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Nero Freitas

Jaqueline Botton
SUMÁRIO
Prefácio............................................................1
A unidade do humano com o divino..............2

Parte 1
Chave do Mentalismo....................................13
A interconexão de tudo ..........................14
Transmute como os alquimistas...........25
A provação da metamorfose.................32
O poder do autodomínio........................36
Cooperação Universal...........................39

Parte 2
Chave da Correspondência..........................46
O enigma oculto......................................47
Exceda a fronteira entre o Micro e o
Macro.......................................................52
A guerra fria............................................57
O ponto de cura.......................................65
Enriquecendo com a expressão............73
Parte 3
Chave do Vibração.........................................79
O movimento infinito..............................80
Qual sua mensagem?.............................84
O novo mundo.........................................88
O precipício da fé....................................92
Manuseando a realidade: se torne
magnético...............................................100

Parte 4
Chave da Polaridade....................................108
A dualidade universal...........................109
O alquimista interior.............................113
Racionalizando a emoção.....................119
Ego polarizado.......................................123
Canalização e Nirvana.........................128

Parte 5
Chave do Ritmo............................................136
As marés da vida...................................137
Ondas Sucessivas..................................141
Durante a maré baixa..........................146
Abranja os obstáculos...........................150
O pêndulo incisivo.................................155
Parte 6
Chave da Causa e Efeito...........................158
Ação e reação........................................159
Desvendando o acaso..........................166
Enxergue seu ponto cego....................172
Reprogramação cerebral...................178
A crença mortal....................................185

Parte 7
Chave do Gênero..........................................191
Os opostos se atraem............................192
Dominando a convivência...................198
Arquiteto da realidade.........................207
Criação, geração e regeneração........215
O fim do dilúvio.....................................220

O Homem de Ouro.................................226
PREFÁCIO
“Os lábios da sabedoria estão fechados
exceto aos ouvidos do entendimento.”

As palavras humanas são insuficientes para


explicar a lógica de Deus. Guie-se através
da sua consciência, pois ela é o que há de
mais próximo do Criador.

1
A UNIDADE DO DIVINO COM O
HUMANO

No início dos tempos, a Mente foi a


primeira criação de Deus – o Todo, que era
tudo ao redor, até mesmo quando tudo
ainda era nada. A Mente foi a responsável
por criar 7 planetas e os colocar girando
respectivamente em suas órbitas.

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Deus, então, delimita sua próxima criação:
o Primeiro Homem, nomeando-o de
‘’Espírito da Humanidade’’. Este fora criado
à imagem de Deus e na dualidade dos
elementos, sendo composto com o feminino
e o masculino; tal como era ar enquanto
simultaneamente era fogo.
O recém-criado Espírito da Humanidade
observa que seu irmão, a Mente, foi o
criador dos planetas e em seu Ser emerge a
súbita vontade de se tornar também um
criador. Deus lhe concede a permissão para
que este possa criar, instruindo-o para
observar qual criação gostaria de gerar. O
Primeiro Homem, repleto de sagacidade
desde os primórdios, instantaneamente
lembra-se dos 7 planetas criados pela
Mente e decide perambular por todos eles
de modo a compreender as bases de uma
criação.
Ao contrário dos planetas criados, o
Primeiro Homem poderia se tornar um
criador, pois recebeu o dom da criatividade.

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Ele poderia idealizar e estruturar
originalmente, fazendo o papel de um
grande arquiteto. À medida que o Primeiro
Homem adentra pelas esferas planetárias,
cada planeta lhe concede um pedaço de si
para implantar na natureza da sua criação
final; os planetas lhe cedem um pouco de
sua própria energia, um resquício de sua
singularidade e um fragmento de sua
essência individual.

E assim começou.
Foi assim que o Primeiro Homem
atravessou as fronteiras e chegou em
Saturno.

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Este planeta representa limites, divisas e
extremidades, o mundo material em
oposição ao mundo espiritual. Saturno
retrata também a materialidade e o Tempo,
que não pode existir sem a matéria. Por
representar limites, Saturno é visto como
um governante severo, encarregado de nos
avisar quando ultrapassamos os limites
aceitáveis.
Em seguida, o Primeiro Homem chega até
Júpiter, o doador das leis e da
generosidade, o princípio da expansão e
desenvolvimento. Após ele, está Marte, o
planeta que leva o nome do
Deus da Guerra – este rege a hostilidade, a
potência que sustenta todas as ações, o
planeta dos desejos e da sexualidade.

Agora o Espírito da Humanidade


carregava consigo um pequeno pedaço de
Saturno: tempo, limites e extremos,
Júpiter: leis, recompensa e crescimento e
Marte: ação, potência e desejo.

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Em seguida veio o Sol, cuja luz era tão
brilhante que o Espírito da Humanidade
quase se cegou diante de sua luminosidade.
Essa luz cintilante representa o mais
profundo espírito da individualidade; mas
o pequeno fragmento que o Sol inseriu na
criação do Primeiro Homem, às vezes mal
manejada, é suficiente apenas para
manifestar o puro egoísmo. E assim o
Primeiro Homem ganhou pela primeira vez
o ego que serviria para o individualizar,
mas por seu poder intangível, este também
poderia enganá-lo vez ou outra.
O próximo planeta é Vênus, que seduz o
Espirito da Humanidade através das
promessas de riqueza, amor e nobreza;
Vênus lhe transmite um pouco de sua
energia magnética e apresenta a
abundância do Universo a ele.
Após Vênus, veio Mercúrio, o trapaceiro
que está sempre um passo à frente, o
ladrão, o princípio que pode manter nossas
mentes em movimento como as rodas
giratórias dos ratos engaiolados.

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Mercúrio é o princípio que nos torna
inteligentes, calculistas e capazes de fazer
malabarismos com os milhares de
pensamentos que circulam por nosso Ser.
Esse é o princípio do movimento, da
mudança, da curiosidade – mas adverte,
esta é a mesma curiosidade que “matou o
gato” – tal como o ego, a curiosidade
precisa de prudência. Se existe dúvida
quanto à forma trapaceira de agir de
Mercúrio, tente interromper o movimento
de seus pensamentos ou mesmo, dormir
quando tiver um milhão de coisas em
mente. É impossível interromper seu fluxo,
pois este princípio é mestre em permanecer
onde não é desejado.
Finalmente, após uma longa viagem, o
Primeiro Homem alcança a Fronteira
Final, a esfera da Lua. A Lua é a guardiã
dos hábitos, das emoções e dos instintos –
na última etapa da jornada, o Espírito da
Humanidade é apresentado ao padrão
guardado dentro de cada Ser, suas práticas
cotidianas e seus ciclos intermináveis.

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É aqui onde se encontra o núcleo do que
alguns consideram o ‘acaso’, essas são as
barreiras que impedem ou impulsionam,
são as determinações do destino a cada
segundo. Os planetas por onde o Primeiro
Homem passa servem para reforçar sua
natureza e criar mais fragmentos que
compõem sua criação final: a humanidade.

Agora o Espírito da Humanidade


carregava consigo um pequeno pedaço do
Sol: ego, individualidade e autenticidade,
Vênus: prosperidade, abundância e
merecimento, Mercúrio: inteligência,
estratégia e calculismo e Lua: hábitos,
emoções e instintos.

À medida que o Primeiro Homem avança


pelas órbitas de cada planeta, ele se torna
cada vez menos consciente do espaço-Deus
e mais curioso e apegado às experiências do
que está por vir.
As distrações de cada um dos planetas
somaram-se umas às outras até que...

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a primeira lembrança do Primeiro Homem
– Deus, o Todo – fosse apenas uma imagem
adormecida na parte de trás de sua
consciência.

Ultrapassando a fronteira da Lua, o


Primeiro Homem vê a Natureza, composta
de Terra e Água, sendo essa a representação
da matéria e da ausência dos princípios de
gênero – o Espírito da Humanidade, ao
contrário, é Ar e Fogo e continha o
masculino e feminino. Terra e água são
materiais. Eles são os blocos de construção
do ser humano físico. E os humanos são
criados a partir da junção do espírito e da
matéria – quando O Primeiro Homem e a
Natureza se encontram e se fundem num
só.
O Espírito da Humanidade olha para a
Natureza e vê pela primeira vez seu reflexo
nas águas. A imagem delineada pela
sombra e refletida de volta para ele pelas
águas é a imagem do próprio Deus, pois sua
criação foi feita à imagem de Dele.

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Assim, o Primeiro Homem, lembrando-se
da imagem de Deus ao vê-la em seu reflexo
na água, imediatamente se apaixona pela
Natureza – esta última, ao vê-lo, também
reconhece a imagem de Deus nele. A paixão
se torna recíproca e dessa forma, a
Natureza deseja se unir a ele, tanto quanto
ele deseja de unir a ela.
Ambos ansiando firmemente por vossa
união, recebem a permissão de Deus para a
unificação do Espírito da Humanidade e a
Natureza Física; unindo-se numa só
unidade e concebendo finalmente a criação
do ser humano físico.

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A última etapa da jornada do
Primeiro Homem guarda alguns
segredos que devem ser desvendados
antes de prosseguir viagem de volta
ao Todo...

Para retornar a Deus, o homem deve viajar


de volta pelas esferas dos planetas,
devolvendo a cada planeta aquilo que lhe
foi dado inicialmente. A Lua é o primeiro
planeta pelo qual devemos passar na nossa
viagem alegórica de regresso a Deus e, em
termos simbólicos, a primeira fronteira é a
mais difícil de ultrapassar, porque temos
menos consciência dela – não temos
compreensão ampla dos hábitos e emoções
que nos seguem durante toda a vida.

Antes de podermos prosseguir...


devemos tomar consciência da nossa
inconsciência e ver através da escuridão – a
consciência da nossa sombra.

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A Lua cheia, oposta ao Sol, é visível para
nós. É brilhante o suficiente para iluminar a
noite e a escuridão. Portanto, para romper o
primeiro círculo e alcançar os outros
planetas, devemos quebrar os hábitos da
Lua e começar a observar os nossos
próprios comportamentos e pensamentos
inconscientes. O medo é o de sair do
familiar, do conhecido, da segurança das
nossas ilusões. O antídoto é observar onde o
hábito acorrenta seu espírito – a liberdade
suprema mora nesta descoberta
fundamental.

12
Parte 1
PRINCÍPIO DA MENTALISMO
‘’O Todo é Mente. O universo é mental.’’
A primeira chave da existência física é a
Mente. Nada acontece na realidade sem que
antes tenha sido concebido por ela. É aqui
onde seu poder maior se concentra; vire a
chave do entendimento pleno para acessar
seu potencial máximo.

13
A INTERCONEXÃO DE TUDO

A Mente foi a primeira criação de Deus no


simbólico conto da origem do Primeiro
Homem, por isso o mesmo ocorre na
existência física. Antes de sermos qualquer
elemento, somos uma mente: temos uma
consciência no comando que nos guia todo
o tempo, que delimita nossas verdades e
nos traduz o que compreendemos do
mundo. Com o passar da vida, podemos nos
afastar do intangível poder que a mente
guarda: veja, o ‘poder’ citado está longe de
ser uma magia sem explicação. O poder da
mente pode ser visto através da dimensão
do homem: alguns seres humanos
chegaram muito longe em suas vidas,
construíram verdadeiros impérios do zero e
triunfaram mesmo em circunstâncias
desfavoráveis. Outros, morreram no exato
lugar de seus nascimentos, mas não o lugar
físico como a mesma casa ou bairro: com a
mente no mesmo lugar, não expandiram o
conhecimento, não exploraram a

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a consciência que lhes foi dada e pouco
entenderam sobre a vida. Os dois homens
dos exemplos tinham a mesma natureza,
porém, apenas um explorou seu potencial e
foi recompensado por isso.
Assim é a mente, sua capacidade está
disponível para nós, mas precisamos
querer encontrá-la.

O pensamento corre num fluxo tão rápido


quanto uma montanha-russa, diversas
ideias surgem e se vão. Mas algumas ideias
são traiçoeiras e nos fisgam apenas pela
insistência em sustentá-las. Os
pensamentos têm ramificações: um
pensamento que leva a outro, que leva ao
próximo; e assim nossa mente nos leva ao
paraíso ou ao abismo.
Não chegamos a ponto extremo algum na
vida sem termos pensado fortemente na
ideia central por muito tempo. É
emblemático ver a quantidade de pessoas
que relatam terem vivido seus maiores
medos na vida, quer dizer...

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emblemático para quem não conhece o
princípio do Mentalismo. Aquele medo foi
relembrado, sustentado, alimentado, até
que passasse de um pequeno pensamento
de pavor para uma realidade presente na
vida. E não, novamente, não é uma magia
sem explicação. Acontece que o
pensamento sustentado move sua vida, é
como se você inconscientemente se
tornasse exatamente a pessoa que vive
aquele medo. Querendo fugir dele, é
quando você se encaminha para lá: de tanto
tentar evitá-lo, ele chega cada vez mais
perto.

Conheci uma garota na minha cidade natal


que tinha a forte crença de que todos os
finais de ano de sua vida eram terríveis.
Todo ano acontecia algo indesejado e sua
passagem de ano era insatisfatória, não
importava o quanto se planejasse.
A garota já havia percebido que alguma
coisa estava errada, nessa época do ano o
que mais se via era felicidade por todos os

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lados; menos para ela.
‘Por que será?’ – erguntava a si
mesma.
O que ela não percebia era que temendo
que mais uma vez aquela crença se
concretizasse, ela própria se armava para se
defender, porém, essa mesma defesa era a
causa de seus problemas. Se tornava
ríspida, desanimada pelo que sabia que
estava por vir e hostil para com os outros:
assim ela encontrava problemas que não
queriam lhe encontrar, mas ela fazia
acontecer.

O princípio do Mentalismo enfatiza a


interconexão de tudo: a profunda ligação
entre todos os pensamentos e as
experiências. Nossos pensamentos simples,
aqueles que lembramos uma vez ou outra,
são inofensivos. As verdadeiras dores de
cabeça moram nos pensamentos que se
repetem tantas, mas tantas vezes que se
tornam verdades para nós. É provável que
essas verdades sejam mentiras para os

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outros, como, por exemplo, a passagem de
ano insatisfatória só ocorria para aquela
garota e não para todo mundo. Mas na
nossa vida individual, temos nossas razões
para a acreditar que essas mentiras são
reais – conforme as situações se
desenrolam exatamente como esperamos,
nossas crenças são reforçadas para nós e
nos tornamos mais convictos que antes.

As crenças infundadas são a causa do nosso


sofrimento na Terra. Deus não nos
colocaria aqui neste mundo para sofrer,
mas, ele colocaria nas nossas mãos o
autodomínio de determinar o que moldaria
nossa vida – nosso erro é viver a vida
inteira dentro de nossa mente e não
perceber que a vida sempre nos trouxe o
que estávamos esperando profundamente,
com a mais pura convicção, da exata forma
que se foi esperado.
Nos relacionamentos afetivos isso se torna
sempre evidente: a pessoa que veio de
família agressiva encontra um parceiro

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igualmente agressivo – enquanto todas as
outras têm parceiros tranquilos. A pessoa
traída uma vez que entrou num ciclo de
traições mesmo com outros parceiros
posteriores – enquanto todas as outras não
passam por isso. A pessoa que deseja, mas
não consegue um relacionamento mesmo
sendo atraente, independente e repleta de
qualidades – enquanto outras até menos
qualificadas tem filas de pessoas querendo
as conhecer. São milhares de exemplos de
ciclos que se repetem, não importa a
circunstância. Essas são manifestações da
mente. São as verdades que moldam a
experiência através do comportamento.

Existem verdades internas que nos guiam


feito bússolas.
Essas verdades são como faróis iluminando
os caminhos disponíveis para nós. Quando
um caminho não está em harmonia com a
sua verdade internalizada, ele se torna a
mais pura escuridão, ficando
completamente invisível para seus olhos.

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O caminho continua no mesmo lugar, você
quem se torna cego para ele. Como no
exemplo dos relacionamentos afetivos, a
pessoa que encontra um parceiro agressivo
passa por muitas outras pessoas até
encontrá-lo, mas essas pessoas podem
sequer terem sido vistas – elas estavam
invisíveis aos olhos, pois eram
incompatíveis com a verdade internalizada.

Como podemos ter certezas na vida se as


experiências nos disserem o contrário?
Então, teríamos que aceitar estarmos
errados sobre algo e você sabe, nunca
queremos estar errados.
Entretanto, olhando para um lado
específico da vida, facilmente nos
esquecemos do conceito da abundância. O
universo é ilimitado: existem milhares de
pessoas. Milhares de lugares. Milhares de
experiências. Milhares de formas diferentes
de interpretar a vida.
A abundância não é nada mais nada menos
que as milhares de possibilidades de tudo.

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A crença limitante por si só já anuncia seu
papel: limitar a perspectiva e reduzir a
grandiosidade até que se torne algo ínfimo.
Para saber se uma crença é real ou
mentirosa, existe uma forma exata: perceba
se na abundância do mundo, entre os
milhares de seres existentes, se existe
apenas um que quebre a sua crença.
Digamos que a crença seja ‘todas as pessoas
são más’. Se existir apenas uma pessoa
onde essa crença não se aplique, então se
trata de uma crença mentirosa. Entenda
que uma verdade se aplica para tudo. O
princípio do Mentalismo funciona para
todos os seres conscientes do planeta, logo,
é uma verdade. Não existe possibilidade de
se aplicar para uma metade e para outra,
não. O que existe são seres que ainda não
despertaram para o conhecimento de suas
mentes.

O ponto central da crença é que não se


muda uma crença desejando não pensar
mais nela, dessa forma, você apenas

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pensará mais. É como eu dizer para você:
não pense num elefante. E você pensará.
Muda-se uma crença implantando uma
nova crença em substituição da antiga. Se
o pensamento antigo seria ‘todas as pessoas
são más’; o novo deve ser ‘algumas pessoas
são realmente más, mas existe uma
parcela das que não são’. Esse deve ser o
caminho para a ressignificação de uma
crença. Dessa forma, você deixará de ser
hostil em função da crença da ‘maldade’ e
novas e melhores pessoas se aproximarão
de você através da soma entre o tempo e a
sua mudança de comportamento.

O princípio do Mentalismo implica ver tudo


o que você pensa. Ele é como um binóculo
em seus olhos focalizando apenas uma
parte do mundo. Mas tem algo realmente
curioso sobre a natureza humana: a maioria
de nós possui o hábito de pensar
justamente no que não quer. Num trabalho
novo, seu maior medo é que seu novo chefe
não goste de você – adivinhe o que

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acontecerá em seguida. Num
relacionamento, seu maior medo é de uma
traição – adivinhe o que acontecerá em
seguida. Financeiramente seu maior medo
é falir – adivinhe...
Nossos medos não devem ser ignorados,
mas também não devem ser focalizados. Os
medos têm o dever de nos sinalizar as
bandeiras vermelhas e nos mostrar pontos
que precisam de atenção.
Por que diabos alguém entra num
relacionamento com medo de ser traído ou
recorrentemente pensa no dinheiro com o
viés da falta?
Entender essas questões te levará até as
respostas dos seus problemas. O medo e a
insegurança têm um núcleo que deve ser
decifrado.
Será que você tem medo que o dinheiro
falte porque se sente incapaz de
desenvolver habilidades que tragam mais
dinheiro? Se esta for a resposta, você
encontrou o quê da questão. Claro que este
é apenas mais um exemplo, as respostas

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podem ser centenas – encontre o núcleo do
seu medo, a razão por que ele existe e
trabalhe nela até que o senso da segurança
aniquile qualquer insegurança.

Vigie seus pensamentos... principalmente


aqueles que se tornam verdades a longo
prazo.

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TRANSMUTE COMO OS
ALQUIMISTAS
Por muito tempo, os alquimistas
procuraram pela pedra filosofal, uma
substância que, segundo a crença
alquímica, possuía propriedades
extraordinárias, incluindo até a função
transformar metais comuns em ouro.
Hoje, podemos dizer que por trás da pedra
filosofal, estaria guardada uma metáfora
para um processo mental.
O que os alquimistas queriam não era o
ouro, suas crenças não eram totalmente
materialistas. Para a época, alguns assuntos
alquímicos poderiam ser interpretados de
maneiras negativas, então a transformação
do metal em ouro metaforicamente
significava decifrar a jornada do homem
comum até o Homem de Ouro: a
autodescoberta, a purificação e elevação
espiritual para alcançar um estado mais
elevado da consciência e proximidade com
o divino. O ser humano é capaz de muito, já

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vimos anteriormente a capacidade da
mente. Quando olhamos para o mundo,
criamos tudo existente após os elementos-
base da natureza vindos de Deus. Mentes
brilhantes deram vida as brilhantes
invenções que vemos diariamente e que
vieram para facilitar a vida cotidiana. Mas
assim como essa capacidade foi investida
em fins úteis, o indesejado também foi
criado – a dualidade existe, entenderemos
melhor à diante no princípio da Polaridade
(guarde esse nome). Observar o mundo de
perto pode quebrar nossa fé, nos fazer
duvidar da obra divina.
Quantas vezes vemos pessoas culpando a
Deus pelas atrocidades feitas pelas mãos
humanas? Enxergamos responsabilidade
em tudo, menos em nós.
Vivendo num mundo quebrado podemos
nos infectar pelo ambiente. Nem sempre
sairemos puros de um ambiente sujo,
somos completamente influenciáveis pelo
meio. As estruturas que sustentam a fé
fraquejam e a frustração corre pela veia

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como o sangue. Experimentamos as
sensações terríveis da dor física e emocional
– alguns acreditam até que a emocional
supera a física. Com isso, nos afastamos
das ideias primordiais de Deus, esquecemos
que Deus está em tudo, mas nem tudo está
em Deus. Nos aproximamos dos
sentimentos ruins e das emoções
devastadoras.
É visto que tudo que se trata de emoções,
quando revertidas para a energia
primordial, possuem vibrações. Tudo
possui vibração – as pessoas, os ambientes,
as músicas, os filmes, as emoções – tudo.
Nas pessoas e ambientes é visível como
alguns nos trazem as melhores sensações,
enquanto outros, as piores. O mesmo vale
para as músicas e artes em geral: elas
passam uma emoção que pode influenciar o
nosso humor.
Nossos pensamentos também possuem
vibração. Repare como os grupos de amigos
possuem harmonia entre si, algo entre eles
que os unem além no visível. O mesmo

27
para ambientes, como as casas e as
empresas; uma família e um grupo
empresarial que vive junto possuem
harmonia entre si. É impossível
permanecer num local ou com companhias
que não são compatíveis.
A transmutação é a arte de transformar
algo em outro algo – como o metal que se
torna ouro. A vibração que totalmente
influencia em nossa vida também pode e
deve ser transmutada, ou seja, passamos
pela mudança de pensamento que
influencia a mudança emocional.

A vibração é a quarta dimensão do


nosso universo – a terceira dimensão é
esta onde tocamos os objetos, onde
enxergamos o mundo tangível – a
quarta dimensão se trata do invisível
da vida, aquele que não vemos, mas
sentimos, tal como Deus, o amor e a
raiva. A vibração determina quem se
sente em harmonia com você para estar
ao seu redor.

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Comece a reparar a partir de hoje o que
une você aos ambientes que frequenta e
as pessoas que rondam sua vida. Às
vezes nos cegamos pelo viés emocional
e nos prendemos a elementos que não
condizem com a vida que estamos
buscando. As pessoas com quem
convivemos estão em compatibilidade
para conosco – se desejamos elevar a
nossa vibração, mudanças devem ser
feitas. Não se pode viver com um pé no
céu e outro no inferno.
A vibração pode ser facilmente
percebida observando seus estados
mentais. Quando você está feliz e em
um estado mental positivo, você vê o
mundo como um lugar fascinante e
extraordinário. Da mesma forma,
quando você está com raiva ou triste e
em um estado mental negativo, você
molda o mundo ao seu redor para se
adaptar a esse estado mental e não
consegue enxergar nada além do
negativo. Como resultado, o mundo ao

29
seu redor parece um lugar miserável,
pois o seu estado mental molda a sua
realidade. O universo é mental.
A transmutação mental nos convida a
não colocar limite de tempo naquilo que
queremos. O tempo existe nessa
dimensão como o conhecemos desde o
nascimento, mas para Deus e a Mente, a
funcionalidade do tempo excede a
nossa compreensão. Deus não age em
função do tempo: como prometer com
base em dias ou meses para uma
realização se manifestar. A pressa
derivada do tempo é um dos fatores que
atrapalham nosso desenvolvimento,
tendo em vista que somos impacientes
por natureza. Não pense em termos de
tempo, não coloque limite no
pensamento.
A melhor forma de induzir uma
mudança é agir como se ela já existisse.
Caímos diversas vezes no conto de
esperar o aval do universo para agir no
‘melhor momento’ – mas essa espera é

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uma ilusão da mente incapaz que não
quer agir no agora. O aval acontece a
todo momento, se deseja ser algo,
apenas dê o primeiro passo
imediatamente e os próximos irão se
clarear. Porém, é impossível ver o
segundo passo sem ter trilhado o
primeiro.
Use a transmutação mental para agir
em seu estado vibratório – se deseja se
tornar um tipo específico de pessoa, se
comporte, se vista e pense como se já
fosse essa pessoa. Você está adestrando
sua mente para o que quer que aconteça
na sua vida e sua mente encontrará um
jeito de chegar até lá. Sustentando essa
mudança pelo tempo necessário,
quando se der conta, já terá se tornado
o que sempre quis. Isto significa que a
realidade em que vivemos surge como
resultado direto dos nossos
pensamentos e consciência. Esta é uma
lei imutável e constante da natureza.

31
A PROVAÇÃO DA
METAMORFOSE
Quando um Ser muda tanto ao ponto de se
tornar irreconhecível quando comparado a
quem foi antes, pode-se considerar um
renascimento.
Os pensamentos são outros, os sentimentos
acompanharam a mudança, a vibração foi
transmutada e a harmonia com os antigos
ambientes se esvaíram, o fluxo de pessoas
levou quem deveria e trouxe quem está em
harmonia com quem você é agora. Quem é
você, se não seus pensamentos,
sentimentos, ambientes cotidianos e
vínculos pessoais?
Uma antiga pessoa se foi, dando espaço
para uma nova surgir.
Às vezes nos concentramos tanto nas
mudanças visíveis que desejamos, que não
percebemos que a maior metamorfose que
ocorre é a interna.
A mudanças físicas ocorrem lentamente,
com menor velocidade que o fluxo do
pensamento.
32
O desenvolvimento que alcançamos não
muda apenas nossa vida, muda também
quem somos. Novos hábitos são adquiridos,
novas aspirações e habilidades nos fazem
nascer mais uma vez.
Tente mover o mundo - o primeiro passo
será mover a si mesmo. Foram essas as
palavras de Platão. Mudar a si é como
descobrir um mundo inteiro escurecido que
se clareia quando um simples pensamento
novo atravessa sua mente e então, todo um
novo universo se abre instantaneamente.
O Princípio do Mentalismo é a chave para a
liberdade da sua alma, pois lhe ensina que
não pertencemos a lugar algum, não somos
nada específico: mas estamos num estado
de vir a ser, somos amorfos e moldáveis.
Lamentável é o caso da pessoa onde anos se
passam e ela se torna sempre mais de si
mesma. Nada aprende com a vida e ignora
as chances de expandir quem já é, pois,
aquele que acha que sabe de tudo, está
impossibilitado de aprender mais. Os
corrompidos pelo ego já deixaram de viver

33
sem mesmo saber; a vida é o fluxo da
mudança, a estagnação é o oposto da vida.
Sem evolução a alma adoece.
Quem você é hoje não é quem você será
amanhã – não relute contra a metanoia.
Não se alcança um novo cenário na vida
sendo a mesma antiga pessoa, afinal, quem
se era foi um fruto do antigo cenário onde
se habitou. Não impeça o fluxo das
próximas mudanças se não quiser ficar
estagnado onde está.
A metamorfose do espírito pode ser
dolorosa ao ego. Seu interno quer mudar,
mas algo em você reluta contra isso.
Romper padrões sustentados por muito
tempo pode se assemelhar com a Síndrome
do Impostor: a mente constrói
autossabotagens para sua própria proteção,
o cérebro tem resistência em aceitar os
padrões novos e situações inusitadas
podem colocar sua vontade de mudança sob
teste – você deve aprender a resistir a
essas provações.
É fundamental confirmar em todas as

34
situações que você é uma nova pessoa.

Situações adversas testam sua mudança


para garantir se ela realmente é
definitiva. Exemplo: imagine que você é
um comprador impulsivo e gasta o que
não tem, então, decide romper esse
padrão. No momento da decisão, sua
vontade pode ser colocada em cheque
por situações adversas. De repente, algo
que você sempre quis adquirir entra
numa promoção ‘imperdível’. Ceder ao
antigo padrão e realizar a compra
transmite ao seu inconsciente a
mensagem de que mudança não é real e
o antigo padrão de comportamento
ainda é o principal modo de agir. Por
outro lado, controlar a vontade da
compra transmite a mensagem de
estabilidade frente a mudança recém
feita. Sustente a mudança.

35
O PODER DO
AUTODOMÍNIO
Todas as pessoas possuem algo que
comanda suas vidas. Às mais despertas é a
mente. Alguns presos as decisões ruins se
guiam pelo vício. Outros, pelo acaso,
permitem que suas vidas aconteçam de
forma aleatória: não possuem requisitos
para selecionar quem têm acesso a eles,
caem em empregos aleatórios e passam a
vida lamentando como queriam ter
encontrado circunstâncias melhores. As
últimas, menos conscientes, se guiam pelo
emocional: permitem que suas emoções
definam como irão reagir, perdem o
autocontrole e entregam nas mãos dos
sentimentos as rédeas de suas vidas.
Para quem quer se movimentar do ponto A
ao B, deve-se primeiro entender que
emoções incontroladas controlam você.
Não se deve ser omisso e permitir que as
mãos da aleatoriedade determinem o futuro
decorrente das suas ações – mas não se

36
pode também ser permissivo além do
ponto. Existe um grau correto para todos os
comportamentos, saber equilibrá-los cada
qual para cada momento oportuno é o
triunfo do autodomínio.
Quando inconscientes da necessidade do
controle dos instintos, podemos considerar
normal viver pautado nas emoções. O
problema é que elas podem nos enganar:
suas emoções afetam a maneira como você
percebe os eventos e isso pode afastar as
pessoas que você gostaria que ficassem por
perto. Nossos sentimentos podem distorcer
nossa percepção da realidade e nos levar a
tomar decisões impulsivas e prejudiciais.
Quando permitimos que nossas emoções
nos dominem, estamos entregando o mapa
da nossa vida a um capitão imprevisível. É
como navegar em um mar tempestuoso sem
qualquer controle sobre o curso do navio.
Conquistar a admiração e o respeito dos
outros inclui ser uma pessoa exata; não
extrapole, mas também negligencie.
Encontre o momento de agir, aprimorar

37
suas habilidades de regulação emocional te
tornará mentalmente mais forte. O maior
ato de autodomínio é controlar seus
impulsos básicos. Pode-se dizer até mesmo
que essa seria a uma das poucas formas
disponíveis de autodomínio. Alguém que
não controla os próprios instintos,
dificilmente controlará algo além disso.
No entanto, não devemos cair no extremo
oposto: o autocontrole não significa
suprimir ou negar nossos sentimentos, mas
sim gerenciá-los de maneira apropriada.
Cada situação exige um equilíbrio diferente
entre a expressão de nossos sentimentos e a
contenção deles. Ao experimentar as
emoções desagradáveis, permita-se manter
o controle do seu pensamento, buscando
racionalmente o melhor caminho para
seguir dentro da situação.
Manipular suas emoções é manusear os
eventos decorrentes das suas atitudes.

38
COOPERAÇÃO UNIVERSAL

Tudo começa na mente, e a maneira como


as peças se encaixam no tabuleiro da sua
vida não é exceção.
O princípio do Mentalismo nos lembra que
o universo é composto tanto pelo visível
quanto pelo invisível. O visível está ao
alcance dos nossos olhos, mas o invisível
age nos bastidores, moldando nossas
experiências e relações de formas sutis e
poderosas. O tempo todo, pessoas estão
sendo atraídas feito um ímã para a vida de
alguns, ao mesmo passo em que podem ser
afastadas de outras. E isso tem uma
explicação.
Nós, seres humanos, somos diferentes do
resto das espécies porque temos a
criatividade do Primeiro Homem: nós
temos o potencial de guardar registros
mentais. Somos feitos primeiro
mentalmente. Temos uma imagem visual e
simbólica dentro de nossa cabeça sobre
quem imaginamos que somos.

39
Essa imagem mental se chama Autoimagem
e inclui do físico até a personalidade, inclui
os traços característicos que alegamos ter,
qualidades, defeitos, aspirações e também
as suposições que temos sobre como os
outros nos enxergam e pensam a nosso
respeito.
O mundo ao nosso redor age em sintonia
com essa imagem mental que nutrimos de
nós mesmos, sua autoimagem será
confirmada através das experiências e das
pessoas. É por isso que, muitas vezes, as
pessoas parecem confirmar com palavras e
ações exatamente o que pensamos sobre
nós mesmos – elas estão cooperando com
nossa forma de pensar.
Diante de um dedo que se aponta em nossa
direção, temos a tendência a armar as
defesas contra a ofensa. Entretanto, não faz
mal fazer da crítica ‘alheia’ uma autocrítica.
Não conhecemos todas as partes de nós.
Temos uma sombra inconsciente que
guarda tudo que gostaríamos de suprimir –
as verdades inquietantes que insistimos em

40
fingir que não estão lá. Os impulsos
destrutivos que esquecemos de listar
quando estamos fazendo um mapa de nós.
Porém, ao mesmo tempo em que temos
uma incapacidade de ver a nossa sombra,
podemos com facilidade ver a sombra das
outras pessoas. Assim acontece dos outros
para nós, também. Esse fenômeno acontece
porque os outros também estão refletindo
nossa própria sombra de volta para nós.
Algumas pessoas apenas surgem em nossas
vidas para nos confirmar o que já sabemos
– ou fingimos não saber – previamente.
Pessoas com complexo de inferioridade
trarão para suas vidas pessoas com
complexo de superioridade que reforçarão
suas crenças de insignificância, o mesmo
vale para todos os outros pensamentos
nutridos sobre si. No geral, todas as
pessoas que surgem na sua vida trazem
uma mensagem consigo próprias –
reconheça qual o papel de cada Ser no seu
cotidiano. O invisível da vida acontece o
tempo todo: emitimos mensagens

41
vibratórias, comportamentais e mentais uns
aos outros. Aprendemos a reconhecer e
lidar com diferentes tipos de indivíduos ao
longo de nossa jornada. Alguns exigem
mais respeito, outros naturalmente se
apagam sozinhos, alguns conquistam nossa
consideração sem esforço, enquanto outros
despertam antipatia sem uma única razão
aparente. Essas não são reações aleatórias,
mas sim moldadas pelas imagens
individuais que cada pessoa nutre de si e
que nos levam a agir de maneiras
específicas em relação a elas.
Mudar a maneira como somos percebidos
pelos outros exige uma jornada interna de
autotransformação, começando por alterar
a maneira como nos vemos e valorizamos.
O primeiro passo para essa mudança é criar
uma imagem mental clara e inspiradora de
quem desejamos nos tornar. É como
esboçar o personagem principal de uma
história que queremos contar. Qualidades
como autoconfiança, inteligência,
integridade, liderança e resiliência podem

42
fazer parte desse retrato. Visualize esse
personagem ideal com riqueza de detalhes,
desde a maneira como ele se comporta até
como lida com desafios e relacionamentos.
É como se estivéssemos escrevendo o
roteiro do personagem que desejamos
encenar na grande peça da vida, por isso,
não hesite se precisar listar a sua nova
forma de ser como se de fato estivesse
criando um personagem. Lembre-se, somos
moldáveis, escolha um norte para seguir e
se torne seu ideal.
Assim como um escritor desenvolve a
história de seu protagonista, podemos
escrever nossa própria história de
autotransformação. Isso envolve adotar
comportamentos e atitudes alinhados com a
imagem que queremos projetar. Por
exemplo, se aspiramos a ser mais
confiantes, podemos praticar a
comunicação assertiva, trabalhar em nossa
linguagem corporal e enfrentar nossos
medos gradualmente.
Outro elemento crucial é a autenticidade.

43
Não se trata de criar uma máscara para
impressionar os outros, mas de desenvolver
suas melhores partes de maneira genuína. A
autenticidade é magnética e atrairá
naturalmente o respeito e a admiração das
pessoas ao seu redor.
Além disso, é importante cultivar uma
mentalidade de crescimento. Assim como
um personagem na história enfrenta
desafios para evoluir, também devemos
abraçar os obstáculos como oportunidades
de aprendizado e desenvolvimento. Isso
não apenas nos torna mais resilientes, mas
também nos permite crescer como
indivíduos.
A mudança na autoimagem requer
paciência e perseverança. Assim como o
escritor que revisa e aprimora seu
personagem ao longo do tempo, devemos
estar dispostos a ajustar nossos
comportamentos e mentalidade conforme
avançamos na nossa jornada de vida.
À medida que nos esforçamos para nos
tornar a pessoa que admiramos,

44
começamos a notar mudanças na maneira
como os outros nos tratam - é possível
enxergar a mudança no comportamento
alheio quando modificamos essa imagem
mental que temos de nós. O respeito e a
admiração vêm como reflexo da nossa
autenticidade e confiança. Esse processo
está longe de ser uma busca por aprovação
externa, mas sim um processo de
autodesenvolvimento contínuo que resulta
numa pessoa que naturalmente se torna
alguém digna de respeito.
Se torne alguém que você admira e o
mundo lhe admirará de volta.

45
Parte 2
PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA
‘’O que está em cima é como o
que está embaixo.’’
A segunda chave da existência física é o
Espírito. Os enigmas da evolução individual
repousam nesta sutil consciência intangível;
vire a chave do entendimento pleno para
acessar seu potencial máximo.

46
O ENIGMA OCULTO

Dentro de cada ser humano habitam


enigmas solucionáveis. Cada enigma
interno do Ser é como uma peça de um
quebra cabeça – essas peças quando
encaixadas constituem as imagens da
história da sua vida; isto é, todas as
experiências que vivenciamos ao longo da
jornada da existência nascem dessas
questões internas. Estamos todos
caminhando sobre a Terra, projetando
nossas narrativas internas, vendo e vivendo
dia após dia com base no que somos.
O princípio da Correspondência afirma que
a realidade que nos cerca quando abrimos
os olhos são meros reflexos de micro
questões que habitam nosso interior. Tudo
o que existe no vasto universo pode ser
encontrado dentro do ser humano, e o que
ocorre no interior do ser humano possui
um impacto indiscutível no universo –
nossa jornada começa com a compreensão
de que o invisível é a chave para resolver o
visível.
47
Este princípio simboliza a relação e a
comunicação, mas não se trata apenas da
nossa comunicação uns com os outros; é a
comunicação com as diferentes partes de
nosso próprio Ser. Existem três dimensões
existindo simultaneamente e se
retroalimentando entre si: a dimensão
física, a mental e a espiritual. O físico é
tangível, o mental requer esforço para ser
percebido, e o espiritual só pode ser
descoberto e interpretado com prudência e
intenção. Essas dimensões interagem
constantemente e influenciam nossa
experiência física; a medida em que
também influenciam uma à outra, ou seja, o
desequilíbrio de um plano interfere nos
demais. Vivemos em um estado de
somatização: nossa realidade é a somatória
final de todos os planos. Assim, os mesmos
problemas da mente serão enxergados no
físico e sentidos no espiritual.
Muito se popularizou a teoria da Matrix –
onde é dito que este mundo como vemos é
apenas mera simulação.

48
O princípio da Correspondência pode ser
interpretado dessa forma: não como a
realidade das máquinas do longa-
metragem, mas representativamente como
se a verdadeira realidade onde as decisões
são tomadas não acontecesse nesse mundo
onde vivemos. As escolhas são
determinadas antes que qualquer passo seja
dado no físico, elas já estão pré-estipuladas
no plano invisível – a verdadeira existência
acontece além do nosso campo de visão.
A melhor forma de ver seus pensamentos é
olhar ao seu redor. Sua realidade atual é um
reflexo do padrão sustentado por você no
passado. Quando as crises se instauram
dentro de nós, é quando percebemos a
necessidade da mudança, logo, buscamos
pela mudança primeiro internamente, e
então o externo se modifica em decorrência.
Isto é o mesmo que dizer que o padrão
mental sustentado por você hoje – agora,
nesse exato momento – definirá o seu
futuro.
O fato da realidade ser um reflexo interno é

49
incomodo porque não queremos aceitar a
responsabilidade sobre os acontecimentos
negativos. Mas a verdade é que a realidade
não reflete apenas seu verdadeiro e melhor
eu: ela reflete todo o conteúdo mental e
interno do seu Ser. Todo o caos humano, os
sentimentos incompreendidos, as emoções
confusas e indecifradas.

É no invisível onde seu pensamento


persegue uma linha que te mantém
vivendo os mesmos padrões – isso
determina onde você vive.
É no invisível onde sua forma de agir e a
autoimagem são definidas – isso
determina como você vive.
É no invisível onde acontece a
aproximação das pessoas que chegam
até sua vida – isso determina com
quem você vive.

Viver em harmonia com o princípio da


Correspondência significa fluir com a vida,
interpretando os fatos vivenciados

50
fisicamente como desdobramentos internos
do seu Ser. Qualquer desordem na vida é
um sinal de desordem interna que precisa
ser ajustada – o maior poder que um ser
humano pode acessar é perceber ele tem
muito mais controle do que pensa.
Limitamos nossas opções de ação quando
pensamos apenas nas resoluções que
podemos alcançar através das palavras e
atos; evite a tentação de procurar fora de si
uma solução rápida, quando sua vida não
estiver como você deseja, vá para seu
interior. À medida que expandimos nossa
consciência, nos aproximamos da mente
universal de Deus, cuja percepção é
infinita. Quanto maior nossa percepção,
maior nossa capacidade criativa e virtudes
desenvolvidas. A chave para usufruir de
uma vida equilibrada é compreender nossa
natureza espiritual que precede a jornada
física.

51
EXCEDA A FRONTEIRA
ENTRE O MICRO E O MACRO

Na essência da Correspondência está o


princípio de que o micro e o macro estão
interligados. O micro se revela no macro,
tal como o oposto também ocorre. Um
pequeno impulso que induz sua ação não
significa apenas o que é, significa também o
micro que consta em quem você é. Assim
como o macro da sua vida é um resultado
dos pequenos elementos invisíveis em seu
Ser. Quando observamos a interconexão de
todas as coisas, percebemos que o micro e o
macro se influenciam mutuamente.
Na biologia, observamos como as estruturas
microscópicas das células refletem as
funções macroscópicas dos organismos
vivos. Cada parte minúscula de um
organismo desempenha um papel vital na
totalidade de seu funcionamento. Assim
como nossos padrões mentais e emocionais
moldam nossa realidade pessoal, também
contribuímos para a criação da realidade

52
coletiva. Nossas escolhas individuais afetam
não apenas nossa própria vida, mas
também o mundo em que vivemos. À
medida que muitos indivíduos escolhem
agir de maneira imprudente e menos
consciente, vemos uma mudança gradual
no planeta, como o fato de estarmos
vivenciando atualmente a primeira
geração mais ignorante que a última. Isso
significa que mudanças individuais para
uma vida consciente, influenciam em todo o
universo – sua existência importa ao
macro.

Cada um de nós possui o poder de


influenciar tudo. Essa é a essência da
cocriação da nossa realidade. A
transformação começa de dentro para fora,
e à medida que cada indivíduo se empenha
em viver uma vida mais consciente, positiva
e autêntica, o mundo inteiro se torna um
lugar mais harmonioso e equilibrado. O
micro é a chave para desencadear um
macro transformado.

53
Eis é o segredo para desencadear mudanças
poderosas em sua vida e no mundo ao seu
redor: você pode transformar o
macrocosmo mudando conscientemente
seu microcosmo. Sua vida pessoal, repleta
de escolhas, intenções e estados do Ser, é a
estrutura que sustenta suas mudanças.
Autoconhecimento: O primeiro passo é
explorar seu mundo interior com
honestidade, aceitando inclusive o
indesejável. Não tente trabalhar contra
sua parcela negativa, tente entendê-la.
Questione-se.
Defina intenções claras: Uma vez que
você tenha identificado os aspectos do
seu microcosmo que deseja
transformar, defina intenções claras
para sua vida pessoal. Crie um
ambiente harmonioso internamente e
bem resolvido com seus enigmas.
Assim, a harmonia interna se replicará
na realidade externa.
Efeito de onda: À medida que o
microcosmo se altera, os efeitos se

54
espalham como ondas na água do
externo, mas a transformação não
ocorre apenas no mundo dos
pensamentos e intenções; a ação é
necessária para solidificar as mudanças.
Aja de acordo com suas novas
intenções, tomando medidas
conscientes para alinhar seu
comportamento com sua visão interna e
as ondas internas irão interferir na
realidade externa.
Maré de caos: Em momentos caóticos,
você pode não ver as saídas que estão a
um passo de distância. Se pergunte o
que você faria se estivesse no melhor
estado do seu Ser – o estado mais
evoluído possível no momento. Se
preciso, ultrapasse a situação como se
estivesse ocorrendo com outra pessoa e
observe qual conselho daria ao
próximo. Tendemos a ter soluções para
todos, menos para nós.
Exceda as fronteiras: Da maior
circunstância até menor,

55
desempenhe cada papel como se fosse a
missão mais importante do seu dia.
Não porque a ação em si seja de
importância monumental, mas pela
construção do hábito de excelência.
Cada ato se torna uma oportunidade
para cultivar esses atributos,
independentemente da dimensão da
ação. Como você faz uma coisa é como
você faz tudo. O macro se revela no
micro.

56
A GUERRA FRIA

Tudo que acontece tem uma causa original,


mas nem toda causa original é visível à
primeira vista.
Alguns conflitos são tão nocivos quanto
explosões de granadas, causando estragos
ao seu redor; mas a origem desse conflito,
como o pino que causou a explosão, nem
sempre é identificada – pelo menos não até
que a destruição já tenha sido causada.
Alguns conflitos que acometem o mundo
físico não possuem raízes palpáveis e não
podem ser controlados efetivamente de
outra forma se não diretamente na fonte
original.
Quando o plano mental está em caos,
quando não se há domínio sobre os
pensamentos que permeiam a vida, o corpo
e a existência física irão refletir esse estado
caótico. A autossabotagem é um estágio da
desordem mental que opera
inconscientemente, são padrões de
comportamentos autodestrutivos e

57
invisíveis à vista de quem os possui. É um
processo pelo qual uma pessoa age
prejudicialmente a si mesma, gerando
consequências insatisfatórias. Quanto mais
inconsciente desse fator, maior é a
probabilidade que o indivíduo atribua essa
responsabilidade para outras pessoas ou
circunstâncias, sendo incapaz de perceber
que suas ações são o agente causador de
seus problemas.

A autossabotagem pode assumir algumas


formas:
Crenças inconscientes: Algumas pessoas
mantêm crenças negativas profundamente
enraizadas sobre si mesmas, muitas das
quais são aprendidas ainda na primeira
infância, quando a criança está se
entendendo como um indivíduo no mundo;
outras podem ter se desenvolvido diante de
situações que impactaram diretamente a
autoimagem do indivíduo – isto é, situações
onde se ocorreu uma ruptura na maneira
como a pessoa enxergava e entendia a si

58
mesma. Essas crenças têm o poder de
influenciar o comportamento de quem as
possui, inclusive, fazendo-os agir de
maneira que os afaste das recompensas por
acreditar inconscientemente que não as
merece.

Procure praticar seu merecimento, pode


começar por tratar-se com a mesma
gentileza que teria com outras pessoas:
passe a reconhecer seus méritos e
realizações com mais frequência,
parabenize a si próprio e perceba seus
esforços. Sinta-se responsável por sua
vida, essa noção lhe dará oportunidade de
resolver os dilemas desagraveis e apreço a
si pelas situações agradáveis.

Defesas psicológicas: Mecanismos de


defesa psicológica, como a negação,
podem impedir que uma pessoa
reconheça seus próprios
comportamentos autossabotadores.
Padrões de autossabotagem podem se

59
tornar tão automáticos que uma pessoa
os realiza sem pensar conscientemente,
isso pode acontecer quando esses
padrões foram repetidos continuamente
ao longo do tempo.

A autossabotagem se manifesta por meio de


explosões repentinas de raiva, atitudes
impensadas, falta de uma motivação que
existiu anteriormente, entre outras – todas
as ações que não costumamos analisar.
Partindo do princípio do autodomínio,
procure tirar o piloto automático do
comando e racionalizar sobre os impulsos
das suas ações antes de concluí-las.

Resistência à mudança: A
autossabotagem pode ser uma forma
interna de resistir às metamorfoses
externas. Uma pessoa pode querer
mudar conscientemente, mas seu
subconsciente resiste a essa mudança,
levando-a a agir contra seus próprios
interesses. Recorrentemente, uma

60
pessoa autossabotadora age com
esforço e dedicação, mas quando
percebe que a recompensa está a
caminho, logo reverte o comportamento
positivo para o comportamento
negativo.

Para superar e eliminar a autossabotagem é


preciso ter consciência dela. Quando sentir
que perdeu o impulso motivador que te
movimentava, acelere ainda mais e
perceberá que a sensação da falta de força
existe apenas na mente. Quando perceber
essa desaceleração no comportamento ou a
quebra de um padrão positivo que vinha
acontecendo, reconheça que a situação está
se desenrolando por causas internas e não
estagne, continue a prosseguir sem ser
dominado pelo instinto emocional,
quebrando assim a barreira criada pela
autossabotagem.
O mesmo ocorre no plano espiritual – a
ruptura da desconexão com a fé em si e no
universo influencia as circunstâncias

61
experimentadas. Quando os plano mental e
espiritual estão fluindo corretamente, isso
acarreta atitudes congruentes com a vida
que se está buscando. As ações não
acontecem por acaso, mas por estratégia, os
requisitos se tornam claros e a noção de
merecimento se alavanca.

Algumas medidas podem ser tomadas para


que o plano mental se alinhe:
Tenha um norte: não confie seus planos
apenas à mente, milhares de
pensamentos vêm e vão, seria sorte
esbarrar com o mesmo pensamento
sem uma intenção definida. Por isso,
mantenha em lugares estratégicos
lembretes referentes a vida que deseja
viver e os visite recorrentemente.
Imagens, frases, bilhetes que
relembrem o seu objetivo desejado.
Quando o pensamento desviar para
outros fins, traga-o de volta
intencionalmente para o que deseja.
Tenha um referencial: quando seu

62
objetivo não estiver claro – pois clareza
sobre o destino se adquire com o
decorrer da jornada – busque
referências externas. Observe a jornada
das outras pessoas, não com o ímpeto
da comparação, mas com a intenção do
contraste: o contraste é perceber o
diferente e usá-lo como exemplo para se
basear sobre o que deseja para si.
Algumas experiências alheias podem
não fazer sentido para você e vice-versa,
mas outras, quando assistidas, podem
acender a fagulha interna da vontade –
use as experiências dos outros para
entender suas vontades.
O álbum de fotografias: temos
culturalmente o hábito de manter
álbuns de fotos que contam nossas
histórias – seja em formato físico ou
digital. Mas e se tivéssemos a
possibilidade de ter um álbum de fotos
do que acontecerá futuramente...?
Monte seu álbum utilizando imagens
para exemplificar suas vontades,

63
escolhendo cuidadosamente os ideais
dos ambientes onde deseja viver, como
sua casa, local de trabalho e
passatempos. Pense nas experiências
que deseja viver, nos lugares que anseia
conhecer e construa seus sonhos e
planos individuais através dessas
imagens. O pensamento descontrolado
é a primeira causa que impede que uma
evolução ocorra, então recorra a esse
álbum diariamente para direcionar seus
pensamentos.
Manuseie o caminho que percorre seu
pensamento.

64
O PONTO DE CURA

Existem no corpo 7 pontos de energia


responsáveis pelo funcionamento das
funções físicas, emocionais e espirituais.
Cada ponto está associado a áreas
específicas da vida e do corpo, e
representam centros de energia localizados
ao logo da coluna vertebral. Quando algum
ponto se encontra bloqueado, os demais
não encontram forças para funcionar de
forma adequada, acarretando adversidades
indesejadas na existência física.

65
Ponto Raiz
Primeiro ponto: Localiza-se na base da
coluna vertebral, na região do períneo.
Cor: Vermelho.
Função: Representa a segurança, a
estabilidade, a sobrevivência e as
necessidades físicas básicas, como abrigo,
alimento e água. É o ponto de energia que
está mais ligado à nossa conexão com a
Terra.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Dores nas costas, problemas de coluna,
constipação, problemas nos pés ou pernas.
Problemas emocionais: Medo, ansiedade,
insegurança, sentimentos de não
pertencimento ou falta de estabilidade.

Ponto Sacral
Segundo ponto: Localiza-se abaixo do
umbigo, na parte inferior do abdômen.
Cor: Laranja.
Função: Está relacionado à criatividade, às
emoções, ao desejo, à sexualidade e à
energia vital. É associado ao fluxo de prazer

66
e à busca por novas experiências.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Problemas de reprodução, desequilíbrios
hormonais, disfunção sexual, problemas
nos órgãos reprodutores.
Problemas emocionais: Dificuldades na
expressão emocional, falta de prazer,
bloqueios criativos, dificuldades com
relacionamentos.

Ponto Plexo Solar


Terceiro ponto: Localize-se na região do
estômago, acima do umbigo.
Cor: Amarelo.
Função: Este ponto está relacionado ao
poder pessoal, à autoconfiança, à força de
vontade e ao controle sobre a própria vida.
Ele influencia a nossa capacidade de tomar
decisões e de agir com determinação.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Problemas digestivos, distúrbios
alimentares, úlceras, problemas no fígado
ou pâncreas.

67
Problemas emocionais: Baixa autoestima,
falta de confiança, dificuldades em tomar
decisões, controle excessivo ou falta de
controle.

Ponto Cardíaco
Quarto ponto: Localiza-se no centro do
peito, acima do coração.
Cor: Verde.
Função: Este ponto representa o amor, a
compaixão, o perdão e a empatia. Ele
influencia nossas relações interpessoais e
nossa capacidade de amar a nós mesmos e
aos outros.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Problemas cardíacos, distúrbios
respiratórios, pressão alta.
Problemas emocionais: Dificuldades em
amar ou perdoar, relacionamentos
problemáticos e falta de empatia.

Ponto Garganta
Quinto ponto: Localiza-se na garganta.
Cor: Azul ciano.

68
Função: Este ponto está relacionado à
comunicação, expressão e criatividade
verbal. Ele influencia a capacidade de se
comunicar de maneira clara e autêntica.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Problemas de garganta, distúrbios da fala,
problemas na tireoide.
Problemas emocionais: Dificuldades na
comunicação, repressão de sentimentos e
falta de autoexpressão.

Ponto Terceiro Olho


Sexto ponto: Localiza-se entre as
sobrancelhas, na testa.
Cor: Índigo.
Função: Este ponto é associado à intuição, à
percepção além dos cinco sentidos e ao
insight. Ele influencia a capacidade de
compreender a verdade interior e a
sabedoria espiritual.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Dores de cabeça, problemas de visão,
distúrbios do sono.

69
Função: Este ponto está relacionado à
comunicação, expressão e criatividade
verbal. Ele influencia a capacidade de se
comunicar de maneira clara e autêntica.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Problemas de garganta, distúrbios da fala,
problemas na tireoide.
Problemas emocionais: Dificuldades na
comunicação, repressão de sentimentos e
falta de autoexpressão.

Ponto Terceiro Olho


Sexto ponto: Localiza-se entre as
sobrancelhas, na testa.
Cor: Índigo.
Função: Este ponto é associado à intuição, à
percepção além dos cinco sentidos e ao
insight. Ele influencia a capacidade de
compreender a verdade interior e a
sabedoria espiritual.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Dores de cabeça, problemas de visão,
distúrbios do sono.

70
Problemas emocionais: Falta de clareza
mental, dificuldades de concentração e
falta de intuição.

Ponto Coroa
Sétimo ponto: Localiza-se no topo da
cabeça.
Cor: Violeta.
Função: Este ponto representa a conexão
espiritual, a consciência elevada e a
compreensão do significado da vida. Ele
influencia a busca pela iluminação
espiritual e a conexão com o divino.
Problemas físicos ligados ao desequilíbrio:
Dores de cabeça crônicas, problemas
neurológicos e distúrbios do sono.
Problemas emocionais: Desconexão
espiritual, falta de propósito, sensação de
isolamento.

O equilíbrio desses pontos é considerado


essencial para o bem-estar físico, emocional
e espiritual. Quando um ou mais pontos
estão desequilibrados ou bloqueados,

71
isso pode manifestar-se em problemas de
saúde, emocionais ou espirituais. Quando
um ponto está bloqueado, o fluxo da
energia diminui para o próximo ponto.
Reconheça no seu corpo físico se existe
alguma complicação e ao depender da
região do corpo, identifique qual o ponto
conectado a ele e trabalhe no problema
emocional condizente, enquanto
simultaneamente busca a cura física. A
prática da meditação é uma ferramenta
poderosa para trabalhar com os
desbloqueios dos pontos. Concentre-se em
cada ponto individualmente durante a
meditação, visualizando-o como um vórtice
de energia que flui livremente, limpando
bloqueios e restaurando o equilíbrio.
A cura física deve ser tratada conforme
também se trabalha a cura mental e
espiritual. No corpo físico, a doença se
curará. Nos planos mental e espiritual, a
origem será tratada de forma que o
problema não volte a se repetir.

72
ENRIQUECENDO COM A
EXPRESSÃO

Como você se descreveria se precisasse falar


sobre você, mas sem citar seu nome, idade,
nacionalidade e profissão? Quem você seria
sem todos esses rótulos?
A expressão de um ser humano é a fórmula
da sua essência. Seu espírito possui uma
jornada individual e intransferível, sua
existência possui um papel no mundo – a
expressão humana é a junção de todos os
fragmentos encontrados no mundo que
condizem com o seu interior. As
informações adquiridas, quando
combinadas com a sua percepção e
interpretação única, é a sua forma
expressão.
Maquiavel uma vez disse ‘’há três espécies
de cérebros: uns entendem por si próprios;
os outros discernem o que os primeiros
entendem; e os terceiros não entendem
nem por si próprios, nem pelos outros; os
primeiros são excelentíssimos; os segundos

73
excelentes; e os terceiros totalmente
inúteis’’. A expressão é entender e traduzir
no seu próprio idioma.
Quando o espírito não encontra formas de
se expressar livremente, torna-se inútil a
capacidade humana de registrar e
transmutar as mensagens recebidas. O
corpo adoece e a mente definha quando a
expressão é tão minimizada a ponto da
alma não se encontrar no mundo – esse é o
momento quando a pergunta ‘quem sou
eu?’ permanece sem resposta e a imagem
refletida no espelho se assemelha a um
desconhecido.
Existir no mundo requer a virtude da
coragem. Coragem para se permitir ser
visto e ouvido. Para acreditar que os outros
gostariam de ouvir o que seu espírito tem a
dizer. Para abandonar a angústia do
julgamento externo e seguir sua jornada.
Todas às vezes quando alguém se sente
inferior frente a algo, aquilo arruína seu
poder de expressão. Os medos frequentam
todos os corações, sem distinções, alguns

74
em maior escala, outros em menor; ceder a
ele e calar-se é como calar o espírito. O
medo e a angústia da reação do mundo
frente a quem você é não pode ser maior
que a sua necessidade de expressão.
O enriquecimento acontece através do
poder da expressão. Existem recompensas
à aqueles que mostram ao mundo quem são
e seguem o seu propósito, sendo fieis a eles
mesmos até o fim. Ganhos financeiros
ocorrem quando você tem algo a dizer ao
mundo, e encontra uma forma de dizer
onde os outros queiram ouvi-lo – e mais: o
que você tem a dizer é tão valioso que
outras pessoas pagariam para saber o que
você sabe.
Em ‘A Ciência de Ficar Rico’, livro de
Wallace D. Wattles publicado em 1910,
Watlles introduz o conceito da ‘energia
pensante’: uma matéria inesgotável que
permeia tudo e é a energia fonte do
enriquecimento e do sucesso. Essa
substância conclui seu funcionamento
através da força criativa, é como se

75
tivéssemos ideias brutas e pouco
trabalhadas, e essa energia se conectasse
com a ideia e promovesse a otimização dela,
agregando seu valor. Tudo o que já existe é
permeado por essa substância e tudo o que
não existe, por meio dela, detêm de um
potencial infinito de se tornar.
Suas ideias estão no controle das suas
possibilidades. Algumas pessoas não
conseguem conceber ideias que
modifiquem suas vidas – essas mesmas
pessoas não possuem uma capacidade de
expressão desenvolvida. Todos os humanos
são iguais em potencial, afinal, o poder do
pensamento de onde fluem as ideias
acontece para todos igualmente, mas o
valor dessas ideias varia com base no
desenvolvimento de cada um. As pequenas
ideias são concebidas por grande parte da
sociedade por deterem de um valor menor:
financeiramente falando, essa parcela de
pessoas acessa pequenas possibilidades de
arrecadar dinheiro de um trabalho onde
dependerá de um terceiro para definir seu

76
seu salário, por exemplo. Grandes ideias
não fluem por acaso ou para qualquer
pessoa sem preparo, esse tipo de ideia com
potencial para modificar uma realidade
precisa de fluxo para fluir. A energia
pensante rege aqueles que buscam
aprimorar seus pensamentos e capacidades,
e quando unido à expressão do espírito, se
encontra as frequências das ideias que
geram valores exorbitantes.

Repare nas pessoas ao seu redor que


alcançaram grandes patamares. Há algo
em comum entre todas, sem exceção:
personalidades singulares e
consequentemente, autênticas e
magnéticas, com poder de expressão e
capacidade de pensamento. O
extraordinário acontece quando essas
três forças se unem num único espírito.
Encontre no mundo o que cria faíscas
na sua alma: esse é o caminho da sua
expressão individual, não existe acaso
no que gera conexão entre o mundo e

77
e seu interior. Conforme se entra na
frequência desse propósito, o pensamento
crítico te auxiliará a encontrar sua forma
singular e intransferível de se expressar e
conceber ideias. O valor mora nessas
frequências, mas para entender mais sobre
isso precisamos adentrar o Terceiro
Princípio: a Vibração.

78
Parte 3
PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO
‘’Nada está parado, tudo se
move, tudo vibra.’’
A terceira chave da existência física é a
Expressão. Tudo que lhe encontra
fisicamente passa pelo filtro dessa
transmissão. É aqui onde suas possibilidades
são determinadas; vire a chave do
entendimento pleno para acessar seu
potencial máximo.

79
O MOVIMENTO INFINITO
Tudo neste universo, seja perceptível pelos
sentidos ou não, seja tangível ou intangível,
está em eterno movimento. Tudo vibra,
emite energia e comunica algo. Nada está
em repouso; estar vivo implica o estado
constante e infinito da mudança. O
princípio da Vibração se refere ao estado
vibratório de todas as coisas, desde as
partículas subatômicas até os objetos mais
sólidos, das emoções aos pensamentos.
Desde os primórdios do estudo hermético,
os sábios observaram que a compreensão
da realidade transcende o mundo visível,
adentrando as esferas mais profundas e
sutis da existência. Dessa forma, tudo o que
existia poderia ser identificado por sua
frequência vibracional única: um estado
individual que traduz uma mensagem ao
universo sem que uma única palavra
precise ser dita. A Correspondência, por
um lado, são as lentes que transmitem o
mundo para nós. A Vibração é o oposto, se
referindo à nossa transmissão ao mundo.
80
Um aspecto crucial desse princípio é que as
diferenças entre os seres e as coisas estão
intrinsecamente ligadas à frequência de
suas vibrações; assim, pode-se dizer que
cada Ser caminhando por este mundo esteja
vivendo dentro de sua realidade individual.
O que leva aos conflitos humanos e ao
desencontro de informações de um
indivíduo a outro é a diferença vibratória:
algumas pessoas, por mais que falem o
mesmo idioma, não falam a mesma língua.
As informações se confundem, são
entendidas de forma equivocada e perdem o
significado entre a tradução do
comunicador e os ouvidos que escutam.
Observe o sentimento de deslocamento que
surge ao entrar num ambiente diferente e
participar de uma conversa com pessoas
desconhecidas para você, mas que se
conhecem entre si.
Os assuntos são outros e as referências são
imperceptíveis para quem está do lado de
fora. A sensação é como se essas pessoas
estivessem imersas em uma realidade

81
completamente distinta – e, de fato, estão.
Como seres de padrões, temos padrões de
existência. Você possui um entendimento
do que padroniza como ‘normal’ na sua
realidade. Isso pode ser visto no macro,
como, por exemplo, a diferença cultural dos
países. Para o Brasil, a realidade de Dubai é
outro mundo; outra realidade. Ou no micro,
como a diferença de mentalidade entre
pessoas da mesma nacionalidade.
A diferença entre o seu ‘normal’ e o que é
‘incomum’ para você é a frequência da sua
vibração: existem vibrações de diferentes
amplitudes e intensidades. O alto padrão de
vida é normal para um milionário que vive
entre casas e carros de luxo, mas para
alguém de classe média, esse luxo é
inimaginável – essa é a diferença das
vibrações – elas ditam o que é normal ou
incomum para você.
A harmonia permeia todos os aspectos da
vida. A mesma linha de raciocínio se aplica
ao padrão vibratório. Hoje, ao seu redor
vive tudo aquilo com uma vibração da

82
mesma natureza que a sua – as pessoas que
se aproximam com as quais ocorre a
identificação, os ambientes que abrem e
fecham as portas, e as oportunidades que
enxergamos ou não.
Ao compreender a Vibração, podemos
transcender as limitações da percepção
comum e adentrar os mistérios mais
profundos do universo, explorando seus
princípios e aplicando-as para elevar nossa
consciência e transformar nossa
existência.

83
QUAL SUA MENSAGEM?

Para identificar sua vibração, basta


observar os elementos que compõem seu
ambiente. A sua realidade é o indicador
mais preciso de como você está vibrando.
As pessoas ao seu redor, lugares que
frequenta e circunstâncias que vivência são
reflexos diretos do que você sente,
transmite e recebe.

Sua vibração é a somatória dos


pensamentos, emoções e estados de espírito
experimentados na maior parte do tempo,
e é a responsável por abrir ou fechar as
portas da sua vida para o que te alcança ou
não.

O momento atual guarda algumas


possibilidades de frequência.
Observe a imagem a seguir:

84
A linha central simboliza seu atual
momento e sua vibração emitida nele.
As linhas elevadas significam as vibrações
superiores, assim como as linhas mais
baixas significam as vibrações inferiores –
cada linha emitida para cima ou para baixo
são as representações das frequências.
Essas vibrações superiores ou inferiores
significam as possibilidades disponíveis
para você. No momento atual, ou seja, na
linha central, você pode elevar ou abaixar
sua vibração conforme as possibilidades
selecionadas pelo livre arbítrio.

85
A maior força humana é o livre arbítrio. É
possível escolher literalmente e a cada
instante seus pensamentos, palavras e
ações. O seu momento atual simboliza o
livre arbítrio disponível para escolher subir
ou descer frequências.
A cada momento você está escolhendo sua
frequência, ainda que ao nível inconsciente
ou não intencional. Essa escolha acontece
por meio de tudo o que permeia sua vida:
pessoas, conversas, assuntos, ambientes,
pensamentos, melodias, obras
cinematográficas, tudo por onde você
passa.
É visto que cada elemento no mundo possui
vibração e essas vibrações influenciam seu
estado de espírito, enquanto você também
retroalimenta essa influência que emite ao
ambiente.
Nós temos a capacidade de sentir as
vibrações emitidas, somos persuadidos por
pessoas, ambientes e até pela arte.
Conseguimos entender as emoções dos
outros, sentir a aura de um ambiente e o

86
sentimento transpassado através das
expressões artísticas. Essa é a importância
de selecionar com cautela cada elemento
para o qual você cede atenção, pois
certamente será influenciado por ele.
O momento atual te permite optar pelos
componentes que podem fazer você subir
frequência, como assuntos e ambientes que
proporcionem bem-estar para você, ou
baixar frequência, como assuntos e
ambientes que trazem mal-estar, emoções
negativas e pensamentos desconfortáveis.
A resposta para o dilema das vibrações é:
para todo e qualquer momento, se
concentre sempre em escolher a melhor
oportunidade disponível – a vibração mais
alta entre as vibrações presentes.
Escolha com cautela o que lhe rodeia, use
com sabedoria seu livre arbítrio, pois este é
profundamente responsável pela rota do
seu destino. O invisível da vida acontece a
cada momento e possui de um poder que
transcende nossa compreensão.

87
O NOVO MUNDO

Deus, o Todo, é consciência e por isso, é


tudo – uma vez que tudo é consciência
vibrando. Nós somos feitos à imagem e
semelhança do Criador, logo, temos em
nosso interior uma centelha divina, um
fragmento do poder de Deus.
A conexão com essa centelha é um núcleo
ilimitado de recursos: quando nos
conectamos verdadeiramente a ela,
encontramos uma fonte de criatividade,
inspiração, intuição e até soluções para
problemas aparentemente insolúveis.
Essa conexão com a centelha acontece
quando os pensamentos (Mentalismo),
espírito (Correspondência) e frequência
(Vibração) estão sintonizados de forma
equilibrada. Esse entendimento da justiça
divina abre espaço para a plenitude, após
compreender que quando alinhados com os
atributos do Todo, o caminho não tem erro,
para onde quer que se esteja indo. Através
da fé, da crença e da autoconfiança cedidas

88
por Deus, a conexão com a centelha
acontece. É como se estivéssemos em
contato com um Ser superior que nos guia.
Essa fé é a responsável pela superação dos
obstáculos, a busca incessante pelos
objetivos e a restauração de tudo que aflige
o espírito.
O universo fala com quem o ouve.
Para um bom interpretador, as respostas
chegam até através dos meios mais
inesperados. Carl Jung, fundador da
psicologia analítica, cunhou o termo
‘Sincronicidade’ para explicar esse diálogo
sútil que ocorre entre o universo e o ser
humano. A Sincronicidade se refere a
simbologia individual aos acontecimentos
sem conexão aparente; aqueles
acontecimentos que por vezes são
interpretados como aleatoriedade ou
coincidência.
Para um sábio que analisa a vida,
coincidências não existem. O universo é
completamente abundante, milhares de
pessoas, consciências e circunstâncias

89
caminham por ele diariamente. Os fatores
que chegam até sua vida possuem um
propósito: facilitar sua jornada, por meio
de mensagens, ideias, pessoas, sonhos e
situações. Dê espaço para a vida e ela se
comunicará. Você é o único que pode
interpretar as simbologias que condizem
com sua existência, as respostas são
individuais. Permaneça atento aos sinais da
vida, pois ela lhe enviará placas.
Busque a conexão com a centelha divina
através do fortalecimento espiritual: para
alguns, esse fortalecimento é a conexão com
Deus, para outros, é a meditação e a
reflexão como formas de aprofundar a
conexão com o Infinito. Encontre o que
torna seu espírito inabalável, a fonte que
alimenta sua consciência.
Napoleon Hill em suas obras, citou a
importância do pensamento positivo para a
conexão com a centelha divina. O
pensamento positivo alimenta
continuamente o subconsciente via
pensamentos e metas claras e definidas.

90
Ele afirmava que, ao fazer isso
repetidamente, a pessoa estaria em
constante comunicação com o Infinito que
responderia por meio de intuições, ideias e
oportunidades.
Aquele que está profundamente
determinado a alcançar seus objetivos, pode
contar com a ajuda do universo: as
circunstâncias conspiram a favor dos
determinados. Passe a ver os elementos da
vida como aliados; a vida quer que você
encontre o que procura tanto quanto você
deseja encontrar.

91
O PRECIPÍCIO DA FÉ

Trata-se de um engano pensar que pessoas


em situações difíceis tem necessariamente
uma vibração espiritual baixa. Por vezes,
essas circunstâncias desfavoráveis são
tentativas do universo de abrir os olhos
daquele que ainda não reconheceu a
infinidade de seu próprio potencial.
É visto que o espírito não teria
oportunidade de evoluir se todos
nascêssemos num mundo repleto de
facilidades.
A vida se assemelhará a um precipício em
alguns momentos: incerteza sobre a
confiabilidade do solo sob seus pés e a
vontade do voo que se funde ao medo da
queda. O espírito pede crescimento, mas o
corpo que o comanda está ligado à Terra e
seu profundo receio humano. Restam-se
dois caminhos frente ao precipício: você
passa o resto da vida paralisado e evitando
a queda como o corpo deseja, ou, realiza o
salto de fé que o espírito tanto clama.

92
O precipício é a falta de clareza humana: o
momento quando tudo se desalinha, perde-
se o sentido naquilo que antes preenchia
qualquer lacuna vazia. Mas até na
desordem está guardada a ordem, e
mesmo as noites mais escuras são seguidas
pelo amanhecer. Existe uma fábula
conhecida sobre um escavador que cavou
por anos a procura do ouro, mas desistiu
quando estava a poucos metros do tesouro
por não sustentar sua fé de que encontraria
o que tanto procurou; como resultado,
jamais encontrou a dádiva da crença em si
e no universo.
A vibração é a ordem que persiste mesmo
em meio ao caos. Aquele momento quando
os sinais do mundo são confusos, as placas
da vida não clareiam o caminho e a jornada
se torna um túnel sem saída. Esse é o
momento quando você deve fechar os olhos
para o mundo e realizar o salto de fé.
A fé sem fronteiras é a fonte inesgotável que
alimenta o espirito. É impossível parar
quem crê.

93
Não se sustenta na escuridão aquele que crê
apenas em si; mas, por outro lado, quem
espera a ação do divino e não trabalha com
as próprias mãos, se torna incapaz de
alcançar qualquer resultado esperado. A
crença deve ser na junção dos dois: metade
divino, metade humano.
A fé frente ao precipício é a incerteza que se
deriva do que os olhos veem, mas a certeza
sobre o que espírito emana. A fé é crucial
para a persistência e um componente vital
do sucesso.
Diante das adversidades é quando
comumente se falha: quando recuamos e
perdemos todo o progresso já adquirido.
Este não é o momento para dar passos para
trás; é quando se deve avançar com mais
impulso e determinação que nunca.
A vibração é a certeza que não se vê, mas se
sente. É a confiança em Deus e em seus
princípios que regem absolutamente tudo.
É continuar a acreditar mesmo quando o
medo lhe diz para fazer o oposto. Quando
aparentemente não se resta nada no que se

94
segurar, ainda existe algo que não se pode
ser tirado de criatura alguma: sua vibração,
sua fé, sua fonte de energia inesgotável.
Os mesmos princípios de vibração que se
aplicam ao mundo físico também se
aplicam a nós e aos nossos pensamentos,
sentimentos, desejos e vontade. Cada um de
nós tem o seu som individual – dizem os
Mestres Ascensionados – e essa vibração
única de som é quem realmente somos.
Quando ouvimos o externo, nos perdemos
entre milhares de sons; ruídos de opiniões
alheias que influenciam, o balburdio das
vontades incontroláveis que atrasam o
progresso, o medo compartilhado que passa
de um ao outro como um vírus que jamais
abandona a matéria. Reduza a importância
do som externo até que se torne um
zumbido e persiga o seu caminho sem olhar
para trás.
Seu som único é como sua vibração: é
intransferível, tem o seu nome cravado
nele. Nos vemos perdidos quando tentamos
seguir um propósito que não é nosso por

95
natureza, corremos toda uma maratona
para não encontrar nada ao atravessar a
linha de chegada. Seu caminho é
individual, assim como seu som e sua
vibração. Você é uma manifestação da
mente de Deus, deve agarrar a confiança
em si de que Ele lhe deu essa oportunidade.
O universo quer colaborar com você, mas
ele não pode fazer o seu papel. Seu som
único te chama a cada momento para te
mostrar o caminho, aceitar ouvi-lo é uma
escolha que não se decide uma vez, mas
diariamente; nas situações desfavoráveis é
quando você mais deve procurar ouvir o
chamado da centelha interior.
Pode-se forjar tudo na realidade física,
exceto a vibração, esta nunca mente ou
falha. A vibração é a energia que percorre
tudo de forma extremamente acelerada, são
os milhares de pensamentos que caminham
pela mente. Então, pescam-se alguns desses
pensamentos para formar as mãos que
comandarão a energia que permeia a vida.
Mas não existe a certeza que de faremos

96
boas escolhas de seleção todas às vezes,
viver é estar em um processo de
aprendizagem e alguns pensamentos
nocivos podem nos levar até a mais escura
das escuridões.
Quando a visão se tornar obscura, confirme
ainda mais para si a direção que seus pés
estão seguindo, acelere o passo. Isso
elevará sua vibração, uma vez que quando o
visível se torna insustentável, o invisível
deve ser sua fonte de força. Aqueles que
dominam esse princípio, podem influenciar
a matéria, as emoções e os pensamentos
por meio da manipulação das vibrações.
Não se deve viver com dos dois pés no
mundo visível ou no invisível. Mantenha-se
entre a linha tênue dos dois mundos: um pé
na Terra por onde se caminha e outro na
fonte de fé que estrutura a alma.
Somos seres espirituais vivendo uma vida
física. Recebemos e aceitamos a
oportunidade de viver essa experiência
com todos seus complementos. Chegamos
todos a este planeta com as mesmas

97
possibilidades: o poder de pensar da forma
que preferir, de transmutar a energia
intencionalmente e de acreditar nos
princípios que regem a vida. Suas escolhas
te cercam e desenham seu destino. Você
comanda sua existência; se em algum
momento esse controle pareceu estar sob
responsabilidade de outros fatores, tome-o
de volta agora.
Existe uma direção para seguir quando
todas as outras parecerem portas fechadas:
a direção da evolução; e perceber o
privilégio que está disponível para nós em
aprender e evoluir diariamente, de tentar
uma vez após outra até que o resultado seja
exatamente o esperado, de se sentir
agraciado com a benção da vida, não nos
leva para outro caminho, se não, para a
profunda gratidão.
A vibração da gratidão é a mais forte de
todas por uma razão: ela só rege aquele que
entendeu a verdadeira natureza da vida, por
isso, tão escassos são aqueles que a sentem
profundamente.

98
Pratique ver o precipício, não como um
desafio, mas como uma chance de ressaltar
mais uma vez a fé no propósito que o
universo reservou para você.
Considere a vida como uma oportunidade,
pois é exatamente o que ela representa.

99
MANUSEANDO A REALIDADE:
SE TORNE MAGNÉTICO

Conforme a consciência se expande, os


ambientes habituais passam a parecer
menores. É então que surge a necessidade
de modificar o ambiente externo pelo qual
se está cercado. O ciclo de companhias se
modifica, algumas pessoas vêm, outras vão.
Algumas portas se fecham, enquanto outras
se abrem. Em alguma parte do espírito está
contida a vontade de conhecer o mundo
novamente, todas as impressões e
constatações antigas passam a parecer fora
da validade.

Mas como causar essas modificações


externas intencionalmente?

É visto que pessoas e lugares possuem


vibração, mas pode ser ineficaz esperar que
essas novas vibrações se aproximem sem
uma relação clara de causa e efeito, em
outras palavras, não espere novas

100
vibrações: busque-as.
Comece entendendo quais requisitos são
imprescindíveis, aqueles sobre os quais é
impossível abdicar. Requisitos são aquelas
características que não podem faltar na
hora de decidir quais personalidades e
locais lhe influenciarão. Algumas
particularidades alheias podem ser
facilmente aceitas por uns, para outros está
fora de cogitação. Entenda quais são seus
requisitos: se não souber o que quer,
comece entendendo o que não quer. Esse já
é um bom primeiro passo.
Qual o tipo de pessoa você espera ser?
Partindo disto, quais companhias essa
pessoa teria? Em quais ambientes essa
pessoa estaria inserida? Sobre quais
assuntos conversaria com essas novas
companhias? Em quais ambientes e
companhias essa pessoa jamais estaria,
pois não faz parte da vida que deseja
construir?
A resposta é individual e dela
dependerá as próximas oportunidades

101
que lhe acometerão.

Esteja no estado receptivo para as


possibilidades. Nunca se sabe quando a
próxima palavra trocada com alguém novo
hoje, se tornará uma oportunidade no
amanhã. Para grandes mudanças internas é
preciso estar consciente de si, mas para
grandes mudanças externas é preciso
contar com a cooperação dos elementos que
te cercam (entenda mais sobre a
Cooperação Universal citada no último
tópico do Mentalismo).
Parta sempre do princípio que todas as
pessoas podem lhe ensinar algo. Não caia
na armadilha do ego de subestimar a
capacidade alheia; às vezes, verdadeiros
tesouros se escondem nas profundezas de
um oceano desconhecido, mergulhe na
vivência dos outros e poderá obter grandes
lições de vida, assim como um atalho.
Mantenha em mente a dinâmica dos
relacionamentos de uma consciência que
procura se expandir ilimitadamente:

102
saiba aprender com os outros e aprenda a
ter o que oferecer em troca; garanta que ao
obter dos outros, eles também estarão
obtendo algo de você. Não se trata de
relações apenas pautadas por interesses,
mas ter pessoas de valor por perto requer
que você também gere valor a elas. Pessoas
de valor são companhias agradáveis,
possuem personalidades cativantes e
magnetizam sua atenção: saiba fazer o
mesmo. Garanta que suas relações geram
ganhos mútuos: ambas as partes envolvidas
devem ter com o que somar e multiplicar.
Ter repertório de comunicação, intenção de
agregar ao próximo e empatia para
desvendar os estados emocionais do outro e
se conectar a ele através disso, fazem de
uma pessoa sábia alguém que também é
magnético. Conforme se entende sobre os
princípios de funcionamento da realidade,
se entende cada vez mais sobre as relações
humanas. Por isso, não perca sua paz
tentando se tornar uma pessoa magnética
de um dia para o outro, pois conforme você

103
você trabalha em si em prol você mesmo,
torna-se também valioso aos olhos que te
assistem.
A vibração em harmonia é a responsável
pela conexão com os outros, é através dela
que se torna evidente o estado emocional
das outras pessoas.
Já observou na sua vida alguma situação
onde você estava num estado de humor
melancólico ou furioso e alguém com quem
você interagiu naquele momento não
conseguiu perceber? Ou, você já foi a
pessoa que, convivendo com alguém, não
conseguiu pescar esses estados de humor
na outra pessoa? Isso se trata da diferença
das vibrações, é como se um estivesse numa
realidade e outro, noutra. A capacidade de
percepção entre essas pessoas se torna
distante, ainda que a emoção esteja
estampada em seus rostos, ela não será
vista. O contratempo disto é que a conexão
por emoções é uma das mais poderosas.
Todas as pessoas querem ser vistas e
ouvidas, mostrar ao próximo que você tem

104
essa capacidade fará com que seu valor
aumente aos olhos dele.
Passe a observar as pessoas, não pelo que
mostram, essa energia é manuseável e
pode ser ilusória. Comece a observá-las por
meio do invisível, pelo que não está
ressaltado com ênfase, mas que também
não pode ser completamente escondido.
Partículas de emoções guardadas saltam
para fora da máscara involuntariamente e
as pessoas dão sinais o tempo todo, comece
a observá-los.
Coloque-se em bastidores enquanto dá o
palco aos outros, a vida em sociedade se
torna mais favorável e até vantajosa
quando o ego perde o comando por alguns
momentos e permite que o outro seja o
objeto de sua completa atenção.
Ser magnético é fazer os outros se sentirem
completos, vistos e compreendidos. As
pessoas definem seu grau de importância
não pelo quanto você faz por elas, mas por
quanto elas fazem por você; e ouça com
atenção: as pessoas são capazes de fazer

105
muito por alguém com quem se sintam
compreendidas até o último elemento de
suas essências.
Certifique-se de conter a pressa, não se
torne invasivo por falta de tato para
manusear as intenções. As linhas que
delimitam a existência estão por toda parte
e aqui não seria diferente: até para entender
o quanto se aproximar ou não é necessário
agir com prudência. Dê tempo ao tempo, se
aproxime aos poucos, a cada nova interação
deixe um resquício que trará a vontade da
próxima; mostre que de onde vem sua
virtude, tem muito mais o que encontrar.
Faça intermédios entre ter sua presença
vista, deixar fragmentos que gere o
interesse do outro e inclua nessa equação o
espaço da sua ausência. É nesta ausência
que sua falta será sentida e sua presença
procurada.
Entenda que não se deve mudar pelo outro,
essa percepção ‘do que o outro espera’ pode
ser enganosa. Ao se moldar
especificamente a alguém, alguns erros

106
podem ser cometidos: ao tentar se mostrar
como um super-humano, perde-se o tato
por não perceber que o outro muitas vezes
procura apenas um humano real como ele.
Não busque parecer tão superior além do
que é real, busque parecer mais de você.
Assim as pessoas se aproximarão sem visar
o que querem de você, mas pelo que você
demonstra de fato ser. Identifique o que já
tem previamente contido na sua natureza e
faça desses pontos os principais.
Aquilo que torna você magnético não é algo
a ser construído, são características que já
preexistem no seu espírito e é isto que faz
de alguém uma pessoa profundamente
autêntica. O mundo carece de pessoas
legítimas, ninguém deixa passar a sorte de
encontrar uma dessas quando as vê.

107
Parte 4
PRINCÍPIO DA POLARIDADE
“Tudo é Duplo. Tudo tem polos.
Tudo tem o seu oposto.’’
A quarta chave da existência física é a
Intensidade. Muito depende da proporção,
harmonia e simetria da sua vitalidade; vire a
chave do entendimento pleno para acessar
seu potencial máximo.

108
A DUALIDADE UNIVERSAL

O princípio da Polaridade é uma expressão


da dualidade universal. Neste princípio é
dito que tudo possui dois lados. Todos os
elementos que aparentam ser opostos, na
realidade, são idênticos por natureza,
sendo diferenciados apenas pelo grau em
que estão dispostos. Para compreender a
Polaridade, é necessário partir da
perspectiva do universo como uma unidade,
que gera perpetuamente dois polos que
coexistem mutuamente: todas as coisas
manifestadas têm “dois lados”; “dois
aspectos”; “dois polos”; um "par de
opostos", com múltiplos graus de diferença
entre os dois extremos.
Calor e o Frio são idênticos em natureza,
sendo separados apenas por uma questão
de graus. O termômetro mostra muitos
graus de temperatura, sendo o polo mais
baixo chamado de “frio” e o polo mais alto
de “calor”. Entre esses dois polos há muitos
graus, mas não há lugar no termômetro

109
onde o calor cessa e o frio começa – é tudo
uma questão de graus mais altos ou mais
baixos. Claridade e escuridão derivam da
mesma natureza. Tal como acontece com o
grande e o pequeno. O ruído e o silêncio.
Positivo e negativo. Bom e mau. Apatia e
ansiedade. Alto e baixo. Amor e ódio são
comumente considerados sentimentos
opostos e irreconciliáveis, entretanto,
quando aplicado o princípio da Polaridade,
percebe-se que os dois elementos são
apenas polos extremos da mesma coisa.
Entender sobre a polaridade é entender a
dinâmica da vida: haverá tempos de ganho
e perda. De maré alta e maré baixa. De
seguir em frente e de desacelerar. Tão
simples quanto isto: a dualidade é como
dois pontos na mesma linha, um ponto no
início e outro ponto no final, e os pontos
retratam os extremos.

110
Observemos o caduceu de Hermes:

As duas cobras afastam-se à mesma


distância, várias vezes, de cada lado da
faixa central do louro. Como números
positivos e negativos, semelhantes em
valor absoluto e diferentes pelo sinal, que
estariam distribuídos em torno do zero
central, representando assim a Polaridade.
A Polaridade conserva a mensagem da
relatividade: tudo é relativo. A única
verdade incontestável é a verdade de Deus,
ou seja, os princípios Dele. As demais
verdades são apenas meias verdades.
Todas as versões da verdade retratam um

111
ponto de vista relativo e humano. Tudo
deve ser considerado do ponto de vista
absoluto: a compreensão de Deus.
Todas as Polaridades estão no mesmo
espectro de vibração, porém de lados
opostos. Enquanto um é considerado
positivo, o outro é negativo. Entretanto, a
finalidade suprema da Polaridade é que
uma vibração, ou seja, um polo, pode ser
transmutado em outro.
Tudo pode sempre se transformar.

112
O ALQUIMISTA INTERIOR

Para os alquimistas, a Polaridade é um


pilar fundamental na estrutura da
alquimia. Esse princípio apresenta a
dualidade, e como nela é possível viajar
por entre os graus dos mesmos elementos.
De fato, fazemos isso diversas vezes ao
longo da existência, mas de forma
imperceptível aos olhos. Quanto mais o
alquimista compreende e aplica o princípio
da Polaridade, mais ele compreende não só
sobre a dualidade do mundo externo, mas
igualmente entende sobre a dualidade
interior do Ser e seu próprio estado
mental.
A Polaridade do Ser pode ser vista quando
se entende que as emoções, pensamentos e
sentimentos também são uma questão de
grau, assim como todas as criações do
Todo. Diante do maior dos temores é
quando somos convidados a desenvolver a
maior das coragens, assim, como a luz
pode surgir através da escuridão com um

113
toque no interruptor. Toda a dualidade
pode ser transmutada no seu oposto,
assim, todos os paradoxos podem ser
reconciliados: na alquimia, é possível
realizar a transmutação, ou seja, a
transformação de substâncias inferiores
em substâncias superiores, como a
transformação de ‘metais comuns em
ouro’. Metaforicamente falando, as
substâncias inferiores e superiores podem
ser retratadas exemplificativamente como:
(Inferior) medo ≥ coragem (superior).
O medo representa o metal, enquanto a
coragem, o ouro. Na alquimia, a
purificação é o processo de remover
impurezas, contaminantes ou elementos
indesejados de uma substância, a fim de
torná-la mais pura. No contexto da
dualidade interior, purificar o medo é
entender que esta amarra existe apenas na
mente: o medo é o pavor da incerteza
sobre o que não se conhece. Entender a
raiz do medo, sua natureza e sua causa é o
passe para eliminar seus agentes

114
causadores e os pensamentos
autodestrutivos derivados dele. Não se
deve ignorar este sentimento apenas por
considerá-lo negativo, mas se deve integrá-
lo e investigá-lo, dissipando quaisquer
dúvidas subjacentes dele. Aniquilando suas
causas e entendendo que este sentimento é
uma corrente mental, é possível
transformá-lo em coragem. O mesmo
raciocínio se aplica para todos os opostos.
A frase "todos os paradoxos podem ser
reconciliados" sugere como uma expressão
da crença alquímica de que, através do
entendimento profundo e da busca pela
verdade interior, é possível reconciliar
contradições aparentes, tanto no mundo
material, quanto no espiritual. Assim como
os alquimistas buscavam reconciliar
elementos aparentemente opostos em
busca da transformação espiritual e da
pedra filosofal, a reconciliação citada
sugere que ao explorar os paradoxos da
vida, do conhecimento e da existência, é
possível chegar a um entendimento

115
profundo e transformador sobre estado
puro do Ser.
As correntes humanas começam na mente.
Entender isto é não sucumbir às baixas
vibrações que impedem a evolução
contínua do Ser. O alquimista que
compreende a Polaridade será capaz de
aumentar ou diminuir sua vibração
conscientemente, tornando-se mestre do
seu próprio estado vibratório. Isto o
libertará do controle externo. O domínio da
Polaridade dá ao alquimista a capacidade
de realizar alquimia espiritual e mental em
todas as circunstâncias.

Modificando a natureza da Polaridade na


prática:
Para destruir um período vibratório
negativo, coloque em atividade a
Polaridade, começando por reconhecer
e identificar o estado negativo que está
experimentando. Isso pode envolver
nomear suas emoções, pensamentos ou
sensações físicas associadas a esse

116
estado.
Aceite que estados emocionais
negativos são uma parte natural da
experiência humana. Não se julgue por
sentir essas emoções; identificá-las
conscientemente já é uma enorme
vantagem.
Tente entender as raízes do seu estado
negativo. Isso envolve a reflexão sobre
eventos passados, padrões de
pensamento ou comportamentos que
contribuíram para essa condição.
Identifique pensamentos negativos e
racionalmente substitua-os por
pensamentos construtivos. A
reestruturação cognitiva pode ajudar a
mudar sua perspectiva. Tal como a
inclusão de um novo hábito, o começo
dessa mudança será consciente, mas,
com o passar do tempo, o cérebro
tornará o impulso em algo
automático.
Use formas de expressão criativa, como
arte, escrita ou música, para liberar

117
emoções negativas. Passe a reparar
quais práticas promovem seu equilíbrio
emocional. Se você tem crenças
espirituais, pode se envolver em
práticas como a oração, a meditação
espiritual e a conexão com Deus para
buscar orientação e apoio em sua
jornada de transformação.
Cada Ser é único e diferentes
abordagens podem funcionar melhor
para diferentes indivíduos, portanto, é
importante encontrar o que ressoa
melhor com você em sua busca pela
mudança de Polaridade e pela
transmutação de estados emocionais
negativos.
Por fim, concentre seu pensamento no
polo oposto daquele que você deseja
aniquilar. Aniquile o indesejável
transmutando sua Polaridade.

118
RACIONALIZANDO A EMOÇÃO

A harmonia pessoal é a capacidade de


manter o equilíbrio entre todas as forças
contidas no Ser interior. Para encontrar a
felicidade genuína é preciso administrar a
tristeza. Para dominar o funcionamento do
mundo material é necessário integrar o
mundo espiritual e mental. Para encontrar
a luz é primordial integrar a sombra. A
evolução está profundamente associada à
maestria do equilíbrio interior, e a
dualidade entre emocional e racional são
aspectos igualmente cruciais na
experiência humana. Esses dois aspectos
da mente parecem frequentemente
opostos, mas são interdependentes e se
retroalimentam.
Por um lado, o aspecto emocional da
humanidade é a fonte de nossos
sentimentos, paixões e intuições. É o
impulso que nos conecta com o mundo em
um nível profundo, permitindo-nos
experimentar a alegria, a tristeza, o afeto e

119
a esperança. No entanto, quando
dominados pelo aspecto emocional,
podemos nos deixar levar por decisões
impulsivas e irracionais, resultando em
arrependimentos e conflitos.
Por outro lado, o aspecto racional
representa nossa capacidade de análise,
lógica e discernimento. É esse aspecto que
nos permite resolver problemas complexos,
planejar a longo prazo e tomar decisões
estratégicas. Contudo, quando em excesso,
a racionalidade pode nos tornar defensivos
e isolados, levando a um distanciamento
humano e à dificuldade no convívio em
sociedade.
Ambos os aspectos são necessários para
agir com sabedoria, mas em excesso são
prejudiciais, tal como as demais formas de
desequilíbrio. Um indivíduo que
internaliza a fusão entre o emocional e o
racional é capaz de tomar decisões
estratégicas, enquanto simultaneamente
considera suas emoções. Isso implica
reconhecer a validade de sentimentos e

120
intuições sem permitir que eles dominem
completamente sua percepção do mundo.
A busca pela harmonia é uma jornada de
autoaperfeiçoamento. É um esforço
constante para desenvolver o malabarismo
entre a paixão e a razão, incorporando o
poder de ambos.
Em momentos de desequilíbrio emocional
ou irracionalidade:
Se afaste da situação. Se não for
possível fisicamente, faça
mentalmente. Leve o pensamento para
outro fim distrativo e retorne quando
sentir que retomou o controle sobre si.
Preste atenção no silêncio até que este
acalme a mente.
Pratique a atenção plena e consciente
no momento.
Use seu estado mental para restaurar o
equilíbrio, recordando-se
intencionalmente dos pensamentos
que estruturam seu propósito.
A mente é como um subordinado que,
quando não mantido sob controle,

121
se torna o mestre; portanto, aprenda a
manuseá-la se não quiser ser
manuseado por ela.

Nesse processo, encontramos a verdadeira


essência da humanidade, uma que não
nega suas emoções, nem renuncia a razão.
A harmonia entre o emocional e o racional
nos permite tomar decisões sábias,
construir relacionamentos saudáveis e
viver vidas abundantes e significativas. É
a realização de que, por meio do equilíbrio,
podemos nos elevar acima das dualidades,
encontrando a unidade e a plenitude de
nossa existência.

122
EGO POLARIZADO

O comportamento polarizado acontece


quando adotamos opiniões, posições e
atitudes completamente rígidas. As
polaridades possuem extremos, e nos
tornamos inflexíveis quando estamos no
limite de qualquer polaridade que seja.
Quando em desequilibro, variamos entre
estados de convicção excessiva ou de
dúvidas incessantes; ambos são nocivos,
pois as polaridades existem para serem
consideradas a partir do meio-termo.
O ego também se comporta dessa forma.
Sendo responsável por lidar com a
realidade, o ego tende a tornar
absolutamente tudo sobre ele. É o famoso
‘’levar para o lado pessoal’’. Acontece que
se estamos preocupados com as ofensas
alheias, com uma frase mal interpretada
ou emprestando nosso emocional para as
intrigas do ego, nos cegamos para as
questões indispensáveis da vida. Quando
se passa pela existência ocupando sua

123
sua mente com pequenas causas, não se
percebe o valor das grandes causas.
Uma visão de mundo rígida é um obstáculo
até o sucesso. Se um sábio aprende lições
até com os fracassos, sem eles não haveria
oportunidades de ganhar experiência de
vida. O ego lhe dirá que você sabe de tudo
e por isso não permitirá que você aprenda
nada. O ego lhe dirá que ‘está bom como
está’ e por isso não permitirá que você
evolua. Humildade é virtude: não para se
colocar como menos do que é, mas para
saber que pode ser ainda mais. Ser um
eterno aprendiz é a única visão de mundo
possível para se acessar os patamares
superiores da existência.
Suponha que pode aprender algo com
todas as pessoas que atravessarem seu
caminho. Se não for um aprendizado
valioso, aprenderá no mínimo uma lição.
As pessoas, das boas as más, nos ensinam
com seus comportamentos e lê-las é uma
capacidade primordial para se adquirir – o
problema é que o ego não permitirá levar

124
seu olhar aos outros enquanto ele estiver
em si – então, tire-o da passagem.
Toda vez que seus olhos estão cobertos
pelo terreno, você se torna incapaz de ver
o divino. Neste mundo existem uma
infinidade de distrações para nos cegar,
mas quando se trata do ego, está nas
nossas tirar o controle dele.
Por mais que passemos o dia conosco,
ainda assim não somos o centro da Terra.
Ainda que se ouça às outras pessoas, o que
estas dizem não é uma lei.
Ainda que nos esforcemos para sermos
compreendidos e não gerar entendimentos
contrários do que gostaríamos, dedicar
tempo a modificá-los seria abdicar de levar
esse tempo aos fins realmente
engrandecedores.
Ainda que os polos existam, podemos
escolher olhar para ambas as direções
antes de atravessar a rua.
As coisas só se tornam pessoais quando nós
damos poder a elas. Tire das mãos alheias
o poder de roubar o seu emocional de você.

125
Somos um grão de areia, perdendo a
cabeça por algo que outro grão de areia
pronunciou. As pessoas respondem ao
externo com base nas suas próprias
experiências; nem todos compreenderão
sua forma de viver... e nem precisam.
Conforme se olha para sua própria jornada,
se percebe quão irrelevante é a alheia. Não
ouça o ego quando este apontar algo ínfimo
a fim lhe roubar a atenção; a evolução só é
possível quando se entende que tanto para
o superior quando para o inferior, o tempo
injetado até colher o resultado é o mesmo:
a diferença é que o superior te evolui e o
inferior te aprisiona.
A existência pode ser elevada ou
insignificante, nós decidimos isso dia após
dia, com base nos elementos que retém
nossa atenção. Somos prisioneiros das
nossas escolhas e reféns das
consequências. Não existirá um dia quando
a conta chegará, nós pagamos a conta
diariamente. Aquele que mira o inferior
perde o melhor da vida, vive descontente

126
por detalhes tão supérfluos que reduzem
inclusive sua própria capacidade. Depois
pergunta-se por qual razão a vida não flui.
Quando nos preocupamos somente com as
estrelas, perdemos a lua de vista. Todas as
direções são manifestações da vida. Muito
cuidado com a direção que decide olhar,
você está automaticamente se cegando
para todas as outras.
Do pó viemos e ao pó voltaremos; não
gaste a passagem pela Terra olhando o
bronze, quando poderia estar admirando
o ouro.

127
CANALIZAÇÃO E NIRVANA

Nos tempos antigos, Hermes Trismegisto


disse:
“O Sol é seu pai, a Lua sua mãe”

No contexto alquímico, o Sol e a Lua


representam princípios opostos e
polaridades complementares. O Sol é
associado à luz, ao calor, ao masculino, à
energia ativa e à espiritualidade, enquanto
a Lua é associada à escuridão, à frieza, ao
feminino, à energia receptiva e à
materialidade. Ser filho do Sol e da Lua é
conter em si ambos os polos das duas
polaridades.
Com a passagem do tempo na vida
terrena, entramos frequentemente em
fases que vêm e vão. Hora ensolarados
pela luz, hora envoltos na escuridão.
Se deve estar internalizado para todo e
qualquer alquimista que em ambas as
circunstâncias é possível encontrar
possibilidades de evolução, pois

128
diferentemente do entendimento do senso
comum, é possível implementar as
adversidades negativas como um
combustível impulsionador. Como para
todas as dualidades, passeamos por entre
uma régua de extremos do Sol à Lua
conforme experimentamos as diferentes
fases da vida:

A escuridão da Lua representa a fase de


redução de energia, a sombra e a frieza,
bem como uma Letargia. Estamos regidos
pelas características lunares quando
experimentamos o medo, a apatia e a
indiferença frente às circunstâncias da
vida, quando os ‘neurotransmissores da
felicidade’ estão em níveis mais baixos que
o considerado normal. É comum ver esses
elementos frequentemente associados à

129
depressão, por exemplo, quando essas
características são experimentadas
recorrentemente. Isto é estar no polo da
Letargia, da Lua: quando se perde o
prazer pela vida e a exaustão se instala
cronicamente no espírito.
Em contrapartida, o Sol representa a fase
do aumento da energia ativa, do
desassossego, nervosismo e até aflição
frente ao futuro, bem como uma
Inquietação. Estamos regidos pelas
características solares quando estamos
ansiosos e inquietos, quando os picos de
energia alcançam níveis exorbitantes,
trazendo um efeito reboot que
impossibilita o estado de paz mental. É
comum ver esses elementos
frequentemente associados à ansiedade,
quando a característica da agitação é
experimentada recorrentemente. Isto é
estar no polo da Inquietação, do Sol:
quando se perde a paz e o desgaste se
instala cronicamente no espírito.
Tanto a Letargia quanto a Inquietação

130
possuem características necessárias para a
evolução, mas que podem ser fatais
quando experimentadas ao extremo.
Todos os elementos do Ser devem ser
ministrados com equilíbrio dos polos. O
estado do Nirvana é a paz e a tranquilidade
de uma mente satisfeita; quando se está
em harmonia consigo, com o universo,
com os princípios de Deus e a justiça.
Neste estado, encontra-se vivendo na linha
tênue entre a Letargia e a Inquietação,
usando das características de ambos os
polos opostos para se viver em pleno bem-
estar: é nesse estado de espírito onde a
vida é fluída, onde as ideias fluem, onde se
encontra a satisfação que nos mantém em
movimento e nos lapidamos feito uma joia
bruta que se banha em ouro.
Quando em momentos de maior Letargia
deve-se ver a possibilidade de analisar a
vida em completa plenitude. É o momento
de frear, de sair do automático e se
observar como uma terceira pessoa.
Quando frente às circunstâncias

131
insatisfatórias, canalize as características
lunares para subtrair dali um aprendizado:
use do indesejável para entender como se
autocorrigir. A vida é pedagógica e os
fracassos são os professores mais eficazes.
Não insista numa fórmula ineficiente;
ajuste os detalhes como quem sobe degrau
por degrau para chegar ao resultado ideal.
Se dê a oportunidade de experimentar até
os momentos de baixa energia, pois ainda
que indesejáveis, esses momentos também
são inevitáveis; e como tudo que é
inevitável, é perspicaz aderir ensinamentos
até das tempestades. Como um ser
humano que experimenta as mais diversas
emoções, estar preparado também para o
negativo introduz a chance de se viver em
menor tempo sob a Letargia,
simplesmente por manter a consciência da
necessidade do domínio mental. Em dias
de maior Letargia, busque, por exemplo,
tarefas que demandem uma maior
atividade mental e menor energia física.
Canalizando essa energia densa nessa

132
tarefa, você perceberá que seu estado
mental se equilibrará de forma intencional
após a finalização da canalização, levando-
o para o Nirvana.
Quando em fases de maior Inquietação
deve-se ver a possibilidade de analisar o
causador dessa ansiedade. Sua bússola
interior, sua centelha divina, sempre sabe
quando se está em erro, conscientemente
ou não, e é nesse momento quando a
Inquietação se instala. A angústia se
manifesta rapidamente quando não se há
precisão na atitude que se toma, quando
não se dedicou a considerar os riscos
subjacentes, quando não se pensa de forma
à se antecipar aos perigos que podem
surgir e essa falta de defesa te torna
exposto. Esse é o momento de conter o
impulso e se dedicar a compreender os
obstáculos que ameaçam sua jornada.
Lembre-se que a vida é didática, canalize a
Inquietação do espírito como um guia que
te conduzirá até a ponderação dos riscos
ocultos.

133
Considere como uma placa de aviso
quando não se está em paz com seu
caminho; a tranquilidade surge
naturalmente por meio da harmonia com a
centelha divina. Em dias de maior
Inquietação, busque canalizar essa
‘energia extra’ em tarefas que demandam
uma maior produtividade física e menor
capacidade mental, guiando sua mente
com cautela e fornecendo direcionamento
para o pensamento. Cada momento que se
vive é uma oportunidade de praticar o
domínio mental, especialmente quando o
pensamento está descontrolado. Use da
Inquietação para se atentar aos riscos,
tomando atitudes para minimizá-los e
aniquilá-los. Você perceberá que seu
estado mental se equilibrará de forma
intencional após a finalização da
canalização, estando assim mais perto do
Nirvana.
Canalizando emoções negativas em
demandas positivas, você estará
transformando obstáculos em

134
em possibilidades. Assim, você estará um
passo mais próximo de fluir com as marés
da vida.

Agora, a próxima chave é compreender o


Ritmo da vida...

135
Parte 5
PRINCÍPIO DO RITMO
‘’Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem
suas marés; tudo sobe e desce.’’
A quinta chave da existência física é a
Adaptação. Saber se adaptar ao fluxo da
vida é fluir na direção da correnteza; vire a
chave do entendimento pleno para acessar
seu potencial máximo.

136
AS MARÉS DA VIDA

Com a Vibração compreendemos que tudo


emite uma mensagem consciente ou
inconscientemente. Com a Polaridade
compreendemos que tudo possui dois
lados e dois pontos de vista. Com o Ritmo
compreendemos que o universo é regido
por um movimento semelhante ao de um
pêndulo: tudo tem fluxo e refluxo; ciclos de
começo, meio e fim.
Com quinto princípio encaramos a verdade
de que tudo na vida segue um Ritmo: uma
oscilação constante entre períodos de
produtividade e descanso, crescimento e
declínio, expansão e redução. Esse
princípio nos traz a mensagem de que
todas as coisas são cíclicas e nada
permanece em um estado constante por
muito tempo.
O Ritmo da vida enfatiza que a mudança é
inevitável e que existe um padrão
intermitente, caracterizado por fases que
continuamente se encerram e reiniciam.

137
O Ritmo reconhece a ausência de
estabilidade na vida, com tudo sujeito a
mudanças frequentes; a vida é
essencialmente movimento, e o movimento
é sinônimo de mudança, portanto, a
mudança é uma consequência perpétua do
movimento do pêndulo da vida.
Podemos observar as transformações nas
formas de vida, pois os ciclos estão
presentes em tudo que nos rodeia, desde o
ciclo da vida até o ciclo das chuvas, plantas,
estações do ano e fases da lua. Tudo segue
o ciclo passageiro de nascimento,
crescimento, amadurecimento e por fim,
morte.
Se todas as coisas possuem um fluxo
constante, com a mente não seria diferente.
Nosso pensamento oscila; hora estamos
energizados, hora desligados – quando isto
é compreendido, desenvolvemos o
entendimento de que mesmo os momentos
difíceis terão seu fim. A busca pelo
equilíbrio é constante, mas apesar da
possibilidade de alcançá-lo, o equilíbrio

138
tende a ser frágil e pode até ser
temporário.
Da mesma forma, as emoções e situações
que vivenciamos na vida também são
passageiras. Em um momento, podemos
estar sujeitos às frequências mais altas;
em outro, às mais baixas. No entanto, se
permitirmos que o tempo siga seu curso, os
velhos ciclos se fecharão e novos
começarão. Os bons momentos retornarão
e, em seguida, passarão, em um ciclo
contínuo ao longo da vida.
Não devemos nos apegar a nenhum estado
ou situação, porque tudo está sujeito a
mudanças, e se tudo é efêmero, resistir a
essa realidade só resultará em sofrimento
pessoal. Nossa insistência em evitar a
mudança não a impedirá. As mudanças na
vida não devem ser automaticamente vistas
de maneira negativa; essa perspectiva
depende da nossa percepção.
Cada dia o movimento da vida se torna
mais evidente, desde que estejamos
dispostos a enxergá-lo.

139
O princípio do Ritmo é um lembrete para
não deixarmos as oportunidades passarem
por diante de nossos olhos sem que sejam
vistas. Perceber essas oportunidades
requer estar atento aos eventos do micro ao
macro, pois qualquer pequena mudança
pode alterar até o curso de nossas vidas,
assim como o Efeito Borboleta. Esse
princípio assegura que tempos melhores
retornarão mesmo quando enfrentamos
adversidades, e por isso não há necessidade
de desespero quando se está imerso ao
caos.
Essa chave nos incentiva a enfrentar
qualquer tempestade, pois elas são
passageiras.

140
ONDAS SUCESSIVAS

Ondas sucessivas se referem a uma série de


ondas que se propagam em sequência uma
após a outra ininterruptamente. Cada
onda sucede a anterior, criando um
padrão contínuo de oscilação e movimento.
Os eventos na vida se desencadeiam como
as ondas sucessivas: absolutamente nada
acontece do dia para a noite, os eventos se
formam e são anunciados por detalhes
antecedentes, pequenas ondas
responsáveis pela formação das grandes
ondas, assim como o macro no micro. A
partir das pequenas partículas é possível
compreender para onde se segue o fluxo da
vida. Os acontecimentos se anunciam
antes de se concretizar, ou seja, a vida
envia sinais o tempo todo. Estar atento a
forma de linguagem da vida é como prever
seus próximos passos. Alguns infortúnios
podem ser evitados, enquanto algumas
recompensas podem ser antecipadas. A
vida envia seus feedbacks frequentemente

141
via silenciosos indícios. Uma pergunta que
se faz há vida é respondida através de suas
gotículas: uma frase específica dita por um
específico alguém num momento
específico. Uma imagem que se repete e
chega de diferentes formas até você. O
comportamento das pessoas que lhe
rodam. A chegada do novo e a substituição
do antigo. Uma ideia que se retira de um
pequeno acontecimento e que pode mudar
sua existência como indivíduo. Uma frase,
uma palavra, uma imagem, um local, um
sonho. Para se receber as mensagens da
vida, é fundamental entender que tudo é a
vida; e ela se comunica com os recursos
que possui. Tal como as Sincronicidades de
Jung: elas estão lá e é nosso dever lhes dar
uma simbologia. Só você, individualmente,
pode desvendar as mensagens da vida da
forma como faz sentido na sua realidade.
As ondas sucessivas formam os eventos em
cadeia: um detalhe que desperta o
próximo, que gera o seguinte, que fomenta
o subsequente, que resulta numa

142
circunstância específica. O fato é que essas
ondas nos incentivam a não permanecer no
erro; se a vida anuncia, de alguma forma,
que algo tende a não sair como esperado,
essa é uma oportunidade de recalcular a
rota. Se o feedback for negativo, quanto
antes percebê-lo, melhor a chance de
remediá-lo. Ver oportunidades no
indesejável é isso: usar os fracassos para se
aprimorar. Se tudo muda, nos também
devemos mudar. Entenda dentro dos
fracassos quais pontos podem ser
aperfeiçoados a fim de evitar que ocorra
novamente.
Deve-se analisar os feedbacks positivos da
mesma forma: se um caminho funciona, a
vida envia placas que reforcem o trajeto.
Você verá sinais de que está na jornada
certa. Não há dúvidas quando a vida dá
certezas e você saberá exatamente quando
deve prosseguir sem olhar para trás.
A comunicação com a vida não é como a
comunicação verbal que aprendemos: a
vida pode até falar com a gente no idioma

143
que conhecemos, mas nós precisamos
entender o idioma dela também. Quanto
menos estivermos ligados à nossa
linguagem e ao ego, mais
compreenderemos as mensagens que nos
rodeiam. A vibração nos diz que tudo é
informação, o ritmo nos diz que a
somatória dessa informação a curto e longo
prazo formarão experiências. Não
chegamos de uma rua a outra sem um
trajeto ou sem uma placa contendo o nome
da rua para nos situar, tampouco seria
dessa forma que se desenrolaria os
acontecimentos vivenciados. As
frequências vibracionais oscilam, subindo
e descendo, nos levando entre uma
circunstância a outra. Aquilo para o qual
olhamos, nos olha de volta. As ondas
começam por detalhes que tomam
proporções crescentes por alimentação da
nossa parte. Se quer evitar que algo ocorra,
deixe de alimentar a pequena onda que
fará com que aquilo aconteça futuramente.
Se quer antecipar um acontecimento,

144
deposite nele sua atenção e compreenda os
sinais da vida pelo caminho, se adaptando
as ondas com resiliência.
Aprenda a não nadar contra a maré se
quiser se moldar ao movimento da vida,
pois dominar o fluxo é dominar a vida. E
dominar a si próprio é nadar com as
ondas sucessivas.

145
DURANTE A MARÉ BAIXA

Com base no Ritmo da vida, entende-se


que alguns momentos serão de maré baixa,
pois algumas fases da vida serão letárgicas.
Nesses momentos, quando o mundo
externo não despertar sua atenção, você
deve se voltar para o mundo interno. Use a
calmaria da maré baixa para analisar a
maré alta, identificando qual o ambiente
favorecia aquele fluxo e quais eram suas
atitudes que impulsionavam ou freavam o
ritmo da vida. Aquele que têm êxito uma
vez, pode repetir o feito se entender a
fórmula que lhe levou àquele resultado.
Não exaure a sua energia, mas igualmente,
não permita que ela fique estagnada; pois
nada está parado e o que não está
progredindo, está retrocedendo. Sempre
revise sua história, pois qualquer lição que
seja esquecida, será repetida até que o ciclo
se finalize. Existe ouro na sua trajetória de
vida, existem lições que foram aprendidas
por você que jamais seriam compreendidas

146
da mesma forma por outra pessoa, e o
conhecimento que se deriva da vida é tão
grandioso que não se pode aprendê-lo por
nenhuma outra fonte.
É possível se antecipar a instabilidade da
vida através do cultivo de uma
mentalidade: aquela que frequentemente
busca por desafios. A vida só nos
surpreende quando não nos sentimos
prontos, mas na realidade, dificilmente
estaremos prontos para um desafio; e
quanto mais inesperado, mais
despreparados estaremos. Buscar na sua
trajetória quais foram os momentos de
sucesso, quais atitudes foram tomadas nele
e quais pensamentos eram cultivados
naquele momento pode ser a fórmula do
seu sucesso individual. Analisar a nós
mesmos é uma forma eficaz de entender
atualmente o que não foi entendido na
época dos fatos. Se quer ver a ilha, saia da
ilha. Relembrando uma situação que já se
passou, é possível descobrir quantos
caminhos eram visíveis – e na época se

147
se tornaram invisíveis – ou quantas
atitudes foram a raiz das consequências
experimentadas posteriormente.
O Ritmo da vida nos faz refletir sobre a
sorte. Não essa sorte que ouvimos falar
comumente como o oposto do ‘azar’, mas a
sorte que criamos quando compreendemos
a dinâmica da vida. Somos seres de fases,
hora estamos tão conscientes quanto ao
mundo que temos dificuldade em nos
desligar dele até para sanar a necessidade
fisiológica do sono, em outra hora estamos
tão esgotados mentalmente que só temos
vontade de nos recolher em nós mesmos.
Seu corpo é sua casa, sua armadura que
recebeu quando adentrou a existência na
Terra, cuidar dele é sua responsabilidade.
Não se force a entrar num ritmo que não
condiz com seu momento, mas aprenda a
entender a diferença entre se adaptar a
maré baixa e a estagnação da zona de
conforto. Na estagnação não há
crescimento algum, apenas a perda do seu
maior bem: seu tempo.

148
Durante a maré baixa, os desafios internos
ainda podem ser encontrados dentro de
você; compreendendo que essa fase
passará, se preparando para a próxima
maré e dando vida a sua própria sorte.
Para atingir o sucesso é preciso que uma
sucessão de eventos aconteça a seu favor,
assim como as ondas sucessivas onde o
mínimo detalhe diferente possui a
capacidade de alterar tudo dali em diante.
Mas para que o sucesso seja alcançado, é
necessário colaborar com o fluxo da vida.
Quando não encontrar respostas do lado de
fora, olhe para dentro. Quando a maré
baixa da vida não trouxer desafios,
alimente sua alma solucionando os
desafios internos, pois eles estão sempre a
espera sua atenção. Aprenda a construir a
sua sorte usando dos momentos de
calmaria e nunca mais esteja
despreparado para a guerra quando ela
explodir.

149
ABRANJA OS OBSTÁCULOS

Marco Aurélio certa vez disse ‘’O


impedimento à ação avança a ação. O que
está no caminho, torna-se o caminho’’.
Às vezes, nos depararemos com
contratempos pela jornada. Um detalhe ou
outro que pode atrapalhar toda a rota até
um objetivo. Com a Polaridade
entendemos que tudo possui dois lados,
com o Ritmo aprendemos a integrar esses
lados ao fluxo da vida.
Muitas vezes dedicamos nossa energia
mental e física a evitar um obstáculo. Não
aceitamos certos fatos, nos rebelamos e
ocupamos nossa mente por assuntos que
nos roubam o tempo e nos tiram a paz.
É um fato que podemos guiar a vida pelos
caminhos que desejarmos, afinal, existem
infinitas possibilidades de se chegar a um
mesmo destino. Porém, existe um ditado
bíblico que nos diz ‘Todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas convêm’,
podemos nos voltar integralmente a

150
qualquer assunto que seja, somos livres
para escolher onde depositar nosso foco,
mas nem tudo que podemos é benéfico
para nós. Crescemos com certo receio dos
obstáculos e dos fracassos unicamente
porque não somos ensinados a lidar com
eles. Se para tudo existem dois lados,
aquilo que abala nosso mundo também
pode se tornar a estrutura que o faz se
reerguer; o que define nossa jornada é
como interpretamos as informações das
placas pelas ruas.
Existem milhares de possibilidades para
cada dualidade da vida. Em tempos de
crise, alguns quebram, outros prosperam.
Após uma desilusão, alguns estagnam suas
vidas, outros se impulsionam carregando
uma bagagem repleta de aprendizados. A
vida depende diretamente da maneira
como percebemos os acontecimentos e o
que nos tornamos após eles, pois tudo se
inicia através da sua percepção. Algumas
pessoas possuem uma percepção aflorada,
outros não veem sequer o que está a três

151
passos adiante.
O ponto primordial sobre a percepção é
que ela pode ser treinada; é possível olhar
a mesma pintura durante consecutivos dias
e a cada um deles, obter uma nova
compreensão. O que muda não é a pintura,
é a sua maneira de ler os elementos
contidos ali. Você pode lutar consigo
mesmo para que um detalhe ou outro seja
diferente na obra, ou você pode criar uma
nova narrativa que abranja até mesmo o
que um dia já foi indesejável.
Um obstáculo para uns significa o fim da
jornada, para outros um recomeço. Fazer
do obstáculo no caminho o próprio
caminho é seguir ciente, sabendo que
qualquer pedra que apareça será integrada
ao plano, uma mente que compreende o
fundamento dessa ideia nunca mais terá
medo do desconhecido, porque seja o que
for que o desconhecido represente, haverá
mil maneiras de fazê-lo dele uma parte do
plano. Ver possibilidades nos
contratempos é uma benção da percepção

152
aflorada. Um obstáculo não precisa te fazer
desistir e voltar por onde veio, tampouco
deve te fazer recuar e atrasar sua chegada,
mas te fazer recalcular o plano e continuar.
Quantas vezes algo indesejável lhe
acometeu, e hoje, relembrando sua
história, aquilo lhe serviu de impulso?
Quanto sofrimento se reverteu em força, te
preparando para guerras piores? Tudo é
informação o tempo todo, podemos
escolher por crescer através delas, ou não.
Algumas coisas são o que são, lutar contra
elas é desviar seu foco do que realmente
importa. Todas as coisas podem nos
ensinar; se a situação lhe diz que você é
fraco, torne-se forte e tente de novo. Não
há tempo perdido para quem reverte cada
segundo em experiência.
Se você tem pressa em chegar ao seu
objetivo, entenderá mais cedo ou mais
tarde que lutar contra o inevitável que se
encontra pelo caminho requer mais
energia do que simplesmente aceitá-lo.
Portanto, não lute contra o que é,

153
encontre um meio de se adaptar. Nadar
contra a correnteza atrapalhará somente a
sua jornada, pois até correnteza segue seu
fluxo. Procure o ponto positivo em cada
obstáculo, pode começar por fortificar a
parte fraca em você que tornou aquele
obstáculo numa grande hidra. Quando se
corta superficialmente a cabeça de um
problema, ele renasce como três. Mas
quando o cauteriza, ele jamais volta a
aparecer.

154
O PÊNDULO INCISIVO

O Ritmo se manifesta proporcionalmente


entre os dois polos estabelecidos no
Princípio da Polaridade; hora o pêndulo
refugia seu balanço para a direita, na
mesma medida que segue para a esquerda,
num movimento contínuo e incessante que
se compensa entre si. É por essa razão que
a raiva que se sente por alguém que já se
amou um dia, é infinitamente maior que a
raiva que se sente por alguém que não se
conhece intimamente – o pêndulo que hora
esteve no amor, se refugia no sentido
oposto, se tornando ódio, intenso na
mesma medida que o amor. Quando
sacrificamos nosso item de maior valor –
nosso tempo – pela construção de algo
valioso, criamos a possibilidade de viver
algo ainda mais valioso no longo prazo.
Renunciamos as recompensas imediatas
em favor de objetivos mais importantes e
significativos no futuro. Aquilo que se
ganha é sempre pago por aquilo que se
perde.
155
Quando passamos pelo processo de
criação, existe o momento quando os
planos já saíram do papel, mas ainda não
se concretizaram, mas já estão iniciados,
mas ainda não estão certos. Mas. Mas.
Mas. Sempre há um ‘mas’. Esse é o
momento quando a dúvida baterá na porta.
Sua mente questionará se este sacrifício
vale a pena. Se você estava se enganando.
Se sua vontade era um erro.
A resposta para cada dúvida que a vida lhe
apresenta é: você sempre saberá o que
fazer. Talvez não imediatamente, talvez
não de um dia para o outro, mas sua
vontade encontrará a resposta. Muitas
vezes, a dúvida surgirá alguns metros antes
do resultado que você busca, e deve ser
interpretado como um sinal amarelo do
semáforo: você desacelera e espera a
próxima oportunidade, ou você acelera e
passa antes que o sinal feche.
O pêndulo que hora é dúvida, hora é
certeza. O pêndulo que hora é sacrifício,
hora é recompensa. Como seres de

156
mudanças, passeamos por entre estes polos
e o único requisito para voltar a
neutralidade é estar certo de si, afinal, a
remuneração que você recebe é sempre
proporcional ao serviço que você presta.
O pêndulo que hora é cobrança, hora é
recompensa: a vida que te cobra é a
mesma que te paga. Sua vontade, quando
não te desenvolve, mas te retrocede, é um
desejo que satisfaz a carne, mas não a
alma. A mente, sábia e equilibrada, sabe
que a estabilidade reside na alternância
entre os extremos.
O Ritmo da vida lhe dirá se a direção que
você segue é certeira ou errônea, saiba
ouvi-lo. Com a subida deste degrau, você se
torna pronto para entender as causas que
mudarão sua realidade através o próximo
princípio.
Afinal, o que se colhe é sempre
proporcional ao que se planta. Não poderia
ser de outra forma.

157
Parte 6
PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO
"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito
tem sua Causa; o Acaso é simplesmente um
nome dado a uma Lei não reconhecida.’’
A sexta chave da existência física é a
Semeadura. Aceitar que se colhe apenas o
que se plantou é agir com maestria e justiça;
vire a chave do entendimento pleno para
acessar seu potencial máximo.

158
AÇÃO E REAÇÃO

O princípio de Causa e Efeito afirma que


existe um ponto de partida original para
cada situação e experiência vivenciada no
mundo; isto significa dizer que cada ação
reproduzida no universo resultará numa
consequência. Todos os caminhos têm um
primeiro passo, todas as discussões
possuem uma primeira frase e todo o
sucesso decorre das decisões que o
antecederam – dessa semente original
surge uma reação em cadeia, onde eventos
com ramificações se estendem por todas as
direções. Quando seu corpo se movimenta,
está fazendo com que as moléculas e o
espaço ao redor do corpo respondam.
Quando um motorista decide virar à
esquerda ao invés de à direita, a
experiência obtida em diante será
completamente diferente. Se você decide ir
ao parque no sábado e não no domingo,
está abrindo possibilidades para que
distintas situações se desenrolem.

159
Esse princípio nos ensina uma lição
fundamental sobre a qual muitos são
incapazes de aceitar: nós temos
responsabilidade pelo nosso resultado.
Vivemos rodeados por diversos fatores, por
outras pessoas, oportunidades, ambientes e
consequências, mas seja qual for a junção
final de tudo isso, ainda somos cúmplices
do nosso destino. Quem é você é sua causa,
a vida que você tem é seu efeito; ou seja,
sua realidade é um reflexo da pessoa que
você está sendo e das crenças que
predominam no seu pensamento, das quais
seu comportamento é o resultado
proporcional.
Vimos no princípio do Ritmo que a vida se
desenrola através das Ondas Sucessivas, o
que nos relembra que não terminamos
numa situação do dia para a noite, por
meio de um único pensamento ou atitude.
A vida que vivemos se constrói entre ações
e reações, atitudes e consequências, sendo
determinada por nós a cada segundo. As
Ondas Sucessivas da vida não servem

160
apenas para nos levar de um lado para o
outro: quando compreendemos que temos
de aprender a nadar por entre elas,
compreendemos também que viver numa
onda ou outra é opcional. De fato, não
podemos resolver nossos maiores
problemas num piscar de olhos, mas
podemos agir de acordo para que as
consequências obtidas futuramente sejam
minimamente favoráveis para nós. Muitas
pessoas passam a vida inteira esperando
pelas possibilidades que estão na frente de
seus olhos, mas de tanto olhar para os
lados, perdem a chance de enxergar a
mudança; culpam a Deus, a vida, os outros,
nunca suas próprias distrações. Somos os
únicos seres conscientes nesse planeta e
levamos a vida inteira para entender a
dimensão da consciência. Podemos
descobrir hoje como será nossa vida entre
5 a 10 anos simplesmente reparando pelo
que trocamos nosso tempo, e quais
desculpas contamos a nós mesmos para
não fazer o que sabemos que devemos
fazer.
161
Verdade seja dita: diariamente nós criamos
argumentos mentais para não evoluir. Nos
cercamos entre crenças que justifiquem um
fracasso inerente. Insistimos em atitudes
ruins e não entendemos por qual razão a
vida flui para os outros, mas não para nós.
Preferimos acreditar que somos
injustiçados e azarados do que aceitar que
erramos. O princípio da Causa e Efeito
exige que assumamos o controle por nossas
vidas – tanto pelas partes que nos
orgulham, tanto pelas partes indesejadas
por nós. As causas que você inicia
impactam o que você receberá em troca,
pois o universo é apenas um reflexo.

Se quer entender seus efeitos de hoje, olhe


para suas causas do passado.
Se quer decifrar seu futuro, olhe para suas
causas de hoje.

A cada dia podemos fazer um pouco mais


para alcançar as mudanças que desejamos,
mesmo que seja por um pequeno passo,

162
como mudar um único pensamento.
Precisamos entender como sociedade que
para que as possibilidades aconteçam para
nós, nós precisamos abrir margem para
que elas possam acontecer. É impossível
receber uma recompensa da vida quando
bloqueamos todas as formas desse presente
nos encontrar. Quando nos movimentamos
em direção as causas corretas, os efeitos
acontecem consequentemente.
Uma ação não pode ocorrer sem um
pensamento original: qualquer ação é
resultado de um pensamento. A maneira
como você pensa sobre a sociedade te leva
a agir de alguma maneira com as outras
pessoas, a maneira como você pensa sobre
você te leva a se comportar de uma forma
específica e a maneira como você pensa
sobre a vida determina onde você está.
Alguém que nutre a crença de que o
‘dinheiro é sujo’ está decidindo não ter
dinheiro; alguém com a crença de que o
sucesso só alcança os bem afortunados está
decidindo não ter sucesso.

163
Por que alguém perseguiria um bem sujo
ou uma oportunidade impossível? Não há
razões. Entretanto, essa falta de razões se
deriva de uma profunda crença enganosa.
Um único pensamento que molda sua vida
para todo o sempre.
Se seus resultados são insatisfatórios hoje,
não dê um passo sequer antes de mudar
seu pensamento. Se seu pensamento já está
alinhado, comece a decidir qual será seu
comportamento. Se seu comportamento já
está alinhado, comece por decidir quais as
causas lhe parecem hoje com as causas
corretas para o resultado que você espera
encontrar no amanhã. Se o resultado não
for o que você esperou, mude a causa. O
efeito surge única e somente através da
causa correta.
Uma vez que você desencadeie uma causa
no mundo, ela terá uma ondulação
contínua viajando pela vida e retornando
para você. A importância do caráter não é
para que você seja bom para os outros,
quando os outros lucram com seu caráter é

164
apenas uma consequência. O caráter não é
importante a ninguém mais do que o
próprio que o possui. Afinal, aquilo que
você é, é exatamente o que te espera. O
merecimento e a dádiva são apenas os
equivalentes das causas corretas
vinculadas ao caráter de suas próprias
ações.

165
DESVENDANDO O ACASO

O princípio de Causa e Efeito, também


conhecido como princípio da Causalidade,
apresenta a ideia de que nada ocorre por
acaso no universo. Absolutamente nada.
Cada evento vivido possui por si só sua
gama de razões que precedem seu
movimento final. Essa premissa implica
que todas as ações e eventos estão
interligados por uma teia complexa de
relações de causas que se tornam efeitos. A
ideia de que colhemos o que semeamos
reflete a crença de que cada escolha e ação
carregam consigo consequências, sejam
elas positivas ou negativas.
A vida se encarrega de nos colocar
exatamente no espaço onde merecemos
estar, não é possível que um grupo seleto
de pessoas seja agraciado por diversas
bênçãos enquanto o outro grupo se
debruça na injustiça. Deus justamente
criou sua lógica Divina para sermos
responsáveis pelo controle da nossa vida,

166
ainda que essa lógica ultrapasse nosso nível
de consciência. Esse princípio postula que
não há espaço para a aleatoriedade, sorte
ou azar na existência; esses termos foram
criados por nós justamente como resposta
ao que não podemos explicar ou
compreender.
Você é o ponto central de cada
acontecimento que vive. Você é o núcleo a
partir do qual tudo se desdobra. É por isso
que sua realidade como existe hoje é o
maior dos exemplos para se enxergar na
prática a qualidade da sua mentalidade.
Cada pensamento que se sustenta ao longo
do tempo se torna uma verdade, e cada
palavra dita ou ato feito desencadeia uma
resposta correspondente no universo,
criando uma cadeia ininterrupta de
eventos que não segue necessariamente o
tempo da forma como entendemos; não há
prazo para receber os efeitos, tampouco
validade para vivê-los. Isso implica que não
estamos apenas vivendo as consequências
das causas mais recentes, podemos estar

167
presos entre efeitos que causamos muito
tempo atrás, apenas porque não sabemos
interromper essa cadeia de eventos que se
tornam uma bola de neve a longo prazo.
Somos prisioneiros das nossas convicções,
mas temos a chave do cadeado que nos
aprisiona; e ainda, sim, procuramos no
externo algo que possa nos trazer a
liberdade.
O fato é que a lógica de Deus transpassa
nossa lógica humana. Estamos num
processo de aprendizado desde o dia do
nosso nascimento, passando por décadas
de conhecimento adquirido até que
possamos afirmar entender ao menos 1%
da mente de Deus. Com frequência nos
condenamos a vivenciar continuamente os
mesmos ciclos e vez após vez assistimos
nossos resultados se repetindo, justamente
porque é demasiadamente difícil decifrar a
nós mesmos e nossas ações. É preciso
reconhecer nossos pensamentos e atitudes
se quisermos nos dispor a arquitetar nosso
destino, tanto quanto é preciso se

168
quisermos destrinchar profundamente as
experiências pelas quais estamos passando.
A noção da autoresponsabilidade é
imensamente assustadora quando não
aceitamos as falhas do nosso processo de
aprendizado, e é ainda mais agoniante
quando sequer entendemos que estamos
nesse processo. Já não somos quem
éramos ontem, somos menos ainda de
quem seremos no amanhã. A graça da vida
é a força que Deus imputou a nossa alma
para nos reinventar todas as manhãs
quando acordamos. Se entendêssemos
isso, jamais nos submeteríamos a insistir
nas ações que claramente não surtem o
resultado esperado. Poderíamos deixar o
vitimismo de lado e aceitar que existe mais
do que ser aprendido para chegar ao
destino que tanto buscamos. Poderíamos
compreender que se a esperada
recompensa não nos alcançou, algo em nós
precisa de lapidação.
A vida é uma construção. Deus é a fonte de
força que não nos permite enfraquecer, é

169
quem nos mostra a direção quando
estamos cegados por nossa própria
ignorância e quem torce por nós até no dia
quando duvidamos da nossa capacidade,
mas Ele não pode construir o destino pelo
qual nós somos exclusivamente
responsáveis. Isso não permitiria que
crescêssemos; que a cada fase nova da vida
nos tornássemos mais conscientes do
quanto podemos fazer e ser.
Quando a criança é inserida na pré-escola,
a mãe pode auxiliar seu filho nas
atividades, mas jamais pode fazer por ele o
que ele próprio precisa aprender; dessa
forma, a mãe estaria o privando de
desenvolver a capacidade requerida nessa
tarefa, e inclusive, de todas as próximas
para as quais ele não estaria pronto pela
falta da execução anterior. Não podemos
cruzar os braços e esperar que Deus se
encarregue de fazer o que só nós podemos.
Se assim fosse, chegaríamos num ponto
onde certamente estaríamos despreparados
para continuar.

170
Somos um diamante bruto quando
recebemos a vida, nos lapidamos conforme
sanamos nossas falhas e nos
aproximamos da essência mais intensa da
nossa alma. E é só por essa rota que
conseguimos atingir a nossa forma mais
pura. Não há atalhos quando tratamos da
lapidação do Ser. Porém, uma vez que se
aprende a fórmula, aniquilamos todas as
possibilidades de voltarmos ao estado
anterior.

171
ENXERGUE SEU PONTO CEGO

É visto neste princípio que nossas ações se


convertem em reações, e a vida em
sociedade é um indicativo certeiro sobre a
reação em cadeia que estamos despertando
através das nossas ações. Podemos
encontrar diversas informações sobre nós
quando miramos nossa atenção no outro.
A energia vital do ser humano é algo que
nasce de dentro para fora em todos nós,
sem exceção. É através dessa energia que
nos conectamos com aquilo que nos remete
a nossa origem – existe em você uma
vibração que entra em harmonia com o
que lhe é familiar. Se você analisar nesse
momento, para cada pessoa existente na
sua vida, existe um aspecto fundamental
que conecta você a ela. Para que essa
conexão ocorra, esse ponto de origem onde
ambos entram em harmonia coexiste nas
duas pessoas. É por esse motivo que ao
passar das fases da vida, entre as
transformações internas que vivemos,
172
também se alteram as companhias que nos
acompanham durante a nossa jornada. Em
um momento estamos em harmonia com
um grupo de pessoas, no momento
seguinte já não nos identificamos mais com
esse primeiro grupo e lentamente cria-se
um afastamento, deixando uma lacuna
vazia para ser preenchida por um grupo
substituto de novas pessoas. E assim segue,
pessoas vem e pessoas vão conforme nos
desapegamos de quem éramos e nos
tornamos alguém diferente.
Entender qual o núcleo causal que une
você a cada pessoa é um trabalho de
autoconhecimento. Somos seres
julgadores, portanto estamos
constantemente avaliando e criando
opiniões sobre as atitudes e palavras das
outras pessoas; podemos listar os 10
maiores defeitos de cada pessoa que nos
concede acesso livre à sua vida. Entretanto,
quando abandonamos essa percepção do
ego, algo interessante acontece:
frequentemente, o que mais abominamos

173
no outro é exatamente o que temos em nós.
Existe uma fase da vida quando
começamos a notar que estamos cada dia
mais parecidos com nossa mãe, pai e/ou
com a pessoa responsável por nossa
criação. Se esse momento ainda não lhe
acometeu, acredite, ele chegará em breve.
E esse será o dia quando você perceberá
nitidamente que a teimosa da sua mãe ou o
mau-humor do seu pai que tanto te
incomodavam, só tinham esse poder de
gerar uma emoção em você porque eram
traços também contidos na sua
personalidade. Da mesma forma, o oposto
acontece: por vezes admiramos aspectos
nas outras pessoas que existem em nós,
mas para os quais estávamos de olhos
fechados.
Esse ponto específico nos outros que nos
desperta a admiração ou o desdém não nos
revelam opiniões sobre eles, mas opiniões
sobre nós. Inconscientemente, nossa
sombra reprime essa característica em nós,
mas nos evidencia quando está presente no

174
outro. É por isso que criamos um
sentimento envolta daquela característica,
sendo essa uma emoção que pode ser
positiva ou negativa; isto é uma forma de
despertar a nossa atenção. Significa que
algo ali contido quer ser visto.
Existem 3 possíveis comportamentos para
com os outros: podemos analisá-los com os
olhos do julgamento, podemos admirá-los
com os olhos da idolatria ou em ambos os
casos podemos levar o olhar até o nosso
reflexo e entender qual é o ponto que nos
conecta com essa pessoa, e que revela uma
verdade sobre nós mesmos. Sempre que
possível, se analise com duas perguntas
cruciais:
Qual causa eu estou produzindo que
me conecta com essa pessoa?
E qual ponto cego sobre mim eu posso
enxergar através da minha opinião
sobre os outros?
As pessoas que integram o cenário da
nossa vida não estão lá por acaso, afinal, o
acaso não existe.

175
Dentre tantos países, estados, cidades,
famílias e relações afetivas, nós nascemos
num local específico, rodeado de pessoas
específicas. Essas pessoas se alteram
conforme nós nos alteramos. Se
internamente você sente as mudanças
ocorrendo e externamente pouco muda,
talvez lhe falte um olhar clínico não sobre
si, mas sobre os outros. Se o fluxo de
pessoas que lhe rodeiam segue indo e
vindo, significa que as mudanças já estão
ocorrendo e novas causas já estão sendo
produzidas. Se as antigas companhias
perderam o sentido e se afastaram mesmo
que nenhum evento físico tenha
acontecido, significa que o evento se
concretizou no seu interior e o reflexo já
está sendo devolvido do lado de fora.
Somos reféns do tempo, e as mudanças não
acontecem da forma imediatista como
gostaríamos, mas quando estamos
despertos para vida, seu material simbólico
se revela por meio de cada detalhe e de
cada alma.

176
As pessoas que encontramos pela jornada
são mensagens. É uma arte suprema olhar
ao outro e ver a si próprio.

177
REPROGRAMAÇÃO CEREBRAL

Quanto mais ajustarmos nossa habilidade


mental da percepção, mais ajustada estará
a vida. Quanto mais conscientes estivermos
dessa habilidade, mais conscientes
estaremos do valor da interpretação.
Experiências negativas podem nos trazer
perspectivas positivas e experiências
positivas podem significar feedbacks
negativos. Então a experiência em si não é
a fonte a partir da qual tudo acontece, mas
sim, a interpretação subjacente dela.
Algumas pessoas relatam que uma doença
grave foi o pontapé inicial que fez com que
suas vidas deslanchassem. Outras pessoas
consideram que seus passados difíceis
transformaram seus destinos. Em ambos
os casos, a pessoa não se orgulha da doença
ou das dificuldades, mas da forma como a
experiência propriamente dita renovou
seu estado mental.
Alterar sua percepção é um trabalho
consciente, sendo apenas possível

178
concluí-lo de duas formas: a partir de um
grande impacto ou de uma grande
intenção. Tanto no relato da doença grave
quanto nas dificuldades, o impacto de
vivenciá-los é transformador para o ser
humano... é o tipo de experiência da qual é
impossível sair sendo a mesma pessoa do
início. Mas passar por essas metamorfoses
não é benéfico para todas as pessoas.
Algumas delas, presas ao ego, em estado
de negação por viverem algo que
acreditam ser uma injustiça – já que se
sentem boas demais para tal –
experimentam a transformação mental
negativa. Alimentam a alma com ódio e
rancor, comparam-se com os outros que
estão em batalhas diferentes, e a visão
negativa da experiência faz com que o
resultado líquido seja um estado de tristeza
latente. O ego é uma ilusão, segui-lo é o
mesmo que ceder nosso poder aos outros,
sentimo-nos como se estivéssemos
distantes da possibilidade de reverter a
situação, pois de fato estamos.

179
É o mesmo que entregar o controle nas
mãos do externo e não entender que as
consequências ainda serão suas.
Seu cérebro é uma máquina que nunca
para de trabalhar, a cada minuto essa
máquina segue uma programação
anteriormente adquirida, podendo ser
reprogramado através da percepção. A
ideia da reprogramação cerebral é destacar
que somos capazes de escolher como
respondemos a qualquer experiência.
Embora tenhamos essa escolha, a
programação habitual do nosso cérebro é
constantemente acionada por pessoas e
circunstâncias. Nós absorvemos a
experiência e reagimos quase que
instintivamente, porém, se formos capazes
de nos conscientizar sobre nossos instintos,
podemos começar por perceber quais
gatilhos os fazem disparar e alterar como
os percebemos.
Tudo o que está acontecendo com você é
um afloramento da forma como você
processa o momento presente.

180
Você é a maior causa na sua vida. Todas as
ações que se derivam de você e das quais se
derivam sua vida, são frutos do núcleo do
qual tudo tem início: você mesmo. Mudar
sua perspectiva é uma forma de quebrar o
hábito de ser você e reprogramar sua
mente.
Uma alternativa é se distanciar das
situações quando as digerir ultrapassa sua
capacidade mental e emocional. Não
relute contra quem você é, dessa forma
estará correndo para os braços da
infelicidade. A raiva e a tristeza fazem
parte das emoções humanas das quais não
podemos fugir, iremos ocasionalmente
experimentar essas emoções denominadas
como ‘negativas’, pois todas as emoções
fazem parte do combo da experiência
humana. Mas o que não se pode fazer é
internalizá-las tão profundamente que se
desvincular delas torne-se impossível, de
forma que você não saiba quem é quando
não as sente. Assista à emoção ocorrer,
como quem assiste a um espetáculo na

181
plateia. Entenda que esta faz parte do
momento, não de quem você é. A vida está
simplesmente acontecendo, as lições que
aprendemos com ela é nosso mérito ou
nossa ruína – essa é a nossa
responsabilidade.
Podemos atualmente dividir as pessoas por
entre duas categorias:
O primeiro grupo se sente dominando
o mundo com as próprias mãos, como
se a vida fosse seu fantoche ou seu
passatempo, e as demais pessoas
apenas grãos de areia perto delas.
O segundo grupo considera-se pequeno
quando assiste à vida, sentem-se mais
incapazes que os outros e minúsculos
diante das circunstâncias, enquanto a
existência tem um tom pesado e difícil.

As duas percepções são equivocadas. O


primeiro grupo por se considerarem além
da existência e o segundo, inferior à
existência. As duas interpretações lhe
privam de compreender a vida da exata

182
maneira como esta é: uma por olhar de
cima e outra por olhar de baixo, ambas
são desvios na percepção e enfatizam uma
grande insegurança quanto à existência. A
verdadeira reprogramação mental
acontece quando nos nivelamos com a
vida, hora adotando o papel de aprendiz e
se permitindo aceitar ouvir, hora se
colocando no papel de condutor e se
permitindo tomar o controle da
responsabilidade. Ao fazer isso, você se
adapta com a percepção enquanto segue o
ritmo da vida. Você sempre responderá à
vida com ações corretas usando esta
abordagem.
A vida é paradoxal; às vezes desejando
parecer forte, evidencia-se que se é fraco.
Outrora se esquivando da sua própria
vulnerabilidade, não se capta a chance de
se fortalecer através dela. Não deseje
parecer nada ao outro, esse é um desejo do
ego, a interpretação alheia de nada
interfere na sua vida. Deseje ser capaz de
ter uma percepção que lhe facilite viver.

183
É apenas quando se desvincula do desejo
de parecer que se aproxima do verdadeiro
ser.
A perspectiva vale para o micro e vale para
o macro, com o micro se aprende e com o
macro se aplica. E a reprogramação
cerebral começa-se com a internalização
desse aprendizado: qualquer situação de
vida pode ser mudada alterando a minha
perspectiva.

184
A CRENÇA MORTAL

Existe uma crença limitante enraizada por


toda nossa cultura e sociedade ocidental.
Muitos de nós conhecemos essa crença
ainda na primeira infância, sendo passada
de geração em geração inconscientemente:
a fatídica crença de esforço, a suposta
‘verdade’ de que o esforço gera recompensa
e todas as recompensas nos alcançam
através do cansaço exaustivo. Crescemos
ouvindo dos nossos cuidadores sobre como
o dinheiro é fruto do suor; sobre como é
esgotante estar num trabalho péssimo, mas
necessário para a sobrevivência; sobre
como devemos ‘trabalhar enquanto eles
dormem’. É possível enxergar essa crença
diariamente na boca de um número
exorbitante de pessoas, principalmente dos
mais velhos que ensinam os mais jovens,
mesmo que seja uma crença que pode ser
quebrada com uma enorme facilidade
quando analisamos os fatos.
Se o esforço trouxesse recompensas, todas

185
as pessoas que se esforçam deveriam estar
colhendo os frutos do seu suor. Mas essa
não é a realidade da maioria das pessoas.
Todos se esforçam em algum grau em suas
próprias causas, mas a falta do retorno da
recompensa deveria ser o primeiro indício
que essa crença retrata uma inverdade.
Todos nós somos bombardeados com uma
absurda quantidade de crenças, sejam
estas positivas ou negativas. Por vezes,
escutamos essas ideias desde tão jovens
que a levamos para o resto da vida. Assim,
nos tornamos mais uma pessoa exausta e
insatisfeita, dentre as centenas de milhares
que já existem. O cansaço faz parte da
jornada humana, realmente cansamos
nosso corpo quando nos empenhamos
verdadeiramente em algo, afinal, por isso,
temos a necessidade fisiológica de
descansar a mente e o corpo justamente
para não os exaurir. Mas a exaustão que a
crença do esforço enfatiza é diferente do
cansaço: nela, é subentendido que devemos
nos empenhar ao máximo, excedendo

186
nossos limites, forçando nossas
capacidades para além do considerado
‘saudável’. Ou seja, crescemos acreditando
que se um resultado não sai conforme
planejado, a resolução é tentar ainda
mais, com ainda mais empenho e
dedicação. O princípio da Causa e Efeito
quebra essa crença. Se uma causa não
surte o efeito desejado, significa que não é
a causa correta. Não é colocar mais força,
empenho, dedicação ou esforço que
mudará o resultado.
Para cada efeito, existe uma causa que o
precede. A causa errada te leva para o
efeito indesejado. A causa correta te leva ao
efeito certeiro. A matemática do universo é
simples, somos nós quem complicamos
quando baseados nossas atitudes em
crenças limitantes. Quando criamos grande
expectativa para um resultado e este não
acontece, a vida está dizendo ‘’essa ainda
não é a causa correta, tente novamente,
mas de outra forma: adapte a ideia’’.
Não existe esforço quando olhamos para as

187
criações de Deus. A chuva não se esforça
para cair, nem o sol para nascer, porque
tudo na natureza simplesmente é e não se
força a ser. Devemos, sim, nos esforçar,
mas não no esforço bruto, e sim no esforço
inteligente. Se trabalhássemos mais com a
mente do que com os braços, certamente
encontraríamos ideias que tornassem
nossa vida mais fácil e não o contrário.
Mas ainda que passemos o dia inteiro
viajando por entre pensamentos, pensar é
uma das coisas que nós menos fazemos.
Daí despejamos nosso esforço e força sobre
os exatos pilares onde todos estão se
esforçando e não colhendo resultado
algum, como se conosco o resultado da
equação fosse ser diferente. O esforço
inteligente é dedicar seu empenho a causa
correta, nem mais, nem menos; é limpar
nossa mente de todo caos e levarmos nosso
pensamento às ideias que tornem nosso
caminho até o objetivo num caminho mais
rápido e fácil. O preço da vida que
desejamos não é caro, caro é o empenho

188
mental que precisamos ter para chegar até
essa vida. Pensar é uma das nossas grandes
dificuldades. Pensar por si. Sem ideias de
terceiros. Sem atalhos via cópias dos
pensamentos alheios. Sem opiniões
adquiridas pelo externo. Sem crenças.
Pensar com base na verdade, em quem
você é, no que deseja e no que precisa fazer
do ponto de vista lógico para obter seu
desejo. Eis a maior dificuldade de seres
baseados na crença do esforço físico:
pensar, estar estático fisicamente, apenas
fazendo esforço mental; selecionando seus
pensamentos, combinando elementos já
vistos, analisando fracassos e por fim,
chegando a uma ideia final, que torna sua
trajetória mais fácil e surte resultado sem
demasiado esforço – essa é a causa
correta.
Algumas filosofias dizem que nós fazemos
10% do trabalho e o universo os outros
90%. Mas passamos a vida fazendo
justamente o oposto: investindo 90% de
esforço para colher 10% – ou até menos.

189
Você saberá quando encontrar a causa
correta, os resultados não mentem. Você
fará menos do que as épocas onde se
esforçava até exaurir seu corpo e colherá
muito mais do que já colheu por toda vida.

190
Parte 7
PRINCÍPIO DE GÊNERO
"O gênero está em tudo; tudo tem seu
princípio masculino e o seu princípio
feminino. ”
A sétima chave da existência física é o
Equilíbrio. O universo é regido por duas
forças fundamentais e aquele que as
equilibra domina o limite da existência; vire
a chave do entendimento pleno para acessar
seu potencial máximo.

191
OS OPOSTOS SE ATRAEM

O último princípio é derivado da


Polaridade – os gêneros são dois opostos,
onde a falta de um evidencia o outro.
Porém, este princípio encerra a verdade
por meio de um novo panorama: é a partir
do Gênero que surge todo o potencial de
criação, geração e regeneração. Toda
criação nasce a partir da conciliação entre
os elementos femininos e masculinos, e
esse estado de ‘criação’ se refere ao
processo de materializar uma ideia; isto é,
os dois opostos se complementam, um
nutre e o outro impulsiona de forma causal
até que o efeito final seja alcançado.
As características dos gêneros masculino e
feminino estão contidas em todas as
criações existentes e encontram-se
também no interior de cada ser humano.
Neste contexto, masculino não se refere
exclusivamente ao homem e nem o
feminino à mulher, ambas as
características estão dispostas em todos

192
nós independentemente do gênero do
indivíduo, se diferenciando em cada pessoa
apenas pela questão do grau. Essas
características são ativadas em momentos
específicos da vida; hora as ocasiões em
que estamos exigem que nos comportemos
com base nos elementos vinculados ao
masculino, hora no feminino, e ter a
consciência destas características nos
permite adotar um comportamento
estratégico para as situações que vivemos.
A essência do feminino é caracterizada pela
concepção de ideias, criatividade, intuição,
receptividade, introversão, passividade e
absorção; é ligado à lua, à noite, ao Ying do
Ying Yang, famoso símbolo chinês.
Quando estamos no polo feminino somos
pacientes, cedemos demasiado valor ao
que ouvimos, trabalhamos com multi-foco,
somos detalhistas e flexíveis. O feminino é
compatível com a gestação e a manutenção,
ou seja, este polo gera e mantém.
A essência do masculino se expressa por
meio da lógica, do poder racional,

193
do ímpeto, proteção, iniciativa,
extroversão, atividade e liberdade; é
ligado ao sol, ao dia, ao Yang do Yin Yang.

Quando estamos no polo masculino temos


a capacidade da transformação, ansiamos
pela apreciação alheia e somos
impulsionados pelo desafio. O masculino é
competitivo e estratégico, planeja suas
ações e foca na solução.
Todas as características supracitadas são
fundamentais para o existir de cada ser
humano.
Precisamos gerar ideias tanto quanto
precisamos da iniciativa para exercê-las;
precisamos da criatividade para nos guiar
tanto quanto precisamos da liberdade para
trilhar o caminho; precisamos do ímpeto
para seguir nossa alma na mesma medida
em que precisamos da flexibilidade para
não falharmos pelo excesso da convicção.

O Ying tem uma parcela do Yang e vice-


versa.

194
Quando se entende o agir dos dois
elementos, se entende também porque
nenhum comportamento polarizado é
atrativo. Alguém na polaridade do Ying, o
feminino, predomina seu agir com base no
mental; pensa e pensa e pelo excesso do
pensar nunca se move. Não tem iniciativa.
É passivo. Não tem a força necessária para
se guiar e se torna frágil. O mesmo vale
para a polaridade Yang, a masculina, que
predomina sua estratégia com base na
ação; tanto age que pouco pensa e torna-se
convicto a ponto de nunca se questionar.
195
Não tem tato. Não cede voz ao mental.
Pode ser agressivo e impetuoso.
O comportamento polarizado repele quem
está ao redor. Alguém com o feminino
polarizado repele pela dependência que
tem do outro, alguém com o masculino
polarizado repele pelo controle excessivo
que exerce sobre o outro. Quando nos
polos, seremos sempre incompletos. Em
ambas as ocasiões, o comportamento
polarizado nos torna excessivamente
frágeis ou excessivamente dominantes, e a
longo prazo iremos criar desarmonia em
todos os relacionamentos nos quais
estamos inseridos. Nada se cria com o
comportamento polarizado, tudo se cria
com a harmonia entre os polos.
O princípio do Gênero possui correlação
com as capacidades mentais exercidas a
partir de cada lado do cérebro. O lado
direito está associado às práticas
essencialmente femininas, enquanto o lado
esquerdo está associado à essência
masculina.

196
Não existem características ruins, o que
fazem dessas características algo
desagradável é estar nos polos delas,
portanto, é uma arte a ser dominada saber
quando agir e quando esperar, quando
absorver e quando entregar, quando se
recolher e quando se libertar.

197
DOMINANDO A CONVIVÊNCIA

Como no símbolo chinês, os opostos


precisam um do outro para se conciliar. É a
ênfase de um oposto que demonstra a
existência do outro através do contraste: é
com o nascer do sol que se percebe a
ausência da lua, é com o cair da noite que
se nota o fim do dia.
Da mesma forma acontece nos
relacionamentos que geramos com o
decorrer da vida. A sociabilidade faz parte
da nossa existência; quando nos
percebemos como indivíduos, é quando
encontramos nossas tribos e construímos
relações de vários níveis. Para se conviver
com o outro, é fundamental observar o
outro tanto quanto observamos a nós.
Os polos são flexíveis e podemos variar
entre um e outro. Assim ocorre com todos
os seres, hora estamos entregando, hora
absorvendo. Quando estamos conscientes
desse fato, nos tornamos capazes de nos
equilibrar com o outro, nos adaptando a

198
energia que o outro entrega. Numa
convivência, precisamos essencialmente
sermos capazes de absorver quando o outro
entrega e entregar quando o outro absorve.
No princípio da Polaridade nos vimos o
conceito da Letargia, a absorção do Ying, e
da Inquietação, a entrega do Yang.
Se o intuito é criar harmonia com o outro,
precisamos entender qual o polo
predominante no outro naquela ocasião.
Quando o outro está letárgico, com falta de
energia, precisamos lhe entregar o que lhe
falta para nos harmonizar com ele, então
para criar o processo de atração é preciso
buscar em nós as características Yang e
agir com convicção, em prol de energizá-lo
com a nossa energia vital. Quando o outro
está inquieto, com excesso de energia,
precisamos absorver seu desequilíbrio para
nos harmonizar com ele, para criar o
processo de atração, neste caso é preciso
agir com nosso Ying, e pacificar a situação
para absorver a energia vital do outro.
Perceba que quando um terceiro está no

199
polo Ying, agir com Ying não cria contraste
e o mesmo vale para o oposto, o Yang, pois
em ambos os casos dois iguais não
harmonizam e não criam o processo de
atração. Dois Ying’s não possuem força,
dois Yang’s possuem tanta força que
podem explodir juntos.
Quando o outro age com Yang, a energia
da convicção e do ímpeto, se agirmos com a
mesma energia iremos criar uma reação
em cadeia que pode sair do controle. São
os casos dos confrontos que chegam aos
estados mais graves, são duas pessoas com
excesso de energia que se sobrecarregam
numa relação desproporcional. Quando o
outro é Ying e agimos com o mesmo
elemento, criamos uma falta de conexão
onde nenhum é suprido e os dois sentem-
se incompletos, pois de fato estão.
No âmbito dos relacionamentos amorosos,
a força que impulsiona as duas pessoas
para a atração é baseada na polaridade
oposta entre essas duas pessoas. Se uma
pessoa está no polo feminino e outra no

200
masculino, independentemente do gênero
de cada uma, a atração entre as duas ocorre
pelo contraste, como no famoso ditado: os
opostos se atraem.
Durante a fase quando esse relacionamento
está sendo gerado, ou seja, está aos poucos
se formando, é comum haver um contraste
de polaridade, onde um parceiro assume o
papel ativo – yang – e o outro o papel
receptivo – ying. O parceiro masculino
assume o papel de atrair e conquistar com
sua ação, enquanto o parceiro feminino
assume o papel de se permitir ser atraído e
conquistado por sua receptividade.
Porém, quando o relacionamento se
estabiliza, se essas polaridades não se
equilibrarem mais, pode haver um
desequilíbrio no relacionamento. Se o
parceiro masculino continua a assumir o
papel ativo impetuosamente, ele pode se
tornar excessivamente controlador; o que
irá afastar o parceiro feminino que está
equilibrado com yang e por isso, tem o
desejo pela liberdade e pelo espaço.

201
O mesmo ocorre com o parceiro feminino
que assume o papel de desequilíbrio
receptivo, este pode se tornar
excessivamente submisso, o que irá afastar
o parceiro masculino que se equilibra com
ying e por isso, tem o desejo pela
introversão e pelos momentos reservados
somente a ele mesmo. Quando em
desequilíbrio e sem contraste, os parceiros
tornam-se um fardo mutualmente, e é
questão de tempo para que a relação se
torne um local insuportável para se
habitar.
Para que uma relação harmoniosa seja
gerada, é importante que ambos os
parceiros sejam capazes de assumir tanto o
papel ativo quanto o papel receptivo a
depender da situação, sempre se baseado
com os princípios da Letargia e da
Inquietação. Isso significa que, às vezes, o
parceiro masculino precisará ser mais
receptivo e dar espaço ao parceiro
feminino, enquanto o parceiro feminino
pode precisar ser mais ativo e tomar

202
a iniciativa em específicas situações.
A mesma dinâmica ocorre nos
relacionamentos de longa data, que com o
tempo chegam ao fim ‘sem-razões
aparentes’. O que acontece é que existe
uma despolarização de uma ou das duas
partes envolvidas. A despolarização ocorre
quando um parceiro age com o outro de
forma que estremeça a energia sexual da
outra pessoa. Se o parceiro feminino
constantemente se opõe à liberdade do
masculino ou se o parceiro masculino falha
com os detalhes importantes ao feminino,
isso causará bloqueio na polaridade dos
dois e a relação passará por ter data de
validade.
Uma pessoa com polo Ying disfuncional
enfraquece, se torna vulnerável,
dependente, cobra excessivamente o outro.
Uma pessoa com polo Yang disfuncional se
torna agressiva, egoísta, manipuladora,
falta o tato de olhar além do próprio
umbigo. Uma pessoa masculina não
compromete sua essência sexual quando

203
expõe suas características vulneráveis e
introvertidas, assim como alguém feminino
não se compromete quando age com
iniciativa e pensamento estratégico. Tudo
depende da ocasião. É preciso saber
equilibrar ambas as forças, o equilíbrio é
dinâmico, oscilando entre os polos, hora
feminino, hora masculino; se adaptando
conforme a necessidade do momento exige.
O princípio do Gênero nos acorda para a
realidade que não devemos agir com base
no ego se quisermos ter relações
duradouras. Cultivar bons relacionamentos
é fruto da inteligência emocional, revela a
sapiência de alguém que cuida do próximo
porque também deseja colher para si os
frutos de uma boa convivência. Não é fazer
só pelo outro enquanto deixa suas
necessidades de lado, tampouco fazer só
por si enquanto não leva o outro em
consideração: é equilibrar ambos os
interesses.
Quando há uma desarmonia nesse
princípio dentro de relacionamentos

204
interpessoais, ocorre a dinâmica de
controle e submissão. Isso pode levar a um
relacionamento traumatizante e prejudicial
ao emocional das pessoas envolvidas.
Financeiramente, esse desequilíbrio nos
negócios pode resultar em
comportamentos excessivamente
agressivos ou excessivamente passivos,
resultando em perdas financeiras. Na
saúde, esse desnivelamento resulta numa
falta de equilíbrio entre atividade e
descanso, ou uma falta de equilíbrio entre
uma alimentação saudável e um estilo de
vida sedentário. Isso pode levar a doenças
físicas e mentais, além de problemas
relacionados ao estresse. Nos
relacionamentos interpessoais, essas duas
forças estão equilibradas quando aceitamos
receber do outro, mas também nos
impulsionamos a oferecer. Nos negócios,
quando nivelamos a ação agressiva e
incisiva com a receptividade para novas
oportunidades. E na saúde, quando
compensamos a ação e a força de vontade

205
com o descanso e a recuperação.
O princípio do Gênero nos acorda para
realidade de que o equilíbrio é
fundamental e sem ele, nada se cria ou
permanece. Quando inconscientes desse
fato, baseamos nosso comportamento no
ego, nos apegando ao que acreditamos ser
e nunca conseguindo ter êxito em nos
tornar mais. Estar no mundo inclui
necessariamente conviver e lidar com o
outro, e quanto mais conhecermos sobre
nós, mais poderemos conhecer sobre o
outro, afinal, não existem destinos onde
chegamos sozinhos. Nosso primeiro
relacionamento passa por saber equilibrar
essas características do nosso interior para
lidar com nós mesmos, então estaremos
prontos para entender como manusear
todas as outras relações interpessoais. O
princípio do Gênero evidencia a verdade
que existe e permeia a fórmula para
decifrar todas as pessoas, saber aplicar
essas características ao nosso favor é agir
no limite da existência estratégica.

206
ARQUITETO DA REALIDADE

Você é o arquiteto da sua vida.


Não porque você arquitetou literalmente o
projeto da sua existência, mas porque você
decide o fim de cada dia que vive logo
quando acorda pela manhã. Você já
decidiu o que verá ao longo do dia muito
antes de ver fisicamente. A intenção com a
qual olhamos para o externo é decidida
pelo interno; é possível reorganizar o
mundo quando reorganizamos a nós, tal
como só enxergamos desordem no externo
quando estamos passeando pelo caos
interno.
Considerando que temos todos os
elementos duais em nossa personalidade,
as desordens ocorrem quando estamos
com uma desarmonia interior e nosso
comportamento se torna polarizado. De
repente, nos encontramos com uma súbita
angústia, uma melancolia da qual é
indecifrável reconhecer de onde vem.
Ainda que não saibamos conscientemente

207
qual a fonte dessa insatisfação,
inconscientemente temos mais noção do
que podemos admitir para nós.
Sabemos perfeitamente quando estamos
em desordem. Encontramos diversos
indícios deste fato no mundo externo. É
como viver um complô, é encarnar a lei de
Murphy: quando a menor possibilidade de
ocorrer um erro se torna a probabilidade
mais plausível, e esse erro ocorre da pior
maneira e no pior momento. As pessoas ao
redor adotam um comportamento
conflitante, a rotina é exaustiva e os
resultados nulos quando comparado com o
esforço que ali foi depositado. Uma onda
de feedbacks negativos alimenta um
sentimento de incapacidade e este último
retroalimenta os feedbacks iniciais,
tornando-se um ciclo vicioso. O mundo se
torna cinza e qualquer faísca causa uma
explosão emocional.
Para entender as circunstâncias que te
cercam, entenda os elementos que
preexistem no seu interior.

208
Raramente as circunstâncias mudam entre
os dias bons e os maus. Mas algo
fundamental é notavelmente divergente
entre esses dias: a ponte que une o interno
com o externo se rompe. Por mais que um
dia ruim ainda tenha 24 horas, são 24
horas insuficientes, mas não porque
estamos bombardeados de
responsabilidades como costumamos
pensar, e sim porque não sabemos lidar
com os elementos que constituem nossa
essência.
A energia masculina, Yang, anseia por
movimento, por ação, quer extrair de si e
expressar no externo. Quando não
controlada, age sem restrições e resulta
em caos. É no excesso desse elemento que
a vida desanda, é quando pisamos no
acelerador e não calculamos os possíveis
incidentes que podem aguardar na próxima
via. O receio de alguém que vive de forma
imprevisível é um estado latente de
ansiedade. A energia feminina, Ying,
predomina no mental, concede conceitos,

209
deseja gerar ideias e criar um plano.
Quando não controlada, não há
experiência na prática para se referenciar
e gera a sensação de estagnação. É no
excesso desse segundo elemento que a vida
paralisa, é quando freamos o controle tão
abruptamente que a alma não encontra
caminhos para se expressar. O resultado de
alguém que vive de forma paralisada é um
estado angustiante de melancolia.
A ansiedade que sentimos é o fruto do
pensamento desorganizado, é levar a
mente para uma viagem no futuro e
esquecer a passagem de volta. Lá, notamos
quanto da jornada nos falta percorrer,
quantas pendências terão de ser resolvidas,
e o bem-estar não é alcançado. Vivemos no
agora com a pressa de chegar ao futuro, e
assim perdemos a única chance de
transformar o presente num presente de
fato. A angústia é a mensageira da mesma
informação: o presente está sendo deixado
de lado. Seja a angústia derivada do
excesso de passado ou de piloto

210
automático, em ambos os casos a mente
passeia pelo tempo e esquece o momento
onde o corpo habita.
Para que a vida siga seu ritmo e o fluxo
natural aconteça, é preciso não só
equilibrar esses dois elementos, mas
observá-los e respeitá-los: o Yang precisa
do seu espaço, o Ying precisa do seu
momento. Do lado de fora você enxergará a
mesma desordem que habita o interno,
conforme dito no Princípio da
Correspondência, o corpo espiritual e
mental alimenta o corpo físico. É por isso
que existem pessoas nas melhores
circunstâncias possíveis que continuam a
sentir infelicidade, e o mesmo vale para
quem é pouco agraciado externamente,
mas muito bem-agradecido internamente.
Não é sobre a circunstância, a infelicidade
se baseia no desequilíbrio interior. Seja
tendendo para o lado da ansiedade ou da
melancolia, é a desordem mental o núcleo
dessa insatisfação. Quando um se cura, o
outro nasce, num estado de espírito que

211
transita diariamente entre a inquietação e a
letargia, o que faz com que o ritmo para a
esquerda seja o ritmo para a direita.
Assim ficamos presos entre esses estados
mentais enquanto do lado de fora vivemos
experiências desagradáveis.
O mundo externo não é dividido entre ‘bom
e mau’. Há quem olhe para a chuva e veja
tragédia, há quem olhe e veja benção. Ver a
beleza da vida inclui um processo de
decisão. Quando acordamos, o dia que
viveremos ainda é uma imprevisibilidade.
Podemos esbarrar com a lei de Murphy, ter
nossas expectativas quebradas ou tropeçar
no mau-humor alheio. Se seu interior é
caos, qualquer faísca ou gota de chuva é o
suficiente para colocar o resto do dia a
perder.
Não há desejo de fugir de nós quando
entendemos que somos o núcleo. Nos
tornamos imbatíveis como um guerreiro
que aceita desafiar qualquer oponente.
Mas quando pendemos para o Ying ou
Yang, não colheremos a satisfação do lado

212
de fora, pois não fomos sequer capazes de
plantá-las do lado de dentro.
Fugir do estado ansioso ou angustiado
requer mais que confiar em si, inclui
confiar em Deus. Não aquele tipo de
confiança que deixa sua própria
responsabilidade para Ele, mas aquela
derivada da mente serena. O medo só tem
poder sobre nós quando as incertezas tiram
nosso sono e dominam nossa psique. Deus,
com sua lógica, criou seus princípios para
que nosso destino fosse determinado por
nós. Essa infelicidade que nos persegue e
priva de viver a vida que realmente
sonhamos, nos perseguirá enquanto não
sanarmos a necessidade de equilibrar
nosso espírito. Não há caminhos externos
que preencham o vazio deixado pela
desconexão com a nossa essência. Entre
desordens dos elementos, ansiedade e
melancolia, escolha ouvir o que diz sua
alma; reconheça os momentos quando é
necessário desacelerar e ouvi-la, assim
como deve escutar seu comando para a

213
ação nas horas certas.
Sua alma é sua bússola. Seu conhecimento
interior é seu combustível. Sua decisão é o
condutor. Seus olhos são os pincéis que
dão cor à jornada. Não deixe de apreciar a
viagem da vida por incapacidade de
decifrá-la.

214
GERAÇÃO, CRIAÇÃO E
REGENERAÇÃO

O princípio do Gênero é dividido entre


duas partes: a primeira se refere aos
elementos Yin Yang que viemos
trabalhando até aqui, a segunda parte é
direcionada ao processo de geração,
criação e regeneração como resultado do
equilíbrio dos dois elementos a partir dos
quais tudo nasce. É necessária a junção do
feminino e do masculino para a geração de
um bebê, mas após a criação da semente
inicial, existe o período gestacional – são
os 9 meses gestacionais, quando acontece
uma mudança no corpo em prol da
formação do bebê, quando existe um
acompanhamento a partir de exames para
garantir sua saúde e a preparação para sua
chegada.
A mesma dinâmica se aplica para o período
gestacional das nossas ideias e ações: uma
das leis do nosso planeta é a lei do tempo,
somos reféns dele e estamos a sua mercê.

215
Não podemos burlá-lo, e por isso, fazemos
dele um cúmplice dos nossos planos. A
experiência que precede o estágio final de
um desejo, ou seja, o momento quando
finalmente conseguimos tocá-lo com as
mãos, só pode ser adquirida com a prática
– o período quando, além da concepção da
ideia e produção da ação, adquire-se a
experiência para compreender o processo
ao qual estamos dando vida.
Fora visto no princípio da Vibração que
tudo possui uma frequência. O período
gestacional de uma ideia é a procura pela
frequência exata dos nossos planos. É
nesse momento quando acessamos uma
realidade da qual ainda não fazemos parte.
Com o Mentalismo nós decidimos a partir
da mente, com a Correspondência
combinamos o espiritual, com o físico e o
mental a fim de nos alinharmos com o que
planejamos, com a Vibração encontramos
a frequência quando adquirimos o
conhecimento que previamente não
tínhamos, com a Polaridade entendemos

216
que podemos transmutar um elemento em
outro para acelerar o processo com as
características que já possuímos, com o
Ritmo aprendemos a analisar o fluxo da
vida a fim de combinar o tempo da
natureza com o tempo dos nossos planos,
com a Causa e Efeito usamos dos feedbacks
da vida para autoanalisar as direções da
nossa jornada e por fim, com o Gênero,
damos vida ao processo de criação através
da combinação entre ideia, iniciativa e
paciência.
Podemos decidir por acessar qualquer
frequência nova, ainda que tenhamos
vivido por anos numa outra realidade.
Cada realidade se desdobra numa
frequência vibratória, por isso ambientes e
pessoas de um grupo estão alinhadas um
com o outro.
Quando combinamos a Vibração com o
Gênero, compreendemos a necessidade de
nos colocar no caminho do objetivo que
estamos buscando. É nesse momento
quando usamos o esforço inteligente para

217
buscar as direções corretas, quando
estudamos o processo e aprendemos a
prática que nos conduzirá ao nosso
objetivo final; essa é a etapa final quando
junto à autoimagem, citada no
Mentalismo, nos tornamos uma nova
pessoa, com novos conhecimentos e,
portanto, capaz de viver um novo objetivo,
uma nova realidade.
Até aqui fora citado algumas vezes sobre a
importância de sentir o bem-estar nesse
processo, afinal, é apenas através desse
elemento que treinamos a virtude da
paciência a fim de suportar o período
gestacional. É preciso encontrar paz e
tranquilidade neste meio-tempo, pois de
outra forma, estaríamos carregando um
fardo e não um objetivo.
Este princípio afirma que todas as
sementes, incluindo ações físicas ou ideias
mentais, passam por um período de
criação e geração antes de serem
produzidos no mundo físico, e enfatiza o
valor da persistência na nossa vida.

218
Nas criações de Deus, como na natureza,
existe o plantio, o período quando regamos
uma semente que ainda não floresceu –
quando descobrimos a exata quantidade
de água e sol necessárias para que esta
cresça. Mas nada acontece se o plantio da
semente não for combinado com a água.
Os princípios de Deus se conectam entre si
e pavimentam o caminho que nos
transforma na pessoa que desejamos ser,
aquela pessoa cuja qual vive todas as
nossas vontades mais profundas. A falta
de compreensão sobre essa rota é a causa
de todos os males humanos, é a negligência
com a lógica existente entre o nosso
Criador e as nossas criações que nos
impede de decifrar a vida.
Os princípios de Deus trazem a
tranquilidade que precisamos no processo,
pois quando damos os passos, Ele coloca o
chão.

219
O FIM DO DILÚVIO

No compasso silencioso da vida, todos nós


dançamos ao ritmo inconstante das
dualidades, oscilando entre a luz e a
sombra – Ying Yang significam ‘’lado
ensolarado’’ e ‘’lado escuro’’ da montanha;
quando a luz do sol reflete em um lado, o
outro está em completa escuridão, ainda
que a montanha seja a mesma. A natureza
humana segue um ciclo semelhante: às
vezes, encontramos nossos corações
mergulhados na escuridão, e existem
tempos quando o espírito se desgasta sob a
pressão das adversidades. No entanto,
assim como enxergamos as estações do
ano no externo, temos estações em nossa
natureza interior. Vivemos um ciclo
regenerativo, passamos por diversas
camadas de nós durante a existência. No
nosso verão, vivemos períodos intensos; as
cores são vibrantes como os sentimentos
eufóricos. No outono, passamos pela
transição e as folhas que antes vibravam,

220
agora caem e perdem a cor. No nosso
inverno, as noites são mais longas que os
dias, o sol se esconde e a chuva cai
impiedosamente – em algumas fases
vivemos verdadeiras tempestades
internas. Conforme se aproxima a
primavera, o sol retorna e os dias passam
lentamente a ficarem mais longos, ao
mesmo passo em que a noite é cada vez
mais curta – e as folhas que caíram no
outono voltam a florescer.
Como as estações que se debruçam sobre a
terra, a renovação também faz parte do
nosso ciclo. Vivemos sob o ritmo da vida,
onde as reviravoltas transformam tudo ao
redor. Os desejos, antes certeiros, são
substituídos por novas vontades. As
certezas também. Um grande amigo se
torna uma lembrança. Um sonho nunca
pensado se torna seu novo maior sonho.
Todas essas mudanças são frutos da nossa
regeneração. Cada porta que se fecha se
torna um tijolo na construção de uma
fortaleza interior e os momentos sombrios

221
se tornam um capítulo à parte da história
que estamos escrevendo na vida. A morte
não acontece somente uma vez;
diariamente nos despedimos de partes de
nós. Mas o nascimento também não é
único – renascemos por entre as versões de
nós que sobrevivem ao inverno e, quando o
verão chega, aprendemos a nos conhecer
como quando reencontramos um velho
amigo: ainda é a mesma pessoa, mas
sabemos também que não é mais.
Ying Yang é o nascimento e a morte, a luz e
a escuridão, a criação e a destruição, verão
e inverno, começo e fim de ciclos. Vivemos
todas essas etapas incontáveis vezes.
Precisamos da escuridão para encontrar a
luz, da destruição para criar. Toda nova
construção acontece após a destruição,
assim como o dilúvio precede a restauração
da ordem. Todas as coisas novas são
constituídas por meio da mudança de algo
que era, em algo que agora é. São sob as
cinzas do passado que o futuro desenha
uma nova jornada.

222
A dádiva da vida é que ela é sempre a
mesma, e a dádiva humana é que somos
muitos em um. Às vezes, será preciso ter a
coragem de Noé para colocar os pés no solo
que antes estava inundado, somente para
perceber que o pior já se foi. A
regeneração, dentro do princípio do
Gênero, é vista como parte intrínseca do
processo da vida. A cada nova regeneração
se torna mais fácil se recuperar. A
dualidade da vida nos proporciona a
possibilidade de ver um aliado inesperado
na morte de um ciclo – é preciso matar as
velhas certezas para se reencontrar. O
verão nunca foi um grande professor, nele,
tudo é tão agradável que por escolha
poderíamos vivenciá-lo eternamente, mas
é com o contraste do inverno quando
percebemos a ausência das cores. A vida
sempre nos chacoalha quando nos
acostumamos com a beleza que existe ao
redor, apenas para que nos lembremos
quão fundamental ela é.
Como uma borboleta que emerge do

223
casulo, no momento certo, nós também
recebemos nossas asas e a promessa de um
voo mais alto. Nunca mais seremos
novamente quem somos agora, e entender
a lógica divina é agradecer por isso. Ainda
bem que não seremos mais os mesmos.
As águas turbulentas da adversidade
também purificam, o vazio deixado pelo
que se dissolveu é uma oportunidade de
reinventar. No minuto final dessa vida,
quando toda nossa jornada passar por
diante dos nossos olhos como num estalo,
serão dos momentos tempestuosos que
relembraremos com maior vivacidade;
serão nesses capítulos que notaremos as
maiores transformações. Assim como a
natureza se renova a cada primavera,
também florescemos, não apesar das
tempestades, mas por causa delas.
Nós somos nosso ressurgir, nosso renascer,
nosso dilúvio, nossos fogos de artifício,
nosso passado e nosso futuro, todos
simultaneamente. Que possamos agora
sorrir para o destino, não por esperar

224
ilusoriamente que as dificuldades não se
oponham mais a nossa jornada, mas por
saber que independentemente de qual seja
a parada final, podemos sempre nos
reinventar no curto caminho entre o
começo e o fim.
O momento atual se parece com uma
eternidade no agora, principalmente nas
segundas-feiras chuvosas. Mas de
eternidade em eternidade, percebemos
quão veloz a vida é: quando piscamos,
chegou o próximo aniversário, o próximo
feriado e mais um natal. Sua eternidade já
está sendo escrita, certifique-se de escolher
suas melhores palavras.

E não se esqueça de fazer da sua história...


uma jornada que valha a pena ser vivida.

225
O NASCIMENTO DO
HOMEM DE OURO

Ao fim de sua viagem, o Primeiro Homem


possuía tudo o que precisava para enfim
dar vida à humanidade. Ele havia
implantando em sua criação todos os
fragmentos recebidos dos planetas: agora,
ele tinha a noção da importância dos
limites e das leis, da ação e do ego, da
abundância, da estratégia e dos hábitos.
Assim pôde criar o ser humano completo: o
homem que compreendia a linha tênue
entre o extremo e o aceitável, que seria
cobrado pelas leis do Todo e
recompensando pelo próprio crescimento,
que agiria com autenticidade e estratégia,
enxergando a abundância de tudo o que
Deus criou, e que poderia por fim, ser o
mestre das emoções e hábitos que
comandariam sua vida. Este seria o
Homem Ideal. O Homem de Ouro.
Foi uma felicidade entre todos ali quando o
Homem de Ouro foi criado.

226
Ele era a esperança. Fora educado com as
melhores lições e entendeu desde cedo que
havia nascido para a grandeza. Mas assim
como a serpente que encantou Eva,
rapidamente encontrou também sua
serpente. Ela não era peçonhenta, não
tinha a aparência de um inimigo. Pelo
contrário, ela cresceu com ele: era seu
próprio ego. Ele cansou-se de Deus, da
Mente, de seguir princípios que para ele
estavam ultrapassados. Ele queria criar seu
próprio modo de viver, ele queria
liberdade.
Quando o Homem de Ouro deu seus
primeiros passos pela galáxia, se
deslumbrou com a beleza do tudo o que
precedia sua existência; ele queria explorar
tudo ao máximo, queria descobrir tudo o
que poderia descobrir. Ele se deslumbrou
com a ideia de que fora agraciado com
tamanha criatividade e agora, poderia
seguir por qualquer caminho que seu
coração desejasse. Ele se encantou com os
pensamentos que vagavam por sua

227
mente individual; ali, ele notou que a
dimensão da mente poderia transpassar
tudo o que já fora criado anteriormente e
fazer dele, o maior criador já existente. Ele
poderia ser mais brilhante que qualquer
estrela, poderia ser tão luminoso quanto o
Sol e tão admirado como a Lua. Se
perdendo entre a noção do que era e do que
poderia ser, deu ouvido ao ego, desejou ter
tudo para si e foi embora na calada da
noite, sem se despedir e sem nunca olhar
para trás. Abandonou os planetas, a
natureza herdada do Primeiro Homem, a
Mente, Deus e seus princípios. Abandonou
tudo. O Homem de Ouro considerava
aquilo efêmero perto de tudo o que poderia
conseguir através da sua liberdade e
criatividade.
Assim vagou pela galáxia, se afastando
cada vez mais do espaço-Deus.
O Todo, Deus, sabia que aquilo aconteceria
hora ou outra, mas não tentou impedi-lo. A
rebeldia do homem já era prevista, assim
como seu destino. Aquele era um ciclo

228
vicioso, se repetindo a cada vez que o
homem notava sua dimensão. Quase que
hipnotizado pela fome do poder, perdia-se
para ele o significado da sua natureza, e
cegado pela ilusão, ele foi incapaz de
perceber que sua grandeza só era possível
devido à estrutura implantada nele quando
ainda era apenas um plano na mente de
seu Criador. Ele esqueceu-se de que nada
era dele próprio, todos os seus fragmentos
eram emprestados... e todos poderiam se
perder se não fossem devidamente
preservados.
O Homem de Ouro vagou e vagou, até
adentrar o solo desconhecido, chegando na
Matéria Escura. Pela primeira vez na
existência, ele sentiu medo. Ele soube que
estava sozinho. Ele não sabia como
continuar e quis recuar de volta por onde
veio... mas agora era tarde. Tudo ao redor
era escuro e ele mal poderia distinguir por
qual direção chegou ali ou para qual iria.
Neste momento, clamou subitamente por
Deus.

229
O Todo, sabendo que assim seria essa
história, fez o que culminaria no melhor
dos destinos: enviou a Mente como
mensageiro para lhe auxiliar naquele
momento. Não o castigou, tampouco
resolveu seus problemas imediatamente,
Ele fez melhor: deu ao Homem de Ouro a
possibilidade de resolver seus próprios
enigmas – e de crescer com isso. O Homem
de Ouro, que neste momento já não era
mais feito de uma substância tão pura,
infectado pelo egoísmo, recebeu da Mente
um mapa: este mapa lhe dizia exatamente
o que fazer para regressar a Deus; mas ali
não havia um caminho físico, havia um
caminho mental. Sua doença não era estar
infectado fisicamente, era sua mente que
precisava ser purificada para voltar ao seu
estado puro. Sua carne não estava
contagiada, sua consciência estava...
No mapa, estavam os princípios de Deus.
Eles já estavam na natureza do Homem de
Ouro, mas foram esquecidos quando o ego
tomou o controle de suas atitudes...

230
naquele exato momento quando decidiu ir
embora do espaço-Deus. O Todo poderia
levá-lo de volta num piscar de olhos, mas
só com a experiência o Homem de Ouro
poderia aprender o significado da
existência e da jornada. Era liberdade que
ele desejava, foi liberdade que ele recebeu.
Apenas assim ele percebeu que já tinha
tudo o que precisava, e que sua ânsia pelo
desejo de ter mais lhe cegou, levando-o
pelos caminhos mais obscuros e deixando-
o completamente só. Agora ele estava por
sua própria conta e risco, só assim pode
perceber quão pequeno era sozinho.
No mapa, continham as 7 Chaves da
Mente. A primeira chave a ser
transpassada era a chave do Mentalismo, o
Homem de Ouro precisava decidir voltar a
Deus com cada resquício de seu espírito,
apenas dessa forma o caminho lhe seria
clareado.
A segunda chave era a Correspondência,
ele precisaria limpar sua alma e sua mente
se quisesse ter controle dos seus passos.

231
A terceira chave era a Vibração, ele
precisaria reencontrar sua frequência pura
se desejava voltar a ser digno da plenitude.
A quarta chave era a Polaridade, ele
precisaria transmutar seu medo em
coragem se quisesse ser capaz de seguir
pelos caminhos mais desconhecidos até
chegar ao céu.
A quinta chave era do Ritmo, ele teria que
enxergar as invisíveis ondas se quisesse
passar por entre elas e fluir com os
acontecimentos para que estes estivessem
ao seu favor.
A sexta chave era da Causa e Efeito, ele
teria de aprender a se comunicar com a
vida para descobrir qual direção seguir,
dessa forma ela lhe responderia
claramente.
E por fim, a sétima e última chave era do
Gênero, ele daria início ao seu próprio
processo de criação, cultivando ideias com
sua originalidade, tendo iniciativa para
caminhar com seus próprios pés e
paciência para manter sob controle o

232
desespero de sua própria mente
desordenada.
Então, ele seguiu em direção à Lua,
sabendo que esta seria uma longa viagem,
mas que ao final dela, ganharia a
eternidade.
Neste momento, ele soube que sua
ganância pelo excesso lhe fez perder o
primordial; que seu ego havia lhe enganado
com promessas que vislumbrariam seus
olhos, mas esvaziariam sua alma.
Entretanto, simultaneamente, sua fraqueza
foi substituída pela coragem, uma vez que
ele soube também que não precisaria de
mais nada, pois tudo o que precisava nessa
jornada já estava contido em seu interior.
Assim ele começou a viagem de regresso a
Deus, vendo ainda no solo as pegadas de
seu pai, o Primeiro Homem, que por ali já
havia passado.

Essa é uma história que já se repetiu por


milhares de anos e até hoje continua a se
repetir...

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