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O capital: crítica da economia política (Livro I)

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: Livro I: o processo de produção do capital. 2. ed. São
Paulo: Boitempo, 2017. p.

Nota da Edição
Marx passava dias no museu britânico-1

A presente tradução tem como base a quarta edição alemã (Hamburgo) -2

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1 – p. 11 2 – p. 12

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Apresentação
Jacob Gorender

I
A família Karl (pais de Marx) pertencia à classe média de origem judaica
Hegel foi mentor de Marx (que cursou Direito, mas depois foi para a
Filosofia) -1

Para Hegel, “A Ideia se tornava ser-outro na Nat e se realizava nas


criações objetivas da história humana.” -2

Marx se apropriou da dialética hegeliana, considerava o princípio


dinâmico do materialismo -3

Já na década de 1840 havia diferentes teorias socialistas, as quais Marx se


tornou crítico junto com a economia política por ter conhecimento delas
através da Gazeta Renana -4

O Esboço de Engels também influenciou Marx em sua crítica da economia


política; Engels enfatizou o caráter ideológico da economia político e por
isso a negava como ciência -5

A definição de “alienação” se metamorfoseou em Hegel, Feuerbach e


Marx -6
A colaboração de Marx e Engels começou em Paris, 1844.; A sagrada
família assinala o rompimento com a esquerda hegeliana que depositava
suas esperanças de renovações da Alemanha nas camadas cultas -7

Não são as ideias que modificam a vida material, as ideias são expressões
das relações materiais que os homens possuem entre si; A ideologia
alemã inaugura o materialismo histórico -8

Hegel pensava que o Estado criava a sociedade civil (quando na verdade é


o contrário); A partir de 1844 Marx concentrou sua energia em estudar os
economistas -9

A crítica da economia política foi construída com o materialismo histórico


como base -10

Miséria da filosofia é outro ponto de virada no pensamento de Marx, pois


é nesse livro em que a teoria do V-T é aceita -11

Perto de 1850, Marx foi exiliado em Londres, ficando lá até sua morte
(pouco tempo após a Nova Gazeta Renana fechar) -12

II
Marx e sua família passaram por momentos de miséria; sobre Vogt -13

Originalmente a crítica da economia política estaria dividida em 6 livros:

1 – O capital 2 – A propriedade territorial 3 – O T.a 4 – O Estado

5 – O comércio internacional 6 – O m mundial e as crises

E um livro à parte com a história das doutrinas econômicas -14

Os economistas clássicos pensavam que as categorias específicas do M.P.c


eram naturais, expressões de uma racionalidade supra-histórica -15

Na edição russa do Livro I (1872, que teve êxito de vendas), o czarismo a


considerou um livro socialista, mas muito complicado de se entender -16

Marx possuía uma péssima letra -17


O Livro IV, os manuscritos sobre as histórias das doutrinas econômicas
foram editados sob o título de Teorias da Mais-Valia por Kautsky entre
1905-1910 -18

III
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1 – p. 16 2 – p. 17 3 – pp. 17 e 19 4 – p. 17 5 – p. 18

6 – p. 19 7 – p. 20 8 – p. 21 9 – p. 22 10 – pp. 22-3

11 – p. 23 12 – p. 24 13 – p. 25 14 – p. 26 15 – p. 27

16 – p. 29 17 – p. 30

18 – p. 31

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Advertências aos leitores do Livro I d’ O capital


Louis Althusser

Luta de classes econômica (sindical): é defensiva, pois é contra as duas


tendências do capitalismo

Luta de classes política: é ofensiva, pois é para a tomada do poder pela


classe operária e seus aliados -1

Método de leitura recomendada -2

Quando publicou o Livro I, Marx já tinha escrito o Livro II e parte do Livro


III (o III na forma de rascunhos) -3

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1 – p. 49 2 – pp. 49-50 3 – p. 52

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Considerações sobre o método


José Arthur Giannotti
Proudhon e Bakunin foram grandes adversários de Marx

A Escola de Frankfurt se inspirava em Marx -1

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1 – pág. 73

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O capital: crítica da economia política: Livro I: o processo de


produção do capital
O capital foi dedicado a Wilhelm Wolff, amigo de Marx (p. 76)

Prefácio da primeira edição


Marx desejava adicionar a cada capítulo teórico um excurso sobre a
história da teoria, mas desistiu na década de 1860 (N.R)

Teorias do Mais-valor são formados por rascunhos (N.R)

Marx chama sua teoria do valor de “Teoria do valor”

Marx foi acometido por diversas enfermidades que adiaram seu T

O “primeiro capítulo, em especial da parte que contém a análise da M,


apresentará a dificuldade maior.”

A figura acabada da F.V é a F-D -1

“na análise das formas econômicas não podemos nos servir de microscópio nem
de reagentes químicos. A força da abstração [Abstraktionskraft] deve
substituir-se a ambos.”

Na sociedade burguesa, a F-M “constitui a forma econômica celular ” de tal


sociedade.

“O que pretendo nesta obra investigar é o M.P.c e suas correspondentes


relações de Pro e de circulação. ”, sendo que a Pr c possui leis próprias; a
localização clássica do M.P.c é na Inglaterra -2
Mesmo outros sistemas sem ser o M.P.c, as condições são piores; a
estatística s da Alemanha e os demais países europeus ocidentais é
miserável

“a finalidade última desta obra é desvelar a lei econômica do movimento da


sociedade moderna” -3

“De modo algum retrato com cores róseas as figuras do c e do proprietário fundiário.
Mas aqui só se trata de pessoas na medida em que elas constituem a personificação de
categorias econômicas, os portadores de determinadas relações e interesses de
classes.” -4

“O segundo volume deste escrito tratará do processo de circulação do C (Livro II)


e das configurações do processo global (Livro III); O terceiro (Livro IV), da
história da teoria.” -5

Livro II e III foram publicados por Engels, e o Livro IV apareceu na primeira


década do século XX sob o título de Teorias do mais-valor (N.R)

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1 – p. 77 2 – p. 78 3 – p. 79 4 – p. 80 5 – p. 81

Posfácio da segunda edição


A primeira edição d’ O capital se esgotou em quase 5 anos; desde 1850 o
capitalismo na Alemanha tem se desenvolvido rapidamente -1

A economia política burguesa entendia o capitalismo como a forma última


e absoluta da Pro social -2

As leis dos cereais haviam sido introduzidas na Inglaterra em 1815 e


deixaram de existir em 1846, seus objetivos eram limitar (a às vezes
proibir) a importação de trigo estrangeiro (N.R) -3

O Prol possui uma missão histórica, cuja é “o revolucionamento do M.P.c e


a abolição final das classes” -4

A edição russa d’ O capital (1872) de 3 mil exemplares quase se esgotou


aproximadamente em 2 anos -5
Disseram que Marx jamais poderia ser chamado de idealista ; Marx em
vida já era acusado de ter como ideia principal o comunismo -6

“A investigação tem de se apropriar da matéria [Stoff] em seus detalhes,


analisar suas ≠ formas de desenvolvimento e rastrear seu nexo interno. ”;

Marx dizia que seu “método dialético, em seus fundamentos, não é apenas
diferente do método hegeliano, mas exatamente seu oposto. Para Hegel, o processo
de pensamento, que ele, sob o nome de Ideia, chega mesmo a se transformar num
sujeito autônomo, é o demiurgo do processo efetivo, o qual constitui apenas a
manifestação externa do primeiro. Para mim, ao contrário, o ideal não é mais do que o
material, transposto e traduzido na cabeça do homem.” -7

A dialética em Hegel “se encontra de cabeça para baixo. É preciso desvirá-la ”; na


dialética há “algo” e sua negação ao mesmo tempo

O movimento da sociedade c é repleto de contradições -8

...

1 – p. 84 2 – p. 85 3 – p. 86 4 – p. 87 5 – p.
88

6 – p. 89 7 – p. 90 8 – p. 91

Prefácio da edição francesa


É bastante “árdua a leitura dos primeiros capítulos ” -1

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1 – p. 93

Posfácio da edição francesa


A edição francesa tinha sido publicada em fascículos -1

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1 – p. 95

Prefácio da terceira edição alemã


Engels era amigo de Marx desde a década de 1840
A edição francesa foi publicada em fascículos entre 1872-1875 (N.R) -1

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1 – p. 97

Prefácio da edição inglesa


Uma das filhas de Marx ajudou com esta tradução; O capital já era
deturpado desde essa época -1

A estrutura do Livro I d’ O capital foi mudando conforme as edições (N.R) -


2

“mesmo a economia política clássica, embora perfeitamente consciente


de que tanto L e a r não são + do que subdivisões, fragmentos daquela
parte não paga do produto que o tr tem de fornecer ao patrão -3

A parte não paga do produto constitui o m-P

O período manufatureiro se baseia na D.T manual, o período da indústria


moderna se baseia na maquinaria

Na Europa “O capital costumou ser chamado de “a Bíblia da classe trabalhadora.” ” -


4

“Enquanto a F.P aumenta em progressão geométrica, a expansão dos m


(na maior parte das vezes) em progressão aritmética.”

“a Inglaterra é o único país onde a inevitável revolução s poderia ser realizada


inteiramente por meios pacíficos e legais.”, embora Marx defendia que a Bu
provavelmente iria se revoltar -5

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1 – p. 101 2 – pp. 101-2 3 – p. 102 4 – p. 103 5 – p. 104

Prefácio da quarta edição alemã


Eleanor Marx ajudou na tradução desta edição -1

Eleanor rebateu argumentos que caluniavam seu pai -2


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1 – p. 105 2 – pp. 106 (N.R) e 109

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Seção I – M e D

Capítulo I – A M
1 - Os dois fatores da M: V.U e V (S.V, G.V)

“A Riq das sociedades onde reina o M.P.c aparece como uma “enorme coleção de M”,
e a M individual, por sua vez, aparece como sua forma elementar.”

A M é, antes de tudo, algo externo que “por meio de suas p satisfaz


necessidades humanas de um tipo qualquer.” “A Nat dessas necessidades
– se, por exemplo, elas provêm do estômago ou da imaginação – não
altera em nada a questão.” O mesmo vale “de fomo a coisa satisfaz a
necessidade humana, se diretamente, como M.S [...], isto é, como objeto
de fruição, ou indiretamente, como Me. P.”-1

V.U: “A utilidade de uma coisa faz dela um V.U. ” (e o próprio caractere da


coisa de ser suporte material faz dela um V.U)

E “essa utilidade não flutua no ar. Condicionada pelas p do corpo da


M, ela não existe sem esse corpo. Por isso, o próprio corpo-M [...], como
Fe, trigo, diamante etc., é um V.U ou um bem.”

“formam o conteúdo material [...] da Riq, qualquer que seja a forma s


desta.”

“se efetiva apenas no uso ou no consumo.”

No capitalismo, V.U são o suporte material do V.T

V.T: “aparece inicialmente como a relação quantit, a proporção na qual V.U de


um tipo são trocados por V.U de outro tipo”

“relação que se altera constantemente no t e no espaço.” -2


“os V.T vigentes da mesma M expressam algo igual.”, “que o V.T não pode ser mais do
que o modo de expressão, a “forma de manifestação” de um conteúdo em comum e de
mesma G em duas coisas ≠.”

Esse “conteúdo em comum” não pode ser as p físicas, geométricas e


químicas das M, pois elas determinam seus V.U e “ a abstração dos seus V.U é
justamente o que caracteriza as relações de troca das M.” -3

Todas as M são frutos do T; mas ao abstrairmos do V.U, abstraímos dos


caracteres específicos da M, ela não é mais o produto de T específico, mas
de um “T humano igual, o T humano abstrato.”

Na Pr de qualquer M “foi despendida F.T humana, que não leva em conta a forma
desse dispêndio”, T humano indiferenciado/amorfo foi acumulado

As M, “Como cristais dessa substância s que lhes é comum, elas são V”

S.V – T humano A

O “conteúdo em comum” que se expressa no V.T é o V, sendo o V.T o


modo necessário para ele se expressar; “ um bem só possui V porque nele está
objetivado ou materializado T humano A.” -4

“Poderia parecer que, se o V de uma M é determinado pela q de T


despendido durante sua Pr, quanto + preguiçoso ou inábil for um homem,
^ será o V de sua M, pois ele necessitará de + t para produzi-la.” -5

“No entanto, o T que constitui a S.V é T humano =, dispêndio da MESMA


F.T humana. A F.T conjunta da sociedade, que se apresenta nos V do
mundo das M, vale aqui como uma única F.T humana, embora consista
em inúmeras F.T individuais.”

t.T.s.n; “é aquele requerido para produzir um V.U qualquer sob as condições normais
para uma dada sociedade e com o grau s médio de destreza e intensidade de T. ”

“Após a introdução do tear a vapor na Inglaterra, por exemplo, passou a ser possível
transformar uma dada q de fio em tecido empregando cerca de / do T de antes. Na
verdade, o tecelão manual inglês continuou a precisar do mesmo t de T para essa Pr,
mas agora o produto de sua hora de T individual representava apenas / da hora de T
social e, por isso, seu V caiu para a metade do anterior. ”
G.V – t.T.s.n

M em que estão contidas iguais q de T.s.n possuem a mesma G.V

Um escrito anônimo de aproximadamente 1740 já determinava que o V


das coisas “é regulado pela q de T necessariamente requerida para sua Pr” (N.R) -6

A G.V de uma M permanece constante se permanece constante o t de T


requerido para sua Pr, mas este muda com cada alteração na F.P do T

A F.P do T é determinada por condições naturais, grau médio de destreza


dos tr, volume e eficácia dos Me.P, desenvolvimento da ciência e sua
aplicabilidade tecnológica, etc.

Em geral, quando aumenta a F.P do T, menor é o t de T requerido, menos


massa de T na M é cristalizada e menor será seu V;

Quando diminui a F.P do T, maior é o t de T requerido, maior massa de T


na M é cristalizada e maior será seu V

Ou seja, a G.V de uma M varia na razão direta da q de T que nela é


realizado e na razão inversa da F.P desse T

Algo pode ser V.U mesmo não sendo V (ar, terra virgem, madeira bruta,
campos Nat); algo pode ser V.U e produto do T e ainda assim não ser M
(produzir V.U para satisfazer minha necessidade) -7

“Para produzir M, ele (‘o produtor’) tem de produzir não apenas V.U, mas V.U para
outrem, V.U s.”, V.U produzido para outrem que será adquirido por meio da
troca

“Por último, nenhuma coisa pode ser V sem ser objeto de uso. Se ela é inútil, também o
é o T nela contido, não conta como T e não cria, por isso, nenhum V.” -8

2 – O duplo caráter do T representado nas M

T.U. - T cuja utilidade se representa no V.U de seu produto

V.U não se troca pelo mesmo V.U -9

------ -10
Apenas produtores de T privados, separados e mutuamente
independentes uns dos outros confrontam-se como M

Caso a Nat não nos forneça algum V.U que necessitamos, há uma
“atividade produtiva especial, direcionada a um fim, que adapta matérias
naturais específicas a necessidades humanas específicas. ”

“Como criador de V.U, como T.U, o T é, assim, uma condição de existência do homem,
independente de todas as formas s, eterna necessidade Nat de mediação do
metabolismo entre homem e Nat”

V.U são nexos de dois elementos: matéria natural e T -11

“Todos os fenômenos do universo, sejam eles produzidos pelas mãos do homem


ou pelas leis gerais da física, não são [...] criações novas, mas apenas uma
transformação da matéria dada.” (N.R); O T não é a única fonte dos V.U, a
única fonte da Riq material, a te é a mãe da Riq material -12

O V da M representa unicamente T humano, dispêndio de T humano, “ ao


passo que os V casaco e linha, são, ao contrário, simples massa amorfa de T ”

Toda pessoa comum, sem qualquer desenvolvimento especial, possui uma


F.T simples (e essa será considerada daqui para frente)

O T complexo é apenas o T simples multiplicado; x q do produto de um T


complexo pode ser trocado por uma q ^ do produto de um T simples

“As diferentes proporções em que os diferentes tipos de T são reduzidos ao T com


simples como sua unidade de medida são determinados por meio de um processo s que
ocorre pelas costas dos produtores e lhes parecem, assim, ter sido ligados pela
tradição.” -13

O T que é afetado pela variação na F.P do T é o T.U “ a mesmo T produz, nos


mesmos períodos de t, sempre a mesma G.V, independentemente da variação da F.P. ”

Com o ^ ou diminuição da F.P do T, uma maior ou menor q de V.U serão


produzidos, a G.V permanece a mesma (‘na mesma q de t’), embora
estando distribuída quantitativamente diferente em cada M produzida -
14.1
Todo T é dispêndio de força humana de T em sentido fisiológico, e é
graças a essa p de T humano igual ou abstrato ele gera o V das M

T.U produz V.U

T.A produz V -14

3 – A forma do V ou o V.T

Precursor anônimo de A. Smith: “Um homem consumiu uma semana na Pr de


um objeto útil [...] e outro homem, que em troca desse objeto lhe dá um outro,
não encontra outro meio de avaliar corretamente a equivalência de V que não
seja pelo cálculo do ‘labour’ e do tempo que sua Pr lhe custou. ” Labour = T que
cria V (N.R) -15

O V é inapreensível, só se manifesta numa relação s entre M

“as M possuem uma F.V em comum que contrasta do modo mais evidente com
as diversas formas Nat que apresentam seus V.U. Tal F.V em comum é a F-M. ”

Marx irá mostrar a gênese da F-D

Relação simples de V: Relação de V de uma M com uma única M distinta


dela

A – A F.V simples, individual ou ocasional

X M A = y M B ou: X M A têm o V de y M B (20 braças de linho = 1 casaco,


ou: 20 braças de linho têm o V de 1 casaco)

1 – Os dois polos da expressão do V; F.V.R e F de E

“O segredo de toda F.V reside em sua F.V simples. ” -16

As duas M, A e B desempenham papéis distintos; o V da M A é expresso na


M B, M B serve de material para essa expressão de V

O V de M A se apresenta como V.R, ou F.V.R; A M B funciona como


equivalente, encontra-se na F.E
M B não expressa seu V, para expressá-lo e se tornar F.V.R, será
necessário inverter a equação -17

2 – A F.V.R

A – Conteúdo da F.V.R

Para X M A = y M B, M A e M B tem de serem expressões da mesma


unidade, coisas da mesma Nat, qualitativamente iguais. “Quando o casaco
é equiparado ao linho como coisa de V, o T nele contido é equiparado com o T
contido no linho.”

“Como V, as M não são mais do que massas amorfas de T humano ”

Na relação de 20 braças de linho = 1 casaco, o casaco vale como forma de


existência do V, como coisa de V -18

“Somente a expressão de equivalência de diferentes tipos de M evidencia o


caráter específico do T criador de V, ao reduzir os diversos T contidos nas
diversas M àquilo que lhes é comum: o T humano em geral. ”

“Na relação de V com o casaco, o linho vale como seu equivalente qualitativo,
como coisa da mesma Nat, porque ele é um V. Desse modo ele vale como uma
coisa na qual se manifesta o V ou que, em sua forma Nat, palpável, representa
V.”

O corpo da M B é V.U

Beijamin Franklin já dizia que “o comércio não é nada mais que a troca de um
T por outro, é no T que o V de todas as coisas é estimada da melhor forma ”
(N.R) -19

M B, a forma de casaco vale como forma de V; a F.V de M A é diferente de


sua forma Nat

“O V da M linho é [...] expresso no corpo da M casaco, ou seja, o V de uma M é


expresso no V.U da outa.”

“Por meio da relação de V, a F.Nat da M B se converte na F.V da M A, ou o corpo


da M B se converte no espelho do V da M A.” -20

O V de M A expresso no V.U da M B, assume a F.V.R


B – A determinidade quantitativa da F.V.R

“Toda M, cujo V deve ser expresso, é um objeto de uso numa dada q: 15


alqueires de trigo, 100 libras de café etc. Essa dada q de M contém uma q
determinada de T humano. A F.V tem, portanto, de expressar não só V em geral,
mas V quantitativamente determinado, ou G.V. Na relação do V da M A com M
B, do linho com o casaco, não apenas a espécie de M casaco é qualitativamente
equiparada ao linho, como corpo de V em geral, mas uma determinada q de
linho, por exemplo, 20 braças, é equiparada a uma determinada q do corpo de
V, ou considerado equivalente, por exemplo, 1 casaco. ”

20 MA = 1 MB pressupõe que 1 MB contém tanto S.V quanto 20 MA, que


ambas as q de M custam a mesma q de t de T

O t de T necessário para a Pr de 20 MA e 1 MB muda com a variação na


F.P do T.C de MA ou de MB

I – O V de MA varia enquanto o V de MB permanece constante:

Se o t.T.n para a Pr de MA dobra (x 2):

Antes: 20 MA = 1 MB Agora: 20 MA = 2 MB

(20h produz 20 MA e 1 MB) (40h produz 20 MA e 2MB)

Se o t.T.n para a Pr de MA cai pela /:

Antes: 20 MA = 1MB Agora: 20 MA = ½ MB

(20h produz 20 MA e 1 MB) (10h produz 20 MA e ½ MB)

Conclusão: O V.R de MA (seu V expresso em MB), aumenta e diminui na


proporção direta da variação do V da MA em relação ao V constante de
MB -21

II – V de MA permanece constante, enquanto varia o V (‘G.V) de MB:

Se o t.T.n à Pr de MB dobra (x 2):


Antes = 20 MA = 1 MB Agora: 20 MA = ½ MB

(20h produz 20 MA/20 MB) (20h produz 20MA e ½ MB)

Se o t.T.n à Pr de MB cai pela /:

Antes = 20 MA = 1 MB Agora: 20 MB = 2 MB

(20h produz 20 MA/1 MB) (20h produz 20 MB e 2 MB)

Conclusão: Permanecendo constante o V de MA, aumenta ou diminui,


portanto, seu V.R, expresso na MB, em proporção inversa à variação do V
de MB -22

III – As q de T.n à Pr de linho e casaco podem variar ao mesmo tempo, na


mesma direção e na mesma proporção; “ Se os V de todas as M
aumentassem ou diminuíssem ao mesmo tempo e na mesma proporção, seus
V.R permaneceriam inalterados.”

A influência de todas as combinações possíveis sobre o V.R de uma M


resulta da simples aplicação dos casos I, II e III

O V.R de uma M pode variar, embora seu V se mantenha constante. Seu


V.R pode permanecer constante, embora seu V varie e, finalmente,
variações simultâneas em suas G.V e na expressão relativa dessa grandeza
não precisam de modo algum coincidir entre si -23

3 – A F.E

“quando uma M A (o linho) expressa seu valor no V.U de uma M B (o


casaco), ela imprime nesta última uma forma peculiar de V: a F.E.”

“dois casacos podem expressar a G.V de 40 braças de linho, porém jamais


podem expressar sua própria G.V. ” Uma determinada q de casaco expressa
determinada q de V do linho -24
1ª peculiaridade da F.E: “o V.U se torna a forma de manifestação de seu
contrário, do V.”, assim “A F.Nat da M se torna F.V.”

O V é “algo puramente social.” -25

“Na expressão de valor do linho, a utilidade da alfaiataria não consiste em


fazer roupas, logo, também pessoas, mas sim em fazer um corpo que
reconhecemos como valor” -26

2ª peculiaridade da F.E: “o T.C torna-se a forma de manifestação de seu


contrário, o T humano A.”

3ª peculiaridade da F.E “o T privado converte-se na forma de seu contrário, T


imediatamente s.”-27

4 – O conjunto da F.V simples

O V da MA é expresso qualitativamente por meio da sua permutabilidade


direta da MB com a MA. Ele é expresso quantitativamente por meio da
sua permutabilidade de uma determinada q de MB por uma dada q da MA

“Quando, no começo deste capítulos, dizíamos, como quem expressa um lugar-


comum, que a M é V.U e V.T, isso estava, para ser exato, errado. ”

M é V e V.U; e se apresenta em seu ser duplo quando equiparada com


outra M -28

“a F.V ou a expressão de V da M surge da Nat do V das M, e não, ao contrário,


que o V e a G.V sejam derivados de sua expressão como V.T. ”

“A oposição interna entre V.U e V, contida na M, é representada, assim,


por meio de uma oposição externa, isto é, pela relação entre duas M,
sendo a primeiro – ‘cujo’ V deve ser expresso – considerada imediata e
exclusivamente V.U, e a segunda – ‘na qual’ o V é expresso – imediata e
exclusivamente como V.T.”

Assim, “A F.V.S de uma M é [...] a forma simples de manifestação da


oposição nela contida entre V.U e V.”

O produto do T “só é transformado em M numa época historicamente


determinada de desenvolvimento: uma época em que o T despendido na Pr de
uma coisa útil se apresenta como sua qualidade “objetiva”, isto é, como seu V. ”
-29

“a F.V simples da M é simultaneamente a F-M simples do produto do T e [...] o


desenvolvimento da F-M coincide com o desenvolvimento da F.V. ” -30

A forma individual do V se transforma numa forma mais complexa; agora


o V de MA é expresso numa série de outras M, agora há uma série sempre
ampliável de suas diferentes expressões simples de V -31

B – A F.V total ou desdobrada

Z MA = U MB, ou = V MC, ou = W MD, ou = X ME, ou = etc

(20 braças de linho = 1 casaco, ou = 10 libras de chá, ou = 40 libras de café,


ou = 1 quarter de trigo, ou = 2 onças de Ouro, ou = ½ tonelada de Ferro,
ou = etc)

1 – A F.V.R desdobrada

O V de MA (linho) é expresso em inúmeras outras M do mundo das M,


cada um dos outros corpos M torna-se um espelho de V de MA -32

Pela primeira vez, o V de MA aparece verdadeiramente como massa


amorfa de T humano, pois o T que o cria é, agora, expressamente
representada como T que equivale a qualquer outro T humano,
indiferente da F.Nat que ela possua -33

Na forma primeira, 20 MA = 1MB poderia ser algo acidental, mas agora


essa possibilidade desaparece. O V de MA permanece da mesma
grandeza, seja ele representado em linho, café, Ferro, etc.

“Torna-se evidente que não é a troca que regula a G.V da M, mas inversamente,
é a G.V da M que regula sua relação de troca. ” -34

2 – A F.E particular

Os diferentes corpos de V, a F.Nat dessas M é agora F.E particular ao lado


muitas outras. Os diferentes das F.E são agora considerados “ como tantas
outras formas de efetivação ou manifestação particulares de T humano como
tal” -35
3 – Influências da F.V total ou desdobrada

1ª – A expressão de V.R da M é incompleta, pois sua série de


representações jamais se conclui

2ª – Ela forma um colorido mosaico de expressões de V, desconexas e


variegadas

3ª – Se o V.R de cada M for devidamente expresso nessa forma


desdobrada, a F.V.R de cada M será uma série infinita de expressões de V,
diferente da F.V.R de qualquer outra M -36

C – A F.V.U

1 casaco=

10 libras de chá=

40 libras de café=

1 quarter de trigo= 20 braças de linho

2 onças de Ouro=

½ tonelada de Ferro=

X MA=

etc. M=

1 – Caráter modificado da F.V

Agora as M expressam seus V de modo simples (mesma M singular), de


modo unitário, porque na mesma M. Sua F.V é simples comum a todas,
portanto, universal

A forma primeira “só se revela na prática nos primórdios mais remotos,


quando os produtos do T são transformados em M por meio da troca
contingente e ocasional.”

A forma segunda ”se mostra pela primeira vez apenas quando um produto do
T, por exemplo, o gado, passa a ser trocado por outras M diferentes não mais
excepcional, mas habitualmente.”
“A nova forma obtida apenas expressa os V do mundo das M num único tipo de
M, separada das outras”, na nova forma obtida, o linho representa os V de
todas as M mediante sua igualdade com o linho -37

“Essa forma é [...] a primeira que relaciona efetivamente as M entre si como V,


ou que as deixa aparecer umas para as outras, como V.T.”

O linho se torna diretamente permutável por todas as outras M; “Sua


forma corpórea é considerada a encarnação visível, crisalidação s e
universal de todo T humano.”

“As inúmeras equações em que consiste a F.V.U equiparam sucessivamente o T


efetivado no linho com todo T contido em outras M ” -38

2 – A relação de desenvolvimento entre a F.V.R e a F.E

Na forma primeira, uma M transforma outra em equivalente individual

Na forma segunda, essa expressão do V de uma M em todas as outras M,


imprime nestas últimas a F.E particulares de diferentes tipos

Por fim, uma M particular recebe a F.E.U

A oposição entre os dois polos se desenvolve com o desenvolvimento da


F.E em geral -39

O linho (ou F.E.U) está excluído de possuir V.R; para expressar seu V.R,
temos de inverter a forma III; a forma II aparece como a F.V.R específica
da M E.U -40

3 – Transição da F.V.U para a F-D

“O tipo específico de M, em cuja F.Nat a F.E encarna socialmente, torna-se


agora M-D, ou funciona como D. ” o Ouro conquistou esse lugar privilegiado;
desempenhar o papel de E.U no mundo das M torna-se sua função
especificamente s, seu monopólio s

D – A F-D

20 braças de linho=

1 casaco=
10 libras de chá=

40 libras de café= 2 onças de Ouro

1 quarter de trigo=

½ tonelada de Ferro

X MA=

Não houve uma mudança significativa da forma III para a forma IV como
houve da forma I para a forma II, ou da forma II para a forma III

Agora, tal M específica (o Ouro) assume a F.E.U

“A expressão de V.R simples de uma M – por exemplo, do linho – na M que


funciona como M-D – por exemplo o Ouro – é a F-P ” -41

A F-P do linho é:

20 braças de linho = 2 onças de Ouro

ou, se £2 for a denominação monetária de 2 onças de Ouro:

20 braças de linho = £2 -42.1

“A F-M simples é [...] o germe da F-D.” -42

4 – O caráter fetichista da M e seu segredo

A M é algo sensível-suprassensível

O caráter místico da M não resulta de seu V.U, tampouco resulta do


conteúdo das determinações de V -43

O caráter enigmático que o produto do T possui assim que assume a F-M


provém dessa própria forma

“O caráter misterioso da F-M consiste, portanto, simplesmente no fato de que


ela reflete aos homens os caracteres s de seu próprio T como caracteres
objetivos dos próprios produtos do T, como p s que não Nat a essas coisas e, por
isso, reflete também a relação s dos produtores com o T total como uma relação
entre os objetos”
Aqui, uma relação s “determinada entre os próprios homens que aqui assume,
para eles, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. ”; M são coisas
s -44

Assim como no mundo religioso os produtos da mente humana possuem


vida própria, travam relações entre si e com os homens; no mundo das M
os produtos da mão humana travam relações entre eles, “ A isso eu chamo
de fetichismo, que se cola nos produtos do T tão logo eles são produzidos como
M e que, por isso, é inseparável da Pr de M.”

Esse caráter fetichista surge do caráter s peculiar do T que produz M; o


conjunto dos T privados consiste no T s total

“Como os produtores só travam contato mediante a troca de seus produtos do


T, os caracteres especificamente s de seus T privados aparecem apenas no
âmbito dessa troca. Ou, [...] os T privados só atuam efetivamente como elos do
T s total por meio das relações que a troca estabelece entre os produtos do T e,
por meio destes, também dos produtores.” -45

Quando “equiparam entre si seus produtos de diferentes tipos na troca, como


V, eles equiparam entre si seus diferentes T como T humano. Eles não o sabem,
mas o fazem”

O caráter s dos “T privados, independentes entre si, consiste em sua igualdade


como T humano e assume a forma do caráter de V dos produtos do T ” -46

“Assim que essas proporções (‘em que os produtos são trocados’ ) alcançam
uma certa solidez habitual, elas aparentam derivar da Nat dos produtos do T,
como se, por exemplo, 1 tonelada de Ferro e 2 onças de Ouro tivessem o mesmo
V do mesmo modo como 1 libra de Ouro e 1 libra de Ferro têm o mesmo peso ” –
47.1

A F-D “vela materialmente, em vez de relevar, o caráter s dos T privados e, com


isso, as relações entre os tr privados.”

“Assim, somente a análise do P das M conduziu à determinação da G.V, e


somente a expressão monetária comum das M conduziu à fixação de seu
caráter de V” -47
Na Idade Média, “A dependência pessoal caracteriza tanto as relações s de
Pr material quanto as esferas da vida erguidas sobre elas.”. Aqui, as
relações s não se encontram travestidas em relações s entre coisas -48

Numa associação de homens livres que trabalham com Me.P


coletivizados, o produto total da associação é um produto s, e parte desse
produto serve, por sua vez, como Me.P, outra parte é consumida como
M.S pelos membros da associação. O modo como essa parte será
distribuída será diferente de acordo com o tipo peculiar do próprio
organismo s de Pr e o correspondente grau histórico de desenvolvimento
dos produtores -49

Nesta forma de sociedade, “o cristianismo, com seu culto do homem abstrato,


é a forma de religião mais apropriada, especialmente em seu desenvolvimento
burguês, como protestantismo, deísmo etc. ” -50

Para Epicuro, os deuses habitam espaços que separam os diferentes


mundos entre si; e também não exercem qualquer influência sobre o
desenvolvimento do mundo ou sobre a vida dos homens (N.R) -51

Haviam economistas que consideravam as instituições burguesas naturais


e as do feudalismo artificiais (N.R)

Economia política clássica: “toda teoria econômica desde W. Petty, que


investiga a estrutura interna das relações burguesas de Pr em contraposição à
economia vulgar, que se move apenas no interior do contexto aparente e
rumina constantemente o material há muito fornecido pela economia científica
a fim de fornecer uma justificativa plausível dos fenômenos mais brutais e servir
às necessidades domésticas da Bu, mas que, de resto, limita-se a sistematizar as
representações banais e egoístas dos agentes de Pr burgueses como o melhor
dos mundos, dando-lhes uma forma pedante e proclamando-as como verdades
eternas.” (N.R) -52

A “estrutura econômica da sociedade é a base real sobre a qual se ergue uma


superestrutura jurídica e política, à qual correspondem determinadas formas s
de consciência [...] o M.P da vida material condiciona o processo da vida s,
política e espiritual em geral” Como exemplo, o catolicismo dominava na
Idade Média justamente pelo modo como as pessoas produziam sua vida
material (N.R)
Exemplo de fetichismo: “o Ouro e a Prata, ao servir como D, não expressam
uma relação s de Pr, mas atuam na forma de coisas Nat dotadas de estranhas p
s” -53

...

1 – p. 113 2 – p. 114 3 – p. 115 4 – p. 116 5 – pp. 116-7

6 – p. 117 7 – p. 118 8 – p. 119 9 – p. 119 10 - p.

11 – p. 120 12 – p. 121 13 – p. 122 14.1 – p. 123 14 – p. 124

15 – p. 124 16 – p. 125 17 – p. 126 18 – p. 127 19 – p. 128

20 – p. 129 21 – p. 130 22 – pp. 130-1 23 – p. 131 24 – p. 132

25 – p. 133 26 – p. 134 27 – p. 135 28 – p. 136 29 – p. 137

30 – pp. 137-8 31 – p. 138 32 – p. 138 33 – pp. 138-9 34 – p. 139

35 – pp. 139-40 36 – p. 140 37 – p. 141 38 – p. 142 39 – p. 143

40 – p. 144 41 – p. 145 42 – p. 146 42.1 – pp. 145-6 43 – p. 146

44 – p. 147 45 – p. 148 46 – p. 149 47 – p. 150 48 – p. 152


47.1 – p. 149-50

49 – p. 153 50 – p. 154 51 – p. 154 52 – p. 156 53 – p. 157

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Capítulo II – O processo de troca


Como “As M não podem ir por si mesmas ao m e trocar-se umas pelas outras. ”,
aqui entra os proprietários privados das M

“um só pode se apropriar da M alheia e alienar a sua própria M em


concordância com a vontade do outro [...], por meio de um ato de vontade
comum a ambos.” -1

Aqui as pessoas existem, servem umas para as outras apenas como


possuidoras de M, que vão ao m representá-las -2
“Todas as M são-não V.U para seus possuidores e V.U para seus não-
possuidores.”; O V se realiza na troca, sendo assim, para o V.U se realizar,
primeiro o V tem que se realizar

O possuidor da M “quer alienar sua M em troca de outra M cujo V.U satisfaça


suas necessidades. [...] a troca é para ele apenas um processo individual. ” -3

“Por outro lado, ele quer realizar sua M como V, [...] em qualquer outra M do
mesmo V que seja de seu agrado, não importando se sua M tem ou não V.U
para o possuidor da outra M. [...] a troca é para ele um processo s geral.” -4

“Mas não é possível que, simultaneamente para todos os possuidores de M, o


mesmo processo seja exclusivamente individual e, ao mesmo tempo,
exclusivamente s geral.”

Todo possuidor de M considera a sua M E.U, mas nenhuma realmente é.


Assim, as M não possuem uma F.V.R geral na qual possam se equiparar
como V, assim, elas se confrontam não como M, mas como produtos (ou
V.U)

O cristal monetário [‘Geldkristall] é um produto necessário do processo de


troca, no qual ≠ produtos do T são efetivamente equiparados entre si e,
desse modo, transformados em M. A expansão e o aprofundamento
históricos da troca de desenvolvem a oposição entre V.U e V que jaz
latente na Nat das M.” -5

“A necessidade latente de expressar externamente essa oposição para o


intercâmbio impele a uma forma independente de V da M e não descansa
enquanto não chega a seu objetivo final por meio da duplicação da M em
M e D.” – 5.1

Um tipo de socialismo pequeno burguês queria abolir o D mas continuar


com a produção de M, um claro equívoco (N.R); Entre os selvagens, as
trocas se dão entre as comunidades ou entre os indivíduos de diferentes
comunidades -6 (N.R e p)

“O costume (de trocar e equiparar as M entre si) as fixa como G.V.”

Os povos nômades foram os primeiros a desenvolver a F-D; a F-D tem que


ser móvel (dando um exemplo, o gado) -7
Para ter que expressar diferentes G.V, o D tem de ser capaz de expressar
diferentes q de V, tem que poder ser dividido e juntado; e os metais
preciosos possuem essa qualidade; O D é uma M -8

Sobre o V do D, “Seu próprio V é determinado pelo t.T requerido para sua Pr e


se expressa numa dada q de qualquer outra M em que esteja incorporado o
mesmo t.T.” -9

William Petty já no século XVII comentava sobre a influência que o T


necessário para adquirir uma M tem na relação de troca com outra M -10
(N.R)

A F-D aparenta possuir V naturalmente, “como uma qualidade s de sua Nat.”

“o Au e a Ag, tal como surgem das entranhas da terra, são, ao mesmo t, a


encarnação imediata de todo T humana.”

“Uma M não aparenta se tornar D porque todas as outras M representam nela


seus V, mas, ao contrário, estas é que aparentam expressar nela seus V pelo
falto de ela ser D.”; “o enigma do fetiche do D não é mais do que o enigma do
fetiche da M” -11

...

1 – p. 159 2 – pp. 159-60 3 – p. 160 4 – pp. 160-1 5 – p. 161

5.1 – p. 161-2

6 – p. 162 7 – p. 163 8 – p. 164 9 – p. 166 10 – pp. 166-7

11 – p. 167

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Capítulo III – O D ou a c.M


1 – Medida dos V

O Au será agora a M-D

Sua primeira função é “de fornecer ao mundo das M o material de sua


expressão de V ou de representar os V das M como G de mesmo denominador,
qualit iguais e quantit comparáveis.”
Mas “As M não se tornam comensuráveis por meio do D. Ao contrário, é pelo
fato de todas as M, como V, serem T humano objetivado e assi, serem, por si
mesmas comensuráveis entre si, que elas podem medir conjuntamente seus V
na mesma M específica e, desse modo, convertê-la em sua medida comum de V ”

Como medida dos V, o D “é a forma necessária de manifestação da medida


imanente de V das M: o t de T.” – 1

Owen acreditava que o T tinha V (N.R)

A F-D ou o P “das M, tal como sua F.V em geral, é distinto de sua forma
corpórea real e palpável, ou seja, é uma forma apenas ideal ou representada. ”

Com o fim de “informar seus P ao mundo exterior, o detentor das M tem ou de


passar a língua em suas cabeças, ou nela fixar etiquetas.” -2

“Em sua função de medida de V, o Au serve, portanto, apenas como D


representado ou ideal.”

A q de T humano, isto é, o V que “está contido em 1 tonelada de Fe, é


expresso numa q representada da M-D que contém a mesma q de T. ” Isso
explica as != expressões em P de uma M em != q de Ag, Au ou Cu – 3

Com todas as M expressando seus V em != q de Au, “essas G se comparam e


se medem umas com as outras, e desenvolve-se tecnicamente a necessidade de
referi-las a uma q fixa de Au como sua unidade de medida. ” Tal unidade de
medida é desenvolvida em um padrão de medidas, por meio de sua
repartição em partes alíquotas, como 1 libra = x onças. “em toda circulação
metálica, os nomes dos padrões de peso formam também os nomes do padrão
monetário ou padrão de medida dos P. ”

Mas o D como “medida dos V e padrão dos P, o Au desempenha dois papéis


completamente distintos.”. O Au é medida dos V por ser “a encarnação s do T
humano” e padrão dos P por ser “um peso metálico estipulado.” – 4

“Como medida de V, ele serve para transformar as diversas M em P, em q


representadas (ideias, imaginárias) de Au; como padrão de P, ele mede essas q
de Au.” – 5
Para o padrão dos P, “é preciso que determinado peso de Au seja fixado como
unidade de medida.”

“O Au só pode servir como medida de V porque, ele próprio é produto de T e,


portanto, um V que pode ser alterado.”, mas “uma mudança no V do Au não
afeta de modo algum sua função como padrão dos P [...] assim como a queda
ou o ^ do V de uma 1 onça de Au não muda em absoluto seu peso, ela tampouco
altera o peso de suas partes alíquotas ”; Assim, a mudança do V do Au muda
a expressão em P do Au das M, agora sendo maiores ou menores do que
antes -6

Com o V das M estando inalterados, caso o V do D ^, há uma diminuição


proporcional no P das M; caso o V do D diminuía, há um ^ proporcional no
P das M

Sendo realizado durante séculos pelos príncipes, a falsificação do D fez


com que as moedas não conservassem de seu peso original mais do que o
nome; embora o padrão monetário seja convencional, ele necessita de
uma validade universal, tendo de ser regulado por uma lei -7

“Uma porção determinada de peso de um metal precioso, por exemplo, 1 onça


de Au, é oficialmente dividida em partes alíquotas, que a lei batiza com nomes
tais como libra, táler etc.” -8

Os P (q da M-D em que o V das M são idealmente convertidos) são agora


expressos nas denominações monetárias ou nas denominações contábeis
legalmente válidas do padrão de medida do Au

Não se diz “1 quarter de trigo = 1 onça de ouro”, se diz que é igual a £3, 17
xelins e 10¹/² pence; em tais denominações monetárias (libras, dólar, táler,
real, etc.) desaparece TODO o sinal da relação de V

“A confusão sobre o sentido oculto desses símbolos cabalísticos é tanto maior


porque as denominações monetárias expressam o V das M e, ao mesmo t,
partes alíquotas de um peso metálico, do padrão monetário. ” -9

“Com a transformação da G.V em P, essa relação necessária aparece como


relação de troca entre uma M e a M-D existente fora dela. Nessa relação,
porém, é igualmente possível que a G.V da M se expresse como o mais ou o
menos pelo qual ela é vendável sob dadas circunstâncias. ” -10
Assim “a F-P permite [...] a possibilidade de uma incongruência quantit
entre G.V e P”

E não só isso. Ela também “pode abrigar uma contradição qualitativa, de


modo que o P deixe absolutamente de ser expressão de V, embora o D não
seja mais do que a forma de V das M. Assim, coisas que em si mesmas não
são M, como a consciência, a honra etc. podem ser compradas de seus
possuidores com D e, mediante seu P, assumir a F-M, de modo que uma
coisa pode formalmente ter um P mesmo sem ter V. A expressão do P
torna-se aqui imaginária tal como certas grandezas da matemática. Por
outro lado, também a F-P imaginária, como o P do solo não cultivado, que
não tem V porque nele nenhum T humano está objetivado, pode abrigar
uma relação efetiva de V ou uma relação derivada desta última." -11

2 – O m.c

A – A metamorfose das M

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