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E CÓDIGOS
C H C N
CIÊNCIAS CIÊNCIAS DA
HUMANAS NATUREZA
M T MATEMÁTICA
R.P.A. - UNESP
Revisão Programada Anual
CARO ALUNO
Bons estudos!
Herlan Fellini
SUMÁRIO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
GRAMÁTICA 7
INTERPRETAÇÃO 19
LITERATURA 27
INGLÊS 39
REDAÇÃO 45
UNESP - Inglês
Text Comprehension 66%
Vocabulary 11%
Verbs 9%
Conjunction 7%
Adjectives and Pronouns 4%
Outros 4%
GRÁMATICA
7
momentos. O ministro que não faz grande não se entusiasmava com a bola nos pés.
escrúpulo de momentos não anda em bom Atirava-se, não temia a violência e com a sua
estado: a fazenda pode-se restituir; a fama, agilidade espantosa, fugia das entradas, dos
ainda que mal, também se restitui; o tempo pontapés. Quando aquele back1, num jogo de
não tem restituição alguma. subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para
(Essencial, 2013. Adaptado.) derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto
se estendeu no chão, como um fardo. E foi
1
fazenda: conjunto de bens, de haveres. assim crescendo a sua fama. Aos poucos se
Tendo em vista o gênero literário em que se foi adaptando ao novo Joca que se formara
enquadra o texto e os recursos expressivos nos campos do Rio. Dormia no clube,
nele presentes, o verbo que melhor expressa mas a sua vida era cada vez mais agitada.
sua finalidade é: Onde quer que estivesse, era reconhecido e
a) reverenciar. aplaudido. Os garçons não queriam cobrar
b) persuadir. as despesas que ele fazia e até mesmo nos
c) celebrar. ônibus, quando ia descer, o motorista lhe
d) alegrar. dizia sempre:
e) ludibriar. — Joca, você aqui não paga.
Quando entrava no cinema era reconhecido.
3. (Unesp) Leia a fábula “O morcego e as do- Vinham logo meninos para perto dele. Sabia
ninhas”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?- que agradava muito. No clube tinha amigos.
564 a.C.?). Havia porém o antigo center-forward2 que
se sentiu roubado com a sua chegada. Não
Um morcego caiu no chão e foi capturado tinha razão. Ele fora chamado. Não se ofe-
por uma doninha1. Como seria morto, rogou recera. E o homem se enfureceu com Joca.
à doninha que poupasse sua vida. Era um jogador de fama, que fora grande
— Não posso soltá-lo – respondeu a doninha nos campos da Europa e por isso pouco liga-
–, pois sou, por natureza, inimiga de todos va aos que não tinham o seu cartaz. A en-
os pássaros. trada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha
— Não sou um pássaro – alegou o morcego. de agilidade e de oportunismo, que carac-
— Sou um rato. terizava o jogo do novato, irritava-o até ao
E assim ele conseguiu escapar. Mais tarde, ódio. No dia em que tivera que ceder a po-
ao cair de novo e ser capturado por outra sição, a um menino do Cabo Frio, fora para
doninha, ele suplicou a esta que não o devo- ele como se tivesse perdido as duas pernas.
rasse. Como a doninha lhe disse que odiava Viram-no chorando, e por isso concentrou
todos os ratos, ele afirmou que não era um em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca
rato, mas um morcego. E de novo conseguiu sempre o procurava. Tinha sido a sua admi-
escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe ração, o seu herói.
bastou mudar de nome para ter a vida salva. (Água-Mãe, 1974.)
(Fábulas, 2013.)
1
1
Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.
doninha: pequeno mamífero carnívoro, de 2
Centroavante.
corpo longo e esguio e de patas curtas (tam-
bém conhecido como furão). ”Quando entrava no cinema era reconhecido.”
“Como seria morto, rogou à doninha que A língua portuguesa aceita muitas variações
poupasse sua vida.” (1º parágrafo) na ordem dos termos na oração e no período,
desde que não causem a desestruturação sin-
Em relação à oração que a sucede, a oração tática e a perturbação ou quebra do sentido.
destacada tem sentido de:
a) proporção. Assinale a alternativa em que a reordena-
b) comparação. ção dos elementos não altera a estrutura do
c) consequência. período em destaque e mantém o mesmo
d) causa. sentido.
e) finalidade. a) Quando era no reconhecido cinema entrava.
b) Era reconhecido quando entrava no cinema.
4. (Unesp) A questão focaliza uma passagem c) Entrava quando no cinema era reconhecido.
do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego d) Quando era reconhecido entrava no cinema.
(1901-1957). e) Entrava reconhecido quando era no cinema.
ÁGUA-MÃE
5. (Unesp) A questão toma por base uma pas-
Jogava com toda a alma, não podia sagem do artigo “Os operários da música li-
compreender como um jogador se encostava, vre”, de Ronaldo Evangelista.
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Desde o final do século 20, toda a engre- interesse (e maximizará a produção), a op-
nagem industrial do mercado musical passa ção normalmente costuma ser pela solução
por intensas transformações, como o surgi- mais simples.
mento e disseminação de novas tecnologias,
O período em destaque apresenta muitos
em grande parte gratuitas, como os arqui-
ecos (coincidências de sons de finais de pa-
vos MP3s, as redes de compartilhamento
lavras). Uma das formas de evitá-los e tor-
destes arquivos, mecanismos torrents, sites
nar a sequência mais fluente seria colocar
de armazenamento de conteúdo, ferramen-
“conduzir”, “tal”, “quantidade produzida”
tas de publicação on-line – tudo à dispo-
em lugar de, respectivamente:
sição de quem quisesse dividir com os ou-
a) direcionar, esse, produção.
tros suas canções e discos favoritos. A era
b) decifrar, esse, solução.
pós-industrial atingiu toda a indústria do
c) direcionar, interesse, produção.
entretenimento, mas o braço da música foi
d) conseguiram, que, opção.
quem mais sofreu, especialmente as gran-
des gravadoras multinacionais, as chama- e) decifrar, interesse, maximizará.
das majors, que sofreram um declínio em
todas as etapas de seu antigo negócio, ao
mesmo tempo em que rapidamente se aper- RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
feiçoavam ferramentas baratas e caseiras
de produção que diminuíam a distância en- 1. A conjunção coordenativa “e”, normalmente
tre amadores e profissionais. aplicada com noção de adição, pode apre-
A era digital é também chamada de pós- sentar-se com sentido adversativo quando
-industrial porque confronta o modelo de exprime oposição ou contraste, podendo ser
produção que dominava até o final do sécu- substituída por “mas“, “porém“, “todavia“,
lo 20. Esse modelo industrial é baseado na “contudo“ e “entretanto“, como acontece no
repetição, em formatar e embalar. Por trás verso do enunciado.
disso, a ideia é obter a máxima produção
2. Trata-se de um texto argumentativo, portan-
– o que, para produtos em geral, funciona
to, pretende convencer o leitor. No caso es-
muito bem. Quando esses parâmetros são
pecífico, tenta persuadir os governantes para
aplicados à arte, a venda do produto (por
que estes abandonem uma postura omissa e
exemplo, o disco) depende do conteúdo (a
partam para a ação.
canção). A canção que vai resultar nessa
“produção máxima” é buscada por meio de 3. A conjunção subordinativa adverbial causal
um equilíbrio entre criatividade e uma fór- “como” determina a noção de causa à oração
mula de sucesso que desperte o interesse do seguinte. Outras conjunções do mesmo tipo
público. Como estudos ainda não consegui- que poderiam ser usadas no lugar de “como”
ram decifrar como direcionar a criatividade sem perda do sentido são: “visto que“, “já
de uma maneira que certamente despertará que“ e “uma vez que“.
esse interesse (e maximizará a produção), a
4. [A] Incorreta. A preposição “em“ + artigo
opção normalmente costuma ser pela solu-
“o“ (no), como também o verbo no final da
ção mais simples.
oração (entrava), deixam-na completamente
“Cada um tem descoberto suas fórmulas e
sem sentido.
possibilidades, pois tudo tende a ser cada
[B] Correta. Verbo “ser“ + particípio + ad-
vez menos homogêneo”, opina o baia-
no Lucas Santtana, que realizou seus dis- vérbio + complementos, mantendo o sentido
cos recentes às próprias custas.“Claro que e a ordem dos fatos.
ainda existe uma distância em relação aos [C] Incorreta. O verbo no início da oração
artistas chamados mainstream”, continua. (entrava) dá a ideia de que o jogador entra-
“Mas você muda o tamanho da escala e já va em algum lugar, quando no cinema era re-
está tudo igual em termos de business. A conhecido por alguém, o que altera o sentido
pergunta é se essa geração faz uma músi- original da oração.
ca para esse grande mercado ou se ela está [D] Incorreta. O adjunto adverbial de tempo
formando um novo público. Outra pergunta “quando“, no início da oração, + verbo de
é se o grande mercado na verdade não passa ligação + verbo no particípio passam a ideia
de uma imposição de uma máfia que dita o de que o jogador entrava no cinema quando
que vai ser popular.” era reconhecido por alguém, alterando, as-
(Galileu, março de 2013. Adaptado.)
sim, o sentido original da oração.
[E] Incorreta. Os dois verbos juntos (“en-
Como estudos ainda não conseguiram deci- trava“ e “reconhecido“), no início da ora-
frar como direcionar a criatividade de uma ção, deixam a oração completamente sem
maneira que certamente despertará esse sentido.
9
5. [A] Correta. Substituindo para conferir:
Como estudos ainda não conseguiram deci-
frar como conduzir a criatividade de uma
maneira que certamente despertará tal in-
teresse (e maximizará a quantidade produ-
zida). Com estas substituições, evitam-se os
ecos desnecessários e que contrariam o pa-
drão culto da língua.
[B] Substituindo conforme o pedido: Como
estudos ainda não conseguiram conduzir
como direcionar a criatividade de uma ma-
neira que certamente despertará tal inte-
resse (e maximizará a produção), a opção
normalmente costuma ser pela quantidade
produzida mais simples. Houve indesejável
alteração de sentido, dando a ideia de “sim-
plicidade” inadequada à questão.
[C] Como estudos ainda não conseguiram de-
cifrar como conduzir a criatividade de uma
maneira certamente despertará esse tal (e
maximizará a quantidade produzida), a op-
ção normalmente costuma ser pela solução
mais simples. A oração ficou com o sentido
cortado e incompleto pelo termo tal.
[D] Como estudos ainda não conduzir deci-
frar como direcionar a criatividade de uma
maneira tal certamente despertará esse in-
teresse (e maximizará a produção), a quan-
tidade produzida normalmente costuma ser
pela solução mais simples. Oração ficou com-
pletamente sem sentido com as substitui-
ções indicadas.
[E] Como estudos ainda não conseguiram
como conduzir direcionar a criatividade de
uma maneira que certamente despertará
esse tal (e a quantidade produzida a produ-
ção), a opção normalmente costuma ser pela
solução mais simples. Oração ficou comple-
tamente sem sentido com as substituições
indicadas.
GABARITO
1. D 2. B 3. D 4. B 5. A
10
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp) A questão toma por base dois tre- como as coisas funcionam. Assim como des-
chos de um artigo de Alexandre Oliva sobre a montam um brinquedo para ver suas entra-
importância do uso de software na educação. nhas, poderiam querer entender o software
que utilizam na escola. Mas se uma criança
Software Livre, isto é, software que respei-
pedir ao professor, mesmo o de informática,
ta as liberdades dos usuários de executar o
que lhe ensine como funciona um determi-
software para qualquer propósito, de estudar
nado programa privativo, o professor só po-
o código fonte do software e adaptá-lo para
derá confessar que é um segredo guardado
que faça o que o usuário deseje, de fazer e
pelo fornecedor do software, que a escola
distribuir cópias do software, e de melhorá-
aceitou não poder ensinar ao aluno. Limites
-lo e distribuir as melhorias, permite que
artificiais ao que os alunos poderão almejar
pessoas usem computadores sem abrir mão
descobrir ou aprender são a antítese da edu-
de serem livres e independentes, sem acei-
cação, e a escolha de modelos de negócio de
tar condições que os impeçam de obter ou
software baseados numa suposta necessida-
criar conhecimento desejado.
de de privação e controle desse conhecimen-
Software que priva o usuário de qualquer
to não deve ser incentivada por ninguém,
dessas liberdades não é Livre, é privativo, e
muito menos pelo setor educacional.
mantém usuários divididos, dependentes e
(Alexandre Oliva. Software privativo é falta de
impotentes. Não é uma questão técnica, não educação. http://revista.espiritolivre.org)
tem nada a ver com preço nem com a tare-
fa prática desempenhada pelo software. Um [...] cerceia a curiosidade e a criatividade do
mesmo programa de computador pode ser educando.
Livre para alguns usuários e não-Livre para
A forma verbal cerceia, nesta frase do último
outros, e tanto os Livres quanto os privativos
parágrafo, significa:
podem ser grátis ou não. Mas além do conhe-
a) contamina.
cimento que foram projetados para transmi-
b) reforça.
tir, um deles ensinará liberdade, enquanto o
c) restringe.
outro ensinará servidão.
d) cerca.
[...]
e) estimula.
Se o usuário depender de permissão do
desenvolvedor do software para instalá-lo
ou utilizá-lo num computador qualquer, o 2. (Unesp) A questão toma por base um frag-
desenvolvedor que decida negá-la, ou exija mento de “Glória moribunda“, do poeta
contrapartida para permiti-la, efetivamen- romântico brasileiro Álvares de Azevedo
te terá controle sobre o usuário. Pior ain- (1831-1852).
da se o software armazenar informação do É uma visão medonha uma caveira?
usuário de maneira secreta, que somente o Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
fornecedor do software saiba decodificar: Foi a cabeça ardente de um poeta,
ou o usuário paga o resgate imposto pelo Outrora à sombra dos cabelos loiros.
fornecedor, ou perde o próprio conhecimen- Quando o reflexo do viver fogoso
to que confiou ao seu controle. Seja qual for Ali dentro animava o pensamento,
a escolha, restarão menos recursos para uti- Esta fronte era bela. Aqui nas faces
lizar na educação. Formosa palidez cobria o rosto;
Ter acesso negado ao código fonte do progra- Nessas órbitas – ocas, denegridas! –
ma impede o educando de aprender como o Como era puro seu olhar sombrio!
software funciona. Pode parecer pouco, para
Agora tudo é cinza. Resta apenas
alguém já acostumado com essa prática que
A caveira que a alma em si guardava,
pretende também controlar e, por vezes, en-
Como a concha no mar encerra a pérola,
ganar o usuário: de posse do código fonte,
Como a caçoula a mirra incandescente.
qualquer interessado poderia perceber e evi-
tar comportamento indesejável, inadequado Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;
ou incorreto do software. Através dessa im- Por que repugnas levantá-la agora?
posição de impotência, o fornecedor cria um Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!
monopólio sobre eventuais adaptações ao Quanta vida ali dentro fermentava,
software: só poderão ser desenvolvidas sob Como a seiva nos ramos do arvoredo!
seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosi- E a sede em fogo das ideias vivas
dade e a criatividade do educando. Crian- Onde está? onde foi? Essa alma errante
ças têm uma curiosidade natural para saber Que um dia no viver passou cantando,
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Como canta na treva um vagabundo, Quanto à primeira pergunta, é evidente que
Perdeu-se acaso no sombrio vento, deve ter uma resposta negativa. Nenhum
Como noturna lâmpada apagou-se? poema é necessariamente um bom poema;
E a centelha da vida, o eletrismo nenhum texto é necessariamente um bom
Que as fibras tremulantes agitava poema; logo, nenhuma letra é necessaria-
Morreu para animar futuras vidas? mente um bom poema. Mas talvez o que se
deva perguntar é se uma boa letra é neces-
Sorris? eu sou um louco. As utopias,
sariamente um bom poema. Ora, também a
Os sonhos da ciência nada valem.
essa pergunta a resposta é negativa. Quem
A vida é um escárnio sem sentido,
já não teve a experiência, em relação a uma
Comédia infame que ensanguenta o lodo.
letra de canção, de se emocionar com ela
Há talvez um segredo que ela esconde;
ao escutá-la cantada e depois considerá-la
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
insípida, ao lê-la no papel, sem acompa-
Os túmulos são mudos como o vácuo.
nhamento musical? Não é difícil entender
Desde a primeira dor sobre um cadáver,
a razão disso.
Quando a primeira mãe entre soluços
Um poema é um objeto autotélico, isto é, ele
Do filho morto os membros apertava
tem o seu fim em si próprio. Quando o jul-
Ao ofegante seio, o peito humano
gamos bom ou ruim, estamos a considerá-lo
Caiu tremendo interrogando o túmulo...
independentemente do fato de que, além de
E a terra sepulcral não respondia.
ser um poema, ele tenha qualquer utilidade.
(Poesias completas, 1962.)
O poema se realiza quando é lido: e ele pode
Mas esse a morte o sabe e o não revela. ser lido em voz baixa, interna, aural.
Já uma letra de canção é heterotélica, isto
Nas duas orações que constituem este verso, é, ela não tem o seu fim em si própria. Para
os termos em destaque apresentam o mesmo que a julguemos boa, é necessário e suficien-
referente, a saber: te que ela contribua para que a obra lítero-
a) vácuo. -musical de que faz parte seja boa. Em ou-
b) escárnio. tras palavras, se uma letra de canção servir
c) lodo. para fazer uma boa canção, ela é boa, ainda
d) cadáver. que seja ilegível. E a letra pode ser ilegível
e) segredo. porque, para se estruturar, para adquirir de-
terminado colorido, para ter os sons ou as
3. (Unesp) A questão toma por base um frag- palavras certas enfatizadas, ela depende da
mento da crônica ”Letra de canção e poesia”, melodia, da harmonia, do ritmo, do tom da
de Antonio Cicero. música à qual se encontra associada.
Como escrevo poemas e letras de canções, (Folha de S.Paulo, 16.06.2007.)
frequentemente perguntam-me se acho que
Para que a julguemos boa, é necessário e su-
as letras de canções são poemas. A expressão
ficiente que ela contribua para que a obra
“letra de canção” já indica de que modo essa
lítero-musical de que faz parte seja boa.
questão deve ser entendida, pois a palavra
“letra” remete à escrita. O que se quer saber No período em destaque, a oração Para que
é se a letra, separada da canção, constitui a julguemos boa indica, em relação à oração
um poema escrito. principal:
“Letra de canção é poema?” Essa formulação a) comparação.
é inadequada. Desde que as vanguardas mos- b) concessão.
traram que não se pode determinar a prio- c) finalidade.
ri quais são as formas lícitas para a poesia, d) tempo.
qualquer coisa pode ser um poema. Se um e) proporção.
poeta escreve letras soltas na página e diz
que é um poema, quem provará o contrário? 4. (Unesp) A questão toma por base uma pas-
Neste ponto, parece-me inevitável introdu- sagem de um livro de José Ribeiro sobre o
zir um juízo de valor. A verdadeira ques- folclore nacional.
tão parece ser se uma letra de canção é um
CURUPIRA
bom poema. Entretanto, mesmo esta últi-
ma pergunta ainda não é suficientemen- Na teogonia* tupi, o anhangá, gênio andan-
te precisa, pois pode estar a indagar duas te, espírito andejo ou vagabundo, destinava-
coisas distintas: 1) Se uma letra de canção -se a proteger a caça do campo. Era imagi-
é necessariamente um bom poema; e 2) Se nado, segundo a tradição colhida pelo Dr.
uma letra de canção é possivelmente um Couto de Magalhães, sob a figura de um vea-
bom poema. do branco, com olhos de fogo.
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Todo aquele que perseguisse um animal que Todo aquele que perseguisse um animal que
estivesse amamentando corria o risco de ver estivesse amamentando corria o risco de ver
Anhangá e a visão determinava logo a febre Anhangá [...].
e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo
Se a frase apresentada for reescrita trocan-
tipo mítico encontrado nas regiões central e
do-se perseguisse, que está no pretérito im-
meridional e aí representado por um homem
perfeito do modo subjuntivo, por perseguir,
enorme coberto de pelos negros por todo o
futuro do mesmo modo, as formas estivesse
rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou
e corria assumirão, por correlação de modos
a proteção da caça do mato. Tristonho e taci-
e tempos, as seguintes flexões:
turno, anda sempre montado em um porco de
a) estiver e correu.
grandes dimensões, dando de quando em vez
b) estaria e correria.
um grito para impelir a vara. Quem o encon-
c) estará e corria.
tra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de
d) esteja e correra.
ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele
e) estiver e correrá.
se originaram as expressões portuguesas cai-
pora e caiporismo, como sinônimo de má sor-
te, infelicidade, desdita nos negócios. Bilac Leia uma reportagem de Antônio Gois, pu-
assim o descreve: “Companheiro do curupira, blicada em 03.02.2012 pelo jornal Folha de
ou sua duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora S.Paulo, para responder às questões 5 a 7.
anão, montado num caititu, e cavalgando à Laptop de aluno de
frente de varas de porcos do mato, fumando escola pública tem problemas
cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajo-
res; à frente dele voam os vaga-lumes, seus Estudo feito pela UFRJ para o governo fede-
batedores, alumiando o caminho”. ral mostra que o programa UCA (Um Com-
Ambos representam um só mito com diferen- putador por Aluno), implementado em 2010
te configuração e a mesma identidade com o em seis municípios, esbarrou em problemas
curupira e o jurupari, numes que guardam de coordenação, capacitação de professores e
a floresta. Todos convergem mais ou menos adequação de infraestrutura.
para o mesmo fim, sendo que o curupira é O programa piloto do MEC forneceu 150
representado na região setentrional por um mil laptops de baixo custo a professores e
“pequeno tapuio” com os pés voltados para alunos de cerca de 300 escolas públicas. Às
trás e sem os orifícios necessários para as cidades foram prometidas infraestrutura
secreções indispensáveis à vida, pelo que a para acesso à internet e capacitação de ges-
gente do Pará diz que ele é músico. O Curu- tores e professores.
pira ou Currupira, como é chamado no sul, Uma das conclusões do estudo foi que a
aliás erroneamente, figura em uma infinida- infraestrutura de rede foi inadequada. Em
de de lendas tanto no norte como no sul do cinco cidades, os avaliadores identificaram
Brasil. No Pará, quando se viaja pelos rios e se que os sinais de internet eram fracos e ins-
ouve alguma pancada longínqua no meio dos táveis tanto nas escolas quanto nas casas e
bosques, “os romeiros dizem que é o Curupi- locais públicos.
ra que está batendo nas sapupemas, a ver se A pesquisa mostra que os professores se mos-
as árvores estão suficientemente fortes para travam entusiasmados no início, mas, um
sofrerem a ação de alguma tempestade que ano depois, 70% relataram não ter contado
está próxima. A função do Curupira é prote- com apoio para resolver problemas técnicos
ger as florestas. Todo aquele que derriba, ou e 42% disseram usar raramente ou nunca os
por qualquer modo estraga inutilmente as laptops em tarefas pedagógicas.
árvores, é punido por ele com a pena de er- Em algumas cidades, os equipamentos que
rar tempos imensos pelos bosques, sem poder davam defeito ficaram guardados por falta
atinar com o caminho de casa, ou meio algum de técnicos que soubessem consertá-los.
de chegar até os seus”. Como se vê, qualquer Além disso, um quinto dos docentes ainda
desses tipos é a manifestação de um só mito não havia recebido capacitação, e as escolas
em regiões e circunstâncias diferentes. não tinham incorporado o programa em seus
(O Brasil no folclore, 1970.) projetos pedagógicos.
Um dos pontos positivos foi que os alunos
(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina místi- passaram a ter mais domínio de informática.
ca relativa ao nascimento dos deuses, e que O programa foi mais eficiente quando as es-
frequentemente se relaciona com a forma- colas que permitiram levar o laptop para casa.
ção do mundo. 2. Conjunto de divindades Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE),
cujo culto forma o sistema religioso dum Santa Cecília do Pavão (PR), São João da
povo politeísta. Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG).
(Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI) Os autores do estudo não deram entrevista.
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5. (Unesp) [...] o programa UCA (Um Computa- Assim como numa família de atletas um
dor por Aluno), implementado em 2010 em garoto deve encontrar certa resistência ao
seis municípios, esbarrou em problemas de começar a fumar, fui motivo de piada entre
coordenação, capacitação de professores e alguns parentes – quase todos intelectuais
adequação de infraestrutura. – quando souberam que eu estava correndo.
Observe as seguintes tentativas de substituir “O esporte é bom pra gente”, disse minha
esbarrou em nesta passagem. avó, num almoço de domingo. “Fortalece o
I. foi de encontro a corpo e emburrece a mente.”
II. defrontou-se com Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho
III.resolveu certeza de que ela estava certa. O esporte
IV. eliminou emburrece a mente e o mais emburrecedor
de todos os esportes inventados pelo homem
As substituições que não alteram substancial-
é, sem sombra de dúvida, a corrida – por isso
mente o sentido da frase estão contidas em:
que eu gosto tanto.
a) I e II.
Antes que o primeiro corredor indignado
b) I e III.
atire um tênis em minha direção (número
c) II e III.
42, pisada pronada, por favor), explicome.
d) I, II e IV.
É claro que o esporte é fundamental em
e) II, III e IV.
nossa formação. Não entendo lhufas de
pedagogia ou pediatria, mas imagino que
6. (Unesp) O programa foi mais eficiente quan- jogos e exercícios ajudem a formar a co-
do as escolas que permitiram levar o laptop ordenação motora, a percepção espacial, a
para casa. lógica e os reflexos e ainda tragam mais
Assinale a alternativa que indica a falha de outras tantas benesses ao conjunto psico-
revisão verificada na passagem destacada. -moto-neuro-blá-blá-blá. Quando falo em
a) O jornalista deveria ter usado o termo mais emburrecer, refiro-me ao delicioso mo-
adequado: notebook. mento do exercício, àquela hora em que
b) Seria muito mais claro empregar computador você se esquece da infiltração no teto do
em vez de laptop. banheiro, do enrosco na planilha do Al-
c) A palavra que deveria ter sido eliminada, meidinha, da extração do siso na próxima
porque não tem função na frase. semana, do pé na bunda que levou da Ma-
d) Deveria haver ponto após escolas. rilu, do frio que entra pela fresta da janela
e) Deveria ter sido colocada uma vírgula depois e do aquecimento global que pode acabar
da palavra permitiram. com tudo de uma vez. Você começa a cor-
rer e, naqueles 30, 40, 90 ou 180 minutos,
7. (Unesp) Uma das conclusões do estudo foi todo esse fantástico computador que é o
que a infraestrutura de rede foi inadequada. nosso cérebro, capaz de levar o homem à
Examine as quatro possibilidades de reescre- Lua, compor músicas e dividir um átomo,
ver a frase destacada para evitar a repetição volta-se para uma única e simplíssima fun-
desnecessária da forma verbal ”foi”. ção: perna esquerda, perna direita, perna
I. Uma das conclusões do estudo aponta que esquerda, perna direita, inspira, expira,
a infraestrutura de rede foi inadequada. inspira, expira, um, dois, um, dois.
II. Uma das conclusões do estudo foi a ina- A consciência é, de certa forma, um tormen-
dequação da estrutura de rede. to. Penso, logo existo. Existo, logo me inco-
III.A estrutura de rede foi inadequada, con- modo. A gravidade nos pesa sobre os ombros.
forme uma das conclusões do estudo. Os anos agarram-se à nossa pele. A morte
IV. Uma das conclusões do estudo foi que a nos espreita adiante e quando uma voz femi-
infraestrutura de rede foi considerada nina e desconhecida surge em nosso celular,
inadequada. não costuma ser a última da capa da Playboy,
As frases que evitam a repetição da forma perguntando se temos programa para sába-
verbal foi estão contidas apenas em: do, mas a mocinha do cartão de crédito avi-
a) I e II. sando que a conta do cartão “encontra-se em
b) I e III. aberto há 14 dias” e querendo saber se “há
c) II e III. previsão de pagamento”.
d) I, II e III. Quando estamos correndo, não há previsão
e) II, III e IV. de pagamento. Não há previsão de nada por-
que passado e futuro foram anulados. Somos
uma simples máquina presa ao presente.
8. (Unesp) PENSAR EM NADA
Somos reduzidos à biologia. Uma válvula
A maravilha da corrida: basta colocar um pé bombando no meio do peito, uns músculos
na frente do outro. contraindo-se e expandindo-se nas pernas,
14
um ou outro neurônio atento aos carros, bu- um prato de deliciosas cerejas que haviam
racos e cocôs de cachorro. sido “umedecidas e roladas entre os maxila-
Poder, glória, dinheiro, mulheres, as tragé- res imundos e, talvez, ulcerados de um mas-
dias gregas, tá bom, podem ser coisas boas, cate de Saint Giles”?
mas naquele momento nada disso interessa: O pão era particularmente atingido. Em seu
eis-nos ali, mamíferos adultos, saudáveis, romance de 1771, The expedition of Hum-
movimentando- nos sobre a Terra, e é só. phry Clinker, Smollett definiu o pão de Lon-
(Antonio Prata. Pensar em nada. Runner’s World, dres como um composto tóxico de “giz, 2alu-
n.° 7, São Paulo: Editora Abril, maio/2009.) me e cinzas de ossos, insípido ao paladar e
destrutivo para a constituição”; mas acusa-
O esporte é bom pra gente, fortalece o corpo
ções assim já eram comuns na época. A pri-
e emburrece A MENTE. – Antes que o pri-
meira acusação formal já encontrada sobre a
meiro corredor indignado atire UM TÊNIS em
adulteração generalizada do pão está em um
minha direção (...) – Quando estamos cor-
livro chamado Poison detected: or frightful
rendo, não há PREVISÃO DE PAGAMENTO. truths, escrito anonimamente em 1757, que
Os termos grafados com letras maiúsculas nas revelou segundo “uma autoridade altamen-
passagens acima, extraídas do texto apresen- te confiável” que “sacos de ossos velhos são
tado, identificam-se pelo fato de exercerem usados por alguns padeiros, não infrequen-
a mesma função sintática nas orações de que temente”, e que “os ossuários dos mortos
fazem parte. Indique essa função. são revolvidos para adicionar imundícies ao
a) Sujeito alimento dos vivos”.
b) Predicativo do sujeito (Em casa, 2011. Adaptado.)
c) Predicativo do objeto 1
d) Objeto direto terebintina: resina extraída de uma planta
e) Complemento nominal e usada na fabricação de vernizes, diluição
de tintas etc.
2
alume: designação dos sulfatos duplos de
9. (Unesp 2018) Leia o trecho do livro Em casa,
alumínio e metais alcalinos, com proprie-
de Bill Bryson.
dades adstringentes, usado na fabricação de
Quase nada, no século XVII, escapava à as- corantes, papel, porcelana, na purificação de
túcia dos que adulteravam alimentos. O açú- água, na clarificação de açúcar etc.
car e outros ingredientes caros muitas vezes
Em “Quase nada, no século XVII, escapava à
eram aumentados com gesso, areia e poeira.
astúcia dos que adulteravam alimentos” (1º
A manteiga tinha o volume aumentado com
parágrafo), o termo sublinhado é um verbo:
sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo
a) transitivo direto.
autoridades da época, poderia ingerir, sem
b) intransitivo.
querer, uma série de coisas, desde serragem
c) de ligação.
até esterco de carneiro pulverizado. Um
d) transitivo indireto.
carregamento inspecionado, relata Judith
e) transitivo direto e indireto.
Flanders, demonstrou conter apenas a me-
tade de chá; o resto era composto de areia e
sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao Leia o excerto do livro Violência urbana, de
vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de
1
terebintina ao gim. O arsenito de cobre era Almeida, para responder às questões 10 e 11.
usado para tornar os vegetais mais verdes, De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem
ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de abertos. Evite falar com estranhos. À noi-
chumbo dava um brilho dourado aos pães e te, não saia para caminhar, principalmente
também à mostarda. O acetato de chumbo se estiver sozinho e seu bairro for deserto.
era adicionado às bebidas como adoçante, Quando estacionar, tranque bem as portas do
e o chumbo avermelhado deixava o queijo carro [...]. De madrugada, não pare em sinal
Gloucester, se não mais seguro para comer, vermelho. Se for assaltado, não reaja – en-
mais belo para olhar. tregue tudo.
Não havia praticamente nenhum gênero que É provável que você já esteja exausto de ler e
não pudesse ser melhorado ou tornado mais ouvir várias dessas recomendações. Faz tem-
econômico para o varejista por meio de um po que a ideia de integrar uma comunidade
pouquinho de manipulação e engodo. Até as e sentir-se confiante e seguro por ser parte
cerejas, como relata Tobias Smollett, ganha- de um coletivo deixou de ser um sentimento
vam novo brilho depois de roladas, delica- comum aos habitantes das grandes cidades
damente, na boca do vendedor antes de se- brasileiras. As noções de segurança e de vida
rem colocadas em exposição. Quantas damas comunitária foram substituídas pelo sen-
inocentes, perguntava ele, tinham saboreado timento de insegurança e pelo isolamento
15
que o medo impõe. O outro deixa de ser vis- sempre muito bem passada, o vinco perfeito.
to como parceiro ou parceira em potencial; Dava gosto ver:
o desconhecido é encarado como ameaça. O passo vagaroso de quem não tem pressa – o
O sentimento de insegurança transforma e mundo podia esperar por ele, o peito magro
desfigura a vida em nossas cidades. De lu- estufado, os gestos lentos, a voz pausada e
gares de encontro, troca, comunidade, par- grave, descia a rua da Igreja cumprimentan-
ticipação coletiva, as moradias e os espaços do cerimoniosamente, nobremente, os que
públicos transformam-se em palco do horror, por ele passavam ou os que chegavam na ja-
do pânico e do medo. nela muitas vezes só para vê-lo passar.
A violência urbana subverte e desvirtua a Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto,
função das cidades, drena recursos públicos magro, descarnado, como uma ave pernalta de
já escassos, ceifa vidas – especialmente as grande porte. Sendo assim tão descomunal,
dos jovens e dos mais pobres –, Dilacera fa- podia ser desajeitado: não era, dava sempre a
mílias, modificando nossas existências dra- impressão de uma grande e ponderada figura.
maticamente para pior. De potenciais cida- Não jogava as pernas para os lados nem as tra-
dãos, passamos a ser consumidores do medo. zia abertas, esticava-as feito medisse os pas-
O que fazer diante desse quadro de inse- sos, quebrando os joelhos em reto.
gurança e pânico, denunciado diariamente Quando montado, indo para a sua Fazenda
pelos jornais e alardeado pela mídia eletrô- da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado
nica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na de couro trabalhado e prata, aí então sim era
democracia e no Estado de direito? a grande, imponente figura, que enchia as
(Violência urbana, 2003.) vistas. Parecia um daqueles cavaleiros anti-
gos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Pal-
10 (Unesp) As palavras do texto, cujos prefixos meirim, quando iam para a guerra armados
traduzem ideia de negação, são: cavaleiros.
(Ópera dos mortos, 1970.)
a) “desvirtua” e “transforma”.
b) “evite” e “isolamento”.
c) “desfigura” e “ameaça”. 12. (Unesp) Analisando o último período do
d) “desconhecido” e “insegurança”. terceiro parágrafo, verifica-se que a palavra
e) “subverte” e “dilacera”. “feito” é empregada como:
a) advérbio.
b) verbo.
11. (Unesp) O trecho “As noções de segurança e
c) substantivo.
de vida comunitária foram substituídas pelo
d) adjetivo.
sentimento de insegurança e pelo isolamento
e) conjunção.
que o medo impõe.” (2º parágrafo) foi cons-
truído na voz passiva. Ao se adaptar tal tre-
cho para a voz ativa, a locução verbal “foram 13. (Unesp) No início do segundo parágrafo,
substituídas” assume a seguinte forma: por ter na frase a mesma função sintática
a) substitui. que o vocábulo “vagaroso” com relação a
b) substituíram. “passo”, a oração “de quem não tem pres-
c) substituiriam. sa” é considerada:
d) substituiu. a) coordenada sindética.
e) substituem. b) subordinada substantiva.
c) subordinada adjetiva.
d) coordenada assindética.
As questões 12 e 13 tomam por base uma
e) subordinada adverbial.
passagem de um romance de Autran Dourado
(1926- 2012).
14. (Unesp) A questão toma por base uma mo-
A gente Honório Cota dinha de Domingos Caldas Barbosa (1740-
Quando o coronel João Capistrano Honório 1800).
Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco Protestos a Arminda
mais de trinta anos. Mas já era homem sé- 1
rio de velho, reservado, cumpridor. Cuidava Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
muito dos trajes, da sua aparência medida.
Mas é uma só que eu amo
O jaquetão de casimira inglesa, o colete de
Só Arminda e mais ninguém.
linho atravessado pela grossa corrente de
ouro do relógio; a calça é que era como a Revolvam meu coração
2
de todos na cidade – de brim, a não ser em Procurem meu peito bem,
certas ocasiões (batizado, morte, casamento Verão estar dentro dele
– então era parelho mesmo, por igual), mas Só Arminda e mais ninguém.
16
De tantas, quantas belezas Quando entrava no cinema era reconhecido.
Os meus ternos olhos veem, Vinham logo meninos para perto dele. Sabia
Nenhuma outra me agrada que agradava muito. No clube tinha amigos.
Só Arminda e mais ninguém. Havia porém o antigo center-forward2 que se
sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha
Estes suspiros que eu solto
3
razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E
Vão buscar meu doce bem,
o homem se enfureceu com Joca. Era um jo-
É causa dos meus suspiros
gador de fama, que fora grande nos campos
Só Arminda e mais ninguém. da Europa e por isso pouco ligava aos que
Os segredos de meu peito não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca,
Guardá-los nele convém, o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e
4
Guardá-los aonde os veja de oportunismo, que caracterizava o jogo do
Só Arminda e mais ninguém. novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que
tivera que ceder a posição, a um menino do
Não cuidem que a mim me importa Cabo Frio, fora para ele como se tivesse per-
5
Parecer às outras bem, dido as duas pernas. Viram-no chorando, e
Basta que de mim se agrade por isso concentrou em Joca toda a sua raiva.
Só Arminda e mais ninguém. No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha
Não me alegra, ou me desgosta sido a sua admiração, o seu herói.
Doutra o mimo, ou o desdém, (Água-Mãe, 1974.)
Satisfaz-me e me contenta 1
Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.
Só Arminda e mais ninguém. 2
Centroavante.
Cantem os outros pastores
No primeiro parágrafo, predominam verbos
Outras pastoras também,
empregados no:
Que eu canto e cantarei sempre
a) pretérito perfeito do modo indicativo.
Só Arminda e mais ninguém.
b) pretérito imperfeito do modo indicativo.
(Viola de Lereno, 1980.)
c) presente do modo indicativo.
Levando em consideração o contexto da es- d) presente do modo subjuntivo.
trofe, assinale a alternativa em que a forma e) pretérito mais-que-perfeito do modo indi-
verbal surge no modo imperativo. cativo.
a) “Vão buscar meu doce bem,” (ref. 3).
b) “Parecer às outras bem,” (ref. 5).
c) “Conheço muitas pastoras” (ref. 1). GABARITO
d) “Guardá-los aonde os veja” (ref. 4).
e) “Procurem meu peito bem,” (ref. 2). 1. C 2. E 3. C 4. E 5. A
17
18
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
The painting Sleep (1928) is a dreamlike c) Ele acredita que o chão é duro
representation of tropical landscape, with Que todos os homens estão presos
this major motif of her repetitive figure that Que há limites para a poesia
disappears in the background. Que não há sorrisos nas crianças
This painting is an example of Tarsila’s Nem amor nas mulheres
venture into surrealism. Elements such Que só de pão vive o homem
as repetition, random association, and Que não há um outro mundo.
dreamlike figures are typical of surrealism
(“O utopista”)
that we can see as main elements of
this composition. She was never a truly d) A costureira, moça, alta, bonita,
surrealist painter, but she was totally aware ancas largas,
of surrealism’s legacy. os seios estourando debaixo do vestido,
(www.moma.org. Adaptado.) (os olhos profundos faziam a sombra na
cara),
A apresentação sublinha a influência de
morreu.
uma determinada vanguarda europeia sobre
Desde então o viúvo passa os dias no quarto
a pintura de Tarsila do Amaral. A influência
olhando pro manequim.
dessa vanguarda europeia também se encon-
(“Afinidades”)
tra nos seguintes versos do poeta modernis-
ta Murilo Mendes: e) O cavalo mecânico arrebata o manequim
a) No fim de um ano seu Naum progrediu, pensativo
já sabe que tem Rui Barbosa, Mangue, Lam- que invade a sombra das casas no espaço
pião. elástico.
Joga no bicho todo dia, está ajuntando pro Ao sinal do sonho a vida move direitinho as
carnaval, estátuas
depois do almoço anda às turras com a mu- que retomam seu lugar na série do planeta.
lher. Os homens largam a ação na paisagem ele-
As filhas dele instalaram-se na vida nacio- mentar
nal. e invocam os pesadelos de mármore na beira
Sabem dançar o maxixe do infinito.
conversam com os sargentos em bom brasi- (“O mundo inimigo”)
leiro.
(“Família russa no Brasil”)
2. (Unesp 2019) Leia o trecho do romance São
b) Eu sou triste como um prático de farmácia,
Bernardo, de Graciliano Ramos.
sou quase tão triste como um homem que
usa costeletas. O caboclo mal-encarado que encontrei um
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos dia em casa do Mendonça também se acabou
de mulher em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase
mas só ouço o tectec das máquinas de es- nunca morre direito. Uns são levados pela
crever. cobra, outros pela cachaça, outros matam-se.
19
Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos
da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Gama, que pandegavam no Recife, estudan-
Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: do Direito. Respeitei o engenho do Dr. Maga-
um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas lhães, juiz.
comeram o segundo, o último teve angina e Violências miúdas passaram despercebidas.
a mulher enforcou-se. As questões mais sérias foram ganhas no
Para diminuir a mortalidade e aumentar a foro, graças às chicanas de João Nogueira.
produção, proibi a aguardente. Efetuei transações arriscadas, endividei-me,
Concluiu-se a construção da casa nova. importei maquinismos e não prestei atenção
Julgo que não preciso descrevê-la. As par- aos que me censuravam por querer abarcar
tes principais apareceram ou aparecerão; o mundo com as pernas. Iniciei a pomicul-
o resto é dispensável e apenas pode inte- tura e a avicultura. Para levar os meus pro-
ressar aos arquitetos, homens que prova- dutos ao mercado, comecei uma estrada de
velmente não lerão isto. Ficou tudo con- rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela
fortável e bonito. Naturalmente deixei de dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford
dormir em rede. Comprei móveis e diversos e Delmiro Gouveia. Costa Brito também pu-
objetos que entrei a utilizar com receio, blicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e
outros que ainda hoje não utilizo, porque elogiando o chefe político local. Em consequ-
não sei para que servem. ência mordeu-me cem mil-réis.
Aqui existe um salto de cinco anos, e em cin- (São Bernardo, 1996.)
co anos o mundo dá um bando de voltas.
Ninguém imaginará que, topando os obstá- “Tenho visto criaturas que trabalham demais
culos mencionados, eu haja procedido in- e não progridem.” (7º parágrafo)
variavelmente com segurança e percorrido, Considerada no atual contexto histórico,
sem me deter, caminhos certos. Não senhor, essa fala do narrador pode ser vista como
não procedi nem percorri. Tive abatimentos, uma crítica à ideia de:
desejo de recuar; contornei dificuldades:
a) trabalho.
muitas curvas. Acham que andei mal? A ver-
b) meritocracia.
dade é que nunca soube quais foram os meus
c) burocracia.
atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas
d) preguiça.
boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas
e) pobreza.
ruins que deram lucro. E como sempre tive a
intenção de possuir as terras de S. Bernardo,
considerei legítimas as ações que me leva- Leia o poema de Carlos Drummond de Andra-
ram a obtê-las. de para responder às questões 3 a 5.
Alcancei mais do que esperava, mercê de PAPEL
Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o
crédito, que a princípio se esquivava, agar- E tudo que eu pensei
rou-se comigo, as taxas desceram. E os ne- e tudo que eu falei
gócios desdobraram-se automaticamente. e tudo que me contaram
Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles en- era papel.
tram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se E tudo que descobri
não entram, cruzem os braços. Mas se virem amei
que estão de sorte, metam o pau: as tolices detestei:
que praticarem viram sabedoria. Tenho visto papel.
criaturas que trabalham demais e não pro- Papel quanto havia em mim
gridem. Conheço indivíduos preguiçosos que e nos outros, papel
têm faro: quando a ocasião chega, desenros- de jornal
cam-se, abrem a boca – e engolem tudo. de parede
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primei- de embrulho
ras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me papel de papel
favorável nas seguintes. Depois da morte do papelão.
Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, (As impurezas do branco, 2012.)
e levei-a para além do ponto em que estava
no tempo de Salustiano Padilha. Houve re- 3. (Unesp) No poema, a metáfora do papel é:
clamações. a) incoerente e aponta sentimentos inverossí-
— Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o meis do eu lírico.
diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E b) contraditória e sugere a cisão do eu lírico
quem não gostar, paciência, vá à justiça. ante suas experiências.
Como a justiça era cara, não foram à justi- c) ambivalente e indica sentimentos engrande-
ça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra cedores do eu lírico.
20
d) polissêmica e reporta a experiências varia-
das vividas pelo eu lírico. RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
e) redundante e enfatiza a indiferença do eu
lírico em relação às suas experiências. 1. A apresentação da obra de Tarsila do Amaral,
no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque,
4. (Unesp) A figura de linguagem que se verifi- faz referência ao Surrealismo, estética artís-
tica que terá influenciado o quadro “Sono”,
ca na primeira estrofe é:
uma representação onírica da paisagem tro-
a) a anáfora, pois se identifica no início dos três
pical com uma figura repetitiva que desapa-
primeiros versos a repetição de construção.
rece ao fundo. A estrofe em [E] apresenta
b) o hipérbato, pois nos quatro versos ocorre
características dessa mesma estética, atra-
inversão sintática.
vés da reconstrução elaborada de um mundo
c) o anacoluto, pois o verso final não se liga
ilógico, típico de sonho: “O cavalo mecânico
sintaticamente aos precedentes.
arrebata o manequim pensativo”, “a vida
d) a antítese, pois há entre os versos ideias que
move direitinho as estátuas” ou “invocam os
se contrapõem.
pesadelos de mármore na beira do infinito”.
e) a sínquise, pois há inversão de palavras e
dificuldade no entendimento do enunciado. 2. O conceito de que há pessoas que se empe-
nham no trabalho e não obtêm sucesso na
5. (Unesp) Quanto aos aspectos formais, o poe- vida contraria a ideia de meritocracia, siste-
ma caracteriza-se pelo emprego de: ma de promoção em que cada um recebe, de
a) rimas raras. acordo com méritos pessoais, esforço e dedi-
b) métrica irregular. cação ou até inteligência.
c) versos decassílabos. 3. No poema, o papel apresenta significações
d) rimas alternadas. variadas que remetem à experiência do eu
e) linguagem rebuscada. lírico, configurando um papel polissêmico,
ou seja, o termo “papel” é usado em várias
acepções semânticas.
4. Nos primeiros versos, encontramos retoma-
das sequencias da construção “e tudo” (sem-
pre no início de cada verso), o que caracteri-
za a figura de linguagem anáfora.
5. A principal característica do poema “Papel”,
de Carlos Drummond de Andrade, é a fuga
do trabalho com as formas fixas, ou seja,
há uma precedência para o trabalho com a
métrica irregular dos versos (com muitas
variantes de tamanho, inclusive com versos
construído com uma única palavra).
GABARITO
1. E 2. B 3. D 4. A 5. B
21
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
Para responder às questões 1 a 4, leia a crô- redondamente enganada. Nem em programa
nica Seu “Afredo”, de Vinicius de Moraes de calouro!
(1913-1980), publicada, originalmente, em E, a seguir, ponderou:
setembro de 1953. — Agora, piano é diferente. Pianista ela é!
E acrescentou:
Seu Afredo (ele sempre subtraía o “l” do
— Eximinista pianista!
nome, ao se apresentar com uma ligeira cur-
(Para uma menina com uma flor, 2009.)
vatura: “Afredo Paiva, um seu criado...”) tor-
nou-se inesquecível à minha infância por- 1
vernáculo: a língua própria de um país; lín-
que tratava-se muito mais de um linguista gua nacional.
que de um encerador. Como encerador, não 2
ressabiado: desconfiado.
ia muito lá das pernas. Lembro-me que, sem- 3
lide: trabalho penoso, labuta.
pre depois de seu trabalho, minha mãe fica- 4
ramerrão: rotina.
va passeando pela sala com uma flanelinha
debaixo de cada pé, para melhorar o lustro.
1. (Unesp) Um traço característico do gênero
Mas, como linguista, cultor do 1vernáculo e
crônica, visível no texto de Vinicius de Mo-
aplicador de sutilezas gramaticais, seu Afre-
raes, é:
do estava sozinho.
a) o tom coloquial.
Tratava-se de um mulato quarentão, ultrar-
b) a sintaxe rebuscada.
respeitador, mas em quem a preocupação
c) o vocabulário opulento.
linguística perturbava às vezes a colocação
d) a finalidade pedagógica.
pronominal. Um dia, numa fila de ônibus,
e) a crítica política.
minha mãe ficou ligeiramente 2ressabiada
quando seu Afredo, casualmente de passa-
gem, parou junto a ela e perguntou-lhe à 2. (Unesp) Em “Mas, como linguista, cultor do
queima-roupa, na segunda do singular: vernáculo e aplicador de sutilezas gramati-
— Onde vais assim tão elegante? cais, seu Afredo estava sozinho.” (1º pará-
Nós lhe dávamos uma bruta corda. Ele falava grafo), o cronista sugere que seu Afredo:
horas a fio, no ritmo do trabalho, fazendo os a) mostrava-se incomodado por não ter com
mais deliciosos pedantismos que já me foi quem conversar sobre questões gramaticais.
dado ouvir. Uma vez, minha mãe, em meio b) revelava orgulho ao ostentar conhecimentos
à 3lide caseira, queixou-se do fatigante 4ra- linguísticos pouco usuais.
merrão do trabalho doméstico. Seu Afredo c) sentia-se solitário por ser um dos poucos a
virou-se para ela e disse: dispor de sólidos conhecimentos gramaticais.
— Dona Lídia, o que a senhora precisa fazer d) sentia-se amargurado por notar que seus
é ir a um médico e tomar a sua quilometra- conhecimentos linguísticos não eram reco-
gem. Diz que é muito bão. nhecidos.
De outra feita, minha tia Graziela, recém- e) revelava originalidade no modo como em-
-chegada de fora, cantarolava ao piano en- pregava seus conhecimentos linguísticos.
quanto seu Afredo, acocorado perto dela,
esfregava cera no soalho. Seu Afredo nunca 3. (Unesp) Em “Conta ela que seu Afredo, mal
tinha visto minha tia mais gorda. Pois bem: viu minha tia sair, chegou-se a ela com ar
chegou-se a ela e perguntou-lhe: disfarçado e falou [...]” (12º parágrafo), a
— Cantas? conjunção destacada pode ser substituída,
Minha tia, meio surpresa, respondeu com sem prejuízo para o sentido do texto, por:
um riso amarelo: a) assim como.
— É, canto às vezes, de brincadeira... b) logo que.
Mas, um tanto formalizada, foi queixar-se a c) enquanto.
minha mãe, que lhe explicou o temperamen- d) porque.
to do nosso encerador: e) ainda que.
— Não, ele é assim mesmo. Isso não é falta
de respeito, não. É excesso de... gramática. 4. (Unesp) Na crônica, o personagem seu Afre-
Conta ela que seu Afredo, mal viu minha tia do é descrito como uma pessoa:
sair, chegou-se a ela com ar disfarçado e fa- a) pedante e cansativa.
lou: b) intrometida e desconfiada.
— Olhe aqui, dona Lídia, não leve a mal, c) expansiva e divertida.
mas essa menina, sua irmã, se ela pensa d) discreta e preguiçosa.
que pode cantar no rádio com essa voz, ‘tá e) temperamental e bajuladora.
22
5. (Unesp) Leia o trecho extraído do artigo Tamanho esforço intelectual e total entrega
“Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Pas- ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein
sos Videira e Cássio Leite Vieira. adoeceu, com problemas no fígado, icterícia
e úlcera. Seguiu debilitado até o final daque-
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que
la década.
eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase
Se deslocados de sua época, Einstein e sua
– que tem algo da essência do hoje clássico
cosmologia podem ser facilmente vistos
A estrada não percorrida (1916), do poeta
como um ponto fora da reta. Porém, a his-
norte-americano Robert Frost (1874-1963)
toriadora da ciência britânica Patricia Fara
– está em um artigo científico publicado há
lembra que aqueles eram tempos de “cos-
cem anos, cujo teor constitui um marco his-
mologias”, de visões globais sobre temas
tórico da civilização.
científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos de-
deriva dos continentes, do geólogo alemão
pois de o Homo sapiens deixar uma mão com
Alfred Wegener (1880-1930), marcada por
tinta estampada em uma pedra, a humanida-
uma visão cosmológica da Terra.
de era capaz de descrever matematicamente
Fara dá a entender que várias áreas da ci-
a maior estrutura conhecida: o Universo. A
ência, naquele início de século, passaram a
façanha intelectual levava as digitais de Al-
olhar seus objetos de pesquisa por meio de
bert Einstein (1879-1955).
um prisma mais amplo, buscando dados e hi-
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico
póteses em outros campos do conhecimento.
de origem alemã escreveu a um colega di-
(Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.)
zendo que o que produzira o habilitaria a
ser “internado em um hospício”. Mais tarde, Em “A façanha intelectual levava as digitais
referiu-se ao arcabouço teórico que havia de Albert Einstein (1879-1955).” (2º pará-
construído como um “castelo alto no ar”. grafo), o termo destacado pode ser substitu-
O Universo que saltou dos cálculos de Eins- ído de modo mais adequado, tendo em vista
tein tinha três características básicas: era fi- o contexto, por:
nito, sem fronteiras e estático – o derradeiro a) proeza.
traço alimentaria debates e traria arrependi- b) ousadia.
mento a Einstein nas décadas seguintes. c) concretude.
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria d) debilidade.
da Relatividade Geral”, publicado em feve- e) petulância.
reiro de 1917 nos Anais da Academia Real
Prussiana de Ciências, o cientista construiu
Para responder às questões 6 a 9, leia o se-
(de modo muito visual) seu castelo usando
guinte verbete do Dicionário de Comunicação,
as ferramentas que ele havia forjado pouco
de Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa.
antes: a teoria da relatividade geral, finali-
zada em 1915, esquema teórico já classifica- CRÔNICA — Texto jornalístico desenvolvido
do como a maior contribuição intelectual de de forma livre e pessoal, a partir de fatos
uma só pessoa à cultura humana. e acontecimentos da atualidade, com teor
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo literário, político, esportivo, artístico, de
para físicos) nada mais é do que uma teoria amenidades etc. Segundo Muniz Sodré e
que explica os fenômenos gravitacionais. Por Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-
exemplo, por que a Terra gira em torno do -termo entre o jornalismo e a literatura: “do
Sol ou por que um buraco negro devora avi- primeiro, aproveita o interesse pela atuali-
damente luz e matéria. dade informativa, da segunda imita o pro-
Com a introdução da relatividade geral, a te- jeto de ultrapassar os simples fatos”. O pon-
oria da gravitação do físico britânico Isaac to comum entre a crônica e a notícia ou a
Newton (1642-1727) passou a ser um caso reportagem é que o cronista, assim como o
específico da primeira, para situações em que repórter, não prescinde do acontecimento.
massas são bem menores do que as das estre- Mas, ao contrário deste, ele “paira” sobre
las e em que a velocidade dos corpos é muito os fatos, “fazendo com que se destaque no
inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s). texto o enfoque pessoal (onde entram juízos
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 implícitos e explícitos) do autor”. Por outro
e de 1917), impressiona o fato de Einstein lado, o editorial difere da crônica, pelo fato
ter achado tempo para escrever uma peque- de que, nesta, o juízo de valor se confunde
na joia, “Teoria da Relatividade Especial e com os próprios fatos expostos, sem o dog-
Geral”, na qual populariza suas duas teo- matismo do editorial, no qual a opinião do
rias, incluindo a de 1905 (especial), na qual autor (representando a opinião da empresa
mostrara que, em certas condições, o espaço jornalística) constitui o eixo do texto.
pode encurtar, e o tempo, dilatar. (Dicionário de Comunicação, 1978.)
23
6. (Unesp) De acordo com o verbete, o tema de c) inexistência de critérios objetivos que per-
uma crônica se baseia em: mitam diferenciar qualitativamente as obras
a) juízos de valor. literárias.
b) anedotário popular. d) primazia da autonomia estética sobre o ca-
c) fatos pessoais. ráter de mercadoria intrínseco à indústria
d) eventos do cotidiano. cultural.
e) eventos científicos. e) qualidade culturalmente elitista atribuída
aos escritores de livros considerados best-
7. (Unesp) Segundo o verbete, uma caracterís- -sellers.
tica comum à crônica e à reportagem é:
a) a relação direta com o acontecimento. As questões 11 a 13 focalizam uma passagem
b) a interpretação do acontecimento. de um artigo de Cláudia Vassallo.
c) a necessidade de noticiar de acordo com a
ALIADAS OU CONCORRENTES
filosofia do jornal.
d) o desejo de informar realisticamente sobre o Alguns números: nos Estados Unidos, 60%
ocorrido. dos formados em universidades são mulhe-
e) o objetivo de questionar as causas sociais res. Metade das europeias que estão no mer-
dos fatos. cado de trabalho passou por universidades.
No Japão, as mulheres têm níveis semelhan-
8. (Unesp) O termo “dogmatismo”, no contexto tes de educação, mas deixam o mercado as-
do verbete, significa: sim que se casam e têm filhos. A tradição
a) desprezo aos acontecimentos da atualidade. joga contra a economia. O governo credita
b) obediência à constituição e às leis do país. parte da estagnação dos últimos anos à au-
c) ausência de ideologia nas manifestações de sência de participação feminina no merca-
opinião. do de trabalho. As brasileiras avançam mais
d) opiniões assumidas como verdadeiras e imu- rápido na educação. Atualmente, 12% das
táveis. mulheres têm diploma universitário – ante
e) conjunto de verdades religiosas. 10% dos homens. Metade das garotas de 15
entrevistadas numa pesquisa da OCDE1 dis-
se pretender fazer carreira em engenharia e
9. (Unesp) De acordo com o verbete, o editorial
ciências – áreas especialmente promissoras.
representa sempre:
[...]
a) o julgamento dos leitores.
Agora, a condição de minoria vai caindo por
b) a opinião do repórter.
terra e os padrões de comportamento come-
c) a crítica a um fato político.
çam a mudar. Cada vez menos mulheres es-
d) a resposta a outros veículos de comunicação.
tão dispostas a abdicar de sua natureza em
e) o ponto de vista da empresa jornalística.
nome da carreira. Não se trata de mudar a
essência do trabalho e das obrigações que
10. (Unesp) Escrever mal é difícil, declarou um
homens e mulheres têm de encarar. Não se
dos maiores escritores contemporâneos. Du-
trata de trabalhar menos ou ter menos ambi-
rante debate para divulgar seu romance O
ção. É só uma questão de forma. É muito pro-
homem que amava os cachorros, o cubano
vável que legisladores e empresas tenham
Leonardo Padura caçoou de autores de best-
de ser mais flexíveis para abrigar mulheres
-sellers. “Escrever livros como os de Paulo
de talento que não desistiram do papel de
Coelho e Dan Brown não é fácil, não há mui-
mãe. Porque, de fato, essa é a grande e única
tos Dan Browns que possam escrever um ro-
questão de gênero que importa.
mance tão horrível como O código Da Vinci,
Mais fortalecidas e mais preparadas, as mu-
que venda milhões de exemplares. Há que se
lheres terão um lugar ao sol nas empresas
saber fazer má literatura para poder escrever
do jeito que são ou desistirão delas, porque
um livro desses”.
serão capazes de ganhar dinheiro de outra
(VICTOR, Fábio. “Fazer má literatura é difícil, diz escritor
Leonardo Padura”. Folha de S.Paulo, 17.04.2014. Adaptado.)
forma. Há 8,3 milhões de empresas lideradas
por mulheres nos Estados Unidos – é o tipo
O comentário irônico do escritor acerca da de empreendedorismo que mais cresce no
qualidade literária justifica-se pela: país. De acordo com um estudo da EY2, o Bra-
a) condição de autonomia estética atribuída sil tem 10,4 milhões de empreendedoras, o
aos escritores citados na relação com o mer- maior índice entre as 20 maiores economias.
cado literário. Um número crescente delas tem migrado das
b) meticulosidade técnica necessária para es- grandes empresas para o próprio negócio. Os
crever livros prioritariamente condicionados fatos mostram: as empresas em todo o mun-
pelo mercado. do terão, mais cedo ou mais tarde, de decidir
24
se querem ter metade da população como Para responder às questões 14 e 15, leia o
aliada ou como concorrente. fragmento de um texto publicado, em 1867,
(Exame, outubro de 2013.) no semanário Cabrião.
1
OCDE: Organização para a Cooperação e De- São Paulo, 10 de março de 1867.
senvolvimento Econômico. Estamos em plena quaresma.
2
EY: Organização global com o objetivo de au- A população paulista azafama-se a preparar-
xiliar seus clientes a fortalecerem seus ne- -se para a lavagem geral das consciências nas
gócios ao redor do mundo. águas lustrais do confessionário e do jejum.
A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no
11. (Unesp) Em sua argumentação, a autora reve- mercado.
la que a importância da presença das mulhe- A carne, mísera condenada pelos santos con-
res em atividades empresariais se deve, entre cílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes
outros, a um motivo de ordem estatística: acatólicos da população, e desce quase a zero
a) elas revelam maior sensibilidade e uma in- na pauta dos preços.
tuição aguçada para os negócios. O que não sobe nem desce na escala dos
b) elas representam um contingente considerá- fatos normais é a vilania, a usura, o egoís-
vel de metade da população do mundo. mo, a estatística dos crimes e o montão de
c) elas são capazes, em comparação com os ho- fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios
mens, de acumular inúmeras tarefas. que precedem todas as contrições oficiais do
d) elas se formam em média com rendimento confessionário, e que depois delas continu-
maior que os homens nas universidades. am com imperturbável regularidade.
e) elas aumentam significativamente a produ- É o caso de desejar-se mais obras e menos
ção das empresas em que atuam. palavras.
E se não, de que é que serve o jejum, as ma-
12. (Unesp) No último parágrafo, focalizando o cerações, o arrependimento, a contrição e
mercado de trabalho mundial, a autora suge- quejandas religiosidades?
re que as grandes empresas atuais: O que é a religião sem o aperfeiçoamento
a) correm o risco de privilegiar o mercado fe- moral da consciência?
minino, se começarem a ser lideradas por O que vale a perturbação das funções gastro-
mulheres. nômicas do estômago sem consciência livre,
b) não admitem, em todo o mundo, a liderança ilustrada, honesta e virtuosa?
de mulheres. Seja como for, o fato é que a quaresma toma
c) precisam muito da liderança de mulheres, as rédeas do governo social, e tudo entris-
pois estas são atualmente mais capacitadas tece, e tudo esfria com o exercício de seus
que os homens. místicos preceitos de silêncio e meditação.
d) não precisam se preocupar com as mulheres, De que é que vale a meditação por ofício, a
pois o empreendedorismo destas é um fenô- meditação hipócrita e obrigada, que consiste
meno passageiro. unicamente na aparência?
e) poderão ter de enfrentar no futuro a concor- Pois o que é que constitui a virtude? É a for-
rência de empresas lideradas por mulheres. ma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua
feição ostensiva?
13. (Unesp) Desde o título do artigo, que é reto- Neste sentido, aconselhamos aos bons leito-
mado no último parágrafo, os argumentos da res que comutem sem o menor escrúpulo os
autora são motivados por um fato não referi- jejuns, as confissões e rezas em boas e santas
do de modo ostensivo, ou seja: ações, em esmolas aos pobres.
a) a boa empresária dificilmente conseguirá se (AGOSTINI, Ângelo; CAMPOS, Américo de; REIS, Antônio
tornar uma boa mãe. Manoel dos. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
b) as mulheres mostram melhor desempenho
* Iguaria constituída de brotos de abóbora
nas atividades domésticas.
guisados, geralmente servida como acompa-
c) as atividades empresariais ainda são domi-
nhamento de assados.
nadas por homens.
d) as empresas fazem grande esforço pela par-
ticipação de mulheres. 14. (Unesp) Pelo seu tema e desenvolvimento
e) o mercado ainda trata as mulheres mais argumentativo, o texto pode ser classificado
como consumidoras do que empreendedoras. como:
a) crítico.
b) lírico.
c) narrativo.
d) histórico.
e) épico.
25
15. (Unesp) Segundo os autores, os pecados de-
clarados no confessionário:
a) representam uma autorização para voltar a
pecar.
b) não tornam a ser cometidos pelos crentes.
c) deixam de ser pecados nas próximas vezes.
d) não são tão graves que mereçam confissão.
e) voltam a ser cometidos como sempre.
GABARITO
1. A 2. E 3. B 4. C 5. A
6. D 7. A 8. D 9. E 10. B
11. B 12. E 13. C 14. A 15. E
26
LITERATURA
Prescrição: A prova de Literatura do vestibular da Unesp não trabalha com leitura obrigatória de
obras pré-selecionadas. Por esse motivo, é essencial que o aluno mobilize conhecimentos de teoria
literária (escolas literárias) e de interpretação de gêneros textuais.
27
3. (Unesp) Em 1924, uma caravana formada Sorris? eu sou um louco. As utopias,
por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Os sonhos da ciência nada valem.
Tarsila do Amaral e o poeta franco-suíço A vida é um escárnio sem sentido,
Blaise Cendrars, entre outros, percorreu as Comédia infame que ensanguenta o lodo.
cidades históricas mineiras e acabou entran- Há talvez um segredo que ela esconde;
do para os anais do Modernismo. Mas esse a morte o sabe e o não revela.
O movimento deflagrado em 1922 estava se Os túmulos são mudos como o vácuo.
reconfigurando. Desde a primeira dor sobre um cadáver,
MARQUES, Ivan. “Trem da modernidade”. Revista de Quando a primeira mãe entre soluços
História da Biblioteca Nacional, fev. 2012. (Adaptado). Do filho morto os membros apertava
Ao ofegante seio, o peito humano
Entre as características da “reconfiguração” Caiu tremendo interrogando o túmulo...
do Modernismo, citada no texto, podemos E a terra sepulcral não respondia.
incluir:
(Poesias completas, 1962)
a) a politização do movimento, o resgate de
princípios estéticos do parnasianismo e o
indigenismo. 4. (Unesp) Do segundo ao último verso da pri-
b) a retomada da tradição simbolista, a defesa meira estrofe do poema, revelam-se caracte-
da internacionalização da arte brasileira e a rísticas marcantes do Romantismo:
valorização das tradições orais. a) conteúdos e desenvolvimentos bucólicos.
c) a incorporação da estética surrealista, o b) subjetivismo e imaginação criadora.
apoio ao movimento tenentista e a defesa c) submissão do discurso poético à musicalida-
do verso livre. de pura.
d) a defesa do socialismo, a crítica ao barroco d) observação e descrição meticulosa da reali-
brasileiro e a revalorização do mundo rural. dade.
e) a maior nacionalização do movimento, o de- e) concepção determinista e mecanicista da
clínio da influência futurista e o aumento da natureza.
preocupação primitivista.
É uma visão medonha uma caveira? “Junto a meu leito, com as mãos unidas,
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo. Olhos fitos no céu, cabelos soltos,
Foi a cabeça ardente de um poeta, Pálida sombra de mulher formosa
Outrora à sombra dos cabelos loiros. Entre nuvens azuis pranteia orando.
Quando o reflexo do viver fogoso É um retrato talvez. Naquele seio
Ali dentro animava o pensamento, Porventura sonhei doiradas noites.
Esta fronte era bela. Aqui nas faces Talvez sonhando desatei sorrindo
Formosa palidez cobria o rosto; Alguma vez nos ombros perfumados
Nessas órbitas – ocas, denegridas! – Esses cabelos negros, e em delíquio
Como era puro seu olhar sombrio! Nos lábios dela suspirei tremendo.
Foi-se minha visão. E resta agora
Agora tudo é cinza. Resta apenas Aquela vaga sombra na parede
A caveira que a alma em si guardava, – Fantasma de carvão e pó cerúleo,
Como a concha no mar encerra a pérola, Tão vaga, tão extinta e fumarenta
Como a caçoula a mirra incandescente. Como de um sonho o recordar incerto.”
Tu outrora talvez desses-lhe um beijo; AZEVEDO, Álvares de. VI parte de “Ideias íntimas”.
Por que repugnas levantá-la agora? In: CÂNDIDO, A.; CASTELLO, J.A. Presença
da literatura brasileira, vol. II, São Paulo:
Olha-a comigo! Que espaçosa fronte! Difusão Europeia do Livro, 1968, p. 26.
Quanta vida ali dentro fermentava,
Como a seiva nos ramos do arvoredo! a) Considerando os aspectos temáticos e for-
E a sede em fogo das ideias vivas mais do poema, pode-se vinculá-lo ao se-
Onde está? Onde foi? Essa alma errante gundo momento do movimento romântico
Que um dia no viver passou cantando, brasileiro, também conhecido como “geração
Como canta na treva um vagabundo, do spleen” ou “mal-do-século”.
Perdeu-se acaso no sombrio vento, b) A presença da mulher amada torna-se o
Como noturna lâmpada apagou-se? ponto central do poema. Isso é claramente
E a centelha da vida, o eletrismo manifestado pelas recordações do eu lírico,
Que as fibras tremulantes agitava marcado por um passado vivido, que sempre
Morreu para animar futuras vidas? volta em imagens e sonhos.
28
c) O texto reflete um articulado jogo entre o entendermos assim a literatura e orientar-
plano do imaginário e o plano real. Um dos mos dessa maneira o seu ensino, que ajuda
elementos, entre outros, que articula essa mais preciosa poderia encontrar o futuro es-
construção é a alternância dos tempos ver- tudante de direito ou de ciências políticas, o
bais presente/passado. futuro assistente social ou psicoterapeuta, o
d) Realidade e fantasia tornam-se a única rea- historiador ou o sociólogo? Ter como profes-
lidade no espaço da poesia lírica romântica, sores Shakespeare e Sófocles, Dostoievski e
gênero privilegiado dentro desse movimento. Proust não é tirar proveito de um ensino ex-
e) Apesar de utilizar decassílabo, esse poema cepcional? E não se vê que mesmo um futuro
possui o andamento próximo ao da prosa. médico, para exercer o seu ofício, teria mais
Esse aspecto formal é importante para in- a aprender com esses mesmos professores do
tensificar certo prosaísmo intimista da poe- que com os manuais preparatórios para con-
sia romântica. curso que hoje determinam o seu destino?
Assim, os estudos literários encontrariam o
Leia o texto a seguir para responder à ques-
seu lugar no coração das humanidades, ao
tão 6.
lado da história dos eventos e das ideias,
A LITERATURA EM PERIGO todas essas disciplinas fazendo progredir o
pensamento e se alimentando tanto de obras
A análise das obras feita na escola não deve-
quanto de doutrinas, tanto de ações políticas
ria mais ter por objetivo ilustrar os conceitos
quanto de mutações sociais, tanto da vida
recém-introduzidos por este ou aquele lin-
guista, este ou aquele teórico da literatura, dos povos quanto da de seus indivíduos.
quando, então, os textos são apresentados Se aceitarmos essa finalidade para o ensino
como uma aplicação da língua e do discur- literário, o qual não serviria mais unicamen-
so; sua tarefa deveria ser a de nos fazer ter te à reprodução dos professores de Letras, po-
acesso ao sentido dessas obras – pois postu- demos facilmente chegar a um acordo sobre
lamos que esse sentido, por sua vez, nos con- o espírito que o deve conduzir: é necessário
duz a um conhecimento do humano, o qual incluir as obras no grande diálogo entre os
importa a todos. Como já o disse, essa ideia homens, iniciado desde a noite dos tempos e
não é estranha a uma boa parte do próprio do qual cada um de nós, por mais ínfimo que
mundo do ensino; mas é necessário passar seja, ainda participa. “É nessa comunicação
das ideias à ação. Num relatório estabeleci- inesgotável, vitoriosa do espaço e do tempo,
do pela Associação dos Professores de Letras, que se afirma o alcance universal da literatu-
podemos ler: “O estudo de Letras implica o ra”, escrevia Paul Bénichou. A nós, adultos,
estudo do homem, sua relação consigo mes- nos cabe transmitir às novas gerações essa
mo e com o mundo, e sua relação com os herança frágil, essas palavras que ajudam a
outros.” Mais exatamente, o estudo da obra viver melhor.
remete a círculos concêntricos cada vez mais TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. 2 ed. Tradução
amplos: o dos outros escritos do mesmo au- de: Caio Meira. Rio de Janeiro: Difel, 2009, p. 89-94.
tor, o da literatura nacional, o da literatura
mundial; mas seu contexto final, o mais im- 6. (Unesp) Ter como professores Shakespeare
portante de todos, nos é efetivamente dado e Sófocles, Dostoievski e Proust não é tirar
pela própria existência humana. Todas as proveito de um ensino excepcional?
grandes obras, qualquer que seja sua origem, Esta questão levantada por Todorov, no con-
demandam uma reflexão dessa dimensão. texto do terceiro parágrafo, significa:
O que devemos fazer para desdobrar o sen- a) O conhecimento enciclopédico desses auto-
tido de uma obra e revelar o pensamento do res, manifestado em suas obras, equivale a
artista? Todos os “métodos” são bons, desde
um verdadeiro curso universitário.
que continuem a ser meios, em vez de se tor-
b) Por se tratar de autores de nacionalidades
narem fins em si mesmos. (...)
e épocas diferentes, a leitura de suas obras
(...)
traz conhecimentos importantes sobre seus
(...) Sendo o objeto da literatura a própria
condição humana, aquele que a lê e a com- respectivos países.
preende se tornará não um especialista em c) Esses autores escreveram com a intenção
análise literária, mas um conhecedor do ser fundamental de passar ensinamentos para
humano. Que melhor introdução à compre- seus contemporâneos e a posteridade.
ensão das paixões e dos comportamentos d) A leitura das obras desses autores, que fo-
humanos do que uma imersão na obra, dos calizam admiravelmente o homem e o hu-
grandes escritores que se dedicam a essa ta- mano, seria de excepcional utilidade para os
refa há milênios? E, de imediato: que melhor estudantes de relações humanas.
preparação pode haver para todas as pro- e) A leitura desses autores não acrescenta nada
fissões baseadas nas relações humanas? Se de excepcional ao ensino.
29
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA todos os estudantes de relações humanas
(“Assim, os estudos literários encontrariam
1. O poema “Noturno”, de João Cabral de Melo o seu lugar no coração das humanidades, ao
Neto, apresenta desarticulação do real, su- lado da história dos eventos e das ideias,
gestões oníricas com frases ditadas do pen- todas essas disciplinas fazendo progredir o
pensamento...”).
samento, na ausência de controle exercido
pela razão: “O mar soprava sinos/ os sinos
secavam as flores/ as flores eram cabeças
de santos”. A estilística da repetição, da re- GABARITO
dundância, o uso de anadiploses (repetição
da última palavra do verso no início do se- 1. A 2. C 3. E 4. B 5. B
guinte) e de anáforas (repetição da mesma
palavra no princípio de versos consecutivos) 6. D
revelam também a preocupação do poeta na
escolha da palavra exata e concreta, caracte-
rística marcante em toda a sua obra.
2. A referência ao “herói” como um ser entre
humano e mítico, que vai em busca de um
bem essencial e ao seu desejo de represen-
tar a “nossa gente”, permite deduzir que se
trata de Macunaíma, o herói sem caráter,
protagonista da obra homônima de Mário de
Andrade.
3. Em 1924, foi iniciado o movimento Pau-
-Brasil, por Oswald de Andrade; percebe-se,
a partir de então, maior preocupação dos ar-
tistas com o próprio Brasil (e a viagem des-
sa caravana às cidades históricas mineiras é
bastante proveitosa nesse sentido) em sua
versão primitivista: valoriza-se a arte popu-
lar em detrimento à vanguardista.
4. Este poema faz parte dos que foram agrega-
dos à primeira publicação da obra, em 1853.
As características mais marcantes do Ro-
mantismo, presentes nos versos citados, são
o subjetivismo e a imaginação criadora na
descrição feita pelo próprio eu lírico: “cabeça
ardente”, “Esta fronte era bela”, “Aqui nas
faces/ Formosa palidez cobria o rosto de um
poeta”, “Como era puro seu olhar sombrio!”.
5. Embora seja possível notar a presença da
mulher amada em alguns pontos do poema,
ela não é o “ponto central” do poema. Seus
elementos mais marcantes giram em torno
do jogo entre o plano do imaginário e o pla-
no real e a alternância dos tempos verbais.
Além disso, percebe-se que realidade e fan-
tasia tornam-se a única realidade no espa-
ço dessa poesia lírica romântica. É também
um poema que, apesar de trabalhar alguns
elementos formais, como o decassílabo, pos-
sui o andamento próximo ao da prosa, mo-
vimento que intensifica o tom de conversa
intimista da poesia romântica.
6. A pergunta retórica de Todorov é ilustrativa
da tese de que a literatura deve focar a aná-
lise do comportamento do ser humano nas
mais diversas circunstâncias e, assim, tor-
nar-se elemento de suma importância para
30
PRÁTICA DOS O poema, escrito por Gregório de Matos no
século XVII:
31
A ciência aplicada faz o possível para aviar a 5. (Unesp) De acordo com a crônica, o autor
encomenda a médio prazo. Já venceu a primei- acredita que a inseminação artificial apre-
ra etapa, com a inseminação artificial, que, de sentará uma consequência no sistema de va-
um lado, acelera a produtividade dos rebanhos lores familiares:
(resultado econômico) e, de outro, anestesia o a) anestesia do sentimento filial.
sentimento filial (resultado moral). b) negação do poder de Deus.
O ser humano concebido por esse processo c) valorização da figura paterna.
tanto pode considerar-se filho de dois pais d) divinização da ciência.
como de nenhum. Em fase mais evoluída, o e) quebra das leis da natureza.
chamado bebê de proveta dispensará a in-
cubação em ventre materno, desenvolven- 6. (Unesp) Pai? Mito do passado.
do-se sob condições artificiais plenamente Esta pergunta e sua resposta, de acordo com
satisfatórias. Nenhum vínculo de memória, o conteúdo da crônica, sintetizam um dos ar-
gratidão, amor, interesse, costume – direi gumentos que, aparentemente, fundamenta-
mesmo: de ressentimento ou ódio – o ligará ra o projeto:
a qualquer pessoa responsável por seu apa- a) a autoridade dos filhos sobre os pais foi a
recimento. O sêmen, anônimo, obtido por base da civilização.
masturbação profissional e recolhido ao ban- b) a figura paterna é necessária à sociedade.
co especializado, por sua vez cederá lugar ao c) a mãe educa melhor o filho para a vida real.
gerador sintético, extraído de recursos da d) a estrutura familiar não foi descrita em mi-
natureza vegetal e mineral. Estará abolida, tos e lendas.
assim, qualquer participação consciente do e) a função do pai é hoje ultrapassada e dis-
homem e da mulher no preparo e formação pensável.
de uma unidade humana. Esta será produzi-
da sob critérios políticos e econômicos tecni- 7. (Unesp) Com ironia e fingida concordância, o
camente estabelecidos, que excluem a inútil cronista afirma que o resultado final do pro-
e mesmo perturbadora intromissão do casal. jeto encomendado à ciência aplicada será:
Pai? Mito do passado. a) a prova de que a ciência é mais poderosa que
Aparentemente, tal projeto parece coinci- qualquer divindade.
dir com a tendência, acentuada nos últimos b) o monopólio genético, com um só país pro-
anos, de se contestar a figura tradicional do duzindo a população.
pai. Eliminando-se a presença incômoda, c) a eliminação das diferenças culturais no pla-
ter-se-ia realizado o ideal de inúmeros jo- neta.
vens que se revoltam contra ela – o pai de d) a exclusão dos pais na geração de bebês.
família e o pai social, o governo, a lei – e e) a criação de androides, que substituirão os
aspiram à vida isenta de compromissos com seres humanos.
valores do passado.
Julgo ilusória esta interpretação. O projeto As questões 8 a 10 tomam por base um frag-
tecnológico de eliminação do pai vai longe mento da crônica “Letra de canção e poesia“,
demais no caminho da quebra de padrões. A de Antonio Cicero.
meu ver, a insubmissão dos filhos aos pais é Como escrevo poemas e letras de canções,
fenômeno que envolve novo conceito de re- frequentemente perguntam-me se acho que
lações, e não ruptura de relações. as letras de canções são poemas. A expressão
(De notícias e não notícias faz-se a crônica, 1975) “letra de canção” já indica de que modo essa
questão deve ser entendida, pois a palavra
4. (Unesp) Com o termo unidade humana, em- “letra” remete à escrita. O que se quer saber
pregado no penúltimo período do terceiro é se a letra, separada da canção, constitui
parágrafo, Drummond sugere que: um poema escrito.
a) cada ser humano será como um produto in- “Letra de canção é poema?” Essa formulação
dustrial qualquer. é inadequada. Desde que as vanguardas mos-
b) cada indivíduo já nascerá como um democra- traram que não se pode determinar a prio-
ta por natureza. ri quais são as formas lícitas para a poesia,
c) não haverá diferença de sexo entre as pessoas. qualquer coisa pode ser um poema. Se um
d) os homens se tornarão solidários e dotados poeta escreve letras soltas na página e diz
de livre arbítrio. que é um poema, quem provará o contrário?
e) a população mundial agirá como se fosse um Neste ponto, parece-me inevitável introdu-
só ser. zir um juízo de valor. A verdadeira questão
parece ser se uma letra de canção é um bom
poema. Entretanto, mesmo esta última per-
gunta ainda não é suficientemente precisa,
32
pois pode estar a indagar duas coisas distin- 10. (Unesp) Com o conceito expresso pelo termo
tas: 1) Se uma letra de canção é necessaria- autotélico, o cronista considera que:
mente um bom poema; e 2) Se uma letra de a) o poema, quando escrito, já tem implícita
canção é possivelmente um bom poema. uma possível canção.
Quanto à primeira pergunta, é evidente que b) uma canção é boa ou má segundo o gosto
deve ter uma resposta negativa. Nenhum poe- predominante na época.
ma é necessariamente um bom poema; nenhum c) um poema é um objeto dotado de sua pró-
texto é necessariamente um bom poema; logo, pria finalidade.
nenhuma letra é necessariamente um bom poe- d) tanto letra quanto música são dotadas de
ma. Mas talvez o que se deva perguntar é se uma sua própria finalidade.
boa letra é necessariamente um bom poema. e) a letra de uma canção pode funcionar sozi-
Ora, também a essa pergunta a resposta é nega- nha ou com a música.
tiva. Quem já não teve a experiência, em relação
a uma letra de canção, de se emocionar com ela Leia o texto a seguir para responder às ques-
ao escutá-la cantada e depois considerá-la insí- tões 11 a 14.
pida, ao lê-la no papel, sem acompanhamento UMA CAMPANHA ALEGRE, IX
musical? Não é difícil entender a razão disso.
Um poema é um objeto autotélico, isto é, ele Há muitos anos que a política em Portugal
tem o seu fim em si próprio. Quando o jul- apresenta este singular estado:
gamos bom ou ruim, estamos a considerá-lo Doze ou quinze homens, sempre os mesmos,
independentemente do fato de que, além de alternadamente possuem o Poder, perdem o
ser um poema, ele tenha qualquer utilidade. Poder, reconquistam o Poder, trocam o Po-
O poema se realiza quando é lido: e ele pode der... O Poder não sai duns certos grupos,
ser lido em voz baixa, interna, aural. como uma pela* que quatro crianças, aos
Já uma letra de canção é heterotélica, isto é, quatro cantos de uma sala, atiram umas às
ela não tem o seu fim em si própria. Para que outras, pelo ar, num rumor de risos.
a julguemos boa, é necessário e suficiente que Quando quatro ou cinco daqueles homens es-
ela contribua para que a obra lítero-musical de tão no Poder, esses homens são, segundo a
que faz parte seja boa. Em outras palavras, se opinião, e os dizeres de todos os outros que
uma letra de canção servir para fazer uma boa lá não estão – os corruptos, os esbanjadores
canção, ela é boa, ainda que seja ilegível. E a le- da Fazenda, a ruína do País!
tra pode ser ilegível porque, para se estruturar, Os outros, os que não estão no Poder, são,
para adquirir determinado colorido, para ter os segundo a sua própria opinião e os seus jor-
sons ou as palavras certas enfatizadas, ela de- nais – os verdadeiros liberais, os salvadores
pende da melodia, da harmonia, do ritmo, do da causa pública, os amigos do povo, e os
tom da música à qual se encontra associada. interesses do País.
(Folha de S.Paulo, 16 jun. 2007) Mas, coisa notável! – os cinco que estão no
Poder fazem tudo o que podem para conti-
8. (Unesp) No primeiro parágrafo de sua crô- nuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a
nica, Antonio Cicero apresenta como indaga- ruína do País, durante o maior tempo possí-
ção central: vel! E os que não estão no Poder movem-se,
a) A literatura é superior ou inferior à música? conspiram, cansam-se, para deixar de ser o
b) Primeiro veio a letra e depois a música, ou mais depressa que puderem – os verdadeiros
ao contrário? liberais, e os interesses do País!
c) A letra, divorciada da música, é um poema? Até que enfim caem os cinco do Poder, e
d) Numa canção, o que vale mais: partitura ou os outros, os verdadeiros liberais, entram
execução? triunfantemente na designação herdada de
e) Poema e música são artes distintas ou cons- esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em
tituem a mesma arte? tanto que os que caíram do Poder se resig-
nam, cheios de fel e de tédio – a vir a ser os
9. (Unesp) Sobre a qualidade da canção, o cro- verdadeiros liberais e os interesses do País.
nista acredita que: Ora como todos os ministros são tirados deste
a) qualquer poema que se escreva funcionará grupo de doze ou quinze indivíduos, não há
bem com a música. nenhum deles que não tenha sido por seu tur-
b) combinar letra e música é pura questão de no esbanjador da Fazenda e ruína do País...
sorte. Não há nenhum que não tenha sido demi-
c) uma letra em nada contribui para a qualida- tido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas
de da canção. acusações mais graves e pelas votações mais
d) uma boa canção é resultado de boa música e hostis...
de boa letra. Não há nenhum que não tenha sido julgado
e) a música sem a letra se torna descolorida e
incapaz de dirigir as coisas públicas – pela
insossa.
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Imprensa, pela palavra dos oradores, pelas c) a defesa de boas ideias frequentemente leva
incriminações da opinião, pela afirmativa à renúncia.
constitucional do poder moderador... d) os políticos honestos sofrem acusações e
E todavia serão estes doze ou quinze indi- perseguições dos desonestos.
víduos os que continuarão dirigindo o País, e) todos os políticos se equivalem pelos desvios
neste caminho em que ele vai, feliz, abun- da ética.
dante, rico, forte, coroado de rosas, e num
chouto** tão triunfante! Leia o texto a seguir para responder às ques-
Eça de Queirós. Obras. Porto: Lello & Irmão-Editores, s/d.
tões 15 a 18.
(*) Pela: bola ELEGIA NA MORTE DE CLODOALDO PEREI-
(**) Chouto: trote miúdo RA DA SILVA MORAES, POETA E CIDADÃO
A morte chegou pelo interurbano em longas
11. (Unesp) Considere as frases com relação ao
espirais metálicas.
que se afirma na crônica de Eça de Queirós:
Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe,
I. Os que estão no poder não querem sair e
viúva.
os que não estão querem entrar.
De repente não tinha pai.
II. Quando um partido ético está no poder,
No escuro de minha casa em Los Angeles
tudo fica melhor.
procurei recompor tua lembrança
III.Os governantes são bons e éticos, mas vi-
Depois de tanta ausência. Fragmentos da in-
vem a trocar acusações infundadas.
fância
IV. Os políticos que estão fora do poder jul-
Boiaram do mar de minhas lágrimas. Vi-me
gam-se os melhores eticamente para go-
eu menino
vernar.
Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna
As frases que representam a opinião do cro-
Tinham-se apenas acendido os lampiões a
nista estão contidas apenas em:
gás, e a clarineta
a) I e II.
De Augusto geralmente procrastinava a tar-
b) I e III.
de.
c) I e IV.
Era belo esperar-te, cidadão. O bondinho
d) I, II e III.
Rangia nos trilhos a muitas praias de dis-
e) II, III e IV.
tância
12. (Unesp) Considerando que o último parágra- Dizíamos: “Ê-vem meu pai!”. Quando a curva
fo do fragmento representa uma ironia do Se acendia de luzes semoventes*, ah, corrí-
cronista, seu significado contextual é: amos
a) Portugal vai muito bem, apesar de seus maus Corríamos ao teu encontro. A grande coisa
governantes. era chegar antes
b) A alternância dos grupos no poder faz bem Mas ser marraio** em teus braços, sentir por
ao país. último
c) O país experimenta um progresso vertiginoso. Os doces espinhos da tua barba.
d) O país vai mal em todos os sentidos. Trazias de então uma expressão indizível de
e) Portugal não se importa com seus políticos. fidelidade e paciência
Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da
13. (Unesp) ...cheios de fel e de tédio... doçura
Nesta passagem do sexto parágrafo, o cro- De quem se deixou ser. Teus ombros possan-
nista se utiliza figuradamente da palavra fel tes
para significar: Se curvavam como ao peso da enorme poesia
a) rancor. Que não realizaste. O barbante cortava teus
b) eloquência. dedos
c) esperança. Pesados de mil embrulhos: carne, pão, uten-
d) medo. sílios
e) saudade. Para o cotidiano (e frequentemente o binó-
culo
14. (Unesp) Não há nenhum que não tenha sido Que vivias comprando e com que te deixavas
demitido, ou obrigado a pedir a demissão, horas inteiras
pelas acusações mais graves e pelas votações Mirando o mar). Dize-me, meu pai
mais hostis... Que viste tantos anos através do teu óculo
Com esta frase, o cronista afirma que: de alcance
a) a atividade política está sempre sujeita a Que nunca revelaste a ninguém?
acusações descabidas. Vencias o percurso entre a amendoeira e a
b) é altamente honroso, em certos casos, demi- casa como o atleta exausto no último lance
tir-se para evitar males ao estado. da maratona.
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Te grimpávamos. Eras penca de filho. Jamais 15. (Unesp) Compare o conteúdo das frases a
Uma palavra dura, um rosnar paterno. En- seguir com o que o eu poemático afirma no
travas a casa humilde poema.
A um gesto do mar. A noite se fechava I. A notícia da morte do pai chegou por te-
Sobre o grupo familial como uma grande lefone.
porta espessa. II. O falecimento foi informado pela primo-
* gênita.
III.A morte do pai provocou reminiscências
Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixa- da infância.
vas-te olhando o mar IV. Apesar de não ter sido um bom pai, o fi-
Com mirada de argonauta. Teus pequenos lho perdoa e sente saudades.
olhos feios
As frases que correspondem ao que é efeti-
Buscavam ilhas, outras ilhas... – as imacula-
vamente expresso no poema estão contidas
das, inacessíveis
apenas em:
Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia
a) I e II.
aportar
b) I e III.
E trazer – depositar aos pés da amada as
joias fulgurantes c) I e IV.
Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre d) I, II e III.
eles e) II, III e IV.
Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi,
comandante 16. (Unesp) Marque a alternativa cujo verso con-
Comandar, batido de ventos, perdido na fos- tém um pleonasmo, ou seja, uma redundân-
forência cia de termos com bom efeito estilístico.
De vastos e noturnos oceanos a) De repente não tinha pai.
Sem jamais. b) Rangia nos trilhos a muitas praias de distân-
cia...
*
c) Se curvavam como ao peso da enorme poe-
Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste sia.
A suprema pobreza: o dom da poesia, e a ca- d) Sobre o grupo familial como uma grande
pacidade de amar porta espessa.
Em silêncio. Foste um pobre. Mendigavas e) Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste.
nosso amor
Em silêncio. Foste um no lado esquerdo. Mas 17. (Unesp) Partiste um dia/ Para um brasil
Teu amor inventou. Financiaste uma lancha além, garimpeiro sem medo e sem mácula.
Movida a água: foi reta para o fundo. O emprego da palavra brasil com inicial mi-
Partiste um dia núscula, no poema de Vinicius, tem a se-
Para um brasil além, garimpeiro sem medo guinte justificativa:
e sem mácula. a) O eu poemático se serve da inicial minúscula
Doze luas voltaste. Tua primogênita – diz- para menosprezar o país.
-se – b) Empregar um nome próprio com inicial mi-
Não te reconheceu. Trazias grandes barbas e núscula era comum entre os modernistas.
pequenas águas-marinhas. c) O eu poemático emprega “brasil” como me-
(...) táfora de “paraíso”, onde crê estar a alma de
Vinicius de Moraes. Antologia poética. 11 ed. Rio seu pai.
de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 180-181. d) O emprego da inicial maiúscula em nomes de
países é facultativo.
(*) Semovente: “Que ou o que anda ou se
e) Na acepção em que é empregada no texto, a
move por si próprio.”
palavra “brasil” é um substantivo comum.
(**) Marraio: “No gude e noutros jogos, pa-
lavra que dá, a quem primeiro a grita, o di- 18. (Unesp) Quando a curva/ Se acendia de luzes
reito de ser o último a jogar.” semoventes [...]
(***) Provecto: “Que conhece muito um as- Esta imagem significa, nos versos em que
sunto ou uma ciência, experiente, versado, surge:
mestre.” a) o mar ao longe refletia as luzes da cidade.
(Dicionário Eletrônico Houaiss)
b) o bonde se aproximava todo iluminado.
c) a lua despontava no horizonte, trêmula e
brilhante.
d) as luzes dos postes se acendiam, ao anoitecer.
e) a curvatura do céu todo estrelado aparecia à
noite.
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Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744- 20. (Unesp) A leitura atenta deste poema do li-
1810), para responder às questões 19 e 20. vro Marília de Dirceu revela que o eu lírico:
18 a) sente total desânimo perante a existência e
Não vês aquele velho respeitável, os sentimentos.
que à muleta encostado, b) aceita com resignação a velhice e a morte
apenas mal se move e mal se arrasta? amenizadas pelo amor.
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, c) está em crise existencial e não acredita na
o tempo arrebatado, durabilidade do amor.
que o mesmo bronze gasta! d) protesta ao Criador pela precariedade da
Enrugaram-se as faces e perderam existência humana.
seus olhos a viveza: e) não aceita de nenhum modo o envelheci-
voltou-se o seu cabelo em branca neve; mento e prefere morrer ainda jovem.
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
As questões 21 a 23 tomam por base uma
nem tem uma beleza
das belezas que teve. passagem do romance regionalista Vidas se-
cas, de Graciliano Ramos (1892-1953).
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos, CONTAS
que o ímpio tempo para todos corre. Fabiano recebia na partilha a quarta parte
Os dentes cairão e os meus cabelos. dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como
Ah! sentirei os danos, não tinha roça e apenas se limitava a semear
que evita só quem morre. na vazante uns punhados de feijão e milho,
Mas sempre passarei uma velhice comia da feira, desfazia-se dos animais, não
muito menos penosa. chegava a ferrar um bezerro ou assinar a
Não trarei a muleta carregada, orelha de um cabrito.
descansarei o já vergado corpo Se pudesse economizar durante alguns me-
na tua mão piedosa, ses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Toli-
na tua mão nevada. ce, quem é do chão não se trepa. Consumidos
os legumes, roídas as espigas de milho, re-
As frias tardes, em que negra nuvem corria à gaveta do amo, cedia por preço baixo
os chuveiros não lance, o produto das sortes.
irei contigo ao prado florescente: Resmungava, rezingava, numa aflição, ten-
aqui me buscarás um sítio ameno, tando espichar os recursos minguados, en-
onde os membros descanse, gasgava-se, engolia em seco. Transigindo
e ao brando sol me aquente. com outro, não seria roubado tão descarada-
Apenas me sentar, então, movendo mente. Mas receava ser expulso da fazenda.
os olhos por aquela E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conse-
vistosa parte, que ficar fronteira, lhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo.
apontando direi: — Ali falamos, Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço
ali, ó minha bela, inchando. De repente estourava:
te vi a vez primeira. — Conversa. Dinheiro anda num cavalo e
ninguém pode viver sem comer. Quem é do
Verterão os meus olhos duas fontes, chão não se trepa.
nascidas de alegria; Pouco a pouco o ferro do proprietário quei-
farão teus olhos ternos outro tanto; mava os bichos de Fabiano. E quando não
então darei, Marília, frios beijos tinha mais nada para vender, o sertanejo
na mão formosa e pia, endividava-se. Ao chegar a partilha, estava
que me limpar o pranto. encalacrado, e na hora das contas davam-lhe
Assim irá, Marília, docemente uma ninharia.
meu corpo suportando Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano
do tempo desumano a dura guerra. ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou
Contente morrerei, por ser Marília a transação meio apalavrada e foi consultar
a mulher. Sinha Vitória mandou os meni-
quem, sentida, chorando
nos para o barreiro, sentou-se na cozinha,
meus baços olhos cerra.
concentrou-se, distribuiu no chão sementes
Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias.
de várias espécies, realizou somas e dimi-
Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1982.
nuições. No dia seguinte Fabiano voltou à
19. (Unesp) No conteúdo da quinta estrofe do cidade, mas ao fechar o negócio notou que
poema encontramos uma das características as operações de Sinha Vitória, como de cos-
mais marcantes do Arcadismo. tume, diferiam das do patrão. Reclamou e
a) Paisagem bucólica obteve a explicação habitual: a diferença era
b) Pessimismo irônico proveniente de juros.
c) Conflito dos elementos naturais Não se conformou: devia haver engano.
d) Filosofia moral Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeita-
e) Desencanto com o amor mente que era bruto, mas a mulher tinha
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miolo. Com certeza havia um erro no papel 23. (Unesp) Identifique, entre os quatro exem-
do branco. Não se descobriu o erro, e Fa- plos extraídos do texto, aqueles que se apre-
biano perdeu os estribos. Passar a vida in- sentam em discurso indireto livre:
teira assim no toco, entregando o que era I. Fabiano recebia na partilha a quarta par-
dele de mão beijada! Estava direito aqui- te dos bezerros e a terça dos cabritos.
lo? Trabalhar como negro e nunca arranjar II. — Conversa. Dinheiro anda num cavalo e
carta de alforria! ninguém pode viver sem comer.
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, III.Estava direito aquilo? Trabalhar como ne-
achou bom que, o vaqueiro fosse procurar gro e nunca arranjar carta de alforria!
serviço noutra fazenda. IV. Não era preciso barulho não.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. a) I e II.
Bem, bem. b) II e III.
Não era preciso barulho não. Se havia dito c) III e IV.
palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, d) I, II e III.
não fora ensinado. Atrevimento não tinha, e) II, III e IV.
conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar
questão com gente rica? Bruto, sim senhor,
mas sabia respeitar os homens. Devia ser
ignorância da mulher, provavelmente devia
GABARITO
ser ignorância da mulher. Até estranhara as
contas dela. Enfim, como não sabia ler (um 1. A 2. A 3. B 4. A 5. A
bruto, sim senhor), acreditara na sua velha.
6. E 7. D 8. C 9. D 10. C
Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.
Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: 11. C 12. D 13. A 14. E 15. B
Livraria Martins Editora, 1974.
16. E 17. E 18. B 19. A 20. B
21. (Unesp) Quem é do chão não se trepa.
Fabiano emprega duas vezes este provérbio 21. B 22. A 23. C
para retratar com certo determinismo sua
situação, que ele considera impossível de ser
mudada. Há outros que poderiam ser utiliza-
dos para retratar essa atitude de desânimo
ante algo que parece irreversível.
Na relação de provérbios abaixo, aponte aque-
le que não poderia substituir o empregado
por Fabiano, em virtude de não corresponder
àquilo que a personagem queria significar.
a) Quem nasce na lama morre na bicharia.
b) Quem semeia ventos colhe tempestades.
c) Quem nasceu pra tostão não chega a milhão.
d) Quem nasceu pra ser tatu morre cavando.
e) Os paus, uns nasceram para santos, outros
para tamancos.
37
INGLÊS
1. (Unesp) O trecho “Isn’t genetic engineering Leia o texto a seguir para responder às ques-
amazing?” sugere que a mulher: tões 3 e 4.
a) critica os animais geneticamente modifica- GM wheat no more pest-resistant
dos. than ordinary crops, trial shows
b) prefere produtos tradicionais, mesmo que
sejam geneticamente manipulados. GM wheat designed to repel aphids is no more
c) aprova o produto da engenharia genética. effective at repelling the bugs than standard
d) desconhece qual ave é o Turkipede. varieties a major field trial has revealed.
e) servirá ao marido o seu prato favorito.
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has found the crop is no better protected Examine o quadrinho para responder à ques-
against the pests than conventional wheat. tão 5.
The results come from two years of trials that
compared aphid attacks on standard wheat
plants with those suffered by a GM version
modified to release a natural aphid repellent.
Scientists created the GM wheat strain in the
hope that it would deter aphids, which devour
the crops and can leave them with infections.
They modified the wheat to produce a natural
pheromone which aphids release when under
attack from predators. The “aphid alarm”
makes the bugs flee to safety. Aphids are not the
only organisms that release the odour though.
More than 400 plants have evolved to secrete
the same substance, called E-betafarnesene,
or EBF, including peppermint. The chemical
doubles up as an attractant for some insects
that kill aphids, such as parasitic wasps.
Prior to the field trial, lab tests at Rothamsted
found that the pheromone worked as a highly-
effective aphid repellent. The work bolstered 5. (Unesp) No contexto do quadrinho, o termo
researchers’ hopes that the trial would “can” indica uma ideia de:
demonstrate the crop’s resilience against a) habilidade.
aphids in the wild. An aphid-resistant wheat b) conhecimento.
crop could have huge benefits for farmers and c) pedido.
the environment because the plants would no d) obrigação.
longer need to be sprayed with insecticides. e) certeza.
“The disappointing thing is that when we
tested it in the field, we didn’t find any
significant reduction in aphid settlement in RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
the test plots,” said Toby Bruce, who worked
on the trial. Details of the trial are published 1. O texto pode ser entendido como “A enge-
in the journal Scientific Reports. nharia genética não é incrível? Dois anos
Adaptado de: <www.theguardian.com>.
atrás quem teria imaginado uma coisa como
o Turkipede (peru com várias patas)?“.
3. (Unesp) O objetivo do experimento com tri- 2. Os modais “should“ e “ought to“ podem ser
go geneticamente modificado foi: considerados como sinônimos nesse caso,
a) reproduzir em laboratório as condições aná- pois transmitem a ideia de sugestão, conse-
logas às encontradas em campo. lho. A frase em destaque pode ser entendida
b) corrigir, em condições naturais, as falhas en- como “todos os alimentos modificados gene-
contradas em testes de laboratório. ticamente deveriam ser analisados antes de
serem permitidos no mercado”.
c) fazer com que o trigo GM evitasse a infesta-
ção por afídeos. 3. O texto coloca: “A major field trial of GM
d) comparar o desempenho de plantações de wheat that is designed to repel aphids (small
trigo GM ao de plantações borrifadas com insects) has found the crop is no better
inseticidas. protected against the pests than conventional
e) criar um repelente de insetos que poderia wheat” (Um grande experimento com trigo
ser usado em outras plantações. geneticamente modificado que é criado
para afastar afídeos – pequenos insetos –
descobriu que o produto não possui maior
4. (Unesp) The field tests with the GM wheat
proteção contra pestes do que o trigo
proved ineffective because:
convencional).
a) the crop was environmentally unsafe.
b) the wheat was infected by EBF. 4. Os experimentos com o trigo geneticamente
c) they did not display the expected outcome. modificado provaram ser ineficientes porque
d) insecticides could be replaced by pheromones. “eles não exibiram o resultado esperado”.
e) the EBF pheromone acted as an actual aphid O texto coloca: “The disappointing thing is
that when we tested it in the field, we didn’t
repellent.
find any significant reduction in aphid
settlement in the test plots” (O aspecto
40
decepcionante é que quando nós o testamos
[o trigo geneticamente modificado], nós não PRÁTICA DOS
achamos nenhuma redução significativa na
disposição dos afídeos nas áreas testadas). CONHECIMENTOS - E.O.
5. O modal verb “can“ está sendo usado com Leia o texto a seguir para responder à ques-
a ideia de pedido. A criança fala para sua tão 1.
mãe: “Ao invés de ler um livro, podemos ler
tweets?”. Pediatric group advises
parents to read to kids
June 26, 2014
41
education and it seems the timing might The type of inequality that currently
be just right as more and more parents are characterizes the world’s economies is unlike
leaning on screens and electronic gadget anything seen in recent years, the report
to occupy their babies. “The reality of explained. “Between 2002 and 2010 the
today’s world is that we’re competing with total wealth of the poorest half of the world
portable digital media,” Dr. Alanna Levine, in current U.S. dollars had been increasing
a pediatrician in Orangeburg, N.Y., told The more or less at the same rate as that of
New York Times. “So you really want to arm billionaires,” it said. “However since 2010, it
parents with tools and rationale behind has been decreasing over that time.”
it about why it’s important to stick to the Winnie Byanyima, the charity’s executive
basics of things like books.” director, noted in a statement that more
Adaptado de: <http://blog.seattlepi.com>. than a billion people lived on less thana day.
“Do we really want to live in a world where
1. (Unesp) No trecho do segundo parágrafo the 1 percent own more than the rest of us
“which, in turn, builds language”, a expres- combined?” Ms. Byanyima said. “The scale of
são em destaque equivale, em português, a: global inequality is quite simply staggering.”
a) ao retornar. Investors with interests in finance, insurance
b) nas idas e vindas. and health saw the biggest windfalls, Oxfam
c) por sua vez. said. Using data from Forbes magazine’s list
d) ao dar reviravoltas. of billionaires, it said those listed as having
e) ao se desviar. interests in the pharmaceutical and health
care industries saw their net worth jump
Leia o texto a seguir para responder às ques- by 47 percent. The charity credited those
tões 2 a 5. individuals’ rapidly growing fortunes in part
to multimillion-dollar lobbying campaigns to
Oxfam study finds richestis likely to
protect and enhance their interests.
control half of global wealth by 2016
Adaptado de: <www.nytimes.com>.
January 19, 2015
2. (Unesp) No trecho do terceiro parágrafo
“However since 2010, it has been decreasing
over that time.”, o termo “however” pode ser
substituído, sem alteração de sentido, por:
a) meanwhile.
b) like.
c) then.
d) but.
e) so.
42
5. (Unesp) No contexto do último parágrafo, o genuinely dedicated to making a difference
sentido do termo “windfalls” em “Investors and those that are using a green curtain to
with interests in finance, insurance and conceal dark motives.”
health saw the biggest windfalls” equivale, Greenpeace launched its Stop Greenwash
em português, a: campaign in 2009 to call out bad actors
a) avaliações. and help consumers make better choices.
b) turbulências econômicas. The most common greenwashing strategy,
c) flutuações cambiais. the group says, is when a company touts
d) depreciações. an environmental program or product while
e) ganhos rápidos. its core business is inherently polluting or
unsustainable.
6. (Unesp) Examine a tira. Another involves what Greenpeace calls “ad
bluster”: using targeted advertising or public
relations to exaggerate a green achievement
so as to divert attention from actual
environmental problems – or spending more
money bragging about green behavior than on
actual deeds. In some cases, companies may
boast about corporate green commitments
No segundo quadrinho da tira, a expressão while lobbying behind the scenes against
“that sort of thing“ refere-se a: environmental laws.
a) working great. Greenpeace also urges vigilance about green
b) styrofoam cups. claims that brag about something the law
c) paper cups. already requires: “For example, if an industry
d) the sort of company. or company has been forced to change a
e) help the planet. product, clean up its pollution or protect
an endangered species, then uses Public
Leia o texto a seguir para responder às ques- Relations campaigns to make such action
tões 7 e 8. look proactive or voluntary.”
For consumers, the best way to avoid getting
How can consumers find out if “greenwashed” is to be educated about who
a corporation is “greenwashing” is truly green and who is just trying to look
environmentally unsavory practices? that way to make more money. Look beyond
advertising claims, read ingredient lists or
ask employees about the real information on
their company’s environmental commitment.
Also, look for labels that show if a given
offering has been inspected by a reliable
third-party. For example, the U.S. Department
of Agriculture’s Certified Organic label can
only go on products that meet the federal
In essence, greenwashing involves falsely government’s organic standard. Just because
conveying to consumers that a given a label says “made with organic ingredients”
product, service, company or institution or “all-natural” does not mean the product
factors environmental responsibility into qualifies as Certified Organic, so be sure to
its offerings and/or operations. CorpWatch, look beyond the hype.
a non-profit organization dedicated to (www.scientificamerican.com. Adaptado.)
keeping tabs on the social responsibility
(or lack thereof) of U.S.-based companies, 7. (Unesp) Segundo o texto, uma das estra-
characterizes greenwashing as “the tégias usadas pelas empresas para praticar
phenomena of socially and environmentally ”greenwashing” é:
destructive corporations, attempting to a) o uso de atores de televisão e de pessoas
preserve and expand their markets or power famosas para promover seus produtos.
by posing as friends of the environment.” b) a alegação de que seus produtos são saudá-
One of the groups leading the charge against veis e fazem a diferença.
greenwashing is Greenpeace. “Corporations c) a redução das atividades poluidoras com in-
are falling all over themselves,” reports vestimentos em energia de fontes renováveis.
the group, “to demonstrate that they are d) a divulgação de que estão contribuindo para
environmentally conscious. The average o meio ambiente ao apenas cumprir a lei.
citizen is finding it more and more difficult to e) a utilização da cor verde nas embalagens de
tell the difference between those companies seus produtos para simbolizar a natureza.
43
8. (Unesp) O trecho do último parágrafo year by 2025 – an increase of 70 percent.
”Look beyond advertising claims, read Managing waste will also become more
ingredient lists or ask employees about expensive. Expenditures that today total
the real information on their company’s $205 billion will grow to $375 billion. The
environmental commitment. Also, look for cost impacts will be most severe in low
labels that show if a given offering has income countries already struggling to
been inspected by a reliable third-party.” meet basic social and infrastructure needs,
apresenta: particularly for their poorest residents.
a) recomendações para o consumidor não ser Because it is such a major issue, waste
enganado em relação a produtos e empresas management also represents a great
supostamente “verdes”. opportunity for cities. Managed well, solid
b) exigências que devem ser feitas às empresas waste management practices can reduce
pelos consumidores conscientes da necessi- greenhouse gas emission levels in a city,
dade de preservar o ambiente. including short-lived climate pollutants that
c) assuntos que devem ser discutidos tanto por are far more potent than carbon dioxide.
empresas como por consumidores em geral. A city’s ability to keep solid waste out of
d) encaminhamentos a serem feitos ao Depar- drainage ditches can also influence whether
tamento de Agricultura dos Estados Unidos. a neighborhood floods after a heavy storm.
e) comportamentos a serem adotados por uma Adaptado de: <www.worldbank.org>.
pessoa adepta do “greenwashing”.
9. (Unesp) No trecho do último parágrafo
Leia o texto a seguir para responder à ques- ”A city’s ability to keep solid waste out of
tão 9. drainage ditches can also influence whether
Urban Development – So- a neighborhood floods after a heavy storm.”,
lid Waste Management a palavra ”whether” pode ser substituída,
sem alteração de sentido, por:
a) as.
b) either.
c) if.
d) like.
e) so that.
GABARITO
1. C 2. D 3. E 4. A 5. E
6. E 7. D 8. A 9. C
Ask a mayor of a developing country city
about his or her most pressing problems,
and solid waste management generally
will be high on the list. For many cities,
solid waste management is their single
largest budget item and largest employer.
It is also a critical matter of public health,
environmental quality, quality of life, and
economic development. A city that cannot
effectively manage its waste is rarely able
to manage more complex services such as
health, education or transportation. And no
one wants to live in a city surrounded by
garbage.
As the world urbanizes, the situation is
becoming more acute. More people mean
more garbage, especially in fastgrowing
cities where the bulk of waste is generated.
We estimate that cities currently generate
roughly 1.3 billion tonnes of solid waste per
year; with current urbanization trends, this
figure will grow to 2.2 billion tonnes per
44
REDAÇÃO
Unesp
Na prova de redação, espera-se que o candidato produza uma dissertação em prosa na norma-padrão da língua
portuguesa, a partir da leitura de textos auxiliares, que servem como um referencial para ampliar os argumentos
produzidos pelo próprio candidato. Ele deverá demonstrar domínio dos mecanismos de coesão e coerência textual,
considerando a importância de apresentar um texto bem articulado.
A prova de redação será avaliada conforme os critérios a seguir:
A. Tema: considera-se se o texto do candidato atende ao tema proposto. A fuga completa ao tema proposto é
motivo suficiente para que a redação não seja corrigida em qualquer outro de seus aspectos, recebendo nota
0 (zero) total.
B. Estrutura (gênero/tipo de texto e coerência): consideram-se aqui, conjuntamente, os aspectos referentes ao
gênero/tipo de texto proposto e à coerência das ideias. A fuga completa ao gênero/ tipo de texto é motivo
suficiente para que a redação não seja corrigida em qualquer outro de seus aspectos, recebendo nota 0 (zero)
total. Avalia-se aqui como o candidato sustenta sua tese em termos argumentativos e como essa argumen-
tação está organizada, considerando-se a macroestrutura do texto dissertativo (introdução, desenvolvimento
e conclusão). No gênero/tipo de texto, avalia-se também o tipo de interlocução construída: por se tratar de
uma dissertação, deve-se prezar pela objetividade, sendo assim, o uso de primeira pessoa do singular e de se-
gunda pessoa (singular e plural) poderá ser penalizado. Será considerada aspecto negativo a referência direta
à situação imediata de produção textual (ex.: como afirma o autor do primeiro texto/ da coletânea/do texto
I; como solicitado nesta prova/ proposta de redação). Na coerência, será observada, além da pertinência dos
argumentos mobilizados para a defesa do ponto de vista, a capacidade do candidato de encadear as ideias de
forma lógica e coerente (progressão textual). Serão consideradas aspectos negativos a presença de contradi-
ções entre as ideias, a falta de partes da macroestrutura dissertativa, a falta de desenvolvimento das ideias, a
falta de autonomia do texto, ou a presença de conclusões não decorrentes do que foi previamente exposto.
C. Expressão (coesão e modalidade): consideram-se nesse item os aspectos referentes à coesão textual e ao
domínio da norma-padrão da língua portuguesa. Na coesão, avalia-se a utilização dos recursos coesivos da
língua (anáforas, catáforas, substituições, conjunções etc.) de modo a tornar a relação entre frases e períodos
e entre os parágrafos do texto mais clara e precisa. Serão considerados aspectos negativos as quebras entre
frases ou parágrafos e o emprego inadequado de recursos coesivos. Na modalidade, serão examinados os
aspectos gramaticais como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação, bem como a escolha lexical (precisão
vocabular) e o grau de formalidade/informalidade expressa em palavras e expressões.
45
Observações importantes
Cada redação é avaliada por dois examinadores independentes e, quando há discrepância na atribuição das
notas, o texto é reavaliado por um terceiro examinador independente. Quando a discrepância permanece, a
prova é avaliada pelos coordenadores da banca.
O espaço para rascunho no caderno de questões é de preenchimento facultativo. Em hipótese alguma, o ras-
cunho elaborado pelo candidato será considerado na correção da prova de redação pela Banca Examinadora.
Em hipótese alguma o título da redação será considerado na avaliação do texto. Ainda que o título contenha
elementos relacionados à abordagem temática, a nota do critério que avalia o tema só será atribuída a partir
do que estiver escrito no corpo do texto.
Textos curtos, com apenas 15 (quinze) linhas ou menos, serão penalizados no critério que avalia a expressão.
As propostas de redação da Fundação Vunesp apresentam uma coletânea de textos motivadores que servem
como ponto de partida para a reflexão sobre o tema que deverá ser abordado. Textos compostos apenas por
cópias desses textos motivadores receberão zero total e textos em que seja identificada a predominância de
trechos de cópia em relação a trechos autorais terão a nota final diminuída drasticamente.
Fique de olho
Atenção aos últimos temas cobrados na prova de redação da UNESP:
2019 – Compro, logo existo?
2018 – O voto deveria ser facultativo no Brasil?
2017 – A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?
2016 – Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?
2015 – O legado da escravidão e o preconceito contra negros no Brasil.
2014 – Corrupção no Congresso Nacional: reflexo da sociedade brasileira?
2013 – Escrever: o trabalho e a inspiração.
2012 – Bajulação: virtude ou defeito?
2011 – Grafites: entre o vandalismo e a arte.
PROPOSTA 1
Texto 1
O projeto de Major Olimpio (PL 3.176/2019) coloca a doação de órgãos e tecidos como sendo de consentimento
presumido. Ou seja, caso a pessoa maior de 16 anos não se manifeste contrária à doação, ela é considerada doa-
dora até que se prove o contrário. A retirada do material em menores de 16 e pessoas com deficiência mental sem
discernimento depende de autorização do parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral,
até o quarto grau, inclusive. Até agora, essa autorização para retirada em judicialmente incapazes deveria vir
expressamente do pai e da mãe ou dos representantes legais.O projeto de Major Olimpio prevê que o Sistema Na-
cional de Transplante (SNT) seja informado sobre a vontade das pessoas que deixam a opção expressamente regis-
trada no documento de identidade (RG). Além disso, o SNT deve ser consultado sobre uma possível manifestação
contrária da pessoa pela doação antes da retirada do órgão.Essa manifestação da não-vontade, ou seja, contrária
à doação, pode ser feita a qualquer momento e em qualquer documento oficial de identificação, com a previsão de
comunicação imediata do órgão responsável para o Sistema Nacional de Transplantes.
“Projeto torna doação de órgãos e tecidos ato de consentimento presumido”
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/07/29/projeto-torna-doacao-de-
-orgaos-e-tecidos-ato-de-consentimento-presumido (29.07.2019)
46
Texto 2
O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Paulo Pêgo Fernandes, acredita que este projeto
de lei foi criado com uma boa intenção, mas que, antes de tudo, é preciso que os brasileiros se conscientizem da
importância de ser doador. “Essa lei, bem esclarecida, é uma lei bem intencionada, eu acredito. Mas é uma lei que
precisa ter um esclarecimento populacional muito forte. Ela não pode vir simplesmente de cima para baixo, porque
se não, às vezes, ela tem o efeito reverso do que a gente gostaria, como foi no passado. Essa lei existe em vários
países e em alguns lugares funciona muito bem. Na Espanha, por exemplo, funciona muito bem”, afirma.A propos-
ta prevê que o Sistema Nacional de Transplante (SNT) seja informado sobre a vontade das pessoas que deixam a
opção expressamente registrada no documento de identidade (RG). Além disso, o SNT deve ser consultado sobre
uma possível manifestação contrária da pessoa pela doação antes da retirada do órgão. Para o cirurgião Charles
Simão Filho, especialista em transplantes cardíacos, antes de tudo, é preciso que toda a família saiba sobre a sua
intenção de doar órgãos. Para isso, nada melhor que conversar sobre o assunto.“Eu acredito que a manifestação
documental, do desejo de ser doador, ela pode funcionar em algum grau. Mas o que vai funcionar mesmo é o in-
centivo às pessoas conversarem com a sua família. Discutirem, nas conversas, nas refeições familiares, sobre trans-
plantes. Manifestar para os seus familiares que você será um doador. Porque se isso não ocorrer, nenhum serviço
de transplante do Brasil vai fazer uma retirada de órgãos se for contra a vontade daqueles familiares próximos, que
estão ali, naquele momento, um momento muito difícil, um momento de dor”, conta.
“Projeto de Lei quer facilitar transplantes de tecidos e órgãos humanos no país”
https://amazonasnoticias.com.br/projeto-de-lei-quer-facilitar-transplantes-de-tecidos-e-orgaos-humanos-no-pais/ 03.09.2019
Texto 3
Nas redes sociais, como Facebook e Twitter, por exemplo, o projeto de lei PL 3.176/2019, que coloca a doação de
órgãos e tecidos como sendo de consentimento presumido, causou incômodo entre muitos usuários. Nesta quinta-
-feira (1), o nome do major Olimpio chegou a ficar entre os assuntos mais comentados nas duas redes. O motivo
da rejeição do projeto é que, na prática, o Estado passaria a ser tutor de órgãos – visto que assegura a necessidade
de apresentar uma documentação contrária para que a doação de órgãos não ocorra.“Agora o Estado também é
dono do seu corpo. Todos somos doadores de órgãos”, escreveu o internauta Eduardo Rodrigues. Para Guilherme,
usuário do Twitter que usou a plataforma para comentar o caso, há uma ‘manobra’ diante desse novo projeto de
lei.“Não há nada de errado em doar órgãos. Tem em achar que o Estado pode alegar propriedade sobre o corpo
de desavisados. Essa lei é claramente uma manobra para se apossar dos órgãos dos outros. Como você não vê
problema nisso? Eu posso alegar ser dono do seu corpo quando morrer?”, indagou.
“Projeto de Lei torna toda pessoa doadora de órgãos, salvo manifestação contrária”
https://conexaopolitica.com.br/ultimas/31940/ (01.08.2019). Adaptado.
Texto 4
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a
norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
47
PROPOSTA 2
Texto 1
O presidente Jair Bolsonaro assinou na quarta-feira (9) um decreto que cria o Cadastro Base do Cidadão para cen-
tralizar os dados pessoais de todos os brasileiros. As informações poderão ser compartilhadas entre diversas esferas
do governo, de acordo com critérios definidos por um comitê de governança formado apenas por representantes
do governo. As razões para a centralização Segundo o decreto, publicado no Diário Oficial na quinta-feira (10),
data a partir da qual já entra em vigor, a iniciativa visa aprimorar a gestão de políticas públicas, facilitar o compar-
tilhamento de dados cadastrais de cidadãos entre os órgãos da administração pública e realizar o cruzamento de
informações a partir do número de inscrição do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas). A base terá inicialmente dados
biográficos ligados ao CPF, como nome civil ou social, data de nascimento, filiação, naturalidade, nacionalidade,
sexo, estado civil, grupo familiar, endereço e vínculos empregatícios. Numa segunda etapa, ainda sem prazo para
acontecer, serão acrescidas outras bases temáticas, como dados biométricos, que incluem a palma da mão, as digi-
tais dos dedos, a retina ou a íris dos olhos, o formato da face, a voz e o modo de andar. O decreto diz que a medida
irá simplificar a oferta de serviços públicos, orientar e otimizar políticas públicas, possibilitar a análise das condições
de acesso e a manutenção de benefícios sociais e fiscais e aumentar a qualidade e a eficiência das operações da
administração pública federal.Para alguns pesquisadores, o decreto vai contra a Lei Geral de Proteção de Dados.
“Cria-se decreto de compartilhamento de dados, mas para quê? Não está claro que é para melhorar serviço públi-
co. O cidadão não tem decisão nenhuma, ele perde a agência e o controle sobre todos os seus dados, que passam
a ser do Estado”, afirmou o professor da Universidade de Columbia Ronaldo Lemos ao jornal Folha de S.Paulo. Em
entrevista à Agência Brasil, o pesquisador da Lavits (Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia
e Sociedade) Rafael Zanatta disse que, em alguns pontos, o decreto não se adequa às diretrizes da lei sancionada
por Temer em relação à garantia dos direitos dos titulares de dados. “A norma não prevê casos em que se pode ter
finalidade distinta de uso de um dado entre diferentes órgãos, o que deveria ensejar medidas de controle preven-
tivas em relação ao uso dessas informações”, afirmou.
“O que é o Cadastro Base do Cidadão. E quais os seus riscos”
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/10/12/O-que-%C3%A9-o-Cadastro-
-Base-do-Cidad%C3%A3o.-E-quais-os-seus-riscos (12.10.2019)
Texto 2
O presidente Jair Bolsonaro criou, por meio de decreto, o Cadastro Base Cidadão, que reunirá informações pesso-
ais dos cidadãos brasileiros. A intenção é unificar 1 meio de identificação do cidadão para prestação de serviços
públicos e facilitar o compartilhamento dos dados entre os órgãos públicos. O objetivo da plataforma será o de
evitar o deslocamento dos cidadãos de órgão em órgão público para juntar documentos e certidões para realizarem
o serviço que desejam.Também o de “aprimorar a gestão de políticas públicas”; “aumentar a confiabilidade dos
cadastros de cidadãos existentes na administração pública“; e “facilitar o compartilhamento de dados cadastrais
do cidadão entre os órgãos da administração pública”. “O objetivo é que o Cadastro Base do Cidadão se conso-
lide como a única referência de informações dos cidadãos para o governo. Será composto pelos dados do CPF e
também pela integração de dados específicos de outras bases dos órgãos públicos”, disse o secretário de Governo
Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.
Com a nova base de dados, o cidadão que precisava reunir documentos de diversos órgãos – como certidões, com-
provantes de situação fiscal e outros registros– para cumprir uma obrigação ou acessar 1 benefício, agora poderá
receber em 1 só, de forma simplificada.
“Bolsonaro cria cadastro para reunir informações sobre cidadãos”
https://www.poder360.com.br/governo/bolsonaro-cria-cadastro-para-reunir-informacoes-sobre-cidadaos/ (10.10.2019)
48
Texto 3
Especialistas temem que o decreto que cria o Cadastro Base do Cidadão interfira na privacidade dos cidadãos. Falta
de clareza nas regras e no uso de nomenclaturas que não aparecem em outras leis de proteção de dados são as
principais críticas.Embora reconheça a importância de desburocratizar, a advogada especializada em Direito Digital
e da Família Fernanda Las Casas teme que a privacidade seja violada. “As regras (do decreto) são insuficientes para
garantir a segurança dos dados, pois se dispensa a autorização do titular para o compartilhamento das informa-
ções”, diz ela, que é professora da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes).
O também advogado especializado em Direito Digital Fábio Solito afirma que a estratégia pode tirar o poder do
cidadão sobre suas informações guardadas pelo governo, o que vai na contramão do LGPD.
“A criação da base de cadastro é importante para o desenho de políticas públicas. Afinal, as informações auxiliam
no diagnóstico para a possível resolução de problemas”, reconhece.
“Norma põe em xeque privacidade do cidadão“
https://www.atribuna.com.br/noticias/atualidades/norma-p%C3%B5e-em-xeque-
-privacidade-do-cidad%C3%A3o-1.71056 (12.10.2019
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a
norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
49
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
HISTÓRIA
UNESP – História do Brasil
Sistema Colonial 25%
Segundo Reinado 15%
República Oligárquica 13%
República Militar (64-85), 12%
República Liberal (46-64), 10%
Período Pré-Colonial 6%
Período Regencial 6%
Era Vargas 4%
Crise do Sistema Colonial 4%
República da Espada 4%
Outros 2%
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre as antiguidades egípcia e clássica (Grécia e Império
Romano), a Idade Média (Igreja católica e estratos sociais no feudalismo), a Era Moderna (renasci-
mento cultural, grandes navegações e reforma protestante) e a Era Contemporânea (ideologias liberais
e socialistas dos séculos XVIII e XIX, práticas neocoloniais dos europeus na África e na Ásia, revolução
soviética de 1917 e as duas Grandes Guerras Mundiais).
53
4. (Unesp) Eis dois homens à frente: um, que desembocaram na retomada do poder pelos ca-
quer servir; o outro, que aceita, ou deseja, tólicos e em perseguições contra protestantes.
ser chefe. O primeiro une as mãos e, assim d) geraram um Estado monárquico em que o po-
juntas, coloca-as nas mãos do segundo: cla- der real devia se submeter aos limites estabe-
ro símbolo de submissão, cujo sentido, por lecidos pela legislação e respeitar as decisões
vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. tomadas pelo Parlamento.
Ao mesmo tempo, a personagem que oferece e) precederam as revoluções sociais que, nos dois
as mãos pronuncia algumas palavras, muito séculos seguintes, abalaram França, Portugal e
breves, pelas quais se reconhece “o homem” as colônias na América, provocando a ascensão
de quem está na sua frente. Depois, chefe política do proletariado industrial.
e subordinado beijam-se na boca: símbolo
de acordo e de amizade. Eram estes – muito 6. (Unesp) A divisão capitalista do trabalho –
simples e, por isso mesmo, eminentemente caracterizada pelo célebre exemplo da ma-
adequados para impressionar espíritos tão nufatura de alfinetes, analisada por Adam
sensíveis às coisas – os gestos que serviam Smith – foi adotada não pela sua superio-
para estabelecer um dos vínculos mais fortes ridade tecnológica, mas porque garantia ao
que a época feudal conheceu. empresário um papel essencial no processo
(Marc Bloch. A sociedade feudal. 1987.)
de produção: o de coordenador que, combi-
nando os esforços separados dos seus operá-
rios, obtém um produto mercante.
(Stephen Marglin. In: André Gorz (Org.).
Crítica da divisão do trabalho. 1980.)
54
comunicação, a engenharia civil ganhou des-
taque e projeção no fim da república e no Im- PRÁTICA DOS
pério Romano. Assim, somente a proposição
[B] está correta, pois as demais alternativas CONHECIMENTOS - E.O.
cometem equívocos considerando que não Leia o texto a seguir para responder às ques-
foram apenas obras de cunho religioso que tões 1 e 2.
foram financiadas com recursos públicos. Ha-
via uma rede de comunicação para facilitar a A partir do século VII a.C., muitas comuni-
cobrança de impostos. dades nas ilhas, na Grécia continental, nas
costas da Turquia e na Itália construíram
3. O texto de Jacques Le Goff afirma que as cru-
grandes templos destinados a deuses espe-
zadas contribuíram para reforçar a unidade
cíficos: os deuses de cada cidade.
cristã ocidental bem como a autoridade do
As construções de templos foram verdadei-
papa. Tal ideia se confirma através da famosa
ramente monumentais. [...] Tornaram-se as
“Querela das Investiduras”, que colocou em
novas moradias dos deuses. Não eram mais
conflito Henrique IV, imperador do Sacro Im-
deuses de uma família aristocrática ou de
pério Romano-Germânico, e o papa Gregório
uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deu-
VII. O conflito se deu por conta da nomeação
ses da comunidade como um todo. A religião
de bispos que era realizada dentro do Sacro
surgiu, assim, como um fator aglutinador
Império Romano-Germânico. Na Concordata
das forças cooperativas da pólis. [...]
de Worms, em 1122, prevaleceu o poder pa-
A construção monumental foi influenciada
pal sobre o poder temporal do imperador.
por modelos egípcios e orientais. Sem as pro-
4. O texto e a imagem descrevem a cerimônia ezas de cálculo matemático, desenvolvidas
que acontecia para que fosse estabelecido o na Mesopotâmia e no Egito, os grandes mo-
laço da nobreza mais importante do feuda- numentos gregos teriam sido impossíveis.
lismo: o laço de suserania e vassalagem. GUARINELLO, Norberto Luiz. História antiga. 2013.
5. As “revoluções inglesas” do século XVII fo-
ram as primeiras revoluções burguesas de 1. (Unesp) A relação estabelecida no texto en-
caráter antiabsolutista na Europa. A Revo- tre a arquitetura grega e a arquitetura egíp-
lução Puritana derrubou a dinastia Stuart cia e oriental pode ser justificada pela:
e implantou uma república parlamentar, a) circulação e comunicação entre povos da
depois ditatorial, sob o comando de Oliver região mediterrânica e do Oriente Próximo,
Cromwell, que reprimiu os movimentos po- que facilitaram a expansão das construções
pulares e impulsionou o comércio inglês, a em pedra.
partir do Ato de Navegação (1651). b) dominação política e militar que as cidades-
Com a Revolução Gloriosa, a burguesia inglesa -Estado gregas, lideradas por Esparta, impu-
se libertou do Estado absolutista definitiva- seram ao Oriente Próximo.
mente, que com seu permanente intervencio- c) presença hegemônica de povos de origem
nismo era uma barreira para um mais amplo árabe na região mediterrânica, que contri-
acúmulo de capital. O novo rei, Guilherme de buiu para a expansão do islamismo.
Orange, se subordinou ao Bill of Rights. Des- d) difusão do helenismo na região mediterrâni-
sa forma, a burguesia, aliada à aristocracia ca, que assegurou a incorporação de elemen-
rural, passou a exercer diretamente o poder tos culturais dos povos dominados.
político através do Parlamento. e) força unificadora do cristianismo, que asse-
6. O texto deixa claro duas coisas que a revolu- gurou a integração e as recíprocas influên-
ção industrial produziu: a divisão do traba- cias culturais entre a Europa e o norte da
lho; e a criação do cargo de coordenador ou África.
gerente, gerando uma hierarquia dentro das
fábricas. 2. (Unesp) Segundo o texto, um papel funda-
mental da religião, na Grécia antiga, foi o de:
a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e
GABARITO permitir a igualdade social.
b) estabelecer identidade e vínculos comunitá-
rios e unificar as crenças.
1. C 2. B 3. A 4. B 5. D
c) impedir a persistência do paganismo e afir-
6. E mar os valores cristãos.
d) eliminar a integração política, militar e cul-
tural entre as cidades-Estado.
e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar
as formas de culto populares.
55
Leia o texto a seguir para responder à questão 3.
Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema político para incluir as cidades italianas
durante sua expansão peninsular. Desde o começo, ela havia – diferentemente de Atenas – exi-
gido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira,
diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste
ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse
sempre muito maior.
Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. 1987 (Adaptado).
3. (Unesp) O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos
e outras cidades:
a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares.
b) a escravização e a exploração dos recursos naturais.
c) a libertação de todos os escravos e a democratização política.
d) o recrutamento e a composição de alianças bélicas.
e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais.
4. (Unesp) Os homens da Idade Média estavam persuadidos de que a terra era o centro do Universo
e que Deus tinha criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes. Não
imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que viam no céu, o movimento regular da
maioria dos astros, era a imagem do que havia de mais próximo no plano divino de organização.
Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos. 1998 (Adaptado).
5. (Unesp)
56
6. (Unesp) O cavaleiro é um dos principais per- A caracterização do mosteiro medieval como
sonagens nas narrativas difundidas durante uma “casa”, um “posto avançado do pro-
a Idade Média. Esse cavaleiro é principal- gresso cultural” e um “projeto de perfeição”
mente um: pode ser explicada pela disposição monásti-
a) camponês, que usa sua montaria no trabalho ca de:
cotidiano e participa de combates e guerras. a) valorizar a vida privada, participar ativa-
b) nobre, que conta com equipamentos adequa- mente da vida política e combater o mal.
dos à montaria e participa de treinamentos b) recuperar a experiência histórica e pessoal
militares, torneios e jogos. do Salvador durante sua estada no mundo
c) camponês, que consegue obter ascensão so- dos vivos.
cial por meio da demonstração de coragem e c) recolher-se a uma comunidade fechada para
valentia nas guerras. orar, estudar e combater a desordem do
d) nobre, que ocupa todo seu tempo com a pre- mundo.
paração militar para as cruzadas contra os d) identificar-se com as condições de privação
mouros. por que passavam as famílias pobres, cele-
e) nobre, que conquista novas terras por meio brar a tradição escolástica e agir de forma
de sua ação em torneios e jogos contra ou- ética.
tros nobres. e) reconhecer a humanidade como solidária e
unida num esforço de salvação da alma dos
7. (Unesp) “Servir” ou, como também se dizia, fiéis e dos infiéis.
“auxiliar”, – “proteger”: era nestes termos
tão simples que os textos mais antigos resu- 9. (Unesp) As feiras foram muito difundidas
miam as obrigações recíprocas do fiel arma- pela Europa a partir do século XI. Entre os
do e do seu chefe. motivos que provocaram tal fenômeno, po-
Marc Bloch. A sociedade feudal. 1987. demos citar:
a) a unificação da moeda europeia, que facili-
O mais importante dos deveres que, na so-
tou a atividade dos banqueiros e a aquisição
ciedade feudal, o vassalo tinha em relação
de mercadorias.
ao seu senhor era:
b) o aumento da produção agrícola, provoca-
a) o respeito à hierarquia e à unicidade de ho-
do pelos desmatamentos, que ampliavam a
menagens, que determinava que cada vassa-
quantidade de terras cultiváveis.
lo só podia ter um senhor.
c) a eliminação das práticas feudais, que pren-
b) o auxílio na guerra, participando pessoal-
diam os camponeses à terra e reduziam a
mente, montado e armado, nas ações milita-
monetarização da economia.
res desenvolvidas pelo senhor.
d) o crescimento urbano, provocado pelas do-
c) a proteção policial das aldeias e cidades
enças e epidemias que grassavam nas áreas
existentes nos arredores do castelo de seu
rurais e provocavam êxodo em direção às ci-
senhor.
dades.
d) a participação nos torneios e festejos locais,
e) a regionalização das economias, que limitou
sem que o vassalo jamais levantasse suas ar-
significativamente a obtenção de mercado-
mas contra seu senhor.
rias provenientes de terras distantes.
e) a servidão, trabalhando no cultivo das terras
do senhor e pagando os tributos e encargos
que lhe eram devidos. 10. (Unesp) Os centros artísticos, na verdade,
poderiam ser definidos como lugares carac-
8. (Unesp) Os mosteiros eram em primeiro lu- terizados pela presença de um número ra-
gar casas, cada uma abrigando sua “famí- zoável de artistas e de grupos significativos
lia”, e as mais perfeitas, com efeito, as mais de consumidores, que por motivações varia-
bem ordenadas: de um lado, desde o século das – glorificação familiar ou individual,
IX, os mais abundantes recursos convergiam desejo de hegemonia ou ânsia de salvação
para a instituição monástica, levando-a aos eterna – estão dispostos a investir em obras
postos avançados do progresso cultural; do de arte uma parte das suas riquezas. Este
outro, tudo ali se encontrava organizado em último ponto implica, evidentemente, que
função de um projeto de perfeição, nítido, o centro seja um lugar ao qual afluem quan-
bem estabelecido, rigorosamente medido. tidades consideráveis de recursos eventu-
Georges Duby. “A vida privada nas casas almente destinados à produção artística.
aristocráticas da França feudal”. In: História da Além disso, poderá ser dotado de institui-
vida privada. vol. 2, 1992 (Adaptado). ções de tutela, formação e promoção de ar-
tistas, bem como de distribuição das obras.
Por fim, terá um público muito mais vasto
57
que o dos consumidores propriamente di- Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
tos: um público não homogêneo, certamen- Mas nele é que espelhou o céu.
te (...). Fernando Pessoa. Mar Português.
Carlo Ginzburg. A micro-história e outros ensaios. 1991. In: Obra poética. 1960 (Adaptado).
Os “centros artísticos” descritos no texto po- Entre outros aspectos da expansão marítima
dem ser identificados: portuguesa a partir do século XV, o poema
a) nos mosteiros medievais, onde se valorizava menciona:
especialmente a arte sacra. a) o sucesso da empreitada, que transformou
b) nas cidades modernas, onde floresceu o re- Portugal na principal potência europeia por
nascimento cultural. quatro séculos.
c) nos centros urbanos romanos, onde predo- b) o reconhecimento do papel determinante da
minava a escultura gótica. coroa no estímulo às navegações e no apoio
d) nas cidades-Estado gregas, onde o estilo dó- financeiro aos familiares dos navegadores.
rico era hegemônico. c) a crença religiosa como principal motor das
e) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a navegações, o que justifica o reconhecimen-
arquitetura românica. to da grandeza da alma dos portugueses.
d) a percepção das perdas e dos ganhos indivi-
11. (Unesp) Inserido em um empreendimen- duais e coletivos provocados pelas navega-
to mercantil, financiado com o objetivo de ções e pelos riscos que elas comportavam.
exploração econômica para o fortalecimen- e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer
to do absolutismo espanhol, o navegan- as diferenças entre os oceanos, que os levou
te genovês [Cristóvão Colombo] encontra a confundir a América com as Índias.
uma realidade na América que não permi-
te a identificação das imaginadas riquezas 13. (Unesp) As reformas protestantes do princí-
orientais, dando origem a uma dupla narra- pio do século XVI, entre outros fatores, rea-
tiva: a do esperado e a do experimentado, giam contra:
em que o discurso é pressionado pela neces- a) a venda de indulgências e a autoridade do
sidade de obter informações e um projeto papa, líder supremo da Igreja católica.
colonizador. b) a valorização, pela Igreja católica, das ativi-
Wilton Carlos Lima da Silva. As terras dades mercantis, do lucro e da ascensão da
inventadas. 2003 (Adaptado).
burguesia.
Segundo o texto, o relato de Colombo: c) o pensamento humanista e permitiram uma
a) revela a convicção do navegador de que as ampla revisão administrativa e doutrinária
novas terras oferecem riquezas imediatas e da Igreja católica.
poder planetário aos reis da Espanha. d) as missões evangelizadoras, desenvolvidas
b) expõe o esforço do navegador de conciliar o pela Igreja católica na América e na Ásia.
reconhecimento da especificidade americana e) o princípio do livre-arbítrio, defendido
com as expectativas europeias ante a via- pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja
gem. católica.
c) confirma o caráter casual da descoberta da
América e o desconsolo do navegador diante 14. (Unesp) Entre os eventos políticos e cultu-
das pressões comerciais da metrópole. rais que marcaram a década de 1960, po-
d) demonstra a superioridade religiosa e tecno- dem-se citar:
lógica dos navegadores europeus em relação a) a criação da Organização das Nações Unidas,
aos nativos americanos. a Revolução Húngara e o surgimento do rock.
e) mostra a decepção do navegador com o que b) a Primavera de Praga, as independências de
encontrou na América, pois não havia rique- Angola e de Moçambique e o aparecimento
zas que justificassem a longa viagem. da arte concreta.
c) o processo de implantação do socialismo
12. (Unesp) Ó mar salgado, quanto do teu sal em Cuba, a guerra do Vietnã e o movimento
São lágrimas de Portugal! hippie.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, d) o julgamento de Nuremberg, a guerra da Co-
Quantos filhos em vão rezaram! reia e os surgimentos do jazz e do blues.
Quantas noivas ficaram por casar e) as independências da Índia e do Paquistão, o
Para que fosses nosso, ó mar! surgimento do peronismo e a pop art.
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
58
Leia o texto a seguir para responder à ques- Entre as críticas ao antigo regime, mencio-
tão 15. nadas no texto, podemos citar a rejeição ilu-
minista do:
Os africanos não escravizavam africanos,
a) princípio da igualdade jurídica.
nem se reconheciam então como africanos. b) livre comércio.
Eles se viam como membros de uma aldeia, c) liberalismo econômico.
de um conjunto de aldeias, de um reino e de d) republicanismo.
um grupo que falava a mesma língua, tinha e) absolutismo monárquico.
os mesmos costumes e adorava os mesmos
deuses. (...) Quando um chefe (...) entrega- 17. (Unesp) O Congresso de Viena, entre 1814 e
va a um navio europeu um grupo de cativos, 1815, reuniu representantes de diversos Es-
não estava vendendo africanos nem negros, tados europeus e resultou:
mas (...) uma gente que, por ser considerada a) na afirmação do caráter laico dos regimes
por ele inimiga e bárbara, podia ser escra- políticos e da importância da separação en-
vizada. (...) O comércio transatlântico (...) tre Estado e Igreja.
fazia parte de um processo de integração b) na criação da Santa Aliança e no esforço de
econômica do Atlântico, que envolvia a pro- reafirmar valores do antigo regime.
dução e a comercialização, em grande esca- c) na validação da nova divisão política da Euro-
la, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros pa, definida pelas conquistas napoleônicas.
d) na derrubada dos regimes republicanos e na
bens tropicais, um processo no qual a Euro-
restauração monárquica na França e na In-
pa entrava com o capital, as Américas com a glaterra.
terra e a África com o trabalho, isto é, com a e) na defesa dos princípios do livre comércio e
mão de obra cativa. da emancipação das colônias na América.
Alberto da Costa e Silva. A África explicada
aos meus filhos. 2008 (Adaptado). Leia o texto a seguir para responder à ques-
tão 18.
15. (Unesp) Ao caracterizar a “integração eco- A África só começou a ser ocupada pelas
nômica do Atlântico”, o texto: potências europeias exatamente quando a
a) destaca os diferentes papéis representados América se tornou independente, quando o
por africanos, europeus e americanos na antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a
constituição de um novo espaço de produção outras formas de enriquecimento e desen-
e circulação de mercadorias. volvimento das economias mais dinâmicas,
b) reconhece que europeus, africanos e ame- que se industrializavam e ampliavam seus
ricanos se beneficiaram igualmente das re- mercados consumidores. Nesse momento foi
lações comerciais estabelecidas através do criado um novo tipo de colonialismo, im-
oceano Atlântico. plantado na África a partir do final do século
c) afirma que a globalização econômica se ini- XIX [...].
Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano. 2007.
ciou com a colonização da América e não
contou, na sua origem, com o predomínio
claro de qualquer das partes envolvidas. 18. (Unesp) O “novo tipo de colonialismo”,
d) sustenta que a escravidão africana nas colô- mencionado no texto, tem, entre suas carac-
nias europeias da América não exerceu papel terísticas:
fundamental na integração do continente a) a busca de fontes de energia e de matérias-
americano com a economia que se desenvol- -primas pelas potências europeias, associada
à realização de expedições científicas de ex-
veu no oceano Atlântico.
ploração do continente africano.
e) ressalta o fato de a América ter se tornado b) a tentativa das potências europeias de redu-
a principal fornecedora de matérias-primas zir a hegemonia norte-americana no comércio
para a Europa e de que alguns desses produ- internacional e retomar posição de liderança
tos eram usados na troca por escravos afri- na economia mundial.
canos. c) o esforço de criação de um mercado consumi-
dor global, sem hierarquia política ou preva-
16. (Unesp) O pensamento iluminista, baseado lecimento comercial de um país ou continen-
te sobre os demais.
no racionalismo, individualismo e liberda-
d) a aquisição de escravos pelos mercadores afri-
de absoluta do homem, ao criticar todos os canos, para ampliar a mão de obra disponível
fundamentos em que se assentava o antigo nas colônias remanescentes na América e em
regime, revelava as suas contradições e as ilhas do oceano Pacífico.
tornava transparentes aos olhos de um nú- e) o estabelecimento de alianças políticas entre
mero cada vez maior de pessoas. líderes europeus e africanos, que favoreces-
Modesto Florenzano. As revoluções sem o avanço militar dos países do Ocidente
burguesas. 1982 (Adaptado). europeu na Primeira Guerra Mundial.
59
19. (Unesp) Não há livro didático, prova de ves- momento atual, são os comitês do partido e
tibular ou resposta correta do Enem que não não os sovietes que governam a Rússia. E sua
atribua a miséria e os conflitos internos da organização padece de todos os defeitos da
África a um fator principal: a partilha do organização burocrática.
continente africano pelos europeus. Essas KROPOTKIN, Piotr. “Carta a Lênin (04.03.1920)”.
fronteiras teriam acotovelado no mesmo In: Textos escolhidos. 1987.
território diversas nações e grupos étnicos,
fazendo o caos imperar na África. Porém, As críticas do anarquista Kropotkin a Lênin,
guerras entre nações rivais e disputas pela presentes nessa carta de 1920, indicam a
sucessão de tronos existiam muito antes de sua:
os europeus atingirem o interior da África. a) crença de que o partido bolchevique consi-
Graves conflitos étnicos aconteceram tam- ga reconhecer o poder supremo dos sovietes
bém em países que tiveram suas fronteiras e extinguir a injustiça social, a hegemonia
mantidas pelos governos europeus. É incrí- burguesa e o autoritarismo.
vel que uma teoria tão frágil e generalista b) insatisfação em relação à diminuição da in-
tenha durado tanto – provavelmente isso fluência das associações de soldados e traba-
acontece porque ela serve para alimentar a lhadores e ao aumento da influência política
condescendência de quem toma os africanos das lideranças bolcheviques.
como “bons selvagens” e tenta isentá-los da c) disposição de anular a influência dos so-
responsabilidade por seus problemas. vietes, para que o Estado russo seja eli-
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto minado e se instale uma nova organização
da história do mundo. 2013 (Adaptado). política, baseada na supressão de toda for-
ma de poder.
A partir da leitura do texto, é correto afir- d) avaliação de que o partido social-democrata
mar que: se tornou, após a Revolução de Outubro de
a) as desigualdades sociais e econômicas no 1917, o único grupo político capaz de con-
mundo atual originam-se exclusivamente ter as manifestações sociais e reestruturar o
das contradições materiais do capitalismo. Estado russo.
b) o conhecimento histórico que privilegia a e) discordância diante do esforço organizativo
“óptica dos vencidos” apresenta um grau do país, empreendido pelos bolcheviques, e
superior de objetividade científica. sua aposta no retorno da monarquia parla-
c) na relação entre diferentes etnias, o etno- mentar derrubada pela Revolução de Outu-
centrismo é um fenômeno antropológico ex- bro de 1917.
clusivo dos países ocidentais modernos.
d) para explicar a existência dos atuais confli-
22. (Unesp) Leia.
tos étnicos na África, é necessário resgatar
os pressupostos da ideologia colonialista. A Itália deseja a paz, mas não teme a guerra.
e) a tese filosófica sobre um “estado de nature- A justiça sem a força é uma palavra sem sen-
za” livre e pacífico é insuficiente para expli- tido.
car os conflitos étnicos atuais na África. Nós sonhamos com a Itália romana.
20. (Unesp) Entre os fatores que contribuíram Os três lemas acima foram amplamente
para o início da Primeira Guerra Mundial divulgados durante o governo de Benito
(1914-1918), podemos citar: Mussolini (1922-1943) e revelam caracterís-
a) a corrida espacial entre Estados Unidos e ticas centrais do fascismo italiano:
União Soviética. a) a perseguição aos judeus, a liberdade de ex-
b) o conflito étnico entre sérvios e croatas na pressão e a valorização do direito romano.
região da antiga Iugoslávia. b) o culto ao corpo, o pacificismo e a ânsia de
c) o confronto entre Áustria e Hungria pelo voltar ao passado.
controle dos Bálcãs. c) o nacionalismo, a valorização do espírito
d) a disputa comercial e industrial entre Ingla- clássico e o materialismo.
terra e Alemanha. d) a beligerância, o culto à ação e o esforço ex-
e) a invasão da Polônia pelas tropas da Alema- pansionista.
nha. e) o revanchismo, a socialização da economia
industrial e a perseguição aos estrangeiros.
21. (Unesp) A influência e o domínio do povo
Leia o texto a seguir para responder à ques-
pelo “partido”, isto é, por alguns recém-
tão 22.
-chegados (os ideólogos comunistas pro-
cedem dos centros urbanos), já destruiu a Enquanto os franceses e os britânicos tinham
influência e a energia construtiva desta pro- emergido da Primeira Guerra Mundial com
missora instituição que eram os sovietes. No um profundo trauma dos horrores da guerra e
60
a convicção de que um novo conflito deveria, 25. (Unesp 2018) Na colônia, a justiça era exer-
se possível, ser evitado, na Alemanha só ocor- cida por toda uma gama de funcionários a
reria algo parecido depois da Segunda Guerra serviço do rei. A violência, a coerção e a arbi-
Mundial. Os acontecimentos de 1945 levaram trariedade foram suas principais caracterís-
a uma profunda mudança na cultura popular ticas. [...] Nas regiões em que a presença da
e política da parte ocidental da Alemanha. Coroa era mais distante, os grandes proprie-
Aos olhos desses alemães, a extrema violên- tários de terras exerciam considerável auto-
cia de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial ridade administrativa e judicial. No sertão,
“a guerra para acabar com todas as guerras”. os potentados impunham seus interesses à
Richard Bessel. Alemanha, 1945. 2010 (Adaptado). população livre.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação, 2008.)
23. (Unesp) Entre os fatos que poderiam confir-
mar a interpretação, oferecida pelo texto, so- Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Co-
bre a atitude de franceses e britânicos depois lonial, o texto
da Primeira Guerra Mundial, pode-se incluir: a) identifica a isonomia e a impessoalidade na
a) a participação em um organismo internacio- administração da justiça e seu embasamento
nal para a mediação de conflitos e o paci- no direito romano.
fismo que marcou a reação da França e da b) explicita a burocratização do sistema jurí-
Grã-Bretanha à ascensão do nazismo. dico nacional e reconhece sua eficácia no
b) o fim da corrida armamentista entre as po- controle interno.
tências do Ocidente e do leste europeu e a c) indica o descompasso entre as determina-
eliminação dos arsenais alojados na Europa, ções da Coroa portuguesa e os interesses
na Ásia e no norte da África. pessoais dos governadores-gerais.
c) a repressão imediata e violenta, por França e d) distingue o sistema oficial da dinâmica local
Grã-Bretanha, a todos os projetos belicosos e e atesta o prevalecimento de ações autoritá-
rias em ambas.
autoritários que surgiram na Europa ao lon-
e) diferencia as funções do Poder Judiciário e
go dos anos 1920 e 1930.
do Poder Executivo e caracteriza a ação au-
d) o acordo para a constituição de uma polícia
tônoma e independente de ambos.
internacional, que vigiasse as movimenta-
ções militares das grandes potências e fosse 26. (Unesp 2018) A primeira Constituição bra-
coordenada por um país não europeu, os Es- sileira, de 1824, foi
tados Unidos. a) aprovada pela Câmara dos Deputados e esta-
e) a liberação, pela França e pela Grã-Bretanha, beleceu o voto censitário.
no decorrer das décadas de 1920 e 1930, de b) imposta por Portugal e determinou o mono-
todas as suas colônias, para evitar o surgi- pólio português do comércio colonial.
mento de guerras de emancipação nacional. c) outorgada pelo imperador e definiu a exis-
tência de quatro poderes.
24. (Unesp) O colapso e o fim da União Soviéti- d) promulgada por uma Assembleia Constituin-
ca, no princípio da década de 1990, deriva- te e concentrou a autoridade no Poder Exe-
ram, entre outros fatores: cutivo.
a) da ascensão comercial e militar da China e e) determinada pela Inglaterra e estabeleceu o
da Coreia do Sul, o que provocou acelerada fim do tráfico de escravos.
redução nas exportações soviéticas de arma-
mentos para os países do leste europeu. 27. (Unesp 2018)
b) da implantação do socialismo nos países do
leste europeu e da perda de influência po-
lítica e comercial sobre a África, o Oriente
Médio e o sul asiático.
c) dos altos gastos militares e das disputas in-
ternas do partido hegemônico, e facilitaram
a eclosão de movimentos separatistas nas
repúblicas controladas pela Rússia.
d) da derrubada do Muro de Berlim, que repre-
sentava a principal proteção, por terra, do
mundo socialista, o que facilitou o avanço
das tropas ocidentais.
e) da ascensão política dos partidos de extrema
direita na Rússia e do surgimento de um sindi-
calismo independente nas repúblicas da Ásia.
61
É correto interpretar a charge, que representa a melhor demonstração dessa afirmação.
D. Pedro II e foi publicada em 1887, como uma (José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.)
a) demonstração da exaustão provocada pela
diversidade de atividades exercidas pelo im- 29. (Unesp 2018) O texto afirma que a conso-
perador. lidação do Rio de Janeiro como “o centro da
b) valorização do esforço do imperador em vida política nacional” ocorreu com
manter-se atualizado em relação ao que a) a reunião dos órgãos administrativos na ca-
acontecia no país. pital e o fechamento das assembleias provin-
c) crítica à passividade e à inoperância do im- ciais.
perador em meio a um período de dificulda- b) a proclamação da independência política e a
des no país. implantação do regime republicano no país.
d) denúncia da baixa qualidade da imprensa c) a concentração do poder nas mãos do impera-
monárquica e de suas insistentes críticas ao dor e a ascensão econômica de São Paulo.
imperador. d) o declínio da economia açucareira nordestina
e) celebração da serenidade e harmonia das re- e o início da exploração do ouro nas Minas
lações sociais no país durante o Império. Gerais.
e) o crescimento populacional da capital e a de-
28. (Unesp 2018) Entre as manifestações místi- mocratização política no Segundo Reinado.
cas presentes no Nordeste brasileiro no final
do Império e nas primeiras décadas da Repú- 30. (Unesp 2018) A Proclamação da República,
blica, identificam-se em 1889,
a) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas a) expressou a interferência norte-americana e
à defesa do protestantismo calvinista, e a reduziu a influência britânica nos assuntos
literatura de cordel, que cantava os mitos e internos do país.
as lendas da região. b) teve forte participação dos sindicatos operá-
b) o cangaço, que realizava saques a armazéns rios da capital e ampliou os direitos de cida-
para roubar alimentos e distribuí-los aos fa- dania no Brasil.
mintos, e o coronelismo, com suas práticas c) representou o fim da hegemonia das elites
assistencialistas. cafeeiras e açucareiras na condução da polí-
c) a liderança do Padre Cícero, vinculada à di- tica brasileira.
nâmica política tradicional da região, e o d) foi rejeitada e combatida militarmente pelos
movimento de Canudos, com características principais clérigos católicos no Brasil e no
de contestação social. exterior.
d) a peregrinação de multidões a Juazeiro do e) resultou da ação de um setor das forças ar-
Norte, para pedir graças aos padres milagrei- madas e contou com o apoio de grupos polí-
ros, e a liderança messiânica do fazendeiro ticos da capital.
pernambucano Delmiro Gouveia.
e) a ação catequizadora de padres e bispos li-
gados à Igreja católica e a atuação do líder
José Maria, que comandou a resistência na
GABARITO
região do Contestado.
1. A 2. B 3. D 4. A 5. D
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 6. B 7. B 8. C 9. B 10. B
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) 11. B 12. D 13. A 14. C 15. A
a seguir.
16. E 17. B 18. A 19. E 20. D
O Rio de Janeiro dos primeiros anos da Re- 21. B 22. D 23. A 24. C 25. D
pública era a maior cidade do país, com mais
de 500 mil habitantes. Capital política e 26. C 27. C 28. C 29. C 30. E
administrativa, estava em condições de ser
também, pelo menos em tese, o melhor ter-
reno para o desenvolvimento da cidadania.
Desde a independência e, particularmente,
desde o início do Segundo Reinado, quando
se deu a consolidação do governo central e
da economia cafeeira na província adjacen-
te, a cidade passou a ser o centro da vida po-
lítica nacional. O comportamento político de
sua população tinha reflexos imediatos no
resto do país. A Proclamação da República é
62
HISTÓRIA DO BRASIL
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre o período pré-colonial e o tratamento dado à popu-
lação indígena durante a colonização, além dos principais tópicos da economia colonial. Compreensão
dos principais eventos que contribuíram para a independência do Brasil e entendimento dos motivos do
golpe da maioridade de D. Pedro II. Conhecimentos sobre os movimentos e leis abolicionistas e sobre a
posterior crise econômica e política dos primeiros anos da república. No século XX, conhecimentos sobre
a Semana de Arte Moderna de 1922, o tenentismo da década de 1920, os principais presidentes da fase
populista (1946-1964) e os principais tópicos da ditadura militar (1964-1985) e da redemocratização.
63
O texto identifica a proclamação da república 5. (Unesp) Brasília simbolizou na ideologia
como resultado: nacional-desenvolvimentista o “futuro do
a) da unidade dos militares, que agiram de for- Brasil”, o arremate e a obra monumental
ma coerente e constante na luta contra o da nação a ser construída pela industriali-
poder civil que prevalecia durante o império. zação coordenada pelo Estado planificador,
pela ação das “forças do progresso” (aquelas
b) da fragilidade do comando exercido pelo im-
voltadas para o desenvolvimento do “capita-
perador frente às rebeliões republicanas que lismo nacional”), que paulatinamente iriam
agitaram o país nas últimas décadas do im- derrotar as “forças do atraso” (o imperialis-
pério. mo, o latifúndio e a política tradicional, de-
c) de um projeto militar de assumir o comando magógica e “populista”).
do Estado brasileiro e implantar uma ditadura José William Vesentini. A capital da geopolítica. 1986.
armada, afastando os civis da vida política.
Segundo o texto, a construção de Brasília
d) da disseminação de ideais republicanos e
deve ser entendida:
salvacionistas nos meios militares, que arti-
a) como uma tentativa de limitar a migração
cularam a ação de derrubada da monarquia. para o centro do país e de reforçar o contin-
e) de uma conspiração de civis, que recorreram gente de mão de obra rural.
aos militares para derrubar a monarquia e b) dentro de um conjunto de iniciativas de ca-
assumir o controle do Estado brasileiro. ráter liberal, que buscava eliminar a inter-
ferência do Estado nos assuntos econômico-
-financeiros.
4. (Unesp) Examine a charge do cartunista c) dentro do rearranjo político do pós-Segunda
Théo, publicada na revista Careta, em 27 de Guerra Mundial, que se caracterizava pelo
dezembro de 1952. clima de paz nas relações internacionais.
d) dentro de um amplo projeto de redimensio-
namento da economia e da política brasilei-
ras, que pretendia modernizar o país.
e) como um esforço de internacionalização da
economia brasileira, que provocaria aumen-
to significativo da exportação agrícola.
64
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 6. O arcebispo de São Paulo faz críticas ao pro-
cesso de anistia, considerando-o imperfeito,
1. A preocupação de D. Pedro II com relação ao pois tratou torturadores e torturados da mes-
rio da Prata era a possibilidade de a Argen- ma maneira, fazendo ainda uma comparação
com situação semelhante na Argentina, mas
tina invadir e dominar o Rio Grande do Sul e
que teve desfecho diferente, uma vez que,
o Mato Grosso.
no país vizinho, os responsáveis pela tortura
2. São Paulo era o principal centro econômi- em nome do Estado foram punidos. No en-
co brasileiro na época do segundo reinado. tanto, o religioso vê um elemento positivo
Nesse Estado, o movimento republicano nesse desfecho, que foi o de evitar novos
priorizou a discussão acerca da adoção do conflitos.
federalismo, que conferiria autonomia para
gerenciar seus assuntos políticos e econô-
micos, utilizando, assim, sua economia em
benefício próprio.
GABARITO
3. A Guerra do Paraguai (1865-1870) foi um
1. B 2. A 3. D 4. D 5. D
divisor de águas na história do Exército bra-
sileiro. A partir deste conflito, a corporação 6. A
ganhou consciência de sua importância para
a nação e assumiu o ideal de “salvador da
pátria”. Os políticos denominados “casacas”
criticaram esta nova postura do Exército, que
eram os “fardados”. Assim, os jovens oficiais
apoiados em um ideário positivista criticou
a monarquia e se aproximaram de ideias re-
publicanas. A politização de parte do Exérci-
to foi fundamental para derrubar a monar-
quia e implantar a república. Vale afirmar
que os dois primeiros presidentes do Brasil
republicano foram militares.
4. A charge de 1952 remete ao segundo gover-
no Vargas (1950-1954) no contexto da re-
pública liberal populista. O cartunista Théo
elaborou um diálogo entre Vargas (pai dos
pobres) com o bom velhinho Papai Noel. “Ser
pai dos pobres dá mais trabalho do que ser
Papai Noel: a mim eles chateiam o ano intei-
ro”. Desde 1930, Vargas adotou uma política
populista, nacionalista e intervencionista.
Criou a CLT, a consolidação das leis traba-
lhistas para os trabalhadores urbanos e tu-
telou os sindicatos. Foi desenvolvido através
do Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP), a ideia de “pai dos pobres”. O governo
Vargas buscava o apoio do povo para realizar
seu projeto político.
5. A construção de Brasília enquadra-se na
política de Estado promovida pelo governo
de JK com o chamado Plano de Metas, que
pretendia modernizar o país a partir de
uma economia desenvolvimentista e aliada
ao capital estrangeiro. Brasília foi criada
como nova capital, com o objetivo de esti-
mular o desenvolvimento econômico regio-
nal do Centro-Oeste, favorecer o povoamento
da região, estimular a atividade industrial
(construção civil e equipamentos) e afastar
a capital do litoral, que seria mais vulnerável
do ponto de vista militar e às pressões popu-
lares.
65
PRÁTICA DOS b) uma estratégia de valorização, na colonização
da América e na África, das atividades agrí-
66
4. (Unesp) A escravatura, que realmente tan- 5. (Unesp) O texto destaca três elementos que
tos males acarreta para a civilização e para a o autor considera inexistentes entre os tu-
moral, criou no espírito dos brasileiros este pinambás, no final do século XVI. Esses três
caráter de independência e soberania, que elementos podem ser associados, respectiva-
o observador descobre no homem livre, seja mente:
qual for o seu estado, profissão ou fortuna. a) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e
Quando ele percebe desprezo, ou ultraje da às relações familiares.
parte de um rico ou poderoso, desenvolve-se b) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hie-
rarquia política.
imediatamente o sentimento de igualdade;
c) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao
e se ele não profere, concebe ao menos, no respeito pelos diferentes.
momento, este grande argumento: não sou d) à estrutura política, à anarquia social e ao
escravo. Eis aqui no nosso modo de pensar, a desrespeito familiar.
primeira causa da tranquilidade de que goza e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e
o Brasil: o sentimento de igualdade profun- à aceitação dos estrangeiros.
damente arraigado no coração dos brasileiros.
Padre Diogo Antônio Feijó apud 6. (Unesp) Os comentários de Gabriel Soares de
Miriam Dolhnikoff. O pacto imperial. 2005. Souza expõem:
a) a dificuldade dos colonizadores de reconhe-
O texto, publicado em 1834 pelo padre Diogo cer as peculiaridades das sociedades nativas.
Antônio Feijó: b) o desejo que os nativos sentiam de receber
a) parece rejeitar a escravidão, mas identifica orientações políticas e religiosas dos coloni-
efeitos positivos que ela teria provocado en- zadores.
tre os brasileiros. c) a inferioridade da cultura e dos valores dos
b) caracteriza a escravidão como uma vergonha portugueses em relação aos dos tupinambás.
para todos os brasileiros e defende a comple- d) a ausência de grupos sedentários nas Améri-
cas e a missão civilizadora dos portugueses.
ta igualdade entre brancos e negros.
e) o interesse e a disposição dos europeus de
c) defende a escravidão, pois a considera es- aceitar as características culturais dos tupi-
sencial para a manutenção da estrutura fun- nambás.
diária.
d) revela as ambiguidades do pensamento con- 7. (Unesp) O comércio foi de fato o nervo da co-
servador brasileiro, pois critica a escravidão, lonização do antigo regime, isto é, para incre-
mas enfatiza a importância comercial do trá- mentar as atividades mercantis processava-se
fico escravagista. a ocupação, povoamento e valorização das
e) repudia a escravidão e argumenta que sua novas áreas. E aqui ressalta de novo o sen-
manutenção demonstra o desrespeito brasi- tido da colonização da época moderna; indo
leiro aos princípios da igualdade e da frater- em curso na Europa a expansão da economia
nidade. de mercado, com a mercantilização crescente
dos vários setores produtivos antes à margem
Leia o texto a seguir para responder às ques- da circulação de mercadorias – a produção co-
tões 5 e 6. lonial era uma produção mercantil, ligada às
grandes linhas do tráfico internacional.
[Os tupinambás] têm muita graça quando
Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo
falam [...]; mas faltam-lhe três letras das do Sistema Colonial (1777-1808). 1981 (Adaptado).
ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa
muito para se notar; porque, se não têm F, é O mecanismo principal da colonização foi o
porque não têm fé em nenhuma coisa que comércio entre colônia e metrópole, fato que
adoram; nem os nascidos entre os cristãos se manifesta:
e doutrinados pelos padres da Companhia a) na ampliação do movimento de integração
têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm ver- econômica europeia por meio do amplo acesso
de outras potências aos mercados coloniais.
dade, nem lealdade a nenhuma pessoa que
b) na ausência de preocupações capitalistas por
lhes faça bem. E se não têm L na sua pro- parte dos colonos, que preferiam manter o
nunciação, é porque não têm lei alguma que modelo feudal e a hegemonia dos senhores de
guardar, nem preceitos para se governarem; terras.
e cada um faz lei a seu modo, e ao som da c) nas críticas das autoridades metropolitanas à
sua vontade; sem haver entre eles leis com persistência do escravismo, que impedia a am-
que se governem, nem têm leis uns com os pliação do mercado consumidor na colônia.
outros. E se não têm esta letra R na sua pro- d) no desinteresse metropolitano de ocupar as
nunciação, é porque não têm rei que os reja, novas terras conquistadas, limitando-se à ex-
e a quem obedeçam, nem obedecem a nin- ploração imediatista das riquezas encontradas.
guém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e) no condicionamento político, demográfico
e econômico dos espaços coloniais, que
e cada um vive ao som da sua vontade [...].
deveriam gerar lucros para as economias
Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo
metropolitanas.
do Brasil em 1587. 1987.
67
8. (Unesp) A Revolta dos Malês, ocorrida em Leia o texto a seguir para responder à ques-
1835 na Bahia, contou com ampla partici- tão 10.
pação popular e defendeu, entre outras pro-
Com a vinda da corte, pela primeira vez, des-
postas:
a) a rejeição ao catolicismo e a construção de de o início da colonização, configuravam-se
uma ordem islâmica. nos trópicos portugueses preocupações pró-
b) a manutenção da escravidão de africanos e a prias de uma colônia de povoamento e não
ampliação da escravização de indígenas. apenas de exploração ou feitoria comercial,
c) o retorno de D. Pedro I e o restabelecimento pois que no Rio teriam que viver e, para
da monarquia absolutista. sobreviver, explorar “os enormes recursos
d) a ampliação das relações diplomáticas e co- naturais” e as potencialidades do império
merciais com os países africanos. nascente, tendo em vista o fomento do bem-
e) o reconhecimento dos direitos e deveres de -estar da própria população local.
todo cidadão brasileiro.
Maria Odila Leite da Silva Dias. A interiorização
da metrópole e outros estudos. 2005.
Leia o texto a seguir para responder à ques-
tão 9. 10. (Unesp) A vinda da corte portuguesa para o
Os africanos não escravizavam africanos, Brasil, ocorrida em 1808 e citada no texto,
nem se reconheciam então como africanos. foi provocada, sobretudo:
Eles se viam como membros de uma aldeia, a) pelo fim da ocupação francesa em Portugal e
de um conjunto de aldeias, de um reino e de pelo projeto, defendido pelos liberais portu-
um grupo que falava a mesma língua, tinha gueses, de iniciar a gradual descolonização
os mesmos costumes e adorava os mesmos do Brasil.
deuses. (...) Quando um chefe (...) entrega- b) pela pressão comercial espanhola e pela dis-
va a um navio europeu um grupo de cativos, posição, do príncipe regente, de impedir a
não estava vendendo africanos nem negros, expansão e o sucesso dos movimentos eman-
mas (...) uma gente que, por ser considerada cipacionistas na colônia.
por ele inimiga e bárbara, podia ser escra- c) pelo interesse de expandir as fronteiras da
vizada. (...) O comércio transatlântico (...) colônia, avançando sobre terras da América
fazia parte de um processo de integração espanhola, para assegurar o pleno domínio
econômica do Atlântico, que envolvia a pro- continental do Brasil.
dução e a comercialização, em grande esca- d) pela invasão francesa em Portugal e pela
la, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros proximidade e aliança do governo português
bens tropicais, um processo no qual a Euro- com a política da Inglaterra.
pa entrava com o capital, as Américas com a
e) pela intenção de expandir, para a América,
terra e a África com o trabalho, isto é, com a
o projeto de união ibérica, reunindo, sob a
mão de obra cativa.
Alberto da Costa e Silva. A África explicada mesma administração colonial, as colônias
aos meus filhos. 2008 (Adaptado). espanholas e o Brasil.
9. (Unesp) Ao caracterizar a escravidão na 11. (Unesp) A maioridade do príncipe D. Pedro
África e a venda de escravos por africanos foi antecipada, em 1840, para que ele pu-
para europeus nos séculos XVI a XIX, o texto: desse assumir o trono brasileiro. Entre os
a) reconhece que a escravidão era uma insti- objetivos do chamado Golpe da Maioridade,
tuição presente em todo o planeta e que a podemos citar o esforço de:
diferenciação entre homens livres e homens a) obter o apoio das oligarquias regionais, in-
escravos era definida pelas características
satisfeitas com a centralização política ocor-
raciais dos indivíduos.
b) critica a interferência europeia nas disputas rida durante o período regencial.
internas do continente africano e demonstra a b) ampliar a autonomia das províncias e redu-
rejeição do comércio escravagista pelos líderes zir a interferência do poder central nas uni-
dos reinos e aldeias então existentes na África. dades administrativas.
c) diferencia a escravidão que havia na Áfri- c) abolir o Ato Adicional de 1834 e aumentar
ca da que existia na Europa ou nas colônias os efeitos federalistas da Lei Interpretativa
americanas, a partir da constatação da he- do Ato, editada seis anos depois.
terogeneidade do continente africano e dos d) promover ampla reforma constitucional de
povos que lá viviam. caráter liberal e democrático no país, reagin-
d) afirma que a presença europeia na África e do ao centralismo da Constituição de 1824.
na América provocou profundas mudanças
e) restabelecer a estabilidade política, compro-
nas relações entre os povos nativos desses
continentes e permitiu maior integração e metida durante o período regencial, e conter
colaboração interna. revoltas de caráter regionalista.
e) considera que os únicos responsáveis pela
escravização de africanos foram os próprios
africanos, que aproveitaram as disputas tri-
bais para obter ganhos financeiros.
68
12. (Unesp) Ao lado do latifúndio, a presença c) pelo fim da política de proteção à produção
da escravidão freou a constituição de uma e exportação de café, que enfrentava forte
sociedade de classes, não tanto porque o es- concorrência colombiana.
cravo esteja fora das relações de mercado, d) pela emissão descontrolada de papel-moeda,
mas principalmente porque excluiu delas os que provocou especulação financeira e alta
homens livres e pobres e deixou incompleto inflacionária.
o processo de sua expropriação. e) pelo encarecimento dos bens de primeira
Maria Sylvia de Carvalho Franco. Homens
necessidade, que eram majoritariamente im-
livres na ordem escravocrata. 1983. portados dos Estados Unidos.
Segundo o texto, que analisa a sociedade ca- 15. (Unesp) Nunca se viu uma campanha como
feeira no Vale do Paraíba no século XIX: esta, em que ambas as partes sustentaram
a) a substituição do trabalho escravo pelo tra- ferozmente as suas aspirações opostas. Ven-
balho livre assalariado freou a constituição cidos os inimigos, vós lhes ordenáveis que
de uma sociedade de classes durante o perí- levantassem um viva à república e eles o
odo cafeeiro. levantavam à monarquia e, ato contínuo,
b) o imigrante e as classes médias mantiveram- atiravam-se às fogueiras que incendiavam a
-se fora das relações de mercado existentes cidade, convencidos de que tinham cumprido
na sociedade cafeeira. o seu dever de fiéis defensores da monarquia.
c) o caráter escravista impediu a participação
Gazeta de Notícias, 28 out. 1897 apud Maria de Lourdes
direta dos homens livres e pobres na econo- Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República.
mia de exportação da sociedade cafeeira.
d) a inexistência de homens livres e pobres na O texto é parte da ordem do dia, 06/10/1897,
sociedade cafeeira determinou a predomi- do general Artur Oscar e trata dos momentos
nância do trabalho escravo nos latifúndios. finais de Canudos. Para o militar, o principal
e) a ausência de classes na sociedade cafeeira
motivo da luta dos canudenses era a:
deveu-se prioritariamente ao fato de que o
a) restauração monárquica, embora hoje saiba-
escravo estava fora das relações de mercado. mos que a rejeição à república era apenas
13. (Unesp) [...] até a década de 1870, apesar uma das razões da rebeldia.
das pressões, os escravos continuavam a ser b) valorização dos senhores rurais, ligados ao
a mão de obra fundamental para a lavoura monarca, cujo poder era ameaçado pelo cres-
cimento e enriquecimento das cidades.
brasileira, sendo que nessa época todos os
c) restauração monárquica, que, hoje sabemos,
643 municípios do Império [...] ainda conti-
era de fato a única razão da longa resistên-
nham escravos. cia dos sertanejos.
Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro. 1987. d) valorização do meio rural, embora hoje sai-
bamos que Antônio Conselheiro não apoiava
A redução da importância do trabalho escra- os incêndios provocados por monarquistas
vo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre ou- nas cidades republicanas.
tros fatores: e) restauração monárquica, o que fez com que
a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e a luta de Antônio Conselheiro recebesse am-
ao crescimento das correntes migratórias em plo apoio dos monarquistas do sul do Brasil.
direção ao Brasil.
b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do
16. (Unesp) Tarsila do Amaral é uma das artis-
Paraíba em manter escravos e à intensa pro-
tas que melhor traduziu o “espírito de bra-
paganda abolicionista direcionada aos pró-
silidade”, como se pode observar no quadro
prios escravos.
c) à firme oposição da Igreja católica ao escra- ”Abaporu”.
vismo e ao temor de que se repetisse, no
Brasil, uma revolução escrava como a que
ocorrera em Cuba.
d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do trá-
fico e à dificuldade de adaptação do escravo
ao trabalho na lavoura do café.
e) à diminuição do preço do escravo no mer-
cado interno e à atuação abolicionista da
Guarda Nacional.
69
II. As formas ousadas e cores de tons fortes d) explicita a preocupação dos setores políticos
e vibrantes usadas nos quadros de Tarsila e sociais dominantes frente à crise econômi-
traduziram o espírito de brasilidade. ca provocada pela alta do preço do café e sua
III.Em 1929, a cafeicultura no Brasil, sobre- tentativa de regulamentar o setor.
tudo a paulista, sofreu um forte abalo e) demonstra a defesa, pelo autor, da politiza-
com a quebra da bolsa de Nova Iorque. ção da produção literária e o abandono de
IV. A cultura cafeeira paulista, buscando as parte dos princípios estéticos que guiaram
manchas de terras roxas, possibilitou a sua obra na década anterior.
conservação do solo e a preservação das flo- Analise o cartaz da campanha presidencial
restas, minimizando as ações antrópicas. do marechal Henrique Teixeira Lott para res-
Estão corretas as afirmações: ponder à questão 19.
a) II e III, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
70
b) celebração dos novos meios de transporte, 23. (Unesp) A situação de harmonia no Congres-
pois Kubitschek foi o primeiro presidente do so entraria em crise nas eleições de 1974,
Brasil a utilizar aviões nos seus deslocamen- marco importante do avanço pela retomada
tos internos. do Estado de Direito.
c) rejeição à transferência da capital para o Edgard Leite Ferreira Neto. Os partidos
Planalto Central, pois o Rio de Janeiro con- políticos no Brasil. 1988.
tinuava a ser o centro financeiro do país.
d) crítica violenta ao populismo que caracteri- O texto menciona as eleições parlamentares
zou a política brasileira durante todo o perí- de 1974, ocorridas durante o regime militar.
odo republicano. Pode-se dizer que essas eleições:
e) recusa da atuação política de Kubitschek, a) representaram uma vitória significativa do
que permitia participação popular direta nas partido da situação e eliminaram os esforços
principais decisões governamentais. reformistas de deputados e senadores.
b) revelaram a ampla hegemonia de que o gover-
21. (Unesp) Durante o regime militar brasileiro no desfrutava nos Estados economicamente
(1964-1985), ocorreram: mais fortes do Sudeste e sua fragilidade no
a) fim do intervencionismo estatal na econo- Centro-Norte do país.
mia, ampliação da autonomia dos Estados e
c) reforçaram a convicção de que o bipartidaris-
controle militar do sistema de informações.
mo era o modelo político-partidário adequado
b) ampliação dos programas sociais voltados à
saúde e à educação, crescimento industrial e para a consolidação da república brasileira.
saneamento completo das contas públicas. d) demonstraram insatisfação de parte expressi-
c) limitação dos investimentos estrangeiros no va da sociedade brasileira e provocaram forte
país, erradicação da inflação e pagamento da reação do governo, que alterou as leis eleito-
dívida externa brasileira. rais para assegurar a manutenção do controle
d) fortalecimento do poder executivo, relativo sobre o Congresso Nacional.
esvaziamento do legislativo e do judiciário e e) expressaram a popularidade dos candidatos
aumento da participação estatal na econo- do partido de oposição e o desejo dos oposi-
mia. cionistas de manterem a ordem política então
e) modernização tecnológica nas comunica- predominante.
ções, incremento dos transportes aéreo e
ferroviário e maior equilíbrio na distribuição 24. (Unesp) Em março de 1988, o modelo sindical
de renda. levado por Lindolfo Collor para o Ministério
do Trabalho completou 57 anos de idade. Em
22. (Unesp) todos estes anos foi olhado com suspeita pe-
los empresários e com bastante desconfiança
pelos grupos socialistas, comunistas e pela
esquerda em geral. Atribuía-se sua criação,
na década de 30, à influência das doutrinas
autoritárias e fascistas então na moda.
Letícia Bicalho Canêdo.
A classe operária vai ao sindicato. 1988.
71
a) pelo interesse dos mercadores em estruturar Segundo o texto, a valorização da ação mi-
o mercado financeiro das grandes cidades. litar
b) pelo esforço dos legisladores em justificar e a) representa a continuidade da estrutura so-
legitimar o poder divino dos reis. cial originária da Idade Média.
c) pela rejeição da população urbana à persis- b) ultrapassa as barreiras de classe social, igua-
tência do pensamento mítico de origem ru- lando os homens medievais.
ral. c) deriva da associação, surgida na Idade Mé-
d) pela preocupação dos pensadores em refletir dia, entre nobres e cavaleiros.
sobre a organização da vida na cidade. d) surgiu na Idade Média e é desconhecida nas
e) pela resistência dos grupos nacionalistas às sociedades modernas.
invasões e ao expansionismo estrangeiro. e) revela a identificação medieval de quem tra-
balhava com quem lutava.
26. (Unesp 2018)
28. (Unesp 2018) A migração de Maomé e seus
seguidores, em 622, de Meca para Medina
permitiu a consolidação da religião muçul-
mana que incluía, entre outros princípios,
a) a recomendação de que os muçulmanos não
escravizassem ou atacassem outros muçulma-
nos, pois eles pertencem à mesma irmandade
de fé.
b) a proibição de que os muçulmanos exercessem
atividades comerciais, pois o manejo cotidia-
no de riquezas era considerado impuro.
c) a proibição de que os muçulmanos visitassem
Meca, pois o solo puro e sagrado dessa cidade
deveria permanecer intocado.
d) a recomendação de que os muçulmanos não li-
O mapa do Império Romano na época de Au- mitassem seu culto a um só Deus, pois o cria-
gusto (27 a.C. – 14 d.C.) demonstra dor multiplica-se em diversas formas e faces.
a) a dificuldade das tropas romanas de avançar e) a proibição de que os muçulmanos saíssem da
sobre territórios da África e a concentração Península Arábica, pois eles sofriam persegui-
dos domínios imperiais no continente euro- ções em outros territórios.
peu.
b) a resistência do Egito e de Cartago, que con- 29. (Unesp 2018) Ainda hoje a palavra Renas-
seguiram impedir o avanço romano sobre cimento evoca a ideia de uma época dourada
seus territórios. e de homens libertos dos constrangimentos
c) a conformação do maior império da Antigui- sociais, religiosos e políticos do período pre-
dade e a imposição do poder romano sobre cedente. Nessa “época dourada”, o indivi-
os chineses e indianos. dualismo, o paganismo e os valores da An-
d) a iminência de conflitos religiosos, resultan- tiguidade Clássica seriam cultuados, dando
tes da tensão provocada pela conquista de margem ao florescimento das artes e à ins-
Jerusalém pelos cristãos. talação do homem como centro do universo.
Tereza Aline Pereira de Queiroz.
e) a importância do Mar Mediterrâneo para a
O Renascimento, 1995. Adaptado.
expansão imperial e para a circulação entre
as áreas de hegemonia romana. O texto refere-se a uma concepção acerca do
Renascimento cultural dos séculos XV e XVI
27. (Unesp 2018) A era feudal tinha legado às que
sociedades que a seguiram a cavalaria, cris- a) projeta uma visão negativa da Idade Média e
talizada em nobreza. [...] Até nas nossas identifica o Renascimento como a origem de
sociedades, em que morrer pela sua terra valores ainda hoje presentes.
b) estabelece a emergência do teocentrismo e
deixou de ser monopólio de uma classe ou
reafirma o poder tutelar da Igreja Católica Ro-
profissão, o sentimento persistente de uma mana.
espécie de supremacia moral ligada à função c) caracteriza a história da arte e do pensamento
do guerreiro profissional — atitude tão es- como desprovida de rupturas e marcada pela
tranha a outras civilizações, tal como a chi- continuidade nas propostas estéticas.
nesa — permanece uma lembrança da divi- d) valoriza a produção artística anterior a esse
são operada, no começo dos tempos feudais, período e identifica o Renascimento como um
entre o camponês e o cavaleiro. momento de declínio da criatividade humana.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987. Adaptado.)
e) afirma o vínculo direto das invenções e ino-
vações tecnológicas do período com o pensa-
mento mítico da Antiguidade.
72
30. (Unesp 2018)
GABARITO
1. E 2. C 3. A 4. A 5. B
6. A 7. E 8. A 9. C 10. D
11. E 12. C 13. A 14. D 15. A
16. B 17. C 18. E 19. D 20. A
21. D 22. A 23. D 24. B 25. D
A gravura representa a marcha de mulheres
revolucionárias até o palácio real de Versa- 26. E 27. C 28. A 29. A 30. C
lhes em 5 de outubro de 1789. 31. D
A participação das mulheres na Revolução
Francesa
a) levou à conquista do direito de voto, porém
não do direito de exercer cargos executivos
no novo governo francês.
b) teve ressonância parcial nas decisões políti-
cas, pois apenas as mulheres da alta burgue-
sia envolveram-se nos protestos políticos e
civis.
c) foi notável nas manifestações e clubes polí-
ticos, porém seus direitos políticos e sociais
não foram ampliados significativamente.
d) originou a igualdade de direitos civis em rela-
ção aos homens após a proclamação da Decla-
ração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
e) diminuiu bastante após os conflitos e a vio-
lência generalizada que marcaram a tomada
da Bastilha.
73
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
FILOSOFIA
UNESP - Filosofia
Temática, 73%
Filosofia contemporânea,12%
Filosofia Moderna 15%
FILOSOFIA
77
A persistência histórica dos conflitos geopo- Quem era alvo dos bullies? Os diferentes. As
líticos descritos na reportagem pode ser filo- crianças parecem repetir a história da huma-
soficamente compreendida pela teoria: nidade: nascem trogloditas, violentas, cruéis
a) iluminista, que preconiza a possibilidade de com quem não é da tribo, e vão se civili-
um estado de emancipação racional da hu- zando aos poucos. Alguns, nem tanto. Serão
manidade. os que vão conservar esses rótulos pétreos,
b) maquiavélica, que postula o encontro da vir- imutáveis, muitas vezes carregados de ódio
tude com a fortuna como princípios básicos contra os “diferentes”, e difíceis (se não im-
da geopolítica. possíveis) de mudar.
c) política de Rousseau, para quem a submissão Francisco Daudt. Folha de S.Paulo, 07 fev. 2012. (Adaptado).
à vontade geral é condição para experiências
de liberdade. O artigo citado aborda a relação entre as
d) teológica de santo Agostinho, que considera tendências culturais politicamente corretas
que o processo de iluminação divina afasta e os preconceitos. Com base no texto, pode-
os homens do pecado. -se afirmar que a superação dos preconcei-
e) política de Hobbes, que conceitua a compe- tos que induzem comportamentos agressivos
tição e a desconfiança como condições bási- depende:
cas da natureza humana. a) da capacidade racional de discriminar entre
pré-julgamentos socialmente úteis e precon-
ceitos disseminadores de hostilidade.
4. (Unesp) Aedo e adivinho têm em comum um
b) de uma assimilação integral dos critérios
mesmo dom de “vidência”, privilégio que ti-
“politicamente corretos” para representar e
veram de pagar pelo preço dos seus olhos.
julgar objetivamente a realidade.
Cegos para a luz, eles veem o invisível.
c) da construção de valores coletivos que per-
O deus que os inspira mostra-lhes, em uma
mitam que cada pessoa diferencie os amigos
espécie de revelação, as realidades que esca-
e os inimigos de sua comunidade.
pam ao olhar humano. Sua visão particular
d) de medidas de natureza jurídica que crimi-
age sobre as partes do tempo inacessíveis às
nalizem a expressão oral de juízos precon-
criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o
ceituosos contra integrantes de minorias.
que ainda não é.
e) do fortalecimento de valores de natureza re-
Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento
entre os gregos. 1990 (Adaptado). ligiosa e espiritual, garantidores do amor ao
próximo e da convivência pacífica.
O texto refere-se à cultura grega antiga e
menciona, entre outros aspectos:
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis
pela transmissão oral das tradições, dos mi-
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
tos e da memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especial- 1. Não pode ser submetida aos mesmos crité-
mente nos períodos de seca ou de infertili- rios que regem a razão, diferentemente da
dade da terra. autonomia libertária na qual o uso da razão
c) o caráter monoteísta da sociedade, que im- conduz o indivíduo para um fim. Este fim
pedia a difusão dos cultos aos deuses da tra- é intencional e serve para tornar o homem
dição clássica. mais consciente de si e promover sua inde-
d) a forma como a história era escrita e lida pendência racional, criando, assim, condi-
entre os povos da península balcânica. ções para agir de forma direcionada e inten-
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e cional. Já autonomia estética não possui um
reforçar o isolamento e a autonomia em que fim em si, ela serve como forma de fruição,
viviam. ou seja, sua apreciação não direciona a uma
elevação, a uma intenção para algo. Desta
forma, quando tornamos a arte racional,
5. (Unesp) O clima do “politicamente correto”
desprovêmo-la de suas qualidades intrínse-
em que nos mergulharam impede o raciocí-
cas e a tornamos um instrumento que não
nio. Este novo senso comum diz que todos os
promove uma autonomia por si. Quando se
preconceitos são errados. Ao que um amigo
direciona a arte por meio da razão instru-
observou: “Então vocês têm preconceito con-
mental, descaracteriza-se sua fruição. Em
tra os preconceitos”. Ele demonstrava que é
outras palavras, para que a arte seja preser-
impossível não ter preconceitos, que vive-
vada, não submeter a arte ao mercado (razão
mos com eles, e que grande quantidade de-
instrumental), pois se tem aí o empobreci-
les nos é útil. Mas, afinal, quais preconceitos
mento de sua capacidade representativa e
são pré-julgamentos danosos? São aqueles
expressiva.
que carregam um juízo de valor depreciativo
e hostil. Lembre-se do seu tempo de colégio.
78
2. O conceito de liberdade possui como prin-
cípio o ato de se expressar sem nenhuma PRÁTICA DOS
espécie de constrangimento, determinação
ou direcionamento da ação. Neste sentido, CONHECIMENTOS - E.O.
a liberdade de dizer o que se deseja, direito 1. (Unesp) Para o teórico Boaventura de Sousa
garantido pela constituição, está presente Santos, o direito se submeteu à racionalida-
na linha argumentativa utilizada pelo autor. de cognitivo-instrumental da ciência moder-
Caracterizando assim uma argumentação na e tornou-se ele próprio científico. Existe
liberal. A resposta “teológica” pode levar a necessidade de repensarmos os direitos
a uma confusão, pois o pano de fundo do humanos. Boaventura nos instiga a pensar
debate é a questão religiosa, porém, não se que eles possuem um caráter racional e re-
está discutindo este tema na argumentação,
gulador da vida humana. Esses direitos não
mas sim sua natureza.
colaboram para eliminar as assimetrias po-
3. Obviamente, é muito difícil compreender a líticas, culturais, sociais e econômicas exis-
persistência histórica dos conflitos geopolí- tentes, especialmente nos países periféricos.
ticos através dessa teoria política hobbesia- Os direitos humanos, num plano universalis-
na, pois a grande obra do filósofo britânico ta e aberto a todos, não modificam as estru-
não se resume à definição do estado de na- turas desiguais, mas ratificam a ordenação
tureza do homem, no qual todos estão em normativa para comandar uma sociedade.
guerra contra todos. Além disso, não faz Adriano São João e João Henrique da Silva.
qualquer sentido confundir tal estado de “A historicidade dos direitos humanos”.
natureza com a nossa realidade, que ao se Filosofia, ciência e vida. dez. 2014 (Adaptado).
chamar geopolítica já impede uma relação
De acordo com o texto, os direitos humanos
direta com a suposta condição primária da
são passíveis de crítica, porque:
civilização. Nem nós, nem a Inglaterra de
a) desempenham um papel meramente formal
Hobbes representamos o estado de natureza,
de proteção da vida.
pois tal premissa é um postulado da especu-
b) inexistem padrões universalistas aplicáveis à
lação filosófica do autor, e não um fato cons-
totalidade da humanidade.
tatado. Ora, nós vivemos em uma sociedade
global, e não estamos vivendo no caos abso- c) são incompatíveis com os valores culturais
luto de um confronto geral de vida ou morte. de nações não ocidentais.
Se fôssemos compreender a persistência his- d) sua estrutura normativa carece de racionali-
tória dos conflitos geopolíticos através da te- dade e de cientificidade.
oria política hobbesiana, então deveríamos e) são destituídos de uma visão religiosa e es-
tomar tais constantes disputas como resul- piritualista de mundo.
tado da incapacidade dos homens de insti-
tuírem um governo global forte o suficiente 2. (Unesp) IHU On-line: A medicalização de
que obrigasse os cidadãos a honrarem o pac- condutas classificadas como “anormais” se
to social. estendeu a praticamente todos os domínios
4. A questão diz respeito ao papel dos poetas de nossa existência. A quem interessa a me-
na cultura grega clássica. Sendo eles inspi- dicalização da vida?
rados pelos deuses, são responsáveis pela Sandra Caponi: A muitas pessoas. Em pri-
transmissão dos mitos e da memória aos ho- meiro lugar ao saber médico, aos psiquia-
mens. Todas as alternativas, com exceção da tras, mas também aos médicos gerais e es-
[A], fazem referência a características que pecialistas. Interessa muito especialmente
não são próprias da atividade dos poetas aos laboratórios farmacêuticos que. Desse
gregos. modo, podem vender seus medicamentos
5. De acordo com o texto, somente a alternati- e ampliar o mercado de consumidores de
va [A] pode ser considerada correta. Os pre- psicofármacos de modo quase indefinido.
conceitos podem ser tanto socialmente úteis Porém, esse interesse seria irrelevante se
quanto danosos. É pela razão e pela “educa- não existisse uma demanda social que acei-
ção civilizadora” que as crianças aprendem a ta e até solicita que uma ampla variedade
conviver com o diferente. de comportamentos cotidianos ingresse no
domínio do patológico. Um exemplo bastan-
te óbvio é a escola. Crianças com problemas
GABARITO de comportamento mais ou menos sérios
hoje recebem rapidamente um diagnóstico
psiquiátrico. São medicadas, respondem à
1. B 2. A 3. E 4. A 5. A medicação e atingem o objetivo social pro-
curado. Essas crianças que tomam ritalina
ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais
79
sossegadas, concentradas e, ao mesmo tem- 4. (Unesp) A condenação à violência pode ser
po, mais tristes e isoladas. estendida à ação dos militantes em prol
Adaptado de: <www.ihuonline.unisinos.br>. dos direitos animais que depredaram os
laboratórios do Instituto Royal, em São
Podemos considerar como uma importante Roque. A nota emocional é difícil de con-
implicação filosófica da medicalização da tornar: 178 cães da raça beagle, usados em
vida: testes de medicamentos, foram retirados
a) a incorporação do conhecimento científi- do local. De um lado, por mais que seja
co como meio de valorização da autonomia minimizado e controlado, há o sofrimento
emocional e intelectual. dos bichos. Do outro lado, está nosso bem
b) a institucionalização de procedimentos de maior: nas atuais condições, não há como
análise e de cura psiquiátrica absolutamente dispensar testes com animais para o de-
objetivos e eficientes. senvolvimento de drogas e medicamentos
c) a proliferação social de conhecimentos e que salvarão vidas humanas.
procedimentos médicos que pressupõem a Direitos animais. Veja, 25 out. 2013.
patologização da vida cotidiana.
d) a contribuição eticamente positiva da psi- Sob o ponto de vista filosófico, os valores
quiatrização do comportamento infantil e éticos envolvidos no fato relatado envolvem
juvenil na esfera pedagógica. problemas essencialmente relacionados:
e) o caráter neutro do progresso científico em a) à legitimidade do domínio da natureza pelo
relação a condicionamentos materiais e a homem.
b) a diferentes concepções de natureza religiosa.
demandas sociais.
c) a disputas políticas de natureza partidária.
d) à instituição liberal da propriedade privada.
3. (Unesp) Governos que se metem na vida dos e) aos interesses econômicos da indústria far-
outros são governos autoritários. Na história macêutica.
temos dois grandes exemplos: o fascismo e o
comunismo. Em nossa época existe uma ou-
5. (Unesp) “Religião sempre foi um negócio
tra tentação totalitária, aparentemente mais
lucrativo.” Assim começa uma reportagem
invisível e, por isso mesmo, talvez, mais pe-
da revista americana Forbes sobre os milio-
rigosa: o “totalitarismo do bem”. A saúde
nários bispos fundadores das maiores igre-
sempre foi um dos substantivos preferidos jas evangélicas do Brasil. A revista fez um
das almas e dos governos autoritários. Quem ranking com os líderes mais ricos. No topo
estudar os governos autoritários verá que a da lista, está o bispo Edir Macedo, que tem
“vida cientificamente saudável” sempre foi uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, se-
uma das suas maiores paixões. E, aqui, o ad- gundo a revista. Em seguida, vem Valdemiro
vérbio “cientificamente é quase vago porque Santiago, com R$ 400 milhões; Silas Mala-
o que vem primeiro é mesmo o desejo de hi- faia, com R$ 300 milhões; R.R. Soares, com
gienização de toda forma de vício, sujeira, R$ 250 milhões, e Estevan Hernandes Filho
enfim, de humanidade não correta. Nosso e a bispa Sônia, com R$ 120 milhões jun-
maior pecado contemporâneo é não reconhe- tos. A Forbes também destaca o crescimento
cer que a humanidade do humano está além dos evangélicos no Brasil – de 15,4% para
do modo “correto” de viver. E vamos pagar 22,2% da população na última década –, em
caro por isso porque um mundo só de gente detrimento dos católicos. Hoje, os católicos
“saudável” é um mundo sem Eros. romanos somam 64,6% da população, ou 123
Luiz Felipe Pondé. “Gosto que cada um sente milhões de brasileiros. Os evangélicos, por
na boca não é da conta do governo”. Folha sua vez, já somam 42 milhões, em uma po-
de S.Paulo, 14 mar. 2012 (Adaptado).
pulação total de 191 milhões de pessoas.
Na concepção do autor, o totalitarismo: Forbes lista os seis líderes milionários evangélicos
no Brasil.uol.com.br, 19 jan. 2013 (Adaptado).
a) é um sistema político exclusivamente rela-
cionado com o fascismo e o comunismo. Os fatos descritos na reportagem são compa-
b) inexiste sob a égide de regimes políticos ins- tíveis filosoficamente com uma concepção:
titucionalmente democráticos e liberais. a) teológico-protestante, baseada na valoriza-
c) depende necessariamente de controles de ção do sacrifício pessoal e da prosperidade
natureza policial e repressiva dos comporta- material.
mentos. b) kantiana, que preconiza a possibilidade de
d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios se atingir a maioridade intelectual.
de natureza biopolítica sobre a vida. c) cartesiana, que pressupõe a existência de
e) estabelece regras de comportamento subor- Deus como condição essencial para o conhe-
dinadas à autonomia dos indivíduos. cimento racional.
80
d) dialético-materialista, baseada na necessi- 8. (Unesp) Em um documento rubricado pela
dade de superação do trabalho alienado. Rede Global de Academias de Ciência (IAP),
e) teológico-católica, defensora da caridade e um grupo de pensadores da comunidade
idealizadora de virtudes associadas à pobreza. científica com sede em Trieste (Itália) que
engloba 105 academias de todo o mundo
6. (Unesp) O hormônio testosterona está ligado alerta pela primeira vez sobre os riscos do
ao egoísmo, segundo uma pesquisa inglesa. consumo nos países do Primeiro Mundo e
Em testes feitos por cientistas da University a falta de controle demográfico, principal-
College London, na Grã-Bretanha, mulheres mente nas nações em desenvolvimento. Na
que tomaram doses do hormônio masculi- declaração da comunidade científica se indi-
no mostraram comportamento egocêntrico ca que as pautas de consumo exacerbado do
quando tinham de lidar com problemas em Primeiro Mundo estão se deslocando perigo-
pares. Quando os pesquisadores ministraram samente para os países em desenvolvimento:
placebo às voluntárias antes dos testes, elas os milhões de telefones celulares e tonela-
cooperaram entre si. O estudo ajuda a expli- das de junk food que invadem os lares pobres
car como os hormônios moldam o comporta- são claros indicadores dessa problemática. A
mento humano. ausência nos países pobres de políticas de
Testosterona pode induzir comportamento planejamento familiar ou de prevenção de
egoísta. Veja, 01 fev. 2012. gravidezes precoces acaba de configurar um
O pressuposto fundamental assumido pela sombrio cenário de superpopulação. “Trata-
pesquisa citada para explicar o comporta- -se de dois problemas convergentes que pela
mento humano pode ser identificado com: primeira vez analisamos de forma conjun-
a) as diferenças sociais de gênero. ta”, afirma García Novo.
b) o determinismo biológico. Francho Barón. El País, 16 jun. 2012. (Adaptado).
c) os fatores de natureza histórica.
Um dos problemas relatados no texto está
d) os determinismos materiais da sociedade.
relacionado com:
e) a autonomia ética do indivíduo.
a) a supremacia de tendências estatais de con-
trole sobre a economia liberal.
7. (Unesp) A produção de mercadorias e o con- b) o aumento do nível de pobreza nos países
sumismo alteram as percepções não apenas subdesenvolvidos.
do eu como do mundo exterior ao eu; criam c) a hegemonia do planejamento familiar nos
um mundo de espelhos, de imagens insubs- países do Terceiro Mundo.
tanciais, de ilusões cada vez mais indistin- d) o declínio dos valores morais e religiosos na
guíveis da realidade. O efeito refletido faz do era contemporânea.
sujeito um objeto; ao mesmo tempo, trans- e) o irracionalismo das relações de consumo no
forma o mundo dos objetos numa extensão mundo atual.
ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a
cultura do consumo como uma cultura domi-
9. (Unesp) Por que as pessoas fazem o bem?
nada por coisas. O consumidor vive rodeado
A bondade está programada no nosso cére-
não apenas por coisas como por fantasias.
bro ou se desenvolve com a experiência? O
Vive num mundo que não dispõe de existên-
psicólogo Dacher Keltner, diretor do Labora-
cia objetiva ou independente e que parece
tório de Interações Sociais da Universidade
existir somente para gratificar ou contrariar
da Califórnia, em Berkeley, investiga essas
seus desejos.
questões por vários ângulos e apresenta re-
Christopher Lasch. O mínimo eu. 1987. (Adaptado).
sultados surpreendentes.
Sob o ponto de vista ético e filosófico, na so- Keltner: O nervo vago é um feixe neural que
ciedade de consumo, o indivíduo: se origina no topo da espinha dorsal. Quan-
a) estabelece com os produtos ligações que são do ativo, produz uma sensação de expansão
definidas pela separação entre razão e emoção. confortável no tórax, como quando estamos
b) representa a realidade mediante processos emocionados com a bondade de alguém ou
mentais essencialmente objetivos e cons- ouvimos uma bela música. Pessoas com alta
cientes. ativação dessa região cerebral são mais pro-
c) relaciona-se com as mercadorias considerando pensas a desenvolver compaixão, gratidão,
prioritariamente os seus aspectos utilitários. amor e felicidade.
d) relaciona-se com objetos que refletem iluso- Mente & Cérebro: O que esse tipo de ciência
riamente seus processos emocionais incons- o faz pensar?
cientes. Keltner: Ela me traz esperanças para o futu-
e) comporta-se de maneira autônoma frente ro. Que nossa cultura se torne menos mate-
aos mecanismos publicitários de persuasão. rialista e privilegie satisfações sociais como
81
diversão, toque, felicidade que, do ponto de
vista evolucionário, são as fontes mais an- GABARITO
tigas de prazer. Vejo essa nova ciência em
quase todas as áreas da vida. Ensina-se me- 1. A 2. C 3. D 4. A 5. A
ditação em prisões e em centros de detenção
6. B 7. D 8. E 9. D 10. A
de menores. Executivos aprendem que inte-
ligência emocional e bom relacionamento
podem fazer uma empresa prosperar mais
do que se ela for focada apenas em lucros.
Adaptado de: <www.mentecerebro.com.br>.
82
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
SOCIOLOGIA
UNESP - Sociologia
Diversidade cultural e Estratificação social, 25%
Teoria sociológica, 11%
Poder, estado e política, 6%
Trabalho e produção, 6%
Socialização e instituições sociais, 3%
Movimentos sociais, 3%
Temática, 47%
SOCIOLOGIA
Prescrição: Para resolver as questões, releia os tópicos de Sociologia selecionados pelo material.
Atente-se às conexões entre o pensamento dos autores e seus contextos históricos. Também é
imprescindível estar atento às principais discussões culturais e políticas dos últimos anos.
85
apenas “diferentes”, e porque a democracia, c) a “cultura do estupro” é um conceito cientí-
entendida apenas como escolha da maioria, fico, relacionado com desvios comportamen-
é um valor absoluto, por que condenar quan- tais de natureza psiquiátrica.
do a maioria de um povo escolhe por voto d) os episódios de barbárie social são provoca-
a sharia*? Chegamos ao impasse dos multi- dos exclusivamente pelas desigualdades ma-
culturalistas: aceitam que cada cultura seja teriais geradas pelo capitalismo.
“apenas diferente” e que, portanto, não há e) a abordagem opõe um enfoque antropoló-
bárbaros, ou constatam o óbvio, ou seja, que gico, baseado em questões de gênero, a ar-
certas sociedades ainda vivem presas a valo- gumentos de natureza moral, psicológica e
res abjetos, que ignoram completamente as social.
liberdades básicas dos indivíduos. Qual vai
ser a opção? 5. (Unesp) A escola que se autointitula a pri-
CONSTANTINO, Rodrigo. “Pedofilia? No Iraque meira colocada no Exame Nacional do Ensi-
islâmico é permitido por lei!”. Adaptado de: no Médio (Enem) ocupa, ao mesmo tempo,
<www.veja.com.br>. 02. maio 2014. a 1ª e a 569ª posição no ranking que a im-
prensa faz com os resultados do Enem. A es-
*sharia: lei islâmica cola separou numa sala diferente os alunos
Para o autor, o conflito suscitado opõe essen- que acertavam mais questões em suas pro-
cialmente: vas internas. Trouxe, inclusive, alguns alu-
a) iluminismo e racionalismo. nos de suas franquias pela Grande São Pau-
b) democracia e estados de exceção. lo. E “criou” uma outra escola (abriu outro
c) cristianismo e islamismo. CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço
d) relativismo e universalidade. físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo
ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª
e) multiculturalismo e antropologia.
posição é a que melhor reflete as condições
da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primei-
4. (Unesp 2017) Em maio deste ano, a divul-
ra colocada no Enem NÃO é uma escola, é
gação do vídeo de uma moça desacordada,
vítima de um estupro coletivo, provocou uma artimanha jurídica que faz com que os
grande indignação na população. Num pri- alunos tenham suas notas computadas em
meiro momento, prevaleceu a revolta diante duas listas diferentes. Todos estudam no
da barbárie e a percepção de que o machis- mesmo prédio, com os mesmos professores,
mo, base da chamada “cultura do estupro”, com o mesmo material, no mesmo horário,
persiste na sociedade. Passado o primeiro convivendo no mesmo pátio e no mesmo
momento, as opiniões divergentes começa- horário de intervalo.
ram a surgir. Entre os que não veem o ma- No Brasil todo temos centenas de escolas que
chismo como propulsor de crimes desse tipo trabalham com a regra na mão para tentar
estão aqueles (e aquelas!) que consideraram parecer que são a melhor e depois divulgar,
os autores do ato uns “monstros”, o que faz em suas propagandas, que são a melhor es-
do episódio um caso isolado, perpetrado por cola do país, do estado, da região, da cidade
pessoas más. Houve quem analisasse o fato e, em cidades grandes, como várias capitais,
do ponto de vista da psicologia, sugerindo até mesmo que é a melhor escola de um de-
que, num estupro coletivo, o que importa é o terminado bairro.
grupo, não a mulher (como ocorre nos trotes Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo
contra calouros e na agressão entre torcidas tempo, o 1º e o 569º lugar do ranking”.
O Estado de S.Paulo, 26 dez. 2014 (Adaptado)
de futebol). Mais uma vez, temos uma refle-
xão que se propõe explicar os fatos à luz do
O fato relatado pode ser explicado em função
indivíduo e seu psiquismo. Outros deslocam
da:
o problema para as classes sociais menos fa-
a) hegemonia dos critérios instrumentais da
vorecidas. São os que costumam ficar horro-
empresa capitalista em alguns setores da
rizados com a existência de favelas, ambien-
educação.
tes onde meninas dançam com pouca roupa
b) falência da meritocracia como critério de
ao som das letras machistas do funk.
acesso ao ensino superior na sociedade atual.
Thaís Nicoleti. “Discursos em torno da ‘cultura do estupro’”.
c) priorização de aspectos humanísticos, em
Adaptado de: <www.uol.com.br>. 09 jun. 2016.
detrimento da preparação para o mercado de
Considerando o conjunto dos argumentos trabalho.
mobilizados no texto para explicar a violên- d) resistência dos educadores à transformação
cia contra a mulher na sociedade atual, é da escola em instrumento de reprodução
correto afirmar que: ideológica.
a) a “cultura do estupro” é um conceito edu- e) separação rigorosa entre os âmbitos da edu-
cacional relacionado sobretudo com o baixo cação e da publicidade na sociedade capita-
nível de escolarização da população. lista.
b) as origens e responsabilidades por tais acon-
tecimentos devem ser atribuídas tanto aos
agentes quanto às vítimas da agressão.
86
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA PRÁTICA DOS
1. A corrupção não é somente um “desvio mo-
ral”, mas também um cálculo racional de
CONHECIMENTOS - E.O.
custo-benefício. Esse aspecto instrumental
1. (Unesp) Defendo a liberdade de expressão ir-
e pragmático é que está sendo sublinhado
restrita, mesmo depois desse trágico evento
no texto. Como o objetivo era o lucro, a cor-
em que os cartunistas do jornal satírico Char-
rupção se tornou um instrumento prático de
lie Hebdo foram mortos, além de outras pes-
aumentá-lo, desconsiderando, assim, fatores
soas em um mercado kosher, em Paris. [...]
éticos externos à lógica capitalista.
Sou intransigente no que diz respeito à liber-
2. Vivemos em um momento de forte polari- dade de expressão de cada um: e sou ainda
zação política e, nesse contexto, existe um mais intransigente quando matam em nome
intenso debate acerca do significado da edu- de Alá, de Maomé, de Cristo, de comunismo,
cação. O texto 1 é exemplo de uma visão da de nazismo, de fascismo etc. Caricaturar nun-
escola como reprodutora de valores familia- ca é crime. Caneta e lápis não matam. Exage-
res, enquanto que o texto 2 apresenta uma ram, humilham, fazem rir, mas não matam.
visão da escola como local de encontro com Gerald Thomas. “Quem ri por último ri
visões de mundo diferentes. melhor”. Folha de S.Paulo, 17 jan. 2015.
3. O autor do texto opõe o multiculturalismo
(visão relativista) à sua própria visão (uni- O argumento defendido no texto está base-
versalista), criticando a visão relativista do ado na:
mundo. a) valorização do caráter absoluto de todo tipo
4. A única alternativa que está de acordo com de simbologia teológica e religiosa.
a crítica do texto é a [E]. Muitas vezes não b) primazia de princípios originalmente bur-
percebemos as desigualdades de gênero por gueses e liberais no campo da cultura.
nosso olhar estar mais sensíveis a outros as- c) utopia comunista da igualdade econômica e
pectos do problema, como fatores psicológi- da liberdade de expressão.
cos, morais e sociais. O problema disso é que d) depreciação do livre-arbítrio, em favor de
a desigualdade de gênero tende a persistir uma concepção totalitária de mundo.
se não lutarmos contra ela. e) defesa intransigente de restrições para o
5. A alternativa [A] é a única plausível. O texto exercício da autonomia de pensamento.
serve como um bom exemplo da apropriação
capitalista dos mais diversos setores da vida 2. (Unesp)
social, entre eles a educação. Por terem in- TEXTO 1
teresse no lucro, muitas instituições educa- O livro Cultura do narcisismo, escrito por
cionais instrumentalizam o ensino, ou seja, Christopher Lasch em 1979, é um clássico. O
tornam a educação uma mercadoria, como texto de Lasch mostra como o que era diag-
qualquer outra. nosticado como patologia narcísica ou limí-
trofe nos anos 50 torna-se uma espécie de
“normalidade compulsória” depois de duas
GABARITO décadas. Para que alguém seja considerado
“bem-sucedido”, é trivialmente esperado
que manipule sua própria imagem como se
1. C 2. D 3. D 4. E 5. A
fosse um personagem, com a consequente
perda do sentimento de autenticidade.
DUNKER, Christian. “A cultura da indiferença”.
Adaptado de: <www.mentecerebro.com.br>.
TEXTO 2
Zigmunt Bauman: Afastar-se da percepção
de mundo consumista e do tipo de atitude
individualista contra o mundo e as pesso-
as não é uma questão a ponderar, mas uma
obrigação determinada pelos limites de
sustentabilidade desse modelo da vida que
pressupõe a infinidade de crescimento eco-
nômico. Segundo esse modelo, a felicidade
está obrigatoriamente vinculada ao acesso a
lojas e ao consumo exacerbado.
“Lojas são alívio a curto prazo, diz o sociólogo Zigmunt
Bauman”. Adaptado de: <www.mentecerebro.com.br>.
87
Considerando os textos, é correto afirmar que: As charges permitem que se faça uma abor-
a) para Bauman, as diretrizes liberais de cres- dagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos
cimento econômico ilimitado prescindem de meios de comunicação de massa e da vida nas
reflexão ética. cidades no período atual. Dentre os assuntos
b) ambos tratam do irracionalismo subjacente que podem ser diretamente associados aos
aos critérios de normalidade e de felicidade.
problemas abordados pelas charges estão:
c) a “cultura do narcisismo” apresenta um estilo
a) o cumprimento pelos meios de comunicação
de vida incompatível com a mentalidade con-
de seu papel de noticiar o real cotidiano das
sumista.
cidades e o fortalecimento da segurança pú-
d) a patologia narcísica analisada por Lasch é
blica em detrimento da privada.
um fenômeno restrito ao domínio psiquiátri-
b) o papel da mídia na propagação da sensação
co.
de insegurança junto à população e o sur-
e) ambos abordam problemas historicamente
gimento de atividades, produtos e serviços
superados pelas sociedades ocidentais moder-
vinculados à segurança privada.
nas. c) a influência restrita dos meios de comuni-
cação sobre o cotidiano das cidades e a pro-
3. (Unesp) A decisão de uma prefeitura nos ar- dução de um novo urbanismo expresso na
redores de Paris de distribuir mochilas esco- valorização dos espaços públicos.
lares azuis para os meninos e rosa para meni- d) a influência passiva da mídia sobre o com-
nas provocou polêmica na França. Nas bolsas portamento e a vida das pessoas nas cidades
distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há e a regressão de produtos, serviços e ativida-
também um kit para construir robôs, para os des ligadas à segurança privada.
meninos, e miçangas para fazer bijuterias, e) a difusão de informações sensacionalistas
para as meninas. A distinção causou polêmica pela mídia e a intensificação da convivência
no momento em que o governo implementa entre pessoas na cidade.
na rede educacional um programa para pro-
mover a igualdade entre homens e mulheres 5. (Unesp) “A revista Vogue trouxe um ensaio
e lutar contra os estereótipos. na sua edição kids com meninas extrema-
“Distribuição de mochilas escolares azuis e rosas causa mente jovens em poses sensuais. Eu digo que,
polêmica na França”. Adaptado de: <www.bbc.co.uk>. enquanto a gente continuar a tratar nossas
crianças dessa maneira, pedofilia não será um
A polêmica citada pela reportagem envolve problema individual de um ‘tarado’ hipotético,
pressupostos sobre a sexualidade que podem e sim um problema coletivo, de uma sociedade
ser definidos pela oposição entre fatores: que comercializa sem pudor o corpo de nossas
a) comunitários e individuais.
meninas e meninos”, afirmou a roteirista Re-
b) metafísicos e empiristas.
c) teológicos e materiais. nata Corrêa. Para a jornalista Vivi Whiteman, a
d) antropocêntricos e teocêntricos. moda não é exatamente o mais ético dos mun-
e) biológicos e sociais. dos e não tem pudores com nenhum tipo de
sensualidade. “A questão é que, num ensaio de
4. (Unesp) Analise as charges. moda feito para vender produtos e comporta-
mento, não há espaço para teoria, nem para
discussão, nem para aprofundar nada. Não é
questão de demonizar a revista, mas de fato é
o caso de ampliar o debate sobre essa questão”.
Maíra Kubík Mano. “Vogue Kids faz ensaio com
crianças em poses sensuais e pode ser acionada pelo
MP”. Carta Capital, 11 set. 2014 (Adaptado).
88
6. (Unesp) — Qual o pecado mais evidente dos c) deriva sua autoridade e legitimidade cientí-
médicos atualmente? fica de critérios empíricos e universais.
— Os médicos estão muito arrogantes, im- d) busca valorizar a necessidade de autonomia
pondo seu ponto de vista a todo custo. Parte individual no que se refere à saúde mental.
da culpa é das subespecializações médicas, e) estabelece normas essenciais para o progres-
um fenômeno recente na medicina. Os mé- so e aperfeiçoamento da espécie humana.
dicos atualmente só sabem falar de questões
8. (Unesp) Nos cartazes pendurados na casa ha-
referentes às suas subespecialidades. Não do
bitável, só havia espaço para teses anarquis-
paciente. Quando o paciente procura ajuda
tas e ambientalistas. Anticapitalistas, os Black
médica, ele é um indivíduo, não uma média
Blocs defendem uma genérica “solidariedade
– é único. Parece chavão, mas pensar assim humana”. Ninguém é considerado traidor se
faz uma diferença brutal. não entrar no quebra-quebra, mas o vanda-
Marco Bobbio. “Entrevista”. Veja, 03 dez. 2014. (Adaptado). lismo é visto como ato de coragem. Equipa-
mentos como orelhões são quebrados, segun-
Na entrevista, a medicina atual é criticada
do eles, porque a telefonia é dominada por
em virtude de priorizar aspectos:
estrangeiros. Também merecem condenação
a) técnicos e estatísticos.
b) sociais e econômicos. empreiteiras e multinacionais. Revoltados com
c) políticos e econômicos. a privatização do campo de Libra, incluíram a
d) mecanicistas e jurídicos. Petrobras no rol de suas potenciais vítimas.
e) holísticos e alternativos. Dizem que queimam as lixeiras públicas nos
protestos porque consideram corruptas as con-
7. (Unesp) A poderosa American Psychiatric As- cessionárias do serviço. Alguns rejeitam pro-
sociation (Associação Americana de Psiquiatria gramas sociais, como Bolsa Família, Mais Mé-
dicos e ProUni, pois, segundo eles, mascaram
– APA) lançou neste final de semana a nova edi-
as péssimas condições de vida da população e
ção do que é conhecido como a “Bíblia da Psi-
amortecem a revolta.
quiatria”: o DSM-5. E, de imediato, virei doente
Por dentro da máscara dos Black Blocs. Época, 01 nov. 2013.
mental. Não estou sozinha. Está cada vez mais
difícil não se encaixar em uma ou várias do- Sob o ponto de vista ideológico, a filiação
enças do manual. Se uma pesquisa já mostrou declaradamente anarquista dos Black Blocs
que quase metade dos adultos americanos teve justifica-se pela:
pelo menos um transtorno psiquiátrico durante a) adesão teórica e prática a doutrinas de natu-
a vida, alguns críticos renomados desta quin- reza nazifascista.
ta edição do manual têm afirmado que agora b) defesa de ideais socialistas favoráveis ao po-
o número de pessoas com doenças mentais vai der do Estado.
se multiplicar. E assim poderemos chegar a um c) utilização do diálogo como principal instru-
impasse muito, mas muito fascinante, mas tam- mento político.
bém muito perigoso: a psiquiatria conseguiria d) defesa dos ideais de liberdade e cidadania da
a façanha de transformar a “normalidade” em sociedade burguesa.
“anormalidade”. O “normal” seria ser “anor- e) confrontação dirigida a autoridades e insti-
tuições privadas e estatais.
mal”. Dá-se assim a um grupo de psiquiatras o
poder – incomensurável – de definir o que é ser
“normal”. E assim interferir direta e indireta- 9. (Unesp 2017)
mente na vida de todos, assim como nas políti- TEXTO 1
cas governamentais de saúde pública, com con- Nunca houve no mundo tanta gente viven-
sequências e implicações que ainda precisam do com suas necessidades básicas atendidas,
ser muito melhor analisadas e compreendidas. nunca uma porcentagem tão alta da popu-
Sem esquecer, em nenhum momento sequer, lação mundial viveu fora da miséria – uma
que a definição das doenças mentais está in- vitória espetacular, num planeta com 7 bi-
trinsecamente ligada a uma das indústrias mais lhões de habitantes. Nunca houve menos
lucrativas do mundo atual. fome. Nunca tantos tiveram tanta educação
Eliane Brum. “Acordei doente mental”. nem tanto acesso à saúde.
Época, 20 maio 2013 (Adaptado).
José Roberto Guzzo. “Um mundo de
No entender da autora do artigo, no âmbi- angústias”. Veja, 25 jan. 2017.
to psiquiátrico, a distinção entre comporta-
TEXTO 2
mentos normais e anormais:
a) apresenta independência frente a condicio- Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é
namentos de natureza material, histórica ou olhar para quanto cada grupo se apropriou do
social. crescimento total: os 10% mais ricos da popu-
b) pressupõe o poder absoluto da ciência, em lação global se apropriaram de 60% de todo
detrimento da relativização dos critérios de o crescimento do mundo entre 1988 e 2008.
normalidade. Uma grande massa de população melhorou de
89
vida, é verdade, mas o que esse dado demons- prática social, possa ficar submetido a outras
tra é que poderia ter melhorado muito mais se formas de hierarquização social.
o resultado do crescimento não terminasse tão Roberto da Matta. Carnavais, malandros
concentrado nas mãos dos ricos. O que está em e heróis. 1983 (Adaptado).
jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo
globalizado, os estados nacionais perdem for- Considerando a análise do antropólogo Ro-
ça. Um grupo pequeno de pessoas com muita berto da Matta, o fato descrito no texto 1
riqueza tem grande poder de colocar as cartas pode ser corretamente interpretado como
a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade resultante:
a) da contradição entre igualitarismo liberal e
é uma ameaça à democracia.
autoritarismo cultural.
Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais
b) da plena assimilação cultural dos ideais ilu-
desigual do mundo”. Adaptado de: <http://
piaui.folha.uol.com.br>. junho de 2016.
ministas de cidadania.
c) das tendências estatais de controle totalitá-
O confronto entre os dois textos permite rio da existência cotidiana.
concluir corretamente que: d) da superação das hierarquias sociais pela
a) ambos manifestam um ponto de vista liberal universalização ética.
em termos ideológicos, pois repercutem as e) da hegemonia ideológica da classe operária
vantagens da valorização do livre mercado e sobre a classe burguesa.
da meritocracia.
GABARITO
b) o texto 1 pressupõe concordância com o li-
beralismo econômico, enquanto o texto 2
integra problemas econômicos com tendên-
cias de retrocesso político. 1. B 2. B 3. E 4. B 5. C
c) o texto 1 critica o progresso entendido como
aperfeiçoamento contínuo da humanidade, 6. A 7. B 8. E 9. B 10. A
enquanto o texto 2 valoriza a globalização
econômica.
d) ambos apresentam um enfoque crítico e
negativo sobre os efeitos do neoliberalismo
econômico e suas fortes tendências de dimi-
nuição dos gastos públicos.
e) ambos manifestam um ponto de vista socia-
lista em termos ideológicos, pois enfatizam
a necessidade de diminuição da concentra-
ção de renda mundial.
TEXTO 2
O “Você sabe com quem está falando?” não
parece ser uma expressão nova, mas velha,
tradicional, entre nós. Na medida em que as
marcas de posição e hierarquização tradicio-
nal, como a bengala, as roupas de linho bran-
co, o anel de grau e a caneta-tinteiro no bolso
de fora do paletó se dissolvem, incrementa-
-se imediatamente o uso da expressão sepa-
radora de posições sociais para que o iguali-
tarismo formal e legal, mas cambaleante na
90
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
GEOGRAFIA
Física, 30%
Econômica 26%
Humana 20%
Questões Ambientais 11%
Regional 8%
Geopolítica 5%
Geopolítica 29%
Econômica 27%
Física 21%
Questões Ambientais 11%
Humana 10%
Outros 2%
GEOGRAFIA 1
93
Mapa de pressão atmosférica (mb) Leia o texto a seguir para responder à ques-
tão 5.
Surgimos da confluência, do entrechoque e
do caldeamento do invasor português com
índios silvícolas e campineiros e com negros
africanos, uns e outros aliciados como escra-
vos. Nessa confluência, que se dá sob a regên-
cia dos portugueses, matrizes raciais díspa-
res, tradições culturais distintas, formações
sociais defasadas se enfrentam e se fundem
para dar lugar a um povo novo. Novo porque
Mapa de umidade relativa do ar (%) surge como uma etnia nacional, que se vê
a si mesma e é vista como uma gente nova,
diferenciada culturalmente de suas matrizes
formadoras. Velho, porém, porque se viabili-
za como um proletariado externo, como um
implante ultramarino da expansão europeia
que não existe para si mesmo, mas para gerar
lucros exportáveis pelo exercício da função
de provedor colonial de bens para o mercado
mundial, através do desgaste da população.
Sua unidade étnica básica não significa, po-
rém, nenhuma uniformidade, mesmo porque
atuaram sobre ela forças diversificadoras: a
ecológica, a econômica e a migração. Por es-
3. (Unesp) Considerando conhecimentos sobre sas vias se plasmaram historicamente diver-
a dinâmica atmosférica, é correto afirmar sos modos rústicos de ser dos brasileiros: os
que os números 1, 2 e 3 na imagem de saté- sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras
lite correspondem, respectivamente, a: e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados
a) massa de ar frio, zona de convergência do pelo que têm de comum como brasileiros, do
Atlântico sul e massa de ar quente. que pelas diferenças devidas a adaptações re-
gionais ou funcionais, ou de miscigenação e
b) massa de ar quente, frente fria e massa de ar
aculturação que emprestam fisionomia pró-
quente.
pria a uma ou outra parcela da população.
c) massa de ar frio, frente fria e massa de ar
Darcy Ribeiro. O povo brasileiro. 1995 (Adaptado).
quente.
d) massa de ar quente, zona de convergência 5. (Unesp) De acordo com o excerto, a gênese
do Atlântico sul e massa de ar frio. do povo brasileiro está associada:
e) massa de ar quente, frente fria e massa de ar a) ao propósito de ocupação de novos territó-
frio. rios pelos portugueses e à implantação de
um empreendimento de povoamento, vol-
4. (Unesp) Entre o final da década de 1960 e o tado à construção de um mercado interno
início da década de 1970, a economia brasi- amplo e diversificado.
leira obteve altos índices de crescimento. O b) à conquista de novos territórios pelos povos
africanos, ameríndios e europeus e à implan-
fenômeno se tornou conhecido como mila- tação de um modelo de desenvolvimento
gre econômico e derivou da aplicação de uma econômico autônomo, voltado a atender às
política que provocou, entre outros efeitos: demandas do mercado externo.
a) êxodo rural e incremento no setor ferroviá- c) ao ímpeto pela descoberta de novos terri-
rio. tórios pelos povos ameríndios e africanos e
b) crescimento imediato dos níveis salariais e à implantação de um modelo de desenvol-
das taxas de inflação. vimento social e econômico de inspiração
c) aumento do endividamento externo e da europeia, dirigido ao progresso técnico e
concentração de renda. econômico nacional.
d) estatização do aparato industrial e do setor d) ao projeto de colonização de novos terri-
tórios e de seus respectivos povos pelos
energético.
portugueses e à implantação de um empre-
e) crise energética e novos investimentos em endimento mercantil, voltado a atender às
pesquisas tecnológicas demandas do mercado externo.
e) ao propósito de conquista de novos territó-
rios pelos europeus e à implantação de um
modelo de desenvolvimento econômico au-
tônomo, voltado a atender às demandas do
mercado local.
94
6. (Unesp) O Brasil tem a metade de seus muni- alta declividade em terrenos públicos ou
cípios com esgotamento sanitário (52,2%). propriedades particulares. Também defi-
Dos 14,5 milhões m3 coletados diariamente, ne as Reservas Legais em cada bioma; por
são tratados 5,1 milhões m3. exemplo, para que uma propriedade seja pú-
blica ou privada na Amazônia, deve conser-
Proporção de municípios, var 80% de floresta.
por condição de esgotamento
GRANDES sanitário (%) – 2000
3. Conforme a imagem de satélite, 1 (massa
REGIÕES de ar quente, possivelmente a MEA – mas-
Sem Coleta sa equatorial atlântica), 2 (frente fria) e 3
Só coleta
coleta e trata
(massa de ar frio, a MPA – massa polar atlân-
Norte 92,9 3,5 3,6 tica com alta pressão atmosférica). A frente
Nordeste 57,1 29,6 13,3 fria forma-se quando a massa de ar frio des-
Sudeste 7,1 59,8 33,1 loca a massa de ar quente.
Sul 61,1 17,2 21,7 4. Entre o final da década de 1960 e 1973, o
Centro- Brasil teve um alto crescimento de seu PIB
82,1 5,6 12,3 (Produto Interno Bruto) em decorrência da
-Oeste
acentuada industrialização (empresas de ca-
Brasil 47,8 32,0 20,2
pital nacional, estatais e transnacionais) e
Adaptado de: IBGE. investimentos em infraestrutura (rodovias,
telecomunicações e energia). Porém, houve
A partir da análise da tabela e de seus co- um elevado endividamento externo e con-
nhecimentos, pode-se afirmar que: centração da renda, visto que os trabalhado-
a) a região com menor porcentagem de municí- res eram impedidos de fazer greve durante a
pios que só coletam esgoto é a Norte e a com ditadura militar.
maior é a Sudeste.
5. A gênese do povo brasileiro está intima-
b) as regiões com maior e menor porcentagens
mente vinculada à colonização de explora-
de municípios que só coletam esgoto são,
ção empreendida por Portugal. A chegada
respectivamente, a Sul e a Centro-Oeste.
de portugueses em melhor posição social, a
c) a pior porcentagem de municípios sem co-
exploração dos povos indígenas e a entrada
leta de esgoto é a da região Sudeste, que
de escravos negros. Estas três matrizes ét-
supera os dados da região Centro-Oeste.
nicas, sua miscigenação e desigualdades são
d) a tabela expressa porcentagens de esgota-
fundamentais para compreender a sociedade
mento sanitário excelentes, que se refletem
brasileira.
na boa qualidade de nossas águas.
e) as regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, to- 6. [B] está errada, porque a maior coleta não
talizam valores maiores nas porcentagens de ocorre na região Sul e Centro-Oeste, respecti-
municípios que só coletam esgoto, quando vamente, mas sim na Sudeste e na Nordeste.
comparadas à região Sudeste. A tabela exibe dados de melhor situação de
saneamento básico para a região Sudeste, di-
ferente do que afirma a alternativa [C].
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA A alternativa [D] associa qualidade da água
aos dados da tabela, o que não é possível
se afirmar com as informações disponíveis.
1. Escalas são relações de proporção e, no caso
Acrescente-se ainda que a situação de sane-
dos mapas, elas são elaboradas em escala de
amento básico brasileira está longe do ideal.
redução.
Norte e Centro-Oeste juntos estão muito lon-
Dados: 0,11 m no mapa correspondem a
ge de alcançar a região Sudeste, tornando a
1760 m no terreno:
alternativa [E] incorreta.
1 ------- x (escala)
0,11 ------ 1760
1.7601
x = _______
GABARITO
0,11
x = 16000 1. A 2. B 3. E 4. C 5. D
2. O Código Florestal brasileiro é uma das prin- 6. A
cipais legislações ambientais do país e ob-
jetiva à conservação da biodiversidade, dos
recursos hídricos e do solo. O código define
como APP (Áreas de Proteção Permanente)
áreas como as matas ciliares ao longo dos
rios, os topos dos morros e as encostas com
95
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp) O fenômeno dos “rios voadores”
“Rios voadores” são cursos de água atmosféricos, invisíveis, que passam por cima de nossas cabe-
ças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil. A
floresta Amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela “puxa” para dentro do continente umi-
dade evaporada do oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta.
Pela ação da evapotranspiração da floresta, as árvores e o solo devolvem a água da chuva para a
atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante. O
Projeto Rios Voadores busca entender mais sobre a evapotranspiração da floresta Amazônica e a
importante contribuição da umidade gerada por ela no regime de chuvas do Brasil.
96
2. (Unesp) Considere o mapa das bacias hidrográficas brasileiras e analise o gráfico das condições
hídricas de uma dessas bacias.
3. (Unesp) Observe os perfis longitudinais de importantes rios de algumas das bacias hidrográficas
brasileiras.
97
As bacias hidrográficas identificadas nos perfis são, respectivamente:
a) Amazônica, Tocantins-Araguaia, Uruguai e Atlântico Nordeste Oriental.
b) Tocantins-Araguaia, Paraguai, Parnaíba e Atlântico Leste.
c) Atlântico Sudeste, Uruguai, Paraguai e Amazônica.
d) Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco e Paraná.
e) Atlântico Nordeste Oriental, Parnaíba, São Francisco e Paraná.
Considerando conhecimentos geográficos sobre projeções cartográficas, é correto afirmar que elas:
a) respeitam os mesmos graus de proporcionalidade, conformidade, equidistância e orientação, regras e
convenções que garantem rigor na representação do planeta.
b) podem ser admitidas como representações fiéis da realidade, pois expressam de forma precisa e rigo-
rosa o planeta como ele é.
c) trazem consigo diferentes formas de representação do planeta, buscando difundir ideologias e deter-
minadas visões de mundo.
d) se caracterizam pela objetividade e neutralidade, sem que fatores de ordem política, técnica ou cultu-
ral tenham influência sobre as formas de representação do planeta.
e) são relações métricas entre a superfície do planeta e as áreas representadas no mapa, não apresentan-
do distorções e deformações em relação à realidade.
5. (Unesp)
A imagem ilustra o trajeto mais comum dos pilotos de asa-delta entre o Vale do Paranã e a Es-
planada dos Ministérios em Brasília, distantes cerca de 90 quilômetros. Constituem fatores que
permitem a longa duração deste voo:
98
a) o ângulo de incidência do sol (a intensidade e) o aumento proporcional da população adulta
de energia solar que atinge a Terra) e a fren- no país está associado ao aumento da taxa
te oclusa (a ação do movimento da corrente de natalidade e um dos seus efeitos deverá
de ar frio levantando o ar quente até que ele ser a constituição de uma situação de pleno
perca seu contato com a superfície). emprego junto à população adulta do país.
b) a gravidade (a força de atração entre dois
corpos) e a expansão adiabática (a expan- 7. (Unesp) Para o geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber,
são de grandes bolhas de ar até encontrarem o domínio morfoclimático e fitogeográfico
menores valores de pressão atmosférica). pode ser entendido como um conjunto espa-
c) a brisa terrestre (a formação de um campo de cial extenso, com coerente grupo de feições
alta pressão junto à superfície) e os ventos do relevo, tipos de solo, formas de vegetação
divergentes em altitude (a conformação de e condições climático-hidrológicas.
uma área receptora de ventos ascendentes).
d) o atrito (a força gerada no sentido contrá-
rio ao deslocamento do vento) e o efeito de
Coriolis (a rotação das massas de ar no sen-
tido horizontal em função do movimento da
própria Terra).
e) o processo de condução (a transferência de
calor da superfície para a camada mais pró-
xima da atmosfera) e o processo de convec-
ção (a dinâmica cíclica entre o ar quente que
sobe e o ar frio que desce).
99
8. (Unesp) A incorporação de grande parcela A prática econômica que fundamentou as
da população ao sistema bancário, a difusão medidas do governo brasileiro apresentadas
generalizada das operações de crédito indi- no excerto denomina-se doutrina:
vidual, a dispersão de agências bancárias e a) neoliberal.
pontos de autoatendimento em escala na- b) keynesiana.
cional e a difusão de formas de compra por c) neocolonial.
meio de cartão de crédito são expressões de d) liberal.
um fenômeno que pode ser denominado de e) mercantilista.
“financeirização da sociedade e do território
brasileiro”. A forma como este processo ocor- 10. (Unesp) Os setogramas mostram a produção
reu no Brasil esteve associada: energética mundial em dois momentos dis-
a) à integração do território nacional atra- tintos: 1973 e 2005.
vés dos sistemas técnicos de comunicação
e informação; à centralização de capitais e
articulação dos agentes do sistema finan-
ceiro; à difusão de um modelo de consumo
de massa; e à flexibilização do acesso ao
crédito pessoal.
b) à desarticulação das regiões brasileiras em
termos de sistemas de transportes e comu-
nicação; à centralização de capitais pelos
agentes do sistema financeiro; à difusão
de diferentes modelos de produção e con-
sumo; e à flexibilização do acesso ao cré-
dito pessoal.
c) à integração do território nacional através
dos sistemas técnicos de comunicação e in-
formação; à multiplicidade e desarticulação
dos agentes do sistema financeiro; à difusão
de diferentes modelos de consumo; e à res- A partir da observação dos gráficos e dos
trição do acesso ao crédito pessoal. seus conhecimentos, pode-se afirmar que:
d) à integração interna das regiões brasileiras a) no contexto da produção energética mun-
e sua desarticulação em escala nacional; à dial, entre os dois momentos analisados,
centralização de capitais pelos agentes do a energia nuclear teve uma diminuição em
sistema financeiro; à difusão de um modelo seus índices porque sua construção e ope-
de consumo de massa; e à flexibilização do ração apresentam altos custos, com elevada
acesso ao crédito pessoal. emissão de gases de efeito estufa.
e) à fragmentação do território nacional em b) atualmente, a fonte de energia renovável
que mais aumenta a produção é a eólica,
termos de sistemas de transporte e comuni-
devido ao funcionamento mais limpo e
cação; à multiplicidade e desarticulação dos
mais confiável, apesar da média emissão
agentes dos sistemas financeiros regionais;
de gases.
à difusão de um modelo de consumo de mas-
c) a grande queda na produção de energia a
sa; e à restrição do acesso ao crédito pessoal.
partir do petróleo ocorreu nesse período
devido à redução das reservas petrolíferas
9. (Unesp) Em 1995, emendas constitucionais mundiais e o crescente desenvolvimento
de ordem econômica puseram fim nos mono- de novas tecnologias de energias não re-
pólios de empresas estatais e abriram vários nováveis como a geotérmica e o biocom-
setores da infraestrutura ao capital privado bustível.
sob o regime de concessão. A aprovação das d) o rápido aumento da produção de energia de
emendas expressava o fato de que se havia fontes nãorenováveis, como a solar, hidráu-
formado um relativo consenso de opinião pú- lica, marés, correntes marítimas e biomassa
blica sobre a necessidade de atualizar o Esta- deve-se ao fato de não gerarem poluição e
do e a economia do país à luz do que vinha risco de grandes acidentes.
acontecendo no mundo desenvolvido. Apro- e) a redução de energia produzida pelo carvão
vadas as emendas constitucionais, tiveram mineral deve-se, entre vários fatores, ao fato
início as privatizações de empresas estatais e de provocar elevada emissão de gases de
concessões de serviços ao setor privado. efeito estufa e contribuir para a ocorrência
Boris Fausto. História do Brasil. 2015 (Adaptado). de chuva ácida.
100
11. (Unesp)
12. (Unesp) Juntos, tais vetores levaram a linha de fronteira do Tratado de Tordesilhas a deslocar-se
para além dos limites formais, empurrando-os crescentemente para os confins da hinterlândia,
obrigando a se estabelecer um novo acerto de fronteira com o Tratado de Madri, que em 1750 con-
sagrou como marco de domínio das colônias de Portugal e da Espanha o traçado de fronteira que
praticamente risca como definitivo o desenho do território brasileiro de hoje.
Ruy Moreira. A formação espacial brasileira. 2014 (Adaptado).
Considerando o processo de ocupação do espaço brasileiro, os vetores que propiciaram uma nova
fronteira e o estabelecimento de pequenos aglomerados no interior do território foram:
a) a borracha e as rotas de procura por matéria-prima.
b) a plantation e a construção de entrepostos para o transporte.
c) a mineração e o comércio informal de ouro.
d) as expedições bandeirantes e as trilhas do gado.
e) as missões jesuíticas e a instalação de núcleos comerciais.
101
13. (Unesp) Analise o mapa dos fusos horários.
Você embarcou em Brasília no dia 18, às 22h00 local. A rota a ser seguida passa sobre o continente
africano, o que estabelece 23 horas de viagem.
Que dia e horário você chegará em Melbourne, na Austrália?
a) Dia 20, às 18h00
b) Dia 20, às 10h00
c) Dia 18, às 11h00
d) Dia 19, às 21h00
e) Dia 19, às 11h00
14. (Unesp) Florestas tropicais recobrindo níveis de morros costeiros, escarpas terminais tipo “serra
do Mar” e setores serranos mamelonizados dos planaltos compartimentados e acidentados do Bra-
sil de Sudeste. Florestas biodiversas, dotadas de diferentes biotas primariamente recobrindo mais
de 85% do espaço total. O domínio tem mostrado ser o meio físico, ecológico e paisagístico mais
complexo e difícil do país em relação às ações antrópicas.
Aziz Nacib Ab’Sáber. Os domínios de natureza no Brasil. 2003 (Adaptado).
102
O trecho faz alusão direta a dois processos 17. (Unesp) Apesar de ser estratégica para a in-
geomorfológicos: tegração sul-americana, a faixa de fronteira
a) meteorização e subsidência. configura-se como uma região pouco desen-
b) assoreamento e fraturamento. volvida economicamente, historicamente
c) erosão e esculpimento. abandonada pelo Estado, marcada pela difi-
d) lixiviação e escarpamento. culdade de acesso a bens e serviços públicos,
e) abrasão e soerguimento. pela falta de coesão social, pela inobservân-
cia de cidadania e por problemas peculiares
16. (Unesp) Euclides da Cunha, em Os sertões, às regiões fronteiriças.
Ministério da Integração Nacional.
descreve a campanha de Canudos. No esbo-
Faixa de fronteira. 2009 (Adaptado).
ço geológico do sertão de Canudos, feito por
ele, é possível distinguir a região. Sob o ponto de vista do território brasileiro,
configuram exemplos de problemas peculia-
res às regiões fronteiriças:
a) a captação de recursos por instituições finan-
ceiras internacionais e a evasão de divisas.
b) a ausência de tributação legal e a desarticu-
lação político-institucional dos municípios.
c) a formação de economias de subsistência e a
organização de movimentos separatistas.
d) a entrada de produtos ilícitos e a saída de
recursos naturais explorados ilegalmente.
e) a livre atividade de grileiros e a comerciali-
zação de títulos de propriedade para terras
devolutas.
103
A partir da observação das figuras e de seus aquecimento global expõe áreas antes cober-
conhecimentos, pode-se afirmar que: tas por gelo, pois a extensão do gelo marí-
a) se buscamos as coordenadas geográficas do timo no Ártico diminuiu por volta de 14%
polo norte magnético para atingir o polo desde os anos 1970. A mídia destacou que
norte geográfico, o provável é que não che- os russos instalaram sua bandeira em turfa
guemos lá, porque a localização dos polos submarina e que a guarda costeira america-
magnéticos da Terra não coincide com a dos na mapeou o mar de Bering.
polos geográficos. Jessa Gamble. Scientific American Brasil. n. 4,
b) o polo norte magnético encontra-se na costa 2009. Kirstin Dow; Thomas E. Downing. O atlas
da mudança climática, 2007 (Adaptado).
norte do Alasca e o polo sul magnético na
costa oeste da Antártida. Sobre o assunto tratado no texto, pode-se
c) se buscarmos as coordenadas geográficas afirmar que:
do polo sul magnético para atingir o polo a) os direitos aos recursos localizados no assoa-
sul geográfico, o provável é que alcancemos lho submarino são definidos com a colocação
nosso intento, porque a localização dos po- de bandeiras, como no período de colonização
los magnéticos da Terra coincide com a dos das fronteiras.
polos geográficos. b) as regras que possibilitam reivindicar os re-
d) o polo norte magnético encontra-se na Gro- cursos dos leitos submarinos vêm da Conven-
enlândia, na América do Norte, e o polo sul ção da ONU sobre o Direito do Mar.
geográfico na costa norte da Antártida. c) há um acordo entre os países que circulam o
e) o polo norte magnético encontra-se na cos- Ártico – Rússia, Canadá, Estados Unidos, Chi-
ta norte do Canadá, no oceano Atlântico, na e Inglaterra – para explorar os recursos
portanto, junto à localização do polo norte marinhos.
geográfico. d) com o degelo do Ártico, a navegação e a ex-
ploração de minérios não serão beneficiadas e
19. (Unesp) Durante os meses de julho e agosto, o meio ambiente não sofrerá impacto.
período em que as temperaturas se elevam e) a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar
significativamente, amanhece mais cedo e o possibilita a todas as nações costeiras terem
Sol se põe apenas por volta das 22 horas. As- direitos econômicos iguais sobre o Ártico.
sim, das 24 horas do dia, o local permanece
iluminado por pelo menos 18 horas, e a noi- 21. (Unesp) Analise a tabela.
te torna-se apenas um fenômeno passageiro.
Variação do percentual de posições de aten-
dimento das empresas de teleatendimen-
to, por região brasileira (2000-2011)
Percentual de posições
Região de atendimento
2000 2011
Sudeste 71% 78%
Nordeste 5,3% 16%
Sul 16,4% 3,4%
Centro-Oeste 4,6% 2%
Norte 2,7% 0,5%
Considerando conhecimentos geográficos so-
Brasil 100% 100%
bre a incidência dos raios solares no planeta
ao longo das diferentes épocas do ano, é cor- Marina Castro de Almeida. “Em outros pontos da
reto afirmar que o local abordado no texto rede”. Estudos Geográficos, janeiro/julho de 2014.
está representado no mapa pelo número:
a) 5. A partir dos dados apresentados na tabela e
b) 2. considerando as especificidades dos serviços
c) 1. de teleatendimento, é correto afirmar que,
d) 4. no período analisado, houve:
e) 3. a) redução na representatividade da região Su-
deste, explicada pela baixa dinâmica econô-
mica e pela parca disponibilidade de mão de
20. (Unesp) O Ártico está na mídia
obra qualificada.
Notícias da região do Ártico levantam dados b) redução na representatividade da região Sul,
sobre a corrida ao petróleo em suas águas. entendida pelo colapso de suas redes infor-
Nações reclamam parte das riquezas sob o macionais e pelos altos impostos cobrados
fundo do oceano Glacial Ártico, enquanto o pela administração pública.
104
c) aumento na representatividade da região Nordeste, associado à disponibilidade de redes técnico-
-informacionais e aos menores custos de operação.
d) aumento na representatividade da região Centro-Oeste, devido ao incremento do agronegócio e à am-
pliação dos serviços terceirizados.
e) redução na representatividade da região Norte, explicada pela raridade de centros urbanos e pelo in-
teresse privado em oferecer serviços ligados ao campo.
A partir das informações do mapa, pode-se afirmar que a expansão geoeconômica do território
brasileiro, no período assinalado, anos 1890, mostrou que nesse século:
a) havia uma importante corrente migratória para o norte, o que impulsionou o seu desenvolvimento. Os
vários focos econômicos, embora distantes entre si, tinham o centro de maior influência no Estado de
Mato Grosso.
b) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas que o centro de maior influência econômica
estava centrado na atual região Norte.
c) havia vários focos econômicos interligados por malhas viárias, o que facilitava o desenvolvimento do
país.
d) o foco econômico de maior importância era localizado na região Nordeste.
e) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas o maior centro estava localizado na atual região
Sudeste.
105
23. (Unesp)
24. (Unesp)
106
GEOGRAFIA 2
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre fatores históricos e geográficos que transforma-
ram o espaço mundial. Também serão abordados temas tais como fluxos migratórios, questões ambi-
entais, conceitos de população e urbanização, comércio internacional e fontes de energia. É de vital
importância a interpretação de textos, mapas, tabelas e gráficos, que facilitarão a compreensão das
questões. Além disso, deve-se entender as transformações tecnológicas e seus impactos nos processos
de produção do espaço geográfico.
107
internacional. Entre as medidas adotadas ( ) A característica marcante da estrutura
pelo governo norte-americano estão: dos sistemas de cidades que varia de acor-
a) a realização de acordos de cooperação mili- do com seu tamanho, com a extensão de
tar e tecnológica com países aliados no com- sua área de influência espacial e com a sua
bate ao terrorismo internacional; e a prisão qualidade funcional no que se refere aos
imediata de árabes e muçulmanos que resi- fluxos de bens, de pessoas, de capital e de
dissem nos Estados Unidos. serviços. No esquema atual das relações
b) a realização de ataques preventivos a países entre as cidades, uma vila pode se rela-
suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a cionar diretamente com a metrópole na-
restrição da liberdade e dos direitos civis de cional, ao contrário do esquema clássico,
suspeitos de associação com o terrorismo. onde a vila se relaciona, primeiramente,
c) a concessão de apoio logístico e financeiro a com a cidade local, depois com o centro
países que, autonomamente, pudessem com-
regional, e em sequência, com a metrópole
bater grupos terroristas em seus territórios;
regional e nacional.
e a preservação dos direitos civis de suspei-
( ) O processo vinculado às transformações
tos de associação com o terrorismo, que re-
sidissem dentro ou fora dos Estados Unidos. sociais que provocam a mobilização de
d) a realização de ataques preventivos a países pessoas, geralmente, de espaços rurais
suspeitos de sediarem grupos terroristas; e para centros urbanos. Essa mobilização de
a flexibilização do ingresso nos Estados Uni- pessoas é motivada pela busca por estraté-
dos de pessoas oriundas de qualquer região gias de sobrevivência, visando à inserção
do mundo. no mercado de trabalho bem como na vida
e) a realização de acordos de cooperação mi- social e cultural do centro urbano.
litar e tecnológica com países suspeitos de ( ) O conjunto articulado ou integrado de
sediarem grupos terroristas; e a preservação áreas urbanas que cobrem um determina-
dos princípios de liberdade individual e au- do espaço geográfico e que se relacionam
tonomia dos povos. continuamente.
( ) O termo empregado para cidade central de
5. (Unesp) Entre outros desdobramentos pro- uma determinada região geográfica, den-
vocados pela chamada Primavera Árabe, ini- samente urbanizada, que assume posição
ciada no final de 2010, podemos citar: de destaque na economia, na política, na
a) a deposição de governantes na Líbia e no vida cultural etc. A mancha urbana é for-
Egito e o início de violenta guerra civil na mada, geralmente, por cidades com ten-
Síria. dência ao fenômeno de conurbação. Vários
b) a democratização política na Argélia e a ins- municípios formam uma grande comuni-
talação de regimes militares no Barein e na dade, interdependente entre si e com a
Jordânia. preocupação de resolver os problemas de
c) o surgimento de regimes islâmicos no Irã e interesse comum.
na Tunísia e a queda do governo pró-Estados
Unidos no Líbano. A sequência correta obtida a partir da cor-
d) o controle do governo da Arábia Saudita por relação entre os conceitos e as definições é:
grupos islâmicos fundamentalistas e o fim a) I, II, IV, V, III.
do apoio russo ao Iraque. b) II, V, I, III, IV.
e) o fim dos conflitos religiosos no Iêmen e no c) IV, III, I, II, V.
Marrocos e o aumento do preço do petróleo d) III, IV, I, II, V.
no mercado mundial. e) IV, I, V, II, III.
108
comércio com nações que estão do bloco).
Os membros plenos são: Brasil, Argenti- GABARITO
na, Uruguai e Venezuela (admitida em
2012). O Paraguai sofreu uma suspensão 1. D 2. C 3. A 4. B 5. A
temporária em 2012 devido a um golpe de
Estado parlamentar, uma vez que o Mer- 6. C
cosul apresenta uma cláusula democrática
(Protocolo de Ushuaia). Os membros as-
sociados que apresentam menor grau de
integração comercial são Chile, Bolívia,
Peru, Equador e Colômbia.
3. A alta especialização em um único tipo de
produto para exportação pode levar a crises
econômicas e sociais para algumas regiões. A
queda dos preços no mercado internacional,
conflitos comerciais ou conflitos geopolíti-
cos e militares podem diminuir as exporta-
ções e os ganhos financeiros, trazendo con-
sequências graves, como declínio econômico
e desemprego. Um dos exemplos foi a crise
recente provocada pela queda nas exporta-
ções de suco de laranja concentrado em mu-
nicípios do interior de São Paulo.
4. Após os atentados de 11 de setembro, foi
adotada a Doutrina Bush, em cujos princípios
incluíam-se os ataques preventivos, a suspen-
são da Lei Ford, o monitoramento e suspen-
são de direitos de suspeitos de terrorismo.
5. A partir de 2010, a Primavera Árabe foi um
movimento por democracia contra ditaduras
que levou à queda dos ditadores da Tunísia,
Egito, Líbia e Iêmen. Na Síria, eclodiu uma
guerra civil entre o governo de Bashar al-
-Assad e grupos sunitas, entre os quais o
Exército de Libertação da Síria (ELS) e o ex-
tremista Estado Islâmico.
6. A sequência correta dos conceitos é:
IV. Polarização: a afirmativa descreve o pro-
cesso de influência das cidades redefi-
nindo unidades territoriais.
III.Hierarquia urbana: a afirmativa descreve
o processo de subordinação das cidades,
mencionando o esquema clássico em que
o processo era construído a partir das
metrópoles nacionais até as vilas, e o es-
quema atual, cuja estrutura alterada pelo
meio técnico-científico-informacional,
permite a relação direta entre as menores
e a maiores cidades.
I. Urbanização: a afirmativa descreve o pro-
cesso de urbanização em que ocorre o
crescimento da população das cidades em
ritmo superior à do campo.
II. Rede urbana: a afirmativa descreve a
rede de cidades que mantém relação de
interdependência.
V. Metrópole: a afirmativa descreve as ci-
dades cujo setor terciário cria níveis de
influencia regional, nacional ou mundial,
passando a polarizar as áreas adjacentes,
onde geralmente, por meio da conurba-
ção, define áreas metropolitanas.
109
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp)
Considerando a questão agrária no Brasil, é correto afirmar que a lacuna presente na legenda cor-
responde a áreas de:
a) resgate e valorização de antigas práticas de cultivo.
b) concentração da violência contra trabalhadores rurais e camponeses.
c) cultivo experimental orgânico e sustentável.
d) reflorestamento e recuperação da biodiversidade.
e) implantação de núcleos urbanos planejados.
110
2. (Unesp) Os espaços à margem da economia mundial são igualmente pouco integrados regional-
mente, e a desintegração nacional limita a integração. O comércio intrarregional africano se situa
em torno de 10% do que é movimentado e é polarizado em alguns países. Fora a África do Sul,
cinco países representam três quartos das exportações intra-africanas.
Philippe Hugon. Geopolítica da África. 2009.
4. (Unesp) Observe a tabela e compare a evolução das exportações brasileiras para blocos econômi-
cos, em valores totais (US$), e quantidade em toneladas (ton), nos períodos de 12 meses, jun/mai
2000/01 e 2010/11.
2000/01 2010/11
Descrição do bloco *
US$ * US$
mil ton $/ton % mil ton $/ton
milhões % milhões
111
5. (Unesp) O BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vem negociando cuidadosamente o
estabelecimento de mecanismos independentes de financiamento e estabilização, como o Arranjo
Contingente de Reservas (Contingent Reserve Arrangement – CRA) e o Novo Banco de Desenvolvi-
mento (New Development Bank – NDB). O primeiro será um fundo de estabilização entre os cinco
países; o segundo, um banco para financiamento de projetos de investimento no BRICS e outros
países em desenvolvimento.
Adaptado de: <www.cartamaior.com.br>.
De acordo com a leitura do texto e a observação dos mapas, é correto afirmar que as duas maiores
concentrações de reservas de terras-raras estão localizadas nas regiões de integração e desenvol-
vimento do:
a) Oeste e Araguaia-Tocantins.
b) Sudoeste e Sul.
c) Arco Norte e Madeira-Amazonas.
d) São Francisco e Transnordestino.
e) Sudeste e Transnordestino.
112
7. (Unesp) As quatro afirmações que se seguem
serão correlacionadas aos seguintes termos:
(1) vulcanismo; (2) terremoto; (3) epicen-
tro; (4) hipocentro.
113
Estão corretas apenas as afirmações: IV. A resposta do governo Bush, aos atenta-
a) I, II e III. dos de 11 de setembro de 2001, veio rá-
b) III, IV e V. pida, com um ataque militar fulminante
c) II, IV e V. ao Afeganistão. Aproveitando-se da soli-
d) I, II e IV. dariedade internacional aos EUA após os
e) II, III e V. atentados, declara “Guerra ao Terror” e
10. (Unesp) Analise a charge e o texto a seguir. ao “Eixo do Mal”, constituído por Iraque,
Coreia do Norte e Irã.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II e III.
114
12. (Unesp) Analise a tabela e o mapa. b) em seu alto curso, predominam os proces-
sos de deposição e de sedimentação de ma-
Ranking dos maiores PIB do mundo (2010) teriais; em seu baixo curso, predominam os
posição país PIB (em bilhões) processos de erosão do relevo e de remoção
1º Estados Unidos 14.624,2 de materiais.
2º China 5.745,1 c) em seu alto curso, predominam os processos
de erosão do relevo e de remoção de mate-
3º Japão 5.390,9
riais; em seu baixo curso, predominam os
4º Alemanha 3.305,9 processos de deposição e de sedimentação.
5º França 2.555,4 d) ao longo de todos os seus cursos, os pro-
6º Reino Unido 2.258,6 cessos de deposição e de sedimentação de
7º Brasil 2.088,9 materiais predominam sobre os processos de
erosão do relevo e de remoção de materiais.
8º Itália 2.036,7
e) ao longo de todos os seus cursos, predomina
9º Canadá 1.563,7
o transporte de materiais, sem que os pro-
10º Rússia 1.476,9 cessos de erosão e de sedimentação tenham
Fonte: <http://colunistas.ig.com.br>. relevância sobre o esculpimento do relevo.
115
b) florestas temperadas, cujo papel é de filtro Com base nas informações fornecidas e em
entre o solo e o ar, possibilitando a prática conhecimentos sobre a dinâmica do lixo só-
da agricultura sem prejudicar o ecossistema lido no Brasil, é correto afirmar que a coleta
atmosférico. O mau uso dessas áreas provoca seletiva:
erosão do solo e contaminação do ar. a) mais do que dobrou de 2006 a 2008, devido ao
c) florestas subtropicais, cuja função é pre- surgimento de usinas de compostagem, sendo
servar a superfície do solo, proporcionando as regiões Sul e Norte as mais atendidas em
a diminuição da filtragem e o aumento do 2010.
escoamento superficial. O mau uso dessas b) dobrou de 2004 a 2006, devido ao crescimento
áreas provoca aumento da radiação solar e de cooperativas de catadores de lixo, sendo as
estabilidade térmica do solo. regiões Sudeste e Centro-Oeste as mais atendi-
d) coberturas vegetais que ficam às margens das em 2010.
dos lagos e nascentes, atuam como regu- c) mais do que quintuplicou de 1994 a 2010, de-
ladoras do fluxo de efluentes e contribuem vido à possibilidade de reciclagem de vários
para o aumento dos nutrientes e sedimentos materiais, sendo as regiões Sul e Sudeste as
que percolam o solo. O mau uso dessas áreas mais atendidas em 2010.
provoca evaporação e rebaixamento do nível d) triplicou de 1994 a 1999, devido à rígida Polí-
do lençol freático. tica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sen-
e) formações florestais que desempenham fun- do as regiões Sul e Sudeste as mais atendidas
ções hidrológicas de estabilização de áreas em 2010.
críticas em topos de morros, cumprindo uma e) dobrou de 1994 a 2004, devido à instalação de
importante função de corredores para a fau- cooperativas de reciclagem, sendo as regiões
na. O mau uso dessas áreas provoca desma- Sul e Nordeste as mais atendidas em 2010.
tamento e deslizamento das encostas.
18. (Unesp) Há grande diversidade entre aque-
16. (Unesp) Assinale a alternativa que indica les que procuram inspiração em sua fé no
corretamente o fator considerado determi- Islã. A monarquia vaabita da Arábia Saudita
e os líderes religiosos xiitas do Irã têm pro-
nante para a localização das indústrias du-
fundas discordâncias políticas e divergem
rante a Primeira Revolução Industrial (final
igualmente em questões socioeconômicas.
do século XVIII a meados do século XIX). Em termos mais amplos, ocorre nos movi-
a) Reservas de petróleo mentos islamitas um debate sobre se a meta
b) Incentivos fiscais correta é mesmo chegar ao poder estatal, as-
c) Mão de obra especializada sim como sobre a democracia, a diversidade
d) Jazidas de carvão mineral social, o papel das mulheres e da educação
e) Disponibilidade de água e sobre a maneira de interpretar o Corão.
E, embora a maioria dos islamitas aceite a
17. (Unesp) Analise os gráficos. realidade da existência dos atuais Estados
e suas fronteiras, uma minoria mais radical
procura destruir todo o sistema e estabelecer
um califado que abarque a região inteira [do
Oriente Médio].
Dan Smith. O atlas do Oriente Médio. 2008.
23. (Unesp) Coreia do Norte anuncia “estado de guerra” com a Coreia do Sul
A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira [29/03/2013] o “estado de guerra” com a Coreia do Sul
e que negociará qualquer questão entre os dois países sob esta base. “A partir de agora, as relações
intercoreanas estão em estado de guerra e todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas
sob o protocolo de guerra”, declara um comunicado atribuído a todos os órgãos do governo norte-
-coreano.
Adaptado de: <http://noticias.uol.com.br>.
24. (Unesp) A cada sopro de modernização das forças produtivas agrícolas e agroindustriais, as cida-
des das áreas adjacentes se tornam responsáveis pelas demandas crescentes de uma série de novos
produtos e serviços, dos híbridos à mão de obra especializada, o que faz crescer a urbanização, o
tamanho e o número das cidades. As casas de comércio de implementos agrícolas, sementes, grãos,
fertilizantes; os escritórios de marketing, de consultoria contábil; [...] as empresas de assistência
técnica, de transportes; os serviços do especialista em engenharia genética, veterinária, administra-
ção [...] se difundiram por todas as partes do Brasil agrícola moderno.
Maria Adélia de Souza (Org.). Território Brasileiro: usos e abusos. 2003.
GABARITO
1. B 2. B 3. C 4. C 5. C
6. E 7. E 8. C 9. E 10. A
11. A 12. A 13. C 14. B 15. A
16. D 17. C 18. E 19. D 20. A
21. C 22. A 23. D 24. C
118
C N CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias
BIOLOGIA
UNESP – Biologia
Fisiologia Animal e Humana 19%
Reino Vegetal/Fungos/Proto ..., 17%
Ecologia 15%
Genética 14%
Reino Animal/Protoctistas 12%
Citologia 7%
Evolução Biológica 6%
Parasitologia 5%
Programa de Saúde 3%
Outros 2%
BIOLOGIA 1
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre teorias evolutivas, definição de espécies e grupos
mais abrangentes dentro de ecologia e suas respectivas interações. Em adicional, a compreensão da
relação evolutiva e características anatômicas e fisiológicas dos vegetais.
122
Os rizomas (caules subterrâneos) são co-
muns entre as pteridófitas.
Plantas avasculares pertencem às briófitas.
6. O champignon é uma espécie de fungo per-
tencente ao filo Basidiomycota. A parte co-
mestível corresponde ao corpo de frutifica-
ção, um aglomerado de hifas com função de
reprodução.
GABARITO
1. C 2. E 3. B 4. D 5. C
6. D
123
PRÁTICA DOS Sobre essas assertivas, é correto dizer que:
a) ambas estão corretas, e a segunda asserti-
CONHECIMENTOS - E.O. va não é consequência da primeira, uma vez
que a fotossíntese não é condição para a sín-
tese de proteínas.
1. (Unesp) Água doce: o ouro do século XXI
b) ambas estão erradas, pois os fungos são or-
O consumo mundial de água subiu cerca de
ganismos autótrofos que sintetizam seu pró-
seis vezes nas últimas cinco décadas. O Dia
prio alimento, são ricos em carboidratos e
Mundial da Água, em 22 de março, encon-
proteínas e têm grande valor nutricional.
tra o líquido sinônimo de vida numa en-
c) a primeira está errada e a segunda está cor-
cruzilhada: a exploração excessiva reduz os
reta, pois, embora sejam fungos e não reali-
estoques disponíveis a olhos vistos, mas o
zem fotossíntese, os cogumelos são autótro-
homem ainda reluta em adotar medidas que
fos e sintetizam seu próprio alimento.
garantam sua preservação.
d) ambas estão corretas, e a segunda delas é
Fonte: <http://revistaplaneta.terra.com.br>.
consequência da primeira, uma vez que or-
Além da redução do consumo, uma medida ganismos que não fazem fotossíntese não
que, a médio e a longo prazo, contribuirá sintetizam proteínas e carboidratos.
para a preservação dos estoques e a conser- e) a primeira está correta e a segunda está er-
vação da qualidade da água para consumo rada, uma vez que, embora não realizem fo-
humano é: tossíntese, os fungos sintetizam proteínas e
a) a construção de barragens ao longo de rios carboidratos.
poluídos, impedindo que as águas contami-
nadas alcancem os reservatórios naturais.
b) o incentivo à perfuração de poços artesianos 3. (Unesp) O fluxo de seiva bruta nas plantas
nas residências urbanas, diminuindo o im- está diretamente associado à abertura e ao
pacto sobre os estoques de água nos reser- fechamento dos estômatos. O aumento do
vatórios. fluxo de seiva bruta ao longo do caule é fa-
c) a recomposição da mata nas margens dos vorecido por:
rios e nas áreas de nascente, garantindo o a) estômatos abertos e baixa intensidade lumi-
aporte de água para as represas. nosa.
d) o incentivo à construção de fossas sépticas
b) estômatos abertos e baixa quantidade de
nos domicílios urbanos, diminuindo a quan-
tidade de esgotos coletados que precisam ser água no solo.
tratados. c) estômatos fechados e alta concentração de
e) a canalização das águas das nascentes e seu glicose na folha.
redirecionamento para represas, impedindo d) estômatos abertos e baixa concentração de
que sejam poluídas em decorrência da ativi- CO2 na folha.
dade humana no entorno. e) estômatos fechados e alta concentração de
CO2 na folha.
2. (Unesp) O cogumelo shimeji (Pleurotus
ostreatus) aos poucos vai se incorporando 4. (Unesp) As figuras apresentam a vegetação
à culinária das grandes cidades brasileiras. de cinco biomas brasileiros.
Encontrado facilmente em supermercados, é
usado como principal ingrediente de molhos,
refogados, risotos e outros pratos.
124
Já os gráficos representam alterações que
ocorrem nessa área durante o processo de
recuperação.
125
A partir das informações fornecidas, considere um lago que esteja em processo de eutrofização. O
teor de oxigênio na água, a concentração de micro-organismos aeróbicos, a mortandade dos peixes
e a concentração de micro-organismos anaeróbicos podem ser representados, respectivamente,
pelos gráficos:
a) I, III, III e II.
b) III, III, II e I.
c) I, II, III e II.
d) III, I, II e II.
e) II, I, I e III.
7. (Unesp) Um vaso com uma planta de folhas verdes foi colocado sobre uma mesa, no centro de um quar-
to totalmente vedado, de modo a impedir a entrada da luz externa, e ali permaneceu por 24 horas.
Durante as 12 primeiras horas (período I), a planta foi iluminada com luz verde, de comprimento
de onda na faixa de 500 a 550 nm. Nas 12 horas seguintes (período II), a planta foi iluminada com
luz laranja-avermelhada, de comprimento de onda na faixa de 650 a 700 nm.
Considerando a incidência da luz sobre a planta e a taxa fotossintética, é correto afirmar que, aos
olhos de um observador não daltônico que estivesse no quarto, as folhas da planta se apresenta-
riam:
a) de cor verde no período I e enegrecidas no período II, e a taxa de fotossíntese seria maior no período
II e reduzida ou nula no período I.
b) enegrecidas no período I e de cor vermelha no período II, e a taxa de fotossíntese seria maior no pe-
ríodo I e reduzida ou nula no período II.
c) enegrecidas no período I e enegrecidas no período II, e em ambos os períodos a planta não realizaria
fotossíntese, mas apenas respiração.
d) de cor verde no período I e de cor vermelha no período II, e a taxa de fotossíntese seria maior no
período I do que no período II.
e) de cor verde no período I e de cor verde no período II, e a taxa de fotossíntese seria a mesma em ambos
os períodos.
8. (Unesp) As figuras apresentam diferentes mecanismos que um agricultor pode empregar para
promover a propagação vegetativa de algumas espécies vegetais.
Sobre esses quatro métodos de propagação vegetativa, pode-se afirmar corretamente que:
a) apenas um deles permite que uma mesma planta produza frutos de duas espécies diferentes.
b) na estaquia, a gema apical da estaca deve ser mantida, sem o que não haverá o desenvolvimento das
gemas laterais.
c) na mergulhia, a nova planta produzirá apenas a parte vegetativa, e não desenvolverá frutos ou semen-
tes.
d) na alporquia, a nova planta será um clone da planta que lhe deu origem, exceto pelo fato de não poder
desenvolver a reprodução sexuada.
e) na enxertia, é importante que o tecido meristemático do enxerto não entre em contato com o tecido
meristemático do porta-enxerto, sob o risco de não se desenvolver.
126
9. (Unesp) Gustavo foi contratado para traba- Sobre essa estrofe do hino, os alunos fizeram
lhar como jardineiro em uma residência na as seguintes afirmações:
cidade de São Paulo. Os proprietários do imó- I. O primeiro verso é uma menção à fun-
vel exigiram que Gustavo mantivesse a grama ção fotossintética das florestas, estabele-
sempre irrigada e aparada a uma altura es- cendo uma analogia entre essa função e
pecífica, o que, dependendo da época do ano, a exercida pelo pulmão dos vertebrados,
exigiu podas mais ou menos frequentes. pois cada uma dessas funções retira da
Considerando que o balanço entre taxa de fo- atmosfera e nela libera os mesmos gases.
tossíntese e taxa de respiração varia ao lon- II. O segundo verso é uma referência à at-
go do ano em razão das diferenças de tempe- mosfera primitiva da Terra, a qual per-
ratura, intensidade luminosa e períodos de mitiu o aparecimento das primeiras mo-
claro e escuro ao longo das 24 horas do dia, léculas orgânicas e, posteriormente, dos
pode-se afirmar corretamente que as podas primeiros organismos vivos.
foram: III.O terceiro verso faz referência à poluição
a) mais frequentes entre outubro e dezembro, atmosférica. Gases tóxicos são liberados
período no qual a luminosidade intensa de- pela atividade humana, comprometendo
a saúde das populações e dos demais or-
terminou o aumento da taxa de fotossíntese,
ganismos.
mantendo o gramado no seu ponto de com-
IV. O quarto verso é referência direta às quei-
pensação fótica.
madas, que têm por objetivo a formação
b) mais frequentes entre dezembro e fevereiro,
de pastos em detrimento da conservação
período no qual o aumento da intensidade lu-
da mata nativa.
minosa determinou um aumento na taxa de
É correto o que se afirma em:
respiração.
a) III, apenas.
c) menos frequentes entre abril e junho, pe-
ríodo no qual as baixas temperaturas deter- b) IV, apenas.
minaram o aumento da taxa de respiração e c) I e II, apenas.
colocaram o gramado acima de seu ponto de d) III e IV, apenas.
compensação fótica. e) I, II, III e IV.
d) menos frequentes entre junho e agosto, pe-
ríodo no qual a diferença entre a taxa de fo- 11. (Unesp) Suponha a seguinte situação hipo-
tossíntese e a taxa de respiração tornou-se tética:
menor. Em pleno mês de dezembro, um botânico
e) menos frequentes entre agosto e outubro, pe- está em um barco no oceano Atlântico, exa-
ríodo no qual os dias mais curtos em relação tamente no ponto que corresponde à inter-
às noites levaram a uma taxa de fotossíntese secção de duas linhas imaginárias: a linha
abaixo da taxa de respiração. do equador e o meridiano de Greenwich. Na
figura, a seta indica esse ponto.
10. (Unesp) Para discutir ecologia, a professora No barco, há dois vasos contendo duas
citou uma das estrofes do Hino da Campanha plantas da mesma espécie, que foram cul-
da Fraternidade 2011, promovida pela Igreja tivadas em condições idênticas. Uma delas
Católica, cujo lema é Fraternidade e a Vida foi cultivada no litoral do Pará e, a outra,
no Planeta: no litoral do Gabão, ambos os locais corta-
dos pela linha do equador. Suponha que as
(...)
duas plantas apresentam a mesma eficiência
Olha as florestas: pulmão verde e forte!
fotossintética e que, partindo do ponto de
Sente esse ar que te entreguei tão puro...
intersecção das linhas, o botânico possa se
Agora, gases disseminam a morte;
deslocar ao longo da linha do equador ou do
O aquecimento queima o teu futuro.
meridiano de Greenwich.
(...)
127
Com relação à eficiência fotossintética das plantas após o deslocamento em relação àquela do ponto
de origem, e considerando apenas a variação da incidência dos raios solares, é correto afirmar que:
a) a eficiência fotossintética de ambas as plantas não irá se alterar se o botânico navegar para maiores
latitudes, em qualquer sentido.
b) a planta do Pará apresentará maior eficiência fotossintética se o botânico navegar para maiores longi-
tudes, em sentido leste, mas a planta do Gabão apresentará eficiência fotossintética diminuída.
c) a planta do Pará apresentará maior eficiência fotossintética se o botânico navegar para maiores longi-
tudes, em sentido oeste, mas a planta do Gabão apresentará eficiência fotossintética diminuída.
d) ambas as plantas manterão, aproximadamente, a mesma eficiência fotossintética se o botânico nave-
gar para maiores longitudes, tanto em sentido leste quanto para oeste.
e) ambas as plantas terão a eficiência fotossintética aumentada se o botânico navegar para maiores lati-
tudes ao norte, mas terão a eficiência fotossintética diminuída se navegar para o sul.
12. (Unesp) Cogumelos iluminam a floresta, é o título da reportagem de capa da Revista Pesquisa
Fapesp de fevereiro de 2010. Na reportagem, os pesquisadores descrevem algumas espécies de
fungos bioluminescentes encontrados no Brasil.
Antes de entregar a revista para que os alunos lessem a reportagem, a professora de biologia pe-
diu-lhes que apresentassem hipóteses sobre o desenvolvimento da bioluminescência na evolução
desses fungos.
Foram apresentadas três hipóteses:
I. A bioluminescência, resultante de reações de oxirredução que consomem oxigênio, poderia de-
sempenhar um papel antioxidante que protegeria os fungos bioluminescentes de radicais livres
produzidos por seu metabolismo.
II. A bioluminescência poderia servir como um sinalizador de perigo, similar ao existente em
algumas espécies de insetos, o qual alertaria os eventuais predadores tratar-se de um fungo
venenoso.
III.A bioluminescência teria se desenvolvido para promover a iluminação da floresta, favorecendo
inúmeras espécies de hábitos noturnos, como algumas aves e mamíferos, que dependem da luz
para suas atividades.
Pode-se afirmar que, do ponto de vista evolutivo, são plausíveis as hipóteses:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
13. (Unesp) Um estudante de biologia anotou em uma tabela algumas características de quatro espé-
cies vegetais:
Espécie
Característica
1 2 3 4
Possui vasos condutores de seiva? sim não sim sim
Embrião fica retido no gametângio? sim sim sim sim
Forma flores e frutos? não não sim não
Forma sementes? sim não sim não
A partir desses dados, pode-se dizer que na árvore filogenética que reconstitui a história evolutiva
dessas espécies:
a) as espécies 1 e 2 compartilham entre si um maior número de ancestrais comuns que aqueles compar-
tilhados pelas espécies 1 e 3.
b) a espécie 4 tem uma origem evolutiva mais recente que a espécie 3.
c) a espécie 1 é mais aparentada à espécie 2 que à espécie 3.
d) as espécies 1, 2 e 3 formam um grupo natural, ou monofilético.
e) as espécies 2, 3 e 4 formam um grupo artificial, ou parafilético.
128
14. (Unesp) A figura apresenta uma proposta de relações evolutivas entre diferentes grupos de orga-
nismos.
Pode-se dizer que a presença de núcleo delimitado por membrana e a formação de tecidos verda-
deiros apareceram, respectivamente, em:
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 2 e 4.
d) 3 e 4.
e) 4 e 5.
15. (Unesp) No sistema de classificação de Lineu, os fungos eram considerados vegetais inferiores e
compunham o mesmo grupo do qual faziam parte os musgos e as samambaias. Contudo, sistemas
de classificação modernos colocam os fungos em um reino à parte, reino Fungi, que difere dos
vegetais não apenas por não realizarem fotossíntese, mas também porque os fungos:
a) são procariontes, uni ou pluricelulares, enquanto os vegetais são eucariontes pluricelulares.
b) são exclusivamente heterótrofos, enquanto os vegetais são autótrofos ou heterótrofos.
c) não apresentam parede celular, enquanto todos os vegetais apresentam parede celular formada por
celulose.
d) têm o glicogênio como substância de reserva energética, enquanto nos vegetais a reserva energética é
o amido.
e) reproduzem-se apenas assexuadamente, enquanto nos vegetais ocorre reprodução sexuada ou asse-
xuada.
16. (Unesp) Paulo considerou incoerente afirmar que as plantas promovem o sequestro de carbono
pois, quando respiram, as plantas liberam CO2 para a atmosfera. Consultando seu professor, Paulo
foi informado de que a afirmação é:
a) correta. O tempo durante o qual as plantas respiram é menor que aquele durante o qual realizam a
fotossíntese, o que garante que consumam mais CO2 atmosférico que aquele liberado.
b) correta. O tempo durante o qual as plantas respiram é o mesmo que aquele durante o qual realizam
a fotossíntese, contudo, a taxa fotossintética é maior que a taxa de respiração, o que garante que
consumam mais CO2 atmosférico que aquele liberado.
c) correta. Embora as plantas respirem por mais tempo que aquele empregado na fotossíntese, esta per-
mite que as plantas retenham o carbono que é utilizado na constituição de seus tecidos.
d) incorreta. As plantas acumulam carbono apenas durante seu crescimento. Em sua fase adulta, o tempo
durante o qual respiram é maior que aquele durante o qual realizam fotossíntese, o que provoca a
reintrodução na atmosfera de todo CO2 que havia sido incorporado.
e) incorreta. Além de a respiração e a fotossíntese ocorrerem em momentos diferentes e não coincidentes,
o volume de CO2 liberado pela respiração é o mesmo que o volume de CO2 atmosférico consumido pela
fotossíntese.
129
18. (Unesp) A figura apresenta a variação na produção de sementes pela população de uma espécie de
árvore, observada pelo período de 20 anos. As setas representam o período em que foi aplicado na
área um produto químico utilizado para o controle de pragas.
Analisando o comportamento da curva, pode-se afirmar que o produto químico utilizado provavel-
mente elimina:
a) outras espécies de plantas que competem por nutrientes com a planta observada.
b) os insetos que se alimentam das sementes dessa planta.
c) os pássaros que se alimentam dos frutos dessa planta e que promovem a dispersão das sementes.
d) os polinizadores dessa planta.
e) os micro-organismos patogênicos que infectam essa planta.
19. (Unesp) Uma determinada espécie de camarão foi introduzida em um lago. A figura 1 representa a
variação nos tamanhos populacionais do camarão, de uma espécie de peixe e de uma espécie de ave
que vivem no lago, observada nos anos seguintes, como consequência da introdução do camarão.
O esquema que melhor representa a inclusão da espécie de camarão na estrutura trófica desse lago é:
a) d)
b) e)
c)
130
20. (Unesp) “Nasceu no meu jardim um pé de mato que dá flor amarela.
O poema faz referência a alguns elementos e fenômenos biológicos. Sobre eles, um estudante
afirmou:
I. O grão de pólen se constitui em uma das bases da interação entre o “pé de mato que dá flor
amarela” e a “insetaria” que visita essa flor pela manhã.
II. A interação descrita envolve benefício mútuo, uma vez que o transporte de pólen promovido
pelos insetos contribui para aumento da variabilidade genética da planta, ao mesmo tempo em
que parte do pólen pode ser utilizada como alimento pelos insetos.
III.Trata-se de uma relação de comensalismo porque, embora a planta se beneficie da dispersão do
pólen, este não pode ser utilizado pelos insetos, uma vez que contém gametas masculinos de
origem vegetal.
São corretas as afirmações:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
21. (Unesp) O quadro apresenta, na linha principal, diferentes ecossistemas e, nas linhas numeradas
de 1 a 5, estruturas adaptativas presentes em diferentes espécies vegetais.
A linha que relaciona corretamente as estruturas adaptativas ao ecossistema onde as mesmas são
mais frequentemente encontradas nas plantas é:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
131
22. (Unesp) Uma vez que não temos evidência
por observação direta de eventos relacio- GABARITO
nados à origem da vida, o estudo científico
desses fenômenos difere do estudo de mui- 1. C 2. E 3. D 4. E 5. E
tos outros eventos biológicos. Em relação a
6. D 7. A 8. A 9. D 10. A
estudos sobre a origem da vida, apresentam-
-se as afirmações seguintes. 11. D 12. B 13. E 14. D 15. D
I. Uma vez que esses processos ocorreram
há bilhões de anos, não há possibilidade 16. C 17. B 18. D 19. D 20. D
de realização de experimentos, mesmo 21. E 22. D 23. D
em situações simuladas, que possam con-
tribuir para o entendimento desses pro-
cessos.
II. Os trabalhos desenvolvidos por Oparin
e Stanley Miller ofereceram pistas para
os cientistas na construção de hipóteses
plausíveis quanto à origem da vida.
III.As observações de Oparin sobre coacerva-
dos ofereceram indícios sobre um proces-
so que constituiu-se, provavelmente, em
um dos primeiros passos para a origem
da vida, qual seja, o isolamento de ma-
cromoléculas do meio circundante.
Em relação a estas afirmações, podemos in-
dicar como corretas:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
132
BIOLOGIA 2
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre os diferentes tipos de célula e os organismos que
elas compõem. Em adicional, compreender as relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos e
suas características anatômicas, fisiológicas e estruturais.
133
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
1. Alantoide é uma membrana embrionária,
originada a partir do intestino posterior,
que tem como função realizar respiração e
armazenar excretas nos embriões de rép-
De acordo com o esquema, é correto afirmar teis e aves; nos mamíferos compõem parte
que: do cordão umbilical e unindo-se com o cório
a) a estrutura I representa a artéria aorta, que para formar a placenta.
conduz sangue arterial a partir do ventrículo
2. A imagem trata-se da prevenção contra den-
direito do coração.
gue, a qual é transmitida pelas espécies de
b) a estrutura II representa as veias cavas, que
mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus.
transportam sangue venoso ao átrio direito.
A elefantíase assim como a dengue também
c) a estrutura III indica as veias pulmonares,
é transmitida por um inseto, que pode ser
que conduzem sangue venoso a partir do
do gênero Culex, Anopheles, Mansonia ou
ventrículo direito.
Aedes. A malária é transmitida pela picada
d) a estrutura IV refere-se à artéria pulmonar,
da fêmea do mosquito Anopheles. A febre
que leva sangue arterial ao átrio esquerdo.
amarela, nas cidades, é transmitida princi-
e) nas estruturas I e II as taxas de O2 e CO2 so- palmente por mosquitos da espécie Aedes
frem profundas alterações quando o sangue aegypti.
passa pelo coração, e este fenômeno deno-
mina-se hematose. 3. Estrela do marsão equinodermos, portanto
deuterostomado, com endoesqueleto calcá-
reo e simetria radial.
5. (Unesp) Considere os seguintes métodos
Planária são platelmintos, assim com siste-
preventivos e de tratamento de doenças pa-
ma digestivo incompleto e simetria bilateral.
rasitárias. Anfioxo é cefalocordado, com notocorda que
I. Abstenção de contato com água possivel- persiste desde a fase embrionária até a fase
mente contaminada. adulta.
II. Uso de medicamentos que combatem o Polvo são moluscos cefalópodes, portanto
parasito no homem. tem massa visceral protegida pelo manto e
III.Aplicação de inseticidas nas casas. presença de tentáculos.
IV. Uso de sanitários e higiene das mãos. Aranhas são artrópodes aracnídeos, que pos-
No caso da malária, os métodos de prevenção suem quelíceras e respiração filotraqueal.
e tratamento válidos são apenas: 4. A estrutura I representa a artéria aorta, que
a) II e III. transportam sangue arterial aos tecidos.
b) I e III. A estrutura II representa as veias cavas, que
c) I e II. transportam sangue venoso ao átrio direito.
d) I e IV. A estrutura III representa a artéria pulmonar,
e) III e IV. que transportam sangue venoso aos pulmões.
A estrutura IV representa a veia pulmonar,
6. (Unesp) Considere o seguinte esquema do que transportam sangue arterial ao coração.
sistema digestivo humano. 5. A maioria das parasitoses pode ser impedi-
das por medidas simples de higiene e lim-
peza. Outras necessitam de cuidados especí-
ficos. Evitar contato com água contaminada
e uso de medicamentos para eliminação do
parasita são algumas formas de prevenção.
6. A absorção de nutrientes ocorre, principal-
mente, ao nível do jejunoíleo. A cavidade
entérica recebe o suco intestinal, o suco pan-
creático e a bile.
134
PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp) Na figura, uma demonstração feita
com garrafa PET, tubos e balões de borracha
simula o funcionamento do sistema respira-
tório humano.
135
Se o gráfico 1 referir-se aos níveis de: 6. (Unesp) Três consumidores, A, B e C, com-
a) e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Ana praram, cada um deles, uma bebida em em-
Cristina está entrando em período fértil, balagem longa vida, adequada às suas res-
Márcia está no final de seu ciclo menstrual e pectivas dietas. As tabelas abaixo trazem
Juliana está amamentando.
informações nutricionais sobre cada uma
b) e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Juliana
dessas três bebidas.
está entrando em período fértil, Ana Cris-
tina está no final de seu ciclo menstrual e TABELA 1
Márcia está amamentando.
c) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Ana Porção: 100 mL % VD
Cristina está entrando em período fértil, Valor energético 86,3 kcal 4%
Márcia está no final de seu ciclo menstrual e Carboidratos 21,3 g 7%
Juliana está amamentando. Proteínas 0,0 g 0%
d) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Már-
cia está entrando em período fértil, Juliana Gorduras totais 0,0 g 0%
está no final de seu ciclo menstrual e Ana Gorduras saturadas 0,0 g 0%
Cristina está amamentando. Gorduras trans 0,0 g –
e) e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Márcia Fibra alimentar 0,0 g 0%
está entrando em período fértil, Juliana está
Sódio 12,1 mg 1%
no final de seu ciclo menstrual e Ana Cristi-
na está amamentando. TABELA 2
Porção: 100 mL % VD
5. (Unesp) Alguns chefs de cozinha sugerem
Valor energético 51,5 kcal 3%
que o peru não deve ser preparado inteiro,
pois a carne do peito e a da coxa têm caracte- Carboidratos 1,9 g 1%
rísticas diferentes, que exigem preparos di- Proteínas 4,1 g 5%
ferentes. A carne do peito é branca e macia, Gorduras saturadas 1,8 g 8%
e pode ressecar dependendo do modo como Gorduras monoinsaturadas 0,9 g –
é preparada. A carne da coxa, mais escura, é
Gorduras poli-insaturadas 0,1 g –
mais densa e suculenta e deve ser preparada
separadamente. Cálcio 143,1 mg 14%
Embora os perus comercializados em su- Vitamina A 22,5 Pg 4%
permercados venham de criações em confi- Vitamina C 0,9 mg 2%
namento, o que pode alterar o desenvolvi- Magnésio 11,3 mg 4%
mento da musculatura, eles ainda mantêm Colesterol 13,8 mg –
as características das populações selvagens,
Lipídeos 3,0 mg –
nas quais a textura e a coloração da carne do
peito e da coxa decorrem da composição de Sódio 51,6 mg 2%
suas fibras musculares e da adequação des-
TABELA 2
sas musculaturas às funções que exercem.
Considerando as funções desses músculos Porção: 100 mL % VD
nessas aves, é correto afirmar que a carne: Valor energético 27,0 kcal 1%
a) do peito é formada por fibras musculares de Carboidratos 1,5 g 1%
contração lenta, pobres em mitocôndrias e Açúcares 1,5 g –
em mioglobina, e eficientes na realização de
Proteínas 2,6 g 3%
esforço moderado e prolongado.
b) do peito é rica em fibras musculares de con- Gorduras totais 1,2 g 2%
tração rápida, ricas em mitocôndrias e em Gorduras saturadas 0,2 g 1%
mioglobina, e eficientes na realização de es- Gorduras trans 0,0 g –
forço intenso de curta duração.
Gorduras monoinsaturadas 0,3 g –
c) da coxa é formada por fibras musculares de
contração lenta, ricas em mitocôndrias e em Gorduras poli-insaturadas 0,7 g –
mioglobina, e eficientes na realização de es- Fibra alimentar 0,4 g 2%
forço moderado e prolongado. Lactose 0,0 g –
d) da coxa é formada por fibras musculares de
Colesterol 0,0 mg –
contração rápida, pobres em mitocôndrias e
em mioglobina, e eficientes na realização de Sódio 49,5 mg 2%
esforço intenso de curta duração. Fonte: <www.tabelanutricional.com.br>.
e) do peito é rica em fibras musculares de con-
tração lenta, ricas em mitocôndrias e em Sabendo-se que o consumidor A tinha into-
mioglobina, e eficientes na realização de es- lerância à lactose, o consumidor B era dia-
forço moderado e prolongado. bético e o consumidor C tinha altos níveis
136
de colesterol, e que as bebidas compradas c) 1, 2 e 3, e a variação observada nas concen-
foram suco néctar de pêssego, bebida pura trações é devida à osmose.
de soja e iogurte integral natural, assinale d) 3, 1 e 2, e a variação observada nas concen-
a alternativa que associa corretamente a be- trações é devida à difusão.
bida comprada com a respectiva tabela e o e) 1, 3 e 2, e a variação observada nas concen-
consumidor que a adquiriu. trações é devida à difusão.
a) Suco néctar de pêssego; tabela 1; consumi-
Leia os versos da música “Águas de março”,
dor A.
de Tom Jobim, para responder à questão 8.
b) Iogurte integral natural; tabela 2; consumi-
dor C. É pau, é pedra, é o fim do caminho
c) Iogurte integral natural; tabela 1; consumi- É um resto de toco, é um pouco sozinho
dor B. É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
d) Bebida pura de soja; tabela 2; consumidor A. É um belo horizonte, é uma febre terçã
e) Suco néctar de pêssego; tabela 3; consumi- São as águas de março fechando o verão
dor B. É a promessa de vida no teu coração
Fonte: <www.radio.uol.com.br>.
7. (Unesp) Os gráficos representam a concen- O sapo, a rã e a febre terçã não fazem par-
tração de três gases no sangue assim que te dos versos apenas por uma necessidade
passam pelos alvéolos pulmonares. de rima, também têm relação com as chuvas
que caem em regiões de clima tropical.
137
10. (Unesp) Três pacientes recorreram a um laboratório de análises clínicas para fazer um hemogra-
ma, exame que registra informações sobre os componentes celulares do sangue. O paciente 1, bas-
tante pálido, apresentava cansaço constante; o paciente 2 era portador do vírus HIV e apresentava
baixa imunidade; o paciente 3 trazia relatos de sangramentos por causa ainda a ser investigada.
As fichas de registro, A, B e C, apresentam alguns resultados dos exames desses três pacientes.
11. (Unesp) Na Copa Libertadores da América de 2012, o time do Santos perdeu de 2 a 1 para o Bolí-
var, da Bolívia, em La Paz. O fraco desempenho físico do time santista em campo foi atribuído à
elevada altitude da cidade, onde os jogadores desembarcaram às vésperas do jogo. Duas semanas
depois, jogando em Santos, SP, o time santista ganhou do Bolívar por 8 a 0.
Considerando a pressão atmosférica, a mecânica e a fisiologia da respiração e, ainda, o desempe-
nho físico dos jogadores do Santos nesses dois jogos, é correto afirmar que em Santos a pressão
atmosférica é:
a) menor que em La Paz, o que implica menor esforço dos músculos intercostais e do diafragma para
fazer chegar aos pulmões a quantidade necessária de O2. Disso resulta saldo energético positivo, o que
melhora o desempenho físico dos jogadores quando o jogo acontece em cidades de baixa altitude.
b) maior que em La Paz, o que implica maior esforço dos músculos intercostais e do diafragma para
fazer chegar aos pulmões a quantidade necessária de O2. Em Santos, portanto, o maior esforço
físico dos músculos envolvidos com a respiração resulta na melhora do desempenho físico dos
atletas no jogo.
c) menor que em La Paz, o que implica maior esforço dos músculos intercostais e do diafragma para fazer
chegar aos pulmões a quantidade necessária de O2. Tanto em Santos quanto em La Paz, a quantidade
de O2 por volume de ar inspirado é a mesma, e a diferença no desempenho físico dos jogadores deve-se
apenas ao esforço empregado na respiração.
d) maior que em La Paz, porém, é menor a concentração de O2 por volume de ar atmosférico inspirado.
Em La Paz, portanto, o organismo do atleta reage diminuindo a produção de hemácias, pois é maior a
quantidade de O2 disponível nos alvéolos. A menor quantidade de hemácias resulta no baixo desempe-
nho físico dos jogadores.
e) maior que em La Paz, assim como é maior a concentração de O2 por volume de ar atmosférico ins-
pirado. Em Santos, portanto, com maior disponibilidade de oxigênio, a concentração de hemácias
do sangue é suficiente para levar para os tecidos musculares o O2 necessário para a atividade física
empregada no jogo.
12. (Unesp) O volume total de ar que cabe no sistema respiratório de um homem adulto, ao nível do
mar, é cerca de 6 litros. Nessas condições, os pulmões de um indivíduo em repouso, a cada movi-
mento respiratório, trocam com o meio exterior, em média, apenas 0,5 litro de ar. Essa quantidade de
ar inspirado mistura-se ao ar retido nas vias aéreas e apenas parte dessa mistura chega aos alvéolos.
Desse modo, considerando a fisiologia e a anatomia do aparelho respiratório humano, é correto
afirmar que, durante a inspiração, o ar que chega aos alvéolos possui:
a) maior concentração de CO2 que aquela do sangue venoso.
b) menor concentração de CO2 que o ar atmosférico.
c) maior concentração de O2 que aquela do sangue arterial.
d) maior concentração de CO2 que aquele que havia sido expirado.
e) menor concentração de O2 que aquele que havia sido expirado.
138
13. (Unesp) Quando abrirem meu coração quase um mês, e depois recebeu alta. Pode-se
Vão achar sinalização afirmar corretamente que esse caso:
De mão e contramão. a) contradiz a hipótese de que a criança em
Millôr Fernandes. Veja, 04 abr. 2012. gestação receba, por meio da barreira pla-
centária, anticorpos produzidos pelo orga-
No contexto da biologia, os versos de Millôr
nismo materno.
Fernandes, falecido em 2012, podem ser
b) contradiz a hipótese de que a dengue é uma
usados para ilustrar, de maneira poética, as
doença viral, uma vez que pode ser transmi-
características de um sistema circulatório
tida entre gerações sem que haja a partici-
em que os sangues arterial e venoso seguem
pação do Aedes aegypti.
fluxos distintos, sem se misturarem.
c) confirma que a dengue é uma doença infec-
Nessas condições, o protagonista desses ver-
tocontagiosa, que só pode ser transmitida de
sos poderia ser:
pessoa para pessoa através de um vetor.
a) uma ave ou um peixe.
d) demonstra a possibilidade da transmissão
b) um réptil ou um mamífero.
vertical, de pessoa para pessoa, através do
c) um mamífero ou uma ave.
contato da pessoa sadia com secreções da
d) um peixe ou um réptil.
pessoa doente.
e) um réptil ou uma ave.
e) demonstra a possibilidade de o vírus da den-
gue atravessar a barreira placentária, sem
14. (Unesp) Método de contracepção definitiva
que seja necessária a presença de um vetor
começa a se popularizar no país
para sua transmissão.
Consagrado nos Estados Unidos há quase
uma década, o Essure é um procedimento
16. (Unesp) No desenho de longa metragem
feito em ambulatório, que dispensa cortes. “Rio“, dirigido pelo brasileiro Carlos Salda-
O Essure consiste de dois dispositivos metá- nha, em uma das cenas, Blu, um macho de
licos com 4 centímetros, instalados no início ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), fala para
das tubas uterinas por meio de um equipa- a fêmea que está tentando conquistar:
mento bem fino, que é introduzido no canal
vaginal. Em algumas semanas, as paredes — Está com calor? Acho que estou suando!
das tubas recobrem os microimplantes, obs- Nem sabia que era biologicamente possível.
truindo as tubas e fazendo do Essure um mé- Olha!
todo contraceptivo permanente. E mostra para a companheira sua axila suada.
Diogo Sponchiato. Revista Saúde, maio de 2012 (Adaptado).
17. (Unesp) Dengue tipo 4 reaparece após 25 18. (Unesp) Paula não toma qualquer contracep-
anos tivo e tem um ciclo menstrual regular de 28
A dengue é causada por quatro tipos de ví- dias exatos. Sua última menstruação foi no
rus: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O dia 23 de junho. No dia 06 de julho, Paula
tipo DENV-4 não era encontrado no país des- manteve uma relação sexual sem o uso de
de 1982, mas exames de sangue feitos em preservativos. No dia 24 de julho, Paula re-
Manaus mostram que a dengue tipo 4 está alizou um exame de urina para verificar se
de volta ao país. Embora a infecção causada havia engravidado.
pelo DENV-4 não seja, por si só, muito agres- Em função do ocorrido, pode-se dizer que,
siva, o retorno dela é, ainda assim, uma má no dia 6 de julho, Paula:
notícia para a saúde pública brasileira. Isso a) talvez ainda não tivesse ovulado, mas o faria
porque aumenta a possibilidade de que as um ou dois dias depois. Considerando que o
pessoas desenvolvam a forma hemorrágica espermatozoide pode permanecer viável no
da doença, muito mais letal. organismo feminino por cerca de dois dias,
Notícia veiculada por diferentes agências, março de 2009.
há a possibilidade de Paula ter engravidado.
O exame de urina poderia confirmar essa hi-
Em razão do contido na notícia, pode-se afir- pótese, indicando altos níveis de gonadotro-
mar que, antes do reaparecimento do vírus fina coriônica.
DENV-4: b) já teria ovulado, o que teria ocorrido cerca
a) eram menores as possibilidades de as pes- de dois dias antes. Contudo, considerando
soas desenvolverem a forma hemorrágica da que depois da ovulação o óvulo permanece
doença, pois os tipos virais, embora mais viável no organismo feminino por cerca de
agressivos que o vírus DENV-4, raramente uma semana, há a possibilidade de Paula ter
levavam ao quadro hemorrágico. Com o re- engravidado. O exame de urina poderia con-
aparecimento de uma quarta variante viral, firmar essa hipótese, indicando redução no
menos agressiva, porém letal, a questão da nível de estrógenos.
dengue no Brasil agravou-se. c) já teria ovulado, o que teria ocorrido há
b) havia no Brasil apenas três tipos virais e, cerca de uma semana. Portanto não estaria
portanto, eram três as diferentes possibili- grávida, o que poderia ser confirmado pelo
dades de uma pessoa adquirir dengue. Com exame de urina, que indicaria altos níveis de
o reaparecimento de um quarto tipo, a pos- estrógenos e LH.
sibilidade de se adquirir dengue passou a ser d) estaria ovulando e, portanto, é quase certo
25% maior. A dengue adquirida a partir de que estaria grávida. Com a implantação do
qualquer um desses quatro tipos de vírus, se embrião no endométrio, ocorre um aumento
não tratada pode evoluir para a forma he- na secreção de LH e diminuição nos níveis
morrágica da doença. de gonadotrofina coriônica, o que poderia
c) havia no Brasil apenas três tipos virais e, ser detectado pelo exame de urina já na se-
portanto, a possibilidade de as pessoas vi- mana seguinte à nidação.
rem a adquirir a dengue era menor. O reapa- e) ainda não teria ovulado, o que só iria ocorrer
recimento do vírus DENV-4 aumentou a pos- dias depois. Portanto, não estaria grávida, o
sibilidade de as pessoas terem um primeiro que poderia ser confirmado pelo exame de
contato com qualquer uma das variantes urina, que indicaria altos níveis de gonado-
trofina coriônica.
140
19. (Unesp) Considere os dois textos seguintes. 21. (Unesp)
Confirmadas mais mortes por febre maculo-
sa no Estado de São Paulo. O Ibama autorizou TEXTO 1
pesquisadores a capturar e abater capivaras. Cientistas americanos observaram, em um
Esses animais serão utilizados em estudos estudo recente, o motivo que pode tornar
sobre a febre maculosa. A capivara é um dos adolescentes impulsivos e infratores. Exa-
principais hospedeiros do carrapato-estrela, mes de neuroimagem em jovens mostraram
transmissor da doença. Os pesquisadores que o córtex pré-frontal, região do cérebro
querem descobrir por que as capivaras não ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos
morrem ao serem picadas pelo inseto. faz pensar antes de agir, ainda está em for-
Na região nordeste dos Estados Unidos, o mação nos adolescentes. Essa área do cére-
carrapato dos cervos transmite a doença de bro tende a ficar “madura” somente aos 20
Lyme ao homem. Depois que o minúsculo anos. Por outro lado, a região cerebral asso-
carrapato Ixodes suga o sangue de um ani- ciada às emoções e à impulsividade, conhe-
mal infectado, a bactéria se aloja permanen- cida como sistema límbico, tem um pico de
temente no corpo do inseto. Quando o car- desenvolvimento durante essa fase da vida,
rapato mais tarde pica outro animal ou uma o que aumenta a propensão dos jovens a agi-
pessoa, ele pode transmitir a bactéria para rem mais com a emoção do que com a razão.
a corrente sanguínea da vítima. O principal O aumento da emotividade e da impulsivi-
reservatório local da bactéria causadora des- dade seriam gatilhos naturais para atitudes
sa doença é um rato silvestre (Peromyscus extremadas, inclusive para cometer crimes.
leucopus). O roedor também é hospedeiro de Camila Neumam. “Estudo explica por que adolescentes
carrapatos. são impulsivos e podem cometer crimes”. Disponível em:
Sobre essas doenças e quanto às informações <www.uol.com.br>. Acesso em: 26 maio 2015 (Adaptado).
apresentadas nos textos, pode-se afirmar que:
a) o agente causador de ambas as doenças é TEXTO 2
uma bactéria que pode se alojar em roedores A situação de vulnerabilidade aliada às tur-
silvestres, no caso brasileiro, a capivara. bulentas condições socioeconômicas de mui-
b) os agentes causadores de ambas as doenças tos países latino-americanos ocasiona uma
são os carrapatos, corretamente classificados grande tensão entre os jovens, o que agrava
nos textos como insetos. diretamente os processos de integração so-
c) os agentes causadores de ambas as doenças cial e, em algumas situações, fomenta o au-
são os carrapatos, erroneamente classifica- mento da violência e da criminalidade.
dos nos textos como insetos. Miriam Abramovay. Juventude, violência e vulnerabilidade
d) o agente causador da febre maculosa é um social na América latina, 2002 (Adaptado).
vírus e o da doença de Lyme, uma bactéria,
ambos transmitidos ao homem por carrapatos. Os textos expõem abordagens sobre o com-
e) os agentes causadores de ambas as doenças portamento agressivo na adolescência refe-
são vírus, o que indica uma informação in- ridos, respectivamente, a:
correta apresentada no segundo texto. a) psicanálise e psicologia comportamental.
b) aspectos religiosos e aspectos materiais.
c) fatores emocionais e fatores morais.
20. (Unesp) O sanduíche que João comeu foi
d) ciência política e sociologia.
feito com duas fatias de pão, bife, alface,
e) condicionamento biológico e condiciona-
tomate e bacon. Sobre a digestão desse san-
mento social.
duíche, pode-se afirmar que:
a) os carboidratos do pão começam a ser digeridos 22. (Unesp) Esqueci a pílula! E agora?
na boca e sua digestão continua no intestino.
b) as proteínas do bife são totalmente digeri- Tomo pílula há mais de um ano e nunca tive
das pela ação do suco gástrico no estômago. horário certo. Em geral, tomo antes de dor-
mir, mas, quando esqueço, tomo de manhã
c) a alface é rica em fibras, mas não tem qual-
ou, na noite seguinte, uso duas de uma só
quer valor nutricional, uma vez que o orga-
vez. Neste mês, isso aconteceu três vezes. Es-
nismo humano não digere a celulose.
tou protegida?
d) as vitaminas do tomate, por serem hidrosso-
Carta de uma leitora para a coluna Sexo & Saúde,
lúveis, têm sua digestão iniciada na boca e de Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, Folhateen, 29 jun. 2009.
são totalmente absorvidas ao longo do intes-
tino delgado. Considerando que a pílula à qual a leitora se
e) a maior parte da gordura do bacon é emul- refere é composta por pequenas quantidades
sificada pelo suco pancreático, facilitando a dos hormônios estrógeno e progesterona,
ação das lípases. pode-se dizer à leitora que:
141
a) sim, está protegida de uma gravidez. Esses c) a transmissão via oral traz uma forma mais
hormônios, ainda que em baixa dosagem, in- agressiva da doença, pois o sistema digestó-
duzem a produção de FSH e LH e estes, por rio humano não tem defesas imunológicas
sua vez, levam à maturação dos folículos e à contra o barbeiro.
ovulação. Uma vez que já tenha ocorrido a
d) na transmissão via oral, o organismo huma-
ovulação, não corre mais o risco de engravidar.
b) sim, está protegida de uma gravidez. Esses no recebe uma carga de parasitas maior que
hormônios, ainda que em baixa dosagem, in- aquela que receberia pelos modos conven-
duzem a produção de FSH e LH e estes, por cionais de transmissão da doença.
sua vez, inibem a maturação dos folículos, o e) se nada for feito em termos de saúde públi-
que impede a ovulação. Uma vez que não ovu- ca, em cinco anos o número de casos regis-
le, não corre o risco de engravidar. trados terá quase que dobrado.
c) não, não está protegida de uma gravidez. Es-
ses hormônios, em baixa dosagem e a interva-
los não regulares, mimetizam a função do FSH 24. (Unesp) Ao fazer uma limpeza no armário
e LH, que deixam de ser produzidos. Desse do banheiro, Manuela encontrou três poma-
modo, induzem a maturação dos folículos e a das, I, II e III, que, por indicação médica,
ovulação. Uma vez ovulando, corre o risco de havia usado em diferentes situações:
engravidar. a. para controlar o herpes labial;
d) não, não está protegida de uma gravidez. Es-
b. para tratar de uma dermatite de contato;
ses hormônios, em baixa dosagem e a interva-
los não regulares, inibem a produção de FSH e c. para debelar uma micose nos pés.
LH os quais, se fossem produzidos, inibiriam a Manuela não se lembrava qual pomada foi
maturação dos folículos. Na ausência de FSH e usada para qual situação, mas ao consultar
LH ocorre a maturação dos folículos e a ovu- as bulas verificou que o princípio ativo da
lação. Uma vez ovulando, corre o risco de en- pomada I liga-se a um componente da mem-
gravidar. brana celular do micro-organismo, alterando
e) não, não está protegida de uma gravidez. Es-
a permeabilidade da membrana; o compo-
ses hormônios, em baixa dosagem e a interva-
los não regulares, não inibem a produção de nente ativo da pomada II estimula a síntese
FSH e LH os quais, sendo produzidos, induzem de enzimas que inibem a migração de leucó-
a maturação dos folículos e a ovulação. Uma citos para a área afetada; o princípio ativo
vez ovulando, corre o risco de engravidar. da pomada III inibe a replicação do DNA do
micro-organismo no local onde a pomada foi
23. (Unesp) As outras chagas de Chagas aplicada.
Em abril será lançada a primeira cartilha Pode-se dizer que para as situações “a“, “b“
médica sobre a infecção causada pelo bar- e “c“ Manuela usou, respectivamente, as po-
beiro. A doença sempre esteve associada à madas:
zona rural... E graças a um intenso programa a) I, II e III.
de erradicação do barbeiro na zona rural, em
b) I, III e II.
2006 a Organização Pan-americana da Saúde
c) II, I e III.
havia decretado o fim no país da infecção
pelo contato direto com o inseto. Porém, nos d) III, I e II.
últimos anos as contaminações ressurgiram. e) III, II e I.
Agora elas ocorrem por via oral e estão disse-
minadas também nas zonas urbanas. Os ca-
sos mais recentes aconteceram pelo consumo GABARITO
de restos do barbeiro misturados a alimentos
como açaí e caldo de cana. Os novos doentes
1. B 2. C 3. C 4. E 5. C
já somam 600.
O número de casos registrados cresce, em 6. A 7. D 8. A 9. B 10. C
média, 20% ao ano.
Veja, 24 abr. 2010 (Adaptado). 11. E 12. C 13. C 14. E 15. E
Sobre a notícia, pode-se afirmar corretamente: 16. C 17. D 18. A 19. A 20. A
a) a substituição de alimentos manufaturados,
21. E 22. E 23. D 24. E
como o açaí e o caldo de cana, por alimentos
industrializados, poria fim à doença de Cha-
gas no Brasil.
b) a transmissão via oral só acontece quando,
junto com os alimentos, também forem inge-
ridos insetos ainda vivos.
142
BIOLOGIA 3
Prescrição: São necessários conhecimentos de bioquímica básica, citologia e genética, o que en-
globa a compreensão sobre os componentes químicos celulares, organelas citoplasmáticas e a relação
de hereditariedade entre os seres vivos.
143
5. (Unesp) Considere um grupo de pessoas com da transferência nuclear de um célula somá-
características homogêneas no que se refere tica para um óvulo. O item III evidencia a
à cor de pele. Assinale a alternativa, dentre propagação vegetativa, na qual retira-se um
as apresentadas, que corresponde às pessoas pedaço da planta e replanta essa parte, o que
desse grupo que têm maior chance de apre- gerará uma planta geneticamente idêntica.
sentar deficiência de vitamina D e que estão 3. A quebra da molécula de água através da
mais sujeitas a fraturas ósseas. luz gera elétrons (que estabilizam a cloro-
a) Indivíduos que ingerem alimentos ricos em fila instável), hidrogênio (capturado pelo
cálcio, como ovos e derivados do leite, e que NADP+) e gás oxigênio (liberado para a at-
frequentemente tomam sol. mosfera).
b) Indivíduos que ingerem alimentos pobres 4.
em cálcio, como ovos e derivados do leite, e I. Indivíduo 3 normal. Indivíduo 5 tem tris-
que frequentemente tomam sol. somia de um cromossomo autossômico
c) Indivíduos que ingerem alimentos pobres (2n + 1). Indivíduo 5 tem trissomia de
em cálcio, como ovos e derivados do leite, e um cromossomo sexual (2n + 1).
que raramente tomam sol. II. A célula mostrada em 2 é um gameta,
d) Indivíduos que ingerem alimentos ricos em sendo assim a célula somática desse indi-
cálcio, como frutas cítricas e arroz, e que víduo tem 40 cromossomos autossômicos
raramente tomam sol. e mais 2 sexuais. A célula mostrada em
e) Indivíduos que ingerem alimentos pobres 1 tem 40 cromossomos autossômicos e 2
em cálcio, como frutas cítricas e arroz, e que sexuais, sendo assim o gameta teria 20
raramente tomam sol. autossômicos e 1 sexual. Portanto a soma
dos gametas de 1 é igual a célula somáti-
6. (Unesp) As lâminas I, II e III representam o co de 2.
aspecto de três tipos de tecido muscular de III.A célula mostrada em 4 é um gameta com
cães, quando analisados sob microscópio. 22 cromossomo autossômico e 1 sexual
(X), portanto a célula somática desse in-
divíduo tem 44 autossômicos e 2 sexuais,
podendo ser XX ou XY.
5. Frutas cítricas contêm cálcio e vitamina D;
arroz também contém vitamina D. Dos ali-
mentos obtemos a pró-vitamina D, e a luz do
Sol transforma em vitamina D ativa. A vita-
mina D ativa os osteoblastos da matriz óssea
e auxilia no desenvolvimento do osso.
6. Fibras de contrações rápidas e involuntárias
são do coração; fibras de contrações rápidas
e voluntárias são provenientes das patas
As fibras observadas nas lâminas I, II e III (musculatura esquelética); fibras de contra-
foram retiradas, respectivamente, dos mús- ções lentas e involuntárias têm origem do
culos: estômago (musculatura lisa).
a) do estômago, do coração e da pata.
b) do coração, da pata e do estômago.
c) da pata, do estômago e do coração.
d) do coração, do estômago e da pata.
GABARITO
e) do estômago, da pata e do coração.
1. A 2. C 3. B 4. E 5. E
144
PRÁTICA DOS No formigueiro, uma única fêmea, a rainha,
que é diploide, põe ovos que, quando fertili-
CONHECIMENTOS - E.O. zados, se desenvolvem em operárias também
diploides. Os ovos não fertilizados dão origem
aos machos da colônia. Esses machos, chama-
1. (Unesp) A figura mostra o encontro de duas dos de bitus, irão fertilizar novas rainhas para
células, um espermatozoide e um ovócito hu- a formação de novos formigueiros. Como esses
mano, momentos antes da fecundação. machos são haploides, transmitem integral-
mente para suas filhas seu material genético.
As rainhas transmitem para suas filhas e filhos
apenas metade de seu material genético.
Suponha um formigueiro onde todos os in-
divíduos são filhos de uma mesma rainha
e de um mesmo bitu. Sobre as relações de
parentesco genético entre os indivíduos da
colônia, é correto afirmar que:
Considerando as divisões celulares que de- a) as operárias compartilham com os seus irmãos,
ram origem a essas células, é correto afirmar os bitus, em média, 50% de alelos em comum,
que o sexo da criança que será gerada foi de- o mesmo que compartilhariam com seus filhos
finido na: machos ou fêmeas, caso tivessem filhos.
a) metáfase I da gametogênese feminina. b) as operárias são geneticamente idênticas en-
b) diacinese da gametogênese masculina. tre si, mas não seriam geneticamente idênti-
c) anáfase II da gametogênese feminina. cas aos filhos e filhas que poderiam ter.
d) anáfase I da gametogênese masculina. c) as operárias compartilham entre si, em mé-
e) telófase II da gametogênese masculina.
dia, 75% de alelos em comum; caso tivessem
filhos, transmitiriam a eles apenas 50% de
2. (Unesp) Dois casais, Rocha e Silva, têm, cada seus alelos.
um deles, quatro filhos. Quando considera- d) os bitus são geneticamente idênticos entre
mos os tipos sanguíneos do sistema ABO, os si, mas não são geneticamente idênticos aos
filhos do casal Rocha possuem tipos diferen- seus filhos e filhas.
tes entre si, assim como os filhos do casal Sil- e) a rainha tem maior parentesco genético com
va. Em um dos casais, marido e mulher têm as operárias que com os seus filhos bitus.
tipos sanguíneos diferentes, enquanto que
no outro casal marido e mulher têm o mesmo
4. (Unesp) Leia a placa informativa presente
tipo sanguíneo. Um dos casais tem um filho
em uma churrascaria.
adotivo, enquanto que no outro casal os qua-
tro filhos são legítimos. Um dos casais teve
um par de gêmeos, enquanto que no outro
casal os quatro filhos têm idades diferentes.
Considerando-se os tipos sanguíneos do sis-
tema ABO, é correto afirmar que:
a) se o casal Silva tem o mesmo tipo sanguí-
neo, foram eles que adotaram um dos filhos. Porcos e javalis são subespécies de uma mes-
b) se o casal Rocha tem tipos sanguíneos di- ma espécie, Sus scrofa. A referência ao nú-
ferentes, foram eles que adotaram um dos mero de cromossomos justifica-se pelo fato
filhos. de que são considerados javalis puros apenas
c) se o casal Silva tem tipos sanguíneos diferen- os indivíduos com 36 cromossomos. Os por-
tes, eles não são os pais do par de gêmeos. cos domésticos possuem 38 cromossomos e
d) se o casal Rocha tem o mesmo tipo sanguí- podem cruzar com javalis.
neo, eles não são os pais do par de gêmeos. Desse modo, é correto afirmar que:
e) se o casal que adotou um dos filhos é o mes- a) os animais com 37 cromossomos serão filhos
mo que teve um par de gêmeos, necessaria- de um leitão ou de uma leitoa, mas não de
mente marido e mulher têm diferentes tipos um casal de javalis.
sanguíneos. b) um híbrido de porco e javali, conhecido
como javaporco, terá 74 cromossomos, ten-
3. (Unesp) A complexa organização social das do herdado o material genético de ambas as
formigas pode ser explicada pelas relações subespécies.
de parentesco genético entre os indivíduos c) do cruzamento de uma leitoa com um javali
da colônia. É geneticamente mais vantajoso devem resultar híbridos fêmeas com 38 cro-
para as operárias cuidarem das suas irmãs mossomos e híbridos machos com 36 cro-
que terem seus próprios filhos e filhas. mossomos.
145
d) os animais não puros terão o mesmo núme- b) organismos geneticamente modificados, nos
ro de cromossomos do porco doméstico, mas quais técnicas de engenharia genética per-
não o número cromossômico do javali. mitem que se manipulem genes da própria
e) os animais puros, aos quais o restaurante espécie, fazendo-os expressar características
se refere, são filhos de casais em que pelo desejáveis.
menos um dos animais paternos tem 36 cro- c) animais híbridos, obtidos a partir do cru-
mossomos. zamento entre indivíduos de espécies dife-
rentes, o que permite que características de
5. (Unesp) “Homen de gelo” era intolerante à uma espécie sejam expressas por espécies
lactose e pouco saudável não aparentadas.
Ötzi, o “homem de gelo” que viveu na Idade d) animais obtidos por seleção artificial, a par-
do Bronze e cujo corpo foi encontrado nos tir da variabilidade obtida por acasalamen-
Alpes italianos em 1991, tinha olhos e ca- tos direcionados, processo que permite ao
belos castanhos e era intolerante à lactose homem desenvolver em espécies domésticas
[...]. Essas características surgiram da análi- características de interesse comercial.
se do DNA da múmia [...]. Mutações do gene e) animais resultantes de mutação gênica, me-
MCM6 indicam que ele não conseguia digerir canismo a partir do qual os indivíduos da
a proteína da lactose encontrada no leite. espécie produzem novas características, em
Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. resposta às necessidades impostas pelo am-
Acesso em: 28 fev. 2012. biente.
146
8. (Unesp) Em geral, os cromossomos sexuais nos mamíferos são iguais nas fêmeas e diferentes nos
machos. Nestes, o cromossomo do tipo Y possui genes, tamanho e morfologia diferentes daqueles
do cromossomo do tipo X. Nas aves, ocorre o contrário. A fêmea apresenta cromossomos sexuais
diferentes; nesse caso, chamados de tipo Z, o maior, e de tipo W, o menor.
As figuras A e B representam, respectivamente, os cromossomos de um homem e de um macho de
arara-azul. Em A são representados, no destaque, os cromossomos sexuais de uma mulher (XX) e,
em B, no destaque, os cromossomos sexuais de uma arara-azul fêmea (ZW).
9. (Unesp) No filme “Eu sou a lenda“, um vírus criado pelo homem espalhou-se por toda a população
de Nova Iorque. As vítimas do vírus, verdadeiros zumbis, vagam à noite pela cidade, à procura de
novas vítimas. No filme, Robert Neville (Will Smith) é um cientista que, sem saber como, tornou-se
imune ao vírus.
A obsessão de Neville é encontrar outros que, como ele, não estão infectados, e possibilitar um
mecanismo para a cura. A cura vem através do sangue: amostras de sangue de pessoas doentes
que melhoraram depois de infectadas pelo vírus, quando administradas a outros doentes, podem
promover a melhora.
147
Considerando-se o contido na sinopse do fil- 11. (Unesp) Devido à sua composição quími-
me, pode-se inferir que, mais provavelmen- ca – a membrana é formada por lipídios e
te, o princípio biológico utilizado por Neville proteínas –, ela é permeável a muitas subs-
para debelar a doença é a administração de: tâncias de natureza semelhante. Alguns íons
a) soro, composto de anticorpos presentes no também entram e saem da membrana com
sangue de pacientes contaminados. facilidade, devido ao seu tamanho. (...) No
b) soro, composto de antígenos presentes no entanto, certas moléculas grandes precisam
sangue de pacientes contaminados. de uma ajudinha extra para entrar na célula.
c) vacina, composta de anticorpos presentes Essa ajudinha envolve uma espécie de por-
no sangue de pacientes contaminados. teiro, que examina o que está fora e o ajuda
d) vacina, composta de antígenos presentes no a entrar.
sangue de pacientes contaminados. Solange Soares de Camargo. In: Biologia, Ensino
e) vírus atenuados, presentes no sangue de Médio. 2ª série, volume 1, SEE/SP, 2009.
pacientes que melhoraram ou no sangue de
No texto, e na ordem em que aparecem, a
pessoas imunes.
autora se refere:
a) ao modelo mosaico-fluído da membrana
10. (Unesp) Eu e meus dois papais
plasmática, à difusão e ao transporte ativo.
No futuro, quando alguém fizer aquele velho b) ao modelo mosaico-fluído da membrana plas-
comentário sobre crianças fofinhas: “Nossa, mática, à osmose e ao transporte passivo.
é a cara do pai!”, será preciso perguntar: “Do c) à permeabilidade seletiva da membrana
pai número um ou do número dois?”. A ideia plasmática, ao transporte ativo e ao trans-
parece absurda, mas, em princípio, não tem porte passivo.
nada de impossível. d) aos poros da membrana plasmática, à osmo-
A descoberta de que qualquer célula do nos- se e à difusão facilitada.
so corpo tem potencial para retornar a um e) aos poros da membrana plasmática, à difusão
estado primitivo e versátil pode significar e à permeabilidade seletiva da membrana.
que homens são capazes de produzir óvulos,
e mulheres têm chance de gerar espermato- 12. (Unesp) Um pesquisador analisou células
zoides. em divisão das gônadas e do trato digestório
Tudo graças às células-troco pluripotentes de um macho de uma nova espécie de mosca.
induzidas (IPS, do inglês induced pluripotent A partir de suas observações, fez as seguin-
stem-cells), cujas capacidades “miraculosas” tes anotações:
estão começando a ser estudadas. Elas são
funcionalmente idênticas às células-tronco Nas células do tecido I, em uma das fases
embrionárias, que conseguem dar origem a da divisão celular, veem-se 8 cromossomos,
todos os tecidos do corpo. Em laboratório, as cada um deles com uma única cromátide, 4
células IPS são revertidas ao estado embrio- deles migrando para um dos polos da célula
nário por meio de manipulação genética. e os outros 4 migrando para o polo oposto.
Revista Galileu, maio 2009.
Nas células do tecido II, em uma das fases
da divisão celular, veem-se 4 cromossomos,
Na reportagem, cientistas acenaram com a cada um deles com duas cromátides, 2 deles
possibilidade de uma criança ser gerada com migrando para um dos polos da célula e os
o material genético de dois pais, necessitan- outros 2 migrando para o polo oposto.
do de uma mulher apenas para a “barriga de Pode-se afirmar que as células do tecido I e
aluguel”. as células do tecido II são, respectivamente:
Um dos pais doaria o espermatozoide e o ou- a) da gônada e do trato digestório. Essa nova
tro uma amostra de células da pele que, re- espécie de mosca tem 2n = 2.
vertidas ao estado IPS, dariam origem à um b) da gônada e do trato digestório. Essa nova
ovócito pronto para ser fecundado in vitro. espécie de mosca tem 2n = 4.
Isto ocorrendo, a criança: c) do trato digestório e da gônada. Essa nova
a) necessariamente seria do sexo masculino. espécie de mosca tem 2n = 8.
b) necessariamente seria do sexo feminino. d) do trato digestório e da gônada. Essa nova
c) poderia ser um menino ou uma menina. espécie de mosca tem 2n = 2.
d) seria clone genético do homem que forneceu e) do trato digestório e da gônada. Essa nova
o espermatozoide. espécie de mosca tem 2n = 4.
e) seria clone genético do homem que forneceu
a célula da pele.
148
13. (Unesp) Empresa coreana apresenta cães 15. (Unesp) O diagrama representa o padrão de
feitos em clonagem comercial herança de uma doença genética que afeta
Cientistas sul-coreanos apresentaram cinco uma determinada espécie de animal silves-
clones de um cachorro e afirmam que a clo- tre, observado a partir de cruzamentos con-
nagem é a primeira realizada com sucesso trolados realizados em cativeiro.
para fins comerciais. A clonagem foi feita
pela companhia de biotecnologia a pedido
de uma cliente norte-americana, que pagou
por cinco cópias idênticas de seu falecido cão
pit bull chamado Booger. Para fazer o clone,
os cientistas utilizaram núcleos de células
retiradas da orelha do pit bull original, os
quais foram inseridos em óvulos anucleados
de uma fêmea da mesma raça, e posterior-
mente implantados em barrigas de aluguel
de outras cadelas.
Correio do Brasil, 05 ago. 2008 (Adaptado). A partir da análise da ocorrência da doença
entre os indivíduos nascidos dos diferentes
Pode-se afirmar que cada um desses clones cruzamentos, foram feitas as afirmações se-
apresenta: guintes.
a) 100% dos genes nucleares de Booger, 100% I. Trata-se de uma doença autossômica re-
dos genes mitocondriais da fêmea pit bull e cessiva.
nenhum material genético da fêmea na qual II. Os indivíduos I-1 e I-3 são obrigatoria-
ocorreu a gestação. mente homozigotos dominantes.
b) 100% dos genes nucleares de Booger, 50% do III. Não há nenhuma possibilidade de que
genes mitocondriais da fêmea pit bull e 50% um filhote nascido do cruzamento en-
dos genes mitocondriais da fêmea na qual tre os indivíduos II-5 e II-6 apresente
ocorreu a gestação. a doença.
c) 100% dos genes nucleares de Booger, 50% IV. O indivíduo III-1 só deve ser cruzado
dos genes mitocondriais de Booger, 50% do com o indivíduo II-5, uma vez que são
genes mitocondriais da fêmea pit bull e ne- nulas as possibilidades de que desse cru-
nhum material genético da fêmea na qual zamento resulte um filhote que apresen-
ocorreu a gestação. te a doença.
d) 50% dos genes nucleares de Booger, 50% dos É verdadeiro o que se afirma em:
genes nucleares da fêmea pit bull e 100% a) I, apenas.
dos genes mitocondriais da fêmea na qual b) II e III, apenas.
ocorreu a gestação. c) I, II e III, apenas.
e) 50% dos genes nucleares de Booger, 50% d) I e IV, apenas.
dos genes nucleares e 50% dos genes mito- e) III e IV, apenas.
condriais da fêmea pit bull e 50% dos genes
mitocondriais da fêmea na qual ocorreu a 16. (Unesp) Algumas células de cultura de teci-
gestação. do foram deixadas em um meio contendo um
precursor radioativo de RNA. Posteriormen-
14. (Unesp) As proteínas são moléculas com- te, essas células foram transferidas para um
plexas formadas por unidades denominadas meio sem essa substância. Após 3 minutos,
__________, que se unem umas às outras algumas células foram fixadas e radioauto-
por meio de __________. Cada unidade é grafadas. Esse procedimento se repetiu após
formada por um átomo de carbono, ao qual 15 e após 90 minutos. Os esquemas repre-
se ligam um grupo __________, um grupo sentam as células radioautografadas nos três
__________, que apresenta um átomo de ni- momentos, revelando a distribuição do pre-
trogênio, e um radical de estrutura variável. cursor radioativo nas mesmas.
Os termos que completam corretamente os
espaços em branco são, pela ordem:
a) monopeptídeos – ligação glicosídica – carbo-
xila – amina
b) monopeptídeos – ligação peptídica – amina
– carboxila
c) aminoácidos – ligação peptídica – carboxila
– amina
d) aminoácidos – ligação glicosídica – amina –
carboxila
e) nucleotídeos – reação de desidratação – car-
boxila – amina
149
Esses resultados ocorrem porque: As etapas que correspondem a 1, 2 e 3, res-
a) o RNA transportador leva o isótopo até o nu- pectivamente, e algumas organelas repre-
cléolo e posteriormente ao núcleo e citoplas- sentadas no esquema, estão corretamente
ma celular. listadas em:
b) a substância, ao ser deixada em situação de a) absorção de aminoácidos, síntese proteica e
desequilíbrio osmótico em relação à cultura
exportação de proteínas; retículo endoplas-
sem isótopo, dirige-se gradativamente para
o citoplasma celular, buscando a situação de mático, lisossomo e mitocôndria.
equilíbrio. b) fagocitose de macromoléculas, digestão ce-
c) a síntese de RNA, que se intensifica aos 90 lular e ingestão de resíduos; retículo endo-
minutos, esgota toda a substância presente plasmático, complexo de Golgi e lisossomo.
no núcleo, restando apenas no citoplasma. c) fagocitose de sais minerais, fotossíntese e
d) a produção de RNA, que ocorre inicialmente exportação de compostos orgânicos; cloro-
no núcleo celular, prossegue posteriormente plastos e vacúolos.
no citoplasma da célula. d) absorção de oxigênio, respiração celular e
e) a síntese de RNA ocorre no núcleo, sendo
eliminação de dióxido de carbono; mitocôn-
que posteriormente o RNA aí produzido mi-
drias e vacúolos.
gra para o citoplasma celular.
e) fagocitose de macromoléculas, digestão ce-
lular e exportação de proteínas; mitocôn-
17. (Unesp) Políticas de inclusão que conside- drias e lisossomos.
ram cotas para negros ou afrodescendentes
nas universidades públicas foram colocadas
19. (Unesp) Considere as seguintes formas de
em prática pela primeira vez na Universi-
dade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em herança:
2001. Propostas como essas geram polêmicas I. Na planta boca-de-leão, há indivíduos
e dividem opiniões. Há vários argumentos homozigotos, cujo genótipo (CxCx) de-
contra e a favor. Os biólogos têm participado fine cor vermelha nas flores. Indivíduos
desse debate, contribuindo com os conheci- homozigotos com genótipos (CBCB) apre-
mentos biológicos referentes à raça e à he- sentam flores brancas. Os heterozigotos
rança da cor da pele humana, entre outros. resultantes do cruzamento entre essas
Assinale a afirmação considerada correta do duas linhagens (CxCB) apresentam flores
ponto de vista da biologia. de cor rosa.
a) Os critérios para se definirem duas popula- II. Em humanos, indivíduos com genótipos
ções como raças diferentes são científica e IAIA ou IAi apresentam tipo sanguíneo
consensualmente determinados. A e os com genótipos IBIB ou IBi apre-
b) Não encontramos, na história da biologia, sentam tipo sanguíneo B. Os alelos IA e
dúvidas sobre a existência de raças na espé- IB são, portanto, dominantes com relação
cie humana. ao alelo i. Por outro lado, o genótipo IAIB
c) A cor da pele humana é um exemplo de he- determina tipo sanguíneo AB.
rança quantitativa ou poligênica, o que signi- III.A calvície é determinada por um alelo
fica que vários genes atuam na sua definição. autossômico. Homens com genótipo C1C1
d) O fato de a cor da pele não ser influenciada (homozigotos) ou C1C2 (heterozigotos)
por fatores ambientais reforça a hipótese da são calvos, enquanto mulheres C1C1 são
existência de raças na espécie humana. calvas e C1C2 são normais. Tanto homens
e) A determinação da cor da pele humana se- quanto mulheres C2C2 são normais.
gue os padrões do tipo de herança qualitati- I, II e III são, respectivamente, exemplos de:
va e é um exemplo de codominância. a) dominância incompleta, codominância e ex-
pressão gênica influenciada pelo sexo.
18. (Unesp) No esquema estão representadas b) dominância incompleta, pleiotropia e pene-
etapas, numeradas de 1 a 3, de um impor- trância incompleta.
tante processo que ocorre no interior das cé- c) codominância, epistasia e pleiotropia.
lulas, e algumas organelas envolvidas direta d) epistasia, codominância e dominância in-
ou indiretamente com esse processo. completa.
e) herança poligênica, dominância incompleta
e expressão gênica influenciada pelo sexo.
150
criança gerada para fornecer tecidos vivos 22. (Unesp) No estudo da genética de popula-
para tentar salvar a vida de outro filho de ções, utiliza-se a fórmula p2 + 2pq + q2 = 1,
seus pais. O irmão de Jamie se chama Charlie na qual p indica a frequência do alelo do-
e sofre de uma forma rara de anemia causada minante e q indica a frequência do alelo re-
por anomalia genética... Como foi concebido cessivo. Em uma população em equilíbrio de
por técnicas de fertilização in vitro... Jamie Hardy-Weinberg, espera-se que:
pôde ter suas células testadas no útero, uma a) o genótipo homozigoto dominante tenha
forma de confirmar sua compatibilidade com frequência p2 = 0,25, o genótipo heterozi-
as de Charlie. goto tenha frequência 2pq = 0,5 e o genó-
LEITE, M. Ciência em dia. tipo homozigoto recessivo tenha frequência
Folha de S.Paulo, MAIS! 29 jun. 2003.
q2 = 0,25.
b) haja manutenção do tamanho da população
20. (Unesp) Em relação ao texto, podemos afir-
ao longo das gerações.
mar que:
c) os alelos que expressam fenótipos mais
a) ao fazer referência à técnica de fertilização in
adaptativos sejam favorecidos por seleção
vitro e de escolha de genótipos de seres hu-
natural.
manos, o texto nos coloca diante de situações
d) a somatória da frequência dos diferentes
concretas de biotecnologia e de bioética.
alelos, ou dos diferentes genótipos, seja
b) o fato relatado, embora envolva questões de
igual a 1.
biotecnologia, nada tem a ver com aspectos
e) ocorra manutenção das mesmas frequências
de bioética, pois não envolve escolha de ge-
genotípicas ao longo das gerações.
nótipo de seres humanos.
c) não se trata de uma questão que envolva
biotecnologia e bioética, pois as técnicas de 23. (Unesp) A partir dos anos 1900, uma série
fertilização in vitro já são de total domínio de observações e experimentos indicaram
e amplamente utilizadas pelos especialistas uma correlação entre o comportamento dos
na área de reprodução humana. cromossomos na célula em divisão e as leis
d) o caso relatado não envolve problemas de mendelianas.
bioética, uma vez que na concepção de Analise cada uma das afirmações seguintes.
Jamie foram empregadas técnicas de fertili- I. Na meiose I, a segregação dos homólogos
zação in vitro. de um par cromossômico corresponde, em
e) não se pode associar a fertilização in vitro efeito, à primeira lei de Mendel.
com biotecnologia ou com bioética, uma vez II. Na meiose I, a segregação dos homólogos
que o embrião, depois de selecionado, é im- dos diferentes pares cromossômicos cor-
plantado no útero materno, onde, de fato, se respondem, em efeito, à segunda lei de
dá o desenvolvimento do feto. Mendel.
III. Na meiose I, a segregação de cromos-
21. (Unesp) Considerando-se que a cor da pela- somos homólogos que apresentam os
gem de cobaias é determinada por um par de mesmos alelos resulta nas proporções
alelos, que pode apresentar dominância ou da geração F2 dos experimentos de
recessividade, foram realizados cruzamentos Mendel.
entre esses animais, conforme a tabela. IV. Na meiose II, a segregação das cromáti-
des dos diferentes pares cromossômicos
corresponde, em efeito, à segunda lei de
Mendel.
V. Genes localizados em regiões próximas de
um mesmo cromossomo implicam em dis-
torções das proporções mendelianas.
São afirmações corretas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, II, III e V, apenas.
c) I, II, IV e V, apenas.
A análise da tabela permite concluir que: d) I, II e IV, apenas.
a) no cruzamento I, os pais são heterozigotos. e) II e V, apenas.
b) no cruzamento II, são observados dois fenóti-
pos e três genótipos entre os descendentes.
c) no cruzamento III, os genótipos dos pais po-
dem ser diferentes.
d) no cruzamento IV, os pais são heterozigotos.
e) no cruzamento V, podem ocorrer três genóti-
pos diferentes entre os descendentes.
151
24. (Unesp) A respeito das mutações gênicas,
foram apresentadas as cinco afirmações se-
guintes.
I. As mutações podem ocorrer tanto em
células somáticas como em células
germinativas.
II. Somente as mutações ocorridas em células
somáticas poderão produzir alterações
transmitidas à sua descendência,
independentemente do seu sistema
reprodutivo.
III.Apenas as mutações que atingem as
células germinativas da espécie humana
podem ser transmitidas aos descendentes.
IV. As mutações não podem ser espontâneas,
mas apenas causadas por fatores
mutagênicos, tais como agentes químicos e
físicos.
V. As mutações são fatores importantes na
promoção da variabilidade genética e
para a evolução das espécies.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmações corretas.
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
GABARITO
1. D 2. A 3. C 4. A 5. E
6. A 7. E 8. D 9. A 10. C
11. A 12. E 13. A 14. C 15. A
16. E 17. C 18. B 19. A 20. A
21. D 22. E 23. C 24. B
152
C N CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias
FÍSICA
UNESP - Física
Mecânica 46%
Eletricidade 14%
Termologia 12%
Óptica 11%
Megnetismo 8%
Ondulatória 8%
Outros 1%
FÍSICA 1
Prescrição: Em mecânica, identificar diferentes formas e linguagens para representar movimentos; rela-
cionar e calcular grandezas que caracterizam movimentos; reconhecer causas da variação de movimentos
associadas a forças e ao tempo de duração das interações; prever e avaliar situações cotidianas que
envolvam movimentos, utilizando as leis de Newton; identificar fontes e transformações de energia em
movimentos; identificar e reconhecer os diferentes elementos que compõem o Sistema Solar e o Univer-
so; e comparar características e dimensões espaciais de corpos celestes (tamanhos e distâncias).
155
6. (Unesp) Na figura, o bloco A, de volume V, 3. Considerando as forças que atuam em A:
encontra-se totalmente imerso num líquido F – fatA – FAB = mA · a
de massa específica d, e o bloco B, de volu- 10 – μ · m · g – FAB = m · a
me (3/2)V, totalmente imerso num líquido Considerando as forças que atuam em B:
de massa específica (2/3)d. Esses blocos es-
FAB – fatB = mB · a
tão em repouso, sem tocar o fundo do reci-
FAB – μ · m · g = m · a
piente, presos por um fio de massa despre-
zível, que passa por polias que podem girar Subtraindo uma equação da outra, temos:
sem atrito. 10 – FAB – FAB = 0 o 2FAB = 10 N
FAB = 5 N
1. A 2. B 3. D 4. B 5. E
6. B
156
PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp) Em uma viagem de carro com sua
família, um garoto colocou em prática o que
havia aprendido nas aulas de física. Quan-
do seu pai ultrapassou um caminhão em um
trecho reto da estrada, ele calculou a velo-
cidade do caminhão ultrapassado utilizando
Nessas condições, quando o motor girar com
um cronômetro.
frequência fM as duas rodas do carrinho gi-
rarão com frequência fR. Sabendo que as
engrenagens A e C possuem 8 dentes, que
as engrenagens B e D possuem 24 dentes,
que não há escorregamento entre elas e que
fM = 13,5 Hz é correto afirmar que fR, em Hz,
é igual a:
a) 1,5.
b) 3,0.
c) 2,0.
d) 1,0.
e) 2,5.
157
4. (Unesp) Ótimos nadadores, os golfinhos con- Para chegar ao local do compromisso no novo
seguem saltar até 5 m acima do nível da água horário, desprezando-se o tempo parado
do mar. Considere que um golfinho de 100 para atender a ligação, João deverá desen-
kg inicialmente em repouso no ponto A si- volver, no restante do percurso, uma veloci-
tuado 3 m abaixo da linha da água do mar, dade média, em km/h no mínimo, igual a:
acione suas nadadeiras e atinja, no ponto B a) 120.
determinada velocidade, quando inicia o seu b) 60.
movimento ascendente e seu centro de massa c) 108.
descreve a trajetória indicada na figura pela d) 72.
linha tracejada. Ao sair da água, seu centro de e) 90.
massa alcança o ponto C a uma altura de 5 m
acima da linha da___
água, com módulo da velo- 6. (Unesp) A fotografia mostra um avião bom-
cidade igual a 4√ 10 m/s conforme a figura. bardeiro norte-americano B-52 despejando
bombas sobre determinada cidade no Vietnã
do Norte, em dezembro de 1972.
158
7. (Unesp) A figura representa uma cisterna com 9. (Unesp) Ao tentar arrastar um móvel de 120
a forma de um cilindro circular reto de 4 m kg sobre uma superfície plana e horizontal,
de altura instalada sob uma laje de concreto. dona Elvira percebeu que, mesmo exercendo
sua máxima força sobre ele, não consegui-
ria movê-lo, devido à força de atrito entre
o móvel e a superfície do solo. Chamou, en-
tão, dona Dolores, para ajudá-la. Empurran-
do juntas, elas conseguiram arrastar o móvel
em linha reta, com aceleração escalar cons-
tante de módulo 0,2 m/s2.
Sabendo que as forças aplicadas pelas duas
senhoras tinham a mesma direção e o mes-
mo sentido do movimento do móvel, que
Considere que apenas 20% do volume des- dona Elvira aplicou uma força de módulo
sa cisterna esteja ocupado por água. Sa- igual ao dobro da aplicada por dona Dolo-
bendo que a densidade da água é igual a res e que durante o movimento atuou sobre
1000 kg/m3 adotando g = 10 m/s2 e supon- o móvel uma força de atrito de intensidade
constante e igual a 240 N, é correto afirmar
do o sistema em equilíbrio, é correto afirmar
que o módulo da força aplicada por dona El-
que, nessa situação, a pressão exercida ape-
vira, em newtons, foi igual a:
nas pela água no fundo horizontal da cister-
a) 340.
na, em Pa, é igual a: b) 60.
a) 2000. c) 256.
b) 16000. d) 176.
c) 1000.
e) 120.
d) 4000.
e) 8000.
10. (Unesp) O bungee jump é um esporte radical
8. (Unesp) Enquanto movia-se por uma trajetó- no qual uma pessoa salta no ar amarrada pelos
ria parabólica depois de ter sido lançada obli- tornozelos ou pela cintura a uma corda elástica.
quamente e livre de resistência do ar, uma
bomba de 400 g explodiu em três partes, A e
B e C, de massas mA = 200 g e mB = mC = 100 g.
A figura representa as três partes da bomba
e suas respectivas velocidades em relação ao
solo, imediatamente depois da explosão.
161
d) região costeira, com 10 m de profundidade,
sua amplitude será:
a) 14 m.
b) 12 m.
c) 10 m.
d) 8 m.
e) 6 m.
e)
20. (Unesp) Depois de anos de interrupção,
ocorreu neste ano (2005) a retomada de lan-
çamentos do ônibus espacial pela Nasa, des-
ta vez com sucesso. Nas imagens divulgadas
do dia no ônibus espacial girando ao redor
da Terra, pudemos ver os astronautas rea-
lizando suas atividades, tanto fora da nave
18. (Unesp) Um bloco de massa mA desliza no
como no seu interior. Considerando que as
solo horizontal, sem atrito, sob ação de uma
força constante, quando um bloco de massa órbitas da nave e dos astronautas sejam cir-
mB é depositado sobre ele. Após a união, a culares, analise as afirmações seguintes.
força aplicada continua sendo a mesma, po- I. Não há trabalho realizado pela força gra-
rém a aceleração dos dois blocos fica reduzi- vitacional para manter um astronauta em
da à quarta parte da aceleração que o bloco órbita ao redor da Terra.
A possuía. Pode-se afirmar que a razão entre II. A aceleração de um astronauta girando ao
as massas, mA/mB, é: redor da Terra deve-se exclusivamente à
a) 1/3. ação da força gravitacional.
b) 4/3. III.A velocidade vetorial do astronauta ao re-
c) 3/2. dor da Terra é constante.
d) 1. Estão corretas as afirmações:
e) 2. a) II, somente.
b) III, somente.
19. (Unesp) No final de dezembro de 2004, um c) I e II, somente.
tsunami no oceano Índico chamou a atenção d) II e III, somente.
pelo seu poder de destruição. Um tsunami e) I, II e III.
é uma onda que se forma no oceano, geral-
mente criada por abalos sísmicos, atividades 21. (Unesp) Um corpo A de massa m, movendo-
vulcânicas ou pela queda de meteoritos. Este -se com velocidade constante, colide fron-
foi criado por uma falha geológica reta, mui- talmente com um corpo B, de massa M,
to comprida, e gerou ondas planas que, em inicialmente em repouso. Após a colisão,
alto mar, propagaram-se com comprimentos unidimensional e inelástica, o corpo A per-
de onda muito longos, amplitudes peque- manece em repouso e B adquire uma velo-
nas se comparadas com os comprimentos de cidade desconhecida. Pode-se afirmar que a
onda, mas com altíssimas velocidades. Uma razão entre a energia cinética final de B e a
onda deste tipo transporta grande quan- inicial de A é:
tidade de energia, que se distribui em um a) M2/m2.
longo comprimento de onda e, por isso, não b) 2m/M.
representa perigo em alto mar. No entanto, c) m/2M.
ao chegar à costa, onde a profundidade do d) M/m.
oceano é pequena, a velocidade da onda di- e) m/M.
minui. Como a energia transportada é pra-
ticamente conservada, a amplitude da onda 22. (Unesp) Dois blocos, A e B, de massas m e
aumenta, mostrando assim o seu poder de- 2m, respectivamente, ligados por um fio
vastador. Considere que a velocidade da onda
____ inextensível e de massa desprezível, estão
possa ser obtida pela relação v = √h∙g , onde inicialmente em repouso sobre um plano
g = 10 m/s2 e h são, respectivamente, a acele- horizontal sem atrito. Quando o conjunto é
ração da gravidade e a profundidade no local puxado para a direita pela força horizontal
de propagação. A energia da onda pode ser ____›
F aplicada em B, como mostra a figura, o fio
estimada através da relação E = kvA2, onde k
é uma constante de proporcionalidade e A é fica sujeito à tração T1. Quando puxado para
a amplitude da onda. Se o tsunami for gera- a esquerda por uma força de mesma intensi-
do em um local com 6250 m de profundidade dade que a anterior, mas agindo em sentido
e com amplitude de 2 m, quando chegar à contrário, o fio fica sujeito à tração T2.
162
Nessas condições, pode-se afirmar que o mó-
dulo de T2 é igual a:
a) 2T1.
__
b) √2 T1.
c) T1.
T1
d) ___
__ .
√2
e) T1/2.
GABARITO
1. D 2. A 3. D 4. B 5. D
6. A 7. E 8. B 9. D 10. E
11. C 12. B 13. D 14. E 15. A
16. B 17. E 18. A 19. C 20. C
21. E 22. A 23. E 24. A
163
FÍSICA 2
Prescrição: Identificar fenômenos, fontes e sistemas que envolvam trocas de calor; identificar proprie-
dades térmicas dos materiais ou processos de trocas de calor; estimar trocas de calor envolvidas em
fenômenos térmicos; reconhecer representações adequadas dos ciclos de funcionamento de diferentes
máquinas térmicas; identificar e discriminar características físicas de ondas sonoras; analisar fenômenos
e equipamentos que envolvam a propagação da luz e formação de imagens; comparar diferentes instru-
mentos e sistemas utilizados para melhorar ou ampliar a visão; associar a cor de um objeto a formas de
interação da luz com a matéria; e identificar os principais meios de produção, propagação e detecção de
ondas eletromagnéticas no cotidiano.
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (Unesp) Um bloco de certa liga metálica, de
massa 250 g, é transferido de uma vasilha,
que contém água fervendo em condições Os ângulos de incidência e de refração me-
normais de pressão, para um calorímetro dem, respectivamente:
contendo 400 g de água à temperatura de a) 62° e 38°.
10 °C. Após certo tempo, a temperatura no b) 58° e 32°.
calorímetro se estabiliza em 20 °C. Supondo c) 90° e 38°.
que toda a quantidade de calor cedida pela d) 32° e 90°.
liga tenha sido absorvida pela água do calo- e) 58° e 45°.
rímetro, pode-se dizer que a razão entre o
calor específico da água e o calor específico 4. (Unesp) Um objeto de 2 cm de altura é co-
da liga metálica é igual a: locado a certa distância de uma lente con-
a) 1. vergente. Sabendo-se que a distância focal
b) 2. da lente é 20 cm e que a imagem se forma a
c) 3. 50 cm da lente, do mesmo lado que o objeto,
d) 4. pode-se afirmar que o tamanho da imagem é:
e) 5. a) 0,07 cm.
b) 0,6 cm.
2. (Unesp) A energia interna U de uma certa c) 7,0 cm.
quantidade de gás, que se comporta como gás d) 33,3 cm.
ideal, contida em um recipiente, é propor- e) 60,0 cm.
cional à temperatura T, e seu valor pode ser
calculado utilizando a expressão U = 12,5 T. A 5. (Unesp) Três feixes paralelos de luz, de co-
temperatura deve ser expressa em kelvins e a res vermelha, amarela e azul, incidem sobre
energia, em joules. Se inicialmente o gás está uma lente convergente de vidro crown, com
à temperatura T = 300 K e, em uma transfor- direções paralelas ao eixo da lente. Sabe-se
mação a volume constante, recebe 1250 J de que o índice de refração n desse vidro de-
uma fonte de calor, sua temperatura final será: pende do comprimento de onda da luz, como
a) 200 K. mostrado no gráfico da figura.
b) 300 K.
c) 400 K.
d) 600 K.
e) 800 K.
165
distância f do centro da lente. Sabendo que 4. Primeiro, devemos calcular a posição do ob-
os comprimentos de onda da luz azul, amare- jeto, considerando que a imagem é virtual,
la e vermelha são 450 nm, 575 nm e 700 nm de acordo com o enunciado.
respectivamente, pode-se afirmar que: __ 1 + __
1 = __ 1 o ___
1 = __ 1
1 + _____
a) f(azul) = f(amarelo) = f(vermelho). f p p’ 20 p (- 50)
b) f(azul) = f(amarelo) < f(vermelho). 1 ___1 ___
1 100
__ ____
c) f(azul) > f(amarelo) > f(vermelho). p = 20 + 50 o p = 7 cm
d) f(azul) < f(amarelo) < f(vermelho). Agora, podemos calcular o tamanho da ima-
e) f(azul) = f(amarelo) > f(vermelho). gem:
-p’ _i
___ - 50 = __i o i = 7 cm
____
6. (Unesp) Em um exame de audiometria, uma p = s o ____
100 2
pessoa foi capaz de ouvir frequências entre 7
50 Hz e 3 kHz. Sabendo-se que a velocidade
do som no ar é 340 m/s, o comprimento de 5. De acordo com o gráfico, a convergência da
onda correspondente ao som de maior frequ- lente aumenta quando o comprimento de
ência (mais agudo) que a pessoa ouviu foi: onda, sendo assim a distância f para os com-
a) 3 × 10–2 cm. primentos de onda serão maiores para com-
b) 0,5 cm. primentos de onda maiores, logo:
c) 1,0 cm. f(azul) < f(amarelo) < f(vermelho)
d) 11,3 cm. 6. A maior frequência corresponde a 3 kHz
e) 113,0 cm. (3000 Hz).
De acordo com a equação fundamental:
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA v = l · f o 340 = l · 3000
l = 0,113 m o l = 11,3 cm
1. Considere que há trocas de calor apenas en-
tre a água e o bloco de metal.
Antes de ser transferido ao calorímetro, o
bloco se encontrava em equilíbrio térmico
GABARITO
com água fervendo; logo, sua temperatura
inicial é 100 °C. 1. E 2. C 3. B 4. C 5. D
QA + QM = 0 o 6. D
omA · cA · (20 – 10) + mM · cM · (20 – 100) = 0
400 · cA · 10 + 250 · cM · (–80) = 0 o
cM
o4000 · cA = 20000 · cM o __
c =5 A
166
PRÁTICA DOS 2. (Unesp) A energia contida nos alimentos
Para determinar o valor energético de um
CONHECIMENTOS - E.O. alimento, podemos queimar certa quanti-
dade desse produto e, com o calor liberado,
aquecer determinada massa de água. Em se-
1. (Unesp) guida, mede-se a variação de temperatura
sofrida pela água depois que todo o produto
foi queimado, e determina-se a quantidade
de energia liberada na queima do alimento.
Essa é a energia que tal alimento nos fornece
se for ingerido.
No rótulo de um pacote de castanha de caju,
está impressa a tabela a seguir, com infor-
mações nutricionais sobre o produto.
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção 15 g
O topo da montanha é gelado porque o ar
quente da base da montanha, regiões baixas, Quantidade por porção
vai esfriando à medida que sobe. Ao subir,
o ar quente fica sujeito a pressões menores, Valor energético 90 kcal
o que o leva a se expandir rapidamente e, Carboidratos 4,2 g
em seguida, a se resfriar, tornando a atmos-
fera no topo da montanha mais fria que a Proteínas 3g
base. Além disso, o principal aquecedor da Gorduras totais 7,3 g
atmosfera é a própria superfície da Terra.
Ao absorver energia radiante emitida pelo Gorduras saturadas 1,5 g
Sol, ela esquenta e emite ondas eletromag-
Gordura trans 0g
néticas aquecendo o ar ao seu redor. E os
raios solares que atingem as regiões altas Fibra alimentar 1g
das montanhas incidem em superfícies que
absorvem quantidades menores de radiação, Sódio 45 g
por serem inclinadas em comparação com as Fonte: <www.brcaju.com.br>.
superfícies horizontais das regiões baixas.
Em grandes altitudes, a quantidade de ener- Considere que 150 g de castanha tenham
gia absorvida não é suficiente para aquecer sido queimados e que determinada massa de
o ar ao seu redor. água, submetida à chama dessa combustão,
Adaptado de: <http://super.abril.com.br>. tenha sido aquecida de 15 °C para 87 °C.
Sabendo que o calor específico da água líqui-
Segundo o texto e conhecimentos de Física, da é igual a 1 cal/g °C e que apenas 60% da
o topo da montanha é mais frio que a base energia liberada na combustão tenha efeti-
devido:
vamente sido utilizada para aquecer a água,
a) à expansão adiabática sofrida pelo ar quan-
é correto afirmar que a massa m, em gramas,
do sobe e ao fato de o ar ser um bom condu-
de água aquecida era igual a:
tor de calor, não retendo energia térmica e
a) 10000.
esfriando.
b) 5000.
b) à expansão adiabática sofrida pelo ar quan-
c) 12500.
do sobe e à pouca irradiação recebida da su-
perfície montanhosa próxima a ele. d) 7500.
c) à redução da pressão atmosférica com a al- e) 2500.
titude e ao fato de as superfícies inclinadas
das montanhas impedirem a circulação do ar 3. (Unesp) Um frasco para medicamento com
ao seu redor, esfriando-o. capacidade de 50 mL, contém 35 mL de re-
d) à transformação isocórica pela qual passa o médio, sendo o volume restante ocupado por
ar que sobe e à pouca irradiação recebida da ar. Uma enfermeira encaixa uma seringa
superfície montanhosa próxima a ele. nesse frasco e retira 10 mL do medicamen-
e) à expansão isotérmica sofrida pelo ar quan- to, sem que tenha entrado ou saído ar do
do sobe e à ausência do fenômeno da con- frasco. Considere que durante o processo a
vecção que aqueceria o ar. temperatura do sistema tenha permanecido
constante e que o ar dentro do frasco possa
ser considerado um gás ideal.
167
De acordo com a física térmica, o único pro-
cedimento capaz de separá-los é:
a) mergulhar o copo B em água em equilíbrio
térmico com cubos de gelo e encher o copo
A com água à temperatura ambiente.
b) colocar água quente (superior à temperatura
ambiente) no copo A.
c) mergulhar o copo B em água gelada (inferior
à temperatura ambiente) e deixar o copo A
sem líquido.
d) encher o copo A com água quente (supe-
rior à temperatura ambiente) e mergulhar o
copo B em água gelada (inferior à tempera-
tura ambiente).
Na situação final em que a seringa com o me-
e) encher o copo A com água gelada (inferior à
dicamento ainda estava encaixada no frasco,
temperatura ambiente) e mergulhar o copo
a retirada dessa dose fez com que a pressão B em água quente (superior à temperatura
do ar dentro do frasco passasse a ser, em re- ambiente).
lação à pressão inicial:
a) 60% maior. 6. (Unesp) Um recipiente contendo um certo gás
b) 40% maior. tem seu volume aumentado graças ao trabalho
c) 60% menor. de 1664 J realizado pelo gás. Neste processo,
d) 40% menor. não houve troca de calor entre o gás, as pare-
e) 25% menor. des e o meio exterior. Considerando que o gás
seja ideal, a energia de 1 mol desse gás e a sua
4. (Unesp) A dilatação térmica dos sólidos é um temperatura obedecem à relação U = 20,8 T,
onde a temperatura T é medida em kelvin e a
fenômeno importante em diversas aplicações
energia U em joule. Pode-se afirmar que nessa
de engenharia, como construções de pontes,
transformação a variação de temperatura de
prédios e estradas de ferro. Considere o caso
um mol desse gás, em kelvin, foi de:
dos trilhos de trem serem de aço, cujo coefi- a) 50.
ciente de dilatação é 𝛂 = 11 × 10–6 °C–1. Se a b) –60.
10 °C o comprimento de um trilho é de 30 m, c) –80.
de quanto aumentaria o seu comprimento se d) 100.
a temperatura aumentasse para 40 °C? e) 90.
a) 11 × 10–4 m.
b) 33 × 10–4 m. 7. (Unesp) Em um dia ensolarado, a potência
c) 99 × 10–4 m. média de um coletor solar para aquecimento
d) 132 × 10–4 m. de água é de 3 kW. Considerando a taxa de
e) 165 × 10–4 m. aquecimento constante e o calor específico
da água igual a 4200 J/(kg °C), o tempo gas-
to para aquecer 30 kg de água de 25 °C para
5. (Unesp) Dois copos de vidro iguais, em equi-
60 °C será, em minutos, de:
líbrio térmico com a temperatura ambiente,
a) 12,5.
foram guardados, um dentro do outro, con-
b) 15.
forme mostra a figura. Uma pessoa, ao ten- c) 18.
tar desencaixá-los, não obteve sucesso. Para d) 24,5.
separá-los, resolveu colocar em prática seus e) 26.
conhecimentos da física térmica.
8. (Unesp) Uma garrafa de cerveja e uma lata
de cerveja permanecem durante vários dias
numa geladeira. Quando se pegam com as
mãos desprotegidas a garrafa e a lata para
retirá-las da geladeira, tem-se a impressão
de que a lata está mais fria do que a garrafa.
Este fato é explicado pelas diferenças entre:
a) as temperaturas da cerveja na lata e da cer-
veja na garrafa.
b) as capacidades térmicas da cerveja na lata e
da cerveja na garrafa.
c) os calores específicos dos dois recipientes.
168
d) os coeficientes de dilatação térmica dos dois De acordo com o texto, a miopia causada por
recipientes. essa doença deve-se ao fato de, ao tornar-se
e) as condutividades térmicas dos dois reci- mais intumescido, o cristalino ter sua dis-
pientes. tância focal:
a) aumentada e tornar-se mais divergente.
9. (Unesp) Quando entrou em uma óptica para b) reduzida e tornar-se mais divergente.
comprar novos óculos, um rapaz deparou-se c) aumentada e tornar-se mais convergente.
com três espelhos sobre o balcão: um plano, d) aumentada e tornar-se mais refringente.
um esférico côncavo e um esférico convexo, e) reduzida e tornar-se mais convergente.
todos capazes de formar imagens nítidas de
objetos reais colocados à sua frente. Notou 11. (Unesp) Dois raios luminosos monocromáti-
ainda que, ao se posicionar sempre a mesma cos, um azul e um vermelho, propagam-se no
distância desses espelhos, via três diferen- ar, paralelos entre si, e incidem sobre uma
tes imagens de seu rosto, representadas na esfera maciça de vidro transparente
__ de cen-
figura a seguir. tro C e de índice de refração √ 3 nos pontos
A e V. Após atravessarem a esfera, os raios
emergem pelo ponto P de modo que o ângulo
entre eles é igual a 60°.
169
Considere a equação dos pontos conjugados 15. (Unesp) Nas fotos da prova de nado sincro-
para lentes esféricas, em que F é a distância nizado, tiradas com câmaras submersas na
focal da lente, p a coordenada do objeto e piscina, quase sempre aparece apenas a parte
p’ a coordenada da imagem. Se o objeto se do corpo das nadadoras que está sob a água,
aproximar da câmera sobre o eixo óptico da a parte superior dificilmente se vê. Se essas
lente e a câmera for mantida em repouso em fotos são tiradas exclusivamente com ilumi-
relação ao solo, supondo que a imagem per- nação natural, isso acontece porque a luz que:
maneça real, ela tende a mover-se para a: a) vem da parte submersa do corpo das nada-
a) esquerda e não será possível mantê-la sobre doras atinge a câmara, mas a luz que vem de
o CCD. fora da água não atravessa a água, devido à
b) esquerda e será possível mantê-la sobre o reflexão total.
b) vem da parte submersa do corpo das nada-
CCD movendo-se a objetiva para a esquerda.
doras atinge a câmara, mas a luz que vem de
c) esquerda e será possível mantê-la sobre o fora da água é absorvida pela água.
CCD movendo-se a objetiva para a direita. c) vem da parte do corpo das nadadoras que
d) direita e será possível mantê-la sobre o CCD está fora da água é desviada ao atravessar a
movendo-se a objetiva para a esquerda. água e não converge para a câmara, ao con-
e) direita e será possível mantê-la sobre o CCD trário da luz que vem da parte submersa.
movendo-se a objetiva para a direita. d) emerge da câmara ilumina a parte submersa
do corpo das nadadoras, mas a parte de fora
13. (Unesp) Para observar uma pequena folha da água não, devido ao desvio sofrido pela
em detalhes, um estudante utiliza uma len- luz na travessia da superfície.
te esférica convergente funcionando como e) emerge da câmara ilumina a parte submersa
do corpo das nadadoras, mas aparte de fora
lupa. Mantendo a lente na posição vertical e
da água não é iluminada devido à reflexão
parada a 3 cm da folha, ele vê uma imagem total ocorrida na superfície.
virtual ampliada 2,5 vezes.
16. (Unesp) O objeto ABC encontra-se em frente
de um pequeno espelho plano E, como mos-
tra a figura adiante.
A figura que melhor representa o espelho E,
o objeto ABC e sua imagem I é:
170
Sabendo que as ondas se propagam nessa corda com velocidade constante de 10 m/s e que a frequência
do oscilador também é constante, a velocidade escalar média do ponto P, em m/s, quando ele vai
de um vale até uma crista da onda no menor intervalo de tempo possível, é igual a:
a) 4.
b) 8.
c) 6.
d) 10.
e) 12.
18. (Unesp) Um experimento foi feito com a finalidade de determinar a frequência de vibração de um
diapasão. Um tubo cilíndrico aberto em suas duas extremidades foi parcialmente imerso em um
recipiente com água e o diapasão vibrando foi colocado próximo ao topo desse tubo, conforme a
figura 1. O comprimento L da coluna de ar dentro do tubo foi ajustado movendo-o verticalmente.
Verificou-se que o menor valor de L, para o qual as ondas sonoras geradas pelo diapasão são refor-
çadas por ressonância dentro do tubo, foi de 10 cm conforme a figura 2.
Considerando a velocidade de propagação do som no ar igual a 340 m/s é correto afirmar que a
frequência de vibração do diapasão, em Hz é igual a:
a) 425.
b) 850.
c) 1360.
d) 3400.
e) 1700.
19. (Unesp) Observe o espectro de radiação eletromagnética com a porção visível pelo ser humano em
destaque. A cor da luz visível ao ser humano é determinada pela frequência f, em Hertz (Hz). No
espectro, a unidade de comprimento de onda l é o metro (m) e, no destaque, é o nanômetro (nm).
171
20. (Unesp) Considere um lago onde a veloci- 22. (Unesp) A frequência de uma corda vibrante
dade de propagação das ondas na superfície fixa nas extremidades
__ é dada pela expressão
não dependa do comprimento de onda, mas n T
apenas da profundidade.
___ Essa relação pode
___
2ℓ √__
f = ( )· μ , onde n é um número inteiro,
ser dada por v = √ gd , onde g é a aceleração ℓ é o comprimento da corda, T é tensão à
da gravidade e d é a profundidade. Duas re- qual a corda está submetida e μ é a sua den-
giões desse lago têm diferentes profundida- sidade linear.
des, como ilustrado na figura.
Uma violinista afina seu instrumento no
interior de um camarim moderadamente
iluminado e o leva ao palco, iluminado por
potentes holofotes. Lá, ela percebe que o
seu violino precisa ser afinado novamente, o
que costuma acontecer habitualmente. Uma
justificativa correta para esse fato é que as
cordas se dilatam devido ao calor recebido
O fundo do lago e formado por extensas pla- diretamente dos holofotes por:
taformas planas em dois níveis; um degrau a) irradiação, o que reduz a tensão a que elas
separa uma região com 2,5 m de profundi- estão submetidas, tornando os sons mais
dade de outra com 10 m de profundidade. graves.
Uma onda plana, com comprimento de onda b) condução, o que reduz a tensão a que elas
l, forma-se na superfície da região rasa do estão submetidas, tornando os sons mais
agudos.
lago e propaga-se para a direita, passando
c) irradiação, o que aumenta a tensão a que
pelo desnível. Considerando que a onda em
elas estão submetidas, tornando os sons
ambas as regiões possui mesma frequência, mais agudos.
pode-se dizer que o comprimento de onda na d) irradiação, o que reduz a tensão a que elas
região mais profunda e: estão submetidas, tornando os sons mais
a) l/2. agudos.
b) 2l. e) convecção, o que aumenta a tensão a que
c) l. elas estão submetidas, tornando os sons
d) 3 l/2. mais graves.
e) 2l/3.
21. (Unesp) Cada figura seguinte representa, 23. (Unesp) Os gráficos I e II, desenhados numa
num dado instante, o valor (em escala arbi- mesma escala, representam a posição x em
trária) do campo elétrico. E associado a uma função do tempo t de dois objetos descreven-
onda eletromagnética que se propaga no vá- do movimentos oscilatórios periódicos.
cuo ao longo do eixo x, correspondente a uma
determinada cor. As cores representadas são
violeta, verde e laranja, não necessariamente
nesta ordem. Sabe-se que a frequência da luz
violeta é a mais alta dentre as três cores, en-
quanto a da luz laranja é a mais baixa.
GABARITO
1. B 2. D 3. D 4. C 5. E
6. C 7. D 8. E 9. C 10. E
11. C 12. D 13. A 14. C 15. C
16. E 17. B 18. B 19. A 20. B
21. A 22. A 23. C 24. E
173
FÍSICA 3
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (Unesp) Um dispositivo para medir a carga
elétrica de uma gota de óleo é constituído de
um capacitor polarizado no interior de um
recipiente convenientemente vedado, como
ilustrado na figura.
Considerando todos os fios utilizados na
ligação como ideais e que as lâmpadas es-
tejam acesas e brilhando com as potências
desejadas, é correto afirmar que os valores
das resistências de R1 e R2, em ohms, são,
respectivamente, iguais a:
a) 200 e 100.
b) 200 e 150.
c) 100 e 150.
d) 100 e 300.
e) 100 e 200.
174
Para isso, dois resistores ôhmicos de mesma à ação da força peso. Na figura 2, o mesmo
resistência R podem ser associados e ligados ímã desce em movimento uniforme por den-
aos pontos A e B. Uma ddp constante U, cria- tro de um tubo cilíndrico, vertical, de cobre,
da por um gerador ideal entre os pontos A e sujeito à ação da força peso e da força mag-
B, é a mesma para ambas as associações dos nética, vertical e para cima, que surge devi-
resistores, em série ou em paralelo. do à corrente elétrica induzida que circula
pelo tubo de cobre, causada pelo movimento
do ímã por dentro dele. Nas duas situações,
podem ser desconsiderados o atrito entre o
ímã e os tubos, e a resistência do ar:
175
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 5. Como o movimento é circular uniforme, a
força magnética age como resultante centrí-
peta:
1. A aceleração da gota é menor do que a ace- mv2 r = ____
Fmag = RC |q| vB = ____ mv
leração da gravidade, logo a força elétrica e r |q|B
a força peso que atuam na gota têm sentidos (1,7 × 10-27)×(3 × 104)
r = _____________________ = 1,875 · 10-4
opostos. 1,6 × 10-19 × (1,6)
FR = P – FE o m · a = m · g – Q . E r #2 x 10–4 m
m · 0,2g = m · g – Q · E
Q = 0,8 mg/E 6. Primeiramente, temos que analisar o senti-
do das linhas de indução magnética. Fora do
2. Na lâmpada 1: ímã, elas são direcionadas do Norte para o
P1 = U1 i1 100 = 100 i1 i1 = 1 A Sul. Isso nos deixa apenas com as alternati-
U = U1 + R1 i1 200 = 100 + R1(1) vas [A] e [E].
Conforme afirma o enunciado, a força mag-
R1 = 100 Ω
nética deve frear o ímã. Então, ela deve ter
Na lâmpada 2, supondo que a resistência sentido oposto ao do peso, isto é, vertical e
mantenha-se constante: para cima. Assim, a corrente induzida deve
U22 ter sentido tal que exerça sobre o ímã uma
°P2 força de repulsão, criando, então, um polo
° R P2 U22 R
® 2 y u 2 sul na sua face superior. Pela regra da mão
° U'2 P'2 R U'2
P'
°̄ 2
direita n° 1 (ou regra do saca-rolha), o sen-
R tido dessa corrente é no sentido horário,
2 como indicado na figura da opção [A].
100 § 100 · 10 100
¨ ¸ U'2 80 V. Podemos também fazer a análise do fluxo
64 © U'2 ¹ 8 U'2 magnético. À medida que o ímã desce, o polo
sul aproxima-se das espiras que estão abaixo
P’2 = U’2 i2 64 = 80 i2 i2 = 0,8 A dele. Então, está aumentando o fluxo mag-
U = U’2 + R2 i2 200 = 80 + R2(0,8) nético saindo dessas espiras. Ora, pela lei
R2 = 120/0,8 de Lenz, a tendência da corrente induzida é
R2 = 150 Ω. criar um fluxo induzido no sentido de anu-
lar essa variação, ou seja, criar um fluxo en-
3. Primeiro, devemos calcular a nova resistên- trando. Novamente, pela regra do saca-rolha,
cia de acordo com os dados nominais: essa corrente deve ter sentido horário.
U2 o 2200 = _____
Pot = ___ 1102
R R
R= 11
___ Ω
GABARITO
2
A partir da primeira lei de Ohm, podemos 1. A 2. C 3. B 4. E 5. B
calcular a corrente para 220 V:
6. A
U = R · i o 220 = 11/2 · i
i = 40 A
4. Dados: 'TS = 1 min = 60 s
As resistências equivalentes das associações
série (RS) e paralelo (RP) são, respectiva-
mente:
R
RS = 2R e RP = __
2
Para o mesmo aquecimento, é necessária a
mesma quantidade de calor nas associações
paralelo e série (QP = QS). Aplicando a ex-
pressão da potência elétrica para uma asso-
ciação de resistores:
__2 ∙ ' =
Qp = Qs Pp ∙ 'tp = Ps ∙ 'ts U
R/2 tp
176
PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (Unesp) As companhias de energia elétrica nos
cobram pela energia que consumimos. Essa ener-
gia é dada pela expressão E = V · i · 't, em que
V é a tensão que alimenta nossa residência,
i é a intensidade de corrente que circula por
Dessa forma, considerando desprezíveis as
determinado aparelho, 't é o tempo em que
resistências dos fios de ligação entre eles,
ele fica ligado e a expressão V · i é a potência
a máxima diferença de potencial, em volts,
P necessária para dado aparelho funcionar.
que pode ser estabelecida entre os pontos A e
Assim, em um aparelho que suporta o dobro
B do circuito, sem que haja riscos, é igual a:
da tensão e consome a mesma potência P, a
a) 30.
corrente necessária para seu funcionamento
b) 50.
será a metade. Mas as perdas de energia que
c) 20.
ocorrem por efeito Joule (aquecimento em
d) 40.
virtude da resistência R) são medidas por
e) 60.
'E = R · i2 · 't.
Então, para um mesmo valor de R e 't, quan-
do i diminui, essa perda também será redu- 3. (Unesp) Um ímã em forma de barra, com
zida. seus polos Norte e Sul, é colocado sob uma
Além disso, sendo menor a corrente, pode- superfície coberta com partículas de limalha
mos utilizar condutores de menor área de de ferro, fazendo com que elas se alinhem
segundo seu campo magnético. Se quatro pe-
secção transversal, o que implicará, ainda,
quenas bússolas, 1, 2, 3 e 4, forem colocadas
economia de material usado na confecção
em repouso nas posições indicadas na figura,
dos condutores.
no mesmo plano que contém a limalha, suas
Regina Pinto de Carvalho.
Física do dia a dia. 2003 (Adaptado). agulhas magnéticas orientam-se segundo as
linhas do campo magnético criado pelo ímã.
Baseando-se nas informações contidas no
texto, é correto afirmar que:
a) se a resistência elétrica de um condutor é
constante, em um mesmo intervalo de tem-
po, as perdas por efeito Joule em um condu-
tor são inversamente proporcionais à corren-
te que o atravessa.
b) é mais econômico usarmos em nossas re-
sidências correntes elétricas sob tensão de
110 V do que de 220 V.
c) em um mesmo intervalo de tempo, a energia
elétrica consumida por um aparelho elétri- Desconsiderando o campo magnético terres-
co varia inversamente com a potência desse tre e considerando que a agulha magnética de
aparelho. cada bússola seja representada por uma seta
d) uma possível unidade de medida de energia que se orienta na mesma direção e no mesmo
elétrica é o k.V.A (quilovolt ampere), que sentido do vetor campo magnético associado
pode, portanto, ser convertida para a uni- ao ponto em que ela foi colocada, assinale a
dade correspondente do Sistema Internacio- alternativa que indica, correta e respectiva-
nal, o Joule. mente, as configurações das agulhas das bús-
e) para um valor constante de tensão elétrica, solas 1, 2, 3 e 4 na situação descrita.
a intensidade de corrente que atravessa um a)
condutor será tanto maior quanto maior for
a área de sua secção transversal.
b)
2. (Unesp) Em um trecho de uma instalação elé-
trica, três resistores ôhmicos idênticos e de
resistência 80 Ω cada um são ligados como c)
representado na figura. Por uma questão de
segurança, a maior potência que cada um de-
les pode dissipar, separadamente, é de 20 W.
177
d) 5. (Unesp) Modelos elétricos são frequentemen-
te utilizados para explicar a transmissão de
informações em diversos sistemas do corpo
humano. O sistema nervoso, por exemplo, é
e)
composto por neurônios (figura 1), células de-
limitadas por uma fina membrana lipoproteica
que separa o meio intracelular do meio extra
celular. A parte interna da membrana é nega-
4. (Unesp) Em um experimento de eletrostáti- tivamente carregada e a parte externa possui
ca, um estudante dispunha de três esferas carga positiva (figura 2), de maneira análoga
metálicas idênticas, A, B e C eletrizadas, no ao que ocorre nas placas de um capacitor.
ar, com cargas elétricas 5Q, 3Q e –2Q respec-
tivamente.
178
A corrente elétrica que atravessa o corpo de um ser humano pode causar diferentes danos bioló-
gicos, dependendo de sua intensidade e da região que ela atinge. A tabela indica alguns desses
danos em função da intensidade da corrente elétrica.
Considere um poraquê que, com cerca de 8000 eletrócitos, produza uma descarga elétrica sobre o
corpo de uma pessoa. Sabendo que a resistência elétrica da região atingida pela descarga é de 6000
Ω de acordo com a tabela, após o choque essa pessoa sofreria:
a) parada respiratória.
b) apenas formigamento.
c) contrações musculares.
d) fibrilação ventricular.
e) parada cardíaca.
De forma similar, R e L são dimensionados para que esta última não toque a extremidade de A
quando o circuito é percorrido por uma corrente até o valor nominal do disjuntor. Acima desta, o
aquecimento leva o bimetal a tocar o atuador A, interrompendo o circuito de forma idêntica à do
eletroímã.
Adaptado de: <www.mspc.eng.br>.
Na condição de uma corrente elevada percorrer o disjuntor no sentido indicado na figura, sendo aX
e aY os coeficientes de dilatação linear dos metais X e Y, para que o contato C seja desfeito, deve
valer a relação __________ e, nesse caso, o vetor que representa o campo magnético criado ao longo
do eixo do eletroímã apontará para a __________.
179
Os termos que preenchem as lacunas estão 9. (Unesp) Uma carga elétrica q > 0 de massa m
indicados correta e respectivamente na al- penetra em uma região entre duas grandes
ternativa: placas planas, paralelas e horizontais, ele-
a) DX > DY – esquerda trizadas com cargas de sinais opostos. Nessa
b) DX < DY – esquerda região, a carga percorre a trajetória repre-
c) DX > DY – direita sentada na figura, sujeita apenas ao campo
d) DX = DY – direita elétrico uniforme E, representado por suas
e) DX < DY – direita linhas de campo, e ao campo gravitacional
terrestre g.
8. (Unesp) Espectrometria de massas é uma
técnica instrumental que envolve o estudo,
na fase gasosa, de moléculas ionizadas, com
diversos objetivos, dentre os quais a deter-
minação da massa dessas moléculas. O es-
pectrômetro de massas é o instrumento uti-
lizado na aplicação dessa técnica.
Adaptado de: <www.em.iqm.unicamp.br>.
180
Na situação da figura 2, para que os feixes de campo magnético uniforme B com velo-
de magnetita voltem a se orientar como re- cidades perpendiculares às linhas de campo
presentado na figura 1, seria necessário sub- magnético e descrevem trajetórias conforme
meter as trutas arco-íris a um outro campo ilustradas na figura.
magnético, simultâneo ao da Terra, melhor
representado pelo vetor:
a)
b)
181
14. (Unesp) Uma gotícula de óleo com massa m Sabendo que a partícula está afastada 3 cm
e carga elétrica q atravessa, sem sofrer qual- da vertical, podemos dizer que a razão q/m
quer deflexão, toda a região entre as placas é igual a:
5 g/E.
paralelas e horizontais de um capacitor po-
larizado, como mostra a figura.
(
a) __
6 )
4 g/E.
(
b) __
3 )
5 g/E.
(
c) __
4 )
3
d) (__
4 )
g/E.
3 g/E.
Se a distância entre as placas é L, a diferença
(
e) __
5 )
de potencial entre as placas é V e a acelera- 17. (Unesp) Um fio metálico AB, suspenso por
ção da gravidade é g, é necessário que q/m dois fios verticais, condutores e flexíveis, é
seja dada por: colocado próximo e paralelamente a um fio
a) (gV)/L. longo pelo qual passa a corrente elétrica i,
b) (VL)/g. no sentido indicado na figura. O fio longo e
c) (gL)/V.
o fio AB estão no mesmo plano horizontal.
d) V/(gL).
e) L/(gV).
183
23. (Unesp) A figura representa esquematicamen-
te o circuito interno de um chuveiro elétrico
cujos valores nominais são: 220 V; 4400 W/
6050 W. Os terminais A e C são ligados à ten-
são da rede e a chave K, quando ligada, colo-
ca o trecho AB em curto.
GABARITO
1. E 2. E 3. C 4. B 5. E
6. D 7. C 8. E 9. C 10. B
11. C 12. A 13. C 14. C 15. A
16. D 17. E 18. B 19. B 20. E
21. E 22. C 23. C 24. D
184
C N CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias
QUÍMICA
UNESP – Química
Físico - Química 34%
Geral 32%
Atomística 16%
Orgânica 14%
Outros 3%
QUÍMICA 1
Prescrição: Para a resolução dos exercícios, são necessários conhecimentos relacionados à atomís-
tica, estrutura molecular, química inorgânica, propriedades coligativas e eletroquímica.
2. (Unesp) Os protetores solares são formulações que contêm dois componentes básicos: os ingre-
dientes ativos (filtros solares) e os veículos. Dentre os veículos, os cremes e as loções emulsionadas
são os mais utilizados, por associarem alta proteção à facilidade de espalhamento sobre a pele.
Uma emulsão pode ser obtida a partir da mistura entre óleo e água, por meio da ação de um agente
emulsionante. O laurato de sacarose (6-O-laurato de sacarose), por exemplo, é um agente emulsio-
nante utilizado no preparo de emulsões.
O
O CH3
HO O
OH
HO
O
OH HO
O OH
OH
laurato de sacarose
187
A ação emulsionante do laurato de sacarose 5. (Unesp) A pilha esquematizada, de resis-
deve-se à presença de: tência desprezível, foi construída usando-
a) grupos hidroxila que fazem ligações de hi- -se, como eletrodos, uma lâmina de cobre
drogênio com as moléculas de água. mergulhada em solução aquosa, contendo
b) uma longa cadeia carbônica que o torna so- íons Cu+2 (1 mol · L–1) e uma lâmina de zin-
lúvel em óleo. co mergulhada em solução aquosa contendo
c) uma longa cadeia carbônica que o torna so- íons Zn+2 (1 mol · L–1). Além da pilha, cuja
lúvel em água. diferença de potencial é igual a 1,1 volts, o
d) grupos hidrofílicos e lipofílicos que o tor- circuito é constituído por uma lâmpada pe-
nam solúvel nas fases aquosa e oleosa. quena e uma chave interruptora Ch. Com a
e) grupos hidrofóbicos e lipofóbicos que o tor- chave fechada, o eletrodo de cobre teve um
nam solúvel nas fases aquosa e oleosa. incremento de massa de 63,5 g após 193 s.
Dados: P = U · i
3. (Unesp) O magma que sai dos vulcões duran- Carga de um mol de elétrons = 96500 C
te as erupções é constituído por rochas fun- Massas molares (g · mol–1): Zn = 65,4;
didas e vários tipos de gases e vapores, tais Cu = 63,5
como CO, CO2, SO2, SO3, HCℓ e H2O. A respeito Cu+2 + 2e– o Cu
dessas substâncias, são feitas as seguintes Zn+2 + 2e– o Zn
afirmações:
I. Quando dissolvidos em água, os gases
CO2, SO2, SO3 e HCℓ geram soluções eletro-
líticas, cujo pH é menor que 7.
II. As moléculas de CO2, SO2 e H2O apresen-
tam geometria linear.
III.No estado sólido, as moléculas de CO2 en-
contram-se atraídas entre si por ligações
de hidrogênio muito intensas.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas. Considerando que a corrente elétrica se
b) II, apenas. manteve constante nesse intervalo de tem-
c) I e II, apenas. po, a potência dissipada pela lâmpada nesse
d) II e III, apenas. período foi de:
e) I, II e III. a) 1,1 mW.
b) 1,1 W.
4. (Unesp 2017) Alguns tipos de dessalinizado- c) 0,55 mW.
res usam o processo de osmose reversa para d) 96.500 W.
obtenção de água potável a partir da água sal- e) 0,22 mW.
gada. Nesse método, utiliza-se um recipiente
contendo dois compartimentos separados por 6. A queima dos combustíveis fósseis (carvão e
uma membrana semipermeável: em um deles petróleo), assim como dos combustíveis re-
coloca-se água salgada e no outro recolhe-se nováveis (etanol, por exemplo), produz CO2
a água potável. A aplicação de pressão mecâ- que é lançado na atmosfera, contribuindo
nica no sistema faz a água fluir de um com- para o efeito estufa e possível aquecimento
partimento para o outro. O movimento das global. Por qual motivo o uso do etanol é pre-
moléculas de água através da membrana é ferível ao da gasolina?
controlado pela pressão osmótica e pela pres- a) O etanol é solúvel em água.
são mecânica aplicada. Para que ocorra esse b) O CO2 produzido na queima dos combustíveis
processo, é necessário que as resultantes das fósseis é mais tóxico do que aquele produzi-
pressões osmótica e mecânica apresentem: do pela queima do etanol.
a) mesmo sentido e mesma intensidade. c) O CO2 produzido na queima da gasolina con-
b) sentidos opostos e mesma intensidade. tém mais isótopos de carbono-14 do que
c) sentidos opostos e maior intensidade da aquele produzido pela queima do etanol.
pressão osmótica. d) O CO2 produzido na queima do etanol foi ab-
d) mesmo sentido e maior intensidade da pres- sorvido recentemente da atmosfera.
são osmótica.
e) O carbono do etanol é proveniente das águas
e) sentidos opostos e maior intensidade da
subterrâneas.
pressão mecânica.
188
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 5. De acordo com o enunciado:
U = 1,1 V (diferença de potencial)
m = 63,5 · 10–6 g (63,5 Pg)
1. A ligação iônica ocorre entre elementos com t = 193 s
elevadas diferenças na eletronegatividade. Q (1 mol de e–) = 96500
Utilizando-se da tabela periódica, percebe- Cu = 63,5
-se que a alternativa [C] traz os elementos
Então, teremos:
de número atômico 17, cloro (17Cℓ), um ame-
Cu2+ + 2e– o Cu
tal, e lantânio (57La), um metal de transição
2 mol e– 1 mol
interna. Com o auxílio do gráfico fornecido,
2 · 96500 C 63,5 g
percebe-se a tal elevada discrepância de ele-
Q’ 63,5 · 10–6 g
tronegatividade entre ambos.
Q’ = 2 · 96500 · 10–6 C
2. O agente emulsificante apresenta grupos Como Q = i · t, vem:
hidrofílicos e lipofílicos. Os grupos hidroxi- 2 · 96500 · 10–6 = i ∙ 193
las fazem ligação de hidrogênio com as i = 10–3 A
moléculas de água, o que torna solúvel em Sabendo que P = U · i, teremos:
água o agente emulsificante. Os grupos li- P = 1,1 · 10–3 W = 1,1 mW
pofílicos são constituídos por uma longa ca- 6. O petróleo e o carvão são combustíveis fós-
deia carbônica que torna o agente emulsifi- seis não renováveis. O etanol pode ser obtido
cante solúvel no óleo. pela fermentação do açúcar proveniente da
grupos lipofílicos cana-de-açúcar, que absorve o CO2 atmosféri-
O
co no processo de fotossíntese.
O CH3
HO O
OH
GABARITO
HO grupos hidrofílicos
O
OH HO 1. C 2. D 3. A 4. E 5. A
O OH
6. D
OH
laurato de sacarose
Pressão
mecânica
189
PRÁTICA DOS se dá por meio de um processo chamado de-
gradação aeróbica. As equações representam
190
Analise as seguintes afirmações: água coletadas na central em julho de 2013
I. A queima dos combustíveis carvão mine- continham um nível recorde de radioativi-
ral, petróleo e álcool de cana-de-açúcar é dade, cinco vezes maior que o detectado ori-
responsável pela maioria das emissões de ginalmente. A Tepco explicou que uma nova
SO2 no planeta. medição revelou que o líquido, coletado de
II. Acredita-se que a presença na estratos- um poço de observação entre os reatores 1 e
fera de partículas muito finas formadas 2 da fábrica, continha nível recorde do isó-
a partir do SO2 contribua para o resfria- topo radioativo estrôncio-90.
mento da Terra, por bloquear parte da ra- Adaptado de: <www.folha.uol.com.br>.
diação solar.
III.A alteração do pH da chuva pode resultar 6. (Unesp) O estrôncio-90, 90 38Sr é o principal
na formação de um gás sufocante em pis- isótopo desse elemento químico encontrado
cinas localizadas em regiões altamente nos reatores nucleares. Sobre esse isótopo,
poluídas pelas emissões de SO2. é correto afirmar que seu cátion bivalente
São corretas as afirmações: possui:
a) I e II, apenas. a) 38 prótons, 50 nêutrons e 36 elétrons.
b) I e III, apenas. b) 36 prótons, 52 nêutrons e 38 elétrons.
c) I, II e III. c) 38 prótons, 50 nêutrons e 38 elétrons.
d) II e III, apenas.
d) 38 prótons, 52 nêutrons e 36 elétrons.
e) III, apenas.
e) 36 prótons, 52 nêutrons e 36 elétrons.
191
Estão corretas as afirmativas: 11. (Unesp) O gráfico a seguir foi construído
a) I, II, III, IV e V. com dados dos hidretos dos elementos do
b) I, apenas. grupo 16. Com base neste gráfico, são feitas
c) I e II, apenas. as afirmações seguintes.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV, apenas.
192
13. (Unesp) Considerando-se 100 mL de cada 17. (Unesp) Têm-se três soluções aquosas dis-
solução e dissociação completa das substân- tintas, respectivamente de NaCℓ, NaCN e
cias iônicas, apresenta maior pressão osmó- sacarose (C12H22O11), todas de concentração
tica a solução aquosa de concentração: 0,1 mol/L. Elas poderiam ser distinguidas
a) 0,010 mol/L de uma proteína não dissociada. pelo sabor, o que não deve ser feito, porque
b) 0,500 mol/L de frutose. NaCN é um veneno violento. Estas soluções
c) 0,050 mol/L de cloreto de potássio. podem ser identificadas por:
d) 0,025 mol/L de nitrato férrico. a) medidas de pressão osmótica e ponto de ebulição.
e) 0,100 mol/L de cloreto de cálcio. b) cor e medidas de ponto de congelamento.
c) medidas de condutividade elétrica e de pH.
14. (Unesp) Nesta tabela periódica, os algaris- d) precipitação com bases diluídas.
mos romanos substituem os símbolos dos e) precipitação com sulfato de potássio.
elementos.
18. (Unesp) Considerando-se as propriedades
dos elementos químicos e a tabela periódica,
é incorreta a afirmação:
a) Um metal é uma substância que conduz a
corrente elétrica, é dúctil e maleável.
b) Um não metal é uma substância que não
conduz a corrente elétrica, não é dúctil e
nem maleável.
Sobre tais elementos, é correto afirmar que: c) Um metaloide (ou semimetal) tem aparência
a) I e II são líquidos à temperatura ambiente. física de um metal, mas tem comportamento
b) III é um gás nobre. químico semelhante ao de um não metal.
c) VII é um halogênio. d) A maioria dos elementos químicos é consti-
d) o raio atômico de IV é maior que o de V e tuída de não metais.
menor que o de IX. e) Os gases nobres são monoatômicos.
e) VI e X apresentam o mesmo número de ca-
madas eletrônicas. 19. (Unesp) As substâncias X, Y e Z, sólidas a tem-
peratura ambiente, apresentam as proprieda-
15. (Unesp) A solução aquosa que apresenta me- des físicas resumidas na tabela adiante.
nor ponto de congelação é a de:
a) CaBr2 de concentração 0,10 mol/L. Substância X Y Z
b) KBr de concentração 0,20 mol/L. Solubilidade
Solúvel Insolúvel Insolúvel
c) Na2SO4 de concentração 0,10 mol/L. em água
d) glicose (C6H12O6) de concentração Condutivida-
Não Não
0,50 mol/L. de elétrica Conduz
conduz conduz
e) HNO3 de concentração 0,30 mol/L. do solo
Condutividade
Não
16. (Unesp) O ciclo do nitrogênio na natureza elétrica no es- Conduz Conduz
conduz
pode ser representado pelo esquema: tado fundido
Condutividade
N2(g) + O2(g) (NO)x em solução Conduz _ _
aquosa
193
a identificação numerou-se ao acaso as so-
luções I, II, III e com os devidos cuidados GABARITO
fez-se as seguintes experiências:
1ª) misturou-se I com II e observou-se libe- 1. C 2. E 3. A 4. D 5. D
ração de calor; 6. D 7. C 8. E 9. A 10. E
2ª) aqueceu-se II e III separadamente e ob-
servou-se desprendimento de gás. 11. C 12. B 13. B 14. D 15. E
As soluções numeradas I, II e III são, respec- 16. A 17. C 18. D 19. B 20. D
tivamente:
a) amoníaco, ácido sulfúrico e água oxigenada. 21. B 22. E 23. E 24. A
b) amoníaco, água oxigenada e ácido sulfúrico.
c) água oxigenada, amoníaco e ácido sulfúrico.
d) ácido sulfúrico, amoníaco e água oxigenada.
e) ácido sulfúrico, água oxigenada e amoníaco.
194
QUÍMICA 2
Prescrição: Para a resolução dos exercícios, são necessários conhecimentos em química orgânica.
195
Leia o texto a seguir para responder à ques-
tão 4.
196
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA 6. O composto apresenta seis átomos de carbo-
no com hibridização do tipo sp2:
1. Ao emitir uma partícula beta, o número atô-
mico (número de prótons) aumenta uma
unidade e o número de massa permanece
inalterado.
partículas beta (-10b)
35Br o 36Kr + -1b
90 90 0
2. Teremos:
GABARITO
1. E 2. C 3. A 4. D 5. A
3. A sibutramina é uma base de Lewis, pois 6. D
possui um átomo de nitrogênio que pode
compartilhar um par de elétrons para ácidos.
4. [A] é incorreta. A substância b-ionona não pos-
sui carbono assimétrico (quiral); consequente-
mente, não apresenta atividade óptica.
[B] é incorreta. Não reage com água, for-
mando dióis vicinais.
[C] é incorreta. Contém quatro grupos meti-
la, ligados a átomos de carbono idênticos.
[D] é correta. Percebe-se a presença de liga-
ções químicas conjugadas, ou seja, alterna-
das por uma ligação simples:
197
PRÁTICA DOS É correto o que Marina afirma em:
a) I, apenas.
CONHECIMENTOS - E.O. b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
1. (Unesp) Recentemente, pesquisadores cria- e) I, II e III.
ram um algodão que é capaz de capturar
elevadas quantidades de água do ar. Eles 3. (Unesp) Em época de aumento de incidência
revestiram fibras naturais de algodão com o de dengue, é comum o uso de extratos vege-
polímero I, que tem a propriedade de sofrer tais para repelir o mosquito responsável pela
transições rápidas e reversíveis em resposta propagação da doença. Um dos extratos mais
a mudanças de temperatura. Assim, as fibras usados é o óleo de citronela. A substância
revestidas funcionam como uma “esponja de responsável pela ação repelente do óleo de
algodão”. Abaixo dos 34 °C as fibras do algo- citronela é conhecida como citronelal, cuja
dão revestido se abrem, coletando a umidade fórmula estrutural é fornecida a seguir.
do ar. Quando a temperatura sobe, os poros
do tecido se fecham, liberando toda a água
retida em seu interior – uma água totalmen-
te pura, sem traços do material sintético.
Adaptado de: <www.inovacaotecnologica.com.br>.
198
5. (Unesp) Descarga de hormônios Sobre a DHT, cuja fórmula está representada,
Algumas substâncias químicas são capazes é correto afirmar que:
de interagir com os receptores de estróge- a) é um hidrocarboneto aromático de fórmula
molecular C19H30O2.
no (Figura I) e comprometer o sucesso re-
b) é insolúvel em água e tem fórmula molecular
produtivo de várias espécies animais. “Dis- C17H26O2.
farçadas” de hormônio, elas produzem uma c) apresenta as funções fenol e cetona e fór-
mensagem enganosa que pode fazer a célula mula molecular C19H30O2.
se multiplicar, morrer ou até produzir certas d) é apolar e apresenta fórmula molecular
proteínas na hora errada. Uma das substân- C17H29O2.
cias apontadas pelos cientistas como capaz e) apresenta as funções álcool e cetona e fór-
de mimetizar os efeitos dos hormônios é o mula molecular C19H30O2.
bisfenol A (Figura II), usado em produtos
de plástico policarbonato, tais como embala- 7. (Unesp) Em 2011, comemoramos o Ano In-
gens reutilizáveis de bebidas, mamadeiras, ternacional da Química (AIQ). Com o tema
utensílios e muitos outros produtos de uso “Química: nossa vida, nosso futuro”, o AIQ-
diário. Com o tempo, ele se desprende dos 2011 tem como objetivos aumentar o conhe-
materiais e contamina o ambiente domésti- cimento do público sobre a química, desper-
co, atingindo o esgoto e os cursos d’água. tar o interesse entre os jovens e realçar as
contribuições das mulheres para a ciência.
Daí a justa homenagem à cientista polonesa
Marie Curie (1867-1934), que há 100 anos
conquistava o Prêmio Nobel da Química com
a descoberta dos elementos polônio e rádio.
O polônio resulta do decaimento radiativo do
bismuto, quando este núcleo emite uma par-
tícula 𝛃; em seguida, o polônio emite uma
partícula 𝛂, resultando em um núcleo de
Buscando diferenças e semelhanças entre as
chumbo, como mostra a reação.
estruturas estrógeno e bisfenol A, é correto
afirmar que ambos: 𝛂
𝛃
a) são policíclicos, mas apenas o bisfenol A 210
83 Bi o xPo o 82MPb
y
possui anel aromático.
b) são dioxigenados, mas apenas o estrógeno O número atômico X, o número de massa Y e
possui a função álcool. o número de massa M, respectivamente, são:
c) têm carbonos assimétricos, mas apenas o es- a) 82, 207, 210.
trógeno é opticamente ativo. b) 83, 206, 206.
d) reagem com sódio metálico, mas apenas o c) 83, 210, 210.
d) 84, 210, 206.
bisfenol A reage com NaOH(aq).
e) 84, 207, 208.
e) possuem cadeias laterais, mas apenas o es-
trógeno tem carbono pentavalente. Leia o texto a seguir para responder às ques-
tões 8 e 9.
6. (Unesp) Homens que começam a perder ca- Em todos os jogos olímpicos há sempre uma
belo na faixa dos 20 anos podem ter maior grande preocupação do Comitê Olímpico em
risco de câncer de próstata no futuro. relação ao doping. Entre as classes de subs-
A finasterida – medicamento usado no tra- tâncias dopantes, os betabloqueadores atu-
tamento da calvície – bloqueia a conversão am no organismo como diminuidores dos ba-
da testosterona em um androgênio chamado timentos cardíacos e como antiansiolíticos.
di-hidrotestosterona (DHT), que se estima O propranolol foi um dos primeiros betablo-
estar envolvido na queda de cabelos. O medi- queadores de sucesso desenvolvidos e é uma
camento também é usado para tratar câncer substância proibida em jogos olímpicos.
de próstata.
Adaptado de: <www.agencia.fapesp.br>.
199
8. (Unesp) A partir da análise da fórmula es- Com base na fórmula estrutural da sibutra-
trutural do propranolol, assinale a alternati- mina, é correto afirmar que apresenta:
va que apresenta corretamente sua fórmula a) a função amina primária.
molecular e as funções orgânicas presentes. b) apenas anéis alifáticos.
a) C16H21NO2, amina, álcool e éter. c) apenas anéis aromáticos.
b) C16H8NO2, amida, fenol e éter. d) isomeria geométrica.
c) C16H21NO2, amida, álcool e éter. e) um átomo de carbono quiral.
d) C16H8NO2, amina, álcool e éster.
e) C16H8NO2, amina, álcool e éter. Leia o texto a seguir para responder às ques-
tões 12 e 13.
9. (Unesp) Com base nas informações contidas Considere a equação química a seguir, que
no texto e na fórmula estrutural apresen- apresenta a reação entre dois aminoácidos
tada, é correto afirmar que o propranolol produzindo um dipeptídio.
apresenta:
a) isomeria óptica devido à presença de carbo-
no quiral e é proibido porque pode tornar os
atletas mais sonolentos.
b) isomeria geométrica por possuir carbonos in-
saturados e é proibido porque pode aumentar
a potência e a velocidade dos atletas.
c) isomeria geométrica por possuir carbonos
insaturados e é proibido porque pode dimi-
nuir os batimentos cardíacos e aumentar a
precisão dos atletas.
d) isomeria óptica devido à presença de carbo-
nos insaturados e é proibido porque pode au-
mentar a potência e a velocidade dos atletas.
e) isomeria óptica devido à presença de carbo-
no quiral e é proibido porque pode diminuir
os batimentos cardíacos e aumentar a preci-
são dos atletas.
10. (Unesp) Considere os compostos I, II, III e IV. 12. (Unesp) Excluindo as funções amina e ácido
carboxílico, comuns a todos os aminoácidos,
ácido as demais funções presentes na molécula do
2-bromo- 2-bromo-
2-hidroxi- etanal
propano pentano dipeptídio são:
propanoico
a) álcool, éster e amida.
I II III IV b) éter e amida.
Pode-se afirmar que, dentre esses compos- c) éter e éster.
tos, apresentam isômeros ópticos: d) amida e éster.
a) I, apenas. e) álcool e amida.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas. 13. (Unesp) As reações direta e inversa na equa-
d) I e IV, apenas.
ção química apresentada são classificadas,
e) II e IV, apenas.
respectivamente, como de:
11. (Unesp) A maior disponibilidade dos ali- a) condensação e hidrólise.
mentos, em especial os industrializados, re- b) adição e hidrólise.
sultou no aumento da incidência da obesida- c) hidrólise e adição.
de, tanto em crianças como em adultos. Em d) eliminação e condensação.
função disso, tem-se tornado comum a pro-
e) substituição e eliminação.
cura pelas denominadas dietas milagrosas
que, em geral, oferecem grande risco à saú-
de. Também têm sido desenvolvidos diversos 14. (Unesp) No organismo humano, devido à na-
medicamentos para o emagrecimento com tureza das membranas celulares, os medica-
menores tempo e esforços. Uma das subs- mentos são absorvidos em sua forma neutra.
tâncias desenvolvidas com essa finalidade é Considere os medicamentos aspirina e anfe-
a sibutramina, comercializada com diversas tamina, cujas fórmulas estruturais são:
denominações e cuja fórmula estrutural é
apresentada a seguir:
200
Considere as seguintes afirmações: Com base neste critério, dentre os polímeros
I. Ambos os medicamentos apresentam a de fórmulas gerais:
função amina.
II. Só a anfetamina apresenta átomo de car-
bono quiral.
III.Só a molécula de anfetamina apresenta
átomos com pares eletrônicos isolados.
São verdadeiras as afirmações:
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) I, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.
podem ser empregados na confecção desses
utensílios hospitalares:
15. (Unesp) Em agosto de 2005, foi noticiada a
a) o polietileno, apenas.
apreensão de lotes de lidocaína que teriam
b) o polipropileno, apenas.
causado a morte de diversas pessoas no Bra- c) o PVC, apenas.
sil, devido a problemas de fabricação. Este d) o polietileno e o polipropileno, apenas.
fármaco é um anestésico local muito utiliza- e) o polipropileno e o PVC, apenas.
do em exames endoscópicos, diminuindo o
desconforto do paciente. Sua estrutura mo- 18. (Unesp) A reação de condensação de uma
lecular está representada a seguir: amina com um ácido carboxílico produz uma
amida e água. A condensação da metilamina
com ácido propanoico produz:
a)
b)
e apresenta as funções:
a) amina secundária e amina terciária. c)
b) amida e amina terciária.
c) amida e éster.
d) éster e amina terciária. d)
e) éster e amina secundária.
201
Estão corretas as afirmações:
a) I, apenas. GABARITO
b) II, apenas.
c) I e III, apenas. 1. B 2. B 3. A 4. E 5. B
d) II e III, apenas. 6. E 7. D 8. A 9. E 10. C
e) I, II e III.
11. E 12. E 13. A 14. D 15. B
20. (Unesp) Reações de desidratação de álcoois, 16. A 17. D 18. C 19. D 20. A
oxidação de aldeídos e polimerização de clo-
reto de vinila dão origem, respectivamente, a: 21. A 22. A
a) alcenos, ácidos carboxílicos e PVC.
b) alcanos, fenóis e poliamidas.
c) alcinos, aminas e dióis.
d) éteres, cetonas e baquelite.
e) ácidos carboxílicos, álcoois e proteínas.
202
QUÍMICA 3
APLICAÇÃO DOS a)
b)
55.
55.
CONHECIMENTOS - SALA c)
d)
77.
33.
e) 88.
1. (Unesp) Diariamente, podemos observar que
reações químicas e fenômenos físicos impli- Leia o texto a seguir para responder à ques-
cam em variações de energia. Analise cada tão 3.
um dos seguintes processos, sob pressão at- A luz branca é composta por ondas eletro-
mosférica. magnéticas de todas as frequências do es-
I. A combustão completa do metano CH4 pectro visível. O espectro de radiação emi-
produzindo CO2 e H2O. tido por um elemento, quando submetido a
II. O derretimento de um iceberg.
um arco elétrico ou a altas temperaturas, é
III.O impacto de um tijolo no solo ao cair de
descontínuo e apresenta uma de suas linhas
uma altura h.
com maior intensidade, o que fornece “uma
Em relação aos processos analisados, pode-se
impressão digital” desse elemento. Quando
afirmar que:
essas linhas estão situadas na região da ra-
a) I é exotérmico, II e III são endotérmicos.
diação visível, é possível identificar diferen-
b) I e III são exotérmicos e II é endotérmico.
c) I e II são exotérmicos e III é endotérmico. tes elementos químicos por meio dos chama-
d) I, II e III são exotérmicos. dos testes de chama.
e) I, II e III são endotérmicos. A tabela apresenta as cores características
emitidas por alguns elementos no teste de
chama:
2. (Unesp) A imagem mostra o primeiro avião
do mundo movido a etanol (C2H5OH), o avião Elemento Cor
agrícola Ipanema, de fabricação brasileira.
sódio laranja
potássio violeta
cálcio vermelho-tijolo
cobre azul-esverdeado
203
Leia o texto a seguir para responder à ques- mol ·L–1 de H+ em uma solução deste ácido de
tão 4. concentração 2,0 ·10–2 mol ·L–1.
A bioluminescência é o fenômeno de emis- a) 0,00060 mol · L–1
são de luz visível por certos organismos vivos, b) 0,000018 mol · L–1
resultante de uma reação química entre uma c) 1,8 mol · L–1
substância sintetizada pelo próprio organismo d) 3,6 mol · L–1
(luciferina) e oxigênio molecular, na presença e) 0,000060 mol · L–1
de uma enzima (luciferase). Como resultado
dessa reação bioquímica é gerado um produ- 6. (Unesp) O soro fisiológico é uma das so-
to em um estado eletronicamente excitado luções mais utilizadas na área de saú-
(oxiluciferina*). Este produto, por sua vez, de. Consiste em uma solução aquo-
desativa-se por meio da emissão de luz visí- sa de cloreto de sódio NaCℓ 0,9% em
vel, formando o produto no estado normal ou massa por volume, que equivale à concentração
fundamental (oxiluciferina). Ao final, a con- 0,15 mol ·L–1. Dispondo de uma solução es-
centração de luciferase permanece constante. toque de NaCℓ 0,50 mol ·L–1, o volume ne-
cessário dessa solução, em mL, para preparar
250 mL de soro fisiológico será igual a:
a) 15.
b) 100.
O esquema ilustra o mecanismo geral da re- c) 25.
ação de bioluminescência de vagalumes, no d) 75.
qual são formados dois produtos diferentes e) 50.
em estados eletronicamente excitados, res-
1.
I. Combustão completa do metano:
CH4 + 202 o2H2O + CO2 + calor, processo
exotérmico
II. O derretimento de um iceberg:
H2O(s) + calor o H2O(ℓ), processo endotér-
mico
III.Parte da energia cinética é transformada
em calor, portanto, processo exotérmico.
2.
Velocidade de cruzeiro = 220 km/h
(dividindo por dois) 110 km/0,5 h
Consumo de combustível = 100 L/h
(dividindo por dois) 50 L/0,5 h
1 L de combustível — 0,8 kg de C2H5OH
4. (Unesp) A partir das informações contidas 50 L de combustível — 50 · 0,8 kg de
no texto, é correto afirmar que a enzima lu- C2H5OH
ciferase:
C2H5OH + 3O2 o 2CO2 + 3H2O
a) aumenta a energia de ativação da reação
global de formação da oxiluciferina. 46 g ––––––– 2 · 44 g
b) é um dos produtos da reação. 40 kg ––––––– mCO
2
c) é responsável pela emissão de luz. mCO = 76,52 kg ≈ 77 kg
2
d) é o intermediário da reação, a partir do qual
se originam os produtos. 3. A partir da tabela fornecida no enunciado:
e) atua como catalisador, pois interfere na rea-
ção sem ser consumida no processo. elemento cor
sódio laranja
5. (Unesp) O ácido etanoico, popularmente cha- potássio violeta
mado de ácido acético, é um ácido fraco e um cálcio vermelho-tijolo
dos componentes do vinagre, sendo o respon-
cobre azul-esverdeado
sável por seu sabor azedo. Dada a constante
de ionização, Ka igual a 1,8 ·10–5 assinale a Conclui-se que o elemento químico presente
alternativa que apresenta a concentração em na solução é o cálcio (luz vermelha).
204
Ca2+ Cℓ– Cℓ– CaCℓ2
CaCℓ2 = 40,1 + 2 × 35,5 = 111,1
MCaCℓ2 = 111,1 g/moℓ
[CaCℓ2] = 1,00 moℓ/L
V = 10,0 mL = 10 · 10–3L
m
[CaCℓ2]= _____
M·V
m
1,00 = _______________
111,1 · 10 · 10-3
m = 1,111 g
2
| 2,0u10
yuy
1,8 u 105
2,0 u 102
y2 1,8 u 105 u 2,0 u 102 36 u 108
6. Teremos:
GABARITO
1. B 2. C 3. A 4. E 5. A
6. D
205
PRÁTICA DOS 3. (Unesp) Em um laboratório de química, dois
estudantes realizam um experimento com o
Leia o texto a seguir para responder à ques- De acordo com as informações do texto, é
tão 2. correto afirmar que o processo descrito para
Insumo essencial na indústria de tintas, o a obtenção do silício metalúrgico correspon-
dióxido de titânio sólido puro (TiO2) pode de a uma reação:
ser obtido a partir de minérios com teor a) endotérmica e de oxirredução, na qual o Si4+
aproximado de 70% em TiO2 que, após mo- é reduzido a Si.
agem, é submetido à seguinte sequência de b) espontânea, na qual ocorre a combustão do
etapas: carbono.
c) exotérmica, na qual ocorre a substituição do
I. aquecimento com carvão sólido Si por C.
d) exotérmica, na qual ocorre a redução do óxi-
II. reação do titânio metálico com cloro mo- do de silício.
lecular gasoso e) endotérmica e de dupla troca.
206
Leia o texto a seguir para responder à ques-
tão 6.
Um estudante precisa de uma pequena quan-
tidade de vanilina e decidiu pesquisar méto-
dos sintéticos de produção da substância em
laboratório, e obteve informações sobre dois
métodos:
Uma lata desse tipo de desodorante foi lan-
çada em um incinerador a 25 °C e 1 atm.
Quando a temperatura do sistema atingiu
621 °C, a lata explodiu. Considere que não
houve deformação durante o aquecimento.
No momento da explosão a pressão no inte-
rior da lata era:
a) 1,0 atm.
b) 2,5 atm.
c) 3,0 atm.
d) 24,8 atm.
e) 30,0 atm.
207
III. Pessoas com diarreia sofrem grande perda Leia o texto a seguir para responder à ques-
de íons bicarbonato, com o que a reação do tão 12.
CO2 com H2O se desloca para a direita. Alquimia subterrânea transforma mina
É correto o que se afirma em: de carvão em mina de hidrogênio
a) I, apenas.
Em uma área de mineração de carvão loca-
b) III, apenas.
lizada no sul da Polônia, um grupo de cien-
c) I e III, apenas.
tistas está usando uma mina de carvão para
d) II e III, apenas.
avaliar experimentalmente um método al-
e) I, II e III.
ternativo para a produção de energia limpa
Leia o texto a seguir para responder à ques- e, assim, oferecer uma utilização para pe-
tão 11. quenos depósitos de carvão ou minas exau-
ridas, que são tradicionalmente deixados de
Não basta matar a sede. Tem de ter grife lado, representando passivos ambientais.
Existem cerca de 3 mil marcas de água no Na teoria e no laboratório, a injeção de oxi-
mundo, mas só um punhado delas faz parte gênio e de vapor no carvão resulta na pro-
do clube das águas de grife, cujo status equi- dução de hidrogênio. No processo, oxigênio
vale ao de vinhos renomados. Para ser uma líquido é colocado em um reservatório espe-
água de grife, além do marketing, pesam fa- cial, localizado nas galerias da mina de car-
tores como tradição e qualidade. E qualida- vão, onde se transforma em oxigênio gasoso,
de, nesse caso, está ligada à composição. O começando o processo denominado de gasei-
nível de CO2 determina o quanto a água é ficação de carvão.
gaseificada. O pH também conta: as alcali- Adaptado de: <www.inovacaotecnologica.com.br>.
nas são adocicadas, as ácidas puxam para o
amargo. Outro fator é o índice de minerais: 12. (Unesp) A passagem do oxigênio líquido
águas com baixo índice de minerais são mais para oxigênio gasoso é uma transformação
neutras e leves. Águas mais encorpadas têm física:
índice de minerais mais altos. a) exotérmica, classificada como fusão.
Adaptado de: O Estado de S.Paulo, 22 mar. 2010. b) exotérmica, classificada como ebulição.
c) endotérmica, classificada como liquefação.
d) endotérmica, classificada como evaporação.
11. (Unesp) Uma água mineral gasosa, de gran- e) espontânea, classificada como sublimação.
de aceitação em todo o mundo, é coletada na
fonte e passa por um processo no qual água 13. (Unesp) A tabela apresenta informações so-
e gás são separados e recombinados – o gás bre as composições químicas e as entalpias
é reinjetado no líquido – na hora do engar- de combustão para três diferentes combustí-
rafamento. Esse tratamento permite ajustar veis que podem ser utilizados em motores de
a concentração de CO2, numa amostra dessa combustão interna, como o dos automóveis.
água, em 7g/L.
Com base nessas informações, é correto afir- 'H combustão Massas molares
Combustível
mar que: Kcal moℓ–1 g moℓ–1
a) a condutividade elétrica dessa água é nula, Gasolina (C8H18) –1222,5 114,0
devido ao caráter apolar do dióxido de car- Etanol (C2H5OH) –326,7 46,6
bono que ela contém.
Hidrogênio (H2) –68,3 2,0
b) uma garrafa de 750 mL dessa água, posta
à venda na prateleira de um supermercado, Com base nas informações apresentadas e
contém 3 L de CO2. comparando esses três combustíveis, é cor-
c) essa água tem pH na faixa ácida, devido ao reto afirmar que:
aumento da concentração de íons [H3O]+ for- a) a gasolina é o que apresenta menores impac-
mados na dissolução do CO2. to ambiental e vantagem energética.
d) o grau de pureza do CO2 contido nessa água b) o álcool é o que apresenta maiores impacto
é baixo, pois o gás contém resíduos do solo ambiental e vantagem energética.
que a água percorre antes de ser coletada. c) o hidrogênio é o que apresenta menor im-
e) devido ao tratamento aplicado no engarrafa- pacto ambiental e maior vantagem energéti-
mento dessa água, seu ponto de ebulição é o ca.
mesmo em qualquer local que seja colocada d) a gasolina é o que apresenta menor impacto
a ferver. ambiental e maior vantagem energética.
e) o álcool é o que apresenta menor impacto
ambiental e maior vantagem energética.
208
Leia o texto a seguir para responder à questão 14.
O carbonato de cálcio pode ser encontrado na natureza na forma de rocha sedimentar (calcário)
ou como rocha metamórfica (mármore). Ambos encontram importantes aplicações industriais e
comerciais. Por exemplo, o mármore é bastante utilizado na construção civil tanto para fins estru-
turais como ornamentais.
Já o calcário é usado como matéria-prima em diversos processos químicos, dentre eles, a produção
da cal.
14. (Unesp) Considerando o papel do mármore na construção civil, é de suma importância conhecer a
resistência desse material frente a desgastes provenientes de ataques de ácidos de uso doméstico.
Em estudos de reatividade química foram realizados testes sobre a dissolução do mármore (car-
bonato de cálcio) utilizando ácidos acético e clorídrico. As concentrações e os volumes utilizados
dos ácidos em todos os experimentos foram iguais a 6 M e 15 mL, respectivamente, assim como
a massa de mármore foi sempre igual a 1 g, variando-se a temperatura de reação e o estado de
agregação do mármore, conforme a tabela a seguir:
15. (Unesp) Há várias décadas, o ferro apresenta grande demanda em função de sua utilização nas
indústrias como, por exemplo, na automobilística. Uma das principais matérias-primas utiliza-
das para a sua obtenção é um minério cujo teor em Fe2O3 (hematita) é de cerca de 80%. O ferro
metálico é obtido pela redução do Fe2O3 em alto-forno. Dadas as massas molares para o oxigênio
(16 g/mol), o ferro (56 g/mol) e a hematita (160 g/mol), e considerando-se que a reação de re-
dução apresente um rendimento de 100%, a quantidade, em toneladas, de ferro metálico que será
obtida a partir de 5 toneladas desse minério é igual a:
a) 2,8.
b) 3,5.
c) 4,0.
d) 5,6.
e) 8,0.
16. (Unesp) O óxido de cálcio, conhecido comercialmente como cal virgem, é um dos materiais de
construção utilizado há mais tempo. Para sua obtenção, a rocha calcária é moída e aquecida a
uma temperatura de cerca de 900 °C em diversos tipos de fornos, onde ocorre sua decomposição
térmica. O principal constituinte do calcário é o carbonato de cálcio, e a reação de decomposição é
representada pela equação:
CaCO3(s) U CaO(s) + CO2(g)
Considerando-se que uma amostra de calcário foi decomposta a 900 °C, em um recipiente fechado
dotado de um êmbolo que permite ajustar o volume e a pressão do seu interior, e que o sistema
está em equilíbrio, um procedimento adequado para aumentar a produção de óxido de cálcio seria:
209
a) aumentar a pressão do sistema. 19. (Unesp) Em um laboratório, 3 frascos conten-
b) diminuir a pressão do sistema. do diferentes sais tiveram seus rótulos dani-
c) acrescentar CO2 ao sistema, mantendo o vo- ficados. Sabe-se que cada frasco contém um
lume constante. único sal e que soluções aquosas produzidas
d) acrescentar CaCO3 ao sistema, mantendo a com os sais I, II e III apresentaram, respec-
pressão e o volume constantes. tivamente, pH ácido, pH básico e pH neutro.
e) retirar parte do CaCO3 do sistema, mantendo Estes sais podem ser, respectivamente:
a pressão e o volume constantes. a) acetato de sódio, acetato de potássio e clo-
reto de potássio.
17. (Unesp) A indústria de fertilizantes quími- b) cloreto de amônio, acetato de sódio e cloreto
cos, para a obtenção dos compostos nitroge- de potássio.
nados, utiliza o gás amônia (NH3) que pode c) cloreto de potássio, cloreto de amônio e ace-
ser sintetizado pela hidrogenação do nitro- tato de sódio.
gênio, segundo a equação química: d) cloreto de potássio, cloreto de sódio e clore-
to de amônio.
N2(g) + 3 H2(g) U 2 NH3(g) e) cloreto de amônio, cloreto de potássio e ace-
k = 1,67 ∙ 10-3 mol-2 ∙ L2 tato de sódio.
Num procedimento de síntese, no sistema, 20. (Unesp) Em um litro de água foram adi-
em equilíbrio, as concentrações de N2(g) cionados 0,005 mol de CaCℓ2 e 0,02 mol de
e de H2(g) são, respectivamente, iguais a Na2CO3. Sabendo-se que o produto de
2,0 mol L–1 e 3,0 mol L–1 Nessas condi- solubilidade(KPS) do carbonato de cálcio
ções, a concentração de NH3(g), em mol L–1 (CaCO3) é igual a 5 × 10–9 (mol/L)2 e que
será igual a: KPS = [Ca2+].[CO32–], pode-se afirmar que:
a) 0,30.
a) ocorre a precipitação de CaCO3.
b) 0,50.
b) não ocorre a precipitação de CaCO3 porque o
c) 0,80.
pH é básico.
d) 1,00.
c) o produto das concentrações dos íons Ca2+ e
e) 1,30.
CO32– é menor que o valor do KPS.
d) não precipita CaCO3 porque a concentração
18. (Unesp) No gráfico, encontra-se represen- de íons Ca2+ é menor que a concentração de
tada a curva de solubilidade do nitrato de íons CO32–.
potássio (em gramas de soluto por 1000 g de e) nessas condições, o pH da água é ácido.
água).
21. (Unesp) O hipoclorito CℓO– pode ser prepa-
rado pela reação representada pela seguinte
equação:
Cℓ2(aq) + 2OH–(aq) U CℓO–(aq) + Cℓ(aq) + H2O(ℓ)
210
22. (Unesp) Misturam-se 100 mL de uma so-
lução aquosa de NaOH, de concentração
0,100 mol/L, com 400 mL de solução aquo-
sa de HCℓ, de concentração 0,050 mol/L.
Adiciona-se água até completar o volume a
1000 mL e homogeneiza-se a solução resul-
tante. Supondo dissociação total, o pH da so-
lução resultante é:
a) 8.
b) 2.
c) 1.
d) –1.
e) zero.
GABARITO
1. E 2. B 3. C 4. A 5. E
6. C 7. D 8. C 9. D 10. D
11. C 12. D 13. C 14. C 15. A
16. B 17. A 18. D 19. B 20. A
21. B 22. B 23. E
211
212
M T MATEMÁTICA
e suas tecnologias
MATEMÁTICA
UNESP – Matemática
Grandezas Proporcionais 14%
Geometria Plana 11%
Funções 10%
Geometria Espacial 10%
Trigonometria 9%
Probabilidades 6%
Logarítmos 5%
Estatística 4%
Matrizes 4%
Equações Polinomiais 4%
Outros 24%
MATEMÁTICA 1
215
6. (Unesp) Sabe-se que, na equação x3 + 4x2 +
x – 6 = 0, uma das raízes é igual à soma das
outras duas. O conjunto solução (S) desta
equação é:
a) S = {–3, –2, –1}.
b) S = {–3, –2, +1}.
c) S = {+1, +2, +3}.
d) S = {–1, +2, +3}.
e) S = {–2, +1, +3}. A trajetória resultante do movimento da
partícula será obtida repetindo-se esse com-
7. (Unesp) A figura descreve o gráfico de uma portamento indefinidamente, sendo o cen-
função exponencial do tipo y = ax, de R em R. tro e o raio da n-ésima semicircunferência
R , respectivamente, até
dados por On e Rn = __
2n
o ponto Pn também em r. Nessas condições, o
comprimento da trajetória descrita pela par-
tícula, em função do raio R, quando n tender
ao infinito, será igual a:
a) 22πR.
b) 23πR.
c) 2nπR.
7 πR.
d) __
4
Nessa função, o valor de y para x = –0,5 é
e) 2πR.
igual a:
a) log 5.
b) log
__ 5 2.
c) √ 5 . RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
d) log2 5.
e) 2,5. 1. Podemos criar uma função c(t) que retorna o
valor cobrado por Carlos, em função do tem-
8. (Unesp) A figura indica o padrão de uma po:
sequência de grades, feitas com vigas idên-
ticas, que estão dispostas em posição ho- c(t) = 100 + 20t
rizontal e vertical. Cada viga tem 0,5 m de Fazendo o mesmo para Daniel:
comprimento. O padrão da sequência se
mantém até a última grade, que é feita com d(t) = 55 + 35t
o total de 136,5 metros lineares de vigas. O tempo máximo de duração de uma festa
ocorre quando c(t) = d(t):
100 + 20t = 55 + 35t
45 = 15t
t=3h
O comprimento do total de vigas necessárias
para fazer a sequência completa de grades, 2. Pelo gráfico, é possível ver que –2 e 1 são
em metros, foi de: raízes da função f(x) e quando a abcissa x
a) 4877. tiver valor igual a 0, a ordenada y terá valor
b) 4640. –4; assim, podemos escrever f(x) na forma
c) 4726. fatorada:
d) 5195. f(x) = a(x – 1)(x + 2)
e) 5162.
Para o ponto (0, –4):
9. (Unesp) Uma partícula em movimento f(0) = a(0 – 1)(0 + 2) = –4
descreve sua trajetória sobre semicircun- a(–1)(2) = –4
ferências traçadas a partir de um ponto P0 a=2
localizado em uma reta horizontal r, com Logo:
deslocamento sempre no sentido horário. A f(x) = 2(x – 1)(x + 2)
figura mostra a trajetória da partícula, até f(x) = 2(x2 + 2x – x – 2)
o ponto P3, em r. Na figura, O, O1 e O2 são f(x) = 2x2 + 2x – 4
os centros das três primeiras semicircunfe-
R, __
rências traçadas e R, __ R seus respectivos
2 4
raios.
216
3. Resolvendo a inequação, temos:
S = {x 7R | x ≤ –1 ou 2 ≤ x ≤ 3 ou x ≥ 6}
x3 + 4x2 + x – 6 = (x + 2) ∙ (x2 + 2x – 3) = 0
x + 2 = 0 Æ x = –2
x2 + 2x – 3 Æx = –3 ou x = 1
Logo, S = {–3, –2, +1}.
217
7. Com os valores do gráfico e do enunciado,
pode-se escrever:
y = ax
0,2 = a1 Æ a = 0,2 Æ y = 0,2x
10 0,5 = (5)0,5 = √__
2 -0,5 = ___
( )
y = 0,2–0,5 = ___
10 ( )
2
5
GABARITO
1. D 2. D 3. C 4. D 5. D
6. B 7. C 8. C 9. E
218
PRÁTICA DOS 3. (Unesp) A tabela indica o gasto de água, em
m3 por minuto, de uma torneira (aberta),
a) 1__ de volta.
2
b) 1__ de volta.
5
c) 2__ de volta.
5
d) 3__ de volta.
4
e) 1__ de volta.
4
Um modelo matemático consistente com to-
dos os dados obtidos no experimento per- 4. (Unesp) Em um programa de plateia da TV
mite prever que o tempo, necessário e sufi- brasileira, cinco participantes foram escolhi-
ciente, para chamuscar totalmente um palito dos pelo apresentador para tentarem acertar
de fósforo idêntico aos que foram usados no o número de bolas de gude contidas em uma
experimento é de: urna de vidro transparente. Aquele que acer-
a) 1 minuto e 2 segundos. tasse ou mais se aproximasse do número real
b) 1 minuto. de bolas de gude contidas na urna ganharia
c) 1 minuto e 3 segundos. um prêmio.
d) 1 minuto e 1 segundo. Os participantes A, B, D, C e E disseram ha-
e) 1 minuto e 4 segundos. ver, respectivamente, 1195, 1184, 1177,
1250 e 1232 bolas na urna.
2. (Unesp) Uma imobiliária exige dos novos lo- Sabe-se que nenhum dos participantes acer-
catários de imóveis o pagamento, ao final do tou o número real de bolas, mas que um
primeiro mês no imóvel, de uma taxa, jun- deles se enganou em 30 bolas, outro em 25
to com a primeira mensalidade de aluguel. outro em 7, outro em 48 e, finalmente, outro
Rafael alugou um imóvel nessa imobiliá- em 18 bolas. Podemos concluir que quem ga-
ria e pagou R$ 900,00 ao final do primei- nhou o prêmio foi o participante:
ro mês. No período de um ano de ocupação a) A.
do imóvel, ele contabilizou gastos totais de b) B.
R$ 6.950,00 com a locação do imóvel. c) C.
Na situação descrita, a taxa paga foi de: d) D.
a) R$ 450,00. e) E.
b) R$ 250,00.
c) R$ 300,00. 5. (Unesp) Um grupo de x estudantes se jun-
d) R$ 350,00. tou para comprar um computador portátil
e) R$ 550,00. (notebook) que custa R$ 3.250,00. Alguns
dias depois, mais três pessoas se juntaram
ao grupo, formando um novo grupo com x
+ 3 pessoas. Ao fazer a divisão do valor do
219
computador pelo número de pessoas que 8. (Unesp) O consumo médio de oxigê-
estão compondo o novo grupo, verificou-se nio em mL/min por quilograma de massa
que cada pessoa pagaria R$ 75,00 a menos (mL/min ∙ kg) de um atleta na prática de
do que o inicialmente programado para algumas modalidades de esporte é dado na
cada um no primeiro grupo. tabela seguinte.
O número x de pessoas que formavam o pri-
meiro grupo é: Consumo médio de
Esporte
a) 9. O2 em mL/min ∙ kg
b) 10. Natação 75
c) 11. Tênis 65
d) 12.
Marcha atlética 80
e) 13.
Dois atletas, Paulo e João, de mesma massa,
6. (Unesp) O gráfico, publicado na Folha de
praticam todos os dias exatamente duas mo-
S.Paulo de 16/08/2001, mostra os gastos
dalidades de esporte cada um. Paulo pratica
(em bilhões de reais) do governo federal
diariamente 35 minutos de natação e depois
com os juros da dívida pública.
t minutos de tênis. João pratica 30 minu-
tos de tênis e depois t minutos de marcha
atlética. O valor máximo de t para que João
não consuma, em mL/kg mais oxigênio que
Paulo, ao final da prática diária desses es-
portes, é:
a) 45.
b) 35.
c) 30.
d) 25.
e) 20.
Obs.: 2001, estimativa até dezembro.
9. (Unesp) A soma de quatro números é 100.
Pela análise do gráfico, pode-se afirmar que:
Três deles são primos e um dos quatro é a
a) em 1998, o gasto foi de R$ 102,2 bilhões.
soma dos outros três. O número de soluções
b) o menor gasto foi em 1996.
existentes para este problema é:
c) em 1997, houve redução de 20% nos gastos,
a) 3.
em relação a 1996.
b) 4.
d) a média dos gastos nos anos de 1999 e 2000
c) 2.
foi de R$ 79,8 bilhões.
d) 5.
e) os gastos decresceram de 1997 a 1999.
e) 6.
7. (Unesp) A unidade usual de medida para a
10. (Unesp) Em um jogo eletrônico, o “mons-
energia contida nos alimentos é kcal (qui-
tro” tem a forma de um setor circular de
localoria). Uma fórmula aproximada para o
raio 1 cm, como mostra a figura.
consumo diário de energia (em kcal) para
meninos entre 15 e 18 anos é dada pela fun-
ção f(h) = 17 ∙ h, onde h indica a altura em
cm e, para meninas nessa mesma faixa de
idade, pela função g(h) = (15,3) ∙ h. Pau-
lo, usando a fórmula para meninos, calcu-
lou seu consumo diário de energia e obteve
2975 kcal. Sabendo-se que Paulo é 5 cm mais
alto que sua namorada Carla (e que ambos A parte que falta no círculo é a boca do “mons-
têm idade entre 15 e 18 anos), o consumo tro”, e o ângulo de abertura mede 1 radiano.
diário de energia para Carla, de acordo com O perímetro do “monstro”, em cm, é:
a fórmula, em kcal, é: a) π – 1.
a) 2501. b) π + 1.
b) 2601. c) 2π – 1.
c) 2770. d) 2π.
d) 2875. e) 2π + 1.
e) 2970.
220
11. (Unesp) A figura mostra um relógio de pare- 14. (Unesp) Uma máquina produz diariamente
de, com 40 cm de diâmetro externo, marcan- x dezenas de certo tipo de peças. Sabe-se
do 1 hora e 54 minutos. que o custo de produção C(x) e o valor de
venda V(x) são dados, aproximadamente,
em milhares de reais, respectivamente, pe-
las funções:
xπ e V(x) = 3√__
C(x) = 2 – cos ___ xπ ;
2 sen ___
6( ) ( )
12
0 ≤ x ≤ 6.
O lucro, em reais, obtido na produção de 3
Usando a aproximação π = 3, a medida, em dezenas de peças é:
cm, do arco externo do relógio determina- a) 500.
b) 750.
do pelo ângulo central agudo formado pelos
c) 1000.
ponteiros das horas e dos minutos, no horá-
d) 2000.
rio mostrado, vale, aproximadamente:
e) 3000.
a) 22.
b) 31. —
c) 34. 15. (Unesp) Se z = (2 + i)(1 + i)i, então Z, o
conjugado de z, será dado por:
d) 29.
a) –3 – i.
e) 20.
b) 1 – 3i.
12. (Unesp) O conjunto solução (S) para a ine- c) 3 – i.
d) –3 + i.
quação 2cos2x + cos(2x) > 2, em que 0 < x < π,
e) 3 + i.
é dado por:
5π < x < π}.
π ou ___
a) {S = x Ñ (0, π) | 0 < x < __
6 6 16. (Unesp) Observe o gráfico.
π
__
b) {S = x Ñ (0, π) | < x < }.2π
___
3 3
π 2π < x < π}.
c) {S = x Ñ (0, π) | 0 < x < ou ___
__
3 3
π
__
d) {S = x Ñ (0, π) | < x < }.5π
___
6 6
e) S = {x Ñ(0, π)}.
221
18. (Unesp) A figura representa, no plano com- 21. (Unesp) Considere o polinômio p(x) = x3 +
plexo, um semicírculo de centro na origem e bx2 + cx + d, onde b, c e d são constantes
raio 1. reais. A derivada de p(x) é, por definição, o
polinômio p’(x) = 3x2 + 2bx + c. Se p’(1) = 0,
p’(–1) = 4 e o resto da divisão de p(x) por
x – 1 é 2, então o polinômio p(x) é:
a) x3 – x2 + x + 1.
b) x3 – x2 – x + 3.
c) x3 – x2 – x – 3.
d) x3 – x2 – 2x + 4.
e) x3 – x2 – x + 2.
222
26. (Unesp) Em uma floricultura, os preços dos
buquês de flores se diferenciam pelo tipo
e pela quantidade de flores usadas em sua
montagem. Quatro desses buquês estão re-
presentados na figura a seguir, sendo que
três deles estão com os respectivos preços.
GABARITO
1. C 2. D 3. B 4. A 5. B
6. D 7. B 8. A 9. D 10. E
11. B 12. A 13. C 14. C 15. A
16. B 17. D 18. E 19. C 20. B
21. B 22. E 23. C 24. D 25. E
26. A 27. B
223
MATEMÁTICA 2
Prescrição: Serão abordados assuntos sobre matrizes, determinantes e sistemas lineares, produtos
notáveis e fatoração, sobre razões e proporções, porcentagens, juros e descontos, MMC, MDC, proble-
mas clássicos de vestibular, fatorial, permutação, arranjo e combinação, números binomiais, binômio
de Newton, probabilidade, tópicos de estatística, matrizes, determinantes e sistemas lineares.
225
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA PRÁTICA DOS
1. Sabendo que o terreno é retangular e que
sua área é de 20 m2, pode-se deduzir suas
CONHECIMENTOS - E.O.
medidas, sendo h o comprimento do terreno:
1. (Unesp) Considere a equação matricial
5 ∙ h = 20 é 4 metros A + BX = X + 2C, cuja incógnita é a matriz X
Se o terreno tem ao todo 4 metros de com- e todas as matrizes são quadradas de ordem
primento, então o lago terá comprimento n. A condição necessária e suficiente para
que esta equação tenha solução única é que:
igual a:
a) B – I ≠ O, onde I é a matriz identidade de
4 – 1 – 0,5 = 2,5 metros ordem n e O é a matriz nula de ordem n.
Sabendo a área total do terreno e conside- b) B seja invertível.
rando como x a largura do deque e do lago, c) B ≠ O, onde O é a matriz nula de ordem n.
pode-se escrever: d) B – I seja invertível, onde I é a matriz iden-
tidade de ordem n.
grama + lago + deque = 20 m2 e) A e C sejam invertíveis.
0,48 ∙ 20 + 2,5 ∙ x + 4 ∙ x = 20 é
é 6,5x = 10,4 o x = 1,6 metros
2. (Unesp) O que era impressão virou estatís-
Logo, a área do lago será igual a: tica: a cidade de São Paulo está cada dia
2,5 ∙ 1,6 = 4 m2 mais lenta. Quem mostra é a própria CET
(Companhia de Engenharia de Tráfego),
2. Calculando a probabilidade de a colher cair
que concluiu um estudo anual sobre o
sobre o chão virada para cima, pode-se es-
trânsito paulistano.
crever:
Os dados de 2012 apontam que a veloci-
652 = __
P(x) = _____ 2 = 0,66666... dade média nos principais corredores viá-
978 3
Esta probabilidade é a mesma que se obtém, rios da cidade foi de 22,1 km/h no pico da
no lançamento de um dado convencional ho- manhã e de 18,5 km/h no pico da tarde.
nesto de seis faces, um número maior que 2. Uma piora de 5% e 10% em relação a 2008,
respectivamente.
3. C10,2∙ C8,2∙ C6,2∙ C4,2∙ C2,2 =
= 45 ∙ 28 ∙ 15 ∙ 6 ∙ 1 = 113400
4.
ª 2 3 º ª 2 3 º ª1 0º
A2 « »« » « »
¬ 1 2¼ ¬ 1 2 ¼ ¬ 0 1¼
ª 1 0 º ª 2 3 º ª 2 3 º
A3 A2 A « »« » « » A
¬0 1¼ ¬ 1 2 ¼ ¬ 1 2 ¼
ª 2 3 º ª 2 3 º ª1 0º
$4 $3 $ « »« » « »
¬ 1 2¼ ¬ 1 2¼ ¬ 0 1¼
Observa-se que quando o expoente for par, o
resultado é a matriz identidade, e quando o Caso a velocidade média do trânsito nos
expoente for ímpar, o resultado é a própria principais corredores viários paulistanos
matriz, portanto A15 = A. continue decaindo nos mesmos percen-
Observação: a alternativa [D] também pode- tuais pelos próximos anos e sabendo que
ria ser considerada como correta, já que seu ln 2 ≈ 0,69, ln 3 ≈ 1,10, ln 5 ≈ 1,61 e
expoente é ímpar e A3 = A. ln 19 ≈ 2,94, os anos aproximados em que as
velocidades médias nos picos da manhã e da
226
3. (Unesp) A soma dos n primeiros termos de O engenheiro agrônomo Maycon de Olivei-
uma progressão aritmética é dada por 3n2 – ra mostra uma das árvores, um fumo-bravo,
2n, onde n é um número natural. Para essa que ele e sua equipe plantaram em novembro
progressão, o primeiro termo e a razão são, de 2009. Nesse tempo, a árvore cresceu – está
respectivamente: com quase 2,5 metros –, floresceu, frutificou e
a) 7 e 1. lançou sementes que germinaram e formaram
descendentes [...] perto da árvore principal. O
b) 1 e 6.
fumo-bravo [...] é uma espécie de árvore pio-
c) 6 e 1.
neira, que cresce rapidamente, fazendo som-
d) 1 e 7. bra para as espécies de árvores de crescimento
e) 6 e 7. mais lento, mas de vida mais longa.
Pesquisa Fapesp, janeiro de 2012 (Adaptado).
4. (Unesp) A revista Pesquisa Fapesp, na edição
de novembro de 2012, publicou o artigo in-
titulado “Conhecimento livre“, que trata dos
repositórios de artigos científicos disponibi-
lizados gratuitamente aos interessados, por
meio eletrônico. Nesse artigo, há um gráfico
que mostra o crescimento do número dos re-
positórios institucionais no mundo, entre os
anos de 1991 e 2011.
228
De acordo com os dados do texto, do boletim 15. (Unesp) Uma loja de departamentos fez uma
de 23 de janeiro para o de 2 de fevereiro, o pesquisa de opinião com 1000 consumido-
aumento no número de casos classificados, res, para monitorar a qualidade de atendi-
como confirmados ou como descartados, foi mento de seus serviços. Um dos consumido-
de, aproximadamente: res que opinaram foi sorteado para receber
a) 52%. um prêmio pela participação na pesquisa.
b) 30%. A tabela mostra os resultados percentuais
c) 66%. registrados na pesquisa, de acordo com as
d) 48%.
diferentes categorias tabuladas.
e) 28%.
Categorias Percentuais
14. (Unesp) As urnas 1, 2 e 3 contêm, respecti-
Ótimo 25
vamente, apenas as letras das palavras OURO,
PRATA e BRONZE. Uma a uma, são retiradas le- Regular 43
tras dessas urnas, ordenadamente e de forma Péssimo 17
cíclica, ou seja, a primeira letra retirada é da Não opinaram 15
urna 1, a segunda é da urna 2, a terceira é
da urna 3, a quarta volta a ser da urna 1, a Se cada consumidor votou uma única vez, a
quinta volta a ser da urna 2, e assim sucessi- probabilidade de o consumidor sorteado es-
vamente. O número mínimo de letras retiradas tar entre os que opinaram e ter votado na
das urnas dessa maneira até que seja possível categoria péssimo é, aproximadamente:
formar, com elas, a palavra PRAZER é igual a: a) 20%.
a) 8. b) 30%.
b) 6. c) 26%.
c) 10. d) 29%.
d) 9. e) 23%.
e) 7.
16. (Unesp) Em 9 de agosto de 1945, uma bomba atômica foi detonada sobre a cidade japonesa de Naga-
saki. A bomba explodiu a 500 m de altura acima do ponto que ficaria conhecido como “marco zero”.
229
17. (Unesp) A figura indica um mecanismo com 19. (Unesp) Em uma dissertação de mestrado,
quatro engrenagens (A, B, C e D), sendo que a autora investigou a possível influência do
o eixo da engrenagem D é diretamente res- descarte de óleo de cozinha na água. Dia-
ponsável por girar o ponteiro dos minutos riamente, o nível de oxigênio dissolvido na
do mostrador de um relógio convencional de água de 4 aquários, que continham plantas
dois ponteiros (horas e minutos). Isso quer aquáticas submersas, foi monitorado.
dizer que um giro completo do eixo da engre-
nagem D implica um giro completo do pon-
teiro dos minutos no mostrador do relógio.
Percentual do
I II III IV
volume
Óleo 0 10 20 30
Água 100 90 80 70
GABARITO
1. D 2. B 3. B 4. A 5. C
6. C 7. B 8. D 9. C 10. A
11. A 12. A 13. A 14. A 15. A
16. D 17. D 18. E 19. B 20. E
21. C
231
MATEMÁTICA 3
Prescrição: Serão abordados assuntos de geometrias plana, espacial e analítica, analisando seme-
lhanças, razões de medidas lineares, quadráticas e cúbicas, estudo de áreas de triângulo, círculo,
setores e segmentos de círculo, volume de prismas, pirâmides, cilindros e cones e respectivos troncos
e volume de esferas.
D
30º
N A 30º
105º
50 m
C
a) 12,5. __
b) 12,5√ 2 .
c) 25,0. __
Mar do Jap ão
d) 25,0√ 2 .
Epicentro e) 35,0.
Sendai
233
A distância, em centímetros, do vértice A à
diagonal
__
BH vale:
√5
___
a) a.
6__
√6
b) ___ a.
6__
√5
c) ___ a.
5__
√6
d) ___ a.
5___
√ 30
e) ____ a.
6
234
13 h, temos que a
Portanto, como 13 min = ___ 5. Considere a figura.
60
velocidade média pedida é dada por:
130 = 600 km/h.
____
13
___
60
2. No triângulo ABC = 45°, aplicando o teorema
dos senos, temos:
BC ≤ BC√__
50 = _______
_______
__
2 = 50 ≤BC = 25√ 2
sen45º sen30º
No triângulo BDC, temos:
h __ ≤ __
sen30° = _____ h __ ≤ h = 12,5 √__
1 = _____ 2
25√ 2 2 25√ 2
3. Calculando a área da superfície tomada pelo
óleo, temos:
GABARITO
1. E 2. B 3. B 4. D 5. E
6. A
235
PRÁTICA DOS 3. (Unesp) Uma mesa de passar roupa possui
—— ——
pernas articuladas AB e CD, conforme indica
2m
2m
2m
2m
D C
6. (Unesp) Em 2014, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implantou duas faixas para pe-
destres na diagonal de um cruzamento de ruas perpendiculares do centro de São Paulo. Juntas,
as faixas formam um x como indicado na imagem. Segundo a CET, o objetivo das faixas foi o de
encurtar o tempo e a distância da travessia.
Antes da implantação das novas faixas, o tempo necessário para o pedestre ir do ponto A até o
ponto C era de 90 segundos e distribuía-se do seguinte modo: 40 segundos para atravessar AB com
velocidade média v; 20 segundos esperando o sinal verde de pedestres para iniciar a travessia BC e
——
30 segundos para atravessar BC, também com velocidade média v. Na nova configuração das faixas,
com a mesma velocidade média v, a economia de tempo para ir de A até C por meio da faixa AC,
em segundos, será igual a:
a) 20.
b) 30.
c) 50.
d) 10.
e) 40.
237
7. (Unesp) Os polígonos ABC e DEFG estão desenhados em uma malha formada por quadrados. Suas
S
áreas são iguais a __1 respectivamente, conforme indica a figura.
S2
Sabendo que os vértices dos dois polígonos estão exatamente sobre pontos de cruzamento das
linhas da malha, é correto afirmar que S2/S1 é igual a:
a) 5,25.
b) 4,75.
c) 5,00.
d) 5,50.
e) 5,75.
8. (Unesp) A figura representa a vista superior do tampo plano e horizontal de uma mesa de bilhar
retangular ABCD, com caçapas em A, B, C e D. O ponto P, localizado em AB, representa a posição
—— ——
de uma bola de bilhar, sendo PB = 1,5 m e PA = 1,2 m. Após uma tacada na bola, ela se desloca
—— ^
em linha reta colidindo com BC no ponto T, sendo a medida do ângulo PT B igual 60°. Após essa
colisão, a bola segue, em trajetória reta, diretamente até a caçapa D.
__
Nas condições descritas e adotando √3 j 1,73, a largura do tampo da mesa, em metros, é
próxima de:
a) 2,42.
b) 2,08.
c) 2,28.
d) 2,00.
e) 2,56.
238
9. (Unesp) Para confeccionar um porta-joias a 11. (Unesp) A caçamba de um caminhão bascu-
partir de um cubo maciço e homogêneo de lante tem 3 m de comprimento das direções
madeira com 10 cm de aresta, um marcenei- de seu ponto mais frontal P até a de seu eixo
ro dividiu o cubo ao meio, paralelamente às de rotação e 1 m de altura entre os pontos
duas faces horizontais. De cada paralelepí- P e Q. Quando na posição horizontal isto é,
pedo resultante extraiu uma semiesfera de quando os segmentos de retas r e S se coin-
4 cm de raio, de modo que seus centros fi- cidirem, a base do fundo da caçamba distará
1,2 m do solo. Ela pode girar, no máximo ™,
cassem localizados no cruzamento das dia-
graus em torno de seu eixo de rotação, loca-
gonais da face de corte, conforme mostra a
lizado em sua parte traseira inferior, confor-
sequência de figuras.
me indicado na figura.
P
10 cm
1m
10 cm
s
3m
Q
10 cm
5 cm
α
e r eixo de
5 cm
r
rotação
1,2 m
239
Com essas informações, os alunos determi- 15. (Unesp) Para que alguém, com o olho nor-
naram que a distância em linha reta entre os mal, possa distinguir um ponto separado de
pontos que representam as cidades de Gua- outro, é necessário que as imagens desses
ratinguetá e Sorocaba, em km, é próxima de: pontos, que são projetadas em sua retina,
_________ __ estejam separadas uma da outra a uma dis-
a) 80 ∙ √_________
2 + 5 ∙ √__
3.
tância de 0,005 mm.
b) 80 ∙ √__
5 + 2 ∙ √3 .
c) 80 ∙ √_________
6. __
d) 80 ∙ √______
5 + 3__∙ √2 .
e) 80 ∙ √7 ∙ √ 3 .
240
I. os postes de iluminação projetam sobre a O fabricante desse papelão compra o papel
rua uma área iluminada na forma de uma em bobinas, de comprimento variável. Su-
elipse de excentricidade 0,943; pondo que a folha “sanfonada” descreva
II. o centro dessa elipse encontra-se vertical- uma curva composta por uma sequência de
mente abaixo da lâmpada, no meio da rua; semicircunferências, com concavidades al-
III.o eixo menor da elipse, perpendicular à ternadas e de raio externo (RExt) de 1,5 mm,
calçada, tem exatamente a largura da rua determine qual deve ser a quantidade de pa-
(calçadas e pista). pel da bobina que gerará a folha “sanfona-
Se desejarmos que as elipses de luz se tan- da”, com precisão de centímetros, para que,
genciem nas extremidades dos eixos maiores, no processo de fabricação do papelão, esta
a distância, em metros, entre dois postes con- se esgote no mesmo instante das outras duas
secutivos deverá ser de aproximadamente:
_____ bobinas de 102 m de comprimento de papel,
Dado: 0,9432 ≈ 0,889 e √0111 ≈ 0,333 que produzirão as faces “lisas”.
Dado: π ≈ 3,14.
a) 160 m e 07 cm.
b) 160 m e 14 cm.
c) 160 m e 21 cm.
d) 160 m e 28 cm.
e) 160 m e 35 cm.
a) 88,6.
b) 81,2.
c) 74,8.
d) 66,4.
e) 44,0.
a) 42,5 e 30.
19. (Unesp) O papelão utilizado na fabricação de b) 42,5 e 120.
caixas reforçadas é composto de três folhas c) 60 e 30.
de papel, coladas uma nas outras, sendo que d) 60 e 120.
as duas folhas das faces são “lisas” e a folha e) 60 e 150.
que se intercala entre elas é “sanfonada”,
conforme mostrado na figura.
241
Leia o texto a seguir para responder às questões 21 e 22.
Uma fábrica utiliza dois tipos de processos, P1 e P2 para produzir dois tipos de chocolates, C1 e C2.
Para produzir 1000 unidades de C1 são exigidas 3 horas de trabalho no processo P1 e 3 horas em P2.
Para produzir 1000 unidades de C2 são necessárias 1 hora de trabalho no processo P1 e 6 horas em
P2. Representando por x a quantidade diária de lotes de 1000 unidades de chocolates produzidas
pelo processo P1 e por y a quantidade diária de lotes de 1000 unidades de chocolates produzidas
pelo processo P2 sabe-se que o número de horas trabalhadas em um dia no processo P1 é 3x + y, e
que o número de horas trabalhadas em um dia no processo P2 é 3x + 6y.
21. (Unesp) Dado que o lucro na venda de uma unidade do chocolate produzido pelo processo P1 é de
R$ 0,50, enquanto que o lucro na venda de uma unidade do chocolate produzido pelo processo P2
é de R$ 0,80, e se forem vendidas todas as unidades produzidas em um dia nos dois processos, no
número máximo possíveis de horas, o lucro obtido, em reais, será:
a) 3.400,00.
b) 3.900,00.
c) 4.700,00.
d) 6.400,00.
e) 11.200,00.
22. (Unesp) Dado que no processo P1 pode-se trabalhar no máximo 9 horas por dia e no processo P2
pode-se trabalhar no máximo 24 horas por dia, a representação no plano cartesiano do conjunto
dos pontos (x, y) que satisfazem, simultaneamente, às duas restrições de número de horas possíveis
de serem trabalhadas nos processos P1 e P2 em um dia, é:
a) d)
b) e)
c)
GABARITO
1. D 2. B 3. B 4. E 5. C
6. E 7. A 8. A 9. D 10. A
11. C 12. B 13. D 14. A 15. C
16. E 17. B 18. D 19. B 20. D
21. A 22. E
242