projetual de um lugar mais completo. A necessi-
dade de grandes áreas livres para contemplação e calmaria
contempla a natureza como parte importante na integração
de forma complementar à habitação, trazendo ao lugar uma
nova harmonia entre a paisagem natural e a construída,
valorizando as vistas e gerando uma melhora na qualidade
78 de vida de seus habitantes. 79

Em um primeiro momento, o complexo habitacional não pos-


suiria estacionamento, porém, após análises do estudo co-
laborativo, foi constatado uma grande necessidade de sua
criação. Esse olhar além do projeto arquitetônico demons-
trou que a população participante do estudo, em sua maior
parte, ainda pensa no automóvel como parte essencial da
vida.

Conclui-se que o estudo apontou diferentes sensações e


perspectivas sobre o habitar. Usando-as para construir
espaços mais confortáveis, adaptáveis e agradáveis para
que o lugar faça com que as pessoas se sintam em casa,
para além do espaço de suas habitações.

fig. 67 quadrinhos ácidos em: casas, 2014


fonte: charge de pedro leite

fig. 66 projeto “casa ideal”, 2019


Júlia Quesada, 22 anos
fonte: acervo do autor
HABITAR

80 O vínculo entre o habitar e o lugar sempre foi de extrema 81


importância emocional para quem procura um espaço para
construir sua família. Criar raízes nos tornam mais hu-
manos e nos ajudam a valorizar o espaço em que vivemos.

NA FAVELA

Seguindo as transformações sociais e econômicas do fim do


século XIX, as habitações populares começaram a lidar com
problemas alarmantes que precarizavam a qualidade de vida
em meados do século XX, já em uma São Paulo industriali-
zada.

Enquanto São Paulo transformava sua paisagem urbana,


construindo largas avenidas, fábricas, estradas de ferro,
armazéns, lojas etc, o contingente operário desprezado
pela industrialização crescia cada vez mais, gerando uma
segregação socioespacial. Com isso, começa a surgir uma
segregação espacial periférica, que acompanhava as trans-
formações e o crescimento da base industrial, assentada
sob a forma de moradia em favelas (BONDUKI, 2000).

A favela é a nossa cidade. Nos termos


de Gonçalves (2013), é um regime de
produção do espaço urbano, é também
a forma preponderante de moradia
dos trabalhadores, na qual o Estado
tem papel fundamental, ainda que as
aparências forjem exatamente a ideia de
ausência do mesmo.
Essas favelas são uma resposta à crise habitacional que
São Paulo enfrentou - e ainda enfrenta - no início dos
anos 1920. A “solução” a essa crise seria o loteamento
periférico - lote próprio - onde havia pouca ou nenhuma
infraestrutura, e a autoconstrução que possibilitou aos
trabalhadores de baixa renda a materialização do sonho da
casa própria, embora muito precária. Criando então uma
autogestão desordenada (BONDUKI, 2000).
fig. 68 grotinho de paraisópolis - construindo espaços de convívio, 2015
fonte: boldarini arquitetos associados Um dos maiores exemplos de autogestão realizado na cidade
de São Paulo foi o programa de mutirões, uma política pú-
blica criada na prefeitura de Luiza Erundina (1989-1992),
que tinha como objetivo garantir a moradia da população
na periferia e até mesmo na grande cidade, desenvolvendo
ações junto aos movimentos sociais e à comunidade, tor-
nando-os sujeitos de seu próprio destino. Esse projeto foi
reconhecido na Conferência Mundial de Habitação da Orga-
82 nização das Nações Unidas (ONU), em 2006, como um método 83
eficaz de levar o acesso a propriedade (BONDUKI, 2016).

Mesmo sendo um projeto de qualidade e baixo custo não foi


dada sua continuidade por conta de pressões de empreitei-
ras sobre os governos locais e foi totalmente abandonado
com a entrada de Paulo Maluf em 1993.

Nas favelas ao redor do mundo, especialmente em São Paulo,


em sua maioria, a autogestão tem como objetivo a criação
de uma rede de solidariedade que responde às questões jun-
to ao poder público, ajuda nas solicitações dos moradores
e trabalha em conjunto para que as moradias possuam todos
os direitos reservados pela Constituição, integrando-os à
sociedade civil.
fig. 69 hiperverticalização, 2019
fonte: cotidiano, folha de são paulo

A favela pode ser definida como uma construção viva,


sempre em constante movimento, adaptação e mudança. Os
problemas de superlotação são resolvidos com mais cons-
truções, seja horizontal ou vertical, o que resultou,
atualmente, em favelas hiperverticalizadas, atingindo-se
a altura de 5 a 6 pavimentos em cada construção, sendo que
as lajes são batidas já esperando o próximo “puxadinho”.

fig. 70 paraisópolis, 2019 fig. 71 paraisópolis, 2019


fonte: foto de liliana oliveira e intervenção do autor fonte: foto de liliana oliveira
EM ALTAS DENSIDADES

84 O desenho urbano permite equacionar soluções que viabili- 85


zem uma vida sustentável a partir de métodos urbanísticos
que satisfaçam a comunidade onde se insere um projeto.
Segundo Adam Frampton (2012, s.p.): “a densidade - des-
vinculada da verticalização - é um atributo cada vez mais
crucial para a sustentabilidade das cidades em um mundo
superpovoado. Com um gabarito médio de sete andares, por
exemplo, Paris é a cidade mais densa da Europa”, tendo uma
densidade de aproximadamente 203,13 habitantes por hecta-
re, sendo também um exemplo de cidade com maior quantidade
de áreas verdes por km², cerca de 2200 hectares dedicados
a espaços públicos como parques, jardins e praças.

Como reabilitar uma


cidade desprovida de
sustentabilidade a partir de
dois parâmetros urbanísticos:
o desenho urbano e a
densidade?
fig. 73 densidade - consequências
fonte: elaborado pelo autor com base em SILVA, G.; SILVA, S.; NOME, 2016

DENSIDADE LÍQUIDA CONSEQUÊNCIAS


Aparecem problemas com ruídos e perda de intimi-
100hab/ha
dadade

300hab/ha Perde-se o sentido de intimidade nos espaços verdes

Aparecem dificuldades para arranjar espaço de esta-


600hab/ha
cionamento e recreio

1.500hab/ha ou mais O espaço público congestiona-se totalmente

Durante muitas décadas, acreditava-se que a ideia de uma


habitação unifamiliar em grandes lotes com uma densidade
ocupacional baixa aumentava a qualidade de vida da popu-
lação. Porém, esse conceito de cidade espraiada produz um
custo elevado muito alto e exerce impactos profundos na
sociedade à longo prazo.

Com o aumento das populações urbanas e a necessidade de


infraestrutura para essas moradias ficando cada vez mais
difícil, entende-se que o futuro do urbanismo é a incor-
poração de altas densidades com espaços cada vez menores,
buscando enfrentar todas as problemáticas apresentadas
fig. 72 exposição “densidade”, 2013 (fig. 73), para que, assim, consigamos dar uma melhor qua-
fonte: foto de jorge taboada, x bienal de arquitetura de são paulo lidade de vida para os moradores.
[...] para o mercado da construção de
hoje, o custo do hectare urbanizado pouco PROJETO
depende da capacidade das redes de infra-
estrutura, assim, para uma ocupação de 75
habitantes/ha este custo é de US$ 250 mil
aproximadamente, mas para uma ocupação de
600 pessoas/ha é de US$ 320 mil em média,
86 ou seja, quando o número de habitantes O modo de vida sustentável contemporâneo deve seguir o 87
por hectare aumenta em 800%, o custo de desenvolvimento da sociedade, seja na composição fami-
urbanização acresce apenas 30%. (SILVA, liar, nas formas de deslocamento, nas demandas culturais
G.; SILVA, S.; NOME, 2016) e sociais, nos avanços tecnológicos e em diversos outros
temas recorrentes nas discussões urbanas.
fig. 74 densidade x qualidade
fonte: elaborado pelo autor
Para atender a esse desenvolvimento, a arquitetura deve se
desvincular de gostos e aspirações individuais, adaptan-
PARAISÓPOLIS PARIS do-se às constantes mudanças da sociedade. Sendo assim, a
1200HAB/HA 203,2HAB/HA arquitetura deve ser adaptável, flexível, leve e até mesmo
efêmera, dando autonomia e participação de seus moradores
DENSIDADE SANTA CECÍLIA na construção, tornando-se um projeto de concepção públi-
SÃO CAETANO DO SUL
99,72HAB/HA X 163,31HAB/HA ca, não apenas de um arquiteto: “Essa autonomia torna-se
essencial para a sobrevivência do sistema arquitetônico
QUALIDADE uma vez que possibilita sua contínua transformação para
REPÚBLICA SÃO PAULO
atender às constantes transformações do modo de vida e
186,10HAB/HA 78HAB/HA
demandas sociais” (JANUÁRIO e PRATSCHKE, 2006).

Um sistema arquitetônico deve ser autô-


nomo, ou seja, deve saber se conduzir e
adaptar-se, sem a necessidade de se rea-
lizar um novo projeto para que este con-
tinue atendendo seu objetivo. (Ashby apud
JANUÁRIO, 2006)

fig. 76: densidade em ocupação


fonte: elaborado pelo autor

TRADICIONAL MODERNO PERIMETRAL LAMINARES PROPOSTA


115hab/ha 256hab/ha 288hab/ha 320hab/ha 417hab/ha

fig. 75 residencial parque novo santo amaro v, são paulo, 2012


fonte: foto de leonardo finotti (vigliecca e associados)
O arquiteto holandês Frans van der Werf já defendia a fig. 78 poder da autoconstrução
ideia do “faça você mesmo” em meados dos anos 70, sendo fonte: elaborado pelo autor
um dos pioneiros do desenho adaptável, que privilegia uma
arquitetura mais flexível. Fez projetos pensados em con-
junto com os futuros moradores, pensando amplamente nas
possibilidades de adaptação e flexibilização dos espaços,
sendo inteiramente pensados para se expandir, sem neces-
88 sariamente pensar em como essa expansão se dará em futuro 89
distante ou não (JANUÁRIO e PRATSCHKE, 2006).

fig. 77 “molenvliet”, papendrecht - holanda, 1978


fonte: foundation for architectural research

Pode-se entender que essa arquitetura, conhecida como


implementacional, sempre foi uma dificuldade, pois nos
trazem problemas vinculados à drenagem, estabilidade do
solo, circulação de veículos e pedestres em questões ha-
bitacionais.
Analisando em especial algumas imagens de Paraisópolis,
pode-se perceber que, apesar de questões de insalubrida-
de, a organização espacial é notável, de forma a que cada
habitação seja funcional de acordo com a necessidade dos
seus moradores. Essas questões de ampliações são comuns,
pois, uma vez que a família se enraíza emocionalmente no
espaço, ela cresce.
90 91
Esses princípios estruturais de uma favela são determi-
nantes do futuro complexo habitacional, em que o direito
de construir e o direito de passagem determinam a sua
morfologia, sendo um tecido urbano mutável e que segue a
necessidade de seus moradores.

fig. 80 paraisópolis, 2019


fig. 79 paraisópolis, 2019 fonte: foto de liliana oliveira
fonte: foto de liliana oliveira
Aliberti
R. Maxi
mil iano Lo
renzi ni

A partir dessa premissa predominante no urbanismo do lote

Av. Guido
como origem e modelo organizador, busca-se a desconstru-
ção desse pensamento para que assim a construção conforme
o tecido urbano, onde o lote é fruto da habitação, não
a habitação do lote. É necessário criar uma heterogenei-
dade, pois, segundo Valladares (2005), o espaço se dá “a
partir de sua diversidade, do que eles têm e do que são,
92 não daquilo que lhes falta”. Propõe-se a inclusão dessa 93
lógica organizacional das favelas, principalmente quanto
à funcionalidade da autogestão, mas pensando sempre na
qualidade de vida e satisfação urbanística, a partir de
estreitas relações com a natureza, cultura e memória do
território onde está inserido. A ideia é trazer a cidade
contemporânea vista nos ideais de Frans van der Werf, nos
anos 70, aperfeiçoados por arquitetos da atualidade, como
Alejandro Aravena, para a utopia de um projeto inspirado
nessas lógicas de diferentes experiências e perspectivas
ao redor do mundo.

fig. 81 organização espacial de favelas


fonte: elaborado pelo autor

R. Mariano Pamplona
Sendo assim, a conceituação do projeto se dá por meio de
diretrizes e construções iniciais - já pensadas em suas
possíveis flexibilizações -, da qual os moradores (atu-
ais e futuros) poderão dar continuidade a esse projeto
inicial, seja customizando ou até mesmo construindo. Tra-
zendo a ideia de espaços que possam atender diferentes
funções em diferentes tempos, sem uma previsão concreta de
como se dará essa transformação que deve seguir diretri-
zes programáticas da proposta inicial. O projeto pretende
demonstrar apenas algumas das infinitas possibilidades de
transformação dessa comunidade caminhante.
implantação das unidades habitacionais esc. 1/750
habitações

espaço de convivência

playground
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
fig. 82 cubo expansivo
fonte: elaborado pelo autor
IMPLANTAÇÃO DAS HABITAÇÕES

fig. 83 diagrama de implantação


fonte: elaborado pelo autor
94 95

IMPLANTAÇÃO FINAL

MALHA ESTRUTURAL

5X5m, usuais de 2,5m

EQUIPAMENTOS

espaços de convivência
(raio de 15m)

espaços de playground
(raio de 30m)

quadra poliesportiva
De modo a minimizar a forma, o cubo foi escolhido tanto (raio de 100m)
para a pesquisa de necessidades quanto para o projeto: por
possuir diversas faces e diferentes maneiras de se apre-
sentar arquitetonicamente; por criar uma analogia com a
forma simples das construções nas favelas; e, também, por
permitir um padrão construtivo menos complexo e de fácil
HABITAÇÕES
adaptação e complementação.
habitações
Construindo uma malha estrutural invisível ao longo da 25m²
área escolhida, tornando a implantação das habitações 50m²
modular. Essa malha possui 5mx5m, onde as habitações são 75m²
implantadas com blocos estruturais, tornando muito mais
fácil as possíveis extensões e adaptações dos módulos ha-
bitacionais.
fig. 84 tipologias fig. 86 3D geral das unidades habitacionais
fonte: elaborado pelo autor fonte: elaborado pelo autor

25M² 50M² 50M² 75M² 75M²

96 97

fig. 85 3D geral das unidades habitacionais


fonte: elaborado pelo autor
iberti
R. Maxi
mil iano Lo
renzi ni

Av. Guido Al
AS QUADRAS
5
6
98 Para realização deste trabalho, buscou-se detalhar uma 99
quadra que se constituirá como diretriz projetual para
toda área previamente definida como habitacional, sendo
assim, o estudo especifica todas as condicionantes para
implantação do projeto na Quadra 1, que, consequentemen-
te, deve ser seguida, em seus princípios reguladores, nas
outras 5 quadras.

As quadras possuem uma área total de 15.137,17m², não in-


cluso o sistema viário.

- Quadra 1 - 2.659,89m²
- Quadra 2 - 3.320,81m²
- Quadra 3 - 3.076,65m²
- Quadra 4 - 1.243,28m²
- Quadra 5 - 3.243,82m² 4
- Quadra 6 - 1.592,72m²

R. Mariano Pamplona
QUADRA 1

3
Os espaços livres permitem a coexistência entre os diver-
sos usos, articulando o público e o privado, permitindo
que a comunidade se aproprie desses espaços, para, assim,
desenvolver atividades coletivas, com uma articulação en-
tre os equipamentos urbanos do parque.
2

fig. 87 livre + comércio. fonte: elaborado pelo autor


O espaço a ser construído dialoga com o tecido urbano das
mais diversas formas, sendo assim, a implantação de co-
mércios traz ao projeto uma maior vivacidade e utilização
desses espaços de forma mais dinâmica, em que parte da
população resolve seus próprios problemas para manter a
moradia. 1

A localização desses espaços comerciais - inicialmente -


pretende incentivar o comércio e economia local da própria
gleba, seja por uma sorveteria, um mercadinho ou até mesmo
um hortifruti, tendo em vista que são áreas flexíveis e
mutáveis assim como as habitações.
implantação - destaque quadra 1 esc. 1/750
habitações

espaço de convivência

playground
fonte: elaborado pelo autor com base do google earth N
Dentro das diversas possibilidades de expansões que o pro- DENSIDADES
jeto pode proporcionar, decidiu-se por abordar 3 diferen- uh = unidade habitacional; hab = habitantes; ha = hectare;
tes tempos do mesmo, chamados de: Início, Intermediário
e Final. Busca-se, assim, demonstrar na forma projetual Início: 28uh x 3,6hab = 100,8hab / 0,27ha = 378,97hab/ha
a implantação das ideias e diretrizes para fim de exem- Intermediário: 38uh x 3,6hab = 136,8hab / 0,27ha = 506,7hab/ha
plificar os conceitos apresentados durante este trabalho. Final: 47uh x 3,6hab = 169,2hab / 0,27ha = 626,67hab/ha
100 fig. 88 pavimento x tempo * 3,6hab é uma média para cálculo de densidade estimada pelo Instituto 101
fonte: elaborado pelo autor Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

INÍCIO POSSIBILIDADES INTERMEDIÁRIO POSSIBILIDADES FINAL


1 2 3 4 5

TÉRREO
A1 A2 A3 A4 A5
A

1º PAV
B1 B2 B3 B4 B5
B

2º PAV
C1 C2 C3 C4 C5
C

N
O EFEITO TETRIS

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102 fig. 89 efeito tetris 103
fonte: elaborado pelo autor

INÍCIO
378,97hab/ha

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INTERMEDIÁRIO
506,70hab/ha

FINAL
626,67hab/ha

* Essas são
apenas algumas
das possibili-
dades

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DIRETRIZES
NORMAS DE
USO DO SOLO
REGRAS CONSTRUTIVAS
104 fig. 90 diretrizes projetuais NORMAS DE 105
fonte: elaborado pelo autor com base em NISIDA, 2019
CONFORMAÇÃO
DE VIAS - Não existe hie-
rarquia de usos

- Usos comunitá-
CONDICIONANTES rios, não existe
- Origens e traça- lote
- Malha construtiva de 5x5m, dos para estacio-
usuais de 2,5 ou 5m namento pré deter-
RELAÇÃO DE VIZINHANÇA minados, podendo
- Consolidação construtiva: perder seu espaço
DISPONIBILIDADE DE TERRA distância entre habitações para uma futura
de 2,5 a 5m habitação
RECURSOS MATERIAIS
- Abertura de janelas devem - As vias poderão INSTRUMENTOS
ESTÁGIO DE CONSOLIDAÇÃO prever novas habitações servir como esta-
cionamento URBANÍSTICOS
FLEXIBILIDADE DAS HABITAÇÕES - Altura das construções não
devem ultrapassar 3 pavimen- - Automóvel tende
SOCIABILIDADE tos (9 metros) (Inicialmente a perder sua ne-
pensada para até 3 pavimen- cessidade ao pas-
tos, podendo chegar a uma hi- sar dos anos
perverticalização - que deve - Piso permeável
ser estudada e consentida por drenante em toda
toda comunidade - conforme o quadra, exceto em
passar dos anos.) áreas definidas
para vegetação
- Escadas externas devem se-
guir padrão predefinido - Utilização e ocu-
pação compulsória
- A fachada da R. Mariano
Pamplona será mantida, po- - Concessão de uso
dendo receber novas abertu- para a moradia
ras REGRAS DE OCUPAÇÃO
- As lajes devem ser acessí- DE TERRA
veis quando possível

- A cor das fachadas segui-


rá a escolha de cada morador
ATORES de sua respectiva habitação, NORMAS PARA
sendo livre a escolha de co-
res ÁREAS LIVRES
- Autoconstrução é essencial - Padrão de ocupação: casas
VIZINHOS e imprescindível de no mínimo 5x5m (25m²),
implantadas dentro da malha
TÉCNICOS MUNICIPAIS estrutural prevista
- Áreas comuns com
LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS - Quintais comunitários raio de influência
15m (não mutáveis)
LOTEADOR/BARRAQUEIRO - Áreas non aedificandi
- Áreas de play-
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES - Táticas coletivas de ocu- ground com raio de
pações influência de 30m
(preferencialmente
- Adição até o limite centro de quadra)
ÍNDICE DE FIGURAS

[1] Escoramento da fachada com chaminé ao fundo, 2019. Fonte: foto do autor. 107
[2] Escalas. Fonte: elaborado pelo autor
[3] Região metropolitana de São Paulo. Fonte: elaborado pelo autor com base no Google Earth.
[4] São Paulo + Grande ABC. Fonte: elaborado pelo autor com base no QGIS.
[5] Grande ABC. Fonte: elaborado pelo autor com base no QGIS.
[6] Espaço Verde Chico Mendes. Fonte: Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br>. Acesso em: 28 abr. 2019.
[7] General Motors Brasil. Fonte: Chevrolet Brasil.
Disponível em: <https://www.chevrolet.com.br/>. Acesso em: 28 abr. 2019.
[8] ParkShopping São Caetano, 2017. Fonte: Multiplan.
Disponível em: <http://multiplan.com.br/>. Acesso em: 28 abr. 2019.
[9] Município de São Caetano do Sul. Fonte: elaborado pelo autor com base no Google Earth.
[10] Mapa escala bairro. Fonte: elaborado pelo autor com base no Google Earth.
[11] Museu Histórico Municipal. Fonte: Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
[12] Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul. Fonte: Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
[13] Acumulo de lixo nas fachadas, 2019. Fonte: foto do autor.
[14] Vista interna do terreno, 2019. Fonte: foto do autor.
[15] Mapa da área de intervenção. Fonte: elaborado pelo autor com base no Google Earth.
[16] Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo - destaque dos remanescentes, 1912. Fonte: Fundação Pró-
-Memória de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
[17] Azulejo com o brasão das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, 2012. Fonte: São Paulo Antiga -
fotografia por Douglas Nascimento.
Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/irfm-sao-caetano-do-sul/>. Acesso em: 02 mai. 2019.
[18] Urbanização de São Paulo, 1924. Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento de São
Paulo.
Disponível em: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/>. Acesso em: 13 mar. 2019.
[19] Núcleo de São Caetano do Sul, 1924. Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento de
São Paulo.
Disponível em: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/>. Acesso em: 13 mar. 2019.
[20] Vista da Fazenda Tijucuçu com as chaminés da Fábrica Pamplona ao fundo, 1905. Fonte: Fundação Pró-
-Memória de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
[21], [22] Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, 1940. Fonte: Fundação Pró-Memória de São Caetano do
Sul. Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2019.
[23] Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, 1960. Fonte: Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul.
Acesso em: 16 abr. 2019.
[24] Agrupamento das unidades segundo processo produtivo, 2008. Fonte: Investigação Ambiental Comple-
mentar, 2008 - CONAM.
Disponível em: <https://www.seesp.org.br/site/images/ecosp2012/gustavo_freitas.pdf>. Acesso em: 12 mar.
2019.
[25], [26] Galpões abandonados voltados para linha férrea, 2009. Fonte: São Paulo Antiga.
Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/irfm-sao-caetano-do-sul/>. Acesso em: 19 mai. 2019.
[27] Subáreas, investigação da CETESB. Fonte: elaborado pelo autor com base no Google Earth e Investi-
gação da CETESB.
Disponível em: <https://www.seesp.org.br/site/images/ecosp2012/gustavo_freitas.pdf>. Acesso em: 12 mar.
2019.
[28] Galpão abandonado, 2009. Fonte: São Paulo Antiga. Disponível em <http://www.saopauloantiga.com.br/
irfm-sao-caetano-do-sul/>. Acesso em: 02 mai. 2019.
[29] Prefeito José Arucchio Junior na demolição das Indústrias Matarazzo, 2010. Fonte: Prefeitura Mu-
nicipal de São Caetano do Sul.
Disponível em: <http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br>. Acesso em: 14 abr. 2019.
[30] Portão próximo a igreja, 2019. Fonte: foto do autor.
[31], [32] Fachada da Rua Mariano Pamplona, 2019. Fonte: foto do autor.
[33] Fachada escorada em estrutura metálica, 2019. Fonte: foto do autor.
[34] Vista interna do terreno, 2019. Fonte: foto do autor.
[35] Mapa cheios e vazios, 2019. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de
São Caetano do Sul. [54] Diagrama programa. Fonte: elaborado pelo autor.
[36] Mapa de topografia, 2019. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de [55] Estudo Viver ampliado. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São
São Caetano do Sul. Caetano do Sul.
[37] Mapa de fluxos, 2019. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São [56], [57], [58], [59], [60], [61], [62], [63], [64], [65], [66] Estudo colaborativo “casa ideal”. Fonte:
Caetano do Sul. acervo do autor.
[38] Mapa de uso e ocupação do solo, 2019. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Pre- [67] Quadrinhos ácidos em: casas, 2014. Fonte: charge de Pedro Leite.
feitura de São Caetano do Sul. [68] Grotinho de Paraisópolis - construindo espaços de convívio, 2015. Fonte: Boldarini Arquitetos
[39] Divisões de macrozonas, 2010. Fonte: Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul. Associados. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/760744/grotinho-de-paraisopolis-construindo-
Disponível em: <http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br>. Acesso em: 12 mar. 2019. -espacos-de-convivio-boldarini-arquitetos-associados>. Acesso em: 01 nov. 2019.
108 109
[40] Divisões de macrozonas, 2016. Fonte: Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul. [69] Hiperverticalização, 2019. Fonte: Cotidiano, Folha de São Paulo.
Disponível em: <http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br>. Acesso em: 12 mar. 2019. [70], [71] Paraisópolis. Fonte: fotos de Liliana Oliveira.
[41] Moodboard de referências projetuais, 2019. Fonte: elaborado pelo autor. [72] Exposição “Densidade”, 2013. Fonte: foto de Jorge Taboada, X Bienal de Arquitetura de São Paulo.
______ . [1] Centro de visitantes do Monastério de Villers. Fonte: Archdaily - fotos de François Lichtle. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-156608/exposicao-densidade-conversa-com-o-fotografo-
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tps://www.archdaily.com.br/br/872581/projeto-de-ampliacao-de-uma-das-residencias-incrementais-do-elemen-
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______ . [12] Residencial Parque Novo Santo Amaro V, São Paulo, 2012. Fonte: foto de Leonardo Finotti AMORE, Caio Santo; LEITÃO, Karina. Introdução: Favela de Nome, cidade de fato. In: FERREIRA, Lara; OLIVEIRA,
(Vigliecca e Associados). Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/623191/residencial-parque-novo- Paula; IACOVINI, Victor (org.). Dimensões do intervir em favelas: desafios e perspectivas. 1ª. ed. [S. l.]:
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______ . [13] Grotinho de Paraisópolis - construindo espaços de convívio, 2015. Fonte: Boldarini Arqui-
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[43] Estudo Coviver. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São Caetano BONDUKI, Nabil Georges. Habitar São Paulo: Reflexões Sobre a Gestão Urbana. São Paulo: Estação Liberdade,
do Sul. 2000.
[44] Estudo deck do lago. Fonte: croqui elaborado pelo autor.
[45], [46] Estudo de intervenção nas fachadas. Fonte: croqui elaborado pelo autor. BRANDI, Cesari. Teoria da restauração. 1ª. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
[47] Estudo Conviver. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São Caetano
do Sul. BRASIL. Decreto-lei n° 120, de 15 de julho de 1912. Lex: coletânea de legislação: edição municipal, São
[48] Estudo do Mirante. Fonte: croqui elaborado pelo autor. Caetano do Sul, v. 1, 1912.
[49] Estudo Conscientizar. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São
Caetano do Sul. DEJTIAR, Fabian. Gehl: O paradoxo de planejar a informalidade, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily.
[50] Estudo Conectar. Fonte: croqui elaborado pelo autor. com.br/br/890237/gehl-o-paradoxo-de-planejar-a-informalidade>. Acesso em: 10 mai. 2019.
[51] Estudo Conscientizar ampliado. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura
de São Caetano do Sul. FUNDAÇÃO PRÓ MEMÓRIA DE SÃO CAETANO DO SUL. História dos Bairros. Disponível em: <http://www.fpm.org.br/
[52] Diagrama processo de implantação. Fonte: elaborado pelo autor. HistoriaBairros/List>. Acesso em: 14 abr. 2019.
[53] Estudo Viver. Fonte: elaborado pelo autor com base em cartografias da Prefeitura de São Caetano do
Sul. ______ . Raízes, edições 25 e 41. São Caetano do Sul. Disponível em: <http://www.fpm.org.br/>. Acesso em:
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1994. 120p. (Publicação Pólis, 15)
ILUSTRAÇÕES
capa e verso [Felipe Menezes]
p. 8, 10-11, 24-25, 42-43, 52-53, 56-57, 106 [Felipe Menezes]
COVIVER
25m² - TÉRREO
1-2 pessoas

possui: banheiro - lavanderia,


cozinha, sala e quarto.

Térreo - Esc. 1/75


50m² - DUPLEX
1-4 pessoas

possui: 2 banheiros, lavanderia, sala, cozinha, sala de jantar e 2 quartos.

Térreo - Esc. 1/75 1º Pavimento - Esc. 1/75


50m² - TÉRREO
1-4 pessoas

possui: banheiro, lavanderia, sala, cozinha, sala de jantar,


escritório e 3 quartos.

Térreo - Esc. 1/75


1º Pavimento - Esc. 1/75

Térreo - Esc. 1/75

75m² - DUPLEX INVERTIDO


1-5 pessoas

possui: 2 banheiros, lavande-


ria, sala, cozinha, sala de
jantar, escritório e 3 quartos.
Térreo - Esc. 1/75

75m² - DUPLEX
1-5 pessoas

possui: 2 banheiros, lavande-


ria, sala, cozinha, sala de
jantar, escritório e 3 quartos.

1º Pavimento - Esc. 1/75


A
1-5

B
1-5

C
1-5
A

A1 TÉRREO - INÍCIO B

Densidade: 28uh x 3,6hab = 100,8hab / 0,27ha = 378,97hab/ha

28 unidades habitacionais (25m², 50m² e 75m²)


4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
23 vagas
7 escadas externas
9 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

R. Mariano Pamplona
734

D D

C B A

B1 1º PAVIMENTO - INÍCIO B

Densidade: 28uh x 3,6hab = 100,8hab / 0,27ha = 378,97hab/ha

28 unidades habitacionais (25m², 50m² e 75m²)


4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
22-25 vagas
7 escadas externas
9 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

736,9

D D

C B A

C1 2º PAVIMENTO - INÍCIO B

Densidade: 28uh x 3,6hab = 100,8hab / 0,27ha = 378,97hab/ha

28 unidades habitacionais (25m², 50m² e 75m²)


4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
22-25 vagas
7 escadas externas
9 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

739,8

D D

C B A
A

A2 TÉRREO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal

R. Mariano Pamplona
expansão vertical

nova construção

734

D D

C B A

B2 1º PAVIMENTO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal
R. Mariano Pamplona

expansão vertical

nova construção

736,9

D D

C B A

C2 2º PAVIMENTO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal
R. Mariano Pamplona

expansão vertical
739,8

nova construção

D D

C B A
A

A3 TÉRREO - INTERMEDIÁRIO B

Densidade: 38uh x 3,6hab = 136,8hab / 0,27ha = 506,7hab/ha

38 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
17 vagas
9 escadas externas
11 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

R. Mariano Pamplona
734

D D

C B A

B3 1º PAVIMENTO - INTERMEDIÁRIO B

Densidade: 38uh x 3,6hab = 136,8hab / 0,27ha = 506,7hab/ha

38 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
17 vagas
9 escadas externas
11 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

736,9

D D

C B A

C3 2º PAVIMENTO - INTERMEDIÁRIO B

Densidade: 38uh x 3,6hab = 136,8hab / 0,27ha = 506,7hab/ha

38 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
17 vagas
9 escadas externas
11 comércios

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

739,8

D D

C B A
A

A4 TÉRREO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal

R. Mariano Pamplona
expansão vertical

nova construção

734

D D

C B A

B4 1º PAVIMENTO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal
R. Mariano Pamplona

expansão vertical

nova construção

736,9

D D

C B A

C4 2º PAVIMENTO - POSSIBILIDADES B

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

Legenda

C
expansão horizontal
R. Mariano Pamplona

expansão vertical
739,8

nova construção

D D

C B A
A

A5 TÉRREO - FINAL B

Densidade: 47uh x 3,6hab = 169,2hab / 0,27ha = 626,67hab/ha

47 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
x vagas
8 escadas externas
x boxes de comércio

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

R. Mariano Pamplona
734

D D

C B A

B5 1º PAVIMENTO - FINAL B

Densidade: 47uh x 3,6hab = 169,2hab / 0,27ha = 626,67hab/ha

47 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
x vagas
8 escadas externas
x boxes de comércio

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

736,9

D D

C B A

C5 2º PAVIMENTO - FINAL B

Densidade: 47uh x 3,6hab = 169,2hab / 0,27ha = 626,67hab/ha

47 unidades habitacionais
4 áreas comuns fixas
1 playground fixo
x vagas
8 escadas externas
x boxes de comércio

Esc. 1/200
10m 1m
N
5m

C
R. Mariano Pamplona

739,8

D D

C B A
COMPONENTES CONSTRUTIVOS

TELHADO VERDE
impermeabilização
vegetação
terra
PLACA DE MADEIRA
vedação para o vão da
laje

*sua retirada possibili-


ta o acesso à laje e ex- LAJE MACIÇA
pansão vertical
espessura 10cm

*a laje prevê a expansão


vertical e acesso a mes-
ma, deixando um vão livre

REVESTIMENTO
DRYWALL
argamassa
paredes internas
*possibilidade do mo- espessura 78mm
rador escolher a cor de
suas fachadas

BLOCO ESTRUTURAL
paredes externas
14x19x39cm
JANELA BASCULANTE
JANELA DE CORRER
*diversas possibilidades
e tamanhos

*os banheiros possuem sistema de


ventilação por exaustor, sen-
do assim, não há necessidade de
aberturas

INÍCIO
AA Esc. 1/150 742,7

739,8

736,8

734

INTERMEDIÁRIO
AA Esc. 1/150 742,7

739,8

736,8

734

FINAL
AA Esc. 1/150 742,7

739,8

736,8

734

742,7
INÍCIO
BB Esc. 1/150

739,8

736,8

734

INTERMEDIÁRIO 742,7

BB Esc. 1/150

739,8

736,8

734

FINAL 742,7

BB Esc. 1/150

739,8

736,8

734
742,7

739,8

INÍCIO
CC Esc. 1/150
736,8

734

742,7
INTERMEDIÁRIO
CC Esc. 1/150
739,8

736,8

734

742,7
FINAL
CC Esc. 1/150
739,8

736,8

734

INÍCIO
742,7
DD Esc. 1/175

739,8

736,8

734

INTERMEDIÁRIO
DD Esc. 1/175 742,7

739,8

736,8

734

FINAL
DD Esc. 1/175 742,7

739,8

736,8

734

INÍCIO FACHADA R. MARIANO PAMPLONA


Esc. 1/150

INTERMEDIÁRIO
Esc. 1/150

FINAL
Esc. 1/150
COVIVER

COVIVER

COVIVER
O PODER DAS PESSOAS

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