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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO

CHRISTIANE DE CAMARGO PENTEADO

UMA ANÁLISE AOS CUSTOS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANT-BASED NO


BRASIL E SEUS DESAFIOS

SÃO PAULO
2023
CHRISTIANE DE CAMARGO PENTEADO

UMA ANÁLISE AOS CUSTOS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANT BASED NO


BRASIL E SEUS DESAFIOS

Dissertação apresentada à Escola de Economia de


São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, como
requisito para a obtenção do título de Mestre em
Agronegócio. Campo de Conhecimento: INDÚSTRIA
e VIABILIDADE FINANCEIRA.

Orientador: Prof. Dr. Felippe Cauê Serigati

\ ‘

SÃO PAULO
2023
FICHA CATALOGRÁFICA

Penteado, Christiane de Camargo.


Uma análise aos custos na implementação do plant-based no Brasil e seus
desafios / Christiane de Camargo Penteado. - 2023.
71 f.

Orientador: Felippe Cauê Serigati.


Dissertação (mestrado profissional MPAGRO) – Fundação Getulio Vargas,
Escola de Economia de São Paulo.

1. Alimentos - Consumo. 2. Alimentos - Indústria. 3. Desenvolvimento


sustentável. 4. Hábitos alimentares. 5. Viabilidade econômica. I. Serigati,
Felippe Cauê. II. Dissertação (mestrado profissional MPAGRO) – Escola de
Economia de São Paulo. III. Fundação Getulio Vargas. IV. Título.

CDU 338.439

Ficha Catalográfica elaborada por: Isabele Oliveira dos Santos Garcia CRB SP-
010191/O
Biblioteca Karl A. Boedecker da Fundação Getulio Vargas - SP
CHRISTIANE DE CAMARGO PENTEADO

UMA ANÁLISE AOS CUSTOS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANT-BASED NO


BRASIL E SEUS DESAFIOS

Dissertação apresentada à Escola de


Dissertação apresentada à Escola de
Economia de São Paulo, da Fundação
Getúlio Vargas – EESP/FGV, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Agronegócio.

Data de Aprovação: __/_ /__

Banca examinadora:

____________________________________________
Prof.Dr. Felippe Cauê Serigati
EESP/FGV

____________________________________________
Prof. Dra. Thalita Cucki
CRMV-SP

____________________________________________
Prof. Dr. Angelo Costa Gurgel
EESP/FGV
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, a Nossa Senhora Aparecida e a São Francisco de


Assis. Em segundo lugar, a minha amada mãe Dagmar Penteado, que zelou por
mim desde o meu primeiro segundo de vida e é quem me apoia em tudo, sem seu
amor eu jamais estaria aqui. Essa conquista é nossa! Também ao meu querido pai,
Cyro Penteado (in memorian), que sempre foi minha inspiração, principalmente na
vida acadêmica, e com quem divido agora, o título de Mestre pela Fundação Getúlio
Vargas. À minha irmã, Daguinha, por não medir esforços para me ajudar a
conquistar meus sonhos. Aos meus colegas de turma, por todo o apoio nos estudos
e pelos excelentes momentos que pudemos compartilhar juntos. E, por fim, ao meu
querido mestre e orientador, Prof. Dr. Felippe Serigati, com sua fonte inestimável de
conhecimento, que sempre foi extremamente solícito, gentil,compreesivol e
disponível, me apoiando em toda a elaboração deste trabalho.
RESUMO

Este trabalho foca no mercado de produtos Plant-Based no Brasil, explorando o


contexto de crescimento desse segmento e os desafios e oportunidades associados.
O problema central abordado é a viabilidade do mercado Plant-Based como
alternativa alimentar sustentável e econômica no país. O objetivo principal da
pesquisa foi avaliar qualitativamente a viabilidade de crescimento desse mercado no
Brasil, considerando tanto as oportunidades quanto os desafios que ele enfrenta. Os
objetivos específicos incluíram a identificação de fatores que influenciam a
viabilidade desse mercado, como oportunidades e ameaças, e a análise da
aceitação desses produtos como opção alimentar adicional para os brasileiros. A
metodologia adotada consistiu em um levantamento bibliográfico abrangente,
utilizando fontes como The Good Food Institute, Conab, IBGE, Cepea, ONU,
Bloomberg e dados da FAO. Foram analisadas variáveis como consumo per capita
de diferentes tipos de carne, crescimento populacional, e preços de produtos Plant-
Based e proteínas animais. As considerações finais indicam um potencial
significativo de crescimento para o mercado Plant-Based no Brasil, com um
movimento crescente em direção a dietas mais flexíveis, como o flexitarianismo. No
entanto, desafios como o preço elevado dos produtos Plant-Based e questões de
aceitação do consumidor ainda persistem. Sugere-se que as indústrias alimentícias
e políticas públicas se concentrem em estratégias para reduzir custos de produção e
melhorar a aceitação no mercado.

Palavras-chave: Mercado Plant-Based; Sustentabilidade; Consumo Alimentar;


Flexitarianismo; Viabilidade Econômica.
ABSTRACT

This paper focuses on the Plant-Based products market in Brazil, exploring the
growth context of this segment and the associated challenges and opportunities. The
central issue addressed is the viability of the Plant-Based market as a sustainable
and economical food alternative in the country. The main objective of the research
was to qualitatively assess the growth viability of this market in Brazil, considering
both the opportunities and challenges it faces. The specific objectives included
identifying factors that influence the viability of this market, such as opportunities and
threats, and analyzing the acceptance of these products as an additional food option
for Brazilians. The adopted methodology consisted of a comprehensive bibliographic
survey, using sources such as The Good Food Institute, Conab, IBGE, Cepea, UN,
Bloomberg, and FAO data. Variables such as per capita consumption of different
types of meat, population growth, and prices of Plant-Based products and animal
proteins were analyzed. The final considerations indicate significant growth potential
for the Plant-Based market in Brazil, with a growing movement towards more flexible
diets, such as flexitarianism. However, challenges such as the high price of Plant-
Based products and consumer acceptance issues still persist. It is suggested that the
food industries and public policies focus on strategies to reduce production costs and
improve market acceptance.

Keywords: Plant-Based Market; Sustainability; Food Consumption; Flexitarianism;


Economic Viability.
LISTA DE SIGLAS

AA Aminoácidos

AHS-2 Adventist Health Study

CEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

CICARNE Centro de Inteligência da Carne Bovina

CNA Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil

COP27 Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de


2022

GEE Gases de efeito estufa

GFI The Good Food Institute

Ibope Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística

IPEACS Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Centro Sul

LOSAN Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ONU Organização das Nações Unidas

RDA Recommended dietary allowance

SAN Segurança Alimentar e Nutricional

SISCAL Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre

SISCON Sistema Intensivo de Suínos Confinados


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 - Proteínas e suas funções………………………...………………. 16


Figura 2 - Consumo anual de carnes per capita no Brasil…........…….…... 22
Figura 3 - Cenário do mercado de varejo Plant-Based 2020-2030 em
porcentagem de penetração no mercado….………………..…... 26
Figura 4 - Cenário do mercado de varejo Plant-Based 2020-2030 em
bilhões de doláres……………...……………….………………..… 27
Figura 5 - Empresas tradicionais com participação no mercado de
proteínas alternativas………………………………………………. 27
Figura 6 - Você reduziu seu consumo de carne nos últimos 12 meses?.. 28
Figura 7 - Análise da preferência dos brasileiros que reduziram o
consumo de carne a consumirem carne vegetal…………….…. 28
Figura 8 - Pesquisa sobre a oferta de produtos plant-based em 6
supermercados de Uberlândia - MG em 2022…..………………. 29
Figura 9 - Pesquisa realizada em 10 sites de mercados pela internet em
2023…..……………………………………………………………… 30
Figura 10 - Percentual de participação das despesas no custo total da
produção de soja…………………………………………………… 33
Figura 11 - Percentual das principais origens dos fertilizantes importados
em valores, no estado de São Paulo em 2022………..………… 34
Figura 12 - Estimativa de custos de produção………………………………... 36
Figura 13 - Produção nacional de ervilha entre 2006 e 2016…………….…. 36
Figura 14 - Dados do projeto “Rentabilidade no Meio Rural em Mato
Grosso”…………….…................................................................. 43
TABELAS

Tabela 1 - Plantio de soja………………………………………………………. 31


Tabela 2 - Quantidade de leite produzida trimestralmente no sistema
tradicional e no compost barn em uma propriedade do oeste
de Santa Catarina em 2019……………......……..........…….…... 38
Tabela 3 - Custos de produção estimados no sistema Intensivo a Pasto
de março de 2023 no município de Castro-PR…....................... 39
Tabela 4 - Itens que compõem o SISCON…………………………………… 46
Tabela 5 - Itens que compõem o SISCAL……………………………………. 47
Tabela 6 - Média de custo de produção anual por quilo do frango -
indústria e produtor - Santa Catarina (2011-2020)..................... 50
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................
1.2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA..........................................................................................
1.3 METODOLOGIA...................................................................................................................
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................................
2.1 ASPECTOS NUTRICIONAIS...............................................................................................
2.1.1 Proteínas e aminoácidos essenciais da dieta..............................................................
2.1.2 Fontes de proteínas e aminoácidos essenciais...........................................................
2.1.3 Segurança alimentar....................................................................................................
2.1.4 Saúde humana e a dieta baseada em proteína animal versus a dieta
plant based............................................................................................................................
2.2 CONCEITO DO FLEXITARIANISMO...................................................................................
2.2.1 Crescimento dos flexitarianos e o mercado Plant-Based............................................
2.2.2 Mercado Plant-Based e o consumidor brasileiro.........................................................
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................................
3.1 OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DA PROTEÍNA ANIMAL E VEGETAL................................
3.1.1 Soja..............................................................................................................................
3.1.2 Ervilha...........................................................................................................................
3.1.3 Leite..............................................................................................................................
3.1.4 Carne............................................................................................................................
3.1.5 Carne suína..................................................................................................................
3.1.6 Aves..............................................................................................................................
3.2 CUSTOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO ANIMAL VERSUS PROTEÍNA
VEGETAL...................................................................................................................................
3.2.1 Vegetal.........................................................................................................................
3.2.2 Animal...........................................................................................................................
3.3 INSUMOS PARA PRODUÇÃO PLANT-BASED...................................................................
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................
11

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Segundo o relatório "Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo


2022" (OECD/FAO, 2023) em 2030, 670 milhões de pessoas, o equivalente a 8% da
população nacional, passarão fome. A pesquisa aponta que entre 2019 e 2021, 61,3
milhões de brasileiros enfrentarão algum grau de insegurança alimentar.
O Brasil fez parte do Pacto Global da ONU, onde adotou 17 objetivos de
desenvolvimento sustentável, incluindo: a erradicação da pobreza; fome zero; saúde
e bem-estar; consumo e produção sustentáveis; e ação contra as mudanças
climáticas. (PACTO GLOBAL, 2023).

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de


2022 (COP27), a Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA)
manifestou seu posicionamento em relação às negociações. A CNA propôs metas
de financiamento climático, a criação de mecanismos de adaptação na agropecuária
para enfrentar a demanda de zerar o desmatamento e a degradação dos biomas
brasileiros, além da operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono. O
objetivo é garantir a segurança alimentar enquanto se reduzem os impactos
ambientais da produção de alimentos (UNFCCC, 2022).

O termo "flexitariano" surge no contexto ambiental e alimentar, sendo uma


fusão de "flexível" e "vegetariano" (Rosenfeld, 2018). Refere-se a pessoas que
apreciam carne, mas buscam reduzir o consumo, considerando ética, consciência,
sustentabilidade e saúde individual. Os flexitarianos demonstram preocupações com
as mudanças climáticas, desmatamento e bem-estar animal (Lena, 2019).
Segundo pesquisa da Euromonitor, “10 principais tendências globais de
consumo” entre 2016 e 2017 o Brasil entrou em 6º lugar no ranking dos 10 países
com maior aumento no número de vegetarianos. A tendência é maior em países
desenvolvidos, mas mesmo nos países em desenvolvimento os consumidores
jovens, urbanos e com renda média e alta também defendem a nova tendência do
consumo consciente. (Euromonitor, 2019).
Os flexitarianos estão adotando a dieta Plant-Based, caracterizada pela
predominância de vegetais frescos ou minimamente processados e pela redução de
12

alimentos de origem animal nas refeições (Tuso, 2013). Nessa dieta, são utilizados
produtos Plant-Based, também conhecidos como análogos de plantas. Esses
produtos são processados a partir de matérias-primas vegetais para atender às
necessidades alimentares de pessoas que buscam reduzir ou eliminar o consumo de
carne. O objetivo dessa produção é tornar esses alimentos à base de plantas mais
semelhantes em sabor e textura aos alimentos de origem animal (GFI Brasil, 2021).
Em 2020, uma pesquisa coordenada pela The Good Food Institute (GFI), com
o apoio do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e 11 empresas
do setor, revelou que, os flexitarianos, que são definidos como pessoas que
reduziram ou pararam de consumir carne e a substituiram para produtos Plant-
Based, aumentaram de 29% em 2018, para 50% em 2020. Além disso, 39% dos
entrevistados buscavam realizar essa substituição pelo menos três vezes por
semana (GFI Brasil, 2021).
Em 2020, o Comitê de Agricultura da FAO (COAG) solicitou uma avaliação
global científica abrangente sobre a contribuição da pecuária para: a segurança
alimentar; os sistemas agroalimentares sustentáveis e; a nutrição e dietas
saudáveis. O estudo concluiu que alimentos de origem animal terrestres, quando
consumidos de acordo com padrões dietéticos apropriados, desempenham um papel
significativo na redução: do atraso no crescimento; da caquexia em crianças
menores de cinco anos; do baixo peso ao nascer; da anemia em mulheres em idade
reprodutiva (15 a 49 anos) e; do excesso de peso em crianças menores de cinco
anos. Em relação à sustentabilidade, a pesquisa destacou que as recomendações
de redução de proteínas de origem animal são incipientes, muitas vezes
impulsionadas por preocupações ambientais em países de alta renda. A
generalização sem considerar o contexto pode comprometer a saúde e gerar riscos
econômicos (FAO, 2023).
Uma alternativa para reduzir o consumo de proteína animal seria popularizar
a comercialização de produtos Plant-Based no Brasil, que consistem em alimentos
industrializados e análogos à proteína animal. Conforme a pesquisa realizada pelo
GFI à respeito do consumidor brasileiro, 45% deles veem os produtos Plant-Based
como uma opção à proteína animal, principalmente devido ao aumento do preço da
carne, enquanto 36% consideram essa escolha por razões de saúde, como melhoria
na digestão, redução do colesterol ou perda de peso.
13

Em novembro de 2021, o GFI confeccionou um report à respeito de um


estudo realizado com 21 empresas atuantes na indústria do segmento Plant-Based,
na qual o desenvolvimentos de matérias-primas e ingredientes nacionais foi
apontado como a maior prioridade entre as empresas para o avanço nas produções
dos Plant-Based.
Para impulsionar a produção dos insumos utilizados na produção dos
análogos da carne, o GFI e a Climate and Land Use Alliance estão liderando o
Programa Biomas. Este programa financia pesquisas com o objetivo de tornar
viáveis novos ingredientes e fontes de proteína provenientes de plantas nativas do
Cerrado e da Amazônia, incluindo Babaçu, Castanha do Brasil, Cupuaçu, Guaraná,
Baru, Macaúba e Pequi.

1.2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

O objetivo geral desta pesquisa é avaliar, de forma qualitativa, a viabilidade


do crescimento do mercado Plant-Based no Brasil, envolvendo uma análise sobre as
oportunidades e os desafios deste nicho e do mercado de proteína brasileiro como
um todo.
Os objetivos específicos da dissertação buscam identificar fatores de
oportunidades, ameaças, forças e fraquezas na viabilidade desse mercado, como
opção adicional à alimentação dos brasileiros. Tal pesquisa poderá contribuir em um
material para auxiliar tomadores de decisão na temática de pequenas, médias e
grandes indústrias alimentícias no entendimento dos conceitos de viabilidade da
produção de produtos Plant-Based, com vistas ao aumento do consumo destes
pelos brasileiros.

1.3 METODOLOGIA

O estudo foi constituído através de um levantamento bibliográfico onde foram


realizadas consultas a artigos, livros e sites, como The Good Food Institute, Conab,
IBGE, Cepea, ONU e Bloomberg, além de fazer uso da base de dados da FAO
(Faostat), IBGE e Conab de 1990 à 2023.
As variáveis selecionadas para o estudo do panorama nacional foram
analisadas no período de 1990 a 2023, através de recortes de dados estratificadas
14

por país, sendo elas: consumo per/capita de carne bovina, suína, de frango e de
peixe; crescimento populacional; preço do produto plant-based e de proteína animal
no mercado, preço da produção de soja, ervilha e da produção de proteína bovina,
suína e de aves.
15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ASPECTOS NUTRICIONAIS

2.1.1 Proteínas e aminoácidos essenciais da dieta

As proteínas controlam praticamente todos os processos que ocorrem em


uma célula (Figura 1) , exibindo uma quase infinita diversidade de funções
(Lehninger et al., 2014). Segundo MARZZOCO (2015, p. 11):

As proteínas formam os componentes do esqueleto celular e de estruturas


de sustentação, como, por exemplo, o colágeno e a elastina. Participam de
quase todos os processos biológicos, já que incluem as enzimas, que
catalisam as milhares de reações químicas extraordinariamente diversas
que ocorrem nos organismos. Realizam o transporte de moléculas, como a
de oxigênio através das proteínas hemoglobina e mioglobina presentes no
sangue e músculo.Os mecanismos de defesa do organismo incluem
diversas proteínas, como as imunoglobulinas e o interferon, que atuam no
combate a infecções bacterianas e virais. Atuam, ainda, no controle global
do metabolismo, devido à sua ação hormonal, como é o caso da insulina.
São também responsáveis por mecanismos contráteis, sendo de particular
importância actina e miosina, que atuam na contração muscular.

As proteínas são constituídas por 20 aminoácidos (AA) que se unem através


de ligações peptídicas, formando estruturas e quantidades diferentes. Destes 20
aminoácidos, 9 são considerados essenciais, ou seja, o corpo não consegue
sintetizá-los e, portanto, precisam ser obtidos por meio da dieta. Entre estes
aminoácidos essenciais, estão: lisina; isoleucina; leucina; treonina; valina; triptofano;
fenilalania; metionina e histidina.
O balanço nitrogenado é o resultado da diferença entre o nitrogênio ingerido e
eliminado (Dickerson, 2005) e pode ser classificada como: equilibrada ou neutra (-4
g/dia a +4 g/dia), sugerindo que os processos de degradação e síntese ocorrem de
forma semelhante; positiva (>+4 g/dia), quando se supõe que o processo de
formação proteica supera o de degradação, o que ocorre em indivíduos em
desenvolvimento (por exemplo, crianças e mulheres grávidas); e negativa (<-4
g/dia), quando a decomposição é maior que a síntese proteica, o que se desenvolve
em uma pessoa que consome pouca proteína ou proteína deficiente em um ou mais
aminoácidos essenciais. (Dickerson et al., 2012; Marks et al., 2007).
16

Figura 1 - Proteínas e suas funções Fonte: Adaptado de Marques, 2008.

Quando em uma dieta ocorre a falta de um ou mais aminoácidos vitais (como


na ingestão de uma única fonte de proteína de baixo valor biológico, mesmo que em
grandes quantidades) ou se a ingestão de proteínas for muito baixa, a síntese de
novas proteínas necessárias ao funcionamento do metabolismo pode não ocorrer
adequadamente. Nesse caso, os aminoácidos não utilizados serão quebrados,
resultando na presença de nitrogênio na urina. Adultos saudáveis mantêm um
equilíbrio de nitrogênio, o que significa que a quantidade de nitrogênio consumida
pela alimentação é igual à quantidade eliminada na urina, suor, fezes e demais vias
de excreção (Marks et al., 2007).
As proteínas são compostas por aminoácidos unidos por ligações peptídicas
Elas se distinguem dos carboidratos e dos lipídios por conterem nitrogênio em sua
composição. As funções primárias das proteínas no organismo incluem atuarem
como componentes estruturais, enzimas, hormônios, além de facilitar o transporte e
atuar no sistema imunológico. (Almeida; Franco, 2014).
De acordo com Moreira et al, para a ingestão dietética recomendada (RDA,
em inglês, recommended dietary allowance) de um adulto, a quantidade de proteína
necessária é de 0,8g/kg de peso corporal por dia. (Moreira et al., 2016).
Durante a infância, e principalmente durante a adolescência, é necessária
maior atenção à ingestão de proteínas devido à intensa demanda biológica
resultante da demanda necessária para o metabolismo realizar o crescimento e
desenvolvimento acelerado dos ossos, músculos e demais órgãos. Em adultos e,
especialmente, em idosos, é crucial garantir a ingestão adequada de proteínas e
aminoácidos para preservar e recuperar a massa magra, combatendo assim a
sarcopenia (Aquino et al., 2019).
17

Segundo Cozzolino (2020, p. 107):

Proteínas completas (ou de alto valor biológico) são aquelas derivadas de


alimentos de origem animal, como carnes, peixes, aves, leite e ovos, que
apresentam todos os aminoácidos indispensáveis em quantidades
adequadas ao crescimento e manutenção do organismo. As proteínas
parcialmente incompletas são as que fornecem aminoácidos em quantidade
suficiente apenas para a manutenção orgânica, como algumas proteínas
provenientes de leguminosas, oleaginosas e cereais.
Na dieta normal de um indivíduo, vários tipos de alimentos são consumidos
simultaneamente, podendo ocorrer um efeito complementar em termos de
aminoácidos indispensáveis. Desse modo, o consumo de cereais (arroz,
trigo, milho) e leguminosas (feijão, soja, ervilhas) em uma mesma refeição e
em proporções balanceadas pode apresentar valor nutricional, do ponto de
vista protéico, equivalente àquele apresentado pelas proteínas de origem
animal.

A quantidade de proteína disponível para ser utilizada pelo corpo depende não só da
do seu valor biológico, como também de sua digestibilidade. A presença elevada de
fibra alimentar nos alimentos pode diminuir a capacidade de digerir as proteínas no
organismo, levando a uma perda de 2 a 3% da energia metabolizável desse
nutriente (FAO, 2002).

2.1.2 Fontes de proteínas e aminoácidos essenciais

As peculiaridades do corpo humano e a importância das proteínas na


estrutura e funcionamento das células ressaltam a necessidade de incluí-las na
dieta. Não basta apenas garantir a quantidade adequada, mas também assegurar a
qualidade das proteínas, atendendo às necessidades nutricionais específicas dos
aminoácidos essenciais e adaptando-as às condições fisiológicas individuais, como
crescimento, gravidez e lactação (Ribeiro, 2007).
Além das fontes de proteína animal, estudos têm demonstrado que
combinações de alimentos vegetais, como cereais e leguminosas, também resultam
em misturas proteicas de alto valor biológico. No Brasil, a principal fonte de proteína
na alimentação é derivada do consumo de arroz e feijão. Essa combinação
proporciona um teor nitrogenado adequado, suprindo os aminoácidos essenciais, e
apresenta uma digestibilidade em torno de 80% (Marchini et al., 2006).
18

Diversos alimentos de origem vegetal contêm aminoácidos essenciais, no


entanto, alguns podem estar presentes em quantidades insuficientes, sendo
considerados limitantes. Em geral, os cereais são carentes em lisina e treonina,
enquanto as leguminosas têm como limitantes os aminoácidos sulfurados, metionina
e cisteína, o que as torna complementares. Em dietas vegetarianas, é recomendável
consumir combinações de cereais e leguminosas para assegurar a adequada
ingestão diária de proteínas e aminoácidos essenciais (Marsh; Munn; Baines,
2012).Segundo Young (1987), o consumo de alimentos vegetais ao longo do dia
pode fornecer todos os aminoácidos essenciais, e assegurar a adequada retenção
de nitrogênio, tal qual os alimentos de origem animal. Não é necessária a
complementaridade de aminoácidos em uma mesma refeição, podendo ser
consumidos por diversas fontes em diferentes refeições ao longo do dia. (Campos;
Neto; Bertani, 2010)
Como podemor notar no Quadro 1, os potenciais energéticos de produtos de
origem animal e vegetal são muito próximos, mas os terores de gorduras, fibra e
calorias variam bastante.Os produtos de origem animal tem maior quantidade de
gorduras totais e saturadas, e os produtos de origem vegetal tem maior quantidade
de carboidratos e fibras (ROMÃO, 2022).
Peixe (atum e
Hambúrguer Frango Empanado sardinha) Salsicha
Energia (kcal) Vegetal 216,18 216,12 194,22 189,69
Animal 228,33 220,51 159,33 272,67
Carboidratos
(g) Vegetal 18,22 17,39 14,7 8,63
Animal 3,13 15,13 0 2,67
Proteínas (g) Vegetal 14,77 12,97 8,75 14,2
Animal 16,67 13,33 24,89 14,93
Gordura total
(g) Vegetal 8,91 10,7 11 9,85
Animal 16,88 11,79 6,73 22,33
Gordura
saturada (g) Vegetal 3,2 1,28 2,63 1,73
Animal 6,21 4,08 2,1 7,47
Fibra (g) Vegetal 5,6 4,32 6,41 4,71
Animal 0,54 1,56 0 0
Sódio Vegetal 434,49 499,62 416,02 572,35
Animal 595 489,49 415,44 1122,67
Quadro 1 - Carne X Plantas
*onde a média dos valores nutricionais é por 100g de porção
kcal = quilocaloria, g=grama e mg=miligrama.
Fonte: Adaptado de Romão (2022).
19

2.1.3 Segurança alimentar

A ideia de que a conservação da biodiversidade e a segurança alimentar são


incompatíveis é baseada em uma perspectiva limitada que associa a segurança
alimentar exclusivamente à produção de alimentos (Fischer et al., 2017). Algumas
teorias, como a preservação da terra, a malthusiana, a neo-malthusiana, a fronteira
de possibilidades de produção e a teoria da modernização ecológica, defendem que
o aumento da produção de alimentos automaticamente resultará em segurança
alimentar (Béné et al., 2019; Meli et al., 2019). Embora o Brasil seja um grande
fornecedor agrícola, a prevalência de anemia entre crianças menores de dois anos é
de 10%, sendo a taxa mais alta encontrada na região Norte, de 17% (ENANI, 2021).
Além disso, a anemia é mais prevalente entre os ribeirinhos não tribais na região
norte, com 59% (Torres et al., 2022) e é ainda maior entre os povos indígenas, como
os Yanomamis, com 68% (Basta; Orellana 2020). “Portanto, a segurança alimentar
não é o resultado automático da produção de alimentos” (Jacob et al., 2023).
A ingestão diária de alimentos pela população brasileira com mais de dez
anos foi, em média, de 1.901 kcal, das quais 177 kcal, ou seja, 9,4%, eram
provenientes de carne bovina. Os padrões de consumo variaram, com o consumo
total de calorias e de carne bovina sendo mais elevado entre os indivíduos do sexo
masculino, diminuindo com a idade e aumentando com a escolaridade e a renda.
Não foram identificadas diferenças significativas entre as pessoas que vivem em
áreas urbanas e rurais (Garzillo et al., 2022).
A noção de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) foi estabelecida pela Lei
Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), que visa garantir o direito
de todos os cidadãos a uma alimentação regular e saudável. Esse direito deve ser
assegurado sem comprometer outras necessidades fundamentais, respeitando a
diversidade cultural e a sustentabilidade, tanto no ponto de vista ambiental, como
econômico e social (Brasil, 2006). O Brasil ocupa um lugar importante, tanto na
conformação do sistema alimentar global, quanto nas iniciativas visando transformá-
lo. A expansão do comércio internacional de commodities alimentares neste início do
século XXI, bem como a crise alimentar mundial que eclodiu em 2006/2007,
trouxeram ganhos comerciais ao setor agroexportador brasileiro, confirmando a
20

posição destacada do país num sistema alimentar mundial que segue promovendo
modelos de produção e consumo com conhecidas mazelas socioambientais e para a
saúde humana. Como agroexportador e para garantir a segurança aliemntar, o país
tem investido em estratégias para incentivo e fortalecimento da produção familiar,
ampliado o seu acesso a mercados institucionais e induzido a transição
agroecológica (CONSEA, 2015).
O Brasil obteve avanços sociais significativos na última década como
resultado a diversas medidas públicas direcionadas a esse fim. Dentre aas medidas,
destacam-se a valorização do salário mínimo, o aumento do crédito e de emprego
formais, a expansão dos programas de transferência de renda, e a reestruturação e
ampliação das políticas sociais. Essas ações abrangem a consolidação da rede de
proteção social, a garantia dos direitos sociais básicos nas políticas públicas e a
consequente ampliação da oferta de serviços públicos, resultando em melhorias
significativas em diversos indicadores sociais no país. Além disso, há avanços na
institucionalização da política de segurança alimentar e nutricional, resultando em
um significativo aumento no acesso à alimentação devido ao crescimento da renda
familiar e ao fortalecimento da agricultura familiar, camponesa e indígena. Estes
esforços foram acompanhados pela redução das desigualdades e melhorias em
diversos indicadores sociais (CONSEA, 2015).
O quadro de fome e insegurança alimentar é reflexo de uma série de eventos
que englobam não apenas a perspectiva da alimentação e as condições de saúde e
nutrição da população, mas também fatores sociais, políticos e econômicos
influenciados por um modelo estrutural e conjuntural presente na sociedade. Dessa
forma, a questão da alimentação vai além da mera disponibilidade de alimentos; é
essencial que existam circunstâncias que assegurem uma vida digna para viabilizar
esse processo (Nicola et al., 2020).
O Panorama Regional da Segurança Alimentar e Nutrição 2023, divulgado
pela ONU, ressalta que, na América Latina e no Caribe, a prevalência de
subalimentação não apresentou tendência crescente entre 2021 e 2022, ao contrário
do que ocorreu em outras regiões. Houve uma queda de 7% em 2021 para 6,5% em
2022, resultando na melhoria da situação de 2,4 milhões de pessoas na região. Da
mesma forma, a prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave também
diminuiu, passando de 40,3% em 2021 para 37,5% em 2022. Isso representa uma
melhoria para 16,5 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, que
21

conseguiram superar a insegurança alimentar (FAO, 2023). Por fim, o Estado


brasileiro demonstra uma percepção integrada da questão ambiental com a questão
da fome, quando se analisa políticas públicas que fomentam a agricultura
sustentável, evidenciando esse elo indissociável. O Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) e o próprio PNAE são alguns exemplos (Sipioni et al., 2020).
O relatório "O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição do Mundo 2021",
elaborado pela FAO, indica que os principais fatores contribuintes para o aumento
da insegurança alimentar e da desnutrição incluem conflitos, extremos climáticos e
crises econômicas. O documento menciona como exemplos a guerra na Ucrânia e
outros conflitos que provocam deslocamentos em massa de refugiados, a
desaceleração econômica e estagnação em economias globais, especialmente
relacionadas aos impactos da pandemia de Covid-19, que resultaram em diversos
países entrando em recessão econômica. Os extremos climáticos, como furacões,
geadas e fortes chuvas também foram ressaltados. Tais causas, aliadas ao aumento
das desigualdades sociais, criam um cenário complexo, impactando negativamente
a segurança alimentar e a nutrição (National Geographic Brasil, 2023).

Figura 2 - Consumo anual de carnes per capita no Brasil


22

Fonte: Brasil em Mapas (2022). Reprodução: Instagram.

Através do gráfico contido na Figura 2, pode-se notar um aumento no


consumo de carne bovina até 2010, quando houve uma inflexão na curva. O
consumo médio em 2021 situa-se em níveis semelhantes aos da década de 1980,
que é considerada “uma década perdida” do ponto de vista econômico, devido a
hiperinflação. Em relação à carne suína, observa-se uma tendência ascendente no
consumo, porém ainda em patamares baixos, apesar do Brasil ser um grande
produtor mundial. Já a carne de frango teve um crescimento significativo até o início
da década de 2010, a partir do qual demonstrou certa estabilidade (Revista Higiene
Alimentar, 2021).
O acesso à alimentação está diretamente ligado à renda disponível para
adquirir alimentos e, em segundo plano, à disponibilidade de produtos agrícolas. A
demanda influencia a oferta correspondente, contanto que haja meios para a
produção. Os preços desempenham um papel de mediação entre a oferta e a
demanda, sendo influenciados pelos estoques, custos de produção e expectativas.
Em uma situação de demanda não sazonal, os preços tendem a aumentar,
estimulando os produtores a aumentar a produção. Quando a demanda é atendida,
os preços atingem um novo equilíbrio (Gazzoni, 2017).
De acordo com um estudo conduzido pelo Centro de Inteligência da Carne
Bovina (CICARNE) da Embrapa Gado de Corte, em colaboração com o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), apesar da previsão de um
significativo aumento populacional, o setor do agronegócio tem se preparado para
atender a essas demandas. Estão previstas 10 megatendências (entendidas como
um conjunto de vetores de transformação fortemente interligados que provavelmente
terão impacto na mencionada cadeia produtiva no futuro) para 2040:
1) Biológicos à frente no manejo de baixos resíduos;
2) Biotecnologia transformando a pecuária e a carne;
3) Menos pasto, mais gado;
4) Lucro apenas com bem-estar animal;
5) Pecuária consolidada com grandes players;
6) Frigorífico: mais natural e com maior exigência de qualidade;
7) Carne com denominação de origem;
8) Brasil: mega exportador de carne e genética;
23

9) Digital transformando toda a cadeia produtiva;


10) Apagão de mão de obra.
Uma tendência na pecuária é a abordagem "menos pasto, mais gado", que
visa integrar lavoura e floresta, fazendo uso de tecnologia e gestão avançadas
para aumentar a produtividade das pastagens e integrá-las ao meio ambiente.
Essa estratégia busca diminuir a necessidade de terras para a atividade
pecuária. Além disso, o bem-estar animal assume um papel de destaque,
impulsionado pela rastreabilidade, avanços digitais e demandas dos
consumidores. Aspectos como bem-estar animal, boas práticas produtivas e
sustentabilidade são essenciais para a aceitação no mercado, e as empresas
que não se alinharem a esses padrões podem enfrentar desafios de aceitação
(Rodrigues, 2022).

2.1.4 Saúde humana e a dieta baseada em proteína animal versus a dieta plant
based
A ingestão de carne contribui significativamente para o aporte de nutrientes
essenciais à saúde humana. Contudo, há controvérsias e preocupações em relação
ao seu consumo prolongado. Algumas crenças atribuem a ingestão de carne
vermelha a possíveis danos ao sistema cardiovascular e à saúde em geral. Ao
avaliar os impactos do consumo de carne na saúde, é fundamental considerar as
evidências científicas disponíveis. (Burin et al., 2016).
O estudo Adventist Health Study (AHS-2), contou com mais de 96.000
participantes e concluiu que a combinação da dieta vegetariana com um estilo de
vida saudável estava relacionada a menores riscos de condições como diabetes tipo
2, hipertensão arterial, obesidade e câncer, além de uma taxa de mortalidade por
todas as causas mais baixa. Essas descobertas sugerem que escolhas dietéticas e
estilo de vida podem ter impactos positivos na saúde. (Orlich; Fraser, 2014).
Os estudos demonstram que os vegetarianos tendem a adotar práticas que
favorecem a qualidade de vida, tais como cuidar do corpo, praticar exercícios físicos
e manter um baixo consumo de substâncias prejudiciais à saúde (Vieira et al., 2020).
Em contrapartida, pesquisas também indicam que entre os onívoros, há relatos de
baixo consumo de verduras e legumes, alto consumo de carne e o hábito de
substituir as refeições principais por lanches Essas discrepâncias nas demais
24

variáveis dos hábitos alimentares podem ter repercussões na saúde e no bem-estar


geral (Barcarol et al., 2012).
Os alimentos nutracêuticos são conhecidos por promover benefícios à saúde
humana, tais como a prevenção e tratamento de doenças (Moraes; Colla, 2006).
Dentre os componentes nutricionais da carne, destacam-se a gordura, as vitaminas
(como vitamina B12, niacina e riboflavina), os minerais (ferro e zinco) e as proteínas.
É preciso uma alimentação equilibrada para assegurar que todos esses nutrientes
essenciais sejam ingeridos. É crucial também considerar que a redução significativa
do consumo de carne na dieta pode acarretar efeitos negativos na nutrição da
população, uma vez que a carne é uma fonte importante de nutrientes essenciais
(Young et al., 2013).

2.2 CONCEITO DO FLEXITARIANISMO


O flexitarianismo é uma abordagem flexível em relação ao consumo de
carne,na qual as pessoas reduzem conscientemente a quantidade de carne em suas
dietas, sem eliminá-la completamente. Essa escolha, motivada por preocupações
com saúde, ética animal, sustentabilidade e preferências pessoais, envolve a
incorporação de mais alimentos à base de plantas à dieta, mantendo a flexibilidade
de incluir carne em algumas refeições. Essa abordagem equilibrada tem crescido em
popularidade devido a uma busca por estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis.
(Kemper; White, 2021).
O flexitarianismo é caracterizado por uma abordagem que envolve tanto uma
intenção de comportamento quanto um comportamento flexível, em contraste com o
vegetarianismo ou veganismo, que adotam comportamentos mais rígidos. Dietas
vegetarianas e flexitarianas são consideradas oportunidades globais para mitigar as
mudanças climáticas e promover um mundo mais seguro, saudável e com baixas
emissões de carbono. Essas escolhas alimentares têm o potencial de contribuir para
objetivos ambientais e de saúde (Raphaely; Marinova, 2014).
De acordo com o glossário da FAO, o flexitarianismo envolve a ingestão diária
mínima de 500g de frutas e vegetais, 100g de proteínas de origem vegetal, consumo
moderado de peixes, frango e produtos de origem animal, como ovos e laticínios,
além de porções limitadas de carne vermelha, limitadas a uma vez por semana
(Reginaldo; Lindner, 2021).
25

Goodman, Dupuis e Goodman (2012) destacam o surgimento, no início do século


XXI, de várias organizações sociais e grupos de protesto que, influenciados pelos
movimentos ambientalistas e por riscos alimentares relacionados à produção
industrial, reavivam o ativismo social em torno da alimentação, resgatando temas e
mobilizações políticas das décadas de 60. Como resultado, diversos movimentos em
prol de formas alternativas de agricultura surgem no Brasil e no mundo,
especialmente a mobilização significativa em torno da agroecologia, experiências de
economia solidária, feiras "direto com o produtor" e construção de redes de
produção e consumo. Além disso, há o surgimento e crescimento de movimentos
que propõem estilos de vida alternativos, como veganismo e propostas mais
recentes como freeganismo, locavorismo, crudivorismo, flexitarianismo e
climaterianismo (Portilho, 2020).

As mudanças nos atuais padrões de consumo, baseadas em princípios éticos,


ecológicos, em atenção ao coletivo e aos benefícios globais, transformam
organizações tradicionais em sustentáveis no contexto da produção, distribuição e
nos impactos gerados para a sociedade e o meio ambiente (Ribeiro, 2019; Silva;
Menk, 2014; Silva, 2018).

2.2.1 Crescimento dos flexitarianos e o mercado Plant-Based

A crescente preocupação de segmentos da sociedade em adotar um estilo de


vida mais natural, aliada à redução do impacto ambiental e do bem-estar dos
animais, está impulsionando a indústria alimentícia a se adaptar a essas demandas
e a investir em modelos de negócios que atendam a essa nova tendência de
mercado (Aleixo et al., 2020).

O mercado global de alimentos e bebidas à base de plantas engloba produtos


que imitam laticínios e proteínas derivadas de diversas plantas, como ervilha, feijão,
lentilha e grão-de-bico, os quais são utilizados na fabricação de diversos produtos
similares à carne (Bloomberg Intelligence Research, 2021).

Segundo a análise de cenário realizada pela Bloomberg em 2021, caso a


evolução desse mercado seja rápida, é possível que atinja 118 bilhões de dólares
26

até 2030. Por outro lado, uma absorção mais lenta, limitada por questões
regulatórias e restrições de oferta, poderá resultar em um mercado de 37 bilhões de
dólares (BLOOMBERG, 2021).

Figura 3 - Cenário do mercado de varejo Plant-Based 2020-2030 em porcentagem de penetração no


mercado

Cenário do mercado de varejo Plant-Based


2020-2030
9
8
% Penetração de Mercado

7
6
5
4
3
2
1
0
2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
Anos

Rápida Base Lenta

Fonte: Adaptado de Bloomberg Intelligence, OECD FAO Agricultural Outlook 2021-2030, GFI 2020
State of the Industry Report.
27

Figura 4 - Cenário do mercado de varejo Plant-Based 2020-2030 em bilhões de doláres

Cenário do mercado de varejo Plant-Based


2020-2030
140
118.3
120
102.4
100 86.9
us$ BILHÕES

80 71.5
60 56.8
42.2
40 34.8
27.5
20.2
20 13.2
4.2
0 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Rápida Base
Linear (Base) Lenta

Fonte: Adaptado de Bloomberg Intelligence, OECD FAO Agricultural Outlook 2021-2030, GFI 2020
State of the Industry Report.
.
Em 2022, o mercado plant-based cresceu 5% segundo pesquisa do GFI. À
medida que o envolvimento e o interesse dos consumidores pelas proteínas vegetais
aumentam em todo mundo, os fabricantes e varejistas estão introduzindo novos
produtos, desenvolvendo parcerias estratégicas e construindo novas instalações de
produção. A participação do setor público também está aumentando, com governos
em todo o mundo investindo em pesquisas e priorizando a comercialização (GFI,
2022).

Figura 5 - Empresas tradicionais com participação no mercado de proteínas alternativas

Fonte: Adaptado de GFI (2022).


28

2.2.2 Mercado Plant-Based e o consumidor brasileiro

Segundo pesquisa realizada, em 2019, pelo GFI Brasil com os consumidores


brasileiros, 50% deles já reduziram seu consumo de carne.

Figura 6 - Você reduziu seu consumo de carne nos últimos 12 meses?

Você reduziu seu consumo de carne (bovina, suína, aves,


peixes) nos últimos 12 meses?

1% Não
12%
Sim, eu passei a consumir menos
carne em cada refeição
Sim, eu passei a fazer pelo menos
12% uma refeição sem carne durante o
dia
Sim, eu passei a não comer carne
50% em determinados dias da semana
Sim, eu parei de comer carne to-
talmente

25%

Fonte: Adaptado de GFI (2021)

Figura 7 - Análise da preferência dos brasileiros que reduziram o consumo de carne a consumirem
carne vegetal

Desses brasileiros que reduziram o consumo de carne:

36.50%

84.90%

52.80%

72.10%

das pessoas disseram que experimentariam carnes vegetais que fossem idênticas às de origem animal
disseram que comprariam esses produtos
dos brasileiros disseramq eu fariam essa substituição
dos respondentes disseram que pagaria a mais por uma carne vegetal
Fonte: Adaptado de GFI (2021).
29

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DA PROTEÍNA ANIMAL E VEGETAL

Não foi possível encontrar dados de bancos comparativos para avaliar os


custos de produção dos produtos Plant-Based em comparação com os produtos de
origem animal. Diante disso, foram utilizadas informações referentes à produção do
principal insumo desses produtos: a proteína vegetal. Foram consideradas tanto a
produção de alternativas à carne quanto à produção de leite em comparação com as
proteínas de origem animal, tais como leite bovino, carne suína e carne de aves.

A seguir, apresentamos os resultados de uma pesquisa sobre a oferta de


produtos Plant-Based em comparação com os de origem animal realizada em
Uberlândia, MG (Bernardes, 2022).
Figura 8 - Pesquisa sobre a oferta de produtos plant-based em 6 supermercados de Uberlândia - MG
em 2022

Fonte: Adaptado de Bernardes (2022).


30

Figura 9 - Pesquisa realizada em 10 sites de mercados pela internet em 2023

Fonte: Elaboração própria.

Pesquisa realizada pela autora nos sites dos seguintes comércios eletrônicos:
Empório Quatro Estrelas, Oba Hortifruti, Pão de Açúcar, Zaffari e Bourbon, Hirota,
Swift Online, Mambo Delivery, Tenda Atacado,St Marche, Carrefour em 10 de
novembro de 2023.

3.1.1 Soja

A soja é parte fundamental da alimentação humana, sendo consumida tanto


como grão quanto na forma de alimentos processados como tofu, miso e tempeh.
Além disso, seus derivados protéicos, como farinhas desengorduradas, texturizados,
concentrados e isolados protéicos, são amplamente utilizados na fabricação de
diversos alimentos industrializados, incluindo produtos cárneos, produtos de
panificação, molhos e sopas (Genovese et al., 2003). A proteína da soja é única no
reino vegetal por ser capaz de substituir as proteínas de origem animal do ponto de
vista nutricional, uma vez que contém todos os aminoácidos essenciais em
proporções adequadas, com exceção dos aminoácidos sulfurados (metionina e
cistina), que possuem baixos níveis de concentração (Canto; Turatti, 1989).
Segundo, Estevam et al. (2022):
31

O plantio direto (PD) é uma técnica de cultivo conservacionista em que o


plantio é efetuado sem as etapas de aração e gradagem, consistindo na
mobilização de solo apenas na linha ou cova de semeadura. As suas
principais técnicas são, portanto, ausência ou mínimo revolvimento no solo;
cobertura do solo com palhada e rotação de culturas. Práticas agrícolas
como o PD viabilizam a exploração de agrossistemas produtivos, com uso
reduzido de defensivos agrícolas. O PD é utilizado no Brasil desde a década
de 1970 com bons resultados (CRUZ, 2008). Apesar do desempenho
favorável, o PD apresentou limitações, principalmente relacionadas à não-
diversificação de culturas, comprometendo a produção e incremento de
matéria orgânica no sistema, condição necessária para o êxito da prática.
Com isso a tecnologia passou por adaptações que culminaram no Sistema
de plantio direto (SPD), que tem como premissa técnica obrigatória a
diversificação de culturas (DENADIN, 2012).

Segundo Freitas, 2019, o sistema de plantio convencional, a preparação do


solo tem como objetivo principal criar condições ideais para a germinação,
emergência e estabelecimento das plântulas. Basicamente, este preparo do solo tem
por objetivo:
1. Revolver as camadas superficiais para reduzir a compactação;
2. Incorporar corretivos e fertilizantes;
3. Aumento dos espaços porosos e, com isso;
4. Elevar a permeabilidade e o armazenamento de ar e água.
Dessa forma, o processo facilita o crescimento das raízes das plantas. Além
disso, o revolvimento do solo promove o corte e o enterro das plantas daninhas e
auxilia no controle de pragas e patógenos do solo (Freitas, 2019).

Tabela 1 - Plantio de soja

DISCRIMINAÇÃO CUSTO POR HA PARTICIPAÇÃO CT(%)


I - DESPESAS DO CUSTEIO
1 - Operação com animal 0,0000 0,0000
2 - Operação com Avião 0,0000 0,0000
3 - Operação com máquinas:

3.1 - Tratores e Colheitadeiras 249,7500 3,2300


3.2 - Conjunto de Irrigação 0,0000 0,0000
4 - Aluguel de Máquinas 0,0000 0,0000
5 - Aluguel de Animais 0,0000 0,0000
6 - Mão de obra 0,0000 0,0000
7 - Administrador 21,6000 0,2800
8 - Sementes e mudas 721,5000 9,3200
9 - Fertilizantes 2.002,7600 25,8800
10 - Agrotóxicos 1.803,1500 23,3000
11 - Receita 0,0000 0,0000
12 - Outros:
32

12.1 - Embalagens/Utensílios 0,0000 0,0000


12.2 - Análise de Solo 0,0000 0,0000

12.3 - Demais Despesas 0,0000 0,0000


13 - Serviços Diversos 0,0000 0,0000

TOTAL DAS DESPESAS DE CUSTEIO (A) 4.798,7600 62,0100


II - OUTRAS DESPESAS
14 - Transporte Externo 226,8000 2,9300
15 - Despesas Administrativas 143,9600 1,8600
16 - Despesas de armazenagem 0,0000 0,0000
17 - Beneficiamento 0,0000 0,0000
18 - Seguro da Produção 95,9800 1,2400
19 - Seguro do crédito 0,0000 0,0000
20 - Assistência Técnica 47,9900 0,6200
21 - Classificação 0,0000 0,0000
22 - Outros 0,0000 0,0000
23 - CESSR 125,6500 1,6200

TOTAL DAS OUTRAS DESPESAS (B) 640,3800 8,2700


III - DESPESAS FINANCEIRAS
24 - Juros do Financiamento 325,3500 4,2000
TOTAL DAS DESPESAS FINANCEIRAS
(C) 325,3500 4,2000
CUSTO VARIÁVEL (A+B+C=D) 5.764,4900 74,4800
IV - DEPRECIAÇÕES

25 - Depreciação de benfeitorias/instalações 151,1000 1,9500


26 - Depreciação de implementos 139,6700 1,8100
27 - Depreciação de Máquinas 156,5800 2,0200
TOTAL DE DEPRECIAÇÕES (E) 447,3500 5,7800
V - OUTROS CUSTOS FIXOS
28 - Manutenção Periódica
Benfeitorias/Instalações 23,3000 0,3000
29 - Encargos Sociais 9,8500 0,1300
30 - Seguro do capital fixo 19,4200 0,2500
31 - Arrendamento 174,5100 2,2600

TOTAL DE OUTROS CUSTOS FIXOS (F) 227,0800 2,9400


CUSTO FIXO (E+F=G) 674,4300 8,7200
CUSTO OPERACIONAL (D+G=H) 6.438,9200 83,2000
VI - RENDA DE FATORES
32 - Remuneração esperada sobre o capital
fixo 230,4100 2,9800
33 - Terra Própria 1.068,0000 13,8000

TOTAL DE RENDA DE FATORES (F) 1.298,4100 16,7800


CUSTO TOTAL (H+I=J) 7.737,3300 99,9800

Fonte: Adaptado de
CONAB/DIPAI/SUINF/GESIP
33

Figura 10 - Percentual de participação das despesas no custo total da produção de soja

Fonte: Elaborado pelo autor.

A substancial alta nos preços dos fertilizantes, conforme reportada pela


Confederação Nacional da Agricultura (CNA), é fruto de uma série de fatores que
impactaram o cenário global e brasileiro, dentre eles:
 Conflito Rússia-Ucrânia: a disputa entre Rússia e Ucrânia, duas
grandes nações exportadoras de fertilizantes e seus componentes,
contribuiu significativamente para o aumento dos preços desses
insumos no mercado internacional;
 Política de Covid-Zero da China: a China, também uma grande
fornecedora mundial de fertilizantes, ao implementar medidas rigorosas
para controlar a COVID-19, desorganizou os sistemas logísticos
marítimos globais, resultando em custos mais elevados para o
transporte internacional;
 Instabilidade Política/Institucional no Brasil: A instabilidade política e
institucional no Brasil desencadeou uma acentuada desvalorização do
real em relação ao dólar, afetando diretamente os preços dos produtos
importados, incluindo os fertilizantes e;
34

 Crescimento nos Custos de Matérias-Primas: A combinação desses


fatores levou a um crescimento nos custos das matérias-primas
necessárias para a produção de fertilizantes, assim como nos produtos
acabados.
Essa situação resultou em uma redução na demanda doméstica, impactando
os agricultores brasileiros com custos mais elevados de produção. A Rússia, como
uma das maiores produtoras e fornecedoras de adubos para o Brasil, desempenha
um papel central nesse contexto. (Vegro; Angelo, 2023; CNA, 2021; CNA, 2022).

Figura 11 - Percentual das principais origens dos fertilizantes importados em valores, no estado de
São Paulo em 2022

Fonte: Vegro e Angelo (2023).

A Figura 11, elaborada por Vegro e Angelo (2023), demonstra que em 2022,
a porcentagem das principais fontes de fertilizantes importados em valores é
representada no estado de São Paulo.

3.1.2 Ervilha

Segundo Galdeano et al. (2021):

A soja foi, até pouco tempo atrás, a principal matéria-prima nacional para
produção de proteínas vegetais na forma de concentrados, isolados e
35

texturizados proteicos. No entanto, o mercado vem demandando outras


fontes de proteínas vegetais, dando início a uma nova geração de
ingredientes proteicos destinados à indústria de alimentos, quer para
consumo interno ou para abastecimento do mercado internacional.
Nesse contexto, os pulses são as matérias-primas vegetais escolhidas
como alternativas por apresentarem alto teor proteico que, em geral, varia
de 20% a 38%. Pulses são as sementes comestíveis secas de plantas da
família das leguminosas e apresentam um papel importante para a nutrição
e saúde humana e para a segurança alimentar global, sendo a ervilha, o
feijão, a lentilha e o grão-de-bico os principais representantes.

Segundo Fani (2021):

A proteína de ervilha é naturalmente rica em aminoácidos essenciais, o que


a torna uma fonte de proteína completa, similar à proteína do soro de leite.
Também é particularmente rica em aminoácidos, como a lisina,
frequentemente limitada em outras fontes de proteína vegetal. Além disso, é
uma excelente fonte de ferro, magnésio e outros nutrientes essenciais. Em
termos de digestibilidade, é bem tolerada pela maioria das pessoas, sendo
uma opção adequada para aqueles com alergias (como à soja) ou
intolerâncias à lactose, já que não contém lactose ou produtos de origem
animal. Também é uma escolha livre de glúten, tornando-a adequada para
pessoas com sensibilidade ao glúten.

O cultivo de ervilhas, independentemente da espécie, possui restrições


devido à sensibilidade dessa hortaliça a altas temperaturas, principalmente no caso
das ervilhas-grão. Por essa razão, sua produção é preferencial em regiões de clima
temperado ou em locais com temperaturas amenas ou frias, adaptando-se bem às
condições de outono-inverno no Centro-Sul (Filgueira, 2000).

Existem poucos estudos que abordam a densidade de plantio da ervilha,


sendo a maioria focada em cultivares destinados à produção de grãos (Islam et al.,
2002; Torales et al., 2011; Zárate et al., 2012).
O cultivo da ervilha ainda é pouco difundido no Brasil. Temos algumas
estimamtivas dos custos de produção, como no trabalho de Tavares et al. (2016),
representado na Figura 12, que refere-se a produção de um hectare da ervilha
cultivar Luciana nº. 50, onde observa-se que o custo é reduzido quanto maior o
espaçamento e na modalidade sem cama. Já produção relatada na Figura 13, nota-
se as sementes são o maior custo na produção, sendo consideradas o principal
insumo de uma lavoura, seus atributos englobam a qualidade genética, física,
fisiológica e sanitária, assegurando um bom desempenho agronômico. O uso de
sementes de alto vigor também apresenta uma produtividade superior, podendo
36

resultar em um aumento de 9 a 10% em comparação com lotes de sementes de


baixo vigor (Machado et al., 2020).
37

Figura 12 - Estimativa de custos de produção de ervilha

Fonte: Tavares et al.(2016)

Figura 13 - Produção nacional de ervilha entre 2006 e 2016

Fonte: Secretaria da agricultura, pecuária, produção sustentável e irrigação do governo do Rio


Grande do Sul, 2018.

3.1.3 Leite

Embora o Brasil disponha de condições favoráveis para a atividade de


pecuária leiteira, como extensas áreas de pastagem e abundância de recursos
naturais, o setor de laticínios evidencia um déficit de cerca de 261 milhões de
dólares nas exportações, o que equivale a aproximadamente 1,032 bilhões de reais.
Isso aponta para a existência de desafios ou obstáculos que impactam a capacidade
do Brasil de exportar leite de forma superavitária, apesar de suas vantagens
competitivas. Tais desafios podem envolver questões relacionadas à logística,
38

infraestrutura, custos de produção e outros fatores, os quais afetam a


competitividade do setor de laticínios brasileiro no mercado internacional. (Alves et
al., 2020; Brasil, 2020).
Os níveis de produtividade na pecuária leiteira no Brasil, em comparação com
outros países, podem ser atribuídos à presença de heterogeneidade na produção
entre diferentes regiões, municípios e até mesmo entre estabelecimentos dentro de
uma mesma localidade. O aumento da produtividade na pecuária leiteira está
diretamente relacionado a melhorias no uso de fatores de produção, como capital,
mão de obra e terra, além da adoção de tecnologias mais avançadas e
investimentos em melhoramento genético do rebanho. Essas melhorias são cruciais
para impulsionar a eficiência e competitividade do setor leiteiro brasileiro. (Lemos et
al., 2003; Bacchi, 2019)

Segundo, GONÇALVES et. al, 2005, Os sistemas de produção na pecuária leiteira


podem ser categorizados de acordo com o nível de intensificação e produtividade.
Foram definidos quatro tipos principais, considerando a alimentação volumosa
adotada:

 Sistema Extensivo:
o Produção de até 1.200 litros de leite por vaca ordenhada por ano.

o Animais são exclusivamente criados a pasto.


 Sistema Semi-extensivo:
o Produção entre 1.200 e 2.000 litros de leite por vaca ordenhada por
ano.
o Animais são criados a pasto, com suplementação volumosa durante a
época de menor crescimento do pasto.
 Sistema Intensivo a Pasto:
o Produção entre 2.000 e 4.500 litros de leite por vaca ordenhada por
ano.
o Animais são criados a pasto, utilizando forrageiras de alta capacidade
de suporte.
o Suplementação volumosa ocorre na época de menor crescimento do
pasto, podendo ser estendida durante o ano em alguns casos.
39

 Sistema Intensivo em Confinamento:


o Produção acima de 4.500 litros de leite por vaca ordenhada por ano.
o Animais são mantidos em confinamento e recebem alimentação no
cocho através de forragens conservadas, como silagens e fenos.

Os sistemas de free stall e compost barn são os mais significativos na


pecuária leiteira do Brasil. O free stall é um modelo de longa data, enquanto o
compost barn tem ganhado cada vez mais relevância nas propriedades leiteiras do
país (Toiga, 2018).
O sistema de free stall para alojamento de bovinos leiteiros é baseado na
criação de um ambiente de produção de leite com confinamento. Nesse sistema, os
animais têm liberdade de movimento dentro de uma área cercada, a qual é
subdividida em baias individuais por meio de estruturas metálicas e forradas com
cama para o descanso. Além disso, há uma área livre destinada à alimentação dos
animais. Essa abordagem permite o manejo mais confortável dos rebanhos leiteiros,
proporciona economia de energia, reduz a necessidade de deslocamentos e
movimentação em pastagens, facilitando assim a alimentação, reprodução dos
animais, controle e prevenção de infecções, bem como a higienização das baias
(Zanin et al., 2016).
O compost barn vem se destacando como uma opção viável em sistemas de
produção confinada de gado leiteiro, conforme detectado por estudos (Vinhal et al.,
2017). Neste sistema, os animais são alojados em uma ampla área comum revestida
por uma cama de material macio, a qual, em condições apropriadas de temperatura
e umidade, passa pelo processo de compostagem ao longo do tempo (Oliveira et al.,
2016). Pesquisas que avaliaram a satisfação dos produtores com esse sistema
identificaram o conforto das vacas como a principal razão para adotar o compost
barn, juntamente com os benefícios relacionados ao aumento da produção e
longevidade dos animais. Além disso, alguns produtores optaram por essa
modalidade de alojamento devido ao custo inicial reduzido em comparação com o
sistema free stall (Barberg et al., 2007).

Tabela 2 - Quantidade de leite produzida trimestralmente no sistema tradicional e no compost barn


em uma propriedade do oeste de Santa Catarina em 2019
40

Tradicional Compost Barn


1 º Trimestre 2 º Trimestre 3 º Trimestre 4 º Trimestre
Leite produzido 183.203 176.120 233.992 238.116
Vacas por lactação 85 84 95 100
Produção diária 2035,59 1956,89 2599,91 2645,73
Vaca produção diária 23,95 23,30 27,37 26,46
Venda litro (R$) R$ 1,3397 R$ 1,3969 R$ 1,1635 R$ 1,2010

Fonte: Michels et al., 2019..

Na Tabela 2, temos uma propriedade em Santa Catarina que realizou a troca


sistema tradicional para o compost barn. No primeiro e no segundo trimestre os
custos são relativos ao período que a propriedade possuía o sistema de produção
tradicional, a partir do segundo semestre a propriedade passou a utilizar o sistema
de produção compost barn e como demonstram os dados, houve um aumento de
31,39% em comparação com o primeiro semestre. Essa evolução pode ser atribuída
ao aumento do conforto das matrizes e ao crescimento do número de animais em
lactação. O bem-estar animal resultou em um aumento de mais de 13% na margem
de produção diária por vaca. Segundo Dalchiavon et al. (2017), a produtividade das
matrizes está diretamente relacionada ao conforto e bem-estar do rebanho (Michels
et al., 2019).
De acordo com Silva (2023), nas propriedades de gado leiteiro mais
produtivas, há uma ênfase em menores custos de produção nos piquetes com
pastagem rotacionada (R$2,18). Isso contrasta com os custos mais elevados
encontrados nos sistemas de confinamento compost barn (R$2,43) e free stall
(R$2,36) - a nova tendência -, assim como nos sistemas com piquetes para
descanso (R$2,50). Em propriedades que utilizam mais de um sistema, o custo foi o
mais elevado de todos, atingindo R$2,56.
Para promover o bem-estar animal e aprimorar a saúde na criação de
bezerras, é essencial implementar práticas nutricionais, ajustes na infraestrutura
para acomodação de bezerros e nutrição personalizada com base em dados
individuais dos animais. Além disso, é importante considerar a utilização de aditivos
alimentares para aprimorar os sólidos, testes genômicos para aprimorar a genética e
a aplicação de inteligência artificial para superar desafios na indústria de lácteos. A
gestão eficaz de custos de produção, dados, pessoas e propriedades rurais também
desempenha um papel fundamental. No entanto, é crucial oferecer assistência
41

técnica pública e acesso a financiamentos para os pequenos produtores, visando


fornecer orientação, técnicas e tecnologias acessíveis que possam impulsionar a
qualidade e produtividade do leite, garantindo assim a sua sustentabilidade. A
implementação de políticas públicas eficazes é essencial para atender a esses
produtores e promover o seu desenvolvimento (Mostaro, 2023).

Tabela 3 - Custos de produção estimados no sistema Intensivo a Pasto de março de 2023 no


município de Castro-PR
Atividade Participação
Leite
DISCRIMINAÇÃO Leiteira Atividade leit.
R$/ano R$/l (%)
I - DESPESAS DE CUSTEIO DA ATIVIDADE (A)
Mão-de-obra contratada para manejo do
773.397,37 0,282 10,28%
rebanho
Serviços especializados 0,00 0,000 0,00%
Manutenção de pastagens 26.250,00 0,010 0,35%
Manutenção de capineira 0,00 0,000 0,00%
Manutenção de canavial 0,00 0,000 0,00%
Silagem 1.058.500,00 0,385 14,08%
Concentrados 1.938.410,76 0,706 25,78%
Leite para bezerro 101.016,00 0,037 1,34%
Sal mineral 131.587,06 0,048 1,75%
Medicamentos 111.103,79 0,040 1,48%
Hormônios 51.300,00 0,019 0,68%
Material de ordenha 174.264,87 0,067 2,32%
Transporte do leite 0,00 0,000 0,00%
Energia e combustível 49.800,00 0,019 0,66%
Inseminação artificial 20.000,00 0,007 0,27%
Impostos e taxas 226.637,25 0,083 3,01%
Reparos de benfeitorias 167.000,00 0,061 2,22%
Reparos de máquinas 55.254,96 0,020 0,73%
Outros gastos de custeio 0,00 0,000 0,00%
Despesas administrativas (5% do custeio) 244.226,10 0,089 3,25%
Total das Despesas de custeio (A) 5.128.748,16 1,87 68,20%
II - DESPESAS FINANCEIRAS (B)
1 – Juros 190.789,43 0,07 2,54%
Total das Despesas Financeiras (B) 190.789,43 0,07 2,54%
CUSTO VARIÁVEL (A+B =C) 5.319.537,59 1,94 70,74%
42

III - DEPRECIAÇÕES
1 - Depreciação de benfeitorias/instalações 187.720,00 0,07 2,50%
2 - Depreciação de máquinas e implementos 114.279,28 0,04 1,52%
3 - Depreciação de animais de serviço 0,00 0,00 0,00%
4 - Depreciação de forrageiras não anuais 10.250,00 0,00 0,14%
Total de Depreciações (D) 312.249,28 0,11 4,15%
IV - OUTROS CUSTOS FIXOS
1 – Capatazia 0,00 0,00 0,00%
2 - Encargos sociais 4.155,07 0,00 0,06%
3 - Seguro do capital fixo 13.813,74 0,01 0,18%
Total de Outros Custos Fixos (E) 17.968,81 0,01 0,24%
Custo Fixo (D+E = F) 330.218,09 0,12 4,39%
CUSTO OPERACIONAL (C+F = G) 5.649.755,68 2,06 75,13%
V - RENDA DE FATORES
1 - Remuneração esperada sobre capital fixo 1.208.910,07 0,44 16,08%
2 – Terra 661.500,00 0,24 8,80%
Total de Renda de Fatores (H) 1.870.410,07 0,68 24,87%
CUSTO TOTAL (G+H = I) 7.520.165,75 2,74 100,00%
Fonte: Adaptado de CONAB/D 3,
IGEM/SUINF/GESIP

Na Tabela 3, notamos que um dos maiores custos de produção no sistema


intensivo a pasto é com fornecimento de concentrado na alimentação. Os pastos
tropicais têm potencial para suportar produções diárias de leite de aproximadamente
12 a 15 kg por vaca, sem a necessidade de suplementação. Para obter produções
superiores, é necessário incorporar suplementos concentrados (Aguiar, 2001).

3.1.4 Carne

Antes da chegada dos europeus ao Brasil, os indígenas já consumiam carne


de caça. Com a vinda dos europeus, foi introduzida a criação de animais para
abate, com destaque para o gado, e houve uma valorização desse
ingrediente nas refeições. Seguindo os padrões das refeições europeias, a
carne tornou-se o principal alimento do cardápio e um marcador de distinção
social, devido às restrições de acesso. Mesmo antes do desenvolvimento de
estudos nutricionais que reforçassem o significado da carne do ponto de vista
dietético, já era possível observar uma multiplicidade de aspectos que
valorizavam a carne, seja por sua associação com a força, seja pela
capacidade de garantir distinção social (Ribeiro; Corção, 2013)
43

Segundo Santos et al. (2021):

Segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –


MAPA, no período de 2018 a 2028 a produção de carne bovina do Brasil deverá
crescer 2,1% ao ano. Neste contexto, espera-se atingir 12,15 milhões de toneladas
produzidas em 2028, com 22,7% de variação em relação a 2018 (MAPA, 2018).

Na análise dos cenários futuros para a cadeia produtiva da carne bovina,


identificamos suporte para ações estratégicas, ou seja, drivers, que acompanham as
questões dos consumidores e produtores em sua transição. Estes são essenciais
para que os tomadores de decisão envolvidos no setor de carne bovina
permaneçam no mercado. Os principais drivers são:

 Visão do consumidor: apesar dos desafios impostos pelas correntes anti-


carnes, os consumidores de carne bovina têm uma visão positiva da pecuária
bovina, especialmente devido ao reconhecimento da qualidade da carne
brasileira, impulsionada pelos novos modelos de produção que priorizam
boas práticas de manejo e bem-estar animal.
 Disponibilidade de produtos: as tendências nesta área destacam a influência
das demandas internacionais nos produtos disponíveis. Os consumidores
atuais estão cada vez mais conscientes e exigentes, demandando diferentes
cortes e tipos de carne, como a carne orgânica e carnes de marca, que são
associadas à qualidade do produto e do processo de produção.
 Hábitos de consumo: os consumidores possuem lógicas individuais na
escolha da carne bovina, levando em consideração fatores como preço,
preocupações ambientais e saúde humana, entre outros. As tecnologias
inteligentes estão fornecendo mais informações aos consumidores, como
automação, dados em nuvem, simulações, realidade aumentada e
manufatura aditiva, integrando as tecnologias de operações com as da
informação. Compreender os hábitos dos consumidores é fundamental para
orientar decisões sobre escolha, investimento e desenvolvimento de
tecnologias adequadas para cada processo (Malafaia et al.,2021).
44

Na Figura 14 temos uma análise histórica dos custos de produção da


pecuária de corte no Mato Grosso, onde podemos observar que os custos
com suplementção e forragens são os mais significativos e a alta dos grãos e
matéria-prima para ração, que pode ser afetada por aumentos significativos
no custo dos fertilizantes, por exemplo, que são importados, podem afetar
substancialmente o custo final de produção e consequentemente do produto.
(OSAKI, 2022).
45

Figura 14 - Dados do projeto “Rentabilidade no Meio Rural em Mato Grosso”


46

Fonte: Adaptado de IMEA (2023).

3.1.5 Carne suína

A carne suína é amplamente consumida globalmente, com países como


China, União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos liderando a produção,
totalizando 78,46% da produção mundial. O Brasil ocupa o quarto lugar nesse
ranking, com grande parte de sua produção destinada ao mercado internacional, e a
região Sul se destaca como a maior produtora e exportadora. O consumo interno de
carne suína no Brasil ainda é baixo em algumas regiões, o que pode ser atribuído ao
desconhecimento da qualidade da carne suína e à falta de informação sobre as
práticas de criação desses animais (De Jesus et al., 2023).
A escolha de um sistema de criação depende de uma junção de fatores, tais
como região, instalações, biosseguridade, presença de mão de obra qualificada,
adaptabilidade dos animais que irão compor o plantel, se é uma granja de ciclo
completo ou de fase com apoio de outros plantéis, o capital disponível a ser
investido e, principalmente, o mercado consumidor, tendo sempre em mente as
condições de bem-estar animal, visando maior produtividade (Machado; Dallanora,
2014). Sistema Extensivo: é marcado por baixos investimentos em tecnologia e tem
um caráter de subsistência. A alimentação, em geral, consiste no uso de restos de
safras e não há controle sanitário dos animais do rebanho. Além disso, os animais
47

desse tipo de sistema não são resultado de seleção genética (Carvalho; Viana,
2011).
Tipos de sistemas Intensivos, segundo Corrêa (2017):

Sistema Intensivo na Produção de Suínos

O sistema intensivo tem como principal objetivo alcançar altos ganhos de peso em
um curto período de tempo, ou seja, alta produtividade. Para isso, os animais são
criados em alta densidade populacional e recebem um manejo alimentar adequado
para cada fase do ciclo de produção (CARVALHO & VIANA, 2011). Esse sistema
pode ser classificado em duas categorias: no primeiro tipo, os animais são
confinados, enquanto no segundo, os animais são criados ao ar livre (SISCAL).

Sistema Intensivo Confinado

O sistema intensivo confinado visa alta produção em uma alta densidade


populacional e é responsável pela maioria significativa do abate de suínos no Brasil.
Fatores como nutrição e sanidade são de extrema importância nesse tipo de sistema
(Figura 2). Requer investimentos significativos em edificações, equipamentos,
maquinários e alimentação. Além disso, demanda mão-de-obra especializada e
constante estudo genético (CARVALHO & VIANA, 2011).

Sistema Intensivo ao Ar Livre

Esse sistema teve origem na Europa na década de 1950 e foi implementado no


Brasil, mais especificamente em Santa Catarina, pela Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), unidade Suínos e Aves, nos anos 80. De
acordo com (MIAO, 2004), este sistema é preferível do ponto de vista do bem-estar
animal. Isso se deve ao fato de os animais terem espaço para ampla movimentação
e livre expressão de seu comportamento natural. Este sistema representa, portanto,
um grande potencial para expansão, mantendo índices de produção satisfatórios
aliados a um maior bem-estar animal. No entanto, é de suma importância discutir
alguns desafios inerentes a esse sistema. (CARVALHO & VIANA, 2011)
compararam os custos por animal entre o sistema confinado e o sistema ao ar livre
(Figura 4) e (Figura 5). Percebe-se uma diferença significativa de custo,
48

demonstrando que o SISCAL pode ser competitivo. Custos como medicamentos,


ração e mão-de-obra destacam-se entre os itens avaliados.

As Tabela 4 e 5, representa uma comparação entre os custos no SISCON


(Sistema Intensivo de Suínos Confinados) e SISCAL (Sistema Intensivo de Suínos
Criados ao Ar Livre) em 2011 no Instituto Federal Goiano Campus Urutaí (Carvalho;
Viana, 2011).

Tabela 4 - Itens que compõem o SISCON


Itens que compõem o SISCON R$/Animal Porcentagem do CT
Custo Variável
Ração 128,48 46,23%
Água 0 0%
Medicamentos 19,92 7,17%
Ocitocina (Hormônio) 0,04 0,01%
Produtos de limpeza e
desinfecção 9,44 3,40%
Mão-de-obra 77,24 27,79%
Encargos de mão-de-obras 30,91 11,12%
Custo Fixo
Limpeza da fossa séptica (trator
265) 1,7 0,61%
Limpeza decantador (trator 265) 0,64 0,23%
Roçagem (trator 265) 0,63 0,23%
Energia 0,83 0,30%
Mortalidade 0,17 0,06%
Depreciação 7,84 2,83%
Custo alternativo 0,07 0,03%
Custo total/Animal 277,91 100%
Peso final do animal 75kg
Custo total/Kg 3,7
Fonte: Adaptado de Carvalho e Viana (2011).

Tabela 5 - Itens que compõem o SISCAL


Itens que compõem o SISCAL R$/Animal Porcentagem do CT
Custo Variável
Ração 99,75 53,05%
Água 0 0%
Medicamentos 6,41 3,41%
Produtos de limpeza e
desinfecção 0,84 0,45%
Mão-de-obra 13,88 7,38%
Encargos de mão-de-obra 5,55 2,95%
49

Custo Fixo
Serviços terceirizados 36,11 19,20%
Roçagem (trator 265) 0,8 0,43%
Energia 0 0,00%
Mortalidade 1,72 0,92%
Depreciação 12,63 6,71%
Custo alternativo 10,34 5,50%
Custo total/Animal 188,03 100,00%
Peso final do
animal 75kg
Custo total/Kg 2,5
Fonte: Adaptado de Carvalho e Viana (2011).

3.1.6 Aves

A carne de frango é amplamente consumida na dieta do brasileiro devido à


sua qualidade nutricional, praticidade no preparo, disponibilidade e custo acessível,
contribuindo para uma alimentação saudável (Embrapa, 2022).

A produção de frangos de corte representa a forma mais eficiente e


econômica de gerar proteína de origem animal para o consumo humano em escala
global. Essas aves se destacam pela capacidade de converter grãos em proteína
animal em um curto período, com uso reduzido de espaço, água e energia. Além
disso, é possível aproveitar integralmente o animal após o abate (Oviedo-Rondón,
2008).
O desenvolvimento da cadeia produtiva de frangos de corte na América do
Sul teve suas origens na década de 1950 e desdobrou-se em três fases
fundamentais. A primeira fase teve início no Brasil, entre 1950 e 1970. Durante esse
período, a avicultura era principalmente uma atividade de subsistência,
caracterizada por recursos limitados e pouca importância econômica. A produção de
frangos para corte começou a evoluir com a introdução de novas linhagens das
raças Leghorn e New Hampshire nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com o
propósito de substituir as raças rústicas que eram comercializadas vivas em feiras e
estabelecimentos comerciais da época. O progresso na criação de novas linhagens
foi impulsionado por pesquisas genéticas conduzidas pelo Instituto de Pesquisa e
Experimentação Agropecuária do Centro Sul (IPEACS), na Granja Guanabara/RJ,
50

na Escola Superior Luiz de Queiroz/SP e na Universidade de Viçosa/MG. Essas


pesquisas resultaram na redução da taxa de mortalidade, no aumento da eficiência
alimentar, na diminuição da idade de abate e no aceleramento do crescimento das
aves, proporcionando assim maior produtividade para o setor (CANEVER et al.,
1997; FRANÇA, 2000; VIEIRA & DIAS, 2005; ALBINO & TAVERNARI, 2008;
ESPINDOLA, 2012). (RODRIGUES et al.,2014)
A avicultura de corte é, hoje, uma atividade econômica internacionalizada e
homogênea, sem fronteiras geográficas em termos de tecnologia. A eficiência dessa
cadeia de produção está relacionada a vários fatores, como o aprimoramento das
linhagens e insumos, investimentos em tecnologias para a automação do sistema
produtivo, controle das condições sanitárias de criação, capacitação do pessoal no
manejo das aves e adoção de sistemas integrados de produção (MAPA, 2012;
Oliveira; Nääs, 2012).
Os esforços contínuos do setor avícola brasileiro para assegurar padrões
sanitários rigorosos, investir em tecnologia e implementar boas práticas agrícolas
têm sido fundamentais para a consolidação dessa posição de liderança global. Além
disso, a abundância de recursos naturais, um clima favorável e uma cadeia
produtiva bem estabelecida têm contribuído para o sucesso do Brasil no segmento
avícola (Canal Rural, 2023).
A Tabela 6 representa os custos de produção do produtor e da indústria nos
últimos 5 anos. A média paga ao produtor ficou muito próxima ao valor de custeio
para produzir o frango (DUMINELLI et al, 2023).

Tabela 6 - Média de custo de produção anual por quilo do frango - indústria e produtor - Santa Catarina
(2011-2020)

R$/Kg – Média anual 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Preço Pago produtor 2,08 2,42 2,20 2,36 2,48 2,67

Custo de produção pago para 1,97 2,28 1,96 2,30 2,32 2,97
Indústria
4,05 4,70 4,16 4,66 4,80 5,64
Custo final da indústria
Fonte: Adaptado de Duminelli et al.(2023).
51

A esperada alta na produção de milho e soja na safra de grãos deste ano no


Brasil não deve ter um impacto significativo nos custos de produção de aves para
corte. A alimentação, especialmente o milho, é uma das principais despesas na
criação de aves, por isso, o setor tem feito investimentos em melhorias estruturais
para aumentar a produtividade. Segundo os produtores, o mercado aquecido e a
demanda contínua pelo produto têm impulsionado investimentos em aviários,
incluindo a implementação de placas solares e aquecedores elétricos para os
pintinhos, que necessitam de um ambiente mais aquecido nos primeiros meses de
vida (Cais, 2023).

3.2 CUSTOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO ANIMAL VERSUS PROTEÍNA


VEGETAL

3.2.1 Vegetal

Para realizar atividades agrícolas, muitas vezes é preciso interferir no


equilíbrio natural, removendo a cobertura vegetal e movimentando o solo, o que
resulta no aumento da oxidação biológica do carbono orgânico para dióxido de
carbono (CO2), contribuindo para o acréscimo deste gás na atmosfera (Reicosky;
Forcella, 1998).

A introdução do cultivo de soja no estado do Tocantins provoca alterações


nos atributos microbiológicos, físicos e químicos do solo do Cerrado. A remoção da
vegetação nativa para o plantio influencia a quantidade de unidades formadoras de
colônias por mililitro (UFC/mL) e a diversidade microbiana do solo, destacando a
importância da manutenção de áreas de reserva ambiental dentro das unidades de
produção agrícola (Henrique et al., 2021).

O significativo aumento na concentração de dióxido de carbono (CO2) na


atmosfera está principalmente relacionado à queima de combustíveis fósseis e ao
desmatamento (Lessin; Ghini, 2009).

A produção de soja tem intensificado as emissões antrópicas de gases de


efeito estufa (GEE), tais como metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e óxido
52

nitroso (N2O). Estes gases têm a capacidade de reter parte da radiação solar,
transformando-a em radiação infravermelha (calor) na superfície do planeta,
contribuindo para o aumento da temperatura média global (National Greenhouse
Gas Inventories Programme, 2007; Rocha, 2009).

A reposição de nitrogênio nos sistemas agrícolas é feita predominantemente


por meio de fertilizantes nitrogenados, cuja utilização está associada ao aumento
das emissões de gases de efeito estufa (GEE), sendo o óxido nitroso (N2O) o mais
relevante (Dobbie; Smith, 2003).

A etapa de preparo do solo é responsável pela maior parte das emissões,


principalmente devido à aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo. É
importante destacar que a aplicação de calcário depende da qualidade do solo e não
é necessária em todas as safras em grande quantidade. A segunda fonte mais
poluente é a produção de insumos, especialmente herbicidas, seguida pela colheita
e pelo plantio devido ao uso de diesel nos equipamentos (Kemerich et al., 2018).

Segundo Carvalho e Freitas (2008):

 O aumento da atividade agrícola dentro dos limites atuais reduz a


pressão para a expansão em novas áreas;
 Diminuição significativa da carga de sedimentos e da contaminação
por pesticidas e fertilizantes nas águas superficiais;

 Aumento da recarga dos aquíferos e redução de enchentes;


 Maior disponibilidade de alimentos e abrigo para a fauna durante o
inverno;
 Crescimento da biodiversidade na agricultura em comparação com os
métodos convencionais de cultivo;
 Armazenamento de carbono e redução das emissões de dióxido
de carbono.

O Plano ABC, conhecido oficialmente como Plano Setorial de Mitigação e


Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de
Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, representa uma das iniciativas
53

estabelecidas em 2010 em conformidade com a Política Nacional sobre Mudança do


Clima (Lei Federal 12.167/2009) como parte da estratégia do governo brasileiro para
reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e combater o aquecimento
global. Trata-se de uma política pública composta por um conjunto de ações
direcionadas à promoção da expansão da adoção de tecnologias agropecuárias
sustentáveis, que apresentam alto potencial de mitigação das emissões de GEEs.
Essas ações incluem a Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica
de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas e Tratamento de Dejetos Animais
(Embrapa, 2023).

3.2.2 Animal

Conforme Chiavegato, Congio e Silva (2018), no contexto das mudanças


climáticas, é crucial considerar que a atividade pecuária tem responsabilidade na
emissão de gases de efeito estufa, como o metano (CH4) proveniente da
fermentação entérica dos ruminantes e o óxido nitroso (N2O) decorrente do uso de
fertilizantes nitrogenados. Ambos os gases também são gerados pelo manejo e
deposição de dejetos nas pastagens, conforme mencionado por O'Mara (2012).
Além disso, em menor escala, há a emissão de CO2 devido ao uso de combustíveis
fósseis e energia nos sistemas de produção (O'Mara, 2012).
Cientistas preocupados com os motivos para a adoção de dietas restritivas
em alimentos de origem animal e com os impactos da pecuária sobre o meio
ambiente se uniram na rede de pesquisa PECUS. O objetivo é esclarecer qual é a
real contribuição da pecuária brasileira para as questões ambientais, e para isso
iniciaram estudos sobre o balanço de carbono nos principais sistemas de produção
pecuária, visando assegurar a sustentabilidade da pecuária brasileira. Como
resultado desses estudos, foi constatado que a degradação das pastagens é o
principal problema da pecuária de corte bovina brasileira, sendo associada à
emissão de GEE e à necessidade de maior área para a produção pecuária, o que
gera pressão sobre a floresta (Oliveira et al., 2018).
Na suinocultura, as principais consequências ambientais decorrem do elevado
consumo de recursos hídricos e da emissão de dejetos líquidos e gasosos (Ito;
Guimarães; Amaral, 2016). Entretanto, a implementação de tecnologias mitigadoras
54

pode reduzir tais impactos e, inclusive, proporcionar benefícios financeiros aos


produtores. A compostagem e a utilização de biodigestores são soluções
tecnológicas recomendadas para o tratamento dos dejetos de suínos, demonstrando
viabilidade econômica especialmente para médios e grandes criadores. O próximo
passo consiste em ampliar a divulgação dos resultados esperados, bem como das
linhas de crédito disponíveis (Ito; Guimarães; Amaral, 2016).

No tocante à avicultura, os resíduos avícolas apresentam maior concentração


de amônia e nitratos, os quais, se empregados em excesso como adubo, podem
propiciar a contaminação do lençol freático. Além disso, o fósforo presente nesses
resíduos, ao ser arrastado pela chuva, pode afetar corpos d'água superficiais
(Maguire et al., 2005).
Para atenuar o impacto ambiental da avicultura, um planejamento adequado,
o zoneamento e a capacitação do pessoal envolvido na criação das aves e no
manejo dos resíduos revelam-se essenciais. A nutrição precisa das aves e a
melhoria da utilização dos nutrientes constituem métodos eficazes para evitar
desperdícios ambientais. Ademais, a compostagem representa uma técnica eficaz
para o manejo de cama e mortalidades, podendo inclusive resultar na geração de
energia. Embora existam tecnologias para reduzir as emissões de amônia, odores e
pó dos aviários, muitas delas implicam custos elevados e ainda não estão
amplamente difundidas (Oviedo-Rondón, 2008).

3.3 INSUMOS PARA PRODUÇÃO PLANT-BASED


Os desafios de formular produtos à base de plantas residem, em grande
parte, nas diferenças fundamentais entre os ingredientes de origem vegetal e
animal. Ingredientes de origem animal, como carne e laticínios, possuem
propriedades específicas que contribuem para o sabor e a textura dos alimentos.
Replicar essas características em produtos à base de plantas requer abordagens
criativas e técnicas especializadas (Plant-Based BR, 2023).

Os principais requisitos para uma reformulação incluem manter o produto


atraente ao consumidor, preservar suas características sensoriais, garantir a
segurança frente à contaminação microbiológica e manter a vida de prateleira do
55

produto para atender à crescente demanda por conveniência e flexibilidade (Corbion


Purac, 2023).

A dependência da importação eleva os custos de produção, impactando o


preço final do produto na prateleira e limitando o acesso de muitos brasileiros aos
produtos à base de plantas. Além disso, a volatilidade da cotação de moedas
estrangeiras e o longo tempo de espera pela entrega são desafios citados para a
importação (GFI BRASIL, 2022).

A inovação de produtos pode impactar o custo de aquisição da matéria-prima.


Empresas que desejam criar produtos exclusivos à base de plantas podem precisar
adquirir ingredientes especializados, que não são comumente usados no mercado,
aumentando o custo geral das matérias-primas e demandando extensa pesquisa e
desenvolvimento (GFI BRASIL, 2022).

O custo da aquisição de matérias-primas e ingredientes a granel pode variar


de acordo com diversos fatores, sendo uma despesa significativa para as empresas.
Negociar com fornecedores, comprar em grandes quantidades, adquirir localmente e
encontrar ingredientes alternativos são estratégias que podem ajudar a reduzir
custos e aumentar a rentabilidade (GFI BRASIL, 2022).

O custo de pesquisa e desenvolvimento de produtos vegetais pode variar


dependendo do tipo de produto alimentício, embalagem e tamanho da empresa. Por
exemplo, desenvolver um novo leite vegetal pode custar menos do que criar uma
nova alternativa à carne vegetal devido à complexidade do produto (GFI BRASIL,
2022).

A expressão "clean label" é utilizada como uma nova tendência nutricional


para promover a alimentação saudável e o consumo consciente. Significa que os
alimentos não contêm substâncias artificiais, sendo feitos apenas com produtos
naturais. A ideia é que todos os ingredientes devem ser de origem natural, excluindo
aditivos químicos como conservantes, corantes, realçadores de sabor, edulcorantes
e aromatizantes artificiais, entre outros. Além disso, os produtos não devem possuir
56

uma lista extensa de ingredientes, nem nomes desconhecidos pelo grande público
(Carreiro, 2019).

Apesar de o Brasil possuir um clima tropical ou subtropical favorável à


obtenção de grande parte da matéria-prima para corantes naturais, a substituição de
corantes artificiais por naturais ainda depende da produção da matéria-prima.
Estima-se que a produção atual não seria suficiente para uma substituição total. O
aumento da produção de matéria-prima depende da solução de problemas
tecnológicos associados ao processamento de corantes e aos custos de extração.
Além disso, o rendimento industrial está diretamente ligado à qualidade da matéria-
prima de origem agrícola, incluindo variedades com alto teor de princípio ativo do
corante e tecnologias de colheita e beneficiamento que não comprometam esse teor
(Sato et al., 1992).

Os aditivos naturais, por sua vez, são instáveis. No caso de corantes naturais,
por exemplo, sua estabilidade é comprometida quando aplicados em produtos. Isso
significa que o simples uso de tratamentos térmicos, utilizados para aumentar o
tempo de validade das bebidas, pode resultar em desestabilização do processo e
perda da coloração ou tonalidade.
Existe um amplo mercado potencial para ingredientes naturais, como aromas,
corantes e outros componentes. No entanto, diversos obstáculos estão impedindo o
rápido desenvolvimento e a fluidez no mercado brasileiro. A obtenção de amostras
para testes está se tornando cada vez mais desafiadora. A produção mínima de
aromas naturais está em ascensão, o que demanda um cuidadoso planejamento de
estoque para evitar excesso de produtos parados. Em síntese, todo o processo de
fabricação e comercialização de produtos naturais requer um estudo minucioso para
assegurar a viabilidade do negócio. A alta tecnologia desempenha um papel crucial
no processo de fabricação, oferecendo soluções inovadoras e equilibradas em
termos de custo (SOARES, 2014).
57

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas pesquisas realizadas, não se pode concluir que haverá uma
insegurança alimentar com o expressivo crescimento populacional previsto devido a
inúmeros outros motivos que podem afetar o consumo de carne, que não
necessariamente estão ligados ao crescimento populacional ou a escassez de
matéria-prima e as melhorias que já estão sendo realizadas para tornar o
agronegócio brasileiro mais produtivo. A extensão territorial e outros empecilhos
podem ser contornados com o emprego de novas tecnologias para aumento da
produtividade, como inseminação artificial em gado bovino de corte, por exemplo.
Não há banco de dados a respeito dos custos de produção dos produtos
plant-based acabados e poucas pesquisas em relação ao preço de mercado nas
cidades brasileiras. Sendo assim, para estimar os custos de sua produção avaliamos
as principais matérias primas proteicas utilizadas para seu desenvolvimento, como
soja e ervilha, em relação às proteínas animais como leite, carne suína e carne de
aves.
Quanto ao valor nutricional, podemos concluir que tudo depende da
combinação de alimentos que será feita, principalmente no caso da dieta plant
based que precisa de uma associação maior de proteínas vegetais para adquirir
todos os aminoácidos essenciais. Quanto à qualidade de vida, pode-se concluir que
independentemente da dieta vegetal ou animal, o que realmente faz a diferença é a
associação diária entre dieta e hábitos saudáveis, o que faz mais parte da rotina dos
vegetarianos/veganos e flexitarianos.
Quanto aos custos, independente da opção de proteína animal ou vegetal,
precisamos evoluir o agronegócio para que possamos ter insumos como fertilizantes
e sementes tanto para cultivo de soja, por exemplo, para produção Plant-Based,
como para ração para produção de proteína de origem animal. Os produtos Plant-
Based além de tudo, precisam de novas tecnologias para que se possa obter
também corantes e aromas naturais de terras brasileiras e de forma econômica.
A variável kilo per capita, mede a oferta de carne no mercado interno dividido
pela população. O resultado do crescimento populacional em relação ao consumo
per capita das diversas modalidades de proteínas de origem animal, por si só pode
estar relacionado a diversos fatores:
58

● Mesmo com a menor oferta de carne bovina, o crescimento das

produções de proteínas alternativas como aves e suínos têm forte


colaboração para garantir o abastecimento interno de proteína no país.

● Alterações na renda, inflação, poder de compra da população;

● Alterações no mercado externo (como: recessões, boom de

commodities, guerra da Ucrânia, pandemia etc).


59

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