Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VOLUME II
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Anexos -
Distribuição
BRAXCEL E
PÖYRY RHi
Orig. 13.03.12 - jle 13.03.12 - PEP/ KHF 13.03.12 - RHi 13.03.12 - NRN Para informação
3 ÁREAS DE INFLUÊNCIA
A delimitação das áreas de influência de um determinado projeto é um dos requisitos
legais (Resolução CONAMA 01/86) para a avaliação de impactos ambientais e se
constitui de grande importância para o direcionamento da coleta de dados, voltada
para o diagnóstico ambiental.
As áreas de influência direta e indireta foram definidas e delimitadas levando-se em
consideração os impactos resultantes das atividades do empreendimento sobre os
recursos naturais (vegetação, fauna, recursos hídricos) e sobre os aspectos
socioeconômicos (população atingida, vias de acesso, transporte, infraestrutura urbana
social, mão de obra etc.), conforme orienta a Resolução CONAMA nº 01/86. Neste
caso, a delimitação dessa área, leva em consideração o alcance e a intensidade dos
impactos inerentes das atividades de implantação e operação do empreendimento de
industrial da BRAXCEL localizada no município de Peixe, TO. A área de influência
do empreendimento foi dividida em Área Diretamente Afetada (ADA), Área de
Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII), que representa os espaços
territoriais relativos, respectivamente, aos impactos diretos e indiretos do
empreendimento.
Como consequência, o conjunto dos estudos envolvidos neste trabalho estará limitado
à área diretamente afetada, à área de influência direta e área de influência indireta.
3.2 Área de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) do meio Físico e Biótico
A área de influência direta foi determinada pelas concentrações obtidas no estudo de
dispersão das emissões atmosféricas, do estudo de dispersão hídrica, do traçado da
faixa de servidão da adutora e emissário.
Área de Influência Direta: foi delimitada num raio de 5 km com base na experiência
da Pöyry em empreendimentos similares e nas concentrações de emissão de material
particulado e TRS, que são os principais parâmetros de uma fábrica de celulose.
Área de Influência Indireta: foi considerada a bacia do Rio Tocantins delimitada entre
os rios Paranã e a foz do rio Santa Teresa.
A AID (contorno roxo) e AII (contorno preto) do meio físico e biótico é apresentada
na Figura 3.2-1.
20600.10-1000-M-1500
4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
4.1.1 Geologia
Segundo MMA e ANA (2009), a região de estudo está inserida na Província
Tocantins, do período Brasiliano, constituída por terrenos compostos por rochas
ígneas e metamórficas de idades variadas do Arqueano ao Neoproterozóico que
incluem sequências vulcano-sedimentares, complexos máficos-ultramáficos, terrenos
do tipo greenstone belt e granitóides (Figura 4.1.1-1).
20600.10-1000-M-1500
Figura 4.1.1-1: Geologia da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, com
localização aproximada da AII do empreendimento industrial.
20600.10-1000-M-1500
10
11
Figura 4.1.1.1-2: TO-280 - Talude de corte Figura 4.1.1.1-3: TO-280 - Talude de corte
exibindo gnaisses alterados da unidade exibindo gnaisses alterados da unidade
Ortognaisses Oeste de Goiás. N:8.664.924; Ortognaisses Oeste de Goiás. N:8.663.257;
E:784.465 E:781.418
Figura 4.1.1.1-4: TO-373 - Vista de terrenos Figura 4.1.1.1-5: BR-242- Vista da entrada
planos da planície aluvial do rio Santa Teresa. principal da cidade de Peixe, observando-se
N: 8.635.462; E: 757.562 terrenos planos de terraço aluvionar do rio
Tocantins. N:8.667.737; E:766.877
Figura 4.1.1.1-6: Peixe - Área urbana - Pilha de Figura 4.1.1.1-7: Peixe –Terraço aluvionar na
cascalho proveniente de jazida, o qual é margem direita do rio Tocantins, visto a partir
utilizado como material de construção. do porto Areolino Ribeiro de Miranda.
20600.10-1000-M-1500
12
Figura 4.1.1.2-1: AID - TO-280 - Rio Tocantins, Figura 4.1.1.2-2: AID - TO-280 - Área de
de montante para jusante, observando-se empréstimo de solos desenvolvidos a partir de
exposições do leito rochoso (gnaisses) em sua sedimentos argilosos aluviais do rio
margem direita. N:8.648.934; E:776.003 Tocantins. N:8.647.583; E:775.470
20600.10-1000-M-1500
13
Figura 4.1.1.2-3: AID - TO-280 - Área de Figura 4.1.1.2-4: AID - TO-280 - Talude de corte
empréstimo de cascalhos desenvolvida em escavado em solos concrecionários lateríricos
terraço aluvionar do rio Tocantins, em cuja de área de empréstimo de cascalhos
base ocorrem solos de alteração de gnaisses. desenvolvida em terraço aluvionar do rio
N:8.653.976; E:767.684 Tocantins. N:8.653.976; E:767.684
Figura 4.1.1.2-5: AID - Talude de corte Figura 4.1.1.2-6: AID - Blocos coesos formados
remanescente da exploração de cascalhos do por cascalhos arredondados cimentados com
topo de terraço aluvionar. N:8.655.530; hidróxidos de ferro. N:8.655.530; E:769.196
E:769.196
20600.10-1000-M-1500
14
Figura 4.1.1.2-7: AID - Vista geral da Figura 4.1.1.2-8: AID - Cava formada por
cascalheira, topo do terraço aluvial, exploração de solos argilosos existente no
observando-se ao fundo taludes de corte sopé do terraço, já na planície aluvial.
remanescentes da exploração. N:8.655.530; N:8.655.306; E:770.069
E:769.196
Figura 4.1.1.2-9: AID - Terrenos aluviais, Figura 4.1.1.2-10: AID - Terrenos aluviais,
essencialmente planos, constituídos por essencialmente planos, constituídos por areias
areias finas fofas. N:8.655.003; E:771.304 finas fofas. N:8.655.003; E:771.304
20600.10-1000-M-1500
15
Figura 4.1.1.2-11: AID - Estrada de acesso ao Figura 4.1.1.2-12: AID - Planície aluvial arenosa
rio Tocantins, observando-se terrenos planos junto ao rio Tocantins, observando-se sua
aluviais constituídos por areias finas. mata ciliar. N:8.654.263; E:774.176
N:8.654.648; E:772.654
Figura 4.1.1.2-13: AID - Vista da porção Figura 4.1.1.2-14: AID - Porções embaciadas
ocidental da área, próxima ao divisor de águas de terrenos à margem da rodovia BR-242,
da bacia de drenagem do rio Santa Teresa, constituídas por solos orgânicos de cor cinza
observando-se terrenos aplanados e escuro. N:8.657.821; E:768.410
constituídos por solos arenosos finos e fofos.
N:8.657.382; E:767.751
20600.10-1000-M-1500
16
Figura 4.1.1.2-15: AID - Vista de terrenos Figura 4.1.1.2-16: AID - Fazenda Rio do Peixe
planos aluviais arenosos ao longo da estrada exibindo extensos terrenos aplanados aluviais
de acesso à Fazenda Rio do Peixe, sentido BR- já na bacia de drenagem do rio Santa Teresa,
242 . N:8.661.054; E:767.279 cuja mata ciliar se vê no horizonte.
N:8.661.054; E:767.279
Figura 4.1.1.2-17: AID - Terrenos arenosos na Figura 4.1.1.2-18: AID - Ilha rochosa
entrada da propriedade N.S. Aparecida II. (gnaisses) e corredeiras em leito rochoso do
N:8.662.519; E:768.930 rio Tocantins. N:8.662.149; E:770.734
A Área Diretamente Afetada (ADA) é constituída pelo “site” industrial, o qual será
implantado na Fazenda Morada do Boi, situada na região da Fazenda Berilo, já
descrita como AID.
A gleba de terras da Fazenda Morada do Boi está inserida na planície aluvial do rio
Tocantins, sendo essencialmente plana e estando em parte coberta por solos aluviais
arenosos e em parte por solos aluviais argilosos, caracterizando-se por lençol freático
situado próximo à superfície.
As Figuras 4.1.1.2-19 a 4.1.1.2-22 ilustram a área a ser utilizada para implantação do
empreendimento.
20600.10-1000-M-1500
17
Figura 4.1.1.2-19: ADA - Vista parcial da área, Figura 4.1.1.2-20: ADA - Foto sequencial à
observando-se terrenos aplanados, anterior. N:8.654.228; E:771.598
constituídos por solos aluviais arenosos finos
e fofos. N:8.654.228; E:771.598
Figura 4.1.1.2-21: ADA - Foto sequencial à Figura 4.1.1.2-22: ADA - Local oposto ao das
anterior. N:8.654.228; E:771.598 fotos anteriores, mostrando o limite da
propriedade da Fazenda Berilo com a
Fazenda da GBE, à esquerda na foto.
N:8.655.324; E:769.993
4.1.2 Geomorfologia
Os domínios geomorfológicos da bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia
mostram o predomínio de planaltos e depressões, caracterizando um relevo, de forma
geral, muito plano, porém com diversos degraus associados a ciclos erosivos, segundo
o Ministério do Meio Ambiente – MMA, e a Agência Nacional de Águas – ANA
(MMA e ANA, 2009).
Na região de interesse ao projeto, o rio Tocantins atravessa o domínio geomorfológico
da Depressão do Tocantins (Figura 4.1.2-1), que corresponde, em parte, às rochas da
Província Tocantins, cujo modelado é quase plano e, portanto, com fraco grau de
dissecação, e altitudes que variam de 200m no norte a 500m na extremidade sul
(Figura 4.1.2-2).
Ainda no tocante à fisiografia, no que se refere à divisão da paisagem hierarquizada ou
compartimentação geoambiental, as porções central e oriental da região de estudo
situam-se no Domínio Morfoclimático dos Complexos Metamórficos e Sequência
Vulcano-Sedimentar do Arqueano e Proterozóico Inferior, representado pelas regiões
geoambientais Depressão do Alto Tocantins e Depressões e Morrarias de Natividade e
20600.10-1000-M-1500
18
19
20
21
22
23
Figura 4.1.2.1-2: TO-280 - Vista de São Valério Figura 4.1.2.1-3: TO-280 - Vista do relevo em
da Natividade, situada em topo aplanado de direção ao rio Tocantins, observando-se
superfície tabular da Depressão do Tocantins. superfícies peneplanadas. N:8.663.257;
N:8.670.168; E:791.600 E:781.418
Figura 4.1.2.1-4: TO-280 - Vista da ponte sobre Figura 4.1.2.1-5: TO-280 - Vista do rio
o rio Tocantins ao fundo e a serra de Santo Tocantins para montante, vendo-se ao fundo
Antonio no horizonte. N:8.651.197; E:776.764 a serra das Caldas, limite sul da AII.
N:8.655.324; E:769.993
24
Figura 4.1.2.2-1: AID - TO-280 – Fazenda Brejo Figura 4.1.2.2-2: AID - TO-280 – Vista em
Grande - Terrenos planos da planície aluvionar direção ao rio Tocantins, observando-se
do rio Tocantins. N:8.650.969; E:771.075 ponto baixo relacionado ao córrego dos
Porcos, seguido por patamares
correspondentes a níveis de terraços
aluvionares N:8.653.976; E:767.684
20600.10-1000-M-1500
25
Figura 4.1.2.2-3: AID - Via de acesso à Fazenda Figura 4.1.2.2-4: AID - Trecho da planície
Berilo/Fazenda do Boi, observando-se desnível aluvial que se segue ao terraço da foto
topográfico entre o terraço e a planície aluvial. anterior, integrante da ADA do
N:8.651.197; E:776.764 empreendimento. N:8.655.123; E:770.813
Figura 4.1.2.2-5: AID - BR-242 – Trecho da Figura 4.1.2.2-6: AID - Estrada de acesso à
estrada equivalente ao topo do terraço Fazenda Ilha dos Bons Amigos, observando-
aluvionar, constituída por terrenos se terrenos planos compostos por solos
patamarizados aplanados. N:8.657.487; arenosos fofos. N:8.658.699; E:771.045
E:768.311
Figura 4.1.2.2-7: AID - Córrego dos Porcos junto Figura 4.1.2.2-8: AID - Talude de baixo terraço
à sua foz no rio Tocantins. N:8.654.375; aluvionar junto à margem esquerda do rio
E:773.744 Tocantins. N:8.658.650; E:772.496
20600.10-1000-M-1500
26
4.1.3 Pedologia
27
28
29
Figura 4.1.3.2-1: AID - TO-280 – Talude de corte Figura 4.1.3.2-2: AID - TO-280 – Talude de
de área de empréstimo de solos, exibindo corte de 1,0m de altura exibindo latossolos.
latossolo desenvolvido a partir de argilas do N:8.651.655; E:770.304
terraço aluvionar do rio Tocantins. N:8.647.583;
E:775.470
20600.10-1000-M-1500
30
Figura 4.1.3.2-3: AID – TO-280 - Talude de corte Figura 4.1.3.2-4: AID - Latossolos
remanescente de área de empréstimo de desenvolvidos sobre cascalheiras do terraço
cascalhos, exibindo Solos Plintossolos aluvionar. N:8.655.413; E:769.657
Pétricos. N:8.653.976; E:767.684
Figura 4.1.3.2-5: AID - Exposição de Neossolos Figura 4.1.3.2-6: ADA – Fazenda Morada do
Flúvicos, de textura areia fina pouco argilosa, Boi – Terrenos mal drenados suportados por
de cor ocre, com nível de seixos na base, em Neossolos Flúvicos. N:8.654.228; E:771.598
trecho da estrada próximo ao rio Tocantins.
N:8.657.487; E:768.311
20600.10-1000-M-1500
31
Figura 4.1.3.2-7: AID - Terrenos embaciados Figura 4.1.3.2-8: AID - Cupins de formas
contendo solos Gleissolos Melânicos de cor bizarras desenvolvidos sobre terrenos
acizentada escura e a característica presença constituídos por solos Gleissolos Melânicos.
de cupins de formas bizarras. N:8.662.626; N:8.662.626; E:769.321
E:769.321
Qualidade do solo
Foram realizadas coletas de amostras de solo na área de influência do
empreendimento nos dias 12 e 13 de dezembro de 2011.
Optou-se pela coleta de 4 pontos na periferia e dentro do futuro empreendimento.
Tabela 4.1.3.2-1: Coordenadas dos pontos de amostragem de solo.
Coordenadas
Ponto
S O
32
Figura 4.1.3.2-9: Localização dos pontos de coleta de solo. Fonte: Google Earth.
Na Tabela 4.1.3.2-2 são apresentados os resultados das análises de solo nos quatro pontos.
Arsênio mg/Kg 150 < 0,30 < 0,25 < 0,28 < 0,30
Alumínio mg/Kg - 17855 40255 12209 31661
Antimônio mg/Kg 25 < 8,71 < 7,49 < 8,32 < 8,69
Bário mg/Kg 750 13,9 27,7 7,82 21,9
Boro mg/Kg - 1,98 2,47 2 1,47
Cálcio mg/Kg - 801 869 646 730
Cádmio mg/Kg 20 < 0,09 < 0,07 < 0,08 < 0,08
Carbonato g/Kg - < 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10
Chumbo mg/Kg 900 15,1 19,9 < 1,66 9,04
Cloreto mg/Kg - 50 100 100 50
Cobalto mg/Kg 90 13,1 39,7 5,83 10,2
Cobre mg/Kg 600 12,2 14,4 3,83 10,1
Cromo Total mg/Kg 400 40,6 30,4 10,5 33,7
20600.10-1000-M-1500
33
34
Acenaftileno µg/kg - ND ND ND ND
Benzo(b)+(k)fluorant µg/kg - ND ND ND ND
eno
Fluoranteno µg/kg - ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg - ND ND ND ND
Pireno µg/kg - ND ND ND ND
Docosano (C22) µg/kg - ND ND ND ND
Dodecano (C12) µg/kg - ND ND ND ND
Eicosano (C20) µg/kg - ND ND ND ND
Fitano (C20) µg/kg - ND ND ND ND
Heneicosano (C21) µg/kg - ND ND ND ND
Heptacosano (C27) µg/kg - ND ND ND ND
Heptadecano (C17) µg/kg - ND ND ND ND
Hexacosano (C26) µg/kg - ND ND ND ND
Hexadecano (C16) µg/kg - ND ND ND ND
Nonadecano (C19) µg/kg - ND ND ND ND
Octacosano (C28) µg/kg - ND ND ND ND
Octadecano (C18) µg/kg - ND ND ND ND
Pentacosano (C25) µg/kg - ND ND ND ND
Pentadecano (C15) µg/kg - ND ND ND ND
Pristano (C19) µg/kg - ND ND ND ND
Tetracosano (C24) µg/kg - ND ND ND ND
Tetradecano (C14) µg/kg - ND ND ND ND
Tricosano (C23) µg/kg - ND ND ND ND
Tridecano (C13) µg/kg - ND ND ND ND
Undecano (C11) µg/kg - ND ND ND ND
Mistura Complexa µg/kg - ND ND ND ND
Não Resolvida
(UMC)
n-Alcanos µg/kg - ND ND ND ND
TPH Total µg/kg - ND ND ND ND
Dotriacontano (C32) µg/kg - ND ND ND ND
Hentriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C31)
Heptatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C37)
Hexatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C36)
Nonacosano (C29) µg/kg - ND ND ND ND
Nonatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C39)
Octatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C38)
Pentatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C35)
Tetracontano (C40) µg/kg - ND ND ND ND
Tetratriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C34)
20600.10-1000-M-1500
35
36
37
Figura 4.1.3.3-1: Mapa de Risco Potencial de Erosão do Solo da Bacia Hidrográfica dos
Rios Tocantins e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500
38
Figura 4.1.3.3-2: Mapa de Suscetibilidade à Erosão do Solo da AII da UHE Peixe, com
indicação aproximada da AID do empreendimento.
Fonte: Themag, 2000
4.1.4 Clima
Segundo MMA e ANA (2009), a Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia
caracteriza-se pela regularidade climática, com estações que apresentam pequenas
variações anuais e índices pluviométricos e termométricos crescentes no sentido sul-
norte.
Conforme este estudo (Figura 4.1.4-1), a AII do empreendimento situa-se no tipo
climático Aw (quente e úmido megatérmico) segundo a metodologia de Köeppen,
apresentando as seguintes características principais:
- índice pluviométrico anual da ordem de 1.700 mm;
- temperaturas médias mensais oscilando entre 24 e 26°C;
- período de estiagem no trimestre junho a agosto, quando os totais pluviométricos são
inferiores a 10 mm.
20600.10-1000-M-1500
39
Figura 4.1.4-1: Tipos Climáticos de Köeppen da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins
e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500
40
41
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
1972 303,7 246,2 123,2 188,5 4,3 0 0 12,5 0 45,6 297,1 357 1578
1973 212,5 139 226,4 112,6 23 40 0 0 83,6 252,5 329,4 140,6 1560
1974 31,8 55,1 352,6 46,2 4,5 0 0 1,8 19,3 81,8 213,7 218,2 1025
1975 171,6 328,8 207,2 207,2 21,2 0 21 0 1,7 247,2 259,9 241 1707
1976 183,3 369,9 157,5 58,2 9,6 0 0 0 98,3 159,3 373,8 117,7 1528
1977 356 157 111,7 186,3 10,4 12,8 0 0 129,1 168,4 162,7 173,3 1468
1978 321,9 271,8 149,7 142,1 67,7 16,4 61,4 0 28,5 89,6 173,9 389,1 1712
1979 209,3 283,8 206,2 111,5 9,4 0 0 66 7,4 183,7 88 101,8 1267
1980 293,7 631,5 206 63,8 1 0 0 0 13,3 103,2 188,5 277,4 1778
1981 121,8 33,3 258,2 103,1 0 47 0 9,2 0 169,4 401,9 143,6 1288
1982 334,2 106,8 254,9 121,8 5,2 0 0 0 99,3 129 118,7 89,8 1260
1983 207,8 276,4 201,7 46,6 0 0 0 0 22,3 129,7 120,3 298,1 1303
1984 83 47,6 281 180,6 17,8 16,4 0 0 51,7 160,2 69,8 116,8 1025
1985 598,2 186,6 350 238,4 0 0 0 15 2 140,6 188 229 1948
1986 122 142 272 104,2 0 0 0 13 0 90,5 68,7 351,5 1164
1987 128,6 124,7 429,3 48,2 0 0 0 0 32,2 56 208,2 345,7 1373
1988 95,9 144,7 263,1 139,4 1,4 16,4 0 0 70 168,5 135,1 283,5 1318
1989 284,4 192,7 224 86,4 12,7 2,5 0 2 27 151 180 59,9 1223
1990 142 151,9 290,1 45,5 63 0 4,4 36,6 68,1 50,5 234,9 170,8 1258
1991 264,5 230,1 257,8 120,1 0 0 0 0 0 102,3 260,1 254,4 1489
1992 470 248,2 112,8 109,3 6,3 5 0 0 85,1 73,1 219,6 437,6 1767
1993 143,3 332,5 126,7 195 68,8 0 0 26,6 28,9 105,5 200 190,1 1417
1994 268,8 212,5 300,7 175 0 16,7 0 0 0 21,9 258,4 241,9 1496
1995 152,4 301,5 209,1 260,4 65,8 0 0 0 8,4 195,9 333,6 218 1745
1996 124,6 123,8 211,5 134,7 3,8 0 0 2,2 0 111,8 151,7 98,7 963
1997 227,4 198,8 462,3 240,3 0,8 0,3 0 0 69,2 112,8 178,6 260,3 1751
Média 225,1 213,0 240,2 133,3 15,3 6,7 3,3 7,1 36,4 126,9 208,3 223,3 1439
Mínima 31,8 33,3 111,7 45,5 0 0 0 0 0 21,9 68,7 59,9 963
Máxima 598,2 631,5 462,3 260,4 68,8 47 61,4 66 129,1 252,5 401,9 437,6 1948
Temperatura
De modo geral, as temperaturas médias anuais na região tendem a diminuir à medida
que aumenta a latitude, variando de 25°C ao norte até 21°C nos limites com o Estado
de Goiás.
Segundo Themag (2000), a amplitude entre as médias máximas e médias mínimas é da
ordem de 12°C. Assim, no trecho mais ao norte da área de interesse, a temperatura
média máxima está ao redor de 33°C, enquanto a média mínima é da ordem de 21°C.
Já ao sul, junto à divisa de Goiás, as temperaturas média máxima e média mínima
decrescem para 30°C e 17°C, respectivamente.
Embora as temperaturas médias sejam elevadas, a posição continental da área faz com
que as temperaturas à noite sejam amenas quando comparadas às do período noturno.
Evaporação
Segundo Themag (2000), a evaporação média anual varia de 1.100 a 1.700 mm, com
os menores valores ocorrendo na porção sudoeste da área e com os maiores ao norte
da cidade de Porto Nacional.
20600.10-1000-M-1500
42
43
Ventos
Para a caracterização da velocidade e direção dos ventos na região de estudo, foram
utilizados os dados constantes do EIA/RIMA da UHE Peixe (Themag, 2000), os quais,
por sua vez, foram originados da estação meteorológica de Porto Nacional, visto que a
estação meteorológica de Peixe, na ocasião deste estudo não apresentava registros de
anemogramas, segundo comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
O período analisado foi de 1976 a 1985, compreendendo 10 anos de dados.
Segundo este estudo, conforme exibido na Figura 4.1.4.2-2, em quase dois terços do
tempo, ocorrem períodos de calmaria, com velocidades de vento abaixo de 3,6 km/h (1
m/s), enquanto que no restante do tempo os ventos mais frequentes são os de sul
(9,5%), de leste (7%) e de norte (6,2%), sucessivamente.
A velocidade média dos ventos situa-se em torno de 2 m/s (7,2 km/h), o que permite
classificá-los como ventos fracos a moderados.
As velocidades máximas registradas situam-se na faixa de 6,0 m/s (21,6 km/h) a 8,0
m/s (28,8 km/h).
Segundo a análise de comportamento dos ventos, há predominância de ventos do sul e
do norte entre os meses de outubro a maio.
O Estudo de Dispersão Atmosférica (EDA) elaborado pela empresa LENTZ MEIO
AMBIENTE considerou histogramas direcionais do vento da área de estudo
compreendendo o período de 2006 a 2010.
A Figura 4.1.4.2-3, integrante do estudo citado, mostra a predominância dos ventos do
quadrante NW a NE, o que, segundo esta empresa, é coerente com outras bases de
dados e está de acordo com os sistemas sinóticos que influenciam a circulação das
massas de ar na região, especificamente os sistemas vindos da Amazônia (ZCAS –
Zona de Convergência do Atlântico Sul), associados a ventos quentes e úmidos.
Contrastando com os dados obtidos da estação meteorológica de Porto Nacional que
apontam para uma calmaria com freqüência de 63,5%, os dados da LENTZ MEIO
AMBIENTE indicam um índice de calmarias (ventos inferiores 1,0 m/s) de 4,44%, o
qual, segundo a mesma, é coerente com o esperado para essa região.
Umidade e Insolação
Segundo ainda os estudos, a umidade relativa média anual possui comportamento
homogêneo quanto à sua distribuição espacial. Assim, a região da AID do
empreendimento apresenta valores médios em torno de 73%, enquanto a porção sul da
AII, possui valores por volta de 68%. Nos períodos de estiagem estes valores são de
55% e 45%, respectivamente (THEMAG, 2000).
A região de estudo apresenta insolação média anual em torno de 2.400 horas (média
diária de 6,6 horas de brilho solar). O período de máxima insolação coincide com o
mês de julho quando os valores mensais ficam em torno de 320 horas (média de 10,3
horas diárias), enquanto que o período de mínima insolação ocorre no mês de janeiro,
quando o valor médio mensal é da ordem de 150 horas (4,8 horas/dia),
correspondendo a período de grande atividade chuvosa (THEMAG, 2000).
20600.10-1000-M-1500
44
45
46
47
Municípios
Essa Região destaca-se por ser a segunda maior do país em termos de área e de vazão,
inferior apenas À do Amazonas, e a maior do país com área de drenagem situada
integralmente em território nacional.
Suas dimensões equivalem a 1,5 vez a Bacia do Rio São Francisco e a vazão média de
13.799 m³/s (8% do total do país) resulta em elevada disponibilidade per capita de
60.536 m³/hab.ano.
20600.10-1000-M-1500
48
49
1
As informações foram obtidas na homepage oficial do DNPM, por meio do sistema SIGMINE, mecanismo oficialmente
reconhecido como arquivo dos processos perante este órgão federal.
20600.10-1000-M-1500
50
Figura 4.1.5-3: Limites do site proposto e áreas com processo de direitos minerários
na ADA
A figura acima demonstra que os limites do site proposto para a futura planta
industrial da Braxcel possui relação com dois processos de direitos minerários perante
o DNPM.
A primeira área a ser apresentada é a destacada na cor amarela, objeto do Processo
DNPM nº 864634/2011, cujas informações são:
Área: 49,99 hectares.
Fase processual: Requerimento do licenciamento realizado no órgão em 13 de outubro
de 2011.
Titularidade: Rildo Fernandes Pereira
Substancia: areia
Uso: Construção Civil
A segunda área a ser apresentada é a destacada na cor azul, objeto do Processo DNPM
nº 864147/2010, cujas informações são:
Área: 1.766,69 hectares.
Fase processual: Autorização de Pesquisa. Taxa paga em 28/07/2011.
Titularidade: José Luiz Rossati
Substancia: minério de ouro
Uso: Industrial
Tal consulta foi realizada no sistema SIGMINE durante os meses novembro e
dezembro de 2011 e nos meses janeiro e fevereiro de 2012, a fim de obter as
informações atualizadas e pertinentes ao licenciamento ambiental do empreendimento
da Braxcel.
No caso da primeira poligonal (Processo DNPM nº 864634/2011), trata-se de um
minério Classe II, o qual conforme o regulamento do código de mineração (Decreto nº
62.934/1968, artigo 7º e seguintes), o mineral areia é Classe II.
20600.10-1000-M-1500
51
52
53
Municípios
Unidades de Planejamento Área com sede na
Principais Rios UP
% %
Nome Descrição (km²) Nº
RHTA RHTA
(Lajeado)
Tributário da margem
11. Sono Sono 45.687 5,0 11 2,9
direita do Tocantins
Tocantins,
Entre a UHE Lajeado Manuel Alves
12. Médio
e a confluência do Grande e 76,953 8,4 61 15,8
Tocantins
Araguaia Manuel Alves
Pequeno
Tributário da margem
esquerda do
13. Itacaiúnas Tocantins após Itacaúnas 41.219 4,5 5 1,3
confluência com o
Araguaia
Entre a confluência
14. Submédio
do Rio Araguaia e a Tocantins 26.865 2,9 5 1,3
Tocantins
UHE Tucuruí
Da UHE Tucuruí até
15. Baixo
a foz na Baía de Tocantins 5.752 0,6 5 1,3
Tocantins
Marajó
Rios que deságuam
Pará, Anapu e
16. Pará no rio Pará pela 62.899* 6,8 5 1,3
Pacajá
margem direita
Rios que deságuam Acará. Guamá e
17. Acará-Guamá 90.928* 9,9 37 9,6
na baía de Guajará Moju
TOTAL 918.822 100 385 100
Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
20600.10-1000-M-1500
54
55
Araguaia (6), Alto Tocantins (8), Paranã (9), Sono (11) e Médio Tocantins (12) (ANA,
2009).
56
4.1.5.1.1 Demografia
A população total da RHTA é de 7.188.568 habitantes (2000), tendo taxa de
urbanização de 74% e densidade demográfica de 7,82 hab/km². Em 2025, estima-se
que a população da RHTA chegue a 10.496.200 habitantes. Já a UP 10 - Alto Médio
Tocantins possui 501.475 habitantes (2000), taxa de urbanização de 85% e densidade
demográfica de 6,87 hab/km². Estima-se que em 2025, a população da RHTA chegue
a 857.000 habitantes (ANA, 2009), conforme apresentado na Tabela a seguir.
4.1.5.1.2 Saneamento
Quanto ao saneamento na RHTA, 84% da população é atendida pelo abastecimento de
água, 4% pelo tratamento de esgotos e 79 pela coleta de lixo. Em 2025, estima-se que
estes índices sejam 92,3% para abastecimento de água, 49% para tratamento de esgoto
e 79% para coleta de lixo. Quanto ao lançamento de carga orgânica estima-se que
haverá aumento de 26,23% (de 173.523 para 219.044 kg/d) (ANA, 2009).
Já na UP 10 - Alto Médio Tocantins, 93,4 da população é atendida pelo abastecimento
de água, 5% pelo tratamento de esgotos e 84 pela coleta de lixo. Em 2025, estima-se
que estes índices sejam 96,1% para abastecimento de água, 46% para tratamento de
esgoto e 84% para coleta de lixo. Quanto ao lançamento de carga orgânica estima-se
que haverá aumento de 29,87% (de 13.421 para 17.430 kg/d) (ANA, 2009).
20600.10-1000-M-1500
57
58
59
60
Figura 4.1.5.1.2-3. População atendida com coleta de esgotos na RHTA. Fonte: PERH
da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
20600.10-1000-M-1500
61
Figura 4.1.5.1.2-4. População atendida com coleta de lixo na RHTA. Fonte: PERH da
Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
62
O consumo totaliza 38,5 m³/s, ou seja, 40% da vazão de retirada. Embora a ordem de
importância relativa dos tipos de uso seja similar, no caso das vazões de consumo, a
dessedentação animal adquire maior expressão. Cabe ressaltar também que as
expressivas áreas de cultivo com irrigação por inundação na região, embora exijam
grandes volumes para enchimento dos tabuleiros, apresentam retornos significativos
ao manancial (ANA, 2009).
Em 2025 estima-se que a demanda total de água seja de 220,59 m³/s, segundo a
estimativa do PERH da RHTA (ANA, 2009).
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins a demanda total de água (vazão de retirada) é de 3,0
m³/s. Os principais usos são para consumo humano (35%) e dessedentação animal
(34%), seguido pela irrigação (21%) e indústria (10%). O consumo total na UP é de
1,59 m³/s, ou seja, 53% da vazão retirada (ANA, 2009).
Em 2025 estima-se que a demanda total de água seja de 20,79 m³/s, segundo a
estimativa do PERH da RHTA (ANA, 2009).
Abastecimento Humano
A demanda para abastecimento humano (urbano e rural) na RHTA corresponde a
13,09 m³/s (14%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 28,04 m³/s, que
corresponderá a 13% da demanda total.
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins, a demanda para abastecimento humano
corresponde a 1,04 m³/s (35%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 1,78 m³/s,
que corresponderá a 9% da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
Tabela 4.1.5.1.3-1. Demanda para abastecimento humano na RHTA e da UP 10.
63
Fazendo uma comparação entre o ano de 2005 e o futuro (PERH 2025) da demanda
para dessedentação animal, observa-se que na RHTA a proporção dessa demanda
com relação ao total terá redução (de 17% para 13%), assim como na UP 10 - Alto
Médio Tocantins, porém neste caso a redução será mais intensa, passando de 34%
para 9%.
Na Figura a seguir é apresentado o mapa sobre intensidade do rebanho bovino na
RHTA.
20600.10-1000-M-1500
64
Irrigação
A demanda para irrigação na RHTA corresponde a 57,42 m³/s (60%). Em 2025,
estima-se essa demanda seja de 133,97 m³/s, que corresponderá a 61% da demanda
total.
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins a demanda para irrigação corresponde a 0,64 m³/s
(21%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 16,07 m³/s, que corresponderá a
77% da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500
65
66
Figura 4.1.5.1.3-3. Área irrigada por município na RHTA. Fonte: PERH da Bacia
Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
Indústria
Na RHTA a demanda para indústria corresponde a 8,63 m³/s (9%). Em 2025, estima-
se essa demanda seja de 30,03 m³/s, que corresponderá a 14% da demanda total.
A demanda para indústria na UP 10 - Alto Médio Tocantins corresponde a 0,29 m³/s
(10%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 1,04 m³/s, que corresponderá a 5%
da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500
67
68
69
70
Transporte Navegável
A navegação nos rios Tocantins e Araguaia data do século XVIII, tendo sido
importante na fixação de contingentes populacionais na região. Considerando a
RHTA, os principais rios navegáveis são o Tocantins, Araguaia, das Mortes, Pará e
Guamá-Capim.
Apesar do potencial, não há navegação em escala comercial expressiva, sendo o
transporte de cargas realizado, predominantemente, por rodovias e ferrovias.
Os tipos de navegação mais relevantes, na RHTA, são a de recreio (transporte de
passageiros e cargas) que utiliza comboios constituídos por balsas e empurradores, em
que a carga é mantida intocada nos caminhões ou nos contêineres, caso do transporte
de calcário no Rio Araguaia e o transporte de granéis.
A navegação na bacia Tocantins e Araguaia, nas condições atuais, é realizada no
período das cheias, compreendido entre janeiro e maio, conforme Tabela a seguir.
Tabela 4.1.5.1.3-6. Condições de navegação na Bacia Tocantins–Araguaia.
O Rio Tocantins apresenta extenso trecho navegável entre Miracema e Tucuruí, e tem
como principal obstáculo natural as cachoeiras de Santo Antônio e de Serra Quebrada,
localizadas entre Estreito e Imperatriz. Neste último trecho, a navegação ocorre
somente nas cheias. A construção de barramentos para geração de energia sem a
conclusão das eclusas contribui para impedir a navegação comercial. As eclusas de
Tucuruí, estratégicas para a navegação na RHTA por viabilizar a navegação de
Marabá até Belém, após 20 anos de serviços têm apenas 50% das obras executadas.
Soma-se, também, a construção da eclusa de Lajeado, que viabiliza o aproveitamento
até a cidade tocantinense de Peixe, e da Usina de Estreito, atualmente em construção
sem a previsão de eclusa.
Aquicultura e Pesca
A pesca na bacia do Tocantins–Araguaia é estratificada com relação à organização e
comercialização. No Alto e parte superior do Médio Tocantins predominam,
respectivamente, a pesca amadora e de subsistência. Em direção à foz, no trecho
20600.10-1000-M-1500
71
72
73
Turismo Ecológico
O potencial turístico associado aos recursos hídricos da RHTA é grande, e para
caracterizar as principais atrações turísticas, foram criadas três categorias distintas:
água como insumo, onde o recurso hídrico é o atrativo turístico; turismo de massa, em
que a água pode ser afetada de maneira indireta, sobretudo, em sua qualidade, por
último, as belezas cênicas, onde o recurso hídrico não constitui o principal atrativo
turístico (ANA, 2009).
Na categoria da água como insumo, destaca-se o Pólo Araguaia-Tocantins, de alto
potencial turístico relacionado à pesca esportiva (inclusive torneios de pesca), ao
turismo ecológico e às praias fluviais, cujo período de alta temporada se estende de
junho a setembro com pico em julho (ANA, 2009).
Este turismo é mais expressivo no Rio Araguaia, com cerca de 200 mil visitantes no
lado goiano que recebe anualmente ainda cerca de 18.000 pescadores amadores, cuja
atividade é proibida na época da piracema, entre novembro e fevereiro. Na categoria
de alto potencial, ocorrem ainda a Ilha do Bananal (Tocantins e Mato Grosso), a maior
ilha fluvial do mundo, caracterizada por um delicado ecossistema em grande parte
protegido pelo Parque Nacional do Araguaia e por terras indígenas, e o Pólo Turístico
de Belém (Pará), que inclui ilhas, como a do Mosqueiro, e o rio Guamá, com seus
canais e igarapés. Os lagos de Tucuruí, Lajeado e Serra da Mesa apresentam
potencialidade média a baixa (ANA, 2009).
Considerando a categoria turismo de massa, há atrações com potencialidade média que
são: a cidade de Pirenópolis (Goiás), tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, devido à sua arquitetura colonial, e que possui belezas naturais,
como cachoeiras e a serra dos Pireneus; e Goiás, primeiro núcleo urbano do estado,
que recebeu da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura
(Unesco), em 2001, o título de Patrimônio da Humanidade (ANA, 2009).
No que tange às belezas cênicas, cabe destacar, pela alta potencialidade, o Jalapão
(Tocantins), com cachoeiras, lagoas, dunas de areia, serras e chapadões do parque
estadual. Com potencial médio existem: a Chapada dos Veadeiros (Goiás),
reconhecida por suas cachoeiras, canyons, cavernas, flora e fauna riquíssimas que
compõem o parque nacional homônimo; o parque estadual do Cantão (Tocantins) que
se destaca pela grande variedade de fauna, que inclui aves e peixes, e pelos atrativos
turísticos como os passeios de barco pelas praias fluviais e trilhas; o Parque Estadual
do Terra Ronca (Goiás) com um conjunto de cavernas e grutas, considerado o
principal patrimônio espeleológico da América Latina; a Serra do Roncador (Mato
Grosso), marcada pelo turismo relacionado aos seus rios e corredeiras com destaque
para o Parque Estadual da Serra Azul, e a Cachoeira de Itiquira, localizada a 115 km
de Brasília, que recebe, em média, 60 mil visitantes por ano (ANA, 2009).
Na Figura a seguir são apresentadas as principais atrações turísticas da região.
20600.10-1000-M-1500
74
75
Qespecífica
Qespecífica
Q95% Qespecífica 95% Qespecífica
RH e Qmáxima Qmédia Qmínima 95%
permanência média perrmanência. 95%
UP (m3/s) (m3/s) (m3/s) permanência
(m3/s) (l/s.km2) incremental perrmanência
(l/s.km2)
(l/s.km2)
76
Subterrânea
As águas subterrâneas desempenham importante papel no desenvolvimento
socioeconômico da RHTA. Foram cadastrados 3.818 poços e estima-se que este
número represente um reduzido percentual daqueles em atividade (ANA, 2009).
Deste total, a maior parte da água subterrânea é utilizada para o consumo humano
(98,7%) e, na indústria, o uso é muito restrito (1,3%). Não foi observado o uso para
dessedentação animal e para irrigação, indicando que seu uso possivelmente é mais
restrito na região (ANA, 2009).
Os sistemas aquíferos da região foram divididos nos domínios Fraturado e Poroso,
que concentra o maior potencial (ANA, 2009).
O Domínio Fraturado ocupa uma área de 370.327 km² (49% da RHTA) e inclui os
aqüíferos fraturados designados genericamente de cristalino, associados às rochas
ígneas e metamórficas, em que não existem espaços entre os grãos (p.e. xisto,
quartzito, granito ou basalto), e onde a água ocupa os espaços representados por
fissuras ou fraturas, juntas, falhas e, em casos particulares, vesículas. Inclui, ainda, os
aquíferos cársticos, formados em rochas carbonáticas, em que, além do fraturamento,
existem feições de dissolução da rocha, representados por sumidouros, cavernas, e
dolinas (ANA, 2009).
O Domínio Poroso abrange área de 380.684 km² (41% da RHTA). Os aquíferos,
nesse caso, contêm água nos espaços entre os grãos constituintes da rocha e são
representados pelas rochas sedimentares consolidadas (por exemplo, arenito e
folhelho) e inconsolidadas (por exemplo, areia e argila) (ANA, 2009).
A disponibilidade hídrica subterrânea (reserva explotável que corresponde a 25% das
reservas reguladoras) da RHTA totaliza 995,81 m³/s, que representam pequena
parcela (0,7%) das reservas permanentes, estimadas em 4.590.923 x 106 m³ (84%
desse valor está no Domínio Poroso). O Domínio Poroso corresponde a 50,4% das
reservas explotáveis, com destaque para a bacia sedimentar do Parnaíba, que
concentra as maiores reservas de água subterrânea (147 m³/s), seguida da bacia
sedimentar do Paraná (ANA, 2009).
A disponibilidade hídrica subterrânea da RHTA é de 74,03 m³/s, conforme
apresentado na Tabela a seguir.
77
78
79
Figura 4.1.5.1.5-2. Balanço hídrico qualitativo por meio do índice de déficit qualitativo
(IDQ) considerando a Classe 2 como referência. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos
Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
4.1.5.1.6 Qualidade
Superficial
As principais atividades potencialmente impactantes na qualidade das águas da RHTA
são o lançamento de esgotos, a construção de hidrelétricas, o assoreamento, o uso
inadequado de fertilizantes e agrotóxicos, e de forma mais pontual, a atividade
industrial (frigoríficos, laticínios, curtumes, mineração e siderurgia). Na Figura a
seguir, é apresentada a distribuição das cargas orgânicas geradas pela produção de
esgoto e lixo, indicando as potenciais regiões impactantes sobre os recursos hídricos.
20600.10-1000-M-1500
80
81
82
83
Figura 4.1.5.1.6-4. Índice do estado trófico. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia, 2009.
Observa-se, que na região de implantação da unidade industrial da Braxcel o índice
trófico é inferior a 47, indicando estado Ultraoligotrófico. Isto significa que os corpos
d’água estão limpos, com produtividade muito baixa e concentrações insignificantes
de nutrientes que não acarretam prejuízos aos usos da água.
Subterrânea
O conhecimento físico químico e bacteriológico da qualidade das águas subterrâneas
da RHTA é bastante limitado. Os dados disponíveis mostram que as águas dos
domínios Poroso e Fraturado são de boa qualidade. Em ANA (2009), de 143 amostras
analisadas, 95% apresentam parâmetros físico-químicos dentro dos padrões de
potabilidade, segundo o Ministério da Saúde por meio da Portaria nº 518/2004
20600.10-1000-M-1500
84
(BRASIL, 2004a), portaria essa que regia no ano de realização dessas analises (Atual
Portaria nº 2914/2011).
Uma caracterização geral mostra que as águas da região se caracterizam pela baixa
salinidade e, em alguns sistemas aquíferos, foram identificadas altas concentrações de
ferro total e nitrato. O primeiro apresenta origem natural e ocorre, principalmente, nos
poços dos sistemas aquíferos do domínio Poroso. Os teores elevados podem produzir
problemas como gosto metálico, manchas em roupas e em instalações hidráulicas e
redução de vazões e da vida útil dos poços. Em alguns casos, é necessário o
tratamento prévio da água para seu aproveitamento. A presença de teores elevados de
nitrato, por outro lado, evidencia contaminação possivelmente relacionada à
deficiência de saneamento básico (fossas e baixo nível de cobertura por esgotos) e
falta de proteção sanitária na construção dos poços.
Cabe destacar, que os sistemas aquíferos das coberturas cenozoicas, além dos poços
tubulares profundos, são explotados por meio de poços rasos (cacimbas, poços
amazonas e cacimbões) normalmente situados nas áreas urbanas e ao longo dos rios.
Devido à má construção desses poços, ao saneamento básico precário e à uma
condição de vulnerabilidade à contaminação elevada associada a um nível freático
geralmente raso, é comum a contaminação bacteriológica e por nitratos dessas águas.
Qualidade da água Subterrânea
A qualidade da água subterrânea foi avaliada através de análises físico-químicas e
microbiológicas realizadas em 2 amostras coletadas (em 2 pontos distintos) nos dias
12 e 13 de dezembro de 2011.
As medições foram realizadas na fazenda Morada do Boi e na estrada próxima ao
futuro empreendimento, sendo os pontos localizados:
Ponto 1: Localizado na Casa da Sede da Fazenda Morada do Boi;
Ponto 2: Localizado próximo à entrada da fazenda, na lanchonete da Baiana;
Tabela 4.1.5.1.6-1: Localização dos Pontos de coleta de água subterrânea.
Coordenadas
Ponto Descrição
S O
85
Na Tabela a seguir são apresentados os resultados das análises dos dois pontos.
86
87
88
Figura 4.1.5.1.7-1. Sistemas hidrográficos do rio Araguaia e do rio Tocantins. Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Tocantins
(Adaptado).
20600.10-1000-M-1500
89
Figura 4.1.5.1.7-1. Divisão Hidrográfica do Estado do Tocantins. Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Tocantins.
20600.10-1000-M-1500
90
91
Figura 4.1.5.2-2. Rio Tocantins com vista no fundo para a Praia da Tartaruga.
Vazão
Os dados de vazão do rio Tocantins foram fornecidos pela ENERPEIXE, que é responsável
pelo controle operacional da Usina Hidrelétrica de Peixe-Angical. Os dados são referentes à
estação fluviométrica localizada a jusante da UHE Peixe-Angical, no período de nov/2006 a
jan/2012. Na Figura a seguir é apresentado o gráfico de vazão média do rio Tocantins a
jusante da UHE Peixe-Angical.
Figura 4.1.5.2-2. Vazão média a jusante da UHE Peixe-Angical, entre 2006 e 2012.
20600.10-1000-M-1500
92
Coordenadas
Ponto* Descrição
S O
93
94
Figura 4.1.5.2-6. Ponto de coleta 3 – Vista da coleta de água para oxigênio dissolvido.
Alumínio mg/L < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,20 < 0,2 < 0,20 0,1 mg/L Al
0,7 mg/L
Bário mg/L 0,06 0,10 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02
Ba
0,01 mg/L
Chumbo mg/L < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01
Pb
250 mg/L
Cloreto mg/L 1,0 1,0 1,0 3,0 1,0 8,0
Cl
Condutividad
S/cm 92 79,6 90 81,8 91 81,3 N.A.
e
Cor Aparente mg Pt/L < 2,5 25 < 2,5 30 < 2,5 30 N.A.
Cor
mg Pt/L < 2,5 15 < 2,5 20 < 2,5 20 <75,0 Pt/Co
Verdadeira
Demanda
até 5,0
Bioquímica mg/L <3 <1 <3 <1 <3 <1
mg/L O2
de Oxigênio
20600.10-1000-M-1500
95
Demanda
Química de mg/L <6 <6 <6 <6 <6 <6 N.A
Oxigênio
0,003 mg/L
Fenol mg/L < 0,001 <0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
C6H5OH
Ferro 0,3 mg/L
mg/L 0,37 0,12 0,33 0,11 0,26 0,22
Dissolvido Fe
Fosfato Total mg/L 0,03 0,08 0,02 0,09 0,03 0,07 N.A
Fosfato Orto mg/L < 0,003 <0,003 < 0,003 0,01 < 0,003 0,01 N.A
0,0002
Mercúrio mg/L ND <0,0002 ND < 0,0002 ND < 0,0002
mg/L Hg
0,1 mg/L
Manganês mg/L 0,04 0,02 0,02 < 0,002 0,02 < 0,002
Mn
3,7mg/L N,
para pH
7,566
2,0 mg/L N,
para 7,5 <
Nitrogênio pH 8,0
mg/L < 0,05 <0,05 < 0,05 0,09 < 0,05 0,12
Amoniacal 1,0 mg/L N,
para 8,0 <
pH 8,5
0,5 mg/L N,
para pH >
8,5
Nitrogênio 10,0 mg/L
mg/L 0,07 0,22 0,04 0,34 0,05 0,36
Nitrato N
Nitrogênio
mg/L ND < 0,005 ND 0,01 ND 0,02 1,0 mg/L N
Nitrito
Nitrogênio K.
mg/L 0,08 0,08 0,06 0,10 0,08 0,16 N.A.
Total
Óleos e virtualment
mg/L <2 <2,0 <2 <2 <2 <2
Graxas e ausentes
Oxigênio > 5,0 mg/L
mg/L 8,9 6,1 8,6 6,4 7,5 6,5
Dissolvido O2
pH
UpH 7,62 7,66 7,52 7,13 7,45 7,28 6,0 a 9,0
(Laboratório)
Sólidos
Dissolvidos mg/L 71 87 66 55 73 83 500 mg/L
Totais
Sólidos
Suspensos mg/L 10 18 12 20 10 17 N.A.
Totais
20600.10-1000-M-1500
96
250 mg/L
Sulfato mg/L ND 5,87 ND 6,72 ND 4,46
SO4
0,18 mg/L
Zinco mg/L 0,01 0,02 0,01 0,014 0,015 0,014
Zn
Coliformes N.M.P/1
20 49 10 23 40 23 N.A.
Totais 00 mL
Coliformes
1000
Fecais N.M.P/1
4 <1,8 2 <1,8 10 < 1,8 NMP/100
(Termotolerant 00 mL
mL
es)
Legenda: N.A. Não Aplicável.
97
4.2.1 Flora
A interação do conjunto de fatores naturais, culturais e artificiais que integram as
relações entre as pessoas e o meio ambiente permite o desenvolvimento equilibrado de
todas as formas de vida. A vegetação é um importante indicador ambiental
responsável pelo balanço hídrico de uma área, assim como um regulador das
comunidades faunísticas associadas.
A cobertura vegetal de uma região pode ser caracterizada conforme sua fisionomia,
sua composição florística e pelo agrupamento e distribuição das espécies e o seu
diagnóstico tem como objetivo caracterizar as comunidades vegetais identificadas nas
áreas de influência do empreendimento, a partir de uma avaliação de seu estado de
conservação, a fim de identificar e quantificar os possíveis impactos ambientais
causados pelo empreendimento.
98
99
Caracterizada por uma vegetação de terras altas, não inundáveis, de boa fertilidade e
bem drenadas, que apresenta um componente florestal e um componente savânico de
terras argilosas e mal drenadas.
De acordo, IBGE (1992), trata-se de subgrupo de formação natural e/ou antrópico que
apesar de semelhante à da Savana Florestada (Cerradão), possui ecótipos dominantes
que caracterizam os ambientes de acordo com o espaço geográfico ocupado.
Sua fisionomia mais comum é o Cerrado stricto sensu, formação savânica
caracterizada pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações
irregulares e retorcidas, e geralmente com evidência de queimadas (Ribeiro e Walter,
1998). Sua flora é composta por dois grupos de espécies: aquelas da camada lenhosa,
que varia de 3-5 metros de altura, com cobertura arbórea de 10 a 60%; e as próprias da
camada rasteira, com predominância de gramíneas (Eiten, 2001; Felfili et al.,2002).
Entre as espécies arbóreas mais frequentes destacam-se o murici (Byrsonima crassa,
Byrsonima verbascifolia e a Byrsonima coccolobifolia), sucupira-preta (Bowdichia
virgilioides), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), chapadinha (Acosmium
dasycarpum), faveiro (Dimorphandra mollis), araticum (Annona coriacea), peroba-
do-campo (Aspidosperma tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium),
mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), pequi (Caryocar brasiliense), erva-de-teiú
(Casearia sylvestris), galinha-choca (Connarus suberosus), lixeira (Curatella
americana), sambaibinha (Davilla elliptica), copaíba (Copaifera langsdorffii),
jilozeiro (Diospyros híspida), paineira-do-cerrado (Eriotheca gracilipes), mercúrio-
do-campo (Erythroxylum suberosum), mangaba (Hancornia speciosa), pau-de-leite
(Himatanthus obovatus), pau-santo (Kielmeyera coriacea), jacarandá (Machaerium
acutifolium), cabeça-de-negro (Ouratea hexasperma), pacari (Lafoensia pacari) figo-
do-cerrado (Pouteria ramiflora), vinhático (Plathymenia reticulata), pau-terra-grande
(Qualea grandiflora), pau-terra-liso (Qualea multiflora), pau-terra-roxo (Qualea
parviflora), folha larga (Salvertia convallariaeodora) carne-de-vaca (Roupala
montana), caraíba (Tabebuia áurea), ipê-amarelo-do-cerrado (Tabebuia ochracea),
carvoeiro (Sclerolobium aureum), jenipapo-de-cavalo (Tocoyena formosa),
amargosinha (Vatairea macrocarpa), pimenta-de-macaco (Xylopia aromática),
cajueiro (Anacardium occidentale), araticum (Annona crassiflora) e a peroba-do-
campo (Aspidosperma macrocarpon).
Entre as espécies arbustivas e subarbustivas de ocorrência temos o araticunzinho
(Annona tomentosa), o cajuzinho-do-cerrado (Anacardium húmile), a gabiroba
(Campomanesia pubescens), o guarantã (Esenbeckia pumila), o murici-de-ema
(Byrsonima basiloba), a pinha-do-campo (Duguetia furfuracea), o coração-de-negro
(Eremanthus glomerulatus), a douradina-do-campo (Palicourea rígida), a canela-de-
ema (Vellozia squamata), o breu-do-cerrado (Protium ovatum), o mercúrio-do-campo
(Erythroxylum tortuosum), a carobinha (Jararanda decurrens), o pau-santo
(Kielmeyera rubriflora), o pau-pobre (Maprounea guianensis), o sangue-de-cristo
(Sabicea brasiliensis) e a fruta-de-ema (Parinari obtusifolia).
20600.10-1000-M-1500
100
101
102
103
104
Formações Florestais
105
106
Mata de galeria
As Matas de galeria definem-se por uma vegetação que acompanha os cursos d’água
de pequeno porte e córregos, formando corredores fechados de vegetação. Localizadas
nos fundos de vales ou nas cabeceiras, o estrato arbóreo varia entre 20 e 30 metros e a
cobertura vegetal atinge 85% decorrente da sobreposição das copas (Ribeiro e Walter,
1998).
Entre as fitofisionomias do bioma Cerrado, as matas de galeria são as que possuem
maior complexidade estrutural (FELFILI, 1995a) e maior biodiversidade proporcional
à área que ocupam (MENDONÇA et al,1998).
Dividem-se em dois subtipos: Mata de galeria não-inundável, ocorre em terrenos com
topografia acidentada onde a linha de drenagem é bem definida, e Mata de galeria
inundável, ocorre em terrenos com topografia plana onde a linha de drenagem e pouco
definida sujeita a alterações (Ribeiro e Walter, 1998).
Entre as espécies ocorrem a sangra-d’água (Croton urucarana), o marinheiro (Guarea
macrophylla), a bicuíba-do-brejo (Virola urbaniana), a congonha (Ilex integrifolia), o
cedro (Cedrela odorata), a maria-mole (Dendropanax cuneatum), a fruta-de-morcego
(Euplassa inaequalis), a pata-de-vaca (Bauhinia rufa), a imbirinha (Cardiopetalum
calophyllum), jequitibá (Cariana rubra), bacupari-da-mata (Cheiloclinum cognatum),
o camboatá-vermelho (Cupania vernalis), a embira (Guatteria sellowiana), o
guaramim-da-folha-fina (Myrcia rostrata), o coração-de-negro (Piptocarpha
macropoda), a copaíba (Copaifera langsdorffii), o jatobá (Hymenaea courbaril), o
veludo-branco (Guettarda viburnoides), o tapicuru (Callisthene major), a fruta-de-
pomba (Erythroxylum daphnites), o ajurú (Licania apetala), o camboatá-branco
(Matayba guianensis), a farinha-seca (Ouratea castaneaefolia), a tapura (Tapura
amazonica), o breu-vermelho (Tetragastris altissima), o pau-de-tucano (Vochysia
pyramidalis e Vochysia tucanorum) e a pindaíba-vermelha (Xylopia sericea).
Formações Savânicas
As formações savânicas estão associadas ao clima (período de limitação de água); ao
biótico (interferências antrópicas) e à pedologia (aspectos edáficos e geológicos), que
agem de forma determinante na vegetação.
Cerrado stricto sensu
A composição florística, a fisionomia e a estrutura das formas de crescimento
dominantes, definem esta fitofisionomia que caracteriza bem o bioma Cerrado
(Figuras 4.2.1.3-7 e 4.2.1.3-8).
O Cerrado sentido restrito (stricto sensu) caracteriza-se por árvores baixas, inclinadas,
tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com evidência de
queimadas. Os arbustos e subarbustos apresentam xilopódios (órgãos subterrâneos
perenes), que permitem a rebrota após queima ou corte.
20600.10-1000-M-1500
107
Apresenta dois extratos, o superior, com arbustos e árvores que raramente ultrapassam
6 metros de altura, recobertos por cascas espessas, com folhas coriáceas e caules
tortuosos, e o inferior, com vegetação rasteira herbácea-arbustiva.
As espécies mais frequentes são: guatambú-do-cerrado (Aspidosperma subincanum),
peroba-do-cerrado (Aspidosperma tomentosum), mangaba (Hancornia speciosa)
(Figura 4.2.1.3-9), pau-de-leite (Himatanthus obovatus), guariroba-do-campo
(Syagrus comosa), coco-de-quaresma (Syagrus flexuosa), ipê-amarelo-do-cerrado
(Handroanthus ochraceus), pau-d'arco (Handroanthus serratifolius), ipê-do-cerrado
(Tabebuia aurea), almesca (Protium heptaphyllum), gonçalo-alves (Astronium
fraxinifolium), araticum-do-campo (Annona coriacea), pindaíba (Guatteria
sellowiana), pimenta-de-macaco (Xylopia aromática), pindaíba-do-campo (Xylopia
sericea), pequi (Caryocar brasiliense), oiti-do-sertão (Couepia grandiflora), azeitona
(Hirtella glandulosa), pau-santo (Kielmeyera coriacea), capitão-do-campo
(Terminalia argentea), araruta-do-campo (Connarus suberosus) (Figura 4.2.1.3-10),
jatobá (Hymenaea courbaril), amargoso (Acosmium dasycarpum), sucupira-preta
(Bowdichia virgilioides), jacarandá (Machaerium opacum), sucupira-branca (Pterodon
20600.10-1000-M-1500
108
109
Cerrado Denso
Caracteriza-se por apresentar um estrato arbóreo denso, com cobertura de 50% a 70%,
(Figura 4.2.1.3-12) constituído por árvores de copa larga, com 5 a 8 metros de altura
(Ribeiro e Walter, 1998).
110
Nos fragmentos onde o fogo não atua de forma recorrente, o estrato arbóreo apresenta-
se denso e rico em espécies florestais, os estratos arbustivos e herbáceos são mais
ralos, provavelmente devido ao maior índice de sombreamento.
Cerrado Típico
20600.10-1000-M-1500
111
OCT 18 2011
Figura 4.2.1.3-15: Representação de um Cerrado típico com cobertura arbustivo-
arbórea entre 20 a 50%.
Cerrado Ralo
Vereda
20600.10-1000-M-1500
112
OCT 18 2011
Figura 4.2.1.3-17: Vista geral da Vereda presente na AID, porção contato com a BR242.
113
114
OCT 18 2011
115
Tabela 4.2.1.3-1: Listagem das espécies observadas nas fitofisionomias presentes na AID do empreendimento.
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Astronium fraxinifolium Schott gonçalo-alves X X X X
Anacardiaceae Spondias mombin L. cajazeiro X
Tapirira guianensis Aubl. peito-de-pombo X X
Annona coriacea Mart. araticum-do-campo X X
Annona sp. pindaíba X
Annona sp.X pindaíba X X
Annona sp.X pindaíba X X X
Annonaceae Cardiopetalum calophyllum Schltdl. imbira-amarela X X
Guatteria sellowiana Schltdl. pindaíba X X X
Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco X X X
Xylopia emarginata Mart. pindaibinha X
Xylopia sericea A. St.-Hil. pindaíba-do-campo X X
Aspidosperma subincanum Mart. guatambú-do-cerrado X X
Aspidosperma tomentosum Mart. peroba-do-cerrado X X
Apocynaceae Hancornia speciosa Gomes mangaba X X
Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson pau-de-leite X X X
Oxypetalum appendiculatum Mart. & Zucc. cipó-de-leite X
Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. mandioqueiro X
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. macaúba X X
Astrocaryum huaimi Mart. tucumã-do-brejo X
Mauritia armata (Mart.) Burret buriti-mirim X
Arecaceae
Mauritia flexuosa L.f. buriti X
Syagrus comosa (Mart.) Mart. guariroba-do-campo X X
Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. coco-de-quaresma X X X
Asteraceae Gochnatia barrosoi Cabrera cambará-veludo X
Anemopaegma cf. arvense (Vell.) Stellfeld ex
Bignoniaceae
de Souza catuaba X
20600.10-1000-M-1500
116
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Arrabidaea cinnamomea (A. DC.) Sandwith arrabídea-roxa X
Handroanthus impetiginosus Mattos ipê-roxo X
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos ipê-amarelo-do-cerrado X
Handroanthus serratifolius (A.H. Gentry) S.
Grose pau-d'arco X X X
Jacaranda cuspidifolia Mart. caroba-branca X
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.
F. ex Moore ipê-do-cerrado X X X
Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank)
Bixaceae
Pilg. algodão-bravo X X
Bromeliaceae Ananas ananassoides (Baker) L.B. Sm. gravatá X X
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand almesca X X X
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume pau-pólvora X
Cardiopteridaceae Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard congonheiro X
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess pequizeiro X X X
Maytenus aquifolia Mart. falsa-espinheira X
Celastraceae Maytenus floribunda Reissek café-do-mato X
Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G. Don bacupari-do-cerrado X X
Chloranthaceae Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. erva-cidreira-do-mato X
Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. oiti-do-sertão X
Hirtella glandulosa Spreng. azeitona X
Hirtella gracilipes (Hook.f.) Prance milho-cozido X
Chrysobalanaceae
Hirtella hebeclada Moric ex DC. pajurá X
Hirtella martiana Hook.f. bosta-de-cabra X
Licania kunthiana Hook.f. pajurá X
Calophyllum brasiliense Cambess guanandi X
Clusiaceae Kielmeyera coriacea Mart. pau-santo X X
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy pau-de-lacre X
Combretaceae Buchenavia tomentosa Eichler capitão-do-campo X
20600.10-1000-M-1500
117
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Terminalia argentea Mart. capitão-do-campo X
Terminalia glabrescens Mart. capitão-do-campo X
Terminalia lucida Hoffmgg. ex Mart. tanibuca X
Connaraceae Connarus suberosus Planch. araruta-do-campo X
Costaceae Costus spiralis (Jacq.) Roscoe costus X
Curatella americana L. lixeira X X X X
Dilleniaceae
Davilla elliptica A. St.-Hil. cipó-caboclo X X X X
Ebenaceae Dyospiros brasiliensis Mart. caqui-do-mato X
Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. mercúrio X X X
Erythroxylaceae
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. mercúrio X X
Alchornea discolor Poepp tarinurana X X X X
Pera sp. tabocuva X X
Euphorbiaceae
Sebastiania brasiliensis Spreng. branquilho X
Sebastiania sp.X branquilho X
Chamaecrista desvauxii var. latistipula
(Benth.) G.P.Lewis sene X
Copaifera langsdorffii Desf. copaíba X X
Dimorphandra mollis Benth. faveiro X X X
Fabaceae-caesalpinoideae Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne)
Y.T.Lee & Andrade-Lima jatobá X X X
Hymenaea courlbaril L. jatobá X
Hymenaea martiana Hayne jataí X
Tachigali vulgaris L.G.Silva & H.C.Lima carvoeira X X
Fabaceae-cerciideae Bauhinia rufa (Bong.) Steud. pata-de-vaca X X
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev amargoso X
Andira paniculata Benth. mata-barata X X X
Fabaceae-faboideae
Bowdichia virgilioides Kunth sucupira-preta X
Dalbergia miscolobium Benth. jacarandá-do-cerrado X
20600.10-1000-M-1500
118
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Dipteryx alata Vogel barú X X X
Machaerium opacum Vogel jacarandá X X X X
Platypodium elegans Vogel amendoim-do-campo X
Pterodon pubescens (Benth.) Benth. sucupira-branca X X
Swartzia sp. papassuaré X X
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke angelim X
Albizia polycephala (Benth.) Killip farinha-seca X
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico-branco X
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. angico-vermelho X
Calliandra sp. caliandra X
Fabaceae-mimosoideae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong tamboril X
Inga laurina (Sw.) Willd. ingá-mirim X
Inga marginata Willd. ingazeiro X
Plathymenia reticulata Benth. vinhático-do-campo X X
Stryphnodendron obovatum Benth. barbatimão X X
Heliconiaceae Heliconia sp. heliconia X
Lacistemataceae Lacistema hasslerianum Chodat lacistema X
Lamiaceae Hyptis nudicaulis Benth. salsaparilha X
Lauraceae Aiouea trinervis Meisner canela X
Lecythidaceae Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá X
Loranthaceae Strutranthus sp. erva-de-passarinho X
Byrsonima coriacea (Sw.) DC. murici X
Byrsonima guilleminiana A. Juss. murici X X
Malpighiaceae Byrsonima laxiflora Griseb. murici X X X
Byrsonima verbascifolia (L.) DC. orelha-de-burro X X X
Heteropterys umbellata A. Juss. nó-de-cachorro X
Malvaceae Apeiba tibourbou Aubl. pau-jangada X
20600.10-1000-M-1500
119
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Eriotheca gracilipes (K. Schum.) Robyns paineirinha-do-campo X
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott &
Endl. paineira-do-campo X
Guazuma ulmifolia Lam. mutambo X X
Helicteres lhotzkyana (Schott & Endl.) K.
Schum. açoita-cavalo-falso X
Luehea divaricata Mart. & Zucc. açoita-cavalo X
Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) A.
Robyns embiruçu-do-campo X X X
Sterculia striata St.-Hil. et Neud pau-rei X
Maranthaceae Ctenanthe sp. caeté X
Miconia albicans (Sw.) Triana pixirica-do-cerrado X
Melastomataceae
Miconia stenostachya Mart. pixirica X
Menispermaceae Abuta selloana Eichler abuta X
Brosimum gaudichaudii Trécul espinheira-leitosa X
Ficus guaranitica Chodat figueira-mata-pau X
Moraceae
Ficus insipida Willd. figueira X
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud espinheira-leitosa X
Calyptranthes concinna DC. guamirim X X X X
Eugenia aurata O. Berg murtinha X
Eugenia dysenterica DC. cagaiteira X
Eugenia sp. guamirim X
Myrtaceae
Myrcia guianensis DC. guamirim X
Myrcia sp. aperta-goela X
Myrcia splendens (Sw.) DC. guamirim-de-folha-fina X X X
Psidium guineense Sw. goiabeira-brava X
Nyctaginaceae Neea theifera Oerst. capa-rosa-do-campo X
Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. folha-de-castanha X X
Ochnaceae
Ouratea hexasperma (A. St.-Hill.) Baill. vassoura-de-bruxa X X X
20600.10-1000-M-1500
120
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Ouratea nana (A. St.-Hil.) Engl. folha-de-castanha X
Ouratea spectabilis (Mart.) Engl. folha-de-castanha X
Opiliaceae Agonandra brasiliensis Benth. & Hook. F. corticeira X
Piperaceae Piper sp. falso-jaborandi X
Coccoloba mollis Casar. falso-novateiro X X X
Polygonaceae
Triplaris americana L. pau-formiga X
Proteaceae Roupala montana Aubl. carne-de-vaca X
Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. marmelada-de-cavalo X X X X
Chomelia sp. ervão-de-rato X
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze cafezeiro-do-mato X X
Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll. Arg. bugre-branco X
Faramea hyacinthina Mart. erva-de-rato X
Rubiaceae
Genipa americana L. genipapo X
Psychotria carthagenensis Jacq. erva-de-rato X
Rudgea sp. erva-de-rato X
Sabicea brasiliensis Wernham sangue-de-cristo X
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.
Schum. jenipapo-bravo X X
Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca X
Casearia sylvestris Sw. guaçatonga X X X
Salicaceae
Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler pau-de-espeto X
Dilodendron bipinnatum Radlk. maria-podre X
Magonia pubescens A. St.-Hil. tinguí X X
Sapindaceae
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatã X
Paullinia meliifolia Juss. cipó-timboeira X X
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. guapeva X X X
Sapotaceae
Pouteria torta var. glabra T.D.Penn abiú X X
Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. limão-bravo X X
20600.10-1000-M-1500
121
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Solanaceae Solanum subinerme Jacq. jurubeba X
Styrax camporum Pohl laranjeira-do-mato X
Styracaceae
Styrax leprosus Hook. & Arn. jaguatinga X
Symplocaceae Symplocos revoluta Casar cafezeiro-do-mato X
Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul embaúba X X X
Verbenaceae Salvia sp. rosa-do-campo X
Qualea grandiflora Mart. pau-terra X
Qualea multiflora Mart. pau-terra-do-campo X X X
Qualea parviflora Mart. pau-terrinha X X
Vochysiaceae Salvertia convallariodora A. St.-Hil. chapéu-de-vaqueiro X X X
Vochysia pyramidalis Mart. gomeira X X X
Vochysia thyrsoidea Pohl gomeira X X
Vochysia tucanorum Mart. tucaneiro X
20600.10-1000-M-1500
122
DEC 08 2011
123
A APA Foz do Rio Santa Tereza foi criada pela Lei Estadual nº 905, de 20 de maio de
1997, com uma área de 50.784 hectares de Cerrado, localizada no município de Peixe,
TO.
Tem como objetivo a proteção de riquezas naturais no contexto de ocupação humana
local, a conservação de sítios de beleza cênica e a utilização racional dos recursos
naturais, além da preservação da diversidade biológica e dos ecossistemas em seu
estado original. Órgão gestor Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS.
A APA Lago de Peixe / Angical localiza-se nos municípios de Peixe, Paranã e São
Salvador do Tocantins, abrangendo 78.874 hectares às margens do rio Tocantins.
Criada pelo Decreto nº 1.444 de 18 de março de 2002, como compensação para a
degradação gerada pela construção da Usina Hidrelétrica de Peixe. Segundo, o órgão
gestor Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS, não possui plano de manejo.
124
125
126
4.2.3 Fauna
a) Mastofauna
127
Wemmer et al., 1996). Dessa forma, outra metodologia empregada para a realização
do inventário foi à busca ativa de animais com hábito diurno e noturno.
Diversas espécies da mastofauna se deslocam por acessos existentes, como trilhas e
drenagens (onde são formadas “camas de areia ou argila” naturalmente). Essas áreas
são excelentes locais para a visualização de rastros e pegadas deixados pelos médios e
grandes mamíferos. Sendo assim, a técnica proposta por Becker & Dalponte (1991) e
Wemmer et al. (1996) foi utilizada em alguns trechos da área de estudo.
Como alternativa às evidências diretas (registro visual), procedeu-se o uso de
armadilhas fotográficas. Uma armadilha fotográfica é um mecanismo acionado pela
passagem de um animal em seu raio de atuação (Karanth et al. 2004). Foram
utilizadas 4 armadilha fotográfica digital (modelo Wildview-Xtreme 2.0), alimentadas
com quatro pilhas “CC”. Os equipamentos ficaram montados no campo entre os dias
01 a 07 de outubro de 2011.
Durante os trabalhos de campo, também foram realizadas entrevistas informais com
transeuntes, com finalidade de se obter informações sobre a ocorrência das espécies
diagnosticadas e daquelas espécies de potencial ocorrência, mas que não foram
registradas por outros métodos. Nas entrevistas foram utilizados guias de campo para
inferir uma identificação mais precisa das espécies mencionadas, uma vez que as
pessoas que participam dessas entrevistas não são especialistas no grupo estudado.
A nomenclatura utilizada segue Wilson e Reeder (2005). As espécies detectadas foram
agrupadas em quatro grupos funcionais, Herbívoros/Frugívoros, Insetívoros,
Carnívoros, e Onívoros, os quais representam a simplificação de classificações
tróficas de Eisenberg (1981), Robinson & Redford (1986a, 1986b), Fonseca et al.
(1996) e Dotta & Verdade (2007).
128
b) Avifauna
129
c) Herpetofauna
130
Será confeccionada uma lista de riqueza de espécies e a partir dessa será elaborado o
diagnóstico herpetofaunístico, no qual deverão constar as espécies raras e/ou
ameaçadas de extinção, endêmicas e as características ecológicas relevantes dessas
espécies.
d) Ictiofauna
12° 12’ 31”S / 48° 28’ 58,8”O Lagoa (LAG)- Lagoa localizada fora da área
de influência direta do empreendimento
(cerca de 3km fora do perímetro), em
fazenda próximo a ponte do rio Tocantins.
Mata ciliar bem preservada em uma das
margens e a outra margem razoavelmente
preservada, sendo a área do entorno ocupada
por pastagens. Substrato formado por seixo e
argila. Possui cerca de 400 metros de
comprimento por 80 de largura
12° 09’ 38,6”S / 048° 29’ 04,2”O Riacho (RCH) - Pequeno riacho com mata
ciliar relativamente preservada e substrato
formado por seixo e argila. As coletas foram
realizadas em três pontos distintos, uma área
de buritizal, com menor volume d’água,
outra área com mata ciliar bem fechada e,
outra com maior volume d’água.
20600.10-1000-M-1500
131
12° 09’ 28,5”S / 48° 28’ 43,8”O Tocantins1 (TO1), 2 (TO2) e 3 (TO3) - Rio
Tocantins, mata ciliar preservada com
12° 09’ 44,2”S / 48° 28’ 47,0”O
grandes árvores. Presença de muitos
12° 10’ 30”S / 48° 29’ 12,1”O pescadores na região, a área foi loteada em
chácaras com construções para apoio aos
pescadores. Água bastante limpa, barranco
alto e galhos de árvores sobre a margem,
localizados a montante do ponto onde a água
utilizada pela indústria será liberada, entre o
ponto de liberação e captação d’água e
jusante do ponto de captação,
respectivamente.
20600.10-1000-M-1500
132
133
O levantamento da fauna de peixes foi realizado através de coletas nas quais foram
empregados vários tipos de arte de pesca, essa metodologia é comumente referida com
“RAP – Rapid Assesment Program” desenvolvida pela Conservação Internacional
para realizar inventários rápidos em regiões pouco exploradas. Complementarmente,
também foi levantada a bibliografia sobre os peixes da região, complementando assim
as informações sobre a comunidade de peixes. Para a categorização das guildas
reprodutivas foi utilizado como referência o trabalho de Neuberger et al., 2009. As
guildas alimentares foram identificadas de acordo com Monteiro et al., 2009a e
Pereira et al., 2007.
Para o levantamento da ictiofauna foram utilizadas redes de espera (10 m de
comprimento, com malhagens de 2,4; 3,0; 5,0; 8,0 e 12,0cm entre nós opostos) que
foram instaladas ao anoitecer (18hs) e retiradas na manhã seguinte (08hs); tarrafas (2,4
20600.10-1000-M-1500
134
e 4,0cm entre nós opostos) quinze lances em cada local; redes de arrasto (5mm entre
nós opostos) arrastos realizados em área de 20mx6m e; peneiras (em uma extensão de
50m). A Figura 4.2.3.2-3 mostra os diferentes apetrechos de pesca utilizados.
TIPO DE EQUIPAMENTOS
LOCAL
UTILIZADOS
135
TIPO DE EQUIPAMENTOS
LOCAL
UTILIZADOS
Vereda2 peneira
Vereda3 peneira
Alagado peneira
Praia tarrafa e rede de arrasto
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 1
peneira
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 2
peneira
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 3
peneira
136
137
A fauna de pequenos mamíferos do Brasil Central só passou a ser mais bem conhecida
a partir da década de oitenta, com estudos em áreas do Cerrado. As formações
florestais destas regiões foram estudadas na porção norte do bioma, mas não há
estudos sobre a fauna das florestas deciduais e semideciduais do interior do Brasil.
Essas formações florestais representam corredores de dispersão para a mastofauna da
Amazônia e da Mata Atlântica dentro do Cerrado e têm características únicas,
resultantes da convergência de elementos dos diferentes biomas adjacentes (Milano,
2007).
No Brasil, o grupo dos pequenos mamíferos não-voadores é representado por
marsupiais didelfídeos e por pequenos roedores, que juntos formam o grupo ecológico
mais diversificado e compreendem a maior parte da riqueza de mamíferos brasileiros
(Reis et al., 2006).
20600.10-1000-M-1500
138
DIDELPHIDAE
Caluromys philander cuíca
Didelphis albiventris gambá
Gracilinanus agilis mucura
Marmosa murina mucura
Micoureus demerarae mucura
Monodelphis americana mucura
Monodelphis domestica mucura
Monodelphia brevicaldata mucura
Monodelphis rubida mucura
20600.10-1000-M-1500
139
140
141
142
A avifauna é o grupo mais bem estudado dentre os vertebrados, pois possuem diversos
hábitos característicos, como comunicação sonora e ocupação de hábitat variado, que
facilitam a identificação das espécies, além de serem utilizadas como Bioindicadores
de alterações ambientais (Verner, 1981).
De acordo com o CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, o Brasil
possui 1.832 espécies aves na listagem da sua décima edição (de 25/01/2011). Essa
riqueza de espécies de aves se da devido à diversidade de Biomas e diferentes
fitofisionomias presentes no território Nacional, e com isso, diversos micro-habitats.
O estado do Tocantins conta com cerca de 90% de sua área coberta pelo Bioma
Cerrado, variando notavelmente sua fisionomia ao longo do estado, apresentando
ainda áreas de ecótono com a Amazônia e com a Caatinga (IBGE . Em virtude de sua
paisagem diversificada, o cerrado suporta uma rica avifauna, com 837 espécies
catalogadas, das quais cerca de 4% são endêmicas (Silva, 1997).
O cerrado, considerado a savana brasileira, é o segundo maior bioma da América do
Sul, que predomina na região central do Brasil (Ab’Saber, 1983). Essa vegetação é
segundo Cavalcanti (1999), uma das formações biologicamente mais diversas do
mundo e está distribuída como um mosaico de diferentes fisionomias vegetais, como o
cerrado stricto sensu, florestas mesofíticas e de galeria, campo sujo e campo limpo
(Blamires et al., 2001).
Recentemente o cerrado foi classificado como um dos “pontos quentes” de
biodiversidade (hot spot), adquirindo, assim, prioridade nos programas
conservacionistas, por causa de dois importantes aspectos: sua excepcional
concentração de espécies endêmicas e seu acentuado grau de perda de hábitats (Myers
et al., 2000).
Silva (1995) avaliou o estado do inventário da avifauna do cerrado e evidenciou que
grande parte do bioma nunca teve sua avifauna estudada, situação essa que pode ser
considerada preocupante já que o cerrado é considerado um dos biomas mais afetados
com o desmatamento acelerado e já teve 80% de sua cobertura original transformadas
em pastagens e plantações, dessa forma, estudos que ressaltem o padrão de
distribuição de espécies são de grande relevância (Leite, 2006).
Com isso, a exemplo do que ocorre na maioria dos ecossistemas, a alteração de áreas
naturais de Cerrado tende a ocasionar extinções locais de espécies de aves
ecologicamente mais exigentes, particularmente aquelas de dieta especializada em
frutos ou insetos (Tubelis & Cavalcanti, 2000).
20600.10-1000-M-1500
143
144
145
146
147
148
149
150
espécies típicas de formações abertas, espécies generalistas que ocupam todo território
nacional e América do Sul, espécies típicas de domínios florestais dos biomas
Amazônia e Mata Atlântica, espécies que ocorrem em matas de galerias do cerrado,
além de um grande número de espécies endêmicas.
Segundo (Colli et al, 2002 apud Vaz-Silva et al, 2007) o cerrado possui 113 espécies
de anfíbios, com 32 endêmicas e 122 espécies de répteis, com 34 endêmicas.
Porém, embora seja alto o potencial do bioma cerrado, em relação à sua fauna
associada, tem se observado uma bibliografia escassa sobre a herpetofauna, desta
forma são imprescindíveis estudos detalhados a cerca da biodiversidade do bioma.
Junior e Bertoluci (2009) reforçam que trabalhos com comunidades de anuros do
cerrado ainda são escassos, e a forte pressão antrópica, o alto grau de endemismo e o
declínio de populações de anuros registrados no cerrado brasileiro aumentam a
importância de inventários taxonômicos em áreas do bioma.
Para a formulação da lista regional de herpetofauna com potencial de ocorrência na
área de estudo foram consultados trabalhos técnicos como o Diagnóstico Ambiental
Complementar – Projeto GMR Florestal – (Peixe – TO), além dos trabalhos de
(Pavan, 2007) e (Moreira et al., 2009).
As listagens da herpetofauna foram divididas em duas tabelas, sendo que a primeira
(Tabela 4.2.3.3-4) apresenta as espécioes das ordens Anura e Gymnophiona e a
(4.2.3.3-5) as espécies de répteis das ordens Testudines, Crocodylia e Squamata.
Tabela 4.2.3.3-4 – Espécies das ordens Anura e Gymnophiona levantadas com
potencial de ocorrência na área de estudo.
151
152
153
154
155
A ictiofauna rio Tocantins é uma das mais ricas do país com mais de 400 espécies de
peixes conhecidas. Essa bacia apresenta alta riqueza, alto endemismo e média
densidade de espécies por quilometro quadrado (Abel et al., 2008). No trecho a
montante da área de estudo (reservatório de Peixe Angical) foram registradas 288
espécies, conforme lista abaixo, sendo que 18,7% destas foram restritas somente no
período anterior à formação do reservatório. Do total de espécies registradas 11,8%
são endêmicas da bacia do Tocantins (Soares et al., 2009).
A tabela 4.2.3.3-6 abaixo, relaciona as espécies da ictiofauna com potencial de
ocorrência na área de estudo.
CHONDRICHTHYES
MYLIOBATIFORMES
POTAMOTRYGONIDAE
Paratrygon aiereba (Müller & Henle, 1841) arraia maça, raia
Potamotrygon cf. orbignyi (Castelnau, 1855) arraia tartaruga, raia
Potamotrygon spB arraia, raia
Potamotrygon spC arraia, raia
Potamotrygon spD arraia, raia
Potamotrygon spE arraia, raia
Potamotrygon spF arraia, raia
Potamotrygon spG arraia, raia
OSTEICHTHYES
CLUPEIFORMES
ENGRAULIDAE
Anchoviella carrikeri Fowler, 1940 sardinha
Lycengraulis batesii (Günther, 1868) sardinha papuda
PRISTIGASTRIDAE
Pellona flavipinnis (Valenciennes, 1837) apapa, dorada de escama
Pristigaster cayana Cuvier, 1829 sardinha-papuda
CHARACIFORMES
ACESTRORHYNCHIDAE
Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) gata, cachorrinha
Acestrorhynchus microlepis (Schomburgk, 1841) gata, cachorrinha
ALESTIDAE
Chalceus epakros Zanata & Toledo-Piza, 2004 rabo vermelho
CHARACIDAE
Acestrocephalus sp cachorrinha, gata
Acnodon normani Gosline, 1951 pacu
Agoniates halecinus Müller &Troschel, 1845 sardinha de lata
20600.10-1000-M-1500
156
157
158
159
ANOSTOMIDAE
Abramites hypselonotus (Günther, 1868) zebrinha
Laemolyta fernandezi Myers, 1950 piau vara
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850) piau boca de flor
Leporinus affinis Günther,1864 piau flamengo
Leporinus desmotes Fowler, 1914 piau flamengo
Leporinus gr. friderici (Bloch, 1794) piau cabeça gorda
Leporinus pachycheilus Britski, 1976 piau
Leporinus sp1 piau
Leporinus sp2 piau
Leporinus sp3 piau
Leporinus sp6 piau
Leporinus sp8 piau
Leporinus taeniofasciatus Britski, 1997 piau
Leporinus tigrinus Borodin, 1929 piau flamengo
Leporinus trifasciatus Steindachner, 1876 piau
Schizodon vittatus (Valenciennes, 1850) piau vara
PARODONTIDAE
Apareiodon argenteus Pavanelli & Britskii, 2003 canivete
CYNODONTIDAE
Cynodon gibbus (Agassiz, 1829) cachorrinha, gata
Hydrolycus armatus (Jardine & Schomburgk, 1841) cachorra verdadeira
Hydrolycus tatauaia Toledo-Piza, Menezes & Santos, 1999 cachorra verdadeira
Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 cachorra facão
PROCHILODONTIDAE
Prochilodus nigricans Spix & Agassiz,1829 papa-terra, curimata
Semaprochilodus brama Valenciennes, 1850 jaraqui
SILURIFORMES
PIMELODIDAE
Aguarunichthys tocantinsensis Zuanon, Rapp Py-Daniel &
pernambuco
Jégu, 1993
Hemisorubim platyrhynchos Valenciennes, 1840 jurupoca
Megalonema platycephalum Eigenmann, 1912 dorada
Phractocephalus hemioliopterus (Bloch & Schneider,
pirarara
1801)
Pimelodina flavipinnis Steindachner, 1876 mandi moela
Pimelodus blochii Valenciennes, 1840 mandi cabeça de ferro
Pimelodus ornatus Kner, 1858 mandi
Pimelodus tetramerus Ribeiro & Lucena, 2006 mandi cabeça de ferro
Pimelodus spA mandi
Pimelodus spD mandi
Pinirampus pirinampu (Spix & Agassiz, 1829) barbado
20600.10-1000-M-1500
160
Pseudopimelodus sp mandi
Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) pintado
Sorubim lima (Bloch & Schneider, 1801) bico de pato
Sorubimichthys planiceps (Spix & Agassiz, 1829) sorubim chicote
Zungaro zungaro (Humboldt, 1821) jaú
HEPTAPTERIDAE
Pimelodella sp bagre
Pimelodella cristata (Müller & Troschel, 1849) mandi mole
Rhamdia cf. itacaiunas Silfvergrip, 1996 bagre
Rhamdia sp bagre
PSEUDOPIMELODIDAE
Microglanis sp bagre
DORADIDAE
Hassar wilderi Kindle, 1895 mandi cabeça de ferro
Leptodoras praelongus (Myers & Weitzman, 1956) botinho
Megalodoras uranoscopus (Eigenmann & Eigenmann,
porquinha
1888)
Nemadoras cf. leporhinus (Eigenmnn, 1912) mandi cabeça de ferro
Oxydoras niger (Valenciennes, 1821) cuiú-cuiú, baiacu
Platydoras costatus (Linnaeus, 1758) porquinha
Pterodoras granulosus (Valenciennes, 1821) jaú de serrilha
Rhinodoras aff. boehlkei Glodek, Whitmire & Orcés, 1976 abotoado
LORICARIIDAE
Acanthicus hystrix Agassiz, 1829 cari pirarara
Ancistrus aguaboensis Fisch-Müller, Mazzoni & Weber,
cari
2001
Ancistrus minutus Fisch-Müller, Mazzoni & Weber, 2001 cari
Ancistrus spA cari
Ancistrus spB cari
Ancistrus spC cari
Baryancistrus longipinnis (Kindle, 1895) cari
Baryancistrus niveatus (Castelnau, 1855) cari banhado a ouro
Farlowella amazona (Günther, 1864) cari
Glyptoperichthys joselimaianus Weber, 1991 cari de lagoa
Harttia duriventris Rapp Py-Daniel & Oliveira, 2001 cari
Harttia punctata Rapp Py-Daniel & Oliveira, 2001 cari
Hemiancistrus micrommatos Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hemiancistrus spilomma Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hemiancistrus spinosissimus Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hypoptopoma sp cari, tubarãozinho
Hypostomus cf. ericae Carvalho & Weber, 2005 cari
Hypostomus sp1 cari chicote
20600.10-1000-M-1500
161
162
163
Na área de influência da UHE Peixe Angical detectou-se que a maioria das espécies
possuem hábito reprodutivo sedentário e que cerca de 11% realizam migrações
reprodutivas (Neuberger et al., 2009).
Antes da formação do referido reservatório as guildas alimentares mais representativas
em número de indivíduos foram detritívora, piscívora e onívora, sendo que as guildas
com maior número de espécies foram piscívora e detritívora, respectivamente
(Monteiro et al., 2009b).
20600.10-1000-M-1500
164
4.2.3.4.1 Mastofauna
Riqueza
Abundância Relativa
165
166
167
168
Índice de Diversidade
169
Nota-se que, apesar de terem sido identificadas mais espécies durante a primeira
campanha, é a segunda que apresenta maior índice de diversidade. Isto se da pois o
índice de Shannon leva em consideração a abundância relativa das espécies,
favorecendo os resultados da segunda campanha, onde houve menor dominância,
maior equitabilidade.
170
171
Características Ecológicas
Guildas alimentares
O estudo das relações tróficas em comunidades tem sido visto como uma ferramenta
importante na implementação de medidas que preservem a biodiversidade de
ambientes tropicais (Soulé & Simberloff, 1986). É necessário medir a biodiversidade,
não apenas por meio de censos de espécies de animais e plantas, como também pelo
estudo de suas interações populacionais e alimentares, cujo desconhecimento pode
impedir uma compreensão integrada sobre o funcionamento dos ecossistemas
(Walker, 1992).
Abaixo está disposta a proporção na ocorrência dos hábitos alimentares (%)
registrados na mastofauna local durante ambas as campanhas (Figura 4.2.3.4.1-9).
172
173
174
Espécies Ameaçadas
175
Espécies Endêmicas
176
Figura 4.2.3.4.1-18 – (A) Registro por câmera trap e área de ocorrência do lobo-
guará (Chrysocyon brachyurus). (B) Registro fotográfico e área de ocorrência da
raposa-do-campo (Lycalopex vetulus). Mapas retirados de wikipedia.org
Espécies Exóticas
Não foram registradas espécies exóticas de vida livre durante o esforço amostral, a
não ser as espécies domésticas criadas com finalidade de estimação ou consumo. Vale
ressaltar que muitas vezes essas espécies, como cães (Canis lupus familiaris) e gatos
(Felis silvestris catus) passam a frequentar ambientes florestais e predar animais
silvestres, além de transmitir diversas doenças epidemiológicas aos mesmos.
Lista de espécies
177
Tabela 4.2.3.4.1-4 – Lista de espécies da mastofauna diagnosticadas durante as campanhas de na área de estudo.
Categoria
Registro Período
de Período Hábito
Táxon Nome Comum Campanhas Endem. Hábito de
Ameaça Reprodutivo Alimentar
Atividade
1ª 2ª MMA
Ordem Didelphimorphia Gill, 1872
Família Didelphidae Gray, 1821
Didelphis albiventris Lund, 1841 gambá-de-orelha-branca X X ESC ano todo No O
Ordem Cingulata Illiger, 1811
Família Dasypodidae Gray, 1821
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha X X FOS ano todo No O
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba X X FOS ano todo No O
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole-pequeno X X FOS ano todo Di O
Ordem Pilosa Flower, 1883
Família Myrmecophagidae Gray, 1825
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira X X TER VU ano todo No I
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-de-colete X X ESC NT _ No O
Ordem Primates Linnaeus, 1758
Família Cebidae Gray, 1831
Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) sagui-do-cerrado X ARB ano todo Di O
Cebus libidinosus Spix, 1823 macaco-prego X X ARB ano todo Di O
Família Atelidae Gray, 1825
Alouatta caraya (Humboldt, 1812) bugiu X ARB ago-out Di H/F
Ordem Rodentia Bowdich, 1821 cont.
Família Caviidae G. Fischer, 1817
Cavia aperea (Erxleben, 1777) preá X X TER _ Di H/F
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara X X SAQ ano todo Di H
Família Dasyproctidae Bonaparte, 1838
Dasyprocta fuliginosa Wagler, 1832 cutias X X TER NT ano todo No O
20600.10-1000-M-1500
178
Categoria
Registro Período
de Período Hábito
Táxon Nome Comum Campanhas Endem. Hábito Ameaça de
Reprodutivo Alimentar
Atividade
1ª 2ª MMA
Ordem Lagomorpha Brandt, 1855
Família Leporidae G. Fischer, 1817
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti X X TER ano todo No H
Ordem Carnivora Bowdich, 1821
Família Felidae G. Fischer, 1817
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato-pequeno X TER VU ano todo No C
Família Canidae G. Fischer, 1817
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato X X TER ano todo Crep / No O
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) lobo-guará X X NE* TER VU out e mar Crep / No O
Lycalopex vetulus Lund, 1842 raposa-do-campo X NE* TER jul-ago Crep / No O
Família Procyonidae Gray, 1825
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati X X ESC ano todo No O
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) mão-pelada X X TER ano todo No O
Ordem Perissodactyla Owen, 1848
Família Tapiridae Gray, 1821
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta X X TER ano todo Crep / No H
Ordem Artiodactyla Owen, 1848
Família Tayassuidae Palmer, 1897
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto X X TER ano todo Di / No O
Família Cervidae Goldfuss, 1820
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro X X TER _ Di H
Ordem Cetacea Brisson, 1762
Família Iniidae Gray, 1834
Inia geoffrensis (de Blainville, 1817) boto-cor-de-rosa X X AQ _ _ C
Legendas: NE*: não endêmico, porém de ocorrência centralizada no Cerrado. ESC: escansorial. FOS: semifossorial. TER: terrícola. ARB:
arborícola. SAQ: associado a sistemas aquáticos. AQ: aquático. VU: vulnerável, NT: Quase Ameaçado. No: noturno. Crep: crepuscular. Di: diurno.
O: onívoro. H: herbívoro F: frugívoro. C: carnívoro. I: insetívoro.
20600.10-1000-M-1500
179
Resultados
As Tabelas 4.2.3.4.1-5 e 4.2.3.4.1-6 a seguir, apresentam sucessivamente as espécies
da mastofauna alada (quirópteros) e de pequenos mamíferos não voadores
diagnosticadas através do Diagnóstico Ambiental Complementar do EIA (Projeto
GMR Florestal – Peixe – TO), para a área de estudo.
180
Características ecológicas
Marinho-Filho et al (2002), citam cerca de 32 espécies de pequenos mamíferos não-
voadores associadas às áreas não florestadas do cerrado. Segundo (Vieira e Palma,
2005) as formações mais abertas desse bioma são, geralmente, compostas localmente
por poucas espécies. Porém, acredita-se que em paisagens caracterizadas pelo contato
de ambientes florestais com ambientes abertos, a composição e estrutura das
comunidades de pequenos mamíferos sejam influenciadas pela diversidade de
ambientes (Godoi et al., 2010), aumentando o número de espécies.
Segundo Aguiar e Machado (2009) o Cerrado brasileiro possui 107 espécies de
morcegos, dos quais apenas 30 estariam protegidas em unidades de conservação de
proteção integral do bioma, o que soma cerca de 3% da área original. Dessa forma as
demais 77 espécies podem ser consideradas lacunas de conservação, pois não estão
formalmente registradas em nenhuma unidade de conservação.
Guilda alimentar
No que se refere à Guilda alimentar dos grupos discutidos, é possível notar que os
Quirópteros com potencial de ocorrência na área de estudo são em sua maior parte
frugívros (33%) e Nectarívoros/Frugívoros (25%), os representantes carnívoros e
insetívoros aparecem com (17%) cada e a guilda menos representativa foi a dos
hematófagos com (8%) do total, conforme mostra a Figura 4.2.3.4.1-19.
20600.10-1000-M-1500
181
A distribuição gráfica dos marsupiais e roedores levantados para essa área de estudo
evidenciam (42%) de espécies onívoras, seguidas de (37%) frugívoras, (16%)
insetívoras e (5%) granívoras conforme mostra a Figura 4.2.3.4.1-20.
182
Espécies bioindicadoras
De modo geral a presença dessas espécies no ambiente é de suma importância, uma
vez que vários morcegos e roedores agem como dispersores de sementes e
polinizadores. Essas espécies também estão inseridas na base da cadeia alimentar de
diversos outros animais carnívoros, como aves e mamíferos predadores de maior
porte.
E além da importância numérica, o conjunto das informações sobre a ecologia das
espécies e das comunidades de pequenos mamíferos não-voadores indica que
marsupiais e pequenos mamíferos, como roedores, exercem influência importante na
dinâmica das florestas Neotropicais e são bons indicadores de alterações locais do
habitat e da paisagem (Pardini e Umetsu, 2006).
4.2.3.4.2 Avifauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Avifauna
Riqueza
Nas amostragens realizadas na primeira campanha (período de seca) foram registradas
152 espécies de aves, sendo que 129 foram registradas através da metodologia de
ponto de escuta. Destas, 73 espécies pertencem a ordem Passeriformes (48%) e 79
pertencem a táxons de não-Passeriformes (52%). As espécies diagnosticadas estão
distribuídas em 47 famílias, sendo 18 de não-Passeriformes e 19 Passeriformes. No
total essas espécies estão divididas em 23 ordens.
O número de espécies registradas na segunda campanha (período chuvoso) não variou
em relação à primeira (153) espécies, sendo 69 passeriformes (45%) e 84 não
passeriformes (55%). Dessas, 42 tiveram seu registro exclusivo na segunda campanha.
Desse total 130 espécies só foram detectadas através dos pontos de escuta.
No total foram registradas 194 espécies, sendo 102 espécies (53%) de táxons não
passeriformes e 92 espécies (47%) da ordem passerifome. 26 foram observadas
somente durante os transectos irregulares realizados na área, portanto, para essas não
foi calculado o índice pontual de abundância (IPA).
Na 1ª campanha em entrevistas informais com moradores locais na, foi mencionado a
ocorrência de duas espécies que não foram detectadas durante as amostragens através
das metodologias estabelecidas, o mutum-de-penacho (Crax fasciolata) e a arara-azul-
grande (Anodorhynchus hyacinthinus), duas espécies de alta relevância na composição
da avifauna regional. Porém, as mesmas foram detectadas na campanha seguinte
através da câmera trap e observação direta.
20600.10-1000-M-1500
183
Abundância Relativa
Para as espécies registradas através do ponto de escuta foi possível calcular o (IPA)
índice pontual de abundância (530 minutos de amostragem – 53 Pontos) em cada
campanha. Totalizando 1060 minutos (aproximadamente 17hs) e 106 pontos fixos.
Na primeira campanha o pombo silvestre fogo-apagou (Columbina squammata) foi a
espécie mais representativa com 29 contatos e IPA (0,55), seguido do suiriri
(Tyrannus melancholicus) com 26 contatos e IPA (0,49), conforme mostra a tabela
(4.2.3.4.2-1).
184
185
186
187
188
189
190
191
Eficiência amostral
192
Dessa forma entende-se que a amostragem da avifauna foi satisfatória, pois somando a
riqueza obtida através dos pontos de escuta ao número de espécies detectadas nas
transecções, o número total de espécies (152) na primeira campanha e (153) na
segunda campanha, se aproxima mais das estimativas do Jackinife. Dessa forma, no
caso de intensificação do esforço amostral na área de estudo o número de espécies
tende a aumentar.
Indice de diversidade
193
194
Características Ecológicas
Guildas alimentares
Uma comunidade de aves está com sua distribuição de guildas alimentares em
equilíbrio quando a sua maior porcentagem é de insetívoros, seguida de frugívoros,
onívoros, carnívoros, nectarívoros e detritívoros (Bierregaard & Stouffer, 1997). O
perfil alimentar da avifauna também permite identificar o grau de alteração em
fragmentos florestais, principalmente ao analisar a população de espécies frugívoras
presentes, visto ser este o grupo mais sensível a alterações ambientais e por serem
importantes para a dispersão de sementes (Pizo, 2001).
O perfil alimentar da avifauna também permite identificar o grau de alteração em
fragmentos florestais, principalmente ao analisar a população de espécies frugívoras
presentes, visto ser este o grupo mais sensível a alterações ambientais e por serem
importantes para a dispersão de sementes (Pizo, 2001).
As Figuras 4.2.3.4.2-6 e 4.2.3.4.2-7 evidenciam o registro visual de duas espécies
frugívoras encontradas na área de estudo, o fim-fim (Euphonia chlorotica) e o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), respectivamente.
Na análise das guildas alimentares das espécies registradas para a área de estudo
durante a 1ª campanha (período de seca) foi possível observar que as insetívoras
somam (38%) do total da avifauna, o que segundo (Sick, 1997) é esperado para
regiões tropicais, devido à abundância de insetos durante todo o ano, em seguida
destacam-se as espécies onívoras com (13%), o que também é um fator esperado,
quando é levada em consideração a disponibilidade de alimentos em um ambiente,
tendo em vista que essas são as espécies que mais se favorecem devido à plasticidade
na alimentação. Os frugívoros também apresentaram boa representatividade com
(13%), seguidos dos Granívoros (12%), Nectarívoros (7%), Carnívoros (7%),
Piscívoros (7%) e Detritívoros (3%), conforme mostra a Figura 4.2.3.4.2-8.
20600.10-1000-M-1500
195
Não variou de forma significativa a porcentagem das guildas alimentares das espécies
diagnosticas na 1ª e 2ª campanha, dessa forma seguindo o modelo supracitado pode-se
dizer que a composição das guildas da avifauna na área de estudo esta equilibrada.
As Figuras 4.2.3.4.2-10 a 4.2.3.4.2-17 apresentam espécies representantes das 8
diferentes guildas alimentares diagnosticadas durante o esforço amostral, sendo
sucessivamente um Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata), piscívoro, um
besourinho-do-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus), nectarívoro, um caboclinho
(Sporophila bouvreui), granívoro, um arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes
20600.10-1000-M-1500
196
197
198
Durante o período de seca (1ª campanha), seguindo esse parâmetro proposto por Stotz
et al. (1996), analisou-se a fragilidade das espécies em relação às ações antrópicas,
onde pode ser observado um número baixo de espécies com alta sensibilidade
ambiental (4%) e pode ser destacado o grande número de espécies de baixa
sensibilidade (65%). As espécies de média sensibilidade representaram 31% do total
(Figura 4.2.3.4.2-18).
199
200
Espécies Ameaçadas
Quatro espécies registradas aparecem na lista de espécies ameaçadas de extinção do
Ministério do Meio Ambiente (2003). Como vulnerável à extinção, o jacu-de-barriga-
castanha (Penelope ochrogaster) e a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus),
como (E N) em perigo de extinção, o socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum). De
acordo com o livro vermelho da fauna Brasileira ameaçada de extinção (2008) a maior
ameaça à essas espécies se da devido a mudanças e perda do hábitat.
Outra espécie registrada na área, o pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni) endêmica do
Brasil e considerada globalmente ameaçada de extinção. Teve seu primeiro registro
em 1926 no Estado de Piauí, inicialmente foi descrita erroneamente como uma
subespécie do pica-pau-lindo (Celeus spectabilis) na década de 1970. Porém após 80
anos sem registros publicados a espécie foi redescoberta no ano de 2006, em Goiatins,
nordeste do estado de Tocantins. Hoje se sabe que anteriormente a este
redescobrimento já existiam três indivíduos da referida espécie coletados nas décadas
de 1960 e 1980 no estado de Goiás cujos registros não haviam sido publicados. Essa é
uma das espécies de aves menos conhecidas do Cerrado, com poucos registros de
distribuição geográfica, falta de dados sobre a história natural e requerimentos
ecológicos. Atualmente a espécie é considerada “Criticamente Ameaçada”, pelo fato
de aparentemente ter uma população extremamente pequena (Leite, 2010).
Espécies endêmicas
Foram registradas 3 espécies endêmicas do bioma Cerrado no presente estudo, a
gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), o jacu-de-barriga-castanha (Penelope
ochrogaster) e o mineirinho (Charitospiza eucosma). Sendo os dois últimos altamente
sensíveis à perturbações antrópicas.
Além dessas, o pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni), espécie recentemente
redescoberta possui seus registros exclusivos em áreas de cerrado, o que corrabora
com o provável endemismo da espécie no bioma.
20600.10-1000-M-1500
201
Espécies migratórias
O gavião-tesoura (Elanoides forficatus) foi a única espécie registrada que realizada
movimentos migratórios, classificado na categoria (VN) pelo IBAMA-CEMAVE
(2006) ele é visitante do hemisfério norte.
202
Na 2ª campanha pode-se observar que 44% vivem em bordas de mata, 21% têm
preferência por ambientes florestais, 23% tem preferência por campos e áreas abertas
e 12% das espoécies vivem associados a ambientes aquáticos, conforme mostra a
Figura 4.2.3.4.2-27.
Também é valido ressaltar que a área de estudo é bastante utilizada para nidificação de
diversas espécies da avifauna. Durante os trabalhos de campo foi possível registrar
espécies nidificando. As Figuras 4.2.3.4.2-28 e 4.2.3.4.2-29 apresentam
sucessivamente uma ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda) e seu ninho
escavado em uma parede de arenosa próxima a um corpo d’água.
20600.10-1000-M-1500
203
Figura 4.2.3.4.2-30 - ema (Rhea americana) Figura 4.2.3.4.2-31 – ninho de ema (Rhea
chocando. americana).
204
Espécies exóticas
Seguindo as classificações de Sick (1997) há apenas quatro espécies exóticas de aves
estabelecidas no Brasil: o pardal (Passer domesticus), o bico-de-lacre (Estrilda
astrild), o pombo-doméstico (Columba livia) e a garça-vaqueira (Bubulcus ibis),
sendo as três primeiras amplamente conhecidas em território nacional e a ultima
facilmente julgada como nativa devido a semelhança com espécie nativas da mesma
família.
Durante o estudo a única espécie exótica dentre as citadas que foi registrada nas áreas
amostradas foi a garça-vaqueira (Bulbucus ibis). Essa espécie é tratada como recém-
chegada ao continente americano, vinda da África. De acordo com o (Wikiaves –
acesso 11/2011) atravessou o Oceano Atlântico há pelo menos 100 anos, com registros
iniciais na região do Caribe. Desde então se espalhou rapidamente pelo continente e
hoje ocupa todas as áreas abertas onde o gado esteja presente, desta forma ajuda a
controlar insetos e artrópodes em pastagens. Foi registrada pela primeira vez em 1965,
na Ilha de Marajó.
205
alvos, conhecidas como bio-indicadoras. Para isso parâmetros tais como guilda
alimentar, espécies de borda, espécies raras, endêmicas ou ameaçadas, são
informações valiosas da composição da avifauna.
As melhores espécies utilizadas para indicar a conservação do ambiente são as de
maior porte “notáveis” e exigentes quanto à alimentação e/ou local de reprodução,
como os grandes frugívoros de copa ou do estrato médio e inferior da floresta, como
Psitacídeos, Cotingídeos, Ramphastídeos, Cracídeos, Columbídeos e Tinamídeos.
Outra guilda bastante representativa neste caso é a de carnívoros diurnos das ordens
Accipitriformes e Falconiformes, predadores de topo de cadeia alimentar (Almeida,
1998) pelo fato de muitas dessas espécies necessitarem de determinados
requerimentos ecológicos para serem capazes de se manterem em determinada área,
como, tamanho da área de vida, níveis de perturbações antrópicas, predação natural,
locais adequados para a construção de ninhos, puleiros para forrageamento entre
outros (Soares et al, 2008).
Além disso, ao analisar as espécies de borda de mata, espécies essas características de
ambientes em estágio inicial de sucessão ecológica, de matas pequenas ou degradadas,
pode-se entender o estado de preservação do ambiente. Tendo em vista que as
espécies mais sensíveis às modificações do ambiente tendem a desaparecer desses
locais. Pequenos fragmentos e áreas antropizadas tendem a suportar espécies mais
comuns que sobrevivem bem em hábitats alterados. Para (Marini e Garcia, 2005) a
perda e a fragmentação dos hábitats são as maiores responsáveis pela ameaça de
extinção das aves brasileiras (Marini e Garcia, 2005).
A presença de espécies raras, endêmicas ou ameaçadas também pode caracterizar a
integridade da área de estudo, visto que essas espécies tendem a preferir hábitats
especializados e em sua maioria possuem certa sensibilidade às alterações antrópicas.
Dentre as espécies registradas na área de estudo, foram selecionadas 10 prováveis
indicadoras de qualidade ambiental, o que sugere o restabelecimento da integridade
original da avifauna a médio e longo prazo, levando em consideração o histórico de
antropização no local. Para tal seleção foram consideradas espécies com alta e média
sensibilidade a perturbações antrópicas que habitam preferencialmente áreas florestais,
além de ser preferencialmente frugívoras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção
(Tabela 4.2.3.4.2-3).
MMA
Táxon Nome popular Guilda Sens Háb. End.
(2003)
Penelope ochrogaster Pelzeln, jacu-de-barriga-
FRU A F CE VU
1870 castanha
Spizaetus melanoleucus
gavião-pato CAR A F
(Vieillot, 1816)
Thamnophilus pelzelni
choca-do-planalto INS A B
Hellmayr, 1924
Charitospiza eucosma
mineirinho GRA A C CE
Oberholser, 1905
Tigrisoma fasciatum (Such,
socó-boi-escuro PISC M A EN
1825)
Orthopsittaca manilata
maracanã-do-buriti FRU M F
(Boddaert, 1783)
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho FRU M F
Anodorhynchus hyacinthinus
arara-azul-grande FRU A F VU
(Latham, 1790)
20600.10-1000-M-1500
206
MMA
Táxon Nome popular Guilda Sens Háb. End.
(2003)
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba INS A F CE CR
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará PISC M F
Legenda- Sensibilidade segundo Stotz: Alta= A, Média= M. Hábitos alimentares. FRU= frugívoros,
CAR= carnívoros, ONI= onívoros, INS: insetívoro, GRA: granívoro, PISC: piscívoro. Hábitat: F:
florestal, C: campos e áreas abertas, B: borda de mata, A: ligado a ambientes aquáticos. Endemismo:
CE= endêmico do Cerrado. Status de ameaça: – MMA: VU: espécie vulnerável à extinção. EN: espécie
em perigo de extinção.
207
Lista de espécies
A Tabela 4.2.3.4.2-4 evidencia as espécies da avifauna diagnosticadas na área de
estudo durante o esforço amostral na 1ª e 2ª camapanha, seguidas dos seus nomes
populares, status de ocorrência no Brasil, habitat, endemismo, sensibilidade a
alterações antrópicas, guilda alimentar e categoria de ameaça de extinção em
Território Nacional de acordo com o MMA (2003).
20600.10-1000-M-1500
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
Legenda: Status: R = residente (evidências de reprodução no país disponíveis); E = espécie endêmica do Brasil – Sensib. = Sensibilidade segundo Stotz et al
(1996), onde Alta= A, Média= M, Baixa= B. Hábitos alimentares. GRAN= granívoros, FRU= frugivoros, CAR= carnívoros, ONI= onívoros, PISCI= piscívoros,
INS= insetívoros, NEC= nectarívoros, DET= detritívoros. Hábitat: A: ambientes aquáticos; B: borda de mata; C: campos e áreas abertas; F: florestal. Endemismo:
CE= endêmico do Bioma Cerrado; EX: Exótico. Status de ameaça (MMA, 2003): VU = vulnerável; E N = em perigo.
20600.10-1000-M-1500
218
4.2.3.4.3 Herpetofauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Herpetofauna
Riqueza
Durante a primeira campanha (período seco) foram registradas 15 espécies da
herpetofauna, sendo 6 de anfíbios e 9 de répteis. Todos anfíbios diagnosticados
pertencem à ordem Anura, distribuídos em 4 famílias: Família 1 (1 sp.), Bufonidae (2
sp.), Leptodactylidae (2 sp.) e Strabomantidae (1 sp.).
Quanto aos répteis, foram registradas as ordens Squamata, Testudines e Crocodylia. A
ordem Squamata teve 7 espécies registradas, divididas em 5 famílias: Polychrotidae,
Leiosauridae, Tropiduridae, Boidae e Colubridae.
As ordens Testudines e Crocodylia tiveram uma família e uma espécie registradas
cada, sendo respectivamente: Podocnemididae (Podocnemis unifilis) e Alligatoridae
Caiman crocodilus (Figura 4.2.3.4.3-1).
219
220
Quanto aos répteis, durante segunda campanha (período chuvoso) foram registradas
13 espécies, distribuídas novamente entre as ordens Squamata, Testudines e
Crocodylia. Destas, somente o jacaré-tinga (Caiman crocodilus), o tracajá
(Podocnemis unifilis) e os calangos (Tropidurus itambere e T. torquatus) foram
registrados em ambas as campanhas.
As famílias Boidae, Leiosauridae e Polychrotidae foram registradas apenas durante a
primeira campanha, enquanto Testudinidae, Teiidae e Viperidae foram registradas
apenas na segunda campanha.
A família Colubridae foi registrada em ambas as campanhas, porém com espécies
distintas, sendo que Chironius quadricarinatus e C. flavolieatus foram registradas na
primeira campanha enquanto Apostolepis ammodites e Oxyrhopus trigeminus foram
identificadas para a segunda, com uma terceira espécie pertencente à família sem
condições de identificação (Figuras 4.2.3.4.3-3 e 4.2.3.4.3-4). Espécies que não
puderam ser identificadas por algum motivo, como alguns animais mortos sem partes
do corpo, foram tratadas ao menor nível taxonômico possível.
221
Características Ecológicas
Guildas alimentares
A maior parte dos répteis é carnívora, exceto tartarugas terrestres e alguns lagartos
como iguanas e teiús que são herbívoros e onívoros respectivamente. As cobras, por
exemplo, são exclusivamente carnívoras, se alimentando de outros répteis, mamíferos,
aves e artrópodes. Esse grupo desempenha importante função ecológica no controle
populacional de diversas espécies consideradas pragas. A Figura 4.2.3.4.3-5, a seguir,
apresenta alguns répteis registrados durante as campanhas.
222
Espécies Ameaçadas
De acordo com a Lista Nacional de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de
Extinção (MMA, 2003) existem 14 espécies de squamata, 6 de testudines e 16 de
20600.10-1000-M-1500
223
Espécies endêmicas
Durante as campanhas foram registradas 3 espécies com algum grau de endemismo na
região, sendo que a rãzinha-de-ternetzi (Barycholos ternetzi) foi registrada em ambas
as campanhas (Figura 4.2.3.4.3-7).
Esta espécie é endêmica do Cerrado do Brasil central, vive na serrapilheira de
florestas de galerias e áreas abertas do cerrado. Não se adapta bem à pertubação
antrópica e existe uma preocupação quanto a sua conservação, sendo que a poluição
agrícola, os incêndios florestais e a construção de barragens são as maiores ameaças
para essa espécie (IUCN, 2011).
06/10/2011
Figura 4.2.3.4.3-7 – Registro fotográfico de rãzinha-de-
ternetzi (Barycholos ternetzi – Strabomantidae).
224
Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas em nenhuma das áreas monitoradas durante as
campanhas.
Quelônios
225
espécies cujas populações vêm sendo impactadas pela ação antrópica e são uns dos
mais importantes e conhecidos membros desse grupo que ocupam a extensa área da
bacia do Tocantins-Araguaia (Projeto Quelônios do Tocantins, 2012).
A tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa) e o tracajá (Podocnemis unifilis) estão
entre os maiores quelônios aquáticos sulamericanos e têm sido exploradas
intensamente há séculos, tendo sua carne e ovos utilizados na alimentação e seus
cascos usados como utensílios domésticos e adornos por inúmeras comunidades
ribeirinhas e indígenas (Junior, 2005).
Segundo o Projeto Quelônios do Tocantins (2012) a variedade de produtos extraídos
desses quelônios tomou proporções de comércio potencial e lucrativo para a
população, a ponto de algumas espécies correrem risco de extinção. Com isso,
medidas visando a conservação e a redução da atividade predatória foram oficializadas
em 1967, com a Lei 5.197/67 que dispõe a proteção da fauna.
Além da pressão de caça predatória, outro fator relevante que interfere diretamente na
população dessas espécies é a intervenção antrópica no que se refere às alterações no
hábitat, uma vez que os quelônios no geral nidificam em covas escasvadas no solo e o
seu sucesso reprodutivo esta sujeito às variações ambientais, de modo que inundações,
queimadas, desmatamentos de mata ciliares são impactos diretos interferindo
significativamente nas populações locais.
Durante o esforço amostral despendido em campo em período seco e chuvoso
diagnosticou-se apenas a ocorrência do tracajá (Podocnemis unifilis) (Figura 4.2.3.4.3-
9) nas drenagens da AID, essa espécie possui hábitos reprodutivos muito semelhantes
à tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa), que segundo (Soares, 2000 apud
Junior, 2005) as fêmeas dessa espécie possivelmente percebem pequenas
modificações nas condições ambientais, que seriam os limites para iniciar ou cessar o
período reprodutivo.
226
Lista de Espécies
Na tabela 4.2.3.4.3-1 estão dispostas as espécies diagnosticadas durante ambas as
campanhas, seus nomes populares, categoria de ameaça segundo a lista nacional
(MMA, 2003) e mundial (IUCN, 2011), endemismo, período reprodutivo, período de
atividade e hábitos alimentares.
20600.10-1000-M-1500
227
Tabela 4.2.3.4.3-1 – Espécies da herpetofauna registradas na área de estudo durante ambas as campanhas (período seco e período chuvoso).
Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Ordem Anura
Família 1
Sp. 1 - X - - - - - -
Família Bufonidae
Rhinella granulosa (Spix, 1824) sapo-de-verrugas X X LC LC NE P.C noturno ?
Rhinella schneideri (Werner, 1894) sapo-cururu X X LC LC NE final do P.S noturno ins/car
Família Hylidae
Dendropsophus cruzi (Pombal & Bastos, 1998) perereca X LC LC NE P.C noturno ?
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) pererequinha-do-brejo X LC DD NE contínuo noturno ?
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) pererequinha-do-brejo X LC LC NE contínuo noturno ?
Dendropsophus rubicundulus (Reinhardt &
perereca X LC LC NE P.S noturno ins
Lütken, 1862"1861")
Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) perereca-cabrinha X LC LC NE contínuo noturno ins
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 perereca-cabrona X LC LC NE P.C noturno ins
Phyllomedusa azurea Cope, 1862 perereca-macaco X LC DD NE P.C noturno ?
Pseudis tocantins Caramaschi & Cruz, 1998 rã-d'água X LC LC B.TO contínuo noturno ins/car
Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) pererequinha-do-brejo X LC LC NE final do P.C noturno ins
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) perereca-de-banheiro X LC LC NE P.C noturno ins
Scinax sp. - X - - - - - -
Familia Leiuperidae
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 rã-quatro-olhos X LC LC NE P.C noturno ?
Physalaemus centralis Bokermann, 1962 rã X LC LC NE contínuo noturno ins
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachorro X LC LC NE P.C noturno ins/car
20600.10-1000-M-1500
228
Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Pseudopaludicola sp. rãzinha X - - - - - -
Família Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) rã-assobiadeira X X LC LC NE P.C noturno ?
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) rã-pimenta X LC LC NE contínuo noturno ins/car
Leptodactylus latrans (Steffen,
rã-manteiga X LC LC NE contínuo noturno ins/car
1815) Leptodactylus ocellatus
Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) rã-marrom X LC LC NE P.C noturno ins/car
Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) rã-pingo-de-chuva X LC LC NE contínuo noturno ins
Leptodactylus sp. X - - - - - -
Familia Strabomantidae
Barycholos ternetzi (Miranda Ribeiro, 1937) rãzinha-de-ternetzi X X LC LC CER P.C noturno ins/car
Ordem TESTUDINES
Família Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) jabuti-piranga X LC - NE P.C diúrno oni
Família Podocnemididae
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 tracajá X X LC VU NE P.S diúrno oni
Ordem CROCODYLIA
Família Alligatoridae
diúrno/notu
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) jacaré-tinga X X LC LC NE final do P.S car
rno
Ordem SQUAMATA
Família Polychrotidae
Anolis meridionalis Boettger, 1885 Papa-vento X LC - CER contínuo diúrno ins
Família Leiosauridae
Enyalius sp. X - - - - - -
20600.10-1000-M-1500
229
Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Família Tropiduridae
Tropidurus itambere Rodrigues, 1987 calango X X LC - NE P.C diúrno oni
Tropidurus torquatus (Wied, 1820) calango X X LC LC NE contínuo diúrno oni
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) calango-verde X LC - NE contínuo diúrno ins
Cnemidophorus cf. mumbuca calanguinho X LC - NE final do P.C diúrno oni
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) teiú X LC LC NE início do P.C diúrno oni
Tupinambis quadrilineatus Manzani & Abe,
teiú X LC - NE P.C diúrno oni
1997
Família Boidae
Epicrates crassus Cope, 1862 cobra-salamanta X LC - NE Abril - Junho crepúsculo car
Família Colubridae
Colubridae Sp.1 - X - - - - - -
Apostolepis ammodites Ferrarezzi, Barbo &
falsa-coral X LC - NE ? noturno car
Albuquerque, 2005
Chironius flavolineatus (Jan, 1863) cobra-cipó X LC - NE contínuo diúrno car
Chironius quadricarinatus (Boie, 1827) cobra-cipó X LC - NE contínuo diúrno car
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron &
falsa-coral X LC - NE P.C noturno car
Duméril, 1854
Família Viperidae
Bothrops moojeni Hoge, 1966 jararaca X LC - NE P.C noturno car
Legenda – LC: de menor risco; VU: vulnerável; DD: Dados Deficientes NE: não endêmico; CER: endêmico do Cerrado; B.TO: endêmico das bacias dos rios
Tocantins/Araguaia; P.S: período seco; P.C: período chuvoso; ins: insetívoro; car: carnívoro; oni: onívoro.
20600.10-1000-M-1500
230
4.2.3.4.4 Ictiofauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Ictiofauna
Riqueza
Durante o trabalho foram coletados 3.041 exemplares distribuídos em 78 espécies, 59
gêneros, 25 famílias e sete ordens, das ordens registradas, as mais representativas
foram Characiformes e Siluriformes, contribuindo com 59% e 15% das capturas em
número de espécies, respectivamente (Tabela 4.2.3.4.4-1).
No período de seca o número de exemplares capturados foi maior do que na cheia, no
entanto, o número de espécies registradas foi maior neste último período, que também
registrou o maior número de espécies exclusivas (Tabela 4.2.3.4.4-1).
231
232
233
234
235
Táxon LAG RCH RP1 RP2 VR1 VR2 VR3 PRA TO1 TO2 TO3
Curimata acutirostris X
Curimata inornata X X
Curimatella immaculata X
Hoplerythrinus unitaeniatus X
Hoplias malabaricus X X X X
Laemolyta fernandezi X X
Leporinus affinis X X
Leporinus.friderici X
Leporinus unitaeniatus X X
Pyrrhrulina brevis X X
Prochilodus nigricans X X
Pimelodus blochii X
Pimelodus ornatus X
Pimelodus tetramerus X
Glyptoperichthys
X X
joselimaianus
Hemiancistrus spilomma X
Hypostomus sp1 X X
Auchenipterus nuchalis X X
Schultzichthys bondi X
Petilipinnis grunniens X
Cichla piquiti X
Cichlasoma araguaiense X X X
Crenicichla cametana X
Crenicichla strigata X
Geophagus neambi X X X
Retroculus lapidifer X
Satanoperca jurupari X X X
Maratecoara formosa X
Pituna compacta X
Plesiolebias fragilis X
Rivulus karaja X
Simpsonichthys costai X
Pamphorichthys
X X X X
araguaiensis
Colomesus asellus X
Legenda: LAG – Lagoa; RCH – Riacho; RP – Represa; VR – Vereda; PR - Praia; TO – Rio Tocantins
236
25
a
20
Número de espécies
15
10
0
LAG VR1 PRA TO1 TO2 TO3
Estações de amostragem
25
b
20
Número de espécies
15
10
0
LAG RCH RP1 RP2 VR1 VR2 VR3 PRA TO1 TO2 TO3
Estações de amostragem
Abundância Relativa
Os locais amostrados apresentaram baixa abundância, sendo os pontos Lagoa e Praia
aqueles que apresentaram uma maiores capturas em número de indivíduos (Figura
4.2.3.4.4-3).
Chama atenção a baixa abundância relativa nos pontos Tocantins1 e Tocantins3 a
despeito da sua relativa riqueza de espécies, ao contrário, na Praia o número de
20600.10-1000-M-1500
237
Figura 4.2.3.4.4-3 - Abundância por estação de amostragem. Seca (A); Cheia (B).
As maiores capturas foram registradas na Praia, como já visto, seguido das Represas e
da Lagoa (Figura 4.2.3.4.4-4).
20600.10-1000-M-1500
238
100
75
Abundância (%)
50
25
0
Lagoa Riacho Represa Vereda Praia Tocantins
Ambientes
Índice de Diversidade
A diversidade na seca foi maior nos pontos localizados no rio Tocantins (Tocantins1 e
Tocantins3), no entanto não variou muito entre as estações de amostragem, exceto
pelo fato de na Praia o índice ter se aproximado de zero, em função da baixa
equitabilidade registrada para o local.
No período de cheia a diversidade foi maior nos pontos localizados no rio Tocantins
(Tocantins2 e Tocantins3), Represa1, Lagoa e Riacho, nos demais pontos a
diversidade foi intermediaria, com exceção da Vereda3, que não pode ter o índice
calculado, pois se registrou somente uma espécie no local. As maiores equitabilidades
foram registradas no rio Tocantins, o que ocorrem em função da estabilidade do
ambiente (Figura 4.2.3.4.4-5).
20600.10-1000-M-1500
239
3.5 1.0
Div ersidade
3.0 Equitabilidade
0.8
2.5
Equitabilidade
0.6
Diversidade
2.0
1.5
0.4
1.0
0.2
0.5
0.0 0.0
Lagoa Riacho Represa Vereda Praia Tocantins
Ambientes
240
uma assíntota (Figura 4.2.3.4.4-7), sugerindo que novas espécies ainda poderiam ser
acrescentadas com o emprego de maior esforço de coleta.
90
80
70
Número de espécies
60
50
40
30
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações de amostragem
Características Ecológicas
Do total de espécies capturadas, a maioria (87%) possui hábito reprodutivo sedentário,
das quais 30% apresentam algum tipo de cuidado parental e 9% possuem fecundação
interna. O restante (13%) realiza migrações reprodutivas na calha do rio Tocantins e
seus tributários. Na Figura 4.2.3.4.4-8 são apresentados alguns exemplares
pertencentes a cada guilda reprodutiva.
241
Guildas alimentares
Cerca de 60% das espécies registradas estão englobadas em duas guildas tróficas
(35% insetívoras e 25% piscívoras), fato que se explica pelos ambientes onde
ocorreram as amostragens. Na calha do rio Tocantins a contribuição alóctone é muito
pequena e a produção primária deve ser baixa, desta forma, os peixes e os insetos
aquáticos são os itens mais disponíveis. Já nos ambientes de vereda, praia e lagoa, a
contribuição alóctone provavelmente seja maior, composta por formas jovens de
insetos terrestres. Representantes das duas principais guildas alimentares são
mostrados na Figura 4.2.3.4.4-9.
242
pecularidades que os tornam aptos a viverem nesses ambientes hostis fazem com que
as espécies sejam extremamente dependentes da integridade física do seu biótopo,
sendo sua presença no ambiente um importante indicador da qualidade do mesmo. No
presente estudo foram encontradas cinco espécies de Rivulídeo (Maratecoara
formosa, Pituna compacta, Plesiolebias fragilis, Rivulus karaja, Rivulus cf.
zygonectes e Simpsonichthys costai).
Exemplos de espécies bioindicadoras registradas na área de estudo são apresentados
na Figura 4.2.3.4.4-10.
Espécies Ameaçadas
Segundo Rosa & Lima (2008), as espécies de peixes consideradas como ameaçadas
ocorrentes na bacia Amazônica estão restritas a dois de seus afluentes: os rios
Tocantins e Xingu. O rio Tocantins contém a maioria das espécies ameaçadas desta
bacia, totalizando 16 espécies. Destas, sete são peixes-anuais (família Rivulidae), as
demais pertencem às famílias Cichlidae, Batrachoididae, Anostomidae, Pimelodidae,
Characidae e Sternopygidae. Durante as coletas foi registrada uma espécie vulnerável,
Maratecoara formosa (Família Rivulidae), que consta da lista de espécies ameaçadas
(Machado et al., 2008).
Espécies endêmicas
Foram registradas sete espécies endêmicas da bacia na região do empreendimento,
sendo elas: Curimata acutirostris, Cichla piquiti, Crenicichla cametana,
Glyptoperichthys joselimaianus, Hemiancistrus spilomma, Leporinus tigrinus,
Maratecoara formosa (Soares et al., 2009; Costa, 2003), correspondendo a cerca de
11% da ictiofauna amostrada. A Figura 4.2.3.4.4-11 mostra algumas espécies
endêmicas.
20600.10-1000-M-1500
243
Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas na área de estudo. Em outros estudos
realizados na região também não há registro da ocorrência de espécies exóticas.
244
4.2.3.4.5 Entomofauna
A modificação do ambiente para instalação da infra-estrutura de uma planta industrial
implica em alterações do fluxo natural das águas, serviços de terraplenagem,
represamento, abertura de vias de acesso, entre outras interferências, que poderão
gerar diversos impactos, tanto no ambiente, como também sobre as comunidades
humanas estabelecidas nas áreas de influência.
Os mosquitos ou pernilongos (Diptera: Culicidae) (Forattini, 2002) e os flebótomos ou
mosquito-palha (Phlebotominae: Psychodidae) (Young & Duncan, 1994) nessas áreas
de intensa mudança, devem ser vistos com atenção, por representarem táxons com
várias espécies de interesse em Saúde Pública. Esses dípteros são veiculadores de
patógenos ao homem, como os agentes infecciosos da filariose, malária, febre
amarela, dengue, arboviroses silvestres e leishmanioses cutânea/visceral. A região de
implantação da planta da indústria tem potencial para albergar importantes vetores por
pertencer à região Norte, um amplo espaço com várias endemias, como tem sido
demonstrado em todo esse vasto território (Vasconcelos e cols., 2001; Oliveira-
Ferreira e cols., 2010). Deve-se alertar que o Estado de Tocantins está enquadrado na
área de manifestações epizoóticas da febre amarela, sendo considerado território de
risco de infecções humanas (Mondet, 2001). Também, na região do projeto é relevante
a importância dos barbeiros (Hemiptera: Reduviidae), pois o domínio de vegetação
aberta dos Cerrados constitui ambientes favoráveis a algumas espécies desses insetos.
São esses os vetores biológicos do Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas
(Forattini, 1980).
Os mosquitos (Consoli & Lourenço-de-Oliveira, 1994; Forattini, 2002) sofrem os
efeitos de novos fatores impostos, nas transformações de ambientes que alterem o
fluxo das águas, resultantes de intervenções com máquinas, para instalação de plantas
20600.10-1000-M-1500
245
Campanha
O trabalho foi realizado mediante uma única campanha a qual se efetivou no período
de 21 a 26 de janeiro de 2012. Os pontos de captura foram alocados na visita ao
campo, na medida em que o trabalho progredia, ocasião em que foram
georreferenciados. A região de cobertura compreendeu a área de implantação da
indústria sendo incluído o entorno de influência direta e indireta; inclusive a cidade de
Peixe. As capturas foram realizadas em horários diurnos e noturnos, até as 22h. A
localização dos pontos de coleta de mosquitos são demonstrados nos mapas 4.2.3.4.5-
1 e 4.2.3.4.5-2.
20600.10-1000-M-1500
246
247
248
Trabalho de campo
Os trabalhos de investigação de campo foram conduzidos na área de influência, nas
proximidades do local da futura planta industrial e demais áreas afetadas. Nessas
localidades foram escolhidas paisagens compatíveis com a presença desses insetos,
para execução das capturas.
Para as coletas de mosquitos e flebótomos adultos, de hábitos noturnos, foi utilizadas
uma armadilha de Shannon e uma armadilha CDC, as quais funcionaram no período
pré-crepuscular até se completarem quatro horas de esforço amostral, sendo o trabalho
encerrado às 22h. Para a coleta de mosquitos e flebotomíneos em abrigos naturais,
durante as horas claras do dia, foi utilizado um aspirador elétrico.
249
A coleta de mosquitos imaturos foi feita nas coleções aquáticas estagnadas localizadas
nas áreas de várzea ou veredas e em outros sítios em que se encontrou acúmulo de
água parada; como em recipientes em peridomicílios. Para as coletas utilizaram-se
conchas entomológicas de 350ml, equipamento de plástico de sucção e pipetas.
250
Figura 4.2.3.4.5-6. Tronco caído com acumulo de água em uma depressão. As larvas
foram colhidas utilizando-se uma pipeta e a seguir foram acondicionadas em frasco de
plástico.
251
252
Resultados
Como mostrado na Tabela 4.2.3.4.5-1 foram coletados um total de 3.034 mosquitos e
detectados 59 táxons. Para muito desses táxons não foi possível a identificação precisa
até o nível de espécies. Para aquelas que a identificação foi possível construiu-se o
Quadro 4.2.3.4.5-1, no qual constam 34 espécies. Os materiais referentes aos táxons
que não tiveram suas identificações até o nível de espécie ficarão depositados nos
Laboratórios de Entomologia em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da
USP, em São Paulo, disponíveis para estudo. O material identificado deverá ser
tombado junto à Coleção Entomológica de Referência da Faculdade de Saúde Pública
da USP, em tempo oportuno, na dependência da curadoria desse museu.
20600.10-1000-M-1500
253
254
255
Com base na análise da Figura 4.2.3.4.5-11, pode-se notar que a espécie mais
frequente em toda a pesquisa foi o Anopheles albitarsis s.l.
27% A
34%
B
C
D
16% E
11%
12%
Em relação ao resultado geral obtido ficou patente que o assim considerado vetor
secundário de plasmódios humanos o Anopheles albitarsis s.l. é comum na área,
podendo alcançar frequência compatível com a transmissão. Assim sendo, a malária,
embora não ocorra na região, deve ser uma preocupação do empreendimento,
devendo-se utilizar estratégias para sua prevenção.
20600.10-1000-M-1500
256
Foto 4.2.3.4.5-1. Anopheles albitarsis s.l. (fêmea) coletada com armadilha elétrica
luminosa tipo CDC, na margem do cerrado, próximo a uma mata existente aos fundos
da casa de referência da Braxcel.
Entre os demais mosquitos, há várias espécies que têm competência e capacidade para
veicular arbovírus silvestre. Dentre essas se destaca o gênero Haemagogus (mosquito
identificado como: Haemagogus janthinomys/capricornii) e o mosquito Sabethes
chloropterus. Esses mosquitos são considerados vetores eficientes do vírus da febre
amarela em locais de emergência de epizootias. É nesse contexto que o homem, ao
penetrar em área de atividade viral, pode ser acometido (Câmara e cols., 2011).
257
Conclusão geral
Em decorrência da persistência de quadro epidemiológico favorável à dengue na
cidade de Peixe; devido à presença de vetores competentes para arbovírus no ambiente
de instalação da Braxcel, inclusive para o vírus da febre amarela; pela presença de
anofelino competente para veicular plasmódios humanos, agentes da malária, e pelo
fato da existência de outros riscos inerentes à fauna entomológica, justifica-se a
avaliação dos impactos do empreendimento.
258
Total de Valor
Grupo espécies Ameaçadas* Endêmicas** Exóticas Econômico
Flora 171 5
Avifauna 194 4 3 1
Mastofauna 23 – 31¹ 5 2 2
Herpetofauna 39 1 3
Ictiofauna 78 1 7 11
Total geral 536 11 15 3 16
Legenda: ¹ espécies de pequenos mamíferos voadores e não-voadores; * espécies ameaçadas se referem ao total de
espécies ameaçadas presentes na lista nacional. ** Endemismo foi considerado como espécies exclusivas dos
biomas/formações amostradas. *** Espécies de ocorrência na bacia e exploradas pelos pescadores locais
259
260
dos processos de assoreamento (Ferreira e Casatti, 2006; Silva et al., 2007). Mas não
são apenas as alterações nas zonas ripárias que podem afetar a estrutura e a biota dos
riachos. Apesar da cobertura das zonas ripárias ser muito importante na estruturação
dos canais e, conseqüentemente na diversidade e riqueza das espécies, tanto a curto
quanto em longo prazo, a cobertura em toda bacia também pode influenciar nos
ecossistemas aquáticos.
O número de espécies registradas sofreu incremento significativo com a campanha do
período chuvoso, em função do aumento no esforço de coleta e da captura de espécies
de peixes anuais.
Pode-se dizer que este levantamento é representativo da ictiofauna local, visto que
espécies endêmicas e as guildas reprodutivas e alimentares estiveram representadas na
amostragem nas mesmas proporções descritas para a região. Merece destaque o
registro de seis espécies de peixes anuais que não constam da lista regional, indicando
que há ainda muitos ambientes a serem explorados.
Importante ressaltar que cerca de 20% das espécies registradas está identificada em
caráter “provisório”, pois ainda precisam ser descritas, este fato é mais notado nos
representantes da família Characidae. Neste estudo podemos destacar a espécie
Moenkhausia sp, que provavelmente seja uma espécie nova, sua presença foi
registrada na Praia, o que mostra o importante papel dos ambientes litorâneos para o
ecossistema, que apesar de contribuir pouco nas capturas, abriga espécies que só se
encontram naquele tipo de ambiente.
Assim como a Praia, as veredas também apresentam baixas capturas, mas abrigam
espécies extremamente adaptadas ao seu caráter dinâmico, os peixes anuais, só
capturados nesse tipo de ambiente, com destaque para uma espécie endêmica,
Maratecoara formosa, na lista de espécies ameaçadas.
Os dados mostram que a região de estudo abriga uma fauna rica, composta por
espécies endêmicas da bacia do rio Tocantins e também por espécies vulneráveis
devido à grande pressão a que os ambientes estão sendo expostos. Esta riqueza de
espécies é devida a grande diversidade de hábitats encontrados na região, portanto, as
ações humanas devem ser norteadas de forma que a diversidade de hábitats e espécies
sejam mantidas.
Referente aos vetores de doenças, em decorrência da persistência de quadro
epidemiológico favorável à dengue na cidade de Peixe; devido à presença de vetores
competentes para arbovírus no ambiente de instalação da Braxcel, inclusive para o
vírus da febre amarela; pela presença de anofelino competente para veicular
plasmódios humanos, agentes da malária, e pelo fato da existência de outros riscos
inerentes à fauna entomológica, justifica-se a avaliação dos impactos do
empreendimento.
As avaliações ambientais realizadas nos trabalhos de campo abrangeram porções
representativas das fisionomias presentes na área de influência, desprendendo um
esforço amostral satisfatório. Assim, as listagens e dados apresentados para flora e
fauna refletem o panorama real das condições ambientais das áreas de influência do
empreendimento.
Algumas matas ciliares presentes na AID são importantes corredores ecológicos em
escala local e regional e devem ser monitorados, pois permite o fluxo de fauna em seu
interior, dispersando sementes recolhidas em outras áreas (florestas) ou de trechos
diferentes da mesma mata ciliar. Dentre estes corredores podemos destacar a Mata
Ciliar dos afluentes e do próprio Rio Tocantins.
20600.10-1000-M-1500
261
262
263
Peixe
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 12° 01' 30" S e 48° 32' 20" O,
estando a uma altitude de 240 metros e ocupando uma área de 5.291,198 km². Seus
municípios limítrofes são Paranã, São Salvador do Tocantis, Jaú do Tocantisn,
Talismã, Alvorada, Sucupira, Gurupi, Aliança do Tocantins, Breinho de Nazaré e São
Valério.
20600.10-1000-M-1500
264
São Valério
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 11º58'30" S e 48º14'01" O, estando
a uma altitude de 360 metros e ocupando uma área de 2.519,579 km². Seus municípios
limítrofes são Paranã, Peixe, Gurupi, Brejinho de Nazaré, Santa Rosa do Tocantins,
Chapada da Natividade e Natividade.
20600.10-1000-M-1500
265
Sucupira
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 11º59'36" S e 48º58'15" O, estando
a uma altitude de 250 metros e ocupando uma área de 1.025,517 km². Seus municípios
limítrofes são Alvorada, Peixe, Gurupi, Figueirópolis.
20600.10-1000-M-1500
266
267
268
Acredita-se que estas hipóteses sejam verdadeiras, sendo assim por qualquer dos
motivos citados, por volta dos anos 1776 e 1780 temos a vinda do Alferes Ramos Jubé
com 25 praças a seu comando, para garantir a passagem na travessia do rio Tocantins e
procurar o tesouro (IBGE).
Ao chegar neste local, para evitar os repetidos ataques incendiários dos índios, Ramos
Jubé construiu um forte que seria a primeira moradia coberta de telha, onde residiu
com seus comandados (onde hoje se ergue a residência do Sr. Oscar José da Silva).
Esta foi construída de adobe e aroeira. Como não existia prego naquela época, as vigas
eram cravadas com talhos de aroeira. Contam os mais velhos que ao ser demolida foi
encontrado um vaso contendo joias, moedas e utensílios de muito valor. Dizem ainda,
que tão grande achado enriqueceu o pedreiro que realizava a obra, ao concluí-la,
mudou-se e se tornou um alto comerciante da região de Paraná (IBGE).
Com a proteção do Alferes Ramos Jubé, à beira do porto foi se formando um povoado
com a migração de famílias vindas do Carmo, Natividade, Paranã, Conceição do
Norte, Porto Nacional, Caititê (BA) e Gilbués (PI).Seus primeiros moradores:
Francisco da Silva Montes e Joaquim Tavares (o primeiro passador do porto local) e
seus filhos Teotônio e Raimundo Tavares de Brito, ambos auxiliaram o Alferes nas
escaramuças aos índios. Quanto ao tesouro dos Jesuítas, foram feitas várias
investigações, mas ao que parece todas em vão (IBGE).
Ramos Jubé iniciou também a construção da primeira casa de oração, onde hoje está a
praça Getúlio Vargas. Antes do termino desta igreja nela foi introduzida à imagem de
Nossa Senhora D Abadia, considerada uma das mais belas obra do santeiro goiano
Veiga Vale. Contam os mais velhos que a imagem da santa foi trazida num caixote de
pinho e carregada aos ombros por Marcelino Gonçalves, descendente de escravos. A
viagem de Vila Boa até o povoado foi feita a pé e durou quinze dias, chegando em 10
de agosto de 1825 (IBGE).
Contam os velhos moradores que a devoção à esta Santa foi em cumprimento a uma
promessa, feita para que os índios Canoeiros cessassem seus ataques ao arraial. Após a
chegada da referida imagem ao local, nunca mais eles voltaram a atacar. Os anos se
passaram e o Alferes Ramos Jubé acabou falecendo acometido pelo ompaladismo sem
que tivesse tempo de trazer sua família que morava em Vila Boa de Goiás para morar
no arraial, que por algum tempo chamou-se Santa Cruz das Itans (IBGE).
O arraial de Santa Cruz das Itans prosperou, os tempos passaram e veio uma grande
enchente que mudou para sempre a rotina dos moradores deste pequeno local. Devido
a grande enchente ocorrida na região, o rio Tocantins despejou suas águas nas
vazantes, indo atingir uma grande lagoa situada a dois quilômetros do povoado.
Quando as águas baixaram um peixe de tamanho colossal ficou preso no saranãs da
lagoa, onde morreu quando o rio Tocantins voltou ao seu leito natural e a lagoa
tornou-se rasa. Dizem ainda, que o peixe era tão grande que quatro mulheres batiam
roupas para lavar em sua cabeça (IBGE).
Uma caravana que vinha de Vila Boa de Goiás com destino a Natividade encontrou o
dito peixe, depois deste ocorrido, os viajantes diziam, vamos passar pelo rio onde foi
encontrado o peixe . Mas com o passar do tempo foram abreviando a frase até dizerem
apenas: passaremos em peixe . E assim ficou batizado nosso município. Não só ele
leva este nome, mas também o córrego pelo qual subiu o enorme peixe e a lagoa onde
foi encontrado. Ambos ficaram conhecidos por córrego do peixinho e lagoa do peixe
(IBGE).
20600.10-1000-M-1500
269
Anos depois deram a chamar o local de Vila do Espírito Santo de Peixe , após a
promulgação da Lei nº 013, de 31 de junho de 1846, onde o arraial é elevado à
categoria de município de Palmas (hoje Paraná) (IBGE).
Em 20 de junho de 1895 a vila é elevada à categoria de cidade graças ao trabalho de
diversos líderes, dentre eles destacam-se: Elizeu Augusto Canguçu, Antônio José de
Almeida, Pedro Pinheiro de Queiroz, o Senador Domingos Teodoro juntamente com o
Deputado Cândido Teodoro, estes eram os representantes desta região frente ao
governo da época. Na divisão territorial de 31 de dezembro de 1936, Peixe aparece
com o nome de município de Santa Terezinha, sob a jurisdição da Comarca de Porto
Nacional, porém este nome não foi aceito pela comunidade. No quadro anexo ao
Decreto-Lei Estadual nº 557 de 03demarço de 1938, nosso município aparece
novamente com o nome de Peixe (IBGE).
Os assentamentos existentes no município são: P.A. São José, P.A. Bananal e P.A.
Penha (IBGE).
Os distritos existentes são os seguintes: Vila Quixaba, Entroncamento do Jaú, Povoado
Novo Nilo, Lagoa do Romão, Vila São Miguel e Salvação (IBGE).
São Valério
Na época da colonização, emissários da Coroa de Portugal, procedentes de Vila Boa
de Goiás (Goiás Velho), Cavalcante, também em Goiás, passando por São João da
Palma (Paranã), atravessando o rio Tocantins pelo "Porto do rio Tocantins" (cidade de
Peixe), depois o rio Manoel Alves, no local onde hoje se encontra o distrito de
Apinajé, passando por Santa Rosa, rumo ao arraial de São Luiz (Natividade), que foi
sede da Ouvidaria Geral da Capitania do Norte. Em tempos remotos, foi o "caminho"
por onde passou a imagem de nossa Senhora da Natividade, trazida em 1735,
inicialmente em embarcação pelo rio Tocantins, depois nos ombros de escravos até o
pé da Serra de Natividade. Desde 1806, Joaquim Theotônio, o Ouvidor Geral da
Província de Goiaz, assim nomeado por D. Jão VI em 1804, com certeza também
20600.10-1000-M-1500
270
atravessou o rio Manoel Alves ali no Apinajé (no nordeste do município) que se
tornou distrito de Natividade e depois de São Valério (IBGE).
A primeira capela foi ali construída em 1921, denominada igreja de Nossa Senhora do
Terço, depois Nossa Senhora do Rosário. Seus primeiros moradores foram (ordem
alfabética) Dona Ambrósia, Cecílio Marques, Dona Francelina, Dona Gertrudes,
Gumercindo Barreira de Macedo, Luis Pinto Cerqueira, Raimundo Coreiro (o que
comprava couro), Teodoro Barreira e sua mulher Dona Joaninha (a parteira) e outros.
Outro caminho antigo ( bem ao sul) era o que, partindo de São João da Palma (
Paranã) seguia para leste, rumo à "Contagem do Príncipe" ( posto de tributação de
gado em trânsito de uma capitania para outra e dali para Natividade. No meio do
caminho surgiu um aglomerado humano, denominado Serrinha, hoje Serranopólis,
cujos pioneiros foram (ordem alfabética): Benedito Sarzeda, que organizava as folias
em prol da construção da capela de São Bom Jesus, no centro do arraial da serrinha,
João Durêncio, Joaquim Bento, primeiro comerciante, Luis Catarino, Martins, a
professora Nicaci, Petrolino Gonzaga e outros (IBGE).
O tempo passou e um novo caminho central foi sendo desenhado a partir de Peixe
rumo a Natividade, antes da construção da ponte José Sarney, passando (e parando) no
famoso "restaurante da baiana" de propriedade de Maria Alves da Silva e Du Reis,
atravessando em balsa o rio Tocantins. Este trecho foi incluído no traçado original da
rodovia federal BR-242, obra idealizada ainda no governo Jusceklino Kubitschek,
ligando o porto de Salvador na Bahia à BR-163, no Mato Grosso, numa extensão de
2115 km, dos quais 500 km dentro do então Estado de Goiás, hoje Tocantins,
incluindo a travessia da Ilha do Bananal (IBGE).
No ano de 1971, o fazendeiro João Sobrinho cedeu uma área em sua fazenda á
margem desta rodovia em um local distante, questão de mil metros, da margem direita
do rio São Valério. Nesse local, com ajuda de sua família, ergueu uma edificação
rústica e foi buscar Abias Milarindo de Castro, que veio do povoado Romão, para
ministrar aulas de alfabetização aos filhos dos moradores da fazenda Garroba e
também da redondeza, tornando-se o primeiro morador que, em 7 de junho de 1971
cumpriu seu primeiro dia de professor (IBGE).
Famílias vindas da Bahia, do Maranhão, do Piauí e de Goiás foram chegando e
construindo suas moradias em adobe, cobertas com palha de buriti, dando origem ao
povoado de Goianorte, em território nativitano (IBGE).
Dedicavam-se ao cultivo de pequenas roças de arroz, milho, mandioca, feijão, banana,
cana-de-açúcar, amendoim e a criação, extensiva de gado. Dentre eles, Anísio Barbosa
Bonfim, Augusta Lopes Araújo Reis, Bonfim Pereira dos Reis, conhecido por Bonfim
Zoião, Claro Moura da Silva, Domingos Gonzaga, Elmira Lopes, Euclides Lopes,
gerente da Casego, João Sobrinho, que construiu a primeira escola, Dona Isabel Bispo,
mãe do outro Euclides, José Rodrigues, conhecido por Zé Primeiro por ter sido o
primeiro comerciante, Manezinho Frandeiro, Manoel Mineiro, o segundo comerciante,
estabelecido onde hoje se encontra o Bazar Soares, o comerciante Nené Velho, Pedro
Rones da rodoviária. Raimundo Rabelo, Ramiro, sogro do Manoel Mineiro, Rochão e
outros (IBGE).
O transporte era difícil e se fazia também em canoas pelo rio São Valério. João
Sobrinho doou uma área da mesma fazenda para que fosse erguida a capela de Santo
Antônio, onde se iniciaram as novenas e as festas do padroeiro Santo Antônio, onde o
Padre Faustino rezou a primeira missa. Em meados da década de 1970, com a
construção da escola Municipal José Lopes Chaves, a escolinha do professor Abias
20600.10-1000-M-1500
271
deu lugar a "casa do motor-gerador de energia", que funcionava nos dias úteis apenas
das 18h00 ás 22h00; em finais de semana e véspera de feriados até meia noite (IBGE).
Atraídos por boas terras, ainda a preços acessíveis, agricultores de outros estados
foram chegando: gaúchos, mineiros, paranaenses, paulistas e goianos também (IBGE).
A construção da ponte sobre o rio Manoel Alves, ligando Goinorte a Natividade, já
havia melhorado a comunicação e os transporte da região, mas o povo continuava em
busca da emancipação (IBGE).
A zona rural do município de São Valério é caracterizada por apresentar uma alta
concentração de agricultores familiares, distribuídas nas comunidades assim
representadas:
Tabela 3.4.2.2-2 – Comunidades e Distritos do município de São Valério.
Distância Sede Municipal
Comunidade Nº de Família
(Km)
Distrito Serranópolis 110 60
Distrito Apinajé 55 62
PA Progresso 31 10
PA Três Lagoas 29 50
PA São Pedro 45 50
PA Capelinha 20 52
272
4.3.3 Demografia
273
274
275
276
Ano de 2010
UF e Grupos
Municípios de idade População residente
População residente (%)
(Pessoas)
70 a 79 anos 36.471 2,63
80 anos ou mais 15.871 1,15
Total 1.383.445 100,00
0 a 9 anos 12.128 15,8
10 a 19 anos 14.416 18,78
20 a 29 anos 15.377 20,03
30 a 39 anos 12.582 16,39
40 a 49 anos 9.787 12,75
Gurupi
50 a 59 anos 6.113 7,97
60 a 69 anos 3.560 4,64
70 a 79 anos 1.887 2,46
80 anos ou mais 905 1,18
Total 76.755 100,00
0 a 9 anos 1.795 17,28
10 a 19 anos 2.040 19,64
20 a 29 anos 1.554 14,97
30 a 39 anos 1.594 15,35
40 a 49 anos 1.296 12,48
Peixe
50 a 59 anos 989 9,53
60 a 69 anos 665 6,41
70 a 79 anos 313 3,01
80 anos ou mais 138 1,33
Total 10.384 100,00
0 a 9 anos 794 18,11
10 a 19 anos 914 20,85
20 a 29 anos 587 13,4
30 a 39 anos 577 13,16
40 a 49 anos 540 12,32
São Valério
50 a 59 anos 407 9,28
60 a 69 anos 317 7,23
70 a 79 anos 171 3,9
80 anos ou mais 76 1,73
Total 4.383 100,00
0 a 9 anos 333 19,12
10 a 19 anos 336 19,29
20 a 29 anos 267 15,33
30 a 39 anos 289 16,59
40 a 49 anos 164 9,41
Sucupira
50 a 59 anos 156 8,96
60 a 69 anos 127 7,3
70 a 79 anos 48 2,75
80 anos ou mais 22 1,26
Total 1.742 100,00
277
278
279
280
UF e Ano
Indicador
Municípios 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Nascidos-vivos 74 90 107 90 85 61 74
São Valério
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 13,5 16,0 18,0 14,8 13,6 12,1 13,5
Nascidos-vivos 25 32 30 21 35 23 25
Sucupira
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 18,2 23,8 23,5 17,0 29,1 13,4 18,2
281
4.3.3.7 Mortalidade
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do
número de óbitos registrados, em média por mil habitantes, numa dada região num
período de tempo.
A taxa de mortalidade pode ser entendida como um forte indicador social, já que,
quanto piores as condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança
de vida. No entanto, pode ser fortemente afetada pela longevidade da população,
perdendo a sensibilidade para acompanhamento demográfico.
Tabela 4.3.3.7-1 – Indicadores de mortalidade.
Ano
UF e Municípios Indicador
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Óbitos 46 28 51 40 34 35 23
Peixe
Óbitos por 1000 habitantes 5,3 3,2 5,8 4,6 3,9 4,0 2,6
Óbitos 7 22 20 33 18 25 24
São Valério
Óbitos por 1000 habitantes 1,3 4,0 3,6 5,6 3,0 4,0 4,8
Óbitos 9 8 4 - 3 2 4
Sucupira
Óbitos por 1000 habitantes 6,4 5,8 3,0 - 2,4 1,7 2,3
282
Valério com 4,8 óbitos por 1.000 habitantes. Nesses dois municípios a taxa de
mortalidade é superior a do Estado.
Os municípios de Peixe e Sucupira apresentam taxa de mortalidade inferior a do
Estado com 2,6 e 2,3 óbitos por 1.000 habitantes, respectivamente.
O índice de mortalidade nos anos de 2002 a 2008 manteve-se acima dos índices
apresentados pelo estado do Tocantins.
Na Tabela a seguir são apresentadas algumas causas de óbitos mais frequentes no
Estado e nos municípios da AII.
Neoplasia maligna do
da mama (/100.000
Neoplasia maligna
cerebrovasculares
Infarto agudo do
Diabetes mellitus
(/100.000 mulh)
colo do útero
Acidentes de
transporte
miocardio
mulheres)
Agressões
Doenças
Aids
UF e Municípios
Sucupira - - - - - - - -
283
284
UF e Ano
Indicador
Municípios 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
285
óbitos por 1.000 nascidos vivos (2008), cerca de 4,5 vezes superior ao índice
recomendado pela OMS.
São Valério 0,578 0,674 0,521 0,573 0,604 0,660 0,608 0,788
286
Figura 4.3.3.9-1 – IDHM do Brasil, do estado do Tocantins e dos municípios da AII, 1991
-2000.
O IDH do Brasil, do estado do Tocantins e dos municípios da AII apresentaram
crescimento no período entre 1991 e 2000, assim como os IDH específicos de Renda,
Longevidade e Educação. O município de Gurupi apresentou, em 2000, IDH superior
ao do Brasil e ao do Estado com 0,793. No município de Sucupira o IDH também foi
superior ao do Estado, com IDH igual a 0,719.
Dentre os IDH específicos o IDH-Educação apresenta os melhores índices, seguido
pelo IDH-Longevidade e IDH-Renda.
Em todos os índices de IDH o município de Gurupi apresenta os melhores resultados,
com exceção do IDH-Longevidade no qual Sucupira apresenta o mesmo índice.
287
Tabela 4.3.4.1-1 - PIB do Brasil, Região Norte, estado do Tocantins e dos municípios da
AII.
Região Norte 106.441. 710 119. 993. 429 133. 578. 391 154. 703. 433
Fonte: IBGE.
288
Fonte: IBGE.
289
São Valério 18.022 43,27 3.034 7,29 19.081 45,82 1.509 3,62
Fonte: IBGE.
290
4.3.4.4 Rendimentos
Na Tabela a seguir são apresentados os dados de rendimento mensal domiciliar per
capita no estado Tocantins e nos municípios da AII.
Tabela 4.3.4.4-1 - Rendimento mensal domiciliar per capita (valor médio).
Fonte: IBGE.
20600.10-1000-M-1500
291
Fonte: IBGE.
20600.10-1000-M-1500
292
293
294
4.3.4.6 Agropecuária
A agropecuária reúne os substantivos agricultura e pecuária. É, portanto, a área do
setor primário responsável pela produção de bens de consumo, mediante o cultivo de
plantas e da criação de animais como gado, suínos, aves, entre outros.
Tabela 4.3.4.6-1 - Dados sobre a pecuária (cabeças), em 2010.
Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira
Bubalinos 244 56 40 13
Fonte: IBGE.
Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira
295
Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira
Fonte: IBGE.
296
4.3.5 Saúde
Gurupi 24 2 74 - 100
Peixe 6 - 1 - 7
São Valério 2 - - - 2
Sucupira 1 - - - 1
297
Sucupira - - - -
298
299
300
301
302
4.3.6 Saneamento
A sociedade brasileira avança na direção do entendimento de que as condições de
saneamento do domicílio são essenciais para garantir o bem estar da população. Esta
infraestrutura de acesso à rede de fornecimento de água potável, de esgotamento
sanitário e coleta de lixo deve ser garantida pelo Estado. Sem dúvida, a criação e a
manutenção dessas infraestruturas requerem elevados investimentos em obras e
constantes melhoramentos, o que se torna um desafio de grandes dimensões,
especialmente num país de extensão continental como o Brasil. Boas condições de
saneamento não só melhoram a saúde das pessoas como também melhoram as
condições do meio ambiente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS
(World Health Organization - WHO), doenças relacionadas com os sistemas precários
de água e esgoto, assim como as deficiências de higiene são responsáveis por muitas
mortes no mundo todo.
Na Tabela a seguir são apresentados dados sobre o saneamento no estado do Tocantins
e nos municípios da AII. Para essa avaliação o IBGE utilizou o índice de
adequabilidade como forma de melhor dimensionar as condições de saneamento
básico dos domicílios. Assim, foi considerado “domicílio com saneamento adequado”
aquele domicílio com escoadouro ligado à rede geral ou à fossa séptica, servido de
água proveniente de rede geral de abastecimento e com destino do lixo coletado
diretamente ou indiretamente pelos serviços de limpeza. Os “domicílios com
saneamento semiadequado” possuíam, pelo menos, um dos serviços de abastecimento
de água, esgoto ou lixo, classificado como adequados. Os “domicílios com
saneamento inadequado” não apresentaram qualquer condição de saneamento básico
considerado adequado, isto é, não estavam conectados à rede geral de abastecimento
de água, ao esgotamento sanitário nem tinham acesso à coleta de lixo.
Na Tabela a seguir, são apresentados dados sobre o saneamento no estado de
Tocantins e nos municípios da AII, em 2010.
Tabela 4.3.6-1 – Saneamento no estado de Tocantins e nos municípios da AII, em 2010.
303
Fonte: IBGE.
304
Atendimento
Municípios
(%)
Gurupi 88,7
Peixe 89,2
Sucupira 47,3
Fonte: SNIS.
305
São Valério - -
Sucupira - -
Fonte: SNIS.
306
307
308
309
310
311
4.3.7 Infraestrutura
Potência Outorgada
Tipo Quantidade %
(KW)
312
4.3.7.2 Comunicações
Na Tabela a seguir são apresentados os principais meios de comunicação dos
municípios da AII.
Agências dos
UF Jornais Rádios TVs
Correios
313
Peixe TIM e Oi
OI e EMBRATEL
São Valério da Natividade Claro
Sucupira Oi
4.3.7.3 Transportes
No que tange à infraestrutura viária e de transportes a região em estudo dispõe de boas
condições de transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário, os quais podem se
complementar de maneiras variadas.
Rede Rodoviária
Na Figura 4.3.7.3-1 é apresentado o mapa do sistema de transporte (AID/AAII).
20600.10-1000-M-1500
314
315
316
Na Tabela a seguir são apresentados dados sobre a frota de automóveis dos municípios
da AII.
Tabela 4.3.7.3-1 – Frota de automóveis dos municípios da AII.
Crescimento
Municípios 2005 2010
(%)
Sucupira 21 61 190,48
Fonte: DENATRAN.
No período de 2005 a 2010, a frota de automóveis dos municípios da AII cresceu
acima de 60%. O município de Gurupi apresenta a maior frota com um total de 11.766
automóveis.
Investimento no sistema viário
Segundo dados da Prefeitura de Peixe, o investimento em sistema viário em 2009 foi
de R$ 1.058.220,21; e, em 2010, de R$1.358.472,05.
317
Rede Hidroviária
A Hidrovia do Tocantins-Araguaia é a principal hidrovia e um dos principais troncos
viários do corredor Centro-Norte brasileiro. A Hidrovia segue pelos rios Tocantins e
Araguaia, não sendo navegável em todos os seus afluentes.
Pertencente ao corredor Centro-Norte, a hidrovia do Tocantins-Araguaia se divide em
quatro tramos. O primeiro, de Peixe a Marabá, com 1.021 km de extensão, o segundo,
de Marabá à foz do Tocantins, com 494 km, o terceiro de Baliza a Conceição do
Araguaia - se apresenta com um imenso potencial para o escoamento da produção de
grãos do Mato Grosso, Goiás, Pará e Tocantins e o quarto trecho que é muito limitado
- devido as grandes corredeiras do Araguaia, vai de Conceição do Araguaia à foz do
Araguaia, no próprio rio Tocantins.
20600.10-1000-M-1500
318
Aeroportos
Aeródromos Públicos
Na Tabela a seguir são apresentados os dados dos aeródromos públicos dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.7.3-2 – Aeródromos públicos.
20600.10-1000-M-1500
319
Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)
No aeroporto de Gurupi a empresa Sete Linhas Aéreas opera voos regulares para
outros estados.
Aeródromos Privados
Na Tabela a seguir, são apresentados os dados dos aeródromos privados dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.7.3-3 – Aeródromos privados.
Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)
20600.10-1000-M-1500
320
Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)
4.3.8 Educação
Na Tabela a seguir, são apresentados dados sobre investimento em educação no
município de Peixe, entre 2006 e 2010.
321
322
323
324
325
326
327
Pré-vestibular
Alfabetização
Fundamental
Mestrado ou
Pré-escolar
doutorado
de adultos
Superior
UF e Municípios
Creche
Médio
Tocantins 1,08 9,59 1,38 69,83 14,6 0,42 3,07 0,03
Fonte: IBGE.
328
Fonte: IBGE.
No estado do Tocantins e nos municípios da AII houve redução dos analfabetos com
15 anos ou mais, entre 2000 e 2010.
Dentre os municípios da AII, Gurupi apresenta os menores percentuais de
analfabetismo com 15 anos ou mais, e é o único município que apresenta taxa de
analfabetismo inferior a do Estado.
4.3.9 Habitação
Na Tabela a seguir são apresentados dados dos tipos de domicílios dos municípios da
AII.
Domicílios Particulares
Domicílios Particulares Permanentes
Permanentes (%)
Casa de Vila ou
Casa de Vila ou
Apartamento
Apartamento
Condomínio
Condomínio
Municípios
Cômodo
Cômodo
Total
Casa
Casa
Fonte: IBGE.
329
330
São Valério
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal.
20600.10-1000-M-1500
331
Sucupira
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal.
332
Setor Empresarial
Na Tabela a seguir, é apresentado o número de empresas nos municípios da AII.
20600.10-1000-M-1500
333
Municípios 2009
Gurupi 1.940
Peixe 118
São Valério 51
Sucupira 13
Fonte: IBGE.
De acordo com o Cadastro Central de Empresas, em Gurupi existem 1.940 empresas
registradas atuantes, em Peixe são 118 empresas, em São Valério são 51 empresas, e
em Sucupira são 13 empresas registradas atuantes.
Segundo os dados da Prefeitura Municipal da Gurupi o número de estabelecimentos é
o seguinte:
Comercial: 2.409;
Prestacional: 1.003;
Comercial/Prestacional: 803;
Industrial: 28;
Institucional: 131.
Segundo os dados da Prefeitura de Peixe o número de estabelecimentos é o seguinte:
Comerciais: 16;
Industriais: 2;
Prestação de serviços: 27.
Organizações da Sociedade Civil
Algumas das Associações, Sindicatos, Cooperativas presentes na região em estudo são
apresentados a seguir:
Gurupi
Associações Beneficentes (7);
Associações Culturais, Desportivas e Sociais (4);
Associações de Classe (1);
Câmaras de Comércio (1);
Clubes e Estádios (2);
Conselhos de Classe Profissionais (3);
Cooperativas de Produtores (1);
Institutos e Fundações (7);
Serviços Sociais (2);
20600.10-1000-M-1500
334
335
336
337
4.3.12 Bibliografia
ABELHA, M.; FIORILLO, C. A.; NERY, R. Direito processual ambiental brasileiro.
Belo Horizonte: Del Rey, 1996.
ABELL, R.; THIEME, M.L.; REVENGA, C.; BRYER, M.; KOTTELAT, M.;
BOGUTSKAYA, N.; COAD, B.; MANDRAK, N.; CONTRERAS BALDERAS, S.;
BUSSING, W.; STIASSNY, M.L.J.; SKELTON, P.; ALLEN, G.R.; UNMACK, P.;
NASEKA, A.; NG, R.; SINDORF, N.; ROBERTSON, J.; ARMIJO, E.; HIGGINS,
J.V.; HEIBEL, T.J.; WIKRAMANAYAKE, E.; OLSON, D.; LÓPEZ, H.L.; REIS,
R.E.; LUNDBERG, J.G.; SABAJ PÉREZ, M.H.; PETRY, P. 2008. Freshwater
ecorregions of the World: A new map of Biogeographic units for freshwater
biodiversity conservation. Bioscience. 58(5), 403-414.
AB'SABER, A. N. 1983 . O domínio dos cerrados: introdução ao conhecimento.
Revista "Servidor Público. vol. 40 , p. 41 - 55
AGUIAR, L.M.S.; ZORTÉA, M: A diversidade de morcegos conhecida para o
cerrado. IX Simpósio Nacional: CERRADO – Desafios e estratégias para o equilíbrio
entre sociedades, agronegócios e recursos natrurais, Brasília DF, 2008.
ALBUQUERQUE CM, CAVALCANTI VM, MELO MA, VERCOSA P, REGIS LN,
HURD H. Boodmeal microfilariae density and the uptake and establishment of
Wulchereria bancrofti infectiions in Culex quinquefasciatus and Aedes aegypti. Mem
Inst Oswaldo Cruz 1999, 94(5): 591-6.
ALEIXO, A. & VIELLIARD, J. M. E. 1995. Composição e dinâmica da avifauna da
mata de Santa Genebra, Campinas, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia,
12: 493-511.
ALENCAR J, RODRIGUEZ-FERNANDEZ J, DÈGALLIER N, MARCONDES CB,
COSTA JM, GUIMARÃES AE. Multivariate discrimination between two cryptic
Haemagogus species associated with the transmission of yellow fever vírus in the
Americas. J Am Mosq Control Assoc 2009, 25(1): 18-24.
ALMEIDA, A. F. 1998. Monitoramento de fauna e de seus habitas em áreas
florestadas. SÉRIE TÉCNICA IPEF. v. 12, n. 31, p. 85-92, abr., 1998
ANA. Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia: Relatório Síntese. Brasília: ANA; SPR, 2009. 256p.L
ANAC. Aeródromos. Disponível em: <http://www.anac.gov.br/>.
ANDRIGUETTO, A.; PIZA, P. T. A importância da participação da juventude na
formulação de Políticas Públicas. In: Juventude, cidadania e meio ambiente: subsídios
para elaboração de políticas públicas. Brasília: MMA / MEC, 2005. (Programa
Juventude e Meio Ambiente).
ANEEL. Atlas de Energia Elétrica do Brasil. 3ª Ed. Brasília: 2008.
ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres.
ANTUNES, P. B. A. Direito Ambiental. São Paulo: Lumen Juris. 2004.
ARNELL JH. Mosquito studies (Diptera: Culicidae) XXXIII. A revision of the
Scapularis Group of the Aedes (Ochlerotatus). Contribution of the American
Entomological Institute 1976; 13(3): 1-144AGUIAR, L.M.S.; MACHADO, R. B.:
Efeitos das Mudanças climáticas sobre a conservação dos morcegos do cerrado
Brasileiro. III CLAE e IXCEB, São Lourenço, MG, 2009.
20600.10-1000-M-1500
338
339
340
Espora Hydroelectric Power Plant, state of Goiás, Brazil. LISTS OF SPECIES, Check
List 3(4): 338-345, 2007.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO.
Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS (CPRM) – 2004 – Carta
Geológica do Brasil ao Milionésimo, Folhas SC22 Tocantins e SD-22 Goiás.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA nº 237, de
22 de dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental
estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. Diário Oficial da União,
Brasília, 22 dez. 1997.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 001, de 23 de
janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA. Diário Oficial da União, Brasília, 17 fev. 1986a.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 002, de 18 de abril
de 1996. Determina a implantação de unidade de conservação de domínio público e
uso indireto, preferencialmente Estação Ecológica, a ser exigida em licenciamento de
empreendimentos de relevante impacto ambiental, como reparação dos danos
ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas, em montante
de recursos não inferior a 0,5 % (meio por cento) dos custos totais do
empreendimento. Revoga a Resolução CONAMA nº 10/87, que exigia como medida
compensatória a implantação de estação ecológica. Diário Oficial da União, Brasília,
25 abr. 1996. p.7048.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 006, de 24 de
janeiro de 1986. Dispõe sobre a aprovação de modelos para publicação de pedidos de
licenciamento. Diário Oficial da União, Brasília, 17 fev. 1986b. p.2550.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 009, de 03 de
dezembro de 1987a. Dispõe sobre a questão de audiências Públicas. Diário Oficial da
União, Brasília, 05 jul. 1990. p. 12945.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 010, de 03 de
dezembro de 1987b. Dispõe sobre o ressarcimento de danos ambientais causados por
obras de grande porte. Diário Oficial da União, Brasília, 18 mar. 1988. p. 4562-4563.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 371, de 05 de abril
de 2006. Estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança,
aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação
ambiental, conforme a Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 06 abr. 2006. p. 45.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 348, de 05 de julho
de 2004. Inclui o amianto na classe de resíduos perigosos. Diário Oficial da União,
Brasília, 17 ago. 2004. P.070
CONSOLI RAGB, LOURENÇO-DE-OLIVEIRA R. Principais mosquitos de
importância sanitária no Brasil. Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, 1994.
CORREIOS. Endereço das Agências dos Correios. Disponível em: < http://www.
correios.com.br/servicos/agencias/default.cfm>.
20600.10-1000-M-1500
341
COSTA, W.J.E.M. 2003. Rivulidae (South American Annual Fishes). Pp. 526-548. In:
Reis, R.E.; Kullander, S.O.; Ferraris Jr, C.J. (Eds.). Check List of the Freshwater
Fishes of South and Central America. Porto Alegre, EDIPUCRS.
COUTINHO, L.M. 1992. O cerrado e a ecologia do fogo. Ciência Hoje Volume
especial: 130-138.
COUTINHO, L. M. 1978. O conceito de Cerrado. Revista Brasileira de Botânica 1:
17-23.
DALE, V.H.; BEYELER, S.C. Challenges in the development and use of ecological
indicators. Ecological Indicators, v.1, p.3-10, 2001.
DATASUS. Caderno de Informações de Saúde. Disponível em:<http://tabnet.
datasus.gov.br/tabdata/cadernos>.
DEVELEY, P.F. 2003. Métodos para estudos com aves, In: CULLEN, L. JR;
RUDRAN, R. & VALLADARES-PADUA, C. (eds.). Métodos de estudos em biologia
da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba, Editora da Universidade Federal
do Paraná, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, p. 153-168.
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL COMPLEMENTAR DO EIA (Projeto GMR
Florestal – Peixe – TO - 2010).
DIAS FB, BEZERRA CM, MACHADO EM, CASANOVA C, DIOTIUTI L.
Ecological aspects of Rhodnius nasutus Stal, 1859 (Hemiptera: Reduviidae:
Triatominae) in palms of the Chapada do Araripe in Ceará, Brazil. Mem Inst Oswaldo
Cruz 2008; 103(8): 824-30.
DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes . Infraestrutura viária.
Disponivel em < http://www.dnit.gov.br>.
DOTTA, G.; VERDADE, L.M . Trophic categories in a mammal assemblage:
diversity in an agricultural landscape. Biota Neotropica (English ed.), v. 7, p.
bn01207022007, 2007.
EISENBERG, J.F. The Mammalian Radiations: an analysis of trends in evolution,
adaptation, and behavior. The University of Chicago Press, Chicago; Londres: 1981,
610 p.
EITEN, G. Vegetação natural do Distrito Federal. Brasília: Universidade de
Brasília/SEBRAE, 2001. 162p.
ERREA, A.; DANULAT, E. 2001. Growth of the annual fish, Cynolebias viarius
(Cyprinodontiformes), in the natural habitat compared to laboratory conditions.
Environmental Biology of Fishes 61: 261 – 268.
FARAN ME, LINTHICUM KJ. A handbook of the Amazonian species of Anopheles
(Nyssorhynchus) (Diptera: Culicidae). Mosquito Systematics 1981; 13(1): 1-81.
FARAN ME. Mosquito studies (Diptera: Culicidae) XXXIV. A revision of the
Albimanus Section of the subgenus Nyssorhynchus of Anopheles. Contribution of the
American Entomological Institute 1980; 15(7): 1-215.
FERROVIAS - http://www.valec.gov.br/situacao.htm
FELFILI, J. M. Diversity, structure and dynamics of a gallery forest in central Brazil.
Vegetatio, [S.l.], v. 117, p. 1-15, 1995a.
20600.10-1000-M-1500
342
343
344
345
346
347
REDFORD, K. H. & FONSECA, G. A. B., 1986, The role of Gallery Forests in the
Zoogeography of the Cerrado’s non-volant Mammalian Fauna. Biotropica, 18(2): 126-
135.
REIS, N.R. DOS; A.L. PERACCHI; WAGNER. A. P & I.P. LIMA. 2007. Morcegos
do Brasil. Londrina, Paraná, 253p.
RIBEIRO, J.F. & WALTER, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do bioma cerrado. In
Cerrado: ambiente e flora (S.M. Sano & S.P. Almeida, eds). EMBRAPA-CPAC,
Planaltina, p.89-166.
RIBEIRO-JUNIOR, J. W.; BERTOLUCI, J.: Anuros do cerrado da Estação Ecológica
e da Floresta Estadual de Assis, sudeste do Brasil. Biota Neotropica. 2009, 9(1): 207-
216. <http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/pt/fullpaper?bn02709012009+pt>
Acesso em: 26/07/2011.
ROBINSON, J.G.; REDFORD, K.H. Body size, diet, and population density of
Neotropical forest mammals. The American Naturalist. v. 128, n. 5, 1986b, p. 665-
680.
ROBINSON, J.G.; REDFORD, K.H. Intrinsic rate of natural increase in Neotropical
Forest mammals: relationship to phylogeny and diet. Oecologia. v.68, 1986a, p. 516-
520.
ROCHA JÁ, OLIVEIRA SB, PÓVOA MM, MOREIRA LA, KRETTLI AU. Malaria
vectors in áreas of Plasmodium falciparum transmission in the Amazon region,
Brazil. Am J Trop Med Hyg 2008, 78(6): 872-7.
ROMA, J. C. A fragmentação e seus efeitos sobre aves de fitofisionomias abertas do
cerrado. 2006. 211 p. tese. Universidade de Brasília. Brasília. 2006.
ROMA, J. C.: Taxocenoses de aves de pequenos fragmentos de fitofisionomias abertas
do cerrado: subconjuntos previsíveis daquelas de fragmentos maiores? Em: “A
Fragmentação e seus efeitos sobre aves de fitofisionomias abertas do cerrado”. Tese
de Doutorado, Pós Graduação em ecologia, Universidade de Brasília, DF, 2006.
ROSA, R.S.; LIMA, F.C. 2008. Os peixes brasileiros ameaçados de extinção. In:
Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. Machado, A.B.M.;
Drummond, G.M.; Paglia, A.P. – 1 ed. - Brasília, DF : MMA; Belo Horizonte, MG :
Fundação Biodiversitas. 2v. (1420 p.): il. - (Biodiversidade ; 19).
SALERA JR., G. Avaliação da biologia reprodutiva, predação natural e importância
social em quelônios com ocorrência na bacia do Araguaia. Dissertação de Mestrado,
Fundação Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, 2005.
SANTOS, G.M.; FERREIRA, E.J.G. 1999. Peixes da bacia Amazônica. Pp. 345-373.
In: Lowe-McConnell, R.H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais.
São Paulo, EDUSP, 535p.
SCHAWASSMANN, H.O. 1992. Seasonality of Reproduction in Amazonian Fishes.
Pp. 71-81. In: Hamlett, W.C. (ed.). Reproduction in Amazonian Fishes.Reproductive
Biology of South American Vertebrates, New York, Springer, 328p.
SCHITTINI, A. F. B.: Mamíferos de Médio e Grande Porte no Cerrado-Mato-
Grossense: Caracterização Geral e Efeitos de Mudanças na Estrutura da Paisagem
Sobre a Comunidade. Dissertação de Mestrado em Ecologia, Universidade de Brasília,
Brasília – DF, 2009.
20600.10-1000-M-1500
348
349
350