Você está na página 1de 2

Trabalho Virgínia Woolf

Capítulo 4
Resumo
Neste capítulo, a narradora volta a debruçar-se sobre a questão da falta de mulheres com
o nível de genialidade de Shakespeare, no tempo deste. Para a narradora, para uma mulher
alcançar esse patamar, teria de ser aristocrata e, como tal, a sua escrita seria influenciada pelo
medo e raiva.
Como exemplos de escritoras dessa época refere Anne Finch, condessa de Winchilsea e
Margaret Cavendish, duquesa de Newcastle. Em ambos os casos, constata que a escrita destas
autoras é marcada pelos sentimentos de raiva e medo, impedindo a integridade das obras.
Contudo, o exemplo de Aphra Behn não tem equivalente, sendo a primeira mulher a
subsistir financeiramente da sua escrita, servindo de exemplo para todas as grandes escritoras
que surgiram posteriormente, destacando Jane Austen e Brontë.

Análise
A seguir a analisar uma personagem fictícia, a narradora dá exemplos históricos reais de
mulheres escritoras. Utiliza-as, para ilustrar como as suas mágoas contra os homens afectavam
as suas obras e ofuscavam a luz do seu génio.
Aphra Behn, de origem de classe média, contraria a visão tradicionalmente classista de
Woolf. Para a autora, Aphra Behn representava a independência financeira quanto ao homem e
a liberdade de pensamento. Ao contrário de Aphra Behn, as mulheres aristocratas tinham o seu
dinheiro na posse dos maridos e, como tal, estavam dependentes destes. Apesar desta conclusão,
Virginia Woolf rapidamente volta a pôr a questão da necessidade de privacidade, educação e
riqueza hereditária como requisitos para a inteligência.
A conclusão que se retira deste capítulo é a necessidade de as mulheres ignorarem os
homens, para escreverem livremente, não devendo tentar imitar as tendências literárias,
controladas por uma sociedade patriarcal.

Capítulo 5
Resumo
Neste capítulo, a narradora faz uma comparação entre a produção literária de homens e
mulheres seus contemporâneos e debruça-se sobre os temas que as mulheres agora tratavam,
que lhes estava interdito no século anterior.
Utiliza a personagem fictícia Mary Carmichael e a sua obra Life’s Adventure, para
ilustrar o estado do panorama literário da sua época, considerando as mulheres como
descendentes dos ideais de Aphra Behn e Jane Austen. Nesta obra, a narradora constata a
relação entre duas personagens femininas, algo que era totalmente fora do comum,
considerando-o positivo.
A narradora conclui que, apesar de não notar raiva e medo em Carmichael, ao contrário
do que sucedeu com Brontë, o conhecimento do sexo oposto está limitado ao género do autor.

Análise
Uso de Carmichael para ilustrar os progressos das autoras femininas, nomeadamente a
capacidade de escrever sem raiva ou medo, beneficiando ainda de exemplos concretos de
mulheres escritoras bem-sucedidas.
O uso de personagens femininas por Carmichael é, em parte, para ilustrar a necessidade
da amizade e entreajuda entre as mulheres. Aquando do tratamento deste tema, a narradora
apercebe-se que está a exaltar o seu próprio sexo, aproveitando a ocasião para, em vez de a
interpretar como algo negativo, salientar as diferenças entre homens e mulheres e a sua
complementaridade. Ou seja, cada género tem falhas de conhecimento sobre si mesmo, que só o
outro consegue ver.
Carmichael, apesar de qualitativamente inferior a Brontë, não acarta os mesmos
ressentimentos. Uso de Carmichael para ilustrar o progresso das escritoras e o seu potencial,
quando alcançarem a independência financeira e a privacidade.
Capítulo 6
Resumo
A narradora inicia o capítulo questionando-se sobre os seus pensamentos acerca das
diferenças entre homens e mulheres nos últimos dias, considerando que isso a desgastou. De
seguida, vê um casal a entrar num táxi, ilustrando a união de ambos num só, tal como o cérebro
humano deveria ser.
Reflectindo sobre a união da parte feminina e masculina no cérebro, conclui que se
enquadra no conceito de “mente andrógina” de Samuel Taylor Coleridge. A mente andrógina
conseguiria, melhor que a limitada a um sexo, transmitir emoção sem impedimentos, fazendo-o
de forma indivisível. A autora culpa ainda ambos os sexos pela insegurança à volta da questão
do género. Como exemplo de mente andrógina refere Shakespeare, dizendo que a campanha
sufragista levou os homens a ficarem defensivos quanto à sua sexualidade e impedindo a mente
andrógina no seu tempo.
Para concluir, Woolf intervém, antecipando duas críticas à obra e respondendo às
mesmas.

Análise
O capítulo inicia com o problema da exaustão psicológica causada pela reflexão
intelectual à volta das distinções entre homem e mulher. Deste modo, o tema centralizador do
capítulo é apresentado: os impedimentos ao brilho do génio, causados pela insegurança à volta
do género.
Contrariamente, a pessoa andrógina identifica a objectividade nas suas relações com a
realidade. A androginia não representaria a isenção total de género, mas a fusão dos géneros
numa só mente, alcançando assim a liberdade intelectual.
Quantas às respostas a críticas que apresenta, Woolf ignora a produção literária com
base em protesto, dado que a independência pode levar a complacência. Igualmente, a sua ideia
sobre riqueza e educação para alcançar inteligência, encontra-se desactualizada.

Conclusão
Virginia Woolf, de forma breve e clara, aborda nesta obra questões como a necessidade
de independência económica e de privacidade, para a produção criativa das escritoras femininas,
analisando exemplos históricos e fictícios, para ilustrar situações como as autoras eram
influenciaras pelas condicionantes externas e os seus efeitos.
Escrita no final da década de 1920, esta obra faz frequentemente alusão à realidade que
as mulheres viverão no século seguinte. Deste modo, a sua leitura leva à inevitável reflexão
sobre o estado patriarcal da sociedade actual e os progressos e retrocessos que se realizaram
desde que Virginia Woolf levantou estas questões. Conclui-se então que, apesar de ser uma obra
com quase um século, a sua leitura continua a ser pertinente nos dias de hoje.

Você também pode gostar