Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Máquinas Elétricas
Situação Prática
Estacionárias
Máquinas Elétricas
As máquinas elétricas são equipamentos que funcionam através do princípio da
Estacionárias indução eletromagnética. Os transformadores e os autotransformadores são exemplos
de máquinas elétricas estacionárias, ou seja, estáticas.
Resolução da
Situação Prática
Transformador
Referências
Bibliográficas
O transformador é considerado uma “máquina” do tipo Elétrica, em que o seu
funcionamento é baseado no princípio da indução mútua (fundamentos do
eletromagnetismo estudados por Faraday e Lenz), formado por um núcleo de
material ferromagnético sobre o qual se enrolam duas bobinas com um certo número
de espiras. Se através da primeira bobina, denominada enrolamento primário,
circular uma corrente alternada, o campo magnético gerado será variável e, então,
teremos uma variação de fluxo através do circuito constituído pela segunda bobina,
ou enrolamento secundário. Nos extremos do secundário se formará uma tensão
induzida, por sua vez de tipo alternada. Se o secundário está fechado sobre uma carga,
por exemplo do tipo resistiva, a mesma será percorrida por uma corrente alternada.
1/33
Enrolamento
primário Enrolamento
Apresentação secundário
I1 I2
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da U1 N1
Situação Prática
N2 U2 Carga
Referências
Bibliográficas
Núcleo
2/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
Vp Np
=
Vs Ns
Onde:
Vp = tensão no primário
Np = número de espiras do primário
Vs = tensão no secundário
Ns = número de espiras do secundário
3/33
A relação entre o número de espiras e a corrente nos enrolamentos é inversamente
proporcional, ou seja, quanto menor o número de espiras, maior será a corrente. A
Apresentação
relação pode ser estabelecida através da equação:
Situação Prática Ip Np
=
Is Ns
Máquinas Elétricas
Estacionárias Onde:
Ip = corrente no primário
Resolução da Np = número de espiras do primário
Situação Prática
Is = corrente no secundário
Referências
Ns = número de espiras do secundário
Bibliográficas
No caso de um transformador ideal, resistência dos enrolamentos nula e perdas de
fluxo magnético entre primário e secundário nulas, a potência elétrica no primário
será igual ao do secundário:
Pp = Ps
Vp × Ip = Vs × Is
Onde:
Vp = tensão no primário
Ip = corrente do primário
Vs = tensão no secundário
Is = corrente do secundário
4/33
Desse modo, podemos relacionar que em um transformador ideal (que não dissipa
energia) com 100 espiras no primário e 50 no secundário, percorrido por uma
Apresentação
corrente de 1A, sob 110VCA, fornece no secundário uma corrente de 2A sob 55V.
Podemos comprovar isto, aplicando a relação:
Situação Prática
Vp x Ns=Np x Vs
Máquinas Elétricas
Estacionárias 110 x 50=100 x Vs
Vp × Ip = Vs × Is
110 × 1 = 55 × Is
(110 x 1)
Is = = 2A
55
5/33
» Transformador rebaixador: fornece na saída uma tensão menor do que a entrada.
Apresentação
Vs < Vp
Situação Prática » Transformador elevador: fornece na saída uma tensão maior do que a da entrada.
Núcleo do Transformador
Os transformadores podem ser construídos utilizando algumas formas de núcleos.
Os dois tipos de núcleo mais utilizados são o núcleo do tipo “core”, também chamado
de núcleo envolvente, e o núcleo do tipo “shell”, chamado de núcleo envolvido, ou
encouraçado.
6/33
Monofásico Trifásico
Apresentação
Situação Prática
Núcleo
tipo Core
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
Núcleo
tipo Shell
7/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
8/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
9/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
Fig. 6 – Transformador toroidal
Nº Chapa a b c d e VA
c b a 2 2,3 1,3 1,3 3,8 7,5 50
3 3,0 1,5 1,3 4,5 9,0 100
4 3,5 1,8 1,8 5,3 10,7 150
5 4,0 2,0 2,0 6,0 12,0 250
d
Referências Perdas no cobre: Resultam da resistência dos fios de cobre (esmaltado) nas espiras
Bibliográficas primárias e secundárias. As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma
de calor, e este aquecimento significa potência desperdiçada.
11/33
B
Apresentação
Br Máx
Br - Indução
Situação Prática Remanente
Br
Máquinas Elétricas
Estacionárias - HMáx
H
- Hc 0 Hc H Máx
Resolução da
Situação Prática
- Br Hc - Campo
Referências
Bibliográficas Coercitivo
- BrMáx
Desta maneira, quando o fluxo chegar a zero, ainda existirá uma densidade magnética
remanescente no material. Para anular a densidade magnética, é necessário aplicar
um campo magnético de polaridade que seja oposta ao causador da remanência
inicial, uma força coercitiva. Quando aplicamos um campo para anular a remanência,
ela provoca um atraso na densidade magnética. Este atraso entre o fluxo (H) e a
densidade (B) é o que chamamos de histerese magnética.
Perdas por correntes parasitas (ou correntes de Foucault): Quando uma massa de
metal condutor se desloca num campo magnético, ou quando ela é sujeita a um fluxo
magnético móvel, correntes induzidas circulam nela. Essas correntes produzem calor
devido às perdas na resistência do ferro.
12/33
Tipos de Transformadores: Monofásico
Apresentação
Os transformadores monofásicos são aqueles alimentados por uma ou duas fases e
podem ser utilizados em circuitos de potência, no comando de máquinas e, também,
Situação Prática nos equipamentos eletrônicos.
Máquinas Elétricas Existem transformadores monofásicos com mais de uma bobina no primário, ou mais
Estacionárias
de uma bobina no secundário ou, ainda, com primário e secundário com derivações
centrais, chamados de “Center Tap”.
Resolução da
Situação Prática
A simbologia para transformadores monofásicos muda de acordo com a norma
Referências empregada. É preciso conhecer as diferenças entre elas para não ser surpreendido por
Bibliográficas manuais técnicos de equipamentos ou painéis eletroeletrônicos que utilizam normas
internacionais. Veja abaixo o exemplo de simbologias empregadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outras normas empregadas em outros países:
Alemanha – DIN, Estados Unidos – ANSI ou ASA (antiga) e Comissão Eletrotécnica
Internacional – IEC.
13/33
Núcleo de ferro Com blindagem
(ABNT) (ABNT) Com derivação
Apresentação (ASA)
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Acoplamento Núcleo de ferrite
(DIN / IEC) (IEC) variável (ABNT)
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
Transformador DIN
Acoplamento Núcleo de ferrite IEC
de corrente
IEC) (IEC) variável (ABNT)
14/33
Segundo a NBR 5444, podemos representar um transformador monofásico utilizando
também a simbologia:
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias Os transformadores monofásicos mais comuns são os que têm o primário com três
fios ou, ainda, com quatro fios. Então, é preciso saber como realizar a ligação em cada
Resolução da um deles, selecionando a tensão de entrada de forma correta para não danificar o
Situação Prática
transformador. Veja, abaixo, o exemplo de ligação utilizando um transformador com
derivação central no primário:
Referências
Bibliográficas
Entrada Entrada
Para realizar a seleção de entrada entre 127VCA, ou 220VCA, é necessário utilizar uma
chave HH:
15/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
16/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática Fig. 11 – Ligação do transformador com bobinas
Referências
Bibliográficas
110V 220V
17/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas Fig. 13 – Ligação entre terminais das bobinas e da chave
18/33
Apresentação
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
Fig. 14 – Colunas de transformadores trifásicos
19/33
O transformador trifásico pode ser entendido como um conjunto de três
transformadores monofásicos, inseridos em um núcleo de ferro com características
Apresentação
construtivas iguais, ou seja, mesmo número de espiras, seção dos condutores e
potência.
Situação Prática
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Resolução da
Situação Prática
Referências
Bibliográficas
20/33
Os transformadores trifásicos geralmente possuem uma caixa com ligações em
que podemos efetuar as conexões. O primário é representado pela letra H (exemplo
Apresentação
H1, H2 e H3) e o secundário é representado pela letra X (exemplo X1, X2 e X3). Nos
transformadores de alta e média tensão, os bornes de ligação são sustentados por
Situação Prática isoladores, mantendo uma distância da carcaça por segurança. Para estabelecer
ligações entre os primários e os secundários do transformador trifásico, devemos
Máquinas Elétricas
estabelecer padrões de ligação denominados de estrela e triângulo. Veja na tabela
Estacionárias seguir, exemplos destas ligações:
4 2 4 2
Triângulo - Triângulo
∆∆
1 5 1 5
6 3 6 3
2 2
Estrela - Estrela
YY 4 5 4 5
6 6
1 1
3 3
21/33
Tipo de Ligação Ligação do Primário Ligação do Secundário
Apresentação 2
4 2
Estrela - Triângulo
Situação Prática Y∆ 4 5
6 1 5
1
3 6 3
Máquinas Elétricas
Estacionárias
2
Resolução da 4 2
Situação Prática Triângulo - Estrela
∆Y 4 5
Referências 1 5 6
Bibliográficas 1
6 3 3
22/33
Fase R 1 1 Fase R
Apresentação
220 V 380 V
Situação Prática
4 4
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Fase S 2 2 Fase S
Resolução da
Situação Prática 220 V 380 V
Referências
Bibliográficas 5 5
Fase T 3 3 Fase T
220 V 380 V
6 6
Fig. 17 – Enrolamentos primário e secundário de transformador trifásico
23/33
primário de 220V e secundário de 12V, com corrente de 3,5A. Adotando um fator de
potência igual a 1 (cos f =1), podemos calcular a potência ativa e aparente do lado do
Apresentação
secundário:
Máquinas Elétricas
Ps = 12 x 3,5 x 1 = 42W
Estacionárias
Ss = 42W (potência aparente)
Resolução da
Situação Prática
Como já calculamos a potência do secundário, é fácil calcular a potência no primário,
Referências
acrescentando também a porcentagem de perdas. Então, vamos considerar que o
Bibliográficas transformador tenha um rendimento de 90%, ou seja, 10% de perda.
Pp = Ps x 1,1 = 46,2W
24/33
Vamos construir o núcleo utilizando chapas “E” e “I”. Na tabela de chapas citadas
anteriormente, na seção núcleo do transformador, podemos encontrar a potência
Apresentação
aparente ligada ao número de chapa. Para compensar as perdas do transformador,
vamos utilizar um fator de potência menor do que 1, vamos definir que o cosf =0,92.
Situação Prática
46,2 46,2
Sp = = = 50,21 VA
Máquinas Elétricas
cosf 0,92
Estacionárias
Adotaremos a potência de 50VA, ou seja, utilizaremos a chapa de número 2. Depois de
Resolução da determinarmos a chapa, precisamos descobrir quantas chapas serão necessárias para
Situação Prática
construir o núcleo. A chapa será retangular com medida “a” em um dos lados, descrita
Referências
na tabela com 2,3 cm². Com esta medida podemos calcular a medida do outro lado do
Bibliográficas núcleo:
8,15
= 3,54cm
2,3
(3,54 cm)
número de chapas = =99,55 chapas @ 100 chapas
0,03556 cm
(Up x 100000000)
Np =
(4,44 x f x SL x B)
25/33
Onde:
Up = tensão no primário
Apresentação
F = frequência
SL = seção líquida do núcleo
Situação Prática B = densidade magnética do núcleo (dada em gauss)
Máquinas Elétricas
As densidades mais aplicadas aos núcleos de ferro são:
Estacionárias
» 8000 = 2% de silício
Resolução da
» 10000 = 3% de silício
Situação Prática » 12000 = 4% de silício
Referências
Bibliográficas Como já foi mencionado, nós utilizaremos a densidade para um núcleo de ferro silício
de 3%, ou 10.000 gauss.
(220 x 100000000)
Np = = 1216,23 espiras
(4,44 x 60 x 6,79 x 10000)
Vp Np
=
Vs Ns
220V 1216
=
12V Ns
(1216 x 12)
Ns = = 66,32 espiras
220
Vamos adotar 66 espiras no secundário.
26/33
Depois de ter calculado o número de espiras do primário e secundário, é necessário
calcular a seção do fio magnético esmaltado que será utilizado para cada
Apresentação
enrolamento. Para calcular, precisamos da corrente dos dois enrolamentos e a
densidade de corrente de cada condutor. A densidade de corrente do fio magnético
Situação Prática depende do ambiente em que o transformador irá operar. Observe na tabela a seguir
as densidades de corrente e as condições de operação do transformador:
Máquinas Elétricas
Estacionárias Tabela 3 – Densidades de corrente
Resolução da
Situação Prática Densidades de corrente
Sem ventilação 2A / mm²
Referências
Bibliográficas Má ventilação 4A / mm²
Ventilação regular 6A / mm²
Boa Ventilação 8A / mm²
Vamos utilizar no projeto uma condição em que o transformador esteja trabalhando
com uma má ventilação, ou seja, 4A/mm². Então, a seção do fio do enrolamento
primário será calculada da seguinte maneira:
Pp 46,2
Ip = = = 0,21 A ou 210mA
Vp 220
Ip 0,21
= = 0,0525 mm²
Densidade 4
27/33
Ps 42
Is = = = 3,5A
Vs 12
Apresentação
3,5A
Seção do secundário = = 0,875 mm²
Situação Prática 4
Máquinas Elétricas
O condutor possui uma seção igual ou superior a 0,875 mm². Então, na tabela de fio
Estacionárias esmaltado (Anexo A), usaremos o AWG 17.
Resolução da Depois de determinado o valor das bitolas dos fios, é necessário saber se haverá
Situação Prática
possibilidade de enrolamento ou se o núcleo terá de ser alterado, ou seja, precisamos
Referências
verificar se a área ocupada pelas bobinas, que serão sobrepostas, não ultrapassará o
Bibliográficas espaço em volta do núcleo. O espaço em volta do núcleo é estabelecido pela medida
“b” da chapa e o empilhamento de espiras não pode exceder a altura do núcleo que é
determinada pela subtração de “d” e “c”.
Nº Chapa a b c d e VA
2 2,3 1,3 1,3 3,8 7,5 50
Como podemos verificar pela tabela 4, a medida b = 1,3 cm, e as medidas d = 3,8 e c = 1,3.
Então podemos calcular a área disponível da seguinte maneira:
Da tabela de fios (Anexo A), podemos extrair os diâmetros dos condutores que serão
utilizados:
29/33
Após realizar todas as ligações e fechar o transformador, pode ser realizado um banho
de verniz para impregnar o mesmo. Esta impregnação evita que as chapas do núcleo
Apresentação
fiquem vibrando devido ao circuito magnético, acarretando mais perdas e barulho.
Ps
Rend =
Ps + Pcu + Pfe
30/33
Situação Prática para Exercitar
Você foi contratado como técnico de laboratório em uma Universidade. Para
organizar o laboratório, você resolveu catalogar as gavetas de componentes
eletrônicos. Em um dos armários você encontrou vários transformadores sem
etiqueta das características elétricas, ou seja, nesses transformadores você não tem o
valor da tensão de entrada e nem o valor da tensão de saída.
Fig. 19 - Transformadores
32/33
Referências Bibliográficas
CHAPMAN, Stephen J., Fundamentos de máquinas elétricas. 5ª ed. São Paulo: Mcgraw
Hill, 2013.
JORDÃO, Rubens G., Transformadores. 1ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002.
SIMONE, Gílio A., Transformadores: teoria e exercícios. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2015.
Se você ficou com alguma dúvida, acesse o Fale Conosco e pergunte a um especialista,
mencionando o assunto “Máquinas Elétricas Estacionárias”.
33/33