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DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
Pesquisador Responsável
Dr. Ricardo Alves de Olinda
Professor Adjunto: Departamento de Estatı́stica - UEPB
prof ricardo@cct.uepb.edu.br
Colaboradores
1
Prof. Dr. Gustavo Henrique Esteves
1
Prof. Dr. Tiago Almeida de Oliveira
Prof. Me. Ednário Barbosa de Mendonça1
Campina Grande - PB
2019
1
Professor(a) do Departamento de Estatı́stica CCT - UEPB
Resumo
Este projeto tem como objetivo continuar a pesquisa da Cesta Básica mensal (Ração
Essencial Mı́nima), em Campina Grande - PB, que teve inı́cio no ano de 2015, atualizando
mensalmente as informações no site https://cgcestabasica.wixsite.com/extensao, associ-
ando a sua importância na renda familiar. Nessa perspectiva, as crises econômicas são
passı́veis de acompanhamento sistemático, no tocante às tendências de evolução/involução
dos preços da cesta básica (carne, feijão, arroz, farinha, tomate, pão francês, café em pó,
banana, açúcar, óleo, manteiga, ovos e flocos de milho). Para tanto, são utilizados os
procedimentos metodológicos utilizada pelo Departamento Intersindical de Estatı́stica e
Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) para a Pesquisa da Cesta Básica Nacional, esta-
belecida com base no Decreto Lei no 399, que regulamenta o salário mı́nimo no Brasil.
O desenvolvimento desse estudo deve-se ao fato de não haver uma pesquisa da Cesta
Básica no municı́pio, para acompanhamento mensal da evolução de preços dos principais
produtos básicos de alimentação, bem como o gasto mensal que um trabalhador deve ter
para comprá-los. O desenvolvimento e implementação das ações previstas, nesse projeto,
asseguram a operacionalização da prática extensionista universitária, representadas por
um conjunto de ações sistemáticas e interativas, capazes de viabilizarem a inter-relação
teórico-prática acadêmica a serviço do interesse do municı́pio. No qual o projeto possibi-
lita ao estudante que possa ter uma vivência na prática de análise de dados. Ademais,
destacamos a apresentação do nosso projeto de Extensão, cota 2019/2020, no 8o Congresso
Brasileiro de Extensão Universitária, realizado na Universidade Federal do Rio Grande
do Norte e a parceria com a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor,
PROCON - CG.
Palavras-Chave: Cesta Básica Local, Bacharelado em Estatı́stica, Desenvolvimento
Social.
1 Fundamentação teórica
De acordo com Martins et al., (2003), cesta básica é um termo utilizado para designar
um conjunto de bens, englobando os gêneros alimentı́cios suficientes para determinada
famı́lia pelo perı́odo de um mês. A partir do cálculo do custo da cesta básica, também
é possı́vel estimar o valor do salário mı́nimo necessário para cumprir o estabelecido pela
Constituição de 1988. A constituição define o salário mı́nimo como aquele fixado em lei,
nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas (do traba-
lhador) e às de sua famı́lia com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo.
Desde janeiro de 1959, quando começou a calcular o Índice de Custo de Vida (ICV)
no municı́pio de São Paulo, o Departamento Intersindical de Estatı́stica e Estudos Sócio-
Econômicos (DIEESE) também passou a acompanhar mensalmente o custo da Cesta
Básica Nacional (Ração Essencial Mı́nima). Atualmente, o DIEESE realiza a pesquisa
da Cesta Básica Nacional em dezesseis capitais do paı́s e acompanha mensalmente a
evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um
trabalhador teria para comprá-los.
Sendo assim, é possı́vel destacar duas propostas de cestas básicas: a do Decreto Lei
399 de 30 de abril de 1938, que institui o salário mı́nimo, e a do Procon/DIEESE. A cesta
básica do Decreto 138/38, que determina o consumo individual e não familiar, ainda é a
mais utilizada como referência do poder aquisitivo dos assalariados. A cesta básica do
Procon/DIEESE ganhou importância devido à divulgação mensal da relação de seu custo,
comparado com o salário mı́nimo.
Os preços dos produtos são coletados diretamente da prateleira, sem o auxı́lio de infor-
mante. Determinando, desta forma, os pesos, esses se mostrarão, muitas vezes, dispersos,
havendo, portanto, a necessidade de adotar certos critérios de ajustes. A partir do preço
médio de cada produto, realizando-se as devidas conversões para as quantidades da Cesta
Básica em Campina Grande, como forma de encontrar a soma do custo mensal.
Para cada produto se estabelece os tipos, em média três marcas mais ofertadas nos
locais da amostra e unidades de medida de cada produto. Realizada uma primeira asso-
ciação a partir da especificação (marca, tipo, etc.) de cada produto é possı́vel verificar os
gastos das famı́lias com as provisões mı́nimas dos alimentos que compõem a CBN.
1.1 Objetivos e metas a serem alcançados
Objetivo geral:
• O objetivo geral deste projeto de extensão é estimular ações integradas dos professo-
res e alunos do curso de Estatı́stica da UEPB com vários estabelecimentos comerciais
de Campina Grande, na perspectiva calcular o custo total mensal da Cesta Básica.
Objetivos especı́ficos:
ii) Calcular individualmente o custo de cada produto que compõe a Cesta Básica do
municı́pio de Campina Grande, conforme o site criado no projeto inicial.
iii) Estudar o comportamento sazonal dos itens que compõem a Cesta Básica do mu-
nicı́pio de Campina Grande, propondo alternativas temporais para produtos que
apresentarem oscilações de preços.
iv) Verificar qual produto é mais representativo no custo da Cesta Básica, divulgando
os resultados mensalmente no site: https://cgcestabasica.wixsite.com/extensao e na
página do Curso de Bacharelado em Estatı́stica da UEPB.
O levantamento sistemático de preços tem por finalidade atender aos anseios da po-
pulação em mensurar o real poder de compra que a população de Campina Grande possui,
além de proporcionar à polı́tica econômica uma visão da situação que o efetivo valor da
moeda nacional possui dentro do municı́pio. A maneira que representa mais fielmente
essa mensuração é através da construção de um ı́ndice de preços para a cesta básica local,
conforme criado no último projeto de extensão. É importante ressaltar que o site criado
no projeto “Cesta Básica de Campina Grande”, COTA 2019/2020, criado desde o ano
de 2015, teve mais de 30 mil acessos, ratificando assim, a importância desse projeto de
extensão para a sociedade campinense. Que é ainda mais importante para o estudante
envolvido, pois lhe dar a oportunidade de ver como funciona a prática da coleta e análise
de dados. E assim, tornando o projeto muito importante para o estudante quanto para a
população Campinense.
No Brasil, existem várias propostas de composição de cestas básicas, não havendo, por
conta dessa diversidade, consenso na aceitação de uma determinada cesta “padrão”, que
seja usada como referência tanto pelo governo quanto pelos vários setores da sociedade
civil organizada. Uns acreditam que a cesta deva ser composta a partir do consumo
observado, ou seja, pelos alimentos que a população mais consome, independentemente
de sua composição nutricional. Outros defendem que a cesta básica deve conter alimentos
que assegurem a completa satisfação das necessidades nutricionais do ser humano.
Este projeto de extensão vem fornecendo, a partir de sua base de dados, importantes
contribuições, tanto do ponto de vista acadêmico, em razão dos dados que estão sendo
disponibilizados pelo projeto, para pesquisa ou trabalhos acadêmicos em geral, quanto do
ponto de vista econômico/social, partindo do acompanhamento que está sendo realizado,
mensalmente, do custo de cada produto, seja com a comparação que se faz em relação ao
custo total da cesta básica nos estabelecimentos pesquisados e a comparação ao valor do
salário mı́nimo em vigor.
Por ser de irrefutável importância a população, não se tem conhecimento de qual-
quer programa ou projeto desenvolvido por entidades públicas ou privadas, que realizem
esse trabalho nos termos propostos no escopo desse projeto. Em especı́fico, utilizando
a metodologia aplicada pelo órgão responsável pelo planejamento e desenvolvimento de
estudos econômicos do estado da Paraı́ba. Ademais, essa pesquisa de indicadores, normal-
mente, só é feita nas grandes capitais brasileiras. Dessa forma, os indicadores do cálculo
da cesta básica facultam o corpo docente cadastrado nesse projeto, pensar e planejar o
desenvolvimento do municı́pio, uma realidade já vivenciada pelas grandes universidades
brasileiras.
De acordo com o projeto que já está em execução desde 2015, pretende-se seguir
no desenvolvendo em três vertentes: planejamento e execução; compilação e análise dos
dados obtidos; divulgação dos resultados. Na primeira parte, estarão envolvidos alunos e
professores do curso de Bacharelado em Estatı́stica da UEPB. Aqui, temos estabelecido
a preparação dos questionários sobre o orçamento familiar, definindo como os mesmos
serão aplicados. Para isto, foi realizado um levantamento dos principais estabelecimentos
comerciais de alimentos do municı́pio de Campina Grande e a partir daı́ foi escolhido o
tipo de amostragem adequada a se utilizar. Para esta próxima edição, atualizaremos o
plano amostral junto ao PROCON - CG, na perspectiva de buscar mais informações das
redes atacadistas e supermercados da cidade de Campina Grande.
Mensalmente, as respostas estão sendo organizadas em uma planilha para que seja
possı́vel o uso do software estatı́stico R (R CORE TEAM, 2018) para analisar os dados.
Esta tarefa fica a cargo do(s) aluno(s) de graduação que faz/ou fará parte do projeto.
A seguir, realiza-se uma análise exploratória dos dados, que deverá dar os rumos de
uma análise estatı́stica mais sofisticada para os dados. Nesta nova etapa do projeto de
extensão, pretende-se utilizar técnicas da análise multivariada para identificar grupos de
estabelecimentos comerciais com similaridade nos preços da cesta básica.
Em suma, o projeto que vem analisando o custo da Cesta Básica fornece diversidade
aos alunos, com vistas na sua atuação, e quando egresso, capacitando-o para atuar no
âmbito, tanto no setor público, como no setor privado, ou ainda, prosseguir seus estudos
em cursos de pós-graduação. Configura-se, então, a ideia de um profissional dotado de um
conhecimento múltiplo e diferenciado, além de poder, com eficiência e eficácia, verificar,
analisar, interpretar e auxiliar a sociedade da grande região metropolitana de Campina
Grande.
Campina Grande possui um PIB de 5.339 bilhões de reais (IBGE 2011, sendo o se-
gundo municı́pio com maior PIB do estado da Paraı́ba. Em 2009, possuı́a o segundo maior
PIB do interior do Nordeste ficando atrás apenas de Feira de Santana (BA). As princi-
pais atividades econômicas do municı́pio de Campina Grande são: extração mineral; de
beneficiamento e de desenvolvimento de software; comércio varejista, culturas agrı́colas;
pecuária; indústrias de transformação, atacadista e serviços.
Referências Bibliográficas