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1. Seu post deve ser criado em cima de trending topics, em cima de uma
notícia de timing post.
2. Seu post deve ser politicamente apimentado. Quando falo “politica” não
estou falando apenas da concepção de relacionamento político da
palavra, sabe aquele negócio de “política de boa vizinha”? Tem de ser
politicamente apimentado. Por quê? Porque senão não gera comoção.
Ryan Holidey escreve em seu livro “Acredite, eu estou mentindo”, que a maior
força da internet é a indignação. Você viu o Lula roubando um trilhão de reais
da Petrobras, e o que você pode fazer, cara, sinceramente? Nada! Você não
pode prendê-lo, não pode criar uma passeata, não pode mudar a história da
humanidade. Então você faz um post e, se estiver com preguiça, compartilha
algum post interessante. É por isso que esses perfis de cuidadores de animais
têm tantas curtidas e compartilhamentos. É uma causa que gera indignação. O
cara posta a foto de um cachorro que teve a pata arrancada porque colocaram
uma bomba na pata dele. Porra, quem não vai se sentir mal com isso?! Mas,
ao mesmo tempo, você não fará nada. Não irá adotar o cachorro, colocá-lo na
sua casa, remediá-lo, alimentá-lo, cuidar dele até ele morrer. Então você
compartilha: “Prendam esse canalha!”.
Essa é a base da dilatação de audiência do Facebook: Fazer posts curtos e
bem feitos com conclusões ligeiramente apimentadas sobre assuntos que são
treding topics. Constantemente, todos os dias.
“Ícaro, e onde irei chegar? Vou virar um comentarista da Globo News?”. É aí
que está! Vocês se lembram do cenário do “Rogerinho do Marketing Digital”,
nosso amigo aqui? Rogerinho só posta propaganda e tem entre dois e seis
likes nas suas propagandas. Dois a seis likes, dois a seis likes. E o Facebook
já sabe que, de cada dez posts, Rogerinho posta oito propagandas, então seu
alcance é minúsculo, o engajamento não existe, a influência de entrega não
existe, as chances de outras pessoas enxergarem o Rogerinho não existe.
Quando Rogerinho, então, fizer um post legal sobre um tema que está em
voga, o Facebook aumentará seu tráfego, e Rogerinho irá para quinze, trinta
likes. Trinta likes para quem não trabalha conscientemente no Facebook já é
um puta resultado! Então Rogerinho fica eufórico: “Caralho! Trinta likes! Porra,
mandei muito bem. Agora vou mandar minha propaganda, todos estão me
vendo!”. E o que acontece? Sete likes. Por quê? Porque o Facebook foi e lá e
“Opa, isso aqui é propaganda!”. Chupou o tráfego. Daí Rogerinho voltará a
postar algumas propagandas e retornará à média dele.
O Pedrinho, por outro lado, já faz o contrário: só faz posts em cima de timing
post, só faz posts em cima de temas polêmicos, cria sua própria opinião, não
compartilha dos outros — porque quando você compartilha dos outros, fodeu
seu tráfego, está entregando-o para outra pessoa — e tem, também, de quinze
a trinta likes. “Pô! Mas é a mesma coisa, Ícaro!”. Mas qual é a diferença? Antes
Rogerinho tinha de dois a seis na sua propaganda e Pedrinho de dois a vinte e
sete, e antes tinha de dez a vinte e dois. Agora tem de quinze a trinta, amanhã
terá de dezesseis a trinta e dois, depois de amanhã terá quarenta e quando
passar a barreira dos cinquentas, será a grande barreira que divide, a tensão
que cresce de verdade e fica sempre nos cinquentas.
A diferença é que Pedrinho chegará aos seus noventa e cem likes se continuar
se aprimorando, escrevendo cada vez melhor, usando posts mais posicionados
e cada vez mais mixados, cada vez mais específicos. Tem menino novo que
surgiu do nada, faz um ano. Não tinha nada, apenas seis likes, sete likes, mas
se posicionou muito forte no tema político. Hoje em dia o cara tem quinhentos,
quatrocentos likes. Às vezes até mais que eu.
Mas também Pedrinho precisa comer e vender, então às vezes faz alguma
propaganda, e quando a fizer algo mágico vai acontecer: Facebook vai
reconhecer que é uma propaganda e vai tragar o tráfego, então dos noventa,
cem terá apenas vinte e cinco likes. Quem aqui viu minha promoção de final de
ano do Novo Mercado perceberá que, na última propaganda, tive, sei lá,
dezenove likes, e eu tenho quinhentos, quatrocentos, trezentos. Isso é meio
cruel. Só que aí algo mais acontece.
Quem é esse cara? É o Rogerinho propaganda, e o que está fazendo?
Postando uma propaganda. Do quê? Puta! Nem interessa, esse cara só faz
isso o dia inteiro!
Quando Pedrinho posta, essas vinte e cinco pessoas já estarão acostumadas
com o posicionamento e com a opinião dele. Pode ser que o cara não queira
comprar o que Pedrinho está fazendo, mas confia no conteúdo, na opinião e
em sua competência. Pedrinho parece um cara razoável que fala coisas muitas
certas, e aí acontece a mágica do Facebook e essa mágica tem um nome:
Marcação. O cara começa a marcar os amigos dele. E por que marca os
amigos dele? Porque confia em você. E por que confia em você? Porque você
está todos os dias no topo da timeline dele. E você está no topo da timeline
dele porque posta conteúdo todos os dias, baseado no que está acontecendo e
não no que está vendendo.
Existe um momento muito importante de posts de Facebook — os primeiros
minutos de que falei para vocês. Como garantir que você tenha engajamento
rápido já nos primeiros minutos?
Para isso criei algumas pequenas técnicas que compartilharei com vocês.
Qual é o momento mais importante de quando você faz um post nas redes
sociais? São os primeiros minutos; é ter engajamento muito rápido. As pessoas
perguntam: “Ícaro, como você consegue postar sobre tantas coisas?”. Eu não
procuro. Sinceramente, entro na UOL e vejo qual o post principal. 90% dos
casos aqui vai me dar uma ideia. Então, não sou eu que escolho os temas, é o
mercado quem escolhe os temas. Só replico o que as pessoas querem saber, e
por que elas querem saber? Porque está no topo do jornal. E por que está no
topo do jornal, como sabem que as pessoas querem ver isso? Aí vem a grande
questão: você quer realmente um carro de câmbio CVT? O marketing criará teu
conteúdo. Agora, os pontos mais importantes.
Os primeiros minutos são fundamentais.
Pelo menos no primeiro tempo, a coisa mais difícil é fazer alguém dar like
assim que você postou, então criei algo chamado “paragrafo sintético”. O que
significa isso? A primeira linha do meu post é o resumo do meu post inteiro.
Vejo as pessoas cometerem muito esse erro: “Ontem eu estava andando na
rua, levei o meu filho para escola e na hora que eu estava o pegando de volta,
encontrei uma criança pedindo dinheiro no farol e ela estava sem comer, fiquei
com muita pena dela. Como o Brasil é desigual...”. Você está deixando, para o
final do seu texto, a conclusão de que o Brasil é desigual e o clímax do post
que é a criança pobre no sinal. Que eu recomendo? Que você puxe isso para
cima! Ao invés de contar toda essa história, você falará: “O Brasil é realmente
um país desigual” ou “absurdamente desigual”. “Hoje à tarde, trazendo meu
filho da escola, encontrei uma cena que vai marcar minha memória por muito e
muito tempo”. Acabou. Você ainda fechou com outro elemento que é looping;
fechou com um gancho que puxa a atenção para o próximo parágrafo. Então,
se você olhar este post do Uber, perceberá que toda síntese do pensamento
está na primeira linha.
“Faltam poucos dias para que as novas regras para os motoristas do Uber
passem a valer na cidade de São Paulo”. Não começo “Olha, hoje eu vi na hora
do almoço um cara dizendo que o Uber vai aumentar...”, não! Isso daqui está lá
para baixo, a tensão já captei aqui em cima. Você verá que repito esse padrão
em todos os meus posts.
“A Venezuela fechou 2017 com 2.616% de inflação e queda no PIB de 15%”.
Eu não começo “Olha, o Maduro é um ditador”, “O maduro é um cara ruim”, “O
maduro tem que se foder”. Outro parágrafo sintético lindo: “Antes dos dezoito
anos, por várias vezes, pensei em desistir”. Porra! Como é que as pessoas
erram? Colocam isso em caixa alta, com colchetes, colocam emoticon no meio
disso. Qualquer coisa que você mostre que está brigando, implorando pela
atenção da pessoa, soará falso. Tem de parecer que está escrevendo
normalmente, não buscando atenção, mas que você gosta de se abrir.
“Ah, Ícaro, mas você não gosta disso que você escreve?”. É lógico que gosto.
É impossível que alguém siga num volume de posts desses se não gosta do
que faz, mas é mais ou menos como um jogador de futebol: “Ah, gosto de jogar
futebol, por que não ganhar dinheiro com isso?”, “Gosto de social-media, gosto
de me comunicar, por que não ganhar dinheiro com isso?”.
“Antes dos dezoito anos, por várias vezes”, adicione, ainda, um elemento de
maior conflito, clímax e de maior tensão: “eu pensei em desistir, em abrir mão
de tudo e aceitar que eu não era ninguém”. Você vai perceber que esses
parágrafos sempre têm, no máximo, uma linha e meia, porque é o tempo que
preciso para que a pessoa leia e queira continuar. A primeira pergunta que virá
para ela é: “Por quê? Por que você queria fazer isso? Você é louco? Tá cheio
de projeto da hora aí, você está fazendo o que? Você é burro?”.
Outro parágrafo sintético: “Acabaram de descobrir que ministros e mais
membros do corpo político de Maduro, retiraram uma enorme quantidade de
dinheiro do país”. Poderia ter tornado esse parágrafo menor. Lendo agora me
pareceu muito grande, mas tem de ser obsessão. Enxugar, enxugar e enxugar.
Você verá que TODO post meu é editado. Todo. Você não verá um post meu
que não sofreu edição. Leio e dou uma editada, releio e dou uma editada.
Geralmente em cinco minutos já fiz umas seis edições.
“Toda regulamentação reflete, ao final, quase que única e exclusivamente, ódio
aos pobres”. Aí vou lá edito novamente. Esse é o trabalho! “Ah, Ícaro, mas isso
faz diferença?”. Pra cacete! Parágrafo sintético é muito mais importante em
grandes posts. É raro, para mim, parágrafo de três linhas.
Aluno: Faz diferença a quantidade de caracteres? Vi um copyright — André Cia
— falando que está fazendo testes em relação a isso.
André deve ser muito bom, mas sou um cara mais romântico. Sou um cara que
produz sem um grande método analítico. Gosto da narrativa, gosto mais de
focar na narrativa. André Cia é um excelente redator; é muito técnico, um cara
que não tem tanto romance na escrita, mas que tem muita técnica.
Basicamente é um elemento.
“Mark Zuckerberg fez um post onde, segundo ele, o ano de 2018 será utilizado
para ele aprender sobre criptomoedas”. Caralho, sintético! Gosto muito dos
apostos para balancear o post. Alinham o parágrafo. Esses são os elementos.
Uma outra questão: não faça parágrafos com mais de quatro linhas a não ser
que você seja um redator muito experiente. Deixe os parágrafos magros, não é
uma persiana fechada. Um post de Facebook não é um tijolo. Um post de
Facebook é magrinho. Parágrafo de duas, três linhas para ter a sensação de
que está avançando.
Semana que vem falarei sobre outros elementos que uso. Vou falar sobre
emoticons, sobre looping, sobre ilha textual, uma linha só com dois parágrafos.
São todos elementos para escrever melhor, que vão lhe fazendo ter uma
narrativa mais fácil. Vamos lá! Hoje tem dúvida pra caralho!
Então, já fiz muitos testes sobre fazer timing post para anúncio ou timing
advertainment. Eu, sinceramente, só vi dois timing advertainment funcionar no
Brasil. Um deles da Empiricus: “Fim do Brasil?”, “Pra onde vai teu dinheiro?”,
“Brasil vai virar Venezuela?”. E os do Brasil Paralelo.
Para produtos que não tenham esse engajamento político ou econômico,
nunca senti um grande efeito. Por exemplo, se você vai vender um produto
para emagrecimento, um treinamento na academia, acho muito melhor focar
nos benefícios do seu produto a “verão tá chegando!”. “Verão tá chegando!” é a
publicidade de preguiçosos. Timing advertainment só para quem é muito, muito
experiente. Para quem não é, foco no preço, foco na promoção, foco na
escassez e na proposta única de vendas do seu produto. Vai dar muito mais
resultado que tentar fazer alguma estratégia de timing.
Aluno: Compartilhar posts é ruim?
É! Parece uma regra egoísta, mas é a regra do jogo.
Todos sabem essas regras. Todo mundo que trabalha no Facebook se importa
com tráfego, e todo mundo que tem mais de trezentos likes se importa com o
tráfego. Ninguém me falará que chegou lá sem se importar. Veja quantos posts
compartilhei nos últimos dois anos. Talvez tenham sido dois do Olavo.
Entre outros caras que são comunicadores, veja quantos posts compartilham.
Você está entregando o tráfego. “Ícaro, e se o post realmente valer a pena?”.
Você faz um post sobre o post do cara. “Eu li um post do fulano, foi do caralho,
as minhas conclusões são tais...”. Se tem uma coisa que aprendi com isso foi
transformar o tráfego no meu também. Promova o cara, porque vale a pena.
Aluno: Ícaro, compartilhar posts dos outros é ruim para a tensão?
Sim! Quando você compartilha posts dos outros, você não está ganhando
share. Se alguém der share nesse post, não é você que está ganhando, não é
seu nome lá. É o dono original. Então você vai ver que não aparece
compartilhamentos no seu. Aparece, sim, no original. Então, você está
propagando tráfego de outras pessoas. “Ícaro, por que eu faria isso?”. Pô,
porque o post do cara foi legal. Ele não merece isso? O trabalho dele não foi
legal?
Aluno: E como seria a dinâmica para aliar o perfil pessoal a uma página
profissional, por exemplo.
Então, cara, se você é comunicador, prestador de serviço autônomo; se você é
psicólogo, se você professor, cara, se mantenha no perfil pessoal. Até hoje me
mantenho no perfil pessoal, porque, do contrário, até algumas ferramentas lhe
são retiradas. Você não sabe quantas curtidas, visualizações, não pode pagar
anúncios, não pode fazer marketing, você não pode fazer um monte de coisa!
Mas o caráter genuíno das pessoas que lhe seguem no perfil pessoal é muito
mais valioso. Prefiro muito mais ter treze mil seguidores no perfil pessoal do
que ter cinquenta mil seguidores na Fanpage.
Essa aula é boa, cara. Se prestarem atenção nesta aula e na próxima,
melhorarão pra caralho! Espero que tenham gostado da aula e até a próxima!