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: O presente artigo tem como intuito apresentar a experiência de uma prática de campo na região dos campos * Mestrando em Geografia
gerais especificamente nas cidades de Castro, Ponta Grossa e Tibagi-PR, tendo esta Gestão do Territóri
abordagem paleontológica
dadapaleorotacomoumpropostadeensinodegeociênciasnaeducaçãobásicausandoSociedade paratantoeaprática
Natureza da
decam
formageral,essetrabalhotevecomobaseacompreensãopaleontológicarelacionada Universidade Estadualco
asaídasde campo feitas
depesquisaPalaiosdaUniversidadeEstadualdePontaGrossa(UEPG)na , regiãodosCamposGeraisespecificamente
cidadesdeCastro,PontaGrossaeTibagi-PR,Brasil.Comointeressefoifeitooreconhecimentodosafloramentosfo
PontaGrossa
econsecutivamenteacoletaeclassificaçãodealgunsexemplares.Estes,atravésdataxonomiaeatafonomia,se
material para definir a estratificação cronológica dos achados. Com uso da discussão * Mestrando em Geografia
teórica dos elementos– a
vistoapoucaabordagemdaPaleontologianaEducaçãoBásica,buscou-setambémumapossível Gestão do Território,
transposição dasUEPG,
idé
paleo-rotasparaoEnsinoFundamentaleMédio,enfatizandoaimportânciadapesquisa naPaleontologia
Universidade eaconse
Estadual
sítioscomopressupostodeumaeducaçãoambiental,propiciandoassim,ambientesalternativos PontaGrossaPR para oensino
Paleontologia;
Geociências;Educação
Ambiental;EducaçãoBásica.
Paleontology;
:
Geosciences;Environmental
Education;Education
This
: articleisintendedtopresenttheexperienceofapracticefieldintheregionofthegeneralfields
thecitiesofCastro,PontaGrossa-PRandTibagi,thisapproachhasgivenapaleontologicalpaleorotaasapropos
basiceducationinthegeosciencesusingforboththepracticefield.Overall,thisstudywasbasedontheunder
topaleontologicalfieldtripsmadewiththeresearchgroupPalaios,StateUniversityofPontaGrossa(UEPG),int
Gerais region specifically in the cities of Castro, Ponta Grossa and Tibagi-PR, Brazil.As interest was made the r
of fossiliferous outcrops and thereafter collection and classification of some specimens. These, through th
taphonomy, served as material to define the stratification of chronological findings. With use of the theoreti
theelementsdiscussed,andseenlittleofPaleontologyapproachinBasicEducation,alsosoughtapossible
of the ideas of paleo-routes for elementary and high school, emphasizing the importance of research in palaeon
conservationsiteswiththeassumptionofanenvironmentaleducation,thusenablingenvironmentsforal
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Castro.Aprimeira Supersequência da Bacia do Paraná, denominada Rio Ivaí, é caracterizada p
Formação Iapó e a segunda como Grupo Paraná, sendo explorados nesse trabalho os Membros
Tibagi e São Domingos dentro da Formação Ponta Grossa (Devoniano Médio e Superior). Os
pontos visitados seguiram, na sua maior parte, uma ordem paleocronológica.
O presente artigo tem como intuito apresentar a experiência de uma prática de campo na
regiãodoscamposgeraisespecificamentenascidadesdeCastro,PontaGrossaeTibagi-PR,t
estaabordagempaleontológicadeumadadapaleorotacomoumpropostadeensinodegeoci
na educação básica usando para tanto a prática de campo
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aproveitandotambémestudosdosquitinozoáriosdeGrahn,reconheceuseisdiferentes
deposicionaisSiluro-Devoniana,paraaFormaçãoPontaGrossaeFormaçãoFurnas,(SCHEFFLER,
20 7; BOSSETI, et al 201 ).
OsafloramentoslocalizadosnasmargensdarodoviaPR–34entre 0, osmunicípiosdeCastro
e Tibagi, foram o segundo ponto de observação – ponto 2 de Matsumura (201 ), caracterizado
como contato entre a Formação Iapó – de origem glaciogênica – e a Formação Furnas (figura 03).
AFormação Furnas assenta-se sobre a base cristalina ou Formação Iapó, sendo a unidad
mais antiga da Bacia do Paraná (MAACK 1947 apud BOSSETI, 201 ). Essa Formação na seção
tipo a oeste da cidade de Castro é uma estrutura geológica caracterizada por duas
respectivamente de material glacial de drift, e mais recente material acinzentad
vulcânicadefasepré-devoniana.“AidadedaFormaçãoFurnaséconsideradacomoseestende
do Neo-Siluriano (Pridoliano) ao Eo-Devoniano (Lockoviano/ Praguiano), segundoAssine (19 6) e
Bergamaschi (19 )” (MELO, 20 4).
SuaFormaçãoémotivodediscussãoteórica,algunsautorescitamdeaFormaçãoteror
marinhacomoéocasodeBigarellaetal.(196 )eLange&Petri(1967),enqMMntoumaproposição
matPé=Mu0éA‘flé]MdeA‘séüge&2-éMMflé=]Mwge]N=Mémme- laüg/ é/ tri vm-
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AseçãotipoEusébiodeOliveira,sétimoponto–pontodogrupoPalaios(201 –) apresentao
contatodascamadasmédio-inferioremédio-superior:Jaguariaíva–Tibagi-SãoDomingos(figura
05, 06 e 07 respectivamente). Nesta seção foi realizada a coleta de fósseis utilizando o método
de quadrículas adotado pelo grupo Palaios (201 ). As quadrículas (figura 8), com três metros de
alturaedoisdelargura,sãoprospectadaspara,alémdeobteramostras,definiradisposi
dentrodaáreaanalisada.Atravésdainterpretaçãodosfósseis,sãoelaboradosesboço
dos fósseis encontrados.
Assine19e 6 Bergamaschi,19apud(MELO,20 4)comentam
, queomembroJaguariaiva
“é constituído de folhelhos laminados fossilíferos e bioturbados, com lentes de ar
subordinadas, depositados num contexto de plataforma marinha rasa, de idade corres
ao intervalo Praguiano a Frasniano”. Lange e Petri, 1967 (apud BOSSETI, et al 201 ), citam que o
contato da Formação Jaguariaiva com a Furnas é concordante gradacional e com a Itararé s
discordante. É uma Formação fossilífera contendo bivalves gastrópodes, trilobitas, br
em ambiente de sedimentação marinho raso, o qual teve taxa de sedimentação lenta e co
energiacomintensacolonizaçãobentônicadofundo,emboraesseslevantamentosperca
com os trabalhos que vieram a ser desenvolvidos com Rodrigues (20 ) e Bosseti, (20 4), apud
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Zabini, (20 7).
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No Membro Tibagi há presença de arenitos finos a muitos finos com lenticulares e
fossilíferos, estando de forma concordante e gradacional sobre o Membro Jaguariaiva e
São Domingos caracterizado pela forma gradacional (ZABINI, 20 7). Há presença de micas e de
folhelhos laminados que varia a coloração de acordo o grau de intemperismo que podem
sujeitos nos afloramentos. Para Lange e Petri (1967) apud Bosseti (201 ) no Membro Tibagi há I 69
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uma ciclicidade arenito/folhelho os quais seriam provocados por mov
geral, esses ciclos eustáticos foram responsáveis pela formação de e
granulométricas e de formas deposicionais distintas no MembroTibag
Assine e Petri (19 6) apresentam o Membro Tibagi contendo arenitos g
tendoaumentodafraçãoareiaparaotopoeBosseti(198 )acrescentaacom
Membro Tibagi sendo muito rica (BOSSETI, 201 ). Característica essa que exempl
das intensidades deposicionais na formação geológica do membro e a
formadoras dos sedimentos.
O Membro São Domingos, de idade Givetiana é unidade topo acima do
contem estratos laminados de cor cinza, os quais em alguns casos apr
betuminosos entremeados por camadas de arenitos finos, sendo o se
Itararé discordante (LANGE & PETRI, 1967, apud BOSSETI et al, 201 ).
ParaBergamaschi,(19 apud
, ZABINI,20 7o
) MembroSãoDomingoséopicodamáxima
transgressão marinha e conseqüente deposição do período Devoniano n
Para Assine e Petri (19 6) a transgressão acarretou em uma mudança ec
causando a extinção da fauna da Província Malvinocáfrica na passagem
Entretanto Bosseti (20 4) com uso de estudos de fósseis expõe que a fau
Mauvinocáfrica não se extingue nessa fase e sim ultrapassa o limite
topossequêncialocalnotopodaFormaçãoPontaGrossa,compreendidape
apenas no Frasniano/Fammeniano, (ZABINI, 20 7).
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O trabalho de campo oferece a possibilidade de integrar os conteúdos dispersos em vár
disciplinas,significando-osepermitindoasuacompreensão,pois,talcomoafirmaCompianip.,70 2( )23
O trabalho de campo pode ser utilizado, no ensino, como estratégia em que todas as
coisaspodemtomarpartedeumprocessomaior:oefeitoholográfico.Aidéiaéenfrentar
a dominante fragmentação do conhecimento, que bloqueia os mecanismos de análise
de problemas reais ao não facilitar a relação de conceitos, procedimentos e de atitud
trabalhadosemdiferentesdisciplinasdocurrículo.
NoçõesdeGeologiaeGeociênciasdispersam-senocurrículosobvári
uma ordenação capaz de explicar a Terra em conjunto, desde sua co
e evolução, fenômenos interiores e superficiais, as interações
atmosfera, litosfera, biosfera), e as profundas e diversificadas re
eseresvivos.
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Dentreessasconsequênciaspodemosapontar,apartirdealgunsau
p.63-78,maio/ago.201 paleontológico fica restrito a poucas instituições públicas e pri
SIMÕES, 20 8) e que a concepção de que os problemas ambientais são passíveis d
estritamente científica, sem envolver questões e decisões polític
difusão do conhecimento da temática.
A ação política, nesse sentido, constitui-se na arena, umas das opç
47 I ISSN 2236-4994 podematuarcomforçasuficienteparapressionarasgrandescorporações
O trabalho de campo oferece a possibilidade de integrar os conteúdos dispersos em vár
disciplinas,significando-osepermitindoasuacompreensão,pois,talcomoafirmaCompianip.,70 2( )23
O trabalho de campo pode ser utilizado, no ensino, como estratégia em que todas as
coisaspodemtomarpartedeumprocessomaior:oefeitoholográfico.Aidéiaéenfrentar
a dominante fragmentação do conhecimento, que bloqueia os mecanismos de análise
de problemas reais ao não facilitar a relação de conceitos, procedimentos e de atitud
trabalhadosemdiferentesdisciplinasdocurrículo.
NoçõesdeGeologiaeGeociênciasdispersam-senocurrículosobvári
uma ordenação capaz de explicar a Terra em conjunto, desde sua co
e evolução, fenômenos interiores e superficiais, as interações
atmosfera, litosfera, biosfera), e as profundas e diversificadas re
eseresvivos.
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Dentreessasconsequênciaspodemosapontar,apartirdealgunsau
p.63-78,maio/ago.201 paleontológico fica restrito a poucas instituições públicas e pri
SIMÕES, 20 8) e que a concepção de que os problemas ambientais são passíveis d
estritamente científica, sem envolver questões e decisões polític
difusão do conhecimento da temática.
A ação política, nesse sentido, constitui-se na arena, umas das opç
47 I ISSN 2236-4994 podematuarcomforçasuficienteparapressionarasgrandescorporações
nacionaiseosorganismossupranacionaisareverteroprocessodedegradaçãoambiental
deummodelodesociedadeedeproduçãoecologicamentedesequilibradoesocialmenteinj
Objetivando a superação da concepção a política da problemática ambiental, al
autores qualificam a educação ambiental como Crítica (CARVALHO, 20 6), Emancipatória ou
Transformadora (LOUREIRO, 20 6), ou mesmo como fundamental na gestão ambiental pública
ao passo de proporcionar o desenvolvimento de conhecimento e habilidades tanto ind
coletiva(QUINTAS20 4)Estas
. propostastêm,entreoutrospontoscomuns,aformaçãodocidadão
para a ação política como pressuposta para a superação da atual crise ambiental.
Retomando a questão do currículo, Carneiro et al, Toledo &Almeida (20 4) citam reformas
curriculares realizadas na Espanha e nos Estados Unidos daAmérica, que resultaram na i
de temas de Geologia em nível secundário/pré-universitário. Em âmbito brasileiro, a Univer
de São Paulo – USP criou o curso de licenciatura em Geociências e Educação Ambiental com
objetivo de preparar professores que:
BACCI,D.L.C.Acontribuiçãodoconhecimentogeológicoparaaeducaçãoambi
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Disponível em: http:/ ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/rbg/article/viewFile/10 7 / 29 Acesso em 01
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,PontaGrossa,v.2,n.1,p.103-4,jan./jul.20 8.Disponívelemhttp:/ www.revistas.uepg.
br/index.php?journal=tp&page=article&op=viewArticle&path[ ]=39Acesso 2 em 01 jun. 201
SANTOS,MariaEugeniadeCarvalhoMarchesini.
. Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís/ Maria
EugêniadeCarvalhoMarchesiniSantos[e]MariseSardenbergSalgadodeCarvalho-RiodeJ
:CPRM-ServiçoGeológicodoBrasil/DIEDIG/DEPAT,20 4.Disponívelem:http:/ www.cprm.gov.br/
publique/media/Cap7.pdfAcesso em 01 jun. 201
Arquivos
. doMuseuNacional,RiodeJaneiro,v.65,n.1,p.91-2,jan./mar.20 7.Disponível
em: http:/ acd.ufrj.br/~museuhp/CP/Arquivos/Arq.20 7/Arq.651/Arqs%2065%281 9%20p.9 -
12% 0Scheffler.pdfAcesso em 01 jun. 201
SOUZA,R.S.de.
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geoindex648.pdfAcesso em 01 jun. 201
ZABINI,Caroline.
GeografiaEnsino&Pesquisa,v.16,n.2
p.63-78,maio/ago.201
ISSN 2236-4994 I7
:
fernand_is@hotmail.com.
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