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Ipatinga-MG
2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
2. IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................................... 4
2.1. IMPATCTOS SOBRE A FLORA ............................................................................... 5
2.2. IMPATCOS SOBRE A FAUNA ................................................................................. 6
2.3. IMPACTOS SOBRE A BIODIVERSIDADE .............................................................. 7
2.4. IMPACTOS SOBRE O SOLO .................................................................................... 8
2.5. IMPACTOS NA REDE DE DRENAGEM DE RECURSOS HÍDRICOS .................... 8
2.6. IMPACTOS EM ÁREAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) .................... 9
2.7. IMPACTOS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPs) .................. 9
3. MITIGAÇÕES................................................................................................................ 9
3.1. RECONFORMAÇÃO DO TERRENO........................................................................ 9
3.2. IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE DRENAGEM ............................................... 10
3.3. ESTOCAGEM DA CAMADA SUPERFICIAL DOS SOLOS .................................. 11
3.4. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DE CANTEIROS DE OBRAS, ACESSO E DE
EMPRÉSTIMO QUE NÃO FAZEM PARTE DA FAIXA DE SERVIDÃO......................... 12
3.4.1. COMPENSAÇÃO E REPOSIÇÃO FLORESTAL OBRIGATÓRIA ..................... 13
3.4.2. COMPENSAÇÕES GERAIS DE REVEGETAÇÃO ............................................. 13
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 14
5. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO
Com o avanço no desenvolvimento econômico, a preocupação com a contínua
necessidade de se oferecer energia elétrica também cresce. Assim, tanto a prospecção quanto o
próprio fornecimento de energia, são primordiais na manutenção da qualidade de vida nos seus
destinos, fazendo com que tenham fortes impactos na expectativa econômica local.
No Brasil, com sua vasta dimensão territorial e com sua riqueza de recursos hídricos
– sujeitos à sazonalidade – utilizados para compor a maioria da matriz energética nacional, nem
sempre a localidade viável para a geração deste tipo de energia é próxima aos grandes centros
de demanda energética. Portanto, com a necessidade de se escoar a energia das localidades
geradoras para as consumidoras, surgiu o Sistema Interligado Nacional (SIN) que interliga
todos os estados brasileiros (com exceção de Roraima, que é abastecido pela Usina Hidrelétrica
de Guri da Venezuela) em uma única malha de linhas de transmissão (LTs) de energia (Figura
1). Esse sistema de transmissão, concede dinamicidade ao controle da distribuição energética
do país, que dentre diversas outras coisas, é capaz de contornar a sazonalidade escoando energia
de regiões que não estão sofrendo com seus efeitos de forma alternada (trabalhando
especialmente com seus extremos norte e sul).
Figura 1
2. IMPACTOS AMBIENTAIS
Antes de adentrar nos impactos ambientais causados pela construção das linhas de
transmissão, é necessário a compreensão de que a construção de LTs, se distinguem da
construção de outros empreendimentos de grande porte justamente pelo seu objetivo – conectar
uma fonte geradora até a subestação responsável por distribuir a energia pelo centro consumidor
– ou seja, uma vez que podem adquirir grandes extensões, elas estão sujeitas a cobrir áreas
dotadas de distintos atributos, sejam eles bióticos, abióticos, hídricos, minerais, arqueológicos,
paleontológicos ou até legais – como as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Unidades
de Conservação (UCs). Assim, é adicionado um fator de complexidade ao planejamento prévio
e às responsabilidades envolvidas com a consolidação de obras desse porte.
Nesse contexto, aqueles empreendimentos que foram considerados necessários ao
sistema de transmissão nacional por parte do Ministério de Minas e Energia (MME) – que estão
incluídos em documentos emitidos anualmente denominados, respectivamente, Plano de
Ampliações e Reforços na Rede Básica (PAR) e Programa de Expansão da Transmissão (PET)
– que já foram leiloados e passaram a ser responsabilidade exclusiva do consórcio ou da
empresa vencedora, estão sujeitos ao processo de licenciamento do órgão ambiental vigente (se
fazendo de forma distinta das usinas hidrelétricas, onde o processo de licenciamento tem início
antes da concessão contratual) o que pode provocar mudanças na viabilidade econômica
prevista através dos relatórios emitidos para o processo de licitação. No licenciamento
ambiental é analisada a viabilidade socioambiental do empreendimento, para englobar as
variáveis que sofrerão os efeitos mais significativos, diretos ou indiretos, durante e após a fase
de implantação, tão quanto durante a fase de operação do empreendimento. O Estudo de
Impacto Ambiental (EIA), que faz parte do processo de licenciamento, deve propor medidas
mitigatórias e de controle ambiental, e apontar o percentual de investimento a ser aplicado (que
não pode ser inferior a 0,05% do valor total investido no empreendimento) para fins de
compensação ambiental, e suas conclusões devem ser apresentadas em um documento acessível
ao entendimento do público, denominado Relatório de Impacto Ambiental (Rima), essencial
para o processo de divulgação do empreendimento e para se observar a aceitação pública e dos
órgãos municipais e estatais quanto a sua localização. Somente após a análise de seus
resultados, consulta prévia aos órgãos ambientais (OEMAs), de patrimônios históricos
(IPHAN) e naturais, das comunidades indígenas (Funai), quilombolas (Fundação Palmares), de
assentamentos rurais (INCRA), de conservação da biodiversidade (ICMBio), entre vários
outros, é que então o Ibama concede a Licença Prévia (LP).
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Uma vez com a posse da LP, o empreendedor então deve elaborar um plano para o
acompanhamento, mitigação e compensação dos impactos ambientais definidos no EIA, para
então obter a Licença de Instalação (LI), que autoriza a instalação do empreendimento de
consoante o cumprimento das etapas do plano definido previamente, fase na qual deve ser
informada a área a ser desmatada para o deferimento da Autorização de Supressão de Vegetação
(ASV), imprescindível para se poder intervir de fato com o desmatamento, para só assim
solicitar a emissão da Licença de Operação (LO) que reflete na elaboração de relatórios que
descrevam a implantação das etapas previstas no plano realizado na LP e que sujeita o
empreendimento a vistorias periódicas cuja finalidade é verificar se todas as exigências e
detalhes técnicos descritos no projeto aprovado foram concebidas ao longo de sua instalação,
possuindo uma validade que não pode ser superior a 10 anos, carecendo de renovação.
Figura 2
Faixa de servidão
Disponível em: <https://bit.ly/3XgUsmY>. Acesso em 20 jun. 2023
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Figura 3
A remoção dos indivíduos que compões a flora por meio do desmatamento, provoca
alterações na composição e na quantidade de biomassa, podendo desencadear no esgotamento
do substrato uma vez que houve desequilíbrio no ciclo dos nutrientes. Quanto às espécies
protegidas por lei, elas podem ser sobrepostas, serem removidas com prévia autorização ou, em
casos mais extremos, ocasionar no desvio do traçado. Além disso, existem outras consequências
resultantes da abertura da faixa de servidão, como a queda de exemplares de vegetação
resultantes da canalização dos ventos através do corredor formado pela faixa de supressão de
vegetação, e aquelas ligadas à fragmentação da área vegetal nativa, o que provoca alterações
no fluxo energético dos biótipos atingidos além de gerar um oportunismo perigoso (por
dificuldades quanto à forma de lidar) ao conceder acesso a áreas antes inacessíveis no interior
da mata o que pode favorecer a práticas ilegais em áreas remotas e de difícil fiscalização, como
o extrativismo ilegal e desmatamentos irregulares.
Assim, o impacto na flora causado pela implantação de LTs é direto, regional, imediato
e permanente
de outras com capacidade locomotora menor – como alguns répteis e anfíbios – que para se
defender procuram se esconder ao invés de fugir, o que gera risco eminente àquelas que
procurarem se esconder dentro da área a ser suprimida. Ademais, o aumento do tráfego de
veículos somada ao movimento da fauna provocado pelo ruído e movimentação anormal,
podem ocasionar eventualmente em atropelamentos.
Somado a isso, novamente devido ao acesso, a pressão de caça sobre os elementos da
fauna pode aumentar, especialmente em regiões onde a caça por subsistência ainda é praticada
(comum no norte do país). E por fim, a fragmentação causada pela supressão da vegetação para
a abertura da faixa de servidão mudam o microambiente da área de borda em relação ao interior
da floresta, ocasionando no aumento da intensidade de interações ecológicas como a
competição.
Agora, já na fase de operação de uma linha de transmissão, podem ocorrer acidentes
envolvendo a fauna local, seja ela alada ou terrestre. Aqueles que envolvem fauna alada
(animais que possuem asas) envolvem a eletrocussão, reservada à quando o indivíduo envolvido
estabelece contato simultâneo com dois condutores que apresentem diferença de potencial entre
si, o que provoca a passagem de uma alta corrente pelo seu corpo – devido à distância entre os
condutores de fase, estão geralmente relacionados a animais de grande porte – e os acidentes
por colisão, que ocorrem com o choque da ave em pleno voo com os cabos da torre (condutores
ou para-raios) ou até com a torre propriamente dita. Já aqueles que envolvem a fauna terrestre,
estão correlacionados com o processo de indução de eletricidade, resultado do campo elétrico
gerado pela alta tensão nas proximidades das linhas de transmissão, o que induz a passagem de
corrente em objetos metálicos condutores próximos, como cercas de arames, e
consequentemente pode acarretar a eletrocussão da fauna terrestre que tocá-los.
Assim, o impacto sobre a fauna causada pela implantação de LTs, é negativo, direto,
regional, imediato e permanente.
que consiste na decadência progressiva nos ecossistemas florestais causada pela formação
abrupta de bordas laterais nos limites da faixa de servidão. Esse último fenômeno citado, afeta
a dinâmica das inter-relações e interdependências entre as espécies o que interfere na
conservação de exemplares vegetais.
Assim, o impacto sobre a diversidade causado pela implantação de LTs, é negativo,
direto, regional, imediato e permanente.
3. MITIGAÇÕES
Uma vez que as linhas de transmissão são empreendimentos de responsabilidade
privada, contudo, sujeitas à licenciatura e fiscalização, é previsto como parte de seu processo
de aprovação, a determinação de ações mitigatórias a todos os impactos que por esse serão
causados. Ações essas que terão o cumprimento fiscalizado, o que é inclusive, imprescindível
para a renovação da LO, sendo assim, não há negligências quanto ao alcance dos impactos de
uma LT.
3.1.RECONFORMAÇÃO DO TERRENO
Trabalhos de reconformação do terreno, visam restaurar características semelhantes às
que antecedem a intervenção sobre ele, sendo uma ação eficaz quanto a remediação de
processos erosivos e outros relacionados a drenagem do solo.
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A reconformação faz uso de tratores para preparar as áreas para plantios e conservação,
usufruindo da estratégia de canalizar a água das chuvas de modo a evitar o escoamento em
forma de enxurrada – principais causadoras de erosão – e assim conduzi-la para locais onde
existam estruturas de dissipação de energia apropriadas. Esse processo é feito mediante
estruturas artificiais, denominadas terraços.
Existem diversos tipos de terraços (Figura 4) apropriados para a reconformação do
terreno, e a escolha será feita baseada nas condições locais – declividade, propriedades do solo,
cobertura vegetal, entre outros – de forma a determinar aquele que será mais adequado. Dentre
os tipos de terraços existentes que são aplicados nesse processo, estão:
Figura 4
Figura 5
Quanto ao seu uso, um fator imprescindível está no seu espalhamento sobre as áreas
em recuperação com o menor prazo possível desde sua retirada, pois a decomposição do
material orgânico, reduzem a sua eficácia e poder de recuperação de áreas degradadas (Figura
7).
Figura 7
Figura 8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em função dos objetivos que envolvem a construção de uma linha de transmissão, tão
quanto as peculiaridades deste tipo de empreendimento, é notório que é sempre necessário
estabelecer um equilíbrio entre benefícios e impactos e a sua implantação irá gerar. Nesse
contexto, é fundamental a importância de cada uma das partes, e esse papel é suprido pelas
instituições reguladoras responsáveis por gerar o licenciamento ambiental necessário para a
implantação do empreendimento. No fim, é necessário ponderar entre o benefício maior, pois
em suma, a energia foi e sempre será o símbolo da expectativa do desenvolvimento, e por isso,
os benefícios socioeconômicos resultantes da construção das LTs juntamente com todas as
medidas mitigatórias cabíveis aos impactos trazidos por elas e os programas sociais, tornam
todo o empreendimento viável.
5. REFERÊNCIAS
BÁSICO, P. Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste
Setentrional -Trecho VII -Ramal do Agreste - MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL PROGRAMAS
DE ABRANGÊNCIA GERAL 1. PLANO DE GESTÃO E SUPERVISÃO AMBIENTAL. [s.l: s.n.]. Disponível
em:
<https://antigo.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/ArquivosPDF/Ramal_do_Agreste/PROGR
AMA_01_Plano_de_Gestao_e_Superv_Ambiental.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2023.
linhas-de-transmissao-de-energia-eletrica-entrevista-especial-com-larissa-donida-biasotto>. Acesso
em: 20 jun. 2023.