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O Dr. Bryan Wilson (1926–2004), famoso sociólogo da religião de Oxford com quem
realizei um diálogo que foi publicado com o título Valores Humanos num Mundo em
Mutação, fez também altos elogios às nossas reuniões de palestra, denominando-as de
novo modelo de comunidade humanística para
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Sempre que o presidente Makiguti participava de uma reunião de palestra, ele começava
cumprimentando e agradecendo sinceramente à família em cuja casa a reunião estava
sendo realizada. Ele então recebia calorosamente os participantes, demonstrando-lhes o
mesmo respeito que teria para com um Buda, assim como ensina essa passagem acima.
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Os horários das reuniões devem ser observados rigorosamente e devem ser evitados as
conversas prolongadas após a atividade. Os participantes devem lembrar uns aos outros
para que prestem atenção no que diz respeito a estacionar o carro na vizinhança e a falar
baixo para não incomodarem os vizinhos. Por favor, empreendam todo o empenho para
garantir que a família que oferece a casa sinta-se realmente feliz por isso.
Muitas famílias têm filhos que estão estudando para os exames. Espero que tenham uma
consideração especial para com suas necessidades e incentivem-nos calorosamente. O
capítulo “Os Benefícios da Alegre Aceitação” do Sutra de Lótus declara:
“Suponha que há uma pessoa sentada no local onde a Lei está sendo exposta e, quando
outra pessoa aparece, a primeira pede-lhe que se sente e ouça, ou então se oferece para
compartilhar de seu assento, persuadindo-a assim a se sentar. Os benefícios que essa
pessoa receberá serão tantos que renascerá num local onde o lorde Shakra esteja
sentado, onde o rei celestial Brahma esteja sentado, ou onde um sábio rei girador da
roda esteja sentado.” (LS18, págs. 247–248.)
Essa é com certeza a descrição dos grandes benefícios relativos a todos os nossos
nobres membros que participam alegremente das reuniões de palestra. Todos os seus
familiares também desfrutarão, com certeza, um elevado estado de vida próprio dos
grandes líderes. Uma ilimitada boa sorte virá de uma distância incalculável para o lar das
pessoas que oferecem a casa como centro de atividades em prol do Kossen-rufu aos
seus companheiros, que são iguais aos Budas. À luz da lei budista de causa e efeito, isso
está garantido.
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Conheci meu mestre da vida, o presidente Toda, numa reunião de palestra realizada na
noite do dia 14 de agosto de 1947 em Kojiya, no bairro de Kamata; eu estava com 19
anos e o Sr. Toda, com 47. O dia seguinte foi o segundo aniversário do fim da Segunda
Guerra Mundial. Naquele cenário do Japão devastado, meu jovem coração buscava por
um caminho seguro para seguir na vida, e a intensa determinação do Sr. Toda quando ele
proferiu sua explanação sobre a “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a
Paz da Nação” tocou bem no âmago de meu ser. Fiquei aturdido com sua personalidade
e, ao mesmo tempo, profundamente impressionado com o otimismo e o profundo foco
filosófico daquela reunião de cidadãos comuns. Como para tantas outras pessoas, a
reunião de palestra foi minha entrada para a Soka Gakkai.
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Uma das acusações que as autoridades militares fizeram contra o presidente Makiguti
foi que ele havia realizado mais de 240 reuniões de palestra no período de dois anos.
Três integrantes da Polícia Superior Especial do regime militar participaram disfarçados e
observaram a reunião de palestra na qual o presidente Makiguti compareceu na casa de
meus sogros. As reuniões de palestra eram realmente centros de batalha pela liberdade
de discurso e de pensamento, locais onde os membros lutavam pelo budismo com a
disposição de não poupar a vida e de abnegada devoção à propagação da Lei.
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Aonde quer que eu me dirigisse para abrir o caminho para o Kossen-rufu, o acalentado
sonho de meu mestre, as reuniões de palestra ficavam sempre lotadas. Era assim em
Kamata, Bunkyo e Arakawa, ou em Ka–tsushika, em Tóquio, ou nas distantes Sapporo,
Osaka ou Yamaguti. Nossos membros se empenhavam muito para isso. Numa certa
ocasião, em meio a um sincero diálogo numa reunião realizada em Yokohama, um grupo
de pessoas que estava na sala repentinamente “desapareceu”. Havia tanta gente na sala
que o assoalho cedeu! Um incidente semelhante ocorreu também durante a Campanha
de Arakawa. Durante uma sessão de perguntas e respostas, um jovem levantou a mão.
Eu não conseguia ver seu rosto, assim o apresentador da reunião pediu que ele se
levantasse. “Eu estou de pé”, respondeu ele todo animado. Outra vez, uma parte do
assoalho cedeu sob o peso de tantas pessoas que lotavam a sala.
Naquela época, os membros eram pobres e suas casas eram antigas. Mesmo assim,
todos estavam alegres e otimistas. Estavam orgulhosos de serem membros da Soka
Gakkai. Aquelas reuniões devem ter-lhes causado problemas consideráveis, mas eles
posteriormente conquistaram uma magnífica condição de vida cheia de imensa boa
sorte.
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para debater sobre religião. Apresentei três questões: O que é religião? O que é vida? O
que é felicidade? Incapaz de responder nenhuma delas, o líder religioso parecia
extremamente inquieto. Disse para ele: “Uma religião que não consegue erradicar o
sofrimento das pessoas e levar-lhes felicidade é inútil”. Sem palavras, ele deixou a
reunião contrariado.
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Recebi excelentes notícias da Índia, terra que deu origem ao budismo. Em Patna, capital
do antigo império do rei Asoka, a qual visitei há 45 anos, cinqüenta membros estão
atuando agora e realizando animadas reuniões de palestra por comunidade. E o vice-
chanceler Prem Chand Patanjali, da Universidade Purvanchal, que me concedeu há cinco
anos o título de doutor honorário, participou de várias reuniões de palestra em Nova
Délhi. Ele conta ter participado dessas reuniões com o forte desejo de conseguir uma
consideração mais profunda não apenas das atividades sociais da SGI como também de
sua base espiritual, e para trabalhar junto conosco.
A Caxemira, que fica no noroeste da Índia — local do Quarto Conselho Budista para
compilar os ensinos de Sakyamuni, e convocado pelo rei Kanishka (c. 78–144) — tem
sido assolada por muitos anos por uma sangrenta guerra civil. Mas, mesmo assim, estão
sendo realizadas regularmente as reuniões de palestra sobre a filosofia de paz de
Daishonin e com a presença de amigos e vizinhos.
O Sr. Toda costumava dizer: “Sem paciência e um trabalho árduo e firme, não se pode
realizar nada de grandioso. Sem esforços práticos, uma fortaleza inexpugnável e
invencível não pode ser construída”. Nenhum outro empreendimento representa melhor
esse firme e honesto esforço que a reunião de palestra. É isso o que a torna tão nobre e
estável. Dessas pequenas e íntimas reuniões de pessoas comuns, uma grande aliança do
bem se propaga para as comunidades, as sociedades e o mundo. O ímpeto das reuniões
de palestra nas linhas de frente de nossas atividades é o próprio impulso de nosso
movimento em prol do Kossen-rufu.
Gostaria de chamar sua atenção para algo que o Sr. Toda escreveu certa vez em sua
coluna intitulada “Epigramas”, publicada no Seikyo Shimbun. “Chegou a época em que
nossas pequenas reuniões de palestra são extremamente importantes. Peço aos líderes
para que não poupem esforços para participar e apoiá-las.”
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Um dos aspectos que as empresas que estão crescendo atualmente têm em comum é a
ênfase no diálogo livre e aberto. Um ex-aluno da Universidade Soka que agora tem seu
próprio negócio disse: “Nós não temos necessidade de uma sala de conferência nem de
um espaço específico para reunião [em nossa empresa]. Os empregados se reúnem
quando e onde é adequado para eles para compartilhar seus pensamentos ou os
problemas que estão enfrentando no trabalho. Após conversarem mesmo que seja por
dez minutos, nascem novas idéias e os laços entre todos ficam mais sólidos”. Ele disse
também: “Creio que as empresas estão finalmente chegando ao nível da reunião de
palestra da Soka Gakkai”.
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Quando eu era membro da Divisão dos Jovens, realizava reuniões de palestra em meu
pequeno apartamento em Omori, no bairro de Ota, em Tóquio. Convidava meus
vizinhos, e muitos deles se tornaram membros.
Cada reunião ficava transbordante do vigoroso espírito da Soka Gakkai de que “o Sutra
de Lótus é o ensino do Chakubuku, da refutação dos ensinos provisórios” (The Writings
of Nichiren Daishonin [WND], pág. 392.) Sem o importante treinamento budista que
recebi em nossas reuniões de palestra, não seria o que sou hoje.
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Na época, vários indivíduos dissimulados que haviam se voltado contra a Soka Gakkai
uniram-se ao clero, e juntos começaram a fazer planos para criar uma divisão entre os
membros e eu e destruir a organização. Foi por isso que decidi participar das reuniões de
palestra locais, onde pudesse conversar diretamente com os membros que estavam
atuando na linha de frente e formar assim fortes laços pessoais com eles.
Quando cheguei à casa onde estava sendo realizada a reunião de palestra de Fuchu, subi
as escadas que davam para a sala da reunião, no segundo andar, e disse bem alto: “Boa
noite!” Minha presença foi recebida com brados de surpresa e entusiásticos aplausos.
Havia aproximadamente trinta pessoas na sala. Falei com cada uma delas e incentivei-as
de todo coração, desejando gravar o encontro daquela noite bem dentro de meu ser.
A responsável da Divisão Feminina de bloco, em cuja casa aquela reunião estava sendo
realizada, havia convidado uma vizinha, com quem me engajei num caloroso e agradável
diálogo. Após o término da reunião, tirei uma foto com o responsável do bloco e sua
esposa como uma expressão de minha gratidão por eles oferecerem a casa para todos.
Meu objetivo era tornar a reunião de palestra uma atividade agradável, que valesse a
pena e que fosse a mais significativa possível. Queria que os membros saíssem sentindo-
se completamente revigorados, esperançosos e revitalizados, e dei tudo de mim para
conseguir isso. Nessa ocasião, disse: “A reunião de palestra é o fórum mais democrático
de diálogo livre e aberto onde as pessoas entram em contato com a fé correta. É um
poderoso trampolim para o estabelecimento de uma vida de esperança e convicção”.
Minha inesquecível viajem de orientação realizada no inverno à Província de Akita (em
janeiro de 1982) também começou e terminou com reuniões de palestra. Após pousar
no Aeroporto de Akita coberto pela neve, eu e minha comitiva nos dirigimos de carro
para o Centro Cultural da Soka Gakkai de Akita, onde os membros nos aguardavam.
Depois de dez minutos de viagem, encontramos aproximadamente quarenta membros
que haviam se reunido numa esquina para me receber quando passasse pela localidade
chamada Myoho, em Yuwa-mati (atual cidade de Akita). Podia ver as lufadas brancas
formadas no ar frio por causa de sua respiração. Devem ter me esperado por bastante
tempo.
Decidi parar, e assim realizamos uma reunião de palestra bem ali na neve. Não havia
muito tempo, mas a sinceridade não é medida por ele. Na esquina seguinte, havia outros
trinta membros esperando, e mais setenta na outra — todos usando botas de neve e
parcas. Fiquei tão comovido! Parei e conversei com todos eles. Não podia deixar de
incentivar aqueles membros, que haviam sido perseguidos pelos bonzos inescrupulosos.
Disse-lhes: “A Lei Mística garante que as pessoas que mais sofrem atingirão a maior
felicidade”.
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Desde o final de 2005, pesadas nevascas têm causado muitos prejuízos em muitas
localidades do Japão. Em algumas comunidades, as reuniões de palestra tiveram de ser
canceladas por causa da neve. Estou enviando sincero Daimoku a todos os nossos
nobres membros. Expressando sua profunda preocupação com os discípulos, Daishonin
escreveu: “Estou orando para que, não importando o quanto a época se torne atribulada,
o Sutra de Lótus e as dez filhas demônios protejam todos vocês”. (WND, pág. 444.)
Gostaria de confirmar, nesta época difícil, a importância de fazer da segurança uma regra
absoluta na realização das reuniões de palestra.
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As reuniões de palestra estão sendo realizadas pelas comunidades do mundo inteiro. Na
bela ilha de Maiorca, no Mediterrâneo, as reuniões de palestra são realizadas com a
participação de membros de vinte nacionalidades diferentes. Disseram-me que essas
reuniões são permeadas por diálogos em espanhol, inglês, alemão, francês, italiano e
muitos outros idiomas. E em Belfast, na Irlanda do Norte, as reuniões de palestra têm o
vívido diálogo dos membros que, como bons cidadãos da comunidade onde vivem, estão
expandindo o círculo de paz e amizade e desejando a felicidade para sua terra, que por
muitos anos sofreu com terríveis conflitos.
Ashland, no Oregon, cidade localizada na costa Oeste dos Estados Unidos e conhecida
por sediar o Festival Shakesperiano do Oregon, tem uma fascinante história das reuniões
de palestra da SGI. No final da década de 1980, dois membros da Divisão Feminina de
Jovens mudaram-se do Sul da Califórnia para Ashland. Na ocasião, não havia
organização da SGI nessa localidade, e assim elas começaram a realizar reuniões de
palestra com a participação apenas delas duas.
Uma delas atuava como convidada da reunião e a outra era a dirigente. Elas colocavam
os impressos da SGI num círculo e fingiam que eram os outros participantes. Assim, elas
realizavam suas reuniões de palestra. O objetivo delas era algum dia ter reuniões cheias
de rostos sorridentes e afetuosos.
Enquanto isso, em Interlaken, na Suíça, no alto dos Alpes, um único membro da Divisão
Feminina edificou uma altaneira cadeia de montanhas formada por pessoas capazes
graças à realização de incontáveis reuniões de palestra. Em todo o mundo, as mulheres
estão abrindo o caminho do Kossen-rufu.
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Daishonin dá a seguinte instrução em um de seus escritos: “As pessoas decididas a
buscar o caminho devem se reunir e ouvir o conteúdo desta carta”. (WND, pág. 206.) Em
outras palavras, a forma correta de praticar o Budismo de Nitiren Daishonin é os
membros se reunirem, estudarem juntos os escritos de Daishonin, incentivar uns aos
outros e ajudar-se mutuamente a obter uma compreensão mais profunda da fé.
O Sr. Makiguti percorreu grandes distâncias para conversar com uma única pessoa. Ele
realizava reunião de palestra para uma única pessoa. E sua convicção não vacilou nem
mesmo quando ele estava preso. Na cadeia, ele desafiava seus interrogadores, dizendo:
“Há alguma diferença no resultado de não fazer o bem e no de fazer o mal?” Ele refutou
suas crenças errôneas por meio de argumentos sensatos e lógicos sobre os ensinos
religiosos corretos e os errados.
Ao assumir como segundo presidente da Soka Gakkai, em 1951, Jossei Toda declarou:
“O Kossen-rufu começa com o sincero diálogo”. O então sumo-prelado Hori Nitiko,
grande erudito budista que fez altos elogios à Soka Gakkai, também afirmou: “A força da
Soka Gakkai encontra-se em seu método sem precedentes de propagar os ensinos — a
reunião de palestra”.
Em um de seus escritos, Daishonin cita o seguinte provérbio: “Um é a mãe de dez mil”.
(WND, 131.) Com essa disposição, os três primeiros presidentes da Soka Gakkai atuaram
com a determinação de compartilhar o Budismo de Daishonin com cada pessoa que
encontrassem. Essa firme decisão levou ao atual desenvolvimento do movimento em
prol do Kossen-rufu.
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Recebi recentemente uma carta enviada por um membro de Kansai e gostaria de
compartilhá-la com vocês. Ele escreveu as seguintes palavras:
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Um mestre do shogi (xadrez japonês) disse certa vez: “A vitória não começa a partir do
centro, mas sim dos cantos discretos do tabuleiro”.