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Manual de Redação de Laudos (Avaliação Imobiliária) - José Fiker
Manual de Redação de Laudos (Avaliação Imobiliária) - José Fiker
Manual de Redaçao
de Laudos
eng. José Fiker
PINI
EDITORA
Avaliação de Imóveis
Manual de Redaçao
de Laudos
eng. José Fiker
PINI
EDITORA
Avaliação cia Imóveis:
M A N U A L DE REDAÇAO DE LAUDOS
EDITORA PINÍ LTDA.
Todos os dlren-os de reprodução raservEidos pela ÉOltrua Pim ltáar
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Nesta sua nova obra técnica, o autor vale-se de sua invejável experiência profissional
para fornecer aos interessados valiosíssimos subsídios sobre a redação de laudos
de avaliação de imóveis, principalmente daqueles destinados a instruir ações
judiciais, preenchendo, assim, uma velha lacuna que sempre existiu na bibliografia
da Engenharia de Avaliações.
Este livro destina-se a suprir, ainda que de maneira modesta, parte dos
conhecimentos que não são adquiridos numa escola de engenharia, arquitetura
e agronomia.
Desde que passamos a analisar laudos judiciais por força de nosso trabalho como
perito ou assistente técnico, percebemos a dificuldade de transformar a linguagem
técnica em linhas acessíveis e atraentes para o magistrado. Essa habilidade é
desenvolvida pelo autodidatismo de alguns peritos e pelo esforço e empenho de
outros.
Pensando nisso, procuramos reunir tudo quanto achamos útil e necessário para
a confecção de um laudo de avaliação de imóveis, sem nada omitir, pelo menos
conscientemente, de nossa experiência adquirida no trabalho diário e de nossos
conhecimentos de engenharia de avaliação e de técnicas de redação. O
embasamento técnico acha-se descrito em nosso livro Avaliação de Terrenos e
Imóveis Urbanos A forma de apresentação do laudo e da condução dos trabalhos
são o assunto deste opúsculo, que pretende ser apenas uma contribuição a mais
para a classe dos profissionais de avaliações de imóveis, da qual fazemos parte.
José Fiker
índice
1 Conceitos e Definições 15
1.1 Perícia 15
1.2 Peritos 15
1.3 Procedimentos 15
1.4 Espécies de perícia 16
1.4.1 Arbitramento 16
1.4.2 Avaliação 16
1.4.3 Exame 16
1.4.4 Vistoria 16
1.5 Avaliação de imóveis 17
2 Atividades Básicas 21
2.1 Vistoria 21
2.2 Metodologia 21
2.3 Pesquisa de valores 22
2.4 Resumo e análise 22
2.5 Avaliação 22
2.6 Valor final do imóvel 22
2.7 Conclusão 22
3 Laudos de Avaliação 25
3.1 Apresentação de laudos 25
3.1.1 Interessado 25
3.1.2 Proprietário 25
3.1.3 Objetivo do trabalho 25
3.1.4 Individualização do objeto da avaliação 25
3.1.5 Informações complementares 26
3.1.6 Vistoria 26
3.1.7 Benfeitorias 26
3.2 Metodologia 27
3.3 Pesquisa de valores 27
3.4 Determinação do valor final 27
3.5 Conclusões 27
3.6 Data 27
3.7 Anexos 27
3.8 Observação 27
12
7.4 Indenização 75
7.5 Quesitos da autora (únicos) 76
Anexo 1 81
1 Pesquisa de Valores 81
2 Elementos Pesquisados 82
8 Estilo do Laudo 93
8,1 Clareza 93
8.2 Concisão 93
8.3 Precisão 94
8.4 Originalidade 94
8,5 Harmonia 95
9 Correção Gramatical do Laudo 99
9.1 Ortografia 99
9.2 Acentuação 100
9.3 Pontuação 101
9.3.1 Vírgula 101
9.3.2 Ponto e vírgula 102
9.3.3 Dois pontos 103
9.3.4 Ponto final 103
9.3.5 Reticências 103
9.3.6 Travessão 103
9.3.7 Parênteses 103
9.3.8 Aspas 104
9.4 Concordância especial 104
9.5 Regência verbal 105
9.6 Emprego das iniciais maiúsculas 107
9.7 Colocação pronominal 110
9.8 Voz passiva 112
10 Encerramento 117
11 Bibliografia 119
1 Conceitos e Definições
1.1 Perícia
Em todas as áreas técnico-científicas do saber humano, sobre as quais o conheci-
mento jurídico do magistrado não é suficiente para emitir opinião técnica a respeito,
faz-se necessária uma perícia para apurar circunstâncias e/ou causas relativas
a fatos físicos reais, com vistas ao esclarecimento da verdade.
1.2 Peritos
Para atuar numa perícia em engenharia, a que vai nos interessar, é necessário
que o profissional seja legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de Enge-
nharia, Arquitetura e Agronomia na sua atribuição específica, conforme Leis Federais
n? 5194 de 24-12-66 e n° 5584 de 26-06-70 que regulam o exercício profissional
e Resoluções do CONFEA n° 218 de 29-06-73 e n° 235 de 09-10-75 que regulam
as atribuições profissionais.
1.3 Procedimentos
Nesse processo, a parte requerente (Autor) ajuíza a ação por meio de procuração
outorgada a seu advogado contra a parte requerida (Réu) assistida por seu advogado
de defesa.
15
Manual de Redação de Laudos
O juiz nomeia um perito e cada uma das partes indica o seu assistente técnico,
profissional legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de Engenharia, rquitetura
e Agronomia para orientá-la e assessorar o perito, acompanhando todas as fases da
perícia e expressando sua opinião técnica onde e quando necessário.
O perito deve então tomar conhecimento dos quesitos formulados pelas partes ou
pelo juiz. As partes devem apresentar seus quesitos até cinco dias após a nomeação
do perito. Os quesitos consistem em perguntas sobre os assuntos técnico-científicos
da especialidade dos profissionais nomeados e indicados.
1.4.1 Arbitramento
Avaliação ou estimação de bens, feitos por árbitro ou perito nomeado pelo juiz.
Atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre alternativas
tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
•
1.4.2 Avaliação
*
Atividade que envolve a determinação técnica do valor quantitativo, qualitativo, ou
monetário de um bem, ou de seus rendimentos, gravames, frutos, direitos, seguros,
ou de um empreendimento, para uma data e um lugar determinado.
1.4.3 Exame
Inspeção, por meio de perito, sobre pessoa, coisas móveis e semoventes, para
verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à causa. Quando o exame é
feito em imóvel, denomina-se vistoria.
1.4.4 Vistoria
16
As normas que regem a matéria de avaliação de imóveis têm, como qualquer
norma, a finalidade precípua de estabelecer uma linguagem comum aos
profissionais que se dedicam ao assunto a fim de que possam discutir, divergir,
concordar sobre pontos polémicos, chegando a um denominador comum.
A NBR-5676/89 classifica a natureza dos imóveis urbanos, dos seus frutos e direitos
a avaliar; institui a terminologia, as convenções e as notações em trabalhos
avaliatórios; define a metodologia básica aplicável às avaliações; fixa os níveis de
precisão dessas avaliações; estabelece critérios a serem empregados nos trabalhos
e prescreve diretrizes para a apresentação de laudos.
17
Atividades Básicas
2 Atividades Básicas
2.1 Vistoria
2.2 Metodologia
21
Manual de Redação de Laudos
2.5 Avaliação
2.7 Conclusão
22
Laudos de Avaliação
3 Laudos de Avaliação
3.1.1 Interessado
3.1.2 Proprietário
25
3.1.5 Informações complementares
3.1.6 Vistoria
e) classificação da região.
• Terreno
3.1.7 Benfeitorias
26
— Tipo de acabamento por dependência e respectivos pés-direitos.
— Idade do imóvel real (se possível) e aparente (de acordo com o estado de
conservação).
3.2 Metodologia
3.5 Conclusões
3.6 Data
3.7 Anexos
3.8 Observação
27
Laudo do Perito Judicial
4 Laudo do Perito Judicial
Inicia-se com uma introdução com o nome do interessado, seguido de uma exposição
de motivos e objetivos.
31
Manual de Redação de Laudos
A resposta aos quesitos deve ser curta e objetiva sem, no entanto, procurar desven-
cilhar-se ou evadir-se através de monossílabos, evitando também tendenciosidades
e distorções.
Por fim, datar e assinar, apondo suas credenciais (títulos, registro profissional, ou-
tras).
Exmo. Sr. Dr. Juiz Desembargador Relator da Apelação Cível n? 3113-2 da 8a Câmara
do Tribunal de Justiça.
4.1 Preliminares
32
Laudo do Perito Judicial
Mais adiante, à fl. 163, esse mesmo documento aparece corrigido, com a seguintes
indicações:
.
1) 7.672,00 m2 — margem esquerda
— Foi deferida a perícia, tendo sido nomeado pelo MM. Juízo da 4a Vara da Comarca
de Jundiaí o Engenheiro José da Silva como perito judicial e indicados como assis-
tentes das partes, respectivamente, o Engenheiro Rui da Silva pela Prefeitura Muni-
cipal de Campo Limpo Paulista e o Engenheiro Paulo da Silva pela Prefeitura do
Município de Jundiaí. Concordando com o laudo oficial, a Autora não indicou seu
Assistente Técnico (processo 554/78).
— Essa Egrégia Câmara houve por bem converter o feito em diligência, tendo
sido o signatário honrado com a incumbência de realizar nova perícia (fl. 385).
33
Manual de Redação de Laudos
Além disso, não faz referência à data das ofertas e transações, contrariando as
NORMAS (item 1.1.7 das Normas de Avaliação e Laudos em Desapropriações
nas Varas da Fazenda Municipal da Capital — 1975).
Utiliza fatores diversos (fator de fonte, fator de ponderação), sem explicar sua origem,
ou defini-los, uma vez que não constam de norma. Não apresenta os índices locais
que levaram à obtenção dos fatores de transposição
34
Laudo do Perito Judicial
a Prefeitura local exige 20%, que deveriam ser levados em conta somente em
caso de avaliação de glebas, e não nesta ^' avaliação que considera os terrenos
isoladamente,
Nesse ponto esquece-se de que a área constitui parte menor de uma gleba e
que como gleba devem ser deduzidas as despesas de urbanização, comercialização
etc., pois a pesquisa conduziu a um unitário básico para terrenos loteados, e não
para glebas, cujo unitário, deduzidas as despesas referidas, é sensivelmente menor.
Além disso, considera, neste caso, os 19.620,80 metros quadrados como indeni-
záveis, pois, conforme afirma, "seria também aproveitado o terreno referente ao
antigo leito do Rio Jundiaí". Não nos parece suficientemente bem explicado porque
na 1? avaliação o antigo leito não podia ser aproveitado e nesta segunda o seu
valor é indenizável.
Por fim, as duas avaliações incluem área já indenizada através da Apelação 95 909
do 2° Tribunal de Alçada Cível, como veremos adiante.
Já consigna também que "a área desapropriada pela Prefeitura Municipal de Campo
Limpo Paulista, através da Ação Expropriatória n° 1.008/73 do 1° Cartório inclui
também a área de 8.248,80 m2, correspondente â área da Av. Marginal Direita
de que trata a Ação n° 891/71, e ora também pretendida pela presente Ação (fl.
112). Esta informação foi por nós confirmada ao tomar conhecimento de que a
referida área já foi indenizada através da Apelação 95.909 do 2° Tribunal de Alçada
Cível, não cabendo, portanto, figurar na presente Ação.
35
Manual de Redação de Laudos
1?) Utiliza valor de sentença de 1974 para uma avaliação em 1979, cinco anos
depois, quando as NORMAS recomendam no máximo dois anos.
2a) Obtém uma média com apenas dois elementos, de sentença, o que contraria
todos os critérios estatísticos de representatividade de uma amostra. A
NB-502/1977 (retrocitada) prevê utilização efetiva de pelo menos 5 (cinco) ele-
mentos, conforme já foi dito.
4?) No saneamento dessa "média" exclui três elementos, restando, pois, apenas
quatro, quando a NB-502 estabelece a utilização efetiva de pelo menos 5 (cinco)
elementos, obtendo, então, uma "média" saneada.
5í) A esta média saneada são aplicados critérios aleatórios de redução, cuja ordem
não encontra nenhuma explicação plausível que não a de aproximar valores
díspares de sentença com valores dispersos no tempo e no espaço de "pesqui-
sas", num mero exercício de subjetivismo empírico, para culminar numa terceira
"média" que não é representativa de valor algum, pois não encontra amparo
em nenhuma norma de avaliação de imóveis.
Difícil se torna a crítica à avaliação procedi.da pelo Eng. Paulo da Silva. Para evitarmos
uma prolixidade excessiva, que alongaria em demasia este laudo, diremos apenas
que não há embasamento estatístico na média obtida quer quanto ao número de
ofertas, quer quanto à qualidade das mesmas que nem sequer se aproximam uma
36
Laudo do Perito Judicial
Tendo em conta o exposto, não podendo optar por qualquer um dos laudos, o
signatário procederá nos capítulos seguintes, a novas considerações e conseqúen-
temente à determinação do valor mais provável de mercado do Imóvel.
4.4 Avaliação
Sem querer entrar no mérito jurídico da questão, não discutiremos se a área reservada
à marginal esquerda e a correspondente ao antigo álveo do Rio Jundiaí são, ou
não, indenizáveis. Apenas registraremos que os únicos sinais de ocupação são
os poços de inspeção de esgoto sobre o terreno destinado à marginal esquerda
e o leito retificado do rio que rouba parte do terreno dos expropriados, mas que,
em compensação, lhes concede a área correspondente ao antigo álveo.
O critério a ser considerado será o mesmo utilizado pelo Eng. Roberto da Silva
na avaliação da gleba de 75 655,85 m2, na qual foi incluída a área de 8.248,80
m2 e da qual as áreas ora em consideração são remanescentes que por razões
várias não foram incluídos naquele processo. Não vemos, portanto, razão para
que esses"remanescentes recebam tratamento diverso do conjunto a que perten-
ciam, uma vez que a sua desvalorização não se inclui no "quantum" da indenização
atribuída ao principal.
37
Manual de Redação de Laudos
Foram examinadas "in loco" as ofertas apresentadas pelo Eng. Roberto no laudo
anexo para confirmação das características descritas, tendo sido confirmadas as
descrições de cinco das seis ofertas. Apenas a que aparece com o n° 4 em seu
laudo não foi localizada e preferimos então abandoná-la, acrescentando uma outra
que obtivemos no local.
c) Preços unitários obtidos através das fórmulas preconizadas nas "Normas Gerais
para Avaliações e Laudos em Desapropriações".
x/io,oo\
1/4
Cr$ 200.000,00 /10,00\ X
" 2.200,00 X 210
2
330,05 m VI 0,04 /
M0,04/ 730,49 210
q, = Cr$ 1.823,16/m2.
OFERTA: Com o proprietário Sr. Luiz Filippin Montecelli = Av. Aderbal da Costa
Moreira n° 196
.
FONTE: No local com o proprietário (maio/80)
q2 = 3.557,96/m2.
39
Manual de Redação de Laudos
2 200 000
q,-0$ 1.500.00 x-g™- x - - x f!°Y
180 1.445.842 \16/
q3 = Cr$2.367,60/m2.
PREÇO: Cr$1.000,00/m2
= Cr$ 1.000,00/m2
2 2 1
x -S^-
° x"ÕV /4
h^-1 '< x 2'2°°
125 V 207 1.728,532
= Cr$ 1.798,03/m?.
40
Laudo do Perito Judicial
ÁREA: 4.100,00 m2 (lotes contíguos) com 80,00 m de frente (p.e. = 51,25 m) fator
2 frentes =1,15
210
q5 = Cr$ 1.500,00 x 0,9 x f—\ '/4 x (51 25) '/? x —rr— 2200000
x
190 1307.710
q5 = Cr$ 2.389,27/m2.
LOCAL: Av. Presidente Vargas, esquina com Rua Campos Salles-Vila Tavares
ÁREA: 660,40 m2, com 25,00 m de frente (p.e. = 26,41 m) fator 2 frentes = 1,15
2 20
q6 = Cr$1.300,OOx(-^y<x-l_x^ x ° °°°
\20/ 1,15 190 706.617
q6 = Cr$3.271,08/m:>.
41
Manual de Redação de Laudos
Resumindo os resultados:
q, Cr$ 1.823,16/m2
q, Cr$ 3.557,96/m2
q3 Cr$ 2.367,60/m2
q4 Cr$ 1 ,798,03/m2
q5 Cr$ 2.389,27/m2
q6 Cr$ 3.271,08/m2
Total Cr$ 15.207,10/m2
• limite superior:
Cr$ 2.534,50 x 1,3 = Cr$ 3.294,85
• limite inferior:
Cr$ 2. 534, 50 x 0,7 = Cr$ 1.774,15/m2
VT = 0,886 x V L - DU
onde:
42
Laudo do Perito Judicial
• levantamento da área (no montante de até 10 ha) = 15% do salário mínimo mensal
por ha.
Sendo de 7,56 ha
V, = Cr$ 6.565,00
• mediação e divisão da área (com locação de até 100 ha) = 25% do salário
mínimo por ha.
V2 = Cr$ 10.940,00.
b) aterro da área
V3 = Cr$ 13.618.000,00.
c) abertura de ruas
43
Manual de Redação de Laudos
V4 = Cr$ 257.227,00.
V5 = Cr$ 4.614.040,00.
e) asfaltamento
Sendo a área de ruas igual a 15.131,00 m2, o custo de pavimentação dessa superfície
é o seguinte (custos unitários extraídos de publicação especializada no ramo (Cons-
trução São Paulo):
44
Laudo do Perito Judicial
f) rede de água
Sendo a extensão total das ruas a serem beneficiadas de 1.891 m, o custo total
desses serviços é de:
V7 = 794.220,00.
g) posteamento
Ve = Cr$ 1.080.000,00
45
Manual de Redação de Laudos
V, Cr$ 6.565,00
V2 Cr$ 10.940,00
V3 Cr$ 13.618.000,00
V4 Cr$ 257.227,00
V, Cr$ 4.614.040,00
V6 Cr$ 11.348.250,00
V7 Cr$ 794.220,00
V8 Cr$ 1.080.000,00
Total Cr$ 31.729.242,00
V, = S , x q
S, = 75.655,88 m2 x 0,65
S, = 49.176,32 m 2
V, = S, x q
V, = Cr$ 114.580.825,00
46
Laudo do Perito Judicial
VT = Cr$ 69.789.368,00
Este valor atual da gleba indenizada através da Apelação Cível 95.909 do 2° Tribunal
de Alçada Cível, no qual já estão incluídos na equação de método involutivo o
percentual de 10% devido ao lucro do empreendimento e 5% das despesas de
venda e corretagem.
VR = 3.700,00 m2 x Cr$
69.789,368.00 = Cr$ 3.423.094,00
75.655,88 m2
VM = 7.672,00 m2 x Cr$
69.789.368,00 = Cr$ 7.077.097,00
75.655,88 m2
653 332
VR = Cr$ 3.413.094,00 x = Cr$ 1.013.583,00
2.200
653 332
VM = Cr$ 7.077.097,00 x ' = Cr$ 2.101.679,00
2.200
Que resultam de um preço unitário médio por metro quadrado para a época de
Cr$ 274,00/m?.
47
Manual de Redação de Laudos
onde:
VT = Cr$ 74.036.844,00.
4.4.3 Indenização
Conforme foi dito no subitem 4.1 do corpo deste Laudo, apresentaremos duas
hipóteses de indenização:
V,» = Cr$ 10.490.191,00 (Dez milhões quatrocentos e noventa mil e cento e noventa
e hum cruzeiros)
V2a = VM = Cr$ 7.077.097,00 (Sete milhões setenta e sete mil e noventa e sete
cruzeiros)
1) Qual a área exata do imóvel expropriado versado no presente feito a ser indenizada
pelos poderes públicos demandados?
48
Laudo do Perito Judicial
RESPOSTA:
11.372,00 m2, se for adotada a 1a hipótese (ver item 4.4.3) e 7.672,00 m', se for
adotada a 2a hipótese.
2) Tal área representa parte da que foi ocupada na construção da Avenida Marginal
do Rio Jundiaí, na Cidade de Campo Limpo Paulista? Situa-se a mesma em local
privilegiado da aludida cidade, em pleno centro urbano, na zona bancária?
RESPOSTA:
RESPOSTA:
Sim.
4) Assim sendo, qual o valor justo, real e atual da área em causa, tendo-se principal-
mente em vista os valores imobiliários atualmente vigentes para o centro urbano
de Campo Limpo Paulista, notadamente nas suas adjacências?
RESPOSTA:
Cr$ 10.490.191,00, se for adotada a 1a hipótese (ver item 4.4.3) e Cr$ 7.077.097,00
em caso de adoção da 2a hipótese.
4.5 Encerramento
49
Manual de Redação de Laudos
50
Laudos Menos Complexos
Laudos Menos Complexos
l Preliminares
— Objetivo: dizer qual a finalidade da avaliação.
II Vistoria
— Do local
• Localização
• Características do local
53
Manual de Redaçao de Laudos
• Zoneamento
— Do imóvel
• Do terreno
• Da construção
Ill Avaliação
— Critérios
— Metodologia
— Valor do terreno
Apresentar a fórmula a ser utilizada para cálculo do valor, explicando o que quer
dizer cada elemento da notação algébrica.
Exemplo:
,0,25
( Fe \
VT = A x V x \TI—) onde,
54
Laudos Menos Complexos
V T = valor do terreno
Substituindo-se:
VT = 414,20 X V x l -- ) = 391,73 X v.
15
— Valor da construção
Apresentar a fórmula a ser utilizada para cálculo do valor, explicando o que quer
dizer cada elemento da notação algébrica.
Exemplo:
Vb = v b x A x F d onde:
Vb = valor da construção
55
Manual de Redaçao de Laudos
Substituindo-se:
— Valor do imóvel
.
V Encerramento
Dizer de quantas folhas consta o laudo e que todas estão rubricadas e a última
datada e assinada.
56
Parecer Técnico do Assistente
5 Parecer Técnico do Assistente
Portanto, na lide judicial, não se espera do assistente técnico que elabore laudo
próprio. Deve-se ater sempre aos possíveis enganos e omissões do laudo oficial.
Seus cálculos básicos, salvo casos especiais, deverão ser feitos para a mesma
data do laudo oficial.
59
Parecer Técnico Concordante
6 Parecer Técnico Concordante
Caso o assistente não encontre a razão para discordar do laudo oficial, ejaborará
um parecer técnico concordante, explicando item por item porque concorda, reve-
lando, assim, explicitamente, a conferência de todos os pontos.
Apresentamos a seguir um exemplo de parecer técnico concordante:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Municipal - Autos n.2 935/76
63
Manual de Redaçâo de Laudos
É aceitável a descrição do terreno expropriando feita pelo Eng. Castor, no que diz respeito
a suas medidas, área e melhoramentos. Tratava-se de terreno com 8,00 m de frente
(testada efetiva = 7,70 m), área de 206,80 m? e profundidade equivalente de 26,85 m.
Desse terreno foi expropriada uma faixa, situada nos fundos do lote, medindo 7,70 m
de frente, 7,87 m de fundos, 7,66 m do lado direito de quem do imóvel olha para
a rua Dante Marteletti e 7,38 m do lado esquerdo de quem do imóvel olha para a
citada rua, encerrando uma área de 57,79 m2. O remanescente é perfeitamente aprovei-
tável, ficando com a mesma frente atual e 17,39 m do lado direito, 18,42 m do lado
esquerdo, de quem do imóvel olha para a rua Dante Marteletti e 7,70 m nos fundos,
com profundidade equivalente dentro dos limites M; = 10 m + recuo e Ma = 40 m.
6.3.2 Avaliação
O signatário concorda com a avaliação do terreno feita pelo Perito Oficial porque,
para sua obtenção, foram usados os critérios adequados e o preço unitário apro-
priado, estando os cálculos aritméticos correios.
64
Parecer Técnico Concordante
6.4 Indenização
-
Parecer Técnico Discordante
7 Parecer Técnico Discordante
69
Manual de Redação de Laudos
h) Enganos corn relação à idade aparente. Nesses casos, em que o juiz costuma
ignorar as críticas do assistente por entender que a idade aparente é fator subjetivo,
juntar fotos, mostrando imperfeições no imóvel, tais como trincas, vazamentos,
disposição funcional dos cómodos etc., de forma a caracterizar a depreciação
apontada.
20,00
780
<D13
£Z
CO
O
<
r xi
cá
cc
Cs.
20,00
Escala 1:500
71
Manual de Redação de Laudos
V T ) = Cr$ 10.560.032,00
VB = Cr$ 1.170.920,00
VI , = Cr$11.730.952,00
(Onze milhões setecentos e trinta mil novecentos e cinquenta e dois cruzeiros)
V T | | = Cr$ 11.864.825,00
VB = Cr$ 1.170.920,00
VI 2 = Cr$ 13.035.745,00
(Treze milhões trinta e cinco mil setecentos e quarenta e cinco cruzeiros)
Concordamos com a descrição do terreno feita pelo Eng. Castor, no que diz respeito
a topografia e melhoramentos.
Estas medidas conduzem a uma área de 928,87 m2, inferior, portanto, à encontrada
pelo Ilustre Perito e superior apenas em 6,5% â área titulada, motivo por que a
adotaremos.
Sobre a área total expropriada erigiam-se três edificações, cujas descrições e classi-
ficações coincidem com o que observamos quando de nossa vistoria. As idades
72
Parecer Técnico Discordante
7.3.2 Avaliação
O signatário não pode concordar com a avaliação do terreno procedida pelo Perito
Judicial porque não segue os critérios estabelecidos pelas NORMAS PARA
AVALIAÇÕES E LAUDOS EM DESAPROPRIAÇÕES NAS VARAS DA FAZENDA MU-
NICIPAL DA CAPITAL (1975).
Além disso, o Perito apresenta, como alternativa, o valor unitário do estudo elaborado
por Comissão de Peritos — CÓRREGO ARICANDUVA.
73
Manual de Redação de Laudos
Pelas razões expostas, o signatário teve que proceder a pesquisa própria e chegou ao
seguinte valor unitário, conforme pesquisa constante do ANEXO "l" a este Parecer Técnico:
q = Cr$ 6.698,00/m2
Além disso o perito judicial não levou em conta a desvalorização pela profundidade
equivalente acima da profundidade máxima de aproveitamento eficiente, para com-
pensar o bom aproveitamento do terreno. Não concordamos com esse procedimento
porque as NORMAS não recomendam o desprezo do fator profundidade no caso
de aproveitamento adequado, mas sim do fator testada. Além disso, o fator profun-
didade foi utilizado na homogeneização da pesquisa de valores e deve, por coerên-
cia, ser utilizado, também, na avaliação. Portanto:
/ a\ Ma
VT = S x q x ^— j x K,: x --
onde:
VT = valor do terreno
q = valor unitário
a = testada do terreno
r = testada de referência
Kr = fator várias frentes
M., = profundidade máxima de aproveitamento eficiente
f = profundidade equivalente
K = 1 ,098
74
Parecer Técnico Discordante
7.4 Indenização
V, =Cr$ 7.081.753,00
V,, =Cr$ 1.170.920,00
l = Cr$ 8.252.673,00
(Oito milhões, duzentos e cinquenta e dois mil, seiscentos e setenta e três cruzeiros).
/9n Y* f 40 nn v 1
V.,. = 872,40 rn2 x Cr$ 6.698,00 x — í x ^l^ f x , 032
U OJ [ 43,50 J
V,. = Cr$ 6.876.752,00
V,, = Cr$ l . 170.920,00
I = Cr$ 8.047.672,00
75
Manual de Redação de Laudos
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Resposta:
76
Parecer Técnico Discordante
Resposta:
Resposta:
Cr$ 1.170.920,00
Resposta:
9 — Face as respostas aos quesitos anteriores, qual o valor que deve ser
adotado como indenização do Expropriado?
Resposta:
Cr$ 8.252.673,00
Resposta:
77
Anexo l
1 Pesquisa de Valores
1.2 — Serão deduzidos 10% dos valores das ofertas a título de elasticidade na
transação.
1.4 — O valor unitário resulta da média saneada dos resultados até 30% acima
ou abaixo da média geral.
81
Manual de Redação de Laudos
2 Elementos Pesquisados
ELEMENTO 1 — RUA ALARICO SILVEIRA, 163 (S.56 — Q.26 — IL.185)
Homogeneização
f i o oo V* TZ-*
q = Cr$ l .987,25/m2 x [ -y^ x fff = Cr$ 8.843,00/m2
Homogeneização
82
Anexo l
ELEMENTO 3 — RUA GAL. SOUZA NETO, 138 a 146/150 (S.56 — Q.26 — IL.324)
Homogeneização
( 0,5+ 0,5 x
24
Vv = Cr$ 1.335.277.00
Homogeneização
V2 753
q, = Cr$ 4.216,00/m2 x ( 1°'00 ) ^ x f -^°° x
V 7,00 / V 22,85 / 376
= Cr$ 9.655,00/m2
83
Manual de Redaçao de Laudos
q= Cr$ 1.145,71/m2
Homogeneização
f l O O o Y * f 2 5 Y ^ 753
q. = Cr $ l . 145,71 .v --^ .v \ x
( 5,25 J ^23 J l 85
q Cr$ 5.712,00/m2.
Homogeneização
q,, =Cr$3.642,00/m 2 .
84
Anexo l
q= CrS 1.200.000,00
382,80 m2
Homogeneização
q7 = Cr$ 7.059,00/m2
Homogeneização
= . 5,00
Cr$ 658.21 , ^ =
400 m2 185
qg = Cr$ 6.028, 00/m2
Homogeneização
86
Anexo l
Homogeneização
Homogeneização
87
Manual de Redação de Laudos
Homogeneização
yco
q,3 = Cr$ 3.600,00 x —— = Cr$ 14.653,00/m?
q = 1.929,58/m2
Homogeneização
88
Anexo l
Resumo
89
Estilo do Laudo
8 Estilo do Laudo
8.1 Clareza
8.2 Concisão
"Em minha casa há um pequeno quarto perto da cozinha, quarto esse em que
costumo ficar durante o período da manhã para entregar-me aos estudos; é um
quartinho sossegado, pois estando situado perto da cozinha, como falei, fica isolado
do barulho que reina em outras partes de minha casa" ("apud" H. A. de André).
93
Manual de Redação de Laudos
E a correção:
"Em minha casa, perto da cozinha, há um pequeno quarto sossegado. Nele costumo
passar as manhãs estudando ("apud" H. A. de André).
8.3 Precisão
Exemplos:
8.4 Originalidade
Exemplos:
Abuso de adjetivos:
Correção:
"Alumiado por excelsa bondade, o reformador desceu aos antros onde a humanidade
se encharca no crime. Desse ambiente de miséria arrancou as pobres crianças,
convertendo-as em elementos úteis â sociedade ("apud" H. A. de André).
"Urna pessoa sem estudo é a mesma coisa que um automóvel sem combustível
("apud" H. A. de André).
94
Estilo do Laudo
8.5 Harmonia
Exemplo:
"Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes
da carnaúba; verdes mares que brilhais, como líquida esmeralda aos raios do
sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros" (José de
Alencar).
Eco: é a rima em prosa. Ex.: A dama chama com dobrados brados ("apud" H.
A. de André).
95
Correção Gramatical do Laudo
9 Correçao Gramatical do Laudo
9.1 Ortografia
— Os verbos querer, usar e pôr escrevem-se com "s" em todos os modos, tempos
e pessoas: quis, usou, puseste.
99
Manual de Redação de Laudos
9.2 Acentuação
• terminadas por l(s), U(s), UM, UNS, ÃO(s), EIS: caqui, caquis, cáctus, jóquei,
álbum, álbuns, zangão, órfão, órfãos, imã, imãs.
100
Correção Gramatical do Laudo
— Acentuamos o "l" e o "U" tónicos que não formam sílabas com a vogal anterior:
Jaú, Jundiaí, caíra, faísca, Quitaúna. Se depois do "i" ou do "u" aparecer uma
das consoantes seguintes: L, M, N, R, Z ou NH (em qualquer hipótese) formando
sílaba com as mencionadas vogais, não se usa mais acento: Saul, Caim, ainda,
cair, juiz.
— Acentuamos os ditongos abertos e tónicos: El, EU, 01: ideia, céu, corrói.
9.3 Pontuação
9.3.1 Vírgula
Emprega-se:
Obs.: Não se usa vírgula antes da conjunção aditiva E, a não ser que sejam diferentes
os sujeitos das orações ligadas pelo E: Pedro saiu, Maria foi ao cinema, e João
ficou em casa. Ou quando empregamos o E antes de uma oração com a finalidade
de realçar a ideia nela contida: Não fiz, não faço, e não farei! •— Digo, e repito!
Ou quando se quer destacar que a segunda oração se opõe à primeira ou é conclu-
são dela: Não estudou, e passou. — Não estudou, e não passou. Ou, finalmente,
quando há uma intercalação entre o E a oração que ele une: Saí, porque precisava
resolver um negócio, e voltei.
Obs.: Oração adjetiva é aquela em que o "que" pode ser transformado em "o
qual", "a qual" etc. Oração adjetiva explicativa é aquela que serve apenas para
dar uma característica do termo ao qual ele se refere (no caso Deus), ao contrário
da oração adjetiva restritiva que serve para distinguir um termo entre outros; esta
última não pode vir separada por vírgula do termo a que se refere: Quero o copo
que tem uma listra branca. Não se separa o adjetivo do substantivo a que se
refere por vírgula: copo branco.
101
Manual de Redação de Laudos
— Toda oração ou termo intercalado deve vir entre vírgulas: Saí e, porque
chovia, não voltei.
É reduzida de infinito porque o verbo sair está no infinito e equivale a uma oração
adverbial de tempo: "antes de".
Obs.: Jamais se separa sujeito do verbo por vírgula, nem verbo de objeto: João
corre. — Vejo Paulo.
102
Correção Gramatical do Laudo
Considerando que:
9.3.5 Reticências
Usadas também para indicar palavras suprimidas no corpo de um texto, por serem
desnecessárias: Diz Castilho. "Vieira ... tinha os olhos no mundo".
9.3.6 Travessão
9.3.7 Parênteses
Indicam ideia secundária, simples explicação. No dia dos namorados (12-06) irei
vê-la.
103
Manual de Redação de Laudos
9.3.8 Aspas
• Quando indica horas, concorda com a palavra "horas" por atração e é impessoal:
São horas de fechar esta carta. São 5 horas. É meio dia e meio. É meio dia e
meia. Eram as ave-marias.
• Quando indica data, é impessoal, tanto podemos dizer: Hoje são 2 de março,
quanto: Hoje é dois de março.
• Com as expressões: PERTO DE, CERCA DE, MAIS DE, MENOS DE, tanto pode-
mos concordar, quanto deixar de concordar com a palavra HORAS: Era perto
de duas horas. Eram perto de duas horas.
• Mesmo com o complemento plural, o verbo ser concordará com o sujeito singular,
se este for nome de pessoa: Maria é as alegrias da mãe.
• O verbo ser ficará no singular, se, com o predicativo no singular, houver ideia
de suficiência ou falta: Duas colheradas é o suficiente. Cinco mil cruzados novos
é muito. Três é pouco para um valentão como ele.
— Verbo haver
104
Correçao Gramatical do Laudo
Obs.: Quando o verbo "fazer" tiver o mesmo sentido de tempo decorrido, também
é impessoal: Faz muitos anos que não o vejo
• Nas expressões MAL HAJA, BEM HAJA, as palavras "bem" e "mal" são substan-
tivos e, embora antepostas ao verbo, funcionam como objetos diretos. O verbo
haver é, no caso, pessoal, devendo concordar com o sujeito. Exemplos: Mal hajam
os crimes. Bem hajam as virtudes.
— Verbo dar
• Bater e soar são sempre pessoais, tendo sujeito e com ele concordando. Bateu
uma hora. Bateram duas horas. Soou uma hora. Soaram duas horas.
— Assistir
Nota: O verbo assistir, neste sentido, não aceita o pronome "lhe", mas só os prono-
mes "a ele", "a ela", preposicionados. Ex.: Não posso criticar o filme, pois não
assisti a ele.
105
Manual de Redação de Laudos
• Competir, ser de direito a — Não assiste aos alunos tal direito. Não lhe assistiam
semelhantes regalias.
— Aspirar
Nota: Este verbo também rejeita o pronome lhe, bem como os seguintes verbos:
aludir (a ele), comparecer (a ele), consentir (nele), proceder (a ele), anuir (a ele),
aceder (a ele).
• Visar
— Gostar
• Achar bom gosto ou sabor; ter afeição, amizade, aprovar (uma ideia) —
Transitivo indireto com a preposição "de": Ela gostava de minhas ideias.
Nota: Quando o complemento dos verbos que pedem preposição DE é uma oração,
costuma-se, não raro, omitir a preposição. Ex.: "Eu gosto que os soldados da Repú-
blica, antes de valorosos, sejam honrados" (Rui Barbosa).
• Experimentar, provar — Transitivo direto. Ex.: "Acudiram logo com uma esponja
molhada em fel e vinagre, aplicaram-na à boca do Senhor, o qual, tanto que gostou,
disse: Consumatum est!" (Vieira).
106
Correção Gramatical do Laudo
• Querer
• Gostar de, ter afeição por, estimar — Transitivo indireto: Quero-lhe muito.
— Precisar
— Pensar
• Tencionar, cogitar, lembrar-se, meditar — Transitivo indireto. Ex.: Ela não pensa
em se emendar. Só pensava em doença. É salutar pensar na morte.
- No começo de- período, verso ou citação direta: Disse o Padre António Vieira:
"Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja no Inferno, é estar no Paraíso".
107
Manual 'de Redação de Laudos
e astronómicas etc.: José, Brasil, Tietê, Afonsinhos, Coração de Leão, Deus, Júpiter
etc.
— Nos nomes próprios de eras históricas e épocas notáveis: Idade Média, Quinhen-
tos (século XVI) etc.
— Nos nomes de vias e lugares públicos: Avenida Rio Branco, Beco do Carmo,
Praça da Bandeira, Praia do Flamengo.
Obs.: Esses nomes se escrevem com inicial minúscula quando não empregados
em sentido geral ou indeterminado.
— Nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas, bem como nos que
sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do engenho e do saber: Agricul-
tura, Educação Física, Filosofia Portuguesa, Direito, Medicina, Engenharia, História,
Matemática, Ciência, Cultura etc.
Obs.: Os nomes idioma, idioma pátrio, língua, língua portuguesa, vernáculo e outros
análogos escrevem-se com inicial maiúscula quando empregados com especial
relevo.
- Nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou postos: Papa, Cardeal,
Embaixador, Secretário de Estado etc.
108
Correção Gramatical do Laudo
Obs.: incluem-se nesta norma os nomes que designam atos das autoridades da
República, quando empregados em correspondência ou documentos oficiais: A
Lei de 13 de Maio, o Decreto-lei número 292, a Portaria de 15 de junho, o Regulamento
n° 737, o Acórdão de 3 de agosto.
- Nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente;
o falar do Norte é diferente do falar do Sul etc.
• Ministros do Estado
• Governador de Estado
• Secretários de Estado
• Oficiais — Generais
• Prefeitos
• Auditores Militares
• Embaixadores.
109
Manual de Redação de Laudos
• Diretores
• Presidentes
Pronomes
Pessoais Possessivos e
Pessoa Reflexivos
Reto Oblíquos Adjetivos
1! eu me, mim, comigo me meu, minha,
jg
meus, minhas
tst Z tu te, ti, contigo te, ti, contigo teu, tua,
c teus, tuas
55
3? ele se, si, consigo se, si, consigo seu, sua,
ela seus, suas
1! nós nos, conosco nos nosso, nossa,
nossos, nossas
2 2". vós vos, convosco vos vosso, vossa,
3
Q.
vossos, vossas
3! eles se, si, consigo se, si, consigo seu, sua,
elas seus, suas
110
Correção Gramatical do Laudo
Os pronomes oblíquos átonos são: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.
O normal, em português, é manter esses pronomes após o verbo: Apanhei-te.
Entretanto, há partículas que atraem esses pronomes para diante do verbo. São
elas:
— Expressões negativas — não, nunca, em tempo algum etc.: Jamais lhe per-
doarei.
— Pronomes relativos — que, quem, cujo, qual, onde etc.: A casa onde se refugiou
o criminoso era deserta.
Observações:
— Não se começa frase pelo pronome oblíquio átono: Parece-nos correto o que
ele fez.
111
Manual de Redaçao de Laudos
• deram + a = deram-na
• põe + as = põe-nas
• dão + o = dão-no
Ao contrário do que muita gente pensa, sujeito não é o que pratica a ação. Sujeito
é aquele de que se fala. O que pratica a ação é o agente. O que sofre a ação
é o paciente
Quando se anuncia:
Vendem-se casas.
Interessa saber aquilo que está sendo vendido: o interesse sobre quem vende
é secundário. Por isso aquilo que está sendo vendido passa a ser sujeito, pois
é dele que se fala. Mas o sujeito, "casas", não vende, está sendo vendido, sofre
112
Correçao Gramatical do Laudo
113
Encerramento
10 Encerramento
Esperamos que este trabalho contribua na redação dos arrazoados técnicos dos
profissionais que se dedicam a perícias de avaliação de imóveis em geral.
Não temos a pretensão, nem desejamos que ele se constitua num "vade-mecum"
ou num manual que redija os laudos para os engenheiros.
Resta desejar ao leitor que este livro sirva como instrumento na procura dos caminhos
que melhor conduzam à verdade e à justiça.
117
11 Bibliografia
(5) FIKER, JOSÉ. - Análise Sintática na Escola Nova, Editora Vozes, 1a Edição,
Petrópolis, RJ, 1973.
(6) FIKER, JOSÉ - Avaliação de Imóveis Urbanos, Editora Pini, 5a Edição, São
Paulo, SP, 1997.
(7) FIKER, JOSÉ - A influência da Lei de Zoneamento no Valor dos Imóveis, "in"
Construção São Paulo ns 2324, agosto 1992, pág. 18, Editora Pini.
(8) IBAPE - Avaliações para Garantias, Editora Pini, 1§ Edição, São Paulo, SP, 1983.
(9) IBAPE - Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP, São Paulo, SP,
1994.
(10) IBAPE - Norma para Avaliação de Imóveis Urbanos, São Paulo, SP, 1995.
119
Avaliação de Imóveis-Manual de fíedação de Laudos -
Eng. José Fiker
Todas as indicações e orientações necessárias
para confecção de laudos de avaliação de imóveis,
de forma que a linguagem técnica do avaliador
torne-se adequada e acessível ao magistrado.