Você está na página 1de 172

Vida Infinita

1
Vida Infinita

HORÁCIO FRAZÃO

Vida
Infinita
Aplicações práticas da Teoria Quântica
para uma vida bem-sucedida

2
Vida Infinita

SUMÁRIO
1 DE VOLTA AO NOVO
CAPÍTULO 1
ACENDENDO O ESTOPIM DE UMA NOVA VISÃO 9

CAPÍTULO 2
SABEDORIA QUÂNTICA DO ÍNTIMO DA MATÉRIA 18

CAPÍTULO 3
ADOTANDO UMA NOVA PERCEPÇÃO 27

2 COMPORTAMENTOS QUÂNTICOS
CAPÍTULO 4
O EU MAIOR 38

CAPÍTULO 5
OPERANDO A TRANSFORMAÇÃO PELOS COMPORTAMENTOS 58

3 A FÍSICA DO SUCESSO
CAPÍTULO 6
ASSUMINDO O SUCESSO 76

CAPÍTULO 7
ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DO CAMPO 89

CAPÍTULO 8
OS PASSOS PARA A REALIZAÇÃO E A PLENITUDE 96

CAPÍTULO 9
ASSUMINDO O PODER DA CONSCIÊNCIA 116

3
Vida Infinita

4 COCRIADOR CONSCIENTE

CAPÍTULO 10
QUEBRANDO CONCEITOS REDUCIONISTAS 126

CAPÍTULO 11
A CRIAÇÃO QUÂNTICA 140

CAPÍTULO 12
SISTEMA QUÂNTICO DE CRIAÇÃO 156

CONCLUSÃO 169

AGRADECIMENTOS 170

4
Vida Infinita

SOBRE
ESTE
LIVRO
E
ste livro apresenta uma abordagem que visa ampliar o modelo atual existente sobre a
consciência humana e fornecer as bases para expandir a percepção para além do que é
visível e conceber a possibilidade de mudar a própria realidade, tornando-a melhor.
Ao libertar-se da ideia reducionista de que a consciência é um mero resultado da ativida-
de eletroquímica do cérebro, os limites deixam de existir e tornamo-nos aptos a orquestrar
a estrutura da realidade à nossa volta. A Física da Consciência é a partitura inicial por meio
da qual seremos o maestro da nossa própria vida.

5
Vida Infinita

APRESENTAÇÃO
O
homem vive como refém do materialismo há muito tempo. Ao que tudo indica, houve
momentos em que diferentes civilizações em nosso planeta estiveram além do seu pró-
prio tempo, incluindo o nosso atual. Com o passar dos milênios, os feitos de tais civilizações,
quando na falta de evidências e registros históricos sólidos, converteram-se em lembranças,
lendas e folclores, deixando apenas a impressão e a possibilidade de que talvez pudéssemos
também ir além.
Parece cíclico o movimento de ascensão e declínio de civilizações que atingem grande al-
cance tecnológico, larga envergadura de conhecimento e alta expressão de paranormalidade.
Em algum momento, apresentou-se um fator que, a despeito de todo o avanço levaram tais
civilizações a sucumbirem, não sem deixarem sua herança para as civilizações vindouras.
Assim se deram os desfechos de civilizações como Atlântida, Lemúria e tantas outras, cujos
registros desconhecemos.
Qual seria este fator que controla a tecnologia, submete o intelecto e orienta adequada-
mente a paranormalidade, deixando-os aquém? Trata-se da lucidez espiritual.

UM NOVO MOMENTO E UMA NOVA POSSIBILIDADE


Mais uma vez, chegamos a um momento cuja dinâmica evolucionária do universo nos
oferece a oportunidade de darmos um grande salto na consciência, que nos levará a uma
nova forma de ser e estar na realidade. O salto que trará grande renovação na capacidade de
perceber e sentir tudo à nossa volta.
Ao mesmo tempo, no íntimo da matéria, já estão em andamento mudanças sensíveis nas
relações que determinam sua qualidade, tornando-a ainda mais maleável ao poder da consci-
ência, baseadas nas emanações de pensamentos e sentimentos.
Estas mudanças são reflexos dos impulsos evolutivos que atuam para fornecer a possibili-
dade de manifestar mais consciência na realidade, para que exerçamos de forma consciente o
poder de influenciar construtivamente o mundo ao nosso redor.

“Vós Sois Deuses...”


Jesus (Velho Testamento)
Horácio Frazão

6
Vida Infinita

H
orácio Frazão é ativista quântico, meta-
físico, palestrante e humanista. Possui
formação em Cinesiologia Aplicada, Master
PNL e Hipnose. Pesquisador da consciência
humana e mecânica quântica, conviveu em
tempo integral com monges da Índia, África,
Europa e Filipinas, com os quais estudou e
vivenciou processos e métodos de desenvol-
vimento da consciência e de uma nova per-
cepção por meio de técnicas de meditação e
controle da energia vital.
Vem orientando grupos cada vez maiores
de pessoas a ampliar a percepção e a provo-
car uma mudança radical em seus níveis de
consciência a fim de manifestarem poten-
ciais e transformarem suas realidades.
Participou como palestrante no Simpósio
Internacional sobre a Consciência, quando
apresentou seu próprio modelo com o arti-
go: “A Nova Consciência Emergente”.
Na área do autodesenvolvimento e trans-
formação pessoal, vem compilando traba-
lhos no campo do autoconhecimento, ciên-
cias da mente e espiritualidade.
Autor dos Livros Vida Infinita e O Meta-
-humano e fundador da plataforma Metaflix,

SOBRE O
um acervo digital com cursos, palestras e sé-
ries voltados para o autodesenvolvimento.
Desenvolveu o Sistema da Holografia da

AUTOR
Mente – Um método que visa promover a
reestruturação da consciência e impulsionar
o indivíduo à transformação por meio do ge-
nuíno Salto Quântico.

7
Vida Infinita

PARTE

1
DE VOLTA AO

NOVO
“Tudo começa e termina em você.’’
Horácio Frazão

8
Vida Infinita

CAPÍTULO 1

ACENDENDO O ESTOPIM
DE UMA NOVA VISÃO
“É ESTUPIDEZ PEDIR AOS DEUSES AQUILO
QUE SE PODE CONSEGUIR SOZINHO.”
EPICURO

A
Física Quântica propõe uma mudança no modelo de realidade. Até então, nos baseamos
no modelo cartesiano, mecanicista, proposto por Isaac Newton, que nos fez enxergar o
mundo de uma maneira muito objetiva, linear e exata. Assim, o mundo seria como um gran-
de relógio, regido por um mecanismo bem determinado. Apesar de já ter expandido pelo pa-
radigma da Física Quântica, ele não foi anulado, pois ainda explica fenômenos que ocorrem
na realidade aparente.
O modelo clássico explica fenômenos que ocorrem nas dimensões médias ou na macro-re-
alidade. Por exemplo, quando empurramos um livro sobre uma mesa, temos que exercer uma
determinada força sobre o mesmo. O livro, em contato com a mesa, resiste ao movimento com
uma força igual e oposta. Aí está a Física Clássica funcionando perfeitamente, explicando a
força de atrito.
Já a Física Quântica penetra no íntimo da matéria e torna tudo absolutamente incerto. Na
visão quântica, o que era determinado passa a não mais ser. A realidade muda completamente.
Apesar disso, a nossa percepção ainda está adaptada e ajustada para o paradigma cartesiano.
O paradigma modificou-se, porém nós ainda não. A percepção humana não está adaptada
ao paradigma quântico. Concebemos um mundo onde as coisas permanecem separadas e a rea-
lidade é estática, sendo isso apenas uma ilusão de ótica persistente. Nossa mente ainda nos diz e
nos convence de que há um mundo lá fora existindo, independentemente da nossa percepção. É

9
Vida Infinita

curioso, mas é como se ainda enxergássemos o mun-


do com os mesmos olhos das pessoas que viviam no
século XVI, período no qual fundamentou-se a Físi-
ca Clássica. Apesar de termos hoje acesso a um pa-
radigma muito maior, que devolve a supremacia da
consciência, conscientemente ou não, o negamos na
forma como nos relacionamos com o mundo.
Quando surge o ímpeto de ampliar o modelo de
realidade e você, leitor, certamente já o possui, tor-
na-se óbvia a presença de uma nova atividade na
consciência. A abertura para acolher a visão quân-
tica do mundo e equilibrá-la com a visão cartesiana
amplia muito o seu leque de possibilidades.
Nos dias de hoje, não ter pelo menos uma noção
do paradigma quântico e de suas possibilidades, é o
mesmo que tentar viver em um mundo digital ainda
no modo analógico. Nesta analogia, o indivíduo que
insiste em funcionar no modo analógico (cartesiano),
terá a tendência a acatar crenças limitadoras como:
“vida é luta”, “preciso me esforçar para conseguir”,
“não há como viver sem sofrer”.
Mas qual a razão de existirem tais crenças? É que
a grande maioria das pessoas ainda está presa em um
modo não natural de operar a realidade. Um modo
baseado em condicionamentos, padrões e hábitos
mentais que foram aprendidos. A percepção quando
estruturada a partir de padrões e condicionamentos
reducionistas, cria uma realidade também baseada
em tal representação mental, pois a realidade exter-
na acontece em função do observador, como vere-
mos detalhadamente neste livro.

10
Vida Infinita

Normalidade e natureza
A primeira possibilidade a que devemos nos abrir é que viver não se resume apenas em
atos que repercutem. Ou seja, viver não é apenas realizar (fazer isso para atingir aquilo). Nós
vivemos em uma sociedade e estamos inseridos em uma cultura que valoriza muito a execu-
ção, sem considerar o movimento que a antecede. É claro que o “fazer” tem o seu momentum.
Porém, antes desse momento de ação, há o ato da criação. Aquele instante em que se manifes-
ta internamente aquilo que se quer criar. Ao que tudo indica esse é o mecanismo natural da
consciência humana: manifestar antes de materializar.

Expansão da Consciência & O Movimento de Retorno


Em primeiro lugar é preciso entender que o processo de desenvolvimento humano, ou ex-
pansão da consciência, é um movimento de retorno, e não de ida. Evoluir não é ir para algum
lugar longe ou afastado de si mesmo. Não é ir em direção a algo diferente de si. Evoluir, aper-
feiçoar-se, é um movimento de volta, de retorno a si próprio. É um exercício no qual você,
aos poucos torna-se cada vez mais “si mesmo”. Este é o caminho da natureza, portanto uma
tendência natural de desenvolvimento interior.
Em contrapartida, temos outro caminho, o da normalidade. A normalidade representa
o caminho do distanciamento, de ida. Neste processo de distanciamento, assimilamos uma
série de normas, regras, valores culturais que muitas vezes nos leva a perder “pedaços” de nós
mesmos, desagregando-nos e provocando um processo contínuo e constante de deformação
de quem somos. Isso acontece porque sofremos a pressão de que devemos nos moldar a partir
do olhar social, cultural e religioso. No momento em que assumimos esse olhar, nossa autoi-
magem já estará deformada. As implicações de tal deformação irão resultar em uma série de
traços comportamentais não naturais que provocarão dificuldades, bloqueios e uma série de
outros distúrbios na nossa estrutura interna psicológica.
Vivemos em um mundo onde certos comportamentos considerados normais são, na ver-
dade, traços altamente disfuncionais. Acostumamo-nos tanto com tais padrões de comporta-
mento que sequer notamos que exista algo errado. Um exemplo disso é a ansiedade. A ansie-
dade é um traço de comportamento não natural, parte de um aprendizado. Logo, aprendemos
a ser ansiosos. A ansiedade não é parte da essência da consciência humana. É um fenômeno
mental. Ela é um dos reflexos da estrutura da normalidade em nós, que define a máscara que
usamos na interface social, chamada de persona ou personalidade.
A personalidade é um conjunto de parâmetros, regras e valores construídos e arregimen-
tados ao redor do senso do “eu”. Essa estrutura deveria ser uma interface para promover a
manifestação do espírito, da essência e, assim, canalizar os atributos e potenciais intrínsecos

11
Vida Infinita

presentes em cada um de nós para impactar o nosso universo pessoal com originalidade,
criação e insights. A centelha divina ou a consciência, tem a visão além do tempo, para ser-
mos criativos e renovarmos o mundo constantemente. No entanto, esta estrutura, a personali-
dade, é composta de parâmetros que inibem, castram e reprimem. A personalidade aprisiona,
machuca e aperta, resultando em um comportamento completamente disfuncional. Feliz-
mente, a personalidade representa um aspecto totalmente móvel, plástico e, portanto, passível
de ser remodelado e atualizado, tornando-se claro que a normalidade neste contexto é um
agente disfuncional que impõe a igualdade como premissa básica de adaptação ao mundo, e
não a diferença. De forma tácita, a personalidade reforça fundamentos baseados em padrões
de igualdade que devem ser seguidos. Por exemplo, o estilo de como se vestir, os cortes de
cabelos da moda, a forma como devemos nos comportar e nos sentir, etc.
Quando desenvolvemos a consciência para observar o mundo sem absorvê-lo, percebe-
mos um grande sistema que visa manter as pessoas bloqueadas mentalmente para serem con-
duzidas, de modo a não serem pólos ativos e, sim, passivos. É por meio da manutenção da
passividade coletiva, que o poder mantém-se centralizado nas mãos de poucos que ainda go-
vernam o planeta, retroalimentando uma psicologia de massa baseada no fomento do medo.
Quando falamos de natureza, estamos falando de tudo aquilo que nos constitui e que não
se aprende, por não se tratar de fenômenos mentais. Não é opção, é uma questão de natureza
que nos constitui e é parte de quem somos. A constituição original do ser é criatividade, paz,
amor, foco, liberdade, abundância e todos outros atributos criativos. Poderíamos também
incluir a autoestima, como um atributo que envolve o reconhecimento de que nosso valor é
infinito perante o universo e não o nosso valor em relação ao outro ou ao mundo. Nesta pers-
pectiva é algo muito maior que envolve o reconhecimento de que somos o universo.
Portanto, a natureza, o caminho de retorno, tem o seu início quando nos permitimos olhar
da forma como o universo nos olha, de maneira perfeita, natural e divina. Como exemplo
podemos citar de forma bem simples as sensações de repulsa e nojo quando olhamos uma
barata. Para a natureza ou sob o “olhar” do universo a barata é apenas uma barata, um ser vivo
dentre infinitos outros, mas sob a ótica da percepção humana adulterada por preconceitos e
condicionamentos, geramos uma reação preconceituosa de nojo e repulsa em relação a bara-
ta. Qual é a sua percepção sobre si mesmo? Será que o seu “olhar” sobre você não está sendo
também preconceituoso? Como se sente? Reflita sobre isso.
Quando iniciamos o processo genuíno de expansão da consciência, num dado momento,
teremos de fazer a escolha de abandonar o caminho da normalidade. O apego à padronização
que a normalidade impõe ainda é muito intenso. Sem nos darmos conta, queremos ser iguais
e viver igual a todo mundo.

12
Vida Infinita

No entanto, o universo está todo emba-


sado em uma relação que se apoia na di-
ferença. No universo, nada é igual. Graças
ao processo de diferenciação, a diversidade
das espécies é garantida e todo o ecossiste-
ma mantém-se em equilíbrio dinâmico. O
DNA humano está programado para come-
ter mutações a cada 150 anos, tornando evi-
dente que a inteligência por trás da estrutu-
ração do universo é a favor da diversidade e
da diferença. Sendo a diferença um fator de
harmonia universal.
No momento em que se começa a perce-
ber a importância do exercício da diferen-
ça e descobre-se a liberdade de reformular
essa estrutura: a persona, podemos tomar
a iniciativa consciente de atualizar esta in-
terface para promover a nossa essência in-
terior, tornando-nos seres mais funcionais
e eficientes na vivência da realidade. Desta
forma, criaremos o espaço a partir do qual
um poder imenso e infinito começa a ex-
pressar-se. Este poder nos dá a condição de
curvar e flexionar a realidade, no sentido de
convergir os eventos a um ponto, por meio
do qual acontecerá a realização do Ser en-
quanto propósito existencial. Como dito
pelo Metafísico Americano Ernest Homes:
“Você é o único poder”.
Carl Gustav Jung desenvolveu um con-
ceito central na Psicologia Analítica, co-
nhecido como individuação. Segundo Jung,
a meta do desenvolvimento psicológico do
homem estaria voltada para um proces-
so de maior coesão, no qual o ser humano

13
Vida Infinita

transcende um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que


implica na ampliação da consciência. Por meio desse processo, o indivíduo identifica-se me-
nos com as condutas, normas e valores encorajados pelo sistema, e mais com as orientações
emanadas do “si mesmo”, a totalidade em nós.
Jung disse: “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá controlar a sua vida e você cha-
mará isso de destino”. Se não permitimos a expansão das nossas consciências para ampliar a
autoconsciência, o inconsciente irá governar e estaremos presos a uma ilusão definida como
destino. Sendo assim, “tornar-nos cada vez mais autoconscientes” é a chave para realmente
exercermos o poder da escolha e sobrepujarmos esta ilusão persistente chamada Destino.
Logo, no momento em que forçamos a nossa natureza a ser igual a alguma outra coisa, pro-
vocamos um desequilíbrio, pois estamos nos contrapondo ao princípio central que mantem
a estruturação universal. Este desequilíbrio poderá refletir em algumas áreas da vida, como
profissional, afetiva, da prosperidade e saúde. A realidade sempre irá denunciar em forma de
eventos o nosso estado interior.

Metassistema
O universo é um metassistema autoconsciente dotado de inteligência atemporal e não lo-
cal. Nós fazemos parte deste grande Sistema. Como partes do sistema, afetamo-nos mutua-
mente. Esta influência mútua poderá ser em prol do Sistema ou inconscientemente contra ele.
Desta dinâmica surgem impulsos e forças quânticas que atuarão para promover ou libertar a
parte quando a mesma se opõe ao Sistema Universal por conta de conceitos, valores e crenças
limitadoras.
Neste processo de interferência construtiva universal, o princípio é de libertação. A inteli-
gência cósmica fará o que for preciso para libertar a parte apegada à estrutura de conceitos e
ideias que a levam a negar-se como diferença e singularidade. Quando negamos algo em nós,
estamos fazendo oposição ao Sistema da Totalidade. Muitas vezes, a ação de libertação da
inteligência do universo corresponde a experiências de alto impacto, como perdas financeiras
ou pessoais, doenças, crises psicológicas, desestruturações internas, dentre outras. Aparen-
temente, tais experiências de impacto podem ser interpretadas como experiências negativas,
mas o motor que as move é um princípio de integração amorosa e inteligente, que está agindo
para libertar-nos do excesso de estruturas que nos deformam para restaurar a ordem deste
grande organismo vivo chamado Universo, do qual fazemos parte.
Obviamente que tais experiências são completamente desnecessárias para aqueles que op-
tam por usar a inteligência e buscam maior integração com as leis e princípios que regem a
dinâmica do universo e da própria consciência.

14
Vida Infinita

Imaginemos um elástico. Quanto mais o esticarmos, maior será a sua força de retorno.
Quanto mais resistirmos ao fluxo da natureza e da vida, maior será a força do universo para
nos libertar.
A proposta de aprofundarmos a visão sobre a física da consciência, isto é, ampliarmos
a compreensão da mecânica quântica por trás da interação entre consciência e matéria, é
de produzirmos um maior fluxo facilitador. Tudo isso dependerá de um conhecimento para
aplicarmos a consciência com mais eficácia. A facilidade é um sinal claro e inequívoco de
que estamos integrados com este grande metassistema interpretado como universo. Desta
integração, o fenômeno da ressonância harmônica acontecerá espontânea e positivamente.
Ao pensarmos e sentirmos dentro desta integração, o universo responderá e a realidade se
modificará adaptando-se à qualidade do pensamento e sentimento. Somos a água que vibra
na taça de cristal numa extremidade da mesa. A outra água que vibra na taça de cristal na
extremidade oposta é o potencial que está entrando em fase conosco. Vale lembrar que apesar
de cada taça de cristal com água estarem distantes no espaço da mesa, a água de ambas as
taças, ainda assim é água, com a mesma estrutura molecular.

Transcendendo o esforço
Na ótica da natureza e da física da consciência, não há o conceito de esforço. O esforço é a
ausência de conexão. Quando se está conectado, há fluxo e facilidade. Na natureza tudo fun-
ciona desta forma. Até mesmo na física envolvida no comportamento da luz, nota-se que a luz
“escolhe” o caminho de mínimo esforço a fim de propagar-se, ou seja, uma linha reta. Todo o
sistema biológico baseia-se numa lei universal: máxima economia de energia.
Se pudéssemos penetrar no mundo quântico, ficaríamos chocados, pois deixaríamos de ver
coisas interagindo entre si e veríamos um grande espaço vazio, onde ocorre uma grande sinfo-
nia entre informação e energia. Se não há coisas, não há esforço, e sim, inteligência organizando
e articulando informação. Ao invés do esforço para atingir resultados, há o ato de percepção
integrada. Dedicar-se não é esforçar-se, é fluxo de consciência focalizado em uma atividade.
Geralmente quando há prazer na realização de uma atividade, naturalmente haverá fluxo de
consciência focalizada.
A possibilidade de viver facilmente é desvelada quando ampliamos a visão da realidade a partir
do paradigma quântico que está completamente embasado na consciência. Estaríamos dispostos a
aceitar que a existência pode ser muito mais fácil, plena e divertida? Como esta pergunta repercute
internamente em você? Fato é que se o tema deste livro o atraiu, significa que há uma inclinação
presente em você para entrar neste modo natural de “funcionar” e operar a realidade.

15
Vida Infinita

Igreja e a engenharia da submissão


A dinâmica imposta e que ainda governa a grande maioria, está baseada na visão do Cris-
tianismo Católico, proposto pela Instituição da Igreja. Nesta há a supervalorização do sofri-
mento, do sacrifício e do autoabandono para sermos aceitos por um Deus-homem idealiza-
do. A informação subliminar que é reforçada continuamente diz que a dor e o sofrimento
leva-nos a conquistar a aceitação Divina. Adotamos e acolhemos tais referências que hoje
encontram-se infiltradas em níveis profundos do inconsciente coletivo, programando-nos su-
bliminarmente para negar o sucesso, a autorrealização, o prazer, a facilidade e a diversão. Tal
programação submete-nos ao medo imposto por uma figura mítica de Deus como homem,
pai e provedor.
Há uma pressão presente coibindo-nos a certas diretrizes a fim de obtermos a aprovação
divina. Obviamente que o conceito de Deus na religião é apenas uma ideia que mascara o
senso de autoridade infantil introjetado. Por isso, quando pensamos em Deus, damos forma
ao arquétipo do pai e acionamos as impressões da autoridade paternal.
Em uma visão maior, Deus não é uma ideia que deva ser acreditada, e sim, algo vivo e real
do qual fazemos parte, e não uma vontade alheia à nossa.
Nesta psicologia para o controle das massas pelo medo, as igrejas ressaltaram a imagem de
Cristo sofrendo na cruz como um gatilho que aciona inconscientemente o valor do sofrimen-
to. Ao visitarmos todas as igrejas veremos que o crucifixo com a imagem de um homem ago-
nizando está presente e sempre acima, para que o vejamos sobre nós. Este cenário funciona
como um lembrete subliminar que diz: “Foi sua culpa. Ele morreu por você”.
Qual o impacto e consequências deste reforço arquetípico e quais seriam as predisposições
mentais e comportamentais ao fracasso que esta mensagem poderia acarretar no inconsciente
humano?
Imaginemos assim, o impacto da retroalimentação desta mensagem oculta. Como alguém
poderá se dar o consentimento, se há uma mensagem de culpa ainda presente no seu incons-
ciente, que o obriga a negar prazer, felicidade, plenitude, além de aceitar a culpa por alguém
que morreu por nós? Logo, a única forma de alcançar o perdão Divino e sermos aceitos é a
submissão à uma psicologia que a cada instante nutre-se do medo.
Quando observamos as pessoas, principalmente nos transportes coletivos, vemos que a gran-
de maioria realiza o sinal da cruz ao passar perto de uma igreja. Qual o motivo que as leva au-
tomaticamente a fazer isso? O medo e o sentimento de culpa ainda vivos. Tais pessoas vivem a
vida num paradigma retrógrado em que ainda acreditam que há um poder maior e uma vontade
alheia (Divina) e que tudo depende desta vontade superior separada da sua própria vontade.

16
Vida Infinita

Tudo isso não passa de construções humanas que nos levam a perder o contato com os
verdadeiros princípios naturais e universais. Ao olharmos para a natureza veremos que lá os
seres vivos, desde a grama que cresce até um único animal, simplesmente vivem e fluem em
concordância com as leis naturais. Da borboleta às plantas, todos vivem uma vida criativa nos
fundamentos quânticos e espontaneamente atingem seu ápice.
O que esperar de uma sociedade que ainda vê no sofrimento uma forma de se ter valor?

Desta forma cabe aqui um lema libertador: Você é A Causa de Tudo, Mas Não Tem Culpa
de Nada. A culpa é uma construção religiosa. Já a consciência como o agente causal é uma
realidade.

17
Vida Infinita

CAPÍTULO 2

SABEDORIA QUÂNTICA
DO ÍNTIMO DA MATÉRIA
“QUEM ENTRAR EM CONTATO COM A FÍSICA QUÂNTICA SEM SE
ESPANTAR, SEM FICAR PERPLEXO, É PORQUE NÃO ENTENDEU.”

NIELS BOHR

H
á mais de 100 anos nascia uma nova física, a Física Quântica. Tudo começou em 1900
quando Max Planck, físico alemão, propôs que a energia era enviada em pequenos “paco-
tes”, chamados quanta. Até que chegou-se a compreensão do estranho comportamento dual
das partículas.
A dualidade onda-partícula propõe que, os elétrons se comportam ora como onda, ora
como partícula. Evidenciando que no momento em que o elétron está se comportando como
onda, esta onda não é uma forma de radiação mas sim, uma onda de probabilidade. Proba-
bilidade é uma perspectiva favorável de algo ocorrer dentro de uma variação de 0 à 100%.
Possibilidade é o potencial de um dado evento. Os elétrons possuem este comportamento
estranho. Eles aparecem e depois simplesmente desaparecem, voltando a serem possibilida-
des ou potenciais de existência no átomo. Podemos dizer que o elétron existe virtualmente e
probabilisticamente em qualquer ponto do átomo simultaneamente, quando não é observado
ou medido. Em qualquer espaço, o elétron existe como possibilidade de existência.
E o que torna esta onda partícula? O que interrompe o comportamento da onda de possi-
bilidade, para um objeto localizado no espaço e no tempo como um elétron? A resposta é: o
ato da observação. O princípio do observador, de forma resumida e direta nos diz que o ato
de observar colapsa o potencial quântico em particular e interfere diretamente no objeto
observado.

18
Vida Infinita

Se um cientista olhar para um ponto, lá estará o elétron como partícula; se olhar para outro
ponto, lá surgirá o elétron novamente, mas antes mesmo da medição quântica, o elétron está
probabilisticamente existindo como potencial em qualquer ponto.
Tais descobertas da nova física consolidaram a Mecânica Quântica, que explica o funciona-
mento da realidade no universo das subpartículas. Podemos dizer que a Física Quântica propõe
um entendimento no nível microcósmico da matéria. Neste mundo subparticular, determinadas
leis físicas que regem a macro realidade, o mundo clássico de cadeiras, céu e paredes, são facil-
mente revogadas, pois enquanto na realidade macro parece haver um determinismo, no qual
tempo e espaço são constantes imutáveis, conforme o modelo da Física Clássica, no mundo quân-
tico a essência do funcionamento da matéria é a incerteza. A constatação matemática da natureza
incerta do mundo quântico fez Einstein em um momento de contestação proferir a seguinte frase:
“Deus não joga dados”.
Na mecânica quântica, a matéria não existe de forma independente ao observador, como
propunha o princípio da objetividade forte de Aristóteles. Aristóteles defendia a teoria de que
a matéria existe independentemente da mente. Nesta visão, descarta-se a consciência humana
como um fator causal. A ideia de um mundo preexistente a uma mente já foi praticamente
superada, felizmente, com o paradigma quântico que demonstra exatamente o contrário. A
matéria não é algo rígido, fixo e independente de uma mente. A matéria sequer existe enquan-
to matéria, pois ela surge a partir da observação. Alguns físicos corajosamente propõem, in-
clusive, que a definição da matéria depende do fator psicológico ou subjetivo da mente de um
observador. O interior do átomo é constituído de 99,99% de espaços vazios. Se pudéssemos
mergulhar no interior do átomo, à medida que penetrássemos em seu núcleo, depararíamos
com um espaço tão vasto quanto o espaço sideral sobre nossas cabeças.
Sugiro, então, um pequeno exercício de extrapolação: o espaço sideral seria tão ínfimo
quanto o espaço no interior do átomo? Ou o espaço subatômico ou quântico seria tão cósmi-
co e infinito como o macro espaço?
Aqui cabe o Sutra do Coração do Budismo, pois Buda, há aproximadamente 2.500 anos, já
havia expandido sua consciência e acessado o paradigma quântico. No Sutra do Coração ele
diz: “A forma não difere do vazio, nem o vazio da forma. A forma é idêntica ao vazio e o vazio
é idêntico à forma”.

Causação ascendente versus descendente


Anterior ao advento da Física Quântica, o modelo de realidade estava embasado em uma
visão rígida e estreita que considerava a matéria como princípio, ou seja, como a causa de
tudo. O modelo da causação ascendente embasa a teoria do epifenômeno, que coloca também

19
Vida Infinita

a consciência como um produto da matéria, do cérebro. Assim, teríamos átomos que formam
moléculas, moléculas que formam células, células que formam tecidos, tecidos que formam
órgãos, órgão (cérebro) que gera a consciência como um estado resultante da atividade neu-
roquímica. O mesmo valeria para a realidade à nossa volta. Neste paradigma, tudo surgiria da
matéria, inclusive a consciência.
Ao considerar o princípio do observador, que propõe que o ato da observação é o fator
que colapsa a possibilidade em um elétron ou evento particular, a consciência resgata sua
supremacia, sendo completamente libertada da matéria. A teoria que sustenta tal relação é a
teoria quântica da causação descendente. Nesta, a causa descende de um princípio primário e
imaterial, significando que a matéria surge de algo que não é matéria. Assim, temos a consci-
ência colapsando a possibilidade em um evento particular, ou seja, subpartículas que formam
átomos, que formam moléculas, células, tecidos, órgãos e o cérebro.
Na teoria da causação descendente a origem de um evento ou objeto material ocorre a
posteriori. A consciência viria a priori. Tudo está sendo orquestrado pela consciência. Sobre
qual consciência se refere? Sobre a consciência que constata a realidade à sua volta. Esta cons-
ciência está se expressando em “um número indefinido de maneiras e percepções”, conforme
mencionado pelo Físico Americano Fred Alan Wolf, em seu livro Espaço, Tempo e Além.
Você, eu e nós somos expressões desta consciência que, como um pano de fundo, permite a
existência material do universo.
Poderíamos também considerar o conceito de Holos que propõe que o “todo é maior que
a soma das partes”. Portanto, haveria uma consciência total e cada um de nós seríamos uma
expressão singular, um fractal experimentando de forma única a existência no continuum do
espaço-tempo.

A Consciência Como Princípio Primordial


A consciência, de acordo com a visão mecanicista das ciências médicas, é ainda descrita
como o resultado de complexas operações matemáticas no cérebro, tendo como parâmetro a
memória. O cérebro, com o seu vasto conjunto de reações eletroquímicas, faria surgir a cons-
ciência como um estado cerebral. Aqui proponho um exercício mental que beira o absurdo,
mas que nos permite colocar em cheque a noção médica e materialista sobre a consciência.
Neste exercício mental, imaginem a seguinte situação: um médico neurocirurgião fazendo
uma operação em seu próprio cérebro. Quem estaria operando quem?
Com o surgimento da Física Quântica, estamos chegando próximos daquilo que as esco-
las de mistério e os místicos orientais chegaram há milhares de anos, por vias intuitivas e da
autopesquisa espiritual. Essas pessoas tinham o hábito de mergulhar em si mesmas por meio

20
Vida Infinita

de incursões profundas, pelas vias de estados meditativos, e constataram que a consciência


é algo completamente independente e livre. Esses super-homens, no passado, haviam cons-
tatado empiricamente, que a consciência é o princípio causal por trás de toda a estrutura da
realidade.

O universo não existe se não houver


algo que lhe perceba a existência.”
A consciência como princípio independente e inteligente, como era e ainda é vista nas
ciências espirituais, assume, aos poucos, o mesmo status na visão de alguns físicos quânti-
cos revolucionários. Tal mudança de status da consciência na ciência, servirá em um futuro
próximo, como a base para um grande ponto de mutação na humanidade e impulsionará um
grande avanço tecnológico, social e espiritual.
Uma vez que considerarmos a consciência como algo livre, e a realidade completamente
interconectada e dependente da influência desta consciência em nós, vislumbraremos todo o
poder que reside nas dimensões ocultas da realidade e assumiremos a função como agentes
que coparticipam da construção da realidade material e universal. Deixaremos definitiva-
mente os papéis infantis da vítima e de meros mortais à mercê de um destino, para assu-
mirmos a posição central de seres que cocriam. Esta compreensão modificará radicalmente
nosso estado psicológico e consciencial.
Há um grande poder à espera daqueles que estão aos poucos acessando esta nova percep-
ção. Este poder é a base para uma vida mais natural e embasada nos princípios quânticos.
Com esta nova proposta de conhecimento, poderemos aprender com a sabedoria do elétron
a provocar o salto quântico no pensamento, portanto, na realidade. Aprenderemos a viver em
harmonia com as leis naturais da vida, que são as leis da consciência, uma vez que a consciên-
cia é o fundamento, o princípio, o Alfa e o Ômega no universo.
Como diz o físico Amit Goswami: “O universo não existe se não houver algo que lhe perceba
a existência”. Nós somos o centro onde a realidade se organiza dinâmica e continuamente.

O experimento da fenda dupla


Um dos experimentos mais interessantes que mostram, até certo ponto, o comportamento
inteligente da matéria em relação a um ponto de atenção ou observador, é o experimento da
fenda dupla ou experimento de Thomas Young. Esse experimento, proposto em 1803, demons-
tra que, ao projetarmos partículas (vamos imaginar bolinhas de gude) por entre uma fenda,

21
Vida Infinita

veremos uma tira marcada na parede atrás da fenda. Algo perfeitamente esperado. Ao colo-
carmos uma segunda fenda, veremos uma segunda tira duplicada à direita com a marca das
bolinhas que foram atiradas.
No caso de ondas propagando-se sobre uma única fenda, veremos uma faixa mais intensa
e clara na tira correspondente à ela. Ao adicionar a segunda fenda, as ondas produzem um pa-
drão de interferência na tela ao se propagar, isto é, áreas mais claras (interferência construtiva,
dois topos de ondas que se encontram) e áreas mais escuras (interferência destrutiva, topos e
pontos baixos das ondas que se encontram).
O curioso neste experimento é que, ao lançar um feixe de elétrons por uma fenda, há uma
única tira na tela, como os da bola de gude. Ao projetar o mesmo feixe de elétron em duas
fendas, deveríamos ter duas tiras registradas na tela. No entanto, registra-se um padrão de
interferência idêntico ao que as ondas geram ao serem irradiadas. Como partículas produzem
efeitos como os das ondas? O que torna este experimento mais subjetivo é o fator consciên-
cia. Quando os físicos resolveram observar o elétron passando pelas duas fendas (medição),
o elétron voltou a se comportar como partícula e passou apenas por uma fenda e não pelas
duas. Como se o elétron “soubesse” que estava sendo observado e “decidisse” agir de maneira
diferente.
O próprio ato da medição ou observação interferiu diretamente na matéria, constatando-
-se que o elétron se comporta ora como onda e ora como partícula. O observador colapsa a
função de onda em partícula.
E quando os elétrons se comportam como onda, que tipo de onda elas se tornam? A res-
posta é: ondas de probabilidades, potencial.

Elétron e nanoconsciência
O experimento da Fenda Dupla demonstra exatamente a interconexão e o intercâmbio en-
tre observador e elétron. Poderíamos especular e afirmar que o elétron possui uma espécie de
nanoconsciência, que representaria um aspecto da própria consciência do observador, mos-
trando que a separação entre observador e matéria é apenas uma espécie de ilusão de ótica.
Se tudo à nossa volta é constituído de matéria - átomos, elétrons e subpartículas -, e consi-
derando que as subpartículas são dotadas de consciência, pois decidem na presença de um
observador mudar o seu comportamento, pode-se concluir que o que chamamos de matéria
à nossa volta, são fractais da consciência daquele que observa, ou seja, a matéria é também
expressão da consciência.
Se só existe matéria quando há uma mente para observá-la, o observador (você e eu), é o
grande maestro que orquestra a estrutura da realidade. Portanto, nós somos o fundamento

22
Vida Infinita

da realidade. Detemos o poder de provocar o colapso da função de onda da possibilidade,


em matéria. Podemos nos comunicar com a inteligência intrínseca do elétron e da matéria,
e orientá-la para que corresponda ao nosso modelo mental, atuando como cocriadores mais
conscientes. Para tal, necessitaremos ampliar o modelo de realidade para reconhecermos que
somos os responsáveis pelos eventos à nossa volta. A visão cartesiana de destino, sorte ou
azar e acaso, sucumbem a esta nova visão, dando lugar a um novo paradigma, onde somos,
queiramos ou não, cocriadores.

O Experimento da Dupla Fenda Revisitado


Há alguns anos, um grupo de cientistas resolveu revisitar o experimento da Fenda Dupla,
desta vez com o apoio de tecnologias modernas, criaram uma situação baseados no seguinte
argumento: “Já que o observador decide o futuro de uma particular, ou seja, o elétron sabe

23
Vida Infinita

que está sendo observado, o que aconteceria com a onda no momento em que realizássemos a
medição a poucos momentos da onda provocar o padrão de interferência na tela? Isto foi feito
e o resultado foi ainda mais estranho. No último momento fizeram a medição e o elétron vol-
tou no tempo passado e passou pela fenda registrando um padrão de partícula na tela como
se desde o início ele tivesse se comportado como partícula. Essa é mais uma excentricidade
do mundo quântico.

Paradigma: modelo de interpretação


Um paradigma é, simplesmente, um modelo de interpretação. Basicamente, tudo aquilo
que um modelo é capaz de agregar existirá como realidade na percepção. Se o modelo não
comportar uma dada informação, aquilo não irá existir na percepção condicionada por tal
modelo.
Desta feita, podemos apontar alguns pontos importantes: um paradigma é o que está por
trás da qualidade da percepção, ou seja, é a essência que define a interpretação da realidade e,
consequentemente, a representação mental dela.
Há registros de que os índios antigos não foram capazes de perceber as naus dos coloniza-
dores despontando no horizonte, pois não tinham o conceito formado do que seria uma nau.
Dia após dia, o xamã da tribo sentia espiritualmente que havia uma presença, mas não conse-
guia materializar as naus em sua percepção. Até que, em um determinado momento, houve a
decodificação desta informação, por meios subjetivos e espirituais. O xamã aprendeu o con-
ceito do que seria uma nau e, quando isso aconteceu, todos da tribo passaram a ver as naus.
Podemos, a partir deste exemplo, também avaliar a realidade que compartilhamos.
Até que ponto a realidade que percebo é a mesma que você percebe? Será que cada in-
divíduo - e consciência - fabrica sua própria realidade a partir dos seus próprios valores e
paradigmas e estabelece um acordo conceitual para tornar a experiência comunicável e inter-
cambiável?
Por exemplo: imagine que estamos na mesma sala e eu estou vendo uma cadeira. Você,
em tese, estaria também vendo a mesma cadeira. Até que ponto estamos realmente vendo a
mesma cadeira, da mesma cor, material e forma?
Estabelecemos um código de comunicação e entramos em um acordo conceitual acredi-
tando assim, que aquilo que percebemos é o que passamos a chamar de cadeira.
Se ampliarmos este exemplo para uma escala mais complexa, como a cidade onde vivemos,
considerando que estamos vivendo na mesma cidade, a minha cidade seria bem diferente da
sua, caso o conteúdo (paradigma, crenças, valores) que constrói a minha percepção de mun-
do seja diferente do seu e vice-versa. Há uma tendência de certos eventos surgirem no meu

24
Vida Infinita

campo de realidade e não no seu, pois tais eventos estão relacionados com a qualidade de
percepção de cada um. Se eu realmente estiver convencido de que “a vida é luta” (infelizmente
esta é a visão da grande maioria), a minha realidade estará repleta de eventos que justificarão
esta crença e eu me perceberei lutando boa parte do tempo. Eu criarei a realidade e toda a sua
estrutura responderá.
Seguindo esta linha de raciocínio, podemos transportar o mesmo exemplo para a nossa re-
alidade atual. Será que, por não concebermos novas possibilidades, não conseguimos alterar
nossa realidade? Até que ponto o modelo de interpretação da sua realidade carece de maior
referência para que consiga transformar a sua vida?
O outro ponto de um paradigma diz respeito à essência da informação que o mesmo re-
força. Vamos citar como exemplo o estado mais rico do mundo, a Califórnia, nos Estados
Unidos. Na Califórnia, o Protestantismo predomina. A essência do Protestantismo, de forma
geral, é governada pelo Salmo 23, que diz: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”.
A informação por trás do Salmo é a crença e a confiança na abundância e fartura. Não é de
se espantar que isso se torne realidade naquele estado.
Já ao explorarmos o Catolicismo que congrega, segundo dados estatísticos, cerca de 1 bi-
lhão de adeptos, e que tem Brasil e México como os principais redutos de convertidos, vere-
mos a expressão do sistema de crença, direcionado à valorização do sofrimento e da pobreza,
como forma de valor e aprovação de Deus. Podemos ver isso em Mateus 5, no Sermão da
Montanha, que começa assim: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino
dos céus”. A despeito da interpretação, deformação ou manipulação de informação, é claro o
reflexo de tais ideias compondo um território de crenças de quase 1 bilhão de pessoas. Basta
observar a realidade de países como México e Brasil, onde a desigualdade e pobreza ainda são
problemas crônicos.
A solução é a ampliação da percepção, a partir da adoção de modelos de rea-
lidade maiores que devolvam o poder da consciência e incentivem uma visão li-
vre de dogmas, falsos valores e pseudoverdades. Um modelo que aceite e admi-
ta que a vida pode ser muito mais plena, feliz, abundante e próspera. O paradigma
quântico é o ponto de partida para chegarmos num modelo maior sobre a realidade.
Evolução do pensamento
Desenvolver um novo modelo de realidade, baseado no paradigma quântico, permite que
o pensamento evolua atualizando a nossa mentalidade. A mentalidade determina todas as
respostas e reações que geramos internamente e também a percepção de mundo. Nesta nova
mentalidade, nossos pensamentos tenderão a ser mais sistêmicos e integrais, tornando a visão
de mundo mais integralizada.

25
Vida Infinita

Nesta nova visão, a consciência ou o observador reassume o papel principal como o gran-
de epicentro a partir do qual todo o universo é construído. A visão sistêmica é uma visão
multidimensional que, gradualmente, nos leva a devassar outros níveis e planos de realidade
à medida que áreas mais profundas da consciência são gradativamente despertadas por essa
expansão do conhecimento. Isso também implica que devemos estar a favor do funcionamen-
to da realidade do universo, buscando emular o comportamento quântico das partículas na
nossa experiência, e aplicar toda a sabedoria quântica comunicada pela matemática na práti-
ca. Veremos nos capítulos a seguir como exercitar tal sabedoria.
Há uma relação diretamente proporcional envolvendo percepção e realidade: Quanto
maior for a ampliação da percepção, maior será a realidade vivenciada. A ampliação da
realidade aqui refere-se a maiores possibilidades de experiência. Sendo assim, toda transfor-
mação e o potencial de realização na existência dependerá de uma mudança de percepção, da
aquisição de um modelo mais aprimorado e aperfeiçoado.
Quando nos estabelecemos em um modelo no qual somos priorizados como o agente cau-
sal, e assumimos esta condição, naturalmente modificamos a nossa postura diante da vida,
transcendendo gradualmente posturas e atitudes limitadoras comuns à mentalidade reducio-
nista, que nos impunha um papel secundário na estruturação da realidade. Entende-se por
atitudes limitadoras, o vitimismo, a atitude de emitir juízos de valor, resistência, apego, medo,
dentre outras. Como consequência deste shift interior, desenvolveremos maior inclinação à
harmonia, a um estado interior de maior equilíbrio, pois passamos a reconhecer que o status
interno, a qualidade do pensamento e sentimento, tem um grande impacto na realidade.
A mudança da realidade torna-se realmente possível a partir deste novo status mental.
Nossa vivência passará a ser gradualmente mais fácil, pois o estado quântico (a percepção
quântica) que é o estado natural de todos os seres, produz como consequência natural, uma
vida com maior fluxo.
Os desafios fazem parte da equação existencial, pois é por meio deles que fomentamos a
criatividade. Os desafios não são dificuldades ou problemas, são possibilidades de autossupe-
ração, recriando-se sempre para melhor.
Como atingir este estado quântico para uma vida realmente quântica? O primeiro passo é
reconhecer tudo aquilo que está em nós como aprendizado psicoemocional, que resulta em
inclinações comportamentais reativas e que, por sua vez, faz de nós o principal impedimento
para uma vida plena.

26
Vida Infinita

CAPÍTULO 3

ADOTANDO UMA
NOVA PERCEPÇÃO
“NÃO É O QUE NÃO SABEMOS QUE NOS IMPEDE DE VENCER. O NOSSO
MAIOR OBSTÁCULO É JUSTAMENTE O QUE SABEMOS.”
JOSH BILLINGS

U
ma das crenças mais arraigadas na mente humana é a ideia de um mundo difícil. Acreditar
em dificuldades constantes faz parte da mentalidade coletiva. É uma crença tão forte e domi-
nante que nos leva ao preconceito sobre a facilidade, afastando-nos de tal possibilidade. Quan-
do, por alguma razão, vivenciamos algum fluxo de facilidade em qualquer situação, ficamos
felizes, mas ao mesmo tempo, surge o sabotador em nós que diz: “Tem alguma coisa errada.
Não é possível que tudo esteja indo tão bem assim.” Ou, como diz o ditado popular, “quando
a esmola é muita, o santo desconfia.” Ditados como este apenas denunciam o quanto toda a
sociedade vive o culto à dificuldade e o quanto, sem nos darmos conta, colocamo-nos contra
uma vida com maior fluxo. Considerando que a realidade é governada pela Mecânica Quântica
que apresenta a interconexão entre a consciência e a matéria, e sugere que a atividade interna de
crenças e padrões mentais moldará a realidade material, nada mais previsível que uma socieda-
de ou população inteira governada por crenças limitantes, crie uma vida difícil.
Segundo alguns estudos da Psicologia Cognitiva, 98% dos obstáculos que vemos em nos-
sas vidas são projeções mentais, que significa que criamos limitações conceituais em nossas
mentes. Ainda segundo esses estudos, os 2% restantes seriam os desafios naturais que esti-
mulam a criatividade humana. Eles fazem parte e nos estimulam a despertar novas formas e
maneiras de lidar com a realidade. Já os obstáculos são barreiras construídas a partir de todo
um território de crenças que motivam o bloqueio, a dificuldade e o sofrimento.

27
Vida Infinita

Se pudéssemos transformar tais crenças e conceitos limitantes e reorganizar todo o ter-


ritório de crenças a partir de uma nova visão, a qual apoia a facilidade, contaríamos com a
possibilidade de saltar ou transformar situações ruins e criar novos cenários de realidade nos
quais viveríamos com mais graça, leveza e positividade. Cabe aqui uma reflexão: O que seria
a vida, sem as projeções mentais de obstáculos? A vida é e sempre será um campo de possi-
bilidades para realizarmos e atingirmos o ápice enquanto seres dotados de uma consci-
ência ampliada. Então podemos começar desde já entendendo que vida não é um campo de
batalhas e, sim, um campo de possibilidades para realizarmos a plenitude em nós e vivermos
com sentido.
Esta vida sempre esteve diante dos nossos olhos, mas passamos boa parte do tempo com
uma espécie de “venda conceitual” que nos levava a enxergar primeiro a projeção. Agora, você
leitor, está retirando comigo esta venda. Pratique o seguinte exercício todas as manhãs ao
acordar, repetindo o comando de ampliação mental. Repita 3 vezes, ouvindo-se e com envol-
vimento para que possa ativar a energia e informação em seu campo de consciência:

Hoje me abro para este campo de pos-


sibilidades harmônicas que é a minha
vida. Pois sempre penso, sinto e ajo em
harmonia com o universo.”
Acostume-se a lembrar disso em seu dia a dia também. Toda vez que estiver tenso ao
deparar-se com um “obstáculo”, lembre-se que você está preso a uma ilusão de ótica, pois na
verdade, não há obstáculo, só possibilidades e desafios. Ao lembrar-se disso, respire fundo
uma ou duas vezes, solte o ar e sinta-se aberto para a possibilidade. Se não conseguir sentir
num primeiro momento essa abertura, apenas afirme internamente: “me abro à possibilidade,
me abro à possiblidade, me abro à possibilidade.”. Um simples exercício como esse pode modi-
ficar a sua representação mental sobre aquele momento e abrir novos caminhos. É importante
frisar que a afirmação acima (comando) é feita de forma honesta e com boa vontade, sem a
pretensão de acreditar, se convencer. O princípio envolvido é a sensibilização gradual de uma
nova estrutura de pensamento.
Você está disposto a mudar a sua percepção? O quanto estaria disposto a ampliar a repre-
sentação mental sobre si próprio e sobre o seu mundo pessoal?

28
Vida Infinita

Comportamento e Representação de Realidade.


Mudar a percepção da realidade é algo que envolve a disposição de abandonar o coletivo.
Como lidamos e assumimos como verdade o que a maioria reproduz, é um dos maiores pro-
blemas, pois tudo aquilo que é reproduzido por muitos, tende a ser aceito como um compor-
tamento comum, portanto, normal. Assim, vamos aceitando como parte do funcionamento
comportamental humano aquilo que é comum. Vamos aos poucos adotando certos padrões
mentais e de comportamento, tidos como normais, e vamos compondo uma representação da
realidade comum. Como exemplo podemos citar o comportamento de ansiedade. Ansiedade
é um aprendizado. Desenvolvemos uma estrutura mental que cria uma representação mental
sobre a realidade e sobre nós mesmos que nos deixa ansiosos. Este hábito é autodestrutivo e
sobrecarrega nosso sistema neurofisiológico com estresse e toda sorte de química que gerará
desordem. Nosso sistema mente-corpo se desregula por completo, gerando desequilíbrios des-
necessários, além da grande perda de energia. A médio e longo prazo, tal hábito trará consequ-
ências e efeitos deletérios para o nosso organismo psicofísico. No entanto, por ser uma prática
comportamental comum, isto é, a grande maioria é ansiosa, passamos a ver tal hábito como
normal e o aceitamos. Da mesma forma ocorre com o comportamento de sobrevivência, de luta,
de controle, de aprovação. Tais hábitos comportamentais são o fruto de representações mentais
embasadas em estruturas de pensamentos ou ideias que apreendemos ao longo da vida. Se nos
permitirmos mudar deliberadamente nossa representação mental, ou seja, nutrir e desenvolver
novas qualidades de pensamentos, evoluiremos em comportamento e visão de mundo.

29
Vida Infinita

Vivemos dentro de uma grande estrutura de conceitos, normas e parâmetros que nos for-
çam a um enquadramento no qual apenas a dificuldade, o sofrimento e a luta, são permitidos.
Não é permitido mudar, pois a estrutura é contra a mudança, afinal mudança traz evolução
e consciência, aproximando do despertar, o que descentralizaria o poder que impõe o medo
para que os indivíduos sejam constantemente passivos. No entanto, sempre tivemos disponí-
vel o ato de interferir conscientemente em tais estruturas de ideias coaguladas e viciadas que
enraizavam velhos hábitos em nós. Ao colocarmos este mecanismo limitador em perspectiva,
como estamos fazendo agora, estamos dando o passo fundamental para um grande ponto de
mutação.
Convido você agora a saltar comigo para uma nova percepção. Um salto definitivo onde
uniremos um modo criativo de interagir com a vida: a percepção quântica.

Desdobramentos da Física Clássica Newtoniana e A Visão Quântica


Desdobramentos da Visão Newtoniana
A visão Newtoniana está baseada no determinismo proposto pela Física Clássica. Nesta
podemos correlacionar alguns de seus princípios em desdobramentos no comportamento
humano.
1. Comportamento contra mudança: a realidade é estática, estacionária e governada
por leis determinadas;
2. Comportamento separatista: objetos se movem por espaços vazios, o que estimula a visão
fragmentada da realidade;
3. Comportamento passivo: existência prévia do mundo, da realidade. O determinismo
assume característica de um destino já traçado;
4. Comportamento de vitimização: centrado na matéria como causa. A matéria como
causa coloca-nos numa condição de passividade, pois estaríamos existindo em um
mundo previamente criado, no qual seríamos apenas uma porção de matéria sem poder
de interferência ou influência.
Imagine os quatro pontos acima integrados em uma percepção de mundo e à sua autoper-
cepção. Qual seria o resultado disso? Uma percepção baseada na incapacidade e impotência.

Visão quântica
A visão quântica está embasada no comportamento e nas características do universo das
subpartículas. Se observarmos bem, veremos que podemos efetivamente aprender com o que
se observa no universo amplo, presente no íntimo da matéria. Há uma verdadeira sabedoria

30
Vida Infinita

oriunda do espaço infinito no interior da matéria, rico em energia e informação. Nesta visão,
temos:
1. Incerteza: está embutida na matéria um certo grau de incerteza. Incerteza é um termo
que nos remete a algo incrível, ou seja, tudo é possível. Logo, temos um princípio a
favor da mudança, pois nada está determinado;
2. Flexibilidade: o universo deixa de ser determinista e passa a ser probabilístico. Há um
incrível fervilhar de potenciais;
3. Unificador: tudo está interconectado e correlacionado;
4. Responsabilidade: a consciência como CAUSA.
O paradigma quântico propõe uma ampliação da lógica envolvida no entendimento da
realidade do universo e da nossa relação com a matéria. Este paradigma permite conquistar
a percepção que nos habilita, a possibilidade de mudar a realidade, pois os comportamentos
inerentes à matéria como incerteza, flexibilidade, interconectvidade (unificação) e
responsabilidade (causalidade), nos guia para um novo caminho de maturidade existencial e
psicológica.
A adoção gradual desta nova percepção começa com o entendimento de que tudo começa
e termina em nós. Assumir 100% a responsabilidade por tudo que está acontecendo em nosso
universo pessoal é a condição fundamental para acessarmos e usufruirmos do poder quântico.

Você e o Universo, um todo indiviso


Quando falamos de mudança de percepção para uma vida maior, é fundamental ampliar
os horizontes da mente. Como mencionado anteriormente, a compreensão sobre o que é
responsabilidade em um contexto maior, quântico, vai muito além daquilo que é previsto na
constituição de qualquer país. A responsabilidade quântica é transpessoal e cósmica, pois
extrapola a concepção maniqueísta de certo e errado, e coloca-nos como o agente de interfe-
rência direta sobre a realidade. Em um contexto universal, nós e o universo constituímos um
todo integrado. Na verdade, para o universo não há você e o outro. Só há você, mas você para
o universo não é um “eu” isolado, é um aspecto dele próprio. Para o universo somos parte
dele. Portanto, não há uma relação pessoal entre o universo e nós e, sim, uma relação trans-
pessoal do universo com suas partes e vice-versa.
O que esta relação demonstra é que o universo e a inteligência pura, informe, atemporal e
não local dele não estabelecem uma relação pessoal, pois tudo é parte dele próprio, tudo é o
sistema universal, o todo. A essência do relacionamento com o universo é transpessoal. Esse
é um ponto de extrema importância, pois ao admitirmos que somos parte deste grande siste-

31
Vida Infinita

ma, se soubermos nos relacionar com “Ele” de maneira transpessoal, o que implica entender
que o senso psicológico do “eu” deve se dissolver temporariamente, poderemos usufruir das
possibilidades e exercer com mais harmonia a função natural da cocriação.
De posse desse novo parâmetro, há apenas dois movimentos cabíveis na existência, os
quais a responsabilidade quântica abrange. São eles: contrariar ou favorecer a dialética uni-
versal. Todo o processo transformacional, portanto, de cura, seja em que nível for: de saúde
física, financeira, relacionamentos, profissional e outros, depende desta dinâmica. Em outras
palavras, para que a vida possa fluir e atinjamos o ápice, realizando-nos plenamente, é neces-
sário que estejamos a favor do sistema universal. Se estivermos em oposição ao funcionamen-
to do universo, criaremos bloqueios, paralisia dos fluxos e ficaremos doentes em alguma área
de nossas vidas.
Viver orientados pela sabedoria do mundo quântico é a saída para criarmos uma vida
pacífica e próspera, pois o funcionamento do universo, apesar de ser aparentemente linear, é
quântico e descontínuo em sua essência.
Quando atingirmos um ritmo de vida que nos harmoniza com o universo, estabelecere-
mos uma espécie de relação dipolo, como um imã, e seremos verdadeiros polos magnéticos
capazes de experimentar a realidade a nossa volta de acordo com nosso foco e escolhas.

Colapso da Função de Onda


A relação entre onda e partícula é um processo dinâmico e talvez psicológico e está embu-
tido no comportamento da matéria. O Físico Quântico John Von Neumann, postulou que o
reino quântico e a própria realidade apresentam um componente psicológico. Segundo Von
Neuman, a realidade teria um elemento psicológico, ou seja, o comportamento quase mental
das partículas subatômicas. O Físico austríaco Schrödinger, também sustentava que o com-
portamento psicológico no mundo quântico seria predominante, uma vez que as partículas
“escolhem” e o observador altera o que observa. Segundo esse comportamento inteligente e
subjetivo, no íntimo da matéria tudo se resume em transições de estados. Seja a matéria das
paredes à sua volta, deste livro que está lendo ou até mesmo a matéria do seu próprio corpo.
Tudo está se comportando assim, ora em um estado de partícula ora em um estado de onda
de possibilidades. A matéria, longe de ser algo realmente concreto e sólido, oscila entre a pos-
sibilidade de existir localmente no espaço-tempo e como realidade fixa (material). Neste pro-
cesso de oscilação, estamos todos nós participando da criação do universo, conscientemente
ou não. Parece que a consciência em nós é o palco no qual se descortina a realidade.

32
Vida Infinita

Infelizmente, a maioria das pessoas participa da construção da realidade de forma incons-


ciente, vivendo no modo “sem escolha”. A consciência em cada um de nós é o ponto de fusão
entre a possibilidade e a realidade. Sendo assim, torna-se essencial compreender, orientar e
coparticipar de forma mais consciente desta criação do universo, da realidade.
O nosso universo é um campo altamente plástico e sensível à atividade do pensamento e
sentimento. Este binômio, pensamento-sentimento, constitui um estado interno e qualifica a
informação que sensibiliza este campo quântico ( de possibilidades), resultando nas experi-
ências ou eventos com os quais iremos lidar.
Estamos interferindo diretamente e interrompendo o comportamento das ondas de possi-
bilidades, provocando a eclosão de eventos localizados no espaço e no tempo. Este processo é
denominado colapso da função de onda. Quando o pesquisador observa (medição quântica),
há o colapso da função de onda, surge o objeto ou partícula no espaço e no tempo.
Acostumamo-nos a chamar de sorte quando algo bom acontece e julgamos como azar
quando nos deparamos com uma situação negativa que não esperávamos. A dança entre sorte
e azar é apenas uma maneira vulgar de encarar o processo de colapso do comportamento de
onda a partir do foco de observação da consciência.

33
Vida Infinita

Psicodinâmica do colapso da função de onda – da decisão à escolha


Colapsar dentro da ótica quântica da dualidade onda-partícula, significa interromper o com-
portamento de onda para que ela se torne uma partícula localizada. Numa escala maior, significa
a condição de despertar uma possibilidade em um nível em que ela se torna uma realidade, um
evento dentro do continuum espaço-tempo.
Podemos encarar o colapso na ótica da consciência como o ato de escolher genuinamente.
A escolha é algo muito mais sutil e profundo do que imaginamos, pois, a verdadeira escolha é
quântica: quando realmente escolhemos, mudamos a nossa realidade. A grande questão é que
o ato de escolher genuíno obedece a um contexto diferente do ato de tomar decisões.
As decisões ocorrem no nível consciente e articulam um certo nível da experiência no
espaço-tempo (realidade material). Você pode decidir ir até a padaria para tomar um café. A
sua decisão alcança esta experiência, assim como você pode decidir mudar de roupa ou ir até
o banco. Todas estas experiências não exigem um salto quântico, uma descontinuidade ou
uma reestruturação drástica das relações probabilísticas que definem a existência imediata da
sua realidade.
As equações descritas no potencial quântico estão bem estabelecidas, de modo que é mui-
to simples a partir da sua decisão consciente, alcançar tais experiências. Porém, quando se
trata de evocar um novo potencial de energia e informação (potencial quântico), de mudar
as equações que irão descrever novas camadas de realidade, a decisão consciente é apenas a
fagulha que acenderá o estopim da escolha. Podemos decidir ir até a padaria, mas não pode-
mos decidir pela cura de um câncer. Podemos decidir ir ao banco pagar as contas, mas não
podemos decidir pela prosperidade material plena.
Para as situações que requerem um novo potencial, é necessário um estado de consciência
que extrapole o estado que gera a decisão consciente. Este estado de consciência é o estado
que nos permite colapsar um novo potencial, uma nova possibilidade. Ele é a chave para
efetivamente mudar as nossas vidas, ou seja, ele nos dá a liberdade de efetivamente escolher.
Na década de 1960, um grupo de pesquisadores na Alemanha constatou que as funções
da mente consciente ativavam em torno de 20 a 40 neurônios por segundo. Já os processos
regidos por níveis além do consciente, como é o caso do nível subconsciente, ativavam cerca
de 20 a 40 milhões de neurônios por segundo. Em uma perspectiva computacional, equipa-
rando os dois dados como sendo velocidades de processamento, a segunda seria muito mais
rápida e eficiente do que a primeira. Hoje é sabido no campo de estudos da ciência da mente
e do cérebro, que a vontade consciente consiste apenas em 2% do potencial para provocar a
mudança, 98% reside no subconsciente.

34
Vida Infinita

Estes indícios mostram que precisamos praticar um novo estado de consciência para que
a escolha ocorra e para que possamos produzir o salto quântico e recriar nossa realidade para
melhor. Este estado, sediado num nível em nós, permitiria que um aspecto nosso, muito mais
amplo e sem restrições no espaço-tempo, escolhesse por meio de nós a possibilidade na qual
queremos existir. Este aspecto maior, podemos denominar como nível quântico de consci-
ência.
No entanto, para que este aspecto que detém o poder de colapsar possibilidades possa
atuar pelo nosso intermédio, é necessário que alcancemos um estado psicológico diferente
do qual estamos acostumados e diferente daquele estado que tomamos decisões no nosso dia
a dia. Um estado no qual silenciamos a voz do “eu” e aquietamos as nossas mentes em um
ponto de completa ausência de querer e de ansiedade. Nesta condição, poderemos gentilmen-
te focalizar a possibilidade em questão. Veremos mais a frente os detalhes práticos de como
operar neste estado de consciência.

Convergência versus divergência


Uma nova percepção embasada no modelo quântico leva a integrar o aspecto quântico da
nossa consciência, livre de restrições tempo-espaço, com seu aspecto transitório, o “eu” loca-
lizado no tempo e no espaço. O aspecto transitório que conhecemos como o “eu” psicológico
é o aspecto que estamos ainda fortemente identificados. Esta integração torna o nosso viver
mais criativo e transbordante de vida. O simples fato de reconhecermos este aspecto maior
em nossas vidas, o nível quântico de consciência, cria uma nova dinâmica e nos impulsiona
rumo à criação consciente.
Quando formos capazes de focalizar em nossas mentes um cenário de forma clara e deixar
com que este aspecto, o “eu informe quântico”, o incorpore gentilmente, estaremos provocan-
do o que defino como convergência. A convergência é um processo de concordância entre
o “eu psicológico” localizado no espaço-tempo com o “eu informe quântico”, que é não local,
que está em tudo.
É da convergência que emerge uma nova realidade baseada no colapso da função de onda
mencionado anteriormente. No entanto, ao propor algo às nossas mentes sem criar o espaço
necessário para que o nível quântico de consciência o processe, ocorrerá o que chamo de di-
vergência. A divergência é, por assim dizer, a discordância entre o “eu aqui” com o “eu em
tudo”. Esta é apenas uma forma mais didática de nos relacionarmos com este aspecto maior
e mais livre em nós.
Quando a divergência é provocada, normalmente somos governados pela repetição. Vi-
venciaremos mais daquilo que não queremos, pois não chegamos a escolher de verdade. Esta

35
Vida Infinita

é uma regra básica e que deve ser incorporada: sempre que não geramos convergência, en-
traremos em repetição e reeditaremos a realidade. Se temos mais daquilo que não desejamos,
o que em nós está influenciando nossas vidas? O que está influenciando são nossos próprios
condicionamentos, crenças e padrões inconscientes.
O exercício do entendimento das posturas quânticas cria estados mais autoconscientes e
inibe gradualmente a ação dos condicionamentos e padrões. O simples fato de estar lendo este
livro já está produzindo uma ampliação da sua consciência. Eis o ponto chave: Escolha. Se
não escolhemos, as crenças inconscientes escolherão ciclicamente por nós.

36
Vida Infinita

PARTE

comportamentos

quânticos

37
Vida Infinita

CAPÍTULO 4

O EU
MAIOR
“TUDO É QUESTÃO DE DESPERTAR SUA ALMA.”
GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

Os comportamentos quânticos

A
o longo de anos de experiência pessoal, muita observação e auto-observação, comecei a
notar uma série de processos que me motivaram a estruturar métodos facilitadores de
uma vida mais plena e abundante de sentido.
Tenho o costume, em boa parte do tempo, de me observar e observar as pessoas. Por meio
da observação mais criteriosa, sem um molde pronto na mente para julgar, concedo-me o es-
paço interior, para que na minha percepção, as coisas e pessoas possam ser o que elas são. De
modo geral, as pessoas com mais idade, nas minhas observações, não possuem um semblante
que inspiraria plenitude e brilho vital. Por desconhecerem certas informações e leis da vida,
essas pessoas passaram por uma vida carregando condicionamentos e crenças que a fizeram
perder o contato com o caminho que as levaria para a sabedoria e a maturidade espiritual.
Talvez não tenham chegado a viver de verdade ou não despertaram. É possível passar uma
vida inteira sem sequer despertar.
Há uma frase de um personagem no filme O Caminho do Guerreiro Pacífico que contex-
tualiza muito bem esta realidade: “Triste não é a morte, mas o fato da maioria das pessoas não
chegarem a viver de verdade” Ao observar os olhos opacos da maioria das pessoas, percebo

38
Vida Infinita

que, para estas pessoas a vida se resume numa situação e momento em que o único objetivo
é a sobrevivência e correr celeremente atrás das coisas e de um punhado de papel: o dinheiro.
Assumi o compromisso de alguma forma mostrar que podemos escolher por comporta-
mentos mais integrais e conscienciais, a fim de viver com mais sentido, criatividade e provocar
a experiência interior da realização. Já há algum tempo passei por um shift que me fez inverter
a lógica e a hierarquia das minhas prioridades, o que trouxe muito mais contentamento, paz e
sentido. Nesta inversão de ênfase, me libertei da sobrevivência e passei a sintonizar a dimen-
são da vida que estava ofuscada pela minha situação no mundo. Compreendi que mundo e
vida são dimensões distintas. A primeira é transitória, superficial e a segunda eterna, plena e
rica de sentido.
Desta observação, pude notar que há certos comportamentos que nos levam a uma co-
nexão maior com a inteligência da vida, da qual iremos tratar amplamente. Por outro lado,
há também outros comportamentos que produzem exatamente o oposto, ou seja, nos fazem
perder a conexão com a vida, com a inteligência do todo.
Os comportamentos conectores levam-nos a sair do raio de ação do “eu psicológico” mó-
vel, transitório. Este “eu” é um falso senso de identidade que sobrevive a partir de ideias, ex-
pectativas, do tempo e do outro. Numa outra dimensão do nosso ser, temos o que definiremos
como “Eu Informe” muito mais profundo, completo em si mesmo, livre de ideias e atemporal.
Um “Eu Maior”, eterno e acessível. Ele é sua real identidade.
É possível provocar ajustes finos em nosso comportamento por meio da adoção de pos-
turas mentais que provocarão o contato gradual, a conexão com esta inteligência maior, que
chamaremos nesta abordagem de nível quântico de consciência. Este nível representa um
aspecto nosso ampliado. Obviamente, que por meio da conexão com este nível, poderemos
influenciar com mais intensidade a realidade.
Percepção da consciência
Podemos dizer que você que lê este livro está pronto para esta mudança. Caso contrário seu
aspecto amplo, seu “Eu Informe” não faria com que ele chegasse até você. Na verdade, não se
trata do livro em si, mas o acesso ao campo de informações que há nele. O nível quântico da
sua consciência estruturou este cenário para lhe comunicar conteúdos a fim de atualizá-lo e
habilitá-lo a manifestar o nível quântico de consciência disponível em você. De posse de todo
este arcabouço de informações poderá vislumbrar outra possibilidade de desenvolvimento
rumo à realização pessoal.
A consciência está viajando pela evolução, tendo uma experiência psíquica momentânea
chamada tempo. Estamos todos viajando pela evolução. Esta é a jornada da autoconsciência.
No início, esta jornada foi realizada de forma simples, com poucos estímulos, pois o nível de

39
Vida Infinita

consciência era rudimentar. Aos poucos viemos ganhando complexidade de manifestação da


consciência e passamos a desenvolver outros sentidos, gerando a necessidade de mais experi-
ências, até chegarmos na condição consciencial que nos permite realizar escolhas consciente-
mente. É claro que há diversos níveis e subníveis neste processo. A necessidade por experiên-
cia nos faz criar cenários que supram tais necessidades. Parte disso acontece de forma natural,
pois está embutido na dinâmica da natureza evolutiva do ser. A outra parte é orientada por
seres com alta envergadura espiritual que coordenam o processo para que ocorra de forma
precisa e adequada.
A experiência da consciência se desenrola a partir da experimentação de situações ou re-
alidades visando compreender os fundamentos da escolha que a motivou a viver ou criar tais
eventos. Atinge-se um determinado nível em que esta consciência, ou seja, cada um de nós aqui
no espaço-tempo, inicia o ensaio de uma maior autoconsciência, o traço definitivo que nos di-
ferencia dos animais. A conquista do primeiro nível de autoconsciência representa um ponto de
mutação evolutiva. O animal possui apenas a consciência do meio, mas não a autoconsciência.
Nós, seres humanos, atingimos um grau de complexidade neurológica, que nos permite ter a in-
crível habilidade de flexionar a consciência sobre si mesma. Esta flexão interior resulta no senso
indestrutível e indelével de existência: “Eu sou”. Tal senso nos permite também ter consciência
dos sentimentos, emoções e vontades. A partir deste status baseado no senso “Eu Sou” pode-
mos escolher. O impulso evolutivo levou-nos a condição de, portanto, criar deliberadamente
pela manipulação dos mecanismos quânticos que estruturam a realidade.
Ainda assim, mesmo tendo tal condição disponível, a grande maioria não se atentou para
a possibilidade de criar conscientemente e exercer certo domínio sobre a própria existência.
A autoconsciência é um atributo passível de ser ampliado infinitamente. Quanto maior a
autoconsciência maior será o poder de arbitrar. Em certo nível de autoconsciência é possível
conquistar o arbítrio sobre o nascimento e morte. Neste nível expandido de autoconsciência

40
Vida Infinita

poderemos determinar o tempo que experimentaremos a matéria sem envelhecer, revogar as


leis físicas e manipular o espaço e tempo.

Percepção Atenta Produz Livre-Arbítrio


O quanto sua percepção é atenta? Você está prestando atenção ao mundo à sua volta?
Vamos analisar um exemplo do quanto as pessoas não aplicam a percepção de modo aten-
to e, portanto, não usam o livre-arbítrio para facilitar suas vidas. Com certa frequência cons-
tato sempre um fato curioso quando estou dirigindo o meu carro por uma avenida muito
conhecida em São Paulo, onde moro: a avenida 23 de maio.
Nesta avenida há uma faixa exclusiva para ônibus. Há uma placa indicando os horários
destinados à circulação apenas de ônibus coletivo. O aviso descrito naquelas placas é: “De
segunda a sexta, das 6h às 22h, só ônibus”. Os dias de sábado e domingo estão liberados para
a livre circulação, no entanto, naqueles dias de livre circulação, sobre aquela faixa, sábado e
domingo, a grande maioria dos carros e motos permanece na via comum e muitas vezes a via
comum fica congestionada, devido a grande concentração de carros, enquanto a via destinada
para ônibus, que está liberada para os carros, no final de semana, fica completamente livre
e desimpedida. Este é um bom exemplo de como uma percepção desatenta causa desneces-
sariamente transtornos e impede-nos de arbitrar sobre uma outra possibilidade. As pessoas
leram a placa e condicionaram uma única resposta: “via destinada apenas para ônibus; não
posso usá-la.” Isto é um condicionamento.
Este é só um exemplo realmente prático que nos convida ao exercício de percepção atenta:
basta focalizar a atenção para gerar um pensamento livre e uma nova conexão com outras
possibilidades que estão coexistindo agora neste momento.
Há muita coisa acontecendo ao seu redor agora. A percepção focada e sustentada por um
estado de espírito calmo e pacifico, expande o nível de autoconsciência. Ficamos mais cons-
cientes de nós mesmos e do momento, liberando o poder de arbitrar e escolher para melhor
articular a realidade. Como produzir esse movimento? Para entendermos esse mecanismo,
precisamos entender alguns níveis naturais que compõem o processo de desenvolvimento da
consciência humana. Para fins didáticos iremos a seguir elencá-los em cinco categorias.

Nível 1- Básico: Reativo – Piloto Automático


Este primeiro nível definimos como “piloto automático”. O indivíduo no piloto automático
está sendo governado por uma dinâmica baseada em conteúdo interno e estímulo externo.
As crenças internas e os estímulos externos dominam-no completamente. Os programas
inconscientes como crenças, padrões e condicionamentos, levam-no apenas a reagir.
41
Vida Infinita

Geralmente as pessoas que vivem boa parte do tempo no modo do “piloto automático” ou
inconsciência profunda, são altamente reativas e vivem continuamente cativas dos dramas
mentais, impostos pela própria mente sufocada pela ilusão.
Este é o estado que produz a repetição de comportamentos e situações. Uma espécie de
loop que se mantém num modo perpetum.
O comportamento reativo mantido pelo estado inconsciente, do automatismo mental,
retroalimenta-se a partir de um círculo de ação em que as crenças e ideias coaguladas que
sustentam falsos valores, reforçam-se continuamente fortalecendo modos comportamentais
como: autossabotagem, zona de conforto e procrastinação. A única forma de realmente
transcender tais hábitos automatizados é desligarmos o piloto automático e assumirmos o
“manche da aeronave”, o que implica em despertar do sono da matéria.
Uma vez, um aluno questionou: “Como derroto a au-tossabotagem, como desligo este
mecanismo?” Respondi a ele:

42
Vida Infinita

-“Este mecanismo somente o controla se você estiver ausente. A saída é a sua presença em si”’.
As pessoas professam o desejo pela mudança, mas quando descobrem as atitudes necessárias
para tal, a resposta surge em alto e bom tom: “ah, é muito difícil isso”. O que leva à ponderação
de que talvez o que as pessoas queiram e chamem de mudança, seja afinal, um alívio. Mudança
implica em movimento e comprometimento absoluto com seu desenvolvimento. Alívio é algo
superficial, imediato e fácil de provocar. O primeiro nível, do “piloto automático”, é o mais
comum ainda em nossa espécie. A media dos seres humanos vive governada por este nível.
O primeiro comportamento quântico que devemos adotar é o que nos levará, a priori, a
atenuar o piloto automático. Sair do automatismo implica em resgatar o poder de escolha.
Teremos o arbítrio disponível: “Vou fazer isso”. “Não quero mais aquilo” e assim por diante.

O segundo nível: Vitimismo.


O segundo nível é um desdobramento do primeiro e em ambos os casos a inconsciência
ainda governa. O que defino neste contexto como inconsciência é o hábito de estar fortemente
identificado com a mente ao ponto de apenas reagir e resistir aos pensamentos e emoções. A
resistência é um hábito mental crônico que também conhecemos como sofrimento. Sofrer é
resistir ao pensamento do que foi ou do que está sendo.
Porém, no segundo nível, o da vitimização, o estado reativo evolui para uma autoimagem
mais elaborada. Agora, a pessoa que está no piloto automático, está fortemente identificada
com um papel, uma ideia estruturada, como um personagem cuja a essência é aquele que
sofre o efeito. As pessoas governadas por este nível colocam-se como vítimas em boa parte
do tempo.
Na verdade, o vitimismo é uma forma negativa de tentar reforçar um senso de identidade
profundamente diminuído e negativo. Há o ímpeto inconsciente de sentir-se especial, exa-

43
Vida Infinita

cerbando uma imagem altamente negativa de si mesmo. Como extensão do primeiro nível,
a reatividade é o motor que mantém a inconsciência ativa. Quanto mais reagimos ao obje-
to, mais inconscientes ficamos em relação ao objeto da nossa reação. Consideremos aqui os
pensamentos também como objetos. As pessoas que tentam viver colocando-se no papel de
vítima, reforçam a falsa impressão de que não têm poder e destituem-se do imenso poder que
há dentro de si. Como vítimas são altamente influenciáveis, pois não percebem que projetam
seu próprio poder em coisas e pessoas externas, que passam, portanto, a ter forte influência
sobre elas.
A transferência do poder pessoal se dá neste nível. Ao recebermos uma crítica, esta poderá
ter ou não, um grande impacto sobre nós. O que determinará o efeito será o quanto damos
força para aquilo. Se não dermos, a crítica não terá nenhum efeito sobre nós.
As vítimas estão por toda parte, pois é um papel bastante confortável. Sem dúvida, é mais fá-
cil responsabilizar o mundo e o outro sobre o que está nos acontecendo. Porém, esta atitude não
irá eximir aquele que sustenta tal papel, das consequências que virão. No final, teremos de lidar
com todas as sensações que estamos produzindo dentro de nós. Apenas nós sentimos as nossas
sensações, portanto, criemos sentimentos maravilhosos. Em outras culturas, o hábito mental
do vitimismo simplesmente não existe, pois não houve a imposição dogmática de crenças que
colocam as pessoas numa posição de passividade e inconsciência. A imposição do pensamento
religioso da imagem de um Deus-pai separado de quem somos, gera em nós a inclinação para
o vitimismo. Se ampliarmos o entendimento de que somos parte de um Todo Indiviso, de uma
inteligência informe, inevitavelmente superaremos este hábito.

44
Vida Infinita

O terceiro nível: Controle


O terceiro nível envolve também outro aspecto do estado de inconsciência. Neste aspecto
temos a crença limitadora e determinista de que temos o controle sobre tudo. É importante
frisar que experimentamos a inconsciência a partir de modos comportamentais reativos. O
estado de controle é em si um comportamento reativo.
Na verdade, o controle é a expressão da ilusão aterradora: o orgulho. As pessoas que vivem
obliteradas psicologicamente pelo orgulho desenvolvem a crença de que tudo deve ser como
esperam, para que possam ilusoriamente ficar bem. Portanto, a manutenção do hábito de con-
trole coloca o indivíduo sempre na iminência do sofrimento, nas formas de decepção, frustra-
ção e desilusão. Todas derivações de um único mecanismo: a inconsciência.
Indivíduos que acreditam ter o controle decepcionam-se e frustram-se com frequência,
pois condicionam seu bem-estar à imposição mental de que as ocorrências externas e pessoas
devem corresponder sempre à sua ideologia, o que na grande maioria das vezes não acontece.
O resultado de contínuas frustrações é a formação de uma atividade interior de revolta que a
médio prazo poderá evoluir para um quadro depressivo. Numa ótica metafísica, depressão é
o estado resultante da não aceitação dos eventos passados.

45
Vida Infinita

Este é o motivo pelo qual o planeta está com um número cada vez maior de pessoas em
quadros depressivos. Faltam-lhes mais consciência a fim de se libertarem do nível do contro-
le. Segundo dados, o consumo de medicamentos antidepressivos aumentou 74% em 6 anos
no Brasil, sem mencionar os outros países.
Em alguns casos, a intensificação e sustentação do sofrimento pode chegar a um nível tal
que, subitamente, a estrutura egóica se dissolve de uma só vez, levando aquele que sofria a
um inesperado despertar de consciência. Neste caso estão envolvidos situações específicas e
o histórico reencarnatório.
Nos três níveis abordados é evidente o desdobramento da inconsciência em estados emo-
cionais reativos.

O quarto nível: Consciência Intencional


O quarto nível é definido como consciência intencional. Ao alcançá-lo, descobre-se real-
mente o poder da intenção de gerar uma informação dentro de si e fazer essa informação re-
verberar no universo para que se torne um fato ou evento real. É o momento no qual a pessoa
exerce o poder de transformar um pensamento em realidade. Este nível encerra dentro de si
vários subníveis sendo que num extremo do leque há a noção do poder da intenção, da crença
na intenção, na aplicação da intenção, da geração da intenção focada e assim por diante, até
chegar no outro extremo do leque que é a atuação deliberada como um cocriador consciente.
Quando ocorre a conversão de um pensamento em um fato, há a manifestação de uma reali-
dade no espaço tempo.
Poderemos colocar que a possibilidade é uma experiência inconsciente que pode se tornar
consciente por meio do pensamento focado ou intenção. Assim, a realidade material seria
uma experiência consciente. Quando eclode na consciência a compreensão de que se pode
criar deliberadamente pela focalização do pensamento, muda-se radicalmente a qualidade
energética emanada.
A característica do campo de consciência em uma pessoa já bem estabelecida neste nível
torna-se mais ativa e elevada, o que implica em uma diferenciação no nível e na forma dos
pensamentos que são gerados. No nível intencional a inconsciência ainda pode manifestar-se
pontualmente nas faixas iniciais do leque nos níveis primários. Em outras faixas do leque em
que se sobressai os níveis mais profundos e complexos da consciência intencional, os com-
portamentos reativos já foram suplantados definitivamente, enquanto nos três níveis de cons-
ciência: piloto automático, vitimismo e controle, se impera o aspecto pessoal, ou seja, tudo é
considerado na esfera pessoal. Já no nível de consciência intencional, o aspecto é impessoal.

46
Vida Infinita

A esfera predominante é a impessoalidade. O que não significa frivolidade, frieza emocio-


nal, alienação ou indiferença. Neste nível, a identificação com a mente é reduzida provocando
um aumento significativo da lucidez.
Com o aumento da lucidez passamos a exercer a percepção com um poder maior de es-
colha. Há também a eclosão do poder pessoal, tornando-nos muito mais magnéticos e cons-
cientes do momento presente.

O Quinto Nível: Entrega


O quinto nível é o nível da auto conexão plena resultando na entrega absoluta. A inten-
ção pode ser articulada eventualmente, mas neste estado de consciência flui-se em fase com
o todo. Este estado é basicamente caracterizado pela descoberta da verdadeira confiança: a
confiança no “Eu Informe”’ ou nível quântico de consciência. Nível que chamamos de entrega
porque passamos a viver a partir da rendição absoluta e em perfeito alinhamento com a rea-
lidade. Isto não quer dizer nos absteremos dos sonhos e dos projetos, mas nossos objetivos
agora são movidos em harmonia com o todo. Há uma grande manifestação de consciência
que permite que haja a intuição guiando o caminho.
Além disto, há a integração e assimilação de todo o passado, pois aceitamos irrestritamente
como foram os eventos, reconhecendo que tudo cumpre um propósito. Estamos livres de toda
carga do passado e reabsorvemos toda energia que era dispendida para manter-nos vincula-
dos ao passado por meio da resistência emocional ou não aceitação. É o fim do sentimento
de separação, a base para todos os medos. Como disse Osho, pensador e filósofo indiano:
“Confiança não significa que tudo vai dar certo. Confiança significa que tudo já está certo”. Isto
é a verdadeira entrega.
Quando Buda falou que iluminação é a ausência de sofrimento e que a causa do sofrimen-
to é o desejo, ele não estava dizendo que deveríamos nos tornar passivos e não ter mais dese-
jos ou vontades. O desejo é vida e nos motiva. Ele estava mostrando que o apego ao desejo é,
na realidade, a raiz de todo sofrimento.
O que significa então desapego ao desejo? Não parece um tanto quanto paradoxal? Como
podemos desejar e ao mesmo tempo nos desapegar do desejo? Podemos explicar com um
simples exemplo nesta sentença: “Eu gostaria muito de vivenciar isso, farei o possível para acon-
tecer, mas se não acontecer ou se não der, está tudo bem!”. Eis o raciocínio.
Quantas coisas que você queria viver e por conta disso criou toda uma ideologia de como
deveria ser esta ou aquela experiência e foi frustrado pela vida por não ter acontecido? Como
você está lidando com isso hoje? Já aceitou? Já foi capaz de se render ao passado para deixá-lo
passar? Lembre-se, tudo é como foi e como pode ser.

47
Vida Infinita

Equilibrar o poder da cocriação com a entrega é o segredo para uma vida plena de felici-
dade, paz e lucidez.
Vamos a mais um exemplo para expor a atividade do ego e da consciência no nível de en-
trega. Imaginemos que Carlos adora sopa. Ele decide ir ao restaurante de costume com sua
namorada, pois quer experimentar a famosa sopa de tomate. Ao chegar ao restaurante, moti-
vado pela experiência, nosso personagem fictício já desenvolveu toda ideologia de como será
a experiência prazerosa de desfrutar daquela sopa e, de certa forma, já também condicionou
seu bem-estar e a qualidade daquela noite à realização de tal ideologia e desejo. Infelizmente
ao chegar ao restaurante e sentar-se a mesa, analisando o menu de sopas do cardápio desco-
bre que naquela noite não há disponível sua sopa de tomate. Todavia há diversas opções de
sopa. Suponhamos que Carlos viva no nível da vítima e oscila também no nível de controle.
Ao constatar em meio ao drama que não há sopa de tomate, seu semblante modifica-se ra-
pidamente de “feliz” para “revoltado”. Carlos vê-se dominado pelo modo de comportamento
reativo e sua mente transforma-se em um turbilhão de pensamentos que justificam o absurdo
de não ter a desejada sopa. Inevitavelmente sua mente começa a trabalhar para encontrar
algo ou alguém para culpar. Seu ser se energiza com a resistência de não aceitar o fato e fica
mal-humorado com sua namorada e com todos à volta. Como o seu bem-estar estava con-
dicionado a tomar a sopa de tomate, sua noite transformou-se de um momento agradável a
uma noite infeliz instantaneamente neste modo reativo, seu sofrimento talvez se prolongue
por alguns minutos ou algumas horas.
Em casos como o do nosso personagem acima, a dor emocional, o sofrimento, passa a ser
a única forma de linguagem. Com isso, tendemos a infligir sofrimento às pessoas que mais
amamos, por serem pessoas mais próximas e mais fáceis de comunicarmos nossa dor e tam-
bém evocá-la no outro.
No mesmo exemplo, se Carlos já estivesse se desenvolvendo rumo ao estado de consciên-
cia da entrega, sua atitude seria proativa e se renderia ao fato àquele momento presente, talvez
dizendo: “Poxa, que pena! Não tem hoje a sopa de tomate, mas tudo bem. Podemos desfrutar
de outra, pois há várias opções”.
Com esta atitude Carlos manteria sua noite agradável e seu estado de espírito saudável e
em harmonia com o único momento que importa: O Agora.
Eis um dos objetivos do conteúdo deste livro: guiá-lo rumo à habilidade de estar no mundo
e na vida, equilibrando estas duas dimensões e fluindo com elas. Aprendendo a arte de cocriar,
gerar intenções, desenvolver sonhos e realizá-los. Ao mesmo tempo, porém, disposto a ren-
der-se e entregar-se ao momento da forma como ele pode ser, e totalmente preparado para
lidar com os reveses.

48
Vida Infinita

Toda a ação voltada para o ego é uma reação. A opção pelo ego resulta sempre em um
comportamento destrutivo.
Com a expansão da consciência, esta ilusão psicológica persistente que é o ego, está fadada
à extinção.
Inconsciência Relativa Versus Inconsciência Absoluta
Os seres humanos, em geral, desenvolvem sua existência a partir de uma “dança” rítmica que
envolve dois estados: a inconsciência relativa e a inconsciência absoluta. A oscilação destes dois
estados básicos de inconsciência abrange os três primeiros níveis já mencionados (piloto automá-
tico, controle e vitimização). Esta oscilação é muito semelhante ao fenômeno natural que ocorre
todas as noites: o sono. Durante o sono, passamos por vários estados cerebrais que são carac-
terizados por ondas. Cada onda possui uma frequência.
Em um determinado momento do sono há uma fase chamada de sono paradoxal, pois
apesar de estarmos dormindo, há uma forte atividade intelectual e um grande volume de in-
formação sendo processado. Esta fase é conhecida como sono paradoxal, também chamada
de fase R.E.M., do inglês: rapid eyes moviments, movimentos oculares rápidos. Nesta fase
vivenciamos o “sono com sonhos”; sonhamos e nos sentimos habitando um mundo repleto
de sensações, imagens, indivíduos que compõe este universo onírico. Em outro momento
do sono que, como em uma dança, se alterna ritmicamente com a outra, está a fase do “sono
sem sonhos”. Durante oito horas de sono noturno, vivenciamos: “sono com sonho”, “sono sem
sonho”, “sono com sonho”, “sono sem sonho”, e assim por diante, totalizando vários ciclos por
noite. Cada fase do sono cumpre um papel. A fase do sono paradoxal é responsável por toda
a renovação do psiquismo e da personalidade. Muitos conteúdos do inconsciente são elabo-
rados para renovar a personalidade como também compensar certos mecanismos a fim de
manter a homeostase psíquica. Já no sono sem sonho é quando ocorrem os processos de de-
sintoxicação celular, reparando os danos causados pelos radicais livres, além de serem aciona-
dos os mecanismos naturais de autocura do sistema fisiológico. Enquanto estamos acordados
vivenciamos algo similar ao que ocorre durante as horas de sono. Oscilamos também em duas
fases ora “inconsciência relativa’’ e ora ‘’inconsciência absoluta’”.
Quando experimentamos a inconsciência relativa, vivenciamos os comportamentos rea-
tivos que nos levam aos níveis mais sutis de sofrimento como: ansiedade, expectativa, resis-
tência, medo e outros. Todos estes comportamentos já são expressões sutis de sofrimento.
Estamos em sofrimento, mas um sofrimento até certo ponto tolerável.
A inconsciência relativa é o estado em que estamos muito mais envolvidos com a nossa
representação mental, com pouca percepção da realidade. Neste estado reativo estamos iden-

49
Vida Infinita

tificados totalmente com os pensamentos e emoções, a ponto deles terem poder de gerar e
controlar nossas reações.
Quando esta identificação mental se energiza experimentamos a inconsciência absoluta.
Energizados, os pensamentos que nos governam colocam-nos no nível do sofrimento profun-
do, onde as estruturas do ego ficam superativas, causando apatia, depressão, angústia. Na po-
laridade do sofrimento profundo, temos de um lado o que envolve estados contraídos como
os citados acima, comportamentos reativos de introjeção negativa como depressão, apatia,
medo paralisante. Já na outra polaridade estão envolvidos estados expansivos negativos, onde
há a exacerbação do sofrimento na forma de agressão verbal ou física. A polaridade expansiva
se expressa a partir de comportamentos violentos e perversos. Em ambos os estados há a re-
vitalização e expansão da estrutura da inconsciência. Em outras palavras, enquanto a incons-
ciência prevalecer, estaremos oscilando do sofrimento tolerável para o sofrimento intolerável.
Como exemplo, a ansiedade do dia a dia já é uma forma de sofrimento tolerável. Existem
momentos nos quais a ansiedade como sofrimento tolerável tornar-se sofrimento intolerável.
Quando isso acontece o quadro da ansiedade evolui para pânico ou síndrome do pânico. No
pânico o sofrimento é intolerável.
Seria possível interromper esta dança que envolve o ritmo entre inconsciência relativa
e inconsciência absoluta em nós? Como sair deste círculo vicioso? Este é o mecanismo que
alimenta a infelicidade e descontentamento perante a vida.
Certo dia, li uma frase que me tocou muito: “O verdadeiro despertar só acontece naqueles
que compreenderam que é possível estar bem sem nenhuma razão aparente”. Ou seja: é possível
estar bem quando dominamos a arte de não sofrer. Para tal, precisamos desenvolver novas
referências de comportamentos que nos integrem à realidade ao invés de nos separarmos dela
por meio da resistência mental. Tais comportamentos são o que chamo de comportamentos
quânticos. Para começarmos a entender o contexto dos comportamentos quânticos e as no-
vas atitudes que está prestes a aprender, vamos ampliar um pouco a perspectiva daquilo que
chamamos de “eu”. Nós estamos aqui-agora, com um nome e toda carga de informação, isto
é, pensamentos estruturados como memória por meio dos quais nos associamos para obter
um senso de identidade. Assim, dizemos: “Eu sou fulano de tal, nascido em tal lugar, que faz
isso, aquilo e tem um status x na sociedade”. Estas são as ideias que temos de nós mesmos: um
grupo de memórias que organizamos e rotulamos como “eu”.
Se fosse possível, por um momento, desligar todo este mecanismo ideológico, incapaci-
tando-nos de acessar as memórias ou pensamentos que nos definem, de que maneira res-
ponderíamos a pergunta “quem é você?”. A resposta mais sincera seria um grande ponto de
interrogação mental. O “eu” como entidade psicológica baseada em um fluxo de ideias que

50
Vida Infinita

se retroalimenta e se reforça é apenas uma


expressão da mente, um material organiza-
do e produzido por pensamentos. Além des-
te conteúdo mental, o eu, que só existe no
tempo pois é formado de memórias, há um
outro aspecto que não é elaborado pelo psi-
quismo ou baseado em uma ideologia. Este
aspecto está além do tempo e do espaço. Ele
é em si, sem conteúdo. Esta é a nossa verda-
deira identidade: O Eu Informe.
Vamos explorar sob a ótica quântica a ma-
nifestação do eu. Há uma dimensão em nós
que não está restrita aos domínios do espa-
ço-tempo e leis físicas. Esta dimensão que
extrapola os limites da nossa manifestação
física, não é material e não ocupa um lugar
no espaço. Esta parte existe em tudo simul-
taneamente e não localmente. É curioso pon-
derarmos que nossa inteligência extrapola os
limites da nossa própria pele; o que implica
em considerar que nossa consciência está no
corpo e além dele ao mesmo tempo.

Camadas da Realidade
A realidade não é apenas o que estamos
percebendo por meio dos sentidos físicos.
Esta é apenas uma camada dentre muitas
outras. Não sabemos ao certo quantas ca-
madas compõem a realidade. Ao que tudo
indica percebemos a camada mais periférica
e superficial. A esta camada superficial cha-
mamos de realidade física. Para fins didáti-
cos, iremos classificar tais camadas em três
camadas principais. Certamente há subní-
veis ou níveis intermediários entre uma ca-
mada principal e outra.
51
Vida Infinita

Sem mencionar as camadas de realidades extrafísicas que consistem em outros planos de


realidade que coexistem com este plano físico.

A Primeira camada: a realidade física


A primeira camada é a realidade física propriamente dita. A realidade física que concebe-
mos está acontecendo em nossas mentes e produzimos uma sensação de estarmos habitando
esta realidade. Seria como uma simulação mental que alimentamos em conjunto.
Como exemplo, imaginemos agora que estamos dormindo, tendo um sonho em que esta-
mos experimentando uma situação que nos causa felicidade. Neste sonho vemos o céu sobre
nós, as casas em volta e interagimos com as pessoas e com aquele ambiente sentindo estarmos
perfeitamente inseridos no contexto. Enquanto estamos envolvidos com o sonho, a realidade
onírica torna-se na nossa percepção tão real que esquecemos totalmente da nossa vida acor-
dados. Naquele instante, a única realidade que importa é a que estamos vivendo em sonho.
De repente um barulho forte se faz presente perto de onde estamos dormindo e acordamos
para descobrirmos que todo aquele contexto de realidade estava acontecendo dentro de nós,
em nossas mentes.
Há um problema filosófico e científico ainda sem resposta: Seria a realidade física tão fugaz
quanto um sonho? Ou o sonho seria tão concreto e real quanto à realidade física?
Será que o que chamamos de real não é um sonho que persiste? Caso esta seja a resposta,
deve haver um “eu” que se mantém dormindo.
Vamos extrapolar um pouco mais. Se tudo isso que vivemos for o sonho de uma lagarta?
Será que estamos sendo “sonhados”? Por quem e por quê? Atualmente, esse também é um
problema científico sério. Há muitos pensadores coerentes apontando uma série de argumen-
tos e parâmetros favoráveis ao argumento de que tudo pode mesmo ser um grande sonho. Se
for de fato, como será despertar? O que é despertar do grande sono da matéria?
Quando se começa a entender que nós podemos ter um pouco mais de autonomia a ponto
de exercer nossas próprias escolhas e de que a realidade física é tão relativa quanto a mente,
ampliamos nosso raio de ação na realidade. O entendimento da relatividade da realidade é
um ponto vital para que possamos conceber a interação mente e matéria.
A realidade física, portanto, é a camada sintomática e de consequências. Isto é, ela refle-
te na forma de composição de eventos os nossos próprios estados mentais (pensamentos e
sentimentos). Sendo um campo de consequências, a mudança da realidade física não poderá
acontecer apenas pela atuação na própria realidade física ou nos sintomas e, sim, na causa.
Einstein disse uma vez: “Não conseguimos resolver um problema com base no mesmo raciocínio
usado para criá-lo”.
52
Vida Infinita

A Segunda Camada: Nível Quântico


O segundo nível, a segunda camada da realidade, é o que chamamos de nível quântico. É o
domínio da energia e da informação. Mas o que é energia e informação?
Para entender, vamos desenvolver uma linha coerente de raciocínio: se o nível quântico
antecede a matéria, significa que ele é determinante em relação à matéria e tem influência
sobre ela. Logo, o nível quântico é mais dinâmico, mais sutil, mais profundo e mais poderoso.
Por exemplo: quantas dinamites você precisa para explodir um prédio? Muitas. Vamos,
então, para um nível mais sutil: o nível nuclear. Por meio de uma fissão nuclear no átomo,
teremos energia capaz de arrasar com uma cidade. Este exemplo representa a força do sutil,
do nível micro.
O nível quântico é o nível da energia e da informação. Este nível é excitável e modulável
pelos pensamentos e sentimentos que irão determinar seu estado.
Este é o nível em que se estrutura energia e informação o molde da realidade física.

A Terceira Camada: Não Localidade


Temos, enfim, a camada mais profunda, da qual não podemos compreender muito bem,
pois estaria além da mente. Depois da realidade física e do nível quântico, o terceiro nível da
realidade é chamado de não localidade.
Se o nível quântico é o nível da energia e da informação, o que é, então, a não localidade?
O que ali existe?
O nível da não localidade é consciência pura. Em outras palavras: inteligência pura. Que
tipo de inteligência? Inteligência atemporal e infinita. Portanto, uma dimensão de conheci-
mento absoluto. A dimensão da inteligência cósmica. Alguns a definem como Deus. Não um
Deus como homem, na forma humanizada. Podemos nos permitir dar um passo além da
crença religiosa e lançar um novo olhar para esta dimensão como um campo unificado de
inteligência do qual fazemos parte. Somos expressões singulares no tempo e no espaço desta
inteligência.
Este campo unificado de inteligência está em tudo. Possui, portanto, como principal atri-
buto a não localidade.
A camada mais profunda da realidade, a não localidade integra todas as coisas. Neste nível
a diversidade da superfície é uma unidade de inteligência. Esta camada seria feita de energia?
Ela não é uma camada de energia, mas produz energia. Não é feita também de informação,
ela manifesta informação. Como se explica? É uma dimensão da realidade que não podemos
entender racionalmente. Em estados de meditação genuínos podemos entrar em contato com

53
Vida Infinita

este nível e senti-lo. Há momentos sublimes em que reverberamos de forma mais sutil e pacífi-
ca. Nesses momentos a sentimos traduzida em um sentimento de integração. A não localidade
é inteligência pura, a consciência cósmica em que tudo emerge.

O Eu Expandido
No sistema filosófico do Advaita Vedanta, um sistema indiano e não dualista, coloca-se de
forma bastante clara: o observado é o observador. Ambos são uma coisa só. Não existe outra
vontade alheia à nossa vontade
Para ampliar nossas possibilidades enquanto consciências que experimentam este mo-
mento do tempo e do espaço é necessário romper com a representação mental religiosa sobre
Deus. Segundo tal representação Deus seria uma vontade superior alheia à nossa vontade.
Em verdade há apenas uma única vontade que se estende e atua em diversas dimensões si-
multaneamente. Poderíamos dizer que a sua vontade aqui é uma manifestação do aspecto que
está associado em uma linha temporal que poderíamos contextualizar como sendo um fluxo
de eventos que determinam sua realidade neste momento do tempo. O outro nível dessa
vontade está relacionado com um aspecto expandido ou ampliado do seu próprio ser, o seu
Eu Informe ou Eu Maior. Este Eu Maior por não estar limitado no tempo, vivencia a atem-
poralidade criando uma espécie de paradoxo ao tentarmos avaliá-lo em termos materialistas
ou cartesianos. Algo que existe fora do tempo é, necessariamente, onipresente, onipotente e,
logo, onisciente, detendo assim, todo o conhecimento e sabedoria.
Desta forma o nosso aspecto expandido já sabe tudo o que queremos saber, detém todas as
soluções que desejamos encontrar e percebe todas os futuros possíveis e, portanto, sabe qual
o melhor futuro possível podemos viver.
Poderíamos também colocar que esta dimensão maior em nós está continuamente orien-
tando a sua parte no tempo, isto é, nós como eus locais (localizados no espaço-tempo).
Se nos harmonizarmos conosco, acolhendo-nos de forma total, respeitando fielmente
nossas diferenças e desistirmos do esforço inócuo de nos enquadrarmos em algum modelo
imposto pelo sistema, estaremos aperfeiçoando e entrando em fase com este aspecto. Isto
favorece a ação por meio de nós.
Ao entramos neste fluxo e alinhamento, descobriremos o sentido essencial do que precisa-
mos realizar, manifestaremos cada vez mais os atributos e valores intrínsecos e mais profun-
dos do Self, como paz, autoestima, confiança, criatividade, altruísmo, entre outros.
Temos uma manifestação binária não algorítmica. Os computadores digitais operam inter-
namente de forma binária. Os sistemas computacionais desenvolvem-se a partir de dois níveis

54
Vida Infinita

de tensão que são representados por dois números, 0 e 1. Nossa comunicação e manifestação
se dá de forma semelhante, binária pois envolve um “eu” temporal e um “eu’’ informe. No
entanto, esta manifestação é não algorítmica, ou seja, não sequencial. A linearidade e a im-
pressão de sequenciamento de eventos na nossa existência é apenas uma ilusão.
Boa parte do tempo estamos navegando pelo multiverso, atravessando camadas e camadas
de realidades ou universos alternativos. Quando esta comunicação binária, eu local e eu não
local se estabelece de forma harmônica, vivenciamos mudanças e saltos quânticos genuínos.
A harmonização desta comunicação não linear tem como ponto de partida nossa aceitação
deste outro aspecto maior. Reconhecê-lo, mesmo que num primeiro momento seja um mero
reconhecimento intelectual, otimização sobre nós e sobre nossas vidas.
Este aspecto aqui e agora que reconhecemos como sendo “eu” com um nome e uma iden-
tidade montada por memórias é o mesmo “eu” que possui limites, bloqueios, crenças, con-
dicionamentos, toda sorte de limitações autoimpostas, aspectos esses que nos impedem de
estabelecer contato, de modo que essa conexão superior se manifeste com mais força.
As pessoas que vivenciam o Sistema da Holografia da Mente, um método que desenvolvi
para auxiliar na transformação de mentes e vida, acionam o aspecto que viabiliza a transfe-
rência do conhecimento da não localidade para o “eu” aqui neste espaço-tempo. Porque na di-
mensão da não localidade não há limites. Tudo se dá de forma instantânea. Na não localidade,
tudo aquilo que se formula aqui, já é. Qualquer mudança que quisermos manifestar “aqui” já
é disponível e funcional na não localidade. É realmente uma questão de criar condições ideais
e imediatas para que essa parte infinitamente ampla em nós entre em ação para auxiliar na
dimensão do tempo.
É necessário estabelecer alinhamento com a não localidade para que isso de fato funcione.
O processo de alinhamento com o Eu Expandido, é um conjunto de comportamentos (condi-
ções) que precisam ser reconhecidos, exercidos no nosso dia a dia.
Por esta razão, é preciso sair da normalidade e dos comportamentos derivados dela. Curar
a normose, a disfunção cognitiva e comportamental que a normalidade produz. Isto implica
também na arte de acessar o sistema, operá-lo e articulá-lo sem mais se perder nele. Entrar na
Matrix e sair incólume. O sistema não mais nos absorverá como antes.

A adaptação
Vamos enfatizar a referência da não localidade, para trabalharmos adiante com mais foco
neste ponto. Sair dos níveis iniciais para entrar no nível não local, onde se tornar mais fun-
cional dependerá de um fator que Charles Darwin apontou como chave em sua Teoria da
Evolução, que envolve A Origem das Espécies: adaptação.

55
Vida Infinita

Nesta teoria, segundo Darwin, o que sobrevive ao meio não é o mais forte, nem o mais in-
teligente e, sim, aquele que melhor consegue se adaptar às mudanças. Essa definição é perfeita
não apenas para esta teoria, mas também para todo o processo de desenvolvimento humano.
A adaptação implica em dois momentos. É necessário estar muito bem adaptado em você
mesmo, aprender a conviver bem consigo e sentir que está em perfeito alinhamento com a
sua natureza e diferença. Se não estamos bem adaptados ao que podemos ser e confortáveis
com as nossas sensações internas, desenvolveremos o conflito. O conflito sempre é a tentativa
de opor ou rejeitar algo. A questão é que possuímos duas situações psíquicas ocorrendo. De
um lado um eu psicológico basicamente estruturado pela cultura, normas e valores. De outro
lado possuímos basicamente a natureza, nós no estado puro. Nenhuma criança até os 4 anos
é capaz de opor-se a si mesma, mesmo aquelas que estão sob a influência de uma cultura tão
repressora quanto a nossa.
Isto porque o eu psicológico ainda não está bem estruturado deixando com que a natureza
se expresse de forma plena. Somos naturalmente felizes quando a natureza em nós encontra
um espaço aberto para se expressar. Daí surge o prazer de ser

O Prazer Como Ferramenta de Adaptação


Estudos psiquiátricos confiáveis constataram que em algumas tribos aborígenes, os níveis
de depressão, pânico e outras doenças sociais são praticamente inexistentes. Não há depres-
são ou alguém em conflito. Isso não existe nesses povos, assim como não existe o conceito de
trabalho. Existe apenas o conceito de prazer.
Embora sob o olhar da nossa cultura o prazer seja um luxo eventual, sob o olhar do univer-
so prazer é uma necessidade. Sob o olhar da natureza, o sentido só existe quando imbuído de
prazer. Este prazer de existir, por exemplo, é a alegria inata. Ela só poderá acontecer quando
estivermos perfeitamente adaptados a nós mesmos. No momento em que acontece a adap-
tação plena, provocamos o surto de uma frequência imprescindível e natural no desenvolvi-
mento funcional de uma existência. Esta frequência interior é a alegria. Não é a alegria condi-
cionada a alguma coisa externa, mas aquela sensação que eclode e nos faz sentir muito leves,
ao ponto de não termos mais medo e de reconhecer a efemeridade da existência no tempo.
Nada é tão importante assim porque tudo é efêmero. Daqui a pouco, tudo o que conquista-
mos materialmente será deixado para trás, quer queiramos ou não. Sairemos desta dimensão
da mesma forma como chegamos: apenas conosco e completamente livres. Então, que este ato
de ter a nós mesmos seja algo gracioso e leve.

56
Vida Infinita

A consciência em ampliação desenvolve o poder de estar no mundo sem ser do mundo.


Podemos desfrutar de tudo, usufruir de tudo e conquistar sem basear nossas ações em refor-
çar quem pensamos ser, o “eu psicológico”, esta identidade móvel e passageira apoiada em
pensamento fortemente “amarrado” que sustenta um senso de identidade fantasmagórico.

Essência x instinto na adaptação


Ninguém é superior porque possui algo e nem inferior porque não possui. Somos movi-
mento constante e estamos navegando pela eternidade, experimentando tudo o que for possí-
vel. Esta é a jornada infinita e atemporal da evolução rumo ao nosso verdadeiro Self. O nosso
aspecto essencial possui o ímpeto natural de contatar tudo e sentir todas as experiências pos-
síveis. Já o nosso aspecto instintivo quer basicamente se defender e lutar se preciso for. De um
lado, temos o instinto que deseja isolar-se por meio da zona de conforto e defesa. Do outro, o
espírito que almeja abraçar o universo e conectar-se com todas as coisas.
Esta é a motivação que devemos acalentar em nós. É a abertura que faz com que nos tor-
nemos aptos a contatar o universo, aqui e além, para que consigamos reunir o maior número
de experiência e conquistar níveis elevados de sabedoria e lucidez.
A adaptação é essencial porque todos os comportamentos quânticos têm como premissa
básica, a alimentação e a nutrição constante do encaixe perfeito em nós mesmos e, conse-
quentemente, no universo. Este encaixe perfeito envolve o reconhecimento absoluto da nossa
diferença, da nossa singularidade e raridade. Somos aspectos únicos e singulares da mente
cósmica realizando-se no espaço e no tempo.
Há um nível de compreensão desta dinâmica, que uma vez alcançado, nada ameaçará nos-
sa relação íntima com o todo. Nada neste mundo terá força o bastante para fazer-nos abrir
mão dessa conexão, ainda que esta conexão em um momento ou em outro, para sustentar-se,
implique em “perder” tudo.
Nesta nova condição temos a percepção clara de que somos partes do todo. Passamos a
viver com mais inteireza e coesão. Assim provocaremos uma mudança genuína em nossas
vidas, pois não criamos com palavras e, sim, pela percepção do que somos.

57
Vida Infinita

CAPÍTULO 5

A TRANSFORMAÇÃO
PELOS COMPORTAMENTOS
“EU NÃO SOU O QUE ME ACONTECE;
EU SOU O QUE ESCOLHO ME TORNAR.”
CARL GUSTAV JUNG

O funcionamento dos comportamentos quânticos

A
té este capítulo, refletimos e ampliamos o modelo da realidade. Começamos a apresentar
aspectos da consciência que normalmente não são explorados, como o Eu Informe (o
nível quântico de consciência), que é uma espécie de versão atualizada e aprimorada de nós
mesmos existindo simultaneamente com a nossa versão aqui no espaço-tempo.
O nosso papel e função na evolução é expressar este aspecto aprimorado na realidade deste
mundo material. É um processo no qual vamos nos expandindo e extrapolando. Esta sincro-
nização e este alinhamento acontecem a partir dos graus de mudança de comportamento que
estamos denominando aqui como comportamentos quânticos. Trata-se do exercício gradual
e contínuo para manter-nos em alinhamento com a inteligência da vida.

O Emaranhamento Quântico
Na Física existe um conceito conhecido como emaranhamento quântico. Ele mostra que tudo está
correlacionado. Absolutamente tudo.
O fato de estarmos correlacionados ou interconectados com tudo, não quer dizer que aquilo com o
qual estamos interconectados tenha influência sobre nós ou o vice-versa. Para que esta influência seja
efetiva, precisamos primeiramente tomar consciência daquilo que queremos intensificar e aumentar a
correlação.

58
Vida Infinita

Se não tivermos consciência de algo, apesar de estarmos interconectados, aquele algo será
apenas uma possibilidade. Por isso, ao expandir o conhecimento, intensificamos a correlação
com novos potenciais pelas vias do emaranhamento. Por exemplo: nós, aqui e agora, estamos
com o emaranhamento intensificado. Estamos nos afetando mutuamente com muito mais for-
ça porque agora temos a consciência da existência um do outro. Você que está lendo este livro
está acessando o meu campo, ou seja, estamos mais entrelaçados. A influência entre nós torna-
-se mais intensa. Há um contato muito mais íntimo e direto pelo qual acontece um fluxo muito
maior de informação. Noventa por cento deste fluxo de informação está relacionado a uma
comunicação não verbal. A semiótica está acontecendo o tempo todo em diferentes níveis. Há
a manifestação de comunicação também em um nível não linguístico. Por isso, é muito im-
portante aumentar a consciência daquilo que desejamos para aumentar a correlação. Quanto
maior for a correlação, maior será a probabilidade da possibilidade (potencial) se realizar.

Teorema de Bell e Partículas Gêmeas


Segundo o teorema do Físico Irlandês John Bell, duas partículas sob condições especiais
que interagiram e se separaram ficam emaranhadas, ou seja, independentemente de distância
elas permanecem não localmente ligadas. Se uma das partículas forem medidas ou pertur-
badas a outra reagirá instantaneamente da mesma forma. Este estranho comportamento é
chamado de Paradoxo EPR (Einstein, Podolski e Rosen).

59
Vida Infinita

Ativação do Emaranhamento Quântico


Nesta abordagem o que proponho como ativação do emaranhamento quântico é aumen-
tar a conexão ou correlação com um potencial ou possibilidade. Estamos fazendo isso a cada
instante, quer estejamos conscientes ou não.
Nesta proposta, o foco das nossas consciências, de forma regular e constante numa ideia
(potencial), aumentaria sua correlação com aquele potencial e, desta forma, ativaria o emara-
nhamento quântico tornando aquele potencial muito mais próximo de ser realizado. Quando
acontece a ativação, passamos a atrair eventos e situações compatíveis até chegarmos às vias
de fato. Portanto, aqui cabe a pergunta: Qual é a qualidade dos seus pensamentos? Para onde
está direcionando o seu foco no dia-a-dia? Estas são perguntas importantes que devemos nos
fazer sempre.
É completamente desnecessário alimentarmo-nos com informações entrópicas que nos
conectam com situações caóticas. Imaginemos todas aquelas pessoas que se viciam em pro-
gramas sensacionalistas e que enaltecem apenas informações relacionadas à violência e cri-
mes. O que essas pessoas, sem se dar conta, estão criando? Estão criando as condições psíqui-
cas que aumentam o correlacionamento com aqueles potenciais, ativando o emaranhamento
quântico para viver o pior.
Daremos um outro exemplo agora para entendermos a correlação quântica.
Já reparou que ao focar na cor ou num tipo de carro que tenha interesse e passar a pensar
com frequência naquele carro em específico e na cor que agrada, subitamente a percepção
no dia-a-dia começa a notar com mais frequência aquele carro em questão? Note que neste
exemplo a aparição do carro se deve ao fato de estarmos aumentando a correlação. Este é
um exemplo bem simples do que é a correlação quântica. O que está por trás de tudo isto é a
forma como direcionamos nossa atenção e como a usamos no dia-a-dia.

Autocorrelação
Vamos agora tratar da correlação envolvendo um outro aspecto essencial para o desenvol-
vimento de uma vida bem-sucedida.
Boa parte do tempo, por conta de uma série de papéis que usamos na interface com o
mundo para desempenhar funções, enfraquecemos a correlação com o nosso centro inter-
no, a base da nossa natureza. Não há nenhum problema em desempenhar papéis, desde que
tenhamos de forma bastante clara a noção de que não os somos. Muitos desenvolvem uma
identificação tão forte que esquecem que, apesar do papel que desempenham, são seres hu-
manos, pessoas com vontades, anseios e desejos.

60
Vida Infinita

GAP Interconsciencial
Sempre que nos identificamos com um papel ou com uma expectativa que fizeram a nosso
respeito sobre como deveríamos ser, desenvolvemos uma fissura que aqui iremos chamar de
Gap Interconsciencial. Gap é um termo em inglês que significa brecha ou fenda.
Cerca de aproximadamente 95% das pessoas têm este gap, que consiste numa espécie de
fenda interconsciencial. Ela não permite que nos liguemos com o nosso EU EXPANDIDO.
Aos termos consciência desta realidade, torna-se possível extingui-lo. Somente conseguimos
alterar o que concebemos. Conceber é trazer para o campo da consciência um potencial de
realidade. O gap é formado a partir da pressão conceitual contínua que sofremos do exterior
como: valores culturais, códigos de conduta moral, crenças religiosas deturpadas, etc. A pres-
são exercida por tais parâmetros e valores reducionistas levam-nos indiretamente a abdicar
de nós mesmos.
Quanto mais distantes estivermos de nós, na busca inconsciente de suprir modelos impos-
tos pelo exterior, estaremos ampliando o gap, fazendo escoar nossa força e energia vital por
ele. Sem energia o suficiente, perdemos a aderência no corpo e entramos em inconsciência,
nos resumindo em corpos que transitam no tempo e no espaço, ao sabor dos comandos indi-
retos da estrutura de comunicação repressora. Uma pessoa sem presença, além de se tornar
reativa, é completamente teleguiada por pensamentos e pelos meios de comunicação.
Fechar o gap implica em repolarizar os pensamentos de modo que nos mantemos a favor
do que somos. Quando temos pensamentos que provocam o alinhamento com o Eu Expandi-
do, temos um indicador absoluto de que a conexão está ativa naquele momento. E o indicador
absoluto podemos chamar de sentido quântico, ou seja, uma sensação de bem-estar. Quando
nos sentimos bem, estamos na pura expressão de um momento de alinhamento com o nosso
Eu Maior.
Podemos resumir o universo das emoções em dois campos: as que produzem bem-estar
e as que produzem mal-estar. O mais importante é prolongar as sensações que nos causam
bem-estar. O bem-estar é sempre um indicativo que nosso padrão psicoenergético está ele-
vado e, portanto, estamos em alinhamento. O indicador sempre será de bem-estar e alívio.
Quando nos sentimos assim, estamos no fluxo da inteligência. Da mesma forma, quando
experimentamos mal-estar (ansiedade, medo, angústia) estamos fora do fluxo.
O bem-estar também representa estarmos a favor da nossa natureza. Quando ele aconte-
ce, o gap automaticamente se retrai. Todo mal-estar é mantido por pensamentos negativos
que diminui a correlação com o EU EXPANDIDO naquele momento. Este processo é muito
dinâmico, pois podemos vivenciar a retração e dilatação do gap várias vezes durante o dia
dependendo da forma como nos sentimos.

61
Vida Infinita

É como se estivéssemos diante de um rio, cuja correnteza poderá nos levar naturalmente
a desembocar em um lugar incrível. Mesmo sabendo disso, resolvemos remar contra a cor-
rente. Isso é estar em desalinhamento. Iremos gastar muito mais energia, ficaremos esgotados
apenas para nos manter no mesmo lugar. Este fenômeno de oposição ao fluxo do melhor é
o hábito mental da resistência ou sofrimento. Por um outro lado, quando estamos em ali-
nhamento, estaríamos na condição em que ao adentrar naquele rio, pegaríamos uma canoa,
soltaríamos os remos e deixaríamos que a força da corrente nos levasse para o destino final. A
criança vive assim até que sua mente esteja completamente formada aos quatro anos. A partir
disso, a tendência é que ela receba toda carga de neurotização por parte dos pais já neurotiza-
dos pelo sistema. Então ela aprende a quebrar o seu alinhamento natural e passa a trabalhar
árdua e inconscientemente, como a grande maioria dos adultos, para criar e manter um gap
que sequer deveria existir.
Há algumas pessoas cujo gap já está bem reduzido. Em outras, ele é um verdadeiro abismo.
Ele se abre quando uma pessoa se perdeu e abdicou tanto de si mesma, que entrou em um
modo contínuo de luta contra o momento, controle e sobrevivência. Considerada alguém
muito resistente, que opera em níveis anteriores já explicados. Em outros casos, nota-se que o
gap é quase uma cicatriz, uma impressão. É como pegar um objeto pontiagudo e criar um tra-
ço numa massa: você tem o traço, mas se não o reforçar, a massa volta à propriedade natural.
Se estivermos exercendo comportamentos que nos colocam contra nossa natureza, viveremos
em desalinhamento e nossa vida irá refleti-lo em forma de deficiências múltiplas. Quando o de-
salinhamento se cronifica, ocorrem situações de desequilíbrios em nossas vidas como doenças
físicas, problemas financeiros, afetivos, etc.
A saúde mental e física é a primeira camada a sofrer as repercussões do desalinhamento
crônico. Quando o gap atinge uma grande dilatação, sentimos o prenúncio do desânimo que
irá sedimentar-se em um quadro depressivo.

Priorizar-nos Torna-nos Altruístas


Há uma certa equivalência entre o ato de priorizar-nos e o altruísmo. Quando nos permi-
timos dedicar ao nosso autodesenvolvimento, gradualmente vamos galgando conquistas in-
ternas que nos fazem avançar rumo ao status de um ser autorreferenciado, ou seja, um ser que
conquistou maior maturidade espiritual. Uma vez que a maturidade espiritual representa o
fim das dependências emocionais, tornamo-nos seres mais ativos e geradores de energia. Nes-
te estado somos capazes de estabelecer-nos em níveis mais profundos de autoaceitação que
inevitavelmente leva-nos a reconhecer e a expandir o autoamor, apoio e respeito. À medida

62
Vida Infinita

que nos tornamos mais livres e independentes, estaremos prontos para estabelecer relações de
interdependência. Esta liberdade de ser é o que aumenta a sensibilidade e cria condições para
legitimamente amar ao próximo. Jesus disse: “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Nesta afir-
mação, Jesus revela que para termos a capacidade de amar o outro, primeiro precisamos amar
a nós mesmos. Somos com o próximo aquilo que primeiro somos conosco. O sentimento de
querer bem ao próximo só será possível se quisermos bem à nós mesmos primeiro. Parece
um paradoxo, mas só manifestaremos o verdadeiro Altruísmo se formos altruístas conosco.
Sendo assim, priorizar-nos é essencial.
Em termos quânticos, num universo probabilístico, quando conquistamos ou tornamos
uma possibilidade realizável por nós, tornamo-la realizável por qualquer outro ser humano.
Assim, melhorar-nos, tornarmo-nos mais coerentes e autoconscientes é o melhor serviço que
podemos oferecer à humanidade.

Funcionamento dos Comportamentos Quânticos


Iremos fazer aqui uma releitura atualizada daquilo que já era proposto nas escolas de mis-
tério quanto ao desenvolvimento espiritual, dando ênfase nas práticas comportamentais que
nos colocam em fase harmônica com a vida e com a nossa natureza mais profunda.

63
Vida Infinita

Existe um grupo de comportamentos que, quando trabalhados em conjunto, podem pro-


vocar a restauração desse alinhamento e a ‘’cicatrização’’ do gap. Para que haja uma integração
perfeita e um alinhamento fino, não poderá haver o gap entre nós e o nosso Eu Expandido.
A partir dessa restauração surge um fluxo incrível de inteligência, criatividade e insights, tor-
nando-nos muito mais inteligentes, em um sentido cósmico, não intelectual. Esta inteligência
espiritual emergindo nos dá o poder de articular bem o universo interior refletindo melhor o
universo exterior.
Nesta sintonia fina estaremos tão correlacionados, conectados e adaptados à dimensão
mais profunda do ser, que o pensamento adquire um alto poder de colapsar a onda. Este é
um ponto importante, pois a capacidade de colapsar a onda quântica depende muito desta
conexão.
Há os que já estejam neste nível e conseguem manifestar e criar instantaneamente, ven-
cendo e revogando as leis da Física Clássica. Rompem o tempo e o espaço e manifestam a
matéria a partir do vácuo, sem despender energia. É um processo que depende apenas do ato
harmonioso e gentil de estar em comunhão com o Eu Expandido. Uma manifestação direta
da onda quântica.
Jesus, por exemplo, andou sobre as águas, multiplicou os pães, facilitou a cura sem gastar
energia. Ele simplesmente concebia a possibilidade e amava a condição daquela possibilidade
existir como realidade. Em seguida ele usava uma chave de conexão: “Que seja feita À Vossa
Vontade. Amém (que quer dizer – Eu me submeto)”. O que essa chave provocava em Jesus?
O ingresso ao alinhamento a partir da comunhão profunda com o seu Eu Informe, o aspecto
cósmico do qual também fazemos parte e somos.
No nosso atual nível de consciência, o colapso de onda provoca a atração de eventos sin-
crônicos que nos levarão à situação almejada. Este é um nível do poder de criação. Mas che-
gará o momento em que atingiremos o estado de consciência que Jesus possuía e também
seremos capazes de precipitar matéria a partir do vácuo quântico.
Eis então os quatro pilares de atitudes que nos levam aos comportamentos quânticos es-
senciais. Por meio destes, fundamentaremos a base através da qual a nossa ascensão conscien-
cial terá seu início.

1. Aceitação
A aceitação é o comportamento quântico base. A atitude da aceitação e autoaceitação é
essencialmente inteligente, pois integra-nos à realidade e faz de nós seres reais e coerentes
com a verdade mais profunda em nosso íntimo. Ela nada tem a ver com o conformismo que

64
Vida Infinita

facilmente se é confundido. A aceitação é o


ato que leva-nos ao alinhamento com o que
foi ou com o que é. Dela surge o ato criati-
vo que permite a transformação e resolução
de situações que se mantinham por conta
da resistência. Ao aceitarmos a realidade,
abrimos o canal pelo qual flui a inteligência
da vida. Criado pela aceitação, possibilita a
transcendência de qualquer situação inde-
sejada e abre as portas para a mudança legí-
tima. Já o conformismo é a isenção da ação
quando esta está disponível. Como exemplo,
imaginemos que alguém esteja segurando
um carvão em brasa e sente a dor crescen-
te em sua mão. Ao reconhecer a situação,
imediatamente solta o carvão, ou seja, toma
uma atitude. Para soltar o carvão, primeiro
aceita rapidamente tratar-se de uma expe-
riência muito dolorosa. Agora imaginemos
alguém que esteja na mesma situação e
mesmo sentindo a dor crescente do carvão
em brasa queimando a sua mão, resiste em
soltá-lo. Muitas pessoas ainda vivem assim,
mesmo portadoras de sofrimento extremo
não soltam suas resistências e não aceitam
o fato para poder se liberarem do mesmo.
Pela aceitação nos tornamos proativos.
Se tentarmos agir mantendo um nível de
resistência interna diante de algo que quere-
mos resolver, já estaremos no modo reativo.
Não há ação criativa na resistência. Com-
preender o princípio da aceitação é algo que
requer abertura para captar a essência desta
atitude. Este princípio, num primeiro mo-
mento, pode soar como algo simples, mas
quando começamos a incorporá-lo na rea-

65
Vida Infinita

lidade, veremos que ele produz a conexão com ela. É por meio desta atitude que entramos em
conexão com a verdadeira realidade das coisas. Uma das maiores deficiências do homem é
estar de fato na realidade. Em outras palavras, aceitar a realidade das coisas e pessoas.
É preciso ter em mente que só criamos as condições de mudar algo que nos incomoda,
quando aquele algo se torna confortável para nós. É pela aceitação, ao invés de combater, negar
e se distanciar da situação incômoda, que estabelecemos contato legítimo, e com boa vontade
criamos as condições internas e externas para podermos ir além dela.
É preciso abandonar os ideais criados a respeito de como pessoas e situações deveriam ser
para ficarmos bem. Ao mantermos nossa ideologia sobre tudo, estamos constantemente frus-
trando-nos com a realidade.
A aceitação, portanto, é o movimento gradual de render-se à realidade. Ao contrário do que
se pensa, ela nada tem a ver com assumir uma postura passiva e, sim, assumir uma postura
ativa e de boa vontade de integrar-se ao Real.
Podemos dar um exemplo bem simples para ilustrar: se alguém furar a fila do banco e não
fizermos nada, isso não significa aceitação e, sim, conformismo. Aceitação é alinhar-se ao fato
e agir de acordo com o que é certo e justo naquele momento. Qual é o fato neste exemplo?
Furaram a fila. Qual a atitude correta neste caso? Chamar o gerente e pedir que o mesmo tome
uma providência. Notemos que a ação foi tomada sem nenhuma reatividade. Não foi preciso
fazer um escândalo, despender energia reagindo a fim de solucionar o caso, pois a ação emer-
giu da aceitação do fato. Entramos assim, em alinhamento com a realidade.
Uma das maiores tragédias e dramas nas relações humanas é tentar forçar o outro a ser o
que não pode ser. Ou ainda colocar-nos à mercê da mudança do outro para ficarmos bem. O
único resultado desta postura será frustração e decepção.
Muitas vezes podemos notar que quando não conseguimos aceitar o que o outro é ou pode
ser, nos eximimos de uma possível decisão porque esperamos que o outro mude para ficarmos
bem, pois condicionamos nosso bem-estar na mudança dele. Este é um dos principais fatores
pelo qual nos mantemos presos em relações afetivas pouco saudáveis.
Há inúmeros casos assim. Pessoas que alimentam pensamentos negativos, pois
se passaram 5, 10, 30, 40 anos e, ainda assim, não conseguiram aceitar a realida-
de do pai, da mãe, do filho ou da filha. Estas pessoas ficam presas no ideal de como to-
dos deveriam ser e dia após dia alimentam um estado de conflito no qual a ideo-
logia sobre “como deveria ser” colide com a realidade “do que dá para ser”.
A mudança somente acontece a partir do instante de sermos capazes de estabelecer uma
relação confortável com aquilo que queremos mudar.

66
Vida Infinita

É comum que o choro seja a expressão do quanto elas estejam a favor do ideal (ilusão) e
não do real. É um choro de defesa contra a realidade. Quando forem vencidas pelo cansaço
emocional imposto pelo tempo, serão forçadas a encarar a realidade e dirão: “Foi assim e nada
mudará o como foi. Está tudo bem, sigamos”. Assim, surge a entrega, a rendição que representa
a aceitação absoluta. O alívio oriundo da trégua emocional que resolvemos nos dar. Há um
grande poder espiritual na entrega plena. Render-se em essência não é um estado emocional
de fraqueza e, sim, de força transformacional. Portanto, a aceitação é o primeiro comporta-
mento quântico que devemos praticar. Ela é a porta escancarada pela qual a consciência entra
na realidade definitivamente.
Aceitação é conexão plena. Este ato deve se iniciar com a atitude mais poderosa e determi-
nante para uma vida de sentido e realização: a autoaceitação. Quando formos capazes de nos
aceitarmos irrestritamente, atingiremos as virtudes essenciais como autoconfiança, autoestima
e autoamor. Seremos nossa própria saída e solução.
Quando entramos no campo da autoaceitação nos deparamos com um problema grave que
são os estereótipos e modelos físicos e emocionais forjados e, de uma certa forma, impostos pela
mídia e meios de comunicação. O Sistema veicula padrões que transmitem a seguinte mensagem
subliminar: “Se você não for assim, não poderemos lhe aceitar, pois não será bom o bastante”. Os
comerciais de tv estão repletos deste apelo. As mulheres, em especial, sofrem muito por conta
da imposição de estereótipos de beleza que além de não serem saudáveis, na maioria das vezes
são inatingíveis. A questão é que se não estivermos bem fundamentados em nós mesmos, nos
aceitando da forma como a natureza nos fez, fatalmente nos deixaremos seduzir por padrões e
estereótipos impostos e criaremos uma série de conflitos internos. A força interior gerada pela
autoaceitação permite-nos sobrepujar esta proposta fútil imposta pelo sistema.

2. Gratidão
O poder da gratidão é extraordinário. Agradecer é a permissão antecipada que damos a
uma nova evidência. O que é evidência? É o que reconhecemos como fato e, portanto, reali-
dade.
Quando agradecemos, permitimos que aquilo pelo qual somos gratos torne-se um fato,
além de reforçarmos o melhor em nossas vidas. Este comportamento quântico nos garante
manter o status mental elevado. No nível da não localidade, quando praticamos a gratidão,
já estamos profundamente correlacionados com pensamentos que determinam o melhor em
nossas vidas.
Uma evidência é sempre o reflexo de uma referência que sempre é um pensamento. En-
tão, independentemente da evidência que tenhamos atualmente em nossas vidas, seja boa ou

67
Vida Infinita

ruim, ela só é mantida porque estamos mantendo uma referência mental. Se começarmos a
modificar deliberadamente as referências pela prática da gratidão consciente, começaremos
gradualmente a criar uma nova evidência em nossas vidas. Isto é, estaremos criando o molde
psíquico que servirá de fôrma para criarmos uma nova realidade.
É muito importante a prática da gratidão diária. O comportamento grato por tudo aquilo
que já temos, neste momento do tempo, reforça estruturas mentais e neurológicas que irão
gerar comportamentos saudáveis e energéticos.
Somos seres que potencialmente temos tudo, pois quanticamente detemos todas as possi-
bilidades e todas as experiências que queremos viver aqui-agora internamente, como poten-
ciais quânticos. Somos fontes.

Neurobiologia da Gratidão & SAR


A prática do comportamento da gratidão é essencial, pois além de polarizar nossas mentes
para o positivo e o melhor, ativa o sistema de recompensa e reconfigura o SAR, Sistema de
Ativação Reticular.
Quando agradecemos, ou seja, deliberadamente escolhemos um pensamento positivo,
ativamos uma área em nosso Sistema Límbico, o centro das emoções no cérebro, chamada
de núcleo accumbes. Esta área é responsável pelas vias de prazer, recompensa e motivação.
Sendo assim, ao praticarmos a gratidão, nos tornamos seres mais motivados e sentimos mais
prazer em viver, pois ativamos os neurônios dopaminérgicos e recebemos um influxo de do-
pamina que deixa-nos mais dispostos e felizes.
A médio e longo prazo, o ato da gratidão repercute de forma muito importante na mudan-
ça permanente de uma estrutura cerebral chamada de Sistema de Ativação Reticular (S.A.R).
Em 2003, alguns pesquisadores da Universidade da Califórnia, realizaram um incrível ex-
perimento. Neste experimento foram selecionados 3 grupos. O primeiro teria como tarefa
anotar acontecimentos diários sem avaliá-los. Já o Segundo grupo iria anotar os acontecimen-
tos nefastos e difíceis em seu dia-a-dia. O último grupo iria realizar uma lista de agradeci-
mentos. Todos os dias elencariam num caderno motivos pelos quais eram gratos. O resultado
deste experimento foi impressionante.
Após 10 semanas, o terceiro grupo relatou um aumento dos níveis de energia, agilidade e
otimismo, além de uma melhora significativa na qualidade do sono.
O pesquisador Joan Borysenko, Ph.D comenta “As pesquisas sugerem que as pessoas que
agradecem com mais frequência têm de fato mais energia e otimismo, se aborrecem menos com
as discussões do cotidiano, ganham maior resistência ao estresse, são mais saudáveis e sofrem
menos de depressão do que as outras pessoas”.
68
Vida Infinita

Joan Borysenko continua: “Além disso, as pessoas que praticam esta atitude, desenvolvem
mais compaixão, solidariedade, são menos materialistas e muito mais satisfeitas com a vida”.
Somos portadores de um condicionamento neurológico herdado há milhares de anos. Por
mais que tentemos nos manter positivos e motivados em relação ao mundo, nos mantemos
em um estado contínuo de alerta em relação ao negativo e ao que não está funcionando
adequadamente em nossas vidas. Não se trata apenas de uma postura pessimista, mas sim,
de uma predisposição biológica para procurar e localizar o perigo ou o que está errado em
nossas vidas.
Por milhares de anos esta foi a estratégia funcional tomando por base a sobrevivência das
espécies. Qualquer coisa fora do habitual no ambiente, era um forte indicativo de risco de
vida.
O parâmetro para localizarmos o perigo e focar a atenção ao negativo se estruturou por
milhares de anos em uma parte do cérebro, o SAR. A cada momento somos bombardeados
por um volume gigantesco de informações sensoriais. Se absorvêssemos toda essa carga de
informações ficaríamos impressionados. Felizmente, o sistema nervoso filtra boa parte, libe-
rando apenas uma fração dessas informações. É graças ao SAR que compomos a noção da
realidade, que a percebemos de forma filtrada e seletiva.
O Sistema de Ativação Reticular é uma rede de conexões nervosas que ligam o tronco
encefálico e outras partes inferiores do cérebro ao córtex e ao cerebelo. Essa rede de fibras
nervosas controla a transição entre sono e vigília e também atua como filtro para todas as
informações sensoriais que o cérebro capta do mundo exterior.
O SAR é também conhecido como o “Google Cerebral”, um buscador que literalmente
programamos para localizar dados importantes.
Conforme nos habituamos a agradecer, o SAR realiza uma mudança sutil em nossa hie-
rarquia de prioridades. Em vez de localizar o perigo ou o que é negativo, programamos este
buscador neural a fim de localizar o que é certo e harmonioso. Quanto mais praticarmos a
gratidão, mais o SAR começa a disponibilizar ao nosso consciente, todas aquelas coisas do
ambiente que estão em alinhamento ao que consideramos importantes. Em outras palavras,
a prática da gratidão, reestrutura a percepção da realidade em uma nova base muito mais po-
sitiva e harmoniosa. O comportamento de gratidão faz superar o sobrevivente em nós e nos
atualiza como seres aptos a viver com prazer, felicidade e harmonia. Abaixo segue uma prática
de gratidão de acordo com os parâmetros corretos para reciclar e reconfigurar o S.A.R.

69
Vida Infinita

Prática da Gratidão
O ideal é que realize esta prática antes de dormir. Reserve um caderno para dedicar-se a
este exercício todos os dias. No primeiro dia, elenque 10 motivos pelos quais sente-se grato.
Comece com os 10 motivos óbvios e maiores da sua vida. Do segundo dia em diante tudo que
precisa ser feito é apenas revisar os 10 motivos e elencar mais um novo motivo, e assim por
diante.
Esta prática deverá ser feita por 1 ano sem falhar nenhum dia. Ao passar 1 ano desta prática
você terá reunido cerca de 375 motivos pelos quais é grato. Você terá literalmente reconfigu-
rado o seu S.A.R com um novo parâmetro e isto transformará a sua percepção e realidade ao
longo da prática. Um detalhe importante é que você poderá também agradecer previamente
pelas coisas que quer manifestar, assumindo como se já as tivesse alcançado.
O comportamento quântico da gratidão é uma atitude que não somente reconfigura o seu
cérebro, mas como também a sua realidade.

3. Observação
O terceiro comportamento quântico é o observador. Observar implica em desidentificar-
-se da mente e criar uma perspectiva maior acerca da realidade. Boa parte do tempo man-
temo-nos envolvidos e absorvidos pelos pensamentos, sensações e situações. Esta absorção
implica também na perda da autoconsciência e leva-nos à inconsciência. Mais uma vez entra-
mos no modo reativo. Se não evocarmos o observador em nós, a consciência que testemunha
os pensamentos e emoções, dificilmente teremos a percepção das múltiplas possibilidades e
alternativas em nosso momento. Observar é aguçar os sentidos para empoderar-se do mo-
mento presente. Ao perceber-nos no modo reativo, dominados por pensamentos e emoções,
devemos restaurar a função do observador. Uma das formas mais eficientes de se fazer isso é
conectarmos com o sentido da audição. Quando paramos para ouvir o som da vida ao redor,
naturalmente nos incorporamos de nós mesmos e reabitamos o corpo. Na prática da audição,
a atividade mental desacelera completamente e temos a oportunidade de voltar para o nosso
lugar na realidade, ou seja, o centro da realidade como observadores.
Como já exposto anteriormente, a função do observador reserva um poder extraordiná-
rio em dois aspectos. O primeiro aspecto é a desidentificação com a mente que nos permite
colocar a percepção em perspectiva para acessarmos o quadro geral. Desta condição percep-
tiva podemos ganhar consciência de vias alternativas da realidade e fazer novas escolhas. O
segundo aspecto é a propriedade do observador em alterar o objeto observado a partir do

70
Vida Infinita

momento que, deliberadamente, resolvemos mudar a representação que temos acerca de algo,
seja nós mesmos, uma situação ou pessoa.
Tornar-nos conscientemente os observadores das nossas vidas faz com que assumamos
o ponto de força como agentes causais e leva-nos a controlar nossos destinos de forma mais
inteligente e proativa.

4. Apreciação
O quarto comportamento quântico é a apreciação. Quantas coisas você apreciou hoje?
Vivemos tão absortos no tempo, numa corrida frenética para alguma coisa que nos impomos
que exteriorizamos o nosso eu e deixamos passar a oportunidade de apreciar a jornada. No
yoga há uma vertente chamada de Karma Yoga. Karma é um termo do sânscrito que significa
Ação. É um ramo do yoga que foca na ação como um fim em si mesmo. Segundo a essência
do yoga, quando tornamos a ação um fim em si mesma, a ação se torna santificada.
Portanto, no comportamento quântico da apreciação, desfrutamos da jornada e não do
fim. Ou seja, focalizamos a atenção no que está acontecendo agora e reconhecemos conscien-
temente tudo aquilo que é uma dádiva natural. Ao beber água, podemos tornar esta ação um
fim em si mesma se prestarmos atenção e apreciar o ato em si. Ao andar pela rua, podemos re-
conhecer a sensação de pisar e o como é agradável sentir o corpo se movimentando. Podemos
observar a natureza ao redor e reconhecer que estamos envolvidos o tempo todo pelo milagre
da criação e da vida.
É necessária a prática para que possamos realizar isso, mas de forma leve e com constância
desenvolveremos uma nova consciência, muito mais sensível e aberta ao fenômeno da vida.
Uma vez um homem na busca de iluminação foi ter com um mestre e disse: “Mestre, estou
aqui pois quero a iluminação espiritual”. O mestre respondeu: “Siga-me”. O mestre aproxi-
mou-se de um poço cheio de água e subitamente mergulhou a cabeça do pretenso discípulo e
o manteve lá até que ele começou a debater-se com falta de ar e no último momento o mestre
o soltou. Esbravejando perguntou: “O que você está fazendo? Eu venho em busca de ilumina-
ção e você quase me afogou”. O mestre retrucou: “Qual foi a única coisa que pensava enquanto
estava com a cabeça debaixo da água? O que era a coisa mais importante para você naquele
momento?” O homem respondeu: “Óbvio que era o ar. Era a única coisa que me importava,
poder respirar”. O mestre concluiu: “Ótimo, retorne aqui apenas quando sua vontade pela
iluminação seja tão essencial e importante quanto era o ar para você enquanto esteve com a
cabeça debaixo d´água”.

71
Vida Infinita

Naquele momento o homem realizou e compreendeu que ainda não estava pronto, que sua
vontade por conquistar tal estado não era o suficiente, pois estava apenas seduzido pelo fim e
não pela jornada em si.
Da mesma forma, a prática destes quatro comportamentos quânticos ou essenciais deve
ser leve, descontraída, mas deve conter um ímpeto contínuo e sustentável. Aprender a desfru-
tar do caminho quântico, do aprimoramento pessoal, da sublimação das limitações, envolve
boa vontade e a consciência do valor que tais atitudes e ações trarão para nossa vida prática,
além dos ganhos em consciência, harmonia e desbloqueios.
Estes quatro comportamentos, quando trabalhados em conjunto no seu dia a dia, fecharão
definitivamente o gap. Eles formam a plataforma para mudarmos nossas respostas diante
do mundo e, consequentemente, recriarmos nosso universo pessoal. Uma vez que tenhamos
cauterizado a fenda, daremos um salto significativo em nossas consciências, pois ganharemos
um acesso mais direto com o nosso Eu Informe.
Cada um de nós deverá implementar o desenvolvimento dos comportamentos, de acordo
com o seu próprio momento, mas sempre de uma maneira leve, sem cobranças pessoais, sem
excessos de expectativas. “Toda grande caminhada começa com um simples passo”. (Buda)

A Prática da Escuta Lúcida


Há um exercício que deve permear a prática dos comportamentos quânticos. Trata-se da
escuta lúcida. Toda vez que se sentir, por alguma razão, absorvido pelo mundo ou pela men-
te, pare, respire fundo e por alguns instantes realmente ouça o mundo à sua volta. Ao fazer
isso, interferimos diretamente na ciclagem cerebral. Nesses momentos desaceleramos, a fre-
quência cerebral decai e estaremos de volta no corpo, funcionando como um todo integrado
novamente. Se observarmos um bebê, veremos que ele é um todo integrado e que a audição
funciona como uma espécie de âncora na realidade, uma vez que os outros sentidos estão em
desenvolvimento.
Tentar viver a vida sendo apenas uma “cabeça” que se preocupa e pensa é um ato que pro-
duz estresse e caos emocional. A arte da escuta lúcida, permite retomar a unidade com nosso
corpo, condição esta, sine qua non, na prática dos comportamentos quânticos.
Procure praticar no dia a dia enquanto dirige ou caminha, por exemplo. Quando alguém
for lhe falar, escute de verdade. Não coloque seus anseios, preconceitos e o ímpeto de respon-
der à frente.
Uma das coisas que surpreenderam alguns pesquisadores quando conviveram com o Dalai
Lama, foi que notaram que ao falar com ele, o mesmo os olhava e realmente prestava atenção

72
Vida Infinita

e ouvia ao ponto de se tornar o próprio “escutar”. O próprio ouvir de verdade, a escuta lúcida,
é um ato de cura, de si próprio e do outro.
Em muitas sessões com o método que aplico da holografia da mente, pude constatar na
prática que o simples ato de me abrir para ouvir as pessoas de forma realmente pura e des-
pretensiosa foi o suficiente para libertar aquelas pessoas dos dramas psicológicos, padrões e
loop de interpretação de realidade. Naqueles momentos, eu não havia feito, pela perspectiva
comum, nada em especial. Porém, na ótica quântica, havia feito tudo que precisava ser feito
naqueles momentos: a escuta lúcida.

Exercícios com cores de luz psíquica


Eu gostaria de implementar tudo o que estou compartilhando com algumas ferramentas
bastante simples, que trabalham com frequências de luz.
Cada cor de luz é uma informação decodificada na sua mente. Quando você pensa em
uma cor, ela - em níveis mais sutis - é a informação que você pode acionar para mudar certos
processos.
Há padrões arquetípicos universais no inconsciente coletivo. Por exemplo, quando pen-
samos em luz branca, naturalmente, a ideia de luz branca nos remete a algo puro, limpeza,
ampliação, criando em nós predisposições internas.
O uso de padrões cromáticos psíquicos irá implementar o desenvolvimento. Aqui, estamos
tratando de autoestimulação por luz psíquica para a indução de determinados estados inte-
riores que cada padrão cromático produz.
Existem alguns padrões de cor que podem ser muito úteis para predispor a nós mesmos a
novos estados mentais, como a seguir:

Luz Psíquica Roxa


Pode ser aplicada para induzir padrões de ordem em nosso corpo bioplásmico que coorde-
na as funções da nossa biologia. A luz psíquica roxa sensibiliza o campo ou uma área do corpo
que precisa de maior ordem. É uma luz psíquica. Bastando simplesmente fechar os olhos,
manifestar essa luz e ativar sua expansão por todo o corpo. Ao sensibilizar o sistema inteiro,
o mesmo responderá. A luz cromática é decodificada pela mente em forma de informação.

Luz laranja
Ela pode ser de amplo benefício para recompor o ânimo e o estado emocional. Ativa a
disposição psíquica e traz a vitalidade da alma que nos motiva.

73
Vida Infinita

Luz rosa
É eficaz para potencializar o campo afetivo e para restaurar o sentimento de ternura es-
sencial nas restaurações e regenerações. Equilibra o poder da vulnerabilidade que favorece
a abertura para a vida. Sua área de ação eficiente é o centro cardíaco, o ponto de contato e
autocontato.

Luz branco-prateada
É indicada para solubilizar a ansiedade, que é o excesso de futuro. A sensibilização com
essa luz psíquica nos ajuda a sincronizar o tempo interno com o agora.

Luz dourada
É a informação que nos sensibiliza com as referências arquetípicas de prosperidade e
abundância. Ela cria o sentimento e o estado de amplidão. Ótima informação para solubilizar
sentimentos de autolimitação e não merecimento.

Luz amarela
É usada para libertar-nos de culpa e vergonha. Esses dois sentimentos fazem com que vi-
bremos em padrões de baixo valor vital implicando em bloqueios. Para ativar o campo, proje-
tamos a luz principalmente no centro do peito e plexo. Ao banharmos essas regiões ativando
o centro afetivo de comunicação e o centro emocional (plexo) criaremos as condições para a
libertação de informações repressoras.

É importante dedicar algum tempo para operar com as luzes psíquicas. Escolha o padrão
que necessita sensibilizar, ative e libere. É importante frisar que o trabalho com as informa-
ções psíquicas deve abranger seu campo como um todo. É necessário sentir imerso no campo
luminoso. Automaticamente sua biologia irá criar a contraparte da informação psíquica em
bioinformação salutar.

74
Vida Infinita

PARTE

3
a física do

sucesso

75
Vida Infinita

CAPÍTULO 6

ASSUMINDO
O SUCESSO
“ESPÍRITOS GRANDIOSOS SEMPRE ENCONTRARAM
OPOSIÇÃO VIOLENTA DE MENTES MEDÍOCRES.”
ALBERT EINSTEIN

O ponto de partida para o sucesso

O
sucesso interessa a todos! Ampliaremos a perspectiva sobre este assunto usando a teoria
quântica e a moderna metafísica. Um dos pontos fundamentais é entender que, para se ter
sucesso ou para assumir o sucesso, segundo o que minha experiência e observações compro-
varam, envolve, a princípio, uma atitude específica e fundamental. Esta atitude tão importante
é assumir-nos. Algo muito sutil e ao mesmo tempo profundo acontece a partir do momento
que superamos o medo de ser quem somos. Ao que tudo indica as forças internas que arti-
culam os mecanismos do sucesso pessoal são acionadas quando conquistamos a coragem de
sermos nós mesmos.
Este termo bastante específico, “assumir o sucesso”, é importante porque quando mergu-
lhamos na teoria quântica e na dimensão da energética humana para compreender o processo
de empoderamento pessoal, percebemos algo claro: quando nos assumimos e realmente to-
mamos posse da nossa expressão e individualidade, ocorre uma mudança drástica na carac-
terística do campo energético pessoal. É a partir desta mudança energética que certas funções
interiores ou poderes espirituais são acordados para que o sucesso se manifeste por meio de
nós.
Talvez as pessoas nunca tenham ouvido falar da forma exposta neste livro, em uma análi-
se particular, realizada a partir de observações do processo da expressão individual dos que

76
Vida Infinita

atingiram um nível elevado de realização. Este será nosso ponto de partida: se não provo-
carmos uma mudança de característica no comportamento de campo, não seremos capazes
de acionar funções internas que coordenam o fluxo da prosperidade que está intimamente
relacionado com a dinâmica do sucesso.
A trajetória rumo ao sucesso tem seu início a partir dos questionamentos: “Qual é sua
postura diante da vida e da sua existência?”, “O que é você para você?” Paremos por alguns
minutos aqui para uma breve reflexão.

As leis da vida e os mecanismos de inteligência


A vida possui inteligência.
Tudo está vivo, absolutamente tudo! Há mecanismos inteligentes por trás da existência
de todas as coisas. Para manifestar algo na realidade, há processos inteligentes, que também
chamamos de mecanismos.
Os antigos místicos e visionários do passado, compreendendo e constatando que estes
mecanismos eram constantes, passaram a chamá-los de leis. Leis da vida e do universo. Se
tentarmos operar a existência sem conhecermos certas leis, pelo menos o mínimo destes me-
canismos, iremos nos deparar com inúmeras dificuldades que até certo ponto foram impos-
tas por nós mesmos. Se notarmos bem, veremos que a maioria das pessoas criam e lidam
constantemente com dificuldades por estarem completamente alheias à forma como a vida
funciona e como suas mentes se relacionam com a realidade.
A dificuldade é um processo que envolve aprendizado. Toda dificuldade é o reflexo de mé-
todos baseado em conceitos e crenças que aprendemos. Por incrível que pareça, é preciso ter
método para criar dificuldade. Em tese é mais desgastante criar e manter dificuldades do que
fluir graciosamente na facilidade, pois a facilidade é parte da natureza expansiva do universo.
Tudo na natureza se desenvolve com graça. A partir da ideologia limitadora que aprendemos,
derivamos uma espécie de método de como devemos funcionar na vida. A questão é que tal
método além de contraproducente está em oposição com os princípios e leis da vida.
Quando começamos a entender as leis, notamos que existe uma inclinação natural para
que todas as formas de vida atinjam o sucesso. Isso não é opção e, sim, natureza. Não se opta
por ter sucesso, pois sucesso é uma inclinação que tende a realizar-se em todos os seres. Inad-
vertidamente podemos retardar e até mesmo inibir o sucesso por meio de representações
mentais baseadas em ideologias contra ele mesmo.
Este livro, à medida em que você avança em sua leitura, estará impelindo-o a aperfeiçoar
seu modelo de realidade para funcionar em concordância com os mecanismos da vida.

77
Vida Infinita

A partir deste enfoque, o conhecimento que desponta no horizonte da compreensão, re-


vela que se não opusermos às leis dinâmicas da vida, inevitavelmente atingiremos o sucesso,
o ápice de nós mesmos.
Nós, seres humanos, temos o direito de atingir esse ápice em todas as esferas: saúde, pro-
fissional, afetiva, entre outras. A saúde, a prosperidade e afetividade plena são parte da nossa
herança divina. Infelizmente, o número de pessoas que atingem o ápice ainda é muito pe-
queno porque poucos têm a coragem e a disposição para adquirir um conhecimento que os
estabeleçam dentro das leis e, fundamentalmente, de os empoderarem.
Quando notamos uma pessoa de muito sucesso e realização, vemos que ela transpira au-
tenticidade e possui sua individualidade muito bem delineada. Ela já se sustenta emocional-
mente e libertou-se do esquema repressor da moral social. Ela se expressa e existe através da
sua diferença bem assumida que a coloca em sua posição de força no universo, pois a diferen-
ciação é fator de equilíbrio universal. Cada um de nós possui dentro da hierarquia universal
um lugar que é único e, portanto, representa nosso ponto de poder no universo. Quando nos
posicionamos naquele “lugar’’, nos sentimos incrivelmente fortes e com o senso de capacidade
desperto.
Sabemos que o sistema no qual existimos temporariamente, exerce certa pressão que nos
força perder posição de poder, pois o sistema é essencialmente egóico e há egos exacerbados
em constante disputa e competição. Enxergamos isso claramente nos macrocenários, como
os meios políticos, os governantes, os conflitos étnicos, religiosos e a proposição de guerras
entre nações, e de uns contra os outros, por meio de uma ilusão persistente que cria a separa-
ção entre povos, como se não fossemos mais da mesma espécie. Este mesmo sistema opressor
impõe modelos a serem seguidos onde não cabem nossas diferenças. São modelos baseados
em igualdade.
Sem nos darmos conta, tentamos e exercemos certo impulso contrário a nós mesmos, para
cabermos nestes modelos, que promovem a deformação da nossa natureza pela imposição
daquilo que é certo e adequado para cada um de nós. Assim, iniciamos nossa trajetória rumo
à insatisfação, vetando desta forma, nossa propensão natural ao sucesso e realização.
A unidade
Se virmos uma árvore, ao perguntar se a mesma atingiu o sucesso, a resposta claramente
será positiva, visto que ela chegou ao seu ápice de forma graciosa, produziu frutos e ainda
enriqueceu a existência de outros seres pois em sua plenitude compartilhou o melhor de si,
tornando a natureza ainda mais abundante. Ela é parte do todo alimentando o ciclo virtuoso
da abundância universal. Ela, além de ser uma árvore em seu reino, é agora também fonte,

78
Vida Infinita

posto que doa. Mas um dia, essa árvore foi uma sementinha de poucos milímetros, com um
potencial extraordinário que encerrava virtualmente uma árvore colossal e exuberante. É di-
fícil imaginarmos ao pegar em uma semente que ali reside virtualmente, uma árvore como
uma Sequoia, por exemplo.
Na natureza, seja uma árvore ou um animal, os seres não têm uma mente tão complexa
como a dos humanos. Esses seres, portanto, estão inconscientemente em unidade com o todo.
Por estarem em unidade, vivem de acordo com as leis universais. Nunca veremos uma árvore
com crise existencial por julgar-se menos do que a árvore ao lado, de outra espécie. Seria en-
graçado testemunhar uma árvore em crise e complexo de inferioridade. A realidade é que a
árvore está lá na mais perfeita serenidade e plenamente alinhada com os mecanismos da vida.
Todos os seres na natureza estão 100% alinhados consigo mesmos e em harmonia com o am-
biente. Aprendamos com o exemplo prático dos seres na natureza a vivermos em equilíbrio.

79
Vida Infinita

Estamos desenvolvendo o conceito de que a inclinação para o sucesso é natural. Portanto,


devemos ajustar nossa mentalidade para este fluxo natural e nos aprofundarmos na dinâmica
universal. Lembremo-nos: se tentarmos ter sucesso com uma mentalidade que nos coloque
em oposição à dinâmica da nossa natureza, criaremos mais frustração.

A experiência do ratinho
Um grupo de pesquisadores fez um experimento muito interessante. Um ratinho foi posto
em uma mesa. Havia naquela mesa uma fita vermelha bem no meio para delimitar o espaço
da mesa em duas partes. O ratinho foi então colocado em um dos lados da mesa. Toda vez que
o ratinho tentava cruzar a faixa vermelha, ele era conduzido de volta para o seu lado com um
pequeno empurrão em seu corpo. Depois de um tempo realizando o mesmo procedimento,
isto é, obrigando o ratinho a voltar para o seu lado sempre que tentava cruzar a faixa, já havia
sido condicionado um hábito e o ratinho não avançava para além da faixa. Ele ia até um cer-
to ponto e recuava. Daquele ponto em diante o ratinho estava condicionado a viver naquele
pequeno universo, que era a metade daquela mesa, como se para a mente dele não houvesse
nada além daquela faixa. Depois de um tempo os pesquisadores começaram a forçar o rati-
nho a cruzar a faixa para o outro lado. Naquele momento o ratinho quando forçado a cruzar
a fronteira, entrou num nível de estresse muito alto e teve uma espécie de choque nervoso.
Esse experimento serve para entendermos a força de um condicionamento, o quanto uma
crença (hábito) é capaz de limitar, coibir e restringir o acesso a uma nova possibilidade. O
mesmo acontece conosco. Quando temos uma crença e estamos presos a um condiciona-
mento qualquer, mesmo conscientemente almejando experimentar uma nova situação, expe-
rimentaremos um alto índice de estresse que, inevitavelmente, nos impelirá a nos autossabo-
tarmos, pois inconscientemente não estamos abertos para aquela situação.
Isso pode estar acontecendo agora, neste exato momento. As crises internas geralmente pos-
suem esta característica: querer viver algo sem estar com a mentalidade adaptada para aquilo. O
tamanho do nosso universo pessoal obedece ao alcance do que somos capazes de conceber. Po-
demos ser como peixes que acreditam que os limites da sua existência são as paredes do aquário.
É curioso imaginar que talvez estejamos nos impedindo de viver de forma grandiosa.
Como mudar? Apenas querer mudar não é o suficiente. Na visão quântica, querer é ape-
nas um breve passo inicial. Ele pode ser o início da motivação, o momento que se acende o
estopim para iniciarmos a mudança, mas não é o motor propulsor que mantém o processo da
mudança em si.

80
Vida Infinita

Criatura e criador: você é a causa de tudo


A imagem da pintura de Michelangelo, conhecida como “A Criação de Adão”, um grande
afresco no teto da Capela Sistina, em Roma, é um ícone importante para abordagem aqui
apresentada. Nessa obra de arte, Adão - representado por um braço esquerdo - alcança Deus.
O artista Michelangelo foi muito sábio, fazendo a forma da mão de Deus idêntica à de Adão,
uma alusão ao Gênesis da Bíblia, que diz que Deus criou o Homem à sua imagem e seme-
lhança.
Na verdade, essa ilustração remete-nos a algo muito mais importante neste contexto: o
momento no qual ocorre a reconciliação com nosso aspecto criador, quando assumimos ser-
mos criadores do nosso próprio universo, onde não existe uma outra causa, a não ser a ativi-
dade da nossa consciência. Está disposto a assumir esta condição na prática da sua vida?
Se sim, este ato exigirá que abandone os modelos que até então esteve usando forçando-lhe
a exteriorizar seu poder. É preciso ter a coragem de expandir a consciência a um nível que
reconheça ser a causa de tudo em sua vida.
Até mesmo o Deus que as pessoas se apegam como uma ideia fixa na mente, ainda assim,
é apenas uma ideia retroalimentada dentro de nós. O verdadeiro Deus está longe das ideolo-
gias e muito mais próximo de nós, pois é algo vivo e parte de quem somos. Não há nenhuma
outra causa em seu universo pessoal a não ser a atividade da sua consciência. Esta afirmação
pode soar como algo absurdo porque todas as crenças que temos estabelecidas há séculos nos
diz o contrário. A pintura de Michelangelo é o símbolo que representa o momento em que a
criatura estabelece aliança com o criador. Numa visão moderna podemos contextualizar que o
momento em que reconhecemos e nos unimos ao nosso aspecto criador, determinamos o nível
quântico de consciência, o Eu Informe.

O Poder Está em Você


Houve um evento que começou aproximadamente no ano 1750 a.C, no Egito Antigo,
quando o grande faraó Akhenaton propôs o primeiro regime monoteísta da história. Até en-
tão, as pessoas viviam bem, acreditando nos deuses do panteão egípcio como representações
de forças e entidades espirituais. Lidavam com essas forças de forma mais ativa, relacionando
com esses princípios e, criavam ritos para a mobilização dos potenciais, a fim de manifesta-
rem o que precisavam.
No momento em que Akhenaton impõe a crença em um Deus único, há um choque in-
tenso em todo território de crenças daquele povo. Naquele momento de transição súbita, por
imposição de uma nova crença, as pessoas perderam o parâmetro por um momento. Ali ini-
ciava-se a destituição do poder pessoal. Até então havia uma relação direta entre o indivíduo

81
Vida Infinita

e os princípios espirituais representados pelos Deuses e, de repente, tiveram que começar a se


reportar ao Faraó que se autointitulou como sendo o intermediário de Deus Rá.
A abdicação do poder pessoal remonta a períodos históricos como o retratado acima. Ainda
hoje sofremos o impacto de propostas antigas, muitas delas religiosas, que reforçaram a falsa
ideia de que não possuímos o poder de reger nossas existências e que para vivermos com digni-
dade, precisaríamos venerar algo fora de nós.
A extroversão do poder interno nutre a insegurança e o senso de impotência. Somos cons-
tantemente bombardeados por informações do sistema que estão em toda parte. Essa infor-
mação chega até nós e tenta convencer-nos de que somos vítimas de tudo. Quanto mais assi-
milarmos essas informações, que nos colocam como vítimas, mais exteriorizaremos nosso
poder.
Assim, a partir do momento que damos o poder para algo que está fora, este algo passa a
ter um poder muito grande sobre nossas vidas. Por outro lado, tudo aquilo que damos muito
poder, passaremos a depender. Desta forma, se damos muito poder a uma pessoa, ela terá
grande influência sobre nossas vidas e assim, tudo aquilo que é foco da projeção do nosso
poder.
A dependência gera limite e o senso de limitação causa a condição psicológica de impo-
tência.
Vamos fazer um exercício reflexivo: A Quem ou o quê você está dando o seu poder? Em
outras palavras, a quem ou o quê você está dependendo emocionalmente?
Sair da situação de dependência emocional é essencial. É preciso sustentar o próprio bem
interno acima de tudo, sem dar nossa força para absolutamente nada externo a nós, sejam
notícias nos meios de comunicação, o comentário de alguém e as imposições familiares, que
normalmente assumimos como verdade, sem questioná-las.

Ampliando A Perspectiva da Autorreferência


Cada indivíduo está em um processo único e particular de desenvolvimento. O fato de
você, leitor, ter criado de alguma forma o acesso a este livro, representa que atendeu a um
chamado da sua consciência, em um nível mais profundo.
Este chamado diz respeito ao exercício de tornar-se a própria referência. Este é um passo
muito importante que o fará ainda mais forte em termos conscienciais.
Nos capítulos anteriores abordamos a necessidade de trabalharmos no sentido de sermos
nossa própria referência para polarizarmos a força em nosso centro. Somos todos dotados
de um centro superior e essencial que define o “si mesmo’’, a totalidade. A prática da autor-

82
Vida Infinita

83
Vida Infinita

referência afere a nós mesmos e canaliza nossa energia em direção a este centro essencial de
poder, provocando um despertar crescente e contínuo. Um centro bem ativo e energizado
garante-nos a força para realizar e criarmos uma vida plena.
Alguns físicos quânticos definem como ser autorreferente quando estamos na posse do
nosso poder e somos capazes da autossustentabilidade consciencial. No conhecimento popu-
lar, uma pessoa assim é reconhecida como aquela que tem muita sorte ou possui uma “estrela”.
É apenas uma forma didática e ilustrativa para retratar aquele que vive na própria força.
Há pessoas que já vêm com essa disposição, nem precisam provocar a reconexão com o
centro. A reconexão com o centro é independente e pode acontecer a um ateu ou a um mon-
ge. Tudo irá depender da atitude e mentalidade assumidas. Não requer seguir uma religião ou
um sistema filosófico, mas ela em si é um exercício que envolve a espiritualidade.
Há na Mecânica Quântica um ponto de intersecção com a espiritualidade. Alguns físicos
não estão prontos para entender o que a Física Quântica pode mostrar porque, em deter-
minado momento, ela exige que desenvolvamos um nível de consciência que permita-nos
reconhecer as conexões entre consciência e os diversos níveis da realidade e matéria. Muitos
xamãs, mesmo não possuindo conhecimento científico sobre Física Quântica, sabem aplicá-la
na prática com eficiência e assim provocar fenômenos de interferência direta da consciência
sobre a matéria, como curas, bilocações, autoteletransporte, alteração climática, provocam
chuvas, entre outros fenômenos.
Ao ler este livro você ruma ao princípio da diferença. Você não será mais um ser comum.
Aprenderá, aqui, a assumir sua diferença, para ser você mesmo. Isso é impactante e perfeita-
mente executável. O ser autorreferente é o próximo degrau da escada evolutiva da consciência.
Por meio das ferramentas passadas aqui, você poderá transformar sua realidade mental
para induzir novos comportamentos em sua realidade material. É desta forma que um ser
autorreferente atua. Tornar-nos nossa própria referência é não sermos mais indivíduos pri-
sioneiros emocionalmente de algo externo. Há muito poder em cada um de nós, disponível
para criarmos o melhor para nossas vidas. Nada é mais poderoso do que uma pessoa autorre-
ferenciada e autoconsciente.

Ação Versus Atitude


Há uma grande diferença entre ação e atitude. Ação é o ato em si. A atitude é uma postura
interna que qualifica o ato. Se tivermos a ação sem atitude, não conseguiremos mobilizar o
potencial, pois o que antecede e potencializa a ação direta é o estado daquele que realiza a
ação.

84
Vida Infinita

É o caso daquela pessoa que ganha 1 milhão de Reais, mas tem a mentalidade de escassez.
Vive em um contexto no qual formatou sua mentalidade dentro de um paradigma de falta E
pobreza. Logo, seu estado está ajustado para provocar mais escassez. Ainda que tenha recur-
sos disponíveis, irá perder tudo, pois seu postulado interior é a favor da pobreza. Ela pode ter
a ação disponível, mas não tem a atitude e postura interna que as faça potencializar a própria
ação de prosperidade. Por isso, pessoas com tão pouco criam verdadeiros impérios e pessoas
com tantos recursos e oportunidades não conseguem sair do lugar.
Para certas pessoas, parece que as coisas fluem tão facilmente que alguns se perguntam:
“Por que não comigo?”. Todos nós estamos expostos à mesma dinâmica, mas é a forma como
interpretamos a nós mesmos e à realidade que poderá provocar um comportamento da rea-
lidade a favor ou contra nós.
O que fazemos conosco torna-se uma lei profundamente rigorosa, um postulado interior
que ficará em vigor até que tomemos a decisão de mudá-lo caso seja negativo ou incremen-
tá-lo caso seja positivo. Se nos subestimamos, rejeitamos ou nos menosprezamos, por conta
de uma ideia fixa de que fomos rejeitados em algum momento, toda a realidade passará a se
comportar para justificar este parâmetro, esta lei interior que nós mesmos instituímos inter-
namente. Aqui, revisitamos a condição sine qua nom para uma mudança efetiva da realidade:
assumir-nos por inteiro.

O que é o sucesso?
Vamos agora explorar as ferramentas práticas que serão apresentadas. Dentro de uma visão
essencial sucesso é a consequência natural da conexão íntima conosco. Essa é a conexão: o mo-
mento em que nos tornamos seres autorreferenciados, já estamos assumindo nosso sucesso. É
importante frisar que sucesso não é um fenômeno superficial como muitos acreditam. Na visão
comum, sucesso é visto apenas como uma conquista material e poder aquisitivo. Nesta concep-
ção, está também interligado com a nossa autorrealização e expansão da consciência para um
nível em que nos sentimos integrados. O aspecto material é apenas um dos pontos do sucesso,
o financeiro.
Há certas funções interiores que poderíamos aqui chamar de funções anímicas-quânticas,
cujo despertar se dá no momento em que nos estabelecemos em nós mesmos, enraizando-nos
profundamente em nossa natureza. Essas funções quando despertas mobilizam o campo de
realidade pelo nosso intermédio, conectando eventos, situações e pessoas que irão compor o
caminho rumo à nossa realização.

85
Vida Infinita

O Vício da Aprovação
Infelizmente há um padrão que tem seu início na infância e que governa ainda a grande
maioria: o vício pela aprovação externa.
Quando éramos crianças, a necessidade de aprovação, uma espécie de vírus psíquico, nos foi
inoculado. A partir daí passamos a buscar a aprovação, o consentimento das pessoas para ser-
mos aceitos e condicionamos parte do nosso bem-estar à aprovação das pessoas. A necessidade
de aprovação é o principal empecilho para saltarmos para a condição de seres autorreferencia-
dos. Na necessidade de aprovação, o outro se torna uma referência mais forte do que nós, o que
acarreta no desequilíbrio das nossas forças interiores.
O que você prefere: estar a favor de alguém ou estar a favor do universo? Será que vale a
pena agir em detrimento da própria integridade - emocional ou comportamental - para ser-
mos algo para o mundo ou para alguém? Será que estamos dispostos a sofrer tais consequên-
cias do ato de nos abdicar de nós mesmos? Quando estamos a nosso favor, estamos a favor do
universo e o universo, sendo um sistema vivo, cooperará com sua parte que se reconhece como
tal. Assumir-nos é reconhecer-nos como parte do universo.
O sucesso começa quando nos assumimos e admitimos que somos a causa das nossas vi-
das.

O sucesso começa quando você


se assume e admite que é a causa
de tudo em sua vida.”
À medida que incorporamos e adaptamo-nos ao conceito de que somos agentes causais,
mudamos rapidamente nosso enfoque e passamos a ser os responsáveis pelos eventos. Se algo
desagradável nos acontecer, perguntaremos: “O que está em mim que causou isso?”. E não
mais: “Por que isso aconteceu?”. Há uma mudança na postura e na forma como nos colocamos
no mundo. Essa é, por assim dizer, essência do paradigma quântico aplicado ao comporta-
mento humano. É importante frisar que responsabilizar-se de forma proativa nada tem a ver
com culpar-se. A culpa é um fenômeno psicológico instituído pela religião, em especial, o
catolicismo cristão. Assim, deixemos a culpa para a religião.
A natureza causal da consciência é embasada pela matemática, pois para que a física da
realidade funcione, a consciência precisa ser um princípio que antecede a matéria. Sem a
consciência a matéria não existiria.

86
Vida Infinita

Ao começarmos a trabalhar a prática da causalidade provocamos, como já mencionado,


uma mudança na característica de campo e da força interna. Algo como assumir uma nova
identidade energética mais adequada e compatível com a nossa verdadeira natureza de cocria-
dores.
Ao constatar personalidades dotadas de um raio de ação poderoso na realidade, eu as in-
vestiguei. Personalidades tanto do passado quanto da atualidade. Ao observá-las era nítido
que o comportamento e a característica energética faziam com que todo o ambiente à volta
cooperasse, pelo simples fato de estarem bem adaptadas a suas naturezas. Já as pessoas que
noto que não conseguem mobilizar com maior alcance suas vidas, ainda titubeiam no proces-
so de assumirem-se e estão devotando boa parte do seu poder pessoal a um grupo de pessoas
e ideias que elegeram como sendo suas referências fortes.
O ponto de mutação interior pode ser provocado por qualquer pessoa disposta a assumir
esta nova postura embasada por este conhecimento libertador.
O simples fato de questionarmos e nos colocarmos como um polo ativo, já modifica a di-
nâmica existencial. Se não nos colocarmos como causa, não seremos capazes de assumirmos
também o poder de criar realidades.

A Essência do Paradigma Quântico


A essência do paradigma quântico diz basicamente que só existe matéria se houver consci-
ência. Precisamos do paradigma quântico porque nos devolve o poder da consciência. Segun-
do a superposição quântica, quando não estamos com a percepção voltada para a realidade,
ela é apenas uma onda de probabilidade existindo virtualmente e simultaneamente em todos
os seus estados possíveis de existência.
Mas quando direcionamos a nossa atenção, iniciamos o processamento neural deste cam-
po de probabilidade e formatamos, a uma velocidade inimaginável, um estado de existência
da realidade adaptada e alinhada ao nosso estado de consciência. A velocidade com que esta
transição acontece é tão alta que temos a ilusão de que o mundo está sempre lá fixado e esta-
cionado no tempo e no espaço.
Neste exato momento, estejamos onde estivermos, tudo lá fora está se comportando como
um enorme campo de possibilidades. O mundo de prédios, de céu, ruas, pessoas e casas, para
a nossa perspectiva, é a oscilação de 0 à 100% de probabilidades de ondas de possibilidades
realizarem-se. Imagine uma rua ou avenida próxima de onde você está agora. Se sua atenção
não estiver lá agora, para o processo há apenas campo quântico e sua crença de que a rua
esteja lá. Por essa razão, pela natureza da matéria é que tudo é possível em nossas vidas neste

87
Vida Infinita

exato momento. Se mudarmos a percepção aqui e agora, se acessarmos um novo estado, as


probabilidades irão se modificar. As mais prováveis podem se tornar as menos prováveis e
vice-versa. A partir do momento que percebemos o mundo, ele irá estampar, por assim dizer,
o seu estado interior em forma de eventos localizados neste contínumm espaço-tempo.
Certos eventos ruins ou interpretados como negativos, que poderíamos vivenciar, desde
uma simples fechada no trânsito a alguma situação mais desconfortável, são possibilidades
que podem ser improváveis.
O futuro não está pronto e nem determinado. Ele é plástico às nossas intenções e pensa-
mentos e isso nos dá liberdade na mesma proporção da responsabilidade. Sendo assim, a visão
romântica de destino perde total sentido na ótica quântica de mundo. Se pudéssemos olhar
em direção ao futuro, veríamos flutuações de campo, ou seja, futuros mais ou menos prová-
veis, infinitos futuros possíveis sendo orientados pela nossa percepção no presente. Tudo está
acontecendo agora, numa espécie de tempo esférico. O passado, o presente e o futuro são
momentos em fases diferentes do tempo e estão completamente entrelaçados.
O que torna um futuro mais ou menos provável, você pode estar se perguntando. A quali-
dade da nossa percepção, a forma como pensamos e sentimos. Temos a liberdade para conce-
ber mais e se assim o fizermos, nosso leque de futuros possíveis aumentará e nosso universo
pessoal se expandirá. Ao concebermos menos, nosso mundo pessoal encolhe-se e reduzimos
nossas experiências em um pequeno grupo de possibilidades. Por isso, cada pessoa vive em
mundos completamente particulares, com tamanhos diferentes e seguem o que é concebido
pelas suas mentes.
Está dentro de nós a escolha de mudar o foco da própria consciência. Podemos fazer isso
modificando o foco de atenção e escolhendo motivos, pensamentos e razões mais positivas,
felizes, e que fazem com que nossa energia vital mova, levando-nos ao entusiasmo pela vida.

88
Vida Infinita

CAPÍTULO 7

ENTENDENDO A
IMPORTÂNCIA DAS
CARACTERÍSTICAS
DO CAMPO
“VIVEMOS EM UM UNIVERSO VIBRATÓRIO. O QUE PARECE SER UM
ESPAÇO VAZIO É A SEDE DE UMA ENERGIA ILIMITADA.”
LYNNE MCTAGGART

A característica do campo energético

A Média do que pensamos e sentimos define o teor e qualidade da nossa psicosfera ou


campo energético pessoal. Como uma identidade energética, nosso campo estabelece
ressonância com campos afins. Desta interação entre campos respondemos psicoemocional-
mente e, consequentemente determinamos boa parte do que vivemos. Nossa energia sempre
chega primeiro. É o que acontece, por exemplo, nas relações humanas. Sentir empatia ou não
por alguém é um efeito da interação de campos.
Estamos lendo campos de ambiente e de pessoas o tempo todo. Algumas pessoas desen-
volvem e controlam esta habilidade, mas no geral estamos lendo sem termos a consciência
do processo. De qualquer forma sempre sofreremos os impactos de tais leituras, quer sejam
positivos, quer não.

89
Vida Infinita

Quando se trata da dinâmica do campo energético pessoal, o importante é saber que ele
sempre expressa a média do que pensa e sente, o que em outras palavras significa que ele
expressa aquilo que somos sem filtros. Somos o resultado médio do que pensamos e senti-
mos. Um pensamento positivo em um momento não possui poder o bastante para modifi-
car permanentemente a qualidade do seu campo. O pensamento bem focalizado pode, sim,
modificar temporariamente, mas não será capaz de mudar radicalmente aquilo que há anos
nos habituamos a pensar, logo, a sentir. Uma mudança imediata pode acontecer em situa-
ções realmente extraordinárias envolvendo estados alterados de consciência, mas no geral,
nosso “pensene” (pensamentos + sentimentos + energia) determinará o estado mental e
comportamental médio.
Ao adotarmos novas posturas interiores e deliberadamente treinarmos a formação e a con-
solidação de novos pensamentos, vamos alterando de forma bem dinâmica a tríade pensa-
mento + sentimento e energia, criando uma nova mentalidade e uma nova característica de
campo.
Poderíamos dizer que o campo energético individual é uma espécie de campo pessoal de
probabilidades, pois a característica de pensamentos e emoções predominantes, as mais re-
correntes, criarão padrões no campo quântico e estes padrões descreverão novas equações de
probabilidades que determinarão o que será mais provável ou realizável e o que será menos
provável e não realizável. Assim, surge o modelo organizador da realidade material, o rascu-
nho que é desenhado pela média do que pensamos e sentimos.

Valência De Campo & Poder Interior


Não é suficiente querer mudar. É preciso ter potência interior suficiente para realizar pen-
samentos ou objetivos como realidades materiais. A potência energética amplia-se na medida
em que nos tornamos seres polarizados em nosso próprio centro interior. O centro interno é a
base do ser. Quando assumimos nossa raridade como seres singulares e decidimos focar nos-
so poder de impressão em nós mesmos, sem deixar com que o poder se exteriorize para algo
que está fora de nós, o campo modifica sua valência ou característica. Em outras palavras,
corresponde à transição para o estado de autossustentabilidade emocional e consciencial.
Nesta condição, a valência do campo energético reflete uma consciência mais ativa, com
maior autonomia. Assim nos tornamos seres com maior poder de colapsar a onda quântica.
Os pensamentos passam a ser carregados com muito mais energia, o que por si só cria o
aumento da correlação quântica, suficiente para provocar o efeito da sincronicidade de even-
tos. Já as pessoas que ainda se sentem divididas entre suprir as expectativas dos outros para
serem aceitas, ou se assumirem por inteiro para viver com sentido, vivem um estresse ener-

90
Vida Infinita

gético que desgasta e que as impede de realmente provocar uma mudança genuína, um salto
para uma outra qualidade de vida.
De qualquer forma, é parte da dinâmica do universo levar-nos, mais cedo ou mais tarde,
para o ponto de mutação onde teremos que nos render ao princípio inteligente dentro de nós.
Isso é inevitável. Poderemos ir pelo caminho da inteligência, pelo caminho de mínimo esfor-
ço, que é o caminho natural ou poderemos ir pelo caminho mais doloroso, repleto de orgulho
e controle, que só nos leva à resistência. Muitas vezes podemos nos tornar tão resistentes por
estarmos obliterados por nossa arrogância imperativa, que o único caminho de libertação
disponível é o da doença. O estado de doença, geralmente, extingue a resistência interior e
enfraquece o mental rígido por ideias vaidosas e egocêntricas. Aliviados pelo excesso de pres-
são mental, a doença oferta a oportunidade de nos ligarmos ao corpo e escaparmos do loop
dramático de nossas cabeças.
Esta libertação dolorosa, no final tende a gerar o florescimento de uma nova consciência.
Mas ainda, em casos mais extremos, nem a doença é capaz de libertar o indivíduo. Na morte
há a liberação do espírito que resultará na intensificação da dor interna e emocional que, sem
um corpo físico para reduzir a sua intensidade, exprime-se em seu máximo alcance, atordo-
ando o espírito que, sem ter outra alternativa, abre-se para a ajuda e recuperação.
Estamos aqui para trilhar o caminho da autossuperação de forma inteligente e graciosa
para atingirmos o ponto como criadores conscientes e tornar nossa vida uma obra de arte aos
olhos do universo.

Indivíduos Passivos São Como Formas-Pensamento


O indivíduo passivo, que por apego se recusa a ser um ser dotado de autonomia emocional
e consciencial, sente-se perfeitamente identificado com a Matrix e prende-se ao jogo de “que-
rer sempre mais um pouco”, enquanto o sentido da vida se esvai aos poucos. Todo o sistema
deste mundo foi configurado na forma da passividade. O ditado popular: “Para baixo, todo
santo ajuda”, justifica-se ao observarmos de fora o comportamento do mundo e a resposta das
pessoas com valência passiva. Tais pessoas são como formas-pensamento que dependem de
energia de alguma outra mente para se manterem existindo. Esta dependência energética é
a causa de todos os males em nosso planeta, como guerras, corrupção e violência. Em todos
esses fenômenos globais e sociais, o que está por trás, são mentes carentes por energia.
Se não despertamos a fonte ilimitada de energia interior, dependeremos e nos comporta-
remos como formas-pensamento. Até que ponto você não está se resumindo a uma forma-
-pensamento de alguém?
Os passivos são também aqueles que mais exigem. O dependente emocional é o que mais

91
Vida Infinita

exige de tudo e de todos. Está o tempo todo tentando entender porque as pessoas e a vida não
são como ele quer e espera. Vivem reféns das pessoas, pois tendem a depender de tudo aquilo
que elegem como sendo o motivo do seu bem-estar. Sendo assim viverão no medo da perda
e se acomodarão na limitação.
Quando estamos com mais autonomia consciencial, o campo consciencial e energética
entram em fase harmônica com o campo quântico.
Neste estado a realidade passa a conspirar a favor de forma frequente.
Temos casos na História de pessoas que conseguiram sobrepujar situações profundamente
adversas, em contextos que estavam completamente contra elas. Estas personalidades emergi-
ram de um meio adverso com uma força incrível e realizaram-se plenamente. Como foi o caso
de Walt Disney, Charles Chaplin, Nicola Tesla, Albert Einstein, para citar alguns. Todos foram
taxados como excêntricos e esquisitos. Alguns tidos até como loucos, pois o contexto social e o
próprio sistema não admitem uma consciência mais ativa.
Quando começamos a sustentar a característica ativa de consciência, em um primeiro mo-
mento, o mundo e as pessoas nos rejeitarão. Poderemos, inclusive, experimentar a síndrome
do estrangeiro. Mas, gradualmente, o mesmo mundo que rejeitou irá curvar-se diante da
presença magnética daqueles com a consciência mais ativa e com autonomia. Assim foi com
todos os exemplos citados acima. Foram homens de sucesso na acepção mais pura do termo.
Seres realizados que descobriram o sentido em suas vidas e viveram de forma plena suas pro-
postas.

A base da existência
A existência não consiste apenas de atos que repercutem. A existência é o resultado da
atividade da consciência mobilizando energia. A partir deste princípio podemos entender
que antes da atuação direta é preciso manifestar a realidade desejada internamente para então
materializá-la. Não é possível materializar algo se não houver antes a manifestação interna. A
manifestação é a produção mental, a visualização da realidade almejada já conquistada. Ou
seja, a projeção de nós mesmos experimentando, vivendo a situação almejada.
Somos consciências atreladas temporariamente em um corpo. O corpo é energia e infor-
mação. Se enfocamos o corpo pela ótica biofísica, ele revela-se como uma unidade de alta
potência energética, em termos nucleares. Em menos de meio centímetro cúbico de matéria
física, temos potencial de energia nuclear disponível para alimentar um submarino nuclear,
dando voltas ao redor do mundo, durante 40 anos sem parar. Este é o potencial energético
contido apenas em uma fração de matéria do nosso corpo.
Um outro aspecto importante da nossa constituição é o aspecto subjetivo. Sabemos que a
92
Vida Infinita

atividade mental e emocional mobiliza toda a unidade biológica. Um pensamento pode desenca-
dear inúmeras reações químicas provocando estados ordenados ou desordenados. Podemos nos
estressar a partir da interpretação mental que fazemos sobre algo ou podemos produzir prazer
também, a partir da qualidade do que pensamos, evidenciando que mobilizamos forças eletrô-
nicas, nucleares e quânticas com os nossos pensamentos.
Portanto, a consciência é uma entidade muito mais poderosa. O corpo, sob a ótica biofísica, é
uma estrutura eletrônica e nuclear de alta potência. A atividade consciencial, a geração de pen-
samentos e sensações leva-nos a mobilizar a estrutura energética. Podemos assim, também con-
siderar que a consciência possui a propriedade de interferir diretamente na estrutura quântica e
energética da realidade material à nossa volta. Os experimentos quânticos revelam claramente
esta ação interferométrica da consciência sobre a matéria.
Diante desta perspectiva, podemos aplicar nosso poder como observadores quânticos, al-
terar o curso dos eventos para criarmos situações melhores. Tudo que precisamos é entender
que nossa atividade interior afeta o contexto exterior.
Qualquer situação insatisfatória, seja no campo financeiro, afetivo, de saúde, pode ser alte-
rada construtivamente por nós, pois a mecânica do universo é estruturada dentro de uma di-
nâmica em que coloca a consciência como o fator que rege a existência das coisas. Ao adquirir
esta consciência, ao ler este livro, naturalmente decodificamos novos potenciais e os mesmos
tendem a realizarem-se. Isso nos dá uma enorme responsabilidade, porque ao ampliar o co-
nhecimento, ampliamos nosso escopo de possibilidades e não há como voltar atrás. Qualquer
tentativa de voltarmos atrás passa a ser autocorrupção.
Por meio do conhecimento aqui proposto, estamos expandindo o alcance consciencial.

Mindset para O Sucesso


Para o desenvolvimento do mindset para o sucesso, selecionei elementos práticos que consis-
tem em seis passos de ajustes que poderão ser feitos no seu dia-a-dia sem comprometer a logística
da sua rotina. São ferramentas dinâmicas que se ajustam ao nosso ritmo de vida para implemen-
tar um novo mindset, uma nova mentalidade, apoiada pela mudança do campo energético e pelo
exercício de nos assumirmos, para então afetarmos a realidade e abrirmos espaço para a nossa
realização. O objetivo é convergir oportunidades e experiências que levem a sentir-nos plenos.
Qual o sentido da vida se não nos sentirmos plenos, alegres? É essencial o autodesenvolvi-
mento para sentir-nos expandidos, fortes, com a mente leve e alegre. Este estado de empode-
ramento é o que move as engrenagens do sucesso pessoal. Os momentos de alegrias frequen-
tes e espontâneas são sinais inequívocos do fortalecimento interior.
O que está sendo exposto deveria ser ensinado desde cedo nas escolas e fazer parte da for-
93
Vida Infinita

mação das crianças para se desenvolverem e tornarem-se adultos fortalecidos.


A criança não tem filtros ou crenças. Ela é muito mais flexível para recriar-se. Nós, apesar
de termos recebido uma série de crenças reducionistas, também podemos recriar-nos, mas a
criança é mais maleável.
Quando o indivíduo está na valência ativa de campo, tenderá a ser mais ativo em tudo.
Como está mais ativo e independente, percebe que o controle só surge quando há depen-
dência. Na valência passiva, dependemos, exigimos, cobramos, queremos controlar porque
estamos na dependência e queremos que tudo saia como imaginamos. Sem darmos conta,
alimentamos um esquema de autolimitação emocional. A ideia de mindset que vamos propor
adiante visa promover a superação dos mecanismos de autolimitação.
O estado quântico é um estado de não limite. O estado clássico ou normal é o estado de
limite. Entendamos limitação como dependência, exigência, cobrança.

Revisitando O Princípio do Observador


Um dos pilares centrais da Mecânica Quântica é o princípio do observador. Na ótica quân-
tica a observação não é apenas olhar para algo e, sim, mudar a forma como o olhamos, reco-
nhecendo o que sentimos em relação a isso.
O primeiro ponto a ser considerado é que somos observadores mais efetivos quando esta-
mos mais enraizados e mais em nós mesmos. Se já estivermos bem encaixados, os níveis de
conflitos internos estarão sublimados. O conflito é o que nos separa do estado de unidade.
Quando começamos a aceitar-nos mais e render-nos ao que podemos ser, começamos a ficar
mais em paz, integrados e coesos.
Essa postura aumenta o alcance como observadores. Ampliamos nosso poder de excitar a
informação em nível quântico.
O que acontece com uma pessoa que está desintegrada é exatamente o oposto. O poder
de observação desta, toca apenas a superfície da matéria, o que está aparente. Já o poder de
observação de uma pessoa mais integrada, vai para além do superficial, mergulha e atravessa
o mundo atômico das partículas e acessa a dimensão da informação. Tudo o que ela pensa e
sente tem mais força e o seu biocampo é muito mais forte ao ponto de ser capaz de acelerar
o colapso de pessoas, quer estejam próximas ou à distância. Ela está tão presente e inteira em
um bloco único de si mesma que, se ela pensar em alguém positiva ou negativamente, tal im-
pulso inevitavelmente repercutirá com grande impacto.
Felizmente uma pessoa que atingiu este nível está em pleno estado de benevolência. Para

94
Vida Infinita

citar um exemplo, Jesus, que foi uma personalidade histórica próxima, tinha essa característi-
ca muito forte. Era uma presença marcante e um ser muito inteiro. O que ele pensava e sentia
colapsava instantaneamente. Imaginemos o grau de integração como o dele. Estar disposto a
oferecer a própria vida para não ir contra a sua própria verdade requer um nível extraordiná-
rio de integridade, força consciencial e coesão.

95
Vida Infinita

CAPÍTULO 8

OS PASSOS PARA
A REALIZAÇÃO E A
PLENITUDE
“SOMOS AS ÚNICAS CRIATURAS NA FACE DA TERRA CAPAZES DE
MUDAR NOSSA BIOLOGIA PELO QUE PENSAMOS E SENTIMOS.”
DEEPAK CHOPRA

Como Colapsar Ondas de Possibilidades

O
primeiro passo é desenvolver maior integração conosco conforme já explicado anterior-
mente. O estado de integração expande naturalmente nosso alcance consciencial.
O segundo passo é entender os três desdobramentos do princípio do observador:
Desdobramento 1: O direcionamento da atenção para um ponto de referência qualquer,
faz com que aquele ponto se modifique em relação ao observador e modifica o observador em
relação àquele ponto.
Considerando este princípio, é essencial estarmos conscientes do foco da nossa atenção.
Para onde sua atenção está indo? Ela está indo para coisas que o eleve? É preciso direcionar e
sustentar sempre o foco da consciência para o melhor.
Desdobramento 2: A forma como você se observa lhe altera, logo lhe transforma. Como
você se vê? Qual é a imagem que você tem de si mesmo? Este é o princípio do observador
aplicado a nós mesmos, tomando-nos como o objeto da nossa própria observação.

96
Vida Infinita

A qualidade da auto-observação determina todas as nossas reações, bem como pensamen-


tos e sentimentos. Se você se percebe como uma pessoa rejeitada, todos o rejeitarão. Se você
se vê como uma pessoa capaz, todo o universo irá justificar isso. Então, podemos mudar e
nos recriar, mudando a forma como nos observamos. Mas muitas vezes, para ampliar a ob-
servação, precisaremos do conhecimento que nos permita expandir os horizontes de nossas
mentes.
Desdobramento 3: Quanto mais natural e espontâneo, maior será o acesso ao campo quân-
tico.
Quanto mais natural nos permitirmos ser, fluindo com o que podemos ser, maior o poder
pessoal de operar em nível quântico.
Estes três pontos são essenciais para entrarmos na dinâmica da física do sucesso, que nada
mais é do que promover a mentalidade e o conjunto de atitudes que nos colocarão a favor das
leis da vida e dos mecanismos da realidade.
O princípio quântico essencial já foi citado. Trata-se do princípio do observador, desdo-
brado em três aspectos. Em suma, o ponto central é a forma como observamos. Se começar-
mos a trabalhar para modificar a forma como nos percebemos, entraremos no processo de
transformação interior.
Enquanto não nos permitirmos ser o que somos, não seremos reais e nem a nossa verdade.
Se não tivermos o mínimo de realidade, não poderemos usar o princípio do observador com
eficiência e alcance.

Alucinações & Representações Mentais


Ao analisarmos bem o funcionamento da percepção humana, teremos a constatação de
que nossas representações mentais comandam absolutamente tudo. É a partir das represen-
tações mentais que calibramos o poder do observador. Nossas representações mentais provo-
cam em nós todos os pensamentos, sentimentos e emoções que constroem o estado interior
e a qualidade de nossa percepção. É interessante notar que não reagimos ou respondemos à
pessoas e coisas e, sim, às nossas interpretações acerca da realidade.
Em outras palavras, tais representações mentais seriam como alucinações que alimenta-
mos constantemente sobre nós e sobre o nosso entorno. Ocorre que muitas dessas alucinações
são disfuncionais, levando-nos a nos sentirmos incapazes, bloqueados ou cheios de medo.
Outras são muito funcionais, criando sentimentos incríveis de bem-estar, sucesso, coragem e
autoestima.

97
Vida Infinita

Por trás de toda alucinação mental ou representação, há uma estratégia eficiente. Por
exemplo, uma pessoa que não consegue dormir, pois sofre de insônia, alucina e desenvolve
uma estratégia eficiente para não dormir à noite. Há uma sequência de passos que envolve um
conjunto de sistemas representacionais (audição, visualização, cinestesia, diálogo interno) e,
assim por diante. A mesma pessoa poderá, se souber ajustar sua representação mental, usar
da mesma estratégia eficiente para não dormir, para provocar o oposto, ou seja, dormir muito
bem. A questão é que criamos estruturas mentais bem energizadas pela repetição que colo-
cam tais alucinações em um modo automatizado levando-nos a comportamentos e estados
automatizados. Assim ocorre a reatividade psíquica e emocional.
A ampliação do conhecimento associado à técnicas específicas pode auxiliar-nos a in-
terferir conscientemente na mudança das nossas representações mentais ou alucinações. Se
quisermos ser prósperos, teremos que criar uma alucinação que irá resultar em um estado
(pensamentos e sentimentos) a favor da prosperidade. O primeiro passo para mudar nossas
representações mentais é interromper o Loop de pensamentos negativos.

 Blindando A Mente Contra O Negativo


Desenvolver uma mente positiva e alimentar um ciclo virtuoso de pensamentos positivos
e construtivos representa 50% do desbloqueio pessoal. Sair da negatividade mental é o que
nos coloca, a priori, no rumo ao sucesso e a uma vida harmoniosa. Aprender a sustentar o
positivo é um divisor de águas. É impressionante como esta postura abre novas possibilida-
des no campo de existência. O negativo é um hábito que em muitos tornou-se crônico.

Negatividade Mental & Entropia Psíquica.


Há um conceito na Física definido como Entropia. Entropia é a tendência universal a perda
de energia e desorganização. Para se manter um sistema ordenado há que se ter a aplicação de
energia por uma influência inteligente. O quarto de um adolescente é um bom exemplo de
desordem. Há alta entropia neste ambiente. Suponhamos que o adolescente resolva organizar
a entropia. Ele terá que aplicar energia para realizar um trabalho de colocar as coisas em seus
devidos lugares de forma inteligente. Ele sabe onde cada coisa deverá ficar. Neste exemplo
podemos entender que a organização requer um ímpeto de força inteligente.
Da mesma forma, considerando que vivemos em um universo material que em última ins-
tância é uma projeção mental, nossa mente obedece ao mesmo princípio. Ela, em tese, tende
a perder energia e desorganizar-se se não houver um ímpeto consciente e inteligente para
canalizar energia e controlá-la. Daí a tendência ao negativismo mental.

98
Vida Infinita

Se não nos determinarmos em assumir o controle da mente, nossa mente tenderá à máxi-
ma entropia e desenvolveremos uma mente desordenada e, portanto, negativa. A interferên-
cia consciente e inteligente de um foco deliberado para organizar conteúdos é essencial para
transformarmos a entropia em seu oposto: a neguentropia que representa o grau de ordem de
um sistema.

Forças de Polarização Negativa


Se estivermos com característica de campo negativa, ou seja, assinatura energética passiva,
entraremos em fase com o mundo que possui característica mesológica energética passiva.
Ao alinharmo-nos com a característica energética do meio, entramos em afasia com o nosso
centro interior. Estaremos fora de fase com a nossa natureza e núcleo anímico. Há uma forte
pressão no meio através daquilo que chamo de forças de polarização negativa. Sempre que
tentamos tomar uma iniciativa, inovar ou criar algo novo, geramos um ponto de tensão no
meio passivo e atraímos forças de polarização negativa que nos pressionam a voltar ao estado
de passividade. É por isso que muitos projetos, quando estão prestes a serem realizados, sim-
plesmente não acontecem e misteriosamente, dão errado.
Podemos exemplificar explorando a dinâmica de um vírus em nosso corpo. Ele é uma
entidade livre, sendo assim, é autorreferente e articula, a partir das suas necessidades, o meio
em que se encontra. Por ser ativo em um meio que funciona numa certa dinâmica, o corpo
humano, o meio responde e aciona forças de repolarização negativa ou os assim chamados
agentes da série branca, um conjunto de células especializadas para preservar a integridade
biológica. A imunidade irá atuar até que consiga reverter o quadro e anular a ação viral sobre
o sistema. Em biologia chama-se este processo de quiescência celular.
Da mesma forma, quando estamos em estado de afasia interior, o campo energético do
meio tende a colocar-nos em estado de quiescência consciencial e experimentamos disper-
são, distração mental, desânimo, perda de motivação e desligamos nossa capacidade fantás-
tica de sonhar.
Ao intensificarmos a consciência, desenvolveremos uma mente positiva e conseguiremos
superar e agir além do alcance das forças de polarização negativa.
O simples fato de estar lendo este livro e estabelecendo contato com o conteúdo já está
fortalecendo e ampliando sua consciência.
Há que desenvolver um certo grau de permeabilidade ao sistema, até que se conquiste um
nível considerável de autoconsciência, para então agir sem sofrer interferências do sistema.
Em geral as questões superficiais da vida são as brechas que damos para que as forças de po-
larização se infiltrem.

99
Vida Infinita

As preocupações, por exemplo, sobre as contas à pagar, o que iremos comer logo mais, a
atenção que teremos que dar ao parceiro(a), tudo isso, se não for bem administrado, podem
produzir lacunas para toda sorte de interferência. Devemos lidar da forma mais harmônica
possível com tais questões práticas sem que nos absorvam por completo, pois assim, o ímpeto
que nos move rumo a expansão da consciência, prevalecerá e manteremos a força para emer-
gir para além das limitações impostas pelo sistema.
O grande desafio é quebrar a influência do mental coletivo. Para tal, o exercício de trans-
formar sua mente é vital.
Para desenvolver uma mente positiva e ter sucesso é preciso aprender a ficar exposto apenas
ao próprio eco que reverbera dentro de nós, desde que, obviamente, seja algo bom. É ficar ex-
posto apenas a esta atividade interior e sair da exposição ao eco do mundo. Isso é um ato inte-
rior. Não é preciso fugir do mundo. Não é preciso refugiar-se em uma caverna para meditar ou
abandonar a adversidade para viver em comunidades alternativas ou holísticas. Nós crescemos
na diversidade, colocando nossa luz sobre ela. Ficar sob o seu próprio eco e não ficar exposto
ao eco do mundo significa apenas permearmos o sistema. A melhor forma de fazer isso é for-
talecer a mente. Este é o segundo passo na física do sucesso.

Como interromper o Loop Mental Negativo


Cada ideia negativa na mente é um potencial que irá modular o nosso campo. Como men-
cionado anteriormente, a média da característica informacional do nosso campo é o que irá
determinar boa parte do que vivemos. Então, se não houver a determinação inteligente em
modificar a atividade mental, gerar-se-á entropia psíquica que gradualmente desorganiza-
rá nosso campo pessoal. Esta desorganização irá gerar ressonância com mais desordem e,
consequentemente, começaremos a testemunhar eventos caóticos que justificarão o estado
entrópico de campo.
É possível sair do loop mental negativo usando a informação da luz. Luz é uma onda por-
tadora de ordem. Ao aprender informar luz ao seu sistema mental, ela irá gerar coerência,
pois a luz é um potencial gerador de coerência. Esta luz que aqui nos referimos é apenas a re-
presentação mental de ordem consciencial. Quando ativada irá anular, transformar conflitos
e condicionamentos de forma gradual. Isso acontece porque a luz abre, expande e purifica.
Não é possível atrelar ao arquétipo de luz nenhum outro conceito que seja diferente à pureza,
expansão, neutralidade, limpeza. Então, se soubermos informar luz ao nosso sistema mental
regularmente, modificaremos o campo mental e começaremos a transformar o automatismo
do negativismo. O negativo nada mais é que uma ideia limitante que gera medo colocando-
-nos numa postura defensiva. Lembre-se que pelo princípio quântico da equivalência e do

100
Vida Infinita

observador, a realidade responderá à forma como colocamo-nos internamente. Se nos defen-


dermos o mundo nos agredirá, pois, a agressão é o que justifica a postura de defesa.
Quando informamos luz internamente, estabelecemos um alinhamento entre pensamen-
to, sentimento e energia. Este é um alinhamento de coerência da sua estrutura. Ao sermos
coerentes, tornamo-nos como um raio laser, com uma única frequência também coerente.
Por isso o laser consegue atravessar uma placa de aço. É a mesma dinâmica: quando estamos
alinhados, nossa consciência passa a ter um poder muito maior e abrimos espaço para que
nosso centro interior opere o sucesso.

Exercício: Informando Luz - Reprogramação da Memória Celular


Vale lembrar que essa é a manobra que promoverá a reversão da ação das forças de po-
larização negativa. É uma prática muito simples para fazer todos os dias, antes de dormir e
também ao acordar. Tudo que precisará será de cinco minutos diários. Os horários antes de
dormir e logo quando acordamos são os melhores, pois ainda estamos vibrando em padrões
internos que facilitam a ação da luz em nós, além de estarmos com a passagem para os níveis
mais profundos da mente, abertos.
Existe um princípio cinético da mente quântica: toda a informação que pulsamos antes de
dormir, ao desligar-nos, entra em loop. Ou seja, usaremos as horas de sono potencializando
luz no sistema interno. Além de transformar a mente, com o tempo irá também transformar
as memórias negativas em nível celular. Hoje, segundo os estudos em epigenética, sabemos
que 75 à 80% dos genes são ativados a partir de estímulos externos e internos (pensamentos,
sentimentos).
Trata-se da reprogramação da memória celular, na qual desativamos a informação de en-
tropia que estava atrelada e registrada no nível da célula. São informações do passado que
contam com compactos informacionais relacionados à traumas, padrões negativos, crenças
limitantes que ainda se encontram ativos em nível celular.
Qualquer memória negativa no seu sistema é antinatural. O que faz com que a natureza
do seu ser se imponha é o veículo da luz. A luz é a representação mental de coerência natural.
Uma onda quântica que em si é o potencial de paz e ordem. Não é uma luz física, mas uma luz
interna que geramos e acessamos.
O exercício consiste em simplesmente deitar e pulsar luz mentalmente. Ao mesmo tempo
em que sentimos essa onda de coerência se espalhando pelo campo mental e preenchendo
gradualmente todo o corpo da cabeça aos pés, imaginamos e sentimos que nosso campo
mental está perfeitamente preenchido de luz, e em seguida preenchemos nosso corpo. Permi-

101
Vida Infinita

ta desligar-se e entrar em sono com essa prática que deve ser gentil, suave e sem esforço. Os
resultados logo se farão presentes.
O exercício é uma sensibilização. É importante que, durante o exercício mentalizemos
também a palavra luz, como um som psíquico num pulsar contínuo e constante.
Tudo que informamos mentalmente, as células reproduzem holograficamente. Se pulsar-
mos luz, é como se cada célula fosse uma telinha de cinema na qual está sendo projetada
aquela informação de luz. É isso que fará com que a mente comece a se abrir. Ela precisa se
abrir porque o negativo fecha a mente e a limita. Por isso, este exercício é usado para abrir
o mental, expandir, purificar e interromper o loop negativo. No momento em que a mente
começar a se abrir, a realidade também se abrirá, porque a forma como nos sentimos altera a
realidade à nossa volta. Uma mente novamente aberta revela o campo das infinitas possibili-
dades em nossas vidas.
Um outro ponto da prática é a necessidade de executá-la na posição deitada pois, assim,
quebra-se a verticalidade do consciente e perdemos o controle, fazendo emergir os níveis
mais poderosos da mente. Isso é importante, pois a prática consiste em informar luz, deixan-
do esta informação atuar de forma espontânea, sem julgamentos ou preconceitos.
Essa prática é muito útil porque o seu mecanismo está baseado num modo de transforma-
ção e libertação mental.
Gradualmente, com a prática, estaremos nos sentindo mais livres e, nesta condição, sere-
mos capazes de libertar as pessoas e o mundo, de nós. Assim, naturalmente seremos capazes
de permear o sistema e atuar nele sem que o mesmo interfira em nós. Estaremos percorrendo
o caminho que nos remete ao verdadeiro amor, pois não poderemos amar aquilo que ainda
emocionalmente dependemos. A liberdade interior é o início da conexão com a paz imortal
em nós.

O Campo & Os Relacionamentos


Quando se provoca uma mudança neste nível, o campo pessoal de energia se modifica e
pode haver rupturas, especialmente nos relacionamentos interpessoais. Se o campo estiver
vibrando em um outro nível com maior ordenamento é bem provável que as pessoas que
orbitam ao nosso redor, com uma valência energética diferente e agora incompatível, afastem-
-se, por conta da quebra de sinergia. Da mesma forma, pessoas com características de campo
similar estabelecem ressonância criando relacionamentos empáticos. Em casos de pessoas
muito negativas que faziam parte do nosso círculo de relações, as rupturas por conta de tal
mudança de campo tendem a ser radicais.

102
Vida Infinita

Um campo mais ordenado está também mais coerente e benevolente. Isso porque um
campo mais ordenado e ativo porta a característica de coerência, que por sua vez expressa
benevolência e expansão. Ao nos aproximarmos de alguém muito desorganizado em nível
de consciência, logo, de campo, tal pessoa tenderá a repelir-nos inconscientemente, gerando
comportamentos emocionais reativos de defesa ou de ataque. Nestes casos o campo mais si-
lencioso exacerba o ruído de um campo desordenado para a pessoa que o irradia.
Podemos ilustrar isso com o seguinte exemplo: imaginemos o ambiente de uma danceteria
onde há um grande agrupamento de pessoas, expostas a um som ambiente muito alto, con-
duzido pelo Dj da casa. As pessoas embaladas pela música pulam e dançam. Algumas estão
conversando, mas precisam falar muito mais alto do que o normal pelo volume da música.
Rapidamente e sem se darem conta, estarão gritando. Mas se de repente, o som for desligado,
ficarão surpresas ao constatarem que estavam literalmente gritando umas com as outras na
tentativa infrutífera de conversar. É exatamente o que acontece, quando estamos perto de
alguém com o campo muito luminoso e ativamente ordenado. O campo daquela pessoa de-
nuncia para os outros seus próprios ruídos. Afinal, tudo o que a maioria não quer é se ouvir.

103
Vida Infinita

Se repararmos bem, vivemos em uma sociedade viciada em ruído. Em todos os lugares


públicos sempre há música e muitas vezes o som de aparelhos de Tvs ligados ao mesmo tem-
po. Nestes lugares, raras são vezes que está tocando música de alto nível. Boa parte do tempo
trata-se de músicas de baixa qualidade e com forte apelo emocional. Por qual razão o ruído
constante se tornou um vício? Por que as pessoas aprenderam a ter medo do silêncio? Na ver-
dade, é um medo aprendido, pois ao sentir o silêncio, somos levados à introspecção e a entrar
em contato conosco. Talvez não queiramos encarar o nosso interior para acolher o que lá está
e transformá-lo. Creio que não seja o caso para quem está lendo este livro, pois o ímpeto para
lê-lo comporta a disposição para descobrir-se como um ser.
Quando nos dedicamos em manter nosso campo mental em equilíbrio, aumentamos nossa
sensibilidade e subitamente passamos a sentir a vida e o quão abundante é a existência. De
repente acessamos o sentimento de abundância. Este é o estado mental do sucesso, sem mais
queixas, reclamações e sem insistências infrutíferas. Entramos em contato com a plenitude
inata. Neste estado a mente não está mais cheia de problemas, ela está cheia de vida.
Este estado mental abundante é o fruto do alinhamento provocado pela prática da luz,
de informar a luz o campo mental. Como já explicado, isso deve ser feito à noite, por conta
da ação cinética do subconsciente, no qual a informação entra em loop. A prática leva ao
processo de auto-organização mental e promove uma espécie de blindagem contra o negativo.

Criação da Visão como Foco para Materialização


O terceiro ponto é a criação de uma visão focalizada na consciência. Ao criar um foco in-
terior, ou seja, criar a imagem interna do já concretizado, desenvolvemos uma representação
em nossos cérebros. A visualização é a base para a manifestação como um ambiente interno
que geramos. Em termos neurológicos, visualizar consiste em reorganizar uma série de sinais
químicos e ativar novos caminhos neurais. Quando a manifestação é bem representada em
nossos cérebros formamos um holograma em sincronia com nosso processador cerebral. A
materialização ou a realização da experiência no espaço-tempo, isto é, a criação da realidade
material, está intimamente ligada com a manifestação.
De posse desse entendimento, a primeira coisa que precisa estar realmente clara é, o que
de fato queremos manifestar.
Se não há um direcionamento claro e bem definido internamente, não há rumo e nem
como convergir o potencial para um ponto. Esta é uma das causas relacionadas ao processo de
estagnação e inércia que muitas pessoas vivem. Por isso é importante ter foco para tornar algo
real. O que é manifestação? É gerar um ambiente interno. O que é materialização? É tornar a
manifestação tangível aos sentidos.

104
Vida Infinita

O comando para revelar a visão


Todos nós podemos ter acesso à imagem ou ao que chamo de introvisão. A introvisão é a
percepção clara da realidade que trará nossa realização.
Há um exercício que poderá ser muito útil para as pessoas que estão sem direcionamento
ou não sabem o que fazer. Esta prática também precisa ser feita à noite, antes de deitar. De
uma forma igualmente fácil, ela pode ser feita após a prática de revestir a mente com luz, ex-
posta anteriormente.
Consiste em informar para si mesmo: “Entrego-me e abro-me para alinhar-me com meu
propósito nesta existência presente”. Apenas ative a informação e libere como se estivesse en-
tregando uma carta no correio. Tudo que precisa ser feito é informar gentilmente, três vezes,
com calma, de forma lenta, ouvindo mentalmente o comando com atenção. Enquanto realiza
o comando pode-se criar também uma espécie de melodia para acionar o hemisfério direito
do cérebro. O hemisfério direito cerebral é o hemisfério que corresponde ao nosso lado cria-
tivo, intuitivo.
Ele é a antena de acesso ao campo quântico e à dimensão espiritual. Desenvolva o co-
mando como se fosse um som, uma onda com ritmo próprio. Cada um saberá qual melodia
provocará sensação de leveza e bem-estar. Se fizermos isso com certa constância, a introvisão
irá eclodir inevitavelmente quando menos esperarmos. Apenas pratique diariamente e solte
com confiança.

105
Vida Infinita

Ativando o Eu Não Local (estado quântico)


Vamos tratar agora do quarto passo desta estrutura de prática que estamos sedimentando.
O quarto passo envolve ativar o eu não local. O ideal é começar o dia acionando esta dimen-
são quântica em nós. É bem provável que pouquíssimas pessoas tenham ciência desse aspecto
multidimensional que porta toda a sabedoria e conhecimento, pois se manifesta fora do tem-
po. Sendo assim, ele seria o nosso aspecto sábio, onisciente.
Há uma forma muito simples para ativar este aspecto quântico: quando acordamos, o pri-
meiro pensamento e emoção que geramos se tornará o pano de fundo sobre o qual a percep-
ção irá basear-se para interpretarmos a realidade do momento. É importante lembrar que
neste contexto, a percepção implica em um estado psicoemocional. Como uma lente, a per-
cepção irá matizar tudo o que iremos perceber naquele dia, aplicando a primeira referência
de pensamento e sentimento.
Se for uma estrutura de pensamento que evoque sensações negativas, do tipo: “Ai que
droga, mais um dia!”, estaremos experienciando o dia sob a influência do eco da primeira res-
posta ou estado que acessamos logo no início. Assim, a realidade irá adaptar-se a esse estado,
justificando com uma série de eventos para que o postulado “Ai que droga, mais um dia”, faça
sentido. Por conta da influência do observador em nós, estaremos criando um efeito de reali-
dade profundamente negativo.
O nosso aspecto não local, por ser virtualmente completo, irradia plenitude. Assim, para
sintonizá-lo e ativá-lo, é necessário criar um estado harmônico imediato, por meio de um
comando positivo e total. Há um grupo de sentimentos que chamo sentimentos ativadores
do “eu” não local.

Sentimentos Ativadores do Eu Não Local


São basicamente seis os sentimentos que nos conectam com a plenitude, que produz um
alinhamento de fase com o aspecto quântico. São eles:

Apreciação Paz
Abertura Alegria
Receptividade
Gratidão

106
Vida Infinita

Como ativamos este sentimento? Exercitando-nos ao acordar, aproveitando ainda o pa-


drão cerebral de baixa frequência que ainda estamos. Quando acordamos o cérebro ainda está
funcionando em frequências mais baixas e sincrônicas, como é o caso do padrão Alfa. Por
exemplo, se acordarmos e afirmarmos mentalmente, prestando realmente atenção no sentido
da afirmação, e trabalharmos comandos como esses: “Eu aprecio a vida porque ela é extraordi-
nária!”, “Eu agradeço por ser perfeito!” ou ainda “Abro-me com alegria para este campo de pos-
sibilidades infinitas que é a minha vida!” Tais comandos ao acordar criarão impactos positivos
notáveis na realidade. É algo simples que irá atrair um poder inteligente muito maior para a
vida prática. Este poder é a presença mais ativa do “eu” não local.
O “eu” não local está continuamente articulando a realidade em uma forma de coalisão
conosco. No entanto, muitas vezes quebramos a unidade com ele a partir de estados mentais e
emocionais negativos e reativos. Estados como a reclamação constante, ressentimentos, revol-
tas, medo e ansiedade, são estados que quebram a unidade com o nosso aspecto quântico. Ao
combinarmos o quarto passo com os passos anteriores, que devem ser feitos à noite, entrare-
mos e alimentaremos um ciclo virtuoso que fortalecerá o potencial de mudanças em nossas vi-
das. Muitas pessoas acreditam que suas vidas não estão assumindo a forma que desejavam por
que algo está segurando ou até mesmo que foi alvo de um trabalho espiritual ou de entidades
que não deixam com que ela atinja a felicidade. Estes processos existem e podem até mesmo
ocorrer. Mas na grande maioria das vezes, somos nós mesmos nos segurando e nos bloquean-
do, pelo simples fato de não orientarmos de forma positiva e adequada, nosso estado interior.
Cito aqui a história de um discípulo que abordou o mestre dizendo que queria moksha.
O termo moksha do sânscrito significa liberação última ou iluminação. O mestre indagou:
“Vá e descubra quem o está segurando”. Ao ouvir o mestre, o discípulo teve um insight. Ele
percebera que não havia ninguém o segurando e o impedindo a não ser ele próprio. Se ele era
o seu único obstáculo, ele poderia se tornar sua própria saída. Assim, o discípulo despertou e
tornou-se mestre de si mesmo.
Trabalhe com os sentimentos ativadores do seu aspecto mais profundo. Cada pensamento
e sentimento gera um evento que justifica o sentimento. Quando sentimos medo, que tipo de
situação justificará o medo? Quando nos colocamos na defensiva, que tipo de situação justi-
ficará a defesa? Sendo assim, ao ativarmos o nosso eu não local com sentimentos harmônicos
e plenos, determinaremos muito da qualidade do nosso dia.
Podemos deliberadamente reconfigurar as equações de probabilidades no campo provo-
cando conscientemente estados emocionais mais saudáveis e harmônicos, fazendo correções
de curso em nosso dia-a-dia para criarmos fluxos de eventos positivos e a favor do nosso
crescimento e expansão.

107
Vida Infinita

O objetivo central da estrutura de passos apresentada aqui é de gerarmos um ciclo vir-


tuoso para então criarmos realidades virtuosas. Vamos adicionar mais um passo, o quinto
passo.

Envolva-se Com Pessoas Positivas


A pessoa positiva é aquela que sustenta alta energia e possui sua psicosfera polarizada para
o melhor. Sua presença nutre-nos com bem-estar e desperta também o melhor em nós. Ao
cercar-nos de pessoas positivas, criaremos juntos um campo que irá retroalimentar-se positi-
vamente, reforçando a sustentação do melhor, do positivo em nossas mentes, dando-nos força
renovada para mantermos o foco sempre voltado para o que nos evolui. É o que está acontecen-
do agora, por exemplo, com a leitura deste livro. Enquanto lê, você acessa o meu campo, pois o
livro é uma extensão do meu campo. Logo, estamos juntos nos retroalimentando num campo
informacional, que nos eleva com grandes ideias e possibilidades.
Aqui então chegamos ao quinto passo que consiste em evitar e tornar-nos permeáveis às
pessoas negativas. Uma pessoa negativa não é apenas aquela que porta uma intenção deliberada
de prejudicar alguém. Uma pessoa negativa é toda e qualquer uma que, de alguma forma, gera
negação ou resiste à realidade. Sendo assim, pessoas negativas sempre estarão se colocando em
um modo de queixa, revolta, mediocridade, culpa, vergonha e autopiedade. Claro que podemos
apoiar e até mesmo ajudar pessoas que se aproximam de nós, desde que demonstrem a abertura
para serem ajudadas. Ainda assim, precisamos nos manter em um estado de sensibilidade e não
as sofrer em nós. Quando sofremos os outros em nós, absorvemos a carga de energia e passa-
mos a carregar o peso de situações as quais o outro é responsável. Devemos sentir o próximo,
mas não sofrer o próximo. Todas as pessoas possuem a condição essencial para ficarem bem,
que é existir. Se existimos, possuímos a condição essencial para criarmos realidades plenas. A
questão aqui envolve a habilidade de não assimilar a negatividade do outro. O que é do outro é
do outro e ele terá que lidar e aprender a dominar as situações que foram o fruto da sua própria
criação.
Este é o processo natural de crescimento espiritual e evolução da consciência. Discernir a
linha entre o que é nosso e o que é do outro, sejam sentimentos, desafios, responsabilidades,
é essencial. Assim devemos respeitar o momento do outro como também devemos respeitar
o nosso momento, sem projetar ou transferir responsabilidades a ninguém. Somos 100% res-
ponsáveis por absolutamente tudo que surge em nosso universo pessoal de experiências. A
medida que formos nos tornando mais coesos, é natural nos tornarmos permeáveis ao meio
e a pessoas. Neste estado de alta sensibilidade e menos identificação com o externo, seremos
capazes de manifestar compaixão por nós mesmos e pelo próximo e a banir completamente a

108
Vida Infinita

reação emocional de piedade. O sentimento de pena é um sentimento pobre, pois aumenta a


diferença entre o seu bem-estar e o mal-estar do outro. Compaixão é sentimento inteligente
que leva-nos a manifestar apoio e respeito interior pela experiência do outro, o que pelas vias
quânticas e espirituais, pode ser um grande impulso para o outro transformar-se e mudar sua
condição. Devemos ajudar, se estiver ao nosso alcance, e se for um ímpeto de alma, mas sem
sofrermos. Esta é a essência da compaixão. Um ser compassivo olha o outro em sofrimento,
respeita aquela experiência e reconhece que aquela consciência é ampla e temporariamente
está equivocada e, portanto, está criando experiências ruins, mas ainda assim poderá ser im-
portante para o seu crescimento.

Atingindo O Ponto Zero Para Ser Bem-Sucedido


O sexto passo é o ponto cuja tendência é eclodir naturalmente, se cumprirmos rigorosa-
mente os passos 2 e 3: blindarmos a mente contra o negativo informando luz e acionarmos
o aspecto quântico, o eu não local diariamente, pela manhã. Se fizermos o ciclo de passos
regularmente, a tendência natural será atingirmos o ponto zero.
O que é o ponto zero dentro deste contexto de conhecimento? O ponto zero está intima-
mente ligado com um estado natural de consciência e se relaciona com o que chamo de Mecâ-
nica Cósmica. É o ponto final dessa estrutura de ferramentas para operarmos com habilidade
a física do sucesso.

Mecânica Cósmica
No universo, didaticamente, temos duas forças básicas atuando.
Uma delas é a força de materialização, que iremos denominar de “a força do É”. Tudo o
que existe é. O status “é” torna tudo perceptível e tangível para a consciência. A mesa é uma
mesa, logo ela “é’’ mesa para os nossos sentidos. Um dia a mesa foi apenas uma possibilidade
de existência, uma ideia na mente de alguém.
A outra é a força de desmaterialização, a força de transformação, o impulso para mudança.
Há situações, ou realidades que não queremos mais viver. Tais situações são objetos aparente-
mente sólidos, reais no espaço-tempo, portanto, são sustentados pela força do “é”. Certamente
queremos superar estas situações. Para desmaterializá-las, torná-las novamente potenciais,
devemos operar com a força de desmaterialização.
Seres como Jesus, Babaji e tantos outros que estiveram por aqui em algum momento da
história planetária, dominavam as forças de materialização e desmaterialização pelo poder
quântico de suas consciências, e eram capazes de colapsar instantaneamente a onda quântica

109
Vida Infinita

em eventos materiais. Essa arte de gerar realidades é baseada em um estado de consciência


altamente coerente para acessar a energia de ponto zero. Segundo alguns estudos, a energia de
ponto zero é um reservatório oceânico de energia ilimitada, oriundo do vácuo quântico. Os
físicos descobriram que o espaço não está vazio e está preenchido de “coisas” e que fervilha
em potenciais. O Físico John Wheeler cita: “Nenhum ponto é mais central do que este, o espaço
não está vazio, é a base mais sólida da física”.
Ao que tudo indica, há um aspecto subjetivo governando a chave que nos dá acesso ao vá-
cuo quântico e à energia de ponto zero. Os fenômenos miraculosos produzidos por Jesus em
sua época, têm como princípio, um estado consciencial quântico, por meio do qual acessava
o vácuo quântico e precipitava matéria sem despender energia e, sim, colapsando potenciais
do vácuo. O estado que patrocina a manifestação é o estado consciencial que aqui chamamos
de ponto zero ou consciência zero.
Todos nós temos as condições para acessarmos o vácuo quântico, pelo estado de consciên-
cia coerente.
O que nos interessa aqui é entender que ao tirarmos a velocidade, tendemos a materiali-
zar um pensamento, pois tudo o que tem muito impulso anula o “é”. Em termos quânticos,
impulso é ansiedade. A teoria da relatividade de Einstein preconiza que quanto mais rápido
deslocarmos e aproximarmos da velocidade da luz, menor será a atuação da força da gravi-
dade, levando a matéria em deslocamento a expandir-se ao infinito, o que produziria sua
desmaterialização.
A analogia com a relatividade é que se ficamos muito ansiosos para que algo aconteça,
estamos acionando a força de desmaterialização, e não de materialização. Ou seja, estamos
inibindo a realização do potencial.
Assim, é muito importante entender que se acelerarmo-nos ficaremos ansiosos e todo pro-
cesso de manifestação será retardado. Por isso precisamos da prática de informar luz à mente.
A causa da ansiedade são os pensamentos e o modo de interpretação que utilizamos.
À medida que curamos o estado mental com luz, diminuiremos naturalmente a ansiedade
e ficaremos presentes em nós, no aqui-agora. Esta é uma posição de força e poder consciencial.
Vale frisar que desacelerar não implica em inércia ou letargia emocional. É possível ser
altamente eficaz e dinâmico, sem ansiedade. Por isso, ao completar o ciclo ensinado, o passo
6 eclodirá naturalmente.
Estarmos presentes implica em vivermos dentro do tempo da natureza, que é este momen-
to e não o tempo psicológico, passado e futuro. O excesso de expectativa oriundo da ansieda-
de é o principal fator de impedimento para que uma possibilidade se realize como realidade.

110
Vida Infinita

Ao transformarmos a mente para voltarmos naturalmente para o ponto de ausência de an-


siedade, voltaremos para a dimensão atemporal do ser, a eternidade contida neste momento.
É neste estado que acessamos o ponto zero, o vácuo quântico.

O Efeito Z
Na Física, descobriu-se que o foco do observador interfere diretamente no sistema atômico.
Se a observação estiver embasada em expectativa por um resultado, ela irá “congelar” o decai-
mento de energia do átomo. Este nome foi dado em homenagem a um filósofo grego, Zenão
de Eleia, que costumava propor paradoxos. Um dos paradoxos propostos por Zenão, foi o da
Flecha de Zenão. Segundo este paradoxo, Zenão dizia que quando lançamos uma flecha no ar,
podemos observá-la a qualquer instante no tempo. Se o tempo é uma sequência dinâmica de
instantes, a cada instante, a flecha está parada. Ou seja, a flecha está em movimento e ao mesmo
tempo parada. Baseado neste paradoxo, surgiu o efeito Zenão Quântico, proposto pelos físicos
George Sudarshan e Baidyanath Misra, da Universidade do Texas. Eles observaram um estado
quântico envolvendo uma molécula, passando por uma transição que normalmente desintegra-
-se em uma quantidade específica de tempo. Um estado quântico que tende a desintegrar-se é
congelado por observações contínuas. Ou seja, a partir do efeito Zenão quântico, a interferência
do observador altera o sistema, de instável para estável.
O poder do observador porta assim duas propriedades, promover instabilidade, ou pro-
mover estabilidade. Logo, usar as forças cósmicas de materialização ou desmaterialização im-
plica em como observamos o que idealizamos ou queremos atingir.
Com estes seis passos, temos o ferramental necessário para iniciarmos os processos efeti-
vos de mudança, pelo uso das faculdades da consciência, em especial o poder do observador.
Ao soltar o impulso que desmaterializa, “a força do É”, é naturalmente convocada.
Jesus, certa vez abordou indiretamente o efeito Z e as implicações de um viver ansioso.
Quando os discípulos foram encontrar Jesus e estavam muito agitados e ansiosos ele disse:
“Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo
que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais
do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem
semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes
vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles
crescem; não trabalham nem fiam;” Mateus 6:25-28.

111
Vida Infinita

Ampliando horizontes
Uma nova realidade começa a desenvolver-se internamente quando iniciamos a mudança
de percepção sobre as coisas, o que às vezes, não é muito confortável no início. O mundo está
em um processo de modificação muito acelerado. O volume de informação que temos hoje,
faz-nos ter a impressão de que o tempo está passando mais rápido. Na verdade, o tempo não
está mais rápido, nós é que estamos mais dispersos e distraídos, pelo excesso de informação
à nossa volta.
Nesta parte iremos aprofundar no processo de atuarmos como cocriadores conscien-
tes. Faremos um exercício a fim de desenvolvermos os princípios para criarmos realida-
des conscientemente. Teremos de nos desfazer de crenças limitantes e valores que até en-
tão nos mantiveram presos em uma visão reducionista de que somos apenas um detalhe
em um mundo preexistente. Vamos penetrar em novos modelos de percepção e entender
a psicodinâmica para gerar o ato da cocriação.
É importante frisar que vivemos em um mundo governado por uma física de
possibilidades que nos permite o ato livre da escolha e assim, como agentes coparticipativos
no universo, criarmos deliberadamente a realidade que trará sentido e realização.
Felizmente, a Física Quântica está estabelecendo-se e sendo difundida. Apesar de já
ter pouco mais de 100 anos, sua propagação fora do meio acadêmico e científico ainda é
recente. Mesmo assim, a maioria das pessoas ainda não tem uma noção clara do que ela é
e do que propõe, pois, o entendimento, a princípio, requer uma certa capacidade de abs-
tração. Há um forte componente subjetivo envolvido no cerne da mecânica quântica que
é a consciência. Mesmo havendo a popularização por meio de livros, palestras e cursos
sobre o assunto, continuamos presos ao modo de olhar e pensar daqueles que viviam na
Idade Média.
Termos a percepção, a ideia e o conhecimento mais aprimorado, de como as coisas e a
realidade funcionam, mas na prática do dia a dia, comportam-nos como se fôssemos do
século XVI. Nosso olhar sobre nós mesmos e sobre a vida ainda é medieval e matizado
por uma coagulação de conceitos reducionistas.
Como já abordado anteriormente, o século XVI foi o período em que se instituiu a
Física Clássica Newtoniana, que trouxe à luz um modelo de realidade absolutista e deter-
minístico que passou a orientar a mentalidade daquela época até hoje. Agora o mundo
havia se tornado um grande relógio com engrenagens que funcionavam de forma estável
e determinada.

112
Vida Infinita

Ao admitir uma realidade estacionária e essencialmente concreta, este modelo contribui


para o desenvolvimento de uma mentalidade contra a mudança, posto que defende a ideia de
um mundo estável. Dentro do modelo clássico de realidade, o mundo lá fora está acontecendo
independentemente da nossa percepção. Estamos aqui e o mundo lá. Entre nós e o mundo
há um grande espaço vazio por meio do qual objetos concretos vagueiam pelo espaço livre.
Ainda de acordo com essa visão, o que pensamos e sentimos não influenciaria o fluxo de
eventos, resumindo a vida em uma mera sucessão aleatória de fatos, que se forem tidos como
positivos, serão classificados como sorte e do contrário, azar.
Assim, somos meramente um estado cerebral, cujo resultado do intercâmbio molecular e
da dança dos neurotransmissores, entre um neurônio e outro, resultaria em nosso senso de
existência do “Eu sou”. Nossa identidade seria um advento da própria matéria. Neste cenário,
seríamos produtos materiais perambulando através de um espaço vazio, por meio de um
apêndice biológico: o corpo.
Felizmente, os cálculos e equações matemáticas lançam uma nova luz, um novo olhar,
desvelando um outro universo infinitamente pequeno no íntimo da matéria em que todo o
absolutismo e determinismo caem completamente por terra. Indicando que a essência do
funcionamento da realidade é muito mais sensível, plástica, abstrata e, acima de tudo, gover-
nada pela atividade subjetiva humana, ou seja, a consciência. Os avanços na compreensão
deste novo modelo de realidade, apoiado na Física Quântica, destituiu de uma vez por todas o
princípio Aristotélico da objetividade forte que perdurou por muitos e muitos séculos.
É incrível como algumas teorias vigoram como verdades absolutas, às vezes, por séculos ou
por milhares de anos. Mas a verdade é que este conceito de objetividade forte, que começou
com Aristóteles, defendia que a matéria era independente de uma mente.
Na visão quântica emergente é exatamente o contrário. Segundo a teoria quântica, a ma-
téria é dependente de uma mente para realizar-se como matéria. Se não houver uma mente
presente, a matéria não se realiza. O Físico indiano Amit Goswami sedimenta esse fato ao
dizer: “O mundo material não existe se não houver algo que lhe perceba a existência”.
É estranho e assustador, a princípio, para muitos começar a admitir que o mundo lá fora, neste
exato momento, não está existindo enquanto não o percebemos. Nesses momentos, o mundo
material torna-se algo difuso como um grande oceano de probabilidades. Condicionados pelo
modelo newtoniano, gostamos de acreditar que o mundo está lá, como uma realidade fixada
no tempo e no espaço. O fato é que ao não processarmos o mundo material em nosso sistema
nervoso, um mundo de casas, céu, árvores e ruas, desaparece subitamente dando lugar a um
grande campo de probabilidades ou potenciais.

113
Vida Infinita

A forma como estamos pensando e sentindo irá movimentar novamente as equações das
probabilidades, e a média do que pensamos e sentimos irá reforçar uma linha temporal, de-
terminada por novos eventos que poderão ser criativos ou destrutivos, no momento em que
plugarmos a percepção para construir a realidade do mundo.
Baseados na teoria quântica é possível exercer mais domínio na criação da realidade. Faz-se
necessário abandonar aquela forma antiga e analógica de funcionar e admitir a existência de
outra dimensão, a consciência como um princípio que é em si mesma, e que orquestra a sin-
fonia de eventos. Assim devemos deixar o modo de ser tridimensional para sermos mais qua-
dridimensionais. Neste último, a dimensão vertical da consciência é reconhecida e podemos
então, migrar para um novo estado: o metahumano.
Nós estamos em uma fase muito importante onde tudo está conspirando para darmos
este salto e passarmos a atuar como metahumanos. Este é um modo de funcionamento mais
coerente e próximo da natureza humana. Neste novo modo, o indivíduo já se percebe como
o epicentro criador do seu próprio universo.
O metahumano é um estado de ser que tem o conhecimento e os parâmetros para operar
num nível muito mais profundo o nível quântico. Ao acessar este estado, deixamos para trás
aquela forma de atuar baseada apenas em ações diretas, para repercutir na realidade material.
Além disso, há outros movimentos que tornam a vida muito mais fácil, prazerosa, plena
e com muito mais sentido. Sendo assim, por que não tornar melhor, mais leve, menos estres-
sante, mais prazerosa e mais pacífica esta experiência que estamos tendo neste momento do
tempo e do espaço?
A independência da consciência em relação a matéria, após a morte, não é mais uma ques-
tão de crença religiosa, e sim científica. Para que a física da realidade funcione, a consciência
precisa ser, necessariamente, algo que antecede a própria matéria. Se a consciência existe a
priori, ela continuará existindo a posteriori.
Esta noção fundamenta-se no conhecimento da teoria quântica.
“A vida é um eco e se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está
emitindo.”
O que estamos recebendo como realidade justificada é apenas um feedback quântico ao
que estamos emitindo. Mudando o que a consciência emite, muda-se o eco.

114
Vida Infinita

Alterando A Realidade
Para chegarmos ao ponto de alterar a realidade, é necessário que transformemos a per-
cepção e revisemos conceitos, valores e o modelo de interpretação que estamos usando para
o processamento da realidade à nossa volta.
Muitas pessoas estão presas na visão de que vida é lutar e que nascemos para sanar o nosso
karma e pagar débitos de experiências pretéritas. Mas na verdade estamos aqui nesta expe-
riência material para descobrir e desenvolver nossos potenciais.

O Vazio que preenche


Há um vazio interior, que algumas linhas do pensamento propõem que seja preenchido.
Aprendemos a temer o vazio interior, que ao olhar de uma mente preocupada, precisa ser
evitado ou preenchido. Assim, desenvolvemos o hábito e focalizamos nossa existência como
uma saga em que devemos acumular objetos que, psiquicamente, representam conteúdos
para ocupar o vazio. Passamos a usar a existência na busca de coisas e não para descobrirmos
a nós mesmos.
A autodescoberta consiste em olhar para este vazio, e atingir a compreensão de que o va-
zio que habita em nós não é para ser preenchido, pois ele não é um vazio que corresponde
a ausência de algo e, sim, à presença de algo. Portanto, o vazio é que nos preencherá a partir
do instante que ampliarmos a consciência e descobrirmos que ele é a presença do eterno, do
sagrado do nosso Eu Informe, a zona da paz inteligente.
Ele é a presença do centro imutável de inteligência e criatividade. É a interseção entre este
momento transitório de um eu localizado no tempo, e a não localidade. Nosso eu mental
sente muito medo deste espaço infinito em nós, por não ser passível de ser representado na
mente. A mente simplesmente para quando não consegue criar a representação de algo em si,
o que implicaria na dissolução temporária ou permanente do eu psicológico, que subsiste por
meio da atividade mental.

115
Vida Infinita

CAPÍTULO 9

ASSUMINDO
O PODER DA
CONSCIÊNCIA
PRINCÍPIOS PARA EMPODERAMENTO

Assumindo a postura de Criador

E
ste é um convite para darmos um salto de consciência e permitir que usemos a capacidade
intrínseca de criar realidades. O ponto inicial é entendermos o conceito envolvido em ati-
tude e ação. Ação é o ato de realizar e atitude é a postura interna que qualifica o ato. Ação
sem atitude tende a ser inócua em termos de provocar mudanças consistentes.Ao determinar
que queremos algo, devemos desenvolver a atitude para aquele algo, criar o estado interior
que represente o foco do objetivo almejado. Como exemplo, podemos explorar o fenômeno
da prosperidade.
A prosperidade baseada no ego é diferente da prosperidade legítima, pois prosperidade é
um fenômeno abrangente que extrapola o aspecto físico, o dinheiro. O dinheiro é importante e
torna a vida mais confortável, mas existe uma noção ainda muito maior sobre ele que é a opor-
tunidade de ampliar o poder de experimentação. Quando criamos o estado, a atitude próspera,
tenderemos a prosperar em criatividade, em paz e em felicidade.
Para adotarmos a atitude do criador deveremos extinguir a mentalidade relacionada à ati-
tude de criatura. Quando mencionamos o status mental de criatura, referimo-nos à atitude na
qual a base fundamental é a dependência emocional a pessoas e coisas, e o vitimismo. Em nos-
sa cultura isso é muito forte. Damos muita importância para tudo, menos para nós mesmos.

116
Vida Infinita

Atribuímos poder para tudo aquilo que é externo a nós, como vírus, remédios, situação eco-
nômica e até a um deus idealizado pela religião, como uma mera ideia coagulada. O conceito
de Deus na versão do Pai Nosso, no Aramaico Arcaico, faz menção a algo que não é homem ou
pessoa e sim, fonte e que esta fonte está em nós. Esta oração na língua original começa assim:
“Ó fonte da Manifestação! Alento da vida! Pai-Mãe do Cosmos! Faze tua luz brilhar dentro de
nós…’’
Há uma forte pressão cultural e histórica que fortalece em nós uma representação daquilo
que pensamos ser, que produz a falsa percepção de que há um criador com uma vontade alheia
à nossa, e de que somos criaturas isoladas.
A evolução é um processo que nos leva a atingir autonomia em todos os sentidos. Esta au-
tonomia confere a nós o estado de liberdade, inclusive para cocriarmos. Se não nos dermos o
direito de nos libertar da ideia, equivocada e religiosa, de que somos filhos de Deus, não nos
daremos o direito de sermos Deus realizando-se no espaço-tempo. Primeiro não há um Deus
pessoa, pai. Há, sim, uma inteligência não local, infinita e atemporal, da qual somos parte.
Como é possível sermos filhos de nós mesmos?
A maturidade espiritual baseia-se na independência, na autossustentabilidade e não na de-
pendência. Façamos a seguinte reflexão: reconheça que tudo aquilo que você depende o limita.
A dependência emocional é completamente desnecessária e é uma forma de aprendizado que
se automatiza gerando em nós, uma espécie de vício emocional.
Percebamos os ganchos emocionais aos quais nos prendemos. Para explicar melhor, imagi-
ne que eu, Horácio, sinto-me mais eu (Horácio) quando estou de terno. Neste caso, meu senso
de identidade será reforçado e a parte de quem julgo ser, depende do terno para sentir-se mais
alguma coisa. Quem tem o quê, neste exemplo? O Horácio tem o terno ou é o terno que o tem?
O quanto somos capazes de desfrutar e usar nossas mentes e emoções sem deixar com que
elas nos usem? A vida é uma jornada de autodescoberta e, evoluir está mais relacionado com
deixar do que com o ter. Pessoas muito ligadas a status, ao desencarnarem vivenciam uma
espécie de depressão post morten, quando se deparam com a realidade de que nunca foram
absolutamente nada e nunca precisaram ser nada. Na realidade sempre foram espíritos ado-
tando identidades transitórias. As pessoas procuram se impor pela posição que ocupam como
encarnadas. No filme “Nosso Lar”, André Luiz com seu apego à identidade como médico,
tenta impor-se e obter privilégios na colônia Nosso Lar, e frustra-se completamente ao ser
tratado da mesma forma pelos seres que lá já estavam não importando se haviam sido mendi-
gos, padeiros, advogados ou juízes. As relações modificam-se conforme saltamos para outros
planos de existência, como é o caso do plano extrafísico ou astral.

117
Vida Infinita

As características centrais da mentalidade da criatura são insegurança, passividade e an-


siedade. Já a do criador é autonomia, autossutentabilidade, liberdade emocional e, portanto,
autorresponsabilidade.

Autoestima & A Descoberta do Poder Pessoal


Autoestima é o poder de estar em si e portar o reconhecimento de que tudo começa e
termina em você, ciente de que pode tudo e de que é capaz de tudo. Sua autoestima começa a
expandir à medida em que admite para si o seguinte postulado:

Você é totalmente responsável por tudo o que está acontecendo na sua vida agora.
Felizmente, o universo deixou de ser determinístico e passou a ser probabilístico. Isso per-
mite que concebamos que a realidade não é regida por certezas, mas, por incertezas. Se nada
está determinado, tudo é possível. Assim sendo, o futuro é indeterminado. Se o futuro está
em superposição, isto é, se ele está existindo virtualmente em todos os estados possíveis de
realidade, podemos deliberadamente colapsar a melhor versão possível do futuro. Este é o ato
da criação.
O futuro é plástico e a forma como estamos pensando e sentindo agora irá moldar a reali-
dade futura. Isto está acontecendo o tempo todo, e estamos constantemente atualizando nosso
momento presente, a partir dos futuros possíveis imediatos que estamos colapsando. Até mes-
mo quando buscamos os oráculos e sensitivos para sabermos antecipadamente sobre o que
o futuro nos reserva, o sensitivo sintoniza os campos de probabilidade e decodifica o futuro
mais provável. Ainda assim, é um futuro que não está determinado e poderá ser alterado. Ge-
ralmente quando tomamos ciência de um futuro muito provável, o simples ato de passarmos a
ter ciência o torna menos provável, por conta de todo o movimento de sensações e, principal-
mente, ansiedade que passamos a gerar.
O mais importante é entendermos que temos a liberdade de mudar nossas vidas a qual-
quer instante. Por isso, seres mais sábios, que já conseguem ter esta visão, não conduzem,
não aconselham, mas orientam no sentido de mostrar que existem opções, sem limitar nosso
poder de escolha. O que há de mais importante na existência humana é a liberdade de escolha.
Somos 100% responsáveis por tudo o que está acontecendo em nossas vidas.
Estamos criando e movimentando a realidade continuamente, colapsando potenciais a
partir de nosso estado interno. Na grande maioria das vezes, colapsamos situações indese-
jáveis, pois não temos o hábito de focalizar a mente deliberadamente para o que realmente
queremos. Daí situações caóticas são experimentadas por uma criação ou por omissão.

118
Vida Infinita

Quem escolheria ser assaltado? Quem escolheria a doença? Quem escolheria a miséria?
Quem escolheria a solidão? Conscientemente ninguém. No entanto, quando não focalizamos
nossas mentes de forma positiva, nossos condicionamentos e crenças mentais irão moldar
nossa realidade e, talvez, teremos mais do que não desejamos.
Se fosse possível libertar-nos de todos os elementos que não constituem nossa natureza,
tornando-nos puros de novo, iríamos vivenciar o que Jesus metaforicamente mencionou: “.
Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entra-
rão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Rei-
no dos céus.” O que Jesus quis dizer é que é preciso libertar-se de todas as crenças e padrões
limitantes para acessar uma nova consciência (reino dos céus) e, assim, viver na plenitude.
Neste contexto, “reino dos céus” é uma metáfora para um estado de consciência expandido.
Há de nos libertarmos de toda crença ou informação reducionistas, advindas da cultura, da
moral social, mais ainda, da moral social cristã que se tornou o cerne da visão de mundo, em
especial, na América do Sul. A imagem de Jesus crucificado representa um gatilho que aciona
culpa, pois a ideia errônea é de que ele morreu por nós, para nossa salvação.
Como nos permitir ter uma vida ampla, se o inconsciente está povoado por ideias coa-
guladas sobre não merecimento, vergonha e culpa? Imaginemos todo um contexto social,
cultural, a realidade de um país e um continente, que valorizam um instrumento de tortura
antigo, como a cruz. Este objeto é colocado em repartições públicas e mulheres utilizam como
pingente ou brinco. Nas casas, exibe-se a cruz com Jesus. Na verdade, esta imagem estampa o
sofrimento e o martírio. É por esta razão que o mundo promove o sofrimento. Há uma grande
promoção social a favor dele. Aprendemos a criar dificuldades para obter promoção social, pois
associamos sofrimento como uma forma de se ter valor e ser apreciados pelos outros. Assim
sendo, uma pessoa que conquista com facilidade e graça uma vida feliz, não pode ser valoriza-
da. Esta é a mentalidade da cultura de países regidos pelo catolicismo cristão e de boa parte do
hemisfério ocidental, em especial, dos países latinos.
É possível ter uma vida mais simples, mais fácil, dentro do fluxo natural, porque a natureza
não se esforça. A luz, por exemplo, ao propagar-se pelo espaço, busca o caminho de mínimo
esforço, isto é, uma linha reta. Ao começarmos a observar a vida sob os parâmetros da nature-
za, descobriremos que o conceito de dificuldade e esforço são criações humanas. Aprendemos
a nos esforçar e a interpretar desafios como dificuldades.
Aquele que não se esforça, mas dedica-se com carinho, está no fluxo natural. O desafio é
romper com o contrato social e permitir que a nossa real natureza flua. Para tanto, o ponto de
partida é conseguir compreender que a nossa interpretação sobre algo, passa a ser mais im-
portante do que aquele algo, pois determinará as nossas reações e consequentemente a forma
como a realidade irá se comportar em relação à nós.
119
Vida Infinita

Sucesso & Realização


Todos querem atingir o sucesso. Ter uma vida material satisfeita, uma ótima posição de tra-
balho, bons relacionamentos e poder aquisitivo, definem a estrutura social do Sucesso. Mas há
um outro aspecto para uma vida bem-sucedida e que talvez seja o ponto essencial, responsável
pelo verdadeiro sentido da existência: Realização.
A realização normalmente remete-nos ao sucesso social. É importante entendermos que o
sucesso, segundo o modelo social, representa em última instância, o reconhecimento externo.
Já a realização é autorreconhecimento. Se houver o reconhecimento externo sem o autorre-
conhecimento, haverá a ausência do sentido do por que conquistar e o que fazer com o que
conquistou.

A realização é o sucesso em espírito e o sucesso é a realização na matéria.


Vivemos em um sistema onde a pressão de comunicação e a massificação de informação
molda as mentes das pessoas para que focalizem apenas o sucesso social, enquanto a reali-
zação, aquilo que realmente fará com que os potenciais internos sejam usados e seja possível
sentir o verdadeiro sentido na existência física, permanece negligenciado.
Movidos por esta influência promovida pelos meios de comunicação, entramos em uma
espécie de frenesi, cuja única coisa que importa, é acumularmos dinheiro e bens.
A pressão de que devemos ser bem-sucedidos e, portanto, sermos profissionais de sucesso,
tem seu início no núcleo familiar, por meio dos pais que são os representantes da cultura que
temos contato inicialmente. Imaginemos um garoto que desde cedo desenvolve amor por
Geografia, e que planeja em um futuro próximo, tornar-se geógrafo para dedicar-se à explo-
ração em lugares longínquos.
Obviamente que nele já há o impulso de sua realização oriundo de sua própria alma. No
entanto, quando expõe a proposta a seus familiares, enfrenta a pressão dos pais, que deveriam
apoiá-lo em seu ímpeto. Mas como pertence a uma família onde todos são médicos, não ad-
mitem que ele fuja à regra, por uma mera questão envolvendo o orgulho familiar. Diante da
pressão psicológica, ele abdicará de sua verdadeira inclinação, para suprir as expectativas que
lhe foram impostas pelos seus. No futuro, este garoto já adulto, irá sentir a frustração crescen-
te dentro de si, que evidenciará estar em um curso completamente equivocado, por ter cedido
à pressão de seus familiares. Ele terá de lidar sozinho com os sentimentos de frustração e
decepção, e encontrar forças para transformar sua vida. Felizmente a mudança está sempre
disponível. Aqui cabe uma passagem do sábio Jesus: “Pois, que adianta ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?”.

120
Vida Infinita

Qual o valor de obter o sucesso social e perder o sentido da existência? Na realização de


uma vida bem-sucedida é fundamental que encontremos aquilo que realmente faz nossos
corações vibrarem e, consequentemente, o sucesso material virá.

O Botão Azul & Vermelho


O quanto somos dominados pelo botão azul e vermelho? Você já se libertou do outro?
Consegue viver livre da avaliação externa ou ainda desempenha um comportamento de má-
quina? Há dois botões. O primeiro é o botão azul, toda vez que alguém o aperta sentimo-nos
como os seres mais felizes do mundo e cheios de energia. Expandimos nossa motivação e
como num passe de mágica, o mundo à nossa volta transforma-se em um verdadeiro paraíso,
como se tudo estivesse mais colorido e cheio de vida. Este botão azul é o elogio.
Já o segundo, o botão vermelho, quando acionado, sentimo-nos arremessados diretamente
para um limbo emocional, um lugar escuro e sentimo-nos contraídos, angustiados e, de re-
pente, como num verdadeiro “abracadabra”, o mundo que estava cheio de vida, transforma-
-se em um lugar sem cor, obscuro e sentimos dor emocional. Este botão vermelho é a crítica.
Se o elogio fizer diferença dentro de nós, a crítica também fará. Trata-se de um único e
mesmo canal; o canal da dependência emocional pelo outro. Todos aqueles que optaram pelo
caminho do sucesso, da ampliação da consciência e realização, os botões azuis e vermelhos
passam a ser constantemente acionados por terceiros.
Se não nos imunizarmos contra isso, viveremos uma verdadeira montanha russa emocio-
nal e seremos completamente controlados por esses botões. Nesta condição nos reduzimos a
um comportamento de máquina, por meio do qual seremos controlados pelos outros.
Neutralizar a necessidade emocional por elogios é o antídoto que nos libertará do impacto
da crítica de terceiros. É parte da postura de uma pessoa de sucesso e com consciência am-
pliada, não valorizar internamente o que os outros pensam ou proferem ao seu respeito. Na
jornada evolutiva, a única coisa que realmente é importante e fará total diferença, é o que
pensamos e sentimos sobre nós mesmos.
Indivíduos realizados, que fizeram diferença na nossa história, num dado momento, con-
seguiram fazer a realidade curvar-se diante de si. Venceram e suplantaram as adversidades do
meio com força tremenda. Estas pessoas estavam sempre muito enraizadas em si mesmas, e
não tiveram medo de ser quem podiam ser naquele momento. Einstein, por exemplo, tinha
quatro ternos iguais para não precisar despender tempo pensando sobre o que iria vestir.
Uma atitude muito exótica, mas em alinhamento com que ele sentia. Ele não estava preo-
cupado com a avaliação dos outros. Apenas seguia aquilo que estava em coerência com seu
sentimento. Isto é estar integrado. Isto é poder pessoal.
121
Vida Infinita

Energia e matéria
Pessoas como Einstein eram diferentes, estavam em si, focadas naquilo que acreditavam,
expandiram-se e fizeram acontecer. O mundo que as criticava foi o mesmo que as aplaudiu
depois. O que estas pessoas tinham em comum? Na superfície de suas mentes tinham a con-
vicção, o foco, mas no nível mais profundo, mobilizaram energia e informação. Dispararam o
processo de cocriação a partir de suas próprias consciências.
A mecânica da criação consciente de uma nova realidade tem muito mais a ver com nosso
íntimo do que imaginamos. Na verdade, nosso estado psicológico e a qualidade dos pen-
samentos e sentimentos, são determinantes. O que é necessário aprender é como, na vida
prática, é possível mobilizar a realidade para aquilo que se quer viver, para aquilo que se quer
realizar. Não se trata do caminho do esforço como já mencionamos e, sim, um caminho mais
gracioso que envolve clareza, foco e o poder de soltar a própria criação.
É preciso ampliar a visão e conceber que a existência material não é em sua essência uma
estrutura densa, impenetrável e fixada no tempo-espaço. A existência é baseada em energia e
informação. Quando admitimos através de uma nova lógica, a lógica quântica, que a matéria
é um efeito holográfico que ocorre na consciência por meio do processamento de informação,
poderemos assim admitir a natureza plástica da matéria e a influência dos pensamentos na
transformação da realidade.

Natureza Energética
Somos constituídos de energia e matéria. A matéria em um nível é pura manifestação
energética. Por conter 99,9% de espaços vazios, o íntimo da matéria consiste de campos de
energia e informação vibrando. Nossa consciência, que é algo imaterial, está relacionando-se
temporariamente com campos de energia. A realidade à nossa volta também é a expressão de
campos de energia informatizados. Sendo assim, devemos nos enxergar como consciências
atuando em um meio puramente energético, quântico. Se a essência do meio é energia e in-
formação, que responde à nossa atividade consciencial, como é possível nos basear apenas em
atos físicos que repercutem? Precisamos aprender a ativar a informação, a expandir a energia,
a manipular este campo energético que é a realidade, a partir da unidade energética, que é a
consciência integrada à expressão somática, corpo físico. Juntos, consciência + corpo físico,
formam uma unidade informacional eletrônica nuclear de alta potência.
Esta visão é muito importante porque, quando se começa a olhar a realidade desta
forma, mesmo que no início seja preciso lembrar que tudo é informação, concebemos o
poder de articular a informação para mudar a realidade através da consciência.

122
Vida Infinita

Expandindo A Mentalidade
Há muito tempo foi-nos vetado o livre pensamento. De forma indireta, desenvolvemos o
medo de pensar e questionar. O livre pensamento torna-nos livres de toda e qualquer forma
de manipulação. Uma pessoa que pensa com liberdade passa a ter mais força e torna-se um
agente de mudança que compromete toda a macroestrutura do sistema, pois contribuirá para
descentralizar o poder. Para que o sistema possa sustentar-se, há que manter o poder centra-
lizado.
Para centralizar o poder, há a indução de uma hipnose coletiva, que mantém as pessoas
em uma representação mental onde elas não pensam, apenas seguem as diretrizes midiáticas
que orquestram a estrutura que mantém o planeta escravizado. Assim, o coletivo é conduzido
a criar grandes hologramas, cuja a essência é a desigualdade social e a opressão pelo medo.
Este estado hipnótico coletivo vem sendo reforçado há tanto tempo que a grande maioria
das pessoas é capaz de rir do absurdo, pois o poder de questionamento lógico e lúcido vem
sendo corrompido pelas estratégias de controle de massas.
No passado, havia um momento que era cultivado pelos antigos gregos: o momento do
ócio. O ócio, naquela época, era visto como um tempo de relaxamento, reflexão, e que inevi-
tavelmente levavam ao insight. Por meio da livre reflexão, os antigos gregos fundamentaram
a base da ciência e da filosofia.
Aos poucos o ócio tornou-se uma ameaça e passou a ser incentivada a negação do ócio.
Assim, nossa sociedade passou a basear-se em negócio (a negação do ócio). Enquanto de-
dicamos tempo integral ao trabalho, não temos mais tempo para pensar com liberdade. En-
quanto estivermos ocupados em nossas negociações, em nossos trabalhos, não temos tempo
para pensar e refletir. Sabemos que o trabalho é parte das nossas vidas, pois agregamos e con-
tribuímos de alguma forma. Mas a jornada de trabalho deve ser equilibrada com momentos
de ócio. Se não tivermos a liberdade para expandir nossos pensamentos, não expandiremos
nossas vidas. Há que se ter tempo para pensar além. Há uma expressão em Inglês para isso:
thinking outside the box (pensar fora da caixa), uma metáfora para pensar de forma não con-
vencional.
Além disso, incorporamos uma ideia que causa impacto subliminar sobre o conceito de
trabalho. A etimologia da palavra refere-se a castigo. O tripalium do latim era, na verdade,
uma espécie de estaca que, fincada no chão, servia de tronco para o castigo dos escravos da
Idade Média. Tripalium era um antigo instrumento de tortura.

123
Vida Infinita

Associamos inconscientemente trabalho à tortura e a algo ruim. Imaginemos agora a com-


binação de tais parâmetros:
A) Não se pode pensar, e devemos seguir o que é proposto sem questionar.
B) Deve torturar-se (trabalhar) boa parte do tempo sem ter momentos para ser criativo.
Aceitamos que para ter dinheiro devemos fazer algo, mesmo que aquele algo (trabalho) nos
cause insatisfação e desprazer.
Qual é o resultado de um planeta em que as mentes que o habitam estejam programadas
em tais parâmetros? Não é de se estranhar o quadro planetário que presenciamos nos dias
atuais. Pessoas enfraquecidas, doentes psiquicamente e apáticas.
Felizmente, por meio do acesso a um outro nível de informação, estamos recobrando o
poder do livre pensamento. Neste exato momento, enquanto lê este livro, você está aprofun-
dando o seu pensamento e questionando aquilo que até então era impossível ser questionado.
Estamos entrando em um novo tempo, e as portas para um novo estado e uma nova Terra,
estão se abrindo, para manifestarmos juntos o paraíso. A atualização de um paradigma e do
conhecimento é maravilhosa, pois permite-nos resgatar o poder. Se cada pessoa se tornar um
polo de livre pensamento, cada polo será um pilar de força descentralizadora. Modificaremos
o sistema de forma velada, numa espécie de revolução silenciosa, que já está acontecendo den-
tro de cada um de nós, e que culminará com a explosão de uma nova consciência planetária.
Há estudos demonstrando matematicamente que, se atingirmos uma massa crítica de pes-
soas realmente despertas, equivalente a raiz quadrada de apenas 1% da população planetária,
provocaremos uma transformação consciencial exponencial, o que elevará o status e a condi-
ção da mente humana.
Se fosse possível, por um instante, congelar as estruturas e os obstáculos psíquicos que
criamos, veríamos soluções e oportunidades infinitas para gerar felicidade, plenitude e abun-
dância em nossas vidas.
Há um filme, cujo título em português é “Sem Limites” que retrata muito bem isso. No
filme o personagem principal toma uma pílula que expande exponencialmente as faculdades
cognitivas e o funcionamento cerebral como um todo.
Quando o personagem atinge este estado de clareza e liberação mental, eclode uma nova
percepção de vida muito mais integrada e ampla. Naquele estado, ele então promove o seu salto
quântico com agilidade e foco, pois passa a conceber uma nova representação mental muito
mais positiva sobre si mesmo e, consequentemente, sobre sua vida. A geração de uma nova re-
presentação mental 100% positiva cria, inevitavelmente, um efeito indutor que leva a realidade
exterior a adaptar-se àquela nova representação mental.

124
Vida Infinita

PARTE

4
cocriador
consciente

125
Vida Infinita

CAPÍTULO 10

QUEBRANDO
CONCEITOS
REDUCIONISTAS
“O UNIVERSO COMEÇA A PARECER-SE MAIS COM
UMA GRANDE IDEIA DO QUE COM UMA GRANDE MÁQUINA.”
DAVID BOHM

Potencial de Cocriação

J
á vimos que, atômica e energeticamente, nosso corpo é uma verdadeira usina nuclear de
alta potência e que a consciência que o anima é ainda mais forte, pois mobiliza toda esta
estrutura. Isso levou-nos à pertinente reflexão de que, uma vez que a consciência consegue
manipular este campo de energia poderosíssimo que é o nosso corpo, necessariamente pode
também influenciar o campo da realidade à sua volta, graças ao simples fato de que focar a ob-
servação em algo o faz entrar em reverberação com aquele foco de observação. Tal efeito não
é percebido de imediato, uma vez que ocorre num nível quântico, num nível de subpartículas.
As flutuações probabilísticas mínimas no nível quântico, pelo poder do observador, podem
acarretar em grandes mudanças na esfera da macro realidade. Tudo o que é preciso é ter um
momento em que aumentamos e potencializamos o foco sobre a possibilidade almejada. Esta
atitude é que nos permite realizar o “impossível”.

126
Vida Infinita

A Consciência Como Um Princípio Em Si Mesma


A consciência em si, o observador e maestro da realidade não é energia, ela gera energia. Ela
é algo que foge a todos os padrões. A consciência quântica não se trata da consciência psicoló-
gica, que mantém a ilusão de ser algo, baseado em um conjunto de memória que sustenta um
senso de eu limitado: “eu sou aquilo”, “eu sou isso”, “eu conquistei aquilo”. Ela é algo em si mes-
ma, além da energia, e da informação. Mas ainda assim, é capaz de gerar informação e energia.
O domínio no qual reside a consciência como princípio em si mesmo, denominamos como
nível não local ou não localidade. Esta instância é formada por pura consciência e inteligência.
A informação e energia manifestam-se no nível quântico. Já a consciência, no domínio
da não localidade. Na verdade, a própria consciência é a não localidade. Podemos assim,
considerar que o domínio da não localidade é o domínio causal. Toda a geração do universo
material é um efeito a partir da causação descendente, isto é, da consciência para a matéria e
não da matéria para a consciência. Este é o princípio quântico fundamental: a consciência é
a causa de tudo.
Portanto, de forma didática podemos estabelecer os seguintes níveis no qual o universo
material é orquestrado:

O Nível Fundamental - Não localidade = Inteligência pura e infinita. Consciência Quân-


tica. Instância Causal
O Nível Estrutural – Quântico = Energia e Informação. Instância Estrutural
O Nível Real = Realização, Concreto, Matéria. Instância de realização da matéria
O nível quântico é o nível estrutural da realidade, é onde a informação e energia organi-
zam-se para se serem realidade física.
Para atuar como cocriador é preciso saber como relacionar-se com esta inteligência maior,
que alguns chamam de consciência não local e outros chamam de consciência cósmica. So-
mos efeitos imediatos no espaço-tempo da consciência quântica. Somos um aspecto da cons-
ciência não local experimentando um instante no tempo, mas ainda assim, somos a cons-
ciência quântica. Diante desta percepção, como estabelecer uma aliança com esta dimensão e
então gerar uma nova realidade? Isto é a cocriação.
Na maior parte do tempo, conscientemente ou não, rejeitamos esta relação. Isso acontece,
por exemplo, toda vez que ficamos ansiosos, sentimos medo, ou nos preocupamos. Isso leva à
quebra da unidade. Rejeitamos esta relação com o nosso aspecto superior toda vez que resis-
timos também à realidade, ao que foi e, principalmente ao que está sendo.

127
Vida Infinita

o mundo lá fora não está


existindo para quem não
está no meio dele

128
Vida Infinita

A questão é: até que ponto somos capazes de nos permitir estabelecer contato com a rea-
lidade? Estabelecer este contato significa o início de tudo aquilo que precisa ser curado em
nossas vidas. O contato com a realidade remete-nos ao estado de aliança quântica, que per-
mite-nos transformar absolutamente qualquer coisa. Isto quer dizer que, ao entrarmos efeti-
vamente na realidade, estaremos acessando o estado de realidade essencial para cocriarmos.
O que representa um estado de força muito grande.
É pelo contato com a realidade que surge o poder de escolha e somos capazes de ir além da
realidade que desejamos mudar.
O fundamento da cocriação é regulado pelo princípio do observador, no qual postula-se
que, ao alterar a observação do objeto observado, ele modifica-se em relação a nós e nós
modificamo-nos em relação a ele. Logo, ao modificar a forma como nos percebemos, trans-
formamo-nos diante da vida e a vida transforma-se diante de nós. Este movimento envolve a
habilidade de modificarmos nossas representações mentais sobre quem pensamos ser.
Há os que percebem a vida como luta e, até em situações simples, como a perda de uma
caneta, expressam raiva pelo fato daquela “maldita” (é esta a abordagem dramática que usam)
caneta ter desaparecido e, realmente acham, por um momento, que a caneta agiu delibera-
damente e propositalmente para dificultar suas vidas. Para estas pessoas, a caneta está contra
elas. Tudo isso se resume em uma representação mental sobre si mesmo e sobre a vida, res-
paldada em um molde em que viver é igual a lutar. Para essas pessoas, tudo vira uma batalha
dramática. Desde um evento simples como o do exemplo da caneta citado acima, até eventos
aparentemente mais sérios.
Temos também uma outra classe de pessoas que representam aqueles que se esforçam em
mudar, mas não mudam a percepção e são tomadas pela frustração. Esta frustração, é um
sentimento de injustiça gerado por acreditar que a vida não as favoreceu, pois pensam terem
se esforçado muito sem alcançar os resultados esperados. Quando nos esforçamos muito e
não conseguimos o que queremos, surge o sentimento de revolta, pois acreditamos que há
uma injustiça. Então, inicia-se o processo regressivo e passamos a nos comportar como ver-
dadeiras crianças mimadas em relação a vida. Buscamos assim, vingar-nos da vida, afinal de
contas ela não nos deu o que queríamos. O mais cruel que cometemos contra nós nestes casos,
é retirar a vida de nós mesmos, desligando nossos ânimos. A isto chamamos de depressão. Por
trás de todo estado depressivo há alguém em uma revolta infantil contra a vida. É claro que
este estado está também fundamentado em uma representação mental infantil e ineficiente.
A pergunta que costumo fazer normalmente em consultório para quem esteja acometido
por este sentimento é: “Por que você está desligando sua energia?’’. Esta pergunta que remete
à autorresponsabilidade, encontra no individuo, dificuldade de entendimento e geralmente

129
Vida Infinita

não se sabe o motivo. A questão derradeira e a mais importante no processo, é buscar o acon-
tecimento que, portanto, não tenha sido aceito até aquele momento. Diante desta indagação,
quando a pessoa começa a entrar em contato com aquilo que não aceitou, começa então o
autoenfrentamento, e sob uma nova perspectiva, a da autorresponsabilidade, surge o processo
de aceitação, que culminará à rendição e ao início da cura.

Níveis de Consciência & Complexidade


Como já citado, você não tem culpa de nada, mas é a causa de tudo. A causa em você é a
causa de tudo, você não tem culpa de nada. Uma pessoa iluminada, com grande capacidade
de autoconsciência torna-se permeável a tudo e entende os demais em suas capacidades de
escolha.
A consciência em uma pedra, como mineral, manifesta-se como a força de coesão daquela
matéria. São níveis de complexidade. Não é possível afirmar que a consciência de uma pedra
comporta um nível de autoconsciência de um ser humano, porque a base operacional do ser
humano é muito mais complexa. Mas, seguindo nestes termos, podemos apoiar o modelo em
que se consegue verificar que tudo aquilo que não tem muita consciência tende à estática, à
inércia.
A pedra vive em um estado estático, pois o poder se expressa naquela consciência com
força de coesão. Na planta, este poder de consciência flui com um pouco mais de liberdade.
Então, quanto maior o fluxo deste poder, maior será a complexidade daquela base operacio-
nal, daquela matéria.
O ser humano tem maior complexidade de sistema nervoso, então porta a propensão de
manifestar um volume maior de consciência que o dota de um poder maior de operar de for-
ma mais complexa e responsável a realidade.
Quanto maior for a aliança com a realidade, maior será o poder de observação e de trans-
formar a realidade. A pessoa com mais presença, excita um nível maior de energia e, por estar
em maior conexão com a realidade, sua percepção entrelaça-se de forma mais intensa com a
consciência não local.
Hoje, entre os aproximadamente sete bilhões de pessoas no mundo, a proporção é de que
há em torno de cinco a seis pessoas com um potencial energético e nível de consciência muito
alto, que os permite manipular a energia e informação e curvar tempo e espaço. Esta condi-
ção permite que eles cocriem instantaneamente, gerando matéria a partir do vácuo quântico.
São seres que vivem em um estado de completa unidade com a essência da vida. Estes seres
possuem o status consciencial da liberdade plena. Por conta disso, possuem a característica
do anonimato. Seres ainda dependentes emocionalmente ou resistentes quanto a unirem-se

130
Vida Infinita

à realidade, desejam cada vez mais atenção, aceitação e aprovação. Seres que estão na Terra
sustentando níveis de iluminação como o de Jesus estão, alguns deles, nos grandes centros
urbanos, porque é onde mais se precisa de luz e sustentação. Vivem uma vida comum, mas
são verdadeiros gigantes espirituais. Eles não estão aqui para nos “ensinar a pescar” e nem nos
“dar o peixe pronto”. Com suas presenças “criam o lago”.
Há alguns anos, um destes seres foi visto caminhando na Rua Augusta em plena São Paulo.
Em sua simplicidade e discrição estava descendo a rua e enquanto caminhava, seu campo era
tão organizado e potente que inevitavelmente higienizava e varria extrafisicamente toda aque-
la região. Ele não estava focado em fazer a limpeza, mas era inevitável, com a sua presença
passando por ali. Os espíritos obsessores que lá se encontravam, batiam em retirada, tamanha
era a luz e a ordem espiritual que aquele ser emanava. Na ocasião havia um número conside-
rável de orientadores evolutivos, consciências extrafísicas que, atraídas pelo evento, estavam
ali para observar um raro momento como aquele. Era uma oportunidade para tentar entender
como aquele indivíduo conquistara tal grau de liberdade e autonomia.
Um ser como este só pode ser acessado se assim ele consentir. Ele atingiu um estado de se-
renidade absoluta. Estes seres, por conta de sua serenidade inabalável, são também conhecidos
como Serenões.
Um outro caso envolvendo a ação dos Serenões, ocorreu no período da Alemanha pós-
-guerra. Havia um desses seres que estava encarnado como um oligofrênico naquela época. A
oligofrenia é caracterizada por um grau de retardamento mental. Ele vivia basicamente sobre
o estrado de uma cama aos cuidados de sua tia. Sua aparência era bem chocante. No entanto,
era um gigante espiritual disfarçado no corpo de um oligofrênico. Sua proposta era de reur-
banizar extrafisicamente toda a Europa. Assim o fez. Não é de se estranhar que toda a Europa
se reergueu em menos de quarenta anos. Aquele serenão, ao ter terminado o seu trabalho,
simplesmente desativou o seu corpo físico e retornou para o seu plano. Na verdade, ele apenas
precisava de um corpo físico, para poder usar parte desta energia, e transformar a egrégora
extrafísica remanescente do pós-guerra.
Atualmente há um outro ser de mesma envergadura atuando na região de Montauk, no
estado Americano de Nova York. Esses seres são consciências muito avançadas e que estão no
término da etapa evolutiva deste planeta. Geralmente quando reencarnam, mobilizam poten-
ciais para influenciar e mobilizar estruturas numa escala macro-planetária.

Da Manifestação à Materialização
Visando entender como funciona o processo de criação de realidade, podemos dizer que
a manifestação é a geração interna de um ambiente ou a formulação psíquica da possibili-

131
Vida Infinita

dade que se quer realizar. Portanto, não se pode materializar aquilo que não foi manifestado
internamente. Este processo tem a ver com intenção e, mais ainda, com a formação de um
inprinting neuropsíquico. Então, se não houver a formação de uma impressão interna, mani-
festação, não poderá haver a materialização.
A materialização, por sua vez, é tornar a impressão psíquica (representação mental), em
uma representação neural o que resultará em uma realidade tangível e perceptível aos senti-
dos.
Ao vermos uma sala, estamos percebendo de forma tangível aos sentidos uma realidade
que em um momento foi concebida por uma mente.
O ponto essencial para criar-se uma nova realidade é, primeiro, decodificar o potencial ou
possibilidade. A decodificação consiste em conceber o que se quer atingir com clareza e com
especificidade. Em termos quânticos, quando decodificamos ou concebemos um potencial, ele
tende a realizar-se espontaneamente. É comum em escolas de artes marciais tradicionais, a prá-
tica milenar de realizar a sequência de movimentos, em um primeiro momento na mente para
depois executá-las físicamente. Nas escolas de mistérios, a formação de um mago exige a arte
de manifestar o seu intento, ou seja, de gerar ideoplasticamente a situação ou o contexto a ser
influenciado. Portanto, o colapso da função de onda de uma realidade, requer a representação
mental da possibilidade. O evento ou a fórmula deverá estar acontecendo internamente como
se já tivesse atingido.
Há uma proporção quântica envolvendo o colapso quântico da função de onda. Esta pro-
porção em percentual é apenas uma forma didática de entendermos a importância de cada
faculdade no processo criacional.
O pensamento equivale à 20% do processo e consiste na representação mental ou na for-
mulação de uma semântica capaz de gerar o inprinting psíquico. O sentir envolve 35% do pro-
cesso e cria a contraparte neuroquímica do inprinting. O poder de liberar a própria criação ou
o que podemos chamar de disparo interno consiste em 45% do processo quântico criacional.
Primeiro há a representação mental, segundo a emotização e o terceiro e fundamental passo,
o soltar completamente. Estamos vendo que o soltar, a liberação definitiva, passa a ser o ponto
mais importante do processo de criação de realidade.
O sentimento envolve sentir-se no contexto da representação mental ou na estrutura semân-
tica correspondente ao objetivo. Quando sentimos a representação mental, construímos o senso
de espaço e tempo internamente, levando nosso sistema nervoso a conceber uma nova camada
de realidade espaço-temporal. Ao extrapolar a relação de probabilidades acima de 50%, entra-
mos no processo da emotização, e agora a representação mental está atingindo um status de alta
probabilidade de realização, como realidade material.

132
Vida Infinita

Há monges de templos antigos que seguem a tradição da prática de artes marciais, como
Kung Fu, Tai Chi Chuan, que treinam muitas horas por dia, sentados e imóveis, desenvolven-
do sequências inteiras de movimentos.
O que eles estão fazendo? Estão criando o inprinting neuropsíquico, emotizando e formando
memória muscular prévia. Atingem um nível realmente muito alto em suas práticas, e são ca-
pazes depois de realizar feitos incríveis e vistos até então como impossíveis.
Há uma questão muito relativa quanto ao tempo que devemos desenvolver o processo.
Quando se faz o processo de criação de realidade, como iremos ver. O tempo é muito relativo.
A duração com que se faz o processo não é tão importante quanto a intensidade. O que real-
mente fará diferença no sucesso de sua criação é a intensidade e não tempo.
Se avaliarmos, 1 segundo dentro da perspectiva do tempo de Planck, é a menor unidade de
tempo, um tempo quântico. Este tempo seria algo em torno de 0-43, ou seja, zero e quarenta
e três casas decimais depois da vírgula. Um tempo realmente muito pequeno. Nesta escala de
tempo, um segundo seriam horas ou até mesmo um dia inteiro.
O que representa que a criação quântica pode ocorrer a uma velocidade ultrarrápida ou até
mesmo em meio segundo. Poderíamos representar esse tempo na seguinte situação: imagine-
mos uma pessoa sendo vítima de uma bala perdida que vai ao encontro de sua testa e, ainda
assim, num último instante, ser capaz de desviar daquela bala.

O Momento do Disparo Criacional


Há um detalhe crucial no processo da criação que diz respeito ao disparo criativo. Como
vimos, o disparo criativo torna-se algo mais importante do que a criação em si, pois se não for
realizado da forma correta, a criação será retardada ou até mesmo abortada.
Este é o principal obstáculo que as pessoas que estão fazendo práticas de criação de reali-
dade incorrem e deixam com que todo o potencial de energia e informação se percam. Iremos
então, a partir de agora, responder à pergunta central: Como liberamos a criação?
A questão de saber liberar a criação é muito importante, pois se não soubermos liberar o
que desejamos criar, nos tornaremos usurpadores da nossa própria criação, minando desta
forma todo o processo. Portanto, se não soubermos soltar, provocaremos um efeito de anu-
lação.

O Ato Da Criação
O ato de criação que estamos descrevendo é aplicado para qualquer possibilidade. A pro-
babilidade de manifestarmos uma vaga para o nosso carro na rua, pode ser mais fácil, pelo

133
Vida Infinita

simples fato de que a probabilidade de encontrar uma vaga de carro é alta em uma rua. Então,
podemos colocar que é mais provável colapsar uma vaga de carro do que curar um câncer.
Mas nada impede que provoquemos a cura de um câncer, a partir de um foco afiado e do
disparo criativo.

O Que Define A Realidade?


Toda realidade é o resultado da percepção, a partir de informações que compõem a nossa
percepção, resultando em nossas realidades pessoais. A somatória das nossas realidades leva-
-nos a uma atualidade em comum. Aparentemente estamos vivendo a mesma realidade, mas
é bem provável que haja nuances e diferenças na realidade que cada um percebe. No entanto,
entramos num acordo conceitual para poder estabelecer um acordo de percepção. Assim,
quando alguém ao apontar para uma camisa diz que ela é vermelha, aceitaremos que de fato
ela seja vermelha, mas não podemos constatar se estamos realmente vendo a mesma cor.
Tudo é possível, mas nem tudo é provável. É possível levitar? Sim. Essa realidade é prová-
vel? Ainda não, embora talvez um dia seja. Mas por qual razão esta capacidade ainda não é
provável? O que temos que ampliar em nós, para que possamos nos permitir conceber esta
possibilidade, logo, colapsar esta realidade? É preciso ampliar a concepção porque a nossa
realidade obedece ao quanto somos capazes de conceber. Se o nosso sistema de concepção
atinge um certo limite, além deste limite não haverá mais nada para nossa percepção.
No filme “Quem Somos Nós”, um documentário para a divulgação popular de certos con-
ceitos envolvendo neurociências, epigenética e Física Quântica, há uma cena em que é citado
o momento da descoberta do registro das naus no horizonte. Segundo consta, quando as
Naus surgiram no horizonte, uma tribo em uma ilha não foi capaz de visualizá-la, pelo sim-
ples fato de nunca terem visto, portanto não concebiam. Mas o xamã da tribo tinha uma co-
nexão espiritual forte e sentia espiritualmente a presença de algo, mesmo que ainda não fosse
capaz de ver, e de fabricar o conceito de nau.
Até que, em um dia, o ato de sentir foi um pouco mais profundo, e ele conseguiu conectar-
-se pela via do inconsciente coletivo, e foi capaz de criar uma representação em sua mente das
naus. No momento em que ele estabeleceu a representação mental, todos da tribo, imediata-
mente, passaram a ver. A visão de uma embarcação precipitando-se aparentemente do nada,
deve ter sido excitante, e ao mesmo tempo chocante para aqueles nativos.

Criando o Imprinting Criacional


Para gerarmos um imprinting criacional, será necessário desenvolvermos o conceito cien-
tífico por trás das representações mentais no cérebro. Uma representação mental pode ser ge-
134
Vida Infinita

rada por semântica e por imagem ou pelos dois ao mesmo tempo. Tudo irá depender de qual
sistema representacional cada pessoa opera melhor. Há pessoas que são mais visuais, outras
mais cinestésicas, auditivas e outras usam mais o diálogo interno.
Criar uma representação mental em termos neurológicos, consiste em reorganizar sinais
e ativar setores cerebrais. A ciência já comprovou, ao monitorar o funcionamento do cérebro
por meio de equipamentos modernos como tomografia por emissão de pósitrons que, ao criar
uma imagem interna, por meio da visualização mental, todas as áreas sensoriais do cérebro,
como os setores da visão, interatividade tátil, audição, olfato, são ativados fisicamente, como
se o cérebro estivesse recebendo informações físicas. Isso demonstra que o sistema nervoso
não sabe diferenciar aquilo que é imagem interna e aquilo que é realidade.
O que intriga é o fato de que, ao visualizarmos algo com os olhos fechados, o cérebro
está processando fisicamente informações sensoriais, da mesma forma que responde às ondas
eletromagnéticas da luz, informações táteis, ou informações moleculares, no caso do olfato.
Aquilo que experimentamos em nossas visualizações está “existindo” de alguma forma.
Segundo o físico americano Fred Alan Wolf, “todo pensamento é uma realidade que coexiste.”.
Podemos cogitar que ao criarmos um ambiente internamente, estamos de alguma forma,
experimentando matéria.
Estaríamos alocando nossos pensamentos como realidades em universos alternativos? Se
jogarmos uma moeda para o alto, e desse cara como resultado, a probabilidade de dar coroa
seria cumprida em uma versão da mesma realidade? E ainda, haveria uma outra versão em
que não jogaríamos nenhuma moeda? Seria assim também com os pensamentos? Nesta ótica,
qualquer pensamento é uma realidade potencial que coexiste com esta. Portanto, ao idealizar-
mos algo, estamos criando novos caminhos ou camadas de realidades potenciais.
Na Holografia da Mente, um método metaepistêmico apoiado pela teoria quântica e pro-
posto por mim, podemos orientar a mente para criar novas realidades e provocar saltos quân-
ticos. Ao fazer o processo que denomino de ativação holográfica, acessamos um domínio fora
do espaço-tempo que permite-nos articular o potencial quântico, de forma mais consistente,
para promover mudanças. Isto porque neste domínio, temos mais flexibilidade para gerar
novos imprintings criacionais. Fora do espaço-tempo, todos os potenciais ou possibilidades
estão disponíveis.
Nesta abordagem de criação conscientes de realidades, iremos apresentar como podemos,
a partir da nossa estrutura de consciência e fisiologia, habilitar o acesso às novas realidades.
Criar quanticamente uma nova realidade, envolve convocar a mente e a própria fisiologia
para responder à estímulos internos. Implica em conectar-nos com a realidade potencial e

135
Vida Infinita

estabelecer harmonia de fase com aquele tempo futuro possível. Vale lembrar que, diante de
nós há infinitos futuros possíveis disponíveis, e que nossa atividade no tempo presente está
tornando futuros possíveis mais prováveis e outros menos prováveis, num processo profun-
damente dinâmico e plástico. Todos estados potenciais da nossa realidade estão coexistindo
simultaneamente. Estamos aqui e agora, nesta camada de realidade, e isso quer dizer que
nosso foco de atenção está aqui absorvendo esta realidade. Então, toda nossa estrutura sen-
sorial está processando a informação que faz gerar este ambiente. Como podemos, diante
disso, retirar o foco deste contexto e redirecioná-lo para outro estado possível da realida-
de, de modo que, nossa consciência estabeleça harmonia de fase para produzirmos o salto
quântico? Esta é a essência do salto quântico. Nós somos capazes de saltar quanticamente e
já o fazemos, pois, a estrutura da matéria permite esta descontinuidade. Boa parte do tempo
estamos saltando sem a consciência do processo.
É por isso que criamos realidades e situações que não queremos viver. É possível criar o
que não se quer por não saber lidar com certas leis como, por exemplo, a Lei da Persistência,
que estabelece o seguinte postulado: “a resistência diante da realidade insatisfatória gera a
persistência daquilo que não queremos.”.
Ao começarmos a mobilizar o processo da manifestação, entraremos no processo de co-
criação pela via semântica ou por representação mental. O processo envolve dois momentos:
O primeiro envolve a geração de pré-matéria a partir da consciência, quando produzimos
os 3 passos quânticos da cocriação: sintonizar, acessar e localizar.
O segundo momento é quando geramos uma espécie de âncora com aquela linha temporal
alternativa, ou seja, quando geramos o imprinting criacional em nosso sistema nervoso.
Para a maioria das pessoas, ainda imersa no paradigma cartesiano, pode parecer loucu-
ra colocar os fatos desta forma, mas é quanticamente e espiritualmente possível. Todo este
universo onde estamos vivendo a experiência no espaço-tempo, está constantemente recons-
truindo-se para suprir nossas necessidades de experiência. Estamos coparticipando da cria-
ção do universo, pois nossa consciência é parte da estrutura da realidade universal. Logo, o
universo material existe, pois consciencialmente somos o palco no qual ele acontece.
Podemos sim, assumir esta função de forma mais consciente, e usufruirmos da faculdade
de criar realidades para vivermos com mais harmonia e sentido. Devemos ir além da ideia
equivocada que reduz o potencial humano, colocando-o na periferia da existência, como aque-
le que sofre o efeito e que é a vítima das circunstâncias. Estamos, à medida que processamos
este novo modelo de realidade, assumindo a posição central e acatando ao chamado para as-
sumirmos a responsabilidade sobre tudo que nos acontece. Esta é a postura do criador. Tal
atitude reserva um poder ilimitado.

136
Vida Infinita

Não é possível mudar a realidade apenas porque se quer, é necessário o conhecimento para
podermos provocar a transição, a migração para um novo contexto.
Há que nos libertar dos olhos da cultura que nos vê de forma pequena e limitada. Este é um
olhar que nos obriga a abrir mão de nosso poder, e que nos leva a agarrarmo-nos à uma ideia
vazia de que o poder está acima de nós na forma de um Ser Supremo.

A Prática Criacional
A seguir, iremos sistematizar uma sequência de passos para darmos início ao exercício de
criação de realidade. Vale lembrar que todos nós já fazemos isso, porém, de modo omisso e
sem a devida consciência. O ato criacional é inerente e não é opcional. Somos criadores por
natureza. Portamos a faculdade, como consciências, de governar as probabilidades e o poten-
cial quântico. Que sejamos criadores lúcidos.

Você Só Ganha O Que Já Tem


Quando verificamos os verdadeiros ensinamentos de Jesus como um grande metafísico,
podemos interpretar citações como esta: “credes que já tens e terás recebido...”, como um prin-
cípio quântico manifestacional essencial. Ter primeiro representa criar a representação men-
tal de um universo no qual exista a realidade almejada, a manifestação.

O MOB – Modelo Organizador Biológico


Há um modelo organizador biológico. Este modelo energético, neste exato momento, está
fornecendo parâmetros de orientação para que as células se desenvolvam organizadamente e
de maneira adequada. Se as células perderem estes parâmetros passarão a desenvolverem-se
indiscriminadamente e, por consequência, surgirão anomalias, como doenças degenerativas.
A atividade psicoemocional errática, entrópica, negativa, como excesso de medo, ansieda-
de, mágoa, podem comprometer as coordenadas de orientação celular, o que implica na que-
bra de sintonia energética das células com este modelo organizador biológico. Um estudo do
perfil psicológico das pessoas com câncer constatou que, geralmente, tais pessoas desenvol-
vem padrões emocionais erráticos, como mágoa e ressentimento. Tais sentimentos mantém a
quebra da sintonia com o modelo organizador biológico e perpetua a doença.
Da mesma forma, quando criamos um ambiente interno, estamos criando uma espécie de
modelo organizador manifestacional, pelo qual o potencial de energia e informação será co-
ligido, para que a possibilidade se realize no espaço-tempo, como realidade fixa ou material.

137
Vida Infinita

Fator Organizador
Quando falamos de um fator organizador para moldar a realidade, estamos na verdade
falando da consciência individual coparticipando como agente causal do universo, pois como
explicado anteriormente, o pensamento é responsável por 20% do colapso, o sentimento por
35% e o “soltar” por 45%. Nesta relação, a liberação absoluta e confiante, representa o fator
de organização juntamente com a manutenção de um estado condizente com a manifestação.
Esses, por sua vez, manterão a manifestação organizada o suficiente para criar uma linha de
tempo alternativa, atraindo sincronicamente eventos que nos levarão à realidade almejada.

Realidades Justificadas
É importante frisar que nossos estados determinam realidades. Há uma outra passagem
muito interessante de Jesus em que diz: “A todo aquele que tem será dado, e terá em abundân-
cia; mas daquele que não tem, até o que tem será tirado.”. Podemos pensar, dentro de um ponto
de vista cartesiano, tratar-se de uma visão injusta, mas, na verdade, há um princípio quântico
oculto: a pessoa muito pobre, que não tenha recursos, consequentemente é uma pessoa que
vive em um estado de pobreza interior, porque ela não concebe além daquilo que foi con-
dicionada. Ela acredita que é seu destino a condição de nascer pobre e por isso irá viver na
pobreza, “pois Deus quis assim”. Já aquele que expande a concepção, que vive apoiado em uma
mentalidade e um estado próspero interiormente, colapsa a realidade a partir desse estado.
Um estado de percepção colige as condições essenciais naturalmente para criar a realidade
compatível.
O que se acredita pobre, não consegue atrair prosperidade, pois não possui o estado. Pode
obtê-lo a qualquer instante e não requer condições externas para isso, apenas disposição. Se
houver a disposição interior inquebrantável, ela se incumbirá de manifestar os caminhos pos-
síveis para que sejam acessadas novas realidades.
Para que possamos realizar qualquer realidade precisamos ter a manifestação primeiro em
nós.
Em termos locais, existe o tempo, mas, em nível não local, tudo existe. Assim, é apenas
uma questão de decodificar o que se deseja, confiar e a realização estará em andamento.
O sentimento de conquista ao manifestar internamente equivale a um ato de permissão.
Esta permissão não depende de pensar, assim como querer e desejar não são permissões. A
permissão é o movimento gracioso, alegre e consciente de abrir-se, de conceber. Quando nos
abrimos, tornamo-nos naturalmente receptivos.

138
Vida Infinita

Muitas pessoas coligam o perdão para que haja a permissão. O perdão é uma questão
muito relativa. Só há autoperdão. Numa visão holística e essencial, autoperdão representa o
reconhecimento, a ampliação da consciência de que não há nada a ser perdoado. O verda-
deiro movimento de abrir-nos para estarmos receptivos, envolve colocar-nos numa situação
de benevolência. Nela, experimentamos um momento de cosmocentrismo e abdicamo-nos
temporariamente do ego, saímos do egocentrismo. O estado de benevolência implica em re-
conhecermo-nos como fontes e gerar intenções e sentimentos em prol de todos. Não há mais
o “eu quero isso”, “eu preciso daquilo”, “eu não aguento mais isso”, há sim, doar, compartilhar,
unir e integrar. Somos apenas fontes doadoras. Este estado eleva nosso padrão consciencial,
pois permitimo-nos experimentar o estado amplo de prosperidade, que nos abre para a abun-
dância.

139
Vida Infinita

CAPÍTULO 11

A CRIAÇÃO
QUÂNTICA
“A INFORMAÇÃO É A ÚNICA COISA NO UNIVERSO

QUE NÃO PODE SER DESTRUÍDA.”

ERWIN LASZLO

A Função do Cocriador Consciente & O Lobo Frontal

Q
uando estamos presos na parte reptiliana do nosso cérebro, que é a mais primitiva, per-
demos temporariamente a consciência lúcida e o poder de exercer o pensamento livre, a
reflexão, a capacidade de criar relações de causa e efeito e, consequentemente de criarmos
novos futuros.
As propriedades superiores descritas acima são coordenadas pelo cérebro superior ou neo-
córtex, que é a estrutura cerebral mais evoluída e que nos distingue dos animais irracionais.
Como somos dotados de um cérebro superior que implica em dizer que somos capazes de
flexionar o pensamento e gerar autorreflexão e autoconsciência. Graças à evolução possuímos
um sistema nervoso incrivelmente complexo que nos dota da qualidade e da liberdade de
escolha.
A escolha existe para movermos para o novo e avançarmos rumo ao futuro. Qualquer ten-
tativa de permanência no conhecido por muito tempo, inevitavelmente trará conforto.
O conforto é sempre um ensaio para a dor. Quando sentamos em uma poltrona confortável,
deleitamo-nos com a sensação de conforto e maciez. Mas com o passar do tempo, a poltrona
confortável começa a promover em nossos corpos sensações de desconforto. Surge um sinal de
tensão ou mesmo de dor indicando que precisamos mover o corpo e ajeitar a posição. A esta-

140
Vida Infinita

bilidade excessiva cria sintomas que prejudicam o contexto maior do nosso corpo. Da mesma
forma, experimentamos um desconforto interior quando estamos muito acomodados. São os
estímulos vitais do Espírito incentivando-nos o movimento e a busca de novas experiências.
Se ainda assim resistirmos, seremos surpreendidos por experiências de alto impacto para
criar instabilidade na percepção. A consciência precisa de contrastes para promover a percep-
ção. O universo é um sistema inteligente e dinâmico e suas partes não podem se cristalizar
na inércia, senão surgirá a dor, não necessariamente como dor física, mas como experiências
de alto impacto, como perdas ou doenças. Portanto, quando aceitarmos e entendermos a
natureza dinâmica do universo, estaremos abertos para mover-nos e não mais sentiremos a
insegurança diante do novo.

Representações Mentais & Química de Defesa e Prazer


É muito importante, no processo criacional, verificar se a realidade que queremos,
produz em nós, química de prazer ou de estresse. Neste caso teremos que avaliar se nossas
representações mentais sobre o que queremos embasa uma química de felicidade ou de
estresse. Conforme já explanado, todas as nossas respostas internas estão em função da forma
como representamos o mundo à nossa volta, mentalmente.
Se a pessoa quiser prosperar financeiramente e sua representação mental sobre o dinheiro
causa estresse, pois em sua representação há elementos que associam dinheiro à perda, dívida
ou problema, todo o sistema psicofísico irá responder como se a ideia de dinheiro fosse uma
ameaça.
Desta forma, estaremos inconscientemente preservando-nos daquela ameaça. Racional-
mente sabemos o quanto o dinheiro é importante e necessário para esta existência material,
mas saber se nosso modelo mental aprova e apoia o que entendemos sobre o dinheiro, é es-
sencial para atingirmos a realidade almejada. Uma vez que a ideia de algo produzir tensão em
nossos corpos, esta é a mensagem do corpo de que tal ideia é ruim. Assim, saltaremos para
áreas do cérebro que irão defender-nos daquilo. No entanto, quando a ideia de algo nos cria
relaxamento e descontração, esta é a mensagem do corpo de aprovação.
Todo o seu sistema gosta daquela ideia e, desta forma, estaremos mais propensos a termos êxito
em materializá-la. Quando sentimos prazer diante de uma ideia, saltamos neurologicamente para se-
tores no cérebro e acionamos o sistema de recompensa. Neurofisiologicamente estamos assumindo o
perfil neuroquímico de que merecemos. É nesta postura de merecimento psicológico e neuroquími-
co que nos posicionámos como cocriadores diante de um potencial (pensamento).
Nesta posição, podemos então deliberadamente, acessarmos o lobo frontal, a sede da von-
tade, da criação, inovação. Nesta área, somos capazes de inovar, estabelecer relações de causa

141
Vida Infinita

142
Vida Infinita

e efeito, e estarmos no domínio do nosso mundo. É nela que se encontra o altar onde pode-
remos deixar nossas intenções, entregando-as para que a inteligência maior, que rege zonas
superiores do cérebro, possa ativá-las e, desta forma, torná-las realidade.
Qualquer ideia ou possibilidade que ainda gere em nós tensão, veta-nos o acesso para o co-
lapso quântico. Na natureza, tudo ocorre pela distensão, nunca pela tensão. É essencial o mo-
vimento de descontração e relaxamento. É como tentar insistentemente lembrar-se de uma
música e não conseguir, e quando não se está mais pensando naquilo, ou seja, quando a mente
então relaxa, a lembrança da música emerge em nossa memória. Todos nós já passamos por
experiências deste tipo, de insistir e não conseguir, e depois ao relaxar aquele algo se realiza.

O Cérebro Reptiliano – A Parte Mais Antiga do Cérebro


O cérebro reptiliano é a parte mais antiga do cérebro. Ele é formado por um tronco en-
cefálico e pelo cerebelo. Rege todo o comportamento e é responsável pelas funções sensó-
rio-motoras, pelo controle dos reflexos e funções involuntárias como batimentos cardíacos,
pressão sanguínea e movimentos viscerais de digestão e excreção. Ele desempenha funções
fisiológicas importantes. No entanto, as pessoas que desenvolvem um perfil mais instintivo
pelo ponto de vista emocional, desenvolvem uma personalidade governada pelo complexo-R,
o cérebro reptiliano. São pessoas que não vivem na unidade cerebral e na harmonia de comu-
nicação entre os dois hemisférios do cérebro. Elas desenvolvem a necessidade de poder e são
governadas por emoções primitivas e regidas apenas pela preocupação por si mesmas. Vivem
em busca da vantagem imediata e são profundamente ensimesmadas. São pessoas dotadas de
pouco autocontrole e vivem sofrendo o sequestro emocional. Após a reação impulsiva, vem
todo o desconforto trazido pela razão: “Por que fiz isso?”.
Sendo assim, o exercício de sermos mais autoconscientes e menos impulsivos, dota-nos
das condições cerebrais para exercermos a função do cocriador, que está localizada no cére-
bro superior, especificamente na sede da vontade: o lobo frontal.
Você é Único Para O Universo.
Para o universo só existe você, não existe o outro. Por exemplo, para a minha perspectiva,
você está participando da minha realidade e, na sua perspectiva, eu estou participando da
sua realidade. De qualquer forma, para o universo somos epicentros conscienciais absolutos,
através do qual o universo material se reconstrói a cada instante. Sendo assim, tudo que há em
nossa realidade está existindo porque, de alguma forma demos a permissão para formarem
nossas consciências.
Quais são os eventos que estão existindo na sua realidade? Que situações você está consen-
tindo ser manifestada na sua vida? Estas são perguntas que evocam o nosso aspecto criador e

143
Vida Infinita

desperta a responsabilidade sobre nossas vidas.


Estamos todos juntos vivendo uma atualidade que é a soma das realidades. No entan-
to, cada um está gerando uma realidade muito própria. Cabe a cada um de nós aumentar a
probabilidade de eventos positivos ocorrerem na escala da realidade pessoal para criarmos
atualidades mais felizes e harmônicas. Assim, pela escala pessoal, podemos gerar macro-ho-
logramas felizes que mudarão a realidade planetária. Em termos quânticos, a mudança de
uma parte disponibiliza a mudança para todas as partes.

O Centésimo Macaco
Em duas ilhas de uma região havia a mesma espécie de macacos que aparentemente não
tinham contato. Depois de algumas tentativas, um símio de uma das ilhas, que iremos cha-
mar de ilha A, descobre uma forma inédita de quebrar cocos e aproveitar melhor a sua água.
Assim, por imitação seus companheiros aprendem a técnica e rapidamente ela é difundida
por todos os símios daquela ilha, atingindo noventa e nove macacos. Quando o centésimo
macaco da ilha aprendeu a técnica, os macacos da outra ilha, ilha B, passaram espontanea-
mente a quebrar cocos da mesma forma, sem nunca terem aprendido.
Esta estória retrata o princípio de campo mórfico de ressonância proposto pelo Biólogo
Rupert Sheldrake. Segundo este cientista, o campo mórfico são estruturas que se estendem
não localmente pelo espaço-tempo e podem moldar a forma e o comportamento de todos os
sistemas no mundo material.
Baseando-nos na teoria do campo mórfico podemos admitir que se uma pessoa manifestar
um novo comportamento, toda a humanidade poderá ser afetada pelo novo comportamento.
Desta forma, um único ser humano poderia fazer diferença na humanidade.
Assim sendo, fica muito claro que podemos usar o processo da cocriação para criarmos
realidades muito melhores e também contribuir com o salto planetário por meio da nossa
permissão em dar-nos o melhor.

Assuma A Sua Realidade Não A Do Outro


Ao desenvolvermos esta nova consciência, que nos dá a compreensão de que podemos
efetivamente mudar nossas vidas por meio de uma nova percepção, é importante também
compreender que não podemos assumir a realidade do outro. O outro possui uma realidade
que está embasada em uma estrutura de crenças muito própria e que é de responsabilidade
do outro. Não podemos vincular ninguém em nossas criações como condição para podermos
manifestá-las. Muitas vezes quando fazemos isso, limitamos nossas criações, pois nem sem-

144
Vida Infinita

pre aquilo que poderá ser bom para nós, poderá ser para o outro.
Desta forma, se abrirmos nossas criações e vincularmos a participação de pessoas nela,
seja marido, filho, tio, pai, mãe, quanticamente vincularemos uma atividade mental que po-
derá tornar-se um lastro que limitará a ocorrência. Aquela outra atividade mental, poderá
estar opondo-se contra a nossa criação, pelo simples fato de que o teor da nova realidade que
está sendo projetada, implica em retirar o outro da sua zona de conforto. Devemos ser sempre
o protagonista, o ator central, no cenário das nossas criações e isso basta. Não devemos nos
preocupar com a participação daqueles que estão próximos de nós. A inteligência quântica
cuidará disso, sempre preservando a harmonia com o todo.
É possível conviver e apoiar as pessoas que queremos bem, principalmente os que estão mais
próximos de nós, como familiares e amigos. Mas ainda assim, internamente, é fundamental
preservarmos nossa individualidade como seres únicos.
Normalmente no ambiente de convivência com a família, o padrão de zona de conforto
costuma ser muito intenso, dificultando muitas vezes que emerjamos daquele cenário limita-
dor, para uma nova condição.
Se estivermos num ambiente conhecido, mas com pessoas ainda presas em paradigmas
e crenças retrogradas, devemos respeitá-las sem nenhuma forma de imposição conceitual,
dando espaço para que possam ser o que são. Enquanto isso, devemos concentrar-nos em
nossos projetos, selando-os com o silêncio e respeitando a atividade mental dos que nos cer-
cam, até sermos capazes de provocar a transição, o salto quântico. Devemos colocar-nos em
primeiro plano, pois cada um é e deve considerar-se como sendo a pessoa mais importante
de seu universo.
Permita-se receber primeiro, inspire-se e, assim, tornar-se-á o exemplo. Quando somos
exemplos, tornamo-nos verdadeiros convites. As pessoas ao redor, percebendo nossa expan-
são, vitalidade e o sentimento de realização que emanamos, se sentirão convidadas natural-
mente a tornarem-se o que nos tornamos.

O Universo Material Cabe Dentro de Nossas Cabeças


Todo o universo cabe dentro das nossas cabeças, porque toda a realidade material está
contida em um minúsculo estímulo, que é o fóton - a partícula elementar mediadora da força
eletromagnética. O fóton é o quantum da luz. O que está fora é onda, só informação invisível.
Se não estivermos com a percepção conectada com o exterior, teremos um universo invisível
puramente vibracional. Esta informação não ocupa lugar no espaço. Ela paradoxalmente não

145
Vida Infinita

existe sem a medição, sem o processamento por meio de um cérebro humano.


Esta simulação, que chamamos de realidade material, está acontecendo dentro de nós nes-
te exato momento. Nós estamos, na verdade, caminhando no vácuo, rastreando o vazio, e
processando este grande holograma chamado universo, e projetado pela mente cósmica.
A realidade é um fenômeno de decodificação do vácuo quântico. Estamos decodificando as
informações e construindo o espaço e o tempo dentro de nós. Na verdade, não existe um “lá
fora” e, sim, um “aqui-dentro”. Se a realidade se desenvolve dentro de nós, teríamos total poder
sobre ela? Pessoas mais despertas com um nível de consciência maior já reconhecem e vivem
embasadas nesta verdade.
Como Jesus fez a multiplicação de pães a partir do “nada”? Como tornar a unidade pensar-
-sentir realidade instantaneamente? Certamente, um dia, atingiremos a condição de manipu-
larmos a realidade de forma instantânea à medida que formos libertando nossas consciências
das limitações. Esta expansão irá acontecer naturalmente e estamos dando um passo impor-
tante agora que é permitir-nos conceber cada vez mais.
Talvez não seja ainda possível caminhar sobre as águas, mas já é possível mudar a nossa
realidade e interferir no fluxo dos eventos para gerarmos realidades mais felizes. Estamos des-
pertando uma nova consciência que será a chave para acessarmos a condição de cocriadores
conscientes.

Foco Cocriador
Para chegarmos ao processo do cocriador precisamos ser monofocais. Ainda sustentamos
o processo de bipolaridade do foco da consciência. A ação criacional, exige um foco mono-
polar. O pensamento adequado é que, se almejarmos algo como ter mais dinheiro, que seja
pelo prazer de tê-lo. Esta é uma regra vital. Nossas criações internas devem estar calibradas e
aferidas no prazer, no desfrutar, no merecimento absoluto. O merecimento é um sentimento
incondicional e nos constitui. Merecemos o melhor pelo simples fato de existirmos e sermos
partes do todo.
Embasar nossas criações em princípios prazerosos, permite que ensinemos ao cérebro o
parâmetro de que aquele pensamento é algo bom para nós, tornando-nos capazes de acessar-
mos a alegria natural conforme já foi explicado. A alegria gera parâmetros indicativos de que
merecemos. Ao ganhar um presente, ficamos alegres, pois o presente representa o reconhe-
cimento, da nossa parte e da outra parte, de que merecemos. Portanto, quando conectamos a
nossa criação à um sentimento prazeroso, estamos percebendo-nos como seres merecedores.
A percepção do merecimento suplanta qualquer mecanismo sabotador.

146
Vida Infinita

O esperar, a expectativa e a esperança


são problemáticos. A esperança o leva ao
estado temporal, o coloca no tempo futuro:
você fica esperando e isso não tem nada a
ver com fé, são fenômenos distintos. O
sentimento de fé não é esperar, é ter
certeza que já aconteceu, é sentir.

147
Vida Infinita

Semântica Criacional – Aferindo a Linguagem


Toda palavra é a representação de um sentido e, assim, desperta estados (pensamentos e
sensações). A linguagem interna que usamos porta uma comunicação oculta, que pode im-
plantar, se for constante, mensagens subliminares que produzirão predisposições de compor-
tamento. Há alguns termos que podem e devem ser utilizados ao invés de outros. Por meio
do ajuste semântico criacional, estaremos aproveitando o nosso dia-a-dia para usar palavras e
pensamentos que criarão a predisposição de comportamentos proativos e criativos. É impor-
tante também considerar a natureza literal do cérebro e dos níveis mais profundos da mente.
Na relação de termos que devemos fazer a substituição encontram-se:
A) Poder – Use “eu posso” ao invés de “eu quero”. Quando queremos e expressamo-nos
assim, criamos subliminarmente a sensação de que há uma grande distância entre nós e o que
queremos. Além disso, criamos também um loop, ou seja, para continuarmos querendo não
podemos ter, pois ter implica em deixar de querer o que já temos.
B) Experimentar – Use “vou experimentar” ao invés de “vou tentar”. “Vou tentar”
implica em comportamento subliminar de negação. Portanto, quando dizemos “vou tentar”,
estamos inconscientemente predispondo-nos a um comportamento de negação e impedin-
do-nos.
C) Atuar – Use “vou atuar”, “eu atuo” ao invés de “vou lutar”, “estou na luta”, “vamos
para a luta”. Em termos quânticos, quando assumimos um posicionamento semântico, assu-
mimos também uma percepção, logo a realidade justificará a sua percepção. Quem se posi-
ciona baseando-se em lutar, vive uma realidade de luta.
D) Desafio – Use “estou com esse desafio” ao invés de “estou com esse problema”. Ao
usar o termo “desafio”, sua percepção, dos até então problemas, ficará muito mais leve e dis-
solverá todo o peso psicológico excessivo e desnecessário.
E) Dedicação – Use “eu me dedico”, “estou me dedicando”, ao invés de “estou me es-
forçando”, “eu me esforço”. Um cocriador não se esforça, dedica-se. O conceito de esforço
leva-nos a percepção de que a vida é um grande obstáculo a ser superado e de que estamos
fazendo algo por obrigação. Já “dedicação” coloca-nos em uma posição semântica de amor e
prazer, pois só é possível dedicar-se àquilo que gostamos.
Ao realizarmos os ajustes semânticos acima e reforçando-os no dia-a-dia, estaremos
criando uma nova atmosfera mental e um novo estado muito mais proativo que nos levará
para uma realidade repleta de leveza e prazer. O fundamento do ajuste semântico criacional
é criar a permissão interna para vivermos a vida com leveza, facilidade e graça.

148
Vida Infinita

Zona Interfásica
Toda vez que nos permitimos entrar no processo de manifestação interna, de forma to-
talmente relaxada, geramos um estado de consciência atenta e corpo relaxado. Este binômio
abre camadas da mente que permite-nos acessar o que iremos definir como zona interfásica.
A zona interfásica é uma passagem, uma espécie de janela que permite acessar o Vácuo
Quântico, o plano de energia sem forma. Trata-se de um “ponto cego” na mente. No momento
em que acessamos esta região, sentimos subitamente um desligamento da atividade mental
como se tudo cessasse.
Este acesso ocorre em um nível de frequência cerebral mais baixo, entre Theta e Delta, ou
seja, entre 1 a 7 hertz. Neste padrão de onda os hemisférios cerebrais já estão bem sincroniza-
dos e estamos funcionando como um todo integrado. Qualquer intenção gerada neste estado
gera perfeita ressonância com a realidade alternativa correlacionada com aquela intenção. O
que representa a criação virtual de uma nova linha espaço-temporal.
Em se tratando de níveis mentais, o processo criacional acontece num modo de proces-
samento não linear. Neste, não há medo, sobrevivência, controle, ansiedade, estados estes
típicos da superestimulação do hemisfério esquerdo em detrimento ao nosso aspecto profun-
damente criativo e visionário regido pelo hemisfério direito cerebral. Quando criamos num
modo de processamento não linear, em frequências cerebrais mais baixas, neste estado temos
uma grande facilidade de liberar completamente nossas criações. Este é o estado de abundân-
cia, de ausência de necessidades.
Podemos criar absolutamente tudo dentro de nós neste estado de ausência de limites con-
ceituais e de tempo.

Poder Versus Não-Poder


Nós podemos tudo se nos libertarmos da crença do não poder. Muitas vezes acreditamos
que não temos condições para isso ou aquilo. No entanto, o poder que gera as condições na
matéria é independente de qualquer recurso material. Na verdade, é ele que gera os recursos.
Usualmente, os recursos externos que detemos podem não gerar o acesso ao poder dentro de
nós. Tente criar paz, felicidade e prosperidade legítima com recursos materiais. Isso simples-
mente não é possível. Pois são processos que acontecem internamente e de forma incondicio-
nal. Tente curar com recurso material uma doença considerada irreversível; simplesmente
não se cura. Mas há um recurso disponível em nós que pode transformar, curar e criar qual-
quer coisa.

149
Vida Infinita

Este recurso é o poder livre e independente da consciência, o elemento capaz de fazer o


“impossível”. Trata-se de um tipo de poder que faz com que o doente, próximo ao seu leito de
morte, consiga levantar-se perfeitamente saudável. É um poder que faz com que a pessoa que
não tinha nada, conecte-se com todas as oportunidades capazes de oferecer máxima abun-
dância.
Assim, a zona interfásica é a região em que nos sentimos empoderados, funcionando em
ritmos sincrônicos neurouniversais e, principalmente, em fase harmônica com a inteligência
absoluta, que é parte de quem somos - a consciência quântica.

O Poder Criacional Surge Com Mais Presença


Antes de despertar, o cocriador adormecido há de ampliar a presença. Ter à disposição es-
colhas implica em estarmos mais presentes aqui-agora. Se vivermos como autômatos seremos
guiados por condicionamentos mentais e loops de pensamentos coagulados.
As pessoas, de modo geral, estão cada vez mais desconectadas, alienadas e deslumbradas
com tecnologias que, ao mesmo tempo em que as aproxima do mundo, as distancia de si mes-
mas. Pare e observe as pessoas enquanto está no contrafluxo, caminhe de frente para elas em
uma avenida movimentada e perceberá o quanto elas estão, talvez muito bem vestidas, mas
desprovidas de vida e consciência. O nível de consciência criacional, isto é, o estado que nos
permite cocriar é um estado de intensa presença, através do qual há maior fluxo, maior espon-
taneidade, mais atenção e foco no momento presente. Portanto, por meio desta consciência
criacional conseguimos expressar-nos, escolher com naturalidade por que somos totais. Este
é um estado de consciência autopolarizado, isto é, consciência epicêntrica.
É fundamental resgatar o espaço que a atividade da inconsciência nos privou para que
descontraiamos na própria vida. Este espaço interno precisa ser cultivado para podermos ter
o ímpeto da criação.
Com mais espaço interior sentimo-nos maiores e ao sentirmos maiores, tornamo-nos
grandiosos e aptos para sermos o palco onde novos eventos poderão surgir.
O estado criacional é um estado incondicional, ou seja, ele permite-nos sintonizar qual-
quer possibilidade, independentemente das condições externas. Este estado deve ser nutrido
continuamente.

Entrando em Fase Quântica


O exercício de manifestação envolve trabalhar com o nível de consciência criacional. Para
isso, torna-se importante elevarmo-nos para além dos domínios da Matrix, a região psíquica

150
Vida Infinita

povoada por postulados, condicionamentos e governada por um crítico autoritário, o seu


consciente.
Não é necessário, a priori, modificar sua mente para criar e, sim, deslocar-se para um
nível em que a atividade mental deixa de ter influência sobre o seu foco ou simplesmente é
interrompida. Normalmente quando deixamos de prestar atenção à mente, ela simplesmente
tende a desligar-se, pois sua atividade e o fluxo de pensamentos incessantes requerem sua
atenção e energia.
O processo da cocriação, o ato criacional envolve uma grande mobilização energética pela
intensificação do foco da consciência. Para que o processo possa ocorrer da forma adequada
torna-se essencial entrar em fase quântica.
Quando se cria sob uma perspectiva elevada, não criamos ruídos em nossa criação, e o
processo manifestacional desenvolve-se. O ingresso na fase quântica dessincroniza-nos tem-
porariamente do mental coletivo governado por toda sorte de limitações e pensamentos de
baixo valor vital. É muito comum termos a sensação de que, como diria o ditado, “para baixo
todo o santo ajuda”, pois se entrarmos em processo criacional, sob a perspectiva do mental
coletivo, o ponto em nós em conexão com o mental coletivo poderá tornar-se um lastro para
nossas criações, e a atividade coletiva poderá interferir no processo. Portanto, a criação a
partir de uma perspectiva elevada é preservada e garante a nossa gestação consciencial.

Ação Vetorial Contrária


A grande maioria das pessoas sofre uma influência vetorial contrária e constante por não
compreender certos princípios envolvidos no processo de criação de realidade. Um vetor con-
trário representa uma força psíquica, oriunda do sistema mental coletivo, que é regido em sua
maior parte por passividade e tendência a cristalização.
Por exemplo, crenças são pensamentos cristalizados que desenvolvem forças vetoriais que
paralisam ou aprisionam-nos em comportamentos reativos inerciais.
As pessoas vivem com tanta atividade vetorial contrária que passam a acreditar que seja
algo normal. Acreditam que faz parte as coisas não darem certo, que faz parte ter momen-
tos de angústia e apatia, apenas para citar alguns dos quadros provocados pela ação vetorial
contrária. Quando a ação vetorial se torna intensa, as pessoas entram em anestesia existen-
cial e passam a viver “empurrando com a barriga”.
Para evitar este tipo de ação vetorial contrária, durante a nossa gestação consciencial, deve-
mos elevar-nos para uma perspectiva além do mental coletivo e revestir-nos da nossa própria
energia, conscientemente.

151
Vida Infinita

152
Vida Infinita

Passos para entrar em fase quântica


Passo 1 – Escolha uma posição sentada confortável e mantenha a coluna ereta. Verticalizar
a coluna produz foco e aumenta a lucidez.
Passo 2 – Com os olhos fechados, tome consciência da sua respiração até que ela se acalme
e passe a respirar sem esforço.
Passo 3 – Comece a controlar sua respiração. Inspire profundamente pelas narinas e solte o
ar lentamente pela boca, enquanto deixa o seu corpo relaxar por completo repita isso 5 vezes.
Passo 4 - Neste estado de foco e relaxamento, concentre-se no ponto entre as sobrancelhas
e imagine e sinta-se sobre o topo da cabeça, como se fosse uma esfera reluzente de consciência
e comece a distanciar-se verticalmente para cima, deixando o corpo, a cidade, o planeta e vá
afastando-se cada vez mais.
Passo 5- Continue afastando-se, penetrando no espaço profundo e longínquo. Até avistar
uma passagem como um portal. Passe pelo primeiro portal.
Passo 6 – Continue afastando-se até passar pelo segundo portal e, por fim, o terceiro por-
tal. Ao passar pelo terceiro portal você dissolve-se neste espaço puro.
Passo 7 – Nesta altura você já deverá estar sentindo-se com pouquíssima atividade mental
e em fase quântica.

É neste estado do ingresso ao terceiro portal que então temos a liberdade para promover
o processo criacional. Os detalhes serão mostrados mais a frente em uma estrutura técnica
organizada. É importante frisar que ao concluir o processo, deve-se realizar o caminho de
volta, passando pelos portais até sentir-se sobre o topo da cabeça quando então, expandiremos
a esfera e envolveremos todo o corpo com luz enquanto conectamo-nos novamente com o
corpo.
A prática de entrar em fase quântica por si só traz muitos benefícios. Tais acessos permi-
tem receber atualizações sobre nós mesmos oriundas do nosso aspecto quântico. Além disso,
reciclar e criar novos caminhos internos para novas escolhas.

Operando em Perspectiva Ampliada


Quando estamos na perspectiva da visão ampliada ao manifestarmos algo, em seguida,
abdicamos de todo controle sobre a manifestação. Há uma entrega absoluta.
Com a prática, o acesso à fase quântica e a geração da criação será cada vez mais natural e

153
Vida Infinita

graciosa.
Este processo inicial está sistematizado didaticamente, para aprendermos a reconhecer
a assinatura do status de consciência que permite-nos sair de fase do sistema exterior para
entrarmos em conexão vertical, isto é, na fase quântica. O estado de consciência quântica
permite operar verticalmente sem a limitação de crenças, pois as crenças só estão presentes
na mente e não na consciência. Sendo assim, quando elevamo-nos para além do nível mental,
experimentamos uma elasticidade maior da consciência sem a compressão de crenças limi-
tadoras.
O exercício a seguir é parte de um método metaepistêmico para desenvolver a capacida-
de de expandir a consciência e provocar o disparo criativo. O processo consiste em 4 passos:

Passo 1 – Decodificar o potencial, a possibilidade. Saber o que quer com clareza e plausibi-
lidade. É preciso que concebamos. Conforme já explicado, conceber algo, por si só, decodifica
o potencial.

Segundo – Entrar em fase quântica. *vide exercício.


Terceiro – Geração do imprinting criacional por posicionamento semântico (fórmulas
mentais ou afirmações em tempo presente que imprimam significados que nos conectem com
uma possibilidade) ou por imagética sensorial (produção de um ambiente interno no qual
vemos, sentimos e ouvimos como se estivéssemos vivendo aquela experiência aqui-agora)
Quarto – Disparo Criacional – Liberar completamente a criação.
Quando criamos uma realidade, vivenciamos mudanças fisiológicas que podem ocorrer
no momento do ato criacional como: alteração térmica, arrepios, sensação de vibração, sen-
sação de aumento de energia, dentre outras.

Indução do Estado Criacional


Esta indução é o caminho que prepara para o método explicado acima. Leia várias vezes
até incorporar o caminho do exercício.

Parte 1
A primeira coisa a ser feita é soltar, ficarmos relaxados, descontrairmos o corpo e liberar-
-nos das tensões, liberando toda a energia que está mantendo-nos tensos desnecessariamente.
Iniciaremos pelo rosto, soltando-o completamente. Ao relaxarmos o rosto sentiremos uma
mudança rápida e quase instantânea do nosso estado mental. Ao soltar os músculos da face

154
Vida Infinita

sentiremos uma sensação imediata de calma por conta da liberação de endorfinas.

Parte 2
Na contagem regressiva de dez para um, a cada número contado mentalmente, relaxare-
mos. Comece pela cabeça, seguindo para as outras partes do corpo: pescoço, ombros, tronco,
braços, baixo ventre, pernas e pés. Faça em seguida um scanner com a sua consciência, da
cabeça aos pés, para verificar se todo o corpo já está solto. Se houver uma parte ainda tensa,
leve a consciência até aquele ponto e solte-o.

Parte 3 – Inicie o exercício para entrar em fase quântica. *Pág.152

Parte 4
Criação da imagética sensorial ou posicionamento semântico (comandos).

Parte 5
Disparo criacional e liberação – O disparo criacional representa interromper o processo
quando nos aproximarmos do pico máximo da intensidade da criação.

Parte 6
Preservar a Gestação Consciencial pelo silêncio. Após a criação é necessário selar com o
silêncio, para que a sua gestação não sofra influência e interferência de outras mentes.

O silêncio e a preservação da criação no momento em que deflagramos o processo é muito


importante. Não devemos contar, mencionar nossas criações.
Quando há a atividade mental de outra pessoa, pelo simples fato de revelarmos para aquela
pessoa o nosso projeto criacional, a atividade mental da outra pessoa pode atingir nossa cria-
ção e produzir ruídos ou interferências. Tais interferências não são conscientes. Sendo assim,
o melhor a ser feito é mantermos as gestações conscienciais preservadas até que se realizem
em eventos reais.

Revisando os Pontos do Processo Criacional


1- Lembre-se da importância de manifestar primeiro antes de materializar (ter para rece-
ber).

155
Vida Infinita

2- Relaxe profundamente. Solte-se por completo e realize o scanner de consciência para


reforçar o relaxamento.
3- Criação do imprinting criacional.
4- Disparo Criacional – Esta é a essência do processo e o fundamento principal para ser-
mos bem-sucedidos. É pelo disparo criacional, que implica na liberação total, que iremos nos
libertar da ansiedade e evitar que drenemos nossa própria criação, minando todo o processo
energético envolvido.
A manifestação tende a se realizar no espaço-tempo como realidade se o disparo do pro-
cesso for preciso e completo. Disparar representa liberar o holograma da nossa criação, para
que se desenvolva por conta própria a partir das intenções e sensações neles contidas. Sensa-
ções que se entrelaçam para precipitar a realidade material.

156
Vida Infinita

CAPÍTULO 12

SISTEMA
QUÂNTICO
DE CRIAÇÃO
“O HOMEM É O PRODUTO DOS SEUS PENSAMENTOS.
O QUE ELE PENSA, ELE SE TORNA.”
GANDHI

U
ma nova realidade começa quando mudamos as nossas representações mentais sobre nós
mesmos ou sobre o mundo à nossa volta.
O processo de criação da consciência vem pela observação e não pela absorção. A mudança
consciente do ponto de vista é essencial se quisermos ter mais domínio sobre a qualidade do
mundo que experimentamos. Outro ponto importante é treinar a habilidade de não absorção.
O ato de observar sem emitir juízos, sem fechar conclusões, auxilia-nos sobremaneira a
usar o princípio do observador em seu amplo alcance, pois a condição para que o princípio do
observador funcione é primeiro ser capaz de colocar a realidade em perspectiva. É necessário
haver um espaço entre o observador e o objeto observado. A observação contínua e ansiosa
cria a fusão do observador no objeto de sua observação, o que impede com que haja o colapso
da função de onda pelo poder do observador.
De alguma forma a observação elege um único estado possível na superposição quântica
universal da realidade. Se “olharmos” o tempo todo, o observador não terá como se afastar
daquilo que está observando. O Físico Grego Menas Kafatos corrobora este fato dizendo: “O
Efeito do Observador só funciona quando ele está fora do sistema que pretende observar.”.

157
Vida Infinita

158
Vida Infinita

Ampliando o Princípio do Observador: Observação Ativa & Observação Neutra


Desta forma podemos agora entender que o ato criacional é uma dança delicada que en-
volve diretamente a bidimensionalidade do princípio do observador, ou seja, a observação
ativa e a observação neutra (liberação). Na observação ativa temos o momento em que nossas
consciências entram em estado de foco para evidenciar a possibilidade por ideoplastia (ima-
gem) ou por posicionamento semântico, conforme já explorado anteriormente. Já a observa-
ção neutra é o momento em que colocamos em perspectiva a realidade e soltamos completa-
mente. Esta bidimensionalidade, na prática, ocorre quase simultaneamente.
A observação neutra é muito importante no processo, pois assim evitaremos o efeito Zenão
e não “congelaremos” a densificação probabilística em andamento para que a possibilidade se
realize em evento real. Quando criamos, geramos uma maior densidade das probabilidades
relacionadas ao potencial que desejamos colapsar.
Desenvolver conscientemente o ato criacional e usar efetivamente a bidimensionalidade
do princípio do observador, é um processo sobre o qual ganha-se domínio aos poucos, até
que assumamos definitivamente a função do cocriador. Já foi devidamente abordada a impor-
tância de entrar em fase quântica para o ato criacional, pois a criação deve ocorrer em fase
com a consciência quântica e fora de fase com o sistema, o que implica em dizer que devemos
estar minimamente identificados com o eu mental, o avatar que assumimos temporariamen-
te, o eu baseado em estórias e que está localizado no espaço e tempo.
Sabe-se que as ondas de rádio, mesmo que não as enxerguemos, estão ao nosso redor.
Porém não conseguimos captá-las sem um aparelho, um transdutor sintonizado em suas fre-
quências. Da mesma forma, há uma série de potenciais no universo, disponíveis como ondas
de possibilidades e perfeitamente captáveis por meio da consciência, que é o principal trans-
dutor destas informações. A nossa permissão para conceber é o dial interno que leva-nos a
sintonizar tais ondas.

Fundamentos para o Sistema Criacional


1- Realidade Objetivo/foco
Seja o que quiser colapsar, saiba que o objetivo leva ao foco. Sem foco não é possível canali-
zar o poder da consciência, a função do observador. O estopim do processo é o momento em
que a consciência se focaliza em um ponto. Não importa o quê ou onde queremos chegar, no
momento em que determinamos um foco, a mudança tem o seu início.

159
Vida Infinita

2- Fase Quântica
Digamos que tenhamos um foco muito claro e queiramos colapsar. Entra-se, então, em
fase quântica, atenuamos temporariamente a identificação com o eu localizado, psicológico e
ativamos o modo eu não local, entramos em fase com a consciência quântica. Esta é a melhor
forma de estar acima das múltiplas interferências internas e externas.
Lembremos que ao elevarmos a consciência para o nível não local, as crenças limitantes não
atuam, pois elas são como aplicativas no sistema mental, firmemente instaladas por sedimen-
tação neural por repetição. Tais aplicativos não afetam a consciência cósmica. Até que sejam
desligados e transformados por completo, podemos criar momentos para operar fora do raio
da sua influência.
Posicionamento Semântico & Invocação da informação visual do já concretizado.
Desenvolvemos uma formula (comando positivo) ou criamos a cena do já concretizado e
vivemos sensorialmente a experiência internamente. Falaremos a frente sobre as estruturas
ideais de comandos quânticos para criarmos um posicionamento semântico adequado. Cabe
aqui abordar um aspecto muito importante sobre o status de existência. Toda imagem ou
memória evocada com sinergismo emocional, isto é, que movimenta as nossas emoções cor-
responde à existência. Portanto, é necessário que o posicionamento semântico ou a imagem
produza sensações e nos motive.

Disparo Criacional
O disparo criacional envolve o momento em que cortamos subitamente o processo pró-
ximo do auge ou pico máximo da intensidade criacional. É fundamental que a criação seja
liberada na curva ascendente próximo do climax. Assim criaremos o imprinting criacional.

Criando o Status de Existência


O processo de cocriação ocorre a partir do momento que somos capazes de criar o sinergis-
mo de sensações com a manifestação interior. A conexão com os nossos sentidos permite-nos
experimentar a manifestação interna, a cena para que o sistema nervoso crie o registro da
experiência. Este imprinting criado fará com que toda a manifestação se mantenha ativa em
nós e posteriormente realize-se como um evento real. O imprinting é a presença do status de
existência de uma nova realidade em nós. Alguns dos sintomas fisiológicos, conforme mencio-
nados antes, acusam que estamos desenvolvendo a nova realidade. São eles: aumento da fre-
quência cardíaca, arrepios, sensação de frio na barriga, aumento da temperatura. Tais sintomas
são os mesmos sintomas que temos quando pensamos em algo que almejamos muito.

160
Vida Infinita

As respostas fisiológicas mostram que há conexão suficiente da manifestação com o nosso


sensório e que a consciência reconhece aquela produção interna, a manifestação como reali-
dade ou existência.
Nosso sistema nervoso não diferencia imaginação de realidade. Para provar isso, basta vi-
sualizarmos que estamos espremendo um limão suculento em nossas bocas e notaremos que
a fisiologia irá responder, aumentando o fluxo de saliva e outras sensações. Naquele momento
seu corpo interpreta a informação imaginada como realidade.
Para o sistema mente-corpo não existe matéria, só existe informação. O suco gástrico que
produzimos quando estamos nos alimentando não é produzido porque a matéria está en-
trando no organismo. O que os sentidos processam e o que chega ao cérebro são informações
sensoriais. A partir de tais informações o cérebro lança comandos químicos para o corpo. O
corpo, por sua vez, responde gerando outras informações (reações químicas) para interagir
com a informação recebida. Ou seja, estamos lidando com informações o tempo todo, e não
com a matéria em si.

Informação – O início de tudo.


Ao entendermos que por trás do cenário material a essência é informação, compreende-
remos também que a informação se manifesta em dois níveis: interno e externo. Assim, é
possível deliberadamente produzir informação interna, sensibilizar-nos com a informação
para colapsar a matéria. O nosso sistema é todo programado para isso: a natureza foi muito
inteligente ao criar um sistema fechado como o nosso corpo, com um ótimo condutor de in-
formação, a água. Nosso corpo é composto basicamente por 70% de água. Quando pensamos,
estamos criando ou reproduzindo informações em um nível virtual, mas, ainda sim, todos os
líquidos do corpo entram em ressonância com o teor da informação para representá-la. O
fotógrafo e escritor japonês Masaru Emoto realizou experiências com a água, submetendo-a
ao pensamento humano, e registrou os resultados em fotos que demonstram as diferentes
configurações dos cristais de água, de acordo com o teor de cada pensamento.
Pensamentos ou informações positivas induziam a formação de padrões geométricos de
alta simetria. Já informações negativas, por sua vez, criavam padrões assimétricos e desorde-
nados nos cristais de água. O experimento comprovou o alto poder de ressonância da água e
a presença de uma espécie de inteligência nela.
Imaginemos, a partir desta constatação, o quanto devemos assumir responsabilidade por
nós mesmos e estarmos comprometidos com o que pensamos e sentimos. Não podemos mais
descuidar do que pensamos e sentimos, tendo esta consciência de que todo o nosso organis-
mo toma parte do processo, e que cada pensamento ativa campos de ressonância que levam

161
Vida Infinita

os líquidos do corpo a reverberarem com tais informações.


Somos uma tecnologia de ponta e é preciso apropriar-nos de tais recursos a fim de criar-
mos uma realidade coerente e feliz, pois afinal de contas merecemos o melhor, pelo simples
fato de sermos uma manifestação singular da consciência cósmica, que experimenta o tempo
e o mundo da realização através de nós.

Somos únicos
Quando tomarmos consciência do poder do pensamento e da consciência em nós, natu-
ralmente desenvolveremos maior responsabilidade sobre o que pensamos e sentimos e prio-
rizaremos nosso foco. A mudança na escala macro-planetária surgirá disso. É preciso nutrir
a consciência cada vez mais de conhecimento capaz de ampliar as possibilidades de manifes-
tação e realização.
Quando direcionamos nosso foco para um ponto de referência, aquele ponto modifica-se
em relação a nós e nós nos modificamos em relação a ele. Há o aumento de potencial do co-
lapso de onda pelo simples fato de sustentarmos nosso foco em relação à uma possibilidade.
Por exemplo, você está aqui-agora lendo este livro, usando um corpo material, num momento
do tempo, e ocupando algum lugar no espaço físico. Logo, há 100% de probabilidade de es-
tarmos aqui-agora. Se pararmos um pouco e começarmos a pensar em algum outro lugar que
gostaríamos de ir daqui a pouco, estaremos já interferindo nas probabilidades de estarmos
aqui-agora neste lugar que estamos.
Se levantarmos e começarmos a nos preparar para sair, estaremos então aumentando a
probabilidade de existirmos naquele lugar que pensamos. Vejamos que o foco age o tempo
todo, ao ponto de determinar nossas escolhas e motivação. Assim, poderemos reafirmar que
estamos existindo virtualmente em todas as situações ao mesmo tempo, até que direcionemos
nosso foco para uma dada possibilidade, para então eleger qual existência possível se tornará
real.
Há seres avançados, que dominam a transferência de atenção para um ponto no espaço,
e que conseguem sentirem-se totalmente naquele ponto, a um nível tal que realizam o tele-
transporte por meio da consciência. Usam a superposição quântica e materializam-se, saltam
de um ponto para o outro. Da mesma forma podem usar a superposição para materializar
realidades inteiras, por meio do vácuo quântico, de modo instantâneo.
A Focalização harmoniosa permite-nos entrar em contato com a possibilidade.
Isso é o que devemos fazer para criar o que queremos: entrar em harmonia com aquilo que
quer materializar. Se temos vontade de ter dinheiro, devemos aprender a entrar em harmo-
nia com a energia que o papel representa. Se de forma harmoniosa elevarmos a consciência
162
Vida Infinita

É importante
realizar o
processo
de criação
apenas
uma vez
para cada
objetivo

163
Vida Infinita

e sentirmos o quão maravilhoso é viver em plena prosperidade, e deixarmos com que toda a
nossa unidade mente-corpo participe disso por um momento, e soltarmos completamente, a
prosperidade virá ao nosso encontro inevitavelmente. Isso é tudo que precisa ser feito: entrar-
mos em harmonia com o que queremos.
É necessário harmonizar-se com a possibilidade. O primeiro passo para isso é perceber
que o objeto da nossa manifestação não pode gerar estresse em nós. O estresse cria entropia,
desarmoniza e quebra a unidade interior e com o campo quântico.
É necessário entrar em fase com a energia que queremos provocar a realidade em nossas
vidas, harmonizar-se com ela até que promova em nós um relaxamento. Assim se entra em
fase harmônica. O entrar em fase e em seguida promover o disparo criacional, produz um
estado de relaxamento, uma respiração profunda e agradável, como é o orgasmo.
Enquanto o dinheiro, ou qualquer outra coisa, for uma necessidade emocional urgente
para o nosso bem-estar, não estaremos prontos para manifestar aquilo. O estado de necessi-
dade emocional cria tensão.
Toda necessidade emocional criada por algo material, limita a manifestação daquilo em
nossas vidas.
Precisamos do dinheiro por questões práticas, precisamos das pessoas por questões tam-
bém práticas e de crescimento. Mas não necessitamos do dinheiro ou de pessoas para sentir-
mo-nos melhor. A necessidade é sempre emocional. Aprendemos a criar necessidades emo-
cionais, porém, são apenas crenças que, mais cedo ou mais tarde, cairão por terra quando
despertarmos do sono da matéria.
A necessidade sempre está relacionada a uma demanda emocional. Precisamos, tecnica-
mente, de um eletricista para arrumar a parte elétrica da casa, mas não necessitamos dele. O
precisar não está relacionado ao emocional. Precisamos do datashow para realizarmos uma
palestra, mas não necessitamos deste aparelho para nos sentirmos melhores. Precisamos de
uma roupa bem apresentável para vestir, mas não necessitamos dela para sermos.

Comprometimento com O Melhor


O comprometimento com o melhor é o que diferencia uma vida de realizações de uma
vida sem movimento. O ato de autoapoio, autoacolhimento, é essencial para todos aqueles
que almejam maior domínio sobre a existência. Em momentos que experimentamos situa-
ções desafiadoras, precisamos estar 100% ao nosso lado.
A dedicação para criar uma vida harmônica, por meio de um estado de consciência apri-

164
Vida Infinita

morado, equilibrado, é a melhor forma de ajudar as pessoas. Quando nos tornamos exemplos
de um estado de consciência mais lúcido e pacifico, convidamos as pessoas a tornarem-se
também suas melhores versões.
É preciso ser um ponto de paz no mundo, é preciso ser um ponto de vida e de criatividade,
é preciso ser um ponto de luz.
No entanto, introjetamos a obrigação de que precisamos ser heróis, pois acreditamos na
falsa ideia de que, ao carregar o mundo e pessoas nas costas em detrimento do nosso bem-
-estar, seremos então bem aceitos e valorizados. Estamos por meio de um novo paradigma,
abandonando tais ideias retrógradas que apenas criam mais dificuldades em nossas vidas. Os
verdadeiros gigantes espirituais estão no anonimato. Eles não querem ajudar, querem apenas
sustentar o campo que produz e gera mudanças coletivas, e sabem também que cada indiví-
duo possui seu próprio tempo de desabrochar. Ao tornarmo-nos aquilo que gostaríamos de
ver no mundo, estaremos propagando convites silenciosos, e contribuindo para a mudança
de todos.

Liberar é A Chave
O segredo da criação está em saber liberar. Foram abordados os passos fundamentais para
o ato criacional. Vamos agora sedimentar o último ponto do processo criacional que determi-
nará o sucesso das nossas criações. Todas as etapas anteriores explicadas podem ser executa-
das de forma adequada, mas se houver falha na liberação, ela comprometerá todo o processo.
É necessário chegar ao ponto que antecede o pico máximo de exacerbação do processo
sensorial, para então liberar a criação. Comentamos que há duas formas para realizar isso. A
primeira é produzir a cena do já concretizado, do resultado. Nesta não estamos nos vendo lá,
estamos efetivamente lá com o sentimento de realização e alegria, vivendo o que queremos,
estabelecendo uma relação de sinergia emocional com aquele ambiente. É neste momento, de
reverberação desta cena no corpo, o ponto próximo do climax que liberamos.
Esta liberação deve ser feita no momento em que sentirmos a realização plena de estarmos
vivendo aquilo. Neste ponto, o processo deve ser interrompido de súbito. Apenas deve-se
abrir os olhos. Quanto mais repentino e rápido for o corte, mais profunda será a liberação.

Elaborando o Posicionamento Semântico


A segunda maneira de provocar este processo de criação, é o posicionamento semântico.
Neste, formulamos um comando que deve conter alguns pontos importantes. São eles:

165
Vida Infinita

1 - Tempo presente.
2 - Criação do sentido do já concretizado.
3 - Positivo.
4 - Específico.
5 - Estabelecer relação de causa e efeito.

Seguindo os cinco passos acima, poderemos formular comandos que criarão o significado
para que espontaneamente sintonizemos o potencial.
Digamos que uma pessoa queira manifestar prosperidade. Primeiro ela precisa especificar
qual o âmbito da prosperidade. Se for financeira, ela então almeja prosperar financeiramente.
Assim estaremos sendo específicos. Com o foco bem específico, criaremos a semântica cria-
cional. Usando este exemplo, poderemos colocar da seguinte forma: “Eu sou próspero finan-
ceiramente porque mereço uma vida maravilhosa.”, ou ainda, “Eu prospero financeiramente
porque mereço o melhor”.
No comando, há o estabelecimento de uma relação de causa e efeito. Por que devemos nos
dar o direito de prosperar? Como você responderia esta pergunta? Porque você é incrível?
Porque você merece o melhor? Assim, ao estabelecer relação de causa e efeito, o comando
estará inteligentemente estruturado.

Encontrando O Spin Criacional


Uma vez criado o comando, o próximo passo é descobrir o seu spin no corpo. O spin irá
ancorar a sensação e a imagem no corpo e na mente e com isso será criada uma unidade
criacional que irá retroalimentar o processo naturalmente. A melhor forma de encontrar o
spin (giro), é mentalizar o comando algumas vezes com calma e, primeiro, perceber qual a
sensação que o mesmo causa. Em seguida, procurar localizar em que parte do corpo a sensa-
ção começa. Ao localizar a sensação no corpo, repetir o comando e ao senti-la, perceber para
que lado gira a sensação, sentido horário ou anti-horário. Uma vez descoberto o sentido, será
conhecido o spin do comando.
Assim, ao entrarmos no ato criacional, de forma gentil, mentalizaremos nosso comando
algumas vezes e ficaremos concentrados na sensação. Conscientemente iremos acelerá-la até
perto do ponto máximo da aceleração e interromperemos. Desta forma, estaremos criando.
Poderemos combinar a projeção da cena com o posicionamento semântico ou realizar

166
Vida Infinita

isoladamente um dos dois processos propostos aqui.


O procedimento deve ser feito de forma intensa, uma única vez para cada foco, ou repeti-
-lo algumas vezes, caso não tenhamos sentido a intensidade. Ao realizá-lo de forma adequa-
da, entraremos em quarentena e iremos observar o que acontece neste período de 40 dias. A
quarentena é em média, um prazo para criarmos atualizações de percepção, e percebermos
novos caminhos e eventos sincrônicos na realidade.
Uma vez provocado o disparo criacional, haverá no íntimo de nossas consciências um uni-
verso embrionário que estará desenvolvendo-se, até chegar no ponto de coesão que permitirá
sua expressão material.

“A criação sempre encontra o seu criador em forma de oportunidades ou sequências de


eventos sincrônicos que o levarão a viver uma nova linha do tempo.”

Quando o criador exacerba o sensorial e o corta no momento do pico, ele retorna com a
experiência, com a assinatura energética da autorrealização. A presença desta assinatura leva-
-nos a um estado de contentamento e satisfação. Na ausência de impulso, de ansiedade, há a
aceleração da convergência daquela realidade que já existe internamente.
É importante explorar questões práticas facilitadoras do processo, fixando os passos
necessários para cadenciar a experiência de cocriador consciente ou o ato criacional na prática:

1-Objetivo
2-Fase Quântica
3-Projeção da Cena ou Posicionamento Semântico
4-Sensibilização – Clímax
5-Liberação
6-Selar com o silêncio
7-Ficar atento às oportunidades

Com o decorrer da experimentação, estaremos cada vez mais aptos a desenvolver este pro-
cesso, até mesmo de forma ativa, sem precisarmos entrar em introspecção. Há alguns pontos
importantes a serem considerados. O primeiro é que o objetivo precisa ser claro, o conteúdo
do processo precisa ser algo plausível, algo que admitamos como possível. Caso não seja pos-
sível e plausível para nós, estaremos nos opondo à manifestação, pois qualquer possibilidade

167
Vida Infinita

precisa ser reconhecida internamente como algo viável para cada um de nós.
O segundo ponto é que a criação precisa estar livre e não vinculada a nenhuma condição
para que ocorra. Não envolva pessoas e muito menos afunile as possibilidades. Se desejarmos
uma casa ou um carro, não precisaremos saber de onde virá o recurso ou de que forma isto
acontecerá. A questão central é disparar o processo sentindo-nos vivendo aquele objetivo,
aqui e agora. Ao provocar o disparo criacional, a convergência de situações acontecerá natu-
ralmente e nos levará àquela realidade.

O Horário Ideal Para A Cocriação


Podemos criar a qualquer momento do dia, mas há um horário que por questões relacio-
nados ao perfil hormonal e à certas condições do psiquismo, estamos mais propensos e con-
centrados e temos mais facilidade para ingressarmos no processo criacional, que é as 23:00
horas e as 3:00 horas da manhã. Neste horário há um pico de melatonina, hormônio respon-
sável por regular todo nosso calendário neuro-endócrino. Este hormônio é secretado pela
glândula pineal. A glândula pineal é fotossensível e, por isso, este hormônio só é produzido na
ausência de luz. Além do mais, neste horário, a atividade mental coletiva está mais tranquila,
havendo menos ruído na atmosfera.
A realização do processo deve ser feita de forma solitária, de preferência no escuro. A prá-
tica no escuro auxilia perder a referência de espaço e de tempo, o que atenua o senso de um
eu localizado. Estando mais abstraídos do mundo material e sem processar tempo, ingressa-
remos com muito mais intensidade no processo.
É importante ressaltar que é preciso assumir uma posição adequada com os olhos
fechados, corpo perfeitamente relaxado e a coluna ereta. A coluna ereta confortavelmente
predispõe a um foco maior e cria subliminarmente uma condição interior de maior lucidez e
determinação.
Após seguir os aspectos preparatórios acima, iniciam-se
as etapas já mencionadas do processo.

Roteiro de Prática
Pense numa situação que você quer concretizar. Respire algumas vezes profundamente
inspirando o ar pelas narinas e soltando lentamente pela boca. Repita este processo por pelo
menos 3 vezes com os olhos abertos. Na última respiração, feche os olhos soltando lenta-
mente o ar. Deixe com que o relaxamento atinja o corpo da cabeça aos pés.

168
Vida Infinita

Faça a contagem regressiva de dez para um, procurando soltar o corpo e a mente. Solte a
cabeça, o rosto, os ombros, braços, pernas e pés.
Relaxe a mente, aquiete-se e quando sentir-se bem tranquilo inicie o processo de ingresso
na fase quântica.
Ao constatar que está bem, elevando em perfeita harmonia de fase quântica, inicie o pro-
cesso de manifestação, de exacerbação máxima, aplique todos os sentidos.
Ao chegar ao clímax do processo, dispare-o, interrompendo-o subitamente.
Assim, ao abrir os olhos, sele com o silêncio e deixe que a gestação consciencial da sua
criação aconteça. Este é o início de uma nova consciência e de uma nova vida.

169
Vida Infinita

CONCLUSÃO
A s informações contidas neste livro e ferramentas aqui disponibilizadas tem como in-
tenção fornecer-lhe as bases teóricas e práticas para a transição a um novo estado de
consciência autorreferenciado, harmônico e criativo. Por meio deste novo estado que está
acessando a partir de agora, poderá restaurar e fortalecer a cada dia a conexão com seu as-
pecto expandido, o seu verdadeiro Self, o Eu Quântico Informe.
Tudo em sua vida depende da autoconexão. Estamos, por meio do paradigma quântico,
dando um basta em todas as formas de sofrimento desnecessário e à luta. Há muita vida ao
nosso redor convidando para, de forma alegre e leve, vivê-la. Você merece o melhor por ser
um aspecto único da totalidade.
Quando temos a posse de um estado de consciência quântico, descobrimos que não há
caminho a ser descoberto, pois somos nosso próprio caminho. A separação é uma ilusão
persistente, que ainda assim cederá à intensidade do fogo da consciência.
“Você não é uma gota no oceano. Você é todo o oceano numa gota”. Rumi.

170
Vida Infinita

AGRADECIMENTOS:

A gradeço a todos que participaram da produção deste livro direta ou indiretamente.


Agradeço a Paulo Castilho, Flávio Ferreira, Ivo Fio, Juliana Michelon de Lima, Mateus
Leal, Luiz Bastos, Rodrigo Lorenzo Paschoal e Ana Foureaux Frazão. Agradeço também toda
equipe de consciências extrafísicas que apoiam o meu trabalho, aos meus mentores espirituais
pela sustentação e força que mantém sempre o meu foco e dedicação inabaláveis no desenvol-
vimento e transmissão de conhecimento.

171
Vida Infinita

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, São Paulo)

Frazão, Horácio
Vida Infinita – Aplicações práticas da Teoria Quântica para uma vida bem-sucedida
Horácio Frazão - SP : 2017.

1.Física quântica 2. Teoria quântica 3. Consciência


4. Neurociência 5. Espiritualidade 6. Comportamentos I. Título

ISBN: 9788594293053

17 – 08328 CDD-539

Índices para catálogo sistemático:


1. Física quântica : Teoria quântica 539

Copyright by: Horácio Frazão


Consultoria editorial e revisão: Luíz Bastos, Angela Camargo
Diagramação: Mateus Leal
Capa: Ana Foureaux Frazão - www.anafxfz.com
www.novaliterarte.com.br
contato: editoranovaliterarte@gmail.com
www.facebook.com/editoranovaliterarte

Todos os direitos reservados ao autor.


Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida ou transmitida
por qualquer forma e/ou quaisquer meios
(eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação)
ou arquivada em qualquer sistema
ou banco de dados sem a permissão do autor.

172

Você também pode gostar