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Descoberta do Próton

Mariana Rodrigues de Oliveira Candido


IFRJ - Tópicos de Fı́sica Moderna - 8º semestre
mariana.rodrigues.or@gmail.com

1. Introdução
O conhecimento a respeito da natureza atômica está longe de se encerrar. Embora
a humanidade, um dia considerar o átomo a menor parte do mundo materia, hoje sabe-
mos que existem partı́culas e sub partı́culas que a compõe. Como o conhecimento nunca
finda, novas descobertas acabam acontecendo. Neste trabalho, por fim, terá o enfoque em
descrever o experimento que revelou a existência dos prótons.

2. Tubo de Gás e Raios Catódicos


A história dos tubos de descarga de gás inicia com as lâmpadas de gás no final
do século XVII, a partir da observação de emissão de luz vinda do espaço “vazio” de um
barômetro de mercúrio. O espaço não estava vazio, mas preenchido por vapor de mercúrio
com baixa pressão. Este efeito foi estudado nos séculos seguintes, mas apenas na segunda
metade do século XIX que Heinrich Geissler, considerado o pai dos tubos de descargas de
gás em baixa pressão, começou a criar modelos de tubos com gases diversos e estudar os
efeitos das descargas elétricas nesses.
Um tubo de descarga de gás consiste numa câmara com, pelo menos, dois ter-
minais elétricos: o ânodo, carregado positivamente, e o cátodo, carregado negativamente.
Essa ampola armazena algum gás inerte, como um gás nobre, mercúrio ou hidrogênio.

Figura 1: Tubo de Geissier - Usado na descoberta do Elétron

Utilizando os tubos de descarga, foram descobertos os raios catódicos. Esses raios


são feixes de luz que se originavam nos cátodos e que podiam ser curvados na presença de
campo magnético e defletidos na presença de campo elétrico. Posteriormente se descobriu
que esses feixes são, na verdade, elétrons que são arrancados do cátodo e acelerados em
direção ao ânodo. No caminho, os elétrons colidem com os gases da câmara, excitando-os,
e estes, por sua vez, emitem luz ao relaxar. Foi a partir de experimentos com tubos de
raios catódicos que Sir Joseph John Thomson descobriu os elétrons e mediu a razão entre
a carga e a massa dessas partı́culas subatômicas.
3. Tubo de Goldstein e Raios Anódicos
Eugen Goldstein e Wilhem Wien, fı́sicos alemães, trabalhava com tubos de raios
catódicos. Experimentou utilizar um tubo cujo cátodo perfurado e observou que, além
dos raios catódicos, havia luminosidade passando pelos orifı́cios do cátodo e criando lu-
minosidade atrás deste. Esses feixes luminosos foram chamados de raios anódicos, e foi
observado que eles se deslocavam em sentido contrário aos raios catódicos. Esses feixes
eram originados quando os ı́ons acelerados em direção ao cátodo passam pelos orifı́cios e
assim a segunda câmara do tubo é iluminada.

Figura 2: Esquematização do Tubo de Goldstein

A partir do estudo dos raios anódicos realizados foi observado o comportamento


do ı́on de Hidrogênio. Esse era o ı́on mais suscetı́vel aos campos elétrico e magnético e,
assim, detectou a presença de cargas elétricas positivas no átomo através do tubo.

Figura 3: Tubo de Goldestein - em real funcionamento

Perrone [1]
4. Considerações finais
A pesquisa no campo dos raios catódicos e anódicos foi essencial para o enten-
dimento do átomo, vislumbrava duas das três partı́culas subatômicas que formam os
átomos. Além disso, esta tecnologia pode ser considerada o precursor do desenvolvi-
mento dos espectrômetros de massa, que são amplamente utilizados até hoje, entre tantas
outras tecnologias.
Referências
[1] Perrone, G. C. (2019). Tubo de goldstein — raios anódicos. URL https://www.
ufrgs.br/amlef/2019/10/01/tubo-de-goldstein/.

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