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Teoria da Probabilidade
Os fenómenos aleatórios são os fenómenos influenciados pelo acaso, no sentido de que não é possível
prever de forma determinística o seu futuro, a partir do passado.
Numa experiência aleatória o resultado,ω, é incerto, há intervenção do acaso e não pode ser exatamente conhecido
antes de realizada a experiência. No entanto, o conjunto de todos os resultados possíveis é conhecido antes da
realização da experiência.
O espaço de resultados ou Universo, 𝛀, é o conjunto (não vazio) de todos os resultados possíveis numa experiência
aleatória. Diz-se:
Discreto – quando o espaço de resultados é finito ou infinito numerável;
Contínuo – quando o espaço de resultados é infinito não numerável.
Exemplos:
1 – Lançamento de um dado com as faces numeradas de 1 a 6 e observação do número da face voltada para cima.
𝛀1: {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
3 – Observação do intervalo de tempo entre dois ataques informáticos consecutivos à empresa ABC (expresso em
minutos).
𝛀3: [0; +∞[.
Um acontecimento é todo o subconjunto do espaço de resultados. Os acontecimentos podem ser:
O acontecimento que contém todos os elementos do espaço de resultados e que, portanto, coincide com este espaço diz-
se acontecimento certo.
Um acontecimento diz-se impossível se não contém nenhum elemento do espaço de resultados e representa-se
geralmente por Ø.
Álgebra dos Acontecimentos
Sejam 𝐴 e 𝐵 dois acontecimentos, com 𝐴 ⊆ Ω e 𝐵 ⊆ Ω.
Define-se por acontecimento reunião, 𝑨 ∪ 𝑩, o acontecimento que ocorre quando ocorre 𝐴, 𝐵, ou ambos, isto é consiste
na realização de pelo menos um dos acontecimentos.
Define-se por acontecimento diferença, 𝑨 − 𝑩 ou 𝑨\𝑩, o acontecimento que ocorre quando ocorre 𝐴 mas não ocorre 𝐵.
Define-se por acontecimento complementar, 𝑨 ഥ ou 𝛀 − 𝑨, o acontecimento que ocorre se, e só se, 𝐴 não ocorre e é
constituído por todos os resultados do espaço Ω não favoráveis à ocorrência de 𝐴.
Define-se por acontecimentos idênticos, 𝑨 = 𝑩, quando a realização de um acontecimento implica a realização do outro, isto
é, 𝐴 ⊆ 𝐵 e 𝐵 ⊆ 𝐴.
Conceitos de Probabilidade
Probabilidade Clássica (Laplaciana)
No conceito clássico, a probabilidade de um acontecimento 𝐴; 𝑃(𝐴), é definida como o quociente entre o número de
casos que são favoráveis à ocorrência de A e o número de casos possíveis:
Este conceito clássico só se pode aplicar nos casos em que os acontecimentos elementares são “equiprováveis”.
Recorre-se ao conceito clássico sempre que o modelo permita supor esta equiprobabilidade dos acontecimentos
elementares (moedas equilibradas, dados perfeitos, esferas de extração da lotaria ou totoloto, cartas bem baralhadas,
etc.).
Limitações do conceito clássico:
O conceito clássico não pode ser utilizado quando os casos não são igualmente possíveis.
Não se pode recorrer ao conceito clássico quando o número de casos possíveis não é finito, o que constitui mais uma
limitação deste conceito.
Conceito Frequencista
De acordo com este conceito a probabilidade de um acontecimento pode ser avaliada observando a frequência relativa do
mesmo acontecimento numa sucessão numerosa de experiências idênticas e independentes, ou seja, a probabilidade de
𝑛(𝐴)
um acontecimento 𝐴 é o limite da sucessão , em que 𝑛(𝐴) é o número de vezes em que se observa 𝐴 em 𝑛
𝑛
experiências idênticas. Tem-se
𝑛(𝐴)
𝑃 𝐴 = lim = lim 𝑓 𝐴 .
𝑛→∞ 𝑛 𝑛→∞
Axiomas e Propriedades da Teoria da
Probabilidade
A medida de probabilidade é uma função 𝑃 que a cada acontecimento 𝐴 faz corresponder um
número real, 𝑃(𝐴), probabilidade do acontecimento 𝐴, que verifica os três axiomas seguintes:
Sejam 𝐴, 𝐵, 𝐶 ⊂ 𝛺
P2) 𝑃(∅) = 0
Esta propriedade generaliza-se a 3 ou mais acontecimentos. Por exemplo, para 3 acontecimentos, A, B e C, tem-se
𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶 = 𝑃 𝐴 + 𝑃 𝐵 + 𝑃 𝐶 − 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 − 𝑃 𝐴 ∩ 𝐶 − 𝑃 (𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑃 (𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶)
P6) 𝑃 (𝐴) ≤ 1
Probabilidade Condicionada
Sejam 𝐴 e 𝐵 dois acontecimentos, com 𝐴 ⊆ Ω e 𝐵 ⊆ Ω.
Da expressão anterior obtém-se a regra da probabilidade do acontecimento intersecção (ou probabilidade conjunta)
𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 𝐵 𝑃 𝐵 = 𝑃 𝐵|𝐴 𝑃 𝐴 , se 𝑃 𝐴 > 0 e 𝑃 𝐵 > 0.
Nota: O conceito de probabilidade condicionada satisfaz todos os axiomas e propriedades da teoria da probabilidade
apresentados anteriormente.
Independência de Acontecimentos
Dois acontecimentos, 𝐴 e 𝐵, do mesmo espaço de resultados, dizem-se independentes, se e só se
𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 𝑃 𝐵 , com 𝑃 𝐴 ≥ 0 e 𝑃(𝐵) ≥ 0.
2. ∈𝑖ڂℕ 𝐴𝑖 = Ω.
𝑃 𝐵 = 𝑃 𝐴1 ∩ 𝐵 + 𝑃 𝐴2 ∩ 𝐵 + ⋯ + 𝑃 𝐴𝑛 ∩ 𝐵 + ⋯
= 𝑃 𝐵 𝐴1 𝑃 𝐴1 + 𝑃 𝐵 𝐴2 𝑃 𝐴2 + ⋯ + 𝑃 𝐵 𝐴𝑛 𝑃 𝐴𝑛 + ⋯
= σ𝑖∈ℕ 𝑃 𝐵 𝐴𝑖 𝑃(𝐴𝑖 )
Teorema de Bayes
Se 𝐴1 , 𝐴2 , … , 𝐴𝑖 , … , 𝐴𝑛 , … é uma partição do universo, Ω, e 𝐵 um qualquer acontecimento de Ω
satisfazendo 𝑃 𝐵 > 0, então
𝑃 𝐵|𝐴𝑗 𝑃 𝐴𝑗
𝑃 𝐴𝑗 𝐵 = σ , 𝑗 ∈ ℕ.
𝑖∈ℕ 𝑃 𝐵|𝐴𝑖 𝑃 𝐴𝑖