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Antecedentes

Em 1948: as 3 Zonas unidas que controlavam a Alemanha Ocidental prosperavam devido ao


Plano Marshall
Trabalhadores qualificados, intelectuais e muitos jovens fugiam da Alemanha Oriental para
Berlim Ocidental
No começo da década de 1960, o território da atual Alemanha era dividido em duas nações
diferentes. Essas eram:
 República Federal da Alemanha (RFA): também conhecida como Alemanha Ocidental,
tinha em Berlim Ocidental a sua capital. Era aliada dos EUA e, portanto, fazia parte do
bloco capitalista.
 República Democrática Alemã (RDA): também conhecida como Alemanha Oriental,
tinha em Berlim Oriental a sua capital. Era aliada da URSS e, portanto, fazia parte do
bloco comunista.
Essa divisão da Alemanha foi resultado direto do desfecho da Segunda Guerra Mundial, em
1945. Depois que os nazistas foram derrotados na Batalha de Berlim, o território alemão foi
dividido em zonas de influência e ocupado por britânicos, franceses, alemães e soviéticos. Essa
divisão também foi reproduzida em Berlim, e os territórios ocupados nela acabaram formando a
RFA e a RDA.

A divisão da Alemanha tem relação direta com a Guerra Fria, o conflito político-ideológico
em que o bloco comunista e o bloco capitalista disputaram a hegemonia mundial. Esse combate
começou a desenhar-se logo após a Segunda Guerra Mundial e tornou-se realidade a partir de
1947. A divisão da Alemanha em duas nações foi confirmada em 1949, quando surgiram as duas
repúblicas citadas.
A Guerra Fria tinha em norte-americanos e soviéticos duas grandes potências mundiais que
disputavam a hegemonia, e essa disputa deu-se em todos os continentes. No caso da Alemanha,
ela foi mais intensa, principalmente, por ter sido o país em que foi encerrada a guerra na Europa e
por ser um local estratégico no contexto da disputa entre EUA e URSS.
Por que foi erguido o muro de Berlim

A construção do Muro de Berlim está relacionada com a fuga de população da Alemanha


Oriental para a Alemanha Ocidental durante toda a década de 1950 e começo da de 1960. A
disputa na Guerra Fria refletia-se diretamente em uma competição entre as duas Alemanhas,
embora a vantagem da Alemanha Ocidental fosse notória, devido aos pesados investimentos dos
Estados Unidos por causa do plano Marshall e, por isso, a sua economia prosperou rapidamente.
Além da economia, havia uma questão fundamental que separava as duas Alemanhas: a
liberdade. A repressão imposta na Alemanha Oriental era coordenada pela polícia secreta, a Stasi,
que tinha milhares de informantes espalhados pelo território da Alemanha Ocidental. A repressão
não era uma exclusividade de Alemanha Oriental, mas de todo bloco sob influência soviética.

Esses fatores levaram a um enorme êxodo populacional na Alemanha Oriental, e, de 1948 a


1961, 2,7 milhões de pessoas mudaram-se da Alemanha Oriental para Alemanha Ocidental.
Essa fuga de população ficou conhecida entre as autoridades da RDA como Republikflucht, e
o uso da Stasi não foi suficiente para conter a situação. Foi essa polícia que sugeriu o fechamento
físico das fronteiras como a única maneira eficaz de reduzir a fuga de cidadãos. Levando esse
conselho em consideração, Walter Ulbricht, líder da RDA, pediu autorização a Moscovo para fechar
a fronteira.
Construção do Muro

A construção do Muro de Berlim foi resultado de deliberações e negociações que se


arrastaram por meses entre as autoridades alemãs (da RDA) e soviéticas. O pedido de Ulbricht foi
realizado em maio, a autorização soviética foi dada em junho, e a construção do muro só foi
iniciada em agosto de 1961. Esta fez parte da Operação Rosa.
A operação para construir o muro foi conduzida de maneira extremamente secreta, uma vez
que se temia uma reação das nações ocidentais, bem como se temia que, caso a informação se
espalha-se, um número gigantesco de pessoas fugisse à última da hora.

Os soviéticos então deram início aos preparativos silenciosos da Operação Rosa, e o


comando desta foi entregue a Erich Honecker (presidente da Alemanha Oriental entre 1976 e
1989). Os serviços de inteligência das nações ocidentais tinham evidências de que a RDA poderia
fazer alguma ação para fechar as fronteiras. Entretanto, não houve nenhuma mobilização para
impedir que isso acontecesse, até porque não se sabia quando seria.
Os soviéticos e alemães determinaram que a operação aconteceria na passagem do dia 12
de agosto para o dia 13. Naquela madrugada, milhares de tanques russos tomavam conta das ruas
de Berlim e, pela manhã, os soldados da RDA já haviam se posicionado nos limites entre Berlim
Oriental e Berlim Ocidental, com milhares de metros de arame farpado que fechavam a fronteira
entre as duas cidades.

Ao longo dos meses seguintes é que foram realizadas as ações necessárias que implantaram
vários quilômetros de muro de concreto, torres de segurança, cercas eletrificadas, e colocaram no
local equipes monitorando o muro 24 horas por dia. O monitoramento era realizado por soldados
do exército da Alemanha Oriental que, além de armamento pesado, tinham, à sua disposição, cães
de guarda.

O fechamento da fronteira e a construção do Muro de Berlim conseguiram praticamente


acabar com o êxodo de cidadãos para a Alemanha Ocidental. Estima-se que, depois do muro,
somente cerca de cinco mil alemães orientais conseguiram fugir do país, e, entre 1961 e 1989, 140
pessoas morreram tentando cruzá-lo.
O Muro de Berlim acabou se tornando uma parede de concreto com uma altura entre 3,4 e
4 metros, com um interior formado de cabos de aço para aumentar sua resistência. Na parte
superior, colocaram uma superfície semiesférica para que ninguém pudesse se segurar nela.

Acompanhando o muro, foi criada a chamada “faixa da morte”, formada por um fosso, um
alambrado, uma avenida pela qual circulavam constantemente veículos militares, sistemas de
alarme, armas automáticas, torres de vigilância e patrulhas acompanhadas de cachorros as 24
horas do dia. Tentar escapar era similar a jogar roleta russa com a arma carregada. Ainda assim,
foram muitos os que tentaram.

A queda do muro de Berlim

A queda do muro foi motivada pela abertura das fronteiras entre a Áustria e a Hungria em
maio de 1989, já que cada vez mais alemães viajavam à Hungria para pedir asilo nas diferentes
embaixadas da República Federal Alemã. Esse fato motivou enormes manifestações
na Alexanderplatz, o que fez com que, no dia 9 de novembro de 1989, o governo da RDA afirmasse
que a passagem para o lado oeste estava permitida.

Nesse mesmo dia, milhares de pessoas se aglomeraram nos pontos de controle para poder
cruzar para o outro lado e ninguém podia detê-los, o que acabou levando a um êxodo massivo.
No dia seguinte foram abertas as primeiras brechas no muro e começou a contagem regressiva
para o final dos seus dias.
Depois de terem sido liberados, famílias e amigos puderam voltar a se ver depois de 28 anos de
separação forçada. 

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