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Texto de apoio

“Os media “são essenciais” a informar mas


marcas não largam as redes sociais”
Consumidores confiam nos jornais como fonte de informação sobre a Covid-19.
As marcas também, mas as redes continuam a ser fortes canais para investir

Em tempos de pandemia, os portugueses estão colados aos televisores, passam horas a


navegar nos sites de informação e dirigem-se às plataformas oficiais para obter a
informação de que precisam para esclarecer as suas dúvidas sobre a Covid-19. Não
surpreende, portanto, que a televisão, a imprensa e as plataformas oficiais do governo
sejam os meios a quem atribuem mais credibilidade como fontes fidedignas sobre a
Covid-19, conclui o estudo O que Muda em Tempo de Pandemia?, do GroupM,
produzido pela Marktest.
Os noticiários de televisão inspiram um grau de confiança de 86%, seguido
dos sites oficiais do governo (57%), programas de debate na TV (44%), sites de
notícias online (17%), rádio (13%) e jornais (12%). Já as redes sociais não parecem
inspirar tanta confiança: são procuradas por 53% dos inquiridos, mas só 5%
consideram que são credíveis. Será que isso influencia as decisões de investimento das
marcas?
“O contexto atual está a influenciar a forma como pensamos e gerimos as
comunicações - os canais, os timings, as mensagens, o tom, etc. Mas essa sempre foi a
realidade da nossa comunicação - adaptar às contingências. Hoje vivemos em
contingências muito particulares - as pessoas estão mais em casa, e por isso mais
disponíveis para consumir meios tradicionais (como a televisão), mas também mais
ligadas às redes. Os que não podem exercer a sua profissão remotamente têm o tempo
livre - e estamos a trabalhar com isso em mente, claro”, admite fonte oficial da Sonae
MC. Mas, realça, “a perceção das redes como fonte pouco credível acaba por ser
natural, já que é um espaço onde partilhar informação (verdadeira ou não) está à
simples distância de um clique. A noção de credibilidade e veracidade da informação
que circula é porém diferente se partilhada pela própria marca/empresa ou se são
comunicações informais, partilhas e mensagens emitidas a título pessoal e/ou em perfis
privados. Por isso, continuamos a reconhecer nas redes uma ferramenta poderosa de
entretenimento, mas também de informação.”
Algo semelhante afirma o Lidl. “A comunicação social tem um papel fundamental de
informar e esclarecer a população veiculando informação fidedigna. Aqui a
credibilidade das marcas de informação tem um papel preponderante que precisa ser
salvaguardado e os seus guardiões são os jornalistas”, diz fonte oficial da cadeia de
retalho, embora ressalvando que a cadeia usa as redes para comunicar com os clientes
em tempo real.
João Epifânio reconhece o papel dos media. “Em tempo de crise, é fundamental
munirmo-nos de meios e fontes de informação fidedignos, garantindo, por exemplo, que
o flagelo das fake news não prolifera. Aqui, os meios de comunicação têm um papel
fundamental de curadoria”, diz o chief sales officer B2C da Altice Portugal. “Este novo
mundo veio trazer aos media a oportunidade de voltarem a reclamar o papel
fundamental que detêm na sociedade, um papel de extrema importância, de serem a
porta do país para o mundo.”

O fenómeno das notícias falsas não surgiu com a Covid-19, lembra Rui Miguel
Nabeiro. “A pandemia veio apenas aumentar o potencial disseminador de conteúdos
que se aproveitam do medo. Esperamos que, pelo menos, esta situação deixe todos os
intervenientes ainda mais alerta para a importância da confiança nas suas fontes de
informação”, realça o administrador do Grupo Nabeiro-Delta Cafés. E isso está a
influenciar decisões de investimento? “Mantemos a aposta nas redes sociais e, acima
de tudo, a coerência nas mensagens que veiculamos online e offline.”
“Estamos a atravessar uma fase muito delicada, o que acaba por se refletir também na
forma como se procura obter informação de confiança, mas creio que os canais oficiais
serão sempre a fonte mais fidedigna para as pessoas encontrarem a informação que
procuram ou validarem conteúdos que lhes chegam de outras vias”, diz Miguel Araújo,
diretor de comunicação e relações institucionais do Super Bock Group. Mas essa
constatação não tem impacto nas decisões de investimento da marca.

https://www.dinheirovivo.pt/marketing-pub/os-media-sao-essenciais-a-informar-mas-marcas-
nao-largam-as-redes-sociais-12691613.html

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