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M05A01

COM ÍCARO DE CARVALHO

TRANSCRIÇÃO
Fala, meu amigo! Seja muito bem-vindo ao nosso quinto e último
módulo, aqui, d’A Nossa Revolução.

Eu quero agradecer a presença de cada um de vocês, a confiança,


a audiência. Eu espero que esse curso tenha sido proveitoso. Eu
espero que vocês tenham aprendido coisas... questões de ordem
prática, questões de ordem teórica.

O primeiro módulo, aquele módulo em que eu abro a caixa preta


do meu método de estudos, mostro para vocês os trabalhos de
capa. Sem sombra de dúvidas, acabou se tornando o meu módulo
preferido! É a maior herança que eu acredito que eu tenho para
passar para vocês, em conjunto com o curso da Anna.

São questões, que, se eu tivesse herdado lá no começo da minha


vida, 18, 19, 20 anos, teriam me acelerado muito! Eu sou uma pessoa
de poucas habilidades, mas eu me orgulho muito das habilidades
que eu desenvolvi. Estudar é uma delas. Organizar é uma delas.

A minha rotina de estudos e a minha capacidade de foco de dizer


não para todo resto. Esses dois elementos acabaram se tornando
o DNA aqui d’A Nossa Revolução.

Eu espero que de alguma forma tenha sido útil para vocês. Espero
que tenha ajudado.

Nesse módulo nós vamos falar sobre soft skills.

E eu quero trazer para vocês uma outra teoria pessoal minha


também. É um pouco polêmico porque eu fico usando essas coisas
meios que adaptadas. Sabe quando você precisa de um benjamim
ou de um “T”, dependendo de que região do Brasil você viva, e aí
ele está meio quebrado e você dá uma forçadinha para conseguir
encaixar tudo.

Eu vou observando. Eu sempre gostei de observar pessoas e eu


vou criando padrões em cima disso e vou criando teorias. Não são
teorias que vocês vão encontrar por aí; são grandes adaptações,
uma colcha de retalhos de teorias que eu vou observando, vou
adaptando com os meus próprios aprendizados, dia a dia, o que
eu vou percebendo e vai saindo isso.

E eu quero apresentar para vocês uma teoria… que é a maneira que


eu gosto de encarar, como eu acho que você deve fazer quando
o assunto é... são as soft skills.

Eu acredito, de verdade, que você é capaz de


se tornar um profissional bem diferenciado, muito
rápido, se você souber vender um bom discurso na
hora, montar um bom discurso na hora que alguém
estiver te contratando, ou na hora que você estiver
fechando um negócio com um cliente, baseado,
pura e simplesmente, no reconhecimento de que a
maioria dos candidatos vendem o peixe da mesma
forma.

A teoria dos soft skills — a minha teoria, não é a teoria dos


especialistas —, na minha cabeça… na cabeça dos gestores
e dos especialistas: “Soft skills são habilidades importantes,
interpessoais, que tornam o ambiente de trabalho melhor.”, “Que
tornam a empresa mais humana.”, “Que tornam as pessoas mais
colaborativas.”. “Soft skill é a sua capacidade de relacionar
com pessoas.”, “Sua capacidade de negociar com elas.”, “Sua
capacidade de entregar projetos, documentá-los da maneira
correta.”, “Sua capacidade de lidar com estresse.”, “Sua capacidade
de gerenciar setores.”.

Soft skills são habilidades subjetivas, diferente das


hard skills: programação, português, gramática,
redação. Habilidades objetivas que você olha e:
“Uh, esse cara sabe operar um olho.”, beleza.

Soft skills são habilidades interpessoais, subjetivas, e: “Por que


aquela pessoa ascende dentro de uma estrutura de trabalho com
mais facilidade que outras?”, “Ah, porque ela sabe puxar o saco!”.

E, na verdade, “puxar o saco” é uma preguiça. É


uma explicação preguiçosa e até mesmo arrogante.
Você está resumindo em uma expressão pejorativa o
que, muitas vezes, é um tremendo trabalho político
do cara dentro da empresa.

E a prova de alguém competente estar ascendendo na hierarquia


de uma empresa ao invés de você, que é um cara que está
dando duro — a não ser que você seja um incompetente, aí você
desconsidera o que eu falei — é a prova de que funciona!

Então olha que maluquice, você tem um conjunto de habilidades;


esse conjunto de habilidades te dá capacidade de dialogar melhor
com a pessoa mais importante dentro da estrutura de trabalho.
Quem é? O cliente? Não! A pessoa que pode te promover ou te
demitir. Ou te contratar se você ainda nem é funcionário do quadro,
não é?

Isso para tudo na vida! Seja o cara que vai aprovar a sua entrada
em um mestrado. Seja o cara que vai aprovar a sua entrada em
uma faculdade com bolsa. Seja o cara que vai te contratar para
o primeiro estágio. Seja o cara que vai te contratar para o primeiro
emprego. Seja o cara que vai te contratar para o primeiro emprego
de verdade, aquele que você vai ganhar um dinheirinho que não
é só de subsistência.

Todos eles terão que enfrentar uma decisão entre você ou um


apanhado de outras pessoas.

Soft skill, na minha opinião, é a melhor forma que você tem


de conseguir se destacar, imediatamente de todos os outros
concorrentes, em qualquer processo competitivo na sua vida.

Se eu tivesse três minutos para vender O Novo


Mercado para o Flávio Augusto, ou para vender O
Novo Mercado para o Hotmart, ou para vender O
Novo Mercado para um fundo do Itaú, eu utilizaria
argumentos, que eu vou ensinar para vocês aqui
dentro do soft skills, para mostrar porque eu sou o
executivo mais importante que existe dentro d’O
Novo Mercado.

Nessa primeira parte, eu coloquei aqui: Soft Skills: o diferencial


que a sua carreira precisa.

Eu separei em cinco pequenos tópicos e nós vamos falando sobre


eles.

Nós acabamos de falar agora sobre o conceito, não é?

Soft skills são habilidades subjetivas que geralmente dialogam


com a sua capacidade de gerenciar coisas, pessoas ou situações.
Se você quiser estender um pouquinho mais, coisas, pessoas,
situações e sentimentos e sensações.

Não são habilidades que estão presentes em todas as pessoas,


mas todo mundo tem alguma soft skill. Todo mundo tem alguma
habilidade interpessoal, alguns mais outros menos, alguns
habilidades evidentes: “Nossa, aquele cara, realmente, ele é muito
comunicador.”, “Ele é muito magnético.”, e outras pessoas, não.
Outras pessoas têm soft skills que você precisa prestar um pouco
mais de atenção, como aquele funcionário silencioso, travado,
que não tem muito relacionamento na empresa, mas que é
absurdamente programático. É um cara extremamente organizado.
É um cara extremamente metódico. É um cara que chega na hora,
organiza tudo. E aí de repente, pela ausência de política dentro do
dia a dia da empresa, esse cara acaba sendo demitido. Quando
esse cara é demitido, o que acontece com o setor?

O setor inteiro percebe que esse cara exercia um trabalho


importante para caramba, que ninguém quer exercer o trabalho
que ele exerce, que demitiram ele por uma burrada, só porque o
cara não queria se relacionar, só porque ele passou batido, e que
na verdade o trabalho dele era silencioso.

E que agora está todo desarranjado e ninguém quer fazer esse


trabalho e, talvez, chamem o cara de volta, não é? E talvez, pelo
próprio fato de o cara não ter reconhecimento do seu valor, ele
aceite sem nem pedir aumento e dê graças a Deus: “Ah não,
obrigado! Obrigado por me chamar de volta!”.

O problema é que, se você não encarar que a soft skill que você
possui, ou as soft skills que você possui, se você não encará-las
como um tremendo diferencial em um processo de contratação
ou de afunilamento que você esteja passando — um mestrado
é um afunilamento, não é? — você não consegue transformar
esse ativo. E aí vira, no meio de um processo de contratação,
você está defendendo, você tem dez minutos para falar com o
seu contratante, você está gastando oito minutos falando o que
você aprendeu na faculdade ou qual foi a faculdade que você
fez, e você não está gastando trinta segundos na sua principal
soft skill: “Olha, doutor, eu posso te garantir uma coisa: eu serei o
melhor gestor de pessoas aqui dentro! Dane-se que faculdade
eu fiz agora.” O cara está ouvindo, pela primeira vez, algo que ele
não ouviu em nenhum outro candidato.

Não vou dar spoiler, mas a ideia é essa.

Vamos passar para o ponto dois agora que é: diferenciação


automática.

Quando um contratante precisa preencher uma vaga de trabalho,


ele chama sempre, ou quase sempre, uma quantidade maior
de pessoas do que aquela quantidade que é necessária ser
preenchida.

Porque tem perda, tem cara que não vale a pena de fato, o cara
não tem a qualificação mínima. Tem gente que nem vai. Tem
gente que marca e... acaba tendo duas entrevistas no mesmo
dia e infelizmente esse cara não vai aparecer. Tem gente que
é vagabunda mesmo, marca e não vai porque está chovendo,
porque está com preguiça.

Então, se você precisa preencher cinco vagas, você acaba jogando


para o seu RH, ou jogando para a pessoa que está responsável ali
por encontrar habilidades menos qualificadas, você tem aí vinte
ou trinta candidatos.

Pega o processo de trainee, por exemplo, que é um processo onde


tem muito candidato por vaga, e você tem aí dezenas e dezenas
de pessoas por vaga, e, acredite, você vai querer se diferenciar.

Quando você está concorrendo a uma vaga, você está concorrendo


à uma vaga com pessoas que são semelhantes a você. Com
pessoas que tiveram um processo de carreira semelhante ao seu.
Não faz sentido você estar contratando um designer mobile e
você ter pessoas tão diferentes assim concorrendo com aquela
vaga. Você não vai ter um músico, você terá designers, que fizeram
cursos, especializações em design, webdesign, mobile, UX. Todo
mundo é muito parecido.

Então como é que o contratante decide? Ele decide através da


construção de uma peneira. Essa peneira não é 100% objetiva.
Tem muita coisa ali que é inconsciente nele, não é? Por exemplo,
se ele ouvir que você fez especialização em Harvard, com certeza
isso vai chamar a atenção dele, porque os outros não terão feito.
Então, é uma diferenciação automática. Se ele ouvir que você deu
uma aula, em Nova Iorque, para uma turma e que o seu inglês é
fluente, é uma diferenciação automática. Mas esses candidatos
são muito raros e, às vezes, eles não estão pleiteando salários
iguais aos salários de pessoas que não tem essa qualificação.
Então, a tendencia é que por oito conto [R$8.000,00], as pessoas
que recebam oito conto sejam todas parecidas. As pessoas que
recebam quatro conto [R$4.000,00], sejam todas parecidas. De
modo que os funcionários são muito iguais os candidatos.
Estudaram em faculdades semelhantes. Fizeram coisas semelhantes.
Se vendem de maneira semelhante. Constroem um currículo de
maneira semelhante. E não é um problema isso, porque, de fato,
você tem que falar o que você fez.

Digamos que você fez design na Anhembi Morumbi, e que você


tem dez cursos livres, oito cursos livres, que você fala inglês
razoavelmente, que você é capaz de produzir conteúdo nas
redes sociais, que você é focado em design mobile de banco... de
mercado financeiro e você está pleiteando uma vaga no banco.
Todas as pessoas são muito parecidas com você.

A minha teoria é que a melhor chance que você


tem é usar a sua soft skill e não a hard skill que todo
mundo vai dizer igual. “Faculdade tal, tantos cursos,
tanto tempo.”, “Esse é o meu portifólio.”.

Isso é obrigação, todo mundo vai usar isso. E aí haverá alguns


critérios subjetivos, que você não pode controlar e que sempre vai
acontecer, do tipo: “Esse cara te achou mais apresentável que o
outro?”, “Ah Ícaro, mas isso daí é discriminação!”, é, mas, se ele não
te falar, não vai dar para saber.

“Ele te achou mais apresentável?”, “Ele foi com a sua cara?”, “O


santo dele bateu?”.

Infelizmente, o processo decisório humano não é 100% consciente.


Então... e muitas vezes ele é mais cruel ainda com as mulheres do
que com os homens.

No entanto, a maioria das pessoas não têm o conhecimento que


vocês estão recebendo agora, que é: você precisa se diferenciar.

Soft skill é uma diferenciação automática. Por quê? Porque você


começará a contar uma história que as outras pessoas não
contarão! E geralmente são histórias de habilidades que são raras
no Brasil. Quem assistiu o “Conquistando o Emprego dos Sonhos”?
Quem foi aluno do Conquistando o Emprego dos Sonhos vai saber
que tudo o que um contratante quer é alguém que assuma riscos,
goste de gerir pessoas, organizar processos, porque todos os
outros já existem demais. O difícil mesmo é você encontrar pessoas
com soft skills. Só que essas pessoas que têm soft skill, elas não
aprenderam a vender isso com tanta garra quanto elas venderiam
um diploma em Harvard, entendeu? E muitas vezes um gestor... ele
vai acabar contratando um ótimo gestor de pessoas que cursou
a FMU ao invés de um cara sem nenhuma habilidade interpessoal
que fez mestrado na USP, dependendo da vaga que ele deseja.

Então o principal ponto é: diferenciação automática.

No ponto três, a gente começa a pensar na ideia da construção


da sua personalidade sobre duas ou três grandes habilidades.
Eu gostaria mesmo que fossem duas habilidades no máximo.

O que eu estou falando para você agora, é: você tem dez minutos
para surpreender a pessoa que vai te contratar. Ou você tem dez
minutos para surpreender o cliente que vai te contratar. Você
tem duas formas de contar essa história: ou você pode contar
essa história como todos os outros contam, “Eu estudei na escola
tal, e depois fui para a faculdade, e depois fiz esses cursos…”,
ou você pode encurtar essa história, em um minuto ou dois, no
máximo, e começar a focar o resto do tempo nas suas habilidades
interpessoais.

Partindo do pressuposto de que esse cara, ele já entendeu que


você cursou FMU, ele já sabe. Ele já entendeu que você cursou a
Anhembi Morumbi. E ele já entendeu que você cursou Mackenzie.
Ele já sabe, ele não precisa de sete minutos de explicação.

E pode ser que, muitas vezes, dez minutos eu esteja sendo generoso
demais. Muitas vezes, mesmo a entrevista tendo dez minutos, você
vai ter no máximo três minutos da atenção desse cara.

Então a primeira coisa é você entender que você precisa uma


grande soft skill e não é você que escolhe, você já tem. Nós vamos
analisar depois uma lista, eu vou te mostrar uma lista aqui que são
as soft skills mais desejadas para cada tipo de perfil profissional.

Mas, basicamente, você tem alguma habilidade interpessoal. Ou


você gosta de gerenciar pessoas, ou você gosta de gerenciar
coisas, ou você gosta de dialogar, ser líder, falar com a equipe,
contingenciar situações de estresse.

Ou você gosta de ser aquela pessoa que lidera equipes para


funções específicas, você é aquela pessoa comunicadora, aquela
pessoa organizada. Seja qual for a sua soft skill, você tem uma.

Talvez ela não esteja muito bem trabalhada, talvez ela não esteja
conscientemente ativada dentro da sua cabeça, mas cada um
de nós têm uma soft skill.

E a ideia que eu quero é que você comece um


trabalho de investigação interno, comece um
trabalho de diálogo próprio para descobrir qual é a
sua grande soft skill, porque é ela que vai dominar os
dez minutos de apresentação pessoal que você fará,
seja para o seu cliente, seja para o seu contratante.

No ponto quatro eu falo sobre: identificando o seu padrão.

Eu quero que você volte lá para o canal d’O Novo Mercado. Eu


quero que você entre naquelas três lives da grande retomada, e
eu quero que vocês assistam à live, se eu não me engano é a live
número dois, chamada Profissões do Futuro.

“Ah Ícaro, eu já assisti essa live!”. Assista de novo, após o término


dessa aula ou, talvez, eu recomende que você pause essa aula
agora, assista à aula e volta aqui, na mente fresca, com aquela
informação fresca na cabeça do que são os três grandes perfis
profissionais que existem no mundo, não é?

Pessoas que têm inclinação a uma personalidade mais criativa.

Pessoas que têm inclinação a uma personalidade mais técnica.


Pessoas que têm uma inclinação a uma personalidade mais de
liderança ou a uma personalidade mais ligada à gestão.

Se você acha que lembra disso, cara assiste de novo, vale a pena.
Dá um pause agora e volta com essa ideia fresca, porque você
vai precisar.

A primeira coisa que você precisa me dizer agora, ou dizer a


si mesmo, é qual dos três perfis você se encaixa. Isso é muito
interessante, porque eu vi que os meus alunos, eles conseguem
rapidamente se identificar, porque são perfis bem diferentes.

Um profissional criativo dificilmente, ele terá dúvidas se ele é um


profissional criativo ou um profissional líder e gestor. A maior parte
dos profissionais criativos nem querem ser gestores de pessoas,
eles querem fazer o trabalho criativo deles, receberem por isso e
procurarem o próximo cliente.

Líderes e gestores, eles rapidamente se identificam como tal,


porque eles se sentem confortáveis em posição de comando. É
por isso que é importante você rever a aula para que isso esteja
fresco na sua cabeça.

A primeira coisa que você vai identificar é em qual dos três perfis
você se encaixa. Porque o que você vai fazer é o seguinte: cada
um desses perfis eu identifico — isso é uma tese minha, isso é uma
tese minha —, eu identifico que cada um desses perfis, ele possui
uma carência natural. Se você é, por exemplo, um gestor, e eu
coloco isso no próximo módulo, se você é um gestor... a coisa que
mais vai chamar a atenção do seu contratante, porque ele está
entrevistando vários gestores, não é? É que você diga que você
é um profissional que se sente muito confortável na área criativa
também. Por quê? Porque falta!

Todo gestor que está concorrendo com você, ele vai vender a
mesma cartilha. O que eu quero que você entenda é a importância
de soar diferente em uma entrevista, porque aquilo que é diferente
é raro e aquilo que é raro é desejado.

Todo gestor vai falar: “Ah eu sou muito bom em processos, em


pessoas.”, “Eu sou muito bom organizando.”, “Eu sou um cara muito
metódico.”, “Eu sou um cara pulso firme quando necessário, mas
que agrega as pessoas.”, todo aquele papo meio lenga-lenga.

E todo mundo fala muito parecido e o gestor… e o contratante vai


ficar tipo: “Ah, tá bom. Puta, eu vou ter que…”. Ele chega em um
afunilamento tão parecido que ele tem que decidir basicamente
baseado na cara da pessoa, nos primeiros trinta segundos de
impressão, se ele gostou ou não, ou baseado na faculdade que
ele fez.

Quando você pega uma soft skill e começa a trabalhar o seu


discurso de venda do tipo: “Olha, contratante, eu me formei na
faculdade tal, eu alcancei esses trabalhos, esses foram os meus
resultados. Eu sou uma pessoa muito competente, muito prática,
aceita risco, monta equipes, estou satisfeito. E eu acredito que
o meu grande diferencial aqui… e foi meu grande diferencial nos
outros trabalhos que eu passei, nos outros clientes que eu tive...”.
Olha como agora você começa a chamar a atenção dele de uma
maneira que ele não vai ouvir ninguém falar.

“O meu grande diferencial de mercado, contratante, é que eu me


considero um gestor extremamente criativo. Eu me sinto confortável
em sentar com uma equipe de criação. Eu me sinto confortável
em sentar com o meu corpo técnico e falar a respeito de teses,
de ideias. Eu consigo gerir o meu designer. Eu consigo gerir o meu
social media.

Eu consigo gerir o meu time de digital, sabendo do que eles estão


falando, porque eu estou dentro das redes sociais. Eu me mantenho
antenado a elas, eu me mantenho atualizado, eu não só sou um
gestor de social media, eu também sou social media de mim
mesmo, aprendi muita coisa e inclusive já passei para muitos times,
nossos aprendizados. Olha aqui a minha página. Eu sou capaz de
dialogar com essa equipe. Eu sou capaz de dialogar com essas
pessoas. Eu tenho sim características criativas.”

E não é nem tanto que o contratante espera que você, como


gestor, crie coisas, mas fica muito mais fácil você dialogar com
um designer, por exemplo. Qual é o inferno de um contratante?
É quando ele contrata alguém que não consegue falar com um
designer, o designer não consegue falar com ele, e aí ele tem que
contratar um analista para ficar no meio para conseguir linkar
vocês dois.

Um outro exemplo: “Ah,Ícaro, mas eu sou um gestor, eu não tenho


nada de criativo. Eu não quero mentir também, eu não tenho
interesse em dizer que eu tenho uma habilidade que eu não tenha!”.
Olha como você pode contar a mesma história que todos os seus
concorrentes de maneira completamente diferente.

“Olha, senhor contratante, eu fiz a faculdade, eu fiz GV, eu me


formei em ADM e depois eu fiz uma pós em startup e blábláblá, e
blábláblá, e blábláblá, e uma coisa eu posso te falar: nos últimos
trabalhos que eu ocupei, eu sou um gestor orientado, bastante,
eu me sinto extremamente confortável trabalhando em cenários
de crescimento rápido. Ou, trabalhando em gestão de crises; ou,
trabalhando em transições entre modelos de direção. O diretor
está saindo, está entrando um novo, e uma cultura nova, uma
equipe nova.”.

E é por isso que é importante você ouvir também. Você tem que
entender o que o seu gestor está procurando.

Se quando você se senta, você só quer falar, você está


desperdiçando uma chance muito grande de ouvir.

Talvez a coisa mais importante que você possa fazer na hora


de uma entrevista de emprego, ou do próprio cliente é entender
assim: “Doutor, senhor, qual é a sua principal dor aqui dentro da
empresa, hoje?”. Imagina que o cara responda: “Olha, nós estamos
crescendo bem rápido aqui, e puta!, mão de obra, cara. Mão de
obra é uma dor muito grande, mas, enfim, vamos lá, fala de você”.
Esse cara acabou de entregar o ouro para você!

Seja o teu cliente ou seja o teu contratante. Você consegue


entender? Eu não sei se você consegue entender.

Você consegue entender que ele acabou de entregar o ouro para


você? Ele acabou de dizer para você, com todas as letras: “Olha, os
próximos nove minutos de conversa, foque só nisso que eu acabei
de te dar.”. Ele acabou de dizer que a empresa dele está crescendo
muito desde o início da pandemia e que eles estão com dificuldade
de contratar gente.

Qual que é o drive da sua conversa agora? É a faculdade que você


fez? É a pós-graduação que você fez? É o cursinho no exterior que
você fez? É o inglês que você fala?
A primeira coisa que você tem que fazer, esse gancho que você tem
que pegar e tem que trabalhar até o fim da conversa é: “Caramba,
é muito interessante esse seu feedback, porque eu posso te dizer
uma coisa: a minha principal característica como gestor é montar e
capacitar equipes. Porque eu vou te dizer uma coisa: você sabia —
eu tenho lido bastante a respeito —, você sabia que a dificuldade,
o blecaute de mão de obra qualificada no Brasil é incrível.

Então, eu, com outros clientes, eu trabalho de um nível diferente.


Eu até exijo um recurso menos qualificado, eu exijo um funcionário
menos qualificado, e faço a qualificação dele dentro de casa.

Você está com dificuldade para contratar trinta? Talvez com esse
método nós coloquemos sessenta pessoas aqui. A qualificação
dentro de casa está dentro do preço e te monta uma equipe duas
vezes maior. Eu tenho essa capacidade. O que te parece?”.

Isso já é o suficiente. Já é o suficiente, porque esse cara passou


dez entrevistas ouvindo a mesma coisa.

E de repente ele está ouvindo de um cara, que ele tem capacidade


de fazer algo que sana, que trabalha a principal dor que esse cara
acabou de te trazer. É importante que seja verdadeiro, porque
senão você está sendo contratado baseado numa mentira.

Mas a verdade é que é possível trabalhar as principais dores que


faltam na sua classe, se você é prestador de serviço. É impossível
que você seja advogado e não saiba que uma das principais dores
é falar e escrever bem. Por que você não está trabalhando isso?

É impossível que você seja uma manicure e você não saiba que
você deveria estar no Google, ocupando espaço em todos os
anúncios por região na sua cidade. Por que você não está?

É possível, sendo um gestor, um prestador de serviço, um designer,


um desenvolvedor, você entender, por exemplo, se você é um
desenvolvedor, você entender que gestão de tempo é uma coisa
que vai te tornar, praticamente, um funcionário desejadíssimo.

“Olha, senhor contratante, eu quero te dizer, como desenvolvedor,


eu me orgulho muito de ter todo o mapeamento dos meus serviços
e, nos últimos 2 anos, eu nunca tenha atrasado uma entrega. Sou
extremamente organizado!”.

Ele vai ser o único a falar isso, enquanto os outros estão falando
quais são os códigos, as linguagens de códigos que eles
aprenderam.

A expansão… no ponto 5, a expansão dessas habilidades, elas


devem ser feitas de tal forma que elas vão se tornar a sua própria
identidade profissional.

Quando eu fiz isso na minha própria carreira, o que eu identifiquei?


Eu identifiquei que copywriters escreviam mal! Pode parecer, pode
soar uma ironia, pode soar uma brincadeira, pode soar algo
inesperado, não é?

“Ícaro, mas profissionais copywriters são profissionais de escrita,


como é que eles escrevem mal?”. Pois é, eles escrevem mal!

Eles escrevem mal, eles não têm cultura literária, eles não têm
narrativa, eles não têm qualquer estilo de escrita. São só textos
Ctrl+C, Ctrl+V, usando gatilhos mentais, escassez e pequenas
promoções, numa escrita vulgar.
Quando eu identifiquei isso eu percebi: “Qual seria o meu principal..
a minha principal ferramenta? Qual seria a principal habilidade
que eu poderia desenvolver para me diferenciar dos demais
copywriters?”. Uma escrita boa. Uma escrita mais ficcional do que
técnica. Uma narrativa que dialoga profundamente com o cliente.
Uma narrativa pessoal.

E eu percebi que eu tinha uma série de outras habilidades, soft


skills, que os outros não tinham.

Eu me sentia bem abrindo a minha vida, na câmera, mostrando


para as pessoas, compartilhando os meus momentos, mostrando a
rotina da minha família. Isso tudo constrói um tremendo diferencial
de mercado. Mas a minha escrita é o meu maior diferencial de
mercado.

Então, se você é um gestor, se você é um designer, se você é um


programador, você sabe exatamente qual é a habilidade que mais
falta dentro do mercado, na sua área.

Se você é um designer, você sabe… você sabe que gestão de


equipes é a coisa mais rara que existe. Designer não sabe gerir
pessoas. Designer não sabe ser líder. Designer não sabe bater no
peito: “Doutor, me dá três pessoas aqui e a gente monta um squad.
Eu vou liderar esses caras, vamos fazer entrega, relatório, porque é
isso que eu faço. Eu sou um designer com habilidades gerenciais.”.
Você está contratado!

Se você fizer esse pitch, bater no peito, você está contratado, e


a pergunta que você vai me fazer é: “Nossa, Ícaro, mas eu não
tenho essa habilidade, eu vou mentir?”. Não! Você vai fazer o que
qualquer pessoa em sã consciência faria.
Você identificou uma mina de ouro, você identificou uma habilidade
que, simplesmente ao ser aprendida, vai te tornar um profissional
raríssimo e desejadíssimo dentro da sua área? Se especialize nisso!
Vá fazer curso de gestão. Vá fazer curso de Scrum. Vá fazer curso de
montagem de time em squad para MVP [Minimum Viable Product,
ou produto mínimo viável]. Vá estudar Startup enxuta. Os métodos
do Lean Startup. Vá estudar gestão de pessoas.

Tem um monte, um monte, de cursos dentro de faculdades.


Pequenos cursos tecnólogos. Cursos on-line, acessíveis agora.
Ótimos conteúdos, dentro e fora do mercado. Vá estudar!

“Ah, Ícaro, mas é que eu sou designer, eu gosto mesmo é de


desenhar, eu gosto mesmo é de montar, eu gosto mesmo é
de colorir, eu gosto mesmo é de dar cor, vida aos projetos, às
identidades, às formas.”. Cara, não é possível que você não goste
de ganhar dinheiro.

Para ganhar dinheiro você tem que aprender algumas coisas que
talvez não sejam tão divertidas para você. Esse é o mundo do
adulto.

Um designer que não queira se diferenciar de todos os outros com


cinco palavras: “Olha doutor, eu sou um designer bem orientado
à gestão mesmo. Eu monto equipe, a gente escalona e, cara, a
gente entrega.”.

“Olha doutor, que tal a gente pensar em internalizar a agência?


Você pagou 300 conto [R$300.000,00], no passado, para esses
caras. Vamos internalizar. Eu tenho técnica suficiente para ser líder
desse projeto.”. Dobrou o teu salário. Se não dobrou o teu salário
agora, você se tornou tão necessário que esqueça, você não vai
ser demitido e no ano que vem você, de novo, dobra o seu salário.
Não é possível que você, gestor de pessoas, não é possível que
você, gerente de gente, não entenda que a maioria desses caras
falta, a eles, aspectos criativos e humanos. Sobram ferramentas
gerenciais, mas faltam aspectos criativos e humanos.

Por que você não está desenvolvendo isso?

Então, soft skill são o que eu chamo de diferenciação automática.


São pequenas habilidades subjetivas, que você identifica uma
ou duas delas, que você já tem predisposição, você investe
em treinamento, em especialização. É mais ou menos como
pedreiro que decide ser gesseiro, ele se torna um belo gesseiro, e
automaticamente ele se tornou uma reserva de mercado. “Nossa,
tem seis gesseiros bons aqui na cidade, eles estão sempre cheios.”.

Ou pintor que decide aprender a usar uma pistola ao invés do


rolinho, e ele agora tem um outro mercado. Pela velocidade, pela
amplitude que ele é capaz de fazer, pela quantidade de metros
quadrados que ele consegue fazer no dia, pelo desperdício menor.
Esse é o chamado.

Então eu enxergo soft skill, não como aquele papo


da galerinha que faz cubo-mágico, aqueles adultos
que ficam brincando de montar lego no escritório
da Startup, lá da Faria Lima. Soft skill para mim é
um grande diferenciador na hora da contratação.

Seja você ser contratado por alguém que quer que você seja
CLT ou PJ ali dentro ou um cliente que quer um trabalho para ser
entregue e você vai dizer que o seu design é diferente porque o
seu design é focado em… focado no mercado mobile para Startups
do mercado financeiro. E é isso que o seu cliente é.

E, de novo, como é que você consegue essa especialização? Da


maneira mais maravilhosa que existe: com um monte de cursos
on-line de ótima qualidade, a preços acessíveis que existem tanto
no Brasil quanto lá fora.

No próximo módulo eu vou mostrar para vocês os conjuntos das


principais soft skills que são as mais desejadas dentro de cada um
dos três perfis profissionais que nós encontramos aqui no mercado.
Maravilha? Vamos para o próximo módulo.

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