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Conhecendo o TBC

Curso de novos membros

Leandro Cassimiro, pr.


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Boas vindas ........................................................................................................................7
Cronograma dos encontros .............................................................................................................................. 9
A história da igreja OBPC .................................................................................................................................. 9
História da nossa região .................................................................................................................................... 9
A razão do que fazemos .................................................................................................................................... 9
A biblicidade dos grupos pequenos............................................................................................................... 9
Visão teológica e credo....................................................................................................................................... 9
A importância das contribuições ................................................................................................................ 12

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Conhecendo o TBC, por Leandro Cassimiro, pr.

O conteúdo que segue, foram refletidos com base na reunião de outros escritos de
pastores, mestres e discipuladores, que ao longo de anos, se dedicam intensamente na
formação e instrução dos novos membros que se somam ao campo TBC Jacuí. São eles os
pastores Isaías Santos, Matheus Santos e Luciano Araújo.

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Boas vindas

A liberdade que vivenciamos em nosso país nos permite ver inúmeras comunidades
evangélicas ao longo de nossos caminhos diários, sejam aqueles que nos conduzem ao
trabalho, faculdade, lazer ou demais compromissos, tal qual nosso culto coletivo junto a
uma comunidade específica.
Pare e pense por um instante, por quantas outras igrejas você passou para chegar
até aqui. Não me atenho somente a aquelas em que você conheceu a fundo, e por um
período congregou e desenvolveu os dons dados por Deus, mas peço que inclua em sua
breve reflexão as comunidades que você simplesmente passou em frente para chegar
literalmente até a nossa.
Temos, por conta desta maravilhosa liberdade, a oportunidade de vermos dezenas
de igrejas em uma única rua; por vezes as vemos parede com parede, e isso é incrível!
Deus, em sua infinita sabedoria e por meio de sua implacável soberania nos uniu, e,
portanto, somos felizes por recebê-lo (a) querido (a) irmão (ã) e sabemos o tamanho de
nossa responsabilidade por estar diante de um povo que o próprio Deus chama de
propriedade exclusiva, tal qual se pode ler em 1 Pedro 2:9.

Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz. – (1 Pedro 2:9).

Entendemos também que não há nada em nós que os possa atrair ou algo
estritamente nosso que lhes possa interessar, antes, reconhecemos o favor de Deus em
nos aproximar e nos permitir caminhar, lado a lado, nesta jornada rumo a eternidade ao
lado do Pai.

O que pensamos sobre a mudança de igreja

Consideramos a transferência de uma igreja a outra algo extremamente sério, uma


vez que não é movida por paixões carnais ou motivações que contrariem a vontade de
Deus, antes, entendemos ser o Espírito Santo o grande interessado em permitir que
caminhemos juntos, portanto, a sua escolha é, na verdade, uma resposta a um chamado
de Deus.
Se assim entendemos, o fazemos a partir de uma perspectiva bíblica que pontua
diligentemente a incumbência de um pastor sobre o rebanho do Senhor e a
responsabilidade do membro da igreja.
Ao observarmos o texto bíblico, situado na carta aos Hebreus 13:17, percebemos
que um real líder eclesiástico, hoje denominado pastor, deve apresentar-se diante de Deus
em súplicas por aqueles que lhes foram confiados, numa ação que pretende reproduzir o
comportamento de Cristo relatado no evangelho segundo João capítulo dezessete.
A carta aos Hebreus ainda afirma que esta prestação de contas não deve ser
acompanhada por lágrimas e sofrimento oriundos de uma conduta desapropriada de um
cristão, pois isso desagrada diretamente a Deus.

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Na mesma carta, no mesmo capítulo e no versículo sete notamos uma


recomendação ainda mais contundente, pois avalia que o abandono de uma doutrina sadia
em busca de novas ideias não provém de Deus e finaliza orientando a uma observação
minuciosa da vida destes líderes, uma vez que são referenciais a serem copiados e
imitados.
A mudança de uma comunidade evangélica para outra deve ser precedida de oração
e comunhão. A oração revela a vontade de Deus para nós enquanto a comunhão nos torna
aptos a entendê-la.
Uma mudança proveniente de briga ou mágoas sempre é um sinal de grande risco
para todos os envolvidos.
A Bíblia nos ensina a lidar com conflitos, além do que, prevê alguns que são
incitados pelo próprio Deus. Veja o exemplo bíblico de Juízes 14:4.

Mas o seu pai e a sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR, pois este
procurava ocasião contra os filisteus. Porque naquele tempo os filisteus dominavam sobre
Israel. – (Juízes 14:4).

Um conflito é parte natural do relacionamento humano, vide o que está declarado


em Provérbios 27:17.

O ferro se afia com ferro, e uma pessoa, pela presença do seu próximo. –
(Provérbios 27:17).

Este texto nos prova que o formato de caráter ideal é gerado em meio a um conflito
saudável e produtivo, ou seja, num ambiente onde as diferenças são respeitadas e há
plena resolução, é isso o que nos afirma a carta aos Efésios 4:26-27.

Fiquem irados e não pequem. Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês,
nem deem lugar ao diabo. – (Efésios 4:26-27).

Sobre o curso

O presente curso tem por finalidade primeira, apresentar nossa comunidade, no


tocante a nossa história e experiência, também falaremos a cerca do modo que
trabalhamos, bem como nossa doutrina.

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Cronograma dos encontros

Abaixo, relacionaremos a ordem e objetivo dos nossos encontros, que servem para
todos aqueles que desejam se tornar membro nas igrejas do campo TBC Jacuí, desde que
já sejam devidamente batizados em outras igrejas.

 1º Encontro
o Boas vindas.
 Objetivo: Expressar a alegria e honra de recebermos novos membros na família TBC;
o O que pensamos sobre mudança de igreja.
 Objetivo: Esclarecer possíveis equívocos sobre mudar ou não de igreja, para os
irmãos que até então se mostram interessados em ingressar na família TBC;
o Apresentação do cronograma de encontros;
 Objetivo: Agendar os irmãos para que estejam em todos as fases do processo de
membresia; a saber, curso de novos membros e curso de batismo;

 2º Encontro
o História da denominação.
 Objetivo: Apresentar as origens da denominação;
o História da região.
 Objetivo: Apresentar a história da nossa região; São Miguel e Vila Jacuí.
o A razão do que fazemos.
 Objetivo: Apresentar a visão da igreja;

 3º Encontro
o A biblicidade dos grupos pequenos.
 Objetivo: Conscientizar os irmãos com base nas escrituras sagradas, sobre a
importância de vivermos como comunidade dentro desse modelo;
o Visão teológica e credo.
 Objetivo: Alinhar divergências acerca do que cremos.
o A importância das contribuições.
 Objetivo: Distribuição de link para que os novos membros assistam o conteúdo de
instrução sobre dízimos e ofertas.
o Foto para cadastro.
 Objetivo: Recepcionar e orientar sobre cadastro, como também data para próximo
curso de batismo e apresentações no culto (aclamação).

Sobre os não batizados

Aqueles que desejam se tornar membro, que ainda não são batizados, devem seguir
esse cronograma na integra, e também passar pelo curso de batismo, por todas as aulas,
como também pela realização do batismo, para então ser considerado membro da igreja
TBC Jacuí.

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A história da igreja OBPC

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Certamente não existe outra forma de contar a história da Igreja O Brasil Para Cristo sem
começar pela história do Missionário Manoel de Mello, seu fundador. Manoel de Mello e
Silva, nascido em Água Preta, Pernambuco, em 20 de agosto de 1929, mesmo sem
educação formal, era um cristão enfezado na pregação do evangelho, desde sua
adolescência.

Até o ano de 1947, Manoel de Mello residiu em Água Preta e trabalhou como
pedreiro e mestre de obras, quando mudou para São Paulo e passou a fazer parte da
Assembleia de Deus, igreja que lhe consagrou diácono. Nessa época, trabalhava na
construção durante o dia e pregava à noite nas igrejas. Em 1951, casou-se com Ruth
Lopes. Em 52, fora acometido de uma paralisia intestinal e depois foi milagrosamente
curado. O que o levou a abandonar a construção civil e dedicar-se exclusivamente ao
trabalho missionário. Nessa época, desligou-se da Assembleia de Deus e passou a integrar
a Cruzada Nacional de Evangelização, atual Igreja do Evangelho Quadrangular, que o
consagrou ao pastorado.

No ano de 1955, o então Pr. Manoel de Mello reuniu em sua casa um grupo de mais ou
menos 40 pessoas formado por irmãos e amigos para relatar-lhes uma visão que recebeu
de Deus: “... tive uma visão espiritual na qual o Senhor Jesus me apareceu e me deu
ordens para começar, no Brasil, um movimento de reavivamento espiritual, evangelização e
cura divina, e o Senhor Jesus mesmo deu-me o nome: O Brasil Para Cristo". Logo, o grupo
organizou-se para a realização de campanhas e cultos em tendas improvisadas dando início
aos trabalhos da Igreja Jesus Betel – O movimento do caminho.

A Voz do Brasil Para Cristo

No ano seguinte, em 1956, aconteceu algo que proporcionaria uma grande projeção do
ministério do missionário. Ao lado do Pr. Alfredo Rachid Góes, passa a dirigir um programa
de rádio chamado de A Voz do Brasil Para Cristo. Certamente uma estratégia visionária,
mas um tanto ousada, haja vista as críticas das lideranças protestantes da época que
entendiam que o rádio era profano. Veiculado pela emissora Piratininga de São Paulo, o
programa logo vira um sucesso da audiência local e tem a oportunidade de ser veiculado
internacionalmente pela Rádio Tupi.

De fato o programa A Voz do Brasil Para Cristo foi e ainda é um sucesso do rádio.
Esteve no topo das pesquisas de audiência por 34 anos consecutivos e está no ar até hoje,
sendo transmitido por dezenas de emissoras espalhadas pelo Brasil e via web pela rádio
OBPC.

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Crescimento e perseguição

A década de 50 certamente foi um período de grandes conquistas e crescimento da


denominação através do trabalho do missionário e de seus parceiros de ministério. Ainda
chamada de Jesus Betel, a denominação realizou campanhas em tendas atraindo multidões
em reuniões sempre marcadas por mensagens de salvação, curas e milagres.

No dia 3 de março de 1956, a denominação, atendendo à necessidade de legalização


de seu estabelecimento, registrou-se com o nome de Igreja Evangélica Pentecostal, tendo
por lema a memorável frase: O Brasil Para Cristo, que só foi incorporada ao nome da
denominação em 1974.
Em todos os cantos do Brasil, líderes evangélicos que possuíam a mesma visão de
crescimento e evangelismo passaram a se unir ao trabalho do missionário. Assim a
denominação passa a ter participação em quase todos os estados do país. No Rio Grande
do Sul, o Reverendo Olavo Nunes, líder da Igreja Evangélica Pentecostal Brasileira, realiza
uma fusão com o trabalho do missionário, fundando assim a denominação também no Rio
Grande do Sul. Rev. Olavo Nunes passa a fazer parte desta história de uma forma muito
expressiva, tornando-se parceiro de trabalho e amigo de Manoel de Mello. Mais tarde seria
o primeiro a ser indicado à presidência do Conselho Nacional da denominação pelo próprio
missionário.

A cada culto aumentava o número de fiéis, mas também aumentava a preocupação


dos opositores. Muitas foram as tendas incendiadas em sinal de protesto. Nem mesmo o
tabernáculo de madeira, construído no bairro de Belém, São Paulo em um terreno cedido
pelo então prefeito Ademar de Barros para ser a sede da denominação, escapou dos
ataques opositores. O prédio foi demolido durante a noite, a mando do próprio prefeito.
Acredita-se que este sofria muita pressão da liderança católica da cidade.

Na década de 60, período de intensa perseguição por conta do regime militar, não
foram poucas as reuniões nas ruas e nas praças. Em São Paulo, celebraram-se cultos no
Teatro de Alumínio, no Estádio do Pacaembu e no Vale do Anhangabaú. Numerosos
também foram os convites para eventos em outros estados. Em todos os casos, sempre
grandes multidões prontas para testemunhar os milagres e pregação da Palavra de Deus.

Durante o regime militar, o missionário Manoel de Mello, não se fez omisso aos casos
de abuso de poder por parte do governo. O que o fez ser vigiado 24 horas por dia, por
onde fosse. Fato que não o intimidou. Já que, sabendo que era vigiado, dizia durante as
reuniões: “Aos agentes da polícia federal aqui presentes, aviso: podem ligar os seus
dispositivos de gravação, agora, porque eu estou pronto para iniciar a minha pregação.” De
fato era uma atitude ousada e corajosa, algo peculiar a sua personalidade. Por conta disso,
foi preso cerca de vinte e sete vezes acusado de charlatanismo, curandeirismo, entre
outras acusações infundadas.

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Entre os anos de 1960 e 79, a sede nacional era ainda improvisada em um galpão no
bairro Tatuapé. Nessa época, estava em plena atividade a construção do que viria a ser a
nova sede no bairro da Pompéia, também em São Paulo. No ano de 79, quando já pronto,
o Grande Templo, como é conhecido até hoje, comportava em sua nave principal mais de
10 mil pessoas e por muito tempo foi considerado o maior templo evangélico do mundo.

O reconhecimento

Apesar de toda perseguição, o trabalho de Manoel de Mello a frente da Igreja O Brasil


Para Cristo foi reconhecido nacionalmente nas rádios e na TV. Na mídia impressa teve
grande repercussão até que em 1981, foi capa da edição de outubro da Revista Veja.
Sendo assim, o primeiro líder evangélico a ser capa desta revista.

A fama do trabalho da denominação rompeu as barreiras geográficas com uma


projeção internacional, levando o missionário a pregar em 133 países em todos os sete
continentes. Ele também foi recebido por grandes autoridades estrangeiras como o ex-
presidente dos EUA Jimmy Carter, a rainha da Inglaterra, entre outros. Diversas entrevistas
à mídia internacional como os americanos jornal New York Times e a emissora de TV CBS,
a emissora de TV inglesa BBC, o jornal francês Le Monde, etc.

Além disso, Manoel de Mello integrou o Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas,
órgão ecumênico voltado para a defesa dos direitos humanos.

Com o passar dos anos a Igreja o Brasil para Cristo se notabilizou como uma das
maiores instituições evangélica do país. Presente em todos os em todos os Estados da
federação, organizada em Convenções Estaduais/Regionais, contando com uma extensa
malha de pastores e obreiros, milhares de crentes e centenas de templos espalhados nas
pequenas e grandes cidades. Desenvolve ainda um trabalho social extraordinário
através de clinicas, centros de recuperação, creches, escolas e atendimento aos
necessitados. Durante todos esses anos, o lema continua o mesmo: “ganhar o Brasil para
Cristo”. No entanto, isso não tem impedido a igreja de avançar além-fronteiras. De acordos
com dados da Missão Desafio – órgão do Conselho Nacional das Igrejas OBPC que viabiliza
o trabalho denominacional no exterior, dezenas de missionários estão espalhados em
diferentes lugares e nações atendendo a projetos de implantação de igrejas no exterior, e
segundo dados da Missão Desafio a denominação já está presente em 21 países.

Breve histórico da Igreja O Brasil Para Cristo no Paraná

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A Igreja teve seu início no Paraná na década de 60, quatro anos após a fundação da
denominação pelo Missionário Manuel de Melo. O primeiro documento que marca o início
da Igreja no Estado é de 10 de janeiro de 1960 na cidade portuária de Paranaguá quando
se estabeleceu a primeira Igreja da denominação sob a liderança dos pastores Lauro de
Queiroz e Donatto Camargo. Em 19 de Julho de 1960 na cidade de Centenário do Sul, a
Missão Peniel com sede em Londres encerrou suas atividades, e então os membros da
referida Missão em assembleia decidiram se unir a Igreja O Brasil para Cristo, surgindo
assim a segunda Igreja no Estado, tendo como seu primeiro líder o pastor José Benedito.
Através do trabalho destes pioneiros a mensagem do Evangelho sob a ótica do movimento
de avivamento espiritual que começou a partir de São Paulo sob a liderança do Missionário
Manoel de Mello e começava a impactar todo território nacional, a Igreja se expandiu e
chegou a todas as regiões do Estado, em dezenas de cidades se tornando uma
denominação conhecida e respeitada por seu trabalho evangelístico com uma mensagem
que sempre priorizou a salvação em primeiro lugar sem deixar de dar destaques as
manifestações dos dons Espirituais, curas e libertações.

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A Razão do que fazemos

Somos uma igreja que trabalha desenvolvendo um pastoreio excelente, ao gerar,


cuidar e capacitar a igreja de Cristo.
Este termo, pastoreio excelente, não se refere a uma equiparação horizontal, a fim
de nos compararmos com algumas comunidades próximas ou distantes, ou seja, o
pastoreio excelente não se mede ou nivela pela perspectiva horizontal, olhando para os
lados, antes, encontra sua fundamentação e real inspiração ao olhar para Cristo e, tendo-o
como o grande pastor, copiá-lo em tudo, a fim de que a igreja seja plenamente atendida.

Por que fazemos

Em meados de setembro de 2004 recebemos um e-mail de uma irmã que fazia parte
de nossa comunidade dizendo que amava o ministério de louvor e se sentia muitíssimo
bem pela organização apresentada pela igreja, bem como se sentia extremamente tocada
pela palavra ministrada. Entretanto, afirmou ela, sentia-se completamente só, uma vez que
entrava e saia de nossas reuniões sem que ninguém a procurasse para uma conversa
amistosa e uma aproximação, literalmente, ela sentia-se só em meio a multidão.
Nesta época, nossa igreja já havia tudo um considerável crescimento numérico no
senso de membresia, e costumávamos nos reunir aos domingos com em torno de 800
pessoas.
Tocado por isso, o Pastor Isaias reuniu a liderança de nossa comunidade,
compartilhou o episódio ocorrido com a irmã que enviou o e-mail, e a partir dessa reunião,
ficou claro que essa era uma área carente de atenção e trabalho na nossa igreja.
A partir desse episódio, começamos uma incansável busca a Deus, esperando
orientação e estratégia para que as pessoas fossem pastoreadas dentro dessa igreja, com
a mesma excelência que Jesus Cristo mostra no seu pastoreio.
Passamos a pesquisar diversos métodos e modelos. Nossa liderança passou a
participar de maneira assídua a diversas conferências, palestras, para igrejas que tinham as
mesmas características, de um expressivo crescimento numérico.
Conhecemos diversos modelos com a abordagem de grupos pequenos, e
começamos a experimentar por meio do pastoreio dos nossos pastores, Pr. Isaías Santos e
Raquel Santos, alguns modelos, para entender quais deles seriam funcionais para a nossa
realidade.
Com o passar dos anos e dos experimentos, por graça e misericórdia, com base nas
experiências e contato que havíamos criado com outros modelos, desenvolvemos o nosso
próprio modelo de visão para grupos pequenos, e junto a isso, começamos a aplicar esse
modelo, trabalhando também a ênfase da visão da nossa igreja, a saber, Uma Igreja de
Pastoreio Excelente.

Como fazemos

Andando com quem anda, aprendendo com quem aprende, vivendo com quem vive,
para um dia pastorear com a mesma excelência que foi pastoreado.

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Entendemos ser o meio mais eficaz de fazer o que Deus nos ordenou fazer, o
discipulado individual, que nada mais é do que uma amizade profunda e verdadeira entre
duas pessoas, dois iguais, que buscam, prioritariamente, a plenitude da vida com Deus. Ou
seja, o discipulado é o relacionamento entre pessoas que busca gerar a transparência
necessária para a livre atuação do Espírito Santo.
Sempre trabalhamos de uma forma em que um homem discipulará outro homem,
enquanto uma mulher discipulará outra mulher, tal princípio é irrevogável, não sendo
permitida a sua alteração em qualquer circunstância ou situação.
Esse discipulado se desenvolve em meio ao viver, ou seja, um discipulador ensinará
a quem estiver sob seus cuidados durante sua vida cotidiana. Isso fazemos por
entendermos ser a real ordem de Deus o fazer discípulos e não o sair de onde se está,
afinal, quer ambiente melhor para se ensinar a se educar um filho do que a casa de um
discipulador? Quer ambiente mais eficiente para se ensinar a lidar com a esposa do que o
matrimônio do discipulador?
Todo discipulador é discípulo também, uma vez que transmitirá tão somente o que
receber. A dinâmica é justamente esta, o transbordar permite encher a outros e assim
consecutivamente.
O que se faz necessário para ser discípulo? Somente uma coisa, a total e absoluta
entrega, uma vez que ser discípulo é ser imitador, não de homens e seus modelos, mas de
Cristo e seus princípios.
O discipulado não exige nada mais do que se pode dar, ou seja, tudo!

A família
Entendemos ser homem e mulher, juntos, sem qualquer distinção, a plenitude da
imagem de Deus, portanto, todo o nosso esforço será para que toda a família seja
alcançada de maneira integral, para que esta família, integralmente alcançada, possa
desenvolver um pastoreio excelente, envolvente e que glorifica a Deus.
Em determinado período em nossa história pudemos observar com nitidez e clareza
a grande diferença na realidade de uma igreja que conta com um pastor e sua família.
Hoje temos tido o privilégio de sermos pastoriados e discipulados por um casal
pastoral, que juntos, em perfeito equilíbrio e em total obediência a voz de Deus nos
orientam e conduzem na direção correta e em total amor.
A palavra do Senhor nos orienta que um líder, segundo a vontade de Deus, zela por
seu lar. Entendemos ser a nossa casa e nossa família, nosso primeiro e real ministério, uma
vez que todo o restante é um simples ressoar...

Conclusão
Queremos ser real fonte de inspiração para vocês ao seguir a Cristo e guardar os
santos ensinamentos. Por meio de nossas vidas, queremos dar-lhes o real exemplo,
servindo-os e capacitando-os a igualmente servir.

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Conhecendo o TBC, por Leandro Cassimiro, pr.

Título de capítulo n

Introdução
Absolutamente não podemos negar que estamos vivendo um momento de grandes
modificações na realidade e principalmente na perspectiva da Igreja. Enquanto vivemos, “o
ser igreja” tem sido discutido a ponto de gerar novas possibilidades e responsabilidades.
Creio que, tal qual a outros grandes momentos, possivelmente perceberemos a real
profundidade e relevância daqui algumas décadas, quando olharmos para trás e notarmos
as grandes diferenças provocadas por esta geração.
Há de se considerar que a relação entre aquilo que se faz e aquilo que se propõe a fazer,
ou seja, a sobreposição de um modelo ou forma, nem sempre é boa, pacífica e produtiva,
pois aquilo que se faz representa muito mais do que um simples modelo, sendo, na
realidade a representatividade de um conjunto de valores e princípios. Podemos afirmar
que: fazemos o que fazemos, pois cremos e assim somos. Logo, nossas ações (modelos ou
formas) não são abstratas ou desconexas, antes revelam tudo quanto há em nós.
A este respeito, há uma frase de Freud que diz: o pensamento é o ensaio da ação. Perceba
que não há distinção entre um pensamento e um indivíduo, pois se manifestam em uma
relação plenamente dependente, a saber, o indivíduo é o que pensa, enquanto o
pensamento não existe sem o ser pensante.
Se transportarmos este conceito para o ambiente eclesiástico, percebemos que todo novo
modelo a ser implantado deve passar por criteriosos métodos avaliativos e sua implantação
deve ocorrer de uma forma que não fira os indivíduos que por tanto tempo se aplicaram
inteiramente na realização do serviço em nome da fé. Ao novo modelo é destinada uma
legítima desconfiança, uma vez que deve ser testado e aprovado para ser reproduzido e
vivenciado. Entretanto, o que chamamos de novo, muitas vezes é tão somente uma
perspectiva diferente daquilo que já se pensava e fazia, ou seja, um novo jeito de ser o
que sempre se foi.

Grupos Pequenos
Os grupos pequenos em uma comunidade não é novidade alguma, enquanto as reuniões
em casas tão pouco deseja ser uma estratégia inovadora.
Percebemos no início do movimento cristão, no relato encontrado no livro de Atos, diversas
menções a reuniões em casas e nos templos – Atos 5:42. A utilização de casas na
realização de reuniões litúrgicas era tão comum e natural que a perseguição se estende até
tais locais, conforme podemos observar em Atos 8:3.
Observa-se, por diversas vezes, as casas como cenários de eventos extraordinários, tais
como:
• Salvação de gentios – Atos 10:1-48 / 16:32-34
• Encorajamento dos irmãos – Atos 16:40
• Comunhão – Atos 2:6
• Descida do Espírito Santo – Atos 2:2
• Oração e intercessão – Atos 12:12
Além de todos estes exemplos, há em diversas ocasiões descritas nos evangelhos, uma
relação muito natural entre Jesus e as casas. Nota-se uma inclinação intencional para estar
em casas, independentemente do quão importante ou insignificante fosse o dono da casa
ou seus convidados.

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Afirmamos isso ao ver Cristo alimentando-se na casa de um fariseu muito importante,


segundo o relato de Lucas 14:1-24. Entretanto, logo em seguida, de acordo com o relato
de Lucas 19:1-10, Jesus decide entrar na casa de um publicano, alguém totalmente
desprovido de prestígio pela sociedade judaica.
Em ambas as casas, Jesus comeu, admoestou, ensinou e salvou. Por meio de uma
inferência lógica, o que podemos afirmar é que o modelo o agrada, lhe é pertinente.
Definitivamente, Deus decidiu agir dentro dos lares.

Pequenos Grupos e o Antigo Testamento


A religião judaica vivenciou seu auge ao estabelecer e manter-se estável sobre três
pilares: O Templo; O Sacerdócio; A Lei.
Com o advento das crises pós-exílicas, dois dos três pilares se viram em ruínas,
templo e sacerdócio.
Com um sacerdócio mergulhado em ferrenha crise institucional e hierárquica e o
templo desconstruído, a Lei se acha em completa desolação, sem possibilidade de
disseminação e perpetuação. Diante de tal circunstância, os escribas não somente
preocupam-se em copilar os textos sagrados, mas também, infundem uma nova instituição
na realidade judaica, beit knesset, ou casa de assembléia, conhecida também por
Sinagoga.
O surgimento das sinagogas reiteram o interesse supra-citado. O condicionamento
do compartilhamento da lei em “casas” possibilita a democratização religiosa. Neste
momento, na história de Israel, a religião deixa de ser institucional, para ser pessoal. Ou
seja, o movimento anual de expiação onde um chefe de família levava um animal para ser
sacrificado em seu nome e de toda a sua família por um sacerdote se encerra, e se inicia
uma era de relacionamento pessoal para com Deus, homens sendo ensinados dentro de
casas e mantendo uma relação pessoal com um Deus antes plenamente institucional.

Plenitude dos Tempos


É notável a participação de diversas pessoas em meio aos discursos de Jesus.
Percebe quase que em todos os momentos de explanação alguma interpelação e/ou
embate ideológico.
Tal característica é percebida com naturalidade uma vez que ocorre, no período
interbíblico, o surgimento das sinagogas e com elas a disseminação e democratização da
religião. Ou seja, o momento em que Cristo aparece na história humana, mais
especificamente, na história de Israel, é propicio para o debate e conseqüencial explanação
das boas novas.
A aparição das sinagogas possibilitou a difusão das boas novas e auxiliou na
transmissão do evangelho!

Pequenos Grupos e Jesus – O Pastoreio de Jesus

Queremos abordar a questão do pastoreio de Jesus, mostrando o quanto ele é completo,


complexo e apresenta várias facetas. É possível notar isto caminhando pelos evangelhos de
forma minuciosa, observando nas entrelinhas e se permitindo perceber a abrangência e
perfeição do nosso mestre ao tratar com as pessoas enquanto cumpria sua missão entre
nós.
Vamos tratar do pastoreio de Jesus sob quatro aspectos:
• Jesus e a multidão

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Conhecendo o TBC, por Leandro Cassimiro, pr.

• Jesus e os Doze
• Jesus e os Setenta
• Jesus com Pedro, Tiago e João.

Cada aspecto em particular, por si só já nos mostrará o nível de relacionamento que cada
um desses grupos mantinha com Jesus.
Sem desprezar nenhum dos grupos Jesus se relacionou com cada um deles, levando em
conta o comprometimento, a proximidade, os interesses, o nível de resposta aos desafios
propostos e principalmente sua missão e a vontade do Pai.

Jesus e a multidão
É possível notar que o ministério de Jesus sempre foi cercado pelas multidões. Desde o
início do livro de Mateus no capítulo 5 e por todos os outros evangelhos, a multidão sempre
está presente.
Mas que nível de relacionamento as multidões tinham com Jesus? Como e por que o
seguiam? Elas realmente tinham uma revelação sobre Ele? Eram comprometidas com sua
visão e missão? Obedeciam tudo o que Ele mandava?
A palavra nos diz em Mateus 5.1 que Jesus via as multidões e as ensinava, e Mateus 7.28,
29 diz que as multidões ouviam seus ensinos e se admiravam porque Ele ensinava com
autoridade e não como os escribas. Com isto é possível notar que a multidão tinha uma
vaga noção de que o ministério de Jesus era diferente do que eles estavam acostumados a
ver, mas nem só por isso Jesus desprezou a multidão, e sempre que estava com ela a
ensinava sobre o Reino de Deus.
Jesus também curava e libertava a multidão. A palavra nos diz que Ele libertou a muitos
oprimidos do diabo, expulsou demônios, curou cegos de nascença, ressuscitou mortos,
multiplicou pães, mesmo sabendo que a multidão só o seguia por causa das maravilhas
(João 6.2) e por causa do pão que perece (João 6.26b).
A multidão representa um relacionamento mais distante, muitas vezes superficial,
interesseiro, descompromissado, levado muito mais pelas emoções, necessidades, do que
pela revelação que tem de Cristo e pelo compromisso que tem com Ele, sua visão e missão.
Foram poucas as vezes que Jesus deu ordens e confrontou as multidões. Por quê? Porque
Ele não as amava? Não absolutamente. Porque a própria palavra diz que Ele se movia de
íntima compaixão ao ver as multidões, que Ele se compadecia ao vê-las como ovelhas sem
pastor. Então por que Jesus não exigia tanto da multidão? Porque Jesus sabia o que
esperar da multidão, qual o nível de comprometimento desse grupo.
Embora as multidões glorificassem a Deus e testificassem de Jesus ao presenciar seus
milagres, não tinham a revelação exata e completa de quem Ele era. Mesmo que as
multidões tivessem o privilégio de ouvi-Lo, só O ouviam por parábolas. Ainda que
estivessem com Ele durante o dia presenciando curas e milagres, eram despedidas à noite
porque não participavam da sua intimidade.
Jesus nunca se deixou encantar pelas multidões, pelo contrário, sempre foi regido pela
vontade do Pai e pelo senso de missão. Em Lucas 4.42 - 44 isto fica muito claro. A multidão
o procurava depois de ter presenciado milagres e maravilhas, enquanto isso Ele orava em
oculto. Quando foi encontrado, insistiam com Ele para que ficasse. Ao contrário do que
muitos de nós faríamos, Jesus disse não à multidão, porque precisava dar sequência a sua
missão. Em Marcos 9.30,31(NVI), a palavra diz que Ele não queria ser encontrado pela
multidão, porque precisava ensinar os seus discípulos.

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Jesus tinha muito claro qual seu papel e relacionamento com a multidão. Amou, curou,
libertou, rogou obreiros para cuidar dela, não desprezou, ensinou, confrontou, porém não
esperou da multidão o que ela não podia dar.

Jesus e os Doze
Ao contrário do que acabamos de ver com a multidão, os Doze tinham um relacionamento
pessoal, próximo, de intimidade, eram conhecidos e se deixavam conhecer, foram
chamados pelo nome e desafiados já no início da caminhada.
Mateus 5.1 diz que a multidão estava no monte, mas os discípulos estavam próximos. No
capítulo 8.15 do mesmo livro diz que Jesus foi à casa de Pedro.
Os discípulos se assentavam à mesa com Ele e o viam comer com pecadores e publicanos.
Isto fala de um relacionamento muito mais íntimo que o da multidão e ensinamentos mais
profundos e práticos.
Eles não só ouviam Jesus falando de amor, mas O viam amando os publicanos, os
discriminados, os pobres, os perturbados. Tinham a oportunidade de perguntar a Jesus o
que Ele escreveu na areia enquanto os acusadores da mulher adúltera iam embora.
Não eram só privilégios. A quem mais é dado mais é cobrado. Os discípulos foram
desafiados a deixar tudo, negar a si mesmo, tomar a cruz diariamente, deixar pai, família e
tudo para seguir a Jesus. O preço de ser discípulo é muito mais alto do que o de ser
multidão.
Em Marcos 9.36, 37 enquanto Jesus tem compaixão da multidão, os discípulos já são
desafiados a intercederem para que Deus envie obreiros para a obra. Observe que,
enquanto um recebe compaixão, o outro já deve trabalhar e com muita responsabilidade.
Havia um investimento muito maior na formação dos discípulos porque Jesus tinha muito
claro os seus objetivos para com eles. Eles passavam muito mais tempo com o Mestre, por
exemplo: quando a multidão era despedida, eles iam para casa com Ele e podiam tirar suas
dúvidas sobre parábolas, mistérios ainda não revelados do Reino, sobre espíritos imundos,
mistérios do mundo espiritual e outras coisas, conforme Mateus 13.10-11.
Os discípulos também tinham o privilégio de ver o que mais ninguém via, como no episódio
em que Jesus andou sobre as águas. Tais experiências tornavam a revelação e o
relacionamento muito mais profundos com Cristo. O que não podemos esquecer é de que
quanto mais crescia o conhecimento e revelação, cresciam também as responsabilidades,
como no caso das multiplicações onde Jesus os prova deixando a cargo deles providenciar
alimento para a multidão. Mesmo tendo multiplicado, Jesus ainda dá a eles a
responsabilidade de organizar a multidão, distribuir o alimento, recolher e armazenar as
sobras.
Os Doze nesse momento do seu discipulado já estavam totalmente comprometidos com a
missão do seu mestre. Observe que os discípulos não fazem o que querem, já existe uma
missão predeterminada para que eles cumpram, e eles o fazem fielmente, como no caso de
Mateus 14.22 e em outros textos onde Jesus dá ordens específicas e os Doze as cumprem.
É verdade que eles falham no entendimento, no cumprimento, na execução das ordens de
Jesus, mas o comprometimento já é total, como nos mostra o texto de João 6, onde todos
vão embora e Jesus os questiona a respeito de sua posição. E eles ficam.
Era a proximidade e intimidade com o discipulador Jesus que davam aos Doze privilégios
que a multidão não tinha, como: ver Jesus andar sobre as águas, ouvir a Sua oração no
momento da multiplicação dos pães, vê-Lo fazendo lodo para curar aquele cego, receber
Dele a explicação de parábolas de forma específica e minuciosa e, por fim, e como tarefa
mais importante, receber do seu discipulador e Mestre poder, autoridade e a incumbência

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de continuar a sua própria missão: Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a
tudo o que eu lhes ordenei. (Mateus 28.19,20a.)

Jesus e os Setenta
São poucas as citações em que aparecem os Setenta nos evangelhos, somente Lucas no
seu capítulo 10 e João no capítulo 6, fazem referência a este grupo, porém, como podemos
notar nos versos de 1 a 24 do capítulo de Lucas, os Setenta também recebem
ensinamentos, ordens, direcionamento, uma missão e poder e autoridade para cumpri-la,
porém não desfrutam de tamanha intimidade e privilégios como os Doze.
É compreensível que um grupo tão numeroso não tivesse a mesma intimidade que um
grupo menor desfrutava, a mesma profundidade, comunhão, revelações, privilégios e
outras coisas que somente um relacionamento mais estreito e próximo com o discipulador
poderia proporcionar. É importante ressaltar que este grupo ao receber a incumbência de
ir, libertar, curar em nome de Jesus, concluiu-a com alegria e sucesso, porém o que
queremos destacar é o nível de comprometimento.
Em João, capítulo 6 a partir do verso 32, Jesus começa a fazer um discurso sobre Ele ser o
Pão do Céu e discorre até o versículo 58, onde fala de comer a sua carne e beber o seu
sangue para permanecer Nele. Ao ouvir esse discurso, diz a Palavra no verso 66 que
“daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás”. O versículo 67 nos faz
acreditar que esta hora os Setenta abandonaram a Jesus, pois Ele se dirige somente aos
Doze perguntando se eles também não desejariam ir embora. Porém, a revelação que já
haviam recebido de quem era Jesus e o comprometimento com suas palavras e missão
fizeram com que os Doze ficassem, mesmo que um deles o trairia.
O que entendemos disso é que a intimidade, revelação e relacionamento num vínculo de
discipulado determinam o nível de comprometimento com a missão e que a recíproca é tão
verdadeira quanto.

Jesus, Pedro, Tiago e João


Mesmo os Doze sendo um grupo separado pelo mestre, em alguns episódios somente os
três estavam presentes e por escolha do próprio Jesus. Marcos no capítulo 5 e verso 37 diz
que mais ninguém o seguiu, senão Pedro, Tiago e João, para ver a ressurreição da filha de
Jairo. Outros episódios marcantes em que foram destacados somente os três são: A
transfiguração de Jesus (Mc 9.2) e no Getsêmani, onde ele compartilha a angústia de sua
alma a Pedro, Tiago e João, algo não encontrado em outros registros nos evangelhos
(Mc.14.32-35). Ainda entre eles foi somente Pedro que andou sobre as águas e quem teve
a revelação espiritual sobre quem era Jesus. (Mt.14.39) – (Mt. 16.16)
O pastoreio de Jesus atingiu esses níveis que citamos, cada um com propósitos claros e
definidos. À multidão Ele ensinou, curou, alimentou; aos Setenta Ele revelou alguns
mistérios, deu poder, autoridade e uma missão; aos Doze chamou pelo nome, chamou de
amigo, revelou a si mesmo, os mistérios do Reino, ensinou, pediu contas, deu poder e
autoridade, e a missão de fazer outros discípulos indo pelo mundo e aos três coube ver e
ouvir coisas que os demais não viram nem ouviram.

Uma Ferramenta
Inúmeras pessoas acreditam que os grupos pequenos são, na realidade, um movimento
efêmero de igrejas que se voltam totalmente a secularidade hodierna, ou seja, os grupos

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pequenos atendem aos desejos de um nicho de mercado gerado pela insalubridade da


mensagem hodierna.
Obviamente, não cremos dessa forma, tão pouco deificamos o pequeno grupo ou o
discipulado, pois entendemos que as formas não são mais importantes do que as normas.
Entendemos, no entanto que os pequenos grupos são uma ferramenta que Deus
disponibilizou a nós, e assim o fez, pois nos conhece melhor do que a nós mesmos.
Entretanto, a outras comunidades, agiu de maneira diferente, mas igualmente assim o faz,
pois as conhece como mais ninguém poderia.
A ferramenta deve ter o zelo que uma ferramenta merece. Deve ser cuidada para que não
perca sua aptidão e perícia, afinal, qual a valia de uma faca sem corte? Devido a esta
característica, cuidaremos da ferramenta confiada a nós, sem que jamais a tenhamos em
maior estima do que a obra para qual fomos chamados.

Obediência
O nosso trabalho em pequenos grupos é fruto da obediência a Deus.
Entendemos que a obediência irrestrita é o verdadeiro fruto da fé. Uma vez que os
milagres não são oriundos de uma fé fervorosa, mas sim da suprema vontade de Deus.
A obediência tem o poder de nos conduzir ao lugar onde Deus deseja nos moldar,
tratar e utilizar, para a glorificação do Seu nome.

Você
A sua estada aqui, é fruto de obediência a Deus?

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