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Apresentação

Máquinas Elétricas
Situação Prática
Estacionárias
Máquinas Elétricas
As máquinas elétricas são equipamentos que funcionam através do princípio da
Estacionárias indução eletromagnética. Os transformadores e os autotransformadores são exemplos
de máquinas elétricas estacionárias, ou seja, estáticas.
Resolução da
Situação Prática
Transformador
Referências
Bibliográficas
O transformador é considerado uma “máquina” do tipo Elétrica, em que o seu
funcionamento é baseado no princípio da indução mútua (fundamentos do
eletromagnetismo estudados por Faraday e Lenz), formado por um núcleo de
material ferromagnético sobre o qual se enrolam duas bobinas com um certo número
de espiras. Se através da primeira bobina, denominada enrolamento primário,
circular uma corrente alternada, o campo magnético gerado será variável e, então,
teremos uma variação de fluxo através do circuito constituído pela segunda bobina,
ou enrolamento secundário. Nos extremos do secundário se formará uma tensão
induzida, por sua vez de tipo alternada. Se o secundário está fechado sobre uma carga,
por exemplo do tipo resistiva, a mesma será percorrida por uma corrente alternada.

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Enrolamento
primário Enrolamento
Apresentação secundário

I1 I2
Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da U1 N1
Situação Prática
N2 U2 Carga
Referências
Bibliográficas

Núcleo

Fig. 1 – Transformador de máquina elétrica estacionária

Se a fonte utilizada na alimentação do primário for, por exemplo, de corrente contínua


(CC), não teremos uma formação de tensão constante no secundário, porque o fluxo
magnético, que é gerado pela corrente contínua, não é variável ao longo do tempo.

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Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 2 – Autotransformadores de máquina elétrica estacionária

A tensão que é induzida será sempre proporcional ao número de espiras da bobina de


acordo com a indução magnética que a provocou. Esta relação de transformação pode
ser calculada através da fórmula a seguir:

Vp Np
=
Vs Ns

Onde:
Vp = tensão no primário
Np = número de espiras do primário
Vs = tensão no secundário
Ns = número de espiras do secundário
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A relação entre o número de espiras e a corrente nos enrolamentos é inversamente
proporcional, ou seja, quanto menor o número de espiras, maior será a corrente. A
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relação pode ser estabelecida através da equação:

Situação Prática Ip Np
=
Is Ns
Máquinas Elétricas
Estacionárias Onde:
Ip = corrente no primário
Resolução da Np = número de espiras do primário
Situação Prática
Is = corrente no secundário
Referências
Ns = número de espiras do secundário
Bibliográficas
No caso de um transformador ideal, resistência dos enrolamentos nula e perdas de
fluxo magnético entre primário e secundário nulas, a potência elétrica no primário
será igual ao do secundário:

Pp = Ps

Desta igualdade, podemos concluir então que:

Vp × Ip = Vs × Is

Onde:
Vp = tensão no primário
Ip = corrente do primário
Vs = tensão no secundário
Is = corrente do secundário

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Desse modo, podemos relacionar que em um transformador ideal (que não dissipa
energia) com 100 espiras no primário e 50 no secundário, percorrido por uma
Apresentação
corrente de 1A, sob 110VCA, fornece no secundário uma corrente de 2A sob 55V.
Podemos comprovar isto, aplicando a relação:
Situação Prática
Vp x Ns=Np x Vs
Máquinas Elétricas
Estacionárias 110 x 50=100 x Vs

Resolução da (110 x 50)


Situação Prática Vs = = 55V
100
Referências
Bibliográficas Podemos comprovar também a relação com a corrente:

Vp × Ip = Vs × Is

110 × 1 = 55 × Is

(110 x 1)
Is = = 2A
55

Os transformadores modificam níveis de tensão para determinadas aplicações nos


circuitos elétricos ou eletrônicos. Eles podem elevar, reduzir, ou até mesmo isolar a
tensão de saída, podendo ser:

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» Transformador rebaixador: fornece na saída uma tensão menor do que a entrada.
Apresentação
Vs < Vp

Situação Prática » Transformador elevador: fornece na saída uma tensão maior do que a da entrada.

Máquinas Elétricas Vs > Vp


Estacionárias
» Transformador isolador: mantém a tensão de saída com o mesmo valor da tensão
Resolução da de entrada. Este tipo de transformador é utilizado para isolações galvânicas, ou seja,
Situação Prática
quando é preciso que um circuito fique totalmente isolado de outro circuito, sem
Referências
nenhum contato em comum.
Bibliográficas
Vs = Vp

Núcleo do Transformador
Os transformadores podem ser construídos utilizando algumas formas de núcleos.
Os dois tipos de núcleo mais utilizados são o núcleo do tipo “core”, também chamado
de núcleo envolvente, e o núcleo do tipo “shell”, chamado de núcleo envolvido, ou
encouraçado.

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Monofásico Trifásico

Apresentação

Situação Prática
Núcleo
tipo Core
Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Núcleo
tipo Shell

Fig. 3 – Tipos de núcleo

O núcleo do transformador monofásico geralmente é construído utilizando chapas


de material ferromagnético, no intuito de evitar a perda de rendimento ou o
aquecimento, que são gerados quando se utiliza o núcleo de ferro maciço.

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Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 4 – Chapas ferromagnéticas

Os formatos dessas chapas, geralmente, são fabricados com dimensões pré-


determinadas. Elas podem ser nos formatos “E-I”, “L”, “F”, “U-I”, “E-E” de acordo com o
tipo de núcleo.

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Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 5 – Tipos de chapas ferromagnéticas

Outras formas de núcleo podem ser encontradas para transformadores especiais. Um


exemplo são os transformadores de isolação formados com núcleo em toróide.

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Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas
Fig. 6 – Transformador toroidal

Um dos aspectos importantes a se verificar em um projeto de transformador são as


dimensões do núcleo e como é constituída a sua seção. A tabela abaixo descreve as
dimensões de chapas em “E” e “I”, com valores em centímetros.

Tabela 1 – Dimensões de chapas em “E” e “I”

Nº Chapa a b c d e VA
c b a 2 2,3 1,3 1,3 3,8 7,5 50
3 3,0 1,5 1,3 4,5 9,0 100
4 3,5 1,8 1,8 5,3 10,7 150
5 4,0 2,0 2,0 6,0 12,0 250
d

6 4,8 2,5 2,5 7,5 14,8 500


7 6,0 3,0 3,0 9,0 18,0 1000
e

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Perdas no Transformador
Apresentação
O total de perdas de um transformador deve ser considerado no seu
dimensionamento, pois quando não são levadas em consideração, o rendimento do
Situação Prática transformador é baixo. Em transformadores modernos, cujas técnicas de fabricação
foram aprimoradas, o rendimento pode chegar em cerca de 98%, ou seja, da energia
Máquinas Elétricas que é aplicada ao primário haverá somente 2% de perda no secundário.
Estacionárias

As perdas em transformadores se devem, principalmente, à histerese (perdas no


Resolução da
Situação Prática ferro), correntes parasitas e perdas no cobre.

Referências Perdas no cobre: Resultam da resistência dos fios de cobre (esmaltado) nas espiras
Bibliográficas primárias e secundárias. As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma
de calor, e este aquecimento significa potência desperdiçada.

Perdas por histerese: A Energia é transformada em calor na reversão da polaridade


magnética do núcleo transformador. Quando o campo magnético em um
determinado material é aumentado até a sua saturação e em seguida reduzido, a
densidade magnética (B) não acompanha a redução do fluxo magnético (H).

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B
Apresentação
Br Máx
Br - Indução
Situação Prática Remanente
Br

Máquinas Elétricas
Estacionárias - HMáx
H
- Hc 0 Hc H Máx
Resolução da
Situação Prática
- Br Hc - Campo
Referências
Bibliográficas Coercitivo
- BrMáx

Fig. 7 – Histerese magnética

Desta maneira, quando o fluxo chegar a zero, ainda existirá uma densidade magnética
remanescente no material. Para anular a densidade magnética, é necessário aplicar
um campo magnético de polaridade que seja oposta ao causador da remanência
inicial, uma força coercitiva. Quando aplicamos um campo para anular a remanência,
ela provoca um atraso na densidade magnética. Este atraso entre o fluxo (H) e a
densidade (B) é o que chamamos de histerese magnética.

Perdas por correntes parasitas (ou correntes de Foucault): Quando uma massa de
metal condutor se desloca num campo magnético, ou quando ela é sujeita a um fluxo
magnético móvel, correntes induzidas circulam nela. Essas correntes produzem calor
devido às perdas na resistência do ferro.

Assista agora à videoaula sobre “Máquinas Elétricas Estacionárias – transformadores”.

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Tipos de Transformadores: Monofásico
Apresentação
Os transformadores monofásicos são aqueles alimentados por uma ou duas fases e
podem ser utilizados em circuitos de potência, no comando de máquinas e, também,
Situação Prática nos equipamentos eletrônicos.

Máquinas Elétricas Existem transformadores monofásicos com mais de uma bobina no primário, ou mais
Estacionárias
de uma bobina no secundário ou, ainda, com primário e secundário com derivações
centrais, chamados de “Center Tap”.
Resolução da
Situação Prática
A simbologia para transformadores monofásicos muda de acordo com a norma
Referências empregada. É preciso conhecer as diferenças entre elas para não ser surpreendido por
Bibliográficas manuais técnicos de equipamentos ou painéis eletroeletrônicos que utilizam normas
internacionais. Veja abaixo o exemplo de simbologias empregadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outras normas empregadas em outros países:
Alemanha – DIN, Estados Unidos – ANSI ou ASA (antiga) e Comissão Eletrotécnica
Internacional – IEC.

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Núcleo de ferro Com blindagem
(ABNT) (ABNT) Com derivação
Apresentação (ASA)

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias
Acoplamento Núcleo de ferrite
(DIN / IEC) (IEC) variável (ABNT)
Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

de ferro Com blindagem


(ABNT) Com derivação Auto-transformador
(ABNT)
(ASA) (ASA) (ABNT)

Transformador DIN
Acoplamento Núcleo de ferrite IEC
de corrente
IEC) (IEC) variável (ABNT)

Fig. 8 – Normas internacionais de simbologia

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Segundo a NBR 5444, podemos representar um transformador monofásico utilizando
também a simbologia:
Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias Os transformadores monofásicos mais comuns são os que têm o primário com três
fios ou, ainda, com quatro fios. Então, é preciso saber como realizar a ligação em cada
Resolução da um deles, selecionando a tensão de entrada de forma correta para não danificar o
Situação Prática
transformador. Veja, abaixo, o exemplo de ligação utilizando um transformador com
derivação central no primário:
Referências
Bibliográficas

220V 110V 220V 110V

Entrada Entrada

Fig. 9 – Transformadores monofásicos

Para realizar a seleção de entrada entre 127VCA, ou 220VCA, é necessário utilizar uma
chave HH:

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Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 10 – Ligação do transformador com primário a quatro fios

No caso de um transformador com duas bobinas no primário também pode ser


utilizada uma chave do tipo HH de 6 terminais, porém é necessário identificar o início
da bobina 1 e o início da bobina 2, da mesma forma que devemos identificar o final
da bobina 1 e o final da bobina 2, pois, para realizar a ligação no primário de 127VCA,
as bobinas são ligadas em paralelo através da chave. Para a ligação com entrada em
220VCA o final da bobina 1 é interligado com o início da bobina 2, formando uma
ligação em série entre as bobinas, conforme mostra o diagrama e a figura abaixo:

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Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática Fig. 11 – Ligação do transformador com bobinas

Referências
Bibliográficas

110V 220V

Fig. 12 – Ligações utilizando transformadores

Ao observar a figura é possível identificar como devemos ligar os terminais das


bobinas com os terminais da chave, para que o transformador não seja danificado
aplicando uma tensão de entrada maior do que ele suportaria.

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Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas Fig. 13 – Ligação entre terminais das bobinas e da chave

Tipos de Transformadores: Trifásico


Os transformadores trifásicos também são formados com um núcleo de chapas de
aço silício, enrolamentos e terminais de ligação. A grande diferença em relação aos
transformadores monofásicos está nas três colunas formadas pelo núcleo aonde são
instaladas as bobinas primárias e secundárias.

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Apresentação

Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas
Fig. 14 – Colunas de transformadores trifásicos

O transformador trifásico é utilizado, por exemplo, para realizar a transmissão e


distribuição de energia em redes aéreas, em máquinas industriais trifásicas, para
rebaixar a tensão de entrada de 380VCA para 220VCA e, em circuitos tiristorizados de
controle de velocidade, para minimizar os efeitos de interferências na rede.

Fig. 15 – Transformadores trifásicos

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O transformador trifásico pode ser entendido como um conjunto de três
transformadores monofásicos, inseridos em um núcleo de ferro com características
Apresentação
construtivas iguais, ou seja, mesmo número de espiras, seção dos condutores e
potência.
Situação Prática

Máquinas Elétricas
Estacionárias

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 16 – Transformador trifásico - Conjunto de três transformadores monofásicos

20/33
Os transformadores trifásicos geralmente possuem uma caixa com ligações em
que podemos efetuar as conexões. O primário é representado pela letra H (exemplo
Apresentação
H1, H2 e H3) e o secundário é representado pela letra X (exemplo X1, X2 e X3). Nos
transformadores de alta e média tensão, os bornes de ligação são sustentados por
Situação Prática isoladores, mantendo uma distância da carcaça por segurança. Para estabelecer
ligações entre os primários e os secundários do transformador trifásico, devemos
Máquinas Elétricas
estabelecer padrões de ligação denominados de estrela e triângulo. Veja na tabela
Estacionárias seguir, exemplos destas ligações:

Resolução da Tabela 2 - Tipos de ligação de transformadores trifásicos


Situação Prática

Tipo de Ligação Ligação do Primário Ligação do Secundário


Referências
Bibliográficas

4 2 4 2
Triângulo - Triângulo
∆∆
1 5 1 5

6 3 6 3

2 2

Estrela - Estrela
YY 4 5 4 5
6 6
1 1
3 3

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Tipo de Ligação Ligação do Primário Ligação do Secundário

Apresentação 2
4 2

Estrela - Triângulo
Situação Prática Y∆ 4 5
6 1 5
1
3 6 3
Máquinas Elétricas
Estacionárias
2
Resolução da 4 2
Situação Prática Triângulo - Estrela
∆Y 4 5
Referências 1 5 6
Bibliográficas 1
6 3 3

O exemplo da representação abaixo mostra exatamente como é feita a ligação ∆Y nos


enrolamentos primário e secundário do transformador trifásico:

22/33
Fase R 1 1 Fase R
Apresentação

220 V 380 V
Situação Prática

4 4
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Fase S 2 2 Fase S

Resolução da
Situação Prática 220 V 380 V
Referências
Bibliográficas 5 5
Fase T 3 3 Fase T

220 V 380 V

6 6
Fig. 17 – Enrolamentos primário e secundário de transformador trifásico

Assista agora à videoaula sobre “Máquinas Elétricas Estacionárias – Tipos de


Transformadores”.

Cálculo de Pequenos Transformadores


Existe um método prático para o cálculo de pequenos transformadores de até 1KVA,
definindo a sua aplicação, o seu regime de trabalho e a potência máxima fornecida.
Vamos supor que necessitamos de um transformador rebaixador de tensão com o

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primário de 220V e secundário de 12V, com corrente de 3,5A. Adotando um fator de
potência igual a 1 (cos f =1), podemos calcular a potência ativa e aparente do lado do
Apresentação
secundário:

Situação Prática Ps = Us x Is x cos f

Máquinas Elétricas
Ps = 12 x 3,5 x 1 = 42W
Estacionárias
Ss = 42W (potência aparente)
Resolução da
Situação Prática
Como já calculamos a potência do secundário, é fácil calcular a potência no primário,
Referências
acrescentando também a porcentagem de perdas. Então, vamos considerar que o
Bibliográficas transformador tenha um rendimento de 90%, ou seja, 10% de perda.

Pp = Ps x 1,1 = 46,2W

Sp = 46,2W (potência aparente)

Através da potência do primário, podemos determinar a seção líquida do núcleo


do transformador, ou seja, a seção teórica para que ele consiga atingir a potência
desejada no lado do secundário.

SL = √Sp = √46,2 = 6,79 cm2

Para construir o núcleo do transformador, vamos aplicar um fator de 20% sobre a


seção líquida, compensando as perdas da construção do núcleo. Nós vamos utilizar
uma chapa comercial com densidade magnética de 10.000 gauss, chegando então na
seção bruta de:

SB = SL x 1,2 = 6,79 x 1,2 = 8,148 cm2 @ 8,15 cm2

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Vamos construir o núcleo utilizando chapas “E” e “I”. Na tabela de chapas citadas
anteriormente, na seção núcleo do transformador, podemos encontrar a potência
Apresentação
aparente ligada ao número de chapa. Para compensar as perdas do transformador,
vamos utilizar um fator de potência menor do que 1, vamos definir que o cosf =0,92.
Situação Prática
46,2 46,2
Sp = = = 50,21 VA
Máquinas Elétricas
cosf 0,92
Estacionárias
Adotaremos a potência de 50VA, ou seja, utilizaremos a chapa de número 2. Depois de
Resolução da determinarmos a chapa, precisamos descobrir quantas chapas serão necessárias para
Situação Prática
construir o núcleo. A chapa será retangular com medida “a” em um dos lados, descrita
Referências
na tabela com 2,3 cm². Com esta medida podemos calcular a medida do outro lado do
Bibliográficas núcleo:

8,15
= 3,54cm
2,3

Como a espessura das chapas é igual a 0,3556 mm (padrão), podemos calcular a


quantidade de chapas do núcleo:

(3,54 cm)
número de chapas = =99,55 chapas @ 100 chapas
0,03556 cm

Ou seja, 100 chapas “E” e “I”.

Vamos calcular o número de espiras do enrolamento primário (Np), para isso


utilizaremos a fórmula:

(Up x 100000000)
Np =
(4,44 x f x SL x B)

25/33
Onde:
Up = tensão no primário
Apresentação
F = frequência
SL = seção líquida do núcleo
Situação Prática B = densidade magnética do núcleo (dada em gauss)

Máquinas Elétricas
As densidades mais aplicadas aos núcleos de ferro são:
Estacionárias
» 8000 = 2% de silício
Resolução da
» 10000 = 3% de silício
Situação Prática » 12000 = 4% de silício
Referências
Bibliográficas Como já foi mencionado, nós utilizaremos a densidade para um núcleo de ferro silício
de 3%, ou 10.000 gauss.

(220 x 100000000)
Np = = 1216,23 espiras
(4,44 x 60 x 6,79 x 10000)

Vamos adotar 1216 espiras no primário.

Para o secundário é só aplicar a relação de transformação:

Vp Np
=
Vs Ns

220V 1216
=
12V Ns

(1216 x 12)
Ns = = 66,32 espiras
220
Vamos adotar 66 espiras no secundário.
26/33
Depois de ter calculado o número de espiras do primário e secundário, é necessário
calcular a seção do fio magnético esmaltado que será utilizado para cada
Apresentação
enrolamento. Para calcular, precisamos da corrente dos dois enrolamentos e a
densidade de corrente de cada condutor. A densidade de corrente do fio magnético
Situação Prática depende do ambiente em que o transformador irá operar. Observe na tabela a seguir
as densidades de corrente e as condições de operação do transformador:
Máquinas Elétricas
Estacionárias Tabela 3 – Densidades de corrente

Resolução da
Situação Prática Densidades de corrente
Sem ventilação 2A / mm²
Referências
Bibliográficas Má ventilação 4A / mm²
Ventilação regular 6A / mm²
Boa Ventilação 8A / mm²

Vamos utilizar no projeto uma condição em que o transformador esteja trabalhando
com uma má ventilação, ou seja, 4A/mm². Então, a seção do fio do enrolamento
primário será calculada da seguinte maneira:

Pp 46,2
Ip = = = 0,21 A ou 210mA
Vp 220

Ip 0,21
= = 0,0525 mm²
Densidade 4

O condutor possui uma seção igual ou superior a 0,0525mm² e, segundo a tabela de


condutores de fio esmaltados (Anexo A), é o de AWG 29. Da mesma forma podemos
calcular a seção do secundário:

27/33
Ps 42
Is = = = 3,5A
Vs 12
Apresentação

3,5A
Seção do secundário = = 0,875 mm²
Situação Prática 4

Máquinas Elétricas
O condutor possui uma seção igual ou superior a 0,875 mm². Então, na tabela de fio
Estacionárias esmaltado (Anexo A), usaremos o AWG 17.

Resolução da Depois de determinado o valor das bitolas dos fios, é necessário saber se haverá
Situação Prática
possibilidade de enrolamento ou se o núcleo terá de ser alterado, ou seja, precisamos
Referências
verificar se a área ocupada pelas bobinas, que serão sobrepostas, não ultrapassará o
Bibliográficas espaço em volta do núcleo. O espaço em volta do núcleo é estabelecido pela medida
“b” da chapa e o empilhamento de espiras não pode exceder a altura do núcleo que é
determinada pela subtração de “d” e “c”.

Tabela 4 – Medidas das chapas

Nº Chapa a b c d e VA
2 2,3 1,3 1,3 3,8 7,5 50

Como podemos verificar pela tabela 4, a medida b = 1,3 cm, e as medidas d = 3,8 e c = 1,3.
Então podemos calcular a área disponível da seguinte maneira:

(d - c) • b = (3,8cm – 1,3cm) • 1,3cm = 3,25 cm²

Da tabela de fios (Anexo A), podemos extrair os diâmetros dos condutores que serão
utilizados:

AWG 29 = 0,29mm = 0,029 cm e AWG 17 = 1,15mm = 0,115 cm


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Multiplicando os valores das medidas de quantidade de espiras calculadas, pelo valor
dos diâmetros, teremos a área ocupada pelo enrolamento:
Apresentação
» Área das espiras do primário = 0,029 x 1216 x 0,029 = 1,022 cm²
Situação Prática » Área das espiras do secundário = 0,115 x 66 x 0,115 = 0,872 cm²
» Área Total = 1,022 + 0,872 = 1,894 cm² ou aproximadamente 1,9 cm²
Máquinas Elétricas
Estacionárias
Então, como 1,9 cm² cabem em 3,25 cm², só haverá preocupação adicional com os
materiais isolantes que serão utilizados durante o enrolamento.
Resolução da
Situação Prática
Devemos considerar na construção do transformador deste projeto o tipo de papel
Referências isolante para cada enrolamento. Um dos isolantes mais comuns utilizados é o papel
Bibliográficas
Kraft, que serve para forrar o carretel e cobrir o enrolamento todo. Para separar as
camadas de espiras é utilizado um papel mais fino, chamado de papel Cristal.

Fig. 18 – Papel isolante para enrolamentos

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Após realizar todas as ligações e fechar o transformador, pode ser realizado um banho
de verniz para impregnar o mesmo. Esta impregnação evita que as chapas do núcleo
Apresentação
fiquem vibrando devido ao circuito magnético, acarretando mais perdas e barulho.

Situação Prática Rendimento do Transformador



Máquinas Elétricas O rendimento do transformador pode ser calculado através da potência ativa do
Estacionárias
secundário e da potência ativa do primário:
Resolução da
Situação Prática Ps
h (%) = • 100
Pp
Referências
Bibliográficas
Se quisermos estabelecer um rendimento preciso, podemos adicionar as perdas
sofridas no cobre e no ferro e, então, a fórmula do rendimento ficará:

Ps
Rend =
Ps + Pcu + Pfe

Assista agora à videoaula sobre “Máquinas Elétricas Estacionárias – Cálculo de


transformadores”.

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Situação Prática para Exercitar
Você foi contratado como técnico de laboratório em uma Universidade. Para
organizar o laboratório, você resolveu catalogar as gavetas de componentes
eletrônicos. Em um dos armários você encontrou vários transformadores sem
etiqueta das características elétricas, ou seja, nesses transformadores você não tem o
valor da tensão de entrada e nem o valor da tensão de saída.

Fig. 19 - Transformadores

No mesmo armário você encontrou outros transformadores com a identificação de


12+12VCA e, olhando mais atentamente, você observou um código na parte inferior
desse transformador. Comparando com os transformadores anteriores, você viu
que possuem a mesma codificação chegando à conclusão de que se trata do mesmo
modelo. Para que você saiba quais dos terminais correspondem ao primário e quais
dos terminais correspondem ao secundário, você deve:
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a) Medir a resistência dos terminais dos enrolamentos de um lado do transformador
e depois do outro lado, sendo que o enrolamento que der a maior resistência será o
enrolamento primário e, depois, aplicar 220VCA neste enrolamento.
b) Medir a resistência dos terminais dos enrolamentos de um lado do transformador
e depois do outro lado, sendo que o enrolamento que der a menor resistência será
o enrolamento primário e, depois, aplicar 220VCA neste enrolamento.
c) Medir a resistência dos terminais dos enrolamentos de um lado do transformador
e depois do outro lado, sendo que o enrolamento que der a maior resistência será
o enrolamento primário e depois aplicar uma tensão de 12VCA no enrolamento de
menor resistência para descobrir se o primário é 127VCA/220VCA, com a utilização
de um multímetro.
d) Medir a resistência dos terminais dos enrolamentos de um lado do transformador
e depois do outro lado, sendo que o enrolamento que der a menor resistência será
o enrolamento primário e depois aplicar uma tensão de 12VCA no enrolamento de
menor resistência para descobrir se o primário é 127VCA/220VCA com a utilização
de um multímetro.

Assista agora à videoaula sobre “Máquinas Elétricas Estacionárias – Situação


Prática”.

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Referências Bibliográficas

Se você desejar saber mais sobre Transformadores, consulte:

CHAPMAN, Stephen J., Fundamentos de máquinas elétricas. 5ª ed. São Paulo: Mcgraw
Hill, 2013.

COMO FUNCIONAM OS TRANSFORMADORES TUDO AQUILO QUE VOCÊ


GOSTARIA DE SABER. Youtube, 20 jul. 2016. Disponível em < https://www.youtube.
com/watch?v=byVn1Sbk_YU>. Acesso em 3 dez. 2017.

COMO FAZER TRANSFORMADORES. Youtube, 23 mar. 2012. Disponível em <https://


www.youtube.com/watch?v=-GgB03vlNzU>. Acesso em 3 dez. 2017.

JORDÃO, Rubens G., Transformadores. 1ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002.

SIMONE, Gílio A., Transformadores: teoria e exercícios. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2015.

Se você ficou com alguma dúvida, acesse o Fale Conosco e pergunte a um especialista,
mencionando o assunto “Máquinas Elétricas Estacionárias”.

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