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SÃO PAULO
2023
CHRISTIANE DE CAMARGO PENTEADO
\ ‘
SÃO PAULO
2023
FICHA CATALOGRÁFICA
CDU 338.439
Ficha Catalográfica elaborada por: Isabele Oliveira dos Santos Garcia CRB SP-
010191/O
Biblioteca Karl A. Boedecker da Fundação Getulio Vargas - SP
CHRISTIANE DE CAMARGO PENTEADO
Banca examinadora:
____________________________________________
Prof.Dr. Felippe Cauê Serigati
EESP/FGV
____________________________________________
Prof. Dra. Thalita Cucki
CRMV-SP
____________________________________________
Prof. Dr. Angelo Costa Gurgel
EESP/FGV
AGRADECIMENTOS
This paper focuses on the Plant-Based products market in Brazil, exploring the
growth context of this segment and the associated challenges and opportunities. The
central issue addressed is the viability of the Plant-Based market as a sustainable
and economical food alternative in the country. The main objective of the research
was to qualitatively assess the growth viability of this market in Brazil, considering
both the opportunities and challenges it faces. The specific objectives included
identifying factors that influence the viability of this market, such as opportunities and
threats, and analyzing the acceptance of these products as an additional food option
for Brazilians. The adopted methodology consisted of a comprehensive bibliographic
survey, using sources such as The Good Food Institute, Conab, IBGE, Cepea, UN,
Bloomberg, and FAO data. Variables such as per capita consumption of different
types of meat, population growth, and prices of Plant-Based products and animal
proteins were analyzed. The final considerations indicate significant growth potential
for the Plant-Based market in Brazil, with a growing movement towards more flexible
diets, such as flexitarianism. However, challenges such as the high price of Plant-
Based products and consumer acceptance issues still persist. It is suggested that the
food industries and public policies focus on strategies to reduce production costs and
improve market acceptance.
AA Aminoácidos
FIGURAS
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................
1.2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA..........................................................................................
1.3 METODOLOGIA...................................................................................................................
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................................
2.1 ASPECTOS NUTRICIONAIS...............................................................................................
2.1.1 Proteínas e aminoácidos essenciais da dieta..............................................................
2.1.2 Fontes de proteínas e aminoácidos essenciais...........................................................
2.1.3 Segurança alimentar....................................................................................................
2.1.4 Saúde humana e a dieta baseada em proteína animal versus a dieta
plant based............................................................................................................................
2.2 CONCEITO DO FLEXITARIANISMO...................................................................................
2.2.1 Crescimento dos flexitarianos e o mercado Plant-Based............................................
2.2.2 Mercado Plant-Based e o consumidor brasileiro.........................................................
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................................
3.1 OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DA PROTEÍNA ANIMAL E VEGETAL................................
3.1.1 Soja..............................................................................................................................
3.1.2 Ervilha...........................................................................................................................
3.1.3 Leite..............................................................................................................................
3.1.4 Carne............................................................................................................................
3.1.5 Carne suína..................................................................................................................
3.1.6 Aves..............................................................................................................................
3.2 CUSTOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO ANIMAL VERSUS PROTEÍNA
VEGETAL...................................................................................................................................
3.2.1 Vegetal.........................................................................................................................
3.2.2 Animal...........................................................................................................................
3.3 INSUMOS PARA PRODUÇÃO PLANT-BASED...................................................................
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
alimentos de origem animal nas refeições (Tuso, 2013). Nessa dieta, são utilizados
produtos Plant-Based, também conhecidos como análogos de plantas. Esses
produtos são processados a partir de matérias-primas vegetais para atender às
necessidades alimentares de pessoas que buscam reduzir ou eliminar o consumo de
carne. O objetivo dessa produção é tornar esses alimentos à base de plantas mais
semelhantes em sabor e textura aos alimentos de origem animal (GFI Brasil, 2021).
Em 2020, uma pesquisa coordenada pela The Good Food Institute (GFI), com
o apoio do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e 11 empresas
do setor, revelou que, os flexitarianos, que são definidos como pessoas que
reduziram ou pararam de consumir carne e a substituiram para produtos Plant-
Based, aumentaram de 29% em 2018, para 50% em 2020. Além disso, 39% dos
entrevistados buscavam realizar essa substituição pelo menos três vezes por
semana (GFI Brasil, 2021).
Em 2020, o Comitê de Agricultura da FAO (COAG) solicitou uma avaliação
global científica abrangente sobre a contribuição da pecuária para: a segurança
alimentar; os sistemas agroalimentares sustentáveis e; a nutrição e dietas
saudáveis. O estudo concluiu que alimentos de origem animal terrestres, quando
consumidos de acordo com padrões dietéticos apropriados, desempenham um papel
significativo na redução: do atraso no crescimento; da caquexia em crianças
menores de cinco anos; do baixo peso ao nascer; da anemia em mulheres em idade
reprodutiva (15 a 49 anos) e; do excesso de peso em crianças menores de cinco
anos. Em relação à sustentabilidade, a pesquisa destacou que as recomendações
de redução de proteínas de origem animal são incipientes, muitas vezes
impulsionadas por preocupações ambientais em países de alta renda. A
generalização sem considerar o contexto pode comprometer a saúde e gerar riscos
econômicos (FAO, 2023).
Uma alternativa para reduzir o consumo de proteína animal seria popularizar
a comercialização de produtos Plant-Based no Brasil, que consistem em alimentos
industrializados e análogos à proteína animal. Conforme a pesquisa realizada pelo
GFI à respeito do consumidor brasileiro, 45% deles veem os produtos Plant-Based
como uma opção à proteína animal, principalmente devido ao aumento do preço da
carne, enquanto 36% consideram essa escolha por razões de saúde, como melhoria
na digestão, redução do colesterol ou perda de peso.
13
1.3 METODOLOGIA
por país, sendo elas: consumo per/capita de carne bovina, suína, de frango e de
peixe; crescimento populacional; preço do produto plant-based e de proteína animal
no mercado, preço da produção de soja, ervilha e da produção de proteína bovina,
suína e de aves.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
A quantidade de proteína disponível para ser utilizada pelo corpo depende não só da
do seu valor biológico, como também de sua digestibilidade. A presença elevada de
fibra alimentar nos alimentos pode diminuir a capacidade de digerir as proteínas no
organismo, levando a uma perda de 2 a 3% da energia metabolizável desse
nutriente (FAO, 2002).
posição destacada do país num sistema alimentar mundial que segue promovendo
modelos de produção e consumo com conhecidas mazelas socioambientais e para a
saúde humana. Como agroexportador e para garantir a segurança aliemntar, o país
tem investido em estratégias para incentivo e fortalecimento da produção familiar,
ampliado o seu acesso a mercados institucionais e induzido a transição
agroecológica (CONSEA, 2015).
O Brasil obteve avanços sociais significativos na última década como
resultado a diversas medidas públicas direcionadas a esse fim. Dentre aas medidas,
destacam-se a valorização do salário mínimo, o aumento do crédito e de emprego
formais, a expansão dos programas de transferência de renda, e a reestruturação e
ampliação das políticas sociais. Essas ações abrangem a consolidação da rede de
proteção social, a garantia dos direitos sociais básicos nas políticas públicas e a
consequente ampliação da oferta de serviços públicos, resultando em melhorias
significativas em diversos indicadores sociais no país. Além disso, há avanços na
institucionalização da política de segurança alimentar e nutricional, resultando em
um significativo aumento no acesso à alimentação devido ao crescimento da renda
familiar e ao fortalecimento da agricultura familiar, camponesa e indígena. Estes
esforços foram acompanhados pela redução das desigualdades e melhorias em
diversos indicadores sociais (CONSEA, 2015).
O quadro de fome e insegurança alimentar é reflexo de uma série de eventos
que englobam não apenas a perspectiva da alimentação e as condições de saúde e
nutrição da população, mas também fatores sociais, políticos e econômicos
influenciados por um modelo estrutural e conjuntural presente na sociedade. Dessa
forma, a questão da alimentação vai além da mera disponibilidade de alimentos; é
essencial que existam circunstâncias que assegurem uma vida digna para viabilizar
esse processo (Nicola et al., 2020).
O Panorama Regional da Segurança Alimentar e Nutrição 2023, divulgado
pela ONU, ressalta que, na América Latina e no Caribe, a prevalência de
subalimentação não apresentou tendência crescente entre 2021 e 2022, ao contrário
do que ocorreu em outras regiões. Houve uma queda de 7% em 2021 para 6,5% em
2022, resultando na melhoria da situação de 2,4 milhões de pessoas na região. Da
mesma forma, a prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave também
diminuiu, passando de 40,3% em 2021 para 37,5% em 2022. Isso representa uma
melhoria para 16,5 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, que
21
2.1.4 Saúde humana e a dieta baseada em proteína animal versus a dieta plant
based
A ingestão de carne contribui significativamente para o aporte de nutrientes
essenciais à saúde humana. Contudo, há controvérsias e preocupações em relação
ao seu consumo prolongado. Algumas crenças atribuem a ingestão de carne
vermelha a possíveis danos ao sistema cardiovascular e à saúde em geral. Ao
avaliar os impactos do consumo de carne na saúde, é fundamental considerar as
evidências científicas disponíveis. (Burin et al., 2016).
O estudo Adventist Health Study (AHS-2), contou com mais de 96.000
participantes e concluiu que a combinação da dieta vegetariana com um estilo de
vida saudável estava relacionada a menores riscos de condições como diabetes tipo
2, hipertensão arterial, obesidade e câncer, além de uma taxa de mortalidade por
todas as causas mais baixa. Essas descobertas sugerem que escolhas dietéticas e
estilo de vida podem ter impactos positivos na saúde. (Orlich; Fraser, 2014).
Os estudos demonstram que os vegetarianos tendem a adotar práticas que
favorecem a qualidade de vida, tais como cuidar do corpo, praticar exercícios físicos
e manter um baixo consumo de substâncias prejudiciais à saúde (Vieira et al., 2020).
Em contrapartida, pesquisas também indicam que entre os onívoros, há relatos de
baixo consumo de verduras e legumes, alto consumo de carne e o hábito de
substituir as refeições principais por lanches Essas discrepâncias nas demais
24
até 2030. Por outro lado, uma absorção mais lenta, limitada por questões
regulatórias e restrições de oferta, poderá resultar em um mercado de 37 bilhões de
dólares (BLOOMBERG, 2021).
7
6
5
4
3
2
1
0
2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
Anos
Fonte: Adaptado de Bloomberg Intelligence, OECD FAO Agricultural Outlook 2021-2030, GFI 2020
State of the Industry Report.
27
80 71.5
60 56.8
42.2
40 34.8
27.5
20.2
20 13.2
4.2
0 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Rápida Base
Linear (Base) Lenta
Fonte: Adaptado de Bloomberg Intelligence, OECD FAO Agricultural Outlook 2021-2030, GFI 2020
State of the Industry Report.
.
Em 2022, o mercado plant-based cresceu 5% segundo pesquisa do GFI. À
medida que o envolvimento e o interesse dos consumidores pelas proteínas vegetais
aumentam em todo mundo, os fabricantes e varejistas estão introduzindo novos
produtos, desenvolvendo parcerias estratégicas e construindo novas instalações de
produção. A participação do setor público também está aumentando, com governos
em todo o mundo investindo em pesquisas e priorizando a comercialização (GFI,
2022).
1% Não
12%
Sim, eu passei a consumir menos
carne em cada refeição
Sim, eu passei a fazer pelo menos
12% uma refeição sem carne durante o
dia
Sim, eu passei a não comer carne
50% em determinados dias da semana
Sim, eu parei de comer carne to-
talmente
25%
Figura 7 - Análise da preferência dos brasileiros que reduziram o consumo de carne a consumirem
carne vegetal
36.50%
84.90%
52.80%
72.10%
das pessoas disseram que experimentariam carnes vegetais que fossem idênticas às de origem animal
disseram que comprariam esses produtos
dos brasileiros disseramq eu fariam essa substituição
dos respondentes disseram que pagaria a mais por uma carne vegetal
Fonte: Adaptado de GFI (2021).
29
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pesquisa realizada pela autora nos sites dos seguintes comércios eletrônicos:
Empório Quatro Estrelas, Oba Hortifruti, Pão de Açúcar, Zaffari e Bourbon, Hirota,
Swift Online, Mambo Delivery, Tenda Atacado,St Marche, Carrefour em 10 de
novembro de 2023.
3.1.1 Soja
Fonte: Adaptado de
CONAB/DIPAI/SUINF/GESIP
33
Figura 11 - Percentual das principais origens dos fertilizantes importados em valores, no estado de
São Paulo em 2022
A Figura 11, elaborada por Vegro e Angelo (2023), demonstra que em 2022,
a porcentagem das principais fontes de fertilizantes importados em valores é
representada no estado de São Paulo.
3.1.2 Ervilha
A soja foi, até pouco tempo atrás, a principal matéria-prima nacional para
produção de proteínas vegetais na forma de concentrados, isolados e
35
3.1.3 Leite
Sistema Extensivo:
o Produção de até 1.200 litros de leite por vaca ordenhada por ano.
III - DEPRECIAÇÕES
1 - Depreciação de benfeitorias/instalações 187.720,00 0,07 2,50%
2 - Depreciação de máquinas e implementos 114.279,28 0,04 1,52%
3 - Depreciação de animais de serviço 0,00 0,00 0,00%
4 - Depreciação de forrageiras não anuais 10.250,00 0,00 0,14%
Total de Depreciações (D) 312.249,28 0,11 4,15%
IV - OUTROS CUSTOS FIXOS
1 – Capatazia 0,00 0,00 0,00%
2 - Encargos sociais 4.155,07 0,00 0,06%
3 - Seguro do capital fixo 13.813,74 0,01 0,18%
Total de Outros Custos Fixos (E) 17.968,81 0,01 0,24%
Custo Fixo (D+E = F) 330.218,09 0,12 4,39%
CUSTO OPERACIONAL (C+F = G) 5.649.755,68 2,06 75,13%
V - RENDA DE FATORES
1 - Remuneração esperada sobre capital fixo 1.208.910,07 0,44 16,08%
2 – Terra 661.500,00 0,24 8,80%
Total de Renda de Fatores (H) 1.870.410,07 0,68 24,87%
CUSTO TOTAL (G+H = I) 7.520.165,75 2,74 100,00%
Fonte: Adaptado de CONAB/D 3,
IGEM/SUINF/GESIP
3.1.4 Carne
desse tipo de sistema não são resultado de seleção genética (Carvalho; Viana,
2011).
Tipos de sistemas Intensivos, segundo Corrêa (2017):
O sistema intensivo tem como principal objetivo alcançar altos ganhos de peso em
um curto período de tempo, ou seja, alta produtividade. Para isso, os animais são
criados em alta densidade populacional e recebem um manejo alimentar adequado
para cada fase do ciclo de produção (CARVALHO & VIANA, 2011). Esse sistema
pode ser classificado em duas categorias: no primeiro tipo, os animais são
confinados, enquanto no segundo, os animais são criados ao ar livre (SISCAL).
Custo Fixo
Serviços terceirizados 36,11 19,20%
Roçagem (trator 265) 0,8 0,43%
Energia 0 0,00%
Mortalidade 1,72 0,92%
Depreciação 12,63 6,71%
Custo alternativo 10,34 5,50%
Custo total/Animal 188,03 100,00%
Peso final do
animal 75kg
Custo total/Kg 2,5
Fonte: Adaptado de Carvalho e Viana (2011).
3.1.6 Aves
Tabela 6 - Média de custo de produção anual por quilo do frango - indústria e produtor - Santa Catarina
(2011-2020)
Custo de produção pago para 1,97 2,28 1,96 2,30 2,32 2,97
Indústria
4,05 4,70 4,16 4,66 4,80 5,64
Custo final da indústria
Fonte: Adaptado de Duminelli et al.(2023).
51
3.2.1 Vegetal
nitroso (N2O). Estes gases têm a capacidade de reter parte da radiação solar,
transformando-a em radiação infravermelha (calor) na superfície do planeta,
contribuindo para o aumento da temperatura média global (National Greenhouse
Gas Inventories Programme, 2007; Rocha, 2009).
3.2.2 Animal
uma lista extensa de ingredientes, nem nomes desconhecidos pelo grande público
(Carreiro, 2019).
Os aditivos naturais, por sua vez, são instáveis. No caso de corantes naturais,
por exemplo, sua estabilidade é comprometida quando aplicados em produtos. Isso
significa que o simples uso de tratamentos térmicos, utilizados para aumentar o
tempo de validade das bebidas, pode resultar em desestabilização do processo e
perda da coloração ou tonalidade.
Existe um amplo mercado potencial para ingredientes naturais, como aromas,
corantes e outros componentes. No entanto, diversos obstáculos estão impedindo o
rápido desenvolvimento e a fluidez no mercado brasileiro. A obtenção de amostras
para testes está se tornando cada vez mais desafiadora. A produção mínima de
aromas naturais está em ascensão, o que demanda um cuidadoso planejamento de
estoque para evitar excesso de produtos parados. Em síntese, todo o processo de
fabricação e comercialização de produtos naturais requer um estudo minucioso para
assegurar a viabilidade do negócio. A alta tecnologia desempenha um papel crucial
no processo de fabricação, oferecendo soluções inovadoras e equilibradas em
termos de custo (SOARES, 2014).
57
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas pesquisas realizadas, não se pode concluir que haverá uma
insegurança alimentar com o expressivo crescimento populacional previsto devido a
inúmeros outros motivos que podem afetar o consumo de carne, que não
necessariamente estão ligados ao crescimento populacional ou a escassez de
matéria-prima e as melhorias que já estão sendo realizadas para tornar o
agronegócio brasileiro mais produtivo. A extensão territorial e outros empecilhos
podem ser contornados com o emprego de novas tecnologias para aumento da
produtividade, como inseminação artificial em gado bovino de corte, por exemplo.
Não há banco de dados a respeito dos custos de produção dos produtos
plant-based acabados e poucas pesquisas em relação ao preço de mercado nas
cidades brasileiras. Sendo assim, para estimar os custos de sua produção avaliamos
as principais matérias primas proteicas utilizadas para seu desenvolvimento, como
soja e ervilha, em relação às proteínas animais como leite, carne suína e carne de
aves.
Quanto ao valor nutricional, podemos concluir que tudo depende da
combinação de alimentos que será feita, principalmente no caso da dieta plant
based que precisa de uma associação maior de proteínas vegetais para adquirir
todos os aminoácidos essenciais. Quanto à qualidade de vida, pode-se concluir que
independentemente da dieta vegetal ou animal, o que realmente faz a diferença é a
associação diária entre dieta e hábitos saudáveis, o que faz mais parte da rotina dos
vegetarianos/veganos e flexitarianos.
Quanto aos custos, independente da opção de proteína animal ou vegetal,
precisamos evoluir o agronegócio para que possamos ter insumos como fertilizantes
e sementes tanto para cultivo de soja, por exemplo, para produção Plant-Based,
como para ração para produção de proteína de origem animal. Os produtos Plant-
Based além de tudo, precisam de novas tecnologias para que se possa obter
também corantes e aromas naturais de terras brasileiras e de forma econômica.
A variável kilo per capita, mede a oferta de carne no mercado interno dividido
pela população. O resultado do crescimento populacional em relação ao consumo
per capita das diversas modalidades de proteínas de origem animal, por si só pode
estar relacionado a diversos fatores:
58
REFERÊNCIAS
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