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EQUILÍBRIO:

resulta da distribuição equitativa dos


elementos visuais no campo imagético

TIPOS DE EQUILÍBRIO:
• AXIAL OU MECÂNICO – dado pela distribuição
simétrica das formas.
• VISUAL OU ORGÂNICO – dado pelo uso de
pesos visuais.
• HOMOGÊNEO – ampla utilização das
superfícies.
AXIAL OU MECÂNICO:
obtido por meio da
rígida simetria e do
ordenamento visual dos
elementos, o que
resulta em imagens com
grande estabilidade.

**é típico da arte


renascentista e clássica
de modo geral.
Observe como a centralização de Cristo estabiliza a cena, o que é reforçado
pela simetria da obra, e ao mesmo tempo destaca sua importância na cena.
Note como as linhas de perspectiva convergem para sua cabeça, o que
também conduz nosso olhar.
EQUILÍBRIO VISUAL OU ORGÂNICO
PESO VISUAL designa RESULTA DO TRABALHO DE COMPENSAÇÃO ENTRE PESOS VISUAIS
formas, cores, linhas,
padrões de grande
destaque numa imagem,
tendo como determinantes:
1 – cor
2 – profundidade espacial
3 – isolamento
4 – interesse intrínseco
5 - tamanho
6 – forma
7 - disposição
* Lembre-se: cores
quentes são sempre mais
pesadas que as frias,
pois trazem luz e
proximidade, enquanto as
frias geram distância,
profundidade espacial
EXEMPLO DE EQUILÍBRIO ORGÂNICO Tamanho,
número e
disposição

O fator
isolamento é
um dos mais
pesados
visualmente.

Depois da cor, a profundidade


espacial é o que desperta mais
interesse

A maior concentração de formas do lado direito da imagem tem seu peso compensado
por fatores como isolamento, cores e profundidade espacial do lado esquerdo.

É característico da arte BARROCA


EXEMPLO DE EQUILÍBRIO HOMOGÊNEO

Aqui não há
preocupação com
simetria ou pesos,
há a ampla
distribuição de
formas geométricas Cubismo Analítico
monocromáticas
sobre a superfície.
Bosch, O Jardim
das Delícias
CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS

LIVRES OU INFORMAIS: são os rabiscos, garatujas e grafismos, traços


padronizados ou não que não chegam a construir uma forma específica.

RACIONAIS OU GEOMÉTRICAS: o termo não deixa dúvidas, são figuras


como triângulos, retângulos, trapézios, círculos...

ORGÂNICAS: são aquelas que reproduzem imagens de seres vivos, da


flora, da fauna, da natureza. Também abraçam criações imaginárias como
anjos, dragões, enfim, que não existam no mundo real. As formas
orgânicas apresentam uma subdivisão que veremos a seguir...

Expressionismo abstrato – Jackson Pollock


Subdivisão das formas orgânicas

1.PRIMITIVISMO
Tem como características básicas:
SIMPLICIDADE
PUREZA
SÍNTESE DAS FORMAS
CORES PURAS, SATURADAS
É comum na arte infantil, popular, indígena e rupestre. É um tipo de
desenho que encantou os artistas da Vanguarda Artística, sobretudo
cubistas e fovistas.
.
Exemplos
Brasil
O forte colorido e a síntese de formas tão valorizados pelos vanguardistas, sobretudo
os Fovistas, teve sua influência sobre os modernistas brasileiros. Acompanhe.

• Tarsila do Amaral – Paisagem com touros


O EXPRESSIONISMO:

• DISTORÇÃO E EXAGERO DAS FORMAS


• LINHAS VIGOROSAS
• DINAMISMO VISUAL
• VALORIZAÇÃO DA MENSAGEM

• CARACTERIZA CHARGES, CARICATURAS E OBRAS DE


IMPORTANTES ARTISTAS MODERNOS, SOBRETUDO OS
TRABALHOS DO MOVIMENTO EXPRESSIONISTA.
• Eduard Munch
• O Grito, 1893

Munch, o grito, 1893


Anita Malfatti, A Boba

• A boba, 1915
• Retirantes
O NATURALISMO

O doríforo, escultura grega Julio Cesar, escultura romana Davi, escultura em


de Policleto, séc. V a.c em mármore, +- ano 10 a.c mármore, de Michelangelo,
1501
A concepção de
naturalismo é bastante
variada, o modo mais
simples de compreensão é
a que o define como
qualquer tentativa de
reproduzir o objeto natural,
variando seu grau de
acordo com a habilidade, a
técnica e os materiais
empregados, assim, está
presente tanto nos
desenhos primitivistas e
expressionistas, quanto nos
retratos realistas. Para
facilitar, podemos dizer que,
quanto mais perto do real,
maior o grau de
naturalismo, quanto mais
próximo do abstrato, menor.
• REALISMO

- FIDELIDADE AO MODELO
- É FOTOGRÁFICO
- É UM NATURALISMO DE
GRAU ELEVADÍSSIMO
O hiperrealismo de Ron Mueck
UM PEQUENO RESUMO DA HISTÓRIA DA ARTE
A arte rupestre é dividida em dois períodos básicos, o
PALEOLÍTICO e o NEOLÍTICO. O período paleolítico é dividido
em Inferior, Médio e Superior, sendo este último o de maior
fertilidade.

Esse é o momento das


grandes pinturas de
animais altamente
naturalistas, com
desenhos definidos,
ricos em cores e
informação visual.
Algo comum na arte paleolítica era
a representação de animais
flechados, feridos por lanças em
várias partes do corpo. Durante
algum tempo esse tipo de
desenho foi associado a algo de
mágico, místico, como indicativo
da crença do primitivo no poder da
imagem sobre a imagem, como se
ao ferir o animal na pintura
pudesse garantir o sucesso na
caçada.
Essa teoria, no entanto, vem sendo questionada por arqueólogos modernos
que, em vez da magia, enxergam nesses trabalhos indícios didáticos, pois
ao lado dos animais encontraram marcas, perfurações geradas,
provavelmente de lanças arremessadas contra eles, o que fez emergir
afirmações de que esses desenhos eram utilizados para o treinamento de
caçadores jovens pelos mais experientes.
O NEOLÍTICO
A arte neolítica é o registro de um
momento de grande mudança no
modo de vida de nossos primórdios.
As formas sintetizadas, bem mais
simples que as do Paleolítico nos
revelam o homem que abandonou a
vida de nômade e começou a viver
em grupo. As cenas demonstram o
cotidiano, as caçadas, o sexo, o
desenvolvimento de instrumentos e
ferramentas, a evolução das
imagens para a pictografia, para as
letras.
EGITO: a arte a serviço da religião
No Egito, o artista, assim como outros trabalhadores, era
preparado para suas atividades desde a infância. Na verdade,
ele era um indivíduo treinado para repetir formas e padrões já
Determinados pelos
sacerdotes, assim,
não possuía a
liberdade
expressiva
necessária à
manifestação
artística, o que não
diminui o valor
dessas produções,
pelo contrário,
desperta ainda mais
a curiosidade
acerca desse belo
legado.
A arte egípcia possui características específicas, como a
rigidez das formas e a obediência a regras de construção,
como a lei da frontalidade, recurso utilizado para favorecer a
identificação da personagem retratada. Voltada para a
orientação do espírito, apresenta desenhos cuja intenção era
fazer menções à vida daquele a quem eram direcionados.

Era uma arte não


realista e sim
meramente
representativa da
realidade.
Os AFRESCOS (pinturas realizadas na parede
ainda úmida, com a massa ainda fresca) ganham
destaques nos murais. Neles é possível perceber
alguns valores, como as diferenças de tamanho das
personagens. Quanto maior, mais importante.
Altos e baixos-relevos também faziam parte dos murais,
sobretudo na confecção de mensagens por meio dos
hieróglifos.
O realismo era percebido somente nas esculturas e
bustos, isso porque deveriam servir como um “duplo corpo”
ao espírito, ou seja, um suporte para a alma até o renascer
do corpo natural.
O QUE É O CLÁSSICO

Berço da cultura ocidental, a Grécia


teve no século V a.C. o auge de seu
desenvolvimento cultural. O século de
Péricles (acima esq.) – c.495/492 a.C.
429 a.C. – foi caracterizado pela
filosofia (Platão, acima esq.), política
(democracia) e as artes, símbolo do
pensamento da época. A obra O
Doríforo, de Policleto, apresenta na
prática a proposta do cânone das sete
cabeças, orientador do padrão estético,
ou do corpo ideal. Esse padrão foi
seguido mais tarde pela cultura
romana e renascentista.
A ARTE GREGA ARCÁICA
• Período de forte
influência externa,
sobretudo da arte
egípcia. Destacam-
se as figuras em
relevo e as
esculturas feitas
com materiais
simples, como
madeira e terracota.
O CLÁSSICO
- Apelo naturalista e
idealização das
imagens;
- Uso de materiais
nobres: bronze,
mármore;
- Figuras contidas,
serenas.
- valorização do corpo.
O CLÁSSICO NA ESCULTURA

O doríforo, escultura grega Julio Cesar, escultura romana Davi, escultura em


de Policleto, séc. V a.c em mármore, +- ano 10 a.c mármore, de Michelangelo,
1501
ARQUITETURA CLÁSSICA: orientada por
padrões de beleza, harmonia e equilíbrio a
partir da primazia da matemática. As
características visuais são o frontão
triangular, a base retangular, o uso de
colunas, domos e cúpulas.
PERÍODO HELENÍSTICO

• O naturalismo
expressivo ganha
forma. Aqui, cenas
do cotidiano,
representações em
grupo e
emotividade são
predominantes.
• Surge o nu feminino
na arte

O Soldado gálata e sua esposa, séc III a. C.


O Gaulês Moribundo
Compare as esculturas...
ARTE E CRISTIANISMO
Da inocência à propaganda
A arte cristã primitiva
surge de maneira ingênua,
no entanto marcada por
um forte simbolismo. Com
o tempo, o poder da igreja
católica aumentou
consideravelmente e essa
característica inocente se
perdeu, dando lugar a
uma objetividade
incomparável na história
da arte.
ARTE E CRISTIANISMO
fase primitiva
- ARTE INGÊNUA
- TRAÇOS SIMPLES
- SIMBOLISMO
- VOLTADA PARA A
IDENTIFICAÇÃO DOS
CRISTÃOS
- HOMENAGEM AOS
MÁRTIRES
ARTE CRISTÃ MEDIEVAL
MEDIEVO (476-1453)

Na Idade Média, o Cristianismo, agora


sob organização da Igreja Católica, antes
uma religião dominada, tornou-se
dominadora. Sua arte servia como
instrumento de dominação e controle.
ARTE ROMÂNICA

A religião rejeita a influência grega, o pode ser notado pela negação ao


naturalismo das imagens. Nesse período princípios iconoclásticos orientam as
artes. As pinturas nas igrejas tornam-se essencialmente didáticas, voltadas
para os ensino dos dogmas e doutrinas cristãos. Note a mistura entre
primitivismo e expressionismo das formas.
ARQUITETURA ROMÂNICA: desenvolvida na alta idade
média, destacam-se as igrejas-fortes,caracterizadas
principalmente por sua rusticidade e imponência, com
paredes grossas e resistentes, preparadas para resistirem
a ataques. Esse tipo de construção é típica da Roma
Ocidental, sendo sua ocorrência associada ao período
conturbado de invasões bárbaras.
ARQUITETURA BIZANTINA: por sua localização,
a cidade de Bizâncio apresenta uma arquitetura
resultante da fusão de várias culturas ocidentais e
orientais, sendo os edifícios carregados de formas
sinuosas e ornamentais, com destaque para os
mosaicos no interior das catedrais.
• Diferente do estilo
Românico ocidental,
a arte Bizantina
apresentou um
esplendor e riqueza
condizentes com o
poder da porção
oriental do Império
Romano. Aqui, temos
murais exuberantes
construídos pelo
colorido das pedras
em mosaicos de rara
beleza.

Santa Sofia, Constantinopla (Istambul)


É muito comum
nesses mosaicos a
presença de figuras
que reproduzem a
realeza, traduzindo
assim a sacralização
do monarca e a união
entre o clero e o poder
real.

mosaicos da Igreja de São Vital


sec. VI
ainel retratando o imperador Justiniano, bispos, dignatários e soldados, sec. VI.
Mosaico retratando a imperatriz Teodora, suas aias e eunucos, sec. VI.
ARQUITETURA GÓTICA: o estilo gótico apareceu na
França nos fins do século XII e expandiu-se pela Europa
Ocidental, mantendo-se até a Renascença, até o século
XIV, na Itália, e até o século XVI ao norte dos Alpes. As
principais características do gótico são a altura das
catedrais, o uso dos arcos ogivais e dos vitrais, além das
rosáceas.
Notre Dame
Como haviam poucas paredes no interior das construções,
o que limitava a atividade mural, ganharam destaque as
esculturas integradas a arquitetura. Os altos-relevos
apresentavam narrativas bíblicas, seguindo o caráter
didático da arte cristã medieval.
A presença de gárgulas demonstra o sincretismo religioso
do período.
O RENASCIMENTO CULTURAL

A Itália, mais que em outros países, viveu o renascer da


cultura grega, principalmente do período clássico. Vários
fatores contribuíram para o contato com o conhecimento
helênico, entre eles:
-a fuga de sábios e monges conhecedores da cultura grega
para o ocidente em razão da grande cisma do oriente e da
queda do Império Bizantino;
-o fim dos feudos e o crescimento das cidades, propiciando
maior contato entre as pessoas e a consequente troca de
ideais e informações;
-a descoberta de novos povos e o desenvolvimento das
grandes navegações;
-o surgimento e firmação da classe burguesa, ávida por
cultura para se equipararem ao nobres.
Davi, escultura em mármore, de
Michelangelo, 1501
O LEGADO GREGO PARA A ARTE ROMANA E RENASCENTISTA

O doríforo, escultura grega Julio Cesar, escultura romana Davi, escultura em


de Policleto, séc. V a.c em mármore, +- ano 10 a.c mármore, de Michelangelo,
1501
Vênus de Milo (130 a.C.) Vênus de Botticelli (1453)

Você percebe a semelhança entre as duas imagens?


O Homem Vitruviano, de da
Vinci é repleto de signficados.
Primeiro temos uma clara
valorização da ciência, que
pode ser verificada na
aplicação do número divino, do
arquiteto romano Vitrúvio (sec
II a.C.) determinando a
perfeição matemática de
estrutura humana. Depois
temos o quadrado, símbolo da
razão e o círculo, símbolo do
universo, da vida, de Deus. De
onde parte o raio que constrói
esse círculo? Temos aqui uma
visão antropocêntrica do
mundo.
Principais características renascentistas:
-equilíbrio: obtido pela distribuição simétrica das
formas;
-racionalidade e cientificismo: caracterizados pelo
aproveitamento matemático das superfícies e estudos
de anatomia;
-naturalismo: reforçado pela valorização da natureza e
sua beleza e pelo uso da PERSPECTIVA para gerar
tridimensionalidade (volume) sobre a superfície plana;
-humanismo: valorização do homem e crença em suas
inesgotáveis potencialidades; ausência de elementos
simbólicos nas personagens santas, divinas e cenas
essencialmente terrenas, como nessa obra de Rafael
(observe que não há anjos ou auréolas e a cena se
passa em um ambiente arquitetônico).
-individualismo: de quem faz e assina a obra e de
quem a possui, algo propiciado pela criação da pintura
a óleo sobre tela.
-harmonia, calma, serenidade, simplicidade e
Rafael Sanzio, O Casamento da Virgem
óleo sobre tela economia de formas
RENASCIMENTO
ARTE + BELEZA + NATUREZA
O pensamento, a racionalidade, e o humanismo
renascentistas têm nas artes plásticas seu registro
mais marcante, sua tradução. Durante o
renascimento surge o primeiro banco, desenvolvem-
se as grandes navegações e, consequentemente, as
grandes descobertas. É uma época de
questionamentos acerca de dogmas e “verdades”
pregados pela igreja; o homem se vê como o centro
do universo; o corpo torna-se objeto de estudo
científico.
Sandro Botticelli, O Nascimento de Vênus
Miguel Ângelo: arte e anatomia
Médicos associam formas presentes nos desenhos de Miguel Ângelo a partes de
nosso organismo. Confira e tire suas conclusões...
• O BARROCO
-MAIS QUE UM ESTItLO ARTÍSTICO, UM ESTILO DE VIDA
ORIENTADO PELA EGREJA CATÓLICA, SERVINDO COMO
INSTRUMENTO DE REAÇÃO À REFORMA PROTESTANTE E
REAFIRMAÇÃO DE DOGMAS E DOUTRINAS CRISTÃS, TENDO AS
ARTES VISUAIS E A ARQUITETURA COMO EXPRESSÕES
MÁXIMAS.

- UM RETORNO AOS DOGMAS E VALORES RELIGIOSOS


MEDIEVAIS

- PRESENÇA MARCANTE DE CONTRASTES, DUALIDADES E


CONFLITOS NA PINTURA E NA POESIA
- MARCANTE TEATRALIDADE
O Barroco: drama, teatralidade e religiosidade

O Êxtase de Santa Teresa,1652

“A dor foi tão grande que gritei; mas ao mesmo


tempo senti uma doçura tão infinita que desejei
que a dor durasse para sempre.”
ARTE BARROCA
Mais que um movimento artístico o barroco significou um
estilo de vida proposto pela Igreja Católica em reação à
Reforma Protestante, sendo marcado pelo intenso uso de
imagens com o intuito de emocionar, chocar o público,
contrariando a idéia da iconoclastia bíblica.
• O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º
concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para
assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica. A sua
convocação surge no contexto da reação da Igreja Católica à
divisão que se vive na Europa do século XVI quanto à
apreciação da Reforma Protestante. O Concílio de Trento foi o
mais longo da história da Igreja: é chamado Concílio da Contra-
Reforma. É instituído o índice de livros proibidos Index
Librorum Prohibitorum e reorganizada a Inquisição.
• Fonte: site wikipedia.org
Papa Gregório VI (1554-
1623), o pioneiro no uso do
termo PROPAGANDA
com a Congregação para
Propagação da Fé
O barroco teve com base a arte maneirista para a estrutura de suas composições, para
analisá-las basta atribuir-lhes valores contrários aos renascentistas, como segue abaixo:

Renascimento: Barroco:
- Equilíbrio axial (ou mecânico) - Equilíbrio visual (ou orgânico)
- Rígida simetria, ordenamento - Assimetria, desordenamento
visual e estabilidade visual e instabilidade
- Uso da perspectiva científica - Uso da perspectiva científica
para obter profundidade e para obter profundidade, volume
volume e continuidade espacial
- Clareza, harmonia, serenidade, - obscuridade, contraste, drama,
calma emoção
- Ritmos, movimentos e tensões - Ritmos alternados, movimentos
controlados e tensões intensas
- Disposição das figuras em - Disposição das figuras em
planos hierárquicos superpostos profundidade
- Valorização da anatomia e - Valorização da anatomia
acentuado naturalismo direcionada à expressividade
- Humanização de ambientes - Divinização de ambientes
Observe as duas obras, elas espelham as diferenças entre o Clássico e o Barroco

Rafael Sanzio, Crucificação


Observe as duas imagens, a de Miguel Ângelo é renascentista, a de Bernini, barroca.
A primeira obedece o padrão piramidal na estrutura, o que garante simetria e
estabilidade, a segunda é livre, assimétrica e instável.

Miguel Ângelo, Pietá Bernini, O Êxtase de Sta Tereza


AS IGREJAS CONSTITUIAM O CENÁRIO PERFEITO
PARA AS MENSAGENS BARROCAS
Andrea Pozzo, A Glorificação de Santo Inácio, 1694
Entre os artistas barrocos, o que
melhor representou as
características estéticas desse
movimento foi Michelângelo Merisi,
o Caravaggio. Suas composições
são marcadas pelo intenso
contraste entre luz e sombra; alto
grau de naturalismo, evidenciado
pelo realismo das personagens, e
uma dramaticidade tão expressiva
que chega a incomodar o
observador.
O jovem Baco

Baco Doente, autorretrato


Caravaggio costumava utilizar
tipos comuns, como
trabalhadores, bêbados e
prostitutas, como modelos para
suas obras, o que aumentava o
realismo das imagens e
estabelecia certa identificação
do público com as divindades
por ele representadas em suas
pinturas. Esse tipo de trabalho
também resultava em recusas
das peças por parte da igreja,
seu grande patrocinador, como
foi o caso da obra A Morte da
Virgem, pintura que causou
revolta devido ao modo como a
mãe de Cristo foi pintada por
ele. Observe o ambiente
cercado por homens, pelo
predomínio do vermelho.
CARAVAGGIO – CEIA EM EMAUS
BARROCO
BRASILEIRO
O litoral brasileiro apresenta rico acervo
do barroco. Em cidades como Olinda-PE
e João Pessoa-PB é possível conhecer
maravilhosos exemplos do estilo
português, geralmente com apenas uma
torre campanário e belos azulejos.
Mosteiro de São Bento, Olinda - PE
O barroco com características nacionais apresenta três
fases distintas, notadas principalmente pelas diferenças
presentes nas fachadas e interiores das igrejas.

• 1ª FASE: Sabará-MG,
caracterizada pelo contraste
entre a simplicidade da fachada
com a ostentação e riqueza do
interior ornamentado com ouro
e prata.

• Aqui é possível perceber uma


fusão de elementos de culturas
variadas, expressos pelas
colunas torsas típicas da arte
árabe e nas pinturas chamadas
“chinesices”, com dragões e
construções típicas do oriente.

• Capela de Nossa Sra do Ó, 1720


Altar do tipo nacional português, ornamentado com motivos chineses.
Nossa Sra da Conceição
Santos de ROCA
e figuras
ENCARNADAS
são herança do
barroco
português no
Brasil
Segunda Fase:
Melhor associação entre
fachada e interior. Aqui o
ouro diminui devido à Lei
do Quinto, mas os
projetos arquitetônicos
se destacam e as
pinturas e esculturas
também.

Destaque para as Igrejas


de Ouro Preto, Mariana,
Congonhas, Nordeste e
RJ. É a época de ouro de
Aleijadinho e Mestre
Ataide.
Elementos ornamentais do Rococó são integrados às fachadas, percebidos
nos motivos orgânicos como folhagens, flores e cipós.
ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA: Aleijadinho

• O Brasil apresenta um barroco diferenciado dos países


europeus,principalmente nas obras de Antonio Francisco
Lisboa (o aleijadinho), marcadas pelo forte expressionismo e a
encarnação das figuras em madeira, barro e pedra sabão.
• Isaias, jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias
• Teto da nave
central da igreja.

• Obra de Mestre
Athaíde
3ª FASE: Fim do ouro, simplicidade na fachada e no interior
Matriz de Nossa Sra do Rosário, Pirenópolis-GO
O Rococó

Estilo desenvolvido no sul da Alemanha e Áustria e
principalmente na França, a partir de 1715. Também
conhecido como "estilo regência", reflete o
comportamento da elite francesa de Paris e
Versailles, empenhada em traduzir o fausto e a
agradabilidade da vida. O nome vem do francês
rocaille (concha), um dos elementos decorativos
mais característicos desse estilo, não somente da
arquitetura, mas também de toda manifestação
ornamental e de adereços. O estilo conheceu grande
desenvolvimento entre 1715 e 1730.
CARACTERÍSTICAS
• decoração carregada, porém sem o exagero barroco;

• Refinamento dos detalhes de móveis e utensílios;

• Comemora a alegria de viver, um espírito que se reflete


inclusive nas obras sacras, em que o amor de Deus pelo
homem assume agora a forma de uma infinidade de anjinhos
rechonchudos. Tudo é mais leve, como a despreocupada vida
nas grandes cortes de Paris ou Viena;

• Elegância e refinamento;

• Linhas curvas e orgânicas;

• Retrata o cotidiano aristocrata.


Hycenthe Rigaud, Retrato de Luis XIV, óleo
sobre tela, 1701
O Rococó foi, na
verdade, o porta-voz da
aristocracia diante da
ascensão burguesa. As
obras serviam para
demonstrar o
refinamento, o bom
gosto e o valor da
tradição que somente a
nobreza possuía.

Elisabeth Vigée-Le Brun: A Rainha


Maria Antonieta, 1783
William Hogarth: Série Casamento à la moda - Depois do casamento, 1743
Jean-Honoré Fragonard, O
Balanço, 1767, óleo sobre
tela, 81cm x 64cm
Wallace Collection, Londres,
Reino Unido
Estilo mundano, trouxe o nu artístico novamente para o
universo da arte.
Diferente do Barroco, explorava os ambientes com formas e cores
mais leves, suaves e graciosas, sem cobrir todo o teto.

Interior da Basílica da Abadia de Ottobeuren, Alemanha


biblioteca do mosteiro Wiblinger, afrescos de Martin Kuen e Dominic
NEOCLASSICISMO

• O neoclassicismo era
associado ao
iluminismo,
representando a
serenidade, a
racionalidade e o
humanismo que
nortearia a Revolução
Francesa.
• Obras como O
Juramento dos
Horácios, mais que
um tema épico é uma
alusão à bravura e às
ações dos revoltosos.

DAVID, o juramento dos horácios, 1784


NEOCLASSICISMO
• A arte neoclássica representou a racionalidade, o equilíbrio e a
serenidade do Iluminismo, com temas que faziam referência às ações
dos revoltosos durante a Revolução Francesa.
• Foi impulsionada pela descoberta das ruínas de Pompéia e Herculano;
• Uma vez consolidada a tomada do poder pelos revoltosos, tornou-se
um movimento voltado diretamente para o gosto da elite, caindo no
gosto de regentes absolutistas.

• CARACTERÍSTICAS:
• Temas: cenas épicas, mitológicas, retratos, paisagens e natureza-
morta.
• Dispersão quanto à realidade (já no séc. XIX);
• Alteração da realidade em função da estética;
• Visão do BELO como ABSOLUTO, UNIVERSAL e ETERNO
David: A Intervenção das Sabinas, 1779, óleo sobre tela 3,85 x 5,22
David, A Morte de
Marrat, 1794
O Panteão projetado pelo arquiteto Jacques-Germain Soufflot (1713-1780) é tido
como o monumento inicial do movimento neoclássico. De imediato é possível
perceber todas as características da arquitetura grega e renascentista. Soufflot foi
um dos principais estudiosos da cultura helênica e realizou várias viagens de
estudo às ruínas de Herculano e Pompéia, aplicando o conhecimento obtido em
edificações como essa.
O Panteão originalmente
seria uma igreja. Foi
construído sobre a antiga
abadia de Santa
Genoveva, no entanto,
com o processo de
secularização tornou-se
um monumento nacional e
abriga em seu interior
túmulos de diversos
revolucionários
Capitólio de Washington, exemplar da arquitetura neoclássica nos EUA.
O interesse pela cultura grega era
manifestada também na escultura,
como pode ser verificado nessa
magnífica obra de Canova, de 1792,
baseada no mito de Eros (ou
Cupido) e Psique, o encontro do
amor carnal e espiritual, o amor
puro, belo em sua plenitude. Os
movimentos são contidos, suaves, o
ritmo calmo dos corpos, o encontro
delicado das personagens traduz os
ideais clássicos de beleza,
harmonia, serenidade. A delicadeza
do tratamento dado às formas
sintetiza o valor dado à primazia da
técnica, dos padrões rigidamente
estabelecidos pela academia que
permanecerão no século seguinte e
provocará reações diversas até o
modernismo.
A mudança de rumo...
• Após a criação do Instituto de Preservação da Cultura
Francesa e, em seu interior, da vertente acadêmica,
essa corrente voltou-se diretamente para o gosto da
elite, resgatando os valores clássicos gregos e
renascentistas.
• CARACTERÍSTICAS:
• Temas dispersos da realidade, com predomínio de
cenas épicas, mitológicas, retratos, paisagens e
natureza-morta;
• Telas de grandes proporções, para os grandes salões;
• Alteração da realidade em função da estética;
• Valorização do belo.
O descontentamento e
a desilusão com
Robespierre e o
surgimento da
Academia, dentro da
Arte da Comuna, fez
com que o
Neoclassicismo
perdesse seu caráter
revolucionário e, de
arte liberal, passasse a
ser símbolo do
absolutismo, a arte da
nobreza,
principalmente de
Napoleão Bonaparte, o
que irá se repetir em
diversos países, como
no Brasil.
CONSAGRAÇÃO DE NAPOLEÃO - 1808
A condição passiva do Papa traduz a secularização promovida por Napoleão,
enquanto a ênfase na grandiosidade da arquitetura demonstra seu poder.
Jean-Auguste-Dominique
Ingres (1780-1867), Retrato
de Napoleão no Trono, 1806
ROMANTISMO
• Movimento iniciado na Alemanha, com o teatro e a música, tendo
ganhado vigor na França e na Inglaterra, destacando-se na
literatura (Vitor Hugo e Lord Byron), na música e na pintura.
• CARACTERÍSTICAS:
• INDIVIDUALISMO não só quanto a espiritualidade, mas que
também pode ser associado aos interesses LIBERAIS burgueses.
• Reação aos rígidos padrões neoclássicos.
• Temas voltados para os problemas sociais e a alma humana.
• Denúncia social marcante.
• Pinturas dramáticas, emotivas, baseadas nas composições e nas
pinceladas barrocas.
• Alteração da realidade em função da mensagem.
• Visão do belo como RELATIVO, INDIVIDUAL e VARIÁVEL
CARACTERÍSTICAS:

espiritualidade

WILLIAM BLAKE, o grande


dragão e a mulher vestida
de vermelho
Aflições, medos
e angústias

Henry Fussly, o
silêncio, 1781
O homem e sua relação com a natureza

Caspar David Friedrich o monge à beira-mar, 1808


• Temas como o da obra O Naufrágio, de 1808, demonstrando a sujeição humana às forças da natureza
eram recorrentes. Turner valorizava a composição dramática e dinâmica, em que a ação, o movimento
dos ventos e a dança das luzes davam a tônica, contrapondo a clássica pintura paisagística estática
de montanhas, vales e marinas.
A BUSCA PELO HOMEM EM SEU ESTADO PURO: Rousseau

Girodet de Roussy, Exéquias de Atalá, 1808, inspirado na obra de Chateaubriand


NACIONALISMO

A obra A Liberdade Guiando o Povo, 1832, de Delacroix, simboliza as lutas liberais ocorridas
em Paris contra o absolutismo de Carlos X, logo propagadas pela Europa e América
ROMANTISMO

GOYA, fuzilamento de 03 de maio, 1814


DENÚNCIA SOCIAL

GERICAULT, a balsa da medusa


ATRAÇÃO PELO TERROR
INTERESSE PELA GRÉCIA DO PERÍODO, INVADIDA PELOS TURCOS

• Delacroix, O
Massacre de Chios
O DESENVOLVIMENTO DOS GRANDES CENTROS INGLESES TRAZ DE VOLTA A
PINTURA DE PAISAGENS VISANDO AMENIZAR A FRIEZA DAS CIDADES.

JOHN CONSTABLE, paisagem com cavalo branco


Turner, paisagem com fábricas, 1808
Por outro lado, as máquinas invadindo os campos também são retratadas...

Turner, Vapor e Velocidade


REALISMO
• Movimento contrário ao drama romântico e,
principalmente, á frivolidade neoclássica.
• Arte engajada socialmente, influenciada pelo
próprio pensamento socialista e as
manifestações trabalhistas da época.
• Corrente voltada diretamente para a verdade, a
realidade cotidiana e as características
humanas.
• Retrato fiel da realidade, sem alterações.
• Situações que demonstram as fraquezas
humanas: individualismo, ganância.
• A alegoria real é claramente notada pela distribuição das personagens: à esquerda,
tipos comuns - imigrantes, trabalhadores - à direita, clientes, críticos e amigos, entre
eles Baudelaire (lendo no canto da imagem); ao centro, em destaque, os únicos
ativos na imagem são o próprio pintor, uma criança (talvez representando a
inocência) e uma mulher nua, uma provável alusão à natureza ou à própria verdade
(daí a nudez), objetos de inspiração do artista.
• Courbet, Os Quebradores de Pedra, 1848 (1,60 x 2,59).Com essa obra Courbet
praticamente sacramenta o movimento realista. As duas personagens são retratadas
em tamanho natural traduzem a indignação típica dessa corrente com a exploração
dos trabalhadores, um demasiado jovem para um serviço braçal tão pesado, o outro
tão velho para o mesmo fardo. Os dois não estabelecem diálogo com o espectador,
são como máquinas imersas em seu ofício. A disposição em sentido narrativo é
também uma alusão temporal ao futuro do jovem, a ser explorado durante toda a vida.
Mais sutil que Courbet, Millet
reproduzia o sofrido ofício
nos campos em pinturas
como As Respigadeiras, em
que podemos verificar o
marcante (e por que não
dizer irônico) contraste entre
a paisagem idílica, bela, com
o sol do entardecer a dourar
as palhas, a terra e as
personagens em primeiro
plano, absortas em suas
atividades. É interessante
observar o tamanho de suas
mãos, a pele queimada, o
rosto sofrido, a coluna
curvada ao esforço exigido
pela função de catadoras de
grãos. Seus lenços coloridos
contrastando com as demais
cores são recursos para
despertar nosso olhar para
essas pobres figuras.
Millet, Ângelus
• Se Millet reproduzia o trabalho dos camponeses, nas cidades artistas como
Giuseppe Pellizza retratava os operários, como na célebre composição O Quarto
Estado, de 1901, outra representante do engajamento político e social dos realistas.
Inicialmente planejada como uma homenagem à Revolução Francesa, foi
reconduzida pelo autor para a representação da classe proletária revolucionária,
constituinte do quarto poder, resultante da força do pensamento socialista
impulsionador da união de trabalhadores no século XIX e sua caminhada rumo às
revoluções que se concretizaram no século XX, reagindo aos outros três estados, o
clero, a nobreza e a burguesia.
Auguste Rodin

Definir ou classificar as obras de


Rodin não é tarefa fácil tampouco
recomendada. Adepto do que ele
denomina “obra não finita”, tem
como característica marcante a
captação do momento da criação
artística. Suas figuras são
congeladas em meio a uma ação,
parecem brotar do mármore ou do
bronze.
Rodin está mais próximo da
corrente REALISTA, embora
possua certa ligação aos
simbolistas.
1808: a Família Real e a modernização da arte brasileira
A Missão Francesa de 1816

• A Missão Artística Francesa


veio ao país a convite do
regente com a missão de
modernizar a arte e a
arquitetura nacional.

• Contando com profissionais


da área da pintura,
arquitetura, ciência,
literatura, o grupo firmou as
bases do ensino acadêmico
no país e trouxe o
Neoclassicismo para
suplantar o Barroco vigente.

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, na altura da antiga


Travessa do Sacramento, no Rio de Janeiro
O Neoclassicismo como arte oficial

Taunay, Moisés Salvo das Águas (1827), Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro
Pedro Américo, Independência ou Morte, 1888
Sagração de Dom Pedro I na Capela Imperial
em 1822. Pintura de Debret
A IDENTIDADE NACIONAL NO SÉCULO XIX
Alguns acontecimentos foram fundamentais para a busca
pela história e formação da identidade nacional. São eles:
-Independência do Brasil (1822);
-Criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(1838);
-Abolição dos escravos (1888);
-Proclamação da República (1889)
-Desenvolvimento do ROMANTISMO brasileiro, corrente que,
em sua primeira fase, marcada pelo romance indianista, foi
responsável pela busca por nossa história (ainda que
fantasiosa) e pelos elementos constituintes de nossa
cultura.
ROMANTISMO BRASILEIRO:
NACIONALISMO E IDENTIDADE
• No Brasil não teve a expressividade e a força do movimento
francês, sendo voltado para o gosto acadêmico.
• Entre os temas, vale destacar as histórias indígenas durante a
primeira fase e a fantasia quanto às narrativas do
descobrimento.
• Ausência de denúncia social ou preocupação com questões
relevantes.
• Surgiu em decorrência dos trabalhos do IHGB e da tese de Carl
Von Marthius em relação formação de nosso povo, na qual o
índio era mitificado, o negro negado e o branco enaltecido.
• Note que nas pinturas o índio é idealizado na forma e nos
valores; o negro não aparece e o branco predomina.
A FANTASIA ROMÂNTICA

Victor Meireles, A Primeira Missa no Brasil, 1861


Note a idealização do
índio, observe seus
traços... A que etnia
pertence? O heróico
indígena associado aos
brasões do império.
Assim foi forjada nossa
identidade.
Rodolfo Amoedo - Marabá
Rugendas e Debret
Os registros reais do Brasil no séc. XIX

Debret – 1768-1848
A realidade brasileira mostrou-se presente nas
litografias e desenhos de artistas estrangeiros como
Rugendas e Debret, cujos trabalhos, ao contrário
dos de Eckout, são registros fiéis da paisagem e da
maneira como viviam as diversas camadas sociais
e etnias que compunham o povo brasileiro. Note
que são gravuras, ilustrações de pesquisa, e não
arte oficial da época.
• Botocudos
• Criolos
O Entrudo, litografia
Casamento de escravos de uma família rica
Debret, Cirurgião negro colocando ventosas
REALISMO
Ao contrário do romantismo, o realismo brasileiro
teve grandes semelhanças ao modelo francês,
principalmente nas obras de Almeida Jr., voltadas
para a representação verídica, fiel da etnia
brasileira, principalmente do “caipira”, do
trabalhador braçal, do mestiço.
Almeida Jr. Busca o realismo também na
representação de cenas cotidianas, no entanto seu
trabalho não tinha o devido reconhecimento, tendo
em vista o gosto da elite por temática clássica.
Almeida Jr, Cozinha Caipira
Almeida Jr, Caipira
Picando Fumo
Almeida Jr, O Violeiro
A partir da Proclamação da
República houve um verdadeiro
processo de busca por uma nova
identidade, de preferência que
unisse a massa. Surgiram ou
ganharam ênfase os nomes de
Aleijadinho e Tiradentes,
personagens de forte apelo popular.
Nenhum dos retratos de
Tiradentes foi feito por quem o
tivesse conhecido pessoalmente. As
imagens pelas quais o
reconhecemos são, na maior parte,
idealizações que buscam acentuar a
semelhança com as representações
de Cristo.
A imagem ao lado busca comover
o público por meio do horror de sua
condenação, no entanto o artista
não segue fielmente o que está
escrito visando amenizar o horror de
vísceras expostas. Note como o
sangue delimita as áreas do corpo e
a roupa de alferes é mantida ao
lado.

Tiradentes esquartejado, Pedro


Américo, 1893
O Óleo de Aurélio de
Figueiredo retrata o mártir de
maneira teatral. Note o olhar
perdido no horizonte, acima
de tudo, do mundo. Observe
a lamentação do padre e do
próprio carrasco. O dia é
cinzento e triste, as aves
simbolizam a liberdade, suas
vestes não são de um
alferes, são quase um
manto, como dos jesuítas.
Essa imagem foi a preferida
dos governos nacionalistas,
como o de Getúlio Vargas.
VANGUARDA MODERNISTA
Denominamos de correntes de vanguarda, os movimentos
artísticos do início do século XX, destacando entre eles o
Expresionismo, o Fauvismo e o Cubismo, seguidos do Futurismo,
Dadaismo, Surrealismo e as vertentes abstratas. São grupos de
artistas que romperam com os padrões figurativos e objetivos
vigentes até o século XIX.
Entre as características modernas podemos destacar a
subjetividade, a liberdade criativa, os discursos em prol da razão,
do instinto e da emoção e a associação ou proximidade a
movimentos político filosóficos.
FAUVISMO (1904) • Características da pintura e
das formas:

• Pincelada violenta, espontânea e definitiva;

• Ausência de ar livre;

• Colorido brutal, voltado para a sensação


física da cor que é subjetiva, não
correspondendo à realidade;

· Uso exclusivo das cores puras, como saem


das bisnagas;

· Pintura por manchas largas, formando


grandes planos;

. Primitivismo no desenho, o que pode ser


notado pela sintetização e simplificação das
formas.

MATISSE – OS VEGETAIS
Nesta obras e Matisse, A Dança, predominam as cores puras, sendo que o dinamismo entre figura e fundo
é propiciado pelo contraste entre as cores quentes das personagens e os tons escuros de azul e verde do
segundo plano. MATISSE - A DANÇA
• Cubismo
Caracterizou-se pela representação
dos objetos em sua totalidade, como
se fossem contemplados
simultaneamente por todos os lados.
O cubismo foi influenciado pelas
teorias de Einstein, sobretudo acerca
da relatividade e do modo como
cada indivíduo percebe a relação
entre tempo e espaço.
• Os estudos cubistas procuraram
representar sobre uma superfície
plana os três planos dos objetos
vistos: altura, largura e profundidade
acrescidos agora de uma quarta
dimensão, o TEMPO.
• O Cubismo trabalha com o realismo
intelectual e não com o visual.
PICASSO – MESA DE TOILETE
Com essa obra, Picasso
rompeu com os padrões
do passado e pôs a arte
do período em
consonância com a
modernidade. Transpôs
para a arte as mesmas
transformações e
questionamentos ora
vividos pela ciência com
as alterações provocadas
por Eistein. Nela, os
planos se fundem, as
formas tridimensionais
fragmentam-se em
planos, ângulos retos e
distorções que provocam
o olhar do público
acostumado aos modelos
tradicionais de
representação.

PICASSO, LES DEMOISELLES DE AVIGNON, 1907


BRAQUE – GARRAFAS E PESCADOS
PICASSO – GUITARRA, 1913, colagem sobre cartão
Nesta obra, Guernica, Picasso mistura os tons analíticos às formas sintéticas. Aqui o pintor deixa de
lado a frieza e a razão cubista para demonstrar sua indignação diante do bombardeio à cidade de
Guernica por aviões nazistas a pedido do general Franco. A imagem é repleta de simbolismos como o
PICASSO – GUERNICA, 1937
cavalo ferido representando o povo; o touro atordoado como a nação; há referências a obras como a
Pietá, de Michelângelo, à esquerda, o Fuzilamento de 03 de Maio, de Goya, à direita (alusiva à invasão
francesa no século XIX). Chama a atenção a luz como o olho passivo de Deus diante de tamanho horror
sem nada fazer, e a flor abaixo, na mão com braço decepado, simbolizando a esperança.
Brasil
Notamos facilmente a geometrização cubista em obras
modernistas brasileiras. Observe:

• Di Cavalcanti - Maternidade
O EXPRESSIONISMO:
• EMOÇÃO, ESPIRITUALIDADE E ANTIPOSITIVISMO

• O Expressionismo surgiu no seio da vanguarda, sem


que significasse uma oposição às outras correntes. Para
os artistas do grupo a arte deveria carregar uma carga
espiritual que transcendesse o material e substituísse
mesmo a religião, que fosse associada ao cotidiano,
porém livre do compromisso de representar o mundo
visual tal qual contemplado.
Die Brücke (A Ponte)

• O movimento desenvolveu-se de maneira contundente na Alemanha a


partir de 1905, com os grupos:

• Primeiro o Die Brücke (A Ponte), criado em Dresden em 1905, integrado por


nomes como Emile Nolde (1867 – 1916) e Ernst Kirchner (1880 – 1938), artistas
influenciados pelo primitivismo da arte africana, pelas gravuras religiosas medievais,
pela filosofia de Nietzsche e pelo sonho de Van Gogh em construir uma sociedade,
uma fraternidade de artistas e desenvolver ideias que melhorassem o homem e o
mundo.
• O grupo foi caracterizado pelo vigor com que explorava as cores e as linhas em
intensas distorções do ambiente, não é por acaso o gosto pelo uso da técnica da
xilogravura (impressão por meio de uma matriz de madeira) e seus traços
expressivos.
• Emergido em 1905, o grupo pretendia aproximar todas as correntes revolucionárias
e inovadoras da arte, daí a designação A Ponte, e destruir os resquícios das
tradições, fazendo prevalecer a liberdade e o impulso da inspiração e da criatividade,
algo bem próximo das propostas Fovistas.
Ernst Kirchner, Ruas de Berlim, 1913, óleo sobre tela
Der Blaue Reiter
O Cavaleiro Azul

• O segundo grupo, (O Cavaleiro Azul), surgido em


Munique em 1911, contava com artistas como Franz
Marc (1880 – 1916), Paul Klee (1879 – 1940), e Vassili
Kandinsky (1866 – 1944). Esse segmento era mais
voltado para a espiritualidade e a essência das coisas
vistas. O próprio nome do grupo surgiu de maneira
intimista, uniu a paixão de Marc pelos cavalos à
preferência pela cor azul de Kandinsky, que, por sinal,
foi o grande líder do movimento.
Franz Marc, “O Cavalo Azul”, 1911
Franz Marc, O Destino dos Animais, 1913. O interessante nessa obra é o
fato dela demonstrar naquela época uma preocupação típica dos dias de
hoje, os danos causados à natureza pelo crescimento das cidades e o
avanço das indústrias em direção aos campos e florestas.
O MURALISMO MEXICANO: impulsionados pelos eventos revolucionários das
primeiras décadas do séc. XX, artistas como Diego Rivera e Joaquim Clemente
Orozco fizeram uso de grandes murais para conclamar a massa, homenagear a
cultura mexicana, seu povo, suas origens, sua história e sua identidade.

Mural de Siqueiros em homenagem à Revolução


Katharsis (Detalhe) José Clemente Orozco, 1935
Na Venezuela, o expressionista OSWALDO GUAYASAMIN seguia a linha
de seu amigo brasileiro Cândido Portinari, utilizando sua arte para
falar dos tipos venezuelanos, dos nativos, do legado dos povos
antigos e da desigualdade social que assola o país

as mãos da angústia
As mãos da América
FUTURISMO
Em 1924 Marinetti manifesta em seu
(ITÁLIA, 1909) discurso apoio claro a Mussolini e Hitler,
pondo o Futurismo como antecessor do
Fascismo. Os futuristas negavam o
socialismo e as idéias de Marx, no entanto
apresentava propostas próximas estas,
como a luta por direitos trabalhistas,
incluindo direitos das mulheres em
relação à igualdade na remuneração.
Pontos defendidos por esse grupo, como
o predomínio do mais forte, encontrava
paralelos nos filmes da propaganda
nazista. Importantes nomes do
modernismo brasileiro tiveram contato
com Marinetti, como a pintora Anita
Malfatti e o escritor Oswald de Andrade,
influenciando intelectuais, fazendo
emergir o futurismo paulistano.
• GIACOMO BALLA – VELOCIDADE NA MOTOCICLETA
• Embora lembre a fragmentação cubista, a pintura futurista foi uma reação a essa corrente,
vista por eles como essencialmente estática e não condizente com a realidade dos novos
tempos, caracterizada pela ciência, a tecnologia, a máquina e a velocidade. Observe como o
artista busca registrar o movimento, como uma câmara fotográfica, note que o dinamismo é
traduzido por linhas estruturais curvas e diagonais.
As obras futuristas são identificáveis facilmente, basta observar a temática, que
normalmente envolve velocidade, dinamismo, movimento, e atentar para a
composição que alia variação cromática a linhas curvas e diagonais marcantes,
bem diferente do cubismo.

BOCCIONI: DINAMISMO DE UM JOGADOR DE FUTEBOL


• BOCCIONI – FORMAS ÚNICAS DE CONTINUIDADE NO ESPAÇO
• Desenvolveu-se a partir da revolta de jovens intelectuais oriundos
de países envolvidos na 1ª Guerra Mundial;
• Caracterizado pelo niilismo e a posição anárquica
• Tendência socialista;
• Descrença na capacidade da arte em melhorar o homem;
• Visão da irracionalidade como promotora das ações humanas;
• Reação ao Futurismo;
• Uso do barulhismo como expressão;
• Automatismo psíquico na criação.
DADAÍSMO

Observe esta obra. Aqui há


duas leituras: a primeira traz a
visão do artística de uma
sociedade harmônica, racional,
porém fria como uma máquina
(o futuro?); a segunda é uma
ironia ao Futurismo e seus
valores, sua negação aos
sentimentos.

• PICABIA – DESFILE AMOROSO


MARCEL DUCHAMP e a antiarte

• Duchamp transitou por várias


correntes, entre elas o
Cubismo e o Surrealismo,
porém sua grande expressão
veio com o Dadaismo. Nesta
obra “A Fonte”, ele quebra com
todos os padrões existentes na
arte, a partir daqui começa a
valer sua máxima “arte é tudo
aquilo que consideramos arte”,
que será repetida mais tarde
pelos artistas conceituais.
• Precursor da arte conceitual e introduziu a idéia de
ready made, objetos industriais reapresentados como
obras de arte.
SURREALISMO Freud afirmou que nada ocorre
ao acaso e muito menos os
A LIBERDADE POR MEIO DA processos mentais. Há uma
PSICANÁLISE causa para cada pensamento,
para cada memória revivida,
sentimento ou ação.
Segundo Freud, o consciente
é somente uma pequena parte
da mente.
No inconsciente estão
elementos instintivos não
acessíveis à consciência. Além
disso, há também material que
foi excluído da consciência,
censurado e reprimido.

Magritte: O Filho do Homem, 1964


Os surrealistas viam
em Freud a liberdade
individual, e em Marx
a liberdade coletiva,
social, o que
denuncia sua
tendência política.
Em 1927, os
integrantes do grupo
decidem filiar-se ao
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl
partido. Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818
e morreu em Londres a 14 de Março de 1883
SALVADOR DALI e a inconsistência da realidade

Esta obra, A Persistência da Memória, traz relógios derretendo numa alusão à maneira como
interpretamos o tempo. Aliás, tempo e espaço têm o mesmo sentido para todos? A noção de
realidade vem do senso comum? E o inconsciente, não seria um mundo tão verdadeiro quanto o
que entendemos como real? Dali funde a relatividade de Einstein aos estudos de Freud.
O Enigma de Hitler, 1937
Presságios de Guerra Civil (1936) é uma obra que prenuncia os horrores provocados pelo General
Franco, como o bombardeio a Guernica, no ano seguinte.
SALVADOR DALI: Criança Geopolítica Assistindo o Nascimento de um Novo Homem, 1943. Essa obra traz a
visão de Dali quanto a uma nova ordem mundial, um novo homem, na verdade, é uma metáfora ao poderio dos
Estados Unidos a se firmar com o fim da Segunda Guerra Mundial. Observe a região do mapa de onde sai a
figura masculina, o sangue que o acompanha, a lágrima que escorre do continente africano.
O AUTOMATISMO NO CINEMA

“Um Cão Andaluz” (1929), filme dirigido por Luis Buñuel Salvador Dalí, foi construído a partir de imagens
retiradas de sonhos e do impulso automático de criação. Suas regras eram: não incluir ideias ou imagens que
pudessem ter explicação racional e não questionar a sugestão um do outro.
JUAN MIRÓ – surrealismo abstrato
• Apesar das pesquisas, os surrealistas
não conseguiram representar
visualmente o AUTOMATISMO
PSÍQUICO, uma vez que, como
manifestação impulsiva do
inconsciente, perderia seu sentido a
partir do momento em que a
consciência guiasse o pincel sobre a
tela. Miró e sua abstração foi que mais
se aproximou da proposta automática.
O modernismo brasileiro e o resgate da identidade nacional

A exposição do lituano LASAR SEGAL


em 1914 despertou o interesse de intelectuais para a vanguarda
artística européia, e sua paixão imediata pelo Brasil inspiraria mais
tarde os modernistas nacional.

Navio de imigrantes e menino com lagartixas.


Anita Malfatti foi a primeira modernista brasileira. Sua exposição (1917)
foi marcada por um misto de surpresas, elogios e críticas.

A Boba, 1915 O Homem Amarelo, 1916


Comentários de Monteiro Lobato acerca de Anita Malfatti e da
arte moderna que desencadearam a reação de nomes como
Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Villa
Lobos, entre outros:

• Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem


normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que vêem
anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras,
sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como
furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como
novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte
anormal ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a
mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição
da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para
uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de
Picasso e companhia.

Monteiro Lobato
A SEMANA DE ARTE MODERNA, de 1922, ocorreu justamente no
centenário da independência do país, simbolizando a busca de artistas por
uma nova independência: a intelectual. São Paulo foi seu berço, e não poderia
ser diferente, uma vez que o estado abrigava imigrantes europeus vindos por
motivos diversos e, entre eles, também artistas. Esses imigrantes
prosperaram, tornaram-se fazendeiros e industriais; seus filhos tiveram contato
com a arte de vanguarda na Europa e Estados Unidos.
Verificamos que, ao contrário do que se pensa, a Semana não foi um
movimento popular, e sim elitizado e intelectualizado. Na época não ganhou
grande divulgação, mas seus gritos ecoam até hoje, quando analisamos sua
verdadeira importância. Embora tenha envolvido a música, a pintura e a
literatura, linguagens como o teatro e a arquitetura não estiveram
representadas, ou pelo menos não apresentaram trabalhos.
Di Cavalcanti
A vanguarda européia influenciou
diretamente o modernismo brasileiro.
Observe a geometria cubista, as cores
fovistas e a distorção expressionista
aplicados nas obras de Di Cavalcanti,
porém com temática essencialmente
nacional.

Carnaval
Etnias outrora negadas agora são valorizadas. É a cara de
nosso país, nosso povo nas telas.
Certamente um dos principais nomes do Modernismo Brasileiro, TARSILA DO
AMARAL traduz por meio do primitivismo das cores e simplicidade das formas
fovistas a beleza da paisagem interiorana do país.
A fase PAU BRASIL, por volta de 1925, traz a vida no interior do Brasil, a
paisagem, o cotidiano, as personagens, com cores típicas como o azul, o rosa,
o verde, em tons desprezados pela arte acadêmica. Foi um grito de libertação
da artista que, apesar de não ter participado da Semana de 1924, melhor
sintetizou suas propostas.
Fase antropofágica – 1928 – A obra Abaporu foi o marco para a proposta
antropofágica de Oswald de Andrade, que consistia em devorar, assimilar o que as
culturas de outros países, as correntes de vanguarda ofereciam e conduzir para
uma temática essencialmente nacional. Na obra abaixo vemos o índio, o
expressionismo da forma ressalta o tema: o contato do nativo com a terra.
Observe a paisagem, você enxerga o Brasil? Como?
Na obra A Negra temos a real valorização das diversas etnias africanas tão
negadas no século anterior. Trabalho semelhante somente com o espanhol
Modesto Broccos e seu realismo pós-abolição, retratando o negro com
dignidade e crítica quanto ao descaso do governo para com o recém libertos.
A obra ANTROPOFAGIA une o o Abaporu e A Negra. Olhe com
cuidado e encontre o que há de Brasil aqui.
Fase socialista
Ao retornar ao Brasil após uma viagem à URSS, por participar de reuniões políticas de
esquerda, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, ao pintar o
quadro Operários (abaixo), passa por uma fase de temática mais social. Veja os tipos nacionais
representados.
Vargas e o apoio a arte moderna
PORTINARI marca a segunda geração
de modernistas. Sua temática
expressionista voltada para
retirantes, trabalhadores e
miseráveis aproxima sua obra da
corrente expressionista européia.
Note as linhas fortes, a
deformação das personagens, a
ênfase no tema. Vargas viu na
obra de Portinari a denúncia
social, o lado triste do Brasil que
seu governo iria combater, logo
Portinari tornou-se o artista
símbolo de sua era.
A TROPICÁLIA: décadas após os eventos da Semana de 1922,
o Brasil viveu outro vulto de valorização nacional, dessa vez, porém,
para enfrentar a invasão cultural estadunidense então em crescimento.

O Tropicalismo surgiu nos anos 60 tendo como influência a arte de vanguarda, o


Movimento Antropofágico de 1928 e elementos da Pop internacional e nacional. A
música foi seu destaque.
TROPICÁLIA (1966) – com essa obra Hélio Oiticica influenciou toda uma
geração de artistas das diversas áreas. Esse penetrável é construído de
elementos nacionais: plantas, araras, tecidos de chita, cores variadas
apresentadas numa instalação, a linguagem em voga no período nos E.U.A.
ABSTRACIONISMO: desenvolvido em meio aos eventos convulsivos
da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa, propôs uma arte
voltada para melhorar o homem e tirá-lo da crueldade do mundo real.

Kandinsky: a arte como religião e instrumento a favor da subjetividade, da


espiritualidade e fuga da objetividade da figuração
Die Stijl ou Neoplasticismo - 1914
Assim como os suprematistas e construtivistas russos, os
holandeses do De Stijl sonhavam com uma arte universal,
subjetiva, de caráter coletivo. Para eles, o abandono da
figuração era mais que uma exigência estética, era essencial
do ponto de vista tanto espiritual quanto filosófico, pois uma
importante proposta abstrata era exatamente a libertação do
indivíduo da objetividade presente nas imagens figurativas.
Os neoplasticistas valorizaram a simplicidade das linhas e a
planaridade geométrica das formas, associadas às cores
primárias, ao preto, o branco e o cinza, ou seja, uma aposta
nos elementos básicos da composição: ponto, linha, plano e
cores, uma arte pura de elementos puros.

Rivael Vieira: Arte e Sociedade


Piet Mondrian, Composição em Vermelho, Azul e Amarelo, 1930, óleo sobre tela
OS MÓBILES DE CALDER: escultura interativas
inspiradas no Neoplasticismo
Suprematismo (1914)
Coma polêmica obra Quadrado
preto sobre fundo branco, de
1914, Malevich sintetizou as
propostas suprematistas, quais
sejam:
- Rejeição ao real e o visível;
- Predomínio de formas puras;
- Valorização da objetividade, da
espiritualidade e da
espiritualidade.

Simbolicamente, essa obra


representa a negação às
figurações e sua objetividade.
Seria como se o artista estivesse
jogando um pano preto sobre as
imagens
O Suprematismo e o Comunismo
• O Suprematismo tornou-se a arte
oficial do governo Lênin, isso devido
a sua proposta espiritual, subjetiva,
e, principalmente, possível,
acessível e COMUM a todos.
• O suprematismo negava a
objetividade da pintura figurativa,
vendo-a como indutora e
influenciadora de pensamento.
CONSTRUTIVISMO

• O Construtivismo é um movimento de arte abstrata que


se manifesta pouco antes da Revolução Russa de 1917
e veio a subsistir até 1922.
• Os Construtivistas pretendiam fazer da arte, uma
investigação autônoma e cientifica, indagando das
propriedades abstratas da superfície pictórica, da
construção, da linha e da cor.
• Pretendiam aplicar esta arte às necessidades industriais
e sociais do tempo, integrando-a com o urbanismo, a
arquitetura e os objetos de uso comum.
Os artistas trabalharam e, prol do desenvolvimento da comunicação de
massas, conseguindo transmitir ideias para uma população que nem
sequer sabia ler, a alfabetização é impulsionada a partir dessa ideia.
• O Construtivismo tem no Cubismo de Picasso e no
Suprematismo de Malevich.

• A arte deveria ter uma função social, cumprir um papel prático na


vida das pessoas.

• A arte de cavalete era considerada como uma limitação à produção


criativa.

• As experimentações foram uma revolução para o design moderno.

• A correte pregava a morte da arte realista e o surgimento de uma


arte útil, base para o design funcionalista.
Modelo para o Monumento á terceira internacional,
1919/20, Vladimir Tatlin.
Alinhadas aos ideiais emancipacionistas da Revolução
Socialista, os construtuvistas pregaram uma autonomia maior
do artista, o fim da arte da elite, e uma democratização radical
da arte, significando sua morte no estado em que se
encontrava para nascer de outra forma, uma arte democrática,
popular e, acima de tudo, funcional.

Em 1934, o Construtivismo foi proibido na URSS, alguns


artistas são expulsos ou se exilaram. Stálin determina o
retorno do realismo do período imperial, mas agora chamado
realismo socialista. O apoio que tiveram de Trotsky
provavelmente tenha sido o motivo de repulsa aos abstratos
por parte do líder soviético.
O governo Lênin e a vanguarda russa

Uma vez consolidada a Revolução


Russa, a então formada URSS
vivenciou o financiamento estatal
a arte abstrata, entendida como
contrária a objetividade da
figuração presente em toda a
história da pintura e da escultura
ocidental. Foi o período fértil do
Suprematismo e do
Construtivismo. Imagens
geométricas eram impressas em
utensílios, tecidos, papéis de
parede, aproximando a arte do
povo, ao passo que imagens
realistas do “grande líder” eram
espalhada por toda a nação.
Nikolai Suetin, Prato, chaleira, xícaras com pires – 1923 Porcelana com decoração pintada sobre esmalte
O REALISMO RUSSO
A ARTE OFICIAL DE STALIN
Para Stalin, a arte abstrata era
elitizada e distante das
massas, pois suas propostas
eram de difícil assimilação
pelo povo, assim, promoveu o
chamado REALISMO RUSSO,
caracterizado pelo forte apelo
nacionalista.
Os cartazes eram o destaque,
com temas voltados para a
glorificação da Revolução
Socialista e o enaltecimento à
figura de Stalin, o grande líder.
O NAZISMO E A ARTE COMO INSTRUMENTO POLÍTICO
Hitler valorizava e servia como mecena de artistas que abordassem temas alegóricos
que envolvessem a pátria e despertassem o sentimento nacionalista. As obras eram
inspiradas no povo alemão.
A família alemã era um dos temas preferidos
A vida simples no campo também era tema constante

Julius Paul Junghanns, O Agricultor


Propaganda nazista

Leni Riefenstahl, cineasta

• Joseph Goebbels, chefe


da Propaganda Nazista
POP ART BRITÂNICA

Eduardo Paolozzi, O Verdadeiro Ouro, 1949, colagem sobre papel


A Pop Art surgiu na Inglaterra por volta de 1950 e durou até
meados dos anos 60, com grande destaque para artistas
estadunidenses. Sua origem está associada às propostas do
Independent Group, união de jovens artistas e intelectuais
britânicos preocupados em desenvolver uma arte mais
focada no cotidiano, de linguagem mais comum ao público,
mais objetiva em comparação às abstrações e
conceitualismos dos movimentos de vanguarda.
Rivael Vieira: Arte e Sociedade
HEDONISMO E CONSUMISMO

Richard
Hamilton, o que
exatamente
torna os lares
de hoje tão
agradáveis...
A obra de Richard Hamilton O Que Exatamente Torna os Lares de
Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?, criada para a exposição do
Independent Group em 1955 traduz a estética e a temática da Pop
Art e é considerada por muitos artistas e conhecedores a obra mãe
desse movimento. Semelhante a um grande cartaz publicitário,
resultou do uso de colagens de imagens de revistas, jornais e
anúncios, já demonstrando o alvo preferido dos artistas: a
comunicação de massa.

A resposta à questão presente no tema da obra é dada de maneira


objetiva por meio dos produtos e da consequente felicidade que o
capitalismo pode oferecer.
Sofás, televisor, rádio, equipamentos para o lar, o presunto, a comida
industrializada, uma gama de produtos que facilitaria a vida nos
lares, dando tempo para que as pessoas pudessem usufruir melhor
o dia-a-dia dedicando-se, por exemplo, ao cuidado com o corpo e ao
hedonismo, ou seja, o prazer em todos os sentidos.

Rivael Vieira: Arte e Sociedade


Warhol: um visionário acerca das celebridades

Warhol, elvis e Marilyn, serigrafia


Andy Warhol soube como ninguém explorar a
indústria cultural para a autopromoção, pois estava
sempre em contato com os nomes em evidência.
Suas serigrafias ofereciam essas celebridades como
objetos de consumo em escala. É dele a célebre
frase de que “No futuro todos teriam seus quinze
minutos de fama.” O uso da serigrafia tinha como
objetivo fixar as imagens reproduzidas a exaustão
na mente do público consumidor, do mesmo modo
como acontecia com a sequencia fotográfica do
cinema, da TV e da constante aparição dos famosos
na mídia impressa.
Latas de sopa que
trazem uma visão
futurista sobre o
consumo e o
acesso aos bens
que somente uma
elite possuia. Os
artistas da Pop
transpuseram para
o universo da arte,
objetos de
consumo, peças do
cotidiano.
BRASIL: A Pop contra a ditadura

• Antonio Manuel, movimento


estudantil de 68, serigrafia.
Cláudio Tozzi
Rubens Guechman, Policiais Identificados, 1968
EXPRESSIONISMO ABSTRATO - 1955

Sob influência do
automatismo psíquico
surrealista, Pollock cria a
Action Painting, técnica de
pintura livre de qualquer
orientação estética pré-
determinada, baseada nos
impulsos corporais e na
interação entre artista e
materiais. A obra ficaria
pronta quando o cansaço
tomasse conta do corpo.
MINIMALISMO

Carl André, 4 Fe On
• o minimalismo surgiu em Nova York no fim da década de 1960.
Caracteriza-se pela extrema simplicidade de formas e pela
abordagem literal e objetiva dos temas.
• As primeiras manifestações dos escultores e pintores minimalistas
nasceram de sua insatisfação com a action painting, ramo do
expressionismo abstrato que dominou a arte americana de
vanguarda durante grande parte da década de 1950.
• Os minimalistas consideravam a action painting, de traço intuitivo
e espontâneo, muito personalista e sem substância. Defendiam que
a obra de arte não deveria referir-se a outra coisa a não ser a si
própria e, em seus trabalhos, evitaram associações extra-visuais.
» Fonte: www.pitoresco.com.br
Donal Judd
LAND ART

Robert Smithson, Spiral, 1970, intervenção com pedras, terra e areia


Influenciados pelo Minimalismo, nos anos 60 alguns artistas
abandonaram as galerias e centros urbanos e começaram a
desenvolver trabalhos nos desertos e montanhas dos Estados
Unidos da América numa busca pela interação entre homem e
natureza. Os artistas da Land Arte, como foi designado o
movimento, fizeram de pedras, erosões, sulcos provocados
por escavadeiras recursos que transformaram o espaço
natural na própria obra de arte.
VALTER DE MARIA, 1977, CAMPO DE RELÂMPAGOS
NANCY HOLTS, 1976, TÚNES DO SOL
SMITHSON, RAMPA DO AMARILO, 1976
Lembrem-se de darem uma
olhada no arquivo sobre arte
contemporânea que está
disponibilizado aqui no grupo.

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