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17/11/2022

Professor: Samuel
Disciplina: História
Aluno(a):_____________________________________________________________________

Preste João
Em 1316, a pedido do Papa João XXII, alguns dominicanos aventuraram-se na Etiópia, o vasto
país de “homens de rosto queimado”; efetuaram muitas conversões e um deles, João de Severac,
identificava o soberano desse reino em termos bem precisos: “...imperatore Aethiopium, quem
vos vocatis Prestem Joham.” Em 1402, uma embaixada que se dizia enviada por este,
apresentava-se em Veneza; em 1427, apareceram abissínios na corte do Rei Aragão e, oito anos
antes da morte do Infante, viam-se alguns em Lisboa.
Uns diziam que Preste João era nestoriano, enquanto outros sustentavam que ele professava a
heresia contrária, sendo monofisista (e estes tinham razão); o que importava ao rei Dom João,
ao menos no momento, era que ele fosse cristão, mesmo se sua crença fosse corrompida por
heresia.
As informações trazidas da Guiné por João Afonso de Aveiro provavam que a influência do Rei
da Etiópia estendia-se até aos pequenos principados da costa atlântica; importava, pois,
conquistar sua amizade para estabelecer um laço entre o Castelo de são Jorge da Mina e o
grande lago marinho no qual navegavam os barcos mouros, carregados de riquezas da Índia.
A situação geográfica do reino aliado do sultão do Cairo, e ao mesmo tempo barrar a entrada do
Mar Vermelho, por onde passavam os navios que levavam as especiarias, o ouro, as
mercadorias preciosas do Oriente.
Conservar o Mar Vermelho seria tirar o inimigo da usa toca; poderiam pensar, mais tarde, em
provar a Preste João que, se Nestorius não tinha razão ao sustentar a existência de duas pessoas
distintas em Jesus Cristo, seu adversário Eutiques também cometia um erro afirmando que esta
única pessoa só podia ter uma natureza.
Enquanto Dom Henrique era, ainda, em vários sentidos, um homem das Cruzadas, o Rei Dom
João pertencia à Renascença, o que não o impedia de ser sinceramente e profundamente cristão.
Ele ignorava Maquiavel, pela simples razão de que este só compôs seu Tratado do Príncipe uns
vinte e cinco anos mais tarde, mas pode-se pensar que o astuto florentino, teve ocasião de
folhear os arquivos ainda recentes, onde o nome do Rei de Portugal aparecia a cada instante.
Sabe-se que Maquiavel recomendou àqueles que tinham cargos nos Estados que invocassem,
constantemente, princípios de justiça, de boa fé e de clemência, mas que recorressem à
arbitrariedade, à trapaça e à crueldade cada vez que o julgassem necessário.
Dom João foi difamado, pois ele era justo, e não se utilizava de perjúrio ou de deslealdade;
implacável quando se tratava da proteção dos interesses fundamentais do reino, nunca cedeu à
crueldade.
Mas um inglês levou um pouco longe demais a questão de parentesco, encontrando traços de
semelhança entre o monarca português e aquele que, encontrando traços de semelhança entre o
monarca português e aquele que quatorze anos depois da morte de Dom João, se tornaria
Henrique VIII.
Nicolau Maquiavel Henrique VIII

Nestorianismo: Doutrina ligada a Nestório 380-451, monge de Antioquia, que fazia a


distinção entre as naturezas divina e humana de Cristo, o que consequentemente negava a
maternidade divina de Maria.

Monofisismo: Foi uma doutrina que surgiu no século V, na escola Teológica de Alexandria,


que na verdade, era um movimento e não um local. Na perspectiva monofisista, Jesus
Cristo, o filho de Deus, tinha uma natureza unicamente divina.

Nicolau Maquiavel: Foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem


florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência
política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado do século XV e XVI.

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