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ANELO E SÚPLICA

Salmo 119.129-136

1. A CONTEMPLAÇÃO/ADMIRAÇÃO DO SALMISTA

v. 129. Doxologia baseada na admiração, imagine você olhando para


uma paisagem belíssima, ou uma obra de arte, ou uma flor etc., e você fica
espantado, admirado e isso produz em você louvor, um uau! Uma doxologia.
Parece ser isso que o salmista está fazendo aqui, só que ele faz em relação a
Palavra de Deus. Essa admiração não vem apenas de seus olhos, mas do seu
interior, a palavra é tão bela e clara (v.130) que o desejo é de praticá-la,
vivencia-la e, quando o salmista não vê tal apreço, admiração e obediência,
ele entra em desespero (v.136).

v. 130. A revelação ou a iluminação, o desvendar ou a clareza, da


palavra instrui a pessoa mais simples, sem tanta instrução, ela torna sábio (v.98;
Pv. 9.9). Ver 1 Co.2, a sabedoria do alto que humilha os sábios e poderosos e
exalta ao simples.

A ato de abrir uma porta e deixar a luz clarear o ambiente, traz a lume o
que estava oculto, é isso que a palavra faz conosco.

2. O ANELO DO SALMISTA

v.131. O fôlego do salmista estava no respirar ou alimentar-se da Palavra,


pois era o desejo mais profundo do seu ser. Nossa alma deseja e anela por
muitas coisas, mas para o salmista nada era superior a Palavra, tanto que ele
diz que abre a boca num ato de entrar mais ar, ou como um ato de alegria e
prazer e satisfação. “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim,
por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl. 42.1-2). A admiração
provoca um suspiro, seguido de desejo.

3. A SÚPLICA DO SALMISTA

3.1. O favor do Senhor (vs.132,135)

v. 132. Ter o rosto voltado em direção ao salmista, aponta para favor e/ou
aceitação/aprovação, a bênção Araônica é um exemplo (Nm.625; Sl.4.6;
22.24; 31.16; – esconder o rosto positivamente 51.9; 67.1; 80.3,7,19; Ez. 39.29;
Dn.9.17)
O contrário, virar/esconder o rosto é desfavor, juízo, disciplina (Dt.31.17,18;
32.20; Sl.13.1; 30.7; 34.16; 69.17; 80.16; 88.14; 102.2; 104.29; Is.8.17; 64.7 – voltar o
rosto negativamente – olhar Jr. 21.10; 44.11; Ez.7.22; 14.8; 15.7).
O propósito para o qual deseja que Deus olhe para ele, isto é, que seja
livre de suas misérias.

v.135. Quando roga a Deus, faze resplandecer a tua face sobre o teu
servo, ele busca, em primeiro lugar, conquistar o favor paterno de Deus

3.2. O sustento/Direção do Senhor (v.133)

Com estas palavras, o salmista mostra, como o tem feito em outras


passagens, que a única regra do bom viver é que os homens regulem sua vida
em plena concordância com a lei de Deus. Já vimos neste Salmo que,
enquanto os homens se permitem perambular conforme suas próprias
maquinações, Deus rejeita tudo que fazem, por mais que se esforcem.

3.3. O livramento do Senhor (v.134)


O salmista mostra, por seu próprio exemplo, que todos os piedosos estão
expostos a ataques inimigos e à opressão; e que, como a ovelha na boca dos
lobos, serão inevitavelmente destruídos, se Deus não defendê-los. Ao usar o
verbo libertar ele pretendia dizer que, se não fosse preservado de uma forma
prodigiosa, milagrosa, estaria tudo acabado para ele.
A resposta do salmista ao livramento é a gratidão, ” guardarei os teus
preceitos”.

4. O ZELO DO SALMISTA (v. 136)

O salmista afirma que estava inflamado com um zelo incomum pela


glória de Deus, porque ele se dissolvia totalmente em lágrimas, por causa do
desprezo para com a lei divina. “0 zelo de tua casa me tem consumido” (SI
69.9).
Onde quer que o Espírito de Deus reine, Ele desperta esse zelo intenso,
que arde no coração dos piedosos quando percebem que o mandamento do
Altíssimo é considerado como algo de nenhum valor.
Não basta que cada um de nós seja diligente em agradar a Deus; temos,
igualmente, de desejar que sua lei seja tida em estima por todos os homens.

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