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AMBIENTAL – EIA E-mail: forest.br@poyry.com

INDUSTRIAL Data 13.03.2012


Nº Referência 20600.10-1000-M-1500
Página 1 (350)

VOLUME II

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

BRAXCEL CELULOSE S.A


Peixe – TO

Conteúdo 3 ÁREAS DE INFLUÊNCIA


4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
4.1 MEIO FÍSICO
4.2 MEIO BIÓTICO
4.3 MEIO SOCIECONÔMICO

Anexos -

Distribuição
BRAXCEL E
PÖYRY RHi

Orig. 13.03.12 - jle 13.03.12 - PEP/ KHF 13.03.12 - RHi 13.03.12 - NRN Para informação

Rev. Data/Autor Data/Verificado Data/Aprovado Data/Autorizado Observações


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3 ÁREAS DE INFLUÊNCIA
A delimitação das áreas de influência de um determinado projeto é um dos requisitos
legais (Resolução CONAMA 01/86) para a avaliação de impactos ambientais e se
constitui de grande importância para o direcionamento da coleta de dados, voltada
para o diagnóstico ambiental.
As áreas de influência direta e indireta foram definidas e delimitadas levando-se em
consideração os impactos resultantes das atividades do empreendimento sobre os
recursos naturais (vegetação, fauna, recursos hídricos) e sobre os aspectos
socioeconômicos (população atingida, vias de acesso, transporte, infraestrutura urbana
social, mão de obra etc.), conforme orienta a Resolução CONAMA nº 01/86. Neste
caso, a delimitação dessa área, leva em consideração o alcance e a intensidade dos
impactos inerentes das atividades de implantação e operação do empreendimento de
industrial da BRAXCEL localizada no município de Peixe, TO. A área de influência
do empreendimento foi dividida em Área Diretamente Afetada (ADA), Área de
Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII), que representa os espaços
territoriais relativos, respectivamente, aos impactos diretos e indiretos do
empreendimento.
Como consequência, o conjunto dos estudos envolvidos neste trabalho estará limitado
à área diretamente afetada, à área de influência direta e área de influência indireta.

3.1 Área Diretamente Afetada (ADA)


A área diretamente afetada pelo empreendimento corresponde à unidade industrial,
adutora e emissário. A Figura 3.1-1 apresenta a ADA do empreendimento.

Figura 3.1-1: Área Diretamente Afetada (ADA).


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3.2 Área de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) do meio Físico e Biótico
A área de influência direta foi determinada pelas concentrações obtidas no estudo de
dispersão das emissões atmosféricas, do estudo de dispersão hídrica, do traçado da
faixa de servidão da adutora e emissário.
Área de Influência Direta: foi delimitada num raio de 5 km com base na experiência
da Pöyry em empreendimentos similares e nas concentrações de emissão de material
particulado e TRS, que são os principais parâmetros de uma fábrica de celulose.
Área de Influência Indireta: foi considerada a bacia do Rio Tocantins delimitada entre
os rios Paranã e a foz do rio Santa Teresa.
A AID (contorno roxo) e AII (contorno preto) do meio físico e biótico é apresentada
na Figura 3.2-1.
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Figura 3.2-1: Área de Influência Direta para os Meio Físico e Biótico.


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3.3 Área de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) do meio Socioeconômico


Área de Influência Direta: Será considerado o município de Peixe.
Área de Influência Indireta: Serão considerados os municípios de Gurupi, Sucupira,
Peixe e São Valério da Natividade.
A AID (contorno roxo) e AII (contorno preto) do meio físico e biótico é apresentada
na Figura 3.3-1.
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Figura 3.3-1: Área de Influência Indireta para os Meio Socioeconômico.


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4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

4.1 Meio Físico


Procedimentos Metodológicos
Para os estudos de meio físico relativos à inserção da Área de Influência Indireta (AII)
do empreendimento na bacia hidrográfica do Tocantins, foram utilizados dados do
relatório síntese do Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e
Araguaia, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA e Agência Nacional
de Águas – ANA (2009).
Na caracterização da Área de Influência Indireta (AII) no que se refere aos fatores de
meio físico geomorfologia e pedologia foram utilizados mapas em escala 1:1.000.000
e respectivos textos dos volumes 22 e 25 do Projeto RADAM (MMA/DNPM, 1981),
correspondentes às Folhas SC-22 (Tocantins) e SD-22 (Goiás), respectivamente.
Ainda, na caracterização da AII, quanto à geologia regional, foram utilizados os
mapas geológicos das Folhas SD-22 (Goiás) e SC-22 (Tocantins) da Carta Geológica
do Brasil ao Milionésimo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM,
2004).
Foi também consultado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Usina
Hidrelétrica (UHE) Peixe Angical (THEMAG, 2000), do qual foram extraídos
principalmente dados climáticos.
Além das feições regionais, provenientes de dados secundários, nos trabalhos de
campo foram descritos cerca de 50 pontos de observação, os quais foram devidamente
documentados com registro fotográfico, utilizando-se câmera digital Nikon D3000,
bem como anotadas suas coordenadas UTM com equipamento GPS Map 62 da
Garmin.

4.1.1 Geologia
Segundo MMA e ANA (2009), a região de estudo está inserida na Província
Tocantins, do período Brasiliano, constituída por terrenos compostos por rochas
ígneas e metamórficas de idades variadas do Arqueano ao Neoproterozóico que
incluem sequências vulcano-sedimentares, complexos máficos-ultramáficos, terrenos
do tipo greenstone belt e granitóides (Figura 4.1.1-1).
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Figura 4.1.1-1: Geologia da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, com
localização aproximada da AII do empreendimento industrial.
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4.1.1.1 Geologia da Área de Influência Indireta


A Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento engloba terrenos constituídos
quase que essencialmente por unidades geológicas proterozóicas, exceção feita a
depósitos coluviais e aluviais de idade terciária a quaternária, que ocorrem sobrepostos
a estas unidades, ao longo dos rios Tocantins, Santa Teresa e afluentes,
respectivamente.
A unidade geológica mais antiga, de idade paleoproterozóica (2300 Ma), ocorre na
porção sudeste da AII e ocupa os terrenos de montante do rio Tocantins. A unidade,
denominada de Unidade Ortognaisse Migmatítica, é equivalente ao Complexo Goiano
de RADAM (1981), sendo constituída por gnaisse migmatítico, enclaves de anfibolito,
tonalito, granodiorito, trondhjemito, quartzo-monzo-diorito e quartzo-diorito.
Sobreposta à mesma, ocorrem faixas de metassedimentos da Formação Traíras do
Grupo Araí, a qual, juntamente com a Formação Arraias, que não ocorre na AII,
constituem o denominado Grupo Araxá de RADAM (1981). A Formação Traíras é
constituída por metassiltito, filito, calcoxisto, clorita xisto, quartzito e lentes de
metacalcário e metadolomito.
O Complexo Rio dos Mangues (CPRM, 2004), também de idade paleoproterozóica
(2127-2066 Ma), ocorre de forma discreta na porção extremo noroeste da AII, sendo
representado por gnaisses diversos (granítico, tonalítico, granodiorítico).
Ainda de idade paleoproterozóica, ocorrem na porção sul da AII três faixas paralelas
de direção nordeste-sudoeste da Unidade B do Grupo Serra da Mesa, constituída por
metassedimentos clásticos e químicos, representados por biotita-muscovita xisto,
biotita-muscovita-granada xisto, calcixisto, grafita xisto, quartzito e metacalcário.
A porção central e de maior área da AII desenvolve-se sobre terrenos suportados pela
unidade litoestratigráfica neoproterozóica Ortognaisses Oeste de Goiás (CPRM,
2004), constituída por biotita gnaisse de composição granítica e tonalítica, que perfaz
uma ampla faixa de direção nordeste-sudoeste, balizada por falhas transcorrentes
(Figura 4.1.1.1-1).
Planícies e terraços aluviais, constituídos por cascalheiras, bancos de areia e
sedimentos argilosos ocorrem ao longo das margens do rio Tocantins, com maior
expressão em área na confluência com o rio Santa Teresa, seu afluente de margem
esquerda, e na AID do empreendimento, situada em sua margem esquerda, a montante
da cidade de Peixe.
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Figura 4.1.1.1-1: Geologia da Área de Influência Indireta (AII)


A1
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As Figuras 4.1.1.1-2 a 4.1.1.1-7 abaixo ilustram os aspectos geológicos da AII.

Figura 4.1.1.1-2: TO-280 - Talude de corte Figura 4.1.1.1-3: TO-280 - Talude de corte
exibindo gnaisses alterados da unidade exibindo gnaisses alterados da unidade
Ortognaisses Oeste de Goiás. N:8.664.924; Ortognaisses Oeste de Goiás. N:8.663.257;
E:784.465 E:781.418

Figura 4.1.1.1-4: TO-373 - Vista de terrenos Figura 4.1.1.1-5: BR-242- Vista da entrada
planos da planície aluvial do rio Santa Teresa. principal da cidade de Peixe, observando-se
N: 8.635.462; E: 757.562 terrenos planos de terraço aluvionar do rio
Tocantins. N:8.667.737; E:766.877

Figura 4.1.1.1-6: Peixe - Área urbana - Pilha de Figura 4.1.1.1-7: Peixe –Terraço aluvionar na
cascalho proveniente de jazida, o qual é margem direita do rio Tocantins, visto a partir
utilizado como material de construção. do porto Areolino Ribeiro de Miranda.
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4.1.1.2 Geologia da Área de Influência Direta e Área Diretamente Afetada


O reconhecimento geológico da Área de Influência Direta (AID) foi feito ao longo das
rodovias BR-242 e TO-280, e ao longo das estradas de fazendas, a partir das quais,
chega-se ao rio Tocantins.
A geologia da AID é constituída quase que inteiramente por sedimentos de idade
terciário-quaternária que formam extenso terraço fluvial e a planície aluvial do rio
Tocantins. O terraço é constituído por cascalheira formada de seixos de quartzo e
limonita subarredondados a arredondados de diâmetros centimétricos a decimétricos
(0,30m), com matriz de areia grossa, por vezes cimentados com limonita e formando
blocos. O terraço possui espessura variável de 2,0 a 5,0m e assenta-se sobre gnaisses
alterados.
A planície de inundação e os baixos terraços do Tocantins são constituídos por areias
finas silto-argilosas dispostas em camadas plano-paralelas assentadas comumente
sobre horizonte de cascalhos. Possui espessura estimada de 3,0 a 10,0m.
O mapa geológico do RADAM assinala toda a AID como Cobertura Sedimentar
Terciário-Quaternária, ao contrário do mapa da CPRM, sendo o primeiro mais
coerente com as observações realizadas em campo, cujas estradas de acesso a
fazendas, a partir da BR-242, localizadas do lado oposto do rio Tocantins, apresentam-
se com terrenos igualmente planos e revestidos por areias quartzosas
predominantemente finas e fofas.
O rio Tocantins, junto à ponte da TO-280, apresenta-se com algumas corredeiras em
sua margem direita desenvolvidas sobre substrato gnáissico relacionado à unidade
Ortognaisses Oeste de Goiás (Figura 4.1.1.2-1).
Transposta a ponte, ao longo desta rodovia até o entroncamento com a rodovia TO-
373 ocorrem terrenos planos apresentando em superfície solos desenvolvidos a partir
de sedimentos aluviais argilosos (Figura 4.1.1.2-2), sucedidos mais adiante por um
extenso terraço constituído por cascalheiras contendo solos concrecionários lateríticos
(Figuras 4.1.1.2-3 e 4.1.1.2-4).
O terraço é formado por seixos sub-arredondados a arredondados de dimensão
centimétrica a decimétrica de quartzo e limonita em matriz de areia grossa, com
espessura de cerca de 2,0m, assentado sobre gnaisse alterado (Figuras 4.1.1.2-3 e
4.1.1.2-4).

Figura 4.1.1.2-1: AID - TO-280 - Rio Tocantins, Figura 4.1.1.2-2: AID - TO-280 - Área de
de montante para jusante, observando-se empréstimo de solos desenvolvidos a partir de
exposições do leito rochoso (gnaisses) em sua sedimentos argilosos aluviais do rio
margem direita. N:8.648.934; E:776.003 Tocantins. N:8.647.583; E:775.470
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Figura 4.1.1.2-3: AID - TO-280 - Área de Figura 4.1.1.2-4: AID - TO-280 - Talude de corte
empréstimo de cascalhos desenvolvida em escavado em solos concrecionários lateríricos
terraço aluvionar do rio Tocantins, em cuja de área de empréstimo de cascalhos
base ocorrem solos de alteração de gnaisses. desenvolvida em terraço aluvionar do rio
N:8.653.976; E:767.684 Tocantins. N:8.653.976; E:767.684

A partir do acesso à Fazenda Berilo na BR-242, em direção ao rio Tocantins, os


terrenos iniciais percorridos situam-se no topo do terraço aluvionar, observando-se
taludes de 2,0m em terrenos remanescentes de exploração de cascalhos (Figuras
4.1.1.2-5 e 4.1.1.2-7). A camada explorada é constituída por cascalhos arredondados
tipicamente fluviais de dimensão centimétrica com matriz de areia grossa, a qual, por
vezes, apresenta-se coesa, cimentada com hidróxidos de ferro (Figura 4.1.1.2-6).

Figura 4.1.1.2-5: AID - Talude de corte Figura 4.1.1.2-6: AID - Blocos coesos formados
remanescente da exploração de cascalhos do por cascalhos arredondados cimentados com
topo de terraço aluvionar. N:8.655.530; hidróxidos de ferro. N:8.655.530; E:769.196
E:769.196
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Figura 4.1.1.2-7: AID - Vista geral da Figura 4.1.1.2-8: AID - Cava formada por
cascalheira, topo do terraço aluvial, exploração de solos argilosos existente no
observando-se ao fundo taludes de corte sopé do terraço, já na planície aluvial.
remanescentes da exploração. N:8.655.530; N:8.655.306; E:770.069
E:769.196

Segue-se bruscamente ao patamar do terraço, ampla planície aluvial situada cerca de


5,0m mais baixa, cujos terrenos exibem solos mais finos (siltes e argilas), expostos em
cava escavada para exploração de argila (Figura 4.1.1.2-8). Ao longo da planície,
constituída de sedimentos argilosos, verifica-se que a estrada de acesso às fazendas foi
construída sobre aterro constituído por areia grossa e cascalho, proveniente de
empréstimo do patamar superior.
Ao final deste patamar, tanto o acesso à Fazenda Berilo quanto à Fazenda Brejo
Grande, e ao rio Tocantins ocorre sobre terrenos planos da planície aluvial do rio
Tocantins, constituídos por sedimentos argilosos e areia fina fofa (Figuras 4.1.1.2-9 a
4.1.1.2-12).

Figura 4.1.1.2-9: AID - Terrenos aluviais, Figura 4.1.1.2-10: AID - Terrenos aluviais,
essencialmente planos, constituídos por essencialmente planos, constituídos por areias
areias finas fofas. N:8.655.003; E:771.304 finas fofas. N:8.655.003; E:771.304
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Figura 4.1.1.2-11: AID - Estrada de acesso ao Figura 4.1.1.2-12: AID - Planície aluvial arenosa
rio Tocantins, observando-se terrenos planos junto ao rio Tocantins, observando-se sua
aluviais constituídos por areias finas. mata ciliar. N:8.654.263; E:774.176
N:8.654.648; E:772.654

Um reconhecimento da AID em local situado em lado oposto ao do rio Tocantins, a


partir da BR-242, já próxima ao divisor de águas da bacia de drenagem do rio Santa
Teresa, mostra ser a mesma formada por terrenos aplanados constituídos por areias
finas e fofas, contendo ainda áreas embaciadas com solos orgânicos, denunciados por
cupins de cor cinzenta escura a preta (Figuras 4.1.1.2-13 e 4.1.1.2-14).
A Fazenda Rio do Peixe, em parte desenvolvida na bacia do rio Santa Teresa,
apresenta igualmente topografia plana e mesma composição dos solos, fracamente
arenosos, de origem aluvial (Figuras 4.1.1.2-15 e 4.1.1.2-16).

Figura 4.1.1.2-13: AID - Vista da porção Figura 4.1.1.2-14: AID - Porções embaciadas
ocidental da área, próxima ao divisor de águas de terrenos à margem da rodovia BR-242,
da bacia de drenagem do rio Santa Teresa, constituídas por solos orgânicos de cor cinza
observando-se terrenos aplanados e escuro. N:8.657.821; E:768.410
constituídos por solos arenosos finos e fofos.
N:8.657.382; E:767.751
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Figura 4.1.1.2-15: AID - Vista de terrenos Figura 4.1.1.2-16: AID - Fazenda Rio do Peixe
planos aluviais arenosos ao longo da estrada exibindo extensos terrenos aplanados aluviais
de acesso à Fazenda Rio do Peixe, sentido BR- já na bacia de drenagem do rio Santa Teresa,
242 . N:8.661.054; E:767.279 cuja mata ciliar se vê no horizonte.
N:8.661.054; E:767.279

Ainda se tratando da AID, além da predominância de terrenos arenosos aluviais, como


na estrada de acesso à Fazenda Nossa Senhora de Aparecida, destaca-se a presença de
ilhas rochosas no rio Tocantins ao final desta propriedade (Figuras 4.1.1.2-17 e
4.1.1.2-18).

Figura 4.1.1.2-17: AID - Terrenos arenosos na Figura 4.1.1.2-18: AID - Ilha rochosa
entrada da propriedade N.S. Aparecida II. (gnaisses) e corredeiras em leito rochoso do
N:8.662.519; E:768.930 rio Tocantins. N:8.662.149; E:770.734

A Área Diretamente Afetada (ADA) é constituída pelo “site” industrial, o qual será
implantado na Fazenda Morada do Boi, situada na região da Fazenda Berilo, já
descrita como AID.
A gleba de terras da Fazenda Morada do Boi está inserida na planície aluvial do rio
Tocantins, sendo essencialmente plana e estando em parte coberta por solos aluviais
arenosos e em parte por solos aluviais argilosos, caracterizando-se por lençol freático
situado próximo à superfície.
As Figuras 4.1.1.2-19 a 4.1.1.2-22 ilustram a área a ser utilizada para implantação do
empreendimento.
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Figura 4.1.1.2-19: ADA - Vista parcial da área, Figura 4.1.1.2-20: ADA - Foto sequencial à
observando-se terrenos aplanados, anterior. N:8.654.228; E:771.598
constituídos por solos aluviais arenosos finos
e fofos. N:8.654.228; E:771.598

Figura 4.1.1.2-21: ADA - Foto sequencial à Figura 4.1.1.2-22: ADA - Local oposto ao das
anterior. N:8.654.228; E:771.598 fotos anteriores, mostrando o limite da
propriedade da Fazenda Berilo com a
Fazenda da GBE, à esquerda na foto.
N:8.655.324; E:769.993

4.1.2 Geomorfologia
Os domínios geomorfológicos da bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia
mostram o predomínio de planaltos e depressões, caracterizando um relevo, de forma
geral, muito plano, porém com diversos degraus associados a ciclos erosivos, segundo
o Ministério do Meio Ambiente – MMA, e a Agência Nacional de Águas – ANA
(MMA e ANA, 2009).
Na região de interesse ao projeto, o rio Tocantins atravessa o domínio geomorfológico
da Depressão do Tocantins (Figura 4.1.2-1), que corresponde, em parte, às rochas da
Província Tocantins, cujo modelado é quase plano e, portanto, com fraco grau de
dissecação, e altitudes que variam de 200m no norte a 500m na extremidade sul
(Figura 4.1.2-2).
Ainda no tocante à fisiografia, no que se refere à divisão da paisagem hierarquizada ou
compartimentação geoambiental, as porções central e oriental da região de estudo
situam-se no Domínio Morfoclimático dos Complexos Metamórficos e Sequência
Vulcano-Sedimentar do Arqueano e Proterozóico Inferior, representado pelas regiões
geoambientais Depressão do Alto Tocantins e Depressões e Morrarias de Natividade e
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Santa Rosa do Tocantins. As porções noroeste e sul da região de estudo estão


compreendidas no Domínio Morfoclimático das Faixas de Dobramento do
Proterozóico Médio e Superior, representado pela região ambiental Planalto Sul
Tocantinense. Ainda, segundo essa divisão, porção significativa da AID está inserida
no Domínio Morfoclimático Azonal das Áreas Aluviais, representada pela região
ambiental Planícies Fluviais, segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos do
Tocantins (Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Estado do Tocantins,
2008).
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Figura 4.1.2-1: Geomorfologia da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia,


com localização aproximada da AII do empreendimento.
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Figura 4.1.2-2: Mapa Hipsométrico da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e


Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
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4.1.2.1 Caracterização Geomorfológica da Área de Influência Indireta


Segundo RADAM (1981), a AII do empreendimento industrial insere-se
predominantemente na unidade geomorfológica Depressão do Tocantins, unidade
definida por Mamede, Ross e Santos (1981, in RADAM, op.cit.), constituída por
rochas paleoproterozóicas e neoproterozóicas, além de coberturas detrito-lateríticas do
Terciário-Quaternário. Secundariamente, ao sul desta unidade, ocorre a unidade
Planalto do Alto Tocantins-Parnaíba.
As duas unidades referidas se interpenetram profundamente, evidenciando o aspecto
residual do planalto e o aspecto semi-embutido da depressão nas regiões limítrofes.
Depressão do Tocantins
A Depressão do Tocantins constitui um plano inclinado para norte, em direção ao rio
Tocantins, pois a sul, próximo à Mara Rosa, as altitudes situam-se em torno de 550m,
enquanto que próximo a Porangatu decrescem para 370m e na localidade de Peixe, ao
norte, chegam a 250m (RADAM, op.cit.).
A maior parte desta unidade encontra-se levemente dissecada em formas tabulares
(t41, t31, t32), o que lhe confere um aspecto plano e homogêneo, enquanto que
secundariamente ocorrem formas convexas com dissecação incipiente (c21, c22),
como na porção sul da AII.
As formas erosivas são representadas por superfícies pediplanadas, superfícies de
aplanamento elaboradas por processos de pediplanação, que cortam as litologias pré-
cambrianas, que ocorrem na porção extremo sul da AII, conformando as serras do
Lajeado e Serra Dourada.
Segundo RADAM (1981), a rede de drenagem é um aspecto importante desta unidade,
sobressaindo na análise do mapa geomorfológico, em função da presença de
deposições fluviais expressivas ao longo de todos os rios principais, as quais originam
planícies (Apf) e, principalmente, planícies associadas a terraços fluviais (Aptf).
Ainda, segundo RADAM (op.cit.), na região de estudo, o rio Tocantins, a 40 km de
sua origem (confluência dos rios Maranhão e Paranã) apresenta uma quebra brusca no
seu curso, materializada pelo Pontão de São Miguel, evidenciando um forte controle
estrutural, a jusante do qual ocorrem corredeiras contínuas e ilhas capeadas por
camada pouco espessa de areia. Aproximadamente a 10 km da cidade de Peixe têm-se
as cachoeiras do tropeço Grande e do Tropeço Pequeno.
Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba
Esta unidade constitui relevo muito fragmentado, entremeado continuamente por
depressões intermontanas, esculpido pelos rios Maranhão e das Almas, cuja rede de
drenagem é responsável pela dissecação de grande parte do planalto.
Na AII, esta unidade ocorre muito discretamente em sua porção sudeste, relacionando-
se a metassedimentos da Formação Traíras do Grupo Araí. As formas de relevo são
aguçadas (a21, a22, a23).
A Figura 4.1.2.1-1 a seguir ilustra a geomorfologia da AII.
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Figura 4.1.2.1-1: Mapa Geomorfológico da AII


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As Figuras 4.1.2.1-2 a 4.1.2.1-9 a seguir ilustram a geomorfologia da AII.

Figura 4.1.2.1-2: TO-280 - Vista de São Valério Figura 4.1.2.1-3: TO-280 - Vista do relevo em
da Natividade, situada em topo aplanado de direção ao rio Tocantins, observando-se
superfície tabular da Depressão do Tocantins. superfícies peneplanadas. N:8.663.257;
N:8.670.168; E:791.600 E:781.418

Figura 4.1.2.1-4: TO-280 - Vista da ponte sobre Figura 4.1.2.1-5: TO-280 - Vista do rio
o rio Tocantins ao fundo e a serra de Santo Tocantins para montante, vendo-se ao fundo
Antonio no horizonte. N:8.651.197; E:776.764 a serra das Caldas, limite sul da AII.
N:8.655.324; E:769.993

Figura 4.1.2.1-6: TO-373 - Vista do povoado Figura4.1.2.1-7: TO-373 - Vista do relevo em


entroncamento do Jaú, situado em topo direção ao rio Tocantins, observando-se
aplanado de superfície tabular da Depressão superfícies peneplanadas. N:8.644.352;
do Tocantins. N:8.634.272; E:756.817 E:762.967
20600.10-1000-M-1500

24

4.1.2.2 Caracterização Geomorfológica da Área de Influência Direta e Área


Diretamente Afetada
A geomorfologia da AID é constituída por terrenos aplanados e patamarizados
relacionados a um extenso terraço aluvionar encaixado em uma concavidade da
margem esquerda do rio Tocantins, cuja borda faz degrau suave com os terrenos da
planície de inundação deste rio. O terraço se estende para norte, em direção à Peixe,
desde o entroncamento da rodovia BR-242 com a rodovia TO-373, e para sudeste, ao
longo da TO-280 até alcançar a planície de inundação do rio Tocantins nos terrenos
junto à ponte. Ao norte, o terraço persiste da BR-242 para oeste, perfazendo os
terrenos do divisor de águas entre este rio e o rio Santa Teresa.
Trata-se de um patamar esculpido pelo rio Tocantins, com declive fraco voltado para
seu leito, apresentando cobertura aluvial. O terraço, nivelado por cascalheiras, se
estende desde o entroncamento rodoviário BR-242/TO-280 em direção ao rio
Tocantins (Figura 4.1.2.2-2) na direção leste, como ao longo da BR-242 em direção à
cidade de Peixe, na direção norte (Figura 4.1.2.2-5). A partir da rodovia BR-242,
persiste na direção leste por pequeno trecho ao longo da estrada de acesso à Fazenda
Berilo/Fazenda Morada do Boi (Figura 4.1.2.2-3).
O acesso à AID ocorre pelas rodovias BR-242 e TO-280 e por estradas de acesso às
fazendas. Os terrenos são invariavelmente aplanados e constituídos em superfície por
solos arenosos finos e fofos predominantemente.
Pelo acesso à Fazenda Berilo/Fazenda Morada do Boi, entre o patamar superior
coroado por camada de cascalho e o patamar inferior constituído por sedimentos finos
(siltes e argilas) há um desnível de, aproximadamente 5,0m. Nos demais acessos, à
margem esquerda do rio Tocantins, não ocorrem níveis de cascalhos e sim terrenos
essencialmente arenosos, aplanados, mais elevados que os da planície aluvial.
As Figuras 4.1.2.2-1 a 4.1.2.2-8 abaixo ilustram as feições geomorfológicas
observadas.

Figura 4.1.2.2-1: AID - TO-280 – Fazenda Brejo Figura 4.1.2.2-2: AID - TO-280 – Vista em
Grande - Terrenos planos da planície aluvionar direção ao rio Tocantins, observando-se
do rio Tocantins. N:8.650.969; E:771.075 ponto baixo relacionado ao córrego dos
Porcos, seguido por patamares
correspondentes a níveis de terraços
aluvionares N:8.653.976; E:767.684
20600.10-1000-M-1500

25

Figura 4.1.2.2-3: AID - Via de acesso à Fazenda Figura 4.1.2.2-4: AID - Trecho da planície
Berilo/Fazenda do Boi, observando-se desnível aluvial que se segue ao terraço da foto
topográfico entre o terraço e a planície aluvial. anterior, integrante da ADA do
N:8.651.197; E:776.764 empreendimento. N:8.655.123; E:770.813

Figura 4.1.2.2-5: AID - BR-242 – Trecho da Figura 4.1.2.2-6: AID - Estrada de acesso à
estrada equivalente ao topo do terraço Fazenda Ilha dos Bons Amigos, observando-
aluvionar, constituída por terrenos se terrenos planos compostos por solos
patamarizados aplanados. N:8.657.487; arenosos fofos. N:8.658.699; E:771.045
E:768.311

Figura 4.1.2.2-7: AID - Córrego dos Porcos junto Figura 4.1.2.2-8: AID - Talude de baixo terraço
à sua foz no rio Tocantins. N:8.654.375; aluvionar junto à margem esquerda do rio
E:773.744 Tocantins. N:8.658.650; E:772.496
20600.10-1000-M-1500

26

4.1.3 Pedologia

4.1.3.1 Pedologia na Área de Influência Indireta


As classes de solos descritas neste item guardam a classificação antiga em itálico,
correspondente à apresentada em 1960 (BRASIL, 1960, in IAC/EMBRAPA, 1999)
seguida das classes da nova nomenclatura de solos do Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999, in IAC/EMBRAPA, op. cit) em letras
normais maiúsculas.
Segundo RADAM (1981), distinguem-se na região de estudo as seguintes classes de
solos: latossolos vermelho-amarelos, solos podzólicos vermelho-amarelos, solos
litólicos, solos concrecionários lateríticos e solos glei pouco húmicos (Figura 4.1.3.1-
1).
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO DISTRÓFICO)
Esta classe de solos é constituída por solos minerais profundos, acentuadamente
drenados, argilosos, em estágio avançado de intemperização, com horizonte A
moderado e horizonte B latossólico, cujas características morfológicas, físicas e
químicas são semelhantes às dos Latossolos Amarelos Distróficos, apresentando
entretanto teores de óxido de ferro mais elevados e coloração mais avermelhada
(RADAM, op.cit.).
Possuem perfil do tipo A, B e C, friável, bastante poroso, permeável, com estrutura
pouco desenvolvida, sendo esta uma das características morfológicas de classificação
desta unidade.
Estes solos são os mais abundantes da AII, ocupando cerca de 70% de sua área (Figura
4.1.3.1-1), estando relacionados à litologias gnáissico-migmatíticas das unidades
Ortognaisses Oeste de Goiás, Complexo Rio dos Mangues e Unidade Ortognaisse
Migmatítica, indiferenciadamente, e a terraços aluviais.

Podzólico Vermelho-Amarelo (ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO)


Esta unidade é constituída de solos minerais com horizonte B textural, não
hidromórficos, argilosos, bem drenados, profundos, apresentando-se com saturação de
bases geralmente baixa. Outras classes de solo são encontradas nesta unidade de
mapeamento, como inclusões, como os Solos Litólicos Distróficos e Cambissolos
Distróficos.
O horizonte A tem espessura variável de 10 a 50 cm, apresentando coloração em todas
as tonalidades de bruno e textura variando de areia franca a franco-argilosa, enquanto
que o horizonte B apresenta um maior conteúdo em argila, transportada do horizonte
aluvial onde se encontra dispersa e é evidenciada pela presença de filmes de material
coloidal nas superfícies de contato das unidades estruturais, apresentando cores
brunadas, avermelhadas ou amareladas (RADAM, op.cit.).
Estes solos, associados a solos litólicos, ocorrem nas porções extremas sul e sudeste
da AII, estando relacionado às áreas de ocorrências de metassedimentos dos grupos
Serra da Mesa e Araí, respectivamente.
20600.10-1000-M-1500

27

Solo Concrecionário Distrófico (PLINTOSSOLO PÉTRICO)


São solos com sequência de horizontes A, B e C ou A, C e R, estes últimos com a
profundidade do A e do C maior que 50 cm e que apresentam mais de 50% de
concreções ferruginosas. Apresentam horizonte A moderado sobrejacente a um
horizonte B textural ou latossólico ou imediatamente sobre um horizonte C (RADAM,
op.cit.).
As características físicas e morfológicas são muito variadas e quimicamente
apresentam baixa soma e saturação de bases (distróficos) e em alguns casos saturação
com alumínio (álicos), encontrando-se distribuídos por toda a área.

Solo Litólico Distrófico (NEOSSOLO LITÓLICO DISTRÓFICO)


Esta unidade é constituída por solos minerais rasos ou muito rasos, onde o horizonte A
repousa diretamente ou não sobre a rocha R, com perfil pouco evoluído, de textura e
fertilidade variável dependendo do material originário.
Estes solos apresentam-se como manchas subordinadas associadas a solos Podzólicos
Vermelho-Amarelos, ocorrendo em áreas de relevo mais movimentado, de topo
aguçado, existentes nas porções extremas sul e sudeste da AII, as quais estão ainda
relacionadas às áreas de ocorrências de metassedimentos dos grupos Serra da Mesa e
Araí, respectivamente.

Glei Pouco Húmicos Distrófico (GLEISSOLO HÁPLICO DISTRÓFICO)


Esta unidade compreende solos minerais, hidromórficos, pouco desenvolvidos, sob
grande influência do lençol freático próximo à superfície, ou mesmo nesta, pelo menos
em certa época do ano, condicionando redução de ferro e aparecimento de cores
gleyzadas dentro de 60 cm da superfície (RADAM, op.cit.).
Com base nos teores de carbono e matéria orgânica e na profundidade e cor do
horizonte A, diferencia-se o Gley Pouco Húmico do Gley Húmico, possuindo este
maior teor de matéria orgânica e, consequentemente, cores mais escuras (RADAM,
op.cit.).
São solos pouco permeáveis, imperfeitamente a mal drenados, com valores variáveis
de saturação e soma de bases e saturação com alumínio.
São solos originados de sedimentos aluvionares do Quaternário, ocorrendo ao longo
dos rios Tocantins, Santa Teresa e de seus respectivos afluentes.
A Figura 4.1.3.1-1 abaixo exibe a pedologia da AII.
20600.10-1000-M-1500

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Figura 4.1.3.1-1: Mapa Pedológico da AII.


20600.10-1000-M-1500

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4.1.3.2 Pedologia da Área de Influência Direta e Área Diretamente Afetada


Na área de influência direta do empreendimento industrial ocorrem Latossolos
Vermelho-Amarelo Distróficos, Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais), Neossolos
Quartzarênicos (Areias Quartzosas) Gleissolos Melânicos (Glei pouco Húmico) e
Plintossolos Pétricos (Solos Concrecionários).
Latossolos Vermelho-Amarelos ocorrem ao longo da rodovia TO-280, seja em taludes
de corte seja em taludes remanescentes de áreas de empréstimo de solos contidas em
sua faixa de domínio. Estes solos possuem textura argilosa, pouco arenosa, de cor
amarelo ocre e cerosidade acentuada (Figura 4.1.3.2-2).
Plintossolos Pétricos foram observados em um talude de corte remanescente de área
de empréstimo de cascalhos existente no entroncamento da rodovia TO-280 com a
rodovia BR-242 (Figura 4.1.3.2-3).
Neossolos Flúvicos são os solos predominantes, ocorrendo extensivamente por toda a
AID e ADA (Figuras 4.1.3.2-5 e 4.1.3.2-6). Associados a Neossolos em
embaciamentos topográficos, ocorrem Gleissolos Melânicos contendo matéria
orgânica, de cor cinza escura típica, os quais são denunciados por cupins
desenvolvidos sobre os terrenos (Figuras 4.1.3.2-7 e 4.1.3.2-8).
Considera-se também a presença de Neossolos Quartzarênicos em trechos de terrenos
situados no topo do terraço aluvionar.
As Figuras 4.1.3.2-1 a 4.1.3.2-8 abaixo ilustram a pedologia da AID e ADA.

Figura 4.1.3.2-1: AID - TO-280 – Talude de corte Figura 4.1.3.2-2: AID - TO-280 – Talude de
de área de empréstimo de solos, exibindo corte de 1,0m de altura exibindo latossolos.
latossolo desenvolvido a partir de argilas do N:8.651.655; E:770.304
terraço aluvionar do rio Tocantins. N:8.647.583;
E:775.470
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Figura 4.1.3.2-3: AID – TO-280 - Talude de corte Figura 4.1.3.2-4: AID - Latossolos
remanescente de área de empréstimo de desenvolvidos sobre cascalheiras do terraço
cascalhos, exibindo Solos Plintossolos aluvionar. N:8.655.413; E:769.657
Pétricos. N:8.653.976; E:767.684

Figura 4.1.3.2-5: AID - Exposição de Neossolos Figura 4.1.3.2-6: ADA – Fazenda Morada do
Flúvicos, de textura areia fina pouco argilosa, Boi – Terrenos mal drenados suportados por
de cor ocre, com nível de seixos na base, em Neossolos Flúvicos. N:8.654.228; E:771.598
trecho da estrada próximo ao rio Tocantins.
N:8.657.487; E:768.311
20600.10-1000-M-1500

31

Figura 4.1.3.2-7: AID - Terrenos embaciados Figura 4.1.3.2-8: AID - Cupins de formas
contendo solos Gleissolos Melânicos de cor bizarras desenvolvidos sobre terrenos
acizentada escura e a característica presença constituídos por solos Gleissolos Melânicos.
de cupins de formas bizarras. N:8.662.626; N:8.662.626; E:769.321
E:769.321

Qualidade do solo
Foram realizadas coletas de amostras de solo na área de influência do
empreendimento nos dias 12 e 13 de dezembro de 2011.
Optou-se pela coleta de 4 pontos na periferia e dentro do futuro empreendimento.
Tabela 4.1.3.2-1: Coordenadas dos pontos de amostragem de solo.

Coordenadas
Ponto
S O

01 12°09’12.3” 48° 31’10.6”

02 12°10’08.1” 48° 30’58.1”

03 12°09’28.7” 48° 30’22.2”

04 12°09’49” 48° 30’12.2”


20600.10-1000-M-1500

32

Figura 4.1.3.2-9: Localização dos pontos de coleta de solo. Fonte: Google Earth.

Na Tabela 4.1.3.2-2 são apresentados os resultados das análises de solo nos quatro pontos.

Tabela 4.1.3.2-2: Resultados das análises de solo.


Pontos de Coleta - Solo

ST-01 ST-02 ST-03 ST-04


CONAMA
Parâmetro Unidade
420/09
13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011

Arsênio mg/Kg 150 < 0,30 < 0,25 < 0,28 < 0,30
Alumínio mg/Kg - 17855 40255 12209 31661
Antimônio mg/Kg 25 < 8,71 < 7,49 < 8,32 < 8,69
Bário mg/Kg 750 13,9 27,7 7,82 21,9
Boro mg/Kg - 1,98 2,47 2 1,47
Cálcio mg/Kg - 801 869 646 730
Cádmio mg/Kg 20 < 0,09 < 0,07 < 0,08 < 0,08
Carbonato g/Kg - < 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10
Chumbo mg/Kg 900 15,1 19,9 < 1,66 9,04
Cloreto mg/Kg - 50 100 100 50
Cobalto mg/Kg 90 13,1 39,7 5,83 10,2
Cobre mg/Kg 600 12,2 14,4 3,83 10,1
Cromo Total mg/Kg 400 40,6 30,4 10,5 33,7
20600.10-1000-M-1500

33

Pontos de Coleta - Solo

ST-01 ST-02 ST-03 ST-04


CONAMA
Parâmetro Unidade
420/09
13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011

Ferro mg/Kg - 45535 36254 5528 35382


Manganês mg/Kg - 19,9 542 22,1 67,3
Mercúrio mg/Kg 70 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01
Molibdênio mg/Kg 120 < 8,71 < 7,49 < 8,32 < 8,69
Níquel mg/Kg 130 17,4 32,3 7,33 21,7
Potássio mg/Kg - 1459 1489 862 1636
Prata mg/Kg 100 < 0,09 < 0,07 < 0,08 < 0,09
Selênio mg/Kg - <0,04 <0,04 <0,04 <0,04
Sulfato mg/Kg - < 99,8 < 99,7 117 < 99,7
Sulfeto mg/Kg - < 39,7 < 39,5 < 40 < 39,3
Sódio mg/Kg - 1283 569 105 134
Vanádio mg/Kg 1000 < 29,6 < 25,5 < 28,3 < 29,6
Zinco mg/Kg 2000 9,53 26,6 5,33 16,4
Teor de Sólidos g/g - 0,9186 0,8945 0,9256 0,8874
pH (Laboratório) mg/Kg - 6,65 6,21 5,93 5,54
Carbono Organico g/Kg - 8,2 4,2 2,1 3,8
Antraceno mg/kg - ND ND ND ND
Benzo(a)antraceno mg/kg 65 ND ND ND ND
Benzo(a)pireno mg/kg 3,5 ND ND ND ND
Benzo(g,h.i)perileno mg/kg - ND ND ND ND
Benzo(b)+(k)fluorant mg/kg - ND ND ND ND
eno
Criseno mg/kg - ND ND ND ND
Dibenzo(a,h)antrace mg/kg 1,3 ND ND ND ND
no
Fenantreno mg/kg 95 ND ND ND ND
Indeno(1,2,3- mg/kg 130 ND ND ND ND
cd)pireno
Naftaleno mg/kg 90 ND ND ND ND
4,4-DDD mg/kg 7 ND ND ND ND
4,4-DDE mg/kg 3 ND ND ND ND
4,4-DDT mg/kg 5 ND ND ND ND
Aldrin mg/kg 0,03 ND ND ND ND
b HCH mg/kg 5 ND ND ND ND
Dieldrin mg/kg 1,3 ND ND ND ND
Endrin mg/kg 2,5 ND ND ND ND
Lindano (g-HCH) mg/kg - ND ND ND ND
Benzeno mg/kg 0,15 ND ND ND ND
Etilbenzeno mg/kg 95 ND ND ND ND
Tolueno mg/kg 75 ND ND ND ND
Xileno mg/kg 70 ND ND ND ND
Decano (C10) µg/kg - ND ND ND ND
Nonano (C9) µg/kg - ND ND ND ND
Octano (C8) µg/kg - ND ND ND ND
2-metilnaftaleno µg/kg - ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg - ND ND ND ND
20600.10-1000-M-1500

34

Pontos de Coleta - Solo

ST-01 ST-02 ST-03 ST-04


CONAMA
Parâmetro Unidade
420/09
13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011

Acenaftileno µg/kg - ND ND ND ND
Benzo(b)+(k)fluorant µg/kg - ND ND ND ND
eno
Fluoranteno µg/kg - ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg - ND ND ND ND
Pireno µg/kg - ND ND ND ND
Docosano (C22) µg/kg - ND ND ND ND
Dodecano (C12) µg/kg - ND ND ND ND
Eicosano (C20) µg/kg - ND ND ND ND
Fitano (C20) µg/kg - ND ND ND ND
Heneicosano (C21) µg/kg - ND ND ND ND
Heptacosano (C27) µg/kg - ND ND ND ND
Heptadecano (C17) µg/kg - ND ND ND ND
Hexacosano (C26) µg/kg - ND ND ND ND
Hexadecano (C16) µg/kg - ND ND ND ND
Nonadecano (C19) µg/kg - ND ND ND ND
Octacosano (C28) µg/kg - ND ND ND ND
Octadecano (C18) µg/kg - ND ND ND ND
Pentacosano (C25) µg/kg - ND ND ND ND
Pentadecano (C15) µg/kg - ND ND ND ND
Pristano (C19) µg/kg - ND ND ND ND
Tetracosano (C24) µg/kg - ND ND ND ND
Tetradecano (C14) µg/kg - ND ND ND ND
Tricosano (C23) µg/kg - ND ND ND ND
Tridecano (C13) µg/kg - ND ND ND ND
Undecano (C11) µg/kg - ND ND ND ND
Mistura Complexa µg/kg - ND ND ND ND
Não Resolvida
(UMC)
n-Alcanos µg/kg - ND ND ND ND
TPH Total µg/kg - ND ND ND ND
Dotriacontano (C32) µg/kg - ND ND ND ND
Hentriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C31)
Heptatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C37)
Hexatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C36)
Nonacosano (C29) µg/kg - ND ND ND ND
Nonatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C39)
Octatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C38)
Pentatriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C35)
Tetracontano (C40) µg/kg - ND ND ND ND
Tetratriacontano µg/kg - ND ND ND ND
(C34)
20600.10-1000-M-1500

35

Pontos de Coleta - Solo

ST-01 ST-02 ST-03 ST-04


CONAMA
Parâmetro Unidade
420/09
13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011 13/12/2011

Triacontano (C30) µg/kg - ND ND ND ND


Tritriacontano (C33) µg/kg - ND ND ND ND
* Parâmetros baseados nos Valores Orientadores para Resolução CONAMA 420/09 – Área
Industrial.
Dos parâmetros avaliados, nenhuma amostra apresentou valor superior aos limites
aplicados. Alguns valores de metais (bário, cádmio, chumbo, cobre, cobalto e cromo
total) foram encontrados em baixas concentrações, não necessitando maiores
investigações.
Dos valores encontrados destacam-se o Alumínio e o Ferro em concentrações altas, o
que demonstra já ser natural na região.
O Laudo de Solos, assim como sondagens geotécnicas se encontram no Laudo de
Solos e Águas Subterrâneas, Volume V - Laudos.

4.1.3.3 Susceptibilidade a Erosão


Segundo MMA e ANA (2009), os problemas erosivos na Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia estão concentrados nas cabeceiras do rio Araguaia, onde os
focos erosivos lineares existentes variam de pequeno a médio porte (até cerca de 300m
de extensão) até grande porte (mais de 300m e até cerca de 4.000m).
Segundo o Mapa de Risco Potencial de Erosão do Solo elaborado neste estudo, a Área
de Influência Indireta (AII) do empreendimento industrial situa-se em região de baixo
a moderado risco de erosão (Figura 4.1.3.3-1).
Observando-se o Mapa Pedológico (Figura 4.1.3.1-1), ressalta que a região de maior
suscetibilidade à erosão da AII é constituída por suas porções extremo sul e sudeste,
onde as declividades dos terrenos (presença de serras) são mais elevadas e estão
conjugadas com classes de solo de maior suscetibilidade à erosão como Argissolo
Vermelho-Amarelo (Podzólico Vermelho-Amarelo) e Solos Litólicos (Neossolos
Litólicos).
Quanto à Área de Influência Direta (AID), o EIA/RIMA da UHE Peixe (Themag,
2000) demarca-a como baixa a muito baixa suscetibilidade à erosão (Figura 4.1.3.3-2).
Ainda quanto à Área de Influência Direta (AID), embora a baixa declividade
predominante de seus terrenos aluviais, os solos que apresentam maior suscetibilidade
à erosão são os Neossolos Flúvicos e os Neossolos Quartzarênicos, devido à sua baixa
coesão e alta friabilidade, podendo apresentar erosão em sulcos.
Segundo a Carta de Erodibilidade do Plano Estadual de Recursos Hídricos de
Tocantins (Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Estado do Tocantins,
2008), a AII do empreendimento apresenta erodibilidade muito fraca a fraca,
compreendendo solos muito profundos, porosos, bem permeáveis (mesmo quando
muito argilosos), friáveis, situados em relevo plano, com declividades que raramente
20600.10-1000-M-1500

36

ultrapassam 3%. A ecodinâmica da paisagem é estável (pedogênese>morfogênese) e


os processos de escoamento superficial são difusos e lentos.
Segundo ainda a referida carta, a ADA e parte da AID do empreendimento situam-se
na denominada Classe Especial de Erodibilidade, cujos solos caracterizam-se por
serem imperfeitamente drenados, com nível do lençol freático muito elevado. A
ecodinâmica da paisagem é instável e de transição (pedogênese<morfogênese). Os
processos envolvidos são de escoamento concentrado ao longo da drenagem,
remobilização e deposição de sedimentos finos, bem como escoamento difuso e lento
nas planícies, terraços fluviais e margens de lagoas, além de eventuais inundações.
No que se refere à sedimentometria ou medida de quantidade de sedimentos
transportados pelos rios, a quantificação é feita por medições de descarga sólida.
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos, a rede sedimentométrica existente na
região é constituída pelas estações Conceição do Tocantins e São Salvador do
Tocantins, de responsabilidade da ENERPEIXE, situadas a montante do
empreendimento e a Estação Peixe, de responsabilidade da ANA, situada no rio
Tocantins a jusante do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500

37

Figura 4.1.3.3-1: Mapa de Risco Potencial de Erosão do Solo da Bacia Hidrográfica dos
Rios Tocantins e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500

38

Figura 4.1.3.3-2: Mapa de Suscetibilidade à Erosão do Solo da AII da UHE Peixe, com
indicação aproximada da AID do empreendimento.
Fonte: Themag, 2000

4.1.4 Clima
Segundo MMA e ANA (2009), a Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia
caracteriza-se pela regularidade climática, com estações que apresentam pequenas
variações anuais e índices pluviométricos e termométricos crescentes no sentido sul-
norte.
Conforme este estudo (Figura 4.1.4-1), a AII do empreendimento situa-se no tipo
climático Aw (quente e úmido megatérmico) segundo a metodologia de Köeppen,
apresentando as seguintes características principais:
- índice pluviométrico anual da ordem de 1.700 mm;
- temperaturas médias mensais oscilando entre 24 e 26°C;
- período de estiagem no trimestre junho a agosto, quando os totais pluviométricos são
inferiores a 10 mm.
20600.10-1000-M-1500

39

Figura 4.1.4-1: Tipos Climáticos de Köeppen da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins
e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500

40

4.1.4.1 Caracterização da Dinâmica Atmosférica Regional


O regime de chuvas da região é devido, quase que exclusivamente, aos sistemas de
circulação atmosférica, sendo que o efeito do relevo é pouco significativo (MMA e
ANA, 2009).
Segundo Themag (2000), os mecanismos de produção de precipitação que incidem na
região são:
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que consiste na região de
convergência dos ventos alísios dos dois hemisférios, estando associada a uma faixa
de baixa pressão e convergência do escoamento nos baixos níveis da atmosfera, que
propicia condições favoráveis ao movimento ascendente e consequente presença de
nebulosidade e precipitação.
A ZCIT migra sazonalmente de sua posição mais ao norte, em agosto-setembro, para
sua posição mais ao sul, em março-abril, sendo a quantidade de chuva que atinge a
região, variável em função de seu deslocamento e intensidade.
Os sistemas frontais estão associados às ondas baroclínicas que transportam massas
de ar de origem polar em direção aos trópicos, as quais ocorrem ativamente em todas
as estações do ano, promovendo uma modulação de regimes pluviométricos e de
temperatura em grande parte do Brasil.
As linhas de Instabilidade, associadas às brisas marítimas na costa Norte-Nordeste e
decorrentes do gradiente térmico entre o continente e o oceano, podem ultrapassar a
faixa litorânea e propagarem-se como linhas de instabilidade em direção às áreas mais
interiores, como a bacia do Tocantins.

4.1.4.2 Caracterização Climática Regional


Precipitação
Segundo Themag (2000), a precipitação na região é marcada pela época chuvosa,
quente e úmida, que alterna sazonalmente com a época relativamente seca e mais fria.
A época chuvosa tem início entre outubro e novembro e se estende até março,
enquanto que a época seca inicia-se entre maio e junho e se estende até setembro. Os
meses de dezembro e janeiro são os mais chuvosos do ano, enquanto que junho, julho
e agosto são os mais secos. A precipitação durante a época chuvosa é generalizada,
persistente e intensa.
Segundo MMA e ANA (2009), a AII do empreendimento situa-se na Unidade de
Planejamento 10 – Alto Médio Tocantins, cuja precipitação anual é de 1598 mm.
Entretanto, segundo o mapa de isoietas de precipitação anual (Figura 4.1.4.2-1), a AII
interfere com as isoietas 1.401-1.500 e 1501-1.600, sendo razoável considerar-se um
valor de precipitação média anual de 1.500 mm.
Quanto ao regime intraanual, utilizando-se dados da Themag (2000) relativos ao posto
fluviométrico do Gurupi (código ANEEL 01149002), considerado como
representativo da área, observa-se a presença de dois períodos bem distintos: um
chuvoso, de novembro a março, concentrando 77% do total anual e, outro bem seco de
maio a setembro, com apenas 5% de precipitação.
Na Tabela 4.1.4.2-1, é apresentada a série de totais mensais de precipitação no posto
Gurupi, cobrindo o período de 1972 a 1997.
20600.10-1000-M-1500

41

Tabela 4.1.4.2-1: Total Mensal de Chuva (mm) – Themag (2000)

Posto: Gurupi Código ANEEL: 01149002

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
1972 303,7 246,2 123,2 188,5 4,3 0 0 12,5 0 45,6 297,1 357 1578
1973 212,5 139 226,4 112,6 23 40 0 0 83,6 252,5 329,4 140,6 1560
1974 31,8 55,1 352,6 46,2 4,5 0 0 1,8 19,3 81,8 213,7 218,2 1025
1975 171,6 328,8 207,2 207,2 21,2 0 21 0 1,7 247,2 259,9 241 1707
1976 183,3 369,9 157,5 58,2 9,6 0 0 0 98,3 159,3 373,8 117,7 1528
1977 356 157 111,7 186,3 10,4 12,8 0 0 129,1 168,4 162,7 173,3 1468
1978 321,9 271,8 149,7 142,1 67,7 16,4 61,4 0 28,5 89,6 173,9 389,1 1712
1979 209,3 283,8 206,2 111,5 9,4 0 0 66 7,4 183,7 88 101,8 1267
1980 293,7 631,5 206 63,8 1 0 0 0 13,3 103,2 188,5 277,4 1778
1981 121,8 33,3 258,2 103,1 0 47 0 9,2 0 169,4 401,9 143,6 1288
1982 334,2 106,8 254,9 121,8 5,2 0 0 0 99,3 129 118,7 89,8 1260
1983 207,8 276,4 201,7 46,6 0 0 0 0 22,3 129,7 120,3 298,1 1303
1984 83 47,6 281 180,6 17,8 16,4 0 0 51,7 160,2 69,8 116,8 1025
1985 598,2 186,6 350 238,4 0 0 0 15 2 140,6 188 229 1948
1986 122 142 272 104,2 0 0 0 13 0 90,5 68,7 351,5 1164
1987 128,6 124,7 429,3 48,2 0 0 0 0 32,2 56 208,2 345,7 1373
1988 95,9 144,7 263,1 139,4 1,4 16,4 0 0 70 168,5 135,1 283,5 1318
1989 284,4 192,7 224 86,4 12,7 2,5 0 2 27 151 180 59,9 1223
1990 142 151,9 290,1 45,5 63 0 4,4 36,6 68,1 50,5 234,9 170,8 1258
1991 264,5 230,1 257,8 120,1 0 0 0 0 0 102,3 260,1 254,4 1489
1992 470 248,2 112,8 109,3 6,3 5 0 0 85,1 73,1 219,6 437,6 1767
1993 143,3 332,5 126,7 195 68,8 0 0 26,6 28,9 105,5 200 190,1 1417
1994 268,8 212,5 300,7 175 0 16,7 0 0 0 21,9 258,4 241,9 1496
1995 152,4 301,5 209,1 260,4 65,8 0 0 0 8,4 195,9 333,6 218 1745
1996 124,6 123,8 211,5 134,7 3,8 0 0 2,2 0 111,8 151,7 98,7 963
1997 227,4 198,8 462,3 240,3 0,8 0,3 0 0 69,2 112,8 178,6 260,3 1751

Média 225,1 213,0 240,2 133,3 15,3 6,7 3,3 7,1 36,4 126,9 208,3 223,3 1439
Mínima 31,8 33,3 111,7 45,5 0 0 0 0 0 21,9 68,7 59,9 963
Máxima 598,2 631,5 462,3 260,4 68,8 47 61,4 66 129,1 252,5 401,9 437,6 1948

Temperatura
De modo geral, as temperaturas médias anuais na região tendem a diminuir à medida
que aumenta a latitude, variando de 25°C ao norte até 21°C nos limites com o Estado
de Goiás.
Segundo Themag (2000), a amplitude entre as médias máximas e médias mínimas é da
ordem de 12°C. Assim, no trecho mais ao norte da área de interesse, a temperatura
média máxima está ao redor de 33°C, enquanto a média mínima é da ordem de 21°C.
Já ao sul, junto à divisa de Goiás, as temperaturas média máxima e média mínima
decrescem para 30°C e 17°C, respectivamente.
Embora as temperaturas médias sejam elevadas, a posição continental da área faz com
que as temperaturas à noite sejam amenas quando comparadas às do período noturno.
Evaporação
Segundo Themag (2000), a evaporação média anual varia de 1.100 a 1.700 mm, com
os menores valores ocorrendo na porção sudoeste da área e com os maiores ao norte
da cidade de Porto Nacional.
20600.10-1000-M-1500

42

Figura 4.1.4.2-1: Isoietas de Precipitação Anual da Bacia Hidrográfica dos Rios


Tocantins e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500

43

Ventos
Para a caracterização da velocidade e direção dos ventos na região de estudo, foram
utilizados os dados constantes do EIA/RIMA da UHE Peixe (Themag, 2000), os quais,
por sua vez, foram originados da estação meteorológica de Porto Nacional, visto que a
estação meteorológica de Peixe, na ocasião deste estudo não apresentava registros de
anemogramas, segundo comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
O período analisado foi de 1976 a 1985, compreendendo 10 anos de dados.
Segundo este estudo, conforme exibido na Figura 4.1.4.2-2, em quase dois terços do
tempo, ocorrem períodos de calmaria, com velocidades de vento abaixo de 3,6 km/h (1
m/s), enquanto que no restante do tempo os ventos mais frequentes são os de sul
(9,5%), de leste (7%) e de norte (6,2%), sucessivamente.
A velocidade média dos ventos situa-se em torno de 2 m/s (7,2 km/h), o que permite
classificá-los como ventos fracos a moderados.
As velocidades máximas registradas situam-se na faixa de 6,0 m/s (21,6 km/h) a 8,0
m/s (28,8 km/h).
Segundo a análise de comportamento dos ventos, há predominância de ventos do sul e
do norte entre os meses de outubro a maio.
O Estudo de Dispersão Atmosférica (EDA) elaborado pela empresa LENTZ MEIO
AMBIENTE considerou histogramas direcionais do vento da área de estudo
compreendendo o período de 2006 a 2010.
A Figura 4.1.4.2-3, integrante do estudo citado, mostra a predominância dos ventos do
quadrante NW a NE, o que, segundo esta empresa, é coerente com outras bases de
dados e está de acordo com os sistemas sinóticos que influenciam a circulação das
massas de ar na região, especificamente os sistemas vindos da Amazônia (ZCAS –
Zona de Convergência do Atlântico Sul), associados a ventos quentes e úmidos.
Contrastando com os dados obtidos da estação meteorológica de Porto Nacional que
apontam para uma calmaria com freqüência de 63,5%, os dados da LENTZ MEIO
AMBIENTE indicam um índice de calmarias (ventos inferiores 1,0 m/s) de 4,44%, o
qual, segundo a mesma, é coerente com o esperado para essa região.

Umidade e Insolação
Segundo ainda os estudos, a umidade relativa média anual possui comportamento
homogêneo quanto à sua distribuição espacial. Assim, a região da AID do
empreendimento apresenta valores médios em torno de 73%, enquanto a porção sul da
AII, possui valores por volta de 68%. Nos períodos de estiagem estes valores são de
55% e 45%, respectivamente (THEMAG, 2000).
A região de estudo apresenta insolação média anual em torno de 2.400 horas (média
diária de 6,6 horas de brilho solar). O período de máxima insolação coincide com o
mês de julho quando os valores mensais ficam em torno de 320 horas (média de 10,3
horas diárias), enquanto que o período de mínima insolação ocorre no mês de janeiro,
quando o valor médio mensal é da ordem de 150 horas (4,8 horas/dia),
correspondendo a período de grande atividade chuvosa (THEMAG, 2000).
20600.10-1000-M-1500

44

Figura 4.1.4.2-2: Ventos em Porto Nacional


Fonte: Themag (2000)
20600.10-1000-M-1500

45

Figura 4.1.4.2-3: Histograma direcional de ventos na região de estudo


Fonte: LENTZ MEIO AMBIENTE (2011)
20600.10-1000-M-1500

46

O balanço hídrico encontra-se no item 4.1.5.1.5.

4.1.5 Recursos Hídricos


A Política Nacional de Recursos Hídricos aprovada pela Lei Federal 9.433/97
estabeleceu que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da
respectiva Política e atuação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Desta forma, com o objetivo de respeitar as diversidades sociais, econômicas e
ambientais do País, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH aprovou em
15 de outubro de 2003, a Resolução nº. 32 que instituiu a Divisão Hidrográfica
Nacional, na qual foram estabelecidas 12 Regiões Hidrográficas, a saber: Amazônica,
Tocantins-Araguaia, Atlântico Nordeste Ocidental, Parnaíba, Atlântico Nordeste
Oriental, São Francisco, Atlântico Leste, Atlântico Sudeste, Paraná, Paraguai,
Atlântico Sul e Uruguai.
O rio Tocantins, que está localizado na AID do empreendimento, pertence à Região
Hidrográfica do Tocantins-Araguaia que está situada na região centro-norte do país.
Essa região faz divisa com 6 outras regiões: Amazônica, Paraguai, Paraná, São
Francisco, Parnaíba e Atlântico Nordeste Ocidental, conforme apresentado na Figura a
seguir.

Figura 4.1.5-1. Regiões Hidrográficas com destaque para a Tocantins-Araguaia. Fonte:


ANA, 2010.

Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia


A Região Hidrográfica do Tocantins–Araguaia (RHTA) localiza-se entre os paralelos
sul 0º 30’e 18º 05’ e os meridianos de longitude oeste 45º 45’ e 56º 20’. Sua
configuração é alongada, com sentido Sul–Norte, seguindo a direção predominante
dos cursos d’água principais, os rios Tocantins e o Araguaia, que se unem na parte
20600.10-1000-M-1500

47

setentrional da região, a partir de onde é denominado apenas de Rio Tocantins, que


segue até desaguar na Baía da Ilha de Marajó.
A área total de drenagem da RHTA é de 918.822 km², abrangendo parte das regiões
Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ocupa 11% do território nacional, incluindo áreas dos
estados de Goiás (21,4% da RHTA), Mato Grosso (14,7%), Tocantins (30,2%), Pará
(30,3%), Maranhão (3,3%) e o Distrito Federal (0,1%), totalizando 409 municípios,
dos quais 385 (94%) têm sua sede inserida na região. O Estado do Tocantins está
integralmente na RHTA, conforme observado nas Tabelas a seguir.
Tabela 4.1.5-1. Participação dos Estados na RHTA.

Área do Estado na RHTA Área da RHTA no Estado


Estados
Km² % (%)

Pará 278.073 30,3 22,3

Tocantins 277.621 30,2 100,00

Goiás 196.297 21,4 57,7

Mato Grosso 135.302 14,7 15,0

Maranhão 30.757 3,3 9,3

Distrito Federal 772 0,1 13,3

Total 918.822 100,0 -


Fonte: Plano Estratégico de Recursos Hídricos (PERH) da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia,
2009.

Tabela 4.1.5-2. Participação dos municípios na RHTA.

Municípios

Estados Total Com sede na RHTA


(n) (%) (n) (%)

Pará 79 19,3 73 92,4

Tocantins 139 34,0 139 100,0

Goiás 313 32,0 122 93,1

Mato Grosso 37 9,0 33 89,2

Maranhão 22 5,5 18 81,8

Distrito Federal 1 0,2 0 0,0

Total 409 100,0 385 94,1


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Essa Região destaca-se por ser a segunda maior do país em termos de área e de vazão,
inferior apenas À do Amazonas, e a maior do país com área de drenagem situada
integralmente em território nacional.
Suas dimensões equivalem a 1,5 vez a Bacia do Rio São Francisco e a vazão média de
13.799 m³/s (8% do total do país) resulta em elevada disponibilidade per capita de
60.536 m³/hab.ano.
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48

Os principais rios presentes nessa Região são o Tocantins e o Araguaia, conforme


pode ser observado na Figura a seguir.

Figura 4.1.5-2. Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Fonte: PERH da Bacia


Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

De acordo com a Resolução nº 32, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos


(BRASIL, 2003), a RHTA inclui, além das bacias dos rios Tocantins e Araguaia, duas
áreas adjacentes de rios tipicamente de planície (ANA, 2009).
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49

A primeira, localizada a oeste, corresponde às bacias dos rios Pacajá e demais


afluentes da margem direita do Rio Pará, que é caracterizado por uma infinidade de
canais que o conectam à calha principal do Amazonas separando a Ilha do Marajó.
Apresenta ainda um regime de maré similar àquele ao que o Rio Tocantins está
submetido em seu trecho baixo. A segunda área, localizada a leste, inclui as bacias dos
rios Acará, Guamá e Moju, adicionadas à região pelas características fisiográficas e a
importância histórica de Belém, que está vinculada à navegação fluvial e à ocupação
do território amazônico (ANA, 2009).
A precipitação média anual é de 1.744 mm, com totais anuais aumentando de sul para
norte (valores de 1.500 mm em Brasília até 3.000 mm em Belém). Associada à essa
característica, a região apresenta dois importantes biomas: a Floresta Amazônica, que
ocupa a porção norte/noroeste da região (35% da área total), e o Cerrado (65%). Esses
biomas apresentam grande diversidade de fauna e flora e uma ampla zona de transição
(écotono) (ANA, 2009).
A ocupação da região, de forma mais intensa, foi iniciada nas décadas de 60 e 70 com
a política de ocupação do interior do país e expansão da fronteira agropecuária (ANA,
2009).
Essas atividades foram influenciadas pelos eixos rodoviários, em especial a rodovia
Belém–Brasília. Na década de 80, destacam-se a implantação da exploração mineral
na Serra de Carajás (PA) e o aproveitamento do potencial hidroenergético iniciado
com a Usina de Tucuruí (PA) (ANA, 2009).
Em termos econômicos, atualmente as principais atividades são a agropecuária e a
mineração. Na agricultura de sequeiro existe uma área cultivada de aproximadamente
4,0 milhões de ha (2005) com destaque para a soja, milho e arroz. Na agricultura
irrigada, destacam-se as culturas do arroz, milho, feijão, soja e cana-de-açúcar (ANA,
2009).
A área irrigada é de 124.238 ha, sendo que o potencial de solos aptos é de 5,4 milhões
de hectares. A pecuária, voltada para a produção de carne bovina, apresenta rebanho
de 27,5 milhões de cabeças (ANA, 2009).
Na mineração, a região produz alumínio, amianto, bauxita, calcário, cobre, ferro,
níquel e ouro, entre outros (ANA, 2009).
Nos garimpos, são relevantes as extrações de ouro e diamante. Entre as 5 províncias
minerais, destacam-se as seguintes: Carajás (PA), que detém os maiores depósitos de
ferro do mundo e que é conectada ao Porto de Itaqui (MA) pela Ferrovia Carajás;
Paragominas (PA) que tem a produção de alumínio transportada pelo mineroduto até o
Porto de Vila do Conde (PA); e Centro-Norte de Goiás, com destaque para a produção
de níquel e amianto (ANA, 2009).
Conforme solicitado pelo Termo de Referência, o presente estudo analisou a
existência de atividades de extração mineral existentes na AID do projeto objeto deste
licenciamento.
Consultando as bases de dados oficiais do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM)1, observou-se que o empreendimento apresenta em sua proximidade
duas áreas com processos em tramitação perante o DNPM, conforme a figura (4.1.5-
3).

1
As informações foram obtidas na homepage oficial do DNPM, por meio do sistema SIGMINE, mecanismo oficialmente
reconhecido como arquivo dos processos perante este órgão federal.
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50

Figura 4.1.5-3: Limites do site proposto e áreas com processo de direitos minerários
na ADA

A figura acima demonstra que os limites do site proposto para a futura planta
industrial da Braxcel possui relação com dois processos de direitos minerários perante
o DNPM.
A primeira área a ser apresentada é a destacada na cor amarela, objeto do Processo
DNPM nº 864634/2011, cujas informações são:
Área: 49,99 hectares.
Fase processual: Requerimento do licenciamento realizado no órgão em 13 de outubro
de 2011.
Titularidade: Rildo Fernandes Pereira
Substancia: areia
Uso: Construção Civil
A segunda área a ser apresentada é a destacada na cor azul, objeto do Processo DNPM
nº 864147/2010, cujas informações são:
Área: 1.766,69 hectares.
Fase processual: Autorização de Pesquisa. Taxa paga em 28/07/2011.
Titularidade: José Luiz Rossati
Substancia: minério de ouro
Uso: Industrial
Tal consulta foi realizada no sistema SIGMINE durante os meses novembro e
dezembro de 2011 e nos meses janeiro e fevereiro de 2012, a fim de obter as
informações atualizadas e pertinentes ao licenciamento ambiental do empreendimento
da Braxcel.
No caso da primeira poligonal (Processo DNPM nº 864634/2011), trata-se de um
minério Classe II, o qual conforme o regulamento do código de mineração (Decreto nº
62.934/1968, artigo 7º e seguintes), o mineral areia é Classe II.
20600.10-1000-M-1500

51

Em termos práticos, tal requerimento de licenciamento não impede ou afeta o


licenciamento ambiental do empreendimento da Braxcel, pois neste caso o interesse e
a decisão final cabem ao proprietário da terra, que no caso presente já é a própria
Braxcel. Além disso, os minerais Classe II são os únicos que dependem também do
aval final da Municipalidade de Peixe (TO).
A segunda poligonal (Processo DNPM nº 864.147/2010) apresenta informações sobre
pesquisa mineral de ouro, um mineral metalífero Classe I (conforme Decreto nº
62.934/1968, artigo 7º, inciso I).
Neste caso, especificamente, o minerador mesmo não precisando da anuência do
proprietário da terra, precisará entrar em acordo com este último para evitar uso da via
judicial. A via judicial também não garante necessariamente a exploração naquele
local, nem o isentará de pagar valores ao proprietário da terra por eventual exploração
do minério.
Saliente-se, ainda, que a poligonal em comento ainda está em fase de pesquisa,
conforme indicou a pesquisa no sistema do DNPM, não significando necessariamente
que o minerador irá proceder à exploração do ouro.
Por fim, em termos de licenciamento ambiental, importante salientar que a existência
das duas poligonais na área diretamente afetada não impede que o NATURATINS
efetue o licenciamento da atividade. Basta, somente, que o NATURATINS informe o
DNPM sobre a emissão das licenças ambientais para o projeto da Braxcel, para que o
titular do direito de pesquisa mineral tome conhecimento.
O extrativismo vegetal é atividade econômica mais destacada na parte norte da região.
Tem como principais produtos o carvão vegetal, a produção de lenha e a extração de
madeiras, castanha-do-pará, açaí, palmito e pequi. A exploração madeireira
acompanha áreas de colonização, grandes empreendimentos agropecuários ou áreas de
siderurgia (ANA, 2009).
Além da ocupação das áreas para as diversas atividades econômicas, existem áreas
com restrições ao uso e ocupação humanas. As unidades de conservação abrangem
82.321 km² (9% da região), dos quais apenas 29% são de proteção integral (3% da
região). Destacam-se, em função da extensão, as áreas de proteção ambiental da Ilha
do Bananal/Cantão (Rio Araguaia) e do Jalapão (afluentes do rio do Sono). A
ocupação indígena é também expressiva com 53 terras indígenas totalizando uma área
de 47.031 km² (5% da região) e 25 etnias distintas. Muitas dessas terras ainda estão
em processo de demarcação. Adicionalmente, a região possui 23 comunidades
remanescentes de quilombolas oficialmente reconhecidas, distribuídas em 21 municí-
pios nos estados de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão (ANA, 2009).
A região possui três importantes corredores ecológicos: Araguaia–Bananal, Jalapão–
Mangabeiras e Paranã- Pireneus. No primeiro está localizada a Ilha do Bananal, a
maior ilha fluvial do mundo, que é formada pelo Rio Araguaia, e o Parque Nacional
do Araguaia, um Sítio Ramsar, uma das zonas úmidas mais importantes no mundo
para conservação da biodiversidade (ANA, 2009).
Na Região Hidrográfica, a demanda (vazão de retirada) de água é de 95 m³/s, sendo o
principal uso consuntivo a irrigação, que totaliza 57 m³/s (60% do total). O segundo
uso da água, em termos quantitativos, é para dessedentação animal, com 16 m³/s,
seguido pelo abastecimento humano, com 13 m³/s. A predominância dos usos para
irrigação e pecuária reflete o perfil econômico da região. Em 2025, a Região
Hidrográfica deverá atingir uma demanda de 221 m³/s e a irrigação e pecuária
20600.10-1000-M-1500

52

continuarão como os principais usos, seguidos do abastecimento humano e do uso


industrial (ANA, 2009).
A Região Hidrográfica é a segunda maior do país em potencial hidroenergético
instalado com 11.573 MW (16% do país) e 5 grandes usinas em operação (11.460
MW), todas no Rio Tocantins. A Usina de Serra da Mesa tem o maior volume de
reservatório do país e a de Tucuruí (8.365 MW), a maior capacidade de geração de
uma usina nacional. O potencial hidrelétrico da região é de 23.825 MW (ANA, 2009).
Assim, a localização, abundância e potencial de utilização dos recursos naturais,
especialmente da água, conferem à região um relevante papel no desenvolvimento do
país (ANA, 2009).
Unidades de Planejamento
Considerando as unidades de gestão de recursos utilizadas pelos Estados que
compõem a RHTA, a informação hidrológica disponível e os aproveitamentos
hidrelétricos existentes, a região foi subdividida em 17 Unidades de Planejamento
(UP), conforme apresentado na Tabela e Figura a seguir.
Tabela 4.1.5-3. Característica das Unidades de Planejamento adotadas no Plano
Estratégico da RHTA.
Municípios
Unidades de Planejamento Área com sede na
Principais Rios UP
% %
Nome Descrição (km²) Nº
RHTA RHTA
Araguaia,
Nascentes do Rio
1. Alto Araguaia Caiapó, Claro e 62.640 6,8 38 9,3
Araguaia
das Garças
Extremo sudoeste da
2. Alto Mortes das Mortes 40.130 4,4 7 1,8
Região Hidrográfica
Trecho inferior do rio
3. Baixo Mortes das Mortes 21.584 2,3 4 1,0
das Mortes
Araguaia,
Inicia-se na
4. Alto Médio Cristalino,
confluências dos rios 69.822 7,6 27 7,0
Araguaia Crixás-Açu e
Claro e das Mortes
Vermelho
Araguaia,
Formoso,
5. Médio Engloba a Ilha do
Javaés, 86.160 9,4 17 4,4
Araguaia Bananal
Crisóstomo e
Tapirapé
Araguaia, das
A jusante da Ilha do
6. Submédio Cunhas, Pau
Bananal até o rio Pau 67.964 7,4 22 5,7
Araguaia d´Arco e do
d´Arco
Coco
Araguaia,
7. Baixo Trecho final do Rio Muricizal,
36.760 4,0 28 7,3
Araguaia Araguaia Maria Lontra e
Corda
Tocantins,
Contribui para a UHE Maranhão, das
8. Alto Tocantins 51.201 5,6 42 10,9
Serra da Mesa Almas e
Tocantinzinho
Extremo sudeste da
9. Paranã Paranã 59,313 6,5 29 7,5
Região Hidrográfica
Entre as UHEs de Tocantins,
10. Alto Médio
Serra da Mesa e Luiz Manuel Alves 72.946 7,9 42 10,9
Tocantins
Eduardo Magalhães e Santa Tereza
20600.10-1000-M-1500

53

Municípios
Unidades de Planejamento Área com sede na
Principais Rios UP
% %
Nome Descrição (km²) Nº
RHTA RHTA
(Lajeado)

Tributário da margem
11. Sono Sono 45.687 5,0 11 2,9
direita do Tocantins
Tocantins,
Entre a UHE Lajeado Manuel Alves
12. Médio
e a confluência do Grande e 76,953 8,4 61 15,8
Tocantins
Araguaia Manuel Alves
Pequeno
Tributário da margem
esquerda do
13. Itacaiúnas Tocantins após Itacaúnas 41.219 4,5 5 1,3
confluência com o
Araguaia
Entre a confluência
14. Submédio
do Rio Araguaia e a Tocantins 26.865 2,9 5 1,3
Tocantins
UHE Tucuruí
Da UHE Tucuruí até
15. Baixo
a foz na Baía de Tocantins 5.752 0,6 5 1,3
Tocantins
Marajó
Rios que deságuam
Pará, Anapu e
16. Pará no rio Pará pela 62.899* 6,8 5 1,3
Pacajá
margem direita
Rios que deságuam Acará. Guamá e
17. Acará-Guamá 90.928* 9,9 37 9,6
na baía de Guajará Moju
TOTAL 918.822 100 385 100
Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
20600.10-1000-M-1500

54

Figura 4.1.5-4. Unidades de Planejamento da Região Hidrográfica do Tocantins-


Araguaia. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009
(Adaptado).

4.1.5.1 Recursos Hídricos Regional


A unidade industrial da Braxcel está localizada no município de Peixe, dentro da
UP10 - Alto Médio Tocantins. Assim essa UP corresponderá aos estudos da
Hidrologia e Hidrografia Regional (ANA, 2009).
A UP 10 - Alto Médio Tocantins localiza-se na região sul do estado do Tocantins, e
faz divisa com as UP Alto Médio Araguaia (4), Médio Araguaia (5), Submédio
20600.10-1000-M-1500

55

Araguaia (6), Alto Tocantins (8), Paranã (9), Sono (11) e Médio Tocantins (12) (ANA,
2009).

Figura 4.1.5.1-1. Unidades de Planejamento da Região Hidrográfica do Tocantins-


Araguaia. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009
(Adaptado).

Na Tabela a seguir são apresentadas algumas características da UP 10 - Alto Médio


Tocantins.
20600.10-1000-M-1500

56

Tabela 4.1.5.1-1. Caracterização da UP 10 - Alto Médio Tocantins.


Municípios
Unidade de Planejamento Área com sede na
Principais Rios UP
% da % da
N° Nome Descrição (km²) N°
RHTA RHTA
Entre as UHEs de Serra
Tocantins,
Alto Médio da Mesa e Luiz
10 Manuel Alves e 72.946 7,9 42 10,9
Tocantins Eduardo Magalhães
Santa Tereza
(Lajeado)
Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

4.1.5.1.1 Demografia
A população total da RHTA é de 7.188.568 habitantes (2000), tendo taxa de
urbanização de 74% e densidade demográfica de 7,82 hab/km². Em 2025, estima-se
que a população da RHTA chegue a 10.496.200 habitantes. Já a UP 10 - Alto Médio
Tocantins possui 501.475 habitantes (2000), taxa de urbanização de 85% e densidade
demográfica de 6,87 hab/km². Estima-se que em 2025, a população da RHTA chegue
a 857.000 habitantes (ANA, 2009), conforme apresentado na Tabela a seguir.

Tabela 4.1.5.1.1-1. Demografia da RHTA e da UP 10.

2000 Tendência para 2025


RH e UP Urbanização Densidade demográfica
População População
(%) (hab/km²)

RHTA 7.188.568 74 7,82 10.496.200

UP 10 501.475 85 6,87 857.000


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Observa-se, que a UP 10 - Alto Médio Tocantins apresenta maior índice de


urbanização que a RHTA, porém com menor densidade demográfica. Em 2025,
estima-se que a população da UP 10 - Alto Médio Tocantins corresponderá a 8,16%
da população total da RHTA (ANA, 2009).

4.1.5.1.2 Saneamento
Quanto ao saneamento na RHTA, 84% da população é atendida pelo abastecimento de
água, 4% pelo tratamento de esgotos e 79 pela coleta de lixo. Em 2025, estima-se que
estes índices sejam 92,3% para abastecimento de água, 49% para tratamento de esgoto
e 79% para coleta de lixo. Quanto ao lançamento de carga orgânica estima-se que
haverá aumento de 26,23% (de 173.523 para 219.044 kg/d) (ANA, 2009).
Já na UP 10 - Alto Médio Tocantins, 93,4 da população é atendida pelo abastecimento
de água, 5% pelo tratamento de esgotos e 84 pela coleta de lixo. Em 2025, estima-se
que estes índices sejam 96,1% para abastecimento de água, 46% para tratamento de
esgoto e 84% para coleta de lixo. Quanto ao lançamento de carga orgânica estima-se
que haverá aumento de 29,87% (de 13.421 para 17.430 kg/d) (ANA, 2009).
20600.10-1000-M-1500

57

Tabela 4.1.5.1.2-1. Saneamento na RHTA e da UP 10.


Lançamento de
Abastecimento de Tratamento de Coleta de Lixo
carga orgânica
Água (%) Esgoto (%) (%)
(kg/d)
Cenário Cenário Cenário Cenário
RH e UP 2000 PERH 2000 PERH 2000 PERH 2000 PERH
2025 2025 2025 2025
RHTA 84,0 92,3 4 49 173.523 219.044 79 100

UP 10 93,4 96,1 5 46 13.421 17.430 84 100


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Observa-se, que quanto ao abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de


lixo, a UP 10 - Alto Médio Tocantins apresenta melhores índices que a RHTA.
O tratamento de esgoto é praticamente inexistente, tanto na RHTA quanto na UP 10 -
Alto Médio Tocantins. Desta forma, são lançadas elevadas quantidades de carga
orgânica nos recursos hídricos da região.
Para 2025 estima-se uma melhoria significativa no saneamento da região, porém,
ainda, com baixos índices em tratamento de esgoto.
Nas Figuras a seguir são apresentados mapas sobre as condições de saneamento na
RHTA.
20600.10-1000-M-1500

58

Figura 4.1.5.1.2-1. População atendida com abastecimento de água na RHTA. Fonte:


PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
20600.10-1000-M-1500

59

Figura 4.1.5.1.2-2. Tipo de abastecimento de água na RHTA. Fonte: PERH da Bacia


Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
20600.10-1000-M-1500

60

Figura 4.1.5.1.2-3. População atendida com coleta de esgotos na RHTA. Fonte: PERH
da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
20600.10-1000-M-1500

61

Figura 4.1.5.1.2-4. População atendida com coleta de lixo na RHTA. Fonte: PERH da
Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

4.1.5.1.3 Demanda Hídrica


A demanda de água (vazão de retirada) na RHTA é de 95,1 m³/s. Os principais usos
são para irrigação e dessedentação animal, que correspondem, por 60% e 17%,
respectivamente. Na sequência, aparece o abastecimento humano, com 14%, e o
industrial, com 9%.
20600.10-1000-M-1500

62

Figura 4.1.5.1.3-1. Distribuição percentual das vazões de retirada e de consumo na


RHTA. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

O consumo totaliza 38,5 m³/s, ou seja, 40% da vazão de retirada. Embora a ordem de
importância relativa dos tipos de uso seja similar, no caso das vazões de consumo, a
dessedentação animal adquire maior expressão. Cabe ressaltar também que as
expressivas áreas de cultivo com irrigação por inundação na região, embora exijam
grandes volumes para enchimento dos tabuleiros, apresentam retornos significativos
ao manancial (ANA, 2009).
Em 2025 estima-se que a demanda total de água seja de 220,59 m³/s, segundo a
estimativa do PERH da RHTA (ANA, 2009).
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins a demanda total de água (vazão de retirada) é de 3,0
m³/s. Os principais usos são para consumo humano (35%) e dessedentação animal
(34%), seguido pela irrigação (21%) e indústria (10%). O consumo total na UP é de
1,59 m³/s, ou seja, 53% da vazão retirada (ANA, 2009).
Em 2025 estima-se que a demanda total de água seja de 20,79 m³/s, segundo a
estimativa do PERH da RHTA (ANA, 2009).

Abastecimento Humano
A demanda para abastecimento humano (urbano e rural) na RHTA corresponde a
13,09 m³/s (14%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 28,04 m³/s, que
corresponderá a 13% da demanda total.
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins, a demanda para abastecimento humano
corresponde a 1,04 m³/s (35%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 1,78 m³/s,
que corresponderá a 9% da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
Tabela 4.1.5.1.3-1. Demanda para abastecimento humano na RHTA e da UP 10.

2005 % da demanda Cenário PERH 2025 % da demanda


RH e UP
(m³/s) total (m³/s) total

RHTA 13,09 14% 28,04 13%

UP 10 1,04 35% 1,78 9%


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
20600.10-1000-M-1500

63

Comparando o cenário no ano de 2005 e o cenário futuro (PERH 2025) da demanda


de abastecimento humano, observa-se que na RHTA a proporção dessa demanda com
relação ao total será praticamente a mesma, enquanto que na UP 10 - Alto Médio
Tocantins haverá redução, passando de 35% para 9%.
Dessedentação Animal
Na RHTA, a demanda para dessedentação animal corresponde a 15,93 m³/s (17%).
Em 2025, estima-se essa demanda seja de 28,50 m³/s, que corresponderá a 13% da
demanda total (ANA, 2009).
A demanda para dessedentação animal na UP 10 - Alto Médio Tocantins corresponde
a 1,03 m³/s (34%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 1,90 m³/s, que
corresponderá a 9% da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
(ANA, 2009).
Tabela 4.1.5.1.3-2. Demanda para dessedentação animal na RHTA e da UP 10.

2005 % da demanda Cenário PERH 2025 % da demanda


RH e UP
(m³/s) total (m³/s) total

RHTA 15,93 17% 28,50 13%

UP 10 1,03 34% 1,90 9%


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Fazendo uma comparação entre o ano de 2005 e o futuro (PERH 2025) da demanda
para dessedentação animal, observa-se que na RHTA a proporção dessa demanda
com relação ao total terá redução (de 17% para 13%), assim como na UP 10 - Alto
Médio Tocantins, porém neste caso a redução será mais intensa, passando de 34%
para 9%.
Na Figura a seguir é apresentado o mapa sobre intensidade do rebanho bovino na
RHTA.
20600.10-1000-M-1500

64

Figura 4.1.5.1.3-2. Intensidade do rebanho bovino na RHTA. Fonte: PERH da Bacia


Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

Irrigação
A demanda para irrigação na RHTA corresponde a 57,42 m³/s (60%). Em 2025,
estima-se essa demanda seja de 133,97 m³/s, que corresponderá a 61% da demanda
total.
Na UP 10 - Alto Médio Tocantins a demanda para irrigação corresponde a 0,64 m³/s
(21%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 16,07 m³/s, que corresponderá a
77% da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500

65

Tabela 4.1.5.1.3-3. Demanda para irrigação na RHTA e da UP 10.

2005 % da demanda Cenário PERH 2025 % da demanda


RH e UP
(m³/s) total (m³/s) total

RHTA 57,42 60% 133,97 61%

UP 10 0,64 21% 16,07 77%


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Comparando o cenário no ano de 2005 e o cenário futuro (PERH 2025) da demanda


para irrigação, observa-se que na RHTA a proporção dessa demanda com relação ao
total será praticamente a mesma, enquanto que na UP 10 - Alto Médio Tocantins
haverá um aumento significativo, passando de 21% para 77%.
Na Figura a seguir é apresentado o mapa sobre área irrigada por município.
20600.10-1000-M-1500

66

Figura 4.1.5.1.3-3. Área irrigada por município na RHTA. Fonte: PERH da Bacia
Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

Indústria
Na RHTA a demanda para indústria corresponde a 8,63 m³/s (9%). Em 2025, estima-
se essa demanda seja de 30,03 m³/s, que corresponderá a 14% da demanda total.
A demanda para indústria na UP 10 - Alto Médio Tocantins corresponde a 0,29 m³/s
(10%). Em 2025, estima-se essa demanda seja de 1,04 m³/s, que corresponderá a 5%
da demanda total, conforme apresentado na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500

67

Tabela 4.1.5.1.3-4. Demanda para indústria na RHTA e da UP 10.

2005 % da demanda Cenário PERH 2025 % da demanda


RH e UP
(m³/s) total (m³/s) total

RHTA 8,63 9% 30,03 14%

UP 10 0,29 10% 1,04 5%


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Com relação à demanda para a indústria, na comparação entre o ano de 2005 e o


cenário futuro (PERH 2025), observa-se que na RHTA a proporção dessa demanda
com relação ao total terá aumento (de 9% para 14%), enquanto que na UP 10 - Alto
Médio Tocantins haverá redução de 10% para 5%.

Diluição de Efluentes Industriais e de Esgotos Domésticos


Muitos córregos e rios são geralmente utilizados como diluidores de cargas
poluidoras, tanto difusas como pontuais. No entanto, este tipo de uso pode
comprometer os demais usos da água e, portanto, deve-se observar os padrões de
lançamento e enquadramento dos corpos hídricos conforme a classe de uso, como
dispõe a Resolução CONAMA nº 357/2005 e a Resolução CONAMA nº 430/2011.
Na RHTA e na UP 10 - Alto Médio Tocantins os índices de tratamento de esgotos são
muito baixos (4% e 5%, respectivamente). Desta forma tem-se o lançamento de
grande quantidade de carga orgânica nos recursos hídricos da região. Além disso, a
atividade agropecuária na região é intensa e também contribui com o lançamento de
carga orgânica nos recursos hídricos.
Para minimização dos impactos da diluição de efluentes nos recursos hídricos, ações
devem ser tomadas pelo setor público e privado, como tratamento do esgoto
doméstico gerado pelos municípios, tratamento de efluente gerados pelas indústrias,
campanhas educacionais de incentivo ao uso de dosagem correta de agrotóxicos,
fiscalização para combate de lançamentos de efluentes em desacordo com a legislação
vigente, etc.
Geração de Energia Elétrica
A RHTA tem um potencial inventariado de 23.825,5 MW, dos quais 11.573,0 MW já
são aproveitados e representam cerca de 16% do total parque hidroenergético
instalado no país. Essa capacidade de geração hidroenergética significa o segundo
lugar entre as regiões hidrográficas do Brasil, atrás apenas da Bacia do Rio Paraná
(cerca de 43.000 MW de potência instalada).
Os empreendimentos em operação somados àqueles em construção, que perfazem
1.394,5 MW, dão um total de 12.967,5 MW, que corresponde ao aproveitamento de
54% da potencialidade da RHTA.
Na Figura a seguir são apresentados os empreendimentos hidrelétricos existentes, em
construção e previstos pelo Plano Decenal 2007/2016 para a região. Em operação, há
5 usinas (potência superior a 30 MW), que totalizam 11.459,5 MW, e 18 pequenas
centrais hidrelétricas (entre 1 e 30 MW de potência), que correspondem a 113,5 MW
de potência instalada. Adicionalmente, existem 2 usinas em construção, que são São
Salvador (243 MW) e Estreito (1.087 MW).
20600.10-1000-M-1500

68

Figura 4.1.5.1.3-4. Potencial hidrelétrico instalado e usinas previstas no PDE 2007-2016.


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

Em termos de potencial para geração de energia, destacam-se, na RHTA, os seguintes


rios: Tocantins (17.363MW); Araguaia (2.706 MW); das Mortes (534 MW); do Sono
(403 MW); Itacaiúnas (318 MW); Maranhão (292 MW); Paranã (288 MW); das
Almas (241 MW) e Palma (236 MW). Os demais rios apresentam potenciais inferiores
a 200 MW.
As UP com potencial para geração de energia na sub-região do Tocantins são, em
ordem decrescente, as seguintes: Submédio Tocantins (10.525 MW); Médio Tocantins
(3.194 MW); Alto Médio Tocantins (2.703 MW); Alto Tocantins (1.984 MW);
Paranã (849 MW); Sono (784 MW) e Itacaiúnas (333 MW).
20600.10-1000-M-1500

69

De forma global, na RHTA, o percentual de aproveitamento do potencial hidrelétrico


inventariado (empreendimentos em operação somados àqueles em construção
divididos pelo total) é expressivo nas UP Alto Tocantins (64% do potencial da UP),
Alto Médio Tocantins (77% do potencial da UP), Submédio Tocantins (79% do
potencial da UP) e Médio Tocantins (35% do potencial da UP). Nas demais UP’s, os
percentuais de aproveitamento são inferiores a 9%.
Na Tabela a seguir, é apresentado um resumo do potencial e da produção (2007) de
energia elétrica na RHTA e na UP 10 - Alto Médio Tocantins.
Tabela 4.1.5.1.3-5. Resumo do potencial e da produção (2007) de energia elétrica na
RHTA e na UP 10 - Alto Médio Tocantins.

Potencial por estágio em MW (2007)


RH e
UP Projeto Aproveitamento
Inventário Viabilidade Construção Operação Total
básico (%)

RHTA 5.402,56 4.788,00 667,46 1.394,50 11.572,96 23.825,48 54,43

UP 10 155,13 480,00 - 243,20 1.825,00 2,703,33 76,51

Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Na área de abrangência da UP 10 - Alto Médio Tocantins e na área próxima ao


empreendimento (a cerca de 13 km) existe a Usina Hidrelétrica Peixe Angical,
instalada no rio Tocantins entre os municípios de Peixe-TO e São Salvador do
Tocantins-TO, de propriedade da ENERPEIXE S.A.
A Usina Hidrelétrica Peixe Angical possui 3 turbinas com capacidade de geração de
450 MW.

Figura 4.1.5.1.3-5. Usina Hidrelétrica Peixe Angical. Fonte: ENERPEIXE.


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70

Transporte Navegável
A navegação nos rios Tocantins e Araguaia data do século XVIII, tendo sido
importante na fixação de contingentes populacionais na região. Considerando a
RHTA, os principais rios navegáveis são o Tocantins, Araguaia, das Mortes, Pará e
Guamá-Capim.
Apesar do potencial, não há navegação em escala comercial expressiva, sendo o
transporte de cargas realizado, predominantemente, por rodovias e ferrovias.
Os tipos de navegação mais relevantes, na RHTA, são a de recreio (transporte de
passageiros e cargas) que utiliza comboios constituídos por balsas e empurradores, em
que a carga é mantida intocada nos caminhões ou nos contêineres, caso do transporte
de calcário no Rio Araguaia e o transporte de granéis.
A navegação na bacia Tocantins e Araguaia, nas condições atuais, é realizada no
período das cheias, compreendido entre janeiro e maio, conforme Tabela a seguir.
Tabela 4.1.5.1.3-6. Condições de navegação na Bacia Tocantins–Araguaia.

Trecho navegável de Extensão Calado máximo Cheias


Rio
montante para jusante (km) na seca (m) (meses)
Nova Xavantina – Foz do Rio
Mortes 567 1,50 jan/jun
das Mortes
Aruanã – São Félix do
480 0,90
Araguaia
São Félix do Araguaia –
Araguaia 730 1,00 jan/mai
Xambioá
Xambioá – Foz 228 1,00
Braço Leste da Ilha do
Javaés 556 0,90 jan/mai
Bananal
MIraecma do Tocantins –
420 0,90
Estreito
Tocantins Estreito – Tucuruí 578 1,20 jan/jun

Tucuruí – Foz 250 5,00


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

O Rio Tocantins apresenta extenso trecho navegável entre Miracema e Tucuruí, e tem
como principal obstáculo natural as cachoeiras de Santo Antônio e de Serra Quebrada,
localizadas entre Estreito e Imperatriz. Neste último trecho, a navegação ocorre
somente nas cheias. A construção de barramentos para geração de energia sem a
conclusão das eclusas contribui para impedir a navegação comercial. As eclusas de
Tucuruí, estratégicas para a navegação na RHTA por viabilizar a navegação de
Marabá até Belém, após 20 anos de serviços têm apenas 50% das obras executadas.
Soma-se, também, a construção da eclusa de Lajeado, que viabiliza o aproveitamento
até a cidade tocantinense de Peixe, e da Usina de Estreito, atualmente em construção
sem a previsão de eclusa.
Aquicultura e Pesca
A pesca na bacia do Tocantins–Araguaia é estratificada com relação à organização e
comercialização. No Alto e parte superior do Médio Tocantins predominam,
respectivamente, a pesca amadora e de subsistência. Em direção à foz, no trecho
20600.10-1000-M-1500

71

inferior do Médio Tocantins e no Baixo Tocantins, a pesca é dominada por pescadores


profissionais colonizados. No Rio Araguaia, ocorre estratificação semelhante, pois, em
virtude da proibição da pesca profissional nos estados de Mato Grosso, Goiás e
Tocantins, a organização dos pescadores profissionais está restrita às UP Submédio e
Baixo Araguaia, na margem esquerda, correspondente ao estado do Pará.
No Alto e Médio Araguaia (acima da Ilha do Bananal), a pesca é praticada
principalmente por pescadores amadores. A Figura a seguir apresenta a localização
das colônias de pescadores na RHTA e dos municípios em que há aquicultura.
Apesar da presença da pesca comercial na RHTA, cumpre destacar que, mesmo nas
colônias de pescadores mais atuantes, o nível de organização é bastante precário e os
trabalhadores permanecem marginalizados, com difícil acesso ao crédito, às
facilidades de estocagem, às informações sobre o preço de comercialização e ao
atendimento médico e odontológico.
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72

Figura 4.1.5.1.3-6. Colônias de pesca e municípios com aquicultura. Fonte: PERH da


Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).
Com relação à aquicultura, à exceção do Estado do Tocantins, que está totalmente
inserido na região, nas demais Unidades da Federação não existe a informação
específica sobre a produção aquícola dentro da RHTA.
No Estado do Tocantins, estima-se que, para a piscicultura em sistema semintensivo,
existam de 200 a 250 piscicultores, e o cultivo está presente em cerca de 40
municípios com destaque para o Almas. A produção é de cerca de 2.000 t/ano e as
espécies mais cultivadas são tambaqui, caranha, piau e o híbrido tambatinga. Para a
piscicultura em sistema extensivo estima-se que sejam despescadas 2.000 t/ano.
Ainda com relação à aquicultura, a região apresenta atualmente, especialmente nos
lagos de Serra da Mesa e de Tucuruí, uma demanda pela instalação de tanques redes.
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73

Turismo Ecológico
O potencial turístico associado aos recursos hídricos da RHTA é grande, e para
caracterizar as principais atrações turísticas, foram criadas três categorias distintas:
água como insumo, onde o recurso hídrico é o atrativo turístico; turismo de massa, em
que a água pode ser afetada de maneira indireta, sobretudo, em sua qualidade, por
último, as belezas cênicas, onde o recurso hídrico não constitui o principal atrativo
turístico (ANA, 2009).
Na categoria da água como insumo, destaca-se o Pólo Araguaia-Tocantins, de alto
potencial turístico relacionado à pesca esportiva (inclusive torneios de pesca), ao
turismo ecológico e às praias fluviais, cujo período de alta temporada se estende de
junho a setembro com pico em julho (ANA, 2009).
Este turismo é mais expressivo no Rio Araguaia, com cerca de 200 mil visitantes no
lado goiano que recebe anualmente ainda cerca de 18.000 pescadores amadores, cuja
atividade é proibida na época da piracema, entre novembro e fevereiro. Na categoria
de alto potencial, ocorrem ainda a Ilha do Bananal (Tocantins e Mato Grosso), a maior
ilha fluvial do mundo, caracterizada por um delicado ecossistema em grande parte
protegido pelo Parque Nacional do Araguaia e por terras indígenas, e o Pólo Turístico
de Belém (Pará), que inclui ilhas, como a do Mosqueiro, e o rio Guamá, com seus
canais e igarapés. Os lagos de Tucuruí, Lajeado e Serra da Mesa apresentam
potencialidade média a baixa (ANA, 2009).
Considerando a categoria turismo de massa, há atrações com potencialidade média que
são: a cidade de Pirenópolis (Goiás), tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, devido à sua arquitetura colonial, e que possui belezas naturais,
como cachoeiras e a serra dos Pireneus; e Goiás, primeiro núcleo urbano do estado,
que recebeu da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura
(Unesco), em 2001, o título de Patrimônio da Humanidade (ANA, 2009).
No que tange às belezas cênicas, cabe destacar, pela alta potencialidade, o Jalapão
(Tocantins), com cachoeiras, lagoas, dunas de areia, serras e chapadões do parque
estadual. Com potencial médio existem: a Chapada dos Veadeiros (Goiás),
reconhecida por suas cachoeiras, canyons, cavernas, flora e fauna riquíssimas que
compõem o parque nacional homônimo; o parque estadual do Cantão (Tocantins) que
se destaca pela grande variedade de fauna, que inclui aves e peixes, e pelos atrativos
turísticos como os passeios de barco pelas praias fluviais e trilhas; o Parque Estadual
do Terra Ronca (Goiás) com um conjunto de cavernas e grutas, considerado o
principal patrimônio espeleológico da América Latina; a Serra do Roncador (Mato
Grosso), marcada pelo turismo relacionado aos seus rios e corredeiras com destaque
para o Parque Estadual da Serra Azul, e a Cachoeira de Itiquira, localizada a 115 km
de Brasília, que recebe, em média, 60 mil visitantes por ano (ANA, 2009).
Na Figura a seguir são apresentadas as principais atrações turísticas da região.
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Figura 4.1.5.1.3-7. Principais atrações turísticas da região. Fonte: PERH da Bacia


Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

4.1.5.1.4 Disponibilidade Hídrica


Superficial
A RHTA apresenta vazão média de 13.799 m³/s, que corresponde a 8% do país,
inferior apenas a da Região Hidrográfica do Amazonas, com 131.947 m³/s.
Considerando-se a bacia Tocantins–Araguaia (sem considerar as Opôs Pará e Acará-
Guamá), a vazão média é de 11.083 m³/s. O total anual médio de precipitação na
região é de 1.744 mm e a evapotranspiração anual média, de 1.267mm (73% da
precipitação) (ANA, 2009).
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75

O escoamento anual médio de 477 mm indica rendimento hidrológico de 27%, inferior


ao do Brasil (37%), mas superado apenas pelas regiões hidrográficas do Amazonas,
Atlântico Sudeste, Atlântico Sul e Uruguai (ANA, 2009).
Na Tabela a seguir é apresentada disponibilidade hídrica superficial na RHTA e na UP
10 - Alto Médio Tocantins.
Tabela 4.1.5.1.4-1. Disponibilidade hídrica superficial na RHTA e na UP 10 - Alto Médio
Tocantins.

Qespecífica
Qespecífica
Q95% Qespecífica 95% Qespecífica
RH e Qmáxima Qmédia Qmínima 95%
permanência média perrmanência. 95%
UP (m3/s) (m3/s) (m3/s) permanência
(m3/s) (l/s.km2) incremental perrmanência
(l/s.km2)
(l/s.km2)

RHTA 38.556 13.799 4.168 2.696 15,14 15,14 2,96 2,96

UP 10 11.420 2.442 833 446 13,31 12,67 2,43 1,89

Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Para a avaliação da disponibilidade hídrica superficial na RHTA, foi considerada a


vazão de estiagem, nos trechos onde não há barramentos que alteram o regime fluvial,
e a vazão regularizada com 100% de garantia somada à vazão incremental de
estiagem, em seções à jusante de reservatórios de regularização (ANA, 2009).
Como ao longo do Rio Araguaia não há reservatórios, a disponibilidade hídrica é
expressa pela vazão de estiagem que é de 969 m3s (ANA, 2009).
No caso do Tocantins, as vazões naturais são significativamente impactadas pelos
barramentos implantados, cujas vazões regularizadas, com 100% de garantia, são as
seguintes: 662 m3/s em Serra da Mesa; 664 m3/s em Cana Brava; 817 m3/s em Peixe-
Angical; 882 m3/s em Lajeado e 4.785 m3/s em Tucuruí. Os reservatórios de Serra da
Mesa e Tucuruí, em especial, afetam substancialmente o regime hidrológico do Rio
Tocantins, elevando, por exemplo, a disponibilidade hídrica de 159 m3/s (vazão de
estiagem) para 662 m3/s (vazão regularizada), em Serra da Mesa, e de 2.471 m3/s para
4.785 m3/s, em Tucuruí. O perfil de disponibilidade hídrica do Rio Tocantins com o
efeito da regularização produzida pelos barramentos é apresentado na Figura a seguir.
A disponibilidade hídrica da RHTA é de 5.447 m3/s (ANA, 2009).

Figura 4.1.5.1.4-1. Perfil da disponibilidade hídrica do Rio Tocantins. Fonte: PERH da


Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
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76

Subterrânea
As águas subterrâneas desempenham importante papel no desenvolvimento
socioeconômico da RHTA. Foram cadastrados 3.818 poços e estima-se que este
número represente um reduzido percentual daqueles em atividade (ANA, 2009).
Deste total, a maior parte da água subterrânea é utilizada para o consumo humano
(98,7%) e, na indústria, o uso é muito restrito (1,3%). Não foi observado o uso para
dessedentação animal e para irrigação, indicando que seu uso possivelmente é mais
restrito na região (ANA, 2009).
Os sistemas aquíferos da região foram divididos nos domínios Fraturado e Poroso,
que concentra o maior potencial (ANA, 2009).
O Domínio Fraturado ocupa uma área de 370.327 km² (49% da RHTA) e inclui os
aqüíferos fraturados designados genericamente de cristalino, associados às rochas
ígneas e metamórficas, em que não existem espaços entre os grãos (p.e. xisto,
quartzito, granito ou basalto), e onde a água ocupa os espaços representados por
fissuras ou fraturas, juntas, falhas e, em casos particulares, vesículas. Inclui, ainda, os
aquíferos cársticos, formados em rochas carbonáticas, em que, além do fraturamento,
existem feições de dissolução da rocha, representados por sumidouros, cavernas, e
dolinas (ANA, 2009).
O Domínio Poroso abrange área de 380.684 km² (41% da RHTA). Os aquíferos,
nesse caso, contêm água nos espaços entre os grãos constituintes da rocha e são
representados pelas rochas sedimentares consolidadas (por exemplo, arenito e
folhelho) e inconsolidadas (por exemplo, areia e argila) (ANA, 2009).
A disponibilidade hídrica subterrânea (reserva explotável que corresponde a 25% das
reservas reguladoras) da RHTA totaliza 995,81 m³/s, que representam pequena
parcela (0,7%) das reservas permanentes, estimadas em 4.590.923 x 106 m³ (84%
desse valor está no Domínio Poroso). O Domínio Poroso corresponde a 50,4% das
reservas explotáveis, com destaque para a bacia sedimentar do Parnaíba, que
concentra as maiores reservas de água subterrânea (147 m³/s), seguida da bacia
sedimentar do Paraná (ANA, 2009).
A disponibilidade hídrica subterrânea da RHTA é de 74,03 m³/s, conforme
apresentado na Tabela a seguir.

Tabela 4.1.5.1.4-2. Disponibilidade hídrica subterrânea na RHTA e na UP 10 - Alto Médio


Tocantins.

Domínio hidrogeológico fraturado Domínio


Subdomínio Subdomínio hidrogeológico Total
RH e UP
fraturado fraturado-cársico poroso (m³/s)
(m³/s) (m³/s) (m³/s)

RHTA 469,09 22,61 504,11 995,81

UP 10 69,38 0,02 4,63 74,03


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
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77

4.1.5.1.5 Balanço Hídrico


O balanço hídrico tem por objetivo comparar as demandas hídricas com as
disponibilidades (oferta) e, como decorrência, identificar os saldos hídricos em cada
trecho dos rios que compõem a RHTA. Permite, ainda, identificar o nível de
comprometimento da qualidade de água dos rios pela carga orgânica produzida a
partir dos esgotos e do chorume.
O conceito de disponibilidade hídrica, adotado para a realização dos balanços, é
aquele que, em trechos de rios sem regularização, corresponde à vazão de estiagem
(vazão com 95% de permanência). Em trechos regularizados, corresponde à vazão
regularizada somada à incremental da vazão de estiagem. Para a realização do
balanço hídrico quantitativo, foi utilizado o índice de utilização da disponibilidade
(IUD), que representa a razão entre as demandas consuntivas e a disponibilidade
hídrica em um determinado trecho de rio.
Para a análise qualitativa, foi utilizado o índice de déficit qualitativo (IDQ) que
representa a razão entre a carga orgânica (de esgotos e de chorume) lançada sobre a
carga assimilável para que o corpo d´água permaneça na Classe 2 da Resolução
CONAMA nº 357/05 (5 mg/L de DBO5). Para rios sem contaminação foi
considerada uma DBO5 natural de 2 mg/L.
O balanço entre as demandas atuais e as disponibilidades hídricas demonstra que
predominam situações de excedente hídrico na RHTA, conforme Figura a seguir.
No entanto, em algumas áreas pontuais em face de uma maior concentração de áreas
irrigadas, ocorrem situações de maior estresse hídrico. Nas UP Alto e Alto Médio
Araguaia, Alto Mortes, Alto e Alto Médio Tocantins, mesmo havendo grande
concentração de áreas irrigadas por pivô central, não ocorrem déficits hídricos (IUD
maior que 1,0), entretanto, em alguns cursos d’água, o IUD indicou situações de
alerta, onde as demandas são maiores que 50% e menores do que 70% das
disponibilidades hídricas.
20600.10-1000-M-1500

78

Figura 4.1.5.1.5-1. Balanço hídrico quantitativo por meio do índice de utilização da


disponibilidade (IUD). Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e
Araguaia, 2009.
O balanço hídrico qualitativo mostra que diversos cursos d´água não apresentam
capacidade de assimilação por diluição da carga orgânica produzida pelas cidades, por
não atenderem às exigências da Classe 2 de enquadramento (trechos de rio com IDQ
superior a 1), conforme Figura a seguir. Nesse aspecto, se destaca a grande quantidade
de trechos de rios que recebem os esgotos produzidos pelos municípios concentrados
ao longo da rodovia Belém–Brasília, que corta a RHTA longitudinalmente no sentido
norte–sul. Por estarem situados no divisor de águas, entre as bacias Tocantins e
Araguaia, os rios apresentam baixas vazões, que, por sua vez, reduzem a capacidade
de assimilação.
20600.10-1000-M-1500

79

Figura 4.1.5.1.5-2. Balanço hídrico qualitativo por meio do índice de déficit qualitativo
(IDQ) considerando a Classe 2 como referência. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos
Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

4.1.5.1.6 Qualidade
Superficial
As principais atividades potencialmente impactantes na qualidade das águas da RHTA
são o lançamento de esgotos, a construção de hidrelétricas, o assoreamento, o uso
inadequado de fertilizantes e agrotóxicos, e de forma mais pontual, a atividade
industrial (frigoríficos, laticínios, curtumes, mineração e siderurgia). Na Figura a
seguir, é apresentada a distribuição das cargas orgânicas geradas pela produção de
esgoto e lixo, indicando as potenciais regiões impactantes sobre os recursos hídricos.
20600.10-1000-M-1500

80

Figura 4.1.5.1.6-1. Cargas orgânicas provenientes de esgotos das sedes municipais.


Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
Os dados de qualidade das águas existentes são restritos espacialmente, considerando
as dimensões da região, e apresentam pequena série histórica sendo concentrados, na
maior parte, nos dois principais rios, o Tocantins e o Araguaia.
Os parâmetros oxigênio dissolvido (OD), condutividade elétrica e índice do estado
trófico apresentados nas Figuras a seguir são representativos das condições da água
superficial na RHTA. Indicam, de maneira geral, que as águas dos rios Tocantins e
Araguaia são de boa qualidade – Classes 1 e 2 da Resolução CONAMA nº 357/2005.
Todavia, na parte inferior (baixa) do Rio Araguaia, a montante da confluência com o
Rio Tocantins, há valores de oxigênio dissolvido de Classe 3 e, após a confluência
entre os rios, de Classe 4 (próximo a Marabá).
20600.10-1000-M-1500

81

Os afluentes dos grandes rios da região e seus tributários apresentam rede de


monitoramento muito esparsa. Os dados disponíveis indicam que a qualidade das
águas desses corpos hídricos menores é mais significativamente impactada pelas
atividades humanas, principalmente lançamento de cargas de esgoto, que associada à
baixa capacidade de diluição dos cursos, produz rios que chegam às classes 3 e 4 em
determinados períodos do ano.

Figura 4.1.5.1.6-2. Concentrações de oxigênio dissolvido (mg/L) (S - estação seca; C -


estação chuvosa). Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia,
2009.
Observa-se que na região de implantação da unidade industrial da Braxcel a
concentração de oxigênio dissolvido é superior a 6,0 mg/L, indicando padrão de
20600.10-1000-M-1500

82

qualidade de rio Classe 1, conforme Res. CONAMA 357/2005 e Res. CONAMA


430/2011.

Figura 4.1.5.1.6-3. Condutividade elétrica ( S/cm) (S - estação seca; C - estação


chuvosa). Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.
Observa-se, que na região de implantação da unidade industrial da Braxcel a
condutividade elétrica está entre 100 e 200 µS/cm, indicando valor considerado
“Alto”.
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83

Figura 4.1.5.1.6-4. Índice do estado trófico. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia, 2009.
Observa-se, que na região de implantação da unidade industrial da Braxcel o índice
trófico é inferior a 47, indicando estado Ultraoligotrófico. Isto significa que os corpos
d’água estão limpos, com produtividade muito baixa e concentrações insignificantes
de nutrientes que não acarretam prejuízos aos usos da água.
Subterrânea
O conhecimento físico químico e bacteriológico da qualidade das águas subterrâneas
da RHTA é bastante limitado. Os dados disponíveis mostram que as águas dos
domínios Poroso e Fraturado são de boa qualidade. Em ANA (2009), de 143 amostras
analisadas, 95% apresentam parâmetros físico-químicos dentro dos padrões de
potabilidade, segundo o Ministério da Saúde por meio da Portaria nº 518/2004
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84

(BRASIL, 2004a), portaria essa que regia no ano de realização dessas analises (Atual
Portaria nº 2914/2011).
Uma caracterização geral mostra que as águas da região se caracterizam pela baixa
salinidade e, em alguns sistemas aquíferos, foram identificadas altas concentrações de
ferro total e nitrato. O primeiro apresenta origem natural e ocorre, principalmente, nos
poços dos sistemas aquíferos do domínio Poroso. Os teores elevados podem produzir
problemas como gosto metálico, manchas em roupas e em instalações hidráulicas e
redução de vazões e da vida útil dos poços. Em alguns casos, é necessário o
tratamento prévio da água para seu aproveitamento. A presença de teores elevados de
nitrato, por outro lado, evidencia contaminação possivelmente relacionada à
deficiência de saneamento básico (fossas e baixo nível de cobertura por esgotos) e
falta de proteção sanitária na construção dos poços.
Cabe destacar, que os sistemas aquíferos das coberturas cenozoicas, além dos poços
tubulares profundos, são explotados por meio de poços rasos (cacimbas, poços
amazonas e cacimbões) normalmente situados nas áreas urbanas e ao longo dos rios.
Devido à má construção desses poços, ao saneamento básico precário e à uma
condição de vulnerabilidade à contaminação elevada associada a um nível freático
geralmente raso, é comum a contaminação bacteriológica e por nitratos dessas águas.
Qualidade da água Subterrânea
A qualidade da água subterrânea foi avaliada através de análises físico-químicas e
microbiológicas realizadas em 2 amostras coletadas (em 2 pontos distintos) nos dias
12 e 13 de dezembro de 2011.
As medições foram realizadas na fazenda Morada do Boi e na estrada próxima ao
futuro empreendimento, sendo os pontos localizados:
Ponto 1: Localizado na Casa da Sede da Fazenda Morada do Boi;
Ponto 2: Localizado próximo à entrada da fazenda, na lanchonete da Baiana;
Tabela 4.1.5.1.6-1: Localização dos Pontos de coleta de água subterrânea.

Coordenadas
Ponto Descrição
S O

01 Casa sede da fazenda Morada do Boi 12°09’49.3” 48° 30’14”

02 Lanchonete da Baiana 12°09’51.2” 48° 32’33.1”


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85

Figura 4.1.5.1.6-5. Localização dos pontos de coleta de água subterrânea.

Na Tabela a seguir são apresentados os resultados das análises dos dois pontos.

Tabela 4.1.5.2-2. Resultado das análises de água subterrânea.


Pontos de Coleta - Água
Subterrânea
P02 -
Padrão P01 - Caçimba Caçimba do
Potabilidade da Sede Restaurante
CONAMA
Parâmetro Unidade (Portaria MS Café Quente
420/09
nº2914 de
12/12/11)
13/12/2011 13/12/2011

Aluminio mg/L 3,5 0,2 0,66 < 0,10


Antimônio mg/L 0,005 0,005 <0,005 <0,005
Arsênio mg/L 0,01 0,01 <0,01 <0,01
Bário mg/L 0,7 0,7 <0,10 <0,10
Boro mg/L 0,5 - < 0,021 < 0,021
Cálcio mg/L - - 3,6 0,8
Cádmio mg/L 0,005 0,005 < 0,001 < 0,001
Chumbo mg/L 0,01 0,01 < 0,01 < 0,01
Cloreto mg/L - - 8 9
Cobre mg/L 2 2 < 0,002 < 0,002
Cobalto mg/L 0,07 - < 0,03 < 0,03
Cor mg Pt/L - - 250 <5
20600.10-1000-M-1500

86

Pontos de Coleta - Água


Subterrânea
P02 -
Padrão P01 - Caçimba Caçimba do
Potabilidade da Sede Restaurante
CONAMA
Parâmetro Unidade (Portaria MS Café Quente
420/09
nº2914 de
12/12/11)
13/12/2011 13/12/2011

Condutividade (Campo) mS/cm - - 43,1 21


Cromo Total mg/L 0,05 0,05 < 0,01 < 0,01
Dureza Total mg/L - - 11 7
Ferro mg/L 2,45 - 0,78 0,24
Fluoreto mg/L - 1,5 1,02 0,95
Manganês mg/L 0,4 - 0,1 0,16
Molibdênio mg/L 0,07 - < 0,05 < 0,05
Mercúrio mg/L 0,001 0,001 < 0,0002 < 0,0002
Níquel mg/L 0,02 0,07 < 0,002 < 0,002
Nitrogênio Amoniacal mg/L - - 0,06 < 0,05
Nitrogênio Nitrato mg/L 10 10 0,41 < 0,02
Nitrogênio Nitrito mg/L - 1 < 0,005 < 0,005
Nitrogênio K. Total mg/L - - 0,08 < 0,005
Odor - - - Inodoro Inodoro
pH (Campo) UpH - - 5,57 5,13
Potássio mg/L - - 1,23 0,26
Prata mg/L 0,05 - < 0,001 < 0,001
Selênio mg/L 0,01 0,01 < 0,01 < 0,01
Sódio mg/L - - 0,88 0,85
Sulfato mg/L - - <2 2,48
Sulfeto mg/L - - < 0,8 < 0,8
Surfactantes mg/L - - < 0,04 < 0,04
Sólidos Dissolvidos mg/L - - 51 33
Totais
Vanádio mg/L - - < 0,34 < 0,34
Zinco mg/L 1,05 - < 0,001 0,02
Escherichia Coli mg/L - - Ausente Ausente
Enterococcus U.F.C/mL - - Ausente Ausente
Ausência em
Coliformes Totais NMP/100mL - 120 4
100mL
Coliformes Fecais NMP/100mL - - 3 < 1,8
(Termotolerante)
Alcalinidade Carbonatos mg/L - - <2 <2
Acrilamida mg/L - 0,0005 <0,004 <0,004
Benzo (A) antraceno mg/L 0,00175 - < 0,005 < 0,005
Benzeno mg/L 0,005 0,005 < 0,002 < 0,002
Benzo Pireno mg/L 0,0007 0,0007 <0,0005 <0,0005
Cloreto de Vinila mg/L 0,005 0,002 < 0,002 < 0,002
1,2-Dicloroetano mg/L 0,01 0,01 < 0,002 < 0,002
1,1-Dicloroeteno mg/L 0,03 0,03 < 0,002 < 0,002
Diclorometano mg/L - 0,02 < 0,002 < 0,002
Estireno mg/L 0,02 0,02 < 0,002 < 0,002
Etilbenzeno mg/L 0,3 - < 0,002 < 0,002
Fenois mg/L - - < 0,001 < 0,001
20600.10-1000-M-1500

87

Pontos de Coleta - Água


Subterrânea
P02 -
Padrão P01 - Caçimba Caçimba do
Potabilidade da Sede Restaurante
CONAMA
Parâmetro Unidade (Portaria MS Café Quente
420/09
nº2914 de
12/12/11)
13/12/2011 13/12/2011

PCB’S (somatória) mg/L 0,0035 - < 0,001 < 0,001


Triclorobenzeno mg/L 0,02 0,02 < 0,002 < 0,002
Tetracloroeteno mg/L 0,04 0,04 < 0,002 < 0,002
Tolueno mg/L 0,7 - < 0,002 < 0,002
Tetracloreto de Carbono mg/L 0,002 0,004 < 0,002 < 0,002
Xileno mg/L 0,5 - < 0,002 < 0,002

Dos parâmetros avaliados, somente alguns destacados a seguir apresentaram valores


que não atendem os limites aplicados e havendo ocorrência só no P01.
Pode-se atribuir neste caso, a presença de Coliformes Totais no P01, pelos seguintes
fatores: o lençol freático é raso e que está sujeito a interferências externas, tais como
proteção precária do poço e a não utilização frequente do mesmo.
O Laudo de Água Subterrânea encontra-se no Volume V – Laudos.
4.1.5.1.7 Plano Estadual de Recursos Hídricos
Para fins do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Tocantins (em fase de
elaboração), adota-se os sistemas hidrográficos do rio Araguaia e do rio Tocantins, os
quais ocupam, respectivamente, as porções oeste e leste do estado, conforme
apresentado na Figura 4.1.5.1.7-1.
O sistema hidrográfico do Araguaia perfaz uma superfície de 104.791,8 km2, que
equivale a 37,7% do território estadual. Congrega 16 sub-bacias hidrográficas,
referentes às terras drenadas pelos rios Araguaia, Riozinho, Javaés, Formoso, Pium, do
Coco, Caiapó, Lajeado, Bananal, Barreiras, das Cunhas, Jenipapo, Muricizal, Lontra e
Piranhas; e, Ribeirão Corda.
O sistema hidrográfico do Tocantins, totalizando 172.828,2 km2, representa 62,3% da
superfície do estado. Esse sistema é formado por 14 bacias hidrográficas, com
destaque para a bacia do rio Tocantins, que ocupa cerca de 20,8% do território
tocantinense. Além da bacia homônima, integram o sistema hidrográfico do Tocantins
as terras situadas nas sub-bacias dos rios Santa Tereza, Paranã, Palma, Manuel Alves
da Natividade, São Valério, Santo Antônio, Crixás, das Balsas, Sono, Perdida, Manuel
Alves Grande, Manuel Alves Pequeno; e, no Ribeirão dos Mangues (ANA, 2009),
conforme apresentado na Figura 4.1.5.1.7-2.
Ressalta-se que não foi utilizada a divisão hidrográfica do estado do Tocantins nos
estudos dos Recursos Hídricos Regional, pois não existem dados disponíveis, sendo
que o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Tocantins está em fase de
elaboração.
20600.10-1000-M-1500

88

Figura 4.1.5.1.7-1. Sistemas hidrográficos do rio Araguaia e do rio Tocantins. Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Tocantins
(Adaptado).
20600.10-1000-M-1500

89

Figura 4.1.5.1.7-1. Divisão Hidrográfica do Estado do Tocantins. Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Tocantins.
20600.10-1000-M-1500

90

4.1.5.1 Recursos Hídricos Local


A unidade industrial de produção de celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL,
localizada no município de Peixe-TO, próxima à margem esquerda do Rio Tocantins,
lançará seus efluentes tratados e captará água para abastecimento da fábrica neste
mesmo rio. Desta forma, o Rio Tocantins corresponderá aos estudos da Hidrologia e
Hidrografia Local.
O Rio Tocantins tem extensão total de aproximadamente 2.400 km e é formado a
partir da confluência dos rios das Almas e Maranhão, cujas cabeceiras localizam-se no
Planalto de Goiás, a cerca de 1.000 m de altitude, ao norte da cidade de Brasília.
Tem área de drenagem de 306.310 km², antes da confluência com o Araguaia, e
764.996 km² na foz, incluída a área de drenagem do Rio Araguaia. Apresenta, no seu
trecho superior a médio, características de rio de planalto, enquanto no trecho médio a
inferior, de planície. As grandes usinas hidrelétricas da RHTA estão no Rio Tocantins
e são, de montante para jusante, as seguintes: Serra da Mesa, Cana Brava, Peixe-
Angical, Luís Eduardo Magalhães (Lajeado) e Tucuruí.
Os principais rios tributários do Tocantins, até sua confluência com o Araguaia, estão
localizados em sua margem direita, sendo, de montante para jusante, os seguintes:
Paranã, Manoel Alves, do Sono e Manoel Alves Grande. Depois da confluência com o
Araguaia, recebe pela margem esquerda, o rio Itacaiúnas.

Figura 4.1.5.2-1. Vista geral do Rio Tocantins.


20600.10-1000-M-1500

91

Figura 4.1.5.2-2. Rio Tocantins com vista no fundo para a Praia da Tartaruga.

Vazão
Os dados de vazão do rio Tocantins foram fornecidos pela ENERPEIXE, que é responsável
pelo controle operacional da Usina Hidrelétrica de Peixe-Angical. Os dados são referentes à
estação fluviométrica localizada a jusante da UHE Peixe-Angical, no período de nov/2006 a
jan/2012. Na Figura a seguir é apresentado o gráfico de vazão média do rio Tocantins a
jusante da UHE Peixe-Angical.

Figura 4.1.5.2-2. Vazão média a jusante da UHE Peixe-Angical, entre 2006 e 2012.
20600.10-1000-M-1500

92

Qualidade da água superficial


A qualidade da água do Rio Tocantins foi avaliada através de análises físicoquímicas e
microbiológicas realizadas em 2 campanhas, a primeira em 27 de setembro de 2011
(época sem chuvas) e a segunda em 13 de dezembro de 2011 (época com chuvas).
Nas 2 campanhas foram coletas amostras de águas em 3 pontos, conforme Tabela e
Figura a seguir.
Tabela 4.1.5.2-1. Pontos de coleta de água no Rio Tocantins.

Coordenadas
Ponto* Descrição
S O

A montante do futuro local do empreendimento


(coleta realizada em cima da ponte que dá acesso
01 12°13’01” 48° 27’59”
a estrada para o município de São Valério da
Natividade)

A montante do município de Peixe e jusante do


02 12°03’47” 48° 30’34”
futuro local do empreendimento
A jusante do município de Peixe (coleta realizada
03 próxima a uma praia, local turístico do município 11°59’36” 48° 31’45”
de Peixe).
*Ponto 1- centro do rio. Pontos 2 e 3 - Amostras compostas por alíquotas coletadas no centro e nas duas margens,
em cada ponto.

Figura 4.1.5.2-3. Localização dos pontos de coleta de água no Rio Tocantins.


20600.10-1000-M-1500

93

Figura 4.1.5.2-4. Ponto de coleta 1 – À montante do empreendimento ponte que dá


acesso ao município de São Valério da Natividade.

Figura 4.1.5.2-5. Ponto de coleta 2 – À montante do município de Peixe e jusante do


futuro local do empreendimento.
20600.10-1000-M-1500

94

Figura 4.1.5.2-6. Ponto de coleta 3 – Vista da coleta de água para oxigênio dissolvido.

Na Tabela a seguir são apresentados os resultados das análises físicoquímicas e


microbiológicas das 2 campanhas de água realizadas no Rio Tocantins.
Tabela 4.1.5.2-2. Resultado das análises físico-químicas e microbiológicas das 2
campanhas de água realizadas no Rio Tocantins.

PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03 RESOLUÇ


ÃO
PARÂMETRO UNID.
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª CONAMA
Campan Campan Campan Campan Campan Campan 430/11
ha ha ha ha ha ha
Alcalinidade
mg/L 40 38 37 47 34 21 N.A.
Total

Alumínio mg/L < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,20 < 0,2 < 0,20 0,1 mg/L Al

0,7 mg/L
Bário mg/L 0,06 0,10 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02
Ba
0,01 mg/L
Chumbo mg/L < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01
Pb
250 mg/L
Cloreto mg/L 1,0 1,0 1,0 3,0 1,0 8,0
Cl
Condutividad
S/cm 92 79,6 90 81,8 91 81,3 N.A.
e

Cor Aparente mg Pt/L < 2,5 25 < 2,5 30 < 2,5 30 N.A.

Cor
mg Pt/L < 2,5 15 < 2,5 20 < 2,5 20 <75,0 Pt/Co
Verdadeira
Demanda
até 5,0
Bioquímica mg/L <3 <1 <3 <1 <3 <1
mg/L O2
de Oxigênio
20600.10-1000-M-1500

95

Demanda
Química de mg/L <6 <6 <6 <6 <6 <6 N.A
Oxigênio

Dureza Total mg/L 47 39 42 36 44 35 N.A

0,003 mg/L
Fenol mg/L < 0,001 <0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
C6H5OH
Ferro 0,3 mg/L
mg/L 0,37 0,12 0,33 0,11 0,26 0,22
Dissolvido Fe

Fosfato Total mg/L 0,03 0,08 0,02 0,09 0,03 0,07 N.A

Fosfato Orto mg/L < 0,003 <0,003 < 0,003 0,01 < 0,003 0,01 N.A

0,0002
Mercúrio mg/L ND <0,0002 ND < 0,0002 ND < 0,0002
mg/L Hg

Magnésio mg/L 5,1 3,66 3,4 2,44 4,6 1,46 N.A

0,1 mg/L
Manganês mg/L 0,04 0,02 0,02 < 0,002 0,02 < 0,002
Mn
3,7mg/L N,
para pH
7,566
2,0 mg/L N,
para 7,5 <
Nitrogênio pH 8,0
mg/L < 0,05 <0,05 < 0,05 0,09 < 0,05 0,12
Amoniacal 1,0 mg/L N,
para 8,0 <
pH 8,5
0,5 mg/L N,
para pH >
8,5
Nitrogênio 10,0 mg/L
mg/L 0,07 0,22 0,04 0,34 0,05 0,36
Nitrato N
Nitrogênio
mg/L ND < 0,005 ND 0,01 ND 0,02 1,0 mg/L N
Nitrito
Nitrogênio K.
mg/L 0,08 0,08 0,06 0,10 0,08 0,16 N.A.
Total
Óleos e virtualment
mg/L <2 <2,0 <2 <2 <2 <2
Graxas e ausentes
Oxigênio > 5,0 mg/L
mg/L 8,9 6,1 8,6 6,4 7,5 6,5
Dissolvido O2

Potássio mg/L 0,84 0,84 0,74 2,1 0,68 2,2 N.A.

pH
UpH 7,62 7,66 7,52 7,13 7,45 7,28 6,0 a 9,0
(Laboratório)

Sílica mg/L 3,68 4,08 2,94 4,58 3,04 5,01 N.A.

Sólidos
Dissolvidos mg/L 71 87 66 55 73 83 500 mg/L
Totais
Sólidos
Suspensos mg/L 10 18 12 20 10 17 N.A.
Totais
20600.10-1000-M-1500

96

Sódio mg/L 1,9 1,0 1,8 0,98 1,6 0,97 N.A.

250 mg/L
Sulfato mg/L ND 5,87 ND 6,72 ND 4,46
SO4

Turbidez F.T.U 0,4 8 0,5 8 0,5 10 100 NTU

0,18 mg/L
Zinco mg/L 0,01 0,02 0,01 0,014 0,015 0,014
Zn
Coliformes N.M.P/1
20 49 10 23 40 23 N.A.
Totais 00 mL

Coliformes
1000
Fecais N.M.P/1
4 <1,8 2 <1,8 10 < 1,8 NMP/100
(Termotolerant 00 mL
mL
es)
Legenda: N.A. Não Aplicável.

Em todas as amostras coletadas os parâmetros analisados encontram-se de acordo com


padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 e Resolução CONAMA
430/11.
A carga orgânica (DBO) e a cor apresentam níveis muito baixos e o oxigênio
dissolvido apresenta níveis elevados, representando um rio sem aparente poluição e
compatível com os padrões de qualidade de um rio Classe II.
20600.10-1000-M-1500

97

4.2 Meio Biótico

4.2.1 Flora
A interação do conjunto de fatores naturais, culturais e artificiais que integram as
relações entre as pessoas e o meio ambiente permite o desenvolvimento equilibrado de
todas as formas de vida. A vegetação é um importante indicador ambiental
responsável pelo balanço hídrico de uma área, assim como um regulador das
comunidades faunísticas associadas.
A cobertura vegetal de uma região pode ser caracterizada conforme sua fisionomia,
sua composição florística e pelo agrupamento e distribuição das espécies e o seu
diagnóstico tem como objetivo caracterizar as comunidades vegetais identificadas nas
áreas de influência do empreendimento, a partir de uma avaliação de seu estado de
conservação, a fim de identificar e quantificar os possíveis impactos ambientais
causados pelo empreendimento.

4.2.1.1 Métodos de Trabalho


A metodologia empregada para mapeamento do uso do solo e da cobertura vegetal
consistiu na utilização de técnicas de interpretação visual de produtos de
sensoriamento remoto da área de estudo (imagens de satélite) e na análise integrada
das informações extraídas destes produtos; das coletadas no trabalho de campo e das
bases digitais.
Para o diagnóstico da AII foram obtidos dados de fontes secundárias, como IBGE
(1992), Atlas do Tocantins (SEPLAN, 2008), além de estudos existentes na região de
influência.
Após esta análise foram selecionados os fragmentos mais conservados, inclusive
aqueles localizados em áreas de preservação permanente (APP) e fragmentos de
fisionomia aberta, a fim de se verificar a existência de fitofisionomias características
do Bioma Cerrado. Estas áreas foram mapeadas, sendo obtidas suas coordenadas
UTM (Universal Transverse Mercator) As coordenadas UTM foram obtidas para o
Datum SAD 69.
Para o levantamento qualitativo da vegetação realizado entre os dias 18 e 20 de
outubro 2011, utilizou-se o método do caminhamento (FILGUEIRAS, et al 1994) que
consiste na descrição da vegetação das áreas amostradas, elaborando listagens das
espécies encontradas.

4.2.1.2 Vegetação Regional


O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, representa 23% do território nacional
(Ratter et al. 1997) e ocupa, principalmente, o Planalto Central Brasileiro, nos Estados
de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Bahia
e Distrito Federal, além de manchas expressivas nos Estados de Rondônia, Piauí e São
Paulo, e em algumas áreas pontuais do Paraná.
Os ambientes do Cerrado variam significativamente no sentido horizontal, ocorre um
complexo mosaico vegetacional que incluem diferentes fisionomias, determinadas
pela combinação de fatores como a ação do fogo, o clima tropical com chuvas de
20600.10-1000-M-1500

98

verão e inverno seco, diferentes tipos de solo, a disponibilidade de água e de


nutrientes, a geomorfologia e a topografia, a latitude, o pastejo e o impacto das
atividades antrópicas (Coutinho 1982; Ribeiro & Walter 1998).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (1992), as Savanas
brasileiras recebem o nome de Cerrado como termo regionalista, e as diferentes
fisionomias recebem as denominações de Savana florestada (Cerradão), Savana
arborizada (Campo-cerrado), Savana parque e Savana gramíneo-lenhosa (Figura
4.2.1.2-1).
O Cerrado é uma das regiões de maior diversidade do planeta, aproximadamente 40%
das espécies de plantas lenhosas, só ocorrem nas savanas brasileiras. Cerca de metade
das 2.000 espécies de arbustos e árvores, quase 100% das espécies herbáceas são
endêmicas (Klink; Machado, 2005, Roma, 2006, MMA, 2007).
Considerado um dos “hotspots” mundiais de biodiversidade, importantes para
conservação em função de sua riqueza biótica, nível de endemismos e grau de ameaça.
(Myers et al, 2000; Klink; Machado, 2005).
A exploração de madeira nativa, a construção de barragens e estradas, a expansão
urbana e o aumento das áreas de monoculturas e pastoreio, contribuem para que,
segundo Mitermeyer, et al, 1999, 67% das áreas de Cerrado sejam consideradas como
“altamente modificadas” e apenas 20% encontram-se em seu estado original.
Segundo SEPLAN (2008) o estado do Tocantins apresenta em sua maioria áreas com
Cerrado (87,8%), com suas diferentes fisionomias vegetacionais e mais cinco regiões
formações florestais, representadas pela Floresta Estacional Decidual (0,6%), Floresta
Estacional Semidecidual (1,9%), Floresta Ombrófila Aberta (5,4%) e Floresta
Ombrófila Densa (4,3%), as quais estão sob influência do domínio Amazônico.

Savana florestada (Cerradão)

Os cerradões não possuem flora específica. Na sua composição florística estão


presentes exemplares arbóreos pertencentes às Florestas Estacionais, Matas de galeria
e Cerrado stricto sensu. Nos cerradões de solos mais ricos predominam espécies de
Floresta Estacional, já em solos mais pobres, predomina a flora de Cerrado.
Segundo, IBGE (1992), trata-se de subgrupo de formação com uma fisionomia típica e
característica, restrita das áreas areníticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo
em clima tropical eminentemente estacional.
O dossel apresenta-se, sua maioria, contínuo e a cobertura arbórea entre 50 a 90%, a
altura média do estrato arbóreo varia de 8 a 15 metros, proporcionando condições de
luminosidade que favorecem a formação de estrato arbustivo e herbáceo
diversificados (Ribeiro & Walter, 1998).
As espécies arbóreas mais frequentes são: pau-santo (Kielmeyera coriacea), pimenta-
de-macaco (Xylopia aromática), copaíba (Copaifera langsdorffii), oiti (Hirtella
glandulosa), pacari (Lafoensia pacari), maria-preta (Siphoneugena densiflora), pequi
(Caryocar brasiliense), escorrega-macaco (Vochysia haenkeana), pau-marfim
(Agonandra brasiliensis), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jacarandá-do-
cerrado (Dalbergia miscolobium), faveiro (Dimorpha mollis), jacarandá-muchiba
(Machaerium opacum), vinhático (Plathymenia reticulata), sucupira (Pterodon
emarginatus), sucupira-branca (Pterodon pubescens), pau-terra-grande (Qualea
grandiflora), carvoeiro (Sclerolobium paniculatum), imbiruçu (Pseudobombax
tomentosum), capitão-do-campo (Terminalia argentea), marmelada-de-cachorro
20600.10-1000-M-1500

99

(Alibertia edulis), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), erva-de-teiú (Casearia


sylvestris), folha-branca (Miconia albicans), maria-preta (Miconia macrothyrsa) e o
chá-de-bugre (Rudgea viburnoides). Estão presentes no estrato graminoso o capim-
flexinha (Echinolaena inflexa) e a espécie exótica capim-gordura (Melinis
minutiflora).

Savana arborizada (Campo-cerrado)

Caracterizada por uma vegetação de terras altas, não inundáveis, de boa fertilidade e
bem drenadas, que apresenta um componente florestal e um componente savânico de
terras argilosas e mal drenadas.
De acordo, IBGE (1992), trata-se de subgrupo de formação natural e/ou antrópico que
apesar de semelhante à da Savana Florestada (Cerradão), possui ecótipos dominantes
que caracterizam os ambientes de acordo com o espaço geográfico ocupado.
Sua fisionomia mais comum é o Cerrado stricto sensu, formação savânica
caracterizada pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações
irregulares e retorcidas, e geralmente com evidência de queimadas (Ribeiro e Walter,
1998). Sua flora é composta por dois grupos de espécies: aquelas da camada lenhosa,
que varia de 3-5 metros de altura, com cobertura arbórea de 10 a 60%; e as próprias da
camada rasteira, com predominância de gramíneas (Eiten, 2001; Felfili et al.,2002).
Entre as espécies arbóreas mais frequentes destacam-se o murici (Byrsonima crassa,
Byrsonima verbascifolia e a Byrsonima coccolobifolia), sucupira-preta (Bowdichia
virgilioides), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), chapadinha (Acosmium
dasycarpum), faveiro (Dimorphandra mollis), araticum (Annona coriacea), peroba-
do-campo (Aspidosperma tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium),
mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), pequi (Caryocar brasiliense), erva-de-teiú
(Casearia sylvestris), galinha-choca (Connarus suberosus), lixeira (Curatella
americana), sambaibinha (Davilla elliptica), copaíba (Copaifera langsdorffii),
jilozeiro (Diospyros híspida), paineira-do-cerrado (Eriotheca gracilipes), mercúrio-
do-campo (Erythroxylum suberosum), mangaba (Hancornia speciosa), pau-de-leite
(Himatanthus obovatus), pau-santo (Kielmeyera coriacea), jacarandá (Machaerium
acutifolium), cabeça-de-negro (Ouratea hexasperma), pacari (Lafoensia pacari) figo-
do-cerrado (Pouteria ramiflora), vinhático (Plathymenia reticulata), pau-terra-grande
(Qualea grandiflora), pau-terra-liso (Qualea multiflora), pau-terra-roxo (Qualea
parviflora), folha larga (Salvertia convallariaeodora) carne-de-vaca (Roupala
montana), caraíba (Tabebuia áurea), ipê-amarelo-do-cerrado (Tabebuia ochracea),
carvoeiro (Sclerolobium aureum), jenipapo-de-cavalo (Tocoyena formosa),
amargosinha (Vatairea macrocarpa), pimenta-de-macaco (Xylopia aromática),
cajueiro (Anacardium occidentale), araticum (Annona crassiflora) e a peroba-do-
campo (Aspidosperma macrocarpon).
Entre as espécies arbustivas e subarbustivas de ocorrência temos o araticunzinho
(Annona tomentosa), o cajuzinho-do-cerrado (Anacardium húmile), a gabiroba
(Campomanesia pubescens), o guarantã (Esenbeckia pumila), o murici-de-ema
(Byrsonima basiloba), a pinha-do-campo (Duguetia furfuracea), o coração-de-negro
(Eremanthus glomerulatus), a douradina-do-campo (Palicourea rígida), a canela-de-
ema (Vellozia squamata), o breu-do-cerrado (Protium ovatum), o mercúrio-do-campo
(Erythroxylum tortuosum), a carobinha (Jararanda decurrens), o pau-santo
(Kielmeyera rubriflora), o pau-pobre (Maprounea guianensis), o sangue-de-cristo
(Sabicea brasiliensis) e a fruta-de-ema (Parinari obtusifolia).
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100

Formando o estrato graminoso ocorrem o capim-flexinha (Echinolaena inflexa),


Loudetiopsis chrysotrix, Schizachirium tenerum, Mesosetum loliiforme e os gêneros
Paspalum spp e Trachypogon spp.
Savana parque
Subgrupo de formação essencialmente constituído por um estrato graminóide,
integrado por hemicriptófitos e geófitos de florística natural e/ou antropizada,
entremeado por nanofanerófitos isolados (IBGE, 1992).
Savana gramíneo-lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia, quando natural, os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquíticas, que ocupam extensas áreas dominadas por hemicriptófitos e que,
aos poucos, quando manejadas através do fogo ou pastoreio, sendo substituídas por
geófitos que se distinguem por apresentar colmos subterrâneos, mais resistentes ao
pisoteio do gado e ao fogo (IBGE, 1992).
20600.10-1000-M-1500

101

Figura 4.2.1.2-1: Mapa de vegetação.


20600.10-1000-M-1500

102

4.2.1.3 Vegetação na Área de Influência Direta


As fisionomias presentes no Cerrado podem ser definidas segundo o porte arbóreo,
arbustivo e herbáceo dos seus indivíduos (Coutinho, 1978) e classificadas em
formações florestais (mata ciliar, mata de galeria, mata seca e cerradão), formações
savânicas (cerrado sensu stricto, parque de cerrado, palmeiral e vereda) e formações
campestres (campo sujo, campo rupestre e campo limpo), podendo ainda, apresentar
subtipos (Ribeiro e Walter, 1998). (Figura 4.2.1.3-1)
20600.10-1000-M-1500

103

Figura 4.2.1.3-1: Mapa de Fitofisonomias da AID.


20600.10-1000-M-1500

104

Fitofisionomias do Bioma Cerrado presentes na AID

Formações Florestais

As formações florestais associadas às drenagens são consideradas como vegetação


extra-cerrado, relacionadas com a disponibilidade hídrica e não com as características
específicas do bioma Cerrado, tendo similaridades florísticas com florestas de outros
biomas (Ribeiro e Walter, 1998).
Mata ciliar
A mata ciliar é definida como vegetação florestal que acompanha as margens dos rios
de médio e grande porte (Figura 4.2.1.3-2). A vegetação arbórea não forma galerias,
sendo relativamente estreitas em ambas as margens, embora, em áreas planas, essa
largura possa ser maior.
O dossel varia de 20 a 25 metros de altura, com poucos indivíduos emergentes. As
espécies típicas são predominantemente caducifólias, com algumas sempre-verdes,
conferindo à Mata Ciliar um aspecto semidecíduo.

Figura 4.2.1.3-2: Fragmento de mata ciliar presente no Rio Tocantins.


Entre as espécies ocorrem o angico-branco (Anadenanthera colubrina), o angico-
vermelho (Anadenanthera peregrina), o tamboril (Enterolobium contortisiliquum), o
gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), o cajazeiro (Spondias mombin), o peito-de-
pombo (Tapirira guianensis), o jatobá (Hymenaea courlbaril) (Figura 4.2.1.3-4) , a
farinha-seca (Albizia polycephala), o ingá-mirim (Inga laurina), o ingazeiro (Inga
marginata), o pau-jangada (Apeiba tibourbou), a macaúba (Acrocomia aculeata), o
ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus), o pau-d’arco (Handroanthus serratifolius), a
almesca (Protium heptaphyllum), o pau-formiga (Triplaris americana), o genipapo
(Genipa americana), a erva-de-rato (Psychotria carthagenensis), o pau-pólvora
(Trema micrantha), o capitão-do-campo (Buchenavia tomentosa), a mirindiba
(Terminalia glabrescens), a tarinurana (Alchornea discolor), o mutambo (Guazuma
ulmifolia) (Figura 4.2.1.3-5), a espinheira-leitosa (Maclura tinctoria), o guamirim-de-
folha-fina (Myrcia splendens), a goiabeira-brava (Psidium guineense) (Figura 4.2.1.3-
3), a mamica-de-porca (Zanthoxylum rhoifolium), a guaçatonga (Casearia sylvestris),
a maria-podre (Dilodendron bipinnatum), o camboatá (Matayba elaeagnoides), o abiu
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105

(Pouteria torta var. glabra), o limão-bravo (Siparuna guianensis), a embaúba


(Cecropia pachystachya) e a gomeira (Vochysia pyramidalis) (Figura 4.2.1.3-6).

Figura 4.2.1.3-3: Goiabeira-brava (Psidium Figura 4.2.1.3-4: Jatobá (Hymenaea


guineense). courlbaril).

Figura 4.2.1.3-5: Mutambo (Guazuma Figura 4.2.1.3-6: Gomeira (Vochysia


ulmifolia). pyramidalis).
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Mata de galeria
As Matas de galeria definem-se por uma vegetação que acompanha os cursos d’água
de pequeno porte e córregos, formando corredores fechados de vegetação. Localizadas
nos fundos de vales ou nas cabeceiras, o estrato arbóreo varia entre 20 e 30 metros e a
cobertura vegetal atinge 85% decorrente da sobreposição das copas (Ribeiro e Walter,
1998).
Entre as fitofisionomias do bioma Cerrado, as matas de galeria são as que possuem
maior complexidade estrutural (FELFILI, 1995a) e maior biodiversidade proporcional
à área que ocupam (MENDONÇA et al,1998).
Dividem-se em dois subtipos: Mata de galeria não-inundável, ocorre em terrenos com
topografia acidentada onde a linha de drenagem é bem definida, e Mata de galeria
inundável, ocorre em terrenos com topografia plana onde a linha de drenagem e pouco
definida sujeita a alterações (Ribeiro e Walter, 1998).
Entre as espécies ocorrem a sangra-d’água (Croton urucarana), o marinheiro (Guarea
macrophylla), a bicuíba-do-brejo (Virola urbaniana), a congonha (Ilex integrifolia), o
cedro (Cedrela odorata), a maria-mole (Dendropanax cuneatum), a fruta-de-morcego
(Euplassa inaequalis), a pata-de-vaca (Bauhinia rufa), a imbirinha (Cardiopetalum
calophyllum), jequitibá (Cariana rubra), bacupari-da-mata (Cheiloclinum cognatum),
o camboatá-vermelho (Cupania vernalis), a embira (Guatteria sellowiana), o
guaramim-da-folha-fina (Myrcia rostrata), o coração-de-negro (Piptocarpha
macropoda), a copaíba (Copaifera langsdorffii), o jatobá (Hymenaea courbaril), o
veludo-branco (Guettarda viburnoides), o tapicuru (Callisthene major), a fruta-de-
pomba (Erythroxylum daphnites), o ajurú (Licania apetala), o camboatá-branco
(Matayba guianensis), a farinha-seca (Ouratea castaneaefolia), a tapura (Tapura
amazonica), o breu-vermelho (Tetragastris altissima), o pau-de-tucano (Vochysia
pyramidalis e Vochysia tucanorum) e a pindaíba-vermelha (Xylopia sericea).

Formações Savânicas
As formações savânicas estão associadas ao clima (período de limitação de água); ao
biótico (interferências antrópicas) e à pedologia (aspectos edáficos e geológicos), que
agem de forma determinante na vegetação.
Cerrado stricto sensu
A composição florística, a fisionomia e a estrutura das formas de crescimento
dominantes, definem esta fitofisionomia que caracteriza bem o bioma Cerrado
(Figuras 4.2.1.3-7 e 4.2.1.3-8).
O Cerrado sentido restrito (stricto sensu) caracteriza-se por árvores baixas, inclinadas,
tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com evidência de
queimadas. Os arbustos e subarbustos apresentam xilopódios (órgãos subterrâneos
perenes), que permitem a rebrota após queima ou corte.
20600.10-1000-M-1500

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Figura 4.2.1.3-7: Fragmento de cerrado presente AID.

Figura 4.2.1.3-8: Vista do interior do fragmento de cerrado presente AID,


detalhe das evidências de queimadas nos exemplares arbóreos.

Apresenta dois extratos, o superior, com arbustos e árvores que raramente ultrapassam
6 metros de altura, recobertos por cascas espessas, com folhas coriáceas e caules
tortuosos, e o inferior, com vegetação rasteira herbácea-arbustiva.
As espécies mais frequentes são: guatambú-do-cerrado (Aspidosperma subincanum),
peroba-do-cerrado (Aspidosperma tomentosum), mangaba (Hancornia speciosa)
(Figura 4.2.1.3-9), pau-de-leite (Himatanthus obovatus), guariroba-do-campo
(Syagrus comosa), coco-de-quaresma (Syagrus flexuosa), ipê-amarelo-do-cerrado
(Handroanthus ochraceus), pau-d'arco (Handroanthus serratifolius), ipê-do-cerrado
(Tabebuia aurea), almesca (Protium heptaphyllum), gonçalo-alves (Astronium
fraxinifolium), araticum-do-campo (Annona coriacea), pindaíba (Guatteria
sellowiana), pimenta-de-macaco (Xylopia aromática), pindaíba-do-campo (Xylopia
sericea), pequi (Caryocar brasiliense), oiti-do-sertão (Couepia grandiflora), azeitona
(Hirtella glandulosa), pau-santo (Kielmeyera coriacea), capitão-do-campo
(Terminalia argentea), araruta-do-campo (Connarus suberosus) (Figura 4.2.1.3-10),
jatobá (Hymenaea courbaril), amargoso (Acosmium dasycarpum), sucupira-preta
(Bowdichia virgilioides), jacarandá (Machaerium opacum), sucupira-branca (Pterodon
20600.10-1000-M-1500

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pubescens), muricis (Byrsonima coriacea, Byrsonima guilleminiana, Byrsonima


verbascifolia), lixeira (Curatella americana), mercúrio (Erythroxylum deciduum),
tarinurana (Alchornea discolor), faveiro (Dimorphandra mollis), paineirinha-do-
campo (Eriotheca gracilipes), paineira-do-campo (Eriotheca pubescens), pau-terra
(Qualea grandiflora) (Figura 4.2.1.3-11), pau-terra-do-campo (Qualea multiflora),
pau-terrinha (Qualea parviflora e as gomeiras (Vochysia pyramidalis e Vochysia
thyrsoidea).

Figura 4.2.1.3-9: Mangaba (Hancornia speciosa), detalhe do fruto

Figura 4.2.1.3-10: Araruta-do-campo (Connarus suberosus), detalhe do fruto.


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Figura 4.2.1.3-11: Pau-terra (Qualea grandiflora), detalhe do fruto.

No Cerrado stricto sensu, os fatores condicionantes (bióticos e abióticos) originam


ainda, subdivisões fisionômicas classificadas em: Cerrado Denso, Cerrado Típico,
Cerrado Ralo e Cerrado Rupestre. Essas variações refletem a forma dos agrupamentos
e o espaçamento entre as árvores (Ribeiro e Walter, 1998).

Cerrado Denso

Caracteriza-se por apresentar um estrato arbóreo denso, com cobertura de 50% a 70%,
(Figura 4.2.1.3-12) constituído por árvores de copa larga, com 5 a 8 metros de altura
(Ribeiro e Walter, 1998).

Figura 4.2.1.3-12: Fitofisionomia de cerrado denso, presente na AID.


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Nos fragmentos onde o fogo não atua de forma recorrente, o estrato arbóreo apresenta-
se denso e rico em espécies florestais, os estratos arbustivos e herbáceos são mais
ralos, provavelmente devido ao maior índice de sombreamento.

O estrato arbóreo é formado por associação de espécies típicas de cerrado com


elementos próprios de formações florestais como a copaíba (Copaifera langsdorfii), a
canela (Ocotea spixiana) (Figura 4.2.1.3-14), a bicuíba (Virola sebifera), a gomeira
(Vochysia thyrsoidea), o tucaneiro (Vochysia tucanorum), o pequi (Caryocar
brasiliense) (Figura 4.2.1.3-13), a sucupira (Pterodon emarginatus), o chapéu-de-
vaqueiro (Salvertia convallariodora) e o cafezeiro-do-mato (Cordiera concolor).

Figura 4.2.1.3-13: Pequi (Caryocar brasiliense), detalhe do fruto.

Figura 4.2.1.3-14: Canela-do-cerrado (Ocotea sp), detalhe do fruto.

Cerrado Típico
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A vegetação predominante caracteriza-se pelo porte arbóreo-arbustivo, com cobertura


arbórea de 20% a 50% e altura média de 3 a 6 metros de altura. Apresenta uma
fisionomia intermediária entre o Cerrado Denso e o Cerrado Ralo (Ribeiro e Walter,
1998).

OCT 18 2011
Figura 4.2.1.3-15: Representação de um Cerrado típico com cobertura arbustivo-
arbórea entre 20 a 50%.

Cerrado Ralo

A vegetação é constituída de árvores e arbustos, com cobertura arbórea de 5% a 20%


(Figura 4.2.1.3-16) e altura média de 2 a 3 metros. O estrato inferior, onde ocorrem
arbustos e ervas, destaca-se a cobertura graminosa (Ribeiro e Walter, 1998).
Na área de estudo, esta unidade de paisagem ocupa uma área de baixada onde o lençol
freático aparenta estar mais próximo da superfície. Uma evidência a esta observação é
a presença de espécies típicas de áreas com solo úmido, tais como Calophyllum
brasiliense (guanandi) e Vochysia tucanorum (tucaneiro).

Figura 4.2.1.3-16: Fitofisionomia de cerrado ralo antropizado, presente na AID.


Vale ressaltar que em alguns trechos, a distinção entre estes dois subtipos, Cerrado
Ralo e Cerrado Típico, foi dificultada pela cobertura arbórea um pouco mais densa, o
que dificultou a delimitação das mesmas.

Vereda
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A vereda é caracterizada pela presença da palmeira arbórea buriti (Mauritia flexuosa)


(Figura 4.2.1.3-17), em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas.
Ocorrem em solos com alto índice de saturação hídrica (Figura 4.2.1.3-18), próximo
às nascentes ou na borda de matas de galeria.

OCT 18 2011

Figura 4.2.1.3-17: Vista geral da Vereda presente na AID, porção contato com a BR242.

Figura 4.2.1.3-18: Buriti (Mauritia flexuosa) presente em


solos com alto índice de saturação hídrica.
Os buritis (Mauritia flexuosa) não formam dossel, apresentam-se emergentes com
altura variando entre 12 e 15 metros e a cobertura entre 5% e 10%, associados às
espécies como o guatambú-do-cerrado (Aspidosperma subincanum), a pimenta-de-
macaco (Xylopia aromatica) (Figura 4.2.1.3-20), a pindaibinha (Xylopia emarginata),
a pindaíba-do-campo (Xylopia sericea), o pau-de-leite (Himatanthus obovatus)
(Figura 4.2.1.3-19), o mutambo (Guazuma ulmifolia), o pau-de-lacre (Vismia
guianensis) e a embaúba (Cecropia pachystachya).
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Figura 4.2.1.3-19: Pau-de-leite (Himatanthus obovatus), detalhe da inflorescência.

Figura 4.2.1.3-20: Pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica), detalhe da inflorescência.


Segundo Warming (1908), nas áreas úmidas e campos circundantes destacam-se os
gêneros Andropogon, Axonopus, Aristida, Panicum, Paspalum, Schizachyrium e
Trachypogon; Baccharis, Eupatorium, Vernonia; Miconia, Tibouchina (Ribeiro e
Walter, 1998).
Foram verificadas 171 espécies, reunidas em 59 famílias, sendo que as mais
representativas foram: Curatella americana (lixeira), Byrsonima laxiflora (murici),
Qualea multiflora (pau-terra-do-campo) e Salvertia convallariodora (chapéu-de-
vaqueiro) (Figura 4.2.1.3-21).
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OCT 18 2011

Figura 4.2.1.3-21: Espécies observadas em campo, como o Syagrus flexuosa


(palmeirinha-do-cerrado), Dipteryx alata (barú) com seus frutos, a Tabebuia
aurea (ipê–do-cerrado) e o Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (jatobá-do-
cerrado).

A Tabela 4.2.1.3-1, abaixo lista as espécies encontradas nestas fitofisionomias. Não


foram identificadas espécies ameaçadas de extinção na AID.
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115

Tabela 4.2.1.3-1: Listagem das espécies observadas nas fitofisionomias presentes na AID do empreendimento.
Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Astronium fraxinifolium Schott gonçalo-alves X X X X
Anacardiaceae Spondias mombin L. cajazeiro X
Tapirira guianensis Aubl. peito-de-pombo X X
Annona coriacea Mart. araticum-do-campo X X
Annona sp. pindaíba X
Annona sp.X pindaíba X X
Annona sp.X pindaíba X X X
Annonaceae Cardiopetalum calophyllum Schltdl. imbira-amarela X X
Guatteria sellowiana Schltdl. pindaíba X X X
Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco X X X
Xylopia emarginata Mart. pindaibinha X
Xylopia sericea A. St.-Hil. pindaíba-do-campo X X
Aspidosperma subincanum Mart. guatambú-do-cerrado X X
Aspidosperma tomentosum Mart. peroba-do-cerrado X X
Apocynaceae Hancornia speciosa Gomes mangaba X X
Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson pau-de-leite X X X
Oxypetalum appendiculatum Mart. & Zucc. cipó-de-leite X
Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. mandioqueiro X
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. macaúba X X
Astrocaryum huaimi Mart. tucumã-do-brejo X
Mauritia armata (Mart.) Burret buriti-mirim X
Arecaceae
Mauritia flexuosa L.f. buriti X
Syagrus comosa (Mart.) Mart. guariroba-do-campo X X
Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. coco-de-quaresma X X X
Asteraceae Gochnatia barrosoi Cabrera cambará-veludo X
Anemopaegma cf. arvense (Vell.) Stellfeld ex
Bignoniaceae
de Souza catuaba X
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Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Arrabidaea cinnamomea (A. DC.) Sandwith arrabídea-roxa X
Handroanthus impetiginosus Mattos ipê-roxo X
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos ipê-amarelo-do-cerrado X
Handroanthus serratifolius (A.H. Gentry) S.
Grose pau-d'arco X X X
Jacaranda cuspidifolia Mart. caroba-branca X
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.
F. ex Moore ipê-do-cerrado X X X
Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank)
Bixaceae
Pilg. algodão-bravo X X
Bromeliaceae Ananas ananassoides (Baker) L.B. Sm. gravatá X X
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand almesca X X X
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume pau-pólvora X
Cardiopteridaceae Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard congonheiro X
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess pequizeiro X X X
Maytenus aquifolia Mart. falsa-espinheira X
Celastraceae Maytenus floribunda Reissek café-do-mato X
Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G. Don bacupari-do-cerrado X X
Chloranthaceae Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. erva-cidreira-do-mato X
Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. oiti-do-sertão X
Hirtella glandulosa Spreng. azeitona X
Hirtella gracilipes (Hook.f.) Prance milho-cozido X
Chrysobalanaceae
Hirtella hebeclada Moric ex DC. pajurá X
Hirtella martiana Hook.f. bosta-de-cabra X
Licania kunthiana Hook.f. pajurá X
Calophyllum brasiliense Cambess guanandi X
Clusiaceae Kielmeyera coriacea Mart. pau-santo X X
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy pau-de-lacre X
Combretaceae Buchenavia tomentosa Eichler capitão-do-campo X
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Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Terminalia argentea Mart. capitão-do-campo X
Terminalia glabrescens Mart. capitão-do-campo X
Terminalia lucida Hoffmgg. ex Mart. tanibuca X
Connaraceae Connarus suberosus Planch. araruta-do-campo X
Costaceae Costus spiralis (Jacq.) Roscoe costus X
Curatella americana L. lixeira X X X X
Dilleniaceae
Davilla elliptica A. St.-Hil. cipó-caboclo X X X X
Ebenaceae Dyospiros brasiliensis Mart. caqui-do-mato X
Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. mercúrio X X X
Erythroxylaceae
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. mercúrio X X
Alchornea discolor Poepp tarinurana X X X X
Pera sp. tabocuva X X
Euphorbiaceae
Sebastiania brasiliensis Spreng. branquilho X
Sebastiania sp.X branquilho X
Chamaecrista desvauxii var. latistipula
(Benth.) G.P.Lewis sene X
Copaifera langsdorffii Desf. copaíba X X
Dimorphandra mollis Benth. faveiro X X X
Fabaceae-caesalpinoideae Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne)
Y.T.Lee & Andrade-Lima jatobá X X X
Hymenaea courlbaril L. jatobá X
Hymenaea martiana Hayne jataí X
Tachigali vulgaris L.G.Silva & H.C.Lima carvoeira X X
Fabaceae-cerciideae Bauhinia rufa (Bong.) Steud. pata-de-vaca X X
Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev amargoso X
Andira paniculata Benth. mata-barata X X X
Fabaceae-faboideae
Bowdichia virgilioides Kunth sucupira-preta X
Dalbergia miscolobium Benth. jacarandá-do-cerrado X
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Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Dipteryx alata Vogel barú X X X
Machaerium opacum Vogel jacarandá X X X X
Platypodium elegans Vogel amendoim-do-campo X
Pterodon pubescens (Benth.) Benth. sucupira-branca X X
Swartzia sp. papassuaré X X
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke angelim X
Albizia polycephala (Benth.) Killip farinha-seca X
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico-branco X
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. angico-vermelho X
Calliandra sp. caliandra X
Fabaceae-mimosoideae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong tamboril X
Inga laurina (Sw.) Willd. ingá-mirim X
Inga marginata Willd. ingazeiro X
Plathymenia reticulata Benth. vinhático-do-campo X X
Stryphnodendron obovatum Benth. barbatimão X X
Heliconiaceae Heliconia sp. heliconia X
Lacistemataceae Lacistema hasslerianum Chodat lacistema X
Lamiaceae Hyptis nudicaulis Benth. salsaparilha X
Lauraceae Aiouea trinervis Meisner canela X
Lecythidaceae Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá X
Loranthaceae Strutranthus sp. erva-de-passarinho X
Byrsonima coriacea (Sw.) DC. murici X
Byrsonima guilleminiana A. Juss. murici X X
Malpighiaceae Byrsonima laxiflora Griseb. murici X X X
Byrsonima verbascifolia (L.) DC. orelha-de-burro X X X
Heteropterys umbellata A. Juss. nó-de-cachorro X
Malvaceae Apeiba tibourbou Aubl. pau-jangada X
20600.10-1000-M-1500

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Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Eriotheca gracilipes (K. Schum.) Robyns paineirinha-do-campo X
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott &
Endl. paineira-do-campo X
Guazuma ulmifolia Lam. mutambo X X
Helicteres lhotzkyana (Schott & Endl.) K.
Schum. açoita-cavalo-falso X
Luehea divaricata Mart. & Zucc. açoita-cavalo X
Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) A.
Robyns embiruçu-do-campo X X X
Sterculia striata St.-Hil. et Neud pau-rei X
Maranthaceae Ctenanthe sp. caeté X
Miconia albicans (Sw.) Triana pixirica-do-cerrado X
Melastomataceae
Miconia stenostachya Mart. pixirica X
Menispermaceae Abuta selloana Eichler abuta X
Brosimum gaudichaudii Trécul espinheira-leitosa X
Ficus guaranitica Chodat figueira-mata-pau X
Moraceae
Ficus insipida Willd. figueira X
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud espinheira-leitosa X
Calyptranthes concinna DC. guamirim X X X X
Eugenia aurata O. Berg murtinha X
Eugenia dysenterica DC. cagaiteira X
Eugenia sp. guamirim X
Myrtaceae
Myrcia guianensis DC. guamirim X
Myrcia sp. aperta-goela X
Myrcia splendens (Sw.) DC. guamirim-de-folha-fina X X X
Psidium guineense Sw. goiabeira-brava X
Nyctaginaceae Neea theifera Oerst. capa-rosa-do-campo X
Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. folha-de-castanha X X
Ochnaceae
Ouratea hexasperma (A. St.-Hill.) Baill. vassoura-de-bruxa X X X
20600.10-1000-M-1500

120

Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Ouratea nana (A. St.-Hil.) Engl. folha-de-castanha X
Ouratea spectabilis (Mart.) Engl. folha-de-castanha X
Opiliaceae Agonandra brasiliensis Benth. & Hook. F. corticeira X
Piperaceae Piper sp. falso-jaborandi X
Coccoloba mollis Casar. falso-novateiro X X X
Polygonaceae
Triplaris americana L. pau-formiga X
Proteaceae Roupala montana Aubl. carne-de-vaca X
Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. marmelada-de-cavalo X X X X
Chomelia sp. ervão-de-rato X
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze cafezeiro-do-mato X X
Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll. Arg. bugre-branco X
Faramea hyacinthina Mart. erva-de-rato X
Rubiaceae
Genipa americana L. genipapo X
Psychotria carthagenensis Jacq. erva-de-rato X
Rudgea sp. erva-de-rato X
Sabicea brasiliensis Wernham sangue-de-cristo X
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.
Schum. jenipapo-bravo X X
Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca X
Casearia sylvestris Sw. guaçatonga X X X
Salicaceae
Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler pau-de-espeto X
Dilodendron bipinnatum Radlk. maria-podre X
Magonia pubescens A. St.-Hil. tinguí X X
Sapindaceae
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatã X
Paullinia meliifolia Juss. cipó-timboeira X X
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. guapeva X X X
Sapotaceae
Pouteria torta var. glabra T.D.Penn abiú X X
Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. limão-bravo X X
20600.10-1000-M-1500

121

Mata Ciliar
Cerrado Cerrado Cerrado stricto-
Família Espécie Nome-popular Buritizal/Vereda do Rio
degradado denso senso
Tocantins
Solanaceae Solanum subinerme Jacq. jurubeba X
Styrax camporum Pohl laranjeira-do-mato X
Styracaceae
Styrax leprosus Hook. & Arn. jaguatinga X
Symplocaceae Symplocos revoluta Casar cafezeiro-do-mato X
Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul embaúba X X X
Verbenaceae Salvia sp. rosa-do-campo X
Qualea grandiflora Mart. pau-terra X
Qualea multiflora Mart. pau-terra-do-campo X X X
Qualea parviflora Mart. pau-terrinha X X
Vochysiaceae Salvertia convallariodora A. St.-Hil. chapéu-de-vaqueiro X X X
Vochysia pyramidalis Mart. gomeira X X X
Vochysia thyrsoidea Pohl gomeira X X
Vochysia tucanorum Mart. tucaneiro X
20600.10-1000-M-1500

122

4.2.1.4 Vegetação na Área Diretamente Afetada


A ADA total do empreendimento possui uma área da ordem de 556 ha, a área é
utilizada como pastagem e a vegetação predominante no local é formada por espécies
herbáceas e gramíneas.

DEC 08 2011

Figura 4.2.1.4-1: Vista geral da ADA.

4.2.2 Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias do Cerrado


A Lei Federal nº 9.985, de 19 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação – SNUC, que define unidade de conservação como “Espaço
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração,
ao qual se aplicam garantias de proteção”.
Até o ano de 2005, as Unidades de Conservação do Estado do Tocantins eram criadas
com base no artigo 10 da Lei da Política Florestal Estadual, Lei nº 771, de 07 de julho
de 1995, hoje o Estado implementa seu sistema de Unidades de Conservação – SEUC,
através da Lei nº 1560, de 05 de abril de 2005.
As Unidades de Conservação, em geral, no instrumento legal de sua criação, são
classificadas em categorias de manejo de uso indireto e direto.
As áreas de uso indireto, denominadas Unidades de Proteção Integral, instituídas em
terras públicas, têm o objetivo principal de conservação da biodiversidade, sendo
vetados quaisquer usos que não a pesquisa, o ecoturismo e a educação ambiental. Nas
áreas de uso direto, denominadas Unidades de Uso Sustentável instituídas em terras
públicas ou particulares, permitem diferentes tipos e intensidades de interferência
humana. Com o objetivo principal de promover o uso sustentável dos recursos naturais
existentes, desde que sob regras específicas, aliando a proteção dos ecossistemas ao
desenvolvimento sócio-econômico da região.
Unidades de Proteção Integral
As áreas de proteção integral incluem Parques Nacionais, Reservas Biológicas,
Estações Ecológicas, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida Silvestre.
Unidades de Uso Sustentável
20600.10-1000-M-1500

123

As unidades de uso sustentável incluem Floresta Nacional, Áreas de Proteção


Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Reservas Extrativistas, Reservas
de Fauna, Reservas de Desenvolvimento Sustentável e Reservas Particulares do
Patrimônio Natural – RPPNs.

Áreas de Proteção Ambiental – APAs

APA Foz do Rio Santa Tereza

A APA Foz do Rio Santa Tereza foi criada pela Lei Estadual nº 905, de 20 de maio de
1997, com uma área de 50.784 hectares de Cerrado, localizada no município de Peixe,
TO.
Tem como objetivo a proteção de riquezas naturais no contexto de ocupação humana
local, a conservação de sítios de beleza cênica e a utilização racional dos recursos
naturais, além da preservação da diversidade biológica e dos ecossistemas em seu
estado original. Órgão gestor Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS.

APA Lago de Peixe / Angical

A APA Lago de Peixe / Angical localiza-se nos municípios de Peixe, Paranã e São
Salvador do Tocantins, abrangendo 78.874 hectares às margens do rio Tocantins.
Criada pelo Decreto nº 1.444 de 18 de março de 2002, como compensação para a
degradação gerada pela construção da Usina Hidrelétrica de Peixe. Segundo, o órgão
gestor Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS, não possui plano de manejo.

Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade

A avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação dos


biomas brasileiros aparecem como iniciativa pioneira, devido à grande
representatividade e importância da biodiversidade para o desenvolvimento
sustentável do País. Portanto, o conhecimento das áreas e das ações prioritárias para a
conservação do uso sustentável e a repartição de benefícios da biodiversidade
brasileira é um subsídio fundamental para a gestão ambiental (MMA, 2002).
A degradação do solo e dos ecossistemas e a introdução de espécies exóticas são
fatores que contribuem para a redução das áreas e da biodiversidade presente no
Cerrado. O Cerrado abriga ainda comunidades indígenas, tradicionais e quilombolas,
todas com elementos de sua cultura associados a terra e aos demais recursos naturais
do bioma (MMA, 2007).
APC (Peixe Angical - Ce204)
A APC de Peixe-Angical compreende uma área delimitada de 1736 km² no sul do
estado do Tocantins, centrada no município de Peixe, englobando parte das APAs Foz
do Rio Santa Teresa e Lago de Peixe-Angical. É considerada de importância Muito
Alta e de Alta prioridade para implantação de ações de conservação.
É caracterizada pela ocupação intensa, criação de gado, fragmentação das áreas
naturais e pela presença da Usina Hidrelétrica de Peixe-Angical. A área apresenta
remanescentes de Cerrado, lagoas marginais e ainda espécies raras e ameaçadas como
a onça-pintada (Panthera onca), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o socó-boi-
escuro (Tigrisoma fasciatum).
20600.10-1000-M-1500

124

A pecuária, os assentamentos não-sustentáveis, o turismo desordenado, a poluição e


eutrofização da água e a especulação imobiliária em volta do lago de Peixe-Angical
são as principais ameaças segundo o Ministério do Meio Ambiente (2007). A ação
prioritária definida para a área é a Educação Ambiental.
20600.10-1000-M-1500

125

Figura 4.2.24.2.1.4-1: Mapa de Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias do


Cerrado presentes na AII.
20600.10-1000-M-1500

126

4.2.3 Fauna

4.2.3.1 Caracterização Geral das Áreas Amostradas


A grande diversidade de espécies de animais e plantas deste bioma se dá devido a sua
diversidade de ambientes, uma vez que estes variam significativamente no sentido
horizontal, sendo que áreas campestres, capões de mata, florestas e áreas brejosas
podem existir em uma mesma região, já que o cerrado possui áreas de encontro com
outros biomas, como a Mata Atlântica, Caatinga, Floresta Amazônica e Pantanal.
Toda essa diversidade de habitats e zonas de transição conduzem a uma riqueza
biológica extraordinária, além de explicar a ocorrência de espécies endêmicas.

4.2.3.2 Materiais e Métodos


Os estudos da fauna foram realizados durante o período de 30 de setembro a 07 de
outubro de 2011. Para a detecção das espécies foram instalados transectos irregulares
através de caminhos e trilhas existentes no local, de forma a amostrar as diferentes
feições da área de estudo.
As tabelas dos grupos estudados foram organizadas e analisadas de acordo com a
guilda alimentar, sensibilidade às alterações ambientais e preferência por habitat.
Foram também classificadas de acordo com seu status de conservação nas listas da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Instruções Normativas MMA nº 3/2003 e nº
5/2004).

a) Mastofauna

Médios e Grandes Mamíferos


A maioria das espécies de mamíferos silvestres do Brasil possui hábitos extremamente
discretos, o que torna difícil sua visualização e a identificação pela observação direta
(Becker & Dalponte 1991). Uma alternativa para o registro de mamíferos silvestres é a
observação de sinais de suas atividades diárias, como restos de alimento, tocas, fezes e
rastros deixados durante seus deslocamentos (Becker & Dalponte, 1991; Wemer et al.,
1996).
Em relação às coletas de dados através da observação direta, por método de transecção
irregular (Burnham et al., 1980; Buckland et al., 1993), foram percorridas trilhas e
acessos existentes em cada área amostral. Totalizando para o método de transecção
irregular diurna 07 horas/homem/dia, num esforço de 56 horas/homem de amostragem
diurna. Para os registros visuais de primatas utilizou-se de binóculo Swaroviski 10x40.
O método de transecção irregular também foi realizado em períodos noturno, nas
estradas de acesso entre 19h00min e 22h00min por 8 dias obtendo 24
horas/homem/noite de amostragem noturna, onde foram utilizadas lanternas de forte
luminosidade (Mag-Lite quatro pilhas) e lanternas de dois elementos para a
visualização dos animais.
Nas áreas florestais, o solo é coberto por serrapilheira, ou seja, pouco adequado à
impressão e conservação de pegadas por um período de tempo viável à pesquisa,
sendo assim, não permite a identificação de certas características necessárias à
identificação específica e/ou individual dos animais (Becker & Dalponte, 1991;
20600.10-1000-M-1500

127

Wemmer et al., 1996). Dessa forma, outra metodologia empregada para a realização
do inventário foi à busca ativa de animais com hábito diurno e noturno.
Diversas espécies da mastofauna se deslocam por acessos existentes, como trilhas e
drenagens (onde são formadas “camas de areia ou argila” naturalmente). Essas áreas
são excelentes locais para a visualização de rastros e pegadas deixados pelos médios e
grandes mamíferos. Sendo assim, a técnica proposta por Becker & Dalponte (1991) e
Wemmer et al. (1996) foi utilizada em alguns trechos da área de estudo.
Como alternativa às evidências diretas (registro visual), procedeu-se o uso de
armadilhas fotográficas. Uma armadilha fotográfica é um mecanismo acionado pela
passagem de um animal em seu raio de atuação (Karanth et al. 2004). Foram
utilizadas 4 armadilha fotográfica digital (modelo Wildview-Xtreme 2.0), alimentadas
com quatro pilhas “CC”. Os equipamentos ficaram montados no campo entre os dias
01 a 07 de outubro de 2011.
Durante os trabalhos de campo, também foram realizadas entrevistas informais com
transeuntes, com finalidade de se obter informações sobre a ocorrência das espécies
diagnosticadas e daquelas espécies de potencial ocorrência, mas que não foram
registradas por outros métodos. Nas entrevistas foram utilizados guias de campo para
inferir uma identificação mais precisa das espécies mencionadas, uma vez que as
pessoas que participam dessas entrevistas não são especialistas no grupo estudado.
A nomenclatura utilizada segue Wilson e Reeder (2005). As espécies detectadas foram
agrupadas em quatro grupos funcionais, Herbívoros/Frugívoros, Insetívoros,
Carnívoros, e Onívoros, os quais representam a simplificação de classificações
tróficas de Eisenberg (1981), Robinson & Redford (1986a, 1986b), Fonseca et al.
(1996) e Dotta & Verdade (2007).

Pequenos Mamíferos terrestres e alados


Os dados referentes à mastofauna de pequeno porte (pequenos mamíferos) e alada
(quirópteros) foram obtidos através de dados secundários extraídos do Diagnóstico
Ambiental Complementar do EIA (Projeto GMR Florestal – Peixe – TO). No estudo, a
amostragem de fauna ocorreu no período chuvoso durante o mês de novembro. As
localidades amostradas na ocasião, propriedades já adquiridas pela GMR (na área da
AII do presente estudo), foram escolhidas através de imagens de satélites, mapas
temáticos e visita a campo.
Para o diagnóstico do referido trabalho, foram utilizadas armadilhas Tomahawk e
Sherman, já para a fauna alada (quirópteros) foram utilizadas redes de neblina
armadas em lugares próximos a abrigos, saídas de matas e fontes de alimento.
Foram adicionados aos dados do trabalho acima citado informações complementares
como características ecológicas, a fim de caracterizar melhor a fauna desses grupos
com potencial de ocorrência na área de estudo.

Analise estatística para a Mastofauna

Médios e Grandes Mamíferos


As informações obtidas para Riqueza foram expressas como número total de espécies
detectadas pelos métodos acima citados.

Abundância Relativa – será apresentada em uma tabela contendo: coluna com


as espécies de ocorrência; coluna com a somatória dos contatos por área de
20600.10-1000-M-1500

128

amostragem, a qual representa a Abundancia total bruta da área, expressa em


números absolutos; e uma coluna com o número total de registros
representando a Freqüência de Ocorrência (FO%) da unidade amostral, sendo
expressa em porcentagem.

Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) - A fórmula leva em


consideração dois componentes básicos: a riqueza e a eqüidade, ou seja, a
igualdade da abundância numérica (proporção) entre as populações da
comunidade. O valor do índice de diversidade não é tão influenciado pela
presença ou ausência de espécies raras, como uma lista de espécies (a riqueza),
pois leva em consideração a proporção da espécie na comunidade e é útil na
composição de estudos com diferentes esforços de amostragem.
Para gerar e analisar os índices estatísticos de diversidade e randomização das
amostragens foram utilizados os programas estatísticos Estimates 7.5; o BioDiversity
Pro. Os demais índices e gráficos foram realizados em planilha digital utilizando o
programa Excel 2007.

Pequenos Mamíferos terrestres e alados


Para pequenos mamíferos, serão apresentados dados referentes à riqueza de espécies
baseados em dados secundários de estudos realizados em áreas próximas à área de
estudo, tanto para (AII) como para (AID), assim serão gerados gráficos caracterizando
a distribuição das espécies quanto à guilda alimentar.

b) Avifauna

As atividades de campo foram iniciadas aproximadamente às 6h00min até por volta de


09h00min, e retomadas as 16h00min até o final do dia (18h), durante 8 dias, onde
totalizaram aproximandamente 40 horas de esforço amostral, do referido grupo,
durante esta campanha.
A amostragem da avifauna foi realizada por meio de contatos visuais e auditivos,
sendo esses registrados em caderno de campo. Para os registros visuais durante as
observações utilizou-se binóculo 10X40 Geonaute e para as gravações em campo
utilizou-se gravador digital portátil Panasonic RR-US551 e microfone direcional HT -
81 Sony.
Em campo para auxiliar a identificação das espécies foram consultados guias de
campo, como Sick (1997), Souza (2003), Souza (2004), Sigrist (2006), Sigrist (2007)
e Gwynne (2010). E em caso de duvida das vocalizações, os guias sonoros Xeno-canto
(www.xeno-canto.org) e do (www.wikiaves.com.br).
A ordem sistemática das famílias e a nomenclatura das espécies de aves amostradas
são as descritas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, CBRO (2011),
(http://www.cbro.org.br/CBRO/index.htm).
O modelo utilizado para as categorias alimentares seguiu Motta (1990), com algumas
poucas modificações, sendo considerados: insetívoros (INS), dieta composta por 3/4
ou mais de insetos e outros artrópodes; onívoros (ONI), dieta composta por insetos,
artrópodes e frutos, em porções similares; frugívoros (FRU), dieta composta por 3/4
ou mais de frutos e grãos ou sementes; nectarívoros (NEC), dieta composta
principalmente por néctar, mas também insetos e outros artrópodes; carnívoros
(CAR), dieta composta por 3/4 ou mais de vertebrados vivos; detritívoros (DET), dieta
composta por 3/4 ou mais de matéria orgânica em decomposição.
20600.10-1000-M-1500

129

Para a amostragem da avifauna foi empregado duas metodologias, ponto fixo de


escuta e transecto irregular. Para todas as áreas de amostragem utilizou-se as duas
metodologias. Segue a descrição das metodologias abaixo:

Transecto irregular – As espécies amostradas por transectos irregulares não


foram contabilizadas quanto a abundância, essas aves identificadas por
contato visual e/ou auditivo foram registradas durante o tempo em que o
pesquisador caminhava pelo ambiente de interesse.
Ponto fixo de escuta – Em todas as áreas amostrais foi executada a
metodologia de ponto fixo de escuta. As amostragens nos pontos fixos de
escuta tiveram duração de 10 minutos e os pontos de amostragens foram
dispostos 100 metros distantes entre si, garantindo a independência espacial
entre eles e para evitar a contagem dupla do mesmo indivíduo (Aleixo &
Vielliard, 1995). Por ser um método menos seletivo, é indicado para estudos
envolvendo toda a comunidade (Develey, 2003).

Analise Estatística para a Avifauna


Os dados coletados foram utilizados para gerar gráficos referentes à riqueza, guilda
alimentar, sensibilidade, aves exóticas, espécies migratórias e ameaçadas de extinção.
Na análise dos pontos-fixos foram coletados dados quantitativos que geraram índices
estatísticos para auxiliar na detecção de variações na comunidade da avifauna.
Para a análise estatística da avifauna utilizou-se parâmetros da comunidade como
Riqueza, Abundância Relativa e Diversidade.
Sendo assim, abaixo são apresentadas as descrições dos índices estatísticos:

Riqueza (S) - O número de espécies presentes em uma comunidade. Será


apresentada de forma bruta e através da curva do coletor, onde é plotado o
acúmulo de espécies observadas pelo esforço amostral.
Abundância - será apresentada em uma tabela contendo: coluna com as
espécies de ocorrência; coluna com a somatória dos contatos por área de
amostragem a qual representa a Abundância total bruta da área, expressa em
números absolutos; e uma coluna com o número total de registros
representando o Índice Pontual de Abundância (IPA) da unidade amostral,
sendo expressa em porcentagem.
Para gerar e analisar os índices estatísticos de diversidade e randomização das
amostragens foram utilizados os programas estatísticos Estimates 7.5 e o BioDiversity
Pro. Os demais índices e gráficos foram realizados em planilha digital utilizando o
programa Excel 2007.

c) Herpetofauna

O levantamento das espécies de répteis e anfíbios foi qualitativo. Para tal


levantamento, as espécies foram identificadas até o menor nível taxonômico possível.
O diagnóstico foi elaborado com base nas identificações das espécies registradas, e os
nomes das espécies seguem os utilizados pela Sociedade Brasileira de Herpetologia
(SBH – 2011).
Para o levantamento das espécies de répteis e anfíbios foram utilizados os métodos
descritos a seguir:
20600.10-1000-M-1500

130

Busca ativa - Constitui em caminhadas ao longo das áreas de estudo. São


elaborados transectos e este é percorrido caminhando lentamente, durante este
percurso todos os possíveis esconderijos utilizados comumente por répteis e
anfíbios são vistoriados, entre os mais comuns troncos podres, serrapilheira,
casca de árvores, embaixo de pedras, tocas de mamíferos abandonadas e
buracos onde são utilizados como abrigos por serpentes e lagartos.
Encontros Ocasionais - O método de encontros ocasionais corresponde ao
encontro de serpentes vivas ou mortas durante outras atividades que não a
amostragem dos demais métodos, como deslocamento entre as áreas de
amostragem. Serão incluídos indivíduos encontrados em toda a área do
empreendimento e estradas de acesso.

Análise Estatistica para Herpetofauna

Será confeccionada uma lista de riqueza de espécies e a partir dessa será elaborado o
diagnóstico herpetofaunístico, no qual deverão constar as espécies raras e/ou
ameaçadas de extinção, endêmicas e as características ecológicas relevantes dessas
espécies.

d) Ictiofauna

As amostragens foram realizadas em dois períodos do ano, sendo período de seca e de


cheia. No período de seca foram realizadas coletas em seis estações de amostragem:
lagoa, área de vereda e quatro pontos na calha principal do rio Tocantins (Figura
4.2.3.2-1). No período de cheia as amostragens ocorreram em 12 locais, sendo os
mesmos do período anterior, acrescidos de duas represas artificiais, um riacho, uma
área alagada (onde não houve captura) e duas áreas de vereda (Figura 4.2.3.2-2). A
Tabela 4.2.3.2-1 mostra as coordenadas geográficas e a caracterização das estações de
amostragem da ictiofauna.

Tabela 4.2.3.2-1 – Caracterização das estações de amostragem e respectivas


coordenadas geográficas.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS CARACTERIZAÇÃO

12° 12’ 31”S / 48° 28’ 58,8”O Lagoa (LAG)- Lagoa localizada fora da área
de influência direta do empreendimento
(cerca de 3km fora do perímetro), em
fazenda próximo a ponte do rio Tocantins.
Mata ciliar bem preservada em uma das
margens e a outra margem razoavelmente
preservada, sendo a área do entorno ocupada
por pastagens. Substrato formado por seixo e
argila. Possui cerca de 400 metros de
comprimento por 80 de largura

12° 09’ 38,6”S / 048° 29’ 04,2”O Riacho (RCH) - Pequeno riacho com mata
ciliar relativamente preservada e substrato
formado por seixo e argila. As coletas foram
realizadas em três pontos distintos, uma área
de buritizal, com menor volume d’água,
outra área com mata ciliar bem fechada e,
outra com maior volume d’água.
20600.10-1000-M-1500

131

COORDENADAS GEOGRÁFICAS CARACTERIZAÇÃO


Represa1 (RP1) - Represa grande, com
muita vegetação aquática e muitas árvores
12° 11’ 16,5”S / 48° 31’ 41,6”O
(paliteiro), uma das margens é ocupada por
pastagem e a outra com mata ciliar bem
preservada.
Represa2 (RP2) - Grande represa em
12° 13’ 17,5”S / 48° 30’ 47,9”O fazenda abandonada, com muita vegetação
aquática próximo a margem, dificultando no
uso dos aparelhos de coleta.
Vereda1 (VR1) - Área de vereda com
12° 09’ 17”S / 48° 32’ 28,3”O buritizal, nascente de pequeno córrego
afluente do rio Tocantins. Localizado a cerca
de 6,8 km do rio Tocantins. Na época
chuvosa a área provavelmente se transforme
em uma grande lagoa, na época de seca fica
apenas uma pequena poça.
Vereda2 (VR2) - Área de vereda alagada, na
12° 07’ 56,8”S / 48° 31’ 10,6”O campanha de outubro estava completamente
seca. Muitas árvores e plantas aquáticas no
local.
12° 09’ 10,7”S / 48° 31’ 08,3”O Vereda3 (VR3) – Área de vereda alagada, o
local de coleta é um trecho escavado com
algumas plantas aquáticas. Na campanha de
outubro estava completamente seca.
12° 08’ 43”S / 48° 31’ 05,4”O Alagado (ALG) - Área Alagada em meio ao
capinzal, com vegetação composta
principalmente por murici. Não houve
captura no local.
12° 07’ 29,5”S / 48° 29’ 10,8”O Praia (PRA) - Pequena praia em ilha no rio
Tocantins, localizada a jusante da área do
empreendimento, possui vegetação
preservada.

12° 09’ 28,5”S / 48° 28’ 43,8”O Tocantins1 (TO1), 2 (TO2) e 3 (TO3) - Rio
Tocantins, mata ciliar preservada com
12° 09’ 44,2”S / 48° 28’ 47,0”O
grandes árvores. Presença de muitos
12° 10’ 30”S / 48° 29’ 12,1”O pescadores na região, a área foi loteada em
chácaras com construções para apoio aos
pescadores. Água bastante limpa, barranco
alto e galhos de árvores sobre a margem,
localizados a montante do ponto onde a água
utilizada pela indústria será liberada, entre o
ponto de liberação e captação d’água e
jusante do ponto de captação,
respectivamente.
20600.10-1000-M-1500

132

Figura 4.2.3.2-1. Estações de amostragem da ictiofauna, locais amostrados no período


de seca e de cheia. Lagoa (a); Vereda1 (b); Tocantins1 (c); Tocantins2 (d); Tocantins3
(e); Praia (f).
20600.10-1000-M-1500

133

Figura 4.2.3.2-2. Estações de amostragem da ictiofauna, locais amostrados somente no


período de cheia. Riacho (a); Represa1 (b); Represa2 (c); Vereda2 (d); Vereda3 (e);
Alagado (f).

O levantamento da fauna de peixes foi realizado através de coletas nas quais foram
empregados vários tipos de arte de pesca, essa metodologia é comumente referida com
“RAP – Rapid Assesment Program” desenvolvida pela Conservação Internacional
para realizar inventários rápidos em regiões pouco exploradas. Complementarmente,
também foi levantada a bibliografia sobre os peixes da região, complementando assim
as informações sobre a comunidade de peixes. Para a categorização das guildas
reprodutivas foi utilizado como referência o trabalho de Neuberger et al., 2009. As
guildas alimentares foram identificadas de acordo com Monteiro et al., 2009a e
Pereira et al., 2007.
Para o levantamento da ictiofauna foram utilizadas redes de espera (10 m de
comprimento, com malhagens de 2,4; 3,0; 5,0; 8,0 e 12,0cm entre nós opostos) que
foram instaladas ao anoitecer (18hs) e retiradas na manhã seguinte (08hs); tarrafas (2,4
20600.10-1000-M-1500

134

e 4,0cm entre nós opostos) quinze lances em cada local; redes de arrasto (5mm entre
nós opostos) arrastos realizados em área de 20mx6m e; peneiras (em uma extensão de
50m). A Figura 4.2.3.2-3 mostra os diferentes apetrechos de pesca utilizados.

Figura 4.2.3.2-3 – Materiais para levantamento da ictiofauna. Redes de espera (a);


tarrafa (b): rede de arrasto (c); peneira (d).

Os equipamentos foram utilizados de acordo com as características de cada local (e.g.


tipo de ambiente, substrato, volume e velocidade da água e profundidade). A Tabela
4.2.3.2-2 mostra os equipamentos utilizados nas capturas.

Tabela 4.2.3.2-2 – Estações de amostragem e equipamentos utilizados.

TIPO DE EQUIPAMENTOS
LOCAL
UTILIZADOS

tarrafa e rede de arrasto


Lagoa
tarrafa e peneira
Riacho
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Represa1
peneira
Represa2
tarrafa, rede de arrasto e peneira
Vereda1 tarrafa e peneira
20600.10-1000-M-1500

135

TIPO DE EQUIPAMENTOS
LOCAL
UTILIZADOS

Vereda2 peneira
Vereda3 peneira
Alagado peneira
Praia tarrafa e rede de arrasto
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 1
peneira
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 2
peneira
tarrafa, rede de arrasto, rede de espera e
Tocantins 3
peneira

Todos os exemplares capturados foram devidamente acondicionados em embalagens


contendo informações a respeito dos dados de coleta e fixados em solução de formol
10%, neutra, onde ficaram armazenados por um período de seis dias. Após esse
período procedeu-se a identificação dos mesmos, sendo em seguida transferidos para
solução de álcool etílico 70% e depositados junto à Coleção de Peixes da
Universidade Federal do Tocantins (UFT).

4.2.3.3 Fauna Regional (AII)

a) Caracterização Geral da Mastofauna Regional (AII)

Médios e Grandes Mamíferos

Apesar do atual status de conservação do Cerrado, sua biodiversidade é extremamente


rica. Este bioma ocupa o terceiro lugar em número de espécies de mamíferos, com 194
espécies, sendo aproximadamente 18 endemicas, distribuídas em 30 famílias e nove
ordens (Marinho-Filho et al., 2002).
Em relação aos médios e grandes mamíferos ocorrentes no Bioma, cerca de 54% das
espécies ocupam ambientes florestais já em relação às espécies endêmicas cerca de
56% habitam áreas abertas. (Redford & Fonseca 1986; Marinho-Filho & Sazima
1998).
Porém, grande área desse bioma vem sofrendo com o acelerado processo de
fragmentação devido à ação antrópica, por esse motivo e pela pressão de caça as
populações de mamíferos de médio e grande porte (maiores de 1 Kg) estão sobre séria
ameaça de extinção (Bocchiglieri, 2010).
Ainda segundo o autor acima citado, o bioma Cerrado, apesar de apresentar grande
diversidade biológica, é altamente vulnerável as ações antrópicas. Essa região possui
20600.10-1000-M-1500

136

condições favoráveis ao avanço das pastagens e culturas agrícolas, devido à


disponibilidade de locais ainda inexplorados, levando em consideração o esgotamento
de áreas cultiváveis.
Desta forma, sabendo da importância ecológica dessas espécies e do pouco
conhecimento acerca das mesmas, associados à fragmentação do hábitat, Schittini
(2009), que estudou efeitos de mudanças na estrutura da paisagem sobre a comunidade
de médios e grandes mamíferos, chama a atenção para a necessidade de estudos que
indiquem como a degradação de hábitats atua em processos ecológicos que envolvam
esse grupo.
Para a listagem da mastofauna regional foram compilados registros oriundos de
trabalhos científicos da GMR (2010) e de Carnignotto & Aires (2011), conforme
(Tabela 4.2.3.3-1).
Tabela 4.2.3.3-1 – Espécies da mastofauna levantadas com potencial de ocorrência na
área de estudo.

Táxon Nome Popular

Ordem Didelphimorphia Gill, 1872


Família Didelphidae Gray, 1821
Didelphis albiventris Lund, 1841 gambá-de-orelha-branca
Ordem Cingulata Illiger, 1811
Família Dasypodidae Gray, 1821
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha
Dasypus septemcinctus (Linnaeus, 1758) tatuí
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole-pequeno
Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758) tatu-bola
Ordem Pilosa Flower, 1883
Família Myrmecophagidae Gray, 1825
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira
Ordem Primates Linnaeus, 1758
Família Cebidae Gray, 1831
Cebus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego
Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) sagui-do-cerrado
Família Atelidae
Alouatta caraya (Humboldt, 1812) barbado, bugio-preto
Ordem Rodentia Bowdich, 1821, cont.
Família Caviidae G. Fischer, 1817
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara
Kerodon rupestris (Wied-Neuwied, 1820) mocó
Família Cuniculidae Miller e Gidley, 1918
Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) paca
Família Dasyproctidae
Dasyprocta aguti (Linnaeus, 1766) cutias
Ordem Carnivora Bowdich, 1821
20600.10-1000-M-1500

137

Táxon Nome Popular

Família Felidae G. Fischer, 1817


Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato-pequeno
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá
Puma concolor (Linnaeus, 1771) onça-parda
Puma yagouaroundi (Lacépède, 1809) jaguarundi
Panthera onca onça-pintada
Família Canidae G. Fischer, 1817
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) lobo-guará
Lycalopex vetulus Lund, 1842 raposa-do-campo
Família Mustelidae
Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara
Galictis cuja (Molina, 1782) furão-pequeno
Família Mephitidae Bonaparte, 1845
Conepatus semistriatus (Boddaert, 1785) jaritataca
Família Procyonidae Gray, 1825
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) mão-pelada
Ordem Perissodactyla Owen, 1848
Família Tapiridae Gray, 1821
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta
Ordem Artiodactyla Owen, 1848
Família Tayassuidae Palmer, 1897
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto
Tayassu pecari (Link, 1795) queixada
Família Cervidae Goldfuss, 1820
Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro
Ozotoceros bezoarticus (Linnaeus, 1758) veado-campeiro

Pequenos mamíferos terrestres e alados

A fauna de pequenos mamíferos do Brasil Central só passou a ser mais bem conhecida
a partir da década de oitenta, com estudos em áreas do Cerrado. As formações
florestais destas regiões foram estudadas na porção norte do bioma, mas não há
estudos sobre a fauna das florestas deciduais e semideciduais do interior do Brasil.
Essas formações florestais representam corredores de dispersão para a mastofauna da
Amazônia e da Mata Atlântica dentro do Cerrado e têm características únicas,
resultantes da convergência de elementos dos diferentes biomas adjacentes (Milano,
2007).
No Brasil, o grupo dos pequenos mamíferos não-voadores é representado por
marsupiais didelfídeos e por pequenos roedores, que juntos formam o grupo ecológico
mais diversificado e compreendem a maior parte da riqueza de mamíferos brasileiros
(Reis et al., 2006).
20600.10-1000-M-1500

138

Atualmente, são reconhecidas cerca de 240 espécies de pequenos mamíferos não-


voadores no Brasil, representadas por 55 espécies de marsupiais e cerca de 185
espécies de pequenos roedores (Reis et al., 2006).
Segundo, Felfili (2005), registrou-se a ocorrência de 28 gêneros de pequenos
mamíferos em Cerrado, onde o tipo de habitat é fator determinante da estrutura das
comunidades. Essas comunidades podem ser divididas em espécies savânicas (campos
cerrados a cerrados densos), espécies tipicamente florestais, incluindo gêneros
arborícolas e gêneros de habitats semi-aquáticos.
Os quirópteros são um dos grupos de mamíferos mais diversos do mundo, com 18
famílias, 202 gêneros e 112 espécies (Simmons, 2005 apud Reis et al. 2006), esses,
atuam diretamente na dinâmica dos ecossistemas realizando a polinização das flores,
dispersão de sementes e controle de populações de insetos.
A diversidade de habitats no Brasil proporciona suporte para diversas guildas de
morcegos (Kalko et al. 1996), com aproximadamente 167 espécies registradas para o
país. Aguiar et al (2008) relata a ocorrência de 103 espécies de morcegos para o
Cerrado.
Neste contexto, o estudo das comunidades de pequenos mamíferos não voadores e de
morcegos no Cerrado, onde a composição fitofisionômica varia desde áreas abertas
como o cerrado sensu stricto e campos, às formações de vegetação mais densa e alta
como o cerradão e matas tornam-se altamente relevantes para o diagnóstico ambiental
da área.
Para a formulação da lista de espécies de provável ocorrência na área de estudo,
utilizou se os dados obtidos por Lima (2000) que estudou a diversidade cariológica de
roedores de pequeno porte do Estado do Tocantins, os dados do EIA complementar
GMR (2010), realizado no município de Peixe (TO), além do trabalho realizado por
Sousa (2005) na região de alagamento da área sob influência da Usina Hidrelétrica
Peixe Angical.
Já os Quirópteros estão de acordo com trabalhos realizados pelo EIA complementar
GMR (2010), realizado no município de Peixe (TO), Gregorin (2011) e Aguiar (2008).
A Tabela 4.2.3.3-2 apresenta uma lista regional de espécies de provável ocorrência na
área de estudo.
Tabela 4.2.3.3-2 – Pequenos mamíferos com potencial de ocorrência na área de estudo.

Táxon Nome popular

DIDELPHIDAE
Caluromys philander cuíca
Didelphis albiventris gambá
Gracilinanus agilis mucura
Marmosa murina mucura
Micoureus demerarae mucura
Monodelphis americana mucura
Monodelphis domestica mucura
Monodelphia brevicaldata mucura
Monodelphis rubida mucura
20600.10-1000-M-1500

139

Táxon Nome popular

Philander opossum mucura


Rodentia
MURIDAE
Akodon sp rato-do-mato
Bolomys lasiurus rato-do-mato
Calomys cf. callosus rato-do-mato
Euryoryzomys sp rato-do-mato
Hylaeamys megacephalus rato-do-mato
Wiedomys pyrrhorhinos rato-do-mato
Neacomys sp rato-do-mato
Oecomis bicolor rato-do-mato
Oecomis sp rato-do-mato
Rattus rattus rato-preto
CRICETIDAE
Nectomys rattus rato-do-mato
Oligoryzomys sp camundongo-do-mato
Oryzomys megacephalus
ECHIMYIDAE
Oryzomys subflavus rato-do-mato
Proechimys roberti rato-de-espinho
CAVIIDAE
Galea spixii preá
Kerodon rupestres mocó
EMBALLONURIDAE
Centronycteris maximiliani morcego
Peropteryx kappleri morcego
Peropteryx leucoptera morcego
Peropteryx macrotis morcego
Rhynchonycteris naso morcego
Saccopteryx bilineata morcego
Saccopteryx leptura morcego
FURIPTERIDAE
Furipterus horrens morcego
PHYLLOSTOMIDAE
Anoura caudifer morcego
Anoura geoffroyi morcego
Artibeus anderseni morcego
Artibeus cinereus morcego
Artibeus concolor morcego
Artibeus gnomus morcego
Artibeus lituratus morcego
20600.10-1000-M-1500

140

Táxon Nome popular

Artibeus obscurus morcego


Carollia perspicillata morcego
Chiroderma doriae morcego
Chiroderma villosum morcego
Choeroniscus minor morcego
Chrotopterus auritus morcego
Desmodus rotundus morcego
Diaemus youngi morcego
Diphyla ecaudata morcego
Glossophaga soricina morcego
Glyphonycteris behnii morcego
Lionycteris spurrelli morcego
Lampronycteris brachyotis morcego
Lonchophylla bokermanni morcego
Lonchophylla dekeyseri morcego
Lonchophylla mordax morcego
Lonchorhina aurita morcego
Lophostoma brasiliense morcego
Lophostoma carrikeri morcego
Lophostoma silvicolum morcego
Macrophyllum macrophyllum morcego
Mesophylla macconnelli morcego
Micronycteris minuta morcego
Micronycteris sanborni morcego
Mimon bennettii morcego
Mimon crenulatum morcego
Phylloderma stenops morcego
Phyllostomus discolor morcego
Phyllostomus elongatus morcego
Phyllostomus hastatus morcego
Plathyrrhinus helleri morcego
Plathyrrhinus lineatus morcego
Pygoderma bilabiatum morcego
Rhinophylla pumilio morcego
Sturnira lilium morcego
Sturnira tildae morcego
Tonatia bidens morcego
Tonatia saurophila morcego
Trachops cirrhosus morcego
Uroderma bilobatum morcego
Uroderma magnirostrum morcego
20600.10-1000-M-1500

141

Táxon Nome popular

Vampyrum spectrum morcego


Vampyressa pusilla morcego
Xeronycteris vieirai morcego
MOLOSSIDAE
Cynomops abrasus morcego
Cynomops greenhalli morcego
Cynomops planirostris morcego
Eumops auripendulus morcego
Eumops bonariensis morcego
Eumops dabbenei morcego
Eumops glaucinus morcego
Eumops hansae morcego
Eumops maurus morcego
Eumops perotis morcego
Molossops mattogrossensis morcego
Molossops temminckii morcego
Molossus coibensis morcego
Molossus molossus morcego
Molossus pretiosus morcego
Molossus rufus morcego
Nyctinomops laticaudatus morcego
Nyctinomops macrotis morcego
Promops nasutus morcego
Tadarida brasiliensis morcego
MORMOOPIDAE
Pteronotus personatus morcego
NATALIDAE
Natalus stramineus morcego
NOCTILIONIDAE
Noctilio albiventris morcego
Noctilio leporinus morcego
THYROPTERIDAE
Thyroptera devivoi morcego
Thyroptera discifera morcego
VESPERTILIONIDAE
Eptesicus brasiliensis morcego
Eptesicus diminutus morcego
Eptesicus furinalis morcego
Lasiurus blossevilli morcego
Lasiurus cinereus morcego
Lasiurus ega morcego
Lasiurus egregius morcego
Roghessa io morcego
20600.10-1000-M-1500

142

Táxon Nome popular

Histiotus velatus morcego


Myotis albescens morcego
Myotis keaysi morcego
Myotis nigricans morcego
Myotis riparius morcego

b) Caracterização Geral da Avifauna Regional (AII)

A avifauna é o grupo mais bem estudado dentre os vertebrados, pois possuem diversos
hábitos característicos, como comunicação sonora e ocupação de hábitat variado, que
facilitam a identificação das espécies, além de serem utilizadas como Bioindicadores
de alterações ambientais (Verner, 1981).
De acordo com o CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, o Brasil
possui 1.832 espécies aves na listagem da sua décima edição (de 25/01/2011). Essa
riqueza de espécies de aves se da devido à diversidade de Biomas e diferentes
fitofisionomias presentes no território Nacional, e com isso, diversos micro-habitats.
O estado do Tocantins conta com cerca de 90% de sua área coberta pelo Bioma
Cerrado, variando notavelmente sua fisionomia ao longo do estado, apresentando
ainda áreas de ecótono com a Amazônia e com a Caatinga (IBGE . Em virtude de sua
paisagem diversificada, o cerrado suporta uma rica avifauna, com 837 espécies
catalogadas, das quais cerca de 4% são endêmicas (Silva, 1997).
O cerrado, considerado a savana brasileira, é o segundo maior bioma da América do
Sul, que predomina na região central do Brasil (Ab’Saber, 1983). Essa vegetação é
segundo Cavalcanti (1999), uma das formações biologicamente mais diversas do
mundo e está distribuída como um mosaico de diferentes fisionomias vegetais, como o
cerrado stricto sensu, florestas mesofíticas e de galeria, campo sujo e campo limpo
(Blamires et al., 2001).
Recentemente o cerrado foi classificado como um dos “pontos quentes” de
biodiversidade (hot spot), adquirindo, assim, prioridade nos programas
conservacionistas, por causa de dois importantes aspectos: sua excepcional
concentração de espécies endêmicas e seu acentuado grau de perda de hábitats (Myers
et al., 2000).
Silva (1995) avaliou o estado do inventário da avifauna do cerrado e evidenciou que
grande parte do bioma nunca teve sua avifauna estudada, situação essa que pode ser
considerada preocupante já que o cerrado é considerado um dos biomas mais afetados
com o desmatamento acelerado e já teve 80% de sua cobertura original transformadas
em pastagens e plantações, dessa forma, estudos que ressaltem o padrão de
distribuição de espécies são de grande relevância (Leite, 2006).
Com isso, a exemplo do que ocorre na maioria dos ecossistemas, a alteração de áreas
naturais de Cerrado tende a ocasionar extinções locais de espécies de aves
ecologicamente mais exigentes, particularmente aquelas de dieta especializada em
frutos ou insetos (Tubelis & Cavalcanti, 2000).
20600.10-1000-M-1500

143

Para a elaboração da lista da avifauna regional foram utilizados dados extraídos do


Diagnóstico Ambiental Complementar – Projeto GMR Florestal – (Peixe – TO), assim
como de trabalhos científicos realizados no bioma cerrado (Roma, 2006) e dos
registros da avifauna para a localidade através do wikiaves.com. Onde foram
levantadas 233 espécies, conforme mostra a Tabela (4.2.3.3-3).

Tabela 4.2.3.3-3 – Espécies da avifauna levantadas com potencial de ocorrência na


área de estudo

Táxon Nome Popular

Struthioniformes Latham, 1790


Rheidae Bonaparte, 1849
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz
Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela
Anseriformes Linnaeus, 1758
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba
Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870 jacu-de-barriga-castanha
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho
Podicipediformes Fürbringer, 1888
Podicipedidae Bonaparte, 1831
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno
Ciconiiformes Bonaparte, 1854
Ciconiidae Sundevall, 1836
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca
Suliformes Sharpe, 1891
Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá
Anhingidae Reichenbach, 1849
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga
Pelecaniformes Sharpe, 1891
Ardeidae Leach, 1820
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi
Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá
Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande
20600.10-1000-M-1500

144

Táxon Nome Popular

Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira


Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena
Threskiornithidae Poche, 1904
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei
Accipitriformes Bonaparte, 1831
Pandionidae Bonaparte, 1854
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora
Accipitridae Vigors, 1824
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco
Falconiformes Bonaparte, 1831
Falconidae Leach, 1820
Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira
Eurypygiformes Furbringer, 1888
Eurypygidae Selby, 1840
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará
Gruiformes Bonaparte, 1854
Aramidae Bonaparte, 1852
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul
Cariamiformes Furbringer, 1888
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero
Recurvirostridae Bonaparte, 1831
20600.10-1000-M-1500

145

Táxon Nome Popular

Himantopus melanurus Vieillot, 1817 pernilongo-de-costas-brancas


Scolopacidae Rafinesque, 1815
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã
Sternidae Vigors, 1825
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande
Rynchopidae Bonaparte, 1838
Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu
Psittaciformes Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena
Aratinga leucophthalma (Statius Muller,
periquitão-maracanã
1776)
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo
Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro
Opisthocomiformes Sclater, 1880
Opisthocomidae Swainson, 1837
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci
Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua
20600.10-1000-M-1500

146

Táxon Nome Popular

Caprimulgidae Vigors, 1825


Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura
Apodiformes Peters, 1940
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti
Trochilidae Vigors, 1825
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre,
rabo-branco-acanelado
1839)
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-flor-vermelho
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde
Heliomaster longirostris (Audebert &
bico-reto-cinzento
Vieillot, 1801)
Trogoniformes A. O. U., 1886
Trogonidae Lesson, 1828
Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela
Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha
Coraciiformes Forbes, 1844
Alcedinidae Rafinesque, 1815
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno
Galbuliformes Fürbringer, 1888
Galbulidae Vigors, 1825
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva
Bucconidae Horsfield, 1821
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Ramphastidae Vigors, 1825
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto
Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho
Picidae Leach, 1820
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca
20600.10-1000-M-1500

147

Táxon Nome Popular

Passeriformes Linnaeus, 1758


Thamnophilidae Swainson, 1824
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho
Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 chorozinho-de-bico-comprido
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d'água
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada
Thamnophilus torquatus Swainson, 1825 choca-de-asa-vermelha
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi
Cercomacra ferdinandi Snethlage, 1928 chororó-de-goiás
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot,
arapaçu-de-cerrado
1818)
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) casaca-de-couro-da-lama
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio
Pipridae Rafinesque, 1815
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) soldadinho
Tityridae Gray, 1840
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio
Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub, 1853) ferreirinho-de-testa-parda
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) sebinho-rajado-amarelo
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny
sebinho-de-olho-de-ouro
& Lafresnaye, 1837)
Tyrannidae Vigors, 1825
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine,
irré
1859
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira
Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro
Myiodynastes maculatus (Statius Muller,
bem-te-vi-rajado
1776)
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei
20600.10-1000-M-1500

148

Táxon Nome Popular

Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea


Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha
Griseotyrannus aurantioatrocristatus
peitica-de-chapéu-preto
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu
Knipolegus poecilocercus (Pelzeln, 1868) pretinho-do-igapó
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara
Hylophilus pectoralis Sclater, 1866 vite-vite-de-cabeça-cinza
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã
Hirundinidae Rafinesque, 1815
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) garrinchão-de-barriga-vermelha
Donacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim
Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) balança-rabo-de-máscara
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo
Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye,
1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica
Thraupidae Cabanis, 1847
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto
Thlypopsis sordida (d'Orbigny &
saí-canário
Lafresnaye, 1837)
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza
Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro
20600.10-1000-M-1500

149

Táxon Nome Popular

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela


Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho
Emberizidae Vigors, 1825
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo
Sicalis columbiana Cabanis, 1851 canário-do-amazonas
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu
Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa
Sporophila collaris (Boddaert, 1783) coleiro-do-brejo
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) caboclinho
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió
Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln,
Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne &
Zimmer 1947
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato
Icteridae Vigors, 1825
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta
Fringillidae Leach, 1820
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro

c) Caracterização Geral da Herpetofauna Regional (AII)

A Sociedade Brasileira de Herpetologia (2010) listou 875 espécies de anfíbios


ocorrentes no Brasil, distribuídos da seguinte forma: 847 anuros, 1 caudata e 27
gymnophionas. Em relação aos répteis (SBH, 2011), foram reconhecidas 732 espécies
naturalmente ocorrentes e se reproduzindo no país, sendo 36 quelônios, 6 jacarés, 248
lagartos, 67 anfisbênia e 375 serpentes.
De acordo com (Vaz-Silva et al, 2007) a herpetofauna não é tratada adequadamente
em avaliações ambientais, principalmente devido à deficiência de informações sobre a
história natural e dados ecológicos básicos desse grupo. Ainda segundo o mesmo autor
a herpetofauna do cerrado é muito rica e diversificada, embora pouco conhecida, com
muitas áreas sem estudos adequados.
O Bioma cerrado sofre influência de quatro outros biomas, sendo eles: Amazônia,
Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. Desta forma sua herpetofauna é composta por
20600.10-1000-M-1500

150

espécies típicas de formações abertas, espécies generalistas que ocupam todo território
nacional e América do Sul, espécies típicas de domínios florestais dos biomas
Amazônia e Mata Atlântica, espécies que ocorrem em matas de galerias do cerrado,
além de um grande número de espécies endêmicas.
Segundo (Colli et al, 2002 apud Vaz-Silva et al, 2007) o cerrado possui 113 espécies
de anfíbios, com 32 endêmicas e 122 espécies de répteis, com 34 endêmicas.
Porém, embora seja alto o potencial do bioma cerrado, em relação à sua fauna
associada, tem se observado uma bibliografia escassa sobre a herpetofauna, desta
forma são imprescindíveis estudos detalhados a cerca da biodiversidade do bioma.
Junior e Bertoluci (2009) reforçam que trabalhos com comunidades de anuros do
cerrado ainda são escassos, e a forte pressão antrópica, o alto grau de endemismo e o
declínio de populações de anuros registrados no cerrado brasileiro aumentam a
importância de inventários taxonômicos em áreas do bioma.
Para a formulação da lista regional de herpetofauna com potencial de ocorrência na
área de estudo foram consultados trabalhos técnicos como o Diagnóstico Ambiental
Complementar – Projeto GMR Florestal – (Peixe – TO), além dos trabalhos de
(Pavan, 2007) e (Moreira et al., 2009).
As listagens da herpetofauna foram divididas em duas tabelas, sendo que a primeira
(Tabela 4.2.3.3-4) apresenta as espécioes das ordens Anura e Gymnophiona e a
(4.2.3.3-5) as espécies de répteis das ordens Testudines, Crocodylia e Squamata.
Tabela 4.2.3.3-4 – Espécies das ordens Anura e Gymnophiona levantadas com
potencial de ocorrência na área de estudo.

Táxon Nome Popular


Ordem ANURA
Família Aromobatidae
Allobates goianus (Bokermann, 1975) perereca
Família Bufonidae
Rhinella granulosa (Spix, 1824) sapo
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) sapo
Rhinella ocellata (Günther, 1859 "1858") sapo
Rhinella schneideri (Werner, 1894) sapo-cururu
Familia Cycloramphidae
Odontophrynus cultripes Reinhardt & Lütken, 1861"1862" rã
Proceratophrys goyana (Miranda-Ribeiro, 1937) rã
Família Dendrobatidae
Ameerega flavopicta (A. Lutz, 1925) sapo-flecha
Família Hylidae
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) pererequinha
Dendropsophus melanargyreus (Cope, 1887) perereca
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) perereca
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) perereca
Dendropsophus rubicundulus (Reinhardt & Lütken, 1862"1861") perereca
Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) perereca
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) perereca
20600.10-1000-M-1500

151

Táxon Nome Popular


Hypsiboas multifasciatus (Günther, 1859"1858") perereca
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 perereca
Phyllomedusa azurea Cope, 1862 perereca
Phyllomedusa hypochondrialis (Daudin, 1800) perereca
Pseudis tocantins Caramaschi & Cruz, 1998 perereca
Scinax eurydice (Bokermann, 1968) perereca
Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) perereca
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) perereca-de-banheiro
Scinax perereca Pombal, Haddad & Kasahara, 1995 perereca
Scinax ruber (Laurenti, 1768) perereca
Scinax similis (Cochran, 1952) perereca
Trachycephalus venulosus (Laurenti, 1768) perereca
Familia Leiuperidae
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 rã-cachorro
Physalaemus centralis Bokermann, 1962 rã
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachorro
Physalaemus obtectus Bokermann, 1966 rã
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) rã
Pseudopaludicola saltica (Cope, 1887) rã
Família Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) rã-assobiadeira
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) rã-pimenta
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) Leptodactylus ocellatus rã-manteiga
Leptodactylus martinezi (Bokermann, 1956) rã
Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) rã
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) rã
Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) rã
Leptodactylus syphax Bokermann, 1969 rã
Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 1926 rã
Família Microhylidae
Chiasmocleis albopunctata (Boettger, 1885) rãzinha-pintada
Chiasmocleis mehelyi Caramaschi & Cruz, 1997 rã
Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) rã
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) rã-guarda, rã-grilo
Familia Strabomantidae
Barycholos ternetzi (Miranda Ribeiro, 1937) perereca-de-ternetzi
Ordem GYMNOPHIONA
Família Caeciliidae
Siphonops paulensis Boettger, 1892 cobra-cega
20600.10-1000-M-1500

152

Tabela 4.2.3.3-5 – Espécies das ordens Testudines, Crocodylia e Squamata


levantadas com potencial de ocorrência na área de estudo.

Táxon Nome Popular


Ordem TESTUDINES
Família Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) jabuti-pitanga
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) jabuti
Família Podocnemididae
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) tartaruga-da-amazônia
Família Chelidae
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) cágado-de-barbicha
Ordem CROCODYLIA
Família Alligatoridae
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) jacaré-tinga
Melanosuchus niger (Spix, 1825) jacaré-açu
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) jacaré-anão
Ordem SQUAMATA
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena anaemariae Vanzolini, 1997 cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena mensae Castro-Mello, 2000 cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena mertensii Strauch, 1881 cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena microcephala (Wagler, 1824) cobra-de-duas-cabeças
Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824 cobra-de-duas-cabeças
Família Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) iguana
Família Polychrotidae
Anolis nitens (Wagler, 1830) lagarto
Polychrus acutirostris Spix, 1825 calango-verde
Família Tropiduridae
Tropidurus itambere Rodrigues, 1987 calango
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 calango
Família Gekkonidae
lagartixa-doméstica-
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) tropical
Família Phyllodactylidae
Gymnodactylus amarali Barbour, 1925 lagartixa
Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) bibra-de-folhico
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825 lagarto
Família Sphaerodactylidae (16 espécies)
Coleodactylus brachystoma (Amaral, 1935) lagartixa
Família Anguidae
20600.10-1000-M-1500

153

Táxon Nome Popular


Ophiodes striatus (Spix, 1825) cobra-de-vidro
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) calango-verde
Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825) lagarto
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) teiú
Tupinambis quadrilineatus Manzani & Abe, 1997 teiú
Família Gymnophthalmidae
Micrablepharus atticolus Rodrigues, 1996 lagarto-de-cauda-azul
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken, 1862) lagarto-de-cauda-azul
Família Scincidae
Mabuya bistriata (Spix, 1825) lagarto-mabuya
Mabuya frenata (Cope, 1862) lagarto
Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) lagarto-mabuya
Família Anomalepididae
Liotyphlops beui (Amaral, 1924) cobra-de-duas-cabeças
Família Leptotyphlopidae
Tricheilostoma fuliginosum (Passos, Caramaschi & Pinto, 2006) cobra-cega
Família Typhlopidae
Typhlops brongersmianus Vanzolini, 1976 cobra-cega
Família Aniliidae
Anilius scytale (Linnaeus, 1758) falsa-coral
Família Boidae
Boa constrictor Linnaeus, 1758 jibóia
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) jibóia
Epicrates crassus Cope, 1862 cobra-salamanta
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) sucuri
Família Colubridae
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) cobra-cipó, cobra-verde
Chironius flavolineatus (Boettger, 1885) cobra-cipó
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) cobra-cipó, cobra-verde
Drymarchon corais (Boie, 1827) papa-pinto
Drymoluber brazili (Gomes, 1918) serpente
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) bicuda
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) caninana
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) cobra-de-cabeça-preta
Família Dipsadidae
Apostolepis ammodites Ferrarezzi, Barbo & Albuquerque, 2005 serpente
Apostolepis cearensis Gomes, 1915 serpente
Atractus albuquerquei Cunha & Nascimento, 1983 serpente
Atractus pantostictus Fernandes & Puorto, 1993 cobra-de-jardim
Clelia clelia (Daudin, 1803) muçurana
Clelia plumbea (Wied, 1820) muçurana
20600.10-1000-M-1500

154

Táxon Nome Popular


Dipsas indica Laurenti, 1768 pingo-de-ouro
Echinanthera cyanopleura (Cope, 1885) corredeira-do-mato
Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1766) falsa-coral
Helicops modestus Günther, 1861 cobra d'água
Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) serpente
Liophis almadensis (Wagler, 1824) jararaquinha-do-campo
Liophis meridionalis (Schenkel, 1901) cobra d'água
Liophis paucidens (Hoge, 1953) serpente
Liophis poecilogyrus (Wied, 1825) cobra-de-capim
Oxyrhopus guibei Hoge & Romano, 1978 falsa-coral
Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Duméril, 1854 falsa-coral
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 falsa-coral
Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-verde
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 corre-campo
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) cobra-verde
Phimophis guerini (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra
Pseudoboa nigra (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-preta
Psomophis joberti (Sauvage, 1884) cobra
Rhachidelus brazili Boulenger, 1908 serpente
Sibynomorphus mikanii (Schlegel, 1837) jajaraquinha dormideira
Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911) dormideira
Xenodon merremii (Wagler, 1824) biopeva
Família Elapidae
Micrurus frontalis (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) coral-verdadeira
Família Viperidae
Bothropoides neuwiedi (Wagler, 1824) jararaca
Bothrops moojeni Hoge, 1966 jararaca
Caudisona durissa (Linnaeus, 1758) cascavel

d) Caracterização Geral da Ictiofauna Regional (AII)

Vários estudos sobre comunidades de peixes neotropicais vem sendo realizados ao


longo das últimas décadas, principalmente sobre ecologia e biologia reprodutiva dos
peixes (Lowe-McConnell, 1975, 1999; Santos & Ferreira, 1999; Menezes & Vazzoler,
1992; Schawassmann, 1992). Todos os dados secundários aliados aos dados obtidos
em campo auxiliam na caracterização dos ambientes, e dessa maneira permitem a
predição dos possíveis impactos e na adoção das medidas mitigadoras, necessárias
para a conservação dos ecossistemas aquáticos, como ressaltado por Menezes (1994).
O rio Tocantins apresenta vários empreendimentos, sendo sua fauna de peixes
bastante afetada. Entre os principais empreendimentos no seu curso podemos citar a
construção de inúmeras hidroelétricas que alteram de forma substancial a ecologia das
espécies de peixes.
20600.10-1000-M-1500

155

A ictiofauna rio Tocantins é uma das mais ricas do país com mais de 400 espécies de
peixes conhecidas. Essa bacia apresenta alta riqueza, alto endemismo e média
densidade de espécies por quilometro quadrado (Abel et al., 2008). No trecho a
montante da área de estudo (reservatório de Peixe Angical) foram registradas 288
espécies, conforme lista abaixo, sendo que 18,7% destas foram restritas somente no
período anterior à formação do reservatório. Do total de espécies registradas 11,8%
são endêmicas da bacia do Tocantins (Soares et al., 2009).
A tabela 4.2.3.3-6 abaixo, relaciona as espécies da ictiofauna com potencial de
ocorrência na área de estudo.

Tabela 4.2.3.3-6 – Espécies da ictiofauna levantadas com potencial de ocorrência


na área de estudo.

Táxon Nome Popular

CHONDRICHTHYES
MYLIOBATIFORMES
POTAMOTRYGONIDAE
Paratrygon aiereba (Müller & Henle, 1841) arraia maça, raia
Potamotrygon cf. orbignyi (Castelnau, 1855) arraia tartaruga, raia
Potamotrygon spB arraia, raia
Potamotrygon spC arraia, raia
Potamotrygon spD arraia, raia
Potamotrygon spE arraia, raia
Potamotrygon spF arraia, raia
Potamotrygon spG arraia, raia
OSTEICHTHYES
CLUPEIFORMES
ENGRAULIDAE
Anchoviella carrikeri Fowler, 1940 sardinha
Lycengraulis batesii (Günther, 1868) sardinha papuda
PRISTIGASTRIDAE
Pellona flavipinnis (Valenciennes, 1837) apapa, dorada de escama
Pristigaster cayana Cuvier, 1829 sardinha-papuda
CHARACIFORMES
ACESTRORHYNCHIDAE
Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) gata, cachorrinha
Acestrorhynchus microlepis (Schomburgk, 1841) gata, cachorrinha
ALESTIDAE
Chalceus epakros Zanata & Toledo-Piza, 2004 rabo vermelho
CHARACIDAE
Acestrocephalus sp cachorrinha, gata
Acnodon normani Gosline, 1951 pacu
Agoniates halecinus Müller &Troschel, 1845 sardinha de lata
20600.10-1000-M-1500

156

Táxon Nome Popular

Aphyocharax spA lambari, piaba


Astyanax elachylepis Bertaco & Lucinda, 2005 piaba
Astyanax goyacensis Eigenmann, 1908 piaba
Brycon falcatus Müller & Troschel, 1844 ladina
Brycon gouldingi Lima, 2004 piabanha
Brycon pesu Müller & Troschel 1845 beradeira
Bryconops spA piaba
Bryconops spB piaba
Bryconops spC piaba
Bryconops spD piaba
Caiapobrycon tucurui Malabarba & Vari, 2000 piaba
Charax leticiae Lucena, 1987 cachorrinha, gata
Clupeacharax anchoveoides Pearson, 1924 piaba
Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) tambaqui
Creagrutus atrisignum Myers, 1927 piaba
Creagrutus britskii Vari & Harold, 2001 piaba
Creagrutus cracentis Vari & Harold, 2001 piaba
Creagrutus figueiredoi Vari & Harold, 2001 piaba
Creagrutus menezesi Vari & Harold, 2001 piaba
Creagrutus mucipu Vari & Harold, 2001 piaba
Ctenobrycon hauxwellianus (Cope, 1870) piaba
Cynopotamus tocantinensis Menezes, 1987 gata
Exodon paradoxus Müller & Troschel, 1844 miguel
Galeocharax gulo (Cope, 1870) cachorrinho, gata
Hemigrammus sp B piaba
Hemigrammus sp C piaba
Hemigrammus sp D piaba
Hyphessobrycon spA piaba
Hyphessobrycon spB piaba
Hyphessobrycon spC piaba
Hyphessobrycon spD piaba
Hyphessobrycon spE piaba
Jupiaba apenima Zanata, 1997 lambari, piaba
Jupiaba elassonaktis Pereira & Lucinda, 2007 piaba, lambari
Jupiaba polylepis (Günther, 1864) lambari, piaba
Jupiaba sp A piaba, lambari
Knodus spA piaba
Knodus spB piaba
Knodus spC piaba
Knodus spD piaba
Knodus spF piaba
20600.10-1000-M-1500

157

Táxon Nome Popular

Knodus spG piaba


Knodus spH piaba
Metynnis hypsauchen (Müller & Troschel, 1844) pacu
Metynnis sp2 pacu
Moenkhausia gr. dichroura (Kner, 1858) piaba
Moenkhausia hysterosticta Lucinda, Malabarba & Benine,
piaba
2007
Moenkhausia loweae Géry, 1992 piaba
Moenkhausia sanctaefilomenae (Steindachner, 1907) piaba
Moenkhausia tergimacula Lucena & Lucena, 1999 piaba
Moenkhausia spA piaba
Moenkhausia spB piaba
Moenkhausia spC piaba
Moenkhausia spD piaba
Moenkhausia spE piaba
Moenkhausia spF piaba
Moenkhausia spG piaba
Moenkhausia spI piaba
Moenkhausia spk piaba
Mylesinus paucisquamatus Jégu & Santos 1988 pacu
Myleus setiger Müller & Troschel, 1844 pacu dente-seco
Myleus spA pacu
Myleus spB pacu
Myleus spC pacu
Myleus torquatus (Kner, 1858) pacu branca
Mylossoma duriventre (Cuvier, 1818) pacu manteiga
Phenacogaster spA piaba
Piaractus brachypomus (Cuvier, 1818) caranha
Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887) caranha
Pygocentrus nattereri Kner, 1858 piranha queixo de burro
Roeboides affinis (Günther,1868) cachorrinha
Salminus hilarii Valenciennes, 1850 tubarana
Serrapinus spA piaba
Serrapinus spB piaba
Serrapinus spC piaba
Serrapinus spD piaba
Serrasalmus eigenmanni Norman, 1929 piranha papo amarelo
Serrasalmus maculatus Kner, 1858 piranha
Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) piranha-preta
Serrasalmus sp1 piranha
Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 olho de boi
20600.10-1000-M-1500

158

Táxon Nome Popular

Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829 olho de boi


Tetragonopterus spA olho de boi
Tometes sp curupeté
Triportheus albus Cope, 1872 sardinha
Triportheus trifurcatus (Castelnau, 1855) sardinha
Tyttobrycon sp piaba
CRENUCHIDAE
Characidium sp piaba
CTENOLUCIIDAE
Boulengerella cuvieri (Spix & Agassiz, 1829) bicuda
CHILODONTIDAE
Caenotropus labyrinthicus (Kner, 1858) joão-duro
GASTEROPELECIDAE
Thoracocharax stellatus (Kner, 1858) papuda
HEMIODONTIDAE
Argonectes robertsi Langeani, 1999 piau voador
Bivibranchia fowleri (Steindachner, 1908) voador, piau bicudo
Bivibranchia velox (Eigenmann & Myers, 1927) voador, piau bicudo
voador, voador escama
Hemiodus microlepis Kner, 1858
fina
Hemiodus ternetzi Myers, 1927 voador, pirco
Hemiodus unimaculatus (Bloch, 1794) piau pirco, voador
CURIMATIDAE
Curimata acutirostris Vari & Reis, 1995 branquinha
Curimata cyprinoides (Linnaeus, 1766) branquinha
Curimata inornata Vari, 1989 branquinha
Curimatella dorsalis (Eigenmann & Eigenmann, 1889) branquinha
Curimatella immaculata (Fernández-Yépez, 1948) branquinha
Cyphocharax festivus Vari, 1992 branquinha
Cyphocharax gouldingi Vari, 1992 branquinha
Cyphocharax plumbeus (Eigenmann & Eigenmann, 1889) branquinha
Cyphocharax signatus Vari, 1992 branquinha
Cyphocharax spilurus (Günther, 1864) branquinha
Psectrogaster amazonica Eigenmann & Eigenmann, 1889 branquinha
Steindachnerina amazonica (Steindachner, 1911) branquinha
Steindachnerina gracilis Vari & Vari, 1989 branquinha
Steindachnerina sp branquinha
ERYTHRINIDAE
Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) iuiu
Hoplias lacerdae Ribeiro, 1908 trairão
Hoplias cf. malabaricus (Bloch, 1794) traíra
20600.10-1000-M-1500

159

Táxon Nome Popular

ANOSTOMIDAE
Abramites hypselonotus (Günther, 1868) zebrinha
Laemolyta fernandezi Myers, 1950 piau vara
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850) piau boca de flor
Leporinus affinis Günther,1864 piau flamengo
Leporinus desmotes Fowler, 1914 piau flamengo
Leporinus gr. friderici (Bloch, 1794) piau cabeça gorda
Leporinus pachycheilus Britski, 1976 piau
Leporinus sp1 piau
Leporinus sp2 piau
Leporinus sp3 piau
Leporinus sp6 piau
Leporinus sp8 piau
Leporinus taeniofasciatus Britski, 1997 piau
Leporinus tigrinus Borodin, 1929 piau flamengo
Leporinus trifasciatus Steindachner, 1876 piau
Schizodon vittatus (Valenciennes, 1850) piau vara
PARODONTIDAE
Apareiodon argenteus Pavanelli & Britskii, 2003 canivete
CYNODONTIDAE
Cynodon gibbus (Agassiz, 1829) cachorrinha, gata
Hydrolycus armatus (Jardine & Schomburgk, 1841) cachorra verdadeira
Hydrolycus tatauaia Toledo-Piza, Menezes & Santos, 1999 cachorra verdadeira
Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 cachorra facão
PROCHILODONTIDAE
Prochilodus nigricans Spix & Agassiz,1829 papa-terra, curimata
Semaprochilodus brama Valenciennes, 1850 jaraqui
SILURIFORMES
PIMELODIDAE
Aguarunichthys tocantinsensis Zuanon, Rapp Py-Daniel &
pernambuco
Jégu, 1993
Hemisorubim platyrhynchos Valenciennes, 1840 jurupoca
Megalonema platycephalum Eigenmann, 1912 dorada
Phractocephalus hemioliopterus (Bloch & Schneider,
pirarara
1801)
Pimelodina flavipinnis Steindachner, 1876 mandi moela
Pimelodus blochii Valenciennes, 1840 mandi cabeça de ferro
Pimelodus ornatus Kner, 1858 mandi
Pimelodus tetramerus Ribeiro & Lucena, 2006 mandi cabeça de ferro
Pimelodus spA mandi
Pimelodus spD mandi
Pinirampus pirinampu (Spix & Agassiz, 1829) barbado
20600.10-1000-M-1500

160

Táxon Nome Popular

Pseudopimelodus sp mandi
Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) pintado
Sorubim lima (Bloch & Schneider, 1801) bico de pato
Sorubimichthys planiceps (Spix & Agassiz, 1829) sorubim chicote
Zungaro zungaro (Humboldt, 1821) jaú
HEPTAPTERIDAE
Pimelodella sp bagre
Pimelodella cristata (Müller & Troschel, 1849) mandi mole
Rhamdia cf. itacaiunas Silfvergrip, 1996 bagre
Rhamdia sp bagre
PSEUDOPIMELODIDAE
Microglanis sp bagre
DORADIDAE
Hassar wilderi Kindle, 1895 mandi cabeça de ferro
Leptodoras praelongus (Myers & Weitzman, 1956) botinho
Megalodoras uranoscopus (Eigenmann & Eigenmann,
porquinha
1888)
Nemadoras cf. leporhinus (Eigenmnn, 1912) mandi cabeça de ferro
Oxydoras niger (Valenciennes, 1821) cuiú-cuiú, baiacu
Platydoras costatus (Linnaeus, 1758) porquinha
Pterodoras granulosus (Valenciennes, 1821) jaú de serrilha
Rhinodoras aff. boehlkei Glodek, Whitmire & Orcés, 1976 abotoado
LORICARIIDAE
Acanthicus hystrix Agassiz, 1829 cari pirarara
Ancistrus aguaboensis Fisch-Müller, Mazzoni & Weber,
cari
2001
Ancistrus minutus Fisch-Müller, Mazzoni & Weber, 2001 cari
Ancistrus spA cari
Ancistrus spB cari
Ancistrus spC cari
Baryancistrus longipinnis (Kindle, 1895) cari
Baryancistrus niveatus (Castelnau, 1855) cari banhado a ouro
Farlowella amazona (Günther, 1864) cari
Glyptoperichthys joselimaianus Weber, 1991 cari de lagoa
Harttia duriventris Rapp Py-Daniel & Oliveira, 2001 cari
Harttia punctata Rapp Py-Daniel & Oliveira, 2001 cari
Hemiancistrus micrommatos Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hemiancistrus spilomma Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hemiancistrus spinosissimus Cardoso & Lucinda, 2003 cari
Hypoptopoma sp cari, tubarãozinho
Hypostomus cf. ericae Carvalho & Weber, 2005 cari
Hypostomus sp1 cari chicote
20600.10-1000-M-1500

161

Táxon Nome Popular

Hypostomus sp2 cari chicote


Hypostomus sp5 cari chicote
Hypostomus sp6 cari chicote
Hypostomus sp7 cari chicote
Hypostomus sp8 cari chicote
Hypostomus sp9 cari chicote
Hypostomus sp10 cari chicote
Hypostomus sp11 cari chicote
Hypostomus sp12 cari chicote
Leporacanthicus galaxias Isbrücker & Nijssen, 1989 cari
Limatulichthys griseus (Eigenmann, 1909) cachimbo, foguete
Loricaria sp cari
Loricariichthys sp cari
Panaque nigrolineatus (Peters, 1877) cari - tamanco
Panaque pariolispos (Isbrücker & Nijssen, 1989) cari banhado a ouro
Peckoltia vittata (Steindachner, 1881) cari
Pseudacanthicus serratus (Valenciennes, 1840) cari
Pseudacanthicus sp cari
Rineloricaria lanceolata (Günther, 1868) cari
Rineloricaria sp cari
Spatuloricaria sp cari
Sturisoma rostratum (Spix & Agassiz, 1829) cari bicudo
CALLICHTHYIDAE
Aspidoras albater Nijssen & Isbrücker, 1976 cari
Aspidoras eurycephalus Nijssen & Isbrucker, 1976 cari
Megalechis thoracata (Valenciennes, 1840) camboatá
AUCHENIPTERIDAE
Ageneiosus brevis Steindachner, 1881 fidalgo verdadeiro
Ageneiosus ucayalensis Castelnau, 1855 fidalgo
Auchenipterus nuchalis (Spix & Agassiz, 1829) mapará, filho d’egua
Tatia spA bagre
Tatia spB bagre
Tatia spC bagre
Tocantinsia piresi (Ribeiro, 1920) pocomã
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) cangati
CETOPSIDAE
Cetopsis candiru (Spix & Agassiz, 1829) candiru
Cetopsis coecutiens (Lichtenstein, 1819) azulão, candiru
TRICHOMYCTERIDAE
Homodiaetus sp candiru macaco
Ituglanis spA candiru
20600.10-1000-M-1500

162

Táxon Nome Popular

Ituglanis spB candiru


Ituglanis spC candiru
Ituglanis spD candiru
Schultzichthys aff. bondi (Myers, 1942) candiru
Schultzichthys sp candiru
Vandellia cirrhosa Valenciennes, 1846 candiru
Vandellia spA candiru
Vandellia spB candiru
ASPREDINIDAE
Bunocephalus sp cruzeta, bugi
GYMNOTIFORMES
RHAMPHICHTHYIDAE
Rhamphichthys marmoratus Castelnau, 1855 tuvira
Rhamphichthys cf. rostratus (Linnaeus, 1766) tuvira
APTERONOTIDAE
Apteronotus cf. albifrons (Linnaeus, 1766) lampréia
Porotergus spA tuvira
Porotergus spB tuvira
Sternarchogiton nattereri (Steindachner, 1868) lampréia, tuvira
Sternarchorhynchus sp lampréia, tuvira
GYMNOTIDAE
Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 lampréia, tuvira
STERNOPYGIDAE
Archolaemus blax Korringa, 1970 lampréia, tuvira
Eigenmannia macrops (Boulenger, 1897) lampréia, tuvira
Eigenmannia sp lampréia, tuvira
Eigenmannia cf. trilineata Lopéz & Castello, 1966 lampréia, tuvira
Rhabdolichops eastwardi Lundberg & Mago-Leccia, 1986 lampréia, tuvira
Sternophygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) tuvira
SYNBRANCHIFORMES
SYNBRANCHIDAE
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 mussum
PERCIFORMES
SCIAENIDAE
Pachypops fourcroi (Lacepède, 1802) pescada
Pachyurus junki Soares & Casatti, 2000 pescada
Pachyurus paucirastrus Aguilera, 1983 pescada
Petilipinnis grunniens (Jardine & Schomburgk, 1843) pescada
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) curvina
CICHLIDAE
Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006 tucunaré
20600.10-1000-M-1500

163

Táxon Nome Popular

Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006 tucunaré


Cichlasoma araguaiense Kullander, 1983 corró caroço de manga
Crenicichla adspersa Heckel, 1840 mariana, margarida
Crenicichla cametana Steindachner, 1911 mariana, margarida
Crenicichla labrina (Spix & Agassiz, 1831) mariana, margarida
Crenicichla lepidota Heckel, 1840 mariana, margarida
Crenicichla lugubris Heckel, 1840 mariana, margarida
Crenicichla reticulata (Heckel, 1840) mariana, margarida
Crenicichla saxatilis (Linnaeus, 1758) margarida
Crenicichla strigata Günther, 1862 mariana, margarida
Geophagus altifrons Heckel 1840 cará, corró
Retroculus lapidifer (Castelnau, 1855) corró cabeça de cavalo
Retroculus sp corró cabeça de cavalo
Satanoperca jurupari (Heckel, 1840) cará
Teleocichla sp cará
CYPRINODONTIFORMES
RIVULIDAE
Rivulus sp
BELONIFORMES
BELONIDAE
Pseudotylosurus microps (Günther, 1866) peixe-agulha, mijacão
TETRAODONTIFORMES
TETRAODONTIDAE
Colomesus asellus (Müller & Troschel, 1849) piau bola
PLEURONECTIFORMES
ACHIRIDAE
Hypoclinemus mentalis (Günther, 1862) linguado, esfolha

Na área de influência da UHE Peixe Angical detectou-se que a maioria das espécies
possuem hábito reprodutivo sedentário e que cerca de 11% realizam migrações
reprodutivas (Neuberger et al., 2009).
Antes da formação do referido reservatório as guildas alimentares mais representativas
em número de indivíduos foram detritívora, piscívora e onívora, sendo que as guildas
com maior número de espécies foram piscívora e detritívora, respectivamente
(Monteiro et al., 2009b).
20600.10-1000-M-1500

164

4.2.3.4 Fauna na Área de Influência Direta


Serão apresentados os resultados das análises quantitativas e qualitativas realizadas
nas campanhas de campo.
Os dados e índices apresentados para cada grupo são representativos da respectiva
campanha. Comparações e tendências de declínio e/ou influência de impactos anterior
a implantação do empreendimento sobre a comunidade dependem de uma escala
temporal maior, necessitando de mais campanhas para serem avaliadas.

4.2.3.4.1 Mastofauna

Médios e Grandes Mamíferos

Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Mastofauna

Riqueza

Foram registradas 22 espécies da mastofauna durante a primeira campanha,


distribuídas em 15 famílias e 10 ordens. A ordem mais registrada foi Carnívora, com 5
espécies em 3 famílias (Felidae, Canidae e Procyonidae), seguida de Primates,
Cingulata e Rodentia com 3 espécies cada, Artiodactyla com 2 espécies e
Didelphimorphia, Lagomorpha, Perissodactyla e Cetacea com 1 espécie cada.
Na segunda campanha foram observadas 20 espécies, distribuídas em 13 famílias e 10
ordens. A principal diferença de registros entre as campanhas se deu na ordem
Primates, sendo diagnosticada apenas uma espécie na segunda campanha (macaco-
prego - Cebus libidinosos). Além disso, na ordem Carnívora, a raposa-do-campo
(Lycalopex vetulus) não havia sido encontrada durante a primeira campanha e o gato-
do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) não foi diagnosticado durante a segunda.

Abundância Relativa

As espécies com maior frequência de ocorrência (FO%) na primeira campanha foram


Pecari tacaju (cateto - Figura 4.2.3.4.1-1) com 22 registros (19,1%), Mazama
gouazoubira (veado-catingueiro) com 15 registros (13%), Hydrochoerus hydrochaeris
(capivara - Figura 4.2.3.4.1-2) com 12 registros (10,4%) e Cerdocyon thous (cachorro-
do-mato) com 9 registros (7,8%).
20600.10-1000-M-1500

165

Figura 4.2.3.4.1-1– Registro fotográfico de Figura 4.2.3.4.1-2 – Registro fotográfico de


cateto (Pecari tajacu) capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

A seguir, a frequencia de ocorrência das espécies registradas na primeira campanha é


apresentada de forma gráfica (Figura 4.2.3.4.1-3).

Figura 4.2.3.4.1-3 – Representação gráfica da frequência de ocorrência (FO%) das espécies


registradas durante a primeira campanha.

Os dados completos de cada espécie registrada na primeira campanha estão dispostos


na tabela 4.2.3.4.1-1, a seguir.
20600.10-1000-M-1500

166

Tabela 4.2.3.4.1-1 – Frequência de ocorrência de registros de mamíferos na área.



Táxon Nome Popular FO (%)
Registros
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto 22 19,1%
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro 15 13,0%
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus,
1766) capivara 12 10,4%
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato 9 7,8%
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati 8 7,0%
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha 7 6,1%
Dasyprocta fuliginosa Wagler, 1832 cutias 7 6,1%
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta 7 6,1%
Alouatta guariba (Humboldt, 1812) bugiu-ruivo 6 5,2%
Cebus libidinosus Spix, 1823 macaco-prego 4 3,5%
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba 3 2,6%
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-de-colete 2 1,7%
Cavia aperea (Erxleben, 1777) preá 2 1,7%
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) lobo-guará 2 1,7%
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) mão-pelada 2 1,7%
Didelphis albiventris Lund, 1841 gambá-de-orelha-branca 1 0,9%
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole-pequeno 1 0,9%
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus,
1758) tamanduá-bandeira 1 0,9%
Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) sagui-do-cerrado 1 0,9%
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti 1 0,9%
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato-pequeno 1 0,9%
Inia geoffrensis (de Blainville, 1817) boto-cor-de-rosa 1 0,9%

Na segunda campanha, as maiores frequências de ocorrência foram do veado-


catingueiro (Mazama gouazoubira) com 19 registros (15,3%), do cateto (Pecari
tajacu) com 14 registros (11,3%), do tatu-peba (Euphractus sexcinctus) com 12
registros (9,7%) e do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) com 11 registros (8,9%).
As principais diferenças no número de registros entre as campanhas se deram com o
tatu-peba (Euphractus sexcinctus), tendo sido registrado apenas 3 vezes na primeira
campanha (FO 2,6%) e com o mão-pelada (Procyon cancrivorus), tendo 2 registros na
primeira campanha (FO 1,7%) e 10 registros na segunda (FO 8,1%).
Durante a segunda campanha, três espécies foram registradas com apenas 1 contato: o
gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), a raposa-do-campo (Lycalopex
vetulus) e o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis); contrastando com a primeira
campanha, quando 7 espécies foram registradas com apenas 1 contato.
A figura 4.2.3.4.1-4, a seguir, apresenta o registro de algumas destas espécies.
20600.10-1000-M-1500

167

Figura 4.2.3.4.1-4– A: tatu-peba (Euphractus sexcinctus); B: pegadas de mão-pelada


(Procyon cancrivorus); C: boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis)

A seguir, a frequência de ocorrência das espécies registradas na segunda campanha é


apresentada de forma gráfica (Figura 4.2.3.4.1-5) e em tabela (Tabela 4.2.3.4.1-2).

Figura 4.2.3.4.1-5 – Representação gráfica da frequência de ocorrência (FO%) das espécies


registradas durante a segunda campanha.
20600.10-1000-M-1500

168

Tabela 4.2.3.4.1-2 – Frequência de ocorrência de registros de mamíferos na área.


Nº FO
Táxon Nome Popular
Registros (%)
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro 19 15,3%
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto 14 11,3%
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba 12 9,7%
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato 11 8,9%
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) mão-pelada 10 8,1%
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara 9 7,3%
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha 8 6,5%
Cebus libidinosus Spix, 1823 macaco-prego 8 6,5%
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira 7 5,6%
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) lobo-guará 6 4,8%
Dasyprocta fuliginosa Wagler, 1832 cutias 5 4,0%
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti 5 4,0%
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole-pequeno 3 2,4%
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-de-colete 3 2,4%
Cavia aperea (Erxleben, 1777) preá 3 2,4%
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati 3 2,4%
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta 2 1,6%
Didelphis albiventris Lund, 1841 gambá-de-orelha-branca 1 0,8%
Lycalopex vetulus raposa-do-campo 1 0,8%
Inia geoffrensis (de Blainville, 1817) boto-cor-de-rosa 1 0,8%

Índice de Diversidade

O índice de diversidade de Shannon, frequentemente utilizado em estudos de ecologia


para responder quais ambientes sustentam maior diversidade, pondera tanto a riqueza
de espécies como sua abundância relativa (Ricklefs 2003).
Segundo Magurran (1988) o índice de Shannon varia de 1,5 a 3,5, podendo raramente
ultrapassar o valor de 4,5, e a equitabilidade (J’) varia entre 0 e 1, onde 1 indica
espécies igualmente abundantes no ambiente. O cálculo foi realizado através do
software BioDiversity Pro, utilizando Log Natural (base e). Os resultados de ambas as
campanhas estão dispostos na tabela 4.2.3.4.1-3.

Tabela 4.2.3.4.1-3 – Índice de diversidade de Shannon

Index 1º Campanha 2º Campanha


Shannon H' Log Base 2,718 2,651 2,736
Shannon Hmax Log Base 2,718 3,091 2,996
Shannon J' 0,857 0,913
20600.10-1000-M-1500

169

Nota-se que, apesar de terem sido identificadas mais espécies durante a primeira
campanha, é a segunda que apresenta maior índice de diversidade. Isto se da pois o
índice de Shannon leva em consideração a abundância relativa das espécies,
favorecendo os resultados da segunda campanha, onde houve menor dominância,
maior equitabilidade.

Eficiência amostral (Curva de Acúmulo de Espécies)

Para verificar a eficiência amostral foram geradas curvas de acúmulo de espécies


observadas em relação ao esforço amostral (dias de amostragem), somando as horas
dos métodos de busca diurna, vespertina e noturna durante as campanhas.
Em estatística, os “estimadores” são utilizados para calcular uma estimativa de uma
quantidade determinada com base em dados observados: assim, via de regra, seus
resultados (a estimativa) são diferenciados.
Para este estudo foi utilizado o jackknife, que tem a função de estimar a precisão da
amostra estatística usando subconjuntos dos dados disponíveis (jackknifing). O
jackknife recalcula sistematicamente a estimativa estatística deixando de fora uma ou
mais observações aleatórias em um momento a partir do conjunto da amostra.
A figura a seguir (4.2.3.4.1-6) demonstra a curva de acúmulo de espécies gerada para
a primeira campanha (período seco), sem o estimador jackknife.

Figura 4.2.3.4.1-6 – Curva de acúmulo de espécies obtida para a primeira


campanha (período seco).

A Figura 4.2.3.4.1-7, a seguir demonstra a curva de acúmulo de espécies gerada para a


segunda campanha (período chuvoso).
20600.10-1000-M-1500

170

Figura 4.2.3.4.1-7 – Curva de acúmulo de espécies obtida para a segunda


campanha (período chuvoso).

A Figura 4.2.3.4.1-8 demonstra as curvas de acúmulo obtidas durante a primeira e a


segunda campanha, acompanhadas da estimativa, gerada pelo jackknifing, de um total
de espécies que poderia ser registrado com o emprego de maior esforço amostral
(tempo).

Figura 4.2.3.4.1-8 – Curva de acúmulo de espécies da primeira e da segunda


campanha com estimativa de Jackknife.
20600.10-1000-M-1500

171

Características Ecológicas

Guildas alimentares

O estudo das relações tróficas em comunidades tem sido visto como uma ferramenta
importante na implementação de medidas que preservem a biodiversidade de
ambientes tropicais (Soulé & Simberloff, 1986). É necessário medir a biodiversidade,
não apenas por meio de censos de espécies de animais e plantas, como também pelo
estudo de suas interações populacionais e alimentares, cujo desconhecimento pode
impedir uma compreensão integrada sobre o funcionamento dos ecossistemas
(Walker, 1992).
Abaixo está disposta a proporção na ocorrência dos hábitos alimentares (%)
registrados na mastofauna local durante ambas as campanhas (Figura 4.2.3.4.1-9).

Figura 4.2.3.4.1-9 – Proporção das guildas alimentares da mastofauna durante a primeira


campanha (Período Seco) e segunda campanha (Período Chuvoso).

O alimento é um fator importante, pois influencia na fecundidade, no


desenvolvimento, na longevidade e na mortalidade. A análise do enquadramento de
determinadas espécies em suas respectivas guildas alimentares pode indicar a oferta de
alimento disponível dentro do ambiente de estudo e revelar se sua estrutura trófica
encontra-se equilibrada.
Em ambas as campanhas a guilda alimentar de mamíferos onívoros foi a mais
representativa, com 54% das espécies registradas durante a primeira campanha e por
65% das espécies registradas durante a segunda (13 espécies em ambas). Essas
espécies, como o quati (Nasua nasua - (Figura 4.2.3.4.1-10), o cachorro-do-mato
(Cerdocyon thous – Figura 4.2.3.4.1-11), e o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus)
apresentam grande variedade em sua dieta, comendo desde material vegetal como
raízes e frutos, até carniça de animais (Reis et al., 2006). Essa variedade na
alimentação favorece o estabelecimento de espécies onívoras nas mais diversas
regiões.
20600.10-1000-M-1500

172

Figura 4.2.3.4.1-10 – Registro fotográfico Figura 4.2.3.4.1-11 – Registro fotográfico


de quati (Nasua nasua) de cachorro-do-mato (Cerdocyon thous)

Quanto à guilda dos herbívoros, 4 espécies foram registradas em ambas as campanhas:


a capivara (Hydrochoerus hydrocheris), o tapeti (Sylvilagus brasiliensis - Figura
4.2.3.4.1-12), a anta (Tapirus terrestris) e o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira -
Figura 4.2.3.4.1-13).
Duas espécies diagnosticadas, o bugiu-ruivo (Alouatta guariba), registrado apenas
durante a primeira campanha e o preá (Cavia aperea), registrado em ambas, são
classificados como herbívoros/frugívoros.

Figura 4.2.3.4.1-12 – Rastro de tapeti Figura 4.2.3.4.1-13 – Registro fotográfico


(Sylvilagus brasiliensis) de jovem de veado-catingueiro (Mazama
gouazoubira)

Espécies Bioindicadoras da Qualidade Ambiental

Nos neotrópicos, frugívoros compõem uma parcela significativa da biomassa de


vertebrados (Willis, 1980; Terborg, 1986). Esse grupo é particularmente vulnerável às
variações sazonais na oferta e disponibilidade de alimento (Foster, M. 1977; Foster, R.
20600.10-1000-M-1500

173

1982), às modificações estruturais em seus habitats, como por exemplo, a


fragmentação ou retirada seletiva das plantas que lhes servem de alimento (Willis,
1979; Howe, 1984), ou ainda às pressões exercidas pela caça e comércio ilegal
(Robinson & Redford, 1991).
Muitas espécies de mamíferos frugívoros neotropicais são atualmente consideradas
ameaçadas de extinção (Collar et. al. 1992). Em contrapartida, é justamente essa
vulnerabilidade que confere aos vertebrados frugívoros o status de bons indicadores
ecológicos na detecção de alterações ambientais (Strahl & Grajal, 1991), ou no
planejamento de medidas conservacionistas (Powell & Bjork, 1995).
Dentre as espécies diagnosticadas na área, o bugiu-ruivo (Aloatta guariba) e o preá
(Cavia aperea) são classificados como frugívoros/herbívoros, e espécies onívoras
como o macaco-prego (Cebus libidinosus - Figura 4.2.3.4.1-14), o sagui-do-cerrado
(Callithrix penicillata), e a cutia (Dasyprocta fuliginosa - Figura 4.2.3.4.1-15)
utilizam frutas para completar suas dietas, também atuando como dispersores de
sementes.

Figura 4.2.3.4.1-14 – Registro fotográfico Figura 4.2.3.4.1-15 – Cutias (Dasyprocta


de macaco-prego (Cebus libidinosus) fuliginosa). Imagem capturada por
câmera-trap

Algumas espécies mais vulneráveis à perturbação ambiental e mais sensíveis à


presença humana também podem atuar como espécies indicadoras, é o caso do cateto
(Pecari tajacu) e da anta (Tapirus terrestris - Figura 4.2.3.4.1-16), que sofrem grande
pressão de caça.
20600.10-1000-M-1500

174

Figura 4.2.3.4.1-16 – Anta (Tapirus


terrestris). Imagem capturada de vídeo de
câmera-trap

Espécies Ameaçadas

Durante as campanhas, foram registradas 2 espécies na categoria de “Quase


ameaçadas” (Tamandua tetradactyla - tamanduá-de-colete e Dasyprocta fuliginosa –
cutia) e 3 espécies classificadas como vulneráveis (VU) na lista de espécies
ameaçadas de extinção no Brasil (MMA, 2003): Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-
bandeira), Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) e Chrysocyon brachyurus
(lobo-guará).
A principal ameaça a essas espécies é a redução de sua área de vida. Todas
apresentam ampla distribuição pelo território brasileiro (em especial no Cerrado para
Myrmecophaga tridactyla e Chrysocyon brachyurus), mas a rápida expansão de
ocupação humana, principalmente para a agropecuária, conflita com a ampla área de
vida requerida por essas espécies.
Somado a isso, o atropelamento de animais nas estradas que cortam sua área de vida é
um evento recorrente, e contribui para a ameaça a essas e outras espécies, como
demonstrado na figura 4.2.3.4.1-17.
20600.10-1000-M-1500

175

Figura 4.2.3.4.1-17 – Atropelamento de animais. gato-do-mato-pequeno (Leopardus


tigrinus)

Espécies Endêmicas

A mastofauna no Cerrado é caracterizada pelo baixo endemismo, em torno de 9%


(Bocchiglieri, 2010). Todas as espécies registradas durante as duas campanhas
ocorrem em outros biomas, porém o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus ), registrado
em ambas as campanhas, e a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), registrada apenas
na segunda campanha, apresentam sua área de distribuição geográfica mais restrita ao
cerrado (Figura 4.2.3.4.1-18).
20600.10-1000-M-1500

176

Figura 4.2.3.4.1-18 – (A) Registro por câmera trap e área de ocorrência do lobo-
guará (Chrysocyon brachyurus). (B) Registro fotográfico e área de ocorrência da
raposa-do-campo (Lycalopex vetulus). Mapas retirados de wikipedia.org

Espécies Exóticas

Não foram registradas espécies exóticas de vida livre durante o esforço amostral, a
não ser as espécies domésticas criadas com finalidade de estimação ou consumo. Vale
ressaltar que muitas vezes essas espécies, como cães (Canis lupus familiaris) e gatos
(Felis silvestris catus) passam a frequentar ambientes florestais e predar animais
silvestres, além de transmitir diversas doenças epidemiológicas aos mesmos.

Lista de espécies

A Tabela 4.2.3.4.1-4 expõe as espécies da mastofauna diagnosticadas na área de


estudo durante o esforço amostral em cada campanha, seguidas dos seus nomes
populares, endemismo, hábito, guilda alimentar, período repodutivo, período de
atividade e categoria de ameaça de extinção em Território Nacional de acordo com o
MMA (2003).
20600.10-1000-M-1500

177

Tabela 4.2.3.4.1-4 – Lista de espécies da mastofauna diagnosticadas durante as campanhas de na área de estudo.
Categoria
Registro Período
de Período Hábito
Táxon Nome Comum Campanhas Endem. Hábito de
Ameaça Reprodutivo Alimentar
Atividade
1ª 2ª MMA
Ordem Didelphimorphia Gill, 1872
Família Didelphidae Gray, 1821
Didelphis albiventris Lund, 1841 gambá-de-orelha-branca X X ESC ano todo No O
Ordem Cingulata Illiger, 1811
Família Dasypodidae Gray, 1821
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha X X FOS ano todo No O
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba X X FOS ano todo No O
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole-pequeno X X FOS ano todo Di O
Ordem Pilosa Flower, 1883
Família Myrmecophagidae Gray, 1825
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira X X TER VU ano todo No I
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-de-colete X X ESC NT _ No O
Ordem Primates Linnaeus, 1758
Família Cebidae Gray, 1831
Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) sagui-do-cerrado X ARB ano todo Di O
Cebus libidinosus Spix, 1823 macaco-prego X X ARB ano todo Di O
Família Atelidae Gray, 1825
Alouatta caraya (Humboldt, 1812) bugiu X ARB ago-out Di H/F
Ordem Rodentia Bowdich, 1821 cont.
Família Caviidae G. Fischer, 1817
Cavia aperea (Erxleben, 1777) preá X X TER _ Di H/F
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara X X SAQ ano todo Di H
Família Dasyproctidae Bonaparte, 1838
Dasyprocta fuliginosa Wagler, 1832 cutias X X TER NT ano todo No O
20600.10-1000-M-1500

178

Categoria
Registro Período
de Período Hábito
Táxon Nome Comum Campanhas Endem. Hábito Ameaça de
Reprodutivo Alimentar
Atividade
1ª 2ª MMA
Ordem Lagomorpha Brandt, 1855
Família Leporidae G. Fischer, 1817
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti X X TER ano todo No H
Ordem Carnivora Bowdich, 1821
Família Felidae G. Fischer, 1817
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato-pequeno X TER VU ano todo No C
Família Canidae G. Fischer, 1817
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato X X TER ano todo Crep / No O
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) lobo-guará X X NE* TER VU out e mar Crep / No O
Lycalopex vetulus Lund, 1842 raposa-do-campo X NE* TER jul-ago Crep / No O
Família Procyonidae Gray, 1825
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati X X ESC ano todo No O
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) mão-pelada X X TER ano todo No O
Ordem Perissodactyla Owen, 1848
Família Tapiridae Gray, 1821
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta X X TER ano todo Crep / No H
Ordem Artiodactyla Owen, 1848
Família Tayassuidae Palmer, 1897
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto X X TER ano todo Di / No O
Família Cervidae Goldfuss, 1820
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro X X TER _ Di H
Ordem Cetacea Brisson, 1762
Família Iniidae Gray, 1834
Inia geoffrensis (de Blainville, 1817) boto-cor-de-rosa X X AQ _ _ C

Legendas: NE*: não endêmico, porém de ocorrência centralizada no Cerrado. ESC: escansorial. FOS: semifossorial. TER: terrícola. ARB:
arborícola. SAQ: associado a sistemas aquáticos. AQ: aquático. VU: vulnerável, NT: Quase Ameaçado. No: noturno. Crep: crepuscular. Di: diurno.
O: onívoro. H: herbívoro F: frugívoro. C: carnívoro. I: insetívoro.
20600.10-1000-M-1500

179

Pequenos Mamíferos terrestres e alados

Resultados
As Tabelas 4.2.3.4.1-5 e 4.2.3.4.1-6 a seguir, apresentam sucessivamente as espécies
da mastofauna alada (quirópteros) e de pequenos mamíferos não voadores
diagnosticadas através do Diagnóstico Ambiental Complementar do EIA (Projeto
GMR Florestal – Peixe – TO), para a área de estudo.

Tabela 4.2.3.4.1-5 – Quirópteros diagnosticados na área de estudo.


Guilda
Táxon Nome popular Registro alimentar
Ordem Chiróptera
Família Phyllostomidae
Glossophaga soricina morcego CR - PB NEC - FRU
Anoura geoffroyi morcego PB NEC - FRU
Phyllostomus hastatus morcego CR - PB CAR
Phyllostomus discolor morcego PB NEC - FRU
Lonchorhina aurita morcego PB INS
Chrotopterus auritus morcego PB CAR
Diphyla ecaudata morcego PB HEM
Plathyrrhinus lineatus morcego PB FRU
Artibeus lituratus morcego PB FRU
Chiroderma villosum morcego PB FRU
Carolia perspicillata morcego CR - PB FRU
Família Natalidae
Natalus stramineus morcego PB INS
Legenda: Registro: CP - Capturado em rede de neblina; PB - Pesquisa bibliográfica;
Guilda Alimentar: NEC – nectarívoro, FRU – frugívoro, CAR – carnívoro, HEM –
hematófago, INS – insetívoro.

Tabela 4.2.3.4.1-6 – Pequenos mamíferos não voadores diagnosticados na


área de estudo.

Táxon Nome popular Registro Guilda alimentar


Ordem Marsupialia
Família Didelphidae
COL - ENT -
Didelphis albiventris Gambá PB ONI
Caluromys philander Cuíca PB FRU
Gracilinanus agilis Mucura PB INS
Marmosa murina Mucura PB ONI
Micoureus demerarae Mucura PB INS
Monodelphis americana Mucura PB ONI
Monodelphis domestica Mucura PB INS
Monodelphia brevicaldata Mucura PB ONI
Monodelphis rubida Mucura PB ONI
Philander opossum Mucura PB ONI
20600.10-1000-M-1500

180

Táxon Nome popular Registro Guilda alimentar


Ordem Rodentia
Família Muridae
Akodon sp. Rato-do-mato PB ONI
Bolomys lasiurus Rato-do-mato PB ONI
Calomys cf. callosus Rato-do-mato PB FRU
Euryoryzomys sp. Rato-do-mato PB FRU
Hylaeamys megacephalus Rato-do-mato PB FRU
Wiedomys pyrrhorhinos Rato-do-mato PB GRAN
Neacomys sp. Rato-do-mato PB FRU
Oecomis bicolor Rato-do-mato PB FRU
Oecomis sp. Rato-do-mato PB FRU
Legenda: Registro: ENT – Entrevista; PB - Pesquisa bibliográfica; COL -
Coleta/armadilha; Guilda Alimentar: FRU – frugívoro, INS – insetívoro, ONI – onívoro,
GRAN – granívoro.

Características ecológicas
Marinho-Filho et al (2002), citam cerca de 32 espécies de pequenos mamíferos não-
voadores associadas às áreas não florestadas do cerrado. Segundo (Vieira e Palma,
2005) as formações mais abertas desse bioma são, geralmente, compostas localmente
por poucas espécies. Porém, acredita-se que em paisagens caracterizadas pelo contato
de ambientes florestais com ambientes abertos, a composição e estrutura das
comunidades de pequenos mamíferos sejam influenciadas pela diversidade de
ambientes (Godoi et al., 2010), aumentando o número de espécies.
Segundo Aguiar e Machado (2009) o Cerrado brasileiro possui 107 espécies de
morcegos, dos quais apenas 30 estariam protegidas em unidades de conservação de
proteção integral do bioma, o que soma cerca de 3% da área original. Dessa forma as
demais 77 espécies podem ser consideradas lacunas de conservação, pois não estão
formalmente registradas em nenhuma unidade de conservação.

Guilda alimentar
No que se refere à Guilda alimentar dos grupos discutidos, é possível notar que os
Quirópteros com potencial de ocorrência na área de estudo são em sua maior parte
frugívros (33%) e Nectarívoros/Frugívoros (25%), os representantes carnívoros e
insetívoros aparecem com (17%) cada e a guilda menos representativa foi a dos
hematófagos com (8%) do total, conforme mostra a Figura 4.2.3.4.1-19.
20600.10-1000-M-1500

181

Figura 4.2.3.4.1-19 – Distribuição gráfica da guilda alimentar dos


Quirópteros levantados para a área de estudo.

A distribuição gráfica dos marsupiais e roedores levantados para essa área de estudo
evidenciam (42%) de espécies onívoras, seguidas de (37%) frugívoras, (16%)
insetívoras e (5%) granívoras conforme mostra a Figura 4.2.3.4.1-20.

Figura 4.2.3.4.1-20 – Distribuição gráfica da guilda alimentar dos


roedores e Marsupiais levantados para a área de estudo.
20600.10-1000-M-1500

182

Espécies ameaçadas de extinção


Alterações ambientais significativas afetam negativamente todas as espécies. Os
pequenos mamíferos e morcegos não são exceção a essa condição. Porém vale
ressaltar que dentre as espécies registradas nesse estudo, não consta nenhuma
ameaçada de extinção.

Espécies bioindicadoras
De modo geral a presença dessas espécies no ambiente é de suma importância, uma
vez que vários morcegos e roedores agem como dispersores de sementes e
polinizadores. Essas espécies também estão inseridas na base da cadeia alimentar de
diversos outros animais carnívoros, como aves e mamíferos predadores de maior
porte.
E além da importância numérica, o conjunto das informações sobre a ecologia das
espécies e das comunidades de pequenos mamíferos não-voadores indica que
marsupiais e pequenos mamíferos, como roedores, exercem influência importante na
dinâmica das florestas Neotropicais e são bons indicadores de alterações locais do
habitat e da paisagem (Pardini e Umetsu, 2006).

4.2.3.4.2 Avifauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Avifauna
Riqueza
Nas amostragens realizadas na primeira campanha (período de seca) foram registradas
152 espécies de aves, sendo que 129 foram registradas através da metodologia de
ponto de escuta. Destas, 73 espécies pertencem a ordem Passeriformes (48%) e 79
pertencem a táxons de não-Passeriformes (52%). As espécies diagnosticadas estão
distribuídas em 47 famílias, sendo 18 de não-Passeriformes e 19 Passeriformes. No
total essas espécies estão divididas em 23 ordens.
O número de espécies registradas na segunda campanha (período chuvoso) não variou
em relação à primeira (153) espécies, sendo 69 passeriformes (45%) e 84 não
passeriformes (55%). Dessas, 42 tiveram seu registro exclusivo na segunda campanha.
Desse total 130 espécies só foram detectadas através dos pontos de escuta.
No total foram registradas 194 espécies, sendo 102 espécies (53%) de táxons não
passeriformes e 92 espécies (47%) da ordem passerifome. 26 foram observadas
somente durante os transectos irregulares realizados na área, portanto, para essas não
foi calculado o índice pontual de abundância (IPA).
Na 1ª campanha em entrevistas informais com moradores locais na, foi mencionado a
ocorrência de duas espécies que não foram detectadas durante as amostragens através
das metodologias estabelecidas, o mutum-de-penacho (Crax fasciolata) e a arara-azul-
grande (Anodorhynchus hyacinthinus), duas espécies de alta relevância na composição
da avifauna regional. Porém, as mesmas foram detectadas na campanha seguinte
através da câmera trap e observação direta.
20600.10-1000-M-1500

183

Abundância Relativa
Para as espécies registradas através do ponto de escuta foi possível calcular o (IPA)
índice pontual de abundância (530 minutos de amostragem – 53 Pontos) em cada
campanha. Totalizando 1060 minutos (aproximadamente 17hs) e 106 pontos fixos.
Na primeira campanha o pombo silvestre fogo-apagou (Columbina squammata) foi a
espécie mais representativa com 29 contatos e IPA (0,55), seguido do suiriri
(Tyrannus melancholicus) com 26 contatos e IPA (0,49), conforme mostra a tabela
(4.2.3.4.2-1).

Tabela 4.2.3.4.2-1 – Espécies diagnosticadas na primeira campanha (seca) através da


metodologia padronizada de pontos-de-escuta na área de estudo, seguidas do número
de contatos e valor de IPA.

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 29 0.55


Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 26 0.49
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento 25 0.47
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro 20 0.38
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot,
andorinha-pequena-de-casa 15 0.28
1817)
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha 14 0.26
Patagioenas picazuro (Temminck,
pombão 14 0.26
1813)
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 13 0.25
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 13 0.25
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 12 0.23
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 12 0.23
guaracava-de-topete-
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 11 0.21
uniforme
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 10 0.19
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 10 0.19
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande 10 0.19
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco 9 0.17
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto 9 0.17
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 9 0.17
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta 9 0.17
Orthopsittaca manilata (Boddaert,
maracanã-do-buriti 9 0.17
1783)
Thamnophilus caerulescens Vieillot,
choca-da-mata 8 0.15
1816
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 8 0.15
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 8 0.15
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema 8 0.15
periquito-de-encontro-
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) 8 0.15
amarelo
Zonotrichia capensis (Statius Muller,
tico-tico 7 0.13
1776)
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 7 0.13
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 7 0.13
20600.10-1000-M-1500

184

Nome do Táxon Nome popular Total IPA


Megarynchus pitangua (Linnaeus,
neinei 7 0.13
1766)
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 7 0.13
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato 7 0.13
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo 7 0.13
Amazilia lactea (Lesson, 1832) beija-flor-de-peito-azul 7 0.13
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca 6 0.11
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela 6 0.11
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) suiriri-cinzento 6 0.11
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema 6 0.11
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 6 0.11
Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento 6 0.11
Camptostoma obsoletum (Temminck,
risadinha 6 0.11
1824)
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca 5 0.09
Thamnophilus amazonicus Sclater,
choca-canela 5 0.09
1858
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta 5 0.09
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo 5 0.09
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador 5 0.09
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) balança-rabo-de-máscara 5 0.09
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto 5 0.09
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza 5 0.09
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro 5 0.09
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura 5 0.09
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo 5 0.09
Cyanocorax cristatellus (Temminck,
gralha-do-campo 5 0.09
1823)
Crypturellus parvirostris (Wagler,
inhambu-chororó 5 0.09
1827)
Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 mineirinho 5 0.09
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando 4 0.08
Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado 4 0.08
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 4 0.08
Sporophila bouvreuil (Statius Muller,
caboclinho 4 0.08
1776)
Sittasomus griseicapillus (Vieillot,
arapaçu-verde 4 0.08
1818)
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 4 0.08
Pachyramphus validus (Lichtenstein,
caneleiro-de-chapéu-preto 4 0.08
1823)
Myiophobus fasciatus (Statius Muller,
filipe 4 0.08
1776)
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 4 0.08
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot,
arapaçu-de-cerrado 4 0.08
1818)
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 4 0.08
Dysithamnus mentalis (Temminck,
choquinha-lisa 4 0.08
1823)
20600.10-1000-M-1500

185

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 4 0.08


Aratinga leucophthalma (Statius
periquitão-maracanã 4 0.08
Muller, 1776)
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei 4 0.08
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 3 0.06
Ramphocaenus melanurus Vieillot,
bico-assovelado 3 0.06
1819
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu 3 0.06
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre,
rabo-branco-acanelado 3 0.06
1839)
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 3 0.06
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 3 0.06
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 3 0.06
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 3 0.06
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu 3 0.06
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 3 0.06
guaracava-de-barriga-
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 3 0.06
amarela
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 3 0.06
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 3 0.06
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 3 0.06
Campephilus melanoleucos (Gmelin,
pica-pau-de-topete-vermelho 3 0.06
1788)
Synallaxis scutata Sclater, 1859 estrelinha-preta 2 0.04
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho 2 0.04
Sporophila caerulescens (Vieillot,
coleirinho 2 0.04
1823)
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 2 0.04
Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870 jacu-de-barriga-castanha 2 0.04
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta 2 0.04
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard,
juriti-gemedeira 2 0.04
1792)
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 2 0.04
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú 2 0.04
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho 2 0.04
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 2 0.04
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 2 0.04
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio 2 0.04
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 2 0.04
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 2 0.04
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 2 0.04
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 1 0.02
surucuá-grande-de-barriga-
Trogon viridis Linnaeus, 1766 1 0.02
amarela
Thlypopsis sordida (d'Orbigny &
saí-canário 1 0.02
Lafresnaye, 1837)
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1 0.02
Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa 1 0.02
20600.10-1000-M-1500

186

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1 0.02


Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 1 0.02
Saltator similis d'Orbigny &
trinca-ferro-verdadeiro 1 0.02
Lafresnaye, 1837
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1 0.02
Rhynchotus rufescens (Temminck,
perdiz 1 0.02
1815)
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva 1 0.02
Picumnus albosquamatus d'Orbigny,
pica-pau-anão-escamado 1 0.02
1840
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 1 0.02
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho 1 0.02
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin,
biguá 1 0.02
1789)
Phacellodomus ruber (Vieillot, 1817) graveteiro 1 0.02
Pachyramphus polychopterus (Vieillot,
caneleiro-preto 1 0.02
1818)
Heterospizias meridionalis (Latham,
gavião-caboclo 1 0.02
1790)
Heliomaster longirostris (Audebert &
bico-reto-cinzento 1 0.02
Vieillot, 1801)
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1 0.02
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 1 0.02
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1 0.02
Conirostrum speciosum (Temminck,
figuinha-de-rabo-castanho 1 0.02
1824)
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus,
beija-flor-vermelho 1 0.02
1758)
besourinho-de-bico-
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) 1 0.02
vermelho
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 1 0.02
Aramides cajanea (Statius Muller,
saracura-três-potes 1 0.02
1776)
Aphantochroa cirrochloris (Vieillot,
beija-flor-cinza 1 0.02
1818)
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande 1 0.02

As Figuras 4.2.3.4.2-1 e 4.2.3.4.2-2 apresentam o registro visual da espécie mais


abundante e uma das espécies menos avistadas durante o esforço amostral na 1ª
campanha, a fogo-apagou (Columbina squammata) e o gavião-carijó (Rupornis
magnirostris).
20600.10-1000-M-1500

187

Figura 4.2.3.4.2-1 - fogo-apagou Figura 4.2.3.4.2-2 - gavião-carijó


(Columbina squammata). (Rupornis magnirostris).

Na segunda campanha o pombo silvestre fogo-apagou (Columbina squammata)


continuou sendo a espécie mais representativa com 22 contatos e IPA (0,42), assim
como o tiziu (Volatinia jacarina), seguidos do suiriri (Tyrannus melancholicus) com
19 contatos e IPA (0,36), conforme mostra a Tabela 4.2.3.4.2-2.

Tabela 4.2.3.4.2-2 – Espécies diagnosticadas na segunda campanha (Chuvosa) através


da metodologia padronizada de pontos-de-escuta na área de estudo, seguidas do
número de contatos e valor de IPA.

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 22 0.42


Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 22 0.42
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 19 0.36
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto 17 0.32
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro 14 0.26
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo 14 0.26
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca 13 0.25
Aratinga leucophthalma (Statius Muller,
periquitão-maracanã 13 0.25
1776)
periquito-de-encontro-
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) 13 0.25
amarelo
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 12 0.23
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 12 0.23
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 12 0.23
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento 12 0.23
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão 11 0.21
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) balança-rabo-de-máscara 11 0.21
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 11 0.21
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 10 0.19
20600.10-1000-M-1500

188

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico 10 0.19


Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 9 0.17
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 9 0.17
Thlypopsis sordida (d'Orbigny &
saí-canário 9 0.17
Lafresnaye, 1837)
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho 9 0.17
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema 8 0.15
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira 8 0.15
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro 8 0.15
guaracava-de-topete-
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 8 0.15
uniforme
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 8 0.15
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco 8 0.15
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 8 0.15
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 8 0.15
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó 7 0.13
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 7 0.13
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 7 0.13
Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 mineirinho 7 0.13
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 6 0.11
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura 6 0.11
Amazilia lactea (Lesson, 1832) beija-flor-de-peito-azul 6 0.11
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 6 0.11
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela 6 0.11
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato 6 0.11
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro 6 0.11
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 5 0.09
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 5 0.09
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 5 0.09
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 5 0.09
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei 5 0.09
besourinho-de-bico-
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) 5 0.09
vermelho
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 5 0.09
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 5 0.09
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 5 0.09
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 5 0.09
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 5 0.09
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta 5 0.09
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 5 0.09
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo 5 0.09
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 4 0.08
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim 4 0.08
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 4 0.08
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu 4 0.08
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado 4 0.08
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 4 0.08
20600.10-1000-M-1500

189

Nome do Táxon Nome popular Total IPA


Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot,
arapaçu-de-cerrado 4 0.08
1818)
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio 4 0.08
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 4 0.08
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande 4 0.08
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta 4 0.08
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza 4 0.08
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 4 0.08
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 4 0.08
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta 4 0.08
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema 3 0.06
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 3 0.06
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 3 0.06
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 3 0.06
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando 3 0.06
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 3 0.06
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 3 0.06
Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado 3 0.06
Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila 3 0.06
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha 3 0.06
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 3 0.06
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 3 0.06
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 3 0.06
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye,
trinca-ferro-verdadeiro 3 0.06
1837
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto 3 0.06
Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870 jacu-de-barriga-castanha 2 0.04
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 2 0.04
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) tapicuru-de-cara-pelada 2 0.04
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca 2 0.04
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo 2 0.04
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 2 0.04
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 2 0.04
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão 2 0.04
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva 2 0.04
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão 2 0.04
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho 2 0.04
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 2 0.04
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 2 0.04
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchão-de-bico-grande 2 0.04
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira 2 0.04
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 2 0.04
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro 2 0.04
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba 1 0.02
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 1 0.02
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura 1 0.02
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1 0.02
20600.10-1000-M-1500

190

Nome do Táxon Nome popular Total IPA

Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1 0.02


Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1 0.02
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 1 0.02
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1 0.02
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard,
juriti-gemedeira 1 0.02
1792)
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1 0.02
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre,
rabo-branco-acanelado 1 0.02
1839)
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 1 0.02
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde 1 0.02
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 1 0.02
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul 1 0.02
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 1 0.02
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba 1 0.02
pica-pau-de-topete-
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) 1 0.02
vermelho
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande 1 0.02
Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia 1 0.02
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 1 0.02
guaracava-de-barriga-
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 1 0.02
amarela
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 1 0.02
bentevizinho-de-asa-
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) 1 0.02
ferrugínea
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 1 0.02
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1 0.02
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 1 0.02
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1 0.02
20600.10-1000-M-1500

191

Eficiência amostral

Curva de acúmulo de espécies

Para verificar a eficiência amostral, foram geradas 2 curvas do coletor randomizada


100 vezes com o número de espécies acumulado em relação ao esforço amostral,
utilizando o programa estatístico Estimates 7.5. Sendo uma para a estação seca e outra
para estação chuvosa.

Eficiência amostral para a 1ª Campanha - seca (Curva de Acúmulo de Espécies):


Foram registradas 132 espécies através da metodologia padronizada de pontos de
escuta na área de estudo (Sobs Mao Tau), de acordo com o Jacknife esse número pode
chegar a 179 espécies (Figura 4.2.3.4.2-3).

Figura 4.2.3.4.2-3 - Curva de acúmulo de espécies e eficiência amostral da área de


estudo.

Eficiência amostral para a 2ª Campanha - chuvosa (Curva de Acúmulo de


Espécies): Foram registradas 133 espécies através da metodologia padronizada de
pontos de escuta na área de estudo (Sobs Mao Tau), de acordo com o estimador
Jacknife esse número pode chegar a 168 espécies (Figura 4.2.3.4.2-4).
20600.10-1000-M-1500

192

Figura 4.2.3.4.2-4 - Curva de acúmulo de espécies e eficiência amostral da área de


estudo.

Dessa forma entende-se que a amostragem da avifauna foi satisfatória, pois somando a
riqueza obtida através dos pontos de escuta ao número de espécies detectadas nas
transecções, o número total de espécies (152) na primeira campanha e (153) na
segunda campanha, se aproxima mais das estimativas do Jackinife. Dessa forma, no
caso de intensificação do esforço amostral na área de estudo o número de espécies
tende a aumentar.

Indice de diversidade

O índice de diversidade (Shannon-Wiener) pondera tanto a riqueza de espécies como a


abundância relativa. Freqüentemente utilizado em estudos de ecologia, este índice
serve para responder quais ambientes sustentam maior número de espécies (Ricklefs
2003). Segundo Magurran (1988) o índice (Shannon-Wiener) varia de 1,5 a 3,5,
podendo raramente ultrapassar o valor de 4,5.

Com o auxílio do programa BioDiversity Pro foram gerados os índices de Diversidade


de Shannon-Wiener (base e), dispostos a seguir na figura 4.2.3.4.2-5
20600.10-1000-M-1500

193

Figura 4.2.3.4.2-5 – Indíce de diversidade Shannon (Campanhas: Seca e Chuvosa).

Além de constatada a alta diversidade na área, foram registradas espécies de grande


relevância para o equilíbrio da comunidade local. A presença destas espécies indica
um grande potencial para a área, que podem ainda abrigar espécies que não foram
detectadas durante esse estudo.

Em relação à equitabilidade (Shannon J’), em ecologia, é o termo empregado para


definir a uniformidade, ou homogeneidade da distribuição de abundância de espécies
em uma comunidade, refletindo no grau de dominância de espécies em uma
comunidade, expressa através da diversidade Shannon de forma numérica (de 0 a 1).
Na equitabilidade calculada para em ambas as campanhas (0,916) observa-se que a
variação entre o número de indivíduos de cada espécie encontrada na área é
consideravelmente baixo.
20600.10-1000-M-1500

194

Características Ecológicas
Guildas alimentares
Uma comunidade de aves está com sua distribuição de guildas alimentares em
equilíbrio quando a sua maior porcentagem é de insetívoros, seguida de frugívoros,
onívoros, carnívoros, nectarívoros e detritívoros (Bierregaard & Stouffer, 1997). O
perfil alimentar da avifauna também permite identificar o grau de alteração em
fragmentos florestais, principalmente ao analisar a população de espécies frugívoras
presentes, visto ser este o grupo mais sensível a alterações ambientais e por serem
importantes para a dispersão de sementes (Pizo, 2001).
O perfil alimentar da avifauna também permite identificar o grau de alteração em
fragmentos florestais, principalmente ao analisar a população de espécies frugívoras
presentes, visto ser este o grupo mais sensível a alterações ambientais e por serem
importantes para a dispersão de sementes (Pizo, 2001).
As Figuras 4.2.3.4.2-6 e 4.2.3.4.2-7 evidenciam o registro visual de duas espécies
frugívoras encontradas na área de estudo, o fim-fim (Euphonia chlorotica) e o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), respectivamente.

Figura 4.2.3.4.2-6 - fim-fim (Euphonia Figura 4.2.3.4.2-7 - papagaio-verdadeiro


chlorotica) (Amazona aestiva).

Na análise das guildas alimentares das espécies registradas para a área de estudo
durante a 1ª campanha (período de seca) foi possível observar que as insetívoras
somam (38%) do total da avifauna, o que segundo (Sick, 1997) é esperado para
regiões tropicais, devido à abundância de insetos durante todo o ano, em seguida
destacam-se as espécies onívoras com (13%), o que também é um fator esperado,
quando é levada em consideração a disponibilidade de alimentos em um ambiente,
tendo em vista que essas são as espécies que mais se favorecem devido à plasticidade
na alimentação. Os frugívoros também apresentaram boa representatividade com
(13%), seguidos dos Granívoros (12%), Nectarívoros (7%), Carnívoros (7%),
Piscívoros (7%) e Detritívoros (3%), conforme mostra a Figura 4.2.3.4.2-8.
20600.10-1000-M-1500

195

Figura 4.2.3.4.2-8 - Distribuição gráfica da guilda alimentar da avifauna


diagnosticada na área de estudo na 1ª campanha (estação seca).

Já na segunda campanha (estação chuvosa) foram registradas (35%) de espécies


insetívoras, (18%) de onívoras, (16%) frugívoras, (10%) granívoras, (7%)
nectarívoras, carnívoros e piscívoros com (6%) cada e detritívoros (2%). Figura
4.2.3.4.2-9.

Figura 4.2.3.4.2-9 - Distribuição gráfica da guilda alimentar


da avifauna diagnosticada na área de estudo na 2ª
campanha (estação chuvosa) .

Não variou de forma significativa a porcentagem das guildas alimentares das espécies
diagnosticas na 1ª e 2ª campanha, dessa forma seguindo o modelo supracitado pode-se
dizer que a composição das guildas da avifauna na área de estudo esta equilibrada.
As Figuras 4.2.3.4.2-10 a 4.2.3.4.2-17 apresentam espécies representantes das 8
diferentes guildas alimentares diagnosticadas durante o esforço amostral, sendo
sucessivamente um Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata), piscívoro, um
besourinho-do-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus), nectarívoro, um caboclinho
(Sporophila bouvreui), granívoro, um arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes
20600.10-1000-M-1500

196

angustirostris), insetívoro, um urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura),


detritívoro, um acauã (Herpetotheres cachinnans), carnívoro, um periquito rei
(Aratinga áurea), frugívoro, e uma marreca asa-branca (Dendrocygna autumnalis),
onívora.

Figura 4.2.3.4.2-10 - Martim-pescador- Figura 4.2.3.4.2-11 - besourinho-do-bico-


grande (Megaceryle torquata). vermelho (Chlorostilbon lucidus).

Figura 4.2.3.4.2-12 - caboclinho Figura 4.2.3.4.2-13 - arapaçu-de-cerrado


(Sporophila bouvreui). (Lepidocolaptes angustirostris).
20600.10-1000-M-1500

197

Figura 4.2.3.4.2-14 - urubu-de-cabeça- Figura 4.2.3.4.2-15 - acauã (Herpetotheres


vermelha (Cathartes aura). cachinnans).

Figura 4.2.3.4.2-16 - periquito rei (Aratinga Figura 4.2.3.4.2-17 - asa-branca


áurea). (Dendrocygna autumnalis).

Sensibilidade a perturbaçãoes antrópicas


O grau de tolerância de cada espécie às modificações no seu ambiente varia conforme
sua capacidade de modificar ou ampliar seu nicho, ajustando-o às novas condições do
habitat (Welty e Baptistal, 1962), sendo dividida em três categorias seguindo a
classificação de Stotz et al. (1996):

Alta: muito sensível a alterações no ambiente provocadas por humanos;


Baixa: pouco sensível a alterações antrópicas, normalmente tratam-se de aves
que habitam ambientes alterados;
Média: que é a categoria intermediária entre as duas outras.
20600.10-1000-M-1500

198

Durante o período de seca (1ª campanha), seguindo esse parâmetro proposto por Stotz
et al. (1996), analisou-se a fragilidade das espécies em relação às ações antrópicas,
onde pode ser observado um número baixo de espécies com alta sensibilidade
ambiental (4%) e pode ser destacado o grande número de espécies de baixa
sensibilidade (65%). As espécies de média sensibilidade representaram 31% do total
(Figura 4.2.3.4.2-18).

Figura 4.2.3.4.2-18 – Distribuição gráfica da sensibilidade


a perturbações antrópicas da avifauna da área de estudo.

O mesmo foi realizado com as espécies detectadas no período de chuva (2ª


campanha), onde (64% das espécies apresentaram baixa sensibilidade à alteraçãoes
antrópicas, seguidas de (4%) com alta sensibilidade. As espécies de média
sensibilidade apresentaram 32% do total de espécies amostradas nessa campanha.
(Figura 4.2.3.4.2-19).

Figura 4.2.3.4.2-19 – Distribuição gráfica da sensibilidade a


perturbações antrópicas da avifauna da área de estudo.
20600.10-1000-M-1500

199

De modo geral a composição de espécies no que diz respeito à sensibilidade se


manteve estável, diminuindo em apenas 1% o número de espécies de baixa
sensibilidade à alterações antrópicas.
Assim, a baixa proporção de espécies com alto grau de sensibilidade pode estar
associada às intervenções sofridas na região ao longo do tempo. Porém, a ocorrência
destas é de grande relevância principalmente ao associarmos à porcentagem de aves
com média sensibilidade. Sendo assim, a área ainda apresenta boa capacidade em
abrigar espécies nativas com requerimentos ecológicos mais especializados e
sensíveis.
As figuras 4.2.3.4.2-20 e 4.2.3.4.2-21 apresentam duas espécies da avifauna
registradas na área de estudo que estão classificadas como de média e alta
sensibilidade respectivamente, o bico-de-pimenta (Saltatricula atricollis) e o
mineirinho (Charitospiza eucosma).

Figura 4.2.3.4.2-20 - bico-de-pimenta Figura 4.2.3.4.2-21 - mineirinho


(Saltatricula atricollis). (Charitospiza eucosma).

Abaixo, nas Figuras 4.2.3.4.2-22 e 4.2.3.4.2-23 estão representadas sucessivamente


duas espécies da avifauna com baixa sensibilidade a perturbações antrópicas, o
gavião-belo (Busarellus nigricollis) e o tico-tico-do-campo (Ammodramus humeralis).
20600.10-1000-M-1500

200

Figura 4.2.3.4.2-22 - gavião-belo (Busarellus Figura 4.2.3.4.2-23 - tico-tico-do-campo


nigricollis). (Ammodramus humeralis).

Espécies Ameaçadas
Quatro espécies registradas aparecem na lista de espécies ameaçadas de extinção do
Ministério do Meio Ambiente (2003). Como vulnerável à extinção, o jacu-de-barriga-
castanha (Penelope ochrogaster) e a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus),
como (E N) em perigo de extinção, o socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum). De
acordo com o livro vermelho da fauna Brasileira ameaçada de extinção (2008) a maior
ameaça à essas espécies se da devido a mudanças e perda do hábitat.
Outra espécie registrada na área, o pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni) endêmica do
Brasil e considerada globalmente ameaçada de extinção. Teve seu primeiro registro
em 1926 no Estado de Piauí, inicialmente foi descrita erroneamente como uma
subespécie do pica-pau-lindo (Celeus spectabilis) na década de 1970. Porém após 80
anos sem registros publicados a espécie foi redescoberta no ano de 2006, em Goiatins,
nordeste do estado de Tocantins. Hoje se sabe que anteriormente a este
redescobrimento já existiam três indivíduos da referida espécie coletados nas décadas
de 1960 e 1980 no estado de Goiás cujos registros não haviam sido publicados. Essa é
uma das espécies de aves menos conhecidas do Cerrado, com poucos registros de
distribuição geográfica, falta de dados sobre a história natural e requerimentos
ecológicos. Atualmente a espécie é considerada “Criticamente Ameaçada”, pelo fato
de aparentemente ter uma população extremamente pequena (Leite, 2010).

Espécies endêmicas
Foram registradas 3 espécies endêmicas do bioma Cerrado no presente estudo, a
gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), o jacu-de-barriga-castanha (Penelope
ochrogaster) e o mineirinho (Charitospiza eucosma). Sendo os dois últimos altamente
sensíveis à perturbações antrópicas.
Além dessas, o pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni), espécie recentemente
redescoberta possui seus registros exclusivos em áreas de cerrado, o que corrabora
com o provável endemismo da espécie no bioma.
20600.10-1000-M-1500

201

Espécies migratórias
O gavião-tesoura (Elanoides forficatus) foi a única espécie registrada que realizada
movimentos migratórios, classificado na categoria (VN) pelo IBAMA-CEMAVE
(2006) ele é visitante do hemisfério norte.

Preferência por habitat


Entender a relação hábitat-espécie é fundamental para a conservação da fauna. O
conhecimento sobre a preferência de hábitat ou características que unem espécie e
hábitat é imprescindível para a realização de ações de conservação de animais
silvestre. Dessa forma, as espécies registradas foram divididas quanto à preferência
pelo hábitat, sendo (A: Associadas à ambientes aquáticos), (B: Bordas de mata), (C:
Campos e áreas abertas) e (F: Florestal).
As Figuras 4.2.3.4.2-24 e 4.2.3.4.2-25 apresentam duas espécies da avifauna
registradas durante o estudo, o urubu-rei (Sarcoramphus papa) e o tuiuiú (Jabiru
mycteria), a primeira vive preferencialmente em ambientes florestais, podendo ser
avistadas em campos abertos se alimentando de carcaças animais, já o segundo prefere
viver em campos e áreas abertas, próximos a corpos d’água, onde se alimenta e instala
seus ninhos.

Figura 4.2.3.4.2-24 - urubu-rei Figura 4.2.3.4.2-25 - o tuiuiú (Jabiru


(Sarcoramphus papa). mycteria).

Dentre as espécies registradas na área de estudo na 1ª campanha pode-se observar que


41% vivem em bordas de mata, 20% têm preferência por ambientes florestais, 28%
tem preferência por campos e áreas abertas. 11% das espoécies vivem associados a
ambientes aquáticos, conforme mostra a Figura 4.2.3.4.2-26.
20600.10-1000-M-1500

202

Figura 4.2.3.4.2-26 - Distribuição gráfica da preferência


por habitat da avifauna diagnosticada na área de
estudo.

Na 2ª campanha pode-se observar que 44% vivem em bordas de mata, 21% têm
preferência por ambientes florestais, 23% tem preferência por campos e áreas abertas
e 12% das espoécies vivem associados a ambientes aquáticos, conforme mostra a
Figura 4.2.3.4.2-27.

Figura 4.2.3.4.2-27 - Distribuição gráfica da preferência


por habitat da avifauna diagnosticada na área de
estudo.

Também é valido ressaltar que a área de estudo é bastante utilizada para nidificação de
diversas espécies da avifauna. Durante os trabalhos de campo foi possível registrar
espécies nidificando. As Figuras 4.2.3.4.2-28 e 4.2.3.4.2-29 apresentam
sucessivamente uma ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda) e seu ninho
escavado em uma parede de arenosa próxima a um corpo d’água.
20600.10-1000-M-1500

203

Figura 4.2.3.4.2-28 - ariramba-de-cauda-ruiva Figura 4.2.3.4.2-29 – ninho de ariramba-


(Galbula ruficauda). de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda).

Abaixo, nas Figuras 4.2.3.4.2-30 e 4.2.3.4.2-31 o registro fotográfico de uma ema


(Rhea americana) e de seu ninho, com 19 ovos na ocasião.

Figura 4.2.3.4.2-30 - ema (Rhea americana) Figura 4.2.3.4.2-31 – ninho de ema (Rhea
chocando. americana).

As Figuras 4.2.3.4.2-32 e 4.2.3.4.2-33 a seguir evidenciam um ninho de arara-canindé


(Ara ararauna) no oco de uma palmeira morta e o ninho de jaó (Crypturellus
undulatus), encontrado em um ambiente florestal, sucessivamente.
20600.10-1000-M-1500

204

Figura 4.2.3.4.2-32 – ninho de arara- Figura 4.2.3.4.2-33 – ninho de jaó


canindé (Ara ararauna). (Crypturellus undulatus).

Espécies exóticas
Seguindo as classificações de Sick (1997) há apenas quatro espécies exóticas de aves
estabelecidas no Brasil: o pardal (Passer domesticus), o bico-de-lacre (Estrilda
astrild), o pombo-doméstico (Columba livia) e a garça-vaqueira (Bubulcus ibis),
sendo as três primeiras amplamente conhecidas em território nacional e a ultima
facilmente julgada como nativa devido a semelhança com espécie nativas da mesma
família.
Durante o estudo a única espécie exótica dentre as citadas que foi registrada nas áreas
amostradas foi a garça-vaqueira (Bulbucus ibis). Essa espécie é tratada como recém-
chegada ao continente americano, vinda da África. De acordo com o (Wikiaves –
acesso 11/2011) atravessou o Oceano Atlântico há pelo menos 100 anos, com registros
iniciais na região do Caribe. Desde então se espalhou rapidamente pelo continente e
hoje ocupa todas as áreas abertas onde o gado esteja presente, desta forma ajuda a
controlar insetos e artrópodes em pastagens. Foi registrada pela primeira vez em 1965,
na Ilha de Marajó.

Espécies Bioindicadoras da Qualidade Ambiental


As aves são tradicionalmente reconhecidas dentre as espécies de vertebrados terrestres
como as melhores bio-indicadoras dos ecossistemas florestais, com espécies ocupando
diversos nichos ecológicos e tróficos das florestas, distribuindo-se desde o estrato
inferior até as copas das árvores.
Bioindicadores de qualidade ambiental podem ser grupos de espécies, assembléias ou
táxon característicos sensíveis a estresses relacionados aos processos no ambiente e
demonstram os efeitos desse estresse na biota, diminuindo ou aumentando suas
populações. Assim esses indicadores ecológicos podem servir como um sinal de alerta
precoce de mudanças ambientais, e dessa forma podem ser utilizados para apontar as
causas de um problema ambiental (Dale & Beyeler, 2001).
Em ecossistemas tropicais e sub-tropicais, existem muitas espécies de aves, e em sua
maioria difíceis de serem identificadas. Porém, quando se pretende saber o estado de
conservação de determinada área, isso pode ser solucionado, selecionando espécies
20600.10-1000-M-1500

205

alvos, conhecidas como bio-indicadoras. Para isso parâmetros tais como guilda
alimentar, espécies de borda, espécies raras, endêmicas ou ameaçadas, são
informações valiosas da composição da avifauna.
As melhores espécies utilizadas para indicar a conservação do ambiente são as de
maior porte “notáveis” e exigentes quanto à alimentação e/ou local de reprodução,
como os grandes frugívoros de copa ou do estrato médio e inferior da floresta, como
Psitacídeos, Cotingídeos, Ramphastídeos, Cracídeos, Columbídeos e Tinamídeos.
Outra guilda bastante representativa neste caso é a de carnívoros diurnos das ordens
Accipitriformes e Falconiformes, predadores de topo de cadeia alimentar (Almeida,
1998) pelo fato de muitas dessas espécies necessitarem de determinados
requerimentos ecológicos para serem capazes de se manterem em determinada área,
como, tamanho da área de vida, níveis de perturbações antrópicas, predação natural,
locais adequados para a construção de ninhos, puleiros para forrageamento entre
outros (Soares et al, 2008).
Além disso, ao analisar as espécies de borda de mata, espécies essas características de
ambientes em estágio inicial de sucessão ecológica, de matas pequenas ou degradadas,
pode-se entender o estado de preservação do ambiente. Tendo em vista que as
espécies mais sensíveis às modificações do ambiente tendem a desaparecer desses
locais. Pequenos fragmentos e áreas antropizadas tendem a suportar espécies mais
comuns que sobrevivem bem em hábitats alterados. Para (Marini e Garcia, 2005) a
perda e a fragmentação dos hábitats são as maiores responsáveis pela ameaça de
extinção das aves brasileiras (Marini e Garcia, 2005).
A presença de espécies raras, endêmicas ou ameaçadas também pode caracterizar a
integridade da área de estudo, visto que essas espécies tendem a preferir hábitats
especializados e em sua maioria possuem certa sensibilidade às alterações antrópicas.
Dentre as espécies registradas na área de estudo, foram selecionadas 10 prováveis
indicadoras de qualidade ambiental, o que sugere o restabelecimento da integridade
original da avifauna a médio e longo prazo, levando em consideração o histórico de
antropização no local. Para tal seleção foram consideradas espécies com alta e média
sensibilidade a perturbações antrópicas que habitam preferencialmente áreas florestais,
além de ser preferencialmente frugívoras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção
(Tabela 4.2.3.4.2-3).

Tabela 4.2.3.4.2-3– Lista de possíveis espécies indicadoras de qualidade ambiental

MMA
Táxon Nome popular Guilda Sens Háb. End.
(2003)
Penelope ochrogaster Pelzeln, jacu-de-barriga-
FRU A F CE VU
1870 castanha
Spizaetus melanoleucus
gavião-pato CAR A F
(Vieillot, 1816)
Thamnophilus pelzelni
choca-do-planalto INS A B
Hellmayr, 1924
Charitospiza eucosma
mineirinho GRA A C CE
Oberholser, 1905
Tigrisoma fasciatum (Such,
socó-boi-escuro PISC M A EN
1825)
Orthopsittaca manilata
maracanã-do-buriti FRU M F
(Boddaert, 1783)
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho FRU M F
Anodorhynchus hyacinthinus
arara-azul-grande FRU A F VU
(Latham, 1790)
20600.10-1000-M-1500

206

MMA
Táxon Nome popular Guilda Sens Háb. End.
(2003)
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba INS A F CE CR
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará PISC M F

Legenda- Sensibilidade segundo Stotz: Alta= A, Média= M. Hábitos alimentares. FRU= frugívoros,
CAR= carnívoros, ONI= onívoros, INS: insetívoro, GRA: granívoro, PISC: piscívoro. Hábitat: F:
florestal, C: campos e áreas abertas, B: borda de mata, A: ligado a ambientes aquáticos. Endemismo:
CE= endêmico do Cerrado. Status de ameaça: – MMA: VU: espécie vulnerável à extinção. EN: espécie
em perigo de extinção.

As Figuras 4.2.3.4.2-34 a 4.2.3.4.2-39 evidenciam algumas espécies registradas


durante o esforço amostral listadas na tabela acima, uma fêmea de choca-do-planalto
(Thamnophilus pelzelni), um casal de maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilata),
um gavião-pato (Spizaetus melanoleucus), um pavãozinho-do-pará (Eurypyga helias),
um mineirinho (Charitospiza eucosma) e um mutum-de-penacho (Crax fasciolata).

Figura 4.2.3.4.2-34 - fêmea de choca-do- Figura 4.2.3.4.2-35 - maracanã-do-buriti


planalto (Thamnophilus pelzelni). (Orthopsittaca manilata).

Figura 4.2.3.4.2-36 - gavião-pato Figura 4.2.3.4.2-37 - pavãozinho-do-pará


20600.10-1000-M-1500

207

(Spizaetus melanoleucus). (Eurypyga helias).

Figura 4.2.3.4.2-38 - mineirinho Figura 4.2.3.4.2-39 - mutum-de-penacho


(Charitospiza eucosma). (Crax fasciolata).

Lista de espécies
A Tabela 4.2.3.4.2-4 evidencia as espécies da avifauna diagnosticadas na área de
estudo durante o esforço amostral na 1ª e 2ª camapanha, seguidas dos seus nomes
populares, status de ocorrência no Brasil, habitat, endemismo, sensibilidade a
alterações antrópicas, guilda alimentar e categoria de ameaça de extinção em
Território Nacional de acordo com o MMA (2003).
20600.10-1000-M-1500

208

Tabela 4.2.3.4.2-4 – Espécies da avifauna diagnosticadas na área de estudo.

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Struthioniformes Latham, 1790


Rheidae Bonaparte, 1849
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema x x C B ONI
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó x x F B ONI
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó x x F B ONI
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz x x C B ONI
Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela x C B ONI
Anseriformes Linnaeus, 1758
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê x x A B ONI
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca x A B ONI
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato x x A M ONI
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba x F M FRU
Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870 jacu-de-barriga-castanha x x F CE A FRU VU
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho x F M FRU
Ciconiiformes Bonaparte, 1854
Ciconiidae Sundevall, 1836
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú x C M ONI
Suliformes Sharpe, 1891
Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá x x A B PISC
Anhingidae Reichenbach, 1849
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga x x A M PISC
20600.10-1000-M-1500

209

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Pelecaniformes Sharpe, 1891


Ardeidae Leach, 1820
Tigrisoma fasciatum (Such, 1825) socó-boi-escuro x A M PISC EN
Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata x A M PISC
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho x x A B PISC
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira x x A B INS
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura x x A B PISC
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande x x A B PISC
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira x x C B INS
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real x A M PISC
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena x x A B PISC
Threskiornithidae Poche, 1904
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró x x A M ONI
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) tapicuru-de-cara-pelada x A M ONI
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca x x C B ONI
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro x A M PISC
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha x x F B DET
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela x F M DET
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta x x C B DET
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei x x F M DET
Accipitriformes Bonaparte, 1831
Accipitridae Vigors, 1824
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura x B M CAR
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande x F M CAR
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo x x A B CAR
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo x F M CAR
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo x x C B CAR
20600.10-1000-M-1500

210

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó x x B B CAR


Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato x x F A CAR
Falconiformes Bonaparte, 1831
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará x x C B CAR
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro x x C B CAR
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã x x B B CAR
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri x x C B CAR
Eurypygiformes Furbringer, 1888
Eurypygidae Selby, 1840
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará x F M PISC
Gruiformes Bonaparte, 1854
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes x C A ONI
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã x C M ONI
Cariamiformes Furbringer, 1888
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema x x C M ONI
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão x A M INS
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero x x C B INS
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã x x A B INS
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa x x B B GRAN
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou x x B B GRAN
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul x B B GRAN
20600.10-1000-M-1500

211

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira x C M GRA


Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão x x B M FRU
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando x x B B GRAN
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu x B B GRAN
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira x x B M GRAN
Psittaciformes Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul-grande x F A FRU VU
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé x x B M FRU
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti x x F M FRU
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena x B M FRU
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã x x B B FRU
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei x x B M FRU
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim x F M FRU
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo x x B M FRU
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica x x B M FRU
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro x x B M FRU
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato x F B INS
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto x x C B ONI
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco x x C B ONI
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato x B B CAR
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
Caprimulgidae Vigors, 1825
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã x B B INS
Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho x B M INS
20600.10-1000-M-1500

212

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão x x C B INS


Apodiformes Peters, 1940
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti x x C B INS
Trochilidae Vigors, 1825
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro x x B M NEC
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado x x B B NEC
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura x x B B NEC
Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, 1818) beija-flor-cinza x F M NEC
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta x B B NECT
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-flor-vermelho x F B NEC
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-vermelho x x B B NEC
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde x B M NEC
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca x x B B NEC
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde x B B NECT
Amazilia lactea (Lesson, 1832) beija-flor-de-peito-azul x x B B NEC
Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot,
1801) bico-reto-cinzento x B M NEC
Trogoniformes A. O. U., 1886
Trogonidae Lesson, 1828
Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela x F M INS
Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado x x F M INS
Coraciiformes Forbes, 1844
Alcedinidae Rafinesque, 1815
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande x A B PISC
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno x x A B PISC
Momotidae Gray, 1840
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul x F M ONI
Galbuliformes Fürbringer, 1888
20600.10-1000-M-1500

213

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Galbulidae Vigors, 1825


Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva x x F B INS
Bucconidae Horsfield, 1821
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto x x F M INS
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho x C B INS
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Ramphastidae Vigors, 1825
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu x x C M ONI
Picidae Leach, 1820
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado x x B B INS
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco x x B B INS
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão x B B INS
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba x F A INS CR
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca x B B INS
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de-topete-vermelho x x B M INS
Passeriformes Linnaeus, 1758
Thamnophilidae Swainson, 1824
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo x x F B INS
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho x x F B INS
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa x F M INS
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto x x B A INS
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata x B B INS
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela x x B B INS
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi x B B INS
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde x x B M INS
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado x x B M INS
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande x F M INS
Furnariidae Gray, 1840
20600.10-1000-M-1500

214

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro x x C B INS


Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia x F M INS
Phacellodomus ruber (Vieillot, 1817) graveteiro x B B INS
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi x x F B INS
Synallaxis scutata Sclater, 1859 estrelinha-preta x F M INS
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio x F M INS
Tityridae Gray, 1840
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto x F B INS
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto x F M INS
Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila x B M INS
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta x x B M INS
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio x B B INS
Tyrannidae Vigors, 1825
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha x B B INS
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela x x B B INS
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme x x B M INS
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) suiriri-cinzento x B M INS
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho x F M INS
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata x F B INS
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira x x B B INS
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador x B M INS
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi x x B B INS
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei x x B B INS
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea x B B INS
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca x B B INS
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri x x B B INS
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha x x B B INS
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica x x F B INS
20600.10-1000-M-1500

215

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe x x B B INS


Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha x A M INS
Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento x B B INS
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca x x B M INS
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari x x F B INS
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara x x F B INS
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo x B CE M ONI
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã x B M ONI
Hirundinidae Rafinesque, 1815
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa x x C B INS
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora x x C B INS
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande x x C B INS
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra x x B B INS
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchão-de-bico-grande x B B INS
Polioptilidae Baird, 1858
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado x B B IINS
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) balança-rabo-de-máscara x x F M INS
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco x x B B ONI
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata x B M ONI
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo x C B INS
Coerebidae d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica x x B B NEC
Thraupidae Cabanis, 1847
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro x x F B ONI
20600.10-1000-M-1500

216

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta x x B M GRA


Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto x x F B FRU
Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837) saí-canário x x F B FRU
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta x x B B FRU
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha x B B FRU
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo x F M ONI
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza x x B B GRA
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento x x B B FRU
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro x x B B FRU
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela x x B M FRU
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira x F B FRU
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva x F B FRU
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha x B B FRU
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul x B B NECT
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor x x F B ONI
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto x x F B FRU
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho x B B INS
Emberizidae Vigors, 1825
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico x x C B GRA
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo x x C B GRA
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro x C B GRAN
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo x x C B GRA
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu x x C B GRA
Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa x C M GRA
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho x C B GRA
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano x x C B GRA
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho x x C B GRA
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) caboclinho x C B GRA
20600.10-1000-M-1500

217

1ª Campanha - Seca 2ª Campanha - Chuva


MMA
Nome do Táxon Nome popular Habitat Endem. Sensib. Guilda
Trans. P. escuta Trans. P. escuta (2003)

Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 mineirinho x x C CE A GRA


Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller,
Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato x x C M INS
Icteridae Vigors, 1825
Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) encontro x B M ONI
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna x x B B ONI
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta x x C B ONI
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) polícia-inglesa-do-sul x C B INS
Fringillidae Leach, 1820
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo x B B GRA
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim x x B B FRU
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro x B B NECT

Legenda: Status: R = residente (evidências de reprodução no país disponíveis); E = espécie endêmica do Brasil – Sensib. = Sensibilidade segundo Stotz et al
(1996), onde Alta= A, Média= M, Baixa= B. Hábitos alimentares. GRAN= granívoros, FRU= frugivoros, CAR= carnívoros, ONI= onívoros, PISCI= piscívoros,
INS= insetívoros, NEC= nectarívoros, DET= detritívoros. Hábitat: A: ambientes aquáticos; B: borda de mata; C: campos e áreas abertas; F: florestal. Endemismo:
CE= endêmico do Bioma Cerrado; EX: Exótico. Status de ameaça (MMA, 2003): VU = vulnerável; E N = em perigo.
20600.10-1000-M-1500

218

4.2.3.4.3 Herpetofauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Herpetofauna
Riqueza
Durante a primeira campanha (período seco) foram registradas 15 espécies da
herpetofauna, sendo 6 de anfíbios e 9 de répteis. Todos anfíbios diagnosticados
pertencem à ordem Anura, distribuídos em 4 famílias: Família 1 (1 sp.), Bufonidae (2
sp.), Leptodactylidae (2 sp.) e Strabomantidae (1 sp.).
Quanto aos répteis, foram registradas as ordens Squamata, Testudines e Crocodylia. A
ordem Squamata teve 7 espécies registradas, divididas em 5 famílias: Polychrotidae,
Leiosauridae, Tropiduridae, Boidae e Colubridae.
As ordens Testudines e Crocodylia tiveram uma família e uma espécie registradas
cada, sendo respectivamente: Podocnemididae (Podocnemis unifilis) e Alligatoridae
Caiman crocodilus (Figura 4.2.3.4.3-1).

Figura 4.2.3.4.3-1 – Registro fotográfico de


jacaré-tinga (Caiman crocodilus). Foto tirada
pela equipe de recursos hídricos.

Durante a segunda campanha (período chuvoso) foram registradas 36 espécies para a


herpetofauna, sendo grande parte do aumento da riqueza concentrado na ordem Anura,
com 23 espécies registradas (18 novas). A diferença mais notável se deu com as
famílias Hylidae (11 sp.) e Leiuperidae (4 sp.), que não haviam sido registradas
durante a primeira campanha. Além destas, também foram registradas as famílias
Leptodactylidae (5 sp.), Bufonidae (2 sp.) e Strabomantidae (1 sp.) (Figura 4.2.3.4.3-
2).
20600.10-1000-M-1500

219

Figura 4.2.3.4.3-2 – Registro fotográfico de espécies representando cada família de


Anura registrada durante a segunda campanha; A: Rhinella granulosa (Bufonidae); B:
Barycholus ternetzi (Strabomantidae); C: Phyllomedusa azurea (Hylidae); D:
Hypsiboas albopunctatus (Hylidae) E: Leptodactylus labyrinthicus (Leptodactylidae);
F: Eupemphix nattereri (Leiuperidae).
20600.10-1000-M-1500

220

Quanto aos répteis, durante segunda campanha (período chuvoso) foram registradas
13 espécies, distribuídas novamente entre as ordens Squamata, Testudines e
Crocodylia. Destas, somente o jacaré-tinga (Caiman crocodilus), o tracajá
(Podocnemis unifilis) e os calangos (Tropidurus itambere e T. torquatus) foram
registrados em ambas as campanhas.
As famílias Boidae, Leiosauridae e Polychrotidae foram registradas apenas durante a
primeira campanha, enquanto Testudinidae, Teiidae e Viperidae foram registradas
apenas na segunda campanha.
A família Colubridae foi registrada em ambas as campanhas, porém com espécies
distintas, sendo que Chironius quadricarinatus e C. flavolieatus foram registradas na
primeira campanha enquanto Apostolepis ammodites e Oxyrhopus trigeminus foram
identificadas para a segunda, com uma terceira espécie pertencente à família sem
condições de identificação (Figuras 4.2.3.4.3-3 e 4.2.3.4.3-4). Espécies que não
puderam ser identificadas por algum motivo, como alguns animais mortos sem partes
do corpo, foram tratadas ao menor nível taxonômico possível.

Figura 4.2.3.4.3-3 – Serpentes da família Colubridae registradas na segunda campanha:


A: Apostolepis ammodites; B: Oxyrhopus trigeminus.

Figura 4.2.3.4.3-4 – Espécime identificado em nível


de família; Colubridae Sp.1
20600.10-1000-M-1500

221

Características Ecológicas
Guildas alimentares
A maior parte dos répteis é carnívora, exceto tartarugas terrestres e alguns lagartos
como iguanas e teiús que são herbívoros e onívoros respectivamente. As cobras, por
exemplo, são exclusivamente carnívoras, se alimentando de outros répteis, mamíferos,
aves e artrópodes. Esse grupo desempenha importante função ecológica no controle
populacional de diversas espécies consideradas pragas. A Figura 4.2.3.4.3-5, a seguir,
apresenta alguns répteis registrados durante as campanhas.

Figura 4.2.3.4.3-5 – A: jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria); B: Cnemidophorus cf.


mumbuca; C: calango (Tropidurus torquatus); D: calango-verde (Ameiva ameiva); E:
jararaca (Bothrops moojeni); F: cobra-salamanta (Epicrates crassus).
20600.10-1000-M-1500

222

Os anfíbios, predominantemente insetívoros e carnívoros, são considerados, assim


como os répteis, componentes importantes da fauna de serapilheira das florestas, pois
exercem controle relevante na densidade de suas presas, desempenhando papel
ecológico fundamental.

Espécies Bioindicadoras da Qualidade Ambiental


Para (Miguel et al, 2007) as alterações do habitat são destrutivas para a grande
diversidade de anfíbios em todo o ecossistema e, como anuros são dependentes de
ambientes úmidos no chão das florestas, esses animais são extremamente sensíveis às
mudanças ambientais e modificações de ocorrência natural ou antrópica. Sendo assim,
a devastação de florestas, a modificação de áreas para pastagem ou atividades da
agroindústria, garimpo entre outros fatores contribuem de forma direta para a
eliminação de suas populações.
Os anfíbios respondem de forma rápida à fragmentação do hábitat, alterações
hidrológicas, contaminação do ar e da água por agentes poluidores e variações
climáticas, servindo o seu declínio como alerta de que algo está acontecendo no
ambiente (Miguel et al, 2007).
Dessa forma os anuros são considerados excelentes bioindicadores da qualidade do
ambiente por serem os primeiros a sentirem os efeitos da variação ambiental, devido
suas características biológicas.
A Figura 4.2.3.4.3-6, a seguir, apresenta exemplos de espécies de anuros registradas
na área considerados sensíveis à perturbação antrópica (IUCN 2011).

Figura 4.2.3.4.3-6 – Registros fotográficos de A: Physalaemus centralis (Leiuperidae);


B: Dendropsophus rubicundulus (Hylidae).

Espécies Ameaçadas
De acordo com a Lista Nacional de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de
Extinção (MMA, 2003) existem 14 espécies de squamata, 6 de testudines e 16 de
20600.10-1000-M-1500

223

anuros classificadas em alguma categoria de ameaça, porém nenhuma das espécies


registradas durante as campanhas consta nesta lista.
Quanto à lista mundial de fauna ameaçada (IUCN, 2011), o tracajá (Podocnemis
unifilis) encontra-se classificado como vulnerável à exinção.
Vaz-Silva et al (2007) ressalta que a herpetofauna não é tratada adequadamente em
avaliações ambientais, principalmente devido à deficiência de informações sobre a
história natural e dados ecológicos básicos desse grupo. Essas deficiências de
informações podem evidenciar resultados subestimados quanto à classificação de
ameaça.

Espécies endêmicas
Durante as campanhas foram registradas 3 espécies com algum grau de endemismo na
região, sendo que a rãzinha-de-ternetzi (Barycholos ternetzi) foi registrada em ambas
as campanhas (Figura 4.2.3.4.3-7).
Esta espécie é endêmica do Cerrado do Brasil central, vive na serrapilheira de
florestas de galerias e áreas abertas do cerrado. Não se adapta bem à pertubação
antrópica e existe uma preocupação quanto a sua conservação, sendo que a poluição
agrícola, os incêndios florestais e a construção de barragens são as maiores ameaças
para essa espécie (IUCN, 2011).

06/10/2011
Figura 4.2.3.4.3-7 – Registro fotográfico de rãzinha-de-
ternetzi (Barycholos ternetzi – Strabomantidae).

As outras duas espécies foram Anolis meridionalis e Pseudis tocantins, registrados na


primeira e na segunda campanha, respectivamente (Figura 4.2.3.4.3-8).
O calango Anolis meridionalis é uma espécie endêmica e de ampla distribuição no
Cerrado, comumente encontrado em áreas com densa cobertura de gramíneas (campo
limpo, campo sujo, campo cerrado) e bem adaptado às frequentes queimadas no bioma
(Nogueira, 2006; Veludo, 2011). Alimenta-se principalmente de insetos e são capazes
20600.10-1000-M-1500

224

de se reproduzir durante o ano todo, com aumento de intensidade reprodutiva de julho


a setembro (Veludo, 2011).

Figura 4.2.3.4.3-8 – Registro fotográfico de A: Anolis meridionalis (Polychrotidae), na


primeira campanha;B: Pseudis tocantins (Hylidae), na segunda campanha.

A rã-d’água (Pseudis tocantins) era vista comumente em áreas alagadas e vegetadas


no vale do rio Tocantins até a construção da barragem da usina hidrelétrica de Luis
Eduardo Magalhães, inundando uma área de 62.000 ha (Brandão & Peres Jr., 2001
apud Brandão et al, 2003). Desde então houve registros de P. tocantins em outras
áreas dos vales do rios Tocantins/Araguaia, importantes registros para evidenciar que
a espécie não havia se extinguido. Pouco se sabe sobre sua ecologia e história de vida,
e seu habitat restrito requer atenção para a espécie (Brandão et al, 2003).

Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas em nenhuma das áreas monitoradas durante as
campanhas.

Quelônios

De acordo com o Projeto Quelônios do Tocantins (2012), esse grupo de animais,


pertencentes à ordem Testudines, em que seus representantes mais conhecidos são as
tartarugas, os jabutis e os tracajás, estão divididos em mais de 360 espécies pelo
mundo, sendo que destes, 7 vivem no mar, 83 em terra e a restante em rios, lagos e
igarapés.
O Brasil possui 35 espécies distribuídas nos seus diversos ecossistemas terrestres e
aquáticos, com 28 espécies de água doce, 2 terrestres (jabutis), e 5 quelônios marinhos
(Junior, 2005).
Nos rios do Estado do Tocantins encontra-se com maior freqüência e número a
tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa) e o tracajá (Podocnemis unifilis),
20600.10-1000-M-1500

225

espécies cujas populações vêm sendo impactadas pela ação antrópica e são uns dos
mais importantes e conhecidos membros desse grupo que ocupam a extensa área da
bacia do Tocantins-Araguaia (Projeto Quelônios do Tocantins, 2012).
A tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa) e o tracajá (Podocnemis unifilis) estão
entre os maiores quelônios aquáticos sulamericanos e têm sido exploradas
intensamente há séculos, tendo sua carne e ovos utilizados na alimentação e seus
cascos usados como utensílios domésticos e adornos por inúmeras comunidades
ribeirinhas e indígenas (Junior, 2005).
Segundo o Projeto Quelônios do Tocantins (2012) a variedade de produtos extraídos
desses quelônios tomou proporções de comércio potencial e lucrativo para a
população, a ponto de algumas espécies correrem risco de extinção. Com isso,
medidas visando a conservação e a redução da atividade predatória foram oficializadas
em 1967, com a Lei 5.197/67 que dispõe a proteção da fauna.
Além da pressão de caça predatória, outro fator relevante que interfere diretamente na
população dessas espécies é a intervenção antrópica no que se refere às alterações no
hábitat, uma vez que os quelônios no geral nidificam em covas escasvadas no solo e o
seu sucesso reprodutivo esta sujeito às variações ambientais, de modo que inundações,
queimadas, desmatamentos de mata ciliares são impactos diretos interferindo
significativamente nas populações locais.
Durante o esforço amostral despendido em campo em período seco e chuvoso
diagnosticou-se apenas a ocorrência do tracajá (Podocnemis unifilis) (Figura 4.2.3.4.3-
9) nas drenagens da AID, essa espécie possui hábitos reprodutivos muito semelhantes
à tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa), que segundo (Soares, 2000 apud
Junior, 2005) as fêmeas dessa espécie possivelmente percebem pequenas
modificações nas condições ambientais, que seriam os limites para iniciar ou cessar o
período reprodutivo.

Figura 4.2.3.4.3-9 – Registro fotográfico de


tracajá (Podocnemis unifilis).
20600.10-1000-M-1500

226

Vale destacar também a ocorrência do jabuti-piranga (Chelonoides carbonária)


(Figura 4.2.3.4.3-10) na ADA, espécie terrestre, encontrada em florestas e cerrados,
ocorrendo em áreas de terras baixas e secas do norte e centro da América do Sul. É
considerado o réptil mais comum no comércio ilegal de animais no Brasil (Junior,
2005), além de ser consumida e ter seu casco utilizado em decorações, como ocorre
com as espécies anteriormente citadas.

Figura 4.2.3.4.3-10 – jabuti-piranga (Chelonoidis


carbonaria)

Lista de Espécies
Na tabela 4.2.3.4.3-1 estão dispostas as espécies diagnosticadas durante ambas as
campanhas, seus nomes populares, categoria de ameaça segundo a lista nacional
(MMA, 2003) e mundial (IUCN, 2011), endemismo, período reprodutivo, período de
atividade e hábitos alimentares.
20600.10-1000-M-1500

227

Tabela 4.2.3.4.3-1 – Espécies da herpetofauna registradas na área de estudo durante ambas as campanhas (período seco e período chuvoso).
Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Ordem Anura
Família 1
Sp. 1 - X - - - - - -
Família Bufonidae
Rhinella granulosa (Spix, 1824) sapo-de-verrugas X X LC LC NE P.C noturno ?
Rhinella schneideri (Werner, 1894) sapo-cururu X X LC LC NE final do P.S noturno ins/car
Família Hylidae
Dendropsophus cruzi (Pombal & Bastos, 1998) perereca X LC LC NE P.C noturno ?
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) pererequinha-do-brejo X LC DD NE contínuo noturno ?
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) pererequinha-do-brejo X LC LC NE contínuo noturno ?
Dendropsophus rubicundulus (Reinhardt &
perereca X LC LC NE P.S noturno ins
Lütken, 1862"1861")
Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) perereca-cabrinha X LC LC NE contínuo noturno ins
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 perereca-cabrona X LC LC NE P.C noturno ins
Phyllomedusa azurea Cope, 1862 perereca-macaco X LC DD NE P.C noturno ?
Pseudis tocantins Caramaschi & Cruz, 1998 rã-d'água X LC LC B.TO contínuo noturno ins/car
Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) pererequinha-do-brejo X LC LC NE final do P.C noturno ins
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) perereca-de-banheiro X LC LC NE P.C noturno ins
Scinax sp. - X - - - - - -
Familia Leiuperidae
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 rã-quatro-olhos X LC LC NE P.C noturno ?
Physalaemus centralis Bokermann, 1962 rã X LC LC NE contínuo noturno ins
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachorro X LC LC NE P.C noturno ins/car
20600.10-1000-M-1500

228

Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Pseudopaludicola sp. rãzinha X - - - - - -
Família Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) rã-assobiadeira X X LC LC NE P.C noturno ?
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) rã-pimenta X LC LC NE contínuo noturno ins/car
Leptodactylus latrans (Steffen,
rã-manteiga X LC LC NE contínuo noturno ins/car
1815) Leptodactylus ocellatus
Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) rã-marrom X LC LC NE P.C noturno ins/car
Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) rã-pingo-de-chuva X LC LC NE contínuo noturno ins
Leptodactylus sp. X - - - - - -
Familia Strabomantidae
Barycholos ternetzi (Miranda Ribeiro, 1937) rãzinha-de-ternetzi X X LC LC CER P.C noturno ins/car
Ordem TESTUDINES
Família Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) jabuti-piranga X LC - NE P.C diúrno oni
Família Podocnemididae
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 tracajá X X LC VU NE P.S diúrno oni
Ordem CROCODYLIA
Família Alligatoridae
diúrno/notu
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) jacaré-tinga X X LC LC NE final do P.S car
rno
Ordem SQUAMATA
Família Polychrotidae
Anolis meridionalis Boettger, 1885 Papa-vento X LC - CER contínuo diúrno ins
Família Leiosauridae
Enyalius sp. X - - - - - -
20600.10-1000-M-1500

229

Categ. de
Campanha Período Período de Hábitos
Táxon Nome Popular Ameaça Endemismo
reprodutivo atividade alimentares
1ª 2ª MMA IUCN
Família Tropiduridae
Tropidurus itambere Rodrigues, 1987 calango X X LC - NE P.C diúrno oni
Tropidurus torquatus (Wied, 1820) calango X X LC LC NE contínuo diúrno oni
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) calango-verde X LC - NE contínuo diúrno ins
Cnemidophorus cf. mumbuca calanguinho X LC - NE final do P.C diúrno oni
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) teiú X LC LC NE início do P.C diúrno oni
Tupinambis quadrilineatus Manzani & Abe,
teiú X LC - NE P.C diúrno oni
1997
Família Boidae
Epicrates crassus Cope, 1862 cobra-salamanta X LC - NE Abril - Junho crepúsculo car
Família Colubridae
Colubridae Sp.1 - X - - - - - -
Apostolepis ammodites Ferrarezzi, Barbo &
falsa-coral X LC - NE ? noturno car
Albuquerque, 2005
Chironius flavolineatus (Jan, 1863) cobra-cipó X LC - NE contínuo diúrno car
Chironius quadricarinatus (Boie, 1827) cobra-cipó X LC - NE contínuo diúrno car
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron &
falsa-coral X LC - NE P.C noturno car
Duméril, 1854
Família Viperidae
Bothrops moojeni Hoge, 1966 jararaca X LC - NE P.C noturno car
Legenda – LC: de menor risco; VU: vulnerável; DD: Dados Deficientes NE: não endêmico; CER: endêmico do Cerrado; B.TO: endêmico das bacias dos rios
Tocantins/Araguaia; P.S: período seco; P.C: período chuvoso; ins: insetívoro; car: carnívoro; oni: onívoro.
20600.10-1000-M-1500

230

4.2.3.4.4 Ictiofauna
Parâmetros de Riqueza, Abundância e Diversidade da Ictiofauna
Riqueza
Durante o trabalho foram coletados 3.041 exemplares distribuídos em 78 espécies, 59
gêneros, 25 famílias e sete ordens, das ordens registradas, as mais representativas
foram Characiformes e Siluriformes, contribuindo com 59% e 15% das capturas em
número de espécies, respectivamente (Tabela 4.2.3.4.4-1).
No período de seca o número de exemplares capturados foi maior do que na cheia, no
entanto, o número de espécies registradas foi maior neste último período, que também
registrou o maior número de espécies exclusivas (Tabela 4.2.3.4.4-1).

Tabela 4.2.3.4.4-1 – Espécies de peixe coletadas na área de influência do


empreendimento e seus respectivos locais de captura.

Táxon Seca Cheia


CLUPEIFORMES
Engraulidae
Anchoviella carrikeri X X
Pristigastridae
Pellona flavipinnis X X
CHARACIFORMES
Characidae
Agoniates halecinus X
Aphyocharax SPA X
Brachychalcinus copei X
Brycon pesu X X
Bryconops SPA X X
Bryconops spD X X
Ctenobrycon hauxwellianus X
Hemigrammus SPA X
Hemigrammus spB X
Hyphessobrycon SPA X
Iguanodectes SP X X
Jupiaba polylepis X
Knodus SPC X X
Metynnis spp X
Moenkhausia gr. dichroura X X
Moenkhausia pyrophthalma X
Moenkhausia SPA X
Moenkhausia SP X
Phenacogaster SP X
Poptella compressa X X
Pygocentrus nattereri X X
Serrapinus SPA X
Serrapinus SPC X
20600.10-1000-M-1500

231

Táxon Seca Cheia


Serrasalmus maculatus X
Serrasalmus rhombeus X X
Serrasalmus sp1 X
Triportheus albus X
Crenuchidae
Characidium SP X
Ctenoluciidae
Boulengerella cuvieri X
Chilodontidae
Caenotropus labyrinthicus X X
Hemiodontidae
Argonectes robertsi X X
Hemiodus microlepis X
Hemiodus unimaculatus X X
Curimatidae
Curimata acutirostris X
Curimata inornata X
Curimatella immaculata X
Erythrinidae
Hoplerythrinus unitaeniatus X X
Hoplias malabaricus X X
Anostomidae
Laemolyta fernandezi X X
Leporinus affinis X X
Leporinus gr. Friderici X X
Leporinus tigrinus X
Leporinus unitaeniatus X X
Leporinus sp3 X
Lebiasinidae
Pyrrhrulina brevis X X
Prochilodontidae
Prochilodus nigricans X X
SILURIFORMES
Pimelodidae
Pimelodus blochii X
Pimelodus ornatus X
Pimelodus tetramerus X X
Sorubim lima X
Heptapteridae
Pimelodella cristata X
Doradidae
Oxydoras Níger X
Loricariidae
Glyptoperichthys
X X
joselimaianus
20600.10-1000-M-1500

232

Táxon Seca Cheia


Hemiancistrus spilomma X X
Hypostomus sp1 X
Hypostomus sp8 X
Auchenipteridae
Auchenipterus nuchalis X
Trichomycteridae
Schultzichthys bondi X
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus cf. carapo X
Sternopygidae
Archolaemus blax X
PERCIFORMES
Sciaenidae
Petilipinnis grunniens X
Cichlidae
Cichla piquiti X X
Cichlasoma araguaiense X X
Crenicichla cametana X X
Crenicichla strigata X
Geophagus neambi X X
Retroculus lapidifer X
Satanoperca jurupari X
CYPRINODONTIFORMES
Rivulidae
Maratecoara formosa X
Pituna compacta X
Plesiolebias fragilis X
Rivulus karaja X
Rivulus cf. zygonectes X
Simpsonichthys costai X
Poecilidae
Pamphorichthys araguaiensis X X
TETRAODONTIFORMES
Tetraodontidae
Colomesus asellus X X

Das espécies registradas no período de seca, cerca de 80% ocorreram em somente um


dos locais amostrados, sendo que o maior número de espécies exclusivas foi registrado
na Vereda1 e Praia (100%), seguido da Lagoa (83%), sendo que no Tocantins2 não
houve espécies exclusivas (Tabela 4.2.3.4.4-2).
20600.10-1000-M-1500

233

Tabela 4.2.3.4.4-2 Espécies de peixe coletadas na área de influência


do empreendimento e seus respectivos locais de captura, no período
de seca.
Táxon LAG VR1 PRA TO1 TO2 TO3
Anchoviella carrikeri X
Pellona flavipinnis X
Aphyocharax SPA X
Brycon pesu X X
Bryconops SPA X
Bryconops spD X X X
Iguanodectes SP X
Knodus SPC X
Moenkhausia gr. dichroura X
Moenkhausia SPA X
Poptella compressa X
Pygocentrus nattereri X
Serrapinnus SPC X
Serrasalmus rhombeus X
Caenotropus labyrinthicus X
Argonectes robertsi X
Hemiodus unimaculatus X X
Hoplerythrinus unitaeniatus X
Hoplias malabaricus X
Laemolyta fernandezi X
Leporinus affinis X
Leporinus friderici X
Leporinus sp3 X X
Leporinus tigrinus X
Leporinus unitaeniatus X X
Pyrrhrulina brevis X
Prochilodus nigricans X
Pimelodus tetramerus X
Sorubim lima X
Pimelodella cristata X
Oxydoras niger X
Glyptoperichthys
X
joselimaianus
Hemiancistrus spilomma X
Hypostomus sp8 X
Gymnotus cf. carapo X
Archolaemus blax X
Cichla piquiti X X
Cichlasoma araguaiense X
Crenicichla cametana X
Geophagus neambi X X
Rivulus cf. zygonectes X
20600.10-1000-M-1500

234

Táxon LAG VR1 PRA TO1 TO2 TO3


Pamphorichthys araguaiensis X
Colomesus asellus X
Legenda: LAG – Lagoa; VR – Vereda; PR - Praia; TO – Rio Tocantins

No período de cheia cerca de 50% das espécies registradas ocorreu em somente um


dos locais amostrados, sendo que o maior número de espécies exclusivas foi registrado
nas Vereda2 e 3 (100%), seguido da Praia (63%) e do rio Tocantins3 (50%), sendo que
no Tocantins1 não houve espécies exclusivas (Tab. 4.2.3.4.4-3).

Tabela 4.2.3.4.4-3. Espécies de peixe coletadas na área de influência do empreendimento e


seus respectivos locais de captura, no período de cheia.
Táxon LAG RCH RP1 RP2 VR1 VR2 VR3 PRA TO1 TO2 TO3
Anchoviella carrikeri X
Pellona flavipinnis X
Agoniates halecinus X
Brachychalcinus copei X
Brycon pesu X X
Bryconops spA X X
Bryconops spD X X
Ctenobrycon hauxwellianus X
Hemigrammus spA X X X
Hemigrammus spB X X
Hyphessobrycon spA X X X
Iguanodectes sp X X X
Jupiaba polylepis X
Knodus spC X
Metynnis spp X X
Moenkhausia gr. dichroura X X
Moenkhausia pyrophthalma X X X X X
Moenkhausia sp X
Phenacogaster sp X
Poptella compressa X
Pygocentrus natterei X X X
Serrapinus spA X X
Serrasalmus maculatus X
Serrasalmus rhombeus X X
Serrasalmus sp1 X
Triporthes albus X X
Characidium sp X
Boulengerella cuvieri X
Caenotropus labyrinthicus X X X X
Argonectes robertsi X
Hemiodus microlepis X
Hemiodus unimaculatus X X X
20600.10-1000-M-1500

235

Táxon LAG RCH RP1 RP2 VR1 VR2 VR3 PRA TO1 TO2 TO3
Curimata acutirostris X
Curimata inornata X X
Curimatella immaculata X
Hoplerythrinus unitaeniatus X
Hoplias malabaricus X X X X
Laemolyta fernandezi X X
Leporinus affinis X X
Leporinus.friderici X
Leporinus unitaeniatus X X
Pyrrhrulina brevis X X
Prochilodus nigricans X X
Pimelodus blochii X
Pimelodus ornatus X
Pimelodus tetramerus X
Glyptoperichthys
X X
joselimaianus
Hemiancistrus spilomma X
Hypostomus sp1 X X
Auchenipterus nuchalis X X
Schultzichthys bondi X
Petilipinnis grunniens X
Cichla piquiti X
Cichlasoma araguaiense X X X
Crenicichla cametana X
Crenicichla strigata X
Geophagus neambi X X X
Retroculus lapidifer X
Satanoperca jurupari X X X
Maratecoara formosa X
Pituna compacta X
Plesiolebias fragilis X
Rivulus karaja X
Simpsonichthys costai X
Pamphorichthys
X X X X
araguaiensis
Colomesus asellus X
Legenda: LAG – Lagoa; RCH – Riacho; RP – Represa; VR – Vereda; PR - Praia; TO – Rio Tocantins

Na seca, a maior captura em número de espécies ocorreu na Lagoa e os locais situados


no leito do rio Tocantins (Tocantins1 e Tocantins3) (Figura 4.2.3.4.4-1).
20600.10-1000-M-1500

236

25
a

20

Número de espécies
15

10

0
LAG VR1 PRA TO1 TO2 TO3
Estações de amostragem

Figura 4.2.3.4.4-1 - Riqueza de espécies por ambiente amostrado

Na cheia, a riqueza foi maior na Represa1, seguida do Riacho, Lagoa e Tocantins 2 e 3


(Figura 4.2.3.4.4-2).

25
b

20
Número de espécies

15

10

0
LAG RCH RP1 RP2 VR1 VR2 VR3 PRA TO1 TO2 TO3
Estações de amostragem

Figura 4.2.3.4.4-2 - Riqueza de espécies por ambiente amostrado

Abundância Relativa
Os locais amostrados apresentaram baixa abundância, sendo os pontos Lagoa e Praia
aqueles que apresentaram uma maiores capturas em número de indivíduos (Figura
4.2.3.4.4-3).
Chama atenção a baixa abundância relativa nos pontos Tocantins1 e Tocantins3 a
despeito da sua relativa riqueza de espécies, ao contrário, na Praia o número de
20600.10-1000-M-1500

237

espécies registradas foi o menor entre todos os locais, no entanto, a captura em


número de exemplares foi maior.

Figura 4.2.3.4.4-3 - Abundância por estação de amostragem. Seca (A); Cheia (B).

As maiores capturas foram registradas na Praia, como já visto, seguido das Represas e
da Lagoa (Figura 4.2.3.4.4-4).
20600.10-1000-M-1500

238

100

75

Abundância (%)
50

25

0
Lagoa Riacho Represa Vereda Praia Tocantins
Ambientes

Figura 4.2.3.4.4-4 - Abundância por ambiente amostrado.

Índice de Diversidade
A diversidade na seca foi maior nos pontos localizados no rio Tocantins (Tocantins1 e
Tocantins3), no entanto não variou muito entre as estações de amostragem, exceto
pelo fato de na Praia o índice ter se aproximado de zero, em função da baixa
equitabilidade registrada para o local.
No período de cheia a diversidade foi maior nos pontos localizados no rio Tocantins
(Tocantins2 e Tocantins3), Represa1, Lagoa e Riacho, nos demais pontos a
diversidade foi intermediaria, com exceção da Vereda3, que não pode ter o índice
calculado, pois se registrou somente uma espécie no local. As maiores equitabilidades
foram registradas no rio Tocantins, o que ocorrem em função da estabilidade do
ambiente (Figura 4.2.3.4.4-5).
20600.10-1000-M-1500

239

Figura 4.2.3.4.4-5 - Diversidade e equitabilidade por estação


de amostragem. Seca (A); Cheia (B).
Quando agrupamos os locais por ambiente, observamos que maior diversidade e
equitabilidade são registradas para a calha principal do rio Tocantins, sendo que nos
demais ambientes estes valores são intermediários, exceto na Praia, onde os mesmos
se aproximam de zero (Figura 4.2.3.4.4-6).

3.5 1.0
Div ersidade
3.0 Equitabilidade
0.8

2.5
Equitabilidade

0.6
Diversidade

2.0

1.5
0.4

1.0

0.2
0.5

0.0 0.0
Lagoa Riacho Represa Vereda Praia Tocantins
Ambientes

Figura 4.2.3.4.4-6 - Diversidade e equitabilidade por ambiente


amostrado.

Eficiência amostral (Curva de Acúmulo de Espécies)


Foram registradas 78 espécies de peixes nas capturas totais, nos 11 pontos de coleta,
em duas excursões. Apesar do esforço de captura, a curva de acumulação não atingiu
20600.10-1000-M-1500

240

uma assíntota (Figura 4.2.3.4.4-7), sugerindo que novas espécies ainda poderiam ser
acrescentadas com o emprego de maior esforço de coleta.

90

80

70
Número de espécies

60

50

40

30

20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações de amostragem

Figura 4.2.3.4.4-7 - Curva de acúmulo de espécies.

Características Ecológicas
Do total de espécies capturadas, a maioria (87%) possui hábito reprodutivo sedentário,
das quais 30% apresentam algum tipo de cuidado parental e 9% possuem fecundação
interna. O restante (13%) realiza migrações reprodutivas na calha do rio Tocantins e
seus tributários. Na Figura 4.2.3.4.4-8 são apresentados alguns exemplares
pertencentes a cada guilda reprodutiva.

Figura 4.2.3.4.4-8 - Representantes das guildas reprodutivas. Sedentária com cuidado


parental – Hoplias cf. malabaricus (a), sedentária com fecundação interna –
Pamphorichthys araguaiensis (b) e migradora – Prochilodus nigricans (c).
20600.10-1000-M-1500

241

Guildas alimentares
Cerca de 60% das espécies registradas estão englobadas em duas guildas tróficas
(35% insetívoras e 25% piscívoras), fato que se explica pelos ambientes onde
ocorreram as amostragens. Na calha do rio Tocantins a contribuição alóctone é muito
pequena e a produção primária deve ser baixa, desta forma, os peixes e os insetos
aquáticos são os itens mais disponíveis. Já nos ambientes de vereda, praia e lagoa, a
contribuição alóctone provavelmente seja maior, composta por formas jovens de
insetos terrestres. Representantes das duas principais guildas alimentares são
mostrados na Figura 4.2.3.4.4-9.

Figura 4.2.3.4.4-9 - Representantes das guildas alimentares. Insetívora – Brycon pesu


(a) e piscívora - Pygocentrus nattereri (b).

Espécies Bioindicadoras da Qualidade Ambiental


Para avaliar o estado de conservação dos ecossistemas aquáticos, uma das melhores
alternativas é o estudo das comunidades de peixes. Esse estudo dar-se-ia em
determinados trechos ao longo de toda a área analisada. Através dessa análise pode-se
avaliar de que forma a interferência do homem no ambiente estudado atua nos
ecossistemas aquáticos, e através dos dados pode-se adotar medidas de mitigação de
potenciais impactos. No entanto, esse tipo de estudo não seria viável temporalmente.
Para tanto, um método mais rápido e adequado para a avaliação dos impactos é a
escolha de espécies ou grupo de espécies, que podem servir como bioindicadoras
pontuais. Através da análise dos resultados obtidos em campo, algumas sugestões
sobre possíveis bioindicadoras são aqui apresentadas.
As espécies pertencentes ao gênero Leporinus podem ser utilizadas como
bioindicadoras por apresentarem uma alta diversidade, podendo ocorrer em sintopia,
isto porque uma das principais alterações ambientais das comunidades de peixes é a
perda da diversidade. Nesse caso, a diminuição da diversidade dos Leporinus seria
uma maneira de verificar um impacto ocorrido na comunidade como um todo. Foram
observados neste estudo as espécies Leporinus affinis, Leporinus friderici, Leporinus
tigrinus, Leporinus unitaeniatus e Leporinus sp3.
Os cascudos, da família Loricariidae também são ótimos bioindicadores, pois são
particularmente sensíveis a alterações ambientais, como também peixes das famílias
Gymnotidae e Sternopygdae. Nesse caso, o monitoramento da presença/ausência
dessas espécies permite o reconhecimento de impactos sobre a fauna de peixes. Foram
identificados nesse estudo quatro espécies de Loricariidae (Glyptoperichthys
joselimaianus, Hemiancistrus spilomma, Hypostomus sp1 e Hypostomus sp8), um da
família Gymnotidade (Gymnotus cf. carapo) e um Sternopygdae (Archolaemus blax).
Outro grupo considerado bom bioindicador da qualidade do ambiente são os
Rivulídeos. A sobrevivência em condições extremamente variáveis como o estresse
hídrico, baixos níveis de oxigênio e ampla flutuação de temperatura, exige dos peixes
anuais diversas adaptações relacionadas ao seu ciclo de vida, constituindo
características típicas do grupo (Errea & Danulat, 2001). Entretanto as mesmas
20600.10-1000-M-1500

242

pecularidades que os tornam aptos a viverem nesses ambientes hostis fazem com que
as espécies sejam extremamente dependentes da integridade física do seu biótopo,
sendo sua presença no ambiente um importante indicador da qualidade do mesmo. No
presente estudo foram encontradas cinco espécies de Rivulídeo (Maratecoara
formosa, Pituna compacta, Plesiolebias fragilis, Rivulus karaja, Rivulus cf.
zygonectes e Simpsonichthys costai).
Exemplos de espécies bioindicadoras registradas na área de estudo são apresentados
na Figura 4.2.3.4.4-10.

Figura 4.2.3.4.4-10 - Representantes de espécies bioindicadoras. Gymnotus cf. carapo


(a); Hypostomus sp8 (b); Rivulus cf. zygonectes (c); Leporinus unitaeniatus (d).

Espécies Ameaçadas
Segundo Rosa & Lima (2008), as espécies de peixes consideradas como ameaçadas
ocorrentes na bacia Amazônica estão restritas a dois de seus afluentes: os rios
Tocantins e Xingu. O rio Tocantins contém a maioria das espécies ameaçadas desta
bacia, totalizando 16 espécies. Destas, sete são peixes-anuais (família Rivulidae), as
demais pertencem às famílias Cichlidae, Batrachoididae, Anostomidae, Pimelodidae,
Characidae e Sternopygidae. Durante as coletas foi registrada uma espécie vulnerável,
Maratecoara formosa (Família Rivulidae), que consta da lista de espécies ameaçadas
(Machado et al., 2008).

Espécies endêmicas
Foram registradas sete espécies endêmicas da bacia na região do empreendimento,
sendo elas: Curimata acutirostris, Cichla piquiti, Crenicichla cametana,
Glyptoperichthys joselimaianus, Hemiancistrus spilomma, Leporinus tigrinus,
Maratecoara formosa (Soares et al., 2009; Costa, 2003), correspondendo a cerca de
11% da ictiofauna amostrada. A Figura 4.2.3.4.4-11 mostra algumas espécies
endêmicas.
20600.10-1000-M-1500

243

Figura 4.2.3.4.4-11 - Espécies endêmicas do rio Tocantins, registradas na área de


estudos. Crenicichla cametana (a); Cichla piquiti (b); Leporinus tigrinus (c);
Glyptoperichthys joselimaianus (d); Curimata acutirostris (e); Maratecoara formosa (f).

Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas na área de estudo. Em outros estudos
realizados na região também não há registro da ocorrência de espécies exóticas.

Espécies de Interesse Comercial


No estado do Tocantins a pesca profissional é proibida, sendo permitida somente a
pesca artesanal e amadora, no entanto, há uma forte pressão de pesca sobre algumas
espécies, principalmente aquelas de grande porte. No presente estudo foram
registradas algumas espécies de interesse comercial, dentre elas Cichla piquiti
(tucunaré), Oxydoras niger (cuiu-cuiu), os mandis (Pimelodus spp), Prochilodus
nigricans (papa-terra), Serrasalmus rhombeus (piranha), Sorubim lima (sorubim) e os
piaus (Leporinus spp), utilizados na alimentação e os peixes ornamentais Brycon pesu,
Colomesus asellus, Ctenobrycon hauxwellianus e Simpsonichthys costai.
A Figura 4.2.3.4.4-12 abaixo, evidencia representantes de interesse comercial da
ictiofana.
20600.10-1000-M-1500

244

Figura 4.2.3.4.4-12. Espécies de interesse comercial. Sorubim lima (a); Prochilodus


nigricans (b); Serrasalmus rhombeus (c); Pimelodus tetramerus (d); Colomesus asellus
(e); Simpsonichthys costai (f).

4.2.3.4.5 Entomofauna
A modificação do ambiente para instalação da infra-estrutura de uma planta industrial
implica em alterações do fluxo natural das águas, serviços de terraplenagem,
represamento, abertura de vias de acesso, entre outras interferências, que poderão
gerar diversos impactos, tanto no ambiente, como também sobre as comunidades
humanas estabelecidas nas áreas de influência.
Os mosquitos ou pernilongos (Diptera: Culicidae) (Forattini, 2002) e os flebótomos ou
mosquito-palha (Phlebotominae: Psychodidae) (Young & Duncan, 1994) nessas áreas
de intensa mudança, devem ser vistos com atenção, por representarem táxons com
várias espécies de interesse em Saúde Pública. Esses dípteros são veiculadores de
patógenos ao homem, como os agentes infecciosos da filariose, malária, febre
amarela, dengue, arboviroses silvestres e leishmanioses cutânea/visceral. A região de
implantação da planta da indústria tem potencial para albergar importantes vetores por
pertencer à região Norte, um amplo espaço com várias endemias, como tem sido
demonstrado em todo esse vasto território (Vasconcelos e cols., 2001; Oliveira-
Ferreira e cols., 2010). Deve-se alertar que o Estado de Tocantins está enquadrado na
área de manifestações epizoóticas da febre amarela, sendo considerado território de
risco de infecções humanas (Mondet, 2001). Também, na região do projeto é relevante
a importância dos barbeiros (Hemiptera: Reduviidae), pois o domínio de vegetação
aberta dos Cerrados constitui ambientes favoráveis a algumas espécies desses insetos.
São esses os vetores biológicos do Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas
(Forattini, 1980).
Os mosquitos (Consoli & Lourenço-de-Oliveira, 1994; Forattini, 2002) sofrem os
efeitos de novos fatores impostos, nas transformações de ambientes que alterem o
fluxo das águas, resultantes de intervenções com máquinas, para instalação de plantas
20600.10-1000-M-1500

245

industriais, principalmente devido às depressões no solo e acúmulo de águas paradas


que podem tornar criadouros. Antes dessa transformação radical, sobrevivem, na fase
imatura, nas planícies de inundação dos rios, geralmente em remansos de águas lentas
ou estagnadas, em lagoas e brejos. Com as alterações, todos esses hábitats são
praticamente modificados, porém surgem ambientes propícios ao estabelecimento de
nova sucessão ecológica e o rearranjo de uma nova composição faunística.
Os flebótomos (Young & Duncan, 1994), cujos imaturos vivem em solos úmidos,
geralmente nos terrenos de áreas umbrosas, sofrem também severo impacto, com a
perda da cobertura vegetal original. São assim deslocados para fora da área de
intervenção e tendem a sofrer readaptação, nas áreas arbóreas ou arbustivas que
devem prevalecer nas proximidades das instalações.
Os triatomíneos (Forattini, 1980) ocupam de modo geral habitats silvestres distantes
das moradias humanas, porém, algumas espécies tendem a um comportamento
sinantrópico, passando a ocupar nichos nos peridomicílios rurais e mesmo no
intradomicílio. As alterações da cobertura vegetal podem favorecer o processo de
domiciliação desses vetores.
Na investigação de campo, priorizou-se o táxon Culicidae, em decorrência de esse
grupo de dípteros reunirem espécies que são sensíveis aos impactos ambientais e em
um levantamento rápido ser possível reunir dados e informações para avaliação de
impacto.
Demanda-se preocupação quanto ao período de instalação e operação do
empreendimento, fase que atrai para região os trabalhadores, geralmente provenientes
de áreas distantes desinformados sobre as doenças endêmicas do local, que poderão
vir a contrair. Também, esse contingente pode desencadear a introdução de novos
patógenos na área, principalmente relacionados às doenças parasitárias. Assim, a área
onde se instalarão as estruturas da planta industrial, suas imediações, bem como as
instalações de alojamentos ou moradias, devem ser monitoradas quanto aos riscos da
presença de vetores e a possibilidade da emergência de agravos. Portanto, é
justificável a necessidade de se levantarem dados e informações quanto às questões
sanitárias, na área de influência das novas áreas de assentamento de indústria,
principalmente relativas aos vetores de patógenos, por meio dos insetos hematófagos;
aqui, com enforque aos culicídeos. Acresce-se que o levantamento dessas informações
permitirá reunir elementos para a aplicação da Vigilância Entomológica e medidas
preventivas ou corretivas, em caso de necessidade.

Campanha
O trabalho foi realizado mediante uma única campanha a qual se efetivou no período
de 21 a 26 de janeiro de 2012. Os pontos de captura foram alocados na visita ao
campo, na medida em que o trabalho progredia, ocasião em que foram
georreferenciados. A região de cobertura compreendeu a área de implantação da
indústria sendo incluído o entorno de influência direta e indireta; inclusive a cidade de
Peixe. As capturas foram realizadas em horários diurnos e noturnos, até as 22h. A
localização dos pontos de coleta de mosquitos são demonstrados nos mapas 4.2.3.4.5-
1 e 4.2.3.4.5-2.
20600.10-1000-M-1500

246

Mapa 4.2.3.4.5-1. Pontos de Coleta de Mosquitos na ADA.


20600.10-1000-M-1500

247

Mapa 4.2.3.4.5-2. Pontos de Coleta de Mosquitos em Peixe.


20600.10-1000-M-1500

248

Trabalho de campo
Os trabalhos de investigação de campo foram conduzidos na área de influência, nas
proximidades do local da futura planta industrial e demais áreas afetadas. Nessas
localidades foram escolhidas paisagens compatíveis com a presença desses insetos,
para execução das capturas.
Para as coletas de mosquitos e flebótomos adultos, de hábitos noturnos, foi utilizadas
uma armadilha de Shannon e uma armadilha CDC, as quais funcionaram no período
pré-crepuscular até se completarem quatro horas de esforço amostral, sendo o trabalho
encerrado às 22h. Para a coleta de mosquitos e flebotomíneos em abrigos naturais,
durante as horas claras do dia, foi utilizado um aspirador elétrico.

Figura 4.2.3.4.5-1. Armadilha de Shannon instalada em área aberta de domínio de


cerrado. Local rico em alagadiços, lagoas e brejos.

Figura 4.2.3.4.5-2. Armadilha CDC instalda em um galho de arbusto de cerrado, a cerca


de 200m de uma mata.
20600.10-1000-M-1500

249

Figura 4.2.3.4.5-3. Operação de coleta com aspirador elétrico.

A coleta de mosquitos imaturos foi feita nas coleções aquáticas estagnadas localizadas
nas áreas de várzea ou veredas e em outros sítios em que se encontrou acúmulo de
água parada; como em recipientes em peridomicílios. Para as coletas utilizaram-se
conchas entomológicas de 350ml, equipamento de plástico de sucção e pipetas.

Figura 4.2.3.4.5-4. Coleta feita com concha entomológica.


20600.10-1000-M-1500

250

Figura 4.2.3.4.5-5. Mecamismo de extração do conteúdo aquático por sucção.

Figura 4.2.3.4.5-6. Tronco caído com acumulo de água em uma depressão. As larvas
foram colhidas utilizando-se uma pipeta e a seguir foram acondicionadas em frasco de
plástico.

Os triatomíneos (barbeiros) foram investigados por meio do setor de vigilância de


vetores na cidade. Caso fossem encontradas moradias suspeitas nos locais de estudo,
essas seriam inspecionadas.
Outros possíveis vetores ou provocadores de incômodo, de outros táxons, como
mosquito-pólvora ou maruins, borrachudos ou piuns e mutucas embora presentes na
área não foram incluídos nesse estudo.
Todos os pontos de coleta de material biológico referente a mosquitos foram
georreferenciados e fotografados. Os registros foram anotados em fichas de campo
seguindo-se o modelo padronizado pelo Ministério da Saúde; feitas algumas
adaptações.
Todo o material, vivo ou morto, foi acondicionado adequadamente para o envio ao
laboratório de campo improvisado no local de hospedagem. Nesse, o material vivo foi
mantido para completar o seu desenvolvimento. No final da campanha todo o material
foi devidamente embalado e rotulado para envio ao Laboratório de Entomologia em
Saúde Pública – LESP, da Faculdade de Saúde Pública da USP. Nesse o material vivo
20600.10-1000-M-1500

251

que deu entrada foi mantido até completo desenvolvimento. As identificações e


contagens procederam também nesse laboratório.

Figura 4.2.3.4.5-7. laboratório de campo - aspecto geral da bancada improvisada no local


de hospedagem para processamento e acondicionamento do material biológico obtido nas
coletas; direita – manutenção de imaturos vivos para obtenção de exúvias.

Figura 4.2.3.4.5-8. laboratório da FSP/USP identificação – bancada com microscópios


estereoscópico e óptico usados na identificação; direita – procedimento de identificação.
20600.10-1000-M-1500

252

Figura 4.2.3.4.5-9. laboratório da FSP/USP -identificação –.montagem de mosquito adulto


em alfinete entomológico; direita – mosquitos adultos aguardando o procedimento de
identificação.

Figura 4.2.3.4.5-10. laboratório da FSP/USP -identificação. caixinhas entomológicas


provenientes do campo e que deram entrada no laboratório de identificação.

Resultados
Como mostrado na Tabela 4.2.3.4.5-1 foram coletados um total de 3.034 mosquitos e
detectados 59 táxons. Para muito desses táxons não foi possível a identificação precisa
até o nível de espécies. Para aquelas que a identificação foi possível construiu-se o
Quadro 4.2.3.4.5-1, no qual constam 34 espécies. Os materiais referentes aos táxons
que não tiveram suas identificações até o nível de espécie ficarão depositados nos
Laboratórios de Entomologia em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da
USP, em São Paulo, disponíveis para estudo. O material identificado deverá ser
tombado junto à Coleção Entomológica de Referência da Faculdade de Saúde Pública
da USP, em tempo oportuno, na dependência da curadoria desse museu.
20600.10-1000-M-1500

253

Tabela 4.2.3.4.5-1. Fauna total de mosquitos (Diptera: Culicidae) coletados


com as quatro técnicas utilizadas (aspirador, armadilha elétrica luminosa
CDC, armadilha de Shannon e coleta de imaturos) na área de implantação
da planta industrial da Braxcel, Peixe, TO, distribuídos segundo números e
percentuais. Coletas realizadas no período de 21 a 26 de janeiro de 2012.
o
Espécie N %
Anopheles albitarsis 828 27,29
Culex (Melanoconion) sp. seção Melanoconion 476 15,69
Psorophora albigenu 379 12,49
Culex (Culex) quinquefasciatus 331 10,91
Culex (Melanoconion) theobaldi 302 9,95
Anopheles triannulatus 113 3,72
Limatus durhami 80 2,64
Culex (Melanoconion) sp. grupo Pilosus 71 2,34
Aedes fulvus 69 2,27
Culex (Culex) sp. 48 1,58
Aedes scapularis 39 1,29
Orthopodomyia sp. 37 1,22
Culex (Culex) sp. grupo Coronator 27 0,89
Culex (Melanoconion) sp. 27 0,89
Psorophora ferox 21 0,69
Aedes serratus 15 0,49
Anopheles oswaldoi/konderi 15 0,49
Mansonia indubitans 15 0,49
Aedes serratus/nubilus 12 0,40
Anopheles braziliensis 12 0,40
Aedes hastutus/oligopistus 9 0,30
Anopheles forattinii/mediopunctatus/costai 9 0,30
Aedes terrens 8 0,26
Anopheles peryassui 8 0,26
Culex (Melanoconion) vaxus 7 0,23
Psorophora cingulata 6 0,20
Culex (Culex) chidesteri 5 0,16
Culex (Culex) declarator 5 0,16
Culex (Culex) dolosus/eduardoi 5 0,16
Haemagogus janthinomys/capricornii 5 0,16
Culex (Anaedioporpa) sp. 4 0,13
Aedeomyia squamipennis 3 0,10
Anopheles (Anopheles) sp. próx. forattinii 3 0,10
Culex (Melanoconion) aureonotatus 3 0,10
Culex (Melanoconion) spissipes 3 0,10
Mansonia titillans 3 0,10
Uranotaenia lowii 3 0,10
Aedes (Ochlerotatus) sp. 2 0,07
Aedes fulvitorax 2 0,07
Anopheles nuneztovari 2 0,07
Psorophora confinnis 2 0,07
Toxorhynchites sp. 2 0,07
Trichoprosopon pallidiventer/castroi/similis 2 0,07
Aedes sp. 1 0,03
Anopheles (Stethomyia) sp. 1 0,03
20600.10-1000-M-1500

254

Coquillettidia sp. (danificado) 1 0,03


Culex (Culex) dolosus/eduardoi (danificado)? 1 0,03
Culex (Melanoconion) eknomios 1 0,03
Culex (Melanoconion) gnomatus 1 0,03
Culex (Melanoconion) pedroi 1 0,03
Culex (Phenacomyia) corniger 1 0,03
Psorophora ciliata 1 0,03
Psorophora lutzii/amazonica 1 0,03
Sabethes chloropterus 1 0,03
Sabethes sp. (danificado) 1 0,03
Sabethes undosus/fabrici/ignotus 1 0,03
Uranotaenia geometrica 1 0,03
Uranotaenia pulcherrima 1 0,03
Uranotaenia sp. 1 0,03
Total 3034 100,00

Quadro 4.2.3.4.5-1 – Lista das dos táxons de mosquitos (Diptera:


Culicidae) identificados até o nível de espécies. Material referente à
pesquisa entomológica feita no município de Peixe, TO, para
inventário entomológico do projeto Braxcel; período de 20 a 27 de
janeiro de 2012.

Aedeomyia (Aedeomyia) squamipennis (Lynch – Arribalzaga, 1878)


Aedes (Howardina) fulvithorax (Lutz 1904)
Aedes (Ochlerotatus) fulvus (Weidmann 1828)
Aedes (Ochlerotatus) scapularis (Rondani, 1848)
Aedes (Ochlerotatus) serratus (Theobald, 1901)
Aedes (Fynlaya) terrens (Walker in 1856)
Anopheles albitarsis Lynch – Arribalzaga, 1878
Anopheles (Nyssorhynchus) braziliensis Chagas, 1907
Anopheles (Nyssorhynchus) nuneztovari Galbadon, 1940
Anopheles (Anopheles) peryassui Dyar & Knab 1908
Anopheles (Nyssorhynchus) triannulatus (Neiva & Pinto, 1922)
Culex (Culex) chidesteri Dyar, 1921
Culex (Culex) declarator Dyar and Knab 1906
Culex (Culex) quinquefasciatus (Say 1823)
Culex (Melanoconion) aureonotatus Duret & Barreto 1956
Culex (Melanoconion) eknomios Forattini & Sallum, 1992
Culex (Melanoconion) gnomatus Sallum, Huchings, & Ferreira 1997
Culex (Melanoconion) pedroi Sirivanakarn & Belkin
Culex (Melanoconion) spissipes (Theobald 1903)
Culex (Melanoconion) theobaldi (Lutz, 1904)
Culex (Melanoconion) vaxus Dyar,1920
Culex (Phenacomyia) corniger Harbach & Peyton (1992)
Limatus durhami Theobaldi, 1901
Mansonia (Mansonia) indubitans Dyar & Shannon, 1925
Mansonia (Mansonia) titillans (Walker 1848)
Psorophora (Janthinosoma) albigenu (Peryassú, 1908)
Psorophora Psorophora) ciliata (Fabricius, 1794)
Psorophora (Grabhia) cingulata (Fabricius, 1805)
Psorophora confinnis (Lynch-Arribalzaga, 1891)
20600.10-1000-M-1500

255

Psorophora (Janatinosoma) ferox (Von Humboldt, 1819)


Sabethes (Sabethoides) chloropterus ((Von Humboldt, 1819)
Uranotaenia (Uranotaenia) geometrica Theobald, 1901
Uranotaenia (Uranotaenia) lowii Theobald (1901)
Uranotaenia (Uranotaenia) pulcherrima Lynch – Arribalzaga, 1891

Com base na análise da Figura 4.2.3.4.5-11, pode-se notar que a espécie mais
frequente em toda a pesquisa foi o Anopheles albitarsis s.l.

27% A
34%
B
C
D
16% E
11%
12%

Figura 4.2.3.4.5-11. Espécies mais frequentes de mosquitos (Diptera: Culicidae)


coletados com as quatro técnicas utilizadas (aspirador, armadilha elétrica luminosa
CDC, armadilha de Shannon e coleta de imaturos) na área de implantação da planta
industrial da Braxcel, Peixe, TO. Coletas realizadas no período de 21 a 26 de janeiro de
2012.LEGENDA:
A – Anopheles albitarsis s.l.
B – Culex (Melanoconion) sp. seção Melanoconion
C – Psorophora albigenu
D – Culex (Culex) quinquefasciatus
E – Demais espécies

Em relação ao resultado geral obtido ficou patente que o assim considerado vetor
secundário de plasmódios humanos o Anopheles albitarsis s.l. é comum na área,
podendo alcançar frequência compatível com a transmissão. Assim sendo, a malária,
embora não ocorra na região, deve ser uma preocupação do empreendimento,
devendo-se utilizar estratégias para sua prevenção.
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Foto 4.2.3.4.5-1. Anopheles albitarsis s.l. (fêmea) coletada com armadilha elétrica
luminosa tipo CDC, na margem do cerrado, próximo a uma mata existente aos fundos
da casa de referência da Braxcel.
Entre os demais mosquitos, há várias espécies que têm competência e capacidade para
veicular arbovírus silvestre. Dentre essas se destaca o gênero Haemagogus (mosquito
identificado como: Haemagogus janthinomys/capricornii) e o mosquito Sabethes
chloropterus. Esses mosquitos são considerados vetores eficientes do vírus da febre
amarela em locais de emergência de epizootias. É nesse contexto que o homem, ao
penetrar em área de atividade viral, pode ser acometido (Câmara e cols., 2011).

Foto 4.2.3.4.5-2. Haemagogus janthinomys / capricornii (fêmea) coletada com aspirador


elétrico em abrigo natural em mata de galeria, anexa ao rio Tocantins.

A questão da febre amarela na área de implantação do projeto da Braxcel deve ser


vista com atenção, não somente pela presença de vetor importante nas matas mais
fechadas do local, mas também, pelo fato de o projeto estar alocado nas margens do
Tocantins, com suas matas de galeria protegidas. Essas matas servem de corredores
ecológicos de animais, devendo estar presente os macacos que são os amplificadores
do vírus. A febre amarela caminha na forma de ondas, que vêm da Amazônia, sua área
endêmica, ao se propagar em forma linear ao longo de rios entram em direção ao
Brasil Central, Sul e Leste no sentido contra a correnteza, podendo atingir os estados
de Minas Gerais, São Paulo e Bahia; além de outras áreas de abrangência, onde
ocorrem manifestações epizoóticas, com riscos de transmissão para humanos. Assim
sendo, as matas presentes nas margens do Tocantins podem representar o caminho do
vírus em direção às regiões de maior adensamento demográfico (Mondet, 2001). A
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questão é mais complexa ao se verificar que a cidade de Peixe é infestada pelo


mosquito Aedes aegypti, que além de veicular os vírus da dengue, tem competência
para transmitir o vírus da febre amarela, havendo o risco de urbanização dessa doença,
ao assumir a transmissão homem-mosquito-homem.

Conclusão geral
Em decorrência da persistência de quadro epidemiológico favorável à dengue na
cidade de Peixe; devido à presença de vetores competentes para arbovírus no ambiente
de instalação da Braxcel, inclusive para o vírus da febre amarela; pela presença de
anofelino competente para veicular plasmódios humanos, agentes da malária, e pelo
fato da existência de outros riscos inerentes à fauna entomológica, justifica-se a
avaliação dos impactos do empreendimento.

4.2.3.4.6 Considerações Finais sobre o meio biótico


A biodiversidade é o complexo resultante das variações das espécies e dos
ecossistemas existentes em determinada região, e seu estudo tem importância direta
para a preservação ou conservação das espécies, pois entendendo a vida como um todo
tem-se mais condições de preservá-la, bem como é de suma importância para o nosso
desenvolvimento, resultando o aproveitamento dos recursos biológicos para que sejam
explorados de maneira menos prejudicial à natureza, conservando-a o máximo
possível, permitindo a harmonia entre o desenvolvimento das atividades humanas e a
preservação.
Existe por diversas razões um grande interesse em medir a diversidade, sobretudo por
sua utilidade em biologia da conservação e avaliação ambiental. Medidas de
diversidade de espécies são geralmente úteis para comparar padrões em diferentes
locais ou em diferentes gradientes, ou, ainda, numa mesma área ao longo do tempo,
como, por exemplo, ao longo de uma sucessão, ou após um distúrbio. Além disso, a
avaliação de espécies raras é útil para direcionar esforços de conservação e programas
de monitoramento de fauna e flora.
Os levantamentos de campo resultaram em um total de 536 espécies representando a
fauna e flora, cuja distribuição para cada grupo está apresentada no Tabela 4.2.3.4.6-1,
representando um panorama geral da biodiversidade na área de influência do
empreendimento. Ressaltamos que apesar da antropização ocorrer em parte dos
remanescentes de vegetação nativa existentes, estes ainda apresentam suporte à
manutenção de espécies da fauna e flora nativa.
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Tabela 4.2.3.4.6-1 - Biodiversidade (Fauna e Flora) deste estudo.

Total de Valor
Grupo espécies Ameaçadas* Endêmicas** Exóticas Econômico
Flora 171 5
Avifauna 194 4 3 1
Mastofauna 23 – 31¹ 5 2 2
Herpetofauna 39 1 3
Ictiofauna 78 1 7 11
Total geral 536 11 15 3 16
Legenda: ¹ espécies de pequenos mamíferos voadores e não-voadores; * espécies ameaçadas se referem ao total de
espécies ameaçadas presentes na lista nacional. ** Endemismo foi considerado como espécies exclusivas dos
biomas/formações amostradas. *** Espécies de ocorrência na bacia e exploradas pelos pescadores locais

A AII do Projeto envolve um dos biomas brasileiros de extrema importância,


considerado Hot-spot de mega-diversidade (Myers et al. 1999): o Cerrado.
A riqueza de espécies da mastofauna variou pouco entre as campanhas no período
seco e no chuvoso, não indicando sazonalidade em sua atividade na região. A
principal diferença entre as campanhas foi à abundância relativa das espécies, sendo
observado maior equilíbrio entre as espécies durante a segunda campanha. Tal
diferença pode ter relação com a mudança na oferta de alimentos entre os períodos
seco e chuvoso, afetando as áreas de forrageamento, porém não é possível afirmar
tendo em vista uma possível variação casual.
A mastofauna diagnosticada na área de estudo pode ser considerada significativa por
abranger as principais ordens e famílias, além de espécies ameaçadas de extinção e
características do Cerrado, como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o
lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), classificados como vulneráveis pela lista do
Ministério do Meio Ambiente (2003). No entanto, foi notada a ausência de registro de
predadores de topo, como a onça-parda (Puma concolor) e a onça-pintada (Panthera
onca), em ambas as campanhas, o que pode ser devido à pressão de caça que estes
animais sofrem por causarem danos com predações eventuais a animais de criação
humana.
O local de estudo está dentro da área de ocorrência destas espécies e foi registrada a
presença de grande biodiversidade na área, incluindo espécies que fazem parte de sua
dieta natural (veados, catetos, capivara, entre outros), o que indica um ambiente de
qualidade. Sendo assim, enquanto houverem esforços para a conservação do ambiente,
existe a possibilidade de serem registradas estas espécies-chave para o equilíbrio do
ambiente em vistorias futuras.
Os pequenos roedores e marsupiais são ótimas ferramentas para se testar questões
centrais da ecologia, como relações intra e interespecíficas, e até aspectos de genética
e hereditariedade. No geral, são espécies fáceis de ser capturadas e manipuladas, o que
permite que, em alguns meses ou poucos anos de amostragem, dependendo do foco da
pesquisa, sejam gerados resultados claros e consistentes. Além disso, eles têm ciclo de
vida curto, quando comparados a outros mamíferos, o que resulta em respostas mais
rápidas a alterações ambientais, tornando possível a sua utilização como indicadores
da qualidade dos habitats. Por utilizar áreas de vida pequenas, eles mostram uma
capacidade de discriminar entre variações pequenas nos habitats e na paisagem. E o
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259

fato de grande número de espécies ocuparem nichos diferentes, possibilita aos


pesquisadores avaliar vários parâmetros no ecossistema.
As amostragens realizadas nas duas campanhas de campo abrangeram porções
representativas das fisionomias presentes na área de influencia do empreendimento,
desprendendo um esforço amostral satisfatório para cada época de estudo. Assim,
sendo apresentada uma lista satisfatória das espécies da avifauna que ocorrem nas
áreas.
O diagnóstico da avifauna é uma das medidas de maior valia para o conhecimento da
composição e dinâmica da biodiversidade local. Além disso, esse conhecimento será a
base para a proposição de ações específicas para a conservação do grupo a médio e
longo prazo.
Nesse primeiro momento vale destacar que a área, mesmo sofrendo perturbações
antrópicas possui em sua composição, espécies altamente sensíveis à presença
humana, assim como espécies ameaçadas de extinção e endêmicas. A ocorrência
dessas espécies indica que, embora haja alterações na área de estudo, desencadeadas
por pressão antrópica, a mesma ainda possui grande capacidade de manutenção da
biodiversidade, caso sejam adotadas medidas que minimizem os impactos ambientais.
As análises realizadas através dos dados obtidos durante o esforço amostral na área de
influência direta do empreendimento evidenciaram que a avifauna presente na área de
estudo é além de diversa, detentora de espécies de alta importância conservacionista,
como é o caso do pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni), espécie considerada extinta
que foi redescoberta após 80 anos no Estado do Tocantins, considerada endêmica
dessa região e criticamente ameaçada de extinção.
Como esperado, houve uma grande diferença no número de espécies da herpetofauna
registradas na área de estudo entre os períodos seco e chuvoso, principalmente no
grupo dos anfíbios. Esta diferença pode ser explicada ao se analisar a história natural
dos anuros, sendo grande parte deles dependentes parcial ou completamente de
ambientes aquáticos para sua reprodução. Em um bioma como o Cerrado, marcado
pela sazonalidade de chuvas e seca, a atividade da maior parte dos anfíbios também se
torna sazonal, se concentrando no período chuvoso, sendo esta a melhor época para
verificar sua diversidade.
Apesar da herpetofauna em geral não ser tão conhecida e estudada se comparada com
outros grupos de vertebrados, pode-se dizer que as amostragens representam
satisfatoriamente o grupo no local de estudos, tendo sido registradas espécies
relevantes no âmbito conservacional, como o tracajá (Podocnemis unifilis),
considerada vulnerável à extinção pela IUCN (2011), e a rã-d’água (Pseudis
tocantins), espécie endêmica de uma área relativamente pequena, correspondente às
bacias dos rios Tocantins e Araguaia.
Somando-se a presença de espécies sensíveis à antropização e a dependência que
grande parte da herpetofauna apresenta de condições específicas em seus habitats
naturais, a preservação destes ambientes se torna crucial para a manutenção de sua
diversidade, sendo assim, todas as ações humanas em tais áreas devem ser estruturadas
com este objetivo.
A importância das florestas ripárias é fundamental para a sobrevivência da ictiofauna
de riachos, influenciando tanto a produção primária, quanto no fornecimento de
recursos alóctones, que são à base das cadeias alimentares, principalmente nas
cabeceiras. A ausência de florestas ripárias pode acarretar na maior transferência de
sedimentos para os corpos d’água, aumentando a turbidez e a perda de habitats através
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260

dos processos de assoreamento (Ferreira e Casatti, 2006; Silva et al., 2007). Mas não
são apenas as alterações nas zonas ripárias que podem afetar a estrutura e a biota dos
riachos. Apesar da cobertura das zonas ripárias ser muito importante na estruturação
dos canais e, conseqüentemente na diversidade e riqueza das espécies, tanto a curto
quanto em longo prazo, a cobertura em toda bacia também pode influenciar nos
ecossistemas aquáticos.
O número de espécies registradas sofreu incremento significativo com a campanha do
período chuvoso, em função do aumento no esforço de coleta e da captura de espécies
de peixes anuais.
Pode-se dizer que este levantamento é representativo da ictiofauna local, visto que
espécies endêmicas e as guildas reprodutivas e alimentares estiveram representadas na
amostragem nas mesmas proporções descritas para a região. Merece destaque o
registro de seis espécies de peixes anuais que não constam da lista regional, indicando
que há ainda muitos ambientes a serem explorados.
Importante ressaltar que cerca de 20% das espécies registradas está identificada em
caráter “provisório”, pois ainda precisam ser descritas, este fato é mais notado nos
representantes da família Characidae. Neste estudo podemos destacar a espécie
Moenkhausia sp, que provavelmente seja uma espécie nova, sua presença foi
registrada na Praia, o que mostra o importante papel dos ambientes litorâneos para o
ecossistema, que apesar de contribuir pouco nas capturas, abriga espécies que só se
encontram naquele tipo de ambiente.
Assim como a Praia, as veredas também apresentam baixas capturas, mas abrigam
espécies extremamente adaptadas ao seu caráter dinâmico, os peixes anuais, só
capturados nesse tipo de ambiente, com destaque para uma espécie endêmica,
Maratecoara formosa, na lista de espécies ameaçadas.
Os dados mostram que a região de estudo abriga uma fauna rica, composta por
espécies endêmicas da bacia do rio Tocantins e também por espécies vulneráveis
devido à grande pressão a que os ambientes estão sendo expostos. Esta riqueza de
espécies é devida a grande diversidade de hábitats encontrados na região, portanto, as
ações humanas devem ser norteadas de forma que a diversidade de hábitats e espécies
sejam mantidas.
Referente aos vetores de doenças, em decorrência da persistência de quadro
epidemiológico favorável à dengue na cidade de Peixe; devido à presença de vetores
competentes para arbovírus no ambiente de instalação da Braxcel, inclusive para o
vírus da febre amarela; pela presença de anofelino competente para veicular
plasmódios humanos, agentes da malária, e pelo fato da existência de outros riscos
inerentes à fauna entomológica, justifica-se a avaliação dos impactos do
empreendimento.
As avaliações ambientais realizadas nos trabalhos de campo abrangeram porções
representativas das fisionomias presentes na área de influência, desprendendo um
esforço amostral satisfatório. Assim, as listagens e dados apresentados para flora e
fauna refletem o panorama real das condições ambientais das áreas de influência do
empreendimento.
Algumas matas ciliares presentes na AID são importantes corredores ecológicos em
escala local e regional e devem ser monitorados, pois permite o fluxo de fauna em seu
interior, dispersando sementes recolhidas em outras áreas (florestas) ou de trechos
diferentes da mesma mata ciliar. Dentre estes corredores podemos destacar a Mata
Ciliar dos afluentes e do próprio Rio Tocantins.
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4.3 Meio Socioeconômico


O diagnóstico socioeconômico tem por objetivo descrever as características de todos
os aspectos associados às questões econômicas e socioambientais presentes na área de
influência do empreendimento, de modo a permitir a identificação de demandas e
potencialidades para desenvolvimento dos municípios correlacionados.
A elaboração deste diagnóstico foi realizada através de pesquisas bibliográficas e
coleta de dados (por meio eletrônico – internet ou em campo) em órgãos oficiais,
como Prefeituras, em base de dados de órgãos oficiais da União, como Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Banco de Dados do Sistema Único de
Saúde (DATASUS), entre outros.

4.3.1 Área de Influência


Área de Influência Indireta
Para o diagnóstico socioeconômico foi estabelecido que a Área de Influência Indireta
(AII) do empreendimento é composta pelos municípios de Gurupi - TO, Sucupira -
TO, Peixe - TO e São Valério - TO, que estão dentro do raio de influência do
empreendimento.
Área de Influência Direta
Área de Influencia Direta (AID) do empreendimento no meio socioeconômico é o
município de Peixe – TO.
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Figura 4.3.1-1 – Mapa com os municípios das áreas de influência do empreendimento


para a socioeconomia.

4.3.2 Características Municípios

4.3.2.1 Dados Gerais


Gurupi
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 11º43'45"S e 49º04'07"O, estando a
uma altitude de 287 metros e ocupando uma área de 1.836,087 km². Fica no limite
divisório de águas entre o Rio Araguaia e o Rio Tocantins, às margens da BR-153
(Rodovia Belém-Brasília). Seus municípios limítrofes são Aliança do Tocantins, Cariri
do Tocantins, Dueré, Figueirópolis, Peixe e Sucupira.
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Figura 4.3.2.1-1 – Localização do município de Gurupi (em vermelho).

Figura 4.3.2.1-2 – Praça com uma Igreja do município de Gurupi.

Peixe
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 12° 01' 30" S e 48° 32' 20" O,
estando a uma altitude de 240 metros e ocupando uma área de 5.291,198 km². Seus
municípios limítrofes são Paranã, São Salvador do Tocantis, Jaú do Tocantisn,
Talismã, Alvorada, Sucupira, Gurupi, Aliança do Tocantins, Breinho de Nazaré e São
Valério.
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Figura 4.3.2.1-3 – Localização do município de Peixe (em vermelho).

Figura 4.3.2.1-4 – Praça com uma Igreja no município de Peixe.

São Valério
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 11º58'30" S e 48º14'01" O, estando
a uma altitude de 360 metros e ocupando uma área de 2.519,579 km². Seus municípios
limítrofes são Paranã, Peixe, Gurupi, Brejinho de Nazaré, Santa Rosa do Tocantins,
Chapada da Natividade e Natividade.
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265

Figura 4.3.2.1-5 – Localização do município de São Valério (em vermelho).

Figura 4.3.2.1-6 – Rua do município São Valério.

Sucupira
Localiza-se ao sul do Tocantins, nas coordenadas 11º59'36" S e 48º58'15" O, estando
a uma altitude de 250 metros e ocupando uma área de 1.025,517 km². Seus municípios
limítrofes são Alvorada, Peixe, Gurupi, Figueirópolis.
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266

Figura 4.3.2.1-7 – Localização do município de Sucupira (em vermelho).

Figura 4.3.2.1-8 – Rua do município de Sucupira.

4.3.2.2 Histórico dos Municípios


Gurupi
Gurupi teve como primitivos habitantes os índios xerentes, que aos poucos foram se
afastando, em consequência da presença dos primeiros desbravadores, atraídos pelas
descobertas de manchões de cristal e, principalmente, com o objetivo de formar
fazendas de criação e agricultura (IBGE).
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O topônimo Gurupi, escolhido na época, significa diamante puro: Guru = diamante; PI


= puro (IBGE).
A descoberta do local ocorreu em 1932, quando Benjamin Rodrigues por ali penetrou
campeando uma tropa de burros que lhe escapara no município de Peixe. Entretanto,
somente a partir de 1946 é que exploradores, procedentes de Dueré, Porto Nacional e
outras regiões do norte, fixaram-se no lugar, dando início à formação do arraial.
Concorreu fortemente para o seu desenvolvimento a inclusão de Gurupi no projeto da
rodovia BR-14, ou Belém-Brasília, quando se fez uma planta rústica da cidade, com
localização da igreja matriz e a abertura das principais avenidas (IBGE).
Com a constante chegada de colonos e aventureiros, o crescimento das lavouras e da
criação de gado, as cabanas de pau-a-pique e ranchos de sapé foram cedendo lugar a
construções sólidas de alvenaria; ainda no início da década de 1950. Em 1956, elevou-
se o povoado a Distrito, pertencente a Porto Nacional e, em 1958, alcançou sua
emancipação político-administrativa, dando-se a instalação no ano seguinte (IBGE).
Gurupi recebeu considerável impulso com a chegada da rodovia Belém-Brasília em
agosto de 1957 e, hoje, se estende ao longo das margens da rodovia (IBGE).
Peixe
Na região onde hoje é Peixe existia apenas um porto local, onde um lavrador possuía
uma roça e uma pequena embarcação. Esta era utilizada como meio de transporte
pelos viajantes que vinham de Goiás com destino a Natividade, São José do Duro e
Chapada dos Negros em busca das ricas jazidas de ouro. Porém, eram atacados com
muita frequência pelos índios Canoeiros, que recebem este nome por serem exímios
remadores (IBGE).
Esses índios eram uma tribo nômade que vinham desde São José do Tocantins, hoje
Niquelândia, ao Descoberto da Piedade, hoje Porangatu - GO. Seguiam à Peixe,
Natividade, Comarca da Palma, á aldeia de São José do Duro e ao Arraial da Chegada
do Carmo. Autores afirmam que a denominação Canoeiros foi-lhes dada pelos
garimpeiros portugueses quando entraram pelo rio Tocantins até o Maranhão, pois
eram exímios remadores além de bons cavaleiros e inteligentes, porém, eram
aguerridos, incendiários e terrivelmente sanguinários (IBGE).
O povo nativitano manda um rico presente ao príncipe regente Dom João VI na época
do seu nascimento: uma pepita de ouro de 45 quilos no formato de uma criança do
sexo masculino, encontrada nas minas de ouro do município de Natividade. A rainha
Dona Maria I, em agradecimento ao rico presente manda emissários seus com duas
imagens: Nossa Senhora das Neves e são João Menino ao povo nativitano, além de
informar que tal garimpo onde foi encontrada a pepita tivesse daí em diante o nome de
Príncipe. Porém, a comitiva ao passar pelo porto é cruelmente trucidada pelos índios
canoeiros. Ao saber da notícia a Rainha exige do Governo Geral da Província medidas
severas. Não só para punir os indígenas como para assegurar as caravanas que
demandavam para os garimpos (IBGE).
Outra versão seria de que nas imediações do porto local havia um posto de catequese
dos abnegados jesuítas com a missão de aldeamento dos silvícolas da região e que
haveria de ser encontrada em velhos escombros uma lendária riqueza editada no
roteiro dos jesuítas, encontrado em ruínas de velhas casas do arraial das Itans, roteiro
este que dizia: Na mais alta pedra do rio Santa Tereza, no lugar denominado itans está
sepultado o maior tesouro dos Jesuítas (IBGE).
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Acredita-se que estas hipóteses sejam verdadeiras, sendo assim por qualquer dos
motivos citados, por volta dos anos 1776 e 1780 temos a vinda do Alferes Ramos Jubé
com 25 praças a seu comando, para garantir a passagem na travessia do rio Tocantins e
procurar o tesouro (IBGE).
Ao chegar neste local, para evitar os repetidos ataques incendiários dos índios, Ramos
Jubé construiu um forte que seria a primeira moradia coberta de telha, onde residiu
com seus comandados (onde hoje se ergue a residência do Sr. Oscar José da Silva).
Esta foi construída de adobe e aroeira. Como não existia prego naquela época, as vigas
eram cravadas com talhos de aroeira. Contam os mais velhos que ao ser demolida foi
encontrado um vaso contendo joias, moedas e utensílios de muito valor. Dizem ainda,
que tão grande achado enriqueceu o pedreiro que realizava a obra, ao concluí-la,
mudou-se e se tornou um alto comerciante da região de Paraná (IBGE).
Com a proteção do Alferes Ramos Jubé, à beira do porto foi se formando um povoado
com a migração de famílias vindas do Carmo, Natividade, Paranã, Conceição do
Norte, Porto Nacional, Caititê (BA) e Gilbués (PI).Seus primeiros moradores:
Francisco da Silva Montes e Joaquim Tavares (o primeiro passador do porto local) e
seus filhos Teotônio e Raimundo Tavares de Brito, ambos auxiliaram o Alferes nas
escaramuças aos índios. Quanto ao tesouro dos Jesuítas, foram feitas várias
investigações, mas ao que parece todas em vão (IBGE).
Ramos Jubé iniciou também a construção da primeira casa de oração, onde hoje está a
praça Getúlio Vargas. Antes do termino desta igreja nela foi introduzida à imagem de
Nossa Senhora D Abadia, considerada uma das mais belas obra do santeiro goiano
Veiga Vale. Contam os mais velhos que a imagem da santa foi trazida num caixote de
pinho e carregada aos ombros por Marcelino Gonçalves, descendente de escravos. A
viagem de Vila Boa até o povoado foi feita a pé e durou quinze dias, chegando em 10
de agosto de 1825 (IBGE).
Contam os velhos moradores que a devoção à esta Santa foi em cumprimento a uma
promessa, feita para que os índios Canoeiros cessassem seus ataques ao arraial. Após a
chegada da referida imagem ao local, nunca mais eles voltaram a atacar. Os anos se
passaram e o Alferes Ramos Jubé acabou falecendo acometido pelo ompaladismo sem
que tivesse tempo de trazer sua família que morava em Vila Boa de Goiás para morar
no arraial, que por algum tempo chamou-se Santa Cruz das Itans (IBGE).
O arraial de Santa Cruz das Itans prosperou, os tempos passaram e veio uma grande
enchente que mudou para sempre a rotina dos moradores deste pequeno local. Devido
a grande enchente ocorrida na região, o rio Tocantins despejou suas águas nas
vazantes, indo atingir uma grande lagoa situada a dois quilômetros do povoado.
Quando as águas baixaram um peixe de tamanho colossal ficou preso no saranãs da
lagoa, onde morreu quando o rio Tocantins voltou ao seu leito natural e a lagoa
tornou-se rasa. Dizem ainda, que o peixe era tão grande que quatro mulheres batiam
roupas para lavar em sua cabeça (IBGE).
Uma caravana que vinha de Vila Boa de Goiás com destino a Natividade encontrou o
dito peixe, depois deste ocorrido, os viajantes diziam, vamos passar pelo rio onde foi
encontrado o peixe . Mas com o passar do tempo foram abreviando a frase até dizerem
apenas: passaremos em peixe . E assim ficou batizado nosso município. Não só ele
leva este nome, mas também o córrego pelo qual subiu o enorme peixe e a lagoa onde
foi encontrado. Ambos ficaram conhecidos por córrego do peixinho e lagoa do peixe
(IBGE).
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269

Anos depois deram a chamar o local de Vila do Espírito Santo de Peixe , após a
promulgação da Lei nº 013, de 31 de junho de 1846, onde o arraial é elevado à
categoria de município de Palmas (hoje Paraná) (IBGE).
Em 20 de junho de 1895 a vila é elevada à categoria de cidade graças ao trabalho de
diversos líderes, dentre eles destacam-se: Elizeu Augusto Canguçu, Antônio José de
Almeida, Pedro Pinheiro de Queiroz, o Senador Domingos Teodoro juntamente com o
Deputado Cândido Teodoro, estes eram os representantes desta região frente ao
governo da época. Na divisão territorial de 31 de dezembro de 1936, Peixe aparece
com o nome de município de Santa Terezinha, sob a jurisdição da Comarca de Porto
Nacional, porém este nome não foi aceito pela comunidade. No quadro anexo ao
Decreto-Lei Estadual nº 557 de 03demarço de 1938, nosso município aparece
novamente com o nome de Peixe (IBGE).
Os assentamentos existentes no município são: P.A. São José, P.A. Bananal e P.A.
Penha (IBGE).
Os distritos existentes são os seguintes: Vila Quixaba, Entroncamento do Jaú, Povoado
Novo Nilo, Lagoa do Romão, Vila São Miguel e Salvação (IBGE).

Figura 4.3.2.2-1 – Igreja e Caixa d’água da Saneatins no distrito de Vila Quixaba.

São Valério
Na época da colonização, emissários da Coroa de Portugal, procedentes de Vila Boa
de Goiás (Goiás Velho), Cavalcante, também em Goiás, passando por São João da
Palma (Paranã), atravessando o rio Tocantins pelo "Porto do rio Tocantins" (cidade de
Peixe), depois o rio Manoel Alves, no local onde hoje se encontra o distrito de
Apinajé, passando por Santa Rosa, rumo ao arraial de São Luiz (Natividade), que foi
sede da Ouvidaria Geral da Capitania do Norte. Em tempos remotos, foi o "caminho"
por onde passou a imagem de nossa Senhora da Natividade, trazida em 1735,
inicialmente em embarcação pelo rio Tocantins, depois nos ombros de escravos até o
pé da Serra de Natividade. Desde 1806, Joaquim Theotônio, o Ouvidor Geral da
Província de Goiaz, assim nomeado por D. Jão VI em 1804, com certeza também
20600.10-1000-M-1500

270

atravessou o rio Manoel Alves ali no Apinajé (no nordeste do município) que se
tornou distrito de Natividade e depois de São Valério (IBGE).
A primeira capela foi ali construída em 1921, denominada igreja de Nossa Senhora do
Terço, depois Nossa Senhora do Rosário. Seus primeiros moradores foram (ordem
alfabética) Dona Ambrósia, Cecílio Marques, Dona Francelina, Dona Gertrudes,
Gumercindo Barreira de Macedo, Luis Pinto Cerqueira, Raimundo Coreiro (o que
comprava couro), Teodoro Barreira e sua mulher Dona Joaninha (a parteira) e outros.
Outro caminho antigo ( bem ao sul) era o que, partindo de São João da Palma (
Paranã) seguia para leste, rumo à "Contagem do Príncipe" ( posto de tributação de
gado em trânsito de uma capitania para outra e dali para Natividade. No meio do
caminho surgiu um aglomerado humano, denominado Serrinha, hoje Serranopólis,
cujos pioneiros foram (ordem alfabética): Benedito Sarzeda, que organizava as folias
em prol da construção da capela de São Bom Jesus, no centro do arraial da serrinha,
João Durêncio, Joaquim Bento, primeiro comerciante, Luis Catarino, Martins, a
professora Nicaci, Petrolino Gonzaga e outros (IBGE).
O tempo passou e um novo caminho central foi sendo desenhado a partir de Peixe
rumo a Natividade, antes da construção da ponte José Sarney, passando (e parando) no
famoso "restaurante da baiana" de propriedade de Maria Alves da Silva e Du Reis,
atravessando em balsa o rio Tocantins. Este trecho foi incluído no traçado original da
rodovia federal BR-242, obra idealizada ainda no governo Jusceklino Kubitschek,
ligando o porto de Salvador na Bahia à BR-163, no Mato Grosso, numa extensão de
2115 km, dos quais 500 km dentro do então Estado de Goiás, hoje Tocantins,
incluindo a travessia da Ilha do Bananal (IBGE).
No ano de 1971, o fazendeiro João Sobrinho cedeu uma área em sua fazenda á
margem desta rodovia em um local distante, questão de mil metros, da margem direita
do rio São Valério. Nesse local, com ajuda de sua família, ergueu uma edificação
rústica e foi buscar Abias Milarindo de Castro, que veio do povoado Romão, para
ministrar aulas de alfabetização aos filhos dos moradores da fazenda Garroba e
também da redondeza, tornando-se o primeiro morador que, em 7 de junho de 1971
cumpriu seu primeiro dia de professor (IBGE).
Famílias vindas da Bahia, do Maranhão, do Piauí e de Goiás foram chegando e
construindo suas moradias em adobe, cobertas com palha de buriti, dando origem ao
povoado de Goianorte, em território nativitano (IBGE).
Dedicavam-se ao cultivo de pequenas roças de arroz, milho, mandioca, feijão, banana,
cana-de-açúcar, amendoim e a criação, extensiva de gado. Dentre eles, Anísio Barbosa
Bonfim, Augusta Lopes Araújo Reis, Bonfim Pereira dos Reis, conhecido por Bonfim
Zoião, Claro Moura da Silva, Domingos Gonzaga, Elmira Lopes, Euclides Lopes,
gerente da Casego, João Sobrinho, que construiu a primeira escola, Dona Isabel Bispo,
mãe do outro Euclides, José Rodrigues, conhecido por Zé Primeiro por ter sido o
primeiro comerciante, Manezinho Frandeiro, Manoel Mineiro, o segundo comerciante,
estabelecido onde hoje se encontra o Bazar Soares, o comerciante Nené Velho, Pedro
Rones da rodoviária. Raimundo Rabelo, Ramiro, sogro do Manoel Mineiro, Rochão e
outros (IBGE).
O transporte era difícil e se fazia também em canoas pelo rio São Valério. João
Sobrinho doou uma área da mesma fazenda para que fosse erguida a capela de Santo
Antônio, onde se iniciaram as novenas e as festas do padroeiro Santo Antônio, onde o
Padre Faustino rezou a primeira missa. Em meados da década de 1970, com a
construção da escola Municipal José Lopes Chaves, a escolinha do professor Abias
20600.10-1000-M-1500

271

deu lugar a "casa do motor-gerador de energia", que funcionava nos dias úteis apenas
das 18h00 ás 22h00; em finais de semana e véspera de feriados até meia noite (IBGE).
Atraídos por boas terras, ainda a preços acessíveis, agricultores de outros estados
foram chegando: gaúchos, mineiros, paranaenses, paulistas e goianos também (IBGE).
A construção da ponte sobre o rio Manoel Alves, ligando Goinorte a Natividade, já
havia melhorado a comunicação e os transporte da região, mas o povo continuava em
busca da emancipação (IBGE).
A zona rural do município de São Valério é caracterizada por apresentar uma alta
concentração de agricultores familiares, distribuídas nas comunidades assim
representadas:
Tabela 3.4.2.2-2 – Comunidades e Distritos do município de São Valério.
Distância Sede Municipal
Comunidade Nº de Família
(Km)
Distrito Serranópolis 110 60

Distrito Apinajé 55 62

PA Progresso 31 10

PA São Luiz 126 35

PA Três Lagoas 29 50

PA São Pedro 45 50

PA Capelinha 20 52

A Comunidade de Serranópolis é o maior povoado do município sendo servida por


energia elétrica e água encanada com rede de distribuição para as residências,
proveniente de poço artesiano, com postos de saúde e telefônico (IBGE).
É dotada de um colégio, de 1º a 8º séries de contendo três salas de aulas, uma
secretaria, uma diretoria e uma cantina, um barracão comunitário (IBGE).
O Ribeirão Passa Três constitui um potencial hídrico considerável. A agricultura é
basicamente de subsistência, sendo cultivada em maior escala as culturas de arroz,
milho e mandioca. Foi observa nesta comunidade o plantio em grande escala de
Banana (IBGE).
Comunidade de Apinajé: É um povoado do município servido por energia elétrica e
água encanada com rede de distribuição para as residências, proveniente de poço
artesiano, com postos de saúde e telefônico, contando com um representante no
legislativo (IBGE).
É dotada de uma escola de 1º a 8º séries, contendo duas salas de aulas, uma secretaria,
uma diretoria e uma cantina (IBGE).
O distrito esta sendo beneficiado também com a melhoria sanitária (IBGE).
Apinajé está localizado às margens do rio Manoel Alves, sendo o maior rio do nosso
município, servindo de ponto turístico em temporadas de praias. Constitui um
potencial hídrico considerável. A agricultura de plantio comercial, sendo cultivada em
maior escala as culturas de arroz, milho e mandioca, sendo que futuramente será
20600.10-1000-M-1500

272

implantado o plantio de soja em grande escala. Tendo como fonte de renda


predominante à pecuária (IBGE).
Sucupira
Por volta de 1973, Joaquim Alves Queiroz, casado com Dona Domingas, sabendo que
existia uma estrada boiadeira que ligava o município de Peixe a Figueiropólis e que a
mesma tinha um movimento muito bom devido à existência de grandes fazendas na
região, resolveu colocar uma vendinha para que pudesse atender aqueles boiadeiros
que ali passavam constantemente e assim foi feito (IBGE).
Com o crescimento do movimento da vendinha, foram chegando mais famílias e ali
fixando moradia. Wandson Filgueira, o prefeito de Peixe, comprou cinco alqueires e
doou para famílias que quisessem fixar moradia no local. Em 1976 foi construída a
primeira escola, sendo José Odilon Damasceno seu primeiro professor (IBGE).
Em 1977, a primeira máquina de arroz foi instalada assim foi crescendo um povoado
que logo se tornou o distrito de Sucupira (IBGE).
Seu nome se deve à planta, Sucupira, árvore que dava sombra para a primeira venda
construída no local (IBGE).

4.3.3 Demografia

4.3.3.1 Crescimento da População


Os municípios presentes na AII desse estudo estão localizados na região centro-oeste
do estado do Tocantins. A população da AII de 93.264 habitantes (2010) corresponde
a 6,74% da população do estado do Tocantins.
Na tabela a seguir são apresentados os valores da população residente no Brasil, na
região Norte, no estado de Tocantins e nos municípios estudados.
Tabela 4.3.3.1-1 – População Residente.

População total Crescimento entre


UF e Municípios 1991 e 2010
1991 2000 2010 (%)

Tocantins 919.863 1.157.098 1.383.445 50,40

Gurupi 56.752 65.034 76.755 35,25

Peixe 12.871 8.763 10.384 -19,32

São Valério 3.650 5.054 4.383 20,08

Sucupira* - 1.476 1.742 -

* Foi fundado posteriormente ao Censo de 1991. Fonte: IBGE.


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273

Figura 4.3.3.1-1 – População Residente.

No estado do Tocantins, entre 1991 e 2010 houve um aumento de 50,40% na


população residente.
No município de Gurupi, entre 1991 e 2010 houve um aumento da população de
35,25%, atingindo 76.755 habitantes em 2010. Em Peixe a população reduziu 19,32%,
de 12.871 habitantes, em 1991, para 10.384, em 2010.
No município de São Valério a população cresceu 20,08%, atingindo 4.383 habitantes.
Em Sucupira, entre 2000 e 2010, houve um crescimento de 18,02%.
A tendência é que o crescimento populacional dos municípios, acima relacionados, se
intensifique com a instalação da fábrica da BRAXCEL e com a chegada de novos
empreendimentos.

4.3.3.2 Distribuição da População


A distribuição da população na área de um município, estado ou país ocorre entre as
regiões urbanas e rurais. No Brasil, dados de 2010 mostram que 84,4% da população
estão concentradas nas áreas urbanas. Na tabela a seguir são apresentados dados da
população residente por situação de domicílio no estado do Tocantins e nos
municípios da AII.
Tabela 4.3.3.2-1 – População residente por situação de domicílio.

População residente por situação do domicílio


UF e
População residente (Pessoas) População residente (%)
Municípios Situação do
Domicílio
1991 2000 2010 1991 2000 2010

Urbana 530.636 859.961 1.090.106 57,69 74,32 78,80


Tocantins
Rural 389.227 297.137 293.339 42,31 25,68 21,20

Urbana 52.523 63.486 75.000 92,55 97,62 97,71


Gurupi
Rural 4.229 1.548 1.755 7,45 2,38 2,29
20600.10-1000-M-1500

274

Urbana 2.490 3.672 5.235 19,35 41,90 50,41


Peixe
Rural 10.381 5.091 5.149 80,65 58,10 49,59

Urbana 1.336 2.238 2.723 36,60 44,28 62,13


São Valério
Rural 2.314 2.816 1.660 63,40 55,72 37,87

Urbana - 864 1.106 - 58,54 63,49


Sucupira*
Rural - 612 636 - 41,46 36,51

* Foi fundado posteriormente ao Censo de 1991. Fonte: IBGE.

Figura 4.3.3.2-1 – Grau de urbanização.


No período entre 1991 e 2010, no estado do Tocantins e nos municípios da AII houve
crescimento no grau de urbanização. No Estado o grau de urbanização em 2010 foi
superior a 75%.
Dentre os municípios da AII, Gurupi apresenta grau de urbanização próximo a 100%,
diferentemente dos demais municípios em que a urbanização é inferior a 60%.
No município de Peixe-TO a distribuição da população rural e urbana é praticamente a
mesma, visto que o grau de urbanização é de 50,41%.

4.3.3.3 Densidade Demográfica


A densidade demográfica expressa pela relação entre a população de um território e
sua área tem como objetivo demonstrar as concentrações populacionais num território.
O aumento da população de um município gera o aumento da densidade demográfica.
O crescimento da densidade demográfica em municípios mais populosos pode ser
exemplificado pela construção de edificações verticais. Nesse tipo de edificação tem-
se maior concentração de pessoas por área.
A densidade demográfica do estado do Tocantins e dos municípios da AII é
apresentada na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500

275

Tabela 4.3.3.3-3 – População residente e densidade demográfica.

População residente Densidade demográfica


UF e Área (habitantes) (hab/km²)
Municípios (km²)
1991 2000 2010 1991 2000 2010

Tocantins 277.621,858 919.863 1.157.098 1.383.445 3,32 4,17 4,98

Gurupi 1.836,087 56.752 65.034 76.755 30,90 35,42 41,80

Peixe 5.291,198 12.871 8.763 10.384 2,43 1,66 1,96

São Valério 2.519,579 3.650 5.054 4.383 1,45 2,00 1,74

Sucupira* 1.025,517 - 1.476 1.742 - 1,44 1,70

* Foi fundado posteriormente ao Censo de 1991. Fonte: IBGE.

Dentre o período de 1991 a 2010 houve crescimento da densidade demográfica do


Estado e dos municípios da AII, seguindo a tendência de aumento de população.
O estado do Tocantins apresenta densidade demográfica igual a 4,98 hab/km².
Dentre os municípios da AII, Gurupi apresenta densidade demográfica de 41,80
hab/km², cerca de 9 vezes superior à do Estado.
Os municípios de Peixe, São Valério e Sucupira possuem densidades demográficas
similares e inferiores a do estado do Tocantins.

4.3.3.4 Composição Etária


A avaliação da composição etária através da pirâmide etária é usada, não só para
monitorar a estrutura de sexo e idade, mas como um complemento aos estudos da
qualidade de vida, já que é possível visualizar a média do tempo de vida, a taxa de
mortalidade e a regularidade ou não, da população ao longo do tempo. Quanto mais
alta a pirâmide, maior a expectativa de vida e, consequentemente, serão melhores as
condições de vida daquela população. É possível perceber que quanto mais
desenvolvido economicamente e socialmente é o país, sua pirâmide terá a forma mais
próxima de retângulo.
Na tabela a seguir é apresentada a população residente por faixa etária e nas figuras a
seguir são apresentadas as pirâmides etárias das áreas de estudo.
Tabela 4.3.3.4-1 – População residente por faixa etária.
Ano de 2010
UF e Grupos
Municípios de idade População residente
População residente (%)
(Pessoas)
0 a 9 anos 253.712 18,34
10 a 19 anos 283.579 20,5
20 a 29 anos 257.039 18,58
Tocantins 30 a 39 anos 209.858 15,17
40 a 49 anos 156.259 11,29
50 a 59 anos 105.444 7,62
60 a 69 anos 65.212 4,72
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276

Ano de 2010
UF e Grupos
Municípios de idade População residente
População residente (%)
(Pessoas)
70 a 79 anos 36.471 2,63
80 anos ou mais 15.871 1,15
Total 1.383.445 100,00
0 a 9 anos 12.128 15,8
10 a 19 anos 14.416 18,78
20 a 29 anos 15.377 20,03
30 a 39 anos 12.582 16,39
40 a 49 anos 9.787 12,75
Gurupi
50 a 59 anos 6.113 7,97
60 a 69 anos 3.560 4,64
70 a 79 anos 1.887 2,46
80 anos ou mais 905 1,18
Total 76.755 100,00
0 a 9 anos 1.795 17,28
10 a 19 anos 2.040 19,64
20 a 29 anos 1.554 14,97
30 a 39 anos 1.594 15,35
40 a 49 anos 1.296 12,48
Peixe
50 a 59 anos 989 9,53
60 a 69 anos 665 6,41
70 a 79 anos 313 3,01
80 anos ou mais 138 1,33
Total 10.384 100,00
0 a 9 anos 794 18,11
10 a 19 anos 914 20,85
20 a 29 anos 587 13,4
30 a 39 anos 577 13,16
40 a 49 anos 540 12,32
São Valério
50 a 59 anos 407 9,28
60 a 69 anos 317 7,23
70 a 79 anos 171 3,9
80 anos ou mais 76 1,73
Total 4.383 100,00
0 a 9 anos 333 19,12
10 a 19 anos 336 19,29
20 a 29 anos 267 15,33
30 a 39 anos 289 16,59
40 a 49 anos 164 9,41
Sucupira
50 a 59 anos 156 8,96
60 a 69 anos 127 7,3
70 a 79 anos 48 2,75
80 anos ou mais 22 1,26
Total 1.742 100,00

Fonte: DATASUS, IBGE, Censos, Estimativas.


20600.10-1000-M-1500

277

Na pirâmide etária do estado do Tocantins apresentada na figura a seguir pode-se


verificar que a maioria da população se encontra na faixa de 10 a 19 anos (20,50%). A
base da pirâmide é larga e o topo é estreito, que indica uma população mais jovem e
mais economicamente ativa. A população idosa é reduzida devido às condições não
favoráveis de qualidade de vida oferecidas pelo Tocantins e pelo Brasil.

Figura 4.3.3.4-1 – Pirâmide etária do Tocantins. Fonte: DATASUS.


As pirâmides etárias dos municípios da AII têm semelhanças com a pirâmide do
Estado. Nessas pirâmides as bases são largas indicando uma população jovem e que se
encontra amplamente nas características de população economicamente ativa. Nos
municípios da AII, a população com idade inferior a 59 anos corresponde a cerca de
90%.
A proporção de idosos no Estado e nos municípios da AII é reduzida, com índices
inferiores a 10% da população total.
A seguir são apresentadas as pirâmides etárias dos municípios pertencentes à AII do
empreendimento.

Figura 4.3.3.4-2 – Pirâmide etária de Gurupi. Fonte: DATASUS.


20600.10-1000-M-1500

278

Figura 4.3.3.4-3 – Pirâmide etária de Peixe. Fonte: DATASUS.

Figura 4.3.3.4-4 – Pirâmide etária de São Valério. Fonte: DATASUS.


20600.10-1000-M-1500

279

Figura 4.3.3.4-5 – Pirâmide etária de Sucupira. Fonte: DATASUS.

4.3.3.5 Composição por Sexo


A composição do sexo da população residente nos municípios em estudo foi avaliada
através de dados do IBGE de 1996, 2000 e 2010 apresentados na tabela a seguir.
Tabela 4.3.3.5-1 – População residente por sexo.

Situação População residente (Pessoas) População residente (%)


UF e
do
Municípios
Domicílio 1996 2000 2010 1996 2000 2010

Homens 537.118 590.755 702.424 51,22 51,11 50,77


Tocantins
Mulheres 511.524 565.158 681.021 48,78 48,89 49,23
Homens 32.019 31.997 38.107 49,47 49,22 49,65
Gurupi
Mulheres 32.706 33.009 38.648 50,53 50,78 50,35
Homens 4.636 4.686 5.427 53,04 53,47 52,26
Peixe
Mulheres 4.104 4.077 4.957 46,96 46,53 47,74
Homens 2.581 2.700 2.267 53,69 53,39 51,72
São Valério
Mulheres 2.226 2.357 2.116 46,31 46,61 48,28
Homens 666 801 894 51,11 54,53 51,32
Sucupira
Mulheres 637 668 848 48,89 45,47 48,68

Fonte: DATASUS, IBGE, Censos, Estimativas.

No estado de Tocantins a população a porcentagem de homens e mulheres é


praticamente a mesma, sendo 50,77% de homens e 49,23% de mulheres, em 2010.
Comparado os anos de 1996, 2000 e 2010 nota-se uma tendência de crescimento no
percentual de mulheres.
Nos municípios da AII a porcentagem de homens e mulheres também é similar,
porém, apenas no município de Gurupi existem mais mulheres que homens (50,35%).
Peixe apresentou 52,26% de homens e 47,74% de mulheres; São Valério 51,72% de
homens e 48,28% de mulheres; e Sucupira 51,32% homens e 48,68% mulheres.
20600.10-1000-M-1500

280

4.3.3.6 Taxa de Natalidade Bruta


A taxa de natalidade bruta é a relação entre o número de crianças nascidas vivas
durante um ano e a população total. Usualmente está taxa é expressa por mil
habitantes.
Tabela 4.3.3.6-1 – Número de nascidos vivos e taxa de natalidade bruta.

UF e Ano
Indicador
Municípios 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Nascidos-vivos 26.053 25.673 26.368 26.028 25.011 24.259 26.053


Tocantins
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 21,2 20,5 20,2 19,5 18,4 18,9 21,2

Nascidos-vivos 1.418 1.392 1.417 1.418 1.312 940 1.418


Gurupi
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 20,8 20,1 19,8 19,5 17,7 12,8 20,8

Nascidos-vivos 187 205 163 192 155 146 187


Peixe
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 21,4 23,5 18,8 22,1 17,9 16,2 21,4

Nascidos-vivos 74 90 107 90 85 61 74
São Valério
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 13,5 16,0 18,0 14,8 13,6 12,1 13,5

Nascidos-vivos 25 32 30 21 35 23 25
Sucupira
Nascidos-vivos por 1.000 hab. 18,2 23,8 23,5 17,0 29,1 13,4 18,2

Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

Figura 4.3.3.6-1 – Taxa de Natalidade Bruta.


No estado do Tocantins a taxa de natalidade bruta é de 21 nascidos vivos por 1.000
habitantes (2008), não ocorrendo variações significativas entre 2003 e 2008.
Nos municípios de Gurupi, Peixe e Sucupira a taxa de natalidade bruta é similar a do
Estado (2008).
Em São Valério, a taxa de natalidade bruta é inferior a do Estado e a dos demais
municípios da AII, sendo 13,5 nascidos vivos por 1.000 habitantes (2008).
20600.10-1000-M-1500

281

4.3.3.7 Mortalidade
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do
número de óbitos registrados, em média por mil habitantes, numa dada região num
período de tempo.
A taxa de mortalidade pode ser entendida como um forte indicador social, já que,
quanto piores as condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança
de vida. No entanto, pode ser fortemente afetada pela longevidade da população,
perdendo a sensibilidade para acompanhamento demográfico.
Tabela 4.3.3.7-1 – Indicadores de mortalidade.
Ano
UF e Municípios Indicador
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Óbitos 4.820 4.970 5.140 5.055 5.120 5.604 5.666


Tocantins
Óbitos por 1000 habitantes 4,0 4,0 4,1 3,9 3,8 4,1 4,4

Óbitos 304 304 335 306 294 342 388


Gurupi
Óbitos por 1000 habitantes 4,5 4,5 4,8 4,3 4,0 4,6 5,3

Óbitos 46 28 51 40 34 35 23
Peixe
Óbitos por 1000 habitantes 5,3 3,2 5,8 4,6 3,9 4,0 2,6

Óbitos 7 22 20 33 18 25 24
São Valério
Óbitos por 1000 habitantes 1,3 4,0 3,6 5,6 3,0 4,0 4,8

Óbitos 9 8 4 - 3 2 4
Sucupira
Óbitos por 1000 habitantes 6,4 5,8 3,0 - 2,4 1,7 2,3

Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

Figura 4.3.3.7-1 – Taxa de mortalidade.


No estado do Tocantins o número de óbitos entre os anos de 2002 e 2008 se manteve
praticamente constante. A taxa de mortalidade é de 4,4 óbitos por 1.000 habitantes.
O município de Gurupi apresenta a maior taxa de mortalidade dentre os municípios da
AII, com 5,3 óbitos por 1.000 habitantes. Na sequência está o município de São
20600.10-1000-M-1500

282

Valério com 4,8 óbitos por 1.000 habitantes. Nesses dois municípios a taxa de
mortalidade é superior a do Estado.
Os municípios de Peixe e Sucupira apresentam taxa de mortalidade inferior a do
Estado com 2,6 e 2,3 óbitos por 1.000 habitantes, respectivamente.
O índice de mortalidade nos anos de 2002 a 2008 manteve-se acima dos índices
apresentados pelo estado do Tocantins.
Na Tabela a seguir são apresentadas algumas causas de óbitos mais frequentes no
Estado e nos municípios da AII.

Tabela 4.3.3.7-2 – Coeficiente de Mortalidade para algumas causas selecionadas (por


100.000 habitantes) em 2008.

Neoplasia maligna do
da mama (/100.000
Neoplasia maligna

cerebrovasculares
Infarto agudo do

Diabetes mellitus
(/100.000 mulh)
colo do útero

Acidentes de
transporte
miocardio
mulheres)

Agressões
Doenças
Aids

UF e Municípios

Tocantins 2,1 5,5 6,0 32,4 52,5 24,9 34,4 17,3

Gurupi 5,4 2,7 5,3 35,4 63,9 44,9 21,8

Peixe - - - 11,1 33,3 - 33,3 -

São Valério - - - 39,8 39,8 19,9 19,9 39,8

Sucupira - - - - - - - -

Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

Figura 4.3.3.7-2 – Coeficiente de Mortalidade para algumas causas selecionadas (por


100.000 habitantes) em 2008.
Como pode ser observado no gráfico apresentado, as principais causas de mortalidade
estão relacionadas aos infartos do miocárdio, às doenças cerebrovasculares, aos
acidentes de transporte e em alguns municípios à diabetes mellitus.
20600.10-1000-M-1500

283

Quanto ao infarto do miocárdio, os municípios de Gurupi e São Valério apresentam os


maiores coeficiente de mortalidade.
Com relação às doenças cerebrovasculares, Gurupi apresenta o maior índice, sendo
superior ao do Estado.
Quanto aos acidentes de transporte, Peixe apresenta índices similares ao do Estado.
No município de Gurupi, o coeficiente de mortalidade por diabetes mellitus é de cerca
de 45 casos por 1.000 habitantes.
Nos casos de doenças cerebrovasculares, infarto agudo do miocárdio e diabetes
mellitus devem ser realizadas campanhas que incentivem a busca pela qualidade de
vida através de alimentação correta, exercícios físicos, exames periódicos, etc.
Campanhas de segurança no trânsito devem ser realizadas em todos os municípios para
reduzir os índices de acidentes. Campanhas de informação e incentivo a exames de
mama e colo de útero são importantes para a qualidade de vida da população feminina.
Campanhas de prevenção de DSTs–Doenças Sexualmente Transmissíveis devem ser
constantemente realizadas.
Doenças endêmicas
Segundo dados da Prefeitura Municipal de Gurupi, as doenças endêmicas em 2010
foram às seguintes:
Leishimaniose visceral: 3 casos;
Dengue: 308 casos;
Hepatite viral: 34 casos;
Tuberculose: 7 casos;
Hanseníase: 80 casos.
No município de Peixe, a Prefeitura Municipal informou que em 2010 ocorreram 23
casos e em 2011 ocorreram 54 casos.

4.3.3.8 Mortalidade Infantil


Mortalidade infantil consiste no óbito de crianças durante o seu primeiro ano de vida.
Para facilidade de comparação entre os diferentes países ou regiões do globo esta taxa
é normalmente expressa em número de óbitos de crianças com menos de um ano, a
cada mil nascidos vivos. O índice considerado aceitável pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos.
A redução da mortalidade infantil foi considerada pelas Nações Unidas como uma das
8 Metas do Milênio.
O Brasil, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) de
2005, possui um índice de 15 mortes para cada mil nascimentos, valor 50% superior
ao recomendado pela OMS.
Os indicadores de mortalidade infantil no período de 2002 a 2008, no Tocantins e para
os municípios da AII, são apresentados na tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500

284

Tabela 4.3.3.8-1 – Indicadores de mortalidade infantil.

UF e Ano
Indicador
Municípios 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Óbitos 528 514 482 448 464 437 382


Tocantins
Óbitos por 1000 nascidos
20,1 19,7 18,8 17,0 17,8 17,5 15,7
vivos
Óbitos 29 19 33 14 20 26 24
Gurupi
Óbitos por 1000 nascidos
19,6 13,4 23,7 9,9 14,1 19,8 25,5
vivos
Óbitos 4 2 3 4 3 - 2
Peixe
Óbitos por 1000 nascidos
24,4 10,7 14,6 24,5 15,6 - 13,7
vivos
Óbitos - 1 3 1 2 2 2
São Valério
Óbitos por 1000 nascidos
- 13,5 33,3 9,3 22,2 23,5 32,8
vivos
Óbitos - - 1 - - - 1
Sucupira
Óbitos por 1000 nascidos
- - 31,3 - - - 43,5
vivos
Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

Tabela 4.3.3.8-1 – Taxa de mortalidade infantil.


No estado de Tocantins, em 2008, o índice de óbitos por 1.00 nascidos vivos foi de
15,7. No período entre 2002 e 2008 observa-se uma tendência de redução do índice de
óbitos por 1.000 nascidos vivos, porém ainda se encontra acima do recomendado pela
OMS (10 mortes para cada mil nascimentos).
Entre os municípios da AII, Peixe apresenta o menor índice de mortalidade infantil
com 13,7 óbitos por 1.000 nascidos vivos (2008). Esse valor ainda está acima do
índice considerado aceitável pela OMS.
Os municípios de Gurupi, São Valério e Sucupira apresentam taxa de mortalidade
infantil superior a do Estado, sendo que no município de Sucupira a taxa é de 43,5
20600.10-1000-M-1500

285

óbitos por 1.000 nascidos vivos (2008), cerca de 4,5 vezes superior ao índice
recomendado pela OMS.

4.3.3.9 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal


O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba
três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida. É uma maneira
padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O índice foi
desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo
usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu
relatório anual.
Os critérios de avaliação são apresentados a seguir:
Educação: Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH considera dois
indicadores, taxa de alfabetização e taxa de escolarização;
Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a esperança de vida ao
nascer;
Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita do país.
Nas Tabelas a seguir são apresentados o IDHM-Municipal, IDH-Renda, IDHM-
Longevidade e IDH-Educação, nos anos de 1991 e 2000, do Brasil, do estado do
Tocantins e dos municípios da AII.
Tabela 4.3.3.9-1 – IDHM do Brasil, estado do Tocantins e dos municípios da AII, 1991 -
2000.

IDH IDH IDHM- IDHM- IDHM- IDHM- IDHM- IDHM-


Brasil, UF e
Municipa Municipa Renda, Renda, Longevida Longevida Educaçã Educaçã
Municípios
l, 1991 l, 2000 1991 2000 de, 1991 de, 2000 o, 1991 o, 2000

Brasil 0,696 0,766 0,681 0,723 0,662 0,727 0,745 0,849

Tocantins 0,611 0,710 0,580 0,633 0,598 0,671 0,665 0,826

Gurupi 0,717 0,793 0,696 0,689 0,658 0,778 0,798 0,913

Peixe 0,583 0,695 0,510 0,573 0,632 0,715 0,608 0,798

São Valério 0,578 0,674 0,521 0,573 0,604 0,660 0,608 0,788

Sucupira 0,605 0,719 0,498 0,601 0,658 0,778 0,658 0,778


Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano.
20600.10-1000-M-1500

286

Figura 4.3.3.9-1 – IDHM do Brasil, do estado do Tocantins e dos municípios da AII, 1991
-2000.
O IDH do Brasil, do estado do Tocantins e dos municípios da AII apresentaram
crescimento no período entre 1991 e 2000, assim como os IDH específicos de Renda,
Longevidade e Educação. O município de Gurupi apresentou, em 2000, IDH superior
ao do Brasil e ao do Estado com 0,793. No município de Sucupira o IDH também foi
superior ao do Estado, com IDH igual a 0,719.
Dentre os IDH específicos o IDH-Educação apresenta os melhores índices, seguido
pelo IDH-Longevidade e IDH-Renda.
Em todos os índices de IDH o município de Gurupi apresenta os melhores resultados,
com exceção do IDH-Longevidade no qual Sucupira apresenta o mesmo índice.

4.3.4 Estrutura Produtiva

4.3.4.1 Produto Interno Bruto (PIB)


O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os
bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados,
cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade
econômica de uma região.
Na contagem do PIB, consideram-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta
todos os bens de consumo de intermediário (insumos). Isso é feito com o intuito de
evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção
aparecem contados duas vezes na soma do PIB.
Na Tabela a seguir são apresentados os valores do PIB no Brasil, região Norte, estado
do Tocantins e dos municípios da AII.
20600.10-1000-M-1500

287

Tabela 4.3.4.1-1 - PIB do Brasil, Região Norte, estado do Tocantins e dos municípios da
AII.

A preços correntes (mil reais )


Brasil, Região, UF e Municípios
2005 2006 2007 2008

Brasil 2.147.239 292 2.369.483.546 2.661.344.525 3.032.203.490

Região Norte 106.441. 710 119. 993. 429 133. 578. 391 154. 703. 433

Tocantins 9.060.926 9.604.690 11.094.063 13.090.837

Gurupi 668.859 742.107 750.207 851.170

Peixe 301.003 236.791 269.280 276.900

São Valério 25.875 28.960 32.312 41.645

Sucupira 20.788 15.908 19.188 26.220

Fonte: IBGE.

Figura 4.3.4.1-1 - PIB dos municípios da AII.


Dentre o período de 2005 a 2008, houve crescimento do PIB tanto no Brasil, na região
Norte, no estado do Tocantins e nos municípios da AII.
Gurupi apresenta o maior PIB da AII, com R$ 851.170 mil (2008), correspondente a
6,5% do PIB estadual e 3 vezes superior ao PIB de Peixe.
O município de Peixe apresenta o segundo maior PIB da AII com R$ 276.900 mil
(2008), que corresponde a cerca de 2% do PIB estadual.
São Valério e Sucupira apresentam os menores PIB da AII, cerca de 20 vezes e 32
vezes inferiores ao PIB de Gurupi, respectivamente.
Com a implantação da fábrica da BRAXCEL e a chegada de novos empreendimentos a
tendência é de evolução do PIB de Peixe e dos demais municípios da AII, segundo
experiências prévias e registros oficiais de empreendimentos de mesmo porte e
natureza.
20600.10-1000-M-1500

288

PIB per capita


O PIB per capita é calculado através da divisão do PIB da região pelo número de
habitantes.
Na Tabela a seguir são apresentados os valores do PIB per capita nos municípios da
AII.
Tabela 4.3.4.1-2 - PIB per capita dos municípios da AII.

PIB per capita


Municípios
2006 2007 2008

Gurupi 10.153 10.526 11.573

Peixe 27.138 30.789 30.760

São Valério 4.882 6.615 8.289

Sucupira 12.520 11.505 15.262

Fonte: IBGE.

Figura 4.3.4.1-2 - PIB per capita dos municípios da AII.


O município de Peixe apresentou, no ano de 2008, o maior PIB per capita com relação
aos municípios em estudo, alcançando o valor de R$ 30.759.
Em São Valério, o PIB per capita é de R$ 8.289, o menor dentre os municípios da AII.

4.3.4.2 Setores Produtivos


A composição do Produto Interno Bruto é baseada na participação de três setores
produtivos (Agropecuária, Indústria e Serviço) somada com os impostos arrecadados.
Na Tabela a seguir são apresentados dados de PIB por setor produtivo dos municípios
AII, no ano de 2008.
20600.10-1000-M-1500

289

Tabela 4.3.4.2-1 - Participação dos Setores Produtivos na Composição do PIB, em 2008.

Participação dos Setores Produtivos na Composição do PIB - 2008


Municípios Agropecuária Indústria Serviço Impostos
Mil Reais % Mil Reais % Mil Reais % Mil Reais %

Gurupi 28.072 3,30 181.985 21,38 521.429 61,26 119.685 14,06

Peixe 46.167 16,67 189.082 68,29 37.118 13,40 4.534 1,64

São Valério 18.022 43,27 3.034 7,29 19.081 45,82 1.509 3,62

Sucupira 16.691 63,67 1.260 4,81 7.777 29,67 486 1,85

Fonte: IBGE.

Tabela 4.3.4.2-1 - Participação dos Setores Produtivos na Composição do PIB, em 2008.


No município de Gurupi, o setor de Serviço corresponde pela maior parcela do PIB
com 61,26%, seguido pela indústria e impostos, 21,38% e 14,06%, respectivamente. O
setor de agropecuária participa com apenas 3,30%.
O município de Peixe tem a Indústria como maior responsável pelo PIB com 68,29%,
seguido pelo setor de agropecuária e serviços, 16,67% e 13,40%, respectivamente. O
setor de impostos participa com apenas 1,64%.
Em São Valério, o Serviço é o principal componente do PIB, com participação de
45,82%. A agropecuária participa com um valor bem próximo dos serviços, com
43,27%. A indústria e os impostos participam com 7,29% e 3,62% respectivamente.
O município de Sucupira tem a Agropecuária como maior responsável pelo PIB local
com 63,67%, seguido pelos serviços e indústria, 29,67% e 4,81%, respectivamente. O
setor de impostos participa com apenas 1,85%.

4.3.4.3 Pessoal Ocupado


Os dados sobre pessoal ocupado e pessoal ocupado assalariado foram obtidos do
Cadastro Central de Empresas de 2009 são apresentados na Tabela a seguir.
20600.10-1000-M-1500

290

Tabela 4.3.4.3-1 - Pessoal ocupado e % pessoal ocupado no estado do Tocantins e dos


municípios da AII, em 2009.

Pessoal Pessoal ocupado Pessoal ocupado Pessoal ocupado


UF e Municípios
ocupado (%) assalariado assalariado (%)

Tocantins 238.883 17,27 212.946 15,39

Gurupi 14.214 18,52 11.709 15,26

Peixe 942 9,07 819 7,89

São Valério 347 7,92 294 6,71

Sucupira 245 14,06 235 13,49


Fonte: Cadastro Central de Empresas, IBGE.

O município de Gurupi apresenta a maior porcentagem de pessoal ocupado com


18,52%, segundo o Cadastro Central de Empresas, superior ao do Estado. Na
sequência estão os municípios de Sucupira (14,06%), Peixe (9,07%) e São Valério
(7,92%).
Nos municípios da AII a proporção de pessoal assalariado está em torno de 90% do
total de pessoal ocupado.

4.3.4.4 Rendimentos
Na Tabela a seguir são apresentados os dados de rendimento mensal domiciliar per
capita no estado Tocantins e nos municípios da AII.
Tabela 4.3.4.4-1 - Rendimento mensal domiciliar per capita (valor médio).

Rendimento mensal domiciliar (R$)


Municípios
Urbano Rural Total

Tocantins 575,00 264,00 512,00

Gurupi 695,00 334,00 687,00

Peixe 508,00 365,00 439,00

São Valério 378,00 305,00 356,00

Sucupira 356,00 128,00 355,00

Fonte: IBGE.
20600.10-1000-M-1500

291

Figura 4.3.4.4-1 - Rendimento mensal domiciliar per capita (valor médio).


O rendimento mensal domiciliar per capita na zona rural é inferior ao rendimento na
zona urbana.
Com relação ao rendimento mensal domiciliar per capita total Gurupi apresenta o
maior rendimento mensal domiciliar per capita (R$ 687,00), sendo superior ao do
Estado (R$ 676,00). Os municípios de Peixe (R$ 439,00), São Valério (R$ 356,00) e
Sucupira (R$ 355,00) apresentam rendimento inferior ao do município de Gurupi e ao
do Estado.
No Estado e nos municípios da AII os rendimentos da população urbana são
significativamente superiores aos da população rural.
Na Tabela a seguir são apresentados os dados de rendimento mensal por sexo no
estado do Tocantins e nos municípios da AII.
Tabela 4.3.4.4-2 - Rendimento mensal por sexo (valor médio).

Rendimento mensal por sexo (R$)


Municípios
Homem Mulher Proporção (H/M)

Tocantins 1.144,00 790,00 1,5

Gurupi 1.381,00 950,00 1,7

Peixe 951,00 672,00 1,4

São Valério 835,00 566,00 1,5

Sucupira 943,00 558,00 1,7

Fonte: IBGE.
20600.10-1000-M-1500

292

Figura 4.3.4.4-2 - Rendimento mensal por sexo.


O rendimento médio mensal do homem no município de Gurupi é de R$ 1.381,00 é
superior à média do Estado (R$ 1.144,00) e superior aos demais municípios da AII.
Com relação às mulheres em todos os municípios da AII, com exceção de Gurupi, o
rendimento médio mensal é inferior ao do Estado.
Quanto à diferença entre rendimentos de homens e mulheres, observa-se que, na
média, os rendimentos dos homens são de 1,4 a 1,7 vezes maior que o das mulheres no
estado do Tocantins e nos municípios da AII.
Vale ressaltar que o valores de rendimento mensal por sexo são superiores ao
rendimento mensal domiciliar per capita apresentados anteriormente, pois neste caso,
são incluidos todos os moradores do domicílio, inclusive aqueles que não têm renda.

4.3.4.5 Pobreza e desigualdade


O Brasil possui grande parcela da população incapaz de atender às suas necessidades
básicas. A concentração de renda permaneceu praticamente inalterada durante as
últimas quatro décadas, com seus índices oscilando dentre as 10 últimas posições do
mundo, dando os primeiros sinais de melhora somente a partir de 2001. Nos últimos
anos, o país tem conseguido aliar o crescimento econômico com a redução da
desigualdade.
O Índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos
segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há
desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a
desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a
renda de todos os outros indivíduos é nula).
Tabela 4.3.4.5-1 - Incidência de pobreza e Índice de Gini no estado do Tocantins e dos
municípios da AII.
Incidência de Pobreza Índice de Gini
UF e Municípios
(%) (0 – 1)
Tocantins 41,28 0,47
Gurupi 33,10 0,46
Peixe 34,29 0,42
São Valério 33,01 0,41
Sucupira 32,08 0,35
Fonte: Mapa de Pobreza e Desigualdade – Municípios Brasileiros, 2003. IBGE.
20600.10-1000-M-1500

293

Figura 4.3.4.5-1 - Incidência de pobreza.

Observa-se que a incidência de pobreza nos municípios da AII apresenta índices


inferiores ao valor apresentado pelo estado do Tocantins (41,28%).
A incidência de pobreza nos municípios da AII é similar, variando de 32 a 34,5%.
Sucupira apresenta a menor incidência de pobreza, 32,08%, enquanto que Peixe
apresenta a maior incidência de pobreza, 34,29%.
Na Figura a seguir, é apresentado o Índice de Gini do estado do Tocantins e
municípios da AII.

Figura 4.3.4.5-2 - Índice de Gini.


Observa-se, que índice de Gini nos municípios da AII apresentam índices inferiores ao
valor apresentado pelo estado do Tocantins (0,47).
Sucupira apresenta o melhor Índice de Gini (0,35), ou seja, menor desigualdade de
renda, enquanto Gurupi apresenta o pior Índice de Gini (0,46).
20600.10-1000-M-1500

294

4.3.4.6 Agropecuária
A agropecuária reúne os substantivos agricultura e pecuária. É, portanto, a área do
setor primário responsável pela produção de bens de consumo, mediante o cultivo de
plantas e da criação de animais como gado, suínos, aves, entre outros.
Tabela 4.3.4.6-1 - Dados sobre a pecuária (cabeças), em 2010.

Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira

Bovino 101.100 184.000 53.200 62.00

Bubalinos 244 56 40 13

Equinos 2.500 3.500 1.600 960

Asininos 180 200 60 39

Muares 400 550 360 191

Caprinos 120 250 90 60

Ovino 1.540 2.900 650 1.100

Suíno 5.000 5.100 1.870 1.400

Aves 35.000 39.000 20.300 10.200

Vacas ordenhadas 4.900 3.300 2.500 1.500

Fonte: IBGE.

Nos municípios da AII, os maiores rebanhos são bovinos e de aves. O município de


Peixe apresenta o maior rebanho bovino (184.000 cabeças), seguido por Gurupi
(101.100 cabeças), Sucupira (62.000 cabeças) e São Valério (53.200 cabeças). Já com
relação às aves, Peixe apresenta o maior rebanho (39.000 cabeças), seguido por
Gurupi (35.000 cabeças), São Valério (20.300 cabeças) e Sucupira (10.200 cabeças).
Na Tabela a seguir são apresentados dados da agricultura, em 2010.
Tabela 4.3.4.6-2 - Dados sobre a agricultura, em 2010.

Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira

Banana (ton) 195 157 952 172


Coco da Baía (mil
198 64 4.995 220
frutos)
Laranja (ton) 168 26 945 1.651

Abacaxi (ton) 460 960 48 576


Amendoim em casca
1.178 3.780 1.400 384
(ton)
Arroz em casca (ton) 1.520 851 2.030 720

Cana de açúcar (ton) 101.200 300 7.290 946

Mandioca (ton) 2.210 2.800 952 8.960


20600.10-1000-M-1500

295

Municípios da AII
Pecuária
Gurupi Peixe São Valério Sucupira

Milho em grão (ton) 2.700 3.300 4.995 440

Sorgo em grão (ton) 3.360 23.100 945 172

Fonte: IBGE, 2009.

Em Gurupi, a maior produção agrícola está relacionada à cana-de-açúcar, assim como


no município de São Valério, com produção de 101.200 e 7.290 toneladas (2010),
respectivamente.
No município de Peixe, o sorgo corresponde à maior produção agrícola com 23.100
toneladas (2010).
Em Sucupira, a maior produção agrícola é de mandioca, com 8960 toneladas (2010).

4.3.4.7 Finanças Públicas


Na Tabela a seguir são apresentados dados de receita e despesas orçamentárias dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.4.7-1 - Dados de receita e despesas orçamentárias, em 2009.

Receitas Despesas orçamentárias (R$ 1.000)


Municípios orçamentárias
Pessoal e Encargos Obras e
(R$ 1.000) Total Investimentos
Sociais Instalações
Gurupi 71.970,62 65.214,67 12.454,76 30.935,09 12.130,02

Peixe 19.924,38 19.797,40 1.015,47 7.231,77 703,83

São Valério 6.332,84 5.892,05 317,82 3.553,63 276,26

Sucupira 4.693,83 4.868,59 213,82 2.084,08 79,99

Fonte: IBGE.

Figura 4.3.4.7-1 – Participação nas despesas dos municípios.


20600.10-1000-M-1500

296

Em todos os municípios da AII, a maior parte das despesas municipais está


relacionada com custos de pessoal e encargos sociais. O município de São Valério
apresenta a maior representatividade com 60,3%.
Os gastos com investimentos e obras são similares, sendo que o município de Gurupi
destinou em 2009 maior proporção do seu orçamento para investimentos (19,10%) e
obras (18,60%).

4.3.5 Saúde

4.3.5.1 Estabelecimentos de Saúde e Leitos de Internação


O sistema local de saúde deve contar com unidades de saúde distribuídas, segundo os
diferentes níveis de complexidade de serviços e de acordo com as realidades locais e
regionais.
Na Tabela a seguir são apresentados os dados referentes ao número de
estabelecimentos de saúde, por tipo de setor pertencente.
Tabela 4.3.5.1-1– Número de estabelecimentos de saúde por setor, em 2009.

Números de estabelecimentos de saúde


UF e Municípios
Público Filantrópico Privado Sindicato Total

Tocantins 532 19 491 - 1.042

Gurupi 24 2 74 - 100

Peixe 6 - 1 - 7

São Valério 2 - - - 2

Sucupira 1 - - - 1

Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

Figura 4.3.5.1-1 – Número de estabelecimentos de saúde por setor, em 2009.


No estado do Tocantins existem 1.042 estabelecimentos de saúde dos quais 532 são do
poder público, 19 filantrópicos, 491 privados e nenhum de sindicato.
20600.10-1000-M-1500

297

Gurupi possui 100 estabelecimentos de saúde, sendo 24 públicos, 2 filantrópicos e 74


privados.
O município de Peixe possui 7 estabelecimentos de saúde, sendo 6 públicos e um
privado.
São Valério e Sucupira possuem somente estabelecimentos de saúde do poder público,
sendo no total 2 e 1, respectivamente.
Observa-se que no Estado e nos municípios da AII os estabelecimentos de saúde
públicos são maioria, com exceção de Gurupi, em que o setor privado é predominante.
Na Tabela a seguir são apresentados os dados referentes ao número de leitos de
internação.

Tabela 4.3.5.1-2 – Número de leitos de internação, em 2009.

Números de leitos de internação


UF e Municípios Total de Leitos
Leito Leito SUS por
Total de Leitos por 1.000
SUS 1.000 habitantes
habitantes
Tocantins 2.479 2167 1,9 1,7

Gurupi 227 113 3,1 1,5

Peixe 26 26 2,9 2,9

São Valério 21 21 4,2 4,2

Sucupira - - - -

Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS, 2010.

Figura 4.3.5.1-2 – Número de leitos de internação, em 2009.


No estado do Tocantins existem 2.479 leitos, dos quais 2.167 estão disponíveis no
SUS – Sistema Único de Saúde. O índice de leitos de internação existentes é de 1,9
leitos por 1.000 habitantes e no SUS o índice é de 1,7 leitos por 1.000 habitantes.
Em Gurupi, a rede de saúde tem à disposição 227 leitos, sendo que 113 são do SUS. O
índice de leitos de internação existentes e leitos SUS são 3,1 e 1,5, respectivamente.
20600.10-1000-M-1500

298

O município de Peixe possui 26 leitos sendo estes disponíveis no SUS. O índice de


leitos de internação existente é de 2,9 leitos por 1.000 habitantes e no SUS o índice é
de também 2,9 leitos por 1.000 habitantes.
Em São Valério existem 21 leitos de internação, sendo que todos pertencem ao SUS.
O índice de leitos de internação existente/SUS é de 4,2 leitos por 1.000 habitantes,
sendo maior que o do Estado e superior aos demais municípios da AII.
Sucupira não possui leitos de internação.
Na Tabela a seguir, são apresentados dados sobre investimento em saúde no município
de Peixe, entre 2006 e 2010.
Tabela 4.3.5.1-3 – Investimento em saúde no município de Peixe, em 2010.

2006 2007 2008 2009 2010

Total 3.006.342,26 3.278.938,66 2.561.727,90 4.160.060,22 4.743.422,29

Per capita 346,47 374,74 284,57 461,31 456,80

Fonte: Prefeitura de Peixe-TO.

Figura 4.3.5.1-3 – Investimento em saúde per capita no município de Peixe.


Os investimentos em saúde no município de Peixe vêm crescendo ao longo dos anos.
Em 2010 foram investidos R$ 4.743.422,29, sendo R$ 456,80 por pessoa.
20600.10-1000-M-1500

299

Figura 4.3.5.1-4 – Futuro Hospital no município de Peixe.

Figura 4.3.5.1-5 – Hospital Regional do Municipio de Gurupi.


20600.10-1000-M-1500

300

Figura 4.3.5.1-6 – Unidade Básica de Saúde do municipio de Sucupira.

Figura 4.3.5.1-7 – Hospital do Municipio de São Valério.

4.3.5.2 Profissionais de Saúde


Os profissionais de saúde aqui considerados são essenciais para manutenção da saúde
e qualidade de vida. Incluem-se médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes
sociais, dentistas, psicólogos, farmacêuticos, entre outros.
Tabela 4.3.5.2-1 – Profissionais da área da saúde, em 2009.
Profissionais da área da Saúde
UF e Municípios Profissionais Profissionais por Profiss. SUS por
Total
1.000 hab 1.000 hab
Médicos 3.263 2,5 2,2
Tocantins Cirurgião dentista 910 0,7 0,5
Fisioterapeuta 1.098 0,8 0,8
20600.10-1000-M-1500

301

Profissionais da área da Saúde


UF e Municípios Profissionais Profissionais por Profiss. SUS por
Total
1.000 hab 1.000 hab
Enfermeiros 318 0,2 0,2
Fonoaudiólogo 94 0,1 0,1
Nutricionista 73 0,1 0,1
Farmacêutico 451 0,3 0,3
Assistente social 130 0,1 0,1
Psicólogo 170 0,1 0,1
Médicos 372 5,0 3,7
Cirurgião dentista 77 1,0 0,8
Fisioterapeuta 69 0,9 0,9
Enfermeiros 32 0,4 0,2
Gurupi Fonoaudiólogo 7 0,1 0,1
Nutricionista 4 0,1 0,1
Farmacêutico 29 0,4 0,4
Assistente social 8 0,1 0,1
Psicólogo 12 0,2 0,1
Médicos 9 1,0 1,0
Cirurgião dentista 5 0,6 0,6
Fisioterapeuta 6 0,7 0,7
Enfermeiros - - -
Peixe Fonoaudiólogo - - -
Nutricionista - - -
Farmacêutico 3 0,3 0,3
Assistente social - - -
Psicólogo - - -
Médicos 5 1,0 0,8
Cirurgião dentista 4 0,8 0,8
Fisioterapeuta 4 0,8 0,8
Enfermeiros 1 0,2 0,2
São Valério Fonoaudiólogo - - -
Nutricionista - - -
Farmacêutico 1 0,2 0,2
Assistente social - - -
Psicólogo - - -
Médicos 1 0,6 0,6
Cirurgião dentista 1 0,6 0,6
Fisioterapeuta 1 0,6 0,6
Enfermeiros 1 0,6 0,6
Sucupira Fonoaudiólogo - - -
Nutricionista - - -
Farmacêutico 1 0,6 0,6
Assistente social - - -
Psicólogo - - -
Fonte: Caderno de Informações de Saúde. DATASUS.

No estado do Tocantins, o índice de médicos é de 2,5 profissionais por 1.000


habitantes, sendo que pelo SUS a disponibilidade é de 2,2 profissionais por 1.000
20600.10-1000-M-1500

302

habitantes. No caso de cirurgião dentista há 0,7 profissionais por 1.000 habitantes e


0,5 profissionais SUS. Quanto aos enfermeiros, os índices são de 0,2 profissionais e
profissionais do SUS por 1.000 habitantes. Os psicólogos, fonoaudiólogos,
nutricionistas e assistentes sociais apresentam índices de 0,1 profissionais e
profissionais do SUS por 1.000 habitantes.
Entre os quatro municípios da are de estudo, Gurupi apresenta o maior índice de
médicos profissionais por 1.000 habitantes, sendo 5,0 profissionais totais e 3,7
profissionais do SUS.
Peixe, São Valério e Sucupira não possuem fonoaudiólogo, nutricionista, assistente
social e psicólogo.
Sucupira apresenta menor índice de profissionais na área da saúde. Sendo de 0,6 o
índice de médicos profissionais totais e profissionais do SUS por 1.000 habitantes.

4.3.6 Saneamento
A sociedade brasileira avança na direção do entendimento de que as condições de
saneamento do domicílio são essenciais para garantir o bem estar da população. Esta
infraestrutura de acesso à rede de fornecimento de água potável, de esgotamento
sanitário e coleta de lixo deve ser garantida pelo Estado. Sem dúvida, a criação e a
manutenção dessas infraestruturas requerem elevados investimentos em obras e
constantes melhoramentos, o que se torna um desafio de grandes dimensões,
especialmente num país de extensão continental como o Brasil. Boas condições de
saneamento não só melhoram a saúde das pessoas como também melhoram as
condições do meio ambiente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS
(World Health Organization - WHO), doenças relacionadas com os sistemas precários
de água e esgoto, assim como as deficiências de higiene são responsáveis por muitas
mortes no mundo todo.
Na Tabela a seguir são apresentados dados sobre o saneamento no estado do Tocantins
e nos municípios da AII. Para essa avaliação o IBGE utilizou o índice de
adequabilidade como forma de melhor dimensionar as condições de saneamento
básico dos domicílios. Assim, foi considerado “domicílio com saneamento adequado”
aquele domicílio com escoadouro ligado à rede geral ou à fossa séptica, servido de
água proveniente de rede geral de abastecimento e com destino do lixo coletado
diretamente ou indiretamente pelos serviços de limpeza. Os “domicílios com
saneamento semiadequado” possuíam, pelo menos, um dos serviços de abastecimento
de água, esgoto ou lixo, classificado como adequados. Os “domicílios com
saneamento inadequado” não apresentaram qualquer condição de saneamento básico
considerado adequado, isto é, não estavam conectados à rede geral de abastecimento
de água, ao esgotamento sanitário nem tinham acesso à coleta de lixo.
Na Tabela a seguir, são apresentados dados sobre o saneamento no estado de
Tocantins e nos municípios da AII, em 2010.
Tabela 4.3.6-1 – Saneamento no estado de Tocantins e nos municípios da AII, em 2010.

Adequado Semiadequado Inadequado


UF e Municípios
(%) (%) (%)

Tocantins 26,10 57,90 16,00

Gurupi 38,60 58,00 3,40

Peixe 16,60 46,90 36,50


20600.10-1000-M-1500

303

Adequado Semiadequado Inadequado


UF e Municípios
(%) (%) (%)

São Valério 2,40 66,20 31,50

Sucupira 0,50 60,40 39,00

Fonte: IBGE.

Figura 4.3.6-1 – Saneamento no estado de Tocantins e nos municípios da AII, em 2010.


No estado do Tocantins, 26,1% dos domicílios possuem saneamento adequado, 57,9%
semiadequado e 16,0% inadequado.
Dentre os municípios da AII, Gurupi apresenta as melhores condições de saneamento,
com 38,6% considerado adequado, 58,0% semiadequado e 3,4% adequado.
Em Peixe, 16,6% dos domicílios possuem saneamento adequado, 46,90%
semiadequado e 36,50% inadequado.
Os municípios de São Valério e Sucupira apresentam as piores condições de
saneamento com apenas 2,40 e 0,50% dos domicílios considerados adequados, 66,20 e
60,40% semiadequados e 31,50 e 39,00% inadequados, respectivamente.
Na Tabela, a seguir são apresentados dados sobre investimento em saneamento no
município de Peixe, entre 2006 e 2010.
Tabela 4.3.6-2 – Investimento em saneamento no município de Peixe (em R$).

2006 2007 2008 2009 2010

Total 0,00 7.000,00 0,00 5.711,78 39.324,75

Per capita 0,00 0,80 0,00 0,63 3,79

Fonte: Prefeitura de Peixe-TO.

Observa-se que o investimento em saneamento no município de Peixe, entre 2006 e


2009, foi praticamente nulo. Em 2010 houve um acréscimo no valor total investido,
porém os valores ainda são baixos. O valor per capita investido em 2010 foi de R$
3,79.
20600.10-1000-M-1500

304

4.3.6.1 Abastecimento de Água


Nos município da AII a Companhia de Saneamento do Tocantins – SANEATINS é a
única e exclusiva prestadora do serviço de abastecimento de água.
Nos municípios de Peixe e Sucupira o abastecimento de água é 100% realizado
através de poços subterrâneos. Em São Valério, 61% é realizado através da captação
do Córrego Montes Claros e 39% através de poços subterrâneos. Em Gurupi, o
abastecimento é 100% realizado através da captação do Córrego Bananal.
Tabela 4.3.6.1-1 – Índice de atendimento de água, em 2008.

Atendimento
Municípios
(%)

Gurupi 88,7

Peixe 89,2

São Valério 73,7

Sucupira 47,3

Fonte: SNIS.

Nos municípios da AII, Peixe (89,2%) e Gurupi (88,7%) apresentam os melhores


índices de abastecimento de água. São Valério (73,7%) e Sucupira (47,3%) seguem na
sequência.

Figura 4.3.6.1-1 – Escritório da Saneatins no município de Peixe.


20600.10-1000-M-1500

305

Figura 4.3.6.1-2 – Reservatório de água do município de Peixe.

4.3.6.2 Esgoto Sanitário


Na Tabela a seguir são apresentados dados de coleta e tratamento de esgoto dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.6.2-1 – Índice de coleta e tratamento de esgoto, em 2008.

Coleta Tratamento do coletado


Municípios
(%) (%)

Gurupi 16,8 100,0

Peixe 6,0 100,0

São Valério - -

Sucupira - -

Fonte: SNIS.

No município de Peixe, a coleta e o tratamento dos esgotos é feita também pela


SANEATINS que coleta 6,0% (2008) dos esgotos sanitários gerados no município. O
tratamento de esgotos é feito em duas lagoas facultativas.
No município de Gurupi, a SANEATINS é responsável pela coleta e tratamento dos
esgotos, coletando apenas 6,0% (2008) dos esgotos sanitários gerados no município.
20600.10-1000-M-1500

306

Em 2009, foi inaugurada a ETE de Gurupi com capacidade de tratamento de 50 litros


por segundo e para atender 25 mil habitantes.
Nos municípios de São Valério e Sucupira, não há coleta e tratamento de esgotos.

Figura 4.3.6.2-1 – Gradeamento da Estação de Tratamento de Esgoto do município de


Peixe.

Figura 4.3.6.2-2 – Caixa de areia da Estação de Tratamento de Esgoto do município de


Peixe.
20600.10-1000-M-1500

307

Figura 4.3.6.2-3 – Lagoa facultativa da Estação de Tratamento de Esgoto do município


de Peixe.

Figura 4.3.6.2-4 – Lagoa facultativa e caixa de saída do efluente clarificado da Estação


de Tratamento de Esgoto do município de Peixe.
20600.10-1000-M-1500

308

Figura 4.3.6.2-5 – Inauguração da ETE de Gurupi-TO, em 2009.

4.3.6.3 Resíduos Sólidos (Lixo)


De acordo com a Prefeitura de Gurupi, a coleta de lixo é realizada por 6 caminhões,
sendo que os resíduos coletados são encaminhados para um aterro controlado
localizado a 8 km do município. A quantidade diária de lixo depositado no aterro
controlado é de 86 toneladas, e a vida útil do mesmo está estimada em 15 anos.
No município de Peixe, a coleta de lixo domiciliar é realizada com 2 caminhões por
dia. O lixo coletado é encaminhado para um lixão, sendo o total 8 ton/dia de resíduos
sólidos.
Os resíduos de saúde são coletados uma vez por semana.
Em São Valério, a coleta de lixo domiciliar é realizada 3 vezes por semana com 1
caminhão. O lixo coletado é encaminhado para um lixão.

Figura 4.3.6.3-1 – Pátio do aterro controlado de Gurupi.


20600.10-1000-M-1500

309

Figura 4.3.6.3-2 – Trator espalhando e compactando o lixo no aterro controlado de


Gurupi.

Figura 4.3.6.3-3 – Caminhão despejando lixo no aterro controlado de Gurupi.


20600.10-1000-M-1500

310

Figura 4.3.6.3-4 – Caminhão despejando lixo no município de Peixe.

Figura 4.3.6.3-5 – Lixão do município de Peixe.


20600.10-1000-M-1500

311

Figura 4.3.6.3-6 – Catadores lixão no município de Peixe.

4.3.7 Infraestrutura

4.3.7.1 Energia Elétrica


O sistema de geração de energia elétrica do Estado do Tocantins é composto por 23
empreendimentos públicos e privados, que possui 3.203.174 KW de potência
outorgada, conforme apresentado na tabela a seguir.
Tabela 4.3.7.1-1 – Empreendimentos públicos e privados geradores de energia elétrica
no estado do Tocantins.

Potência Outorgada
Tipo Quantidade %
(KW)

CGH – Centrais Geradoras Hidrelétricas 3 1.260 0,04


PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas 13 141.360 4,41
UHE – Usinas Hidrelétrica 5 2.894.600 90,37
UTE – Usinas Termelétricas 2 165.954 5,18
TOTAL 23 3.203.174 100%

Fonte: Atlas de Energia Elétrica do Brasil, ANEEL, 2008.


As usinas hidrelétricas são as principais fontes de geração de energia elétrica com
participação de 90,37%.As Usinas Termelétricas tem participação de 5,18%, as PCHs
têm pequena participação com 4,41% e as CGH correspondem a apenas 0,04% do
total.
A CELTINS (Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins) atua na
totalidade do estado do Tocantins, abrangendo 139 municípios e beneficiando mais de
400 mil clientes.
Na AII está localizado a Usina Hidrelétrica Peixe-Angical com capacidade 452.000
KW de potência.
20600.10-1000-M-1500

312

Figura 4.3.7.1-1 – UHE Enerpeixe.

4.3.7.2 Comunicações
Na Tabela a seguir são apresentados os principais meios de comunicação dos
municípios da AII.

Tabela 4.3.7.2-1 – Meios de comunicação.

Agências dos
UF Jornais Rádios TVs
Correios

5 com sede no municipio (TV


Gurupi – afiliada ao SBT; TV
05 (A Notícia, Jovem Gurupi – afiliada a Rede
03 (Tocantins
Cocktail online, Record; TV Rio Formoso – faz
FM, Rádio
Gurupi 02 Diário do Tocantins, parte da Rede Anhanguera,
Araguaia e Rádio
Jornal Público Extra e afiliada a Rede Globo; Sil TV –
Cidade FM)
Tribuna do Tocantins) afiliada a Rede TV!; e, TV
Girassol – afiliada a Rede
Bandeirantes).

Não possui sede de afiliadas de


Peixe 02 0 0
emissoras de TV no município.

Não possui sede de afiliadas de


São Valério 01 0 0
emissoras de TV no município.

Não possui sede de afiliadas de


Sucupira 01 0 0
emissoras de TV no município.

Fonte: Correios, 2011; Guia de Mídia, 2011.


20600.10-1000-M-1500

313

Figura 4.3.7.2-1 – Correio no municipio de São Valério.


Na Tabela a seguir são apresentadas as operadoras de telefonia fixa e móvel,
disponíveis nos municípios da AII.
Tabela 4.3.7.2-2 – Operadoras de telefonia fixa e móvel.

UF Telefonia fixa Telefonia móvel

Gurupi Claro, Vivo, TIM e Oi

Peixe TIM e Oi
OI e EMBRATEL
São Valério da Natividade Claro

Sucupira Oi

Fonte: Pesquisa de campo, 2011.

4.3.7.3 Transportes
No que tange à infraestrutura viária e de transportes a região em estudo dispõe de boas
condições de transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário, os quais podem se
complementar de maneiras variadas.
Rede Rodoviária
Na Figura 4.3.7.3-1 é apresentado o mapa do sistema de transporte (AID/AAII).
20600.10-1000-M-1500

314

Figura 4.3.7.3-1. Mapa do sistema de transporte (AID/AAII).


20600.10-1000-M-1500

315

BR - 242: Rodovia Federal que liga os municípios de Gurupi e Peixe. Encontra-se em


bom estado, pavimentada com 72 km entre os dois municípios.

Figura 4.3.7.3-2 – BR-242 no trecho entre Peixe-TO e Alvorada-TO.

Figura 4.3.7.3-3 – BR-242 no trecho da ponte sobre o rio Tocantins.


TO-280: Rodovia Estadual que liga os municípios de Peixe e São Valério. Encontra-
se em bom estado, rodovia pavimentada com 65 km entre os dois municípios.
TO-483: Rodovia Estadual que interliga a Vila Quixaba (localizada na BR-242) até o
município de Sucupira. Encontra-se em bom estado, pavimentada com 16km entre a
Vila Quixaba e o município de Sucupira.
20600.10-1000-M-1500

316

Na Tabela a seguir são apresentados dados sobre a frota de automóveis dos municípios
da AII.
Tabela 4.3.7.3-1 – Frota de automóveis dos municípios da AII.

Crescimento
Municípios 2005 2010
(%)

Gurupi 6.969 11.766 68,83

Peixe 241 401 66,39

São Valério 87 140 60,92

Sucupira 21 61 190,48
Fonte: DENATRAN.
No período de 2005 a 2010, a frota de automóveis dos municípios da AII cresceu
acima de 60%. O município de Gurupi apresenta a maior frota com um total de 11.766
automóveis.
Investimento no sistema viário
Segundo dados da Prefeitura de Peixe, o investimento em sistema viário em 2009 foi
de R$ 1.058.220,21; e, em 2010, de R$1.358.472,05.

A Prefeitura de Gurupi informou que o investimento no sistema viário foram os


seguintes:
2006: R$ 4.020.070,79;
2007: R$ 2.373.517,01;
2008: R$ 3.432.271,81;
2009: R$ 3.902.963,21;
2010: R$ 3.611.795,66.
Rede Ferroviária
A infraestrutura ferroviária na região é constituída pela Ferrovia Norte-Sul, em fase
final de implantação no estado do Tocantins, e pela futura Ferrovia de Integração
Oeste-Leste que atualmente está em processo de licitação para a implantação das obras
no trecho da Bahia, que interligará a FNS com o Porto de Ilhéus.
A FNS conecta-se, ao norte, com a Ferrovia dos Carajás, chegando até o Porto de
Itaqui (no Maranhão). Ao sul, conecta-se com a Ferrovia Centro Atlântica em
Anápolis. Seu traçado, na região do projeto, passa pelos municípios de Alvorada,
Figueirópolis, Sucupira e Gurupi.
20600.10-1000-M-1500

317

Figura 4.3.7.3-4 – Traçado da Ferrovia Norte-Sul no Tocantins. Fonte: Mapa Multimodal,


ANTT.

Rede Hidroviária
A Hidrovia do Tocantins-Araguaia é a principal hidrovia e um dos principais troncos
viários do corredor Centro-Norte brasileiro. A Hidrovia segue pelos rios Tocantins e
Araguaia, não sendo navegável em todos os seus afluentes.
Pertencente ao corredor Centro-Norte, a hidrovia do Tocantins-Araguaia se divide em
quatro tramos. O primeiro, de Peixe a Marabá, com 1.021 km de extensão, o segundo,
de Marabá à foz do Tocantins, com 494 km, o terceiro de Baliza a Conceição do
Araguaia - se apresenta com um imenso potencial para o escoamento da produção de
grãos do Mato Grosso, Goiás, Pará e Tocantins e o quarto trecho que é muito limitado
- devido as grandes corredeiras do Araguaia, vai de Conceição do Araguaia à foz do
Araguaia, no próprio rio Tocantins.
20600.10-1000-M-1500

318

Figura 4.3.7.3-5 – Mapa da hidrovia do Tocantins-Araguaia. Fonte: Mapa Multimodal,


ANTT.

Aeroportos
Aeródromos Públicos
Na Tabela a seguir são apresentados os dados dos aeródromos públicos dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.7.3-2 – Aeródromos públicos.
20600.10-1000-M-1500

319

Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)

SWGI Gurupi Gurupi 30 1700 ASPH

SWDI Dois irmãos Peixe 30 600 Terra

Fonte: ANAC, 2009.

No aeroporto de Gurupi a empresa Sete Linhas Aéreas opera voos regulares para
outros estados.

Figura 4.3.7.3-6 – Pista de pouso do aeroporto de Gurupi.

Figura 4.3.7.3-7 – Aeroporto de Gurupi.

Aeródromos Privados
Na Tabela a seguir, são apresentados os dados dos aeródromos privados dos
municípios da AII.
Tabela 4.3.7.3-3 – Aeródromos privados.
Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)
20600.10-1000-M-1500

320

Largura Comprimento
Código Nome Município Superfície
(m) (m)

SWVI Fazenda Pirassununga São Valério 30 1000 Grama

Fonte: ANAC, 2009.

4.3.8 Educação
Na Tabela a seguir, são apresentados dados sobre investimento em educação no
município de Peixe, entre 2006 e 2010.

Tabela 4.3.8-1 – Investimento em educação no município de Peixe.

2006 2007 2008 2009 2010

Total 4.325.807,17 4.948.940,69 5.856.405,19 6.510.538,43 7.677.426,53

Per capita 498,54 565,59 650,57 721,95 739,35

Fonte: Prefeitura de Peixe-TO.

Figura 4.3.8-1 – Investimento em educação per capita no município de Peixe.


Observa-se, que o investimento em educação no município de Peixe teve crescimento
entre 2006 e 2009. O investimento per capita em 2010 foi de R$ 739,35.

4.3.8.1 Educação Infantil (Pré-escola)


A educação infantil, educação pré-escolar ou educação pré-primária consiste na
educação das crianças antes da sua entrada no ensino obrigatório. É ministrada
normalmente no período compreendido entre o zero e os seis anos de idade de uma
criança.
Tabela 4.3.8.1-1 – Dados sobre o número de alunos, professores e escolas da Educação
Infantil, em 2009.
20600.10-1000-M-1500

321

Alunos Professores Escolas Alunos / Professor


UF e Municípios
Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada

Tocantins 25.986 5.499 1.326 381 589 140 19,60 14,43

Gurupi 742 847 43 57 15 17 17,26 14,86

Peixe 208 0 12 0 7 0 17,33 0,00

São Valério 50 0 4 0 1 0 12,50 0,00

Sucupira 68 0 4 0 1 0 17,00 0,00

Fonte: IBGE, 2009.

Figura 4.3.8.1-1 – Escolas públicas e privadas da educação infantil.


No estado do Tocantins e nos municípios da AII, a rede da educação infantil é em sua
maioria formada por escolas da rede pública de ensino, com exceção do município de
Gurupi, que apresenta a maior proporção de escolas privadas com cerca de 53%.
Quanto à proporção de alunos por professor, as escolas privadas apresentam índices
piores que as públicas.
No ensino público, todos os municípios da AII apresentam proporção de aluno por
professor inferior à do Estado.
Nos municípios de Peixe, São Valério e Sucupira não existem escolas privadas.

4.3.8.2 Ensino Fundamental e Médio


O ensino fundamental é uma das etapas da educação básica no Brasil. Tem duração de
nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças com idade entre seis e
14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica na responsabilidade
conjunta: dos pais ou responsáveis, pela matrícula dos filhos; do Estado pela garantia
de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade.
Desde 1996, no Brasil, corresponde ao ensino médio (antigamente chamado de
segundo grau) a etapa do sistema de ensino equivalente à última fase da educação
20600.10-1000-M-1500

322

básica, cuja finalidade é o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino


fundamental, bem como a formação do cidadão para a vida social e para o mercado de
trabalho, oferecendo o conhecimento básico necessário para o estudante ingressar no
ensino superior.
Tabela 4.3.8.2-1 – Dados sobre o número de alunos, professores e escolas do ensino
fundamental.

Alunos Professores Escolas Alunos / Professor


UF e Municípios
Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada

Tocantins 256.741 15.819 12.548 1.034 1.562 115 20,46 15,29

Gurupi 11733 1094 505 82 36 11 23,23 13,34

Peixe 2005 0 100 0 11 0 20,05 0,00

São Valério 997 0 72 0 11 0 13,85 0,00

Sucupira 426 0 24 0 2 0 17,75 0,00

Fonte: IBGE, 2009.

Figura 4.3.8.2-1 – Escolas públicas e privadas do ensino fundamental.

No estado do Tocantins e nos municípios da AII, a rede de ensino fundamental é quase


sua totalidade formada por escolas da rede pública de ensino, com exceção do
município de Gurupi que possui maioria privada. Em Peixe, São Valério e Sucupira
não existem escolas privadas.
Quanto à proporção de alunos por professor, as escolas privadas apresentam índices
melhores que as públicas.
Na Tabela a seguir, são apresentados os dados do Ensino Médio.
Tabela 4.3.8.2-2 – Dados sobre o número de matrículas, professores e escolas do
ensino médio.
20600.10-1000-M-1500

323

Alunos Professores Escolas Alunos / Professor


UF e Municípios
Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada

Tocantins 62.746 3.220 3.604 303 253 27 17,41 10,63

Gurupi 3104 389 117 39 5 3 26,53 9,97

Peixe 398 0 19 0 2 0 20,95 0,00

São Valério 223 0 13 0 1 0 17,15 0,00

Sucupira 65 0 8 0 1 0 8,13 0,00

Fonte: IBGE, 2009.

Figura 4.3.8.2-2 – Escolas públicas e privadas do ensino médio.


No estado do Tocantins e nos municípios da AII, a rede de ensino médio é em sua
maioria formada por escolas da rede pública de ensino. Gurupi apresenta a maior
proporção de escolas privadas, com cerca de 40%.
Em Peixe, São Valério e Sucupira não existem escolas privadas.
Quanto à proporção de alunos por professor, as escolas privadas apresentam índices
melhores que as públicas.
20600.10-1000-M-1500

324

Figura 4.3.8.2-3 – Escola Estadual no município de Peixe.

Figura 4.3.8.2-4 – Escola Estadual em São Valério.


20600.10-1000-M-1500

325

Figura 4.3.8.2-5 – Colégio Estadual em São Valério.

Figura 4.3.8.2-6 – Escola Municipal em São Valério.

Figura 4.3.8.2-7 – Escola Municipal em Sucupira.


20600.10-1000-M-1500

326

4.3.8.3 Ensino Técnico, Profissionalizante e Superior


O ensino técnico ou ensino técnico-profissional constitui uma modalidade de ensino
vocacional, orientada para a rápida integração do aluno no mercado de trabalho, com
características específicas. No Brasil, o ensino técnico é voltado para estudantes de
ensino médio ou pessoas que já possuam este nível de instrução. Pode ser realizado
em concomitância com o ensino médio.
No município de Gurupi estão instaladas as principais escolas técnicas e
profissionalizantes, tais como: Serviço Nacional da Indústria – SENAI e Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC.
O ensino superior, educação superior ou ensino terciário é o nível mais elevado dos
sistemas educativos, referindo-se normalmente à uma educação realizada em
universidades, faculdades, institutos politécnicos, escolas superiores ou outras
instituições que conferem graus acadêmicos ou diplomas profissionais.
Dentre os municípios da AII, apenas em Gurupi existem instituições de ensino dessa
natureza, são eles:

Centro Universitário UNIRG;


Fundação Universidade Federal do Tocantins - UFT;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins - IFTO;
SENAI; e,
SENAC.

Figura 4.3.8.3-1 – SESC no município de Gurupi.

4.3.8.4 Frequência escolar


Na Tabela a seguir, são apresentados os dados sobre a frequência escolar no estado do
Tocantins e nos municípios da AII, nos diferentes níveis de ensino.
20600.10-1000-M-1500

327

Tabela 4.3.8.4-1 – Frequência escolar no estado do Tocantins e nos municípios da AII.

Nível de ensino (%)

Pré-vestibular
Alfabetização

Fundamental

Mestrado ou
Pré-escolar

doutorado
de adultos

Superior
UF e Municípios

Creche

Médio
Tocantins 1,08 9,59 1,38 69,83 14,6 0,42 3,07 0,03

Gurupi 0,55 8,41 1,34 64,75 17,1 1,02 6,8 0,03

Peixe 0,2 11,06 3,31 69,96 13,32 - 2,14 -

São Valério - 12,56 0,7 76,64 8,17 0,45 1,48 -

Sucupira - 11,81 - 68,19 18,19 - 1,82 -

Fonte: IBGE.

No estado do Tocantins a frequência escolar é maior no ensino fundamental com


69,83%, seguido pelo ensino médio com 14,6% e pelo ensino pré-escolar com 9,59%.
No ensino superior a frequência escolar representa 3,07% e na pós-graduação
(mestrado e doutorado) é de apenas 0,03%.
Nos municípios da AII a frequência escolar segue a tendência do estado do Tocantins.
O ensino fundamental representa a maior frequência, na faixa entre 64-76%, seguido
pelo ensino médio, faixa entre 8-18%, e pelo ensino pré-escolar, faixa de 8-12%.
Na alfabetização de adultos a frequência representa entre 0,70-3,31%, sendo que em
Sucupira não existem dados disponíveis.

4.3.8.5 Taxa de Analfabetismo


A taxa de analfabetismo é calculada através da taxa de alfabetização (população total -
população alfabetizada = população analfabeta). A taxa de alfabetização é uma
avaliação por estados ou instituições (ONU, e.g.) da porcentagem de pessoas com
capacidade de ler e escrever na população de um país. Essa medida é um dos
indicadores de desenvolvimento de um país, a ONU serve-se, aliás, deste fator para
calcular o IDH.
Tabela 4.3.8.5-1 – Percentual de analfabetos no estado do Tocantins e nos municípios
da AII.

Analfabetos com 15 anos ou mais (%)


UF e Municípios
2000 2010

Tocantins 17,86 13,1

Gurupi 9,42 6,40

Peixe 23,31 16,50


20600.10-1000-M-1500

328

Analfabetos com 15 anos ou mais (%)


UF e Municípios
2000 2010

São Valério 22,30 20,00

Sucupira 23,03 15,30

Fonte: IBGE.

No estado do Tocantins e nos municípios da AII houve redução dos analfabetos com
15 anos ou mais, entre 2000 e 2010.
Dentre os municípios da AII, Gurupi apresenta os menores percentuais de
analfabetismo com 15 anos ou mais, e é o único município que apresenta taxa de
analfabetismo inferior a do Estado.

4.3.9 Habitação
Na Tabela a seguir são apresentados dados dos tipos de domicílios dos municípios da
AII.

Tabela 4.3.9-1 - Dados sobre os tipos de domicílios particulares permanentes presentes


na AII.

Domicílios Particulares
Domicílios Particulares Permanentes
Permanentes (%)
Casa de Vila ou

Casa de Vila ou
Apartamento

Apartamento
Condomínio

Condomínio

Municípios
Cômodo

Cômodo
Total

Casa

Casa

Gurupi 23.242 142 97 22.709 294 0,61 0,42 97,71 1,26

Peixe 3.289 3 - 3.285 1 0,09 - 99,88 -

São Valério 1.345 7 - 1.337 1 0,52 - 99,41 0,07

Sucupira 551 - - 551 - - - 100,00 -

Fonte: IBGE.

Com relação aos tipos de domicílios permanentes particulares, em todos os municípios


da AII, as casas representam quase que a totalidade dos tipos de domicílios. O
município de Gurupi apresenta o maior número de apartamentos.

4.3.10 Organização Social


Instituições Governamentais
20600.10-1000-M-1500

329

Algumas das Instituições Governamentais presentes na região em estudo são


apresentados a seguir:
Gurupi
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal;
Fórum;
INSS.

Figura 4.3.10-1 – Prefeitura Municipal de Gurupi.


Peixe
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal.
20600.10-1000-M-1500

330

Figura 4.3.10-2 – Prefeitura Municipal de Peixe.

Figura 4.3.10-3 – Câmara Municipal de Peixe.

São Valério
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal.
20600.10-1000-M-1500

331

Figura 4.3.10-4 – Prefeitura Municipal de São Valério.

Sucupira
Câmara Municipal;
Prefeitura Municipal.

Figura 4.3.10-5 – Prefeitura Municipal de Sucupira.


20600.10-1000-M-1500

332

Figura 4.3.10-6 – Câmara Municipal de Sucupira.

Setor Empresarial
Na Tabela a seguir, é apresentado o número de empresas nos municípios da AII.
20600.10-1000-M-1500

333

Tabela 4.3.10-1 – Número de empresas, em 2009.

Municípios 2009

Gurupi 1.940

Peixe 118

São Valério 51

Sucupira 13

Fonte: IBGE.
De acordo com o Cadastro Central de Empresas, em Gurupi existem 1.940 empresas
registradas atuantes, em Peixe são 118 empresas, em São Valério são 51 empresas, e
em Sucupira são 13 empresas registradas atuantes.
Segundo os dados da Prefeitura Municipal da Gurupi o número de estabelecimentos é
o seguinte:
Comercial: 2.409;
Prestacional: 1.003;
Comercial/Prestacional: 803;
Industrial: 28;
Institucional: 131.
Segundo os dados da Prefeitura de Peixe o número de estabelecimentos é o seguinte:
Comerciais: 16;
Industriais: 2;
Prestação de serviços: 27.
Organizações da Sociedade Civil
Algumas das Associações, Sindicatos, Cooperativas presentes na região em estudo são
apresentados a seguir:
Gurupi
Associações Beneficentes (7);
Associações Culturais, Desportivas e Sociais (4);
Associações de Classe (1);
Câmaras de Comércio (1);
Clubes e Estádios (2);
Conselhos de Classe Profissionais (3);
Cooperativas de Produtores (1);
Institutos e Fundações (7);
Serviços Sociais (2);
20600.10-1000-M-1500

334

Sindicatos e Federações (6).


Peixe
Associações (8);
Sindicatos (2 rurais e trabalhadores).
São Valério
Associação dos Pequenos Produtores Rurais;
Sindicato Rural de São Valério.
Sucupira
Associação Comunitária de Sucupira.
Conselhos Municipais
Gurupi
Conselho Municipal de Cultura;
Conselho Tutelar;
Conselho Municipal de Contribuintes;
Conselho Municipal de Entorpecentes;
Conselho Municipal de Assistência Social de Gurupi;
Conselho Co-Gestor de Administração Municipal – CCAM;
Conselho Municipal de Direitos Humanos;
Conselho de Alimentação Escolar;
Conselho Municipal dos direitos da criança e do adolescente;
Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Programa de Garantia de
Renda Mínima;
Conselho Municipal Antidrogas – COMAD de Gurupi;
Conselho Municipal de Trabalho de Gurupi;
Conselho Municipal de Educação;
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural;
Conselho de Controle Social do Programa Bolsa Educacional Desportiva -
PROBED;
Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – COMSEA;
Conselho Municipal de Acompanhamento de Aplicação dos Recursos do
FUNDEF;
Conselho Municipal de Segurança Pública de Gurupi – COMSEG;
Conselho Municipal dos direitos da mulher;
Conselho Municipal do Plano Diretor;
20600.10-1000-M-1500

335

Conselho Municipal e Controle Social do Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério –
FUNDEF;
Conselho Municipal de Saúde;
Fundo Municipal de Saúde;
Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de
Gurupi;
Conselho Municipal do Idoso;
Conselho das Cidades;
Conselho Municipal Juventude;
Conselho dos Esportes;
Conselho Alimentação.
Peixe
Conselho Municipal da Saúde;
Conselho Municipal da Educação;
Conselho Municipal da Ação Social
Conselho Municipal da Meio Ambiente;
Conselho Municipal do Turismo.
São Valério
Conselho Municipal de Assistência Social;
Conselho Municipal da Saúde;
Conselho Municipal da Educação.
Sucupira
Conselho Municipal da Saúde;
Conselho Municipal da Educação.

4.3.11 Uso e Ocupação do Solo


O uso e ocupação do solo na AID são predominantemente ocupados por vegetação e
pecuária extensiva.
Na Figura 4.3.11-1 é apresentado o mapa de uso da terra (AID/ADA).
20600.10-1000-M-1500

336

Figura 4.3.11-1. Mapa de uso da terra (AID/ADA).


20600.10-1000-M-1500

337

4.3.12 Bibliografia
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20600.10-1000-M-1500

338

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